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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO SUPERVISOR EDUCACIONAL NA ANÁLISE E INTERVENÇÃO DO FRACASSO ESCOLAR Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Administração e Supervisão Escolar Por: Adriana da Silva Costa Vicente

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO SUPERVISOR

EDUCACIONAL NA ANÁLISE E INTERVENÇÃO DO FRACASSO

ESCOLAR

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Administração

e Supervisão Escolar

Por: Adriana da Silva Costa Vicente

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR

NA ANÁLISE E INTERVENÇÃO DO FRACASSO ESCOLAR

Por: Adriana da Silva Costa Vicente

Orientador

Profª Mary Sue Pereira

Niterói

2011

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AGRADECIMENTOS

Ao Joaquim, Carolina e Vinicius, pelo

apoio recebido, dispensando todo

carinho, compreensão e incentivo

nessa minha nova busca profissional.

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DEDICATÓRIA

Dedico a Deus, pela força espiritual nos

momentos difíceis, aos meus pais pelo

que sou hoje, a minha família pelo

caminhar juntos não me deixando

desanimar.

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RESUMO

O fracasso escolar é o sintoma da crise educacional brasileira,

configurando-se em uma questão preocupante para educadores. Sendo assim,

esta pesquisa inicialmente retrata a evolução da educação numa retrospectiva

histórica do fracasso escolar no Brasil, possibilitando compreender a amplitude

desta questão. Cita a importância de refletir sobre a necessidade de

transformar os fatores e relações intra-escolares, como condição necessária

para minimizar o fracasso escolar possibilitando a escola o cumprimento pleno

do seu verdadeiro papel que é o de criar condições para o êxito do aluno frente

à aprendizagem escolar. Busca analisar o papel do supervisor escolar frente ao

fracasso escolar, sua contribuição e investigação dos processos que

impossibilitam a aprendizagem. Aborda também como este profissional pode

atuar na prevenção do insucesso escolar tornando-se um agente de

transformação auxiliando na formação de indivíduos mais atuantes e pensantes

dentro da sociedade.

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METODOLOGIA

O trabalho foi desenvolvido através da leitura de várias fontes de

pesquisa que auxiliaram a análise do objeto de estudo. Para fundamentação

teórica houve a leitura de vários livros de autores conceituados que abordam o

tema do trabalho. Foram utilizadas também pesquisas de leis e artigos

relacionadas a educação.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Evolução da Educação numa 11

Retrospectiva Histórica do Fracasso Escolar no Brasil

CAPÍTULO II - Análise do Fracasso Escolar: 19

Fatores e Relações Intra- Escolares CAPÍTULO III – O Supervisor Educacional e suas 28

Contribuições frente ao Fracasso Escolar

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38

ÍNDICE 40

FOLHA DE AVALIAÇÃO 41

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INTRODUÇÃO

O objeto de estudo deste trabalho nasceu a partir da necessidade de se

pesquisar as origens do fracasso escolar, traduzindo a supervisão escolar

como potencial de análise e intervenção.

A supervisão escolar, como campo de construção interdisciplinar, vem

contribuir para a precisão de uma abordagem mais completa e efetiva sobre o

insucesso escolar auxiliando a compreensão e atuação nos impedimentos de

aprendizagem.

A problemática dos alunos que não conseguem alcançar a

aprendizagem dos conteúdos formais, na maioria das vezes, não é solucionada

dentro da escola pelo professor ou equipe gestora, e sim por profissionais

desvinculados da prática pedagógica.

A necessidade de uma intervenção eficaz para o enfrentamento do

fracasso escolar é verdadeiro e eminente, o que faz aumentar a procura de

subsídios na atuação do Supervisor Educacional.

É evidente que existem fatores externos à escola que, de certa forma,

podem provocar conseqüências na aquisição da aprendizagem em alguns

alunos, tais fatores apresentam uma perspectiva ampla e permeiam os demais

(intra-escolares e individuais do aluno); uma vez que abrangem o

funcionamento da sociedade, sua cultura, estruturação política, economia e as

demais instâncias que nos cercam.

Nos últimos anos, a pesquisa em relação à escola tem tomado novas

abordagens, porém as características da clientela que continuam sendo

ressaltadas são as mesmas dos anos 70, mais especificamente na teoria da

carência cultural.

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9Hoje já é realidade o aumento do número de vagas nas escolas,

garantindo o acesso de grande parte da população brasileira à educação, mas

ainda não houve a melhoria da qualidade de ensino, acarretando, até os dias

atuais, altos índices de exclusão escolar provocados pela evasão e repetência

que são fontes geradoras do fracasso escolar.

Na busca da qualificação em novas propostas de ensino, devem ser

levado em consideração questões que poderiam ocasionar esse fracasso: o

posicionamento da própria unidade escolar por não se adaptar ao aluno, a

adequação dos verdadeiros objetivos escolares, se a escola está realmente

interessada no desenvolvimento cognitivo, afetivo e social do aluno. Pode-se

também considerar as questões ligadas ao distanciamento cultural dos temas

explorados, à linguagem do professor e ainda à metodologia adotada.

As questões levantadas levam a pensar na importância do Supervisor

Educacional no campo da análise e intervenção no fracasso escolar.

Para melhor entendimento, foi traçado inicialmente uma retrospectiva do

fracasso escolar no Brasil, proporcionando uma melhor compreensão da

extensão deste tema e a necessidade em abordá-lo de modo ético. Os fatores

e relações intra- escolares são abordados neste trabalho, pois uma das

particularidades das investigações do fracasso escolar é acrescida com a

pesquisa da participação do próprio sistema escolar como sendo causador do

tal fracasso, através da atenção ao que se convencionou chamar de fatores e

relações intra-escolares. Também é evidenciada neste estudo a importância da

atuação do Supervisor Educacional frente à questão do fracasso escolar e sua

contribuição na busca de maior compreensão das transformações pelas quais

passa a sociedade brasileira hoje, levando a escola a repensar o seu papel

político.

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10Sendo a escola um espaço eminentemente social, é da sua

responsabilidade que o aluno chegue à aprendizagem, entendendo sua

importância, para encontrar o que precisa saber a fim de interagir com o meio

social, trabalhar em equipe, desenvolvendo valores de autonomia, respeito e

solidariedade. Enfim, dando ao aprendizado um sentido de vida e não de

preparação para a vida.

Mais do que nunca a pesquisa levanta a necessidade do Supervisor

Educacional assumir um papel de mediador privilegiado exercendo um olhar

mais cuidadoso, responsável, investigativo e provocador, conduzindo às

intervenções pedagógicas adequadas, através da criação de propostas de

trabalho significativas, intencionais e planejadas para que os alunos avancem

na construção de novos patamares. Nesse sentido, ser supervisor é direcionar

o trabalho pedagógico para um olhar onde possa ver a realidade, é realizar

uma ação voltada para um mundo mais justo e igualitário, valorizar os sujeitos

enquanto construtores do seu próprio desenvolvimento.

As pesquisas mostram que o problema do fracasso escolar está muito

mais ligado a escola que ainda se mantém estática num mundo onde as

transformações acontecem rápidas, do que nos alunos considerados incapazes

de aprender.

A escola tem como uma de sua funções, formar homens aprendentes,

críticos, conscientes das dificuldades que os cercam, capazes de tomarem

decisões defendendo para si e para sua comunidade o direito da cidadania,

homens competentes politicamente.

É dever do supervisor educacional atual, ampliar sua visão sobre o

trabalho na escola, buscar sempre atuar no contexto, ter uma visão de

totalidade da instituição escolar, interna e externamente e estar totalmente

inserido no processo de ensino e de aprendizagem dando sua contribuição

para que o fracasso escolar não seja mais o sintoma da crise brasileira.

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CAPÍTULO I

EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO NUMA RETROSPECTIVA

HISTÓRICA DO FRACASSO ESCOLAR

Numa releitura da história educacional brasileira, podemos dizer que a

educação sempre esteve voltada para modelos importados e para atender a

classe dominante, sem a preocupação de se discutir a realidade que, em

termos gerais, deixava de ressaltar a relação entre o meio no qual a educação

acontecia.

Na Pedagogia Liberal Tradicional, o professor exercia a mera função de

transmitir conhecimentos, regras, pensamentos e os hábitos da sociedade. Seu

objetivo era de um ajustamento de todos à sociedade, a fim de respeitarem o

poder defensor da prática social, para assegurar a continuidade desejada.

Este sistema estava garantindo o domínio social, cultural e econômico

de uma minoria letrada, o que atendia os interesses da elite dominante.

A revolução de 30 foi o marco referencial para a entrada do Brasil no

mundo capitalista de produção. A acumulação de capital, do período anterior,

permitiu com que o Brasil pudesse investir no mercado interno e na produção

industrial. A nova realidade brasileira passou a exigir uma mão de obra

especializada e para tal era preciso investir na Educação.

O conceito de aprendizagem sofre conseqüências da revolução

tecnológica e, automaticamente incorpora mais essa dimensão.

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12Surge o movimento Escalanovista, influenciado por John Dewey e

William Kilpatrick( Modelo Norteamericano de Educação ). Nesta época surge a

pedagogia Liberal Renovada Progressista (Pedagogia da Escola Nova), onde a

escola teria a função democrática de equalizar oportunidades. Eis aí, segundo

alguns teóricos, o chamado “otimismo ingênuo” ou, ainda, a “ilusão liberal” da

Escola Nova. A Tendência Pedagógica denominada Pedagogia Liberal

Tradicional permanecia no contexto social.

O atendimento às crianças pobres continuava a ocorrer em asilos, não

era reconhecido o direito de freqüentarem uma escola regular.

Pedagogos liberais procuraram corrigir as origens da educação,

colaborando para uma pedagogia amparada nos conhecimento da Psicologia

sobre o desenvolvimento infantil, buscando a participação ativa do aluno no

processo de aprendizagem.

Nessa evolução, as atenções para o aspecto qualitativo reduziram-se à

expansão quantitativa, preocupando-se em ajustar a escolarização aos

interesses das classes dominantes.

Com a cooperação da escola Nova e Psicologia, começou-se a cogitar

possíveis fatores responsáveis pelo fracasso escolar como a estrutura e

funcionamento da escola, sendo assim, abre outras possibilidades de pesquisa,

desviando o foco do aluno, das causas externas e ambientais como as únicas

justificativas para o fracasso escolar.

A Escola Nova evidenciou uma queda na qualidade de ensino e não

conseguiu modificar as estruturas organizacionais dos sistemas escolares,

apresentando sinais de esgotamento e frustração.

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13Nos anos 50, 60 e 70 o Brasil passa por um momento de desenvolvimento

econômico e industrial, além disso, surgem os Movimentos Sociais e

Estudantis que culminaram com a Ditadura Militar. A escola é vista como um

Aparelho Ideológico do Estado e, como tal, usada para manter o

Entretanto nada mudou, a criança pobre continuou sendo rotulada e

marginalizada, o que justificava sua internação e seu afastamento do convívio

familiar e social.

Alguns pedagogos dirigiam-se para o ponto de vista da estrutura e

funcionamento do ensino, e outros educadores e psicólogos demarcam seu

diagnóstico do fracasso escolar, baseados na apreciação das características

psicológicas, biológicas e sociais da clientela escolar.

Nos anos 70, predomina a defesa da escola pública, de sua reforma e a

procura de respostas para as questões educacionais brasileiras ainda

buscando o conhecimento de outros países. Nesta época estavam manifestos

os princípios da carência cultural e reprodutivista, conhecida como Escola

Aculturalista. Os assuntos eram precedentes da bibliografia educacional

norteamericana, com tecnologia aplicada ao ensino.

Surge então, a Pedagogia Liberal Tecnicista que predomina em função

da necessidade da formação de mão de obra qualificada e as idéias de

burocratização do ensino – nasce aqui os Especialistas em Educação.

Até meados dos anos 70, valia nas investigações sobre o fracasso

escolar as reflexões que se preocupavam com a proporção relacional no

processo ensino aprendizagem, salientando a importância da relação professor

e aluno. Cabe ressaltar que nesta época a Pedagogia Tecnicista dominava e a

dimensão biopsicossocial era desprezada segundo plano.

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14Proença (1998) afirma que até a década de 80, nos trabalhos realizados

em torno do fracasso escolar, não se ouvia o aluno, suas emoções e

pensamentos não eram respeitados e não tinham importância, como se o aluno

fosse incapaz de falar sobre o seu processo de escolarização.

Ainda nessa época, as pesquisas sobre o fracasso escolar são

influenciadas pela Antropologia e passam investigar o aluno no seu contexto

escolar e familiar, o que cooperou para demonstrar que os fatores intra-

escolares foram propiciadores do fracasso escolar, refletidos pela inadequação

da escola à realidade onde ela está inserida, não respeitando as diversidades

culturais.

Segundo Souza (1997) a década de 80 ficou marcada, garantindo o

acesso de grande parte da população urbana à educação, não assegurando a

melhoria da qualidade do ensino.

No final da década de 70 e o início da década de 80, é que começou a

surgir a preocupação com as crianças e jovens de classes populares.

Em 1996 e 1997, o índice de repetência no ensino fundamental continua

acentuado, daí o surgimento da proposta de progressão continuada nos

sistemas estaduais e municipais de ensino.

Em 1996, 65% dos alunos precisavam de mais de doze anos para concluir o

ensino fundamental. No mesmo ano foi criado o Programa de Aceleração de

Aprendizagem pelo Ministério da Educação e Cultura, visando recuperar os

alunos em defasagem idade/série.

Hoje já está sendo defendida, por inúmeros educadores, a organização

educacional por ciclos, um caminho para combater o fracasso escolar, onde a

proposta não é fragmentar a aprendizagem e sim, respeitar o ritmo de cada

indivíduo privilegiando o seu desenvolvimento global. Trata-se de adotar uma

nova atitude perante a aprendizagem, que passa a ser entendida como

processo contínuo, e não como produto estanque e acabado.

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15Existem duas concepções sobre os ciclos de aprendizagem, assim

esclarecendo;

“No pólo mais conservador, quase nada muda na

organização do trabalho, nos programas, nas práticas de

ensino aprendizagem, nas progressões, na avaliação;

fala-se de ciclos plurianuais, os textos oficiais são escritos

nessa linguagem, porém, na prática, operam as mesmas

categorias mentais, cada um mantém sua turma e

trabalha com um horizonte anual, os professores

continuam a passar seus alunos para os colegas no final

do ano; em certos casos, pratica-se até mesmo a

reprovação dentro de um ciclo.”No pólo mais inovador, os

ciclos de aprendizagem são sinônimo de profundas

mudanças nas práticas e na organização da formação e

do trabalho escolar; é uma verdadeira inovação, que

assusta uma parcela dos professores e dos pais e requer

novas competências.” ( Perrenoud,2004p.13)

No Brasil, em alguns estados e municípios foram implantados os ciclos

de aprendizagem na concepção conservadora, pois os ciclos plurianuais

quebrariam todo um sistema educacional onde ainda é praticada a reprovação.

Mesmo que possamos não concordar com a forma como foram

executados alguns programas, temos que reconhecer que, em toda a História

da Educação no Brasil, jamais houve execução de tantos projetos na área da

educação numa só administração.

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16Apesar de toda essa evolução e rupturas inseridas no processo, a

educação brasileira não evolui muito no que se refere à questão da qualidade.

As avaliações, de todos os níveis, estão priorizadas na aprendizagem dos

estudantes, embora existam outros critérios. O que podemos notar é que os

estudantes não aprendem o que as escolas se propõem a ensinar.

Embora os Parâmetros Curriculares Nacionais estejam sendo vistos

como diretrizes de ação, nossa educação só teve caráter nacional no período

da Educação Jesuítica. Após isso, o que se presenciou, foi o caos e muitas

propostas desencontradas que pouco contribuiu para o desenvolvimento da

qualidade da educação oferecida.

É provável que estejamos próximos de uma nova ruptura, e esperamos

que ela viesse com propostas desvinculadas do modelo europeu ou americano

de educação, criando soluções novas em respeito às características brasileiras.

Como fizeram os países do bloco conhecidos como Tigres Asiáticos, que

buscaram soluções para o seu desenvolvimento econômico investindo na

educação. Ou como fez Cuba que, por decisão política do governo, erradicou o

analfabetismo em apenas um ano e trouxe para sala de aula todos os cidadãos

cubanos.

Na evolução da História da Educação brasileira a próxima ruptura

precisaria implantar um modelo que fosse único, que atenda às necessidades

de nossa população e que seja eficaz.

“A ruptura com o enciclopedismo, com a memorização de

fatos e regras, culmina nas orientações curriculares atuais

para as competências que acentuam os saberes como

recurso para compreender, antecipar, decidir e agir

conscientemente”. ( Perrenoud, 2004, pag15)

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17Em resumo, o que está sendo sugerido no texto citado acima é a

participação ativa do sujeito, o que supõe a participação pessoal do aluno na

aquisição de conhecimento, de maneira que eles não sejam uma repetição ou

cópia dos professores e livros textos, mas que consigam ter uma nova visão

pessoal e do mundo.

Ainda hoje muitos profissionais da educação acreditam que o aluno deve

receber informações prontas e ter, como única tarefa repeti-las na íntegra. Este

modelo tradicional de se pensar a aprendizagem não atende mais as

necessidades do nosso tempo desencadeando muitas vezes fatores que irão

provocar o fracasso escolar.

A retrospectiva histórica nos faz perceber a estreita relação de

funcionalidade entre a educação e os interesses políticos e econômicos de

sucessivos governos.

Também nos auxilia no entendimento da persistência da crise

educacional, que ainda deixa sua marca com altos índices de evasão,

repetência, baixa qualidade do ensino e outros fatores que com certeza são

significantes para o agravamento do “sintoma” da patologia do ensino que

conhecemos como fracasso escolar.

“Neste momento, o Brasil vem se desenvolvendo e se

empenhando a fim de reconstruir seu sistema

educacional. Rápidas e profundas inovações acontecem,

e as escolas devem assumir funções instrutoras,

formadoras e orientadoras a fim de que as gerações

novas possam entender, aceitar e dirigir as

transformações sociais que ocorrem, preservando sua

herança cultural e acompanhando tal desenvolvimento.”

(Giancaterino,2010,pg.76).

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18A nova LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9394/96, sofreu

várias modificações recebendo adendos que mudaram o projeto inicial. Mas

houve muitos ganhos no que tange aos interesses das classes populares no

campo educacional. Também se torna um caminho ao combate do fracasso

escolar, pois ela permite formas alternativas de organização, avaliação,

controle da freqüência escolar modalidades como a EJA, Educação Especial,

além de outros critérios, que tem como foco o processo de ensino é

aprendizagem.

Segundo Porto (2009) quando acontecem inovações educacionais, para

que possam dar certo exigem que os envolvidos comecem a pensar de forma

diferente:

“A flexibilidade, característica da nova Lei de Diretrizes e

Bases da Educação, poderá ser mais bem aproveitada via

gestão democrática da escola, por meio da participação

de profissionais da educação na elaboração do projeto

político-pedagógico da escola, definindo os objetivos

políticos de sua ação. Com a participação da comunidade

local e em conselhos escolares ou equivalentes, é

possível também solucionar muitos problemas que

permanecem pendentes nas escolas, à espera de solução

por parte de sistemas centralizados de ensino. Mas,

novamente, a participação exige mudança nas

mentalidades de ambas.” (Porto, 2009, p.43)

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CAPÍTULO II

ANÁLISE DO FRACASSO ESCOLAR: FATORES E

RELAÇÕES INTRA-ESCOLARES

No decorrer dos anos 70, uma das particularidades das investigações do

fracasso escolar, foi acrescida com a pesquisa da participação do próprio

sistema escolar, sendo um dos causadores do fracasso escolar, são os

chamados de fatores e relações intra-escolares.

2.1 Fatores Intra- Escolares

Leite (1998) mostra que os delimitadores intra-escolares são revelados

pelo próprio sistema escolar, isto é, organização interna da escola, prática

pedagógica, os recursos naturais e humanos, programas e currículos.

As carências qualitativas ocorridas no sistema escolar, tanto no ensino

público como no privado e em todos os seus níveis, formam um obstáculo para

a modernização da sociedade.

O objetivo da ação educativa do ponto de vista do sistema de ensino,

seja ele qual for, é ter interesse em que o estudante aprenda e se desenvolva

individual e coletivamente.

Segundo Luckesi (2003) os dados estatísticos educacionais do país,

bem como a conduta individual dos professores, demonstram que, nem

sempre, esse objetivo tem sido alcançado:

“De acordo com as estatísticas, os dados educacionais

são elucidativos a respeito do fato de que o sistema de

ensino não está comprometido com o desenvolvimento

dos educandos, (...)” (Luckesi, 2003, p.122)

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20O autor coloca que os dados de repetência, evasão escolar e

analfabetismo demonstram o quanto o sistema educacional brasileiro está

pouco cuidadoso às verdadeiras carências educacionais do país.

A democratização da educação escolar apóia-se em três elementos

fundamentais: acesso universal ao ensino, permanência na escola e qualidade

satisfatória.

A universalização do ensino está garantida pela Lei de Diretrizes e

Bases da Educação (9394/96) que assegura a obrigatoriedade do Ensino

Fundamental que, segundo parecer conjunto nº 4, de 20/02/2008 do Conselho

Nacional de Educação e da Câmara de Educação Básica, estabelece a

matrícula obrigatória das crianças a partir dos seis anos completos ou a

completar até o início do ano letivo. A obrigatoriedade do oferecimento da

Educação Infantil, citado na Lei 9394/96 artigo11 & V pelos Municípios, e do

Ensino Médio que segundo a Lei 12.061 de 27 /10/09 passa ser obrigatório já a

partir do início do ano de 2010, vislumbra um grande avanço no acesso

universal ao ensino.

A permanência na escola em termos de freqüência escolar no que se

refere ao acompanhamento familiar está também garantida pela Lei 9394/96,

art. 5º & 1° inciso III, onde determina como incumbência dos estabelecimentos

de ensino comunicar os responsáveis legais, sobre a freqüência alunos.

Todas as medidas tomadas são necessárias, mas ainda existe um alto

índice de evasão escolar, repetência e baixa qualidade de ensino. Nem todas

as crianças, jovens e adultos deste país ingressam à escola; muitos que

conseguem nela não permanecem; e aqueles que ali ficam nem sempre

encontram um ensino de qualidade.

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Sendo a escola um espaço eminentemente social, é da sua responsabilidade que o aluno chegue à aprendizagem, entendendo sua importância,

21“Em síntese, esta sociedade não investe o suficiente no

desenvolvimento do educando, especialmente dos

educandos originários das camadas populares. Este,

inclusive, não é um fenômeno novo.” (Luckesi, 2003,

p.123)

Estar realmente empenhado em que os alunos aprendam e se

desenvolvam individualmente ou em grupo, é uma norma política social que

não é considerada para as maiorias populacionais. Esse princípio é muito

importante na medida em que objetiva a democratização do saber. O saber é

fundamental, politicamente, como tem revelado a história da sociedade.

De acordo com Luckesi (2003) se o professor de sala de aula realizar

um trabalho de qualidade servirá como fator coadjuvante de permanência dos

alunos dentro do processo de aquisição do conhecimento, e

consequentemente, um fator dentro do processo de democratização da

sociedade.

“A sociedade na qual vivemos no que se refere à

escolaridade, manifesta-se perversa tanto sob perspectiva

coletiva como sob individual. Do ponto de vista coletivo,

subtraindo as maiorias populacionais do acesso ao saber,

seja pela baixa oferta de vagas escolares, seja pelo

processo de evasão escolar, seja pelas más condições de

ensino: do ponto de vista individual pela desqualificação a

que vem sendo submetido o educador.” (Luckesi, 2003,

p.126)

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22Assim sendo, é fundamental que a sociedade e seus educadores

possibilitem aos estudantes possibilidades significativa de ascendência cultural,

de desenvolvimento de suas capacidades cognitivas, de formação integral e de

aumento de qualidade de vida.

Os currículos e programas devem atender as necessidades dos alunos.

Muitas vezes, os programas são elitistas propagando a tradição escolar, e o

currículo pode fabricar desigualdades se não respeitar as adversidades

culturais em que a escola está inserida contribuindo para o insucesso escolar.

Para evitar tais situações a participação na elaboração e execução do

projeto político pedagógico, planejamento, metodologia, conteúdos e avaliação

devem acontecer sempre de forma coletiva e sempre revendo a prática

pedagógica.

O Projeto Político Pedagógico é o plano que engloba todas as ações que

a instituição quer realizar a partir do seu posicionamento quanto à sua

intencionalidade e da leitura da sua realidade. É um instrumento teórico-

metodológico para a transformação da realidade.

O planejamento implica o estabelecimento das metas, ações e recursos

necessários à produção de resultados importantes para vida pessoal e social.

Para Luckesi (2003) o planejamento é a consecução dos nossos

desejos, para tanto, importa a atenção plena aos sentimentos que perpassam

nossas carências, nossos atos de planejar e construir os resultados que

estamos esperando. Planejar duvidando da ação que estamos definindo não

conduzirá a um bom planejamento.

Além disso, tornam-se necessários conhecimentos específicos que

possibilitem a melhor decisão sobre o que pretende fazer e o modo de atingir o

que se objetiva.

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23Segundo Luckesi (2003) planejar é um ato decisório político e técnico

que inclui uma decisão técnica que se refere à construção dos modos

operacionais que vão medir a decisão política e a compreensão científica do

processo de nossa ação.

Para caminhar contra o fracasso escolar, uma instituição educacional

terá de organizar-se como um corpo coerente de condutas, para que os alunos

tenham um caminho claro e seguro para seguir no processo de construção

significativa do conhecimento.

“Uma escola, para funcionar coerentemente, necessita do

planejamento e da ação coletiva do corpo docente,

juntamente com as outras instâncias pedagógicas e

administrativas” (Luckesi,2003,p.148)

Outro fator importante no insucesso escolar são os recursos metodológicos

usados para o ensino.

“A metodologia compreende o estudo dos métodos, e o

conjunto dos procedimentos de investigação das

diferentes ciências quanto aos seus fundamentos e

validades, distinguindo-se das técnicas que são aplicação

específica dos métodos.” (Libâneo,1994,p.53)

Os recursos metodológicos devem estar sempre voltados para os

objetivos do processo da aprendizagem do aluno.

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24É bom ressaltar que técnicas, recursos ou estratégias de ensino são

complementos da metodologia, que deve ser disponibilizados aos professores

para o enriquecimento do processo de ensino.

Muitas vezes, ocorre uma confusão sobre a conceituação de métodos de

ensino e procedimentos. É preciso diferenciá-los, tomando como referencial a

compreensão de que ao método atribui-se o entendimento de um objetivo e a

técnica efetua o método, por conseguinte, o objetivo

Segundo Luckesi (2003) a confusão entre método e técnica conduziu ao

“didatismo” dos anos 60 e 70, levando inclusive a Didática à sua perda de

identidade, e que tal acontecimento ajudou a fortalecer o fracasso escolar.

Os conteúdos também ocupam um lugar relevante na vida escolar. Eles

constituem um dos objetos de mediação retratando a experiência social da

humanidade, possibilitando sua conversão em meios pelos quais os estudantes

podem compreender e defrontar as ações teóricas e práticas da vida social.

Neste sentido, os professores necessitam do conhecimento da história

da comunidade escolar, quem são seus alunos, observar as diferenças entre

eles, realizando uma análise crítica da realidade que os cerca para poder

adaptar o conteúdo no contexto onde a escola está inserida.

A prática avaliativa exercida por algumas instituições escolares também

ajudam a produção do fracasso escolar.

Segundo Luckesi (2003) a avaliação tem tido função classificatória, onde

o professor exerce uma autoridade que pode decidir a vida do aluno ou a

avaliação classificatória que utiliza a aprovação e reprovação do aluno

confirmando a profecia auto-realizadora dos professores.

Nos dias atuais, a formação contínua se desenvolve e a formação inicial

se amplia possibilitando pensar que todas as escolas estão se encaminhando

para uma avaliação formativa.

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25Segundo Perrenoud (1999) vivemos um período de transição, e o fato da

avaliação estar ainda entre duas lógicas, isto é, entre a avaliação tradicional às

vezes chamada de normativa e a avaliação formativa que acompanhada de

uma intervenção diferenciada e até individualizada do aluno, frustra os que

lutam contra o fracasso escolar e sonham com uma avaliação puramente

formativa.

A avaliação existe para auxiliar o processo de aprendizagem, pois seu

objetivo é incluir o aluno, pelos mais variados meios, no curso de uma

aprendizagem significativa que integre as suas experiências de vida. Se

tivermos essa compreensão e o coração aberto sempre realizaremos uma

avaliação atenta as necessidades dos nossos alunos, possibilitando o seu

desenvolvimento e consequentemente ajudando a evitar o fracasso.

2.2 As relações intra – escolares

Outra questão que deve ser analisada são as relações existentes dentro

da instituição escolar. Essas interações ocorrendo de forma positiva colaboram

de forma crucial para o processo ensino aprendizagem, pois ampliam a

capacidade cognitiva de todos envolvidos no processo através da mediação

das trocas interpessoais, enriquecendo as possibilidades de solucionar

problemas.

As interações adequadas implicam em valorizar e aproveitar a

experiência e conhecimento de cada participante do grupo para construir novas

formas de pensar uma situação ou conteúdo.

Segundo a abordagem sócio-histórica, a diversidade nas interações é

imprescindível, não objetivando extinguir as diferenças, mas dando condição

para que todos possam expor suas idéias. Neste sentido há um valor simétrico

que propicia iguais condições de participação para todos como sujeitos da

aprendizagem.

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26Cabe ressaltar que as interações, por si só não garantem a construção

do conhecimento, pois nem sempre são positivas ou surge espontaneamente,

demandado exploração e trabalho sobre os indivíduos, isto é, intervenção do

professor.

Na interação com os alunos, o professor mediador precisa estabelecer

uma relação de confiança onde o aluno possa colocar suas dúvidas e

descobertas. O trabalho realizado deve articular o afetivo e o cognitivo. Trata-

se de uma visão que antes de qualquer outro objetivo, procura chegar antes do

aluno e acolhê-lo enquanto pessoa pertencente a determinado contexto. Nesse

aspecto, o professor não apenas transmite uma informação ou faz perguntas,

mas também ouve os alunos. O trabalho docente não deve ser unidirecional.

As respostas e as opiniões dos alunos mostram como eles estão reagindo à

atuação do professor e as dificuldades que encontram na construção do

conhecimento.

É importante que haja dentro da escola espaço para o diálogo, que a

gestão seja democrática contribuindo para a autonomia do pensar,

possibilitando o sucesso dos alunos.

2.3 Análise do fracasso escolar

Após esta abordagem, poderíamos ficar tentados a analisar o fracasso

escolar como um problema específico passível de ser combatido através de

recursos especiais, mas na verdade isso não é assim.

Segundo Perrenoud (2001) para lutar contra o fracasso escolar,

precisamos de uma nova escola baseada no princípio da educabilidade de

todos, onde a ação educativa deverá ter coerência, continuidade, qualidade.

Fazer aprender os que não aprendem e olhar a realidade de frente.

As pesquisas na área educacional têm proposto teorias cada vez mais

precisas e realistas na luta contra o fracasso escolar, porém só se tornarão

eficazes se houver adesão intelectual e afetiva dos profissionais da educação.

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27O fracasso escolar deve ser analisado numa visão sistêmica, onde o

ensino é visto muito mais que uma manifestação das inclinações individuais. É

um sistema de ação, uma estrutura que muda as pessoas, uma organização

que deseja ensinar, exercer influência política no indivíduo.

A explicação do fracasso escolar não pode mais evitar uma análise

institucional. A escola exerce tanto poder sobre as pessoas, submetendo o

indivíduo durante pelo menos nove anos de sua existência a uma ação

pedagógica, muitas vezes não alcançando o objetivo de ensiná-los, refletindo

uma incapacidade de realizar outra ação que não seja simplesmente transferir

os problemas.

Mudar a relação dos saberes, o sentido da aprendizagem, as

resistências dos profissionais da educação, a dependência das famílias

envolvidas no processo educacional, modificar a analogia das diferenças, é

uma proposta para que o Supervisor Escolar possa vislumbrar um caminho de

atuação contra o fracasso escolar.

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28

CAPÍTULO III

O SUPERVISOR EDUCACIONAL E SUAS

CONTRIBUIÇÕES FRENTE AO FRACASSO ESCOLAR

Reconhecer que o supervisor educacional pode contribuir no combate ao

fracasso escolar implica em refletir sobre suas origens teóricas, revisando os

conceitos sobre o pensamento e a atuação deste profissional.

A função supervisora e suas relações com as necessidades escolares

na qual está inserida estão ligadas a análise dos contextos social, político e

econômico do Brasil.

A escola deve contribuir na construção da cidadania crendo que a

solidariedade entre pessoas autônomas pode provocar um processo de

melhoria da sociedade. Sendo assim, a comunidade escolar deve estar atenta

para o complicado mundo moderno.

Considerando as intensas transformações exigidas na sociedade atual, é

válido destacar as mudanças dos comportamentos rígidos para os flexíveis,

afetando todos os campos de ação da vida social e econômica nas últimas

décadas, tendo como foco principal o desenvolvimento das habilidades

cognitivas e comportamentais.

Nesta sequência de idéias torna-se evidente falar sobre a supervisão

educacional e sua respectiva função na realidade brasileira, sua atuação junto

ao professor na busca de uma educação de qualidade, e sua contribuição no

combate ao fracasso escolar.

É oportuno ressaltar um pouco a história da supervisão escolar,

conceituado-a na história educacional.

No Brasil a função da supervisão é conhecida desde o século XVI, com

a influência dos jesuítas. Nesta época a supervisão se apresentava no aspecto

formal da função exercendo o papel de “controle”.

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Sendo a escola um espaço eminentemente social, é da sua responsabilidade que o aluno chegue à aprendizagem, entendendo sua importância,

29No século XVIII surge o modelo de supervisão dos Estados Unidos que

influenciou diretamente o modelo brasileiro que passa a ser conhecido como

“Inspeção Escolar” este aparece paralela ao processo de industrialização.

“A supervisão surgiu no Brasil pela primeira vez com a

reforma Francisco Campos, Decreto-Lei nº 19.890, de

18/04/1931, concebida de forma bem diferente da que se

vinha realizando até aquele momento de simples

fiscalização, para assumir o caráter de supervisão.”

(Rangel, 2001 apud Giancaterino, 2010 p.81).

É preciso, entretanto esclarecer que nesta época os profissionais de

Supervisão passaram atuar nas unidades escolares, suprindo a exigência de

uma nova realidade social. Além de continuarem a serem conhecidos como

inspetores, deixam de assumir uma função apenas fiscalizadora para

assumirem o papel de Supervisores Educacionais.

Em 1942 as ações incumbidas ao supervisor educacional eram de

naturezas pedagógicas, administrativas e de inspeção.

Em 1950 a prática da inspeção dá espaço para o aparecimento de uma

Supervisão Educacional voltada a uma transformação da sociedade, onde se

objetivava uma política desenvolvimentista.

No período entre os anos de 1953 e 1963, a educação tinha como

objetivo a qualidade do ensino por meio de treinamento de recursos humanos,

visando à mão de obra qualificada. Surge à primeira turma de supervisores

educacionais, cuja formação se deu através de cursos de aperfeiçoamento. Tal

formação foi necessária para que os supervisores escolares pudessem atuar

no ensino elementar brasileiro.

Com o período da ditadura a ação pedagógica deste profissional é

esquecida e volta-se as práticas em consonância com termos, como

fiscalização, controle e inspeção.

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Sendo a escola um espaço eminentemente social, é da sua responsabilidade que o aluno chegue à aprendizagem, entendendo sua importância,

30A Lei nº 5.540/68 art. 30 & 1º, exige que a formação do supervisor seja

através de curso superior, em graduação com objetivo da reprodução da

Pedagogia Tecnicista.

Nos anos 70 a Educação Brasileira conhece a nova Lei 5692/71

nomeada como Lei de Diretrizes e Bases do Ensino do 1º e 2º graus, que no

seu capítulo V, artigo 33, que ao falar da formação dos especialistas usa

termos como planejadores, inspetores, mudando novamente a ação da

Supervisão. Nesta época a supervisão começa a atuar como inspeção

administrativa e como assistente técnico pedagógico, sendo assim, sua

atuação é ampliada, pois passa ser um especialista que realiza seu trabalho

tanto nas escolas como lotados nos órgãos educacionais competentes como as

Secretarias de Educação Municipais e Estaduais.

Os períodos de 1976 até 1979 foram marcados pela luta desses

profissionais, em busca da identidade da profissão da Supervisão Educacional

e estabelecimento de um parâmetro nacional.

A prática da supervisão se perpetua marcada por uma ação burocrática

ainda nos anos 80. Neste período a crítica sobre a forma de atuação do

supervisor educacional toma um vulto insustentável, suscitando a posição de

alguns educadores à extinção da profissão.

O supervisor se manteve nas instituições educacionais, sem deixar de

continuar a busca da sua identidade profissional e a valorização e

regulamentação de sua função educacional.

Na década de 90, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9394/96,

cita no seu artigo 64, a formação do Supervisor Educacional, o que nos remete

ao entendimento da necessidade desse profissional em seus diversos campos

de atuação.

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31Hoje, a supervisão é entendida como uma profissão que possibilita a

diminuição do insucesso escolar, pois deve intervir no processo pedagógico.

Nesse sentido o supervisor assume a competência e o compromisso de

organizar e coordenar encontros de formação docente continuada, objetivando

o conhecimento de práticas pedagógicas com princípios emancipadores.

Com a evolução do processo de ensino e aprendizagem, a supervisão

passa a trabalhar como mediadora, entre o professor e o aluno, envolvida

como parceira e aliada na ação pedagógica:

“(...) A relação supervisão-professor, em termos de

processo de interação é muito similar a professor-aluno.

Assim como o aluno – e não o professor -, naquele

momento da aula, é o foco das atenções em termos de

construção do conhecimento, quem vai ter a prática

pedagógica em sala de aula é o professor, e não o

supervisor. Seu papel é, pois, de mediador.”

(Vasconcellos, 2009, p.88)

O supervisor escolar é um profissional habilitado para exercer as

funções técnicas, sendo de extrema importância a ação desenvolvida com os

professores, propiciando novas formas de trabalho e organização do ambiente

educacional.

Sua atuação depende da coerência entre teoria e prática, visando à

construção do conhecimento, da autonomia, vislumbrando a mudança dos

indivíduos. A teoria visa à criação de um corpo teórico da supervisão, com

meios de pesquisas e diagnósticos que lhe sejam próprios, através da

investigação das questões educacionais, referentes ao processo de

aprendizagem e de ensinagem.

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Sendo a escola um espaço eminentemente social, é da sua responsabilidade que o aluno chegue à aprendizagem, entendendo sua importância,

32 “Nesse aspecto, cabe assinalar que o supervisor escolar,

a partir do processo de investigação e ação, confronta o

seu conhecimento com o planejamento e as metodologias

técnicas com os resultados sociais que eles produzem,

constrói um conhecimento novo, redefinido o papel da

técnica, não mais como neutra, ou como fim em si

mesmo, mas em sua influência na aprendizagem do aluno

e na ideologia que é passada por meio dos métodos e

técnicas aos educadores.” (Giancaterino, 2010, p.85).

p.32).

Segundo Vasconcellos (2009) o supervisor escolar é um dos

profissionais responsáveis pela colaboração da definição e explicitação do

Projeto Político-Pedagógico além de assumir a função de articulador do mesmo

na área pedagógica da instituição, possibilitando que a escola consiga exercer

o seu papel que é garantir que os alunos aprendam e se desenvolvam.

Sendo assim a atual concepção de Supervisão entende como sua função a

coordenação da prática pedagógica, intervindo como mediadora no processo

de ensino e de aprendizagem.

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Sendo a escola um espaço eminentemente social, é da sua responsabilidade que o aluno chegue à aprendizagem, entendendo sua importância,

33 “(...). Em consonância com essa perspectiva, O Projeto

Lei 290/2003 aponta indicativos de regulamentação para

o exercício da profissão do Supervisor Escolar, destaca-

se no seu Art. 2º que O Supervisor Educacional, ou

Supervisor Escolar, tem como objetivo de trabalho

articular crítica e construtivamente o processo

educacional motivando a discussão da Comunidade

Escolar acerca da inovação da prática educativa a fim

de garantir o ingresso, a permanência e o sucesso

dos alunos, por meio de currículos que atendam às

reais necessidades da clientela escolar, atuando no

âmbito dos sistemas educacionais Federal, Estadual e

Municipal, em seus diferentes níveis e modalidades de

ensino e em instituições públicas e privadas.” (grifo

nosso). (Rangel e Freire (orgs), 2011 p. 131)

Esta é uma contribuição do Supervisor Escolar frente ao Fracasso

Escolar intervindo e garantindo o direito da aprendizagem, onde a instituição

escolar deve pensar e repensar sua prática atendo e respeitando o aluno como

ser cognoscente.

A supervisão educacional que atua principalmente nas melhorias da

condição do processo de ensino e aprendizagem, deve organizar um trabalho

em conjunto com a Orientação Educacional, Administração Escolar,

professores e alunos, visando diminuir os problemas encontrados no cotidiano

escolar.

Também é válido ressaltar que uma ação supervisora comprometida

com o sucesso escolar dos alunos deve participar na elaboração, execução,

análise e estudo do planejamento, currículo, programas, métodos de ensino,

avaliação e recuperação.

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34No cenário de hoje, já se consegue conhecer a grande importância do

supervisor no acompanhamento e na orientação do processo de ensino e

aprendizagem. Mas na prática muitas vezes o supervisor assume o papel de

inspetor assumindo toda parte exigida pelo sistema de ensino exercendo seu

trabalho como Supervisão Educacional e de Coordenador Pedagógico quando

atua dentro das unidades de ensino.

Independente da área de trabalho da Supervisão, esse profissional atua

no processo da formação humana. Sendo assim para enfrentar a problemática

do fracasso escolar, é fundamental que o supervisor tenha em sua formação

profissional e busque na sua formação em trabalho, estudos que envolvam:

planejamento, currículo, organização, legislação, valores éticos, democracia,

aprendizagem, coletividade, conhecimentos necessários para a realização de

uma ação efetiva contra a reprodução do fracasso escolar.

A atuação do supervisor escolar deve ser focada numa ação preventiva,

que visa à orientação no processo de ensino e de aprendizagem, objetivando

favorecer a construção do conhecimento.

Quanto mais próxima a relação que o supervisor escolar tiver com a

escola e os professores, maiores serão as possibilidades de uma análise mais

abrangente, considerando um maior número de variáveis que interferem na

aprendizagem.

Também é necessário realizar uma análise do funcionamento da escola,

sua estrutura, ideologia, procedimentos pedagógicos e avaliativos.

A ação preventiva assume uma atitude crítica frente ao fracasso escolar,

numa compreensão mais globalizante, visando apresentar transformações nas

ações dirigidas para a melhoria da prática pedagógica.

Não podemos deixar de citar ainda a contribuição do supervisor na

modalidade da Educação Especial, como integrante de equipes

multidisciplinares.

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35“(...) Por Educação Inclusiva, segundo a LDB, se entende

o processo de inclusão dos portadores de necessidades

educativas especiais ou de distúrbio de aprendizagem na

rede regular de ensino “(...) ( Rangel e Freire ( orgs), 2011

p.124)

Dentro de muitas importantes funções do supervisor escolar, é também

importante o planejamento de uma formação continuada dos professores,

como uma forma da superação de alguns comportamentos e práticas

pedagógicas que não estão adequadas com os princípios da sociedade

inclusiva.

É importante destacar a assessoria do supervisor num trabalho

integrado com o orientador educacional, de estimular uma grande mudança

nas relações entre professores e alunos. Os professores deveriam ter a função

de mostrar para os alunos que não há limites para aprender, levando-os a ser o

pólo central do processo de aprendizagem, mobilizando-se para a busca do

conhecimento. Essa intervenção, nas relações intra-escolares, auxilia o aluno

no êxito escolar.

A relação da escola com o aluno deve passar pela valorização deste

enquanto ser humano, respeitando suas potencialidades, desejos, relações

afetivas, sua cultura.

A atuação do supervisor escolar deverá ajudar o aluno a enfrentar a

escola atual. Tal ação não visa colocar o estudante na aceitação passiva de

normas autoritárias ou reprimir-lhe a individualidade, mas busca favorecer as

sua iniciativas pessoais, propondo e não impondo atividades, proporcionando

um clima acolhedor para o sucesso escolar.

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CONCLUSÃO

O fracasso escolar começou a preocupar diversos países nos anos 60,

mas resiste até os dias atuais e para se ter uma chance de combatê-lo

precisamos de uma análise fundamentada, clara e compartilhada do problema.

As estratégias de luta contra o fracasso escolar não devem seguir

apenas na direção da diferenciação do ensino ou pedagogias de domínio, mas

deveriam ser considerados, simultaneamente, o respeito às adversidades

culturais, as modalidades de aprendizagem dos alunos e a adaptação à

realidade dos fatores intra-escolares.

Mesmos as crianças diagnosticadas com alguma dificuldade cognitiva,

são capazes de aprender se houver uma intervenção curricular, desde que

adaptemos constantemente a mensagem e as exigências, os objetivos e as

situações didáticas aos seus recursos do momento.

Muitas vezes, parece que a escola quer lidar de perto com a questão do

interesse do aluno, seu fracasso e sucesso, mas acaba sendo a patrocinadora

do desinteresse do mesmo, enxergando-o como mais um problema a ser

resolvido. Neste caso o investimento deve acontecer nas relações intra-

escolares.

A instituição de ensino transforma diversas diferenças e desigualdades

em fracassos e sucessos escolares, destinando os estudantes a serem bons

ou maus alunos, devido a um funcionamento particular do sistema escolar.

Sendo assim, podemos associar o fracasso escolar com o fracasso da escola.

Atuar na instituição escolar, estabelecer uma comunicação positiva com

professores, funcionários e alunos acerca do fracasso escolar é uma ação

buscada pela supervisão escolar que vem de modo geral, buscando uma maior

aproximação com a escola e comunidade escolar.

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37A supervisão vem contribuindo com procedimentos específicos na busca

de soluções para a difícil questão do processo de ensino e de aprendizagem. O

conhecimento da supervisão escolar não se estaciona numa restrição imutável,

nem nos déficits e transformações subjetivas do aprender, mas estima a

capacidade do sujeito a disponibilidade de saber e de fazer. Sendo assim vem

adotando uma postura crítica frente ao fracasso escolar, atuando com novas

perspectivas de ação, conhecimentos teóricos aprofundados e uma grande

responsabilidade profissional frente à realidade educacional brasileira.

Enquanto área do saber educacional, a supervisão escolar deve estar

sempre presente no enfrentamento dos problemas críticos da educação,

apresentando uma atuação consciente e comprometida, sempre considerando

as dimensões pedagógicas, sociais e políticas do fracasso escolar.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 11

Evolução da Educação numa Retrospectiva Histórica

do Fracasso Escolar no Brasil

CAPÍTULO II 19

Análise do Fracasso Escolar: Fatores

e Relações Intra- Escolares

2.1 - Fatores Intra- Escolares 19

2.2 - As Relações Intra- Escolares 25

2.3 - Análise do fracasso escolar 27

CAPÍTULOIII 28

O Supervisor Educacional e suas Contribuições

Frente o Fracasso Escolar

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38

ÍNDICE 40

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

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Avaliado por: Conceito