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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ESCOLAR AO FRACASSO ESCOLAR Por: Ana Célia Sales Orientador Profª. SIMONE FERREIRA Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ESCOLAR AO

FRACASSO ESCOLAR

Por: Ana Célia Sales

Orientador

Profª. SIMONE FERREIRA

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ESCOLAR AO

FRACASSO ESCOLAR

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Psicopedagogia Institucional.

Por: Ana Célia Sales

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AGRADECIMENTOS

....aos amigos, irmãs e sobrinhos.

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DEDICATÓRIA

...dedica-se aos amigos, irmãs e

sobrinhos...que tanto me auxiliaram nessa

nova jornada.

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RESUMO

Trabalhar com crianças é algo bastante gratificante...seja na

escola...seja fora dela. No dia-a-dia da sala de aula, os educadores são

desafiados a todo instante pelos educandos. E é isso que torna as coisas

possíveis...quando se busca elucidar tais desafios a fim de construir algo junto

com os nossos alunos. Aprendizagem essa que faz refletir o quanto a criança é

capaz, bastando apenas a escola propiciar um ambiente adequado.

Um desses desafios, sendo ele, inclusive, foco deste trabalho, é a

dificuldade de aprendizagem.

As dificuldades de aprendizagem não são uma exceção no sistema

educacional. O insucesso da criança, muitas vezes rotulado à dislexia, é

também o resultado de outros insucessos sociais, políticos, culturais,

educacionais e pedagógicos, dentre outros. Considerar as dificuldades de

aprendizagem como problemas estritamente da criança é ignorar os reflexos do

ensino.

É necessário um repensar educacional urgente, já que, nos dias atuais,

a construção de conhecimentos ocorre com hipóteses temporárias que vão

sendo substituídas por outras mais aprimoradas por meio de um processo ativo

no qual a criança é usuária e produtora da língua ao mesmo tempo.

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METODOLOGIA

O trabalho se dará através de abordagem qualitativa, pesquisa bibliográficas,

e referências teóricas, e a concepção de vários educadores sobre o tema, tais como:

• As contribuições da Psicopedagogia nas questões referentes ao problema de

aprendizagem.

• Destacar a importância da intervenção Psicopedagogica nas dificuldades de

aprendizagem.

• O presente trabalho será embasado nas propostas de autores renomados da área

Psicopedagógica, tais como Nadia Bossa, Marisa Lajolo, Emília Ferreiro, Ana

Teberosky, Maria Helena Patto, Cecília Collares, Luiz Carlos Cagliari, dentre outros.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - Dificuldades de Aprendizagem na Leitura e na Escrita 10

CAPÍTULO II - A Importância da

Escola na Aquisição da Leitura

e Escrita 18

CAPÍTULO III – Psicopedagogia no

Processo da Alfabetização 29

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA 43

WEBGRAFIA 46

ÍNDICE 47

FOLHA DE AVALIAÇÃO 49

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INTRODUÇÃO

Trabalhar com crianças é algo bastante gratificante...seja na

escola...seja fora dela. No dia-a-dia da sala de aula, os educadores são

desafiados a todo instante pelos educandos. E é isso que torna as coisas

possíveis...quando se busca elucidar tais desafios a fim de construir algo junto

com os nossos alunos. Aprendizagem essa que faz refletir o quanto a criança é

capaz, bastando apenas a escola propiciar um ambiente adequado.

Quando a criança apresenta deficiências na linguagem, elas podem ter

problemas com qualquer aspecto dessa linguagem, como, por exemplo, não

entender corretamente os seus significados. As dificuldades apresentadas por

estas crianças começam com a linguagem falada o que ocasionalmente

interfere na leitura, na escrita e no período em que a criança ingressa na

escola. Surge no espaço pedagógico a reflexão de que a escola não pode ser

apenas transmissora de conteúdos e conhecimentos, sendo muito mais que

isso. A escola possui a importante tarefa de “reconstruir” o papel e a figura do

aluno, deixando o mesmo de ser apenas um receptor de conhecimentos.

As dificuldades de aprendizagem devem ser levadas em conta não como

fracasso, mas como desafios a serem enfrentados. Ao se trabalhar essas

dificuldades, trabalham-se respectivamente as dificuldades existentes na vida,

dando oportunidade ao aluno de ser independente e de reconstruir-se

enquanto ser humano e indivíduo.

Segundo Paulo Freire (2003), o espaço pedagógico é um texto para ser

constantemente “lido”, interpretado, “escrito” e “reescrito”. Essa leitura do

espaço pedagógico pressupõe uma releitura da questão das dificuldades de

aprendizagem.

Infelizmente, a aprendizagem, em algumas Instituições, continua

seguindo o modelo tradicionalista, onde ela é imposta e não mediada, criando,

assim, uma passividade entre aquele que sabe e impõe e àquele que obedece

calado.

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Com o prosseguimento dos moldes tradicionais acima, se o Professor

tratá-lo como incapaz, o aluno não será bem sucedido, o que não permitirá sua

aprendizagem e desenvolvimento completos.

Dizer que a escola não oferece condições satisfatórias para o

desenvolvimento de um trabalho que atenda as necessidades e as dificuldades

de cada aluno é, no mínimo, revelar-se um acomodado, pois para que

aconteça a superação das dificuldades no processo “ensino-aprendizagem” é

necessário um ingrediente especial que é a Condição Humana, sendo os

subsídios materiais apenas recursos dispensáveis.

Quanto ao que tange o Professor, mesmo que se leve em consideração

um conjunto de fatores, como o são a motivação e auto-estima do aluno e o

envolvimento dos pais, entre outros, será a qualidade do ensino ministrado que

fará a diferença.

A paciência, o apoio e o encorajamento prestado pelo professor serão,

com certeza, os impulsionadores do sucesso escolar do aluno, abrindo-lhe

novas perspectivas para o futuro. (Correia, 2005).

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CAPÍTULO I

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA LEITURA E NA

ESCRITA

Durante muito tempo, a criança com dificuldade na aprendizagem

era encaminhada a um especialista para confirmar sua “normalidade”.

Conforme fosse resultado desse diagnóstico, a criança era encaminhada para

classes ou escolas especiais que ofereciam um ensino diferenciado, contendo

todo esse processo de deslocamento. Conseqüentemente, inicia-se um

processo de desmotivação por parte da criança, tendo em vista ser necessário

um novo processo de adaptação a uma nova estrutura educacional, às novas

relações humanas com os colegas...enfim, com intuito de sanar as dificuldades

apresentadas pelo o aluno.

No entanto, pouco a pouco idéias foram surgindo para considerar o

que pensam os alunos quando enfrentam determinadas tarefas, os seus

significados e os sentimentos ali envolvidos, como elementos que podem

contribuir para melhor compreensão de como enfrentar as atividades escolares.

As dificuldades de aprendizagem devem ser estudadas levando-se

em consideração todas as esferas em que o individuo participa (família, escola,

sociedade etc.). Quando se fala em dificuldade de aprendizagem e

conhecimento não se trata apenas aos conteúdos disciplinares, mas também

aos conhecimentos e desenvolvimento vital que são tão importantes quanto.

Enfim, não é recomendável tratar as dificuldades de aprendizagem como se

fossem problemas solúveis, simplesmente...mas como desafios que fazem

parte da própria aprendizagem.

A aprendizagem está diretamente relacionada à conduta. É

aprendendo que reformulamos nossa maneira da atuar no mundo e sobre ele.

(SOARES, 2003).

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1.1 Dificuldades de Aprendizagem

Entende-se por dificuldades de aprendizagem a incapacidade

apresentada por alguns indivíduos diante de situações, desencadeadas por

diversos fatores.

As dificuldades de aprendizagem não são uma exceção no sistema

educacional. O insucesso da criança, muitas vezes rotulado à dislexia, é

também o resultado de outros insucessos sociais, políticos, culturais,

educacionais e pedagógicos, dentre outros. Considerar as dificuldades de

aprendizagem como problemas estritamente da criança é ignorar os reflexos do

ensino.

Pode-se definir Dificuldade de Aprendizagem, conforme

apontamentos citados por Correia:

““Dificuldades de aprendizagem específica” significa uma perturbação num ou mais dos processos psicológicos básicos envolvidos na compreensão ou utilização da linguagem falada ou escrita, que pode manifestar-se por uma aptidão imperfeita de escutar, pensar, ler, escrever, soletrar ou fazer cálculos matemáticos. O termo inclui condições com problemas perceptivos, lesão cerebral, disfunção cerebral mínima, dislexia e afasia de desenvolvimento. O termo não engloba as crianças que tem problemas de aprendizagem resultantes principalmente de deficiências visuais, auditivas ou motoras, de deficiência mental, de perturbação emocional ou desvantagens ambientais, culturais ou econômicas”. (FEDERAL REGISTER, 1997, p.65083, citado por CORREIA, 1991).

Como se pode notar na citação anterior, é uma definição de

dificuldades de aprendizagem bastante antiga e que não evidencia os

problemas sociais tendo relação com estas dificuldades.

Embora as dificuldades de aprendizagem sejam causadas por uma

diversidade de fatores, a extensão em que as crianças são afetadas por eles,

frequentemente, é decidida pelo ambiente no qual vivem. As condições em

casa e na escola, na verdade, podem fazer a diferença entre uma leve

deficiência e um problema verdadeiramente de incapacidade.

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As crianças que recebem um incentivo durante toda sua vida escolar

são mais positivas, tanto sobre aprendizagem quanto sobre si mesmas. Ao

contrário delas, as crianças que foram privadas de um ambiente estimulante

enfrentam muitos obstáculos, mesmo quando não apresentam deficiências.

Estas crianças adquirirão mais lentamente as mais básicas

habilidades cognitivas por possuírem fracas habilidades sociais, elas tendem a

comunicar-se mal.

Garcia (1998) afirma que por muitos e muitos anos, supôs-se todos

os estudantes com dificuldades de aprendizagem haviam experienciado

alguma espécie de dano cerebral. Segundo este mesmo autor, atualmente a

maioria com dificuldades de aprendizagem não têm uma história de lesão

cerebral. Mesmo quando a possui, nem sempre é certo que esta é a fonte de

suas dificuldades escolares.

Para muitos autores, as lesões cranianas são quase tão comuns

entre alunos que não possuem dificuldades de aprendizagem quanto entre

crianças que têm problemas na escolar. Ainda de acordo com os autores, as

lesões cerebrais não são as únicas responsáveis pela as dificuldades de

aprendizagem. Existem outros fatores responsáveis, assim como problemas

familiares, emocionais, escolas mal equipadas e muito lotadas, professores

desmotivados, falta de material didático, entre outros.

O problema do insucesso escolar não é meramente educacional,

trata-se também de um problema social, cultural e econômico.

A criança ou adolescente muitas vezes prefere acreditar, e fazer os

outros acreditarem, que vai mal na escola porque é desinteressado. Aceitar

que não entende a matéria, para esses jovens significa ser “burro”. Quando nos

sentimos “burros” ferimos o nosso Narcisismo. Podemos dizer que o

Narcisismo é o nosso amor próprio. Um sentimento que nutrimos por nós

mesmos e que, na medida certa, é muito importante para a nossa saúde

mental. (BOSSA, 2000).

Hoje não é admissível tratar o problema de aprendizagem com uma

simples questão de vontade do aluno ou professor. O atual estágio da ciência

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nos mostrou que a questão é bem mais complexa e merece uma intervenção

apropriada. (BOSSA, 2000).

1.2 A Leitura e a Escrita

A leitura e a escrita são processos extremamente complexos e as

dificuldades podem ocorrer de maneiras diversas. Além disso, temos a

aquisição da leitura e escrita como o fator fundamental e favorável dos

conhecimentos futuros. São ferramentas essenciais, onde serão alicerçadas as

demais aquisições e o apoio para relações interpessoais, para comunicação e

leitura do seu mundo interno e externo.

No passado, ler e escrever eram apenas decifrar códigos.

Atualmente, este conceito ultrapassado fronteiras. A leitura passou a ser vista

como um processo de interação “autor- texto- leitor”.

No Brasil, é comum os indivíduos terem dificuldades de leitura e

escrita, embora sejam alfabetizados. Várias pessoas não fazem da leitura um

objeto de compreensão, de interpretação. Logo, muitos desses indivíduos têm

dificuldades ou até confessam não saber preencher fichas de trabalho, por

exemplo, por não compreender o que esta sendo pedido.

A Concepção de leitura que consta nos Parâmetros Curriculares do

Ensino Fundamental diz que:

A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação de texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que você sabe sobre a letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, interferência e verificação, sem as quais não é possível proficiência. É o uso desses procedimentos que possibilita controlar o que vai sendo lido, permitindo tomar decisões diante dificuldades de compreensão, avançar na busca de esclarecimento, validar no texto suposições feitas.(1998, p.69).

Analisando as definições sobre a leitura e a escrita, observamos que

a decodificação é apenas um procedimento que utilizamos para ler. Conclui-se

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que o sucesso na aprendizagem da leitura e da escrita não é apenas fruto de

treinamento de habilidades, mas implica, também, a superação de um

determinado obstáculo cognitivo.

Quando a criança compreende que a palavra falada independe das

características do objeto que está ali representado, significa que Ela já

consegue acompanhar com facilidade o processo de alfabetização.

No que tange a leitura, para Marisa Lajolo:

“Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. È a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a esta leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo outra não prevista”. (LAJOLO, 1982 ab, p. 59).

Tanto, na PCN (1998), como para Lajolo (1982), os valores

enfatizados, para o processo educacional, são semelhantes. A leitura e a

escrita deixa de ser vista com algo mecânico e passa a exigir processos de

interlocução entre “leitor-autor”, mediada pelo texto.

Segundo Emília Ferreiro e Teberosky (2001) a leitura e a escrita têm

sido consideradas como objeto de instrução sistemática, pertencente à escola.

As atividades de interpretação e escrita começam antes da escolarização.

A escrita não e um produto escolar e sim um objeto cultural

construído pela sociedade. Como objeto cultural, a escrita cumpre diversas

funções sociais e tem meios concretos de existência, principalmente nos meios

urbanos através de letreiros, embalagens e outros.

No convívio familiar, os adultos fazem anotações, lista de compras,

escrevem e lêem cartas, dentre outras atividades, as quais proporcionam à

criança um ambiente alfabetizador, nos mais variáveis contextos. Estas

práticas sociais exercem grande influência na aquisição de conhecimentos que

dão suporte para aprendizagem na leitura e da escrita. Com isto, através de um

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prolongado processo construtivo, a criança vai se apropriando do sistema

simbólico.

A língua escrita e a língua oral apresentam natureza distinta, ou

seja, a escrita não é uma vestimenta da oralidade ou apenas uma

representação gráfica da fala. Escrever leva à ascensão social, principalmente

existir a habilidade de escrever na modalidade culta da língua.

Devido ao desconhecimento ou falta de domínio da língua

portuguesa, o estudante acaba por utilizar recursos próprios da oralidade para

construir seus textos.

Ao permitir que as pessoas cultivem os hábitos de leitura e escrita e

respondam aos apelos da cultura grafocêntrica, podendo inserir-se criticamente

na sociedade, a aprendizagem da língua escrita deixa de ser uma questão

estritamente pedagógica para alçar-se à esfera política, evidentemente pelo

que representa o investimento na formação humana. (FERREIRO, 2001).

Segundo Emília Ferreiro (2001), a Escrita é importante na escola,

porque é importante fora dela e não ao contrário.

1.3 Fracasso escolar

As dificuldades de aprendizagem da leitura e da escrita devem ser

consideras como formas de fracasso escolar. Isto quer dizer que sua

problemática é a mesma que a do fracasso escolar em geral e que só poderá

ser compreendida e enquadrada nesta mesma questão.

Tratar a questão do fracasso escolar como um sintoma traz a

necessidade de uma incursão por sua história, a fim de compreender qual o

papel da escola na trama atual que os seres humanos foram criando ao longo

de sua existência, pois ao pensar acerca do fracasso escolar como um sintoma

da contemporaneidade, nos defrontamos com a questão de sua determinação

cultura e com singularidade do sujeito que o suporta.

Patto, em “A produção do fracasso escolar: história e produção de

submissão e rebeldia”, afirma que o processo social de produção do fracasso

escolar se realiza no cotidiano da escola e é o resultado de um sistema

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educacional congenitamente gerador de obstáculos à realização de seus

objetivos. Para a autora, as realizações hierárquicas de poder, a segmentação

e a burocratização do trabalho pedagógico criam condições institucionais para

a adesão dos educadores à simularidade, a uma prática motivada, acima de

tudo, por interesses particulares, a um comportamento caracterizado pelo

descompromisso social.

De acordo com Patto (1996), são nas tramas do fazer e do viver o

pedagógico cotidianamente nas escolas, que se pode perceber as reais razões do

fracasso escolar das crianças advindas de meios socioculturais mais pobres.

Collares (1989), por sua vez, afirma que o fracasso escolar é um

problema social e politicamente produzido. Segundo a autora, é necessário

desmistificar as famosas causas externas do fracasso escolar, pela articulação

destas áquelas existentes no próprio âmbito escolar, relativizando e até mesmo

invertendo as muitas formas de compreendê-lo, dentre as quais a atual

caracterização do fracasso escolar como “problemas de aprendizagem”,que

dessa perspectiva seria pensado como “problemas de ensinagem”, que não

são produzidas exclusivamente dentro da sala de aula.

Ainda Collares (1992), esclarece que mesmo após as constatações

tão serias e evidentes, que constituem os avanços teóricos fundamentais a

respeito do assunto, a interpretação geralmente aceita e relacionada ao

fracasso escolar ainda continua ligada a causas extra-escolares. Explica

também que a medicalização do fracasso, consiste na busca de soluções

médicas sob o ponto de vista organicista e individual para problemas de origem

eminentemente social, é considerada como uma das maiores desculpas

utilizadas para escamotear o problema. A medicalização do fracasso escolar

passa, então, a exercer um papel fortemente tranqüilizador para escola e para

o sistema.

O fracasso escolar perturba profundamente a criança, pois há

pressão da família, dos professores, dos colegas, prenunciando seu insucesso

na vida escolar.

Com o estudo, pode-se perceber que a escola tem muito que fazer

para ajudar os seus alunos. Alguns exemplos são métodos inadequados de

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ensino, falta de percepção por parte da escola, do nível de maturidade da

criança, professores que não dominam determinados assuntos, superlotação

das classes, dificultando a atenção do professor para todos os alunos.

Plano de prevenção nas escolas, com toda equipe escolar,

principalmente com professores e batalhar para que o professor possa ensinar

com prazer para que o aluno também possa aprender com prazer são atitudes

básicas com que a escola deveria preocupar-se.

A Teoria Piagetiana passa a servir de base para reflexões de uma

nova escola. Com uma nova escola, a causa do fracasso escolar não está no

aluno, como acontecia até então, mas sim nos métodos de ensino.

BOSSA (2000) propõe, por fim, que não desista de procurar

respostas e, principalmente, não subestime a sua importância como educador

no processo ensino-aprendizagem do aluno.

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CAPÍTULO II

A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA NA AQUISIÇÃO DA

LEITURA E DA ESCRITA

A criança cumpre o seu papel na sociedade através da alfabetização,

conseguindo compreender e se envolver nos diversos tipos de conhecimento

produzido pela própria sociedade.

Entretanto, deve-se ter em mente que a criança, ao chegar à sala de

aula de alfabetização, já tenha visto em jornais, revista, outdoors, televisão etc,

as diferentes formas utilizadas para representar o que se pensa ou que se quer

dizer na forma escrita, para que outras pessoas leiam.

”As crianças vivem em contato com vários tipos de escrita: os logotipos,

as placas de trânsito, rótulos e cartazes, além de textos de revista e jornais

televisão etc.” (Cagliari, 2008,p. 106).

Segundo entendimento de Cagliari:

“Se refletimos, por um momento, sobre processo de aquisição

oral, veremos que as crianças aprendem a falar naturalmente.

Dotada de características genéticas para falar, em contato com

o modelo, uma criança em pouquíssimo tempo adquire o

domínio verbal de sua língua”. (Cagliari, 2008, p. 100)

Segundo Martins (1994), a função do educador não seria precisamente o

ato de ensinar a ler, mas a de criar condições para o educando realizar a sua

própria aprendizagem.

O educador deve procurar meios com quais levem os alunos ao prazer

pela leitura e a escrita, enriquecendo, dessa forma, o seu vocabulário, abrindo

novos conhecimentos na vida deles.

O educador deve criar condições que levem os alunos a uma realização

de conquista e prazer pela leitura e escrita.

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Martins (1994) nos esclarece melhor quanto a isso:

“Assim, criar condições de leitura não implica apenas

alfabetização ou propiciar acesso aos livros. Trata-se, antes de

dialogar com o leitor sobre a sua leitura, isto é, sobre o sentido

que ele dá, repito, a algo escrito, um quadro, um paisagem, a

sons, imagens, ideias, situações reais ou imaginárias.”

Assim como a autora se refere às condições de leitura, pode referir-se

também à escrita, pois, quando ela fala de algo escrito, por exemplo, um

quadro, o aluno precisa estar em contato com as aquisições literárias para que

haja a ampliação de seus conhecimentos, para que possa compreender melhor

a língua oral e escrita. Essas leituras, relacionadas na fala desta autora,

permitem ao aluno conhecer o mundo que está em volta.

Conforme raciocínio de Teberosky e Emília Ferreiro (1974), ensinar a ler

e a escrever continua sendo uma das tarefas mais especificamente escolares;

muitas crianças fracassam já nos primeiros passos da alfabetização. Frente a

essa problemática e em busca de caminhos que a minimizassem, e, até

mesmo, erradicassem este entrave do processo ensino- aprendizagem, através

de pesquisas, as autoras travaram uma intensa pesquisa com objetivo de

mostrar que existe uma nova maneira de encarar esse problema, que atinge

tanto o educando quanto o educador.

As dificuldades encontradas no processo de aquisição de leitura e de

escrita são fatores que interferem na aprendizagem do aluno. As

pesquisadoras ainda asseguram que a aprendizagem da leitura e da escrita,

entendida como questionamento a respeito de sua natureza e de sua função,

se propõem a resolver problemas e tratam de solucioná-los, seguindo sua

metodologia própria. Para isso, deslocou-se a questão da alfabetização do

ensino para aprendizagem.

Ainda segundo Teberosky e Emília Ferreiro (1985), as crianças

aprendem a ler participando das atividades de uso da escrita junto com

pessoas que dominam esse conhecimento. Aprender a ler quando acham que

podem fazer isso. É difícil uma criança aprender a ler quando se espera dela o

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fracasso. É difícil também a criança aprender a ler se ela não achar uma

finalidade na leitura.

O domínio da língua tem estreita relação com a possibilidade de plena

participação social, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem

acesso à informação, expressa a defende pontos de vista, partilha ou constrói

visões do mundo, produz conhecimento. Dessa forma, um projeto educativo

comprometido com a democratização social e cultural atribui à escola a função

e a responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o acesso aos saberes

linguísticos necessários para o exercício da cidadania, direito inalienáveis de

todos.

Essa responsabilidade é tanto maior quanto menos for o grau de

letramento das comunidades em que vivem os alunos.

Segundo apontamentos do PCN:

“Considerando os diferentes níveis de conhecimento

prévio, cabe a escola a sua ampliação de forma

progressivamente, durante os oito anos do ensino

fundamental, cada aluno se torna capaz de interpretar

diferentes textos que circulam socialmente, de assumir a

palavra e, como cidadão, de produzir textos eficazes nas

mais variadas situações” (PCN, Língua Portuguesa, v.2,

p. 23).

Baseado em leituras das autoras Mendonça e Carvalho (2006), nos

Parâmetros Curriculares Nacionais, doravante PCN’s, e nas experiências do

cotidiano da autora deste artigo, percebe-se que o prazer pela leitura e escrita

pode acontecer dentro da sala de aula e fora dela.

A organização das salas de aulas pode proporcionar uma aula bem

prazerosa em relação à leitura e a escrita. Sabendo utilizar este espaço, o

educador poderá proporcionar grandes aprendizagens, além de interações

harmoniosas entre crianças. A organização da sala de aula e de todos os

elementos que compõem, conseguem transmitir à criança um ambiente

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propiciador de aprendizagem. Estes elementos vão desde o mobiliário a livros,

revistas, gibis etc.

É muito importante o ensino da literatura na sala de aula, pois é ali que

começa o grande despertar pelo prazer da leitura. E este contato com a

literatura permite à criança ampliar seus conhecimentos, a fim de que possa

melhor compreender a língua escrita e falada e conhecer o mundo que está a

sua volta. A sala de aula pode ser considerada um ambiente complexo, instável

e incerto. Porém, é neste contexto dinâmico que o educador precisa

movimentar-se de forma competente, ou seja, conseguir identificar situações,

processar informações, elaborar diagnóstico e tomar decisões sobre possíveis

e necessárias intervenções.

Flôres (2001) acredita que a escola deve propor e garantir situações de

leitura e escrita que proporcionem prazer para criança. Estabelece que em sala

de aula deva se criar um clima que vá de encontro ao propósito do educador.

Esse ambiente será um espaço onde haverá interação entre o professor e o

aluno.

Oswald (1997), ao analisar as implicações pedagógicas das diferentes

correntes teóricas em relação ao aprendizado da leitura e da escrita, mostra

objetivamente que elas delineiam práticas escolares dicotômicas. A vertente de

cunho tradicional, por exemplo, orienta a ação pedagógica baseando-a na

transmissão de conhecimentos, situando o aluno como sujeito passivo. Neste

caso, a aprendizagem da escrita é orientada, inicialmente, pelo treino de

habilidades perceptivo-motoras. Parte-se do pressuposto de que a criança não

detém conhecimentos relativos ao objeto de sua aprendizagem, portanto, ser

submetida a um processo de preparação.

O papel do professor, nesta perspectiva, tomando o aluno como o ser

social que se apropria da escrita nas interações com diferentes interlocutores

(mediadores), refere-se à organização de práticas interativas de ensino-

aprendizagem, que provoque o desenvolvimento de suas concepções sobre o

objetivo de conhecimento. Essa compreensão de aprendizado da escrita

implica interpretar os erros ortográficos das crianças, na alfabetização, como

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conhecimento potencial acerca da escrita, indicando um conhecimento

potencial, indicando um conhecimento real a ser construído uma vez que:

”A zona de desenvolvimento proximal define aquelas

funções que ainda não amadureceram, mas que estão em

processo de maturação, funções que amadurecerão, mas

que estão presentes em estado embrionário. Essas

funções poderiam ser chamadas de ‘brotos’ do

desenvolvimento. O nível de desenvolvimento mental,

retrospectivamente, enquanto a zona de desenvolvimento

proximal caracteriza o desenvolvimento

prospectivamente.” (Vygotsky, 1998, p.113).

É importante que o professor alfabetizador possa compreender a

dinâmica da aprendizagem, percebendo o significado da prática escolar na

condução desse processo e no desenvolvimento das funções psicológicas

superiores da criança. De outro modo, a ênfase nos princípios da racionalidade

técnica, pode limitar a escrita à mera habilidade motora, fragmentando e

fossilizando o saber escolar.

A importância e a necessidade da escola se dão ao se abrir um espaço,

para estudo e análise do processo de aquisição da escrita, deslocando-se o

enfoque de como ensinar para como ocorre a aprendizagem do aluno. Os

avanços conceituais na área de alfabetização requerem, da prática do

professor escolar, o redimensionamento do aprendizado da escrita e da

intervenção pedagógica, encaminhado para o questionamento dos saberes

necessários ao alfabetizador. Evidentemente esses saberes referem-se à

natureza da escrita e da prática da alfabetização.

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23

2.1 A importância da contribuição da escola

O ambiente escolar influencia no processo de aquisição da leitura e da

escrita. Essa questão nos faz refletir sobre a importância que ambiente escolar

tem no desenvolvimento da leitura e da escrita e como ele interage com o seu

público alvo.

A escola não deve se omitir em proporcionar um ambiente rico em

matérias escritas para os seus alunos.

Segundo Teberosky (2003), prover o espaço das crianças com histórias,

poemas ou livros informativos é uma condição essencial para favorecer o seu

acesso à língua escrita e para motivar o desejo de aprender a ler.

Essa afirmação da autora embasa a importância da organização da sala

de aula com muitos materiais ilustrativos, sem que os educandos tenham

oportunidades nem de pensar, esses materiais devem ficar expostos em uma

altura acessível a todas.

Promover um ambiente rico para o processo de aprendizagem não é só

arrumar a sala de aula cheia de cartazes, revistas, rótulos, folhetos informativos

etc. É necessário que os educandos façam uso desses materiais.

O espaço escolar deve transmitir o mundo da escrita, sendo atrativo e

bem organizado para que os alunos sintam que os materiais que eles

encontram no seu convívio social estão presentes também na sala de aula.

O ambiente onde se dá a prática educativa, sem duvida, interfere

favoravelmente ou não nos resultados dessa prática, vai depender do grau de

utilização que o indivíduo fará desse ambiente e da ação pedagógica que o

professor desenvolverá em suas aulas (Santos, 2004, p. 179).

A exposição dos materiais escritos em uma sala de aula deve ser

redigida em um papel de qualidade, sem nenhuma rasura e com boa higiene

deixando um espaço adequando entre os versículos e entre uma palavra e

outra, para que se torne agradável visualmente facilitando a comunicação e

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permitindo um bom entendimento. Esses materiais devem ficar expostos na

sala de aula um tempo suficiente para que os alunos possam manuseá-los

naturalmente.

Muitos educandos já convivem em um ambiente físico sem quaisquer

confortos, por isso as escolas devem equipar-se estruturalmente e

materialmente para que possam oferecer à sua clientela o máximo de conforto

que o ser humano necessita. O aprendizado é prejudicado tanto pela má

estrutura física das salas de aula, como também pela superlotação que

compromete muito a qualidade de ensino.

Para Santos (2004, p. 178), essa situação é uma amostra, sem dúvida,

do quanto ainda precisa ser feito por muitos para que a educação conquiste de

fato o real interesse e a necessária atenção dos dirigentes deste país e para

que uma escola pública digna, com classes de vinte e cinco alunos, deixe de

ser apenas um sonho dos educandos.

Segundo Vygotsky (aput Felipe), o indivíduo se desenvolve interagindo

com pessoas e com o mundo externo. Sendo assim, o espaço físico da sala de

aula tende a oferecer meios em que os educando troquem suas experiências

em atividades realizadas em grupos dentro e fora da sala de aula, aproveitando

o máximo o ambiente interno e externo.

Os PCN’s (1997) enumeram uma série de condições essenciais para

desenvolver uma prática de leitura eficiente:

• Dispor de uma boa biblioteca na escola;

• Dispor de um acervo de classe com livros e outros materiais de leitura;

• Organizar momentos de leitura livre em que o professor também leia;

• Planejar atividades diárias garantindo que as leituras tenham a mesma

importância que as demais;

• Possibilitar aos alunos a escolha de suas leituras;

• Garantir que os alunos não sejam importunados durante os momentos de

leitura com perguntas sobre que estão achando;

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• Possibilitar aos alunos a empréstimo de livros na escola;

• Incentivar a leitura diária; usar textos diversificados.

De acordo com Bernardino (2008), na produção de sentidos, o leitor

desempenha papel ativo, sendo as inferências um relevante processo cognitivo

referente esta atividade. Esta ação promove uma interação recíproca entre

leitor e o texto.

A escola tem papel fundamental nesse contexto. É ela, o primeiro

espaço legitimado de produção da leitura e da escrita de forma consciente. E é

dela, a responsabilidade de promover estratégia e condições para que ocorra o

crescimento individual de leitor despertando-lhe interesse, aptidão e

competência. Nesse sentido, a escola deverá contar com uma forte aliada: a

biblioteca.

Uma biblioteca escolar bem estruturada e um profissional bibliotecário

capacitado a direcionar o trabalho de disseminação da informação, de forma

dinâmica o criativa, certamente favorecerão a obtenção de resultados

satisfatórios quando aos objetos almejados para desenvolvimento das práticas

leitoras.

Afastando de vez com isso pensamentos como o descrito por Amato

Garcia:

“A biblioteca é muitas vezes como um lugar em que são

armazenados livros para leitura, um lugar destinado a alunos

considerados indisciplinado, ou ainda, de disseminação da

informação. Por sua vez, o bibliotecário é um elemento que

executa tarefas meramente técnicas e a sua formação

pedagógica, cultural e social é deixada de lado.” (1998, p.13).

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2.2 A importância da participação da família

As crianças se desenvolvem na leitura e na escrita tendo alguém para se

espelhar, ela toma gosto pela leitura quando vê alguém lendo. É nesse

momento que o exemplo dos pais ao ler um livro, comprar jornais, revistas ou

simplesmente pegar materiais escritos para manusear está despertando em

seus filhos a vontade de ler e escrever.

Teberosky (2003) vem afirmar que em determinadas famílias a criança

interage com materiais e com tarefas de leitura e escrita desde muito cedo.

O envolvimento dos pais na vida escolar dos filhos tem sido apontado

como principal fator de sucesso no que se refere ao desenvolvimento

acadêmico do aluno. Tornando assim a família como instituição extremamente

importante no processo de aprendizagem.

Percebe-se que o acompanhamento pela família da leitura e escrita das

crianças acaba por ter implicações positivas, quando a criança inicia a

aprendizagem formal da leitura na escola. Ainda não é fácil desenvolver essa

parceria, mas a escola precisa se incumbir da responsabilidade de promover

essa aproximação entre a Escola e Família.

Libâneo ressalta:

“Educação é o conjunto de ações, processos, influências,

estruturas que intervêm no desenvolvimento humano de

indivíduos e grupo na relação ativa com ambiente natural

e social, num determinado contexto de relações entre

grupos e classes sociais.” (2000, p.22).

Partindo desse contexto, entende-se que os laços entre escola e família

são importantes para se fazer um estudo do contexto familiar na relação com o

contexto escolar, voltando-se para como os pais vêem seu papel no processo

de escolarização dos seus filhos. Assim sendo, será possível analisar a

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situação atual dos pais e suas dificuldades em acompanhar o processo escolar

dos filhos, assim como seus posicionamentos frente à escola.

Uma visita à escola do filho pode se ato sem muita importância para os

pais ao até mesmo para o docente, mas para criança essa ação tem muito

valor ela sente que seus pais estão presentes e preocupados com o seu

aprendizado.

O processo de construção da leitura e da lecto-escrita é alicerçada com

a colaboração dos pais: feita com amor, paciência, dedicação, colaborando

quando necessário, mas incentivando sempre, a fim de que a criança perceba

que ela não está sozinha nesse processo e tendo a leitura e a escrita realizada

pelo os pais como o exemplo prazeroso. Mesmo se os pais forem analfabetos

eles podem se torna colaboradores desse processo, organizando um ambiente

familiar rico em materiais escritos.

Teberosky (2003) enfatiza que no aprendizado a criança é protagonista

e os co-protagonistas são os pais e os professores que se interferem pelo

pequeno a quem ensina.

A participação dos pais está muito além de só freqüentarem as reuniões

dos pais e mestres que as escolas promovem. Para que aconteça a interação

dos professores com os pais é necessário que as escolas criem outros tipos de

eventos, tais quais incentivem a colaboração da família no processo de

aprendizagem da criança.

A colaboração dos pais no processo de aprendizagem da leitura e da

escrita fica mais sólida quando a família assume também o seu papel de

colaboração, permitindo que os filhos tenham um acompanhamento baseado

muito diálogo entre os pais, professores e com criança, a qual é a peça-chave

de todo o processo, sentido que está amparada pelos pais.

Antonio Carlos Gomes da Costa (aput GENTILE) afirma que o

importante é que os familiares se engajem totalmente. E essa mudança pode

ser o segredo do sucesso para uma relação duradoura e com final feliz.

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A participação dos pais e, inclusive, da Psicopedagogia, no processo de

aquisição da leitura e da escrita é fundamental, pois são eles que auxiliarão

nas dificuldades que as crianças apresentarem no seu desenvolvimento, já que

muitos educadores tentam proporcionar um aprendizado igualitário na sala de

aula.

Sendo assim, muitos educadores ainda questionam o Porquê de

algumas crianças se desenvolverem com mais facilidade, enquanto outras não.

O que mais o intrigam é quando todas realizam as mesmas atividades,

recebem a mesma dedicação por parte dos professores e são submetidos ao

mesmo método. É nesse contexto que se vislumbra a importância da

Psicopedagogia no processo de alfabetização, assunto este que será estudado

no próximo capítulo.

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CAPITULO III

PSICOPEDAGOGIA NO PROCESSO DA

ALFABETIZAÇÃO

Sendo a Psicopedagogia responsável pelos métodos estratégicos para

crianças com dificuldades de aprendizagem, pode-se afirmar que sua função

na escola, em especial no processo de alfabetização e letramento, é mediar as

capacidades das crianças, levando-as a partir daí a sentir estimulada através

da escola juntamente com o professor psicopedagogo numa construção

significativa e de acordo com sua capacidade de desenvolvimento.

No ensino-aprendizagem da alfabetização e letramento nas escolas hoje

é notório as teorias baseadas nos princípios psicogenéticos a exemplo do PCN

que explica:

“Conforme a concepção acima mencionada, podemos

perceber claramente a relevância da psicologia genética

na compreensão do processo de desenvolvimento da

criança, isso implica afirmar que as escolas atualmente

estão oportunizadas a adotarem meios assegurados não

apenas pelo educador individualmente, mas sim pelo

conjunto de ideias advindas de estudos voltados para as

necessidades especiais envolvendo a criança e a sua

aprendizagem.” (PCN, 1997, p. 43)

No processo de alfabetização, a Psicopedagogia contribui levando o

educador a refletir sobre seus atos como professor e avaliador da

aprendizagem de crianças com dificuldades tanto quanto de outras habilidades

ligadas direta e indiretamente à escola envolvendo a escrita.

Segundo Soares (2000), o letramento é a posição em que vive o

indivíduo de saber ler e escrever no exercício das práticas sociais da escrita e

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da leitura que circundam a sociedade na qual está inserido. É nesse contexto

das dificuldades de aprendizagem de escrita e da leitura que a psicopedagogia

clínica e institucional tem por finalidade ser um aporte entre o educador e sua

organização da aprendizagem no processo de alfabetização.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (1998), o fazer

pedagógico como processo constituído de objetivos e meios precisa ser revisto

nas ações, com reflexão e diálogo compreendido passo-a-passo na

interdisciplinaridade, bem como devem ser contextualizada para fazer

acontecer a aprendizagem do educando e para que este possa ser agente

transformador da realidade.

Parte-se do pressuposto, dos inúmeros recursos que lúdico oferece no

exercício da aprendizagem, em que o mesmo possa ser um aporte no

momento da construção da proposta pedagógica, vislumbrando na escola

oportunidade para uma tomada de postura crítica e consciência fonológica na

fase da construção da escrita. A consciência fonológica aqui referida entende-

se como percepção das palavras construídas de sons, e sua compreensão de

fala pode ser segmentada quanto a diversas possibilidades de manipular

esses segmentos, ao longo dos diferentes tipos dessas aquisições.

3.1 - A criança e o processo de alfabetização

Segundo Weiss (2006), as pesquisas sobre o processo de alfabetização

vêm explicitando que, para poder se apropriar do nosso sistema de

representação da escrita, a criança precisa construir respostas para duas

questões: o que a escrita representa e qual a estrutura do modo de

representação da escrita.

Segundo Ferreiro (1995), a necessidade de representação

mediante símbolos é expressa pela escrita, em que o código auxilia os seres

no processo de comunicação instalado na sociedade letrada. Através da

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escrita, é possível exercer relevante papel no processo de escolarização do ser

humano.

As dificuldades apresentadas no processo de alfabetização devem ser

consideradas, especialmente quando a crianças passam a reinventar os

sistemas de construção de símbolos, e nesse caso as relações entre o real e a

sua representação são importantes na aquisição do saber. A escrita tipo

“alfabética” assume o destacado contexto no processo de socialização do ser

humano, e nesse sistema de representações a ação alfabetizadora, que é

exigida no processo de alfabetização, deve ser considerada.

De acordo com a natureza que se revela quanto ao uso das palavras na

representação dos objetos, os significados assumidos no processo de

alfabetização permite ao indivíduo representar a realidade e as conseqüências

do modo de apropriação dos valores sócio-culturais assumem destaque

especial na elaboração do quadro real em que se estabelece a relação “homem

e mundo” na compreensão da realidade.

Ainda segundo Ferreira (1995), a alfabetização de criança é realizada

sistematicamente levando-se em consideração os métodos de ensino aos

quais ela se submete na pré-escola ou no contexto social em que vive. O saber

que a criança adquire é proveniente dos condicionantes que se revelam no

sistema de escrita, e, nessa perspectiva, sua compreensão se efetiva de

acordo com as informações recebidas.

Cagliari (1993) aponta para caráter sistematizado realizado pela escola

para ensinar a leitura e a escrita às crianças através de formas herméticas que,

em muitos casos, inibem o poder criativo e resultam no aprendizado segundo o

modelo dominante exigido.

Assim, as famílias de letras são apresentadas como alternativas

favoráveis ao aprendizado, e segundo este autor essa deficiência do nosso

sistema de escrita, no entanto, não cria grandes problemas, desde como

falantes nativos na língua é possível supera as barreiras apresentadas.

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Então é importante considerar que os sistemas de escrita, em geral

admitem variantes para as formas dos símbolos e das letras e a facilidade dos

caracteres da leitura possível ao aluno compreender de modo claro o

significado que e expresso em cada símbolo.

Também deve se considerar, na alfabetização da criança, que as mais

recentes conquistas tecnológicas e os novos hábitos da vida moderna rompem

significativamente com o ato de alfabetizar de forma tradicional.

Sem dúvida, o ato de alfabetizar assumiu relevante espaço com a

presença da tecnologia de comunicação e da informação que se expressa no

cotidiano das relações “homem-meio social”. E é nessa perspectiva é que deve

ser pensada a alfabetização da criança, assumindo-se na concepção dialética

em conformidade com momento histórico em que esses sujeitos se encontram.

A realidade social dos sujeitos deve ser refletida no sentido de discutir o

processo de escolarização através da educação infantil, em que os valores

apresentados da criança devem ser analisados cuidadosamente pela a escola,

especialmente os níveis sócios – econômicos revelam importantes olhares

sentido de obstaculizar o desenvolvimento infantil, segundo as necessidades

que se destaca em classes populares onde a renda mensal compromete

elaboração de programas educativos infantis.

A Alfabetização é, na sua essência, ensinar alguém a ler, ou seja,

decifrar a escrita. O ato de escrever é decorrência desse conhecimento, e não

o inverso. Na prática escolar, parte-se sempre do pressuposto de que o aluno

já decifra a escrita, por isso o termo “leitura” adquire outro sentido. Trata-se

então da leitura para conhecer um texto escrito.

Cagliari (1998) defende que a criança para ser alfabetizada, não precisa

aprender a escrever, mas sim “aprender a ler”, em outras palavras, a

alfabetização realiza-se quando o aprendiz descobre como o sistema de escrita

funciona, isto é, quando aprende a ler, a decifrar a escrita. Portanto a

descoberta da escrita é conseqüência do domínio da leitura.

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De acordo com as considerações de Nicolau (1995), o educador ligado a

educação infantil precisa desenvolver o olhar no processo no sentido de

entender as variantes que impedem a realização de desenvolvimento da leitura

e da escrita, pois, em diversos momentos, estes se revelam com essenciais

objetos de investigação que demarcam a necessidade de novas ações

pedagógica, diante do quadro estabelecido na sociedade.

O processo de alfabetização de crianças, em alguns momentos, está

isento de análise do contexto social em virtude dessa fragilização. O êxito

passa a ser comprometido, resultando no fato de muitas crianças deixarem a

pré-escola com sentimento que foram derrotadas em não conseguirem

aprender.

A visão expressa por Nicolau (1995) aponta para as medidas a serem

desenvolvidas pela Sistemática Educacional, oferecendo-se condições de

realizar o processo educativo de acordo com os valores que se estabelecem na

sociedade, em que as contradições se apresentam como medidas

conciliatórias para promover a educação infantil.

Segundo a teoria de Emília Ferreiro (1986), a criança elabora hipóteses

na evolução da escrita, nesse processo de construção, ela passa por quatro

níveis até que seja alfabetizada:

• Pré-silábica: A criança ainda não consegue relacionar as letras com os sons

da língua falada. O que escrevem são representações de símbolos que se

deparam no seu cotidiano, cada um só pode interpretar a sua própria escrita,

nesta fase consideram que a escrita é proporcional ao tamanho do objeto,

fazendo corresponder a ele um traço maior ou menor.

• Silábica: Interpreta a letra à sua maneira, a criança atribui a cada letra ou

marca escrita, o registro de uma sílaba falada. Está estratégia leva à criança a

supera entre forma escrita e a oralidade, com hipótese de que a escrita

representa as partes sonoras da fala. Neste momento surge o conflito com as

ideias iniciais de que necessita pelo menos de três caracteres para escrever

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uma palavra e que as letras não podem ser repetidas. Esse conflito faz com

que ela avance para outro nível.

• Silábica-alfabética: Caracteriza-se por momento de transição, em que a

criança, sem abandonar a hipótese anterior, ensaia em alguns seguimentos a

análise da escrita em termos dos fonemas (escrita alfabética). Mistura a lógica

anterior com a identificação a identificação de algumas sílabas, ao invés da

omissão anterior de letras, agora a criança agrega mais caracteres na escrita

tentando aproximar-se do princípio alfabético.

• Alfabética: Nesta fase a criança já venceu partes dos conflitos para

compreensão da escrita. Cada um dos caracteres da escrita corresponde a

valores menores que a sílaba, analisa o som dos fonemas das palavras a

serem escritas por ela, dominando o valor das letras e sílabas.

A escrita numa perspectiva evolutiva dota alfabetização de aparato

teórico que lhe permite olhar o erro da criança de forma construtivo. Segundo

Piaget (1983), deve se respeitar o nível de desenvolvimento das crianças, não

se pode ir além de suas capacidades, nem deixá-las agir sozinhas.

Diante de todo esse contexto, a principal tarefa do professor é aprender

a observar e entender a evolução da criança, para que possa trabalhar a partir

do nível de conceitualização da mesma. Portanto, o objetivo de Ferreiro é

integrar o conhecimento espontâneo da criança ao ensino, dando-lhe maior

significado. No processo ensino aprendizagem, o desenvolvimento de cada

aluno, estimulado dessa maneira, será constante e infinitivo.

3.2 - A proposta psicopedagógica de alfabetização

Na obra de Ferreiro (2001) “Reflexões sobre alfabetização”, se enfatiza

a importância do papel do professor. Ela destaca o valor do professor, como o

aluno pensa seus interesses e necessidades. Diante disto, ele terá mais

referencias para planejar atividades que sejam significativas

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É preciso planejar situações em que os alunos sejam convidados a

escrever coisas, cuja forma escrita não sabem de memória, pois é isso que

permite ao professor conhecer suas hipóteses, descobrir quais as ideias

orientam as estranhas escritas que produzem e oferecer boas situações de

ensino aprendizagem.

São muitas questões que se colocam para os alunos, quando eles têm

que escrever e não estão alfabetizados. Dentre elas, destacamos indagações

como: Quantas letras pôr? Por que meu colega escreve tão diferente de mim?

Observam-se também as questões que se colocam quando eles são

convidados a ler a própria escrita. Dentre outras, eles questionam: Por que é

difícil ler e escrever? Por que sobram letras? Por que as letras parecem estar

fora de ordem? Por que há tantas letras iguais em uma mesma escrita? Por

que leio a mesma coisa de um jeito diferente do meu colega?

É pensando sobre a escrita que se aprenda a ler e escrever. A

memorização de sílabas da educação tradicional não garante a compreensão

das regras de geração e funcionamento do sistema de escrita alfabética. As

ideias que os alunos constroem sobre a escrita, ou seja, as hipóteses de

escrita são consideradas, por Ferreiro, como erros construtivos. Esta é uma

etapa necessária. Isso não quer dizer, de forma alguma, que o professor deva

referendá-la porque fazem parte do processo aprendizagem, ou esperar que

eles sejam superados espontaneamente, de acordo com o ritmo do aluno.

As hipóteses de escrita superam-se umas às outras, em maior ou menor

tempo, dependendo como o professor organiza as situações didáticas. O mais

importante é planejar intencionalmente o trabalho pedagógico, de forma a

atender às necessidades de aprendizagem dos alunos.

A atuação da psicopedagogia favorece os mecanismos presentes do

aprender e de ensinar, nos aspectos das relações de vínculos com a escola,

com o professor e com todos da comunidade escolar; além de redefinir os

procedimentos pedagógicos, interagir todas as dimensões implícitas no saber,

articulando todos os processos educacionais.

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No texto de Souza (2000) “Intervenção psicopedagógica: como e o que

planejar?”, destaca-se algumas modalidade de intervenção:

• Recuperação dos conteúdos escolares que estão deficitários (examinar

novamente os conteúdos escolares e os hábitos de aprendizagem);

• Orientação de estudos – (organização, disciplina, etc.);

• Brincadeiras, jogos de regras, dramatizações – ( objetivo de promover afeto,

personalidade);

• Encaminhamento pela escola ao profissional que irá atender clinicamente;

• Busca de instrumento que possam auxiliar o processo de aprendizagem e

desenvolvimento, no que se refere à inteligência e afetividade.

Porém, Bossa (1994) destaca outros recursos para intervenção, referido-

se a Provas de Inteligência (wisc); Teste de Projetivos; Avaliação

perceptomotora (Teste Bender); Provas de nível de pensamento (Piaget);

Avaliação do nível pedagógico (nível de escolaridade); Desenho da família;

Desenho da figura Humana; H.T.P – Casa, Árvore e Pessoa (House, Tree,

Person); Teste psicomotores: Lateralidade; Estruturas rítmicas...

Portanto, a intervenção psicopedagógica é imprescindível para busca

de superação, visando o desempenho dos alunos no processo de

aprendizagem escolar, pois a avaliação permitirá que a instituição obtenha

domínio para corrigir ou aprimorar o desempenho dos alunos na aprendizagem.

3.3 - As contribuições da psicopedagogia e as funções do

psicopedagogo

A escola é considerada, por excelência, o veículo de difusão do

conhecimento e espaço onde ocorre o desenvolvimento sócio-cognitivo dos

indivíduos. Como instituição social, tem a incumbência de garantir aos que nela

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ingressam a construção saudável de saberes e competências necessárias para

o enfrentamento dos desafios que atual sociedade lhes apresenta.

Entretanto, a escola de hoje se depara com sérios entraves que impede

de ser foco principal no processo de desenvolvimento do sujeito, sobretudo das

crianças com dificuldades de aprendizagem.

Nesse sentido, a psicopedagogia surge com uma nova área do

conhecimento na busca de compreender e solucionar os problemas de

aprendizagem, tendo sua configuração institucional na fusão de pensar e de

refazer o trabalho no cotidiano da escola.

Alunos por falta de competência do professor são taxados como

retardados, desnutridos, inaptos a desenvolver-se e, em conseqüência disso,

são excluídos e culpabilizados pelo seu não aprender. Neste quadro de

incertezas e esperanças surge a figura do psicopedagogo, sedentos de

respostas ao como fazer e lidar com problemas de aprendizagem.

Segundo Moojem (2004), a partir de uma visão interdiciplinar,

educadores têm observado que o fracasso escolar deixou de ser algo

patológico e de ser tratado como doença. Por contar com a contribuição de

várias áreas do conhecimento Psicologia, Sociologia, Atropologia, Linguística,

Neuropsicologia e outras. Diante disto, a Psicopedagogia assume um papel

desmistificadora do fracasso escolar, entendendo o “erro” como o processo de

construção de conhecimento. Essa ideia está inserida nos referenciais teóricos

que permeiam este trabalho, no que diz respeito à Teoria de Ferreiro e Piaget

referente ao Construtivismo.

Na concepção antiga, considerava-se o aluno um ser passivo que

recebia as informações do mundo exterior por meio de metodologia indutiva.

Novos paradigmas surgiram possibilitando compreender a educação, como um

processo global centrado no aluno com a preocupação do como ele aprende.

Esta nova visão tem aberto um espaço para atuação do

psicopedagogo. Inicialmente, o profissional da Psicopedagogia só atuava em

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clínicas atendendo aqueles que, encaminhados pelas escolas, precisavam de

uma avaliação mais apurada da dificuldade de aprendizagem.

Mesmo sendo convocado para ajudar a desvendar as causas do

fracasso escolar, o psicopedagogo encontra muitas resistências configuradas

em omissões de dados necessários para realizar o diagnóstico do sujeito que

não aprende.

Para avaliação da situação, o psicopedagogo, no encontro inicial com

a criança com dificuldades de aprendizagem e com a família, na anamnese,

usa dois recursos importantíssimos: o Olhar e a Escuta psicopedagógicos.

Todos os detalhes são considerados fonte de informações desde o silêncio, as

expressões, a fala e a maneira como se comporta em diferentes situações.

3.4 – Avaliação Psicopedagógica

Quando a queixa escolar sobre as dificuldades de aprendizagem está

relacionada à aquisição da leitura e da escrita, Weisz (2006) afirma que é

necessário tornar claro que a alfabetização não é mais a transmissão de

conhecimentos prontos e acabados que a criança recebia de acordo com os

seus pré- requisitos. Atualmente, a construção de conhecimentos ocorre com

hipóteses temporárias que vão sendo substituídas por outras mais aprimoradas

por meio de um processo ativo no qual a criança é usuária e produtora da

língua ao mesmo tempo.

Segundo Coll e Martin (2006), avaliar a aprendizagem de um aluno

equivale especificar até que ponto ele desenvolveu determinadas capacidades

contempladas nos objetivos gerais da etapa. Para que o aluno possa atribuir

sentido às novas aprendizagens propostas, é necessária a identificação de

seus conhecimentos prévios, finalidade a que se orienta a avaliação das

competências curriculares.

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Dentre os instrumentos de avaliação também podemos destacar: escrita

livre e dirigida, visando avaliar a grafia, ortografia e produção textual (forma e

conteúdo); leitura (decodificação e compreensão); provas de avaliação do nível

de pensamento e outras funções cognitivas; jogos simbólicos e jogos com

regras; desenho e análise de grafismo.

Conforme Coll; Marchesi; Palaçios (2007), a avaliação

psicopedagógica irá fornecer informações importantes em relação às

necessidades de seus alunos, bem como o seu contexto escolar, familiar e

social, e ainda irá justificar se há ou não necessidade de introduzir mudanças

na oferta educacional.

Depois da coleta de informações que considerar importante para a

avaliação, o psicopedagogo irá intervir visando à solução de problemas de

aprendizagem em seus devidos espaços, uma vez que a avaliação visa

organizar a vida escolar e doméstica da criança e, somente neste foco, ela

deve ser encaminha. Vale dizer que fica vazio o pedido de avaliação apenas

para justificar um processo que está descomprometido com o aluno e com a

sua aprendizagem.

Segundo expõe Vasconcelos (1991), se pensarmos em termos bem

objetivos, a avaliação nada mais é do que localizar necessidades e se

comprometer com sua superação.

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CONCLUSÃO

Trabalhar com crianças é algo bastante gratificante...seja na

escola...seja fora dela. Ao longo da rotina de sala de aula, os educadores são

desafiados a todo instante pelos educandos. E é o que torna as coisas

possíveis...quando se busca tais desafios a fim de construir algo junto com os

nossos alunos. Aprendizagem essa que faz refletir o quanto a criança é capaz,

bastando apenas a escola propiciar um ambiente adequando.

Ao longo de décadas, a criança com dificuldade na aprendizagem era

encaminhada a um especialista para confirmar sua “normalidade”. Conforme

fosse resultado desse diagnóstico, essa criança era encaminhada para classes

ou escolas especiais que ofereciam um ensino diferenciado, contendo todo

esse processo de deslocamento. Em decorrência desse tratamento

diferenciado, inicia-se um processo de desmotivação por parte da criança,

tendo em vista ser necessário um novo processo de adaptação a uma nova

estrutura educacional, às novas relações humanas com os colegas...enfim,

com intuito de sanar as dificuldades apresentadas pelo o aluno.

Embora as dificuldades de aprendizagem sejam causadas por uma

diversidade de fatores, a extensão em que as crianças são afetadas por eles,

frequentemente, é determinada pelo ambiente no qual vivem. As condições em

casa e na escola, na verdade, podem fazer a diferença entre uma leve

deficiência e um problema verdadeiramente de incapacidade.

A leitura e a escrita são processos extremamente complexos e as

dificuldades podem ocorrer de maneiras diversas. Além disso, temos a

aquisição da leitura escrita como fator fundamental e favorável dos

conhecimentos futuros. São ferramentas essenciais, onde serão alicerçadas as

demais aquisições e o apoio para relações interpessoais, para comunicação e

leitura do meu mundo interno e externo.

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Segundo explicação de Emília Ferreiro e Teberosky (2001), a leitura e a

escrita têm sido consideradas como objeto de instrução sistemática,

pertencente à escola. As atividades de interpretação e escrita começam antes

da escolarização.

As dificuldades de aprendizagem da leitura e da escrita devem ser

consideradas como formas de fracasso escolar. Pode-se dizer que sua

problemática é mesma que a do fracasso escolar em geral e que só poderá ser

compreendida e enquadrada nesta mesma questão.

O educador deve procurar meios e métodos com os quais levem os

alunos ao prazer da leitura e da escrita, enriquecendo, dessa forma, o seu

vocabulário, abrindo novos conhecimentos na vida deles.

O envolvimento dos pais na vida escolar dos filhos tem sido apontado

como o principal meio de sucesso no que se refere ao desenvolvimento escolar

do aluno. Tornando assim a família como instituição extremamente importante

no processo de aprendizagem.

Teberosky (2003) vem afirmar que em determinadas famílias a criança

interage com os materiais e com tarefas de leitura desde muito cedo.

No processo de alfabetização, a Psicopedagogia contribui levando o

educador a refletir sobre seus atos como professor e avaliador da

aprendizagem de crianças com dificuldades tanto quanto de outras habilidades

ligadas direta e indiretamente à escola envolvendo a escrita.

Ao permitir que as pessoas cultivem os hábitos de leitura e escrita e

respondam aos apelos da cultura grafocêntrica, podendo inserir-se criticamente

na sociedade, a aprendizagem da língua escrita deixa de ser uma questão

estritamente pedagógica para alçar-se à esfera política, evidentemente pelo

que representa o investimento na formação humana.(FERREIRO, 2001).

Entretanto, a escola de hoje se depara com sérios entraves que impede

de ser foco principal no processo de desenvolvimento do sujeito, sobre tudo

das crianças com dificuldades de aprendizagem.

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A Psicopedagogia surge com uma nova área do conhecimento na busca

de compreender e solucionar os problemas de aprendizagem, tendo sua

configuração institucional na fusão de pensar e de refazer o trabalho no

cotidiano da escola.

Diante desse novo perfil da Psicopedagogia, Weisz (2006) afirma que é

necessário tornar claro que alfabetização não é mais a transmissão de

conhecimentos prontos e acabados que a criança recebia de acordo com os

seus pré-requisitos.

É necessário um repensar educacional urgente, já que, nos dias atuais,

a construção de conhecimentos ocorre com hipóteses temporárias que vão

sendo substituídas por outras mais aprimoradas por meio de um processo ativo

no qual a criança é usuária e produtora da língua ao mesmo tempo.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA

LEITURA E NA ESCRITA 10

1.1 Dificuldade de aprendizagem 11

1.2 A leitura e a escrita 13

1.3 Fracasso escolar 15

CAPÍTULO II – A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA NA

AQUISIÇÃO DA LEITURA E ESCRITA 18

2.1 A Importância da contribuição da escola 23

2.2 A Importância da participação da família na escola 26

CAPÍTULO III – A PSICOPEDAGOGIA NO PROCESSO

DE ALFABETIZAÇÃO 29

3.1 A Criança e o processo de alfabetização 30

3.2 A Proposta Psicopedagógica de alfabetização 34

3.3 As Contribuições da Psicopedagogia e as

funções dos Psicopedagogo 36

3.4 Avaliação da Psicopedagogia 38

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CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA 43

WEBGRAFIA 46

ÍNDICE 47

FOLHA DE AVALIAÇÃO 49

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

AUTOR: Ana Célia Sales

TRABALHO: Das dificuldades de aprendizagem escolar ao fracasso

escolar.

Monografia apresentada junto ao Curso de Pós-Graduação “lato sensu” da

“AVM - Faculdade Integrada”, na área de Psicopedagogia Institucional, como

requisito parcial à obtenção do título de Especialista.

ORIENTADORA: Simone Ferreira

CONCEITO:

DATA: