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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO ¨LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
LIDERANÇA E MOTIVAÇÃO NO
SISTEMA VAREJISTA
Por: Renata Mello Falcão da Silva
Orientador
Pofª Mary Suee
Rio de Janeiro 2004
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO VEZ DO MESTRE
LIDERANÇA E MOTIVAÇÃO NO
SISTEMA VAREJISTA
Apresentação de monografia à Universidade Cândido Mendes Como Condição
Prévia para a Conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Docência do
Ensino Superior.
Por: Renata Mello Falcão da Silva
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AGRADECIMENTO
A todo corpo docente do Projeto a “Vez do Mestre”, aos amigos e
familiares e em especial a todos os meus colegas de trabalho que muito
me incentivaram para que eu pudesse concluir este curso.
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DEDICATÓRIA
Dedico este livro aos meus pais Marilza e Expedito (em memória), ao
meu esposo Fábio e também ao meu filho Pedro Henrique, que Deus me
abençoou com seu sorriso em meu lar
Renata M.F.da Silva
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RESUMO
Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Todos nós fomos criados para
obedecer no trabalho, em casa, na escola. Mas será que este conceito de sempre
obedecer é o ideal para nossas vidas? Será que não falta em nossas vidas inovação?
Temos que fazer a diferença para mudarmos e melhorarmos. Isso não é uma tarefa
fácil, principalmente para quem vive em um meio organizacional onde a noção de
hierarquia já está enraizada.
Podemos perceber um bom gerente quando o mesmo passa a ser um bom líder,
pensando horizontalmente, com uma grande sinergia com a equipe, esquecendo o
individualismo, que podemos chamar de “orgulho de autoria”.
Devemos sempre nos espelharmos em bons exemplos para conseguirmos atingir
nossos objetivos. Um bom líder consegue manter uma equipe motivada e isso gera
lucro certo para a empresa. Ser líder é saber ouvir, administrar e atingir as metas
estipuladas, motivando sempre e cobrando resultados, mas com consciência.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I – A Magia do Varejo
CAPÍTULO II – Motivação Interna: A Chave para o Sucesso
CAPÍTULO III – Gerentes ou Líderes?
CAPÍTULO IV – Problemas que abalam as melhores Organizações
Varejistas
CONCLUSÃO
ANEXOS
BIBLIOGRAFIA
FOLHA DE AVALIAÇÃO
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INTRODUÇÃO
De acordo com o dicionário Aurélio, líder significa guia, chefe. Mas qual a
verdadeira importância de um líder dentro de uma organização? Antes da chamada
Revolução Industrial, ninguém se preocupava com o problema da motivação dos
colaboradores. As produções eram pequenas e as técnicas de produção muito
simples.
Quando a indústria cresceu, aumentou a produtividade e o trabalhador passou a
ser um elemento do processo de produção. Com isso, os trabalhadores passaram a
ser pagos em função da produção, com salários adicionais. Mas estes trabalhadores
começaram a perceber que não conseguiriam produzir além de certo nível, porque
não podiam exercer as demandas do mercado. Assim surgiu a verdadeira
necessidade da motivação humana, pois a administração científica chegou a ter um
grande número de fracassos.
Neste período, apareceu Elton Mayo, especialista em resolver fracassos nas
indústrias e reconheceu que os colaboradores buscavam mais do que dinheiro no
trabalho. Eles sentiam a necessidade de outros estímulos.
Quando os trabalhadores começaram a ter um valor pessoal, participando das
decisões que afetavam o seu trabalho, a produtividade aumentou, pois os estes
começaram a fazer parte da empresa.
Um colaborador poderá estar dotado de todas as qualidades, para o desempenho
de um cargo, mas isso não garantirá de antemão, que ele executará muito bem a sua
tarefa. A maior qualidade para se realizar uma tarefa bem feita é a motivação. Uma
pessoa motivada trabalhará com afinco para atingir metas de desempenho. Com
habilidade e entendimento adequado, uma pessoa será altamente produtiva.
De início é preciso diferenciar necessidade, incentivo e motivação. A necessidade
é o desejo sentido pelo indivíduo. Os incentivos são os objetivos ou comportamentos
que satisfazem as necessidades, e a motivação é o reconhecimento de todo o seu
trabalho dentro da empresa. Toda motivação depende da direção (objetivos) , força e
intensidade do comportamento (esforço) para com as pessoas e para com a produção.
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CAPÍTULO I
A Magia do Varejo
“Nós temos liberdade quando nós fazemos escolhas” Paulo Freire
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O setor varejista vem passando por profundas mudanças nos últimos anos. Nosso
consumidor passou a ser mais atento, mais esperto e mais exigente.
Podemos ver o varejo como um local mágico, onde todas as experiências de
consumo podem se realizar. Todas as empresas que atuam nessa desafiadora e
empolgante atividade, tiveram que se adequar a este novo público.
Todo o poder da indústria passou para o varejo, mas não deixou de valorizar o
antigo atacado que se transformou em operadores logísticos.
A partir do momento em que o consumidor passar a ser mais racional, deixando
de comprar apenas pelo impulso, valorizando mais o seu dinheiro, as empresas
começarão a buscar alternativas para fidelizar o cliente.
Para conseguir conquistar este novo consumidor é preciso muito mais do que
preço, qualidade e crédito. É necessário saber vender com eficiência. O vendedor
tem que vender. Aquela imagem de vendedor tirador de pedido terá que deixar de
existir.
Uma loja que tem alegria, emoção, qualidade no atendimento, limpeza, conquista
o cliente fazendo um diferencial perante a concorrência, que a cada dia se torna mais
acirrada.
Não basta atender bem, conquistar a simpatia do cliente e não conseguir mantê-lo
como nosso cliente. A empresa tem que Ter um time agressivo em vendas, com
habilidades para envolver mais sua clientela, pois caso contrário, perderá espaço para
a concorrência.
Para que isso ocorra, não basta apenas fazer treinamento, reunir diariamente todos
os funcionários para fazer intermináveis reuniões – aquela coisa massante e
ultrapassada que acaba levando a equipe a exaustão.
Um dos caminhos mais viáveis para fidelizar o cliente é a motivação. Mas para
que aconteça, devemos despertar a criatividade, a troca de experiências e de
informações, buscando soluções viáveis para alavancar as vendas.
Reordenados, unidos e bem direcionados todos da equipe conseguirão produzir
resultados concretos e não meras justificativas. Os clientes e o futuro que nos espera
exigem ações consistentes e agéis. Temos que pensar e reativar o gosto pelas
vendas. Criar novas alternativas para vender, passando a ser um desafio para o
comércio varejista. Vender apenas aquilo que o cliente quer não é vender. E, sim
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satisfazer a necessidade do mesmo, naquele momento. O bom vendedor consegue
saciar a sede das pessoas e ainda complementar a venda com outros produtos que
naquele momento ele nem pensava em comprar.
Hoje, a empresa que vive de vendas, tem que qualificar e conscientizar o
vendedor. Esta mudança no mercaro, fez com que o nosso consumidor também
mudasse. Podemos até classificar em quatro tipos de clientes: Os alienados, os
revoltados, os conscientes- maduros e os conscientes-acomodados.
Os clientes “alienados” são aquelas pessoas que ainda não despertaram para os
seus direitos básicos, aceitam tudo passivamente, não reclamam de nada, parece até
ter medo do vendedor, até mesmo por se sentir inferior. Normalmente estes clientes
possuem baixa escolaridade e acabam se omitindo ou se inibindo.
Podemos dizer que estes clientes “alienados” estão cada vez mais escassos, pois
atualmente, todos querem buscar seus direitos.
O consumidor consciente-revoltado tem consciência dos seus direitos – é uma
pessoa crítica, exigente e está sempre disposto a mudar o mundo. Caso discorde de
algo, logo começa a gritar, a falar alto – chamando atenção de tudo e de todos.
Normalmente este cliente tem razão nas suas reclamações, mas pela forma com que
ele se dirige ao responsável da loja, o mesmo acaba perdendo a razão, e acaba
recorrendo ao Órgão de Defesa do Consumidor, por não saber falar, ouvir ou tentar
uma solução para seu problema junto à loja. Muitas vezes, tenta partir para a
agressão. Com este cliente, todos os funcionários tem que ter “jogo de cintura”.
O consciente-acomodado não reclama de tudo e nem de todos, analisa antes de
reclamar, tem consciência da sua cidadania e exige seus direitos de consumidor. Ele
sabe que existem lugares , lojas ou pessoas para as quais reclamar é pura perda de
tempo, e muitas vezes, inútil. Ele é ativo, mas só investe seu tempo em reclamações
ou sugestões em lojas que ele acredita que possam melhorar.
São muitas as razões que fazem com que o cliente deixe de ser um mero alienado
e passe a ser um consciente-maduro entre as quais, podemos destacar o mercado
crescente e cada vez mais competitivo, que oferecem centenas de alternativas de
compras, os modernos meios de comunicação, levando a informação a todos. A
consciência do valor custo/benefício levará a tendência da inexistência de pessoas
bobas. As pessoas estão cada vez mais conscientes dos seus direitos e deveres.
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Diante desse cenário é importantíssimo que o lojista (gerentes, vendedores,
caixas, etc...) passem a conhecer cada cliente, só assim será possível antecipar-se,
evitando qualquer tipo de atrito com o cliente.
Quando o nosso cliente sai para comprar algo, ele está com o intuito de comprar
um sonho e a cada momento de verdade será uma satisfação para o mesmo. Todos
devem buscar encantar o cliente, pois eles não toleram decepções e para que isso
ocorra é preciso percepção e muita sensibilidade para que o “profissional de vendas”
saiba com quem está falando.
Se estamos diante de um novo consumidor, precisamos de um novo vendedor.
Aquele “tirador de pedidos”deverá deixar de existir, dando lugar ao bom e atual
profissional de vendas que antes de tudo deverá perceber, sentir, antecipar-se e agir.
Não existe nenhuma fórmula para um vendedor vencedor. Só é necessário
possuir em sua loja alguém determinado e sensível, que tenha plena consciência de
que o sucesso da pessoa apra quem ele vende é necessário para o seu próprio
sucesso, desenvolvendo a sensibilidade de traduzir expectativas e tendências em
produtos e serviços. Saia do lugar comum criando e inovando, pois o encanto está no
diferencial.
Ouça sempre o cliente, indo ao encontro dos interesses e expectativas do mesmo.
Comece sempre no mínimo, oferecendo o que ele procura e vá aos poucos, com
muita sensibilidade e encantamento, avançando aos poucos, e oferecendo o que ele
necessita mais não estava com o intuito de comprar naquele momento.
Esteja sempre atento ao mercado. Veja se o que você oferece é mais convincente
do que a concorrência oferece. Oferte no mínimo, um pouquinho mais. O bom
vendedor tem que pensar e atuar sempre voltado para os interesses do cliente.
Cultive sempre o prazer em servi- lo, identificando sempre, se possível, cada
cliente de forma individualizada.
Seja sempre gentil, mas não páre por aí.
Existem cliente que podem ser tratados com extremas gentileza e mesmo assim
ainda se sentem mal-atendidos, pois não conseguiu solução para algum problema.
Todos os profissionais que trabalham com atendimento ao público, tem que ter
em mente que, diante de um mercado tão competitivo é necessário fidelizar o cliente,
para que ele volte sempre. Um sorriso, uma expressão amigável, uma boa postura
corporal, uma palavra cordial são fatores que aproximam o cliente, mas nada disso
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terá valor se o cliente estiver com algum problema e não conseguir solucioná- lo. Por
isso seja cordial, gentil, mas principalmente tenha comprometimento consigo
mesmo, com a empresa e seja eficiente.
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CAPÍTULO II
Motivação: A Chave para o Sucesso
“Para superarmos os desafios que enfrentamos, dia-a-dia, seja qual for a nossa profissão, é necessário mais do que incentivos, é preciso
motivação”. Roberto Vieira Ribeiro
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São várias as teorias sobre motivação e todas tentam explicar as diversas razões
para a dicotomia na relação homem-trabalho. Não podemos ter a visão que o
trabalho é algo ruim. Todos os colaboradores de uma empresa devem procurar
meios para tornar um ambiente de trabalho algo alegre, produtivo e agradável. Com
isso, as empresas serão capazes de concorrer positivamente para a motivação e
satisfação de seus colaboradores.
Quando se tem um bom relacionamento entre os empregados e as tarefas
exercidas por estes, automaticamente os mesmos se tornarão motivados, gerando um
ótimo clima organizacional. Assim, ocorrerá a diminuição do “Gap” entre motivação
e satisfação em relação a obrigatoriedade de se realizar tarefas.
O importante é a conscientização. Pessoas conscientes com o seu dever e
satisfeitas com seu trabalho acabam por fazer suas tarefas fielmente, sem que haja
aquela obrigatoriedade diária.
Podemos executar uma mesma atividade de várias maneiras. Isso não significa,
necessariamente que estamos realizando de maneira errônea. Os gestores devem dar
oportunidades para criar, desenvolvendo novos métodos e facetas encrementando a
motivação diariamente.
Ao falarmos em motivação, é preciso relacionar o indivíduo com o trabalho. A
motivação é algo que vem de dentro, mas sem o estímulo das organizações, estes
mesmos colaboradores poderão, futuramente se sentirem desmotivados e acabam por
aniquilar o compromisso dos mesmos com a organização.
Empregados motivados e valorizados pelas suas empresas, atraem outros bons e
motivados profissionais e conseqüentemente quem sairá ganhando são as
organizações, que terão pessoas comprometidas com os resultados, buscando
constantemente melhorar suas qualificações. São pró-ativos e querem sempre o
melhor para a empresa, pois sabem que o melhor para a empresa será o melhor para o
futuro deles.
Muitas organizações já estão pensando e se conscientizando que funcionários
satisfeitos é lucro certo. Para isto, as organizações estão tendo que se adequar aos
dias atuais e estão sofrendo um grande processo de mudanças. Mas será que é fácil
mudar? Este processo leva tempo, principamente em empresas conservadoras, que
não acreditam ou não acreditavam no potencial interno de cada empregado. A
clareza nas informações é a chave para conquistar a confiança de todos, porque com
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isso, não existirão boatos e sim informações claras e objetivas. Estas informações
poderão ser passadas de várias maneiras, como uma simples reunião de apresentação,
até boletins, programas de TV’s e jornais intenos. As pessoas, muito raramente,
questionam os direitos das administrações em realizarem mudanças, mas sentem-se
no direito de terem seus direitos levados em conta.
Percebemos que as motivações internas, relacionadas com a satisfação pelo
trabalho realizado, resultará em uma qualidade de vida e em uma elevação da auto-
estima. Funcionários que trabalham de bom humor, com liberdade para criar,
acabam sendo mais participativos e produzem mais por se sentirem ouvidos.
Alguns executivos, ao tentarem introduzir um processo de mudança, acabam não
conseguindo atingir o objetivo desejado, e culpam os funcionários falando que os
mesmos são resistentes à mudança. Faria mais sentido dizer que eles não gostam de
uma determinada mudança, porque não acham que a mudança os beneficie. Quando
a tentativa de mudança fracassa, geralmente é porque um grupo pequeno de pessoas
tenta mudar padrões de comportamento de um outro grupo, com uma cultura já
enraizada, sem mostrar benefício algum para este grupo.
Para que uma mudança possa ser eficaz, as informações devem ser claras e
objetivas, conquistando assim a confiança de todos os colaboradores. As pessoas
querem se sentir importantes dentro da empresa e não somente um número dentro da
organização.
Os profissionais alienados em paradigmas estão perdendo espaço para
colaboradores conscientes e flexíveis.
As organizações deveriam ter a preocupação de não punir aqueles que não aderem
naturalmente a um novo programa ou idéia, mas sim criar condições para que, diante
das mudanças estejam preparadas para apresentar seus medos, dúvidas e
inseguranças, tendo o apoio dos colegas e tentando superar-se em busca de um
objetivo comum. O primeiro ponto a ser trabalhado em busca da melhoria contínua
da qualidade deverá ser o ser humano, que tem que ser tratado como tal, e não como
um número ou apenas um “mero funcionário”. Trabalhar as pessoas e seus anseios
quando se deseja quebrar paradigmas, inserir novas culturas ou novos métodos são
de fundamental importância para aumentar a eficiência dos programas a serem
implementados pelas empresas. Sem comprometimento, as atitudes e
comportamentos voltam-se a sum simples e perigoso “cumprir regras”.
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Todos os sistemas são obras de pessoas, e por este motivo dependem da
disposição destas para funcionar adequadamente. Comportamentos esperados pelas
empresas, no sentido de agregar valores, valem tanto quanto um boa norma. Neste
sentido, a motivação e o desenvolvimento do ser humano devem servir como um
eficiente “arado” à implementação de programas voltados à qualidade em uma
empresa.
Um exemplo de motivação vem da fábrica de tubos de aço “Apolo”, que criou
uma “oficina de motivação”. Eles precisavam sedimentar as mudanças
implementadas pela diretoria, dissiminando nova visão, difundindo a política de
qualidade e para que isso acontecesse, seria preciso estimular todos os colaboradores
a acreditarem, a vibrarem, se desenvolvendo e adotando novas posturas e ações que
levassem a empresa a excelência, sem deixar de focar o negócio e a razão da
existência. Com esta oficina, os funcionários começaram a acreditar na empresa e a
colaborar com o crescimento da mesma. Mas a chave do sucesso deste programa, foi
a transparência e a seriedade.
Gostar do que se faz, comprometer-se com o que se faz, estabelecer metas
pessoais, envolvimento em desafios claros, confiabilidade, justiça e valorização,
respeito, treinamento são fatores determinantes para tornar-se uma pessoa motivada.
Pessoas motivadas por realização são orientadas para tarefas, procuram diariamente
a excelência , apreciam desafios significativos e ficam satisfeitas ao completá- las,
determinam metas realistas e monitoram seu progresso em direção a elas.
Indivíduos motivados por aflição desejam estabelecer e desenvolver
relacionamento pessoais próximos e pertencer a grupos, cultivam a cordialidade e
afeto em suas relações, estimam o trabalho em equipe mais do que o individual.
E pessoas motivadas pelo poder exercem influências sobre as decisões e
comportamentos dos outros, fazendo com que as pessoas atuem de uma maneira
diferente do convencional, utilizando-se da dominação ou do carisma. Gostam de
competir e vencer e de estar no controle da situação.
A Revista Exame anualmente publica uma Edição Especial indicando as “100
melhores empresas para você trabalhar”. Ao pararmos para ler e refletir, podemos
perceber alguns aspectos importantes que fazem a diferença destas organizações,
diante das demais. Podemos citar alguns fatores decisivos como: respeito profundo
pelo ser humano; idéia de time e de conjunto; oportunidade de desenvolvimento e de
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carreira dentro da organização; foco no cliente; transparência de informações;
valorização e reconhecimento de pessoas como geradoras de resultados; alegria e
bom-humor constante; pessoas comprometidas com a empresa; confiança das
pessoas com a gestão da organização; política de remuneração na média de mercado;
treinamento e capacitação focado para busca de resultados.
Em ambiente estabilizado e competitivo, todos os aspectos envolvendo gestão,
passam a ser importantes na intenção de gerar resultados concretos para o
crescimento do negócio, inclusive um ótimo ambiente de trabalho.
Ambientes onde há um clima organizacional ruim, conflitos entre chefias e
pessoas, ausência de objetivos individuais e coletivos, falta de comprometimento das
pessoas com o negócio, falta de respeito com o ser humano, ausência de
transparência na gestão, comunicação deficiente, alta rotatividade, são fatores
geradores de problemas e de custos invisíveis para o negócio, custos que às vezes
não são medidos pelas empresas e que afetam relacionamento interno, como
resultado operacional.
Para uma empresa não fracassar e obter êxito, é preciso ter praticidade e foco de
pessoas motivadas para a realização, a liderança e a firmeza de indivíduos motivados
pelo poder, a sinergia e empatia daqueles motivados por afiliação. Quando as
empresas comecarem a ter a percepção destes fatores encontrarão pessoas mais
felizes, trabalhando simplesmente por estarem posicionadas nos lugares corretos.
Passarão a gostar do que fazem, pois poderão exercer suas atividades com plenitude,
sendo possível construir sociedades mais estáveis, formados por pessoas que se
complementam por suas habilidades e anseios e menos por cultivarem apenas
relações de amizade, gerando assim, negócios mais sólidos. Portanto, a motivação
não é obra somente da auto-motivação do indivíduo, mas, sobretudo, a motivação
precisa ser constantemente estimulada pela empresa.
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CAPÍTULO III
Gerentes ou Líderes?
“O sucesso de todos depende do esforço de cada um”.
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Muitas empresas cometem um grande erro na hora de escolher um gerente. Em
geral, os empresários escolhem para esta função pessoas de confiança ou vendedores
indicados por alguém. Mas, estas pessoas acabam caindo na zona de conforto, não
sentindo o desejo de se reciclar, não tendo interesse em fazer cursos extras, por
acharem que “já sabem tudo”.
Na maioria das vezes, esses gerentes que possuem este tipo de cultura, acabam
perdendo o dom de ouvir e saem distribuindo “sabedoria”, mesmo sem ter a certeza
que as possuem. Estão sempre rodeadas de puxa-sacos, que acabam por atrapalhar o
desenvolvimento do grupo.
Para que uma empresa cresça e obtenha um sucesso, é necessário um trabalho
com uma engrenagem perfeita, com empregados competentes que utilizem todo o
potencial de suas habilidades com o máximo possível de intuição, pessoas
comprometidas não só com o emprego, mas também com a qualidade do serviço
prestado, que tenham compromisso consigo mesmas e sintam prazer no que estão
fazendo.
Um verdadeiro líder deve ter visão, enxergando muito além do que muitos
imaginam, tendo a capacidade de tirar dos seus subordinados forças extras, onde
muitos pensam não possuir. Estes em geral, são respeitados, admirados e invejados.
Mas um bom líder, tem a capacidade de unir um grupo e descobrir talentos, `as vezes
em setores menos esperados.
Ser líder não é ser “bonzinho” ou aceitar erros. O mesmo deve possuir um cargo
de chefia, tendo visão do futuro, sabendo trabalhar com valores, incentivando a busca
constante de desafios, sabendo administrar conflitos, com capacidade para resolver
as dificuldades do presente, reconhecendo as qualidades de cada colaborador.
O mercado exige pessoas ambiciosas, com sede de crescer e sem medo de
enfrentar desafios. O líder tem que saber transformar as dificuldades em
oportunidades reais.
Ninguém consegue atingir bons resultados sozinho. Uma equipe de trabalho que
possui um bom líder, com certeza conseguirá atingir ótimas metas.
Líder é sair de trás da mesa e ir verificar de perto as necessidades de cada um,
ajudando e buscando soluções no campo de trabalho, incentivando a todos sem
discriminação, desde o auxiliar de serviços até o vendedor, fazendo com que toda a
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equipe por si só, ache soluções e consiga tomar decisões louváveis, sem medo de
ensinar e passar adiante o que aprendeu, por medo de ser substituído.
Um líder tem que ter equilíbrio, saber dizer sim quando necessário, mas também
tem que saber a hora certa de dizer não. Ser gerente ou chefe é fácil, mas saber
liderar que é complicado, principalmente para aqueles gerentes que possuem uma
grande indicação na empresa, e acham que sabem tudo. Se acham superiores a tudo
e a todos. E acabam por desunir a equipe, ao invés de motivar para que todos
possam melhorar e crescer dentro da organização.
Infelizmente, ainda encontramos no comércio varejista, simplesmente gerentes.
Aqueles que chegam, ditam ordens e vão embora, sem ao menos se preocupar com a
necessidade de seus funcionários.
Empresas que estão passando por um processo de reformulação, que estão
introduzindo “sangue novo” na casa, e tentando substituir gerentes por líderes,
deixam nítidas as diferenças entre ambos.
Quando entramos em uma loja com um líder, vemos pessoas alegres, sorridentes,
com vontade de trabalhar e de ajudar a organização. Em contrapartida, quando
entramos em uma loja (às vezes, até mesmo dentro da mesma organização, apenas
em filiais diferentes) e nos deparamos com um “gerente”, encontramos pessoas
tristes, desmotivadas, sem perspectivas de crescimento dentro da empresa, se
sujeitando a todas as ordens ditadas pelo gerente que se acha o “todo poderoso”.
Um líder forma um time. Enquanto um gerente trabalha com uma equipe, que na
maioria das vezes são pessoas desunidas.
Uma equipe busca um resultado setorial, mas por terem pessoas despreparadas
para exercer tal função, não conseguem alcançar seus objetivos. E um time de
trabalho busca um resultado globalizado, com comprometimento e visualização da
atividade total de todos os membros do grupo. Em um time, a participação do
indivíduo é global.
Podemos ver de longe um bom líder, quando este consegue integrar indivíduo e
resultado, obtendo um resultado final com muito emprenho, satisfação e participação
de todos os colaboradores.
Segundo “Chopra”, um bom líder tem que possuir alguns fatores que são
fundamentais para uma boa liderança. São elas:
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· Ver e ouvir com os sentidos e com a alma;
· Delegar poder;
· Conhecer a si e aos seus seguidores;
· Fazer;
· Ter liberdade emocional e empatia para entender as necessidades das pessoas;
· Assumir responsabilidades;
· Ter sincronismo
Portanto, se a sua empresa ainda possui muitos gerentes é hora de refletir sobre as
futuras conseqüências que isso trará para a organização, porque o consumidor deixou
de ser uma mera “marionete” nas maãos dos vendedores e para que a sua
organização não chegue à falência, é necessário mudar normas e regras. Para isso, é
necessário mudar valores já enraizados. Um líder não tem que ser apenas
carismático, mas estrategista. Com alto poder de persuasão. Tem que ser um
aprendiz, estudioso e conhecedor do ambiente estratégico no qual sua equipe e
organização estão inseridos.
A ligação entre gerente e equipe é tão séria que o mesmo pode alterar o humor e o
comportamento das pessoas. Os gerentes que ensinam, cobram, exigem mais da
matriz o atendimento das faltas de mercadorias e demais necessidades da loja, sabem
ouvir, deixando para trás um processo arcaico de intermináveis reuniões semanais.
Já estão a um passo de tornarem-se gerentes- líderes.
Como o varejo está repensando conceitos, cabe aos gerentes pararem e refletirem
e se questionarem sobre qual o direcionamento que este vem dando ao seu trabalho
como gerente de loja, se o mesmo costuma tomar a frente e resolver os problemas
que surgem ou preferem arrumar culpados para os erros, se a sua loja possui um
ambiente confiável, agradável e motivador. Ao analisar o desempenho dos gerentes,
as organizações principalmente as que estão em fase de mudanças, pensando na
concorrência cada vez mais acirrada.
As organizações varejistas que estão pensando em melhorar, deveriam verificar
se ainda existe em seu quadro funcional gerentes, que apenas se limitam a manter as
coisas no mesmo padrão ou já possuem gerentes-líderes, que são capazes de alterar a
situação atual, rompendo barreiras e vencendo desafios, mesmo aqueles desafios que
muitos acreditam ser impossíveis de serem resolvidos.
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Futuramente não existirá mais lugar para simples gerentes, por isso, tente mudar
antes que mudem você. E as organizações que estão tentando mudar, abram os olhos
para todo o quadro funcional, sem exceção, antes que a concorrência acabe por te
levar à falência.
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CAPÍTULO IV
Problemas que abalam as melhores organizações varejistas.
“Escreva na areia as falhas do seu amigo e na pedra as suas”
Pitágoras
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Muitas organizações, às vezes até de grande porte, em uma certa fase, acabam
tendo algum tipo de problema que afligem a maioria dos colaboradores, até mesmo o
próprio clima e motivação das pessoas.
De acordo com Gilberto de Moraes – Psicólogo e Consultor de Recursos
Humanos, sete problemas merecem destaque e mais reflexão por parte dos gestores.
São eles:
1. O problema do erro, ou seja: Ninguém erra porque quer. Os gerentes ou
mentores ou líderes deveriam criar um ambiente onde todos pudessem assumir
seus erros sem medo ou qualquer tipo de punição. O risco e o aprendizado só
existirão se houver uma melhor compreensão do erro, assim como daqueles que o
cometem.
2. O problema do tempo. Unir trabalho com qualidade de vida é importantíssimo
para um bom desempenho do profissional. Investir tudo, principalmente tempo,
todo seu dinheiro e energia, muita energia, trabalhando 24 horas por dia sem
parar, sem almoçar, sem jantar, sem tempo para a família, para o lazer e afins, é
conseqüentemente uma grande ignorância, pois este profissional se tornará
estressado, cansado e automaticamente adoecerá, ou seja – será prejudicial para a
pessoa e a empresa perderá a mão-de-obra. “Gerentes”ainda pensam dessa
maneira. Gerentes- líderes não. Eles querem qualidade no trabalho e sabem que
para isso precisam de funcionários que tenham qualidade de vida.
3. O problema do poder. Algumas pessoas usam o poder para falar aquilo que as
pessoas não devem fazer. Quando na verdade, o que deveria ser feito é
exatamente o contrário. Todas as pessoas deveriam ser muito bem treinadas
antes que pudessem exercer algum tipo de poder sobre alguém, mas o que vimos
é que ao serem indicadas para algum treinamento, as mesmas já possuem todo o
poder de que necessitarão.
4. O problema do dinheiro. Alguns executivos acham que o dinheiro está acima do
próprio talento humano. É hipocrisia achar que o resultado só existe se vir
acompanhado de dinheiro. O resultado é fruto de um trabalho de pessoas
competentes e o dinheiro, o resultado do trabalho destas pessoas.
5. O problema do resultado. O resultado é fruto de um trabalho em conjunto, de
um esforço de um time competente e consciente de seu potencial. O resultado
tem que ser visto a tempo. Levando-se em consideração um conjunto de
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variáveis como estratégia, missão, clientes (internos e externos), fornecedores e
você mesmo. Dinheiro é importante, mas a capacidade do ser humano em
conseguir alcançar metas, se valorizando diariamente é o que leva
conseqüentemente ao dinheiro.
6. O problema da liderança. O maior problema enfrentado pelas empresas
atualmente, parece ser como criar um ambiente capaz de fazer com que a
maioria das pessoas realmente experimentem a liderança. Como descobrir
líderes natos e como estimular as pessoas a se tornarem verdadeiros líderes.
Como mudar toda uma cultura, principamente em empresas conservadoras, que
possuem “chefes”. Esse é um assunto que ainda merece muita reflexão por parte
dos gestores.
7. O problema da equipe. As equipes são necessárias porque o trabalho mudou
quantitativamente e qualitativamente. Toda empresa sempre precisará de um
grupo de pessoas para agir e construir algo que faça algum sentido. Mas o
problema das equipes é que muitas organizações continuam avaliando e
considerando as pessoas de forma individual. A partir do momento em que as
empresas começarem a agir como um todo, tudo melhorará.
Despertar para a solução é essencial para o crescimento de qualquer organização.
Existem momentos de dificuldades que ao enxergá- las a tempo poderão ser
solucionadas facilmente sem maiores complicações.
Devemos despertar para a solução de qualquer problema cultivando novos hábitos e
fazendo o que tem que ser feito, usando a persistência, a determinação e afastando as
pessoas pessimistas do seu ciclo de amizades. Acreditar é a palavra chave para o
sucesso.
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CONCLUSÃO:
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Podemos concluir que os nossos clientes mudaram, tornaram-se mais exigentes e
mais espertos. E hoje, o mercado em geral precisa possuir profissionais mais
dinâmicos e qualificados que atendam as necessidades desses “novos” clientes.
Algumas empresas já perceberam essas necessidades e já estão qualificando estes
profissionais, mudando a estrutura das lojas, dando maior conforto e assim tentando
fidelizar o cliente.
Outras empresas até estão tentando mudar, reformulando as lojas. Mais ainda,
possuem em seu quadro profissional pessoas desqualificadas, sem visão de mercado,
gerentes e não líderes e com isso, querem implantar um modelo novo, para atender a
um cliente externo exigente, sem antes reformular o cliente interno.
O comércio varejista está em expansão e isso torna a concorrência cada dia mais
acirrada. Hoje o cliente insatisfeito tem a opção de comprar na concorrência sem se
estressar.
A loja tem que ter conforto para o cliente, mas também tem que ter pessoas
criativas, inovadoras, e principalmente qualificadas. Reconhecer os talentos internos
e agregar com alguns talentos externos é um fator fundamental para o crescimento da
organização.
Bons benefícios como cesta básica, remuneração adequada, plano de saúde
acessível a todos e principalmente, plano de carreira, faz com que o cliente interno
queira cada vez mais crescer e mudar junto com a empresa.
Empresas que possuem um alto índice de indicações, deveriam rever todo um
processo, esquecendo parentes, amigos, vizinhos, etc... E, deveriam começar a pensar
somente no bem-estar da empresa que é um patrimônio de todos.
Às vezes, localizamos pessoas erradas exercendo funções erradas. O
remanejamento pode ser uma alternativa para melhorar o desempenho deste
profissional.
A modernização, a mudança de uma cultura já enraizada, o reconhecimento do
cliente interno é a chave para conquistarmos o cliente externo.
Com grandes profissionais e com comprometimento teremos automaticamente
uma grande empresa.
Quem trabalha em uma equipe varejista, tem que ter em mente que é melhor ter
clientes difíceis do que não ter cliente algum. É possível satisfazer clientes difíceis,
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mas não clientes inexistentes. Um cliente insatisfeito pode causar muitos danos a sua
empresa e custa pelo menos, cinco vezes mais conseguir um cliente novo do que
reter um cliente existente. É simplesmente muito caro deixar um cliente sair da sua
loja insatisfeito. Por isso, a grande importância de ter em sua loja profissionais
unidos, qualificados e comprometidos com a organização.
29
BIBLIOGRAFIA
John, Adair; Tradução Elke Beatriz Riedel - Como tornar-se um líder, São Paulo:
Nobel, 2000
Mairland, Jan; Tradução Pedro Marcelo Sá de Oliveira e Giorgio Capelli – Como
motivar pessoas, São Paulo: Nobel, 2000
Freire, Paulo; Pedagogia da autonomia, São Paulo: Paz na Terra, 1996
Ribeiro, Amélia; Pedagogia Empresarial, Rio de Janeiro: Walk, 2003
Textos retirados da Internet; www.rh.com.br
www.motivacaoeresultados.com.br
www.varejista.com.br
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ANEXOS
ÍNDICES DE ANEXOS
ANEXO 1>> ENTREVISTA
ANEXO 2>>ENTREVISTA
ANEXO 3>>GRÁFICO
ANEXO 4>>INTERNET
ANEXO 5>>INTERNET
ANEXO 6>>INTERNET
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ANEXO 1
32
ANEXO 2
33
ANEXO 3
34
ANEXO 4
35
ANEXO 5
36
ANEXO 6
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FOLHA DE AVALIAÇÃO
Universidade Cândido Mendes
Liderança E Motivação No Sistema Varejista
Renata Mello Falcão Da Silva
Entrega: 28/08/2004
Avaliado Por: Conceito:
Avaliado Por: Conceito:
Conceito Final: