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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE AVALIAÇÃO: UMA PRATICA FACILITADORA PARA O ENSINO DE FÍSICA NO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO DA REDE PARTICULAR Por: Marcello Pojucan Magaldi Santos Orientadora Profª. Sheila Silva Rocha Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

AVALIAÇÃO: UMA PRATICA FACILITADORA

PARA O ENSINO DE FÍSICA NO 2º ANO

DO ENSINO MÉDIO DA REDE PARTICULAR

Por: Marcello Pojucan Magaldi Santos

Orientadora

Profª. Sheila Silva Rocha

Rio de Janeiro

2009

ii

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

AVALIAÇÃO: UMA PRATICA FACILITADORA

PARA O ENSINO DE FÍSICA NO 2º ANO

DO ENSINO MÉDIO DA REDE PARTICULAR

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Administração e Supervisão Escolar

Por: Marcello Pojucan Magaldi Santos

iii

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, José Maria Santos e

Maria joaquina Magaldi Santos, pelo

amor e abnegação em prol de meu

fortalecimento como ser humano, a

minha irmã, Monique Batista Magaldi

pelo fraterno carinho e sugestões dadas

ao longo deste trabalho. À minha

namorada Amanda Briggs pelo apoio e

carinho e a minha orientadora Sheila

Silva Rocha pela atenção e vasta

contribuição na realização deste

trabalho.

iv

DEDICATÓRIA

Ao grande Mestre que me proporcionou a

oportunidade de plantar mais essa

semente no terreno de minha’alma.

v

RESUMO

O presente trabalho visa estabelecer uma re-leitura sobre a essência da

avaliação, suas tipologias e o papel da professor/gestor nessa estrutura

organizacional e no processo avaliativo, como a espinha dorsal subsidiadora de

todo o processo. Para tal, instrumentos de avaliação foram utilizados como um

facilitador do processo ensino-aprendizagem através de estratégias

pedagógicas que permitissem a construção do conhecimento no ensino de

Física, de forma consistente, e principalmente, a identificação de barreiras que

obstaculizam a realização e desenvolvimento de competências. Baseado no

trabalho com os conteúdos. Levando-se em consideração os objetivos da

disciplina de física na formação, O educando será capaz de atuar criativamente,

seletivamente e auto-sufucientemente na busca do conhecimento por meio da

seleção de informações relevantes que seja realmente capaz de levá-lo não só

a um pensar crítico, mas a realização de seu papel contextualizado em sua

realidade.

Palavras-chaves: Avaliação, ensino de Física, processo ensino-aprendizagem,

gestão escolar.

vi

METODOLOGIA

Esta pesquisa será de cunho bibliográfico com base em livros, periódicos,

divulgações científicas por meio eletrônico e dados obtidos em sala de aula

mediante instrumentos de avaliação. A pesquisa bibliográfica é uma etapa

fundamental em todo trabalho científico que influenciará todas as etapas de

uma pesquisa, na medida em que der o embasamento teórico para a

objetivação do trabalho. Consistem no levantamento, seleção, fichamento e

arquivamento de informações relacionadas à pesquisa.

Foram observados, no cotidiano escolar, paradigmas a respeito da avaliação

que divergem de seu real significado. Esses paradigmas promovem ações que

impossibilitam fazer da avaliação uma aliada do processo ensino-

aprendizagem.

A metodologia do trabalho consistirá na observação de como esses paradigmas

interfere no processo ensino-aprendizagem, por meio bibliográfico e com o

apoio de instrumentos de avaliação. O objetivo principal é o trabalho com os

diversos instrumentos de avaliação, avaliando de forma mais abrangente,

promovendo um resgate da prática avaliativa e a importância da subsidiação do

ensino de Física por parte dos gestores, podendo auxiliar na inclusão de

métodos cada vez mais eficientes no planejamento político-pedagógico da

escola.

vii

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................................................................8

CAPÍTULO I..........................................................................................................9

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE AVALIAÇÃO

1.1 – Conceito de avaliação.......................................................................9

1.2 – Os diferentes tipos de avaliação.....................................................14

1.3 - As causas do insucesso dos alunos de Física do segundo ano do

ensino médio, no processo ensino-aprendizagem.............................................21

CAPÍTULO II.......................................................................................................26

A GESTÃO E A ESCOLA

CAPÍTULO III......................................................................................................32

A SUBSIDIAÇÃO PELA AVALIAÇÃO

CONCLUSÃO.................................................................................................... 39

ANEXOS.............................................................................................................41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.........................................................................48

BIBLIOGRAFIA CITADA.....................................................................................49

ÍNDICE................................................................................................................51

8

INTRODUÇÃO

Muitos educadores têm se dedicado ao resgate do conceito de avaliação e

pouco se tem debatido efetivamente a respeito de formas de subsidiar o

processo ensino-aprendizagem com o que se é “mais adequado” ou “menos

adequado” ao invés do que é “certo” ou “errado”. Do que “fazer” e “não se

fazer”.

Jussara Hoffmann desperta para a importância da conscientização da classe de

profissionais em educação, para um tema ainda cercado de pré-conceitos e

promovedor de injustiças sociais que é a prática da avaliação destituída do

enfoque político-técnico e pedagógico-científico, o que faz da avaliação um

método arbitrário.

Em que medida, a dificuldade de diagnosticar, em um processo avaliativo, os

principais fatores que levam à dificuldade de aprendizado da disciplina de física

por parte dos educandos, é que leva a escolha inadequada de critérios no

processo de avaliação? Parte-se da hipótese que se houver uma proposta de

avaliação do processo ensino-aprendizagem, diferenciada e implementada pelo

gestor escolar, se poderá reverter o insucesso da aprendizagem dos alunos da

disciplina de Física.

Para tal, o presente trabalho visa investigar as causas e possibilidades de

resgate da problemática que envolve a avaliação no processo ensino-

aprendizagem de física no segundo ano do ensino médio da rede particular.

Buscando conceituar a avaliação, Identificar os diferentes tipos de avaliação,

Detectar as causas do insucesso dos alunos de Física do primeiro ano do

ensino médio, no processo ensino-aprendizagem, Conceituar Gestão, Definir a

ação do gestor junto a equipe técnico-pedagógica como facilitador do trabalho

de avaliação do processo ensino-aprendizagem e Propor possibilidades de

subsidiar o processo de avaliação dos alunos de Física, pelo professor, caso o

colégio não possuir um quadro eficiente e abrangente de gestores.

9

CAPÍTULO I

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE AVALIAÇÃO

1.1 Conceito de avaliação

Muito se tem debatido a respeito da avaliação. Mas do que se chegar a um

conceito do termo, discussões são travadas em torno dos motivos que

levam a avaliar.

Atualmente, o método avaliativo está inserido em um contexto crônico

complexo. De um modo geral, em muitas escolas não existe o

posicionamento social inerente à sua função e nem ciência ao tratar dos

métodos avaliativos. Segundo Hoffman (2006), os docentes fazem de seu

cotidiano um

efetivo acompanhamento do desenvolvimento dos alunos a

partir de um relacionamento afetivo e busca de

compreensão de suas dificuldades. Ao final de semestre ou

bimestre, entretanto, enfrentam a tarefa de transformar suas

observações (significativas e consistentes) em registros

anacrônicos, sob a forma de conceitos classificatórios ou

listagens de comportamentos estanques (elaborados em

gabinetes de Supervisão e Orientação). Esse professor não

compreende, e com toda a razão, esse segundo momento

como educação. Violenta-se e cumpre a exigência da escola

sem perceber que a ação de avaliar se fez presente e de

forma efetiva na sua ação educativa. (p.15 )

Nessa perspectiva, as contradições e equívocos são construídos em torno

da prática avaliativa e essa dicotomia avaliação x educação é cada vez mais

alimentada pelos insucessos oriundos da falta de junção entre o técnico-

científico com o político-pedagógico por parte de toda a estrutura escolar e a

10

sociedade. Nessa conjuntura, alguns professores não conscientes de seu

papel, tentam reconquistar o controle e respeito de seus alunos através do

medo das provas e os alunos, respondem a esse comportamento de forma

improdutiva. Com isso, esse sistema passou a ser um perpetuador de

injustiças sociais e ineficiência quanto à complementaridade da prática

educativa.

Devido essa dicotomia, o conceito de avaliação tem-se firmado permeado

por dúvidas e se mantido como oposição ao método educativo.

A prática avaliativa deve ser vista como essencial à educação e

indissociável

Para poder colaborar com a aprendizagem, a avaliação

deve ser contínua e não realizada apenas de forma pontual

e isolada, quase sempre no final de um período escolar. A

avaliação da aprendizagem é parte integrante do processo

ensino-aprendizagem e não apenas uma de suas etapas.

Realizar a avaliação contínua supõe um conjunto de

procedimentos e práticas que se aplicam ao longo de todo o

processo de aprendizagem. A sua principal característica é

que ela é processual e dinâmica. No processo de avaliação

contínua não se utilizavam instrumentos padronizados de

verificação de conhecimento, pois seu foco está nos

processos cognitivos”.(HOFFMANN, op cit, p.465)

Segundo Hoffman (ibidem, p. 11), o atual aspecto negativo na tentativa de

definição de seu significado é se deter em procedimentos em torno do “não

deve ser”, contribuindo ainda mais para a instalação, em sua docência, de

verdades absolutas, pré-moldadas e incapazes de se adaptar às novas

tendências.

11

A educação do olhar à prática avaliativa e o exercício de seu processo como

algo complementar à educação, permite com que o educando aprenda

durante todo o processo. A reflexão por parte do avaliador/educador deve

ser algo constante e, conseqüentemente, ferramenta aliada não só na

construção do educando, mas no questionamento do próprio professor,

quanto à prática docente.

A avaliação fundamentada na problematização de conteúdos, observação,

questionamento e reflexão sobre a ação, faz dela uma prática inerente à

educação.

O cerne da avaliação, segundo Lazzari (2005) é

um processo de descrição, análise e critica de uma dada

realidade, visando transformá-la [...] As características do

ato avaliativo como requerendo análises, julgamentos e

posicionamentos conclusivos sobre a relevância dos objetos

que estão sendo avaliados, levando à atribuição de

significados [...] a importância de considerar a avaliação

como uma prática que busca compreender e qualificar

decisões, processos, resultados e impactos ao

compromisso de fazer que professores e alunos escrevam a

história desse programa construindo propostas e assumindo

decisões no rumo da educação-transformadora. ( p.18)

Segundo Gadotti (apud, Bombardieri, 2005) A avaliação como guia da

pratica docente e como referência ao caminho que o educando deve tomar

em seu processo autopoiético, faz do processo educativo, uma ação realista

e pautada nas próprias experiências dos educandos. A avaliação neste caso

se confunde com a educação, pois se impulsiona para novas reflexões,

experiências e motivação dos educandos.

12

Uma avaliação desconectada de seu real papel atua como uma

confirmadora de preconceitos, instrumento classificatório gerador de

indivíduos que não reconhecem seus talentos e potencialidades, pois não

propiciou a experimentação, o diagnóstico de seus erros e

conseqüentemente lhe foi negado ou proposto de maneira inadequada, a

superação. (HOFFMANN, op. cit., 12)

O âmbito escolar passa a contribuir de forma contrária ao proposto: ao invés

de ser um ambiente que proporciona o crescimento e emancipação humana,

age como uma “indústria” de indivíduos marcados pelo julgamento, injustiça

e indiferença de suas dificuldades. (HOFFMANN, ibidem)

Observando as conseqüências de uma avaliação não emancipadora, pode-

se ir além das reflexões até em tão sugeridas e percebermos processos

ainda mais profundos no que diz respeito à avaliação e à inteligência

emocional.

Segundo Ledoux (apud, ARNOLD, 2001) a definição de avaliação é

a apreciação mental do dano ou benefício potencial de uma

situação, e argumentou que a emoção é a ” tendência

sentida “ para qualquer coisa que seja avaliada como boa

ou distante de algo que seja caracterizado como mau.

Embora o processo de avaliação em si seja inconsciente,

seus efeitos são registrados pela consciência como uma

emoção. (p.46)

Como foi citado, o mecanismo de avaliação é a apreciação de uma situação

como sendo boa ou má baseada em um referencial. Essa apreciação,

apesar de ser inconsciente, é sentida. Traçando um paralelo da avaliação

como uma apreciação mental e a avaliação escolar, pode-se observar que o

processo é semelhante. O professor, com base em seus paradigmas, e sua

subjetividade, usa a avaliação como um recurso onde julga e sentencia o

13

aluno classificando-o como bom ou mau aluno. O aluno, por sua vez, caso

não seja classificado como esperado, classifica a prova como sendo uma

experiência negativa. Dessa forma, tanto o educador, como educando não

constrói um canal de diálogo, gerando obstáculos para a livre construção do

conhecimento.

Faz-se necessário uma reconstrução de significados para que a avaliação

esteja associada, dentro de um processo positivo de reaproximação a fim de

que ela contribua efetivamente para o desenvolvimento do educando.

O trabalho nessa re-construção da importância da avaliação é antes de tudo

a re-construção de significados. É estimular uma sensação emocional

positivamente que leve o educando a se aproximar do processo de sua

própria construção de acordo com Ledoux (apud, ARNOLD, 2001)

para um estímulo produzir uma reação ou sensação

emocional, o cérebro deve, em primeiro lugar, avaliar o

significado do estímulo. Assim, as avaliações promovem

tendências à ação. A tendência sentida de ir à direção de

objetos e situações desejáveis e de distanciar-se dos

indesejáveis é a responsável pelos sentimentos conscientes

neste modelo. Embora as avaliações possam ser

conscientes ou inconscientes, temos acesso aos processos

de avaliação depois de ocorrido o fato. (p.47)

Esse afastamento, por parte do educando, de seu próprio processo de

construção, ao tratar a avaliação como uma experiência ruim, o aluno

constrói, através do mecanismo de defesa, toda uma estrutura para o

distanciamento de situações indesejáveis como já citado.

É observável no cotidiano do indivíduo, que suas relações e ações no meio

não permite com que ele se mantenha à margem de um processo avaliativo.

14

Segundo Ledoux (op. cit.) a avaliação é algo pertencente ao indivíduo. Faz

parte de suas estruturas psíquicas, manter-se afastado de estímulos que

contribuem ao processo de construção e auto-construção é danoso.

Segundo Hoffman (op. cit)

A concepção de avaliação que marca a trajetória de alunos

e educadores, até então, é a que define essa ação como

julgamento de valor dos resultados alcançados. (p.14)

O contato com diversas realidades educacionais permite traçarmos um

paralelo da vida do professor com o exercício de sua função. Na maioria das

vezes é revelada uma grande influência de suas experiências como

estudantes/educadores em sua prática pedagógica.

1.2 Os Diferentes Tipos De Avaliação

Quando se fala em avaliação, categoriza-se em três tipos: a avaliação

diagnóstica, a avaliação formativa e a avaliação somativa1 (MORALES,

2003. p. 41), porém, algumas propostas de ensino, consideram a avaliação

aferida e subdividem a avaliação somativa em somativa interna e somativa

externa (Eurydice, 2006. p. 1; AREA, 2009. s/n). Cada uma das categorias

de avaliação possui suas características e de acordo com o

professor/supervisor/gestor, podendo ser administradas em todo o processo

ensino-aprendizagem.

A avaliação diagnóstica possui sua aplicação tanto para objetivos do curso

como um todo, quanto para a ação do professor. Visamos com isso, avaliar

e identificar o conhecimento trazido pelo aluno em sua vida escolar até

aquele momento. A avaliação diagnóstica não possui somente esse foco.

1 O termo somativo é utilizado com o sentido de soma, já o sumativo, como sumário.

15

Além de diagnosticar as constantes dificuldades de aprendizagem dos

educandos, permite o planejamento do ensino, mediante a realidade dos

alunos, o planejamento de ensino voltado para as necessidades e

competências pré-existentes. (RIBEIRO, 1989, p.79)

Já a avaliação formativa é utilizada para a verificação se as estratégias

utilizadas para a aprendizagem estão gerando resultados positivos, ou seja,

cumprindo com o seu objetivo que é promover a aprendizagem.

Segundo Perrenoud, (apud SILVA, 2006)

esta prática de avaliação pode ser entendida como uma

prática contínua que pretenda melhorar as aprendizagens

em curso, contribuindo para o acompanhamento e

orientação dos alunos durante todo o seu processo de

formação. É formativa toda a avaliação que ajuda o aluno a

aprender e a se desenvolver, que participa da regulação das

aprendizagens e do desenvolvimento no sentido de um

projeto educativo. (p.347)

Observa-se que a avaliação formativa é um instrumento pertinente ao

processo ensino-aprendizagem, como já citado. Deve-se fazer da avaliação

formativa um método de aprendizado e não uma tabela de notas e conceitos

onde se classifique o aluno e sentencie seu destino em sala de aula, pois a

verdadeira finalidade da avaliação formativa é segundo Morales (2003)

informar o professor para que reexamine o ritmo com o qual

conduz a disciplina, veja o que deve explicar novamente,

que exercícios adicionais pode preparar etc. e o aluno para

que tome consciência do próprio aprendizado e para que

possa corrigir seus erros. (op. cit. , p.8)

Percebe-se que a avaliação formativa também é uma prática onde o educador

participa da avaliação. Sua participação consiste no repensar de sua docência em

16

todos os aspectos. Através desse tipo de avaliação, o educador / gestor

pode traçar novas propostas, identificar quais as melhores tipologias de

avaliações futuras, traçar estratégias para a potencialização do aprendizado

do educando. Esse repensar de sua prática permite não só a

autoconstrução do aluno por ele mesmo identificando suas dificuldades,

mas também na construção do professor e na constante reflexão de seu

papel. (RIBEIRO, op. cit., p.79)

A avaliação formativa é possuidora de diversos sub-instrumentos de

avaliação. O pré-teste, a auto-avaliação, a observação, o relatório, a prova,

o questionário, o acompanhamento, as discussões em grupo, a avaliação

pelo tutor, os estudos de caso e as fichas de avaliação de problemas são

exemplos de sub-instrumentos a serem utilizados.

A utilização destes instrumentos visa chegar ao mesmo objetivo, porém o

que define em qual momento usá-los são os diversos fatores como, por

exemplo, o tempo necessário, as características da turma etc.

O uso desses sub-instrumentos de avaliação geralmente são feitos em

conjunto. As análises dos resultados podem ser relacionadas com outros

sub-instrumentos, a fim de se chegar a conclusões mais contundentes.

(SILVA, 2006, p.276)

O contexto para esta utilização deve ser observado com cuidado, pois não

são todos os sub-instrumentos viáveis quando é levada em consideração a

particularidade da turma. Como por exemplo, uma turma com muitos alunos,

a aplicação da observação e o acompanhamento não são sub-instrumentos

viáveis. (SILVA, op. cit., p.276)

Cada um desses sub-instrumentos pode ser usado estrategicamente devido

suas funções. O pré-teste pode seu utilizado para determinar diversas

características dos educandos como conhecimentos prévios, fazer um

17

diagnóstico rápido anteriormente à primeira prova, simular para o educando

como será a prova, inserir o educando no contexto emocional de ser

avaliado etc. (FURLAN, 2007, p.38).

A auto-avaliação é importante, pois auxilia o professor a entender a forma

com que o educando se vê. Com isso é possível observar sua auto-crítica,

suas expectativas quando às outras avaliações e quanto ao curso e suas

dificuldades.

A observação é algo primordial, dependente da sensibilidade do professor e

focada nas necessidades do educando. A observação tem como resposta,

dados qualitativos de grande importância. Através da observação, o

educador/gestor pode construir também suas estratégias para a facilitação

no processo ensino-aprendizagem. A observação pelo professor/gestor

também pode auxiliar na construção das fichas de avaliação como pode ser

visto no anexo 1.

O relatório pode ter dois focos: no aluno e no professor. Quando se trata de

um relatório realizado pelo professor, passa a ser uma importante

ferramenta de consulta pessoal e da escola com o objetivo de registrar

todos os processos tomados pelo professor/gestor na tentativa de solucionar

um problema.

A prova é a avaliação mais comumente utilizada, porém a mais permeada

dos equívocos já citados, por parte de muitos professores e alunos.

Consiste em um determinado número de questões e a elas são atribuídos

valores. Geralmente, quando respondidas, são contabilizados os valores

(nota) por julgamentos como certas ou erradas. (SILVA, op. cit., p.69)

Como visto, baseados nos principais autores sobre avaliação já citados, na

contra-mão do senso comum, é possível desmistificar essa tipologia

avaliativa e extrair dela dados importantes para uso do

18

educador/gestor/supervisor e educando. Na maioria das vezes, os

insucessos do resultado desse sub-instrumento são causados pela falta de

uma avaliação diagnóstica ou má interpretação da mesma e/ou a falta de

um pré-teste.

O questionário é um sub-instrumento que pode ser utilizado junto com a

prova ou separadamente. Seus efeitos são semelhantes, porém sua

possível característica principal é estimular o educando no desenvolvimento

da capacidade de expressão.(SILVA, op. cit., p.279)

O acompanhamento é um sub-instrumento um pouco limitado, porém de

grande eficácia quando bem realizado. Permite uma observação mais

direcionada de cada educando e surte efeitos reparadores em possíveis

processos de baixa estima por parte do aluno. (FURLAN, op. cit., p.41)

Com isso, percebe-se que, a atenção voltada para o aluno em sala da aula,

podendo ser feito entre um exercício e outro, permite maior observação das

dificuldades e rotas de raciocínio do educando. Essa medida confere ao

educando um canal de comunicação pautado na segurança e na confissão

de dificuldades mais internas, levando em consideração a timidez

alimentada por muitos alunos e o medo da crítica por parte da turma. Estes

registros com os problemas dos alunos e seus perfis, podem ser vistos no

anexo 1.

A discussão em grupo é necessária e muito utilizada em turmas grandes.

Permite uma maior socialização e fluidez dos conhecimentos pessoais de

cada aluno. O debate, mediado pelo professor/gestor, é um aliado na

construção da criticidade e principalmente no desenvolvimento do

educando, no que diz respeito à autonomia e defesa de idéias.

19

De acordo com BATISTA (2009), o instrumento de tutoria, muito comum em

ensino à distância, permite bons resultados, desde que a ele sejam

atribuídos critérios fundamentais

• Favorecer o trabalho colaborativo, orientar e fazer a mediação

no desenvolvimento das atividades coletivas;

• Identificar as necessidades do grupo e propor

encaminhamentos junto à coordenação geral;

• Criar contextos favoráveis à aprendizagem. (p.7)

Os estudos de caso consistem na utilização de métodos quantitativos na

obtenção de informações. Essas informações auxiliam na tentativa de

diagnosticar um evento e entender melhor, suas causas e efeitos.

As fichas de avaliação de problemas podem ser usadas como um norte para

a superação de dificuldades diagnosticadas pelo educador / gestor,

mediante a observação, provas e outros sub-instrumentos de avaliação.

Seus resultados podem traçar novos rumos a fim dos educandos superar os

pontos fracos e não entendidos dos conteúdos.

A avaliação somativa se dá na reunião do conselho de turma permeando

cada disciplina. Seus objetivos iniciais são comunicar ao educando e ao

educador toda a trajetória escolar realizada pelo aluno ao longo do ano.

No entanto, esse não é o principal objetivo. Segundo Moarles (op. cit.):

A avaliação somativa (como os exames finais) também

pode e deve cumprir finalidades da avaliação formativa, mas

em outro nível. Para os alunos é tarde demais, mas não

para o professor e para a instituição, que podem e devem

utilizar esses dados (por exemplo, o número de

reprovações) para avaliar o processo e tomar decisões que

ajudem a melhorá-lo.(p.45)

20

Segundo PROZ (2009), A avaliação somativa, de um modo geral traz como

objetivo descrever o balanço final do que foi aprendido pelo aluno onde a

referência é o objetivo traçado para o nível de ensino em questão baseado

no “acúmulo” dos conceitos durante a disciplina.

Através da avaliação somativa é possível a escola observar a eficiência de

seu papel e principalmente traçar novas estratégias na busca da excelência.

Os resultados alcançados também podem ser utilizados na construção e

reflexão do projeto político-pedagógico da escola bem como inovações

metodológicas e as dificuldades enfrentadas pelos profissionais, servindo

como um facilitador para a ação do supervisor / orientador educacional.

Segundo Sant’anna (1997, p.35), “ sua função é classificar os alunos ao

final da unidade semestre ou ano letivo, segundo níveis de aproveitamento

apresentados”

Essas afirmações merecem diversas considerações devido às possíveis

interpretações errôneas. Hoffman (op. cit, p. 12), a avaliação não pode ser

apenas algo punitivo para o aluno e levando em consideração as afirmações

de Morales e de Sant’Anna (ibidem) observa-se que essa classificação não

é algo que promove a segregação, a perpetuação de preconceitos e

reafirmação do senso comum devido uma arbitrariedade de seu

planejamento, Mas dados representativos, que permitem uma tomada de

decisão com o objetivo de, cada vez mais, fazer do âmbito escolar um

ambiente emancipador.

Para que a avaliação somativa retorne com dados representativos algumas

medidas devem ser levadas em consideração. Deve-se manter a escola e

os educandos informados do tipo de avaliação adotado para o curso. As

21

datas e os prazos que serão exigidos devem ser informados também, para

que todo o planejamento, por parte do educando e educador, seja realizado.

A avaliação somativa interna e externa são subdivisões que enfatizam o

modo com que os resultados alcançados podem ser avaliados. Os

diferentes graus de decisões permitem a classificação em subdivisões. A

avaliação somativa interna é o processo feito no âmbito escolar já descrito.

E a somativa externa é algo realizado além dos muros da instituição escolar

podendo ser da responsabilidade do Ministério da Educação e Cultura, mas

não por ele limitado. Neste caso, não tem efeito na classificação e

progressão dos alunos e pode ser utilizado em qualquer momento da

escolaridade.

Segundo PROZ (ibidem), a avaliação sumativa é baseada em sumários.

Nela está registrado todo o desenvolvimento do educando de forma

dissertativa e qualitativa que é de suma importância para observarmos o

itinerário do aluno em seu processo de aprendizagem.

1.3 As causas do insucesso dos alunos de Física do

segundo ano do ensino médio, no processo ensino-

aprendizagem

Já foi visto que a avaliação e aprendizagem é algo inseparável. Segundo

(BARROS, 2008)

Se a avaliação não se destina a garantir a aprendizagem,

não serve para a prática pedagógica. [...] arrisco-me a

afirmar, radicalmente, que, se fracassa a aprendizagem, é

porque fracassou o ensino, e, se fracassa o ensino, é

porque fracassou a avaliação. [...] avaliação não é só isso.

É processo histórico e social e, portanto, sujeita a tudo que

isso acarreta. (p. 11)

22

O autor mostra como a aprendizagem está ligada à avaliação e como ela

representa todo um processo histórico e social. De certo modo, o fracasso

na avaliação segundo o autor, está diretamente ligado à postura de

dissociar a avaliação da aprendizagem. O fracasso também é determinado

no momento em que se desconsidera a realidade do aluno no que diz

respeito ao perfil histórico e social.

o ensino de Física de nível médio concentra-se no

desenvolvimento de habilidades para a resolução de

problemas descontextualizados cuja relação com o cotidiano

dos educandos é, no mínimo, distante. O conhecimento em

Física é indiscutivelmente pertinente a uma formação

abrangente do educando para que ele possa compreender e

atuar na sociedade em que vive, mas seu ensino parece

isolar esse conhecimento da realidade que vivencia o

estudante. (Barros, opt. cit. p. 19)

Segundo o autor, quando o ensino de física restringe-se à resolução de

problemas descontextualizados do cotidiano do estudante, podemos

observar dois problemas: o educando reduz sua motivação por não

identificar na Física o seu perfil social. Como pode ser observado mais a

frente no anexo 1, o argumento usado pelos estudantes “... a física é

chata...” , muito provavelmente, durante o período de construção desse

educando, o professor focou uma prática da pedagogia tradicional de

exposição de conteúdos e resoluções de exercícios sem relação com o

cotidiano.

Provavelmente, o outro problema, trata-se de algo mais sutil e de grande

repercussão na sociedade. A reafirmação de preconceitos, injustiças e a

perda de foco da arte de pensar, sendo supervalorizado a “decoreba” ao

invés do questionamento. Essa outra característica da descontextualização

23

do ensino de Física, se reflete não na formação do cidadão, mas sim em um

indivíduo desconectado com as relações de causa e efeito não só das leis

naturais, mas sociais também, provavelmente por sua construção ao invés

de motivar à pensar, conforma o indivíduo a ter concepções desconectadas

com a totalidade, promovendo a valorização do senso comum.

Segundo (TALIM, 2008)

O objetivo da educação é hoje melhor concebido como

sendo ajudar aos alunos a desenvolver habilidades

intelectuais e estratégias de aprendizagem. Estas são

necessárias para que os alunos se tornarem aptos e auto-

suficientes na procura e seleção das informações

relevantes, e para que adquiram conhecimentos

necessários para pensarem produtivamente e criativamente

sobre historia, ciências e tecnologia, fenômenos sociais,

matemática e artes. O significado de conhecer mudou então

de ser capaz de relembrar e repetir informações para ser

capaz de encontrá-las e usá-las. (p. 2)

O autor mostra que a motivação dos educandos a serem auto-suficientes,

por meio do trabalho com os conteúdos, permite com que o eles estejam

aptos a selecionar, em um espaço vasto de informações, as mais

significativas, confiáveis e relevantes, com o objetivo de se construir e a

pensarem de forma criativa.

Quando se abre mão desses valores, o que provavelmente ocorre é a perda

de significado dos métodos e a inversão dos valores educacionais, onde são

confundidos os critérios e métodos se tornando aliados na construção do

senso comum.

De acordo com (OLIVEIRA, 2007), “Verificamos, ainda, um distanciamento

(isolamento) entre o corpo técnico e os acontecimentos que ocorrem em

sala de aula, raramente ocorre comunicação entre os alunos e corpo

24

técnico.” (p. 4). A subsidiação da avaliação no ensino de física precisa ser

visto como algo que deve passar por toda a estrutura organizacional

escolar.

Segundo OLIVEIRA (2007) é necessário um repensar, afim de agir em

pontos necessários que interferem no processo ensino-aprendizagem e na

subsidiação por parte da equipe de gestores. Para tal, o autor sugere

algumas avaliações diagnósticas institucionais que norteariam as ações

pedagógicas de professores, assim como os gestores.

As avaliações com foco nos gestores corresponderiam aos seguintes

questionamentos

• Qual a importância da avaliação para a educação?

• Como é que o corpo técnico procede quando se é

identificado problemas no desempenho dos alunos a

partir dos resultados das avaliações?

• Como os alunos são avaliados?

• Como se sabe que esse tipo de avaliação é eficiente

para a formação dos alunos? (OLIVEIRA, opt. cit. p. 2)

Já para os professores, as avaliações possuiriam outros critérios

• “Qual o método avaliativo empregado em seu

trabalho?

• Quando a maioria dos alunos “fracassam” numa

prova como é feito o procedimento para ajudar-los a

se recuperarem?

• Há alunos desinteressados pela sua disciplina, como

você orienta esses alunos?

• A utilização de novas atividades contribuiu para se

melhorar a qualidade de aprendizagem dos alunos?.”

(OLIVEIRA, ibidem).

25

Como toda avaliação, os critérios devem ser estabelecidos de acordo com

as necessidades de cada instituição escolar. Os resultados servem tanto

para uma avaliação institucional, com o objetivo do administrador escolar

estabelecer diretrizes e permitir uma melhor tomada de decisão, quando

para a construção e reavaliação dos planejamentos políticos-pedagógicos

da escola.

26

CAPÍTULO II

A GESTÃO E A ESCOLA

2.1 Conceito de gestão

Segundo o dicionário Aurélio, gestão é o ato de gerir; gerência,

Administração.

A gestão é tratada como a reunião de ações e atividades dirigidas para a

administração de uma organização utilizando técnicas e metodologias para

atingir seus objetivos eficientemente, eficazmente e com responsabilidade

social.

A escola, como toda uma organização, necessita para seu funcionamento, o

cumprimento eficaz e eficiente de seus objetivos, composta pela gestão de

seus recursos financeiros, instrumental e pessoal.

Segundo LEITE (2009)

A Comunicação Interna são as interações, os processos de

trocas, os relacionamentos dentro de uma empresa ou

instituição. Também chamada de Endocomunicação, a

Comunicação Interna é responsável por fazer circular as

informações, o conhecimento, de forma verticalmente, ou

seja, da direção para os níveis subordinados; e

horizontalmente, entre os empregados de mesmo nível de

subordinação. (p.2)

A Comunicação é um dos aspectos mais observáveis, no que tange a

gestão de pessoas. Signos, significados e informação permite a construção

do saber e a (des-)construção de mitos, ou paradigmas que dificultam o

proceso ensino-aprendizagem.

27

A essência do papel do administrador é atingir resultados por intermédio das

pessoas que, por ele, estão coordenadas. (LACOMBE, 2003, p.4)

Administrar é manter coesa as organizações em questão, mantendo todos

seus setores em atividade. (DRUCKER, 1998, p. 2)

Deve-se ter em mente, quando se refere à eficiência, enfatiza-se a maneira

de fazer bem e corretamente as coisas e quando se refere à eficácia,

enfatiza-se atingir objetivos e resultados. (BARNARD, apud CHIAVENATO,

2004. p.6)

Com base nesses conceitos principais, pode-se observas as primeiras

ações do gestor administrativo que por intermédio de sua capacidade de

gestão de pessoas, consegue obter os resultados esperados.

Muitos equívocos são observados quando se trata do termo “administração”

no âmbito escolar. Segundo TEIXEIRA (1961)

Há uma administração que seria, digamos, mecânica, em

que planejo muito bem o produto que desejo obter, analiso

tudo que é necessário para elaborá-lo, divido as parcelas de

trabalho envolvidas nessa elaboração e dispondo de boa

mão-de-obra e boa organização, entro em produção. É a

administração da fábrica. É a administração, por

conseguinte, em que a função de planejar é suprema e a

função de executar, mínima. (p.2)

28

Observa-se neste caso uma administração dedicada à produção e,

necessariamente, pautada na execução de tarefas. Todos os passos

necessários para o cumprimento de um objetivo, a viabilidade, o custo-

benefício etc, com a máxima eficiência e qualidade exige do administrador

um forte enfoque no planejamento como a máxima expressão do termo

“administrar”.

Porém, de acordo com TEIXEIRA (ibidem)

E há outra administração [...] muito mais difícil. Seu melhor

exemplo é o da Administração dos hospitais, em que a

grande figura é, digamos, a do cirurgião; o administrador é

apenas o homem que dispõe o hospital nas condições mais

favoráveis possíveis para que o cirurgião exerça com a

maior perfeição possível a sua função. Êste é também o

caso da educação. (p.2)

Quando se trata do âmbito educacional, planejar para a execução de tarefas

eficientes, não atende à demanda social. Para o papel social da escola é

necessária uma administração menos tarefeira e mais metodológica, no que

diz respeito aos métodos utilizados no processo-ensino aprendizagem.

É observada, na citação, a comparação do sistema administrativo hospitalar

com a educação. A analogia empregada na análise dos dois sistemas

administrativos é devido à semelhança na complexidade e na ação

subsidiadora empregada a fim de promover as situações mais favoráveis

possíveis para a maximização do desempenho na função do profissional.

TEIXEIRA (ibidem), cita que

29

Administração da escola é também aquela na qual o

elemento mais importante não é o administrador, mas o

professor. Enquanto na fábrica o elemento mais importante

é o planejador, o gerente, o staff, na educação, o elemento

mais importante é o professor. Se êste professor é homem

de ciência, de alta competência, e a sua escola é pequena,

pode realizar a função de ensinar e a de administrar.

Organiza a sua classe, administra a sua classe, faz os

trabalhos necessários para que o ensino se faça bem.

Observa-se na passagem acima que o administrador escolar, tanto pode

exercer única e exclusivamente a função de subsidiar todas as condições

favoráveis para a atuação do professor, porém, quando se trata de uma

escola cuja estrutura é pequena, o princípio do trabalho educacional

administrativo pode ser usado pelo próprio professor, onde, com a aplicação

de técnicas como organização, planejamento etc, sua prática docente seria

cada vez mais eficiente.

Segundo Chiavenato (ibidem)

De um modo geral, as organizações são entidades que

perseguem objetivos, buscando melhorar a si mesmas

através do tempo e de várias e diferentes maneiras. Os

objetivos têm uma importância muito grande devido às

mensagens internas e externas que enviam às pessoas.

Essas mensagens afetam audiências internas e externas e

proporcionam benefícios para a organização. (p.229)

30

Com base nesta citação, pode-se observar o indivíduo inserido em sua

organização por duas vertentes. O primeiro é o indivíduo na busca para

alcançar os objetivos organizacionais como produtividade, qualidade

redução de custos e lucratividade (no caso de uma empresa). Por outro

lado, observa-se um indivíduo na busca dos objetivos individuais como

maior salário, promoção pessoal, prestígio pessoal e segurança no trabalho.

Com base neste ponto de vista, a eficácia é algo a ser atingido pela

organização, no entanto a reunião dos objetivos pessoais dos indivíduos

formadores dessa organização, exige das atividades, uma condução

eficiente.

A ação gestora, pautada na mediação, aumenta a coesão dos indivíduos.

Essa coesão, tão importante para atingir os objetivos comuns da

organização, se dá dentro de um ambiente complexo onde essas inter-

relações de funções, contribui para o alcance dos objetivos.

Segundo Maximiano (1991)

uma organização é uma combinação de esforços individuais

que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. Por

meio de uma organização torna-se possível perseguir e

alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa.

Uma grande empresa ou uma pequena oficina, um

laboratório ou o corpo de bombeiros, um hospital ou uma

escola são todos exemplos de organizações. (p.38)

Segundo CHIAVENATO (op. cit. p.283), o termo organização remonta dois

significados importantes e indissociáveis: Um deles é a organização pela

visão de unidade ou entidade social, onde ocorre à interação de pessoas na

objetivação de ideais comuns, e o outro significado está relacionado à

31

função administrativa em um processo administrativo, onde são pertinentes

a organização, a estruturação, a integração de recursos e o estabelecimento

de relações entre os órgãos administrativos relacionados.

A gestão é um fator complexo possuidor de diversas vertentes. Para se

entender o que é gestão escolar, antes se precisa observar a organização

de uma escola como uma estrutura complexa, formada por corpo docente,

corpo discente, funcionários, a comunidade, a administração superior e a

legislação. (SANTOS, 2002. p.15)

32

CAPÍTULO III

A SUBSIDIAÇÃO PELA AVALIAÇÃO

3.1. Proposta de possibilidades de subsidiação do processo

ensino-aprendizagem mediante a avaliação dos alunos de

Física, pelo professor

Antes de traçar as possibilidades de como a avaliação pode subsidiar ao

processo ensino-aprendizagem de Física, faz-se necessário a compreensão

do conceito da estrutural organizacional.

Segundo Vasconcellos (2002), a estrutura organizacional pode ser definida

como resultado de um processo através do qual a

autoridade é distribuída, as atividades desde os níveis mais

baixos até a Alta Administração são especificadas e um

sistema de comunicação é delineado permitindo que as

pessoas realizem atividades e exerçam autoridade que lhes

compete para o atingimento dos objetivos organizacionais.

(p. 3)

Com base nessa citação, pode observar que a delegação de atividades

pautada na autoridade3 , permite o melhor cumprimento das funções rumo à

objetivação das metas organizacionais. Ao observar a estrutura

organizacional escolar, pode-se traçar uma analogia com cada uma de suas

partes, onde a eficácia é responsabilidade de todos envolvidos no processo.

Existem diversos modelos de estrutura organizacional. Dentre eles o modelo

básico simulando uma pirâmide, onde o topo é chamado de nível

3 Deve-se diferenciar os termos autoridade de autoritarismo. O exercício da Autoridade é oposto ao autoritarismo. A autoridade é antes de qualquer coisa o exercício da experiência.

33

institucional, ocupados pelos presidentes e diretores, o mediano, de níveis

intermediários, ocupados pelos gerentes. O tronco de pirâmide, de nível

operacional, composto pelos supervisores e a base retangular

responsabilizada pela execução, compostas dos funcionários e operários.

(CHIAVENATO, op. cit., p. 288)

Segundo Chiavenato (2004. p. 287) “A estrutura organizacional funciona

como a espinha dorsal da organização, o esqueleto que sustenta e articula

suas partes integrantes ”.

Com base nas afirmações de Chiavenato, e com as devidas considerações

da estrutura organizacional pedagógica, fazem-se necessário superar as

estruturas organizacionais clássicas, estáticas e burocráticas devido à

amplitude administrativa inerente a sua estrutura, promovendo as mudanças

que seguem uma visão mais moderna no que diz respeito às teorias de

administração.

Segundo Santos (2002)

É preciso assumir o planejamento participativo e situacional

[...] A mudança deve ser embasada nas modernas teorias

de administração, com ênfase na liderança, na tomada de

decisões, nas estratégias e na flexibilidade e autonomia da

escola. O humanismo organizacional, a gestão de qualidade

e a liderança situacional podem provocar as mudanças

necessárias no interior da escola. No novo tipo de gestão

devem prevalecer a liderança, a participação, a criatividade,

a iniciativa, a cooperação, a motivação. A educação escolar

é algo muito séro para ser administrado com autoritarismo,

improvisação, o que a leva para a estagnação e o

conformismo. (p. 27)

34

Com base nas presentes citações, a subsidiação do processo-ensino

aprendizagem por meio da avaliação seria a utilização de instrumentos de

avaliação de forma estratégica, flexível e situacional. É necessária toda a

estrutura da organização educacional servir como espinha dorsal desse

processo, incluindo os resultados obtidos a fim de favorecerem tomadas de

decisões significativas e flexíveis, na construção do projeto político-

pedagógico e nas resoluções de problemas relacionados à construção do

conhecimento.

Visando validar a proposta da avaliação como subsidiadora no processo

ensino-aprendizagem de Física, desenvolveu-se um trabalho com uma

turma de cinco alunos (aluno A, aluno B, aluno C, aluno D e aluno E), do

segundo ano do Ensino Médio da Escola X, que teve seu período

interrompido pela desistência de seu professor Física, no início do mês de

Agosto deste ano de 2009.

Como mencionado no item 1.2, os registros de avaliação são a base da

avaliação sumativa, descrevendo toda a evolução no processo de

construção do conhecimento do aluno. Com o objetivo de diagnosticar, não

só o perfil dos educandos, mas também, as principais dificuldades da turma,

o anexo 1 representa os primeiros indícios de como iniciar as estratégias

pedagógicas, não pelos gestores escolares, mas principalmente pelo

professor, a fim de quebrar paradigmas, afastando-se da visão arbitrária e

sentenciativa e resgatando a avaliação como algo indissociável da

aprendizagem (HOFFMANN, op. cit. p. 12).

No primeiro dia de aula do professor substituto, a coordenação comentou o

ocorrido ao professor. Este, antes de começar a trabalhar os conteúdos,

decidiu liderar uma entrevista coletiva e informal em sala de aula, com o

intuito de entender as principais dificuldades enfrentadas pelos educandos

até o presente momento, sondando ate que ponto a disciplina tinha sido

lecionada, qual era o ponto de vista deles em relação à Física e,

35

principalmente, observando o comportamento da turma em relação “ao

novo”. O diálogo foi difícil, devido à timidez e insegurança dos educandos.

Algo já esperado para um primeiro dia de aula.

O professor substituto, na conversa com a coordenadora da escola, já tinha

feito um levantamento, os dados sobre os conteúdos trabalhados ao curso

de Física, para o para o segundo ano do ensino médio, e como tinham sido

alcançados. O último conteúdo lecionado foi Calorimetria, no que diz

respeito à dilatação dos corpos. A sugestão da coordenadora era de voltar

um pouco na matéria, pois os alunos, devido à falta de liberdade com o

professor anterior, freqüentemente se queixavam a ela.

O professor substituto começou o curso de Física II com a observação e um

diálogo próximo à realidade dos alunos, atuando com base nesse

levantamento prévio, com objetivo de fazer com que os educandos se

expusessem. Era sabido por toda a estrutura do colégio que os alunos não

poderiam perder mais tempo devido o imprevisto apresentado. No mesmo

dia de aula que os educandos participaram, sem saber, da entrevista

coletiva e informal disfarçada de “primeiro dia de aula”.

O professor substituto somente com uma conversa descontraída e próxima

do vocabulário dos educandos, sem a utilização do quadro negro ou outro

recurso visual sofisticado, começou a utilizar casos do cotidiano a fim de

trabalhar com os conceitos, na ordem dos seguintes tópicos introdutórios:

1. Os estados de Agregação da matéria;

2. Energia térmica. Calor;

3. Termologia: aspectos macroscópicos e microscópicos;

4. Noção de temperatura;

5. Conceito de Pressão;

6. Pressão em um líquido. Teorema de Stevin;

7. Pressão atmosférica: Unidades práticas de pressão.

36

Sem os alunos saberem, toda a aula foi direcionada não com o enfoque nos

conteúdos, mas principalmente com o intuito de saber se os educandos

compreenderam efetivamente essa aula já dada pelo professor anterior.

Através do instrumento de avaliação observação, foram diagnosticadas as

seguintes dificuldades:

a) Construção inadequada dos conceitos fundamentais dos tópicos;

b) Vocabulário ainda muito enraizado com o senso comum;

c) Pouca participação da turma;

d) Desinteresse pelo assunto;

e) Analogias de fenômenos de forma equivocada.

Todo os conceitos foram trabalhados, sem a exposição tradicional de

conteúdos. O maior objetivo da utilização do tempo de aula foi avaliá-los a

todo o instante, baseado em estímulos, respostas, construções e (des-)

construções de idéias pré-concebidas diagnosticadas.

Ao final da aula, foi sugerido um trabalho de pesquisa complementar de com

o intuito de motivá-los à pesquisa. O objetivo específico do trabalho foi,

através da pesquisa, encontrar e descrever com as próprias palavras, os

outros estados da matéria além do sólido, líquido e gasoso, e levar na

próxima aula por escrito. Os resultados teste trabalho estão no anexo 2.

Os objetivos gerais e específicos deste trabalho foram:

a) contribuir para a construção de um vocabulário científico com

base no incentivo à leitura de textos baseados nos tópicos da

aula;

b) diagnosticar o poder de síntese dos educandos e

conseqüentemente o relato com as próprias palavras;

37

c) construção de cultura científica sem a necessidade de

ferramentas de matemáticas elaboradas;

d) diagnosticar o cumprimento das tarefas dentro dos prazos

estabelecidos;

e) enfatizar os conceitos físicos como algo pertinente ao cotidiano

dos educandos;

f) e principalmente, servir de tema-base para o entendimento dos

conceitos até então não muito bem compreendidos.

Com base nessa proposta da avaliação, como subsidiadora do processo

ensino-aprendizagem, foi possível, em sala de aula, trabalhar com os

materiais encontrados por eles, a fim de esclarecer as dúvidas da pesquisa,

explicar com mais detalhes o que não foi possível ser encontrado e traçar

paralelos com situações cotidianas cujos fenômenos podem ser observados.

Os resultados das fichas de avaliação, segundo o conceito de avaliação

sumativa descrito no item 1.2, é mostrado no anexo 1. São resultados de

uma observação não burocrática, que provavelmente, engessaria possíveis

interpretações e conseqüentemente as medidas de subsidiação, como por

exemplo, a reestruturação de políticas pedagógicas com objetivo de

potencializar a construção do conhecimento.

Através dos dados obtidos, pode-se resgatar a inclusão dos alunos no

processo de aprendizagem, tendo em vista que, mesmo aqueles alunos que

não fizeram a pesquisa, participaram do trabalho com os resultados dos

colegas e se mostraram participativos e motivados.

Ao final do trabalho foi enfatizado pelo professor que o maior objetivo da

pesquisa não era atribuir-lhes uma nota classificatória e sim promover um

trabalho diferente e prazeroso, onde eles pudessem aproveitar e expor suas

dúvidas sobre os temas trabalhados em sala. Muitos deles, depois expôs

esse posicionamento, brincaram com as afirmações: “...se nós

38

soubéssemos disso antes, faríamos o trabalho sem se preocupar...”,

deixando claro que a avaliação era vista por eles como algo desconfortável

e condizente com o que é falado nas literaturas sobre o assunto.

Os dados, como pode ser observado nos anexos, 1 e 2, foram

encaminhados para a coordenadora com o intuito de debatermos os

métodos utilizados pelo professor anterior e compararmos com os

resultados obtidos, mediante a prática avaliativa como processo

indissociável ao aprendizado.

Foi visto que os dados podem ser perfeitamente utilizados como material

para a construção do projeto político pedagógico, o que é de extrema

importância, embora a escola ainda não tivesse esse projeto bem definido.

Neste caso, a avaliação cumpre um papel de suma importância nessa

construção, onde o PPP surgiria de forma técnico-pedagógica e político-

científica, com poucas alterações a serem feitas ao longo do ano.

A construção do PPP com base nos dados de avaliação, a fim de realizar os

objetivos da LDB 9394/96, dispõe sobre a integração do indivíduo na

sociedade como um ser crítico, autônomo e criativo, para tal, é necessária a

realização de ações como planejar, re-planejar, avaliar, experimentar e

optar, entre alternativas acopladas no tempo e no espaço, com o propósito

de interação com outros educandos e auxiliar na construção de

competências.

39

CONCLUSÃO

A essência da avaliação foi re-lida, baseada nas principais literaturas sobre

o tema, como algo indissociável, não dicotômico ao processo ensino-

aprendizagem. O grande trabalho travado por alguns educadores, consiste

no resgate do significado da avaliação, contribuindo para a desmistificação

deste processo como uma ação punitiva, classificatória, sentenciativa e

propiciadora de injustiças sociais pautadas na segregação e pré-conceitos.

Para tal, foi necessária a compreensão do âmbito escolar como uma

estrutura organizacional, complexa, possuidora de um compromisso social.

Uma organização, devido o grau de complexidade e as inter-relações de

funções, visando atingir um objetivo comum, necessita da iniciativa do

gestor como presença agregadora, mediando a coesão dos indivíduos

pertencentes a esta mesma organização.

Foi observado que a escola, como toda organização, possui aspectos

importantes para seu funcionamento e o cumprimento eficaz e eficiente de

seus objetivos, pautado na gestão de seus recursos financeiros, pessoal e

instrumental.

No que tange a gestão de pessoas, um dos aspectos da organização

escolar mais nítido é a comunicação. É por signos, significados e

informação que se permite a construção do conhecimento e a des-

construção de mitos ou outras formas de paradigmas que obstaculizam a

autopoiése também pertencente ao processo ensino-aprendizagem.

É com base nas diferenças entre as instituições, nas diversas tipologias de

amplitude administrativa, que vai do alvo (sociedade representada pelo

educando) até o subsidiador (sociedade subsidiadora representada pelo

Diretor), nas dificuldades analisadas mediante a aplicação de instrumentos e

sub-instrumentos de avaliação, como a observação, questionários, provas e

40

atividades de pesquisas escolares complementares realizadas, conclui-se

que a avaliação é uma ferramenta agregadora no processo de construção

do conhecimento.

O principal motivo do uso da avaliação como instrumento subsidiador e

pertinente ao processo ensino-aprendizagem é propiciar o retorno

necessário na comunicação educador-educando. A importância desse

método é evitar com que os ruídos da comunicação como, aspectos

emocionais, fatores culturais, limitações naturais devido a pouca experiência

do educando, choque de gerações etc, influencie negativamente na

construção de conhecimento baseado na compreensão dos conteúdos e

analise crítica da realidade.

Confirma-se que é possível, baseado nas literaturas e atividades realizadas,

que se houvesse uma proposta de avaliação do processo ensino-

aprendizagem diferenciada e, implementada pelo professor/gestor, se

poderá reverter o insucesso da aprendizagem dos alunos da disciplina de

Física e, o melhor acompanhamento do processo ensino-aprendizagem

para os alunos do segundo ano do ensino médio, com base nos dados

obtidos com os diversos instrumentos de avaliação trabalhados e a

utilização de metodologias alternativas necessárias, retornando aos

educandos como estratégias pedagógicas inclusivas, pautadas nas

experiências adquiridas ao longo do processo educacional.

É de grande relevância quando, a subsidiação do processor ensino-

aprendizagem pode ser vista por meio da atuação do professor/gestor,

suprindo muitas vezes, com a falta de uma estrutura organizacional

eficiente, onde o professor/gestor seria por ele mesmo, a representação

dessa estrutura (TEIXEIRA, 1961, p. 2).

41

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 – Fichas de avaliação.....................................................................30

Anexo 2 - Trabalho de pesquisa complementar...........................................40

42

ANEXO 1

FICHAS DE AVALIAÇÃO

Aluno A

Foi observado que o aluno A freqüenta as aulas regularmente, porém se

mostra sempre desinteressado, pelos conteúdos e debates em sala de aula.

Sua postura em sala é cabeça baixa, boné na cabeça, tampando as vistas e

só se manifesta algumas vezes e mesmo assim muito pouco, quando

estimulado pelo professor e por seus colegas com temas como futebol e

festas.

Devido sua baixíssima interação com a turma, pouco retorno se teve a

respeito de suas dificuldades sobre os conteúdos. Foi visto por outros

professores distúrbios de aprendizado. Na maioria das vezes é ignorado

pela equipe da escola.

Aluno B

Foi observado que o aluno B é um aluno interessado, pouco participativo,

porém quando estimulado, deixa o nervosismo “falar mais alto”, o que

compromete sua participação e sua contribuição às discussões das aulas.

Possui um caderno organizado e freqüentemente consultado por ele.

Aluno C

Foi observado que o aluno C é interessado, só participativo quando

estimulado. Tímido, poucos retornos são dados. Com isso só se tem uma

noção efetiva de suas dificuldades quando acompanhado.

43

Aluno D

Foi observado que o aluno D é muito participativo. Apesar de seu

vocabulário pouco técnico, provavelmente devido a baixa cultura científica,

faz perguntas muito pertinentes aos temas abordados em sala de aula,

agregando valores e permitindo a maior dinamização dos temas discutidos

em sala de aula.

Foram observadas na turma, dificuldades a respeito de conceitos primários

de Estados de Agregação da Matéria, Teorema de Stevin, conceito de calor,

de Temperatura e de Pressão. Além das dúvidas pertinentes aos conteúdos,

os alunos apresentaram dificuldade em memorização, dificuldade em

síntese de textos, e pouca visão espacial. Foi observado que apesar da

interação existentes entre eles no cotidiano, essa característica não foi o

suficiente para que pudesse ser utilizada em sala de aula a fim de

possibilitar o aprendizado em grupo.

O interesse pela Física é pouco relevante, sendo alegado que física é chata,

segundo as palavras deles.

Foi observado falta de disciplina no que diz respeito a horários.

44

ANEXO 2

TRABALHO DE PESQUISA COMPLEMENTAR

Aluno A

Não entregou o trabalho. Alegou que o aluno B não marcou com ele para

auxiliá-lo

Trabalho do Aluno B2

“ O plasma

O plasma é o caso onde a temperatura é tão alta que não existem mais

átomos, mas sim apenas uma sopa de íons, pois todos os elétrons, prótons

e nêutrons foram arrancados de perto do núcleo de tão intensa que é a

agitação molecular devida à temperatura.

O zero absoluto

O zero absoluto é apenas um estado teórico, já que a temperatura de zero

kelvins é impossível de ser atingida, no entanto supõe-se que à temperatura

de zero absoluto, não haveria movimento de prótons, elétrons ou nêutrons

em torno de um núcleo.”

Trabalho do Aluno C3

“ Em física, plasma é denominado o quarto estado da matéria. Difere-se dos

sólidos, líquidos e gasosos por ser parcialmente um gás ionizado, porém,

em uma certa proporção, ainda existem elétrons livres que circulam entre os

2

Fonte utilizada pelo aluno B no trabalho: http://www.forum-impacto.com/demais-assuntos-f12/os-cinco-estados-da-materia-t495.htm e http://www.revistapascal.com.br/beta/?col=120

3 O Fonte utilizada pelo aluno C no trabalho: http://wapedia.mobi/pt/Plasma e

http://pt.wikipedia.org/wiki/Condensado_de_Bose-Einstein

45

átomos e moléculas. Essa pequena diferença de carga torna o plasma

eletricamente condutível, fazendo com que ele tenha uma forte resposta a

campos eletromagnéticos. Por ser, na maior parte, constituídos por átomos

ionizados e elétrons, sua distribuição média é quase-neutra (concentrações

de íons positivos e negativos praticamente iguais) possuindo assim um

comportamento coletivo.

O Condensado de Bose-Einstein é uma fase da matéria formada por

bosões a uma temperatura muito próxima do zero absoluto. Nestas

condições, uma grande fracção de átomos atinge o mais baixo estado

quântico, e nestas condições os efeitos quânticos podem ser observados à

escala macroscópica. A existência deste estado da matéria como

consequência da mecânica quântica foi inicialmente prevista por Albert

Einstein em 1925, no seguimento do trabalho efectuado por Satyendra Nath

Bose. O primeiro condensado deste tipo foi produzido setenta anos mais

tarde por Eric Cornell e Carl Wieman em 1995, na Universidade de Colorado

em Boulder, usando um gás de átomos de rubídio arrefecido a 170

nanokelvins (nK).”

Trabalho do Aluno D4

“O Condensado de Bose-Einstein é uma fase da matéria formada por

bosões a uma temperatura muito próxima do zero absoluto. Nestas

condições, uma grande fracção de átomos atinge o mais baixo estado

quântico, e nestas condições os efeitos quânticos podem ser observados à

escala macroscópica. A existência deste estado da matéria como

consequência da mecânica quântica foi inicialmente prevista por Albert

Einstein em 1925, no seguimento do trabalho efectuado por Satyendra Nath

Bose. O primeiro condensado deste tipo foi produzido setenta anos mais

4 Fonte utilizada pelo aluno D no trabalho: http://pt.wikipedia.org/wiki/Condensado_de_Bose-Einstein,

http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20081216195948AA2zukV,

http://pt.wikipedia.org/wiki/Condensado_fermi%C3%B4nico

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=010115070521.

46

tarde por Eric Cornell e Carl Wieman em 1995, na Universidade de Colorado

em Boulder, usando um gás de átomos de rubídio arrefecido a 170

nanokelvins (nK).

plasma é denominado o quarto estado da matéria. Difere-se dos sólidos,

líquidos e gasosos por ser um gás ionizado, constituídos por átomos

ionizados e elétrons em uma distribuição quasi-neutra (concentrações de

íons positivos e negativos praticamente iguais) que possuem

comportamento coletivo.

Superfluido de polaritons - Este estado da matéria até agora desconhecido,

batizado de superfluido de polaritons, introduz um método radicalmente

novo tanto para mover energia de um ponto a outro, quanto para gerar um

feixe de luz coerente - um laser - utilizando uma quantidade muito pequena

de energia.

Os polaritons foram capturados na forma de um superfluido no interior de

estruturas ópticas construídas em camadas, cada uma medindo poucos

nanômetros de espessura. Nos superfluidos - e nos seus equivalentes

sólidos, os supercondutores - a matéria se consolida para agir como uma

única onda de energia, e não como partículas individuais.

Nos supercondutores, é esse comportamento que permite o fluxo perfeito da

eletricidade. No novo estado da matéria agora demonstrado, o

comportamento de onda ocasiona a geração de um feixe puro de luz, similar

ao de um raio laser, mas muito mais eficiente em termos de energia.

Os supercondutores e os superfluidos tradicionais exigem temperaturas

extremamente baixas para funcionar. O superfluido de polaritons é estável a

temperaturas bem mais altas e os cientistas acreditam que brevemente será

possível demonstrar seu funcionamento em temperatura ambiente.

O material ainda está longe de uma aplicação prática, podendo ser

observado apenas em condições muito controladas no interior de um

laboratório. Para aprisionar os polaritons, os cientistas utilizaram uma

47

técnica similar àquela utilizada para a demonstração de um superfluido

composto por átomos em estado gasoso - o conhecido condensado de

Bose-Einstein, que valeu o Prêmio Nobel de Física para três cientistas em

2001.”

Aluno E

Não realizou o trabalho por motivos de viagem.

48

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

AREA, Projecto de investigação: A avaliação reguladora no ensino e

aprendizagem. Disponível em: http://area.fc.ul.pt/pt/. Acesso em: 15 de ago

2009.

CHIAVENATO, I., Administração nos Novos Tempos. São Paulo:

Campus, 2004. 648p.

DRUCKER, F, A Profissão de Administrador. São Paulo: Pioneira

Thompson Learning, 1998. 220p.

LACOMBE, F. J.M.; Heilborn, G.L.J. Administração: princípios e

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51

ÍNDICE

INTRODUÇÃO................................................................................................8

CAPÍTULO I....................................................................................................9

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE AVALIAÇÃO

1.1 – Conceito de avaliação.................................................................9

1.2 – Os diferentes tipos de avaliação...............................................14

1.3 - As causas do insucesso dos alunos de Física do segundo ano

do ensino médio, no processo ensino-aprendizagem...................................21

CAPÍTULO II.................................................................................................26

A GESTÃO E A ESCOLA

2.1 – Conceito de Gestão.................................................................. 26

CAPÍTULO III................................................................................................32

A SUBSIDIAÇÃO PELA AVALIAÇÃO

3.1 – Proposta de possibilidades de subsidiação do processo de

avaliação dos alunos de Física, pelo professor............................................32

CONCLUSÃO.............................................................................................. 39

ANEXOS.......................................................................................................41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA...................................................................48

BIBLIOGRAFIA CITADA...............................................................................49

ÍNDICE..........................................................................................................51