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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O REPOSICIONAMENTO DA MARCA DE SANDÁLIAS HAVAINAS, COM A UTILIZAÇÃO DO MERCHANDISING COMO FERRAMENTA DE APOIO. Anderson Barbosa Sardinha Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O REPOSICIONAMENTO DA MARCA DE SANDÁLIAS HAVAINAS, COM A

UTILIZAÇÃO DO MERCHANDISING COMO FERRAMENTA DE APOIO.

Anderson Barbosa Sardinha

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O REPOSICIONAMENTO DA MARCA DE SANDÁLIAS HAVAINAS, COM A

UTILIZAÇÃO DO MERCHANDISING COMO FERRAMENTA DE APOIO.

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como

requisito prévio para conclusão do Curso

de Pós-Graduação “Latu Sensu”

em Gestão Estratégica de Vendas e Negociação.

Orientador: Prof. Dr. Jorge Vieira

3

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho: À Deus em primeira pessoa que nunca me deixa desistir;

A minha mãe; Geralda Maria Barbosa Sardinha (toda Maria tem um “q” de

guerreira), Uma mulher de muita luta, mulher guerreira e um exemplo a ser

seguindo por muitas pessoas.

A Terezinha Barbosa Cruz (in memorian), pessoa espetacular que me ensinou

tudo e me fez ser está pessoa que sou hoje e que sempre me fez acreditar nos

meus sonhos.

A minha família, que é a base para que os seus sonhos se realizem: Tio

Wanderley, Tia Cida, minha prima querida Yolanda (quase irmã), meu tio José

Carlos.

Meus grandes amigos (irmãos): Mauricio Giardini e Michel Victor, “são tantas

emoções”.

À Giselle Barros (Giselle Sardinha), que me fez aprender que: “O amor não

consiste em olhar um para o outro, mas sim em olhar juntos para a mesma

direção”.

4

“Seja lá o que você pode fazer ou sonhar... comece. A ousadia sempre trás

consigo generalidade, poder e mágica.”

Goethe

5

RESUMO

As sandálias havaianas surgiram no ano de 1962, inicialmente inspiradas nas

sandálias japonesas Zori. Foram posicionadas para atingir as classes B e C.

No seu início caiu nas graças do público feminino que mais que o masculino.

No entanto devido a sua qualidade e o seu preço, as sandálias foram se

tornando um calçado popular. O produto que tinha como slogan: ser um

produto 100% natural e nacional, lemas para cativar e realçam o nacionalismo

muito aflorado nos anos 60 e 70, pelo militarismo e com excelente estratégia

com a visão e momento vivido pelo país. Com o passar do tempo, as sandálias

foram classificadas como as preferidas das “classes operarias”. O ano de 1994

foi o marco de uma nova era, com o lançamento das sandálias TOP, o

reposicionamento da marca, logo após o sucesso das mesmas, as suas

extensões. Atingiram todos os seus tipos de consumidores e utilizam fortes e

marcantes ações de propaganda nas TVs e mídias impressas. O

merchandising desde seu surgimento em 1912, para valorizar aos olhos do

consumidor na relação: produto e consumidor. Os tipos de merchandising: no

ponto-de-venda, visual, fora do ponto-de-venda. Utilizados como ferramentas

de apoio para se chegar ao consumidor. Na presente pesquisa, será descritos

todo o histórico da marca havaianas e os mecanismos do marketing usado

para reposicionar a marca no mercado.

Palavras chaves: Sandálias Havaianas; Merchandising; Revitalização da

Marca.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8 1. MARKETING .............................................................................................. 11

1.1 O Que é Marketing? .............................................................................. 11 1.2 Mercado ................................................................................................. 12 1.3 Composto de Marketing ......................................................................... 13

1.3.1 Produto ........................................................................................... 14 1.3.2 Preço .............................................................................................. 15

1.4 Distribuição ............................................................................................ 15 1.5 Comunicação ......................................................................................... 16

2. O MERCHANDISING ................................................................................. 17 2.1 Merchandising no ponto-de-venda ........................................................ 19 2.2 Merchandising Visual............................................................................. 22 2.3 Merchandising fora do ponto-de-venda ................................................. 25 2.4 A Força do Varejo e do Marketing ......................................................... 25

3. O REPOSICIONAMENTO DA MARCA HAVAIANAS................................. 27 3.1 Histórico da Marca Havaianas ............................................................... 27

3.1.1 Declínio e ascensão ....................................................................... 28 3.1.2 Do básico ao clássico ..................................................................... 29 3.1.3 Extensões da marca ....................................................................... 31 3.1.4 Novas estratégias ........................................................................... 33

3.2 Propaganda ........................................................................................... 35 3.3 Anos 70 ................................................................................................. 36 3.4 Anos 80 ................................................................................................. 36

3.4.1 Anos 90/2000 ................................................................................. 37 3.5 Análise do case Havaianas ................................................................... 40

CONCLUSÃO ................................................................................................... 46 REFERENCIAS ................................................................................................ 48

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INDICE DE FIGURAS E TABELAS Figura 1 – Merchandising no ponto-de-venda...................................................25 Figura 2 – Merchandising fora do ponto-de-venda............................................28 Tabela 1- Avaliação dos sentidos humanos na percepção .............................. 26

8

INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas houve uma incontrolável explosão de novos produtos e

serviços no mercado. Técnicas de produção mais baratas e o rápido

desenvolvimento tecnológico geraram um maciço aumento no número de

variedades de produtos disponíveis ao consumidor.

Em contrapartida, atualmente os produtos não se diferenciam muito quanto à

tecnologia, qualidade e até mesmo preço. Quando uma empresa desenvolve

um diferencial de seu produto, logo o concorrente busca formas de também

reproduzir esta característica. Sendo assim, o merchandising no ponto-de-

venda é considerado por muitos um diferencial para o produto, para se chegar

ao consumidor final.

Ou seja, o marketing que até então se centrava nos famosos 4 P’s: produto,

preço, praça e promoção, começam a cair por terra diante da semelhança dos

produtos.

Em meio a esta tendência natural de comoditização (produtos ou serviços com

as mesmas características) e se na verdade, a diferenciação, o preço e a

distribuição do produto não constituem mais estratégias competitivas viáveis.

Que estratégia restou para a comunicação de marketing? A resposta é a

comunicação de marca.

No século XXI, a principal vantagem competitiva das organizações é o valor

perceptível da marca; esta é a das marcas. Porém, mesmo com marcas fortes,

muitas vezes o mercado vai mudando naturalmente sua percepção sobre as

empresas e os produtos.

Então, para sobreviver, as marcas tem de encontrar uma nova idéia ou se

reposicionar frente ao público para seguir adiante.

Em uma era de confusão de produtos e serviços, a ferramenta competitiva

fundamental que as empresas têm para enfrentar o acúmulo de informações, a

9

diversidade de opções de mídia e a competição acirrada da concorrência é a

capacidade de criar relacionamentos com os clientes atuais e potenciais.

E essa atitude se dará através da percepção da marca.

Neste século o posicionamento das marcas é o foco de todas as estratégias de

marketing, por isso é um dos assuntos que têm despertado interesse cada vez

maior no mundo dos negócios e da comunicação como um todo.

Porém, uma marca forte somente não basta. Por exemplo, as sandálias

Havaianas, tinham bom feedback entre os consumidores, mas sua marca

estava mal posicionada.

O reposicionamento torna-se uma necessidade quando as atitudes dos

consumidores mudam, a tecnologia deixa para trás os produtos existentes e os

produtos se desviam da percepção cultivada durante muito tempo pelo

consumidor.

Depois de ser imortalizadas como as legítimas pelo humorista Chico Anysio, as

Havaianas foram consideradas como chinelo de povão, de pedreiro, pintor,

peão de obra, porém concomitantemente a esta imagem existia na mente do

consumidor a idéia de um chinelo duradouro que não arrebentava as tiras e

duravam anos.

O inimigo natural de uma marca é o desleixo da empresa, que nem sempre

lembra que a marca tem de ser tratada da melhor maneira possível, pois a

comunicação de marca é a veia capilar que une a empresa e o consumidor.

É importante que se tente conhecer o seu publico alvo. Sabe-se que seu

comportamento é dinâmico. Entende-se que seus valores e paradigmas

mudam ao longo do tempo.

O objetivo maior deste trabalho e analisar o reposicionamento da marca

Havaianas por meio do marketing e de suas estratégias comunicacionais,

principalmente a propaganda como ferramentas de agregação de valor.

Por fim quer se identificar a estratégia publicitária e de segmentação e alguns

10

formas de utilizar o merchandising, pela Havaianas no reposicionamento de

sua marca.

A metodologia deste projeto de monografia é composta unicamente de

pesquisa bibliográfica em livros, sites, revistas e jornais pertinentes aos

assuntos abordados, com o objetivo de coleta de informações para embasar

cientificamente os assuntos e conceitos abordados aqui.

Esta pesquisa será feita basicamente por meio de visitas a biblioteca da

faculdade, indicações de livros do professor orientador e busca em sites,

jornais e revistas afins.

No primeiro capitulo: será feita uma analise de marketing e algumas

ferramentas. Este capitulo conta a historia do marketing desde o seu

surgimento, com analise de mercado na mesma época, o seu composto de

marketing ou Mix de marketing (produto, preço, praça e promoção), fazendo

uma breve passagem por: produto, preço, distribuição e comunicação.

No segundo capitulo: falamos sobre merchandising; ferramenta para expor o

produto a fim de valorizá-lo aos olhos do consumidor. Destaques também para

merchandising no ponto-de-venda, merchandising visual, merchandising fora

do ponto-de-venda, merchandising eletrônico e por ultimo a força do varejo e

do marketing.

Já no terceiro capitulo: começo contando a historia das sandálias havaianas,

falamos sobre declínio e ascensão nos anos 80, do básico ao clássico,

extensões da marca para buscar uma segmentação dos seus produtos, as

novas estratégias buscando novos mercados internacionais. Ainda temos a

analise da propaganda feita através dos anos: de 1970 à 2000. E para finalizar

uma analise de case da mesma.

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1. MARKETING

Esta citação relata uma antiga e constante discussão quanto aos benefícios ou

malefícios do marketing. As dúvidas em relação ao fato de que o marketing cria

demanda ou apenas estimula a demanda de produtos já existentes é uma

constante desde o surgimento do termo.

Qual o significado do marketing, sua evolução e, principalmente qual a

importância real deste para os consumidores atuais?

Analisando essa proposta segundo de Kotler (1998, p. 83), e sem querer

abordar de forma mais aprofundada a questão, vê-se que, apesar das

condições para a sobrevivência serem tão básicas, como na citação de

Hayden, as necessidades do homem, assim como a sua evolução É uma

constante e o marketing apenas se encarrega de satisfazê-las.

1.1 O Que é Marketing?

Conforme Lupetti (2000, p. 48), infelizmente, muitas vezes, o marketing é mal

compreendido por muitos, incluindo aqueles que trabalham com ele. Talvez,

porque não se consiga encontrar apenas uma palavra que o defina. Muitos

autores já tentaram defini-lo, porém com pouco êxito. As definições,

normalmente centram-se em apenas um de seus aspectos, mas acabam

evoluindo junto com o mercado.

A maioria dos conceitos e atividades de marketing que são utilizados nos dias

de hoje foram desenvolvidos nos Estados Unidos, durante os anos

imediatamente seguidos à II Guerra Mundial, pois a reestruturação das

empresas fazia-se necessária em virtude do final da guerra. (LOIS, 1997, p. 98)

No final da década de 50, Jerome McCarthy, então professor de administração

de empresas da Universidade de Michigan, publicou um livro sobre marketing

focalizando no que ele chamava de administração dos quatro P’s (produto,

12

preço, praça, promoção). Este recurso foi rapidamente adotado por estudiosos,

acadêmicos e profissionais da área como base para o desenvolvimento e

administração de marketing. (SCHULTZ, 2001, p.05).

1.2 Mercado

Durante a década de 50 e 60 o objetivo de grande parte das organizações era

produzir e distribuir o tremendo fluxo de produtos que vinha das fábricas, pois a

limitada demanda criada pela depressão nos anos de 30 e seguida pela guerra

na década de 40 havia criado um mercado de escassez e, com o fim da guerra,

surgiu uma população havida por consumir.

Os consumidores estavam dispostos a comprar tudo o que os fabricantes

estivessem a oferecer. Surge então o marketing de consumo que tem como

forte aliada à publicidade de mídia de massa que brotou do desenvolvimento

do rádio e da televisão.

Posteriormente, no período da década de 60, começou a ressurgir a

competição, pois grandes economias como Alemanha, Japão, França e Reino

Unido se reconstruíram dos prejuízos da guerra e reentraram no mercado. Em

meados da década de 60 os japoneses operaram uma grande mudança no

marketing, introduzindo o conceito de qualidade do produto.

O foco do marketing sofre nova mudança por volta de 1975, quando, em

virtude de avanços tecnológicos e do desenvolvimento de mão-de-obra barata

em países subdesenvolvidos há um excesso de produção. Descobre-se,

finalmente, que os consumidores só têm necessidade de certa quantidade de

televisores, de refrigerantes, de produtos de limpeza, etc. (RICHERS, 1989, p.

26).

Então, para amenizar o problema as organizações de marketing tentaram

aumentar a demanda de produtos através da redução de preços. Reduzir os

preços para mais consumidores comprarem era a idéia.

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Logo, muitas organizações descobriram que estavam com os mesmos custos,

porém margens mais baixas e demanda em queda. Já que todos os

profissionais de marketing estavam usando as mesmas abordagens de

promoção de preços, uma oferta especial parecia cancelar a outra.

Era uma jogada que paralisava o marketing diante de custos crescentes. E qual

foi a reação dos profissionais de marketing? Reduzir os custos internos para

aumentar as margens. (SCHULTZ, 2001, p. 9)

Esta realidade manteve-se até o início dos anos 90. E a propaganda e o

marketing, que antes eram considerados as "molas propulsoras" que dirigiam o

mercado acabaram ficando em segundo plano, na década de 80 e 90.

No início do século XXI, começa a surgir a era do cliente em primeiro lugar.

Esta realidade surgiu como resultado do processo evolutivo da tecnologia e sua

disseminação, que proporciona ao consumidor diversas opções de escolha. Até

agora, reinavam os quatro p’s, ou composto de Marketing, onde a abordagem

era voltada quase que completamente ao que a empresa deseja fazer e quais

as maneiras de atingir suas metas.

Segundo Schultz (2001, p. 12), é esse enfoque interno na administração e no

controle das atividades de marketing, ao invés de nos clientes e consumidores,

que está criando muita dificuldade na transição do marketing e da comunicação

de marketing para o mercado do século XXI.

1.3 Composto de Marketing

O composto de Marketing, ou também chamado de Marketing Mix, é formado

por quatro variáveis: produto, preço, praça (no sentido de distribuição) e

promoção. De acordo com Murphy,

“Alguns modernos pensadores sobre o assunto encaram os quatro Ps

como um conceito ultrapassado, porque eles não focalizariam

atenção suficiente sobre o cliente. Esses profissionais de marketing

alegam que serviço ao cliente demanda tanta atenção quanto

14

produto, preço, praça e promoção. (Murphy, 2000, p. 17).”

Robert Lauterborn (Apud MARTINS, 2000, p. 88) defende a tese de que para

ter sucesso uma empresa deve abandonar as teorias dos 4 P’s do Produto e se

voltar para os 4 C’s do Cliente, da Conveniência, do Custo para o consumidor e

da Comunicação.

Contudo, os 4 P’s servem como um caminho para o andamento do Marketing,

apenas o seu foco deve ser direcionado para o cliente não para as suas

variáveis. É importante analisar estas variáveis para saber a importância nas

estratégias de marketing.

1.3.1 Produto

O produto é o bem ofertado a um, ou vários mercados, visando à satisfação de

uma necessidade e/ou desejo do consumidor. A interação do merchandising ao

produto implica em planejamento, embalagem, tamanho, aparência, cor forma

e rótulo.

O papel exercido pelo merchandising é o de valorizar, no ponto-de-venda, a

exposição do produto, que conforme for a sua exploração pode modificar e

transformar a embalagem, alterando a imagem do produto perante a percepção

do consumidor.

O produto enfoca as características físicas e ou funcionais de um bem ou

serviço. Porém, Bonne (Apud SOUZA, 1998, p. 105) diz que o comprador tem

uma visão muito mais ampla de produto, os clientes não querem um produto,

eles têm desejos de satisfação. O produto, na visão do cliente, tem atributos

físicos e funcionais.

As estratégias de determinação do preço, distribuição, e promoção, bem como

do produto também precisam ser adequadas aos diferentes estágios do seu

ciclo de vida.

Tenta-se prolongar ao máximo os ciclo de vida do produto, que em alguns

15

casos podem ser prolongados indefinidamente.

De acordo com Boone (Apud SOUZA, 1998, p. 110), as estratégias de aumento

dos ciclos de vida do produto passam pelo aumento da freqüência de uso pelos

consumidores atuais, a conquista de novos prospectos, a descoberta de novos

usos para o produto e/ou mudanças das dimensões da embalagem, do rótulo

ou da qualidade do produto.

1.3.2 Preço

É a consideração de valor, geralmente em dinheiro, que um comprador precisa

tirar do bolso para adquirir um produto. Conforme Murphy (2000, p. 23), o preço

depende da demanda do mercado.

É o valor que um produto tem ou apresenta em um determinado mercado. Aos

olhos do consumidor, preço é a importância para obter um beneficio ou

satisfação.

A interação do merchandising com o preço envolve o produto real e os

benefícios, as verdadeiras razões para a aquisição do produto ou serviço. Ao

merchandising cabe ressaltar os benefícios para favorecer a compra não

planejada.

1.4 Distribuição

É o conjunto de atividades estratégicas e de planejamento desenvolvido pela

empresa para tornar um produto disponível à aquisição, uso e consumo dos

diversos públicos alvo.

A interação do merchandising com a distribuição abrange a decisão estratégica

dos tipos de pontos-de-venda, se este permitem o uso de ações e efeitos do

merchandising, como reforço à divulgação do produto veiculada em outros

canais de mídia.

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1.5 Comunicação

Ato da empresa se comunicar com seus diversos públicos visando à promoção

do produto. A interação com o merchandising, esta comprometida com as

demais decisões de comunicação em marketing para promover o produto.

Existem veículos que atingem enormes audiências, como as emissoras de

televisão, internet, o radiam e algumas revistas e jornais, e aqueles dirigidos a

grupos a uma única pessoa, como a mala direta.

Segundo Sampaio (2003, p.92), o importante é ter em mente que cada meio de

comunicação e, dentro dele, cada veículo, é único, tem uma audiência própria

e serve para uma finalidade especifica de mídia. Evidentemente, de acordo

com os objetivos e recursos de cada anunciante, um veiculo ou conjunto deles

pode ser mais indicado de que outros semelhantes. O fundamental é usar bom

senso, distinguir e ter uma atitude aberta e não-preconceituosa na hora de

selecionar os veículos a serem utilizados, de forma a não permitir que posturas

e preferências de caráter pessoal influam no processo decisório, uma vez que,

geralmente, o público-alvo da propaganda é diferente das pessoas que

decidem sobre ela.

Podemos destacar como principais veículos: a televisão (maior meio

publicitário do país), o radio (o que atinge o maior numero de brasileiros),

cinema (o meio pouco utilizado no país, com pouca cobertura quanto a

população em geral), revistas, jornal, mídia exterior e Outdoor, Mídia e Internet

dentre outras mídias.

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2. O MERCHANDISING

Como é hoje conhecido surgiu com o próprio marketing. As vitrines foram as

primeiras ações de merchandising. Surgidas no século XIX na Europa tinham o

objetivo de expor o produto e valorizá-lo aos olhos do consumidor.

Com a evolução das lojas de balcão para as lojas de auto-serviço a partir de

1912, consolidou-se a necessidade dos lojistas adotarem uma forma de

comunicação com o consumidor e, a partir de então, o merchandising

oficializou-se como uma linguagem não verbal para mediar a comunicação

entre produto e consumidor, entre oferta e demanda.

Com as grandes transformações ocorridas nos processos operacionais do

comercio varejista, principalmente a partir da década de 30, nos Estados

Unidos, com o advento, instalação e fortalecimento da técnica de auto-serviço,

que fez ver a necessidade de criar alguma nova técnica operacional para

complementar as operações mercadológicas.

Sem dúvida foi no varejo de bens de consumo imediato que mais cedo verificou

esta necessidade. A ausência de balconista e a possibilidade dos

consumidores fazerem suas escolhas livremente levaram as empresa de

mercado a pensarem na necessidade de darem a seus produtos o destaque

desejável nas lojas de varejo.

Hoje, o merchandising ampliou suas aplicações para fora do comercio varejista

de bens de consumo. Bem verdade é que também o auto-serviço aparece em

outras situações, mesmo em empreendimentos de prestação de serviços como

é o caso de fast-food. O merchandising aparece também na televisão, embora

nessa situação falte um ponto importante, ou seja, o ato da compra por

impulso.

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Segundo Duda Pinheiro:

“É a pesquisa, o estudo, a adaptação e a aplicação de todas as idéias

e iniciativas que possam conduzir à coordenação, melhoria e ao

desenvolvimento das vendas.”

“É o conjunto de meios destinados a acelerar ou desenvolver a venda

de um produto ou serviço, levando-o enfaticamente até o público

consumidor.” (PINHEIRO, 2002, p. 78.)

A administração de marketing, segundo essa afirmação é a análise, o

planejamento, a implantação e o controle de programas destinados a realizar

as trocas desejadas com o mercado alvo.

Para que essas atividades de marketing sejam exercidas, e necessário

compreender a função de cada um dos pilares que sustentam, dão

configuração e determinam o composto de marketing: produto, preço,

distribuição (praça) e comunicação (promoção). O merchandising tem uma

interação em cada um desses pilares.

O merchandising é uma atividade mercadológica utilizada no ambiente da loja,

como reforço de comunicação aos anúncios publicitários veiculados nos meios

de comunicação social ou em canais alternativos.

Entre todas as decisões de comunicação de marketing, o merchandising é a

única que pressupõe a necessidade dos quatro pilares do marketing, porque o

ponto-de-venda é o espaço onde, simultaneamente, encontra-se o produto,

preço, distribuição, comunicação e o consumidor, no principal momento do

longo processo de produção e consumo, numa real oportunidade de fechar

negócio.

O merchandising, em sua pratica original, é um instrumento de promoção

inserido no pilar de comunicação de marketing, aplicado exclusivamente no

ponto-de-venda para estimular o consumidor à decisão final de compra,

principalmente, à compra por impulso. (SILVA, 1990, p. 38)

Entretanto, para vários autores e profissionais de marketing, sempre que o

19

produto aparece onde não há situação especifica de propaganda ou

publicidade, comumente inserida nos meios de comunicação social, seja em

aparições sutis de um refrigerante num bar em filmes ou novelas, ou a sandália

que a atriz da novela de grande audiência exibe para uma amiga e comenta

sobre as qualidades da mesma, isto é merchandising.

2.1 Merchandising no ponto-de-venda

Merchandising no ponto-de-venda caracteriza-se pela exposição do produto

também podendo ser encontrado fora do local que normalmente é exposto,

destacando-o pela visualização e arrumação. A exposição promocional do

produto é reforçada pelo uso de materiais de merchandising, podendo ainda

ser complementada, quando possível, por ação de demonstração, degustação,

sampling e promoção do produto. De acordo com Caldeira:

“É o planejamento estratégico de atividades que se implementam em

pontos de venda como parte do mecanismo usado no mercado

consumidor”. (SILVA, 1990, p. 46)

20

Foto: Merchandising no ponto-de-venda. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Havaianas, 09/12/2007 ÀS 14h02min.

Consideram-se materiais de merchandising utilizados no ponto-de-venda,

peças promocionais criadas e desenvolvidas por agências para chamar a

atenção do consumidor sobre o produto, como por exemplo: adesivos no chão,

back light (peça com iluminação interior), blimp (infláveis), display, balcão de

degustação e de exposição, cartazes, móbiles, folhetos, luminosos, letreiros,

difusores de aromas, vitrinas, manequins e outros.

Deve-se considerar também que numa prateleira de um ponto-de-venda, o

visual do produto estará competindo com o visual de outras centenas ce

21

concorrentes próximos que, por sua vez, dividem a atenção do mesmo

consumidor.

Os investimentos em embalagem marca, nome fácil, displays e materiais de

apoio são cativadores de percepção e impulsionadores de venda.

Durante o processo de compra, a visão é o primeiro sentido humano

responsável pelo processo de escolha, pois é o primeiro estímulo que faz o

cérebro reagir na direção do produto.

O merchandising trabalha essa primeira impressão, pois é nesse momento da

compra que o consumidor vai resolver se leva um produto ou o outro da

concorrência.

Tabela 1- Avaliação dos sentidos humanos na percepção

Sentidos Humanos - Percepção

Aprendemos: 1,00% pelo PALADAR

Aprendemos: 1,50% pelo TATO

Aprendemos: 3,50% pelo OLFATO

Aprendemos: 11,00% pela AUDIÇÃO

Aprendemos: 83,00% pela VISÃO

Fonte: Blessa (2005, p. 14)

Segundo Blessa (2005, p. 14), durante o processo de compra, o tempo de

decisão em frente à gôndola não passa de cinco segundos em média, levando

em consideração que são ‘segundos em movimentos’, devido ao percurso do

carrinho. Entre a parada do carrinho no local em que a consumidora acha que

deve estar à categoria, a busca com os olhos pelas prateleiras pelo produto,

pela marca e pelo preço apropriado, a consumidora não levará mais que 15

(quinze) segundos. Se nesse meio tempo, outras embalagens, etiquetas de

preço ou material promocional desviarem sua atenção, ela despenderá mais

alguns segundos para fazer comparações. Daí escolherá o produto definitivo.

22

A criatividade das agências de promoção inova constantemente na criação de

novos materiais e recursos comunicacionais para o ponto-de-venda, a fim de

obter enriquecimento da significação do produto que, além de estimular o

sentido visual, tenha como propósito provocar os outros órgãos do sentido: o

tátil, o olfativo, o auditivo e o gustativo.

2.2 Merchandising Visual

A atmosfera de compra refere-se ao design de um ambiente por meio de

comunicações visuais, iluminação, cores, música aromas e vitrinas. A missão

do visual merchandising é preparar esta atmosfera de compra, exibir o produto

de forma especial que estas exibições interajam com o consumidor a partir da

novidade. Todo o conjunto de técnicas de exposição é criado para ambientar e

envolver a mercadoria com fins a criar impulso no consumidor.

Os efeitos visuais permitem que a loja se comunique com o consumidor

principalmente por imagens, por fotogramas, como num filme, despertando

cada sentido. A visibilidade cria vendas, mas as ações de experimentações,

que permitem a interação produto x consumidor, também são recursos

complementares do visual merchandising.

23

Loja exclusiva de produtos da marca havaianas; Loja Tatuapé – Rua

Itapura, 744 – Tatuapé – São Paulo. Fonte: http://www.sandanas.com.br/ ,

09/12/2007 às 14h42min.

Na opinião de Blessa:

“Deve-se aproximar o produto correto, ao público alvo correto, no

ponto de venda correto, na quantidade correta, ao preço correto;

funcionando como uma engrenagem, uma autopromoção.” (BLESSA,

2005, p. 52)

24

Fazendo uma analise do visual merchandising como estratégia de

comunicação e comparando-o aos demais canais de comunicação do

marketing como propagando, publicidade, catálogos e outros, o visual

merchandising como linguagem no ponto de venda, exige criatividade para

gerar uma atmosfera de compra que interaja para com o consumidor. Para

atrair o publico ao interior da loja não basta somente apresentar o produto.

Como no teatro, cada detalhe da cena tem função de fazer as lojas se

transformarem em verdadeiros palcos, cenários que encantam e seduzem os

consumidores pelos sentidos.

Nesse sentido de criar o máximo de impacto visual e captar a atenção do

consumidor, esta técnica de comunicação subjetiva, se originou como uma

ação de comunicação pela ausência do balconista decorrente da evolução da

venda de balcão para o auto-serviço.

O visual merchandising é um canal ativo e interativo de comunicação no ponto-

de-venda que manipula olhar do consumidor, que simplesmente aprecia,

persuadindo-o a querer, a possuir o objeto exposto no cenário construído.

A proposta comunicacional do visual merchandising desperta no consumidor a

alma da cultura entre oferta e demanda. Este despertar implica que o

consumidor experimente em profundidade esta cultura, reconhecendo-se e

aproximando das marcas, dos produtos e símbolos impressos na loja.

(WILSON, 1986, p. 104)

Ao reconhecer na loja e nos produtos em exposição, familiaridade, qualidade,

segurança de compra, simpatia, estilo de vida e satisfação no uso, sinais de

sua cultura, o consumidor identifica-se com o ambiente e sente-se despertado

para o consumo.

Muitas lojas além do visual merchandising desenvolvem ações de

experimentação e demonstração no ponto-de-venda e além de complementar

os planos de mídia, visam dar maior interação produto x consumidor e para ser

implantadas necessitam de promotores e/ou demonstradores.

25

2.3 Merchandising fora do ponto-de-venda

Até pouco tempo era chamado de propaganda alternativa. Não visa a venda do

produto e nem o impulso de compra. Seu objetivo é a lembrança da marca e

reforço da imagem institucional.

Pequenos presentes, comumente chamados de brinde, são inseridos nas

decisões de comunicação em marketing e tratados como propaganda

alternativa. (BLESSA, 2005, p.58)

É comum a ação de uma empresa de personalizar presentes e associá-los aos

seus produtos ou marca e entregar aos seus clientes preferenciais, em datas

comemorativas como aniversários, natal, dia do profissional e outras. Essas

ações, além da criatividade e do impacto causado pelo presente diferenciado,

são carregadas de forte apelo emocional.

Conquista os sentimentos do cliente, fortalece o produto ou a marca em sua

mente, estreita o relacionamento e estimula a fidelidade, porém não

desempenha o papel principal do merchandising que é o de estimular a compra

por impulso.

2.4 A Força do Varejo e do Marketing

O varejo é hoje uma das mais poderosas forças comerciais quando

acompanhadas de ações do merchandising. O varejista é quem controla, no

final, quem vai aparecer melhor em seus corredores e as mensagens que

serão exibidas a seus consumidores.

Ele é quem controla o material de PONTO-DE-VENDA. Como nosso dia é

frenético, consumidores são forçados a comprar o melhor e mais rápido

possível, não dispondo a perder tempo prestando atenção em mensagens, a

não ser que sejam fortes, visíveis e sucintas.

26

As maiores companhias mundiais que se erguem com marcas e campanhas

fortes já perceberam que a influência dos materiais de ponto-de-venda não

pode ser ignorada. (BLESSA, 2005, p. 64)

A loja deve detalhar com cuidado o planejamento mercadológico, sendo assim,

o material de merchandising complementos valiosos para todas as outras

ferramentas de propaganda e marketing, devido á guerra das lojas estarem

endurecendo mais a cada dia com a fragmentação da mídia, a sofisticação do

varejo e as constantes mudanças de estilo e comportamento de vida.

Devem trazer constantes mudanças no modo como os produtos e serviços

devem ser comercializados.

As responsabilidades são do fornecedor do lojista e da agência para se

construir um merchandising eficiente. Cabe ao fornecedor (promotor) negociar

espaço, abastecer e treinar os funcionários do lojista nos ponto-de-venda.

Cabe ao lojista aplicar os materiais e apoiar as ações e a agência à criação e

produção de materiais, uniformes e contratação de promotores e degustadores,

deve também fazer o acompanhamento da campanha através de relatórios.

27

3. O REPOSICIONAMENTO DA MARCA HAVAIANAS

3.1 Histórico da Marca Havaianas

As Sandálias Havaianas calçam do mais pobre ao mais rico. Há mais de 40

anos no mercado, as sandálias foram inspiradas nos calçados japoneses.

Quando surgiram, em 1962, eram usadas mais por mulheres do que por

homens. O que diferenciava a Havaianas que elas eram feitas de borracha, um

produto natural, 100% nacional e que garantia sandálias duráveis e macias.

Era tão simples e elementar a idéia da nova sandália que sua fama se

espalhou, em menos de um ano a São Paulo Alpargatas fabricava mais de mil

pares por dia. E vendia todos. O que levou ao aparecimento das imitações.

Garantido o sucesso da sandália azul e branca, a São Paulo Alpargatas

arriscou lançar novas cores para suas Havaianas. E, ainda durante a década

de 60, aos poucos começaram outras cores: as amarelas, a verde, que quase

se confundia com a azul; a cor de ferrugem, mais masculina e que resistia

melhor à poeira das estradas brasileiras; e a preta. Na década de 70, com toda

aquela revolução cultural, os homens despiram-se do preconceito e vestiram as

sandálias.

Com a filosofia hippie, a simplicidade passou a vestir a geração do fim dos

anos 60 e começo dos 70. Liberdade era uma calça jeans e as Havaianas, a

sandália escolhida por seu conforto, beleza e simplicidade.

Elas podiam ser vistas nos pés dos estivadores do cais do porto ou dos

colonos das fazendas. Andavam pelo asfalto das cidades, saíam à noite, iam a

praia nos pés dos surfistas e das mulheres. Já naquele tempo, havia quem

combinasse a cor das Havaianas com a roupa usada.

28

3.1.1 Declínio e ascensão

Com seu uso restrito às praias e piscinas nas classes média e alta, na década

de 80 as Havaianas atingiram todas as classes sociais. Porém, mesmo

caminhando à margem da moda, as sandálias Havaianas faziam parte do

vestuário, e do imaginário, do brasileiro.

"Tarzan encontrou um elefante na selva, ele usava uma camisa vermelha,

shorts e sandálias Havaianas", assim começava a piada que o já trintão

Reginaldo Faria contava para a vizinha, gatinha adolescente, Flávia Monteiro,

no filme de Alberto Savá, de 1987, A menina do lado. A piada terminava com o

mesmo elefante, vestindo a mesma roupa e as célebres Havaianas, mas

Tarzan não o reconhecia por causa dos óculos escuros...

Foi também nos anos 80 que surgiu a mania de virar a sola das Havaianas.

Parte branca para baixo, colorida para cima. Uma brincadeira criativa para

personalizar seu par. Apareceram, então, sandálias amarelas, azuis e pretas

que ninguém tinha igual. Uma boa idéia que levou a São Paulo Alpargatas a

arriscar uma novidade: lançar a sandália Samba.

Os fãs da marca faziam questão das "legítimas". Quem tinha seu par de

Havaianas de sola "casa-de-abelhas branca" era considerado um bem-

aventurado. “Logo a São Paulo Alpargatas percebeu o engano: descobriu que

a marca não era dela, era do consumidor” e devolveu ao mercado as

tradicionais, as legítimas, a Grande Havaianas, como dizia o slogan de uma de

suas campanhas. Ela sabia com quem andava. E dava de presente para seu

público fiel novas cores de sandália – e a cor de rosa era uma delas.

A experiência com a sandália Samba deixou semeada uma idéia que a São

Paulo Alpargatas guardou, mas não esqueceu: lançar um novo modelo de

Havaianas, de uma única cor, para um público mais sofisticado, de poder

aquisitivo mais alto. O que acabou acontecendo, em 1994, com o lançamento

das Havaianas Top.

Na década de 80, ainda não passava pela cabeça de muitos que as Havaianas

se tornariam fashion novamente, mas, a década de 90, que retomou muita

29

coisa dos anos 70 (quando as Havaianas eram geniais) trouxe as sandálias de

volta. Em 1994 ganharam uma nova versão, Havaianas Top, monocromática, e

com uma coleção de cores fashion. O mercado se rendeu, de vez, aos

encantos da sandália de dedo, fresquinha e perfeita para o calor brasileiro.

3.1.2 Do básico ao clássico

A São Paulo Alpargatas estava preparando uma nova sandália Havaianas. O

que aconteceria com as tradicionais? Perguntavam-se os defensores da marca.

"Nada", garantia a empresa, "as tradicionais vão continuar sendo fabricadas". E

a expectativa crescia. O mercado e os fãs – esperavam.

Foi no segundo semestre de 1994 que as "legítimas", de cara nova, invadiram

o mercado. Monocromáticas – pegando a onda dos surfistas que andavam

virando as solas de suas sandálias –, com solado um pouco mais alto, nome

gravado em relevo em uma das tiras – medida sábia, tomada contra as

imitações –, nova tecnologia (que deixava as Havaianas ainda mais macias) e

quatro cores: preta, azul Royal, lilás e pink.

Era o começo de uma nova era. A nova sandália foi batizada de Havaianas

Top, numa clara referência a seu posicionamento no mercado: um produto

mais sofisticado e mais caro do que as tradicionais, voltadas para as classes

média e alta.

Mídia e vips foram os primeiros a receber a novidade em mãos. Os editoriais

de moda, jornais e revistas foram unânimes: as sandálias Havaianas Top

estavam provocando uma revolução na moda, e no mercado. E, acompanhado

de muito trabalho, as sandálias Havaianas fizeram, finalmente, a passagem: de

item básico para serem consideradas um clássico.

As Havaianas transformaram-se em ícone. Em objeto do desejo. Em peça

obrigatória. Em sinônimo de sandália – como gilete significa lâmina de barbear

e chiclete é goma de mascar.

30

"As sandálias Havaianas conseguiram passar do brega ao modismo colorido e

caminham triunfantes no sentido de se tornarem um clássico do guarda-roupa",

escreveu a jornalista Joana Monteleone, no artigo, Os objetos do desejo, sobre

a exposição Design e materiais (novembro de 1997), para o jornal Gazeta

Mercantil. Resumia, assim, a virada das Havaianas na década de 90.

Havaianas – em sua versão Top ou tradicional, segundo a preferência de cada

um – passaram a fazer parte do dia-a-dia do país. A mais pura expressão da

realidade. Por movimento espontâneo elas aparecem nas mais diferentes

situações.

Segmentando seu mercado, a São Paulo Alpargatas criou uma sandália para

cada pé e finalidade: as tradicionais (que não saíram de linha); Havaianas

Brasil, lançadas durante a Copa do Mundo de 1998; Surf; Top, responsável por

10% do total de vendas das Havaianas; Kids; Fashion, um modelo especial

para a cidade; Clubes, seguindo a trilha da Brasil; Glow, fosforescente para o

reveillon 2000.

Enquanto isso, nas praias, as mulheres combinavam as novas cores das

Havaianas Top com o biquíni e a canga. Uma brincadeira que se tornou

possível graças à cartela de cores das novas sandálias – cores desenvolvidas

por um departamento de estilo, em parceria com a Rhodia, a DuPont e a

Promostyl, seguindo as principais tendências internacionais e que por isso

combinam, com perfeição, com as lycras e algodões da moda praia.

Os homens de todas as idades apareceram na praia com Havaianas de cores

escuras e mais masculinas, enquanto os surfistas nadavam de braçada com

suas sandálias exclusivas e as crianças aprendiam seus primeiros passos em

minúsculas sandálias coloridas. Todo mundo tinha a sua Havaiana.

As Havaianas foram as estrela dos últimos verões do milênio. Elas apareceram

em sua versão de fábrica, em mais de 60 cores. Foram decoradas pela

criatividade daqueles que bordaram suas tiras com lantejoulas, vidrilhos,

conchinhas ou pintaram seu solado.

Tiveram suas tiras e solados misturados ganhando uma cara personalizada.

31

Ousados usaram um pé de cada cor e houve até quem invertesse a posição

das tiras, criando uma sandália completamente diferente. O último verão do

século foi calçado por conforto, por sandálias de borracha, de solado mais alto,

nas cores cinza, azul, marrom, vermelho e branco: as Havaianas Fashion,

lançadas em janeiro de 1999.

3.1.3 Extensões da marca

Desenvolvendo produtos com base nas estratégias de segmentação a

Havaianas apresenta os seguintes produtos, são extensões de linha

direcionadas a um público determinado, para nichos.

Segundo Mello, define os modelos:

Havaianas Tradicional – manteve-se sempre igual. Sola ‘casa-de-abelhas’ e

tiras e solado na mesma cor. São as mais baratas da família.

Havaianas Brasil – lançadas na Copa do Mundo de 1998, vem com uma

bandeirinha do Brasil, estampada em uma das tiras. O sucesso fez com que

não fossem tiradas de linha.

Havaianas Surf – tem solado e tiras mais largos, são mais altas, tem formato

anatômico e dupla densidade (sola dupla e palmilha macia). Desenhada

especialmente para os surfistas, vem com a história do surf, desde 1960,

impressa na embalagem. A publicidade de lançamento é genial, feita de tubos

e ondas perfeitos e textos divertidos e intrigantes. "Queria dedicar esse tubo

animal aos meus pais. Mas eles preferem não se identificar", é um deles.

Havaianas Top – a causa de toda a revolução Havaianas. São um pouco mais

altas e monocromáticas. A cartela de cores é variada e renovada a cada

estação. Foram lançadas visando um público top, de poder aquisitivo maior,

por isso são um pouco mais caras que as outras.

Havaianas Kids – para os pezinhos delicados das crianças, aparece em cores

especiais e infantis e a partir do número 23, vêm com uma joaninha, um

32

dinossauro, um gatinho, uma borboleta ou uma coruja aplicados na tira.

Havaianas Fashion – lançadas com muito alarde em janeiro de 1999, durante o

Morumbi Fashion, são dirigidas para um público estritamente feminino, tem

solado plataforma e tiras mais largas.

Havaianas Clubes – na esteira do sucesso das Havaianas Brasil, a São Paulo

Alpargatas decidiu lançar as sandálias dos clubes de futebol, com o emblema

dos times aplicado na tira.

A Havaianas também antecipa as novidades e tendências da moda, lançam a

cada verão uma linha diferenciada para atender os desejos de seus

consumidores. No verão 2001/2002 foram lançadas as linhas:

Havaianas Summer: descontraída e arrojada. O bicolor apresenta a tira da cor

do solado e as cores são contrastantes, o que permitem compor diversos

estilos:

Havaianas Floral: Além dos jardins e vasos, as flores estão em blusas, saias,

vestidos, moda praia e até nos pés das mulheres no Verão 2001/2002. Atenta à

moda, a Havaianas estende a linha Havaianas Floral e apresenta a Havaianas

Floral Hibisco. A Havaianas Floral traz desenhos de vários tipos de flores na

palmilha. O contraste fica por conta das tiras brancas. As cores da estação são

laranja, verde limão, preto e azul real. Já o destaque da Havaianas Floral

Hibisco é a estampa da flor na palmilha de borracha e as tiras pretas, que

realçam as cores do produto. Para a linha as tonalidades são cereja, branco,

verde limão, amarelo e azul real.

Havaiana Alamoana : Verão, tempo de praia, sol e cores, muitas cores. Nesta

época muitos pensam e desejam viajar, conhecer lugares paradisíacos, como o

Havaí. Os motivos são muitos, desde altas ondas, belas praias, paisagens até

gente bonita. Tudo isto é transmitido pela alegria, sensualidade e bons fluídos

do povo havaiano. Havaianas traz um pouco desta fantasia para o lançamento

da linha HAVAIANAS modelos alamoana e floral. O diferencial dos modelos

são as palmilhas estampadas com motivos florais ou tribais, nas cores pink,

preta, laranja, branca, areia e cinza. Uma combinação ousada que garante aos

33

apreciadores da moda uma boa opção na praia, campo ou cidade. Afinal o que

vale é o prazer visual e o conforto nos pés.

Havaianas Safári: Os apreciadores do mundo fashion elegeram o estilo Safári

como o hit do momento. No mercado ha modelos inspirados nesta tendência

tanto em roupas, quanto em acessórios e calçados. Para quem quer estar na

vanguarda da moda, as Havaianas lançam a linha Havaianas Safári, uma

mistura de aventura e fantasia, inspiradas nas zebras africanas. A beleza da

estampa de zebra, com traços marcantes, foi usada em silk preto nas palmilhas

coloridas. A modernidade é total, principalmente nas tonalidades de palha,

branco, laranja e verde limão.

3.1.4 Novas estratégias

O Brasil inteiro aplaudiu o colorido das Havaianas e todos

acreditaram muito nessa mudança. A mudança foi tanta

que a companhia resolveu dar um passo maior.

Havaianas vieram pisar no mercado americano...e lá

chegaram com vontade de colorir as lojas e os pés dos

americanos. De acordo com o Presidente das Havaianas

nos Estados Unidos, Nelson Ortega, " hoje é possível se

orgulhar de ter as Havaianas em mais de 500 pontos de

vendas nos Estados Unidos," afirma ele. Essa quantidade

ainda não é a meta exigida pela empresa no Brasil, eles

querem muito mais, mas, mesmo assim, para um produto

que acabou de chegar e com a competição aqui nesse

mercado de primeiro mundo, já é um passo bem grande.

(http://www.terra.com.br/cartacapital/153/empresas.htm,

30/10/2007 às 12h35min.)

As brasileiríssimas Havaianas, quem diria, viraram objeto de desejo no

mercado internacional, com consumidores dispostos a pagar até US$ 76 por

um singelo par de sandálias. O produto vem sendo comercializado em algumas

34

das lojas mais badaladas de Paris, Milão e Tóquio, a exemplo da italiana Gucci,

que começou a vender alguns dos modelos com apliques e bordados floridos.

"Com a marca consolidada no Brasil, nossa prioridade agora são as

exportações", diz Angela Tamiko Hirata, diretora de comércio exterior

da fabricante, a São Paulo Alpargatas, que detém 90% desse

mercado no País. A empresa faturou, no ano passado, R$ 691

milhões. Para lançar-se além de suas fronteiras, a empresa adotou a

tática de valorizar a brasilidade da marca, evitando a todo custo

colocar a sandália como uma mera commodity nas prateleiras

internacionais."Estamos fazendo um trabalho intenso de

reconhecimento do produto junto aos distribuidores no exterior, que

funcionam como uma extensão da empresa", diz Angela. "Deixamos

claro que não estamos vendendo um chinelo de borracha, mas a

marca Havaianas, 100% made in

Brazil."(www.terra.com.br/cartacapital/153/empresas.htm, 30/10/2007

às12h35min.)

A estratégia de posicionar a marca como um produto sofisticado partiu, na

verdade, de sua distribuidora na Itália. A companhia agregou valor à sandália,

colocando bordados floridos nas linhas Fashion e Top, e as apresentou a

pontos-de-venda do país, como a poderosa Gucci. A grife não só aprovou os

modelos como os colocou em suas vitrines, ao lado de criações da marca

italiana.

A história tem um sabor especial para a São Paulo Alpargatas que,

por muitos anos, viu seu carro-chefe ser "símbolo de atestado de

pobreza no Brasil", nas palavras de um ex-diretor da própria

companhia. Hoje em dia, o chinelo aparece em importantes

publicações internacionais de moda e estilo, como a Elle Decor, e

em vitrines européias como a butique Après Paris e o shopping

center Renascenti, em Milão, junto com criações de Yves Saint

Laurent, Yohji Yamamoto e Chanel.

(www.terra.com.br/cartacapital/153/empresas.htm, 30/10/2007 às

12h35min.)

A São Paulo Alpargatas não faz, ao menos por enquanto, investimentos em

propaganda no exterior, ao contrário de sua política no Brasil, onde gasta,

anualmente, 10% de seu faturamento bruto em campanhas publicitárias.

35

Segundo o diretor-geral da empresa , mais importante atualmente é garantir a

produção da fábrica, localizada em Campina Grande (PB), a fim de dar conta

de ambos os mercados.

Segundo Ângela Hirata, diretora de comércio exterior da Havaianas em

entrevista concedida a revista Carta Capital em 2004:

"Estamos investindo US$ 10 milhões para aumentar nossa

capacidade produtiva" diz Silva Filho. Em maio de 2000, a companhia

bateu seu próprio recorde: 452 mil pares foram fabricados

diariamente. Para 2004, a São Paulo Alpargatas tem planos que

revelam sua firme intenção de tornar-se uma multinacional: participar

da Olimpíada de Atenas. "Ainda não fechamos nenhum acordo, mas

estamos negociando com o Comitê Olímpico para vender as

Havaianas com o símbolo desse grande evento esportivo, se a

ousadia da empresa é equivalente à de Ícaro, a chance de alçar vôo

com sucesso da marca Havaianas é contrária à do personagem

mitológico. "Temos um produto de ótima qualidade e aceitação,

portanto, não há motivo para não conquistar um pedaço desse

imenso mercado global Para o futuro, tudo o que o consumidor

desejar é possível: xadrezes, flores, estampados, transparências e o

fosforescente das sandálias "glow". ".

(http://www.terra.com.br/cartacapital/153/empresas.htm, 30/10/2007

às12h35min.)

Segundo Sabino (2000, p.45), quase nada mudará na moda, pelo menos nos

próximos dez anos, até que uma nova geração apareça e invente uma nova

moda, uma coisa é certa: objeto do desejo, as Havaianas têm glamour,

personalidade, estilo. Básicas, irresistíveis, imprescindíveis. Elas serão eternas,

enquanto durem.

3.2 Propaganda

A imagem da marca Havaianas sempre foi divulgada através de muita

propaganda. Mas esta propaganda, como o produto vem se modificando com o

passar do tempo. A seguir uma análise das estratégias utilizada durante as

36

décadas de sua existência.

3.3 Anos 70

Nos anos 70 alguns slogans que fizeram história. Chico Anysio e seus

personagens da Escolinha do Professor Raimundo avisavam: "Fique de olho na

marca. Legítimas só Havaianas", um dos motes que rendeu o eterno apelido

"as legítimas" para as Havaianas. Era o recado da São Paulo Alpargatas para a

concorrência que batia duro. "As únicas que não deformam, não tem cheiro,

não soltam as tiras", vinham confirmar a mensagem.

Chico Anysio foi a personalidade das Havaianas durante muitos anos. "Isso é

amor antigo", viria a proclamar, em um dos anúncios do lançamento das

Havaianas Top, na década de 90, pouco antes de ser flagrado pela câmera

indiscreta de Luís Fernando Guimarães, com a filha Vitória no colo, calçando

um par de minúsculas Havaianas cor-de-rosa.

3.4 Anos 80

O caminho das sandálias Havaianas na década de 80 foi para o interior do

país. E a idéia por trás dessa rota era "que nenhum brasileiro ande descalço".

As capitais e cidades grandes já tinham sido conquistadas, era preciso seduzir

o interior desse imenso país, que tinha, em cada lojinha, um fabricante de

chinelo de dedo.

A campanha girava em torno de uma série de jingles criados para as rádios

locais. E se estrelas de vários calibres emprestavam sua fama para avalizar as

Havaianas, nomes como Luiz Gonzaga, Tonico e Tinoco e Gaúcho da Fronteira

cantaram as muitas vantagens das sandálias que não tem cheiro, não

deformam e não soltam as tiras, em ritmo rancheira, caipira, e até carnaval.

As músicas contavam historinhas divertidas, como a da mulher que quando

ganhou uma Havaiana e viu que era falsa, deu no pé... O jingle alertava contra

37

as "fajutas", uma palavra que foi popularizada para a campanha das

Havaianas, para significar má qualidade, imitação barata, e acabou entrando

para o dicionário Aurélio.

As canções eram gravadas em vários ritmos, dependendo da região (e da

época) quando seria tocada. Tempo de festa junina, de pular fogueira, e lá

estava a rádio tocando uma canção que falava da necessidade de se usar

Havaianas para não queimar o pé. No carnaval, a marchinha dizia que “você

vai ver como é, põe Havaiana no pé”. Sandálias Havaianas para o meu

carnaval, e o ano inteiro ela é sensacional.

3.4.1 Anos 90/2000

A AlmapBBDO, por sua vez, propôs uma mudança radical na comunicação. Se

antes a estrela principal dos comerciais era a qualidade da sandália, com o tão

famoso "Não solta as tiras, não tem cheiro e não deforma", agora era a vez do

consumidor e, com isso, as campanhas passaram a mostrar quem usa as

Havaianas.

“A Havaianas está com a AlmapBBDO (AlmapBBDO Publicidade e

Comunicações uma agência de publicidade) desde 1994. Foi o ano da

virada para a marca. As vendas das sandálias caíam lentamente.

Desde seu lançamento até 1994, o produto se manteve praticamente

inalterado: mesmo modelo, mesmas cores, mesma comunicação com

o público. Vinha sofrendo um envelhecimento natural para um produto

lançado há 30 anos e que não era renovado. Seu único poder era o

preço.”

(http://www.portaldapropaganda.com/comunicacao/2007/09/0036,

09/12/2007, às 15h09min).

A AlmapBBDO, por sua vez, propôs uma mudança radical na comunicação. Se

antes a estrela principal dos comerciais era a qualidade da sandália, com o tão

famoso "Não solta as tiras, não tem cheiro e não deforma", agora era a vez do

consumidor e, com isso, as campanhas passaram a mostrar quem usa as

Havaianas.

38

De acordo com BASTOS:

“Série com imagens fortes e coloridas. Texto pobre e variação da

imagem sobre o tema possível em uma marca forte como: a imagem

do rastro da pegada da sandália, só a alça do produto... Em 94, a

Alpargatas começou a diversificar sua linha e investir na comunicação

do produto. Lança Havaianas Top, uma versão monocromática da

sandália tradicional e, a partir deste, vão surgindo outros: Surf,

Fashion, Clubes, Brasil, Kids, além de outros modelos de

oportunidade”.

(http://www.usp.br/fau/docentes/depprojeto/i_minami/mestrado/doro.h

tm,23/10/2007às 14h:27min)

As campanhas iniciais passaram a mostrar pessoas famosas em casa usando

Havaianas. Os comerciais exploraram situações cotidianas e engraçadas, onde

personalidades agem de forma natural e real, usando, falando sobre ou

comprando a sandália, trazendo legitimidade ao testemunho. Com isso, o

consumidor percebe que todo mundo usa as Havaianas. O que agrega valor

para quem usa o produto.

Com as ações de marketing da Alpargatas e a nova estratégia de comunicação

da marca, a Havaianas retomou o seu prestígio e carisma, tornando-se um

produto básico da moda.

Um dos primeiros a apresentar o novo produto foi Chico Anysio, relembrando

seu amor antigo. O link foi perfeito, afinal, quem não se lembrava de seus

personagens anunciando as legítimas, aquelas que não tem cheiro e não

soltam as tiras? A harmonia entre as Havaianas e Chico Anysio era tão intensa

que, houve um tempo, acreditava-se que ele fosse dono da empresa.

No lugar de Chico Anysio foi inicialmente substituído por Thereza Collor, como

a personalidade que sintetizava a campanha de revitalização da marca.

Inicialmente foram colocados cartazes com a foto de Thereza Collor em pontos

de venda, na qual ela posava usando as novas Sandálias Havaianas com o

Slogan “Todo mundo usa Havaianas”.

39

O sucesso da campanha foi tanto que foi criado um filme de 30 segundos

veiculados em cadeia nacional. Moreníssima e linda, ela confirmava todo o

glamour das sandálias de borracha, fazia um pouco de fofoca, falava mal das

cópias. Foi perfeita. Thereza Collor foi a anfitriã da festa de lançamento,

Forrotop das Havaianas, na Estação Ferroviária Central do Recife, que abalou

a cidade.

A Alpargatas então encomendou a sua agencia de publicidade outras

campanhas para televisão na qual o ator Luís Fernando Guimarães dando uma

blitz em casa de gente famosa. O resultado da incerta mostrava que aos pés

da cama de Maurício Mattar havia um par de Havaianas e que Malu Mader,

levava as suas para o banho. O jogador de futebol Bebeto foi pego

descansando das chuteiras, no jardim de sua casa, e de Havaianas. Era

verdade: todo mundo usava Havaianas.

Na TV, Cristiana Oliveira ia tirando as peças de sua sumária indumentária, para

descobrir os miligramas a mais que a balança, quebrada, não acusava. A

culpa, talvez, fosse das Havaianas. O público nunca ficou sabendo. Mas

confirmou a queda da popularidade de Carolina Ferraz, ao tirar as Havaianas,

depois de um sensual strip-tease, que esquentou o termômetro que aparecia

ao lado da telinha.

Outro comercial mostra uma garota que descobriu um Fábio Assunção

disfarçado, quase que delatado pelo uso das Havaianas. "Que famoso você

é?", perguntava a moça na praia, "é que é gente famosa que usa Havaianas",

dizia ela desapontada, sem saber que, por trás de uma máscara, estava o

astro.

Pouco depois, um rapaz gordinho e sem graça, beijava feliz as Havaianas de

Rodrigo Santoro, imaginando serem da Luana Piovani e um garoto pedia

emprestadas as sandálias de Deborah Secco para fazer trave de gol... Uma

situação divertida que mostrava, mais uma vez, que todo mundo usa

Havaianas.

40

3.5 Análise do case Havaianas

Na década de 80 a Havaianas estava passando da sua fase de maturidade

para a fase de declínio, foi então que os gerentes de marketing resolveram

estancar este processo e modificaram o seu produto, atendendo aos desejos

do público.

A princípio nasceu para ser usada nas horas de lazer, mas devido ao preço, a

praticidade e ao clima tropical do país foi caindo no gosto popular ficou

direcionada para as classes C, D e E.

Deste tempo que nasceram os conceitos preconceituosos de vincular a

imagem da Havaianas a Sandálias de pedreiro, de pintor, de peão de obra, de

sem-terra, ou seja, chinelo de povão. Assim a Havaianas começava a perder

prestígio.

Na década de 80 a São Paulo Alpargatas possuía outra marca de chinelos o

Samoa que era direcionado para as classes A e B. Esta Sandália saiu do

mercado em virtude da concorrência com a gaúcha Grendene fabricante dos

chinelos Rider que também era direcionada para este público, mas ao mesmo

tempo era uma sandália popular. Segundo Martins:

As sandálias Rider conseguiram em três anos de campanha adequada, apagar

da lembrança dos consumidores a concorrente Samoa. (...) O argumento de

venda é: "leve que todos estão comprando". A campanha da Rider passa com

muita criatividade a emoção de "estar em todas", o sentimento de participação

e o bom humor. O importante é que consegue manter o posicionamento

emocional. “Mesmo quando os filmes mudam, a noção permanece a mesma.”

(Martins, 1999, p. 180)

O público-alvo das Havaianas era soberano nas classes C/D, era o ícone dos

produtos populares de qualidade, com uma relação custo/benefício imbatível,

conforme afirma Madia de Souza 1998. Com o passar do tempo, este público

não apresentava mais probabilidade de crescimento e as vendas caiam

lentamente e o que ocorria é que os concorrentes, como a gaúcha Grendene,

cresciam e prosperavam no vácuo das Havaianas.

41

A atitude que foi tomada na primeira metade da década de 90. Não

abandonando seus consumidores atuais, a Havaianas investiu em um novo

público, através de um novo produto segmentado para as classes mais

elevadas.

Na verdade, no case das Havaianas, não foi criado um novo público alvo e sim,

através de reformulação do produto e estratégias de marketing e propaganda,

foi reconquistado um público que nos anos 70 já havia sido seu, mas que foi

perdido devido a desvalorização da marca Havaianas e a entrada de novos

concorrentes que apresentaram novos materiais e novas tecnologias ao

mercado.

Mesmo reposicionada, ainda hoje, muitas pessoas lembram-se das sandálias

Havaianas como ‘as legítimas, que não deformam, não soltam as tiras e não

tem cheiro’. Ou seja, o antigo posicionamento direcionado para as qualidades

do produto ainda continua latente na mente do consumidor, tanto que este

lema ainda está presente na comunicação da marca. Porém, atualmente vem

se focando a valorização do cliente através da comunicação do slogan do

reposicionamento "todo mundo usa".

Com o reposicionamento da marca, além do produto também foram alterados

preço, praça e promoção, os outros P’s do composto de marketing.

Modificando o produto, a Havaianas atribuir a ele novos valores e segmentou-o

para uma classe mais elevada, conseqüentemente seu preço também foi

alterado.

A Havaianas tradicional, por exemplo, que permanece inalterada, tem um preço

um pouco inferior a Havaianas Top, lançada em 1994. Quanto mais atributo

possui, mais caro é o produto.

A Havaiana Fashion, que possui o solado mais alto para ser usado na cidade,

também é mais cara que a Havaianas Top, e nesta cadeia a Havaianas

Fashion Floral, com flores em relevo, também é mais cara que a Havaianas

Fashion comum, e assim por diante. Mas o interessante é que o target não se

importa de pagar a mais por esses atributos.

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Antes do relançamento das Havaianas, normalmente encontrava-se este

produto em mercados, armazéns e com os vendedores ambulantes no interior,

muitas vezes eram encontradas enroladas em sacos plásticos penduradas em

vassouras levadas de porta em porta.

Após reposicionamento da marca, o produto possui displays nos

supermercados, lojas de roupas esportivas, lojas de produtos para surfistas,

loja de calçados, shoppings, e outros lugares onde se encontra seu novo

público alvo, as classes sociais mais elitizadas.

No case das Havaianas a promoção foi uma importante ferramenta para dar

valor ao produto. Além da propaganda com depoimentos de pessoas famosas

que dão personalidade a marca a Havaianas utiliza todos os meios de

comunicação para dar valorar seu produto.

Antes mesmo do lançamento das Havaianas Top foram encaminhados

releases aos veículos de comunicação para gerar uma expectativa sobre este

fato. Para manter a identidade de item básico de moda como a calça jeans e a

camiseta branca a Havaianas patrocinam eventos como o São Paulo Fashion

Week em São Paulo e outros. Esta é uma maneira inteligente de estar em

contato com o público, receber novas informações deste e associar sua

imagem com a moda.

A São Paulo Alpargatas, fabricante das Havaianas, observa as mudanças de

atitude e os desejos de seus consumidores, grande parte de sua mudança foi

influenciada pela observação da relação dos clientes com a marca.

A Havaianas branca, por exemplo, foi desenvolvida por sugestão de clientes,

uma editora de moda da Revista Marie Claire chegou a pintar uma para um

editorial de moda. Como mais uma tática para agregar valor, antes de seu

lançamento, a Havaianas branca foi distribuída pela loja Daslu (loja que dita

moda e ícone da altíssima classe ‘A’ de São Paulo), como brinde de final de

ano.

Seguindo a estratégia de posicionamento da marca, e utilizando a base de

segmentação demográfica a Alpargatas, inteligentemente, após o sucesso da

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criação da Havaianas Brasil, lançou a Havaianas Clubes que levam as cores

dos times de futebol, bem como seus respectivos emblemas.

Este é um produto basicamente direcionado para um nicho, ou seja, para o

público masculino de cada região do Brasil. Os times Internacional e Grêmio

para o Rio Grande do Sul, os times, Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo

para o Rio de Janeiro; São Paulo, Palmeiras, Santos e Corinthians para São

Paulo e outros.

A propaganda de marca da Havaianas também é posicionada de acordo com o

slogan todo mundo usa. Para isso nos comerciais de TV são utilizados

depoimentos – gente famosa usando e aprovando Havaianas –, um antigo

hábito da São Paulo Alpargatas.

Partindo das estratégias de marketing, a Havaianas soube se utilizar muito bem

da propaganda como ferramenta de marketing. As propagandas na TV são

direcionadas para um público alvo mais abrangente. Nelas são utilizadas

celebridades, geralmente despidas da carapuça de celebridades, se

relacionando com as sandálias Havaianas em situações inesperadas e

inteligentemente engraçadas.

Na TV é trabalhado o slogan "todo mundo usa". Várias celebridades

já apareceram ligadas a Havaianas, como, Hortênsia, Vera Fisher,

Chiquinho Scarpa, Fábio assunção, o ex casal Letícia Spiller e

Marcelo Novaes, Carolina Ferrza, Débora Secco, Cristiana Oliveira,

Marcos Palmeira, Bebeto e mais recentemente Luciano Huck,

Marcello Antonny, Patrícia Pilar, Luize Altenhofem, Fernanda Lima

Reinaldo Gianechini e Giovanna Antonelli e outros ainda devem vir.

(http://www.terra.com.br/cartacapital/153/empresas.htm, 30/10/2007

às12h37min.)

Já a propaganda impressa normalmente é veiculada e focada nos nichos de

mercado. Por exemplo, para divulgar a linha Surf são veiculadas propagandas

em revistas segmentadas para este público nicho como Trip, Fluir, Jovem Pan,

Playboy, Superinteressante e outras.

44

Como estratégia de comunicação a embalagem deste produto ganha destaque,

pois conta a história do Surf desde 1960 com fotos dos surfistas famosos de

todo o mundo.

Outra estratégia de comunicação da Havaianas foi lançar a linha Fashion no

Morumbi Fashion em janeiro de 1999. A divulgação de anúncios impressos

desta linha apareceu nas revistas Marie Claire, Capricho, Atrevida e outras

direcionadas para o público feminino das classes A e B.

Em relação aos pontos de venda, desde a renovação do produto em 1994 até o

presente momento, a cada campanha havia renovação dos displays, na qual se

procurava destacar o produto em relação aos demais, criando situações em

que o consumidor se sentisse a vontade em pegar um par de Havaianas e

coloca-las junto com suas compras, conforme Mello Diretor da Art3 (agência de

propaganda) empresa responsável em 2005 pelo merchandising no ponto de

vendas:

‘Campanhas de 2005, como a da Alpargatas para a coleção de verão

da Havaianas, contaram com uma nova estratégia para o ponto-de-

venda. A Art3 recebeu o desafio de desenvolver peças diferenciadas

utilizando materiais corriqueiros, de baixo custo, como o papel.

“Estamos auxiliando a mudar a forma da Havaianas fazer material de

supermercado; conseguimos destacar o produto e deixá-los bastante

satisfeitos”, diz Mello. A agência criou uma comunicação específica

para algumas redes de lojas e supermercados como Wal-Mart,

Carrefour, Extra e Lasa, e trocou displays artesanais e cabanas,

usados na campanha anterior, por displays que traziam cor e situação

de consumo, e faziam o consumidor sentir-se num ambiente muito

mais descontraído e gostoso como uma praia. “Assim mudamos a

forma de Havaianas se comunicar no ponto-de-venda, utilizando fotos

e imagens que trazem identificação com o consumidor”’

http://www.midiamix.com.br/3763/publier4.0/imprimir.asp?id=7&foto=0

, 31/10/2007 às 18h:45min.)

As Havaianas tiveram o cuidado de manterem seus produtos ao alcance dos

consumidores, de acordo com a região em que o produto é comercializado.

Assim, se as sandálias estão dispostas em um ambiente que é freqüentado por

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consumidores de menor poder aquisitivo, são utilizados displays simples e

neles são dispostas sandálias básicas, mas com preços competitivos, conforme

FERREIRA (2007):

‘A Havaianas, da Alpargatas, tem uma estratégia de fixar seus ponto-

de-vendas de acordo com as classes sociais dos compradores. “Para

o varejo nobre, temos uma linha diferenciada, e para canais mais

simples, produtos básicos com preços competitivos. O importante é

que o artigo esteja sempre disponível”, explica Ricardo Ammirabile

Vianna, gerente comercial da marca.’

(http://www.portalvp.com.br/producao/WebForms/wfrEspecialVPDetal

he.aspx?IdEspecialVP=25, 1/11/2007 às 14h:45min.)

As campanhas de ponto de venda procuraram acompanhar a estratégia de

segmentação adotada pelas Havaianas, da Alpargatas, mantendo o produto

mais adequado ao alcance do consumidor, de acordo com o público alvo.

Conforme Mello (2006):

“Foi uma marca lançada para a classe média que, com o passar do

tempo, todo mundo passou a usar e o resultado é que ela acabou se

popularizando demais”, conta Rui Porto (foto), Diretor de Mídia e

Comunicação das Havaianas em entrevista ao Mundo do Marketing.

Este era o problema. A massificação do produto, por incrível que

possa parecer, levou a rentabilidade aos menores níveis”

(http://www.mundodomarketing.com.br/2006/ver_cases.asp?cod=330,

10/10/2007, às 23h:35min.)

Então é de se esperar que em um ponto de venda sofisticado dificilmente será

encontrado as sandálias Havaianas básicas (as mesmas que eram produzidas

em 1962), por ser considerado um modelo usado por pessoas de menor poder

aquisitivo, uma vez que este tipo de consumidor valoriza o status, conforto e

praticidade ao passo que em um ponto de venda localizado na periferia de uma

grande cidade, dificilmente serão ofertadas as Sandálias Havaianas Top, por

serem mais caras e de menor volume comercial.

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CONCLUSÃO

Através do estudo do case das Havaianas se pode observar como a empresa

reposicionou se produto, para se adaptar ao marketing do século XXI onde o

foco é voltado para o cliente e todas as estratégias de produto, preço

distribuição, promoção, englobando neste item a propaganda, são voltadas

para a satisfação dos desejos do público alvo.

Na era do cliente é necessário que as marcas sejam fortes porque é com elas

que o consumidor se relaciona. Para criar, manter ou reposicionar a sua marca

a propaganda exerce um papel fundamental porque é ela que vai criar ou

manter a imagem e o posicionamento da marca através de associações,

atributos e benefícios intangíveis que traduzem os desejos latentes do target,

deste modo ela é uma das principais ferramentas de marketing para a

agregação de valor a marca e conseqüentemente ao produto.

Em relação ao Merchandising no ponto de venda, A Havaiana em sua nova

fase também utiliza a estratégia de segmentação através de nichos de

mercado.

Os surfistas, as meninas e as crianças, por exemplo, tem um produto

segmentado e voltado especialmente para eles, neste caso a Havaianas Surf e

direcionada para os rapazes, as Havaianas Floral, fashion são direcionadas

para as garotas e a Havaianas Kid e voltada para o público infantil, sendo que

os displays são personalizados, de acordo com o público alvo.

Todos estes nichos necessitam de mensagens que combinem com seu modo

de ser agir e pensar, por isso, para a divulgação destas mensagens para seus

públicos específicos a propaganda é fundamental, pois é ela que transmitirá a

imagem da marca e promoverá o relacionamento com o consumidor.

A nova estratégia de marketing e propaganda além de valorizar a marca,

valorizou também o seu antigo consumidor, das classes C e D, pois estes não

adquirem mais o estigma de classe inferior em virtude de calçarem as

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Havaianas tradicionais.

A Havaianas já havia feito um relativo sucesso na década de 70 quando

desenvolveu um produto pioneiro que se destacava pela qualidade. Durante

muito tempo a marca continuou com este posicionamento.

Mas com a concorrência acirrada aprimorando cada vez mais os produtos e a

propaganda de seus concorrentes, foi perdendo prestígio e passou a ser vista

como chinelo de classe social inferior. Nem os próprios integrantes destas

classes gostariam de serem vistos desta forma.

Para estagnar este declínio da marca foram feitos investimentos maciços e

criativos em marketing e comunicação estratégica. O produto foi melhorado e

segmentado para um público de classes mais elevadas, foram feitas alterações

em todos os itens do composto de marketing de maneira a fazer com que estas

variáveis operassem de maneira a atrair e satisfazer o público-alvo.

O slogan do novo posicionamento é todo mundo usa e para avalizar esta

postura foram feitos diversos comerciais com pessoas famosas em situações

cotidianas e engraçadas usando as sandálias. Esta estratégia publicitária é

mais uma maneira da propaganda agregar valor a marca, pois com o

testemunho de pessoas famosas e com status, o consumidor perde o

preconceito que tinham em relação a marca. O humor é utilizado para quebrar

as barreiras que existem contra a mensagem que a propaganda quer passar.

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