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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA CULTURA ORGANIZACIONAL Por: Tiago Daniel Alves de Lima Orientador Prof. Marcelo Saldanha Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

CULTURA ORGANIZACIONAL

Por: Tiago Daniel Alves de Lima

Orientador

Prof. Marcelo Saldanha

Rio de Janeiro

2012

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

CULTURA ORGANIZACIONAL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Administração da Qualidade

Por: Tiago Daniel Alves de Lima

3

AGRADECIMENTOS

...aos meus amigos, ao meu grande

amor e às Senhoras Estefanie Buschle

e Janete Dornellas, que me

possibilitaram e ajudaram a chegar até

aqui. Em especial aos amigos Giovanni

Lazzaroni e Renato Pavani, pela ajuda

na disposição de material.

4

5

DEDICATÓRIA

...primeiramente à Deus, à minha família,

à minha amiga Martha e a todos que

acreditaram em mim.

6

RESUMO

Este trabalho procura sintetizar algumas idéias referentes à cultura

organizacional. Inicialmente irá classificar a cultura organizacional, contudo seu

foco principal é a compreensão de sua importância nos processos de

mudança.

O potencial explicativo do conceito cultura organizacional é discutido no

texto, e também as formas como a cultura organizacional deve ser levada em

consideração e tratada para alcançar os objetivos de mudança.

7

METODOLOGIA

A principal metodologia aplicada neste trabalho será a analise das

diversas correntes e teorias sobre a cultura organizacional, e como estes

autores compreendem as interferências desse fator nos processos de

mudança organizacional. As diversas concepções serão comparadas

objetivando criar paralelos para melhor compreender os processos culturais

nas mudanças organizacionais.

Os dois principais teóricos avaliados serão Edgar Schein e Idalberto

Chiavenato, que em seus trabalhos contribuíram em muito para o processo de

compreensão da cultura organizacional e de sua importância.

Segundo Chiavenato, a cultura seria a raiz da própria organização. Em

sua obra intitulada Os novos paradigmas, ele apresenta ao leitor vários

caminhos para desvendar a cultura de uma organização.

Já Schein, em sua obra Cultura organizacional e liderança, caracteriza a

cultura organizacional como um padrão de pressupostos básicos

compartilhados por um grupo. Schein vê a cultura organizacional como algo

tão significativo, que diz que ela precisa ser levada em consideração no

planejamento das mudanças. Para Stahl, outro grande pensador da cultura

organizacional, as transformações culturais efetivas, são, na verdade,

transformações culturais.

Geertz, em Interpretação das culturas, diz que em uma organização, a

cultura é resultado de sua história particular e do sistema de símbolos criados

naquela instituição.

É sobre essas óticas, que se propõe o ponta-pé inicial para esta

proposta de trabalho.

8

9

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I - O que é cultura organizacional 12

1.1- A influência da cultura nacional nas organizações 16 CAPÍTULO II - Desenvolvimento, manutenção, identificação,

Diagnóstico e funções da cultura de uma organização 18

CAPÍTULO III – Cultura e mudança organizacional 23

3.1- Gestão e mudança da cultura organizacional 23 3.2- Mudança Organizacional 26 CONCLUSÃO 31

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 34

BIBLIOGRAFIA CITADA 35

ÍNDICE 36

FOLHA DE AVALIAÇÃO 37

10

INTRODUÇÃO

A cada novo dia as organizações enfrentam novos desafios, muitos

dos quais, associados a um acirramento da competitividade. Contudo, essas

forças competitivas, nem sempre apresentam fronteiras bem delineadas, não

se limitando a produtos similares ou guerra de preços. Assim, cada vez mais

as organizações são desafiadas a se anteciparem, lançando-se num futuro

incerto, visando sua sobrevivência no mercado. Todas essas inquietações,

fazem com que as organizações passem cada vez mais, de forma natural e

constante, a incluir os processos de mudança organizacional como parte de

suas rotinas.

Contudo toda essa mudança gera desconforto, temores, insegurança

e reações por parte do corpo da organização. Todo esse movimento, requer

muito mais do que uma simples adequação por parte das organizações, requer

que sejam avaliadas as perspectivas sob as quais residem as resistências ao

processo de mudança.

Compreender, quais são as razões que se relacionam às resistências

aos processos de mudança, como estas mesmas razões estão relacionadas

ao fator humano e seu ambiente cultural, e de que forma tudo isso pode ser

contornado é a principal razão para esta proposta de analise.

Atualmente o processo de mudança nas organizações se faz cada vez

mais importante até mesmo para que estas se mantenham vivas no mercado.

É preciso, portanto, estar atento, às questões importantes que se levantam

diante dos processos de mudança e às formas de contorná-las.

Os fatores culturais relacionados à organização, abrangendo às

contra-culturas e às sub-culturas, valores, normas, crenças e costumes, se

apresentam como um grande campo de avaliação para que as empresas

11

possam trabalhar por sobre eles com o objetivo de se manter e crescer no

mercado.

A cultura organizacional pode determinar o avanço ou não de um

processo de mudança nas organizações, inclusive sua sobrevivência no

mercado, portanto o fator humano e seu ambiente cultural, devem ser levados

em conta, avaliados e ser um dos pontos de maior destaque, na gestão

estratégica dos processos de mudança.

Desta forma este trabalho terá como campo de investigação as

teorias relacionadas à cultura nos processos de mudança organizacional, e sua

aplicação nas empresas de médio porte, na realidade brasileira

contemporânea.

12

CAPÍTULO I

O QUE É CULTURA ORGANZACIONAL?

Cultura Organizacional é o conjunto de hábitos e crenças,

estabelecidos através de normas, valores, atitudes e expectativas

compartilhados por todos os membros de uma organização. Estes valores são

compartilhados pelos membros de uma organização, em todos os níveis e a

diferencia das demais. Trata-se, portanto, de um conjunto de características

que uma organização valoriza e compartilha.

A cultura organizacional pode ser encarada como a raiz da

própria organização, algo que a organização é. Assim acaba por constituir o

modo institucionalizado de pensar e agir que existe em uma organização.

A cultura organizacional determina o estilo de gestão e o próprio

comportamento das pessoas dentro da empresa. Podemos entender a cultura

organizacional como a personalidade da empresa. Não havendo, portanto,

empresa, de qualquer segmento ou porte, que não tenha suas características

de personalidade. A identidade cultural de uma empresa expressa sua própria

cultura e pode ser entendida como uma sua personalidade.

A cultura organizacional muitas vezes forma-se na confluência de

alguns fatores que tem sua origem ou no fundador da empresa (típico de

empresas nacionais) ou na Matriz da empresa (típico de empresas

multinacionais). A carga genética de uma empresa, ou seja, o sonho de

fundação, a história, os mitos organizacionais, os valores centrais e a vocação

natural de uma empresa constituem sua identidade cultural.

Os fatores, crenças e experiências são os primeiro fatores para a

formação da cultura, complementados pelos costumes éticos e étnicos. Os

costumes éticos fundamentam-se na escala de valores da sociedade em que

se insere a empresa e regem os procedimentos do negócio. Os costumes

étnicos fundamentam-se nas características da origem cultural da organização

13

e interferem nos procedimentos da organização até com mais força que os

costumes éticos.

Outro aspecto importante na formação da cultura organizacional

relaciona-se com o nível de competitividade. Segmentos competitivos geram

empresas com maior nível de organização e modernidade. Segmentos pouco

competitivos tornam as empresas acomodadas e em muitos casos menos

desenvolvidas.

Estes fatores colaboram com a formação da cultura organizacional

que, por sua vez define como vai ser a característica de gestão predominante

na organização. E, a característica de gestão predominante determina como

será o comportamento organizacional, isto é, como vão comportar-se os

profissionais dentro da empresa.

A essência da cultura de uma empresa é expressa pela maneira

como ela faz seus negócios, a maneira como ela trata seus clientes e

funcionários, o grau de autonomia ou liberdade que existe em suas unidades

ou escritórios e o grau de lealdade expresso por seus funcionários com relação

à empresa. A cultura organizacional representa as percepções dos dirigentes e

funcionários da organização e reflete a mentalidade que predomina a

organização. Por esta razão, ela condiciona a administração das pessoas.

A cultura organizacional representa as normas informais ou não,

que orientam o comportamento dos membros de uma organização no dia-a-dia

e que direcionam suas ações para alcance dos objetivos organizacionais. No

fundo é a cultura que define a missão provoca o nascimento e o

estabelecimento dos objetivos da organização. A cultura precisa de alinhada

juntamente com os outros aspectos das decisões e aços da organização como

planejamento, organização, direção e controle para que se possa melhor

conhecer a organização.

14

Entender este processo de formação da cultura e aprofundar a

compreensão e a prática das organizações é fator de sucesso nos processos

de mudanças e de desenvolvimento organizacional.

A cultura organizacional é o modelo dos pressupostos básicos,

que um dado grupo inventou, descobriu ou desenvolveu no processo de

aprendizagem, para lidar com os problemas de adaptação externa e interna.

Uma vez que esses pressupostos tenham funcionado bem o suficiente para

serem considerados validos, eles são ensinados aos demais membros da

organização como maneira certa de se perceber, pensar e sentir em relação

àqueles problemas.

A descrição dos elementos que constituem a cultura

organizacional, a forma como eles funcionam e, ainda, as mudanças que eles

provocam no comportamento são maneiras de dar ao assunto um tratamento

mais concreto e de mais fácil identificação. Nesse sentido é bastante comum

encontrarmos a cultura sendo conceituada a partir de seus próprios elementos.

Verificamos que, no todo ou em parte, esse elementos fornecem

uma interpretação para os membros da organização, onde a passagem dos

significados se dá como uma coisa aceita. A linguagem é funcionalizada,

restando a aceitação do que é oferecido como é oferecido. De certa forma,

isso sugere a presença de um componente psicológico, no qual as mensagens

e comportamentos convenientes são aderidos e aplaudidos, levando a

naturalização de seu conteúdo e à transmissão espontânea aos demais

membros.

Entres os elementos culturais mais frequentemente citados

podemos destacar:

• Valores: definições a respeito do que é importante para se

atingir o sucesso. De uma forma geral as empresas

definem alguns poucos valores que resistem ao tempo, e

que de forma constante são enfatizados. Nesses valores

15

podemos encontrar algumas características muito comuns

como a importância do consumidor, padrões de

desempenho, qualidade, motivação etc;

• Crenças e pressupostos: em geral são usados como aquilo

que é tido como verdade na organização. Na resolução de

problemas são expressos visão de mundo, hipóteses sobre

realidade e natureza humana. Os pressupostos muitas

vezes tendem a se tornar incontestáveis e inquestionáveis;

• Ritos, rituais e cerimônias: são exemplos das atividades

planejadas que têm conseqüências práticas e expressivas,

tornando a cultura mais tangível e coesa. Alguns exemplos

dessas atividades seriam admissões, promoções,

demissões, etc;

• Estórias, mitos e heróis: enquanto as estórias são

narrativas de eventos ocorridos que informam sobre a

organização, os mitos referem-se a estórias consistentes

com os valores organizacionais, algumas vezes sem

sustentação em fatos. Já os heróis são os personagens

que incorporam valores e condensam a força da

organização;

• Tabus: demarcam as áreas de proibição, orientando o

comportamento com ênfase no não-permitido;

• Normas: as regras que defendem o comportamento que é

esperado, aceito e sancionado pelo grupo, podendo estar

escritas ou não;

• Processos de comunicação: inclui uma rede de relações e

papéis informais. Aqui se desenvolvem funções

importantes como a de transformar o corriqueiro em algo

importante.

16

1.1 – A influência da Cultura Nacional nas organizações

O Brasil é um país extremamente heterogêneo, com diferenças em

muito marcadas e ressaltadas pela sua extensão territorial, pela influência de

povos de inúmeros países, pela grande miscigenação, somando ainda as

diferenças regionais com suas culturas próprias. Mesmo havendo essas

subculturas típicas de cada região, não seria justo pensar a cultura nacional de

forma fragmentada, mas sim como a integração de todos esses traços

culturais.

A influência da cultura nacional brasileira pode se dar de forma

diferente nas culturas organizacionais. Muitos modelos e praticas de gestão

são importados, contudo quando não apresentam respaldo na cultura

nacional1, pode ocorrer um conflito de pressupostos e valores culturais. Sendo

assim, ao propor mudanças em uma organização é imprescindível conhecer os

traços da cultura nacional integrados àquele ambiente.

Conhecer os traços brasileiros, que são características gerais comuns

à maioria da população brasileira, se caracterizam como de suma importância

para realizar uma analise organizacional. Muitas vezes os traços brasileiros

que se destacam são a hierarquia pela tendência a centralização do poder dos

grupos sociais, o distanciamento nas relações entre diferentes grupos sócias e

passividade e aceitação dos grupos inferiores; o personalismo, que é

característico pela sociedade baseada nas relações pessoais, a busca de

proximidade e afeto nas relações e o paternalismo; a malandragem incutida no

típico ‘jeitinho brasileiro” e a adaptabilidade e flexibilidade como meio de

navegação social; o sensualismo, caracterizado pelo gosto do erótico e do

social nas relações sociais; e finalmente, o traço aventureiro que define o tipo

que tem aversão ao trabalho manual e metódico e é mais sonhador do que

disciplinado.

1 CALDAS, Miguel P. e MOTTA, Fernando C. Prestes. Cultura organizacional e cultura brasileira. São Paulo: Atlas, 1997.

17

Portando não podemos achar que conseguiremos, por exemplo

adaptar modelos internacionais ou apenas propor mudanças se não

conhecermos os elementos culturais nacionais que estão presentes em nossas

organizações. Ferreira2 afirma que

“Não podemos, nem devemos colocar um modelo

japonês, americano ou de qualquer outra nacionalidade

sem antes fazermos uma analise profunda para

extrairmos o que deve e o que não deve ser aproveitado.”

2FERREIRA, Ernando Monteiro. Diagnóstico organizacional para a qualidade e produtividade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1994.

18

CAPÍTULO II

DESENVOLVIMENTO, MANUTENÇÃO, IDENTIFICAÇÃO,

DIAGNOSTICO E FUNÇÕES DA CULTURA DE UMA

ORGANIZAÇÃO

Podemos avaliar a formação da cultura considerando algumas

definições que as organizações fazem para manejar os seus ambientes interno

e externo e que incluem senso de missão, objetivos derivados dessa missão,

sentido de realização através das estruturas e processos, sentido de

acompanhamento e sentido de reparo.

Para que essas definições funcionem todo grupo deve ter linguagem

comum e categorias conceituais compartilhadas, definição de fronteiras e

seleção de membros, formas de alocar autoridade e status, normas para lidar

com relações interpessoais e intimas critérios de recompensas e punições e

por fim formas de lidar com o não administrável. A cultura é diretamente

proporcional à estabilidade do grupo, ao tempo que ele tem de convivência e à

intensidade da aprendizagem gerada.

O desenvolvimento cultura está ligado e relacionado com o estágio de

desenvolvimento da própria organização. Podemos caracterizar três fases

principais nesse desenvolvimento, que seriam a fase do crescimento, a fase

intermediária e a maturidade.

Na fase de crescimento temos o nascimento e os estágios iniciais das

organizações, onde existe a dominação do fundador ou da família dominante.

Aqui a cultura é um cimento que une as pessoas, é dada uma forte ênfase à

sociabilização como uma evidência compartilhada. Com o crescimento a

organização tende a virar um campo de batalha entre os conservadores e os

que querem o progresso da empresa. Os sucessores potenciais são julgados

conforme sua capacidade de mudar alguns elementos da cultura presente.

19

Na fase intermediária temos o desenvolvimento de novos produtos,

integração em caráter vertical, expansão geográfica, aquisições, fusões etc.

Aqui surgem subculturas, crises de identidade, perda de objetos chaves, certos

valores pressupostos. Nessa fase intermediária é onde encontramos as

maiores oportunidades para as mudanças. Essa fase intermediária pode

acontecer tanto após a fundação da organização, como muito tempo depois,

como podem vir a acontecer novamente mesmo após a fase de maturidade.

A maturidade pode vir com a estabilidade do mercado ou com a falta de

motivação para as mudanças. Aqui muitas vezes a cultura pode se tornar

restrita às mudanças, passando até mesmo a ser valorizada como uma fonte

de auto-estima e defesa. Nesta fase também pode ocorrer uma opção pela

mudança, via transformação cultural, incluindo redefinição de pessoas chaves.

Outro modelo de evolução cultural poderia ser baseado no processo de

resolução das crises e o papel das lideranças. Na percepção da crise se

colocam em questionamento as habilidades e praticas das lideranças, e essas

mesma percepção pode ser acompanhada de uma ruptura de padrões

simbólicos, crenças e pressupostos. Podem surgir aqui novas lideranças com

novos pressupostos para solucionar as crises, o que inicialmente tende a

causar conflitos entre as antigas e as novas lideranças. Se a crise é resolvida

pelos novos lideres, esses acabam por estabelecer na organização seus

padrões culturais se contrapondo aos antigos. Aqui a cultura da nova liderança

então é colocada e sustentada pela introdução de novos modelos,

recomeçando assim o ciclo.

Uma melhor compreensão se dá quando examinamos os aspecto de

conteúdo (pressupostos dos fundadores e lideres seguintes, bem como as

experiências atuais de resolução de problemas e aprendizagem) e força (quão

importantes são os pressupostos, quão largamente são compartilhados e a

clareza de que são mais importantes que outros).

Podemos decifrar a cultura inferindo seus conteúdo, suas formas de

falar, as maneiras de fazer as coisas, os sentimentos compartilhados.

20

Podemos também estimar a força da cultura, observando a proporção em que

seus membros compartilham manifestações, tais como: atributos físicos,

slogans, práticas, expressões de sentimentos, etc.

Devemos também observar o ambiente físico que sugere quão

orgulhosa uma organização é ou não de si, avaliando o que as pessoas da

organização falam sobre sua cultura, como os estranhos são recebidos, como

avaliam a história da organização, quem são as pessoas que trabalham na

organização, a quais tipo são atribuídas chances de ascensão, a que se atribui

o sucesso etc.

A influência dos fundadores no estabelecimento da cultura é um fator de

relevante importância. Muitas vezes a perspectiva pessoal desses fundadores

é transformada num legado que é compartilhado e sobrevive a sua morte ou

saída da organização.

Contudo não se deve superestimar o papel do fundador. Deve se

considerar a saliência do papel do líder, que faz com que ele figure como

destaque na memória das pessoas, o que tende a causar suposições de

responsabilidades; além disso, os fatores contextuais também têm influência

no conteúdo que é compartilhado. Nesse sentido, o fundador é também

fundido num sistema moldado por forças que estão além de seu controle

individual.

Outro fator que não pode ser esquecido refere-se às múltiplas culturas

que podem se apresentar nas organizações. Várias culturas e múltiplas sub-

culturas são admissíveis em uma organização, mesmo que em muitos casos

exista apenas uma cultura, que se coloque de cima para baixo. Podem haver

potencialmente várias culturas nos locais de trabalho, devendo-se portanto se

considerar as raízes, ou lugares onde primeiramente os entendimentos são

compartilhados e a extensão que a penetração desses entendimentos atinge.

É necessário, desta forma, verificar não apenas os conteúdos, o grupo e o

relacionamento entre eles, mas também pensar na difusão e extensão dos

conteúdos, na homogeneidade e consistência dos entendimentos e na

estabilidade deles no tempo.

21

No entanto, se a organização, como um todo vivenciou experiências

comuns, pode existir uma forte cultura organizacional, que prevaleça, muitas

vezes em detrimento, sobre as várias sub-culturas das unidades. Grupos com

experiência ocupacional semelhantes tendem a desenvolver culturas próprias

no interior das organizações, por exemplo: a cultura dos gerentes, a dos

engenheiros, dos coordenadores de área e até mesmo a do sindicato.

Para conseguirmos decifrar a cultura de uma organização, precisamos

antes aflorar seus pressuposto básicos. O padrão específico que assumem

estes pressupostos é caracterizado por Schein3, como paradigma cultural.

A cultura organizacional produz comportamentos funcionais que

contribuem para que se alcancem objetivos e metas em uma organização,

contudo pode ser também uma fonte de desajustes e efeitos adversos ao

sucesso de uma organização.

Uma forte função, mesmo que intrínseca, da cultura organizacional é

distinguir uma organização de outras e de seu ambiente, proporcionando a

esta uma identidade externa. De uma forma similar, a cultura provê uma

identidade para os membros de uma organização, colocando-os em uma

estrutura organizacional e ocupacional que pode ser reconhecida por eles

mesmos e por outros indivíduos, inclusive de outras organizações. A cultura

também tende a criar o compromisso com uma entidade social maior do que o

simples interesse pessoal, ela pode trazer, inclusive, uma alta confiabilidade

nas organizações.

A cultura proporciona para seus membros a maneira de se fazer com os

arranjos de posições e atividades em uma organização, atuando como um filtro

de percepção, encorpando com estórias e mitos, os quais ganham significado

a partir da rotina, eventos vivenciados com freqüência, assim como em

situações únicas.

3 SCHEIN, E. Cultura Organizacional e Liderança. Rio de Janeiro: Zaar Editores, 2001.

22

A cultura é também um mecanismo de controle social, onde através

dela, a organização pode definir a realidade com a qual os seus membros irão

viver, que acabam por sociabilizar os novos membros de uma forma peculiar

de fazer as cosias e periodicamente re-socializa seus membros mais antigos.

Como conseqüência negativa a cultura organizacional pode trazer

barreiras à mudança, assunto que iremos tratar de forma mais clara no

próximo capitulo. Uma organização de cultura forte produz membros com um

conjunto de comportamentos explícitos que funcionam bem no passado.

Naturalmente, a expectativa é de que estes comportamentos também serão

eficientes no futuro. Paradoxalmente, uma cultura pode produzir rigidez na

organização, dificultando mudanças.

Outra disfunção da cultura é que ela pode criar conflitos dentro de uma

organização. Sub-culturas, que de certa forma emergem com relativa

freqüência podem se tornar tão coesas ao ponto de desenvolver valores

suficientemente distintos que separem o sub-grupo do resto da organização.

Estas sub-culturas também podem se desenvolver em estágios e velocidades

diferentes de outras na organização, o que pode resultar em falta de

coordenação interna, o que acaba por afetar as relações externas. Sub-

culturas orientadas para a mudança, podem inclusive conflitar com sub-

culturas que não valorizam mudanças. Esta situação impede de explorar novas

soluções para problemas na organização, criando uma cultura onde predomina

a indecisão.

23

CAPÍTULO III

CULTURA E MUDANÇA ORGANIZACIONAL

3.1 - GESTÃO E MUDANÇA DA CULTURA ORGANIZACIONAL

Os padrões de comportamento das organizações são reconhecidamente

difíceis de mudar, ainda que a necessidade de os mudar seja manifesta e

insistentemente reclamada. Não basta querer a mudança para que a mesma

ocorra, nem exortar as pessoas a mudar para que elas o façam. Mudar

comportamentos, melhor, facilitar a sua mudança, não é fácil. Parte da

dificuldade pode ser formulada sob a forma de pergunta: como mudar algo ou

alguém que não pediu para ser mudado? E parte da resposta poderá parecer

que está contida na receita : impondo a mudança.

O alcance limitado e os resultados pouco animadores de iniciativas e

projetos que visam alterar a cultura dominante nas organizações econômicas,

com vista a obter, por exemplo, ganhos de produtividade ou melhorias de

qualidade, esbarram contra hábitos e costumes, contra formas de agir e

pensar, contra valores e pressupostos, em suma contra uma cultura. E porque

se trata de uma cultura, é que não é fácil mudar, como já referimos. A

mudança, ou seja, a transição da cultura vigente para uma outra considerada

desejável nem sempre é exequível e, quando o é, implica um longo processo.

As questões relativas à gestão e mudança da cultura organizacional são, no

contexto da investigação sobre esta temática, questões quentes e

controversas.

A perspectiva cultural acrescentará algo aos conhecimentos existentes

sobre mudança e gestão da mudança organizacional? A resposta a esta

pergunta é parte essencial da tarefa que nos propomos realizar. Uma primeira

questão é a que se coloca é : pode a cultura organizacional ser gerida?

24

A resposta mais simples à pergunta formulada é: sim, mas é difícil. Uma

vez dada esta resposta, outra pergunta se lhe segue: deve ser gerida? Surgem

várias respostas alternativas: ignorar a cultura, gerir a cultura, mudar a cultura,

mudar a estratégia. Outra solução é a que consiste em analisar a cultura

vigente e manter o que dela é adequado e performante, ao mesmo tempo que

os seus aspectos negativos ou contra producentes são objeto de um projeto de

mudança.

A mudança muitas vezes só se justifica em casos muito particulares,

como: se a empresa tem uma cultura forte que não se ajusta a um meio em

mudança; se o setor industrial em que se situa é muito competitivo e sujeito a

um ritmo de mudança crescente; se a empresa é medíocre ou péssima; se a

empresa se quer aproximar e situar ao nível das grandes empresas; se a

empresa é pequena, mas em rápido crescimento.

Portanto, ser fácil, difícil ou impossível de gerir a cultura organizacional

depende da definição de cultura e de organização de que se parte (Martin,

1985), assim como do quadro teórico de referência adoptado. Diferentes

autores trabalham a partir de diferentes definições de cultura organizacional e

enfatizam diferentes dimensões da mesma. Assim, se, por exemplo,

utilizarmos os níveis de cultura especificados por Schein - artefatos, valores e

pressupostos de base - podemos afirmar que enquanto alguns chamam a

atenção para a origem inconsciente da cultura, situando-a a um nível profundo,

outros focalizam as suas manifestações superficiais. Para aqueles que optam

por uma definição superficial e que se propõem na sua intervenção atingir

objetivos relativamente limitados, a resposta àquela questão irá no sentido de

que a cultura é gerível; para aqueles que definem a cultura em sentido lato, a

situam a nível profundo e visam uma mudança global, para esses, as

tentativas de controlar a trajetória evolutiva da cultura duma organização

aparecem como excessivamente ambiciosas e pouco credíveis.

Basicamente, as respostas à pergunta se a cultura é gerível variam. A

orientação em que predominam as preocupações econômicas concebe a

cultura organizacional como uma variável susceptível de ser manipulada e,

25

centrando-se sobre as práticas de gestão, salienta a importância da gestão da

mesma, tendo em vista o controlo e eficácia organizacionais. Por contraste

com esta, a outra orientação mencionada, perspectivando as organizações

como construções simbólicas e acentuando a importância da gestão do

sentido, vê a cultura organizacional como estando na origem de um paradigma

alternativo, isto é, como representando um novo modelo explicativo no

contexto das Ciências da Organização. Os pragmáticos encaram a cultura

como a chave da produtividade e empenhamento, e a cultura não só pode ser

gerida como o tem sido e deve sê-lo. A tarefa de mudar a cultura poderá ser

mais ou menos difícil, dependendo dos passos que para tal seja necessário

dar, mas que a cultura é transformável e gerível. Partindo da expectativa,

senão mesmo da crença, de que a cultura é passível de gestão, os autores

que adotam esta orientação interessam-se pelo desenvolvimento de técnicas

conducentes à previsibilidade e controle organizacional. O seu objetivo é o

estabelecimento de relações contingentes susceptíveis de aplicação ao nível

da gestão das organizações com o objetivo de gerir a cultura organizacional.

26

3.2 - MUDANÇA ORGANIZACIONAL

Mudanças organizacionais geralmente podem ocorrer devido a pressões

externas sobre um de seus elementos, tais como diretrizes governamentais,

inovações tecnológicas e a forte concorrência. Isso não quer dizer que as

pressões internas não apresentam responsabilidades sobre mudanças, pois a

insatisfação dos clientes internos, a modificação nos processos de trabalho e a

variação no estilo gerencial podem influenciar no clima organizacional e

futuramente promover mudanças na cultura da organização.

No entanto, quando falamos em paradigmas culturais, devemos levar

em consideração que muitas vezes são adotados pelas organizações mesmo

que não estejam de acordo com o contexto expresso na sociedade.

Chiavenato4, classifica três velhos paradigmas culturais que são: autocracia e

desconfiança, conformismo e individualismo. E afirma que esses ainda estão

presentes na maioria das organizações, constituindo-se em “barreiras sólidas”

à mudança e à inovação das empresas. Justifica essa afirmação ao dizer que

o paradigma cultural da autocracia considera os indivíduos/colaboradores

como subordinados destituídos de inteligência, iniciativa e criatividade. Já o

paradigma cultural do conformismo faz com que as pessoas se ajustem e

aceitem o status quo. E ainda o paradigma cultural do individualismo que,

segundo o autor, leva as pessoas a agir isoladamente do grupo, fragmentando

as tarefas e causando muitas vezes o confinamento social dos indivíduos na

organização. O individualismo faz com que as pessoas, muitas vezes, esqueça

d elevar em conta os objetivos da própria organização.

Para o referido autor as mudanças culturais e organizacionais

dependem basicamente da mudança dos paradigmas. Apesar de esta tarefa

não ser fácil, jamais se deve pensar que é impossível. Pois as organizações

são constituídas de seres humanos que estão em constante desenvolvimento

e que interagem entre si. E ao mesmo tempo em que trazem sua própria

cultura às organizações, assimilam a cultura vigente. Essa inter-relação cultural

4 CHIAVENATO, Idalberto. Os novos paradigmas: como as mudanças estão mexendo com as empresas.São Paulo: Atlas, 1996.

27

pod transforma-se em uma nova cultura e por que não, em mudanças de

paradigmas.

Uma outra questão a ser levada em consideração é o fato de que a

cultura provê o contexto onde as pessoas da organização interpretam os

eventos, os esforços em mudá-la podem ser corroídos por potenciais, apesar

de bem intencionados, passos em falso.

O planejamento de mudanças deve ser mediado pela cultura

organizacional, ou seja, quanto mais importante a ação da mudança for para a

estratégia, maior deve ser sua compatibilidade com a cultura da organização.

Uma mudança muitas vezes, só será possível se houver a transformação

cultural de toda a organização, começando pela alta administração e

principalmente pelo principal executivo. Iniciando-se por acreditar que as

pessoas em geral preferem ser pessoas brilhantes em seu trabalho e que elas

já detém o poder naturalmente, criando-se então a base cultural apropriada

para permitir este poder aflorar.

Em uma mudança abrangente, tem que se confiar na jornada, como se

a jornada e o destino fossem uma coisa só, e isso só é possível se todas as

pessoas na organização estiverem dispostas a abandonar suas crenças

pessoais e inseguras. Para que as pessoas possam fazer isto, elas precisam

assimilar que a mudança trará uma vantagem individual, pois considera um

aumento de sua anatomia, ou seja, um trabalho mais livremente organizado

proporciona vias de descarga psíquicas mais adaptadas às suas necessidades

inerentes, fazendo então que o trabalho se torne mais motivador e relaxante.

Deve se abrir, portanto um espaço para a discussão com as pessoas e

fazerem elas se sentirem parte ativa e importante da mudança.

Transformações culturais são complexas e demoradas, porém tentativas

de mudanças efetivas sem a mudança cultural, invariavelmente tropeças,

demandam muito mais tempo e falham. Por outro lado, quando bem

conduzidas, provém o contexto adequado para a condução da estratégia da

organização.

28

Segundo Kissil5 para a organização sobreviver deve-se mudar a cultura

organizacional. Para o autor a revitalização e a inovação são fatores

importantes para as empresas, o que só será conseguido de mudarmos a

cultura da empresa. O entendimento mútuo dentro da empresa é uma forma

de garantir uma estrutura consistente e manter o ritmo de produtividade e da

organização. O que faz uma empresa forte é o respeito mútuo interno, é ele

que poderá gerar respostas rápidas e eficientes. Se as diversidades forem

integradas em torno de um único compromisso, a organização estará sempre

pronta para as mudanças que forem necessárias.

Algumas ferramentas ajudam na mudança da cultura de uma

organização. Entre elas destacamos a clareza de objetivos, valores e

princípios. A empresa precisa ter seus objetivos claros e formalmente

estabelecidos e orientados para médio e longo prazo. Para dar certo a

empresa deve fazer com que todos funcionários tenham acesso aos seus

objetivos, ter definidos os valores e princípios, sendo relembrados

periodicamente, o que auxilia no processo de mudança e seu retorno pode ser

de médio prazo, caso bem divulgado e aplicado.

Outra questão importante é que a organização tem que se preocupar

com sua imagem não só para o público externo, mas também para o publico

interno. Os membros da organização devem perceber e ter consciência da

qualidade dos produtos e serviços pela organização prestados. A “venda”

interna é muito importante, divulgação de projetos que estão sendo

executados, conquistas, detalhes sobre a qualidade de produtos e serviços

devem ser conhecidos de todos, fazendo com que o funcionário tenha orgulho

de seu trabalho.

A organização de manter uma estrutura que permita a comunicação

interna entre os diversos níveis de forma simples e aberta. A comunicação

entre subordinados e gestores deve ser flexível e abrindo espaços para idéias

e sugestões que podem a vir colaborar com os objetivos esperados. A política

5 KISSIL, Marco. Gestão da mudança organizacional. São Paulo: UFSP, 1998.

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de portas abertas deve ser incentivada pelos gestores até se tornar comum na

organização.

A organização deve estar amplamente aberta às novas idéias, ter senso

de oportunidades. Deve inclusive oferecer incentivos financeiros como

premiações por economia na mudança de algum processo, criar uma caixa de

sugestões, ter reuniões periódicas entre setores na busca de melhorias. A

comunicação deve possibilitar ao funcionário a abertura para a criação de

novos métodos e procedimentos, que possam colaborar com o crescimento da

organização.

Quando há possibilidade para crescimento profissional, com o

lançamento de desafios e a possibilidade de valorização pessoal, a

organização tem muito a ganhar em seus processos de mudança. A própria

pratica se abrir para idéias faz com que o profissional se sinta mais valorizado.

Pode-se inclusive fazer rodízios onde o funcionário especialista em uma

função a deixa e passa a ter conhecimento em outras áreas, ajudando no

entendimento de todo o processo e seu objetivo final. A construção de um

pano de carreira também se faz necessária nesse contexto. A organização

deve estimular e proporcionar oportunidades de desenvolvimento profissional

para seus funcionários. Não deve só cobrar qualificação de seu quadro de

funcionários, mas incentivar. O que pode ser feito com cursos internos, auxilio

financeiro a estudos, inclusive com a implantação de uma política interna de

incentivo aos estudos. Para isso deve desenvolver critérios de recrutamento,

seleção e promoção de seus empregados. É fundamental não ter favoritismos,

onde o caráter paternalista possa ser percebido.

Antes de qualquer atitude, vale ressaltar, que deve ser feito um

diagnóstico da atual cultura da organização, para poder assim fazer um plano

de ação e finalmente poder executá-lo e controlá-lo.

Os mecanismos citados podem e devem ser realmente aplicados, de

forma a fazer com que a organização mude sua cultura coorporativa, sem

nunca ser deixado de lado o tamanho e a estrutura de cada empresa. A

30

mudança da cultura muitas vezes deve ser executada de cima para baixo, e

devem ser executadas pela direção. Os gerentes intermediários,

coordenadores, supervisores e chefes de departamento, devem

obrigatoriamente fazer parte do processo, ou etapas como a de comunicação

não funcionarão, é seu papel também incentivar as mudanças propostas, é por

eles que as instruções normalmente chegam, e se houver falhas nessa etapa

todo processo pode se desmanchar.

Assim concluímos que apenas com a integração de todos é possível

fazer com que se mude a cultura de uma organização. Se não conseguirmos

mudar as pessoas, em ultima instancia devemos mudar de pessoas.

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CONCLUSÃO

Uma questão ainda, enfim se levanta: a alta administração de focar na

cultura ou na estrutura nos primeiros estágios da mudança? Ambos devemos

ser seus focos. A maneira de a alta administração produzir mudanças é a partir

da intensa, focada e prolongada atenção à tarefa da liderança executiva. Isto

implica ao estabelecimento de estruturas e sistemas em consonância com o

comportamento adequado para suportá-los efetivamente. Entretanto, ao

enxergar uma estratégia adequada, a administração deve considerar a cultura

existente para antecipar como o processo em si deve ser nivelado e como

certas táticas serão provavelmente interpretadas pela maioria das pessoas na

organização.

Mais do que isto, as reações durante o processo de mudança devem ser

monitoradas por duas razões: para se aprender mais sobre a cultura em si,

uma vez que a visão sobre várias premissas culturais só se torna aparente

quando o processo de mudança está em curso; e para se reconhecer como as

mudanças estão sendo interpretadas na organização. Finalmente uma

recorrente sensibilidade sobre a cultura é importante para assegurar que os

elementos do modelo de liderança executiva estão sendo de fato integrados na

cultura dominante.

Contudo, não podemos deixar d éter em mente que a cultura pode

estabelecer as condições prévias que direcionem a progressão das mudanças.

A identificação da cultura de uma organização explicita estas condições em

seus aspectos positivos ou negativos.

Como pudemos verificar, tornou-se essencial diagnosticar e gerenciar o

processo de transformação cultural, decorrente dos processos de mudança e

transformação organizacionais tão necessários, nos dias de hoje, para a

sobrevivência das empresas. Nesta direção este estudo indica que a gestão

empresarial deve conter como parte de sua estratégia a transformação

organizacional e cultural que , entre outras metas, seja adequada e receptiva a

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mudanças, retenha e se possível atrai novos talentos, aprenda com o passado

e se desprenda dela e reinvente o futuro.

Muitas das vezes tendemos a encontrar soluções mágicas para

melhorar a administração de uma organização, o que na verdade não há.

Todas as propostas de gestão devem estar embasadas em um conhecimento

e compreensão mais profundos na organização a intervir. Deve também, ficar

claro que quando se fala em organizações, as mudanças significativas não

ocorrem em curto prazo. Isto acontece devido à dificuldade natural de não só

mudar a cultura vigente como conseguir administrar as forças e influências

externas à organização.

Portanto, refletir sobre clima e cultura organizacional significa rever

vários fatores internos e externos que influenciam diretamente no

desenvolvimento das organizações. Não há como negar que a investigação da

cultura e do clima organizacional é tarefa árdua e os profissionais envolvidos

devem fazê-lo com muita seriedade, coerência, prudência e bom senso,

através de uma metodologia adequada à realidade para, com isso evitar erros

e descrédito das novas propostas.

Portanto, justifica-se novamente a impossibilidade de se adotar pacotes

de gestão prontos, sem se considerar a complexidade das organizações,

principalmente no que tange a seu contexto cultural.

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34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

FERREIRA, Ernando Monteiro. Diagnóstico organizacional para a qualidade e

produtividade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1994.

FREITAS, Maria Ester. Cultura organizacional: formação, tipologias e impacto.

São Paulo: Makron Books, 1991.

FREURY, Maria Tereza Lem e FISCHER, Rosa Maria (Org.). Cultura e poder

nas organizações. São Paulo: Atlas, 1990.

GEERTZ, Clifford. A Interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC Edidora,

1989.

GERSICK, Kelin. De geração para geração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

GOMES, J. S. e SALAS, J. M. A. Controle de Gestão. São Paulo: Atlas,1994

PAGÈS, C. O poder das organizações. São Paulo: Atlas, 1987.

35

BIBLIOGRAFIA CITADA

1- CALDAS, Miguel e MOTTA, Fernando C. Prestes. Cultura

organizacional e Cultura Brasileira. São Paulo: Atlas, 1997

2- CHIAVENATO, Idalberto. Os novos paradigmas: como as mudanças

estão mexendo com as empresas. São Paulo: Atlas, 1996.

3- FERREIRA, Ernando Monteiro. Diagnóstico organizacional para a

qualidade e produtividade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1994.

4- KISSIL, Marco. Gestão da mudança organizacional. São Paulo: UFSP,

1998.

5- SCHEIN, E. Cultura Organizacional e Liderança. Rio de Janeiro: Zaar

Editores, 2001.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 5

RESUMO 6

METODOLOGIA 7

SUMÁRIO 9

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I - O que é cultura organizacional 12

1.2- A influência da cultura nacional nas organizações 16 CAPÍTULO II - Desenvolvimento, manutenção, identificação,

Diagnóstico e funções da cultura de uma organização 18

CAPÍTULO III – Cultura e mudança organizacional 23

3.1- Gestão e mudança da cultura organizacional 23 3.2- Mudança Organizacional 26 CONCLUSÃO 31

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 34

BIBLIOGRAFIA CITADA 35

ÍNDICE 36

FOLHA DE AVALIAÇÃO 37

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Título da Monografia: CULTURA ORGANIZACIONAL Autor: TIAGO DANIEL ALVES DE LIMA Avaliado por: Conceito: