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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE O USO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO COMBATE A DENGUE Por: Paulo José Leite Orientadora Profª. Jaqueline Guerreiro Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O USO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO COMBATE A DENGUE

Por: Paulo José Leite

Orientadora

Profª.

Jaqueline Guerreiro

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O USO EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO COMBATE A DENGUE

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão

Ambiental.

Por : Paulo José Leite

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AGRADECIMENTOS

....aos amigos que sempre estiveram

por perto, dando uma força; Ana

Cristina Bezerra, Diogo Versari ,

Patrícia Pueyo e Gláucia Prunes.....

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DEDICATÓRIA

.....dedico essa obra ao meu pai José

Leite e a minha mãe Cléa Maria Leite (in

memorian), que sempre me ensinaram

que o caminho da vitória é constituído de

honestidade e muito trabalho, Obrigado

pela vida.

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EPÍGRAFE

Uma pessoa que assumiu a determinação de

vencer, será certamente vitoriosa. Uma pessoa

que se compenetra em vencer as batalhas da

vida diária , será no final vitoriosa em tudo.

Portanto, avancem sempre com a convicção de

vencer sem falta.

Daysaku Ikeda

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RESUMO

O presente trabalho visa mostrar noções básicas do dengue como sua forma

clínica , particularidades do seu vetor, formas de contagio, o surgimento dos

primeiros casos da doença no mundo e no Brasil , assim como, as

modalidades de combate ao vetor e controle da doença e as principais

medidas preventivas. Ainda neste trabalho é apresentada o surgimento da

educação ambiental no mundo e também no Brasil e algumas particularidades

da educação ambiental urbana. Ainda é citada um enfoque sobre a

importância da participação popular nas questões ligadas a saúde e

principalmente é discutida a modalidade de combate ao dengue que sempre

excluiu a população deste contexto onde o governo sempre utilizou medidas

verticais com ações pontuais de cima para baixo. O presente trabalho tenta

propor através da apresentação de três artigos voltados a educação ambiental

e dengue ações de prevenção com caráter educativo voltado a inclusão do

assunto nas classe de educação básica .

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METODOLOGIA

Os métodos que levam ao problema proposto foi desenvolvido a partir

leitura de livros, artigos científicos, jornais, revistas,. E a resposta, após coleta

de dados e a pesquisa bibliográfica.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I -O Dengue 11

CAPÍTULO II - A Educação Ambiental 25

CAPÍTULO III – Saúde e participação popular 32

CAPITULO IV- A Proposta 35

CONCLUSÃO 40

ANEXOS 42

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 49

BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional) 50

ÍNDICE 53

FOLHA DE AVALIAÇÃO 55

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INTRODUÇÃO

Tendo em vista que o Dengue é considerado pela Organização

Mundial de Saúde (OMS) como uma das doenças que juntamente com a

malária e a leishmaniose preocupam bastante parte da população mundial,

este trabalho visa mostra aspectos históricos, epidemiológicas, sociais e

educacionais desta terrível endemia e principalmente destacar que o uso da

educação ambiental pode ser uma excelente ferramenta de combate, se

empregada de forma constante e adequada a cada realidade regional. De um

modo geral, o dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por

arbovírus do gênero Flavivírus do qual se conhece quatro sorotipos distintos:

Den-1, Den-2, Den-3 e Den-4 respectivamente, está doença é condicionada

aos países tropicais e sub tropicais. O controle do dengue é principalmente

direcionado ao combate ao seu vetor, o Aedes aegypti, existe ainda a

possibilidade, ainda não comprovada, de que a doença também possa ser

transmitida pelo mosquito Aedes albopictus , o que vem sendo alvo de muitos

estudos. Comprovadamente, a ocorrência de Dengue tem relação direta com a

infestação de Aedes aegypti, sua infestação acontece a custa da presença de

depósitos para estocagem de água, em pequenas coleções líquidas

temporárias. Esse é um mosquito cosmopolita, com ocorrência nas regiões

tropicais e sub tropicais, possui ainda uma característica muito interessante

em relação a durabilidade de seus ovos, pois os mesmos permanecem férteis

até quatrocentos dias sem contato com a água, o que favorece a dispersão

principalmente de forma passiva, pois esta espécie tem sua distribuição

geográfica de forma descontinuada em função da distribuição depender do

homem, que conduz seus ovos fixados em artefatos, através de trens,

automóveis, aviões e embarcações, circulando entre países e instalando-se

nas áreas favoráveis à sua reprodução. No Brasil, este mosquito original do

continente africano foi introduzido na época da colonização através do tráfego

de escravos, tendo uma perfeita adaptação ao nosso território principalmente

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pela semelhança climática, no decorrer da história este mosquito que também

é vetor da febre amarela urbana foi responsável por surtos desta doença em

nossas terras, sendo erradicado supostamente por duas vezes. No inicio do

século XX o combate a este vetor foi conduzido de forma plena e arbitrária

por Oswaldo Cruz, no entanto nos dias de hoje, temos sido meros

expectadores de repetidas epidemias de Dengue, onde se percebe que o

modelo de combate ao vetor não sofreu muitas mudanças pelas autoridades

ligadas à saúde pública. Diante desta nova realidade , fatores habitacionais,

climáticos e principalmente sociais necessitam ser revisto, para que se adote

uma abordagem mais eficiente, no entanto o emprego adequado da Educação

Ambiental pode ser uma excelente ferramenta no auxílio ao combate do vetor

e ao controle da doença.

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CAPÍTULO I

A DENGUE

1.1 - O que é Dengue.

Conforme mencionado, a Dengue se caracteriza por ser uma doença

infecciosa aguda, causada por arbovírus do gênero Flavivírus, onde são

conhecidos os sorotipos I, II, III e IV respectivamente, tem o Aedes aegypti

como seu principal transmissor. De um modo geral a infecção se instala após a

picada do mosquito infectado, que em torno de 15 dias começam a surgir os

primeiros sintomas, no entanto a infecção pode se manifestar de forma

branda, de forma que a pessoa infectada não apresente sintomas da doença

ou da forma clássica que pode apresentar os sintomas de febre, dor de

cabeça, dor pós ocular, dor muscular , mialgias , prostação , falta de apetite

além de manchas avermelhadas na pele, esses sintomas clássicos de certa

forma podem evoluir para a forma hemorrágica que se caracteriza pela

manutenção da febre , hemorragias, queda acentuada de plaquetas(<100.000 /

mm3), vômitos acentuados e dores abdominais intensas, de três a cinco dias

o paciente pode a vir a apresentar uma breve e aparente melhora, porém tal

quadro pode se agravar repentinamente com o aparecimento de sintomas mais

graves como suores, palidez, agitação, extremidades como pés, mãos e nariz

frios, queda de pressão e baixa pulsação que podem evoluir para o quadro da

síndrome de choque da dengue que pode causar a morte do paciente em 24

horas, dentre essas diversas manifestação da doença o fator imunológico de

cada individuo tem um papel importante na manifestação desses sintomas. Já

no ponto de vista da virulência de cada sorotipo, os vírus dos tipos I e IV ( O

tipo IV ainda não presente no Rio de Janeiro) apresentam uma virulência com

características mais brandas, já os tipos II e III possui uma carga viral mais

agressiva. Algumas teorias têm sido propostas para explicar a ocorrência de

dengue hemorrágica numa epidemia. Segundo Halstead, em sua teoria, o

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número de casos aumenta quando aproximadamente três anos após a

ocorrência de uma epidemia por um tipo de vírus, ocorre uma nova epidemia

por vírus de sorotipo diferente. Isso aconteceria porque a pessoa infectada por

um dos quatro tipos de vírus da dengue desenvolve anti--corpos que acabam

reduzindo sua resposta imunológica aos vírus dos outros três sorotipos. Em

outra teoria é feita a relação com a ocorrência da dengue hemorrágica

diretamente ligada com a virulência do sorotipo em ação. Nesse caso, o vírus

do tipo 3 por exemplo, teria maior poder de provocar manifestações mais

graves da doença do que o do tipo 2. De um modo geral como tem se

observado nas seguidas epidemias, essas duas teorias se completam

segundo o diretor do Centro Nacional de Epidemiologia da Fundação Nacional

de Saúde ( Cenepi / Funasa), Jarbas Barbosa da Silva. Ele afirma ¨ é possível

que a pessoa contraia dengue hemorrágica no primeiro contagio, mas é fato

conhecido que a repetição das epidemias, com a circulação sucessiva de

vários sorotipos aumenta consideravelmente a probabilidade de ocorrência da

dengue hemorragica¨

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1. 2 - A História da Dengue

O Dengue, ao contrario como muitos imaginam não é uma

doença moderna, através das primeiras referências publicadas na literatura

médica, passamos a ter a noção que se trata de uma doença há muito

existente em nosso planeta, Conforme publicado por Pfauder & Schlossman

no ano de 1779 é relatada por Gabrrty a primeira epidemia ocorrido no Baixo

Egito, onde também na mesma época outro pesquisador conhecido como

Boylon menciona o aparecimento de casos com os mesmo sintomas na Ilha

de Java. No entanto, Thomas assegura que o dengue esteve presente na

Espanha nos anos de 1764 e 1768, onde em 1780, a doença surge na

América precisamente na Filadélfia como observou Rush, nesse mesmo ano

aparece no hemisfério oriental através da Ásia, a partir desses focos varias

epidemias passaram a ser registradas principalmente nos países tropicais e

sub tropicais. Na América, a dengue tem sido relatada há mais de 200 anos,

na década de 50, casos de dengue hemorrágica foi descrito pela primeira vez

nas Filipinas e na Tailândia e em 1963, foi registrada a existência da dengue

tipos II e III. Em 1977, o sorotipo IV foi introduzido nas Américas, inicialmente

na Jamaica, e a partir de 1980, em vários países foram notificadas epidemias,

como no Brasil (1982 /1986/ 1996/ 2002 / 2007 / 2008 ), na Venezuela (1987),

no Paraguai ( 1988) , no Equador ( 1988), no Peru ( 1990), e em Cuba (1977/

1981). Este ultimo país, entrou para a história da dengue nas Américas , em

1981, devido a uma grande epidemia de dengue hemorrágica causada pelo

sorotipo tipo II e ter sido o primeiro relato acontecido fora do sudeste Asiático

e do Pacífico Ocidental. O segundo surto de casos de dengue hemorrágica

ocorreu na Venezuela, em 1989. Em seguida, alguns foram notificados no

Brasil. Em 1990, segundo Hermam Schatzmayr a dengue tipo II entrou no país

pela cidade de Niterói e sendo disseminada em todo território do Rio de

Janeiro causando a morte de 24 pessoas¨. Nas Américas, no ano de 2000,

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cerca de 375 mil casos foram registrados, sendo que 65,35% desses casos no

Brasil. Apesar do Brasil ter sido o país com maior números de casos das

Américas neste ano, foi de 139,7 casos por 100 mil habitantes, inferior às

observadas no Paraguai, Costa Rica, Barbados, Suriname, Honduras,

Equador, Trinidad e Nicarágua.

1- 3 - A Dengue no Brasil.

No Brasil, a história da dengue se confunde um pouco com os

relatos de febre amarela, pelo fato de ter o Aedes aegypti como vetor

incomum em sua forma urbana, no entanto a forma silvestre da febre amarela

é transmitido por mosquitos do gênero Haemagogus e tem siméos como o

Macaco prego ( cebus), sagüis, Bugio ( Alouatta) como principais hospedeiros.

Os primeiros relatos da febre amarela aconteceram quando o homem adentrou

na mata para o extrativismo de madeira, sendo picado por mosquitos silvestre

contaminados com vírus e contraindo a doença, com a entrada do Aedes

aegypti no Brasil oriundo dos países africanos, esse homem doente com febre

amarela silvestre foi picado pelo Aedes aegypti que contraiu esse vírus e

passou a transmiti-lo na forma de febre amarela urbana, no Brasil os primeiros

casos ocorreram em Recife em 1685, seguidos de Salvador no estado da

Bahia em 1692, provocando cerca de mil mortes, em 1849 a febre amarela

urbana aparece novamente em Salvador espalhando-se por todo território

nacional . Em 1903, Oswaldo Cruz, inicia uma luta sem tréguas ao Aedes

aegypti, com poderes ilimitados os sanitaristas tinham carta branca do governo

para agir , eliminavam todos os possíveis criadouros nas residências , assim

como, vacinavam à força com ou sem consentimento dos moradores, desta

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forma após muita luta no sentido da erradicação da doença o mosquito foi

finalmente dizimado no Rio de Janeiro por Oswaldo Cruz e em São Paulo por

Emílio Ribas, marcando assim uma das mais relevantes batalhas travadas na

época, com uma vitória da Saúde Pública Brasileira. No entanto em 1928 a

febre amarela reaparece , no Rio de Janeiro, e em 1940 é criado o Serviço

Nacional de Febre Amarela, e em 1942 surge novos casos e finalmente nos

meados da década de 50, o Brasil recebe da Organização Mundial de Saúde

(OMS) o certificado de erradicação do Aedes aegypti. Porém, o mesmo foi

reapareceu em território nacional nas décadas de 60 pelo fato dos paises

limítrofes não ter feito o combate a este vetor, e em 1973 foi novamente

erradicado reaparecendo anos depois na Bahia e no Rio de Janeiro. Nos anos

seguintes, a falta de um plano nacional de controle e o novo cenário social das

principais capitais brasileiras tiveram um papel importante na nova introdução

do Aedes aegypti em nosso país. Com aparecimento da vacina contra a febre

amarela, nos dias de hoje são poucos os relatados da doença, que quando

surgem geralmente são casos de origem silvestre. (FUNASA,2001)

Quanto a dengue no Brasil, segundo citado pelo entomologista

Anthony Guimarães da Fiocruz, a primeira referência notificada surge em

1916, no Estado de São Paulo,e em 1923 ocorrem surtos na cidade de Niterói.

Mas a primeira grande epidemia foi registrada em 1981, em Boa Vista

causados pelos sorotipos I e IV , em abril de 1986, a cidade de Nova Iguaçu

registra os primeiros casos desencadeando em seguida uma grande epidemia

agora causada pelo tipo I atingido todo o Rio de Janeiro, e em seguida alguns

estados como Alagoas, Recife e Fortaleza, ainda neste ano é encontrado no

município de Itaguaí, no Rio de Janeiro , o primeiro exemplar de Aedes

albopictus transmissor de dengue na Ásia e conhecido como ¨tigre asiático¨,

passando assim a ser plenamente estudado, principalmente a sua biologia

quanto a sua possibilidade de transmissão da dengue. Paralelo a este fato, na

década de 90, houve um crescimento significativo de casos, e em 1991 e 1992

ocorrerem novas epidemias no Rio de Janeiro, onde foi isolado o sorotipo II da

doença e registrados as formas clássicas e hemorrágicas , em 1994

ocorreram novos casos em diversos estados brasileiros com a presença do

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Aedes aegypti em 18, e do Aedes albopictus em 6 dos estados brasileiros.

Em 1998, nova epidemia é registrada no Rio de Janeiro sendo que com maior

magnitude nos municípios do Médio Paraíba ( Barra Mansa Volta Redonda),

neste ano é registrado que o Aedes aegypti esta presente em quase todos os

estados da federação sendo que 22 com transmissão do vírus do Dengue e 12

com presença do ¨tigre asiático ¨( Aedes albopictus) . Em 1999, já são 23

estados mais o Distrito Federal com transmissão. Outras epidemias tem sidos

registradas e causando muito transtornos para todos, como às de: 2002 e

2003 ( Dengue tipo III) com cerca de 300.000 caso no Brasil e a de 2007/2008

( tipo II ) com 325.955 casos.( SES RJ/ FUNASA)

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1. 4 - O Transmissor da Dengue

O Aedes aegypti embora oriundo da região etiópica, sendo descrito

primeiramente no Egito, vem acompanhando o homem já a algum tempo, e se

adaptando com certa facilidade onde as alterações antrópicas vem

contribuíndo para sua proliferação. Esse mosquito foi introduzido durante o

período colonial, através do trafego de escravos, provavelmente as moringas

de barro eram abastecidas com água na África, e durante as longas viagens

que duravam até um ano, essa água era consumida e os barris vazios eram

jogados no porão do navio com ovos do mosquito já aderidos a sua parede

(que no qual resistem a até um ano), com o reabastecimento no Brasil

acontecia a eclosão desses ovos ( transformação para larva) em um novo

ambiente propício a criação deste vetor. Apesar do Aedes ( Stegomyia )

aegypti( Linnaeus, 1762) ser Incriminado como o principal transmissor da

dengue e da Febre amarela urbana no Brasil, existe ainda a possibilidade do

Aedes albopictus( Skuse, 1894) também transmitir a Dengue, porém até o

momento ainda não foi encontrado nenhum exemplar naturalmente infectado

com o vírus destas doença no Brasil . Dentro dos critérios de classificação

morfológicos ambos mosquitos estão classificados no ramo Arthropoda por

apresentar patas articuladas , na classe Hexapoda por ter três pares de

patas, na ordem díptera por possuir um par de asas anterior funcional e um

par posterior (transformado em halteres para equilíbrio do vôo) , e ainda

incluso na família Culicidae e no gênero Aedes. Normalmente encontrado no

mundo inteiro o Aedes aegypti ou o Odioso do Egito é um dos mosquitos mais

estudado no planeta, com hábitos bastantes conhecidos, esse vetor tem

presença marcante entre as latitudes 35º N e 35º S, em regiões tropicais e

subtropicais, apesar de já ter sido encontrado na latitude 45º N . Geralmente a

temperatura ideal para ele está entre 24 e 28º C, em temperaturas acima de

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37º C e abaixo de 17º C ele entra em estado de inércia e praticamente

interrompe suas atividades . A distribuição também é limitada pela altitude,

geralmente abaixo de 1.000 metros, embora já tenha sido encontrado na

Colômbia e na Índia acima de 2200 metros do nível do mar . (OPAS/ OMS)

Por sua associação estreita com o homem, o Aedes aegypti é um

mosquito extremamente urbano e doméstico, sendo que sua presença é

evidente em cidades, vilas e povoados. No Brasil, México e Colômbia esse

mosquito já foi encontrado no meio rural, isso deve-se ao transporte de larva

ou ovos através de recipientes de uso domésticos oriundos de zonas

urbanas. Esses mosquitos se desenvolvem através de metamorfose completa

e seu ciclo de vida compreende quatro fases: ovo, larva (quatro estágios ),pupa

e o mosquito adulto. (Consoli,1994)

1. 4. 1 - Ovo

Os ovos do Aedes aegypti medem aproximadamente, cerca de 1mm

de comprimento e com um contorno alongado e fusiforme (Forattini). São

depositados pela fêmea individualmente, alguns milímetros acima do nível

da água, nas paredes interna de depósitos ( pneus, vaso de planta etc...). No

momento da postura os ovos são brancos, mas rapidamente adquirem a cor

negra brilhante. A fecundação dos ovos ocorrem durante a postura, e em

condições favoráveis de umidade e temperatura, o desenvolvimento do

embrião se completa em 48 horas. Completado o desenvolvimento

embrionário, os ovos chegam a resistir mais de um ano sem o contato com a

água, eclodindo quando esses ovos entram em contato com essa ( água) . A

capacidade de resistência dos ovos de Aedes aegypti à dissecação se torna

um grande problema para seu controle, uma vez que esses ovos podem ser

transportados inadvertidamente por longas distancias em recipientes secos e

aparentemente limpos caracterizando assim a chamada dispersão passiva

.(FUNASA,2001)

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1.4.2 - Larva

Nesta fase, composta de quatro estágios é o período de crescimento e

alimentação onde as larvas passam a maior parte do tempo se alimentando,

principalmente de material orgânico nas paredes e no fundo dos depósitos.

Essas larvas possuem movimentos semelhante a de uma serpente e são

sensíveis a movimentos bruscos e quando expostos a luz procuram se

refugiar ao fundo do depósito . Durante este fase, as larvas dependem de

temperatura, oferta de alimento e espaço para desenvolvimento. Em condições

ótimas o período entre eclosão dos ovos e pupação geralmente não

ultrapassam de cinco dias, porém com pouca oferta de alimento e baixa

temperatura o ultimo estagio larval pode se prolongar por varias semanas

antes da sua transformação para pupa. A larva é composta em cabeça, tórax e

abdome , e seu abdome é dividido em nove segmentos, sendo que no ultimo é

conhecido como segmento anal, onde se encontra o sifão respiratório que é

curto, escuro e grosso e é usado pela larva quando esta emerge até a

superfície para respirar .( Consoli, 1994 )

1.4.3 - Pupa

As pupas não se alimentam, e é nesta fase que ocorre a metamorfose

do estagio larval para mosquito adulto, esse estado geralmente dura de 2 à 3

dias. A pupa é dividida em cefalotórax e abdome , ou seja , a cabeça e o

tórax são unidos constituindo o cefalotórax, o que da a pupa em uma visão

lateral a forma de virgula , para respirar a pupa é dotada de um par de

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respirador entomologicamente conhecido como trompetas respiratórias, seu

deslocamento é facilitado através de paletas natatória, presentes no ultimo

segmento abdominal .( Consoli, 1994 )

1.4.4 - Adulto

O mosquito adulto mede de 5 à 7 mm, e vive em média 30 dias, e é

nesta fase que ocorre a reprodução e a dispersão ativa do mosquito, no caso

do Aedes aegypti é mais provável que ocorra a dispersão passiva através do

transporte de ovos e larvas em recipientes do que a própria dispersão ativa

pelo mosquito .

O Aedes aegypti é escuro, com faixas brancas ao longo de suas

patas e com o clássico desenho em forma de lira em seu dorso, porém em

exemplares mais velhos essa lira pode desaparecer, entretanto, as manchas

brancas ao longo de seu corpo permanecem, facilitando a identificação desse

mosquito. Ao final do estagio pupal onde emerge o mosquito, o mesmo

permanece sobre a água ou nas paredes do deposito durante horas, afim de

endurecer suas asas e seu exoesqueleto( esqueleto externo ), em seguida

dentro de um período de 24 horas os mesmos já podem se acasalar, ato que

acontece durante voo o que é chamado de voo nupcial , entretanto esse

acasalamento pode acontecer sobre uma superfície vertical ou horizontal o que

é não é muito comum à essa espécie. A fêmea desse mosquito após esse

acasalamento pode ser inseminada, o qual, uma única vez é o suficiente

para fecundar todos os ovos que vai produzir durante a sua vida, em cada

postura essa fêmea pode depositar cerca de 200 ovos que podem ser

divididos em diversas posturas em inúmeros depósitos .

O macho se alimenta de carboidratos extraídos de néctar de flores, as

fêmeas se alimentam de suco de plantas, mas preferem o sangue como fonte

alimentar, o que geralmente o faz em animais vertebrados preferencialmente, o

homem, esse repasto sanguíneo tem como principal finalidade fornecer

proteínas para o desenvolvimento dos ovos. Geralmente esse repasto

sanguíneo ocorre durante o dia, na parte da manhã e ao cair da tarde,isso em

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condições climáticas favoráveis. Com certa freqüência a fêmea se alimenta

mais e uma vez, entre sucessivas posturas, em especial quando bulida, antes

de totalmente satisfeita, ou seja, cheia de sangue, esse fato resulta na

possibilidade de maior ingestão, neste caso ocorre a transmissão do vírus.

A fêmea grávida é atraída por recipientes escuros, sombreados, com

superfícies ásperas com água limpa e sem cor, onde geralmente ao

entardecer deposita seus ovos aderindo-os nas paredes desses futuros

criadouros. Devido a pouca capacidade de voo comparado a outras espécies o

Aedes aegypti tem pouca tendência a se afastar de seu habitat, uma vez que

tenha hospedeiros o mesmo pode permanecer por todo vida no mesmo local

de nascido, no entanto a falta de depósitos para ovoposição e ausência de

hospedeiros ,o mesmo pode se afastar por longas distancias. ( Honório,.

2001). O Aedes aegypti quando em repouso, é encontrado dentro das

residências em locais escuros e quietos em geral nos quartos, banheiros

cozinhas, atrás de moveis, cortinas e roupas penduradas . Em laboratório,

esse mosquito pode ter um período maior de vida, porém na natureza não

ultrapassam 35 dias com uma mortalidade diária de 10% onde a metade morre

na primeira semana e cerca de 95% no primeiro mês. (FUNASA,2001). Esse

mosquito é considerado uma verdadeira maquina voadora, e se perfeitamente

adaptado pode causar muito estrago, está sempre próximo ao homem e

usando de varias estratégias para perpetuar sempre a sua espécie.

Metamorfose completa ovo,larva,pupa e mosquito e adulto

Ovo Larva / pupa Pupa / mosquito Mosquito

Fotos: Genilton José Vieira . IOC . Fiocruz

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1.4.5 - Aedes albopictus

Apesar desse mosquito ser muito parecido com o Aedes aegypti até

o momento não foi incriminado como vetor da dengue no Brasil, entretanto, é

vetor desta doença e da Encefalite Japonesa nas áreas rurais, suburbana e

urbana da Ásia. O Aedes albopictus ocorre naturalmente em ares de clima

tropical e temperado como na Austrália, Japão, oeste do Irã, Madagascar,

Nova Guiné e Ilhas Mauricio e em toda região Oriental, esse mosquito foi

descrito originalmente na Índia e invadindo o continente americano

recentemente, com os primeiros relatos em 1985, no sul da Estados Unidos, e

em 1986 ,no Brasil, nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde hoje

presente em quase todo território nacional. Geralmente além do ambiente

urbano freqüenta com facilidade as áreas rurais, semi silvestre e silvestre,

mesmo com escassa presença humana, picando este e também aves.

Compete com os Aedes aegypti, desovando nos mesmos criadouros artificiais

e também usando criadouros naturais como ocos de arvores, orifício de

bambu etc.... De um modo geral esta espécie possui ovos mais resistentes a

dessecação e sua densidade esta diretamente ligada aos períodos chuvosos,

por ser mais tolerantes a baixa temperatura, esse mosquito se torna mais

presente nas estações frias , onde a população de Aedes aegypti diminui. Esse

mosquito apresenta metamorfose semelhante ao do Aedes aegypti, porém

como principal característica morfológica apresenta uma faixa longitudinal ao

longo de seu dorso, além das manchas brancas espalhadas pelo seu corpo

negro. ( Consoli,1994 ). Todas essas características fazem deste mosquito,

objeto de estudo de muitos pesquisadores no planeta.

Aedes albopictus

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1- 5- Transmissão da Dengue.

Para que aconteça a transmissão é necessário que a fêmea

do Aedes aegypti esteja infectada, isso acontece quando essa fêmea venha a

fazer a sua alimentação em um homem com vírus do dengue, de preferência

no quinto dia da infecção estabelecida. Onde de oito a dez dias acontece a

incubação no intestino do mosquito, onde na sua próxima alimentação

sanguínea , esse vírus será transmitido a uma pessoa saudável, adquirido o

vírus da dengue, esse se multiplica em órgãos específicos, infectando células

do tecido linfático que replica na corrente sanguínea, favorecendo a o

aparecimento os sintomas da doença. (GUIMARÃES,2002). Os sintomas

geralmente variam de acordo com o sistema imunológico de cada pessoa.

Fonte. Nildimar Alves Honório. IOC. Fiocruz. Rio de Janeiro

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1- 6 - Controle da Dengue

O controle é feito pelo município com o levantamento do índice de

infestação do vetor de uma determinada área, onde ações de combate são

realizadas visando a eliminação do mosquito. O trabalho de campo é feito com

a aplicação de larvicida e a eliminação de possíveis criadouros presentes nas

casas visitadas pelos agentes de saúde. O uso do ¨fumaçê¨ é indicado quando

se tem um alto índice de mosquitos ou números significativos de casos de

dengue em uma localidade. Junto a este, são realizadas ações educativas

onde informações a respeito do mosquito e as possíveis formas preventiva da

doença são realizadas por agente em escolas, praças e em eventos sociais

promovidos pelos municípios.(FUNASA/2001).

Atividade de controle da dengue

Teste de larvicida Fumacê portátil Identificação de larvas

Equipe de divulgação Aplicação de inseticida (fumacê)

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2 - Educação ambiental.

A educação ambiental tem sido uma importante ferramenta

de esclarecimento nas questões ligadas ao meio ambiente, porém o seu

surgimento se baseia na necessidade do homem criar alternativas para os

seus problemas ambientais. Segundo Dias a maioria desses problemas já

faziam parte das preocupações dos nossos antepassados, onde antigamente

nas culturas orientais e na Grécia clássica, filósofos, religiosos e artista

exerciam uma plena admiração pela natureza e observavam a escalada

humana e já expressavam alguma preocupação quanto a proteção da terra,

fato este, que se torna evidente através das reflexões filosóficas de respeito e

sensibilidade nas relações entre o homem e a natureza. A escalada quanto a

necessidade de criar regras para a proteção do meio ambiente foi cada vez

mais se evidenciando ao longo do tempo. Em 1863, Thomas Huxley escreve

¨Evidencias sobre o lugar do homem na natureza¨ e em 1864, lança o livro ¨O

Homem e a Natureza¨. Essas duas obras chama a atenção para a verdadeira

posição do homem e a utilização desse meio onde ele vive, faz com que ele

perceba que existem outros seres vivos ao seu redor, e que é necessário

conviver com eles em plena harmonia e respeito. No mesmo tom, uma

dessas obras faz com que passem a refletir sobre a decadência das

civilizações antigas, pois fala que o homem precisa saber usar os recursos

naturais disponíveis e que o seu mau uso nos fará mergulhar em decadência

como o que ocorreu em outras civilizações.Entretanto a educação ambiental

começa a ser desenhada, em 1949 quando Aldo Leopoldo chama a atenção

para a criação de ética no uso da terra, o mesmo publicou esse artigo para o

periódico ¨ A Sand County Almanac¨. Paralelo a isto nos anos 50 , o homem

continua a sua marcha rumo ao desenvolvimento, produzindo cada vez mais

alterações no ambiente natural, impulsionado por avanço tecnológicas o que é

muito evidente nos países mais desenvolvidos. Em 1954, Albert Schweitzer

populariza a ética ambiental, criando no mundo uma reflexão onde se

questiona o avanço desenfreado do desenvolvimento e pede a atenção devida

aos os seres vivos, sendo agraciado com o Premio Nobel da Paz . Na década

de 60, a qualidade de vida se tornam cada vez mais comprometida, e em 62, a

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jornalista Rachel Carson publica ¨Primavera Silenciosa¨, livro que obteve

grande repercussão falando principalmente do uso excessivo de produtos

químicos ,assim como, seus efeitos nos recursos ambientais com o

comprometimento da qualidade de vida e a necessidade de se discutir

amplamente estes temas. Esse livro se tornaria um clássico na história do

movimento ambientalista mundial gerando inúmeras edições sucessivas e

produzindo em todo mundo uma enorme discussão em relação a providencias

para reparar o quadro apresentado. Em 1968, através da delegação da Suécia

na ONU é chamada a atenção para crescente degradação do ambiente

humano, onde são sugeridos uma abordagem mundial na busca de soluções

para os problemas ambientais, e em 1971, é publicado na Grã Bretanha ¨Um

Esquema para Sobrevivência¨ ,obra que se tornaria um clássico que visava

principalmente a necessidade de se criar um ambiente saudável. Em 1972, o

Clube de Roma, grupo onde 30 especialistas de varias áreas se reuniram para

discutir a crise atual e futura da humanidade, publica após 4 anos de

discussão um documento intitulado ¨ The Limits of Growth¨ , que citava o

crescente consumo mundial e o perigo de um eminente colapso . Varias

discussões começam a acontecer, neste ano na Conferência de Estocolmo e

em 1975, no Encontro de Belgrado, na Iugoslávia e também no encontro na

América do Sul, em Bogotá, onde a importância da Educação Ambiental é

cada vez mais evidenciado como instrumento de esclarecimento das causas

ambientais. Durante todos esses encontros a Educação Ambiental foi

plenamente discutida e cada vez mais aperfeiçoada no sentido de servir como

medida de conscientização dos problemas do homem ligado ao seu ambiente

, porém em 1977, promovida pela Unesco-Pnuma é consolidada, a

Conferencia Intergovernamental sobre Educação Ambiental que ficou mais

conhecida como a conferencia de Tbilisi, cujo o produto mais importante foi a

Declaração sobre Educação Ambiental, que tinha em seu conteúdo as

principais orientações, estratégias, objetivos e finalidades e atentava para

elaboração de materiais educativos, treinamento de pessoal, pesquisa sobre

novas abordagens e principalmente o processamento e a disseminação de

informações. Com plena certeza a Conferencia de Tbilisi foi um marco histórico

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na evolução da Educação Ambiental, onde paises como França, Inglaterra e

Estados Unidos de imediato implantaram as orientações da conferência,

entretanto o Brasil e inúmeros paises pobres sempre mergulhado em

sucessivas crises sócios, políticas e econômicas e improdutivas discussões

acadêmicas pouco se avançou , chegando a Conferencia internacional sobre

Educação e Formação Ambiental de Moscou ,em 1987, sem ter muita coisa

para ser mostrado. ( Dias, G,F.1992). De certa forma ,esta conferencia ficou

marcada pelo fato de se discutir a necessidade de se introduzir a Educação

Ambiental nos sistemas educativos dos paises. Em 1992, na conferência da

RIO/92, foram discutidos vários assuntos relativo ao meio ambiente onde

foram gerados vários documentos onde o mais importante foi a ¨Agenda 21¨.

No decorrer desta importantíssima conferencia a Educação Ambiental, assim

como, ações educativas, de informação e de comunicação foram muito

requisitadas e discutidas, onde se definiu que o uso da educação ambiental

deve ser vinculada a todos principalmente as crianças e o cidadão comum. Ao

final da Rio/92 foi produzido um tratado ligado a Educação Ambiental, ¨O

Tratado de Educação Ambiental para Sociedade Sustentáveis e

Responsabilidade Global¨. A partir daí a Educação Ambiental vem atuando de

acordo com cada realidade apresentada, e a cada conferencia sobre meio

ambiente novas conceitos são discutidos no intuito de melhorar sua

atuação.(http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livros091.pdf ). De certa

forma, mesmo com as dificuldades e as vezes com um conotação utópica, a

educação Ambiental vem exercendo o seu papel e alcançando vitórias

significatiativas.

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2- 1 - Educação Ambiental no Brasil

De certa forma, a educação ambiental no Brasil, caminha paralelo as conferencias mundiais, onde sugestões oriundas destas são implantadas e principalmente baseadas na nossa legislação ambientais, neta. As primeiras intervenções da Educação Ambiental no Brasil relacionava-se sobretudo a ecologia, onde por muitas vezes a criatividade de alguns professores faziam com que o homem procurasse entender a sua posição no meio ( Rodrigues, 2001). Na década de 70, o Brasil estava na mesma situação da maioria dos países pobres, principalmente a contar com a realidade econômicas imposta por modelos de desenvolvimento que degradavam a qualidade de vida, nesta época com certeza a educação ambiental seria bem necessária, infelizmente nesse momento essa pratica não conseguiu alcançar as transformações necessárias (Dias,92) Em 1973 é criada a Secretaria Especial de Meio Ambiente ( SEMA) ligada ao Ministério do Interior ,este foi o primeiro em órgão nacional, voltado a ações ambientais. Porém a primeira proposta de Educação ambiental é criada em 1977 com o Projeto de Educação Ambiental de Ceilândia, que tinha como objetivo solucionar problemas da comunidade local, neste mesmo ano a SEMA cria grupo de trabalho afim de discutir o papel da educação ambiental no contexto nacional. No ano seguinte a Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul cria o projeto Natureza (1978-1985).Em 1981 entra em vigor a Lei 6938/81, que cria a Politica Nacional de Meio Ambiente (PNMA) que é considerada uma importante ferramenta da política ambiental no país. Em 1887, o Ministério da Educação e Cultura ( MEC) aprova o parecer 226/87 do conselheiro Arnaldo Niskier, o decreto 88.351/83 que determina a necessidade da inclusão da Educação Ambiental nos currículos escolares de 1ª e 2ª graus. No entanto foi com a Constituição Federal de 1988, que o meio ambiente passou a ter um destaque significativo, com um capitulo dedicado as questões ambientais, o artigo 225 que diz que: ¨Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.¨ De certa forma vem se avançando, mesmo considerada utópica por alguns,

passos importantes foram dados dentro Educação ambiental, na formal em

1997 , os professores brasileiros puderam contar um instrumento oficial de

apoio nas escolas : Os Paramêtros Curriculares Nacionais (PCN), nele o tema

transversal Meio Ambiente é abordado em todos os ciclos da educação

fundamental. Independente da área de ensino, a Educação Ambiental é

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promovida ao longo de eixos temáticos que norteiam esse tema transversal.

Ainda em 97 é realizada a 1ª Conferencia Nacional se Educação Ambiental em

Brasília (ICENEA), onde após avanços nesta área, em abril de 1999 é

instituído o Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA) , que

culminou com a formulação e promulgação de uma legislação especifica para

Educação Ambiental. Lei 9795/99, tramitou por quase 5 anos nos corredores

do Congresso Nacional e na verdade vem como regulamentação do inciso VI

do art.225 da Constituição Federal, que vem consolidar enfoques mais

definidos sobre interdisciplinidade, direito coletivo, sustentabilidade e a

capacitação como um todo, no ano de 2000 é realizada o Seminário de

Educação Ambiental organizado pela COEA / MEC/ Brasília.(MMA). E a partir

de então tem se alcançado muitas conquistas e a cada reunião, discussões

são promovidas no sentido de sempre melhorar esta difícil tarefa de educar.

2-1-1- Educação Ambiental Urbana

Dentro do novo modelo de ocupação do homem

moderno, a educação ambiental urbana surge com o desafio de fazer com que

aja um pleno equilíbrio sócio ambiental, fazendo com que esse espaço urbano

procure um modelo de desenvolvimento sustentável. Esse novo ecossistema,

com o seu intenso metabolismo do cotidiano, muitas vezes , terminam

consolidando imagens e conceitos normalmente ligados á sua esterilidade: as

cidades são florestas de concreto que produzem gases fétidos, segundo

Odum,(1985) o meio urbano apresentam muita diferença dos ecossistemas

naturais, na verdade onde hoje existe cidades, existiam florestas, riachos,

campos, animais silvestre, etc, o meio urbano produz pouco alimento, polui o

ar e recicla muito pouco a água e material inorgânico, são verdadeiramente

parasitas do meio rural e muitas das vezes funciona em processo de simbiose,

quando se produz e exporta mercadorias, serviços, dinheiro e cultura. Já algum

tempo que a cidade, enquanto ambiente construído, é investigada, onde de

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certa forma impõe desafios ambientais crescentes á legisladores,

pesquisadores, ambientalista e autoridades públicas competentes

(Carvalho,2008) As cidades marca do ser humano civilizado, ao atingirem a

configuração de megalópoles,como o Rio de Janeiro e São Paulo exigiram um

enorme sacrifício das condições de equilíbrio ecológico, hoje milhões de

pessoas vivem aglomeradas muito próximo das principais fontes de energia,

causando evidente deterioração Esse processo foi acontecendo com nossos

rios, vegetação das áreas de mananciais e com nossas florestas, que foram

destruídas para beneficio da atividade agrícola, onde hoje respiramos um ar

poluído por partículas. Necessariamente não precisava ser assim, algumas

culturas que trilharam outros caminhos estabeleceram uma relação diferente e

mais harmoniosa com a natureza. O conceito de progresso insustentável,

tornou-se sinônimo de desequilíbrio, a qual estamos assistimos hoje, a

alteração da cadeia alimentar em razão da redução ou extinção de algumas

espécies, a geração de sobras, resíduos ou lixo de qualquer atividade humana,

o desperdício e a irresponsabilidade quanto ao destino desta imensidão de

material, criaram um novo ambiente que alimenta, abriga e multiplica seres que

se tornam vetores, quer dizer transportadores de desconforto e doenças para o

ser humano . Muitas dessas doenças que se alastram, atingindo grande

numero de pessoas, são fruto de um descompasso entre a presença

excessiva de uma espécie e a ausência do seu predador, neste caso ocorreu

um desequilíbrio quantitativo e o ser humano de certa forma amplia a sua

probabilidade de ser atingido por alguma dessas moléstias. (S.E.S.M.A.SP).

Segundo Carvalho, talvez o maior desafio da educação ambiental urbana,

seja de conscientizar a população de que as ações para solucionar problemas

do espaço construído, deva ter a iniciativa deles próprios, uma vez que eles

são os verdadeiros responsável por darem vida a este espaço, adotando

medidas interdisciplinar e solidária . Fica claro que tal ação exigirá que os

envolvidos nesse compromisso social, tenham que lidar com questões

pessoais profundas, como o respeito ao diferente, absorção de suas idéias e

a valorização de valores sem nenhum preconceito, a valorização da tolerância

e do dialogo, tem levado os povos a enxergar o mundo exclusivamente por

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meio de uma racionalidade pura .Por isso, especialmente no âmbito urbano,

onde a impessoalidade é uma espécie de padrão de comportamento

relacional, as pessoas que trabalham com a educação ambiental, de certa

forma devem adotar uma postura voltada para absorção de projetos, focado no

desenvolvimento que apresente uma melhoria sócio ambiental, além da

criação de soluções ecologicamente adequadas. Somente assim, com ações

voltadas a qualidade de vida e solidariedade e sobre tudo com o pensar e o

agir em prol de uma vida melhor, que vise a transformação do individuo em

cidadão consciente e com a construção de uma postura ética ambiental, que

com certeza, teremos um espaço urbano desejável.

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3- Saúde e Participação popular

Como já dizia o dito popular ¨saúde e o estado de ausência de

doença, porém o pesquisador Serra-Freire enfatiza que,¨ saúde é um estado

de relativo equilíbrio da forma e função do organismo resultante de seu

ajustamento dinâmico e satisfatório aos fatores extrínsecos e intrínsecos que

tendem a perturbá-lo¨ (Serra-Freire,2000). ¨ Ao longo da história, doenças

endêmicas e tropicais têm significado grandes perdas, especialmente para as

populações menos favorecidas. Nos trópicos, dispersaram-se sobre milhões de

pessoas e tem sido capazes de resistir a modernidade, como uma indicação

suplementar de que a ciência e tecnologia também participam do processo de

exclusão de pessoas e populações.(Breilh&Granda,1989,Dias,1985,

Nakajima,1989) Em 1993, mais da metade da população do planeta

encontrava-se sob ameaça das doenças tropicais e quinhentos milhões de

indivíduos estavam infectados por, ao menos, uma delas.(Remme et al,1993).

Cada vez mais se impõe a necessidade de ser considerarem fatores sociais e

políticos na compreensão e no controle destas doenças (Briceno-León &

Dias,1993). As grandes endemias têm persistido nos paises mais pobres,

apesar das tentativas de montagem de sistemas eficientes de saúde; a visão e

as estratégias seguem burocráticas, biologicistas e medicocêntriscas,

reproduzindo um modelo hegemônico e refletindo a debilidade do Estado

(Banco Mundial,1993). A chave para a solução e a reforma sanitária que

implica em ampla participação social em termos da necessária

descentralização, da construção democrática das alternativas, do encontro, da

eficiência e do controle social. Tem se considerado a questão participação

comunitária como a alternativa as perspectivas sanitárias em paises como o

Brasil. De certa forma o termo ¨participação popular¨ é um conceito universal.

Porém, na América do sul com elevado índice de desigualdade de renda e

condições de vida, e acentuado grau de autoridade dos governantes para com

os cidadãos, adquire uma conotação especial. O conceito de participação

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popular tem uma relação muito próxima com a educação, pois estão implícitas

em sua definição as presenças das classes populares e por muitas vezes

mediadores, porém a participação popular não se explica por si mesma e

quando alguém a conceitua, conceitua também a educação e a sociedade .

Embora as definições do termo possam ser muitas, todas tendem a se

relacionar à capacidade do Estado de arrecadar impostos e distribuí-los na

forma de dinheiro público. ( Valla & Stotz,1991). Para uma melhor

compreensão do sentido da participação popular, é necessário se situar em

brevemente em algumas definições de participação social. De forma geral

esta participação social compreende as múltiplas ações que diferentes grupos

sociais desenvolvem para influenciar a formulação, execução, fiscalização e

avaliação das políticas públicas ou os chamados serviço básicos na área

social; como saúde ,educação, transportes etc.( Valla et al, 1993) .

No caso especifico da saúde, a base da reforma sanitarista no Brasil,

assim como, a participação popular começaram a ser cristalizar entre 1985 e

1986, com a queda da ditadura militar e a realização da VIII Conferência

Nacional de Saúde , em 1988, no sentido da construção e fortalecimento das

propostas progressivas de reorientação das políticas do setor. As discussões

acumuladas neste processo resultaram na consagração institucional da saúde

como: ¨direito de todos e dever do Estado ¨, originando a lei Orgânica da

Saúde, em 1990. Os avanços legais, incluindo o da criação dos conselhos

municipais de saúde, no entanto, não tem conduzido a transformação efetivas

na realidade dos serviços, a não ser em alguns casos isolados, como os de

municípios de governos populares , que assiste-se ao contrario a, uma grande

crise no setor publico de saúde. A participação popular, neste contexto,

significa uma força social imprescindível para fazer sair do papel as conquistas

e impulsionar as mudanças necessárias, entretanto uma experiência já

acumulada que indica os limites estreitos para se conseguir que medidas

aprovadas sejam implementadas. Em alguns casos os trabalhos desenvolvidos

por esses conselhos, consiste em apreciar as decisões já tomadas pelos

prefeitos e secretários de saúde e quase nunca há tempo para discutirem

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questões relativas ao meio ambiente a ao controle de epidemias e endemias

como afirma Valla at al, 1993)

Há de se construir o controle das endemias em uma síntese que

compatibilize o momento epidemiológico, a descentralização e a participação

da população. É fundamental entender que a chave da descentralização reside

nas populações, na condição que assumem de sujeito do processo político

subjacente a Reforma Sanitária. Em outras palavras, descentralização e

participação são interdependentes e devem conquistar-se politicamente, em

um processo mais amplo de crescimento social, sustentado e libertador (

Demo, 1986; Freire,1976). O papel da população se estende muito além das

clássicas formulas pontuais de participação em programas e projetos do

governo; ao contrário , no movimento sanitário a população se situa no jogo

de poder, e idealmente deve passar a conclusão do processo. Na história

recente do Brasil, a construção do Sistema Único se Saúde (SUS) tem sido

centro deste processo, devendo-se refletir sobre o modo pelo qual isto esta

acontecendo e quais são os óbices e as lições hoje mais perceptíveis desta

história

É fundamental tentar compreender por que o controle destas doenças

ainda depende no Brasil, da ação do Estado e da área pública de saúde. A

ocorrência delas reduz a auto-estima da população e a credibilidade do SUS.

De um modo geral, hoje se requerer a participação comunitária em tidas as

etapas de seu controle. Esta necessidade decorre da doutrina do SUS e de

modernas analises epidemiológicas, que estabelecem os fatores de risco de

cada agravo e sua distribuição histórica e espacial. Dentre o que foi

apresentado percebe-se que atividades de saúde atribuídas ao controle do

dengue, requer um modelo eficiente de combate a doença, assim como, é

fundamental a participação popular em todas as fases deste processo.

Participação da comunidade

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4- Proposta

Em todos os aspectos fica cada vez mais evidente que a

informação e sem duvida uma importante ferramenta de auxilio na resolução

de problemas, assim como, o principal combustível para se alcançar uma

significante qualidade de vida. Ao longo deste capitulo, estarei apresentando

alguns artigos científicos que apresentam em seu enfoque principal, questões

relacionadas ao emprego da educação ambiental como ferramenta de auxilio

ao combate ao dengue, Tais artigos foram desenvolvidos por profissionais

ligados as áreas de educação e outras afins e são os seguintes:

4.1 - Primeiro artigo

O primeiro artigo, cujo o titulo é : ¨Controle da Dengue: Um desafio a

Educação da Sociedade¨ foi desenvolvido por Andrade C.F.S e Brassolatti R.C

do Instituto de Biologia da Unicamp. Publicado na revista Ciência & Ensino em

4 de Julho de 1998.

O presente artigo foi desenvolvido no bairro Barão Geraldo, em

Campinas , no Estado de São Paulo e basicamente se refere ao problema da

dengue em algumas cidades brasileiras e enfatiza que o governo sempre agiu

sem consultar a população e que o assunto em principio estaria ligado aos

setores de epidemiologia e controle de zoonoses e se fosse tão prático a

solução de criar um exercito de mata mosquito resolveria o problema. Paralelo

a isto também foi citado que algumas medidas como o de controle social

promovidos a partir de 1981 por Cuba e a aplicação de multa e até de

detenção por 3 meses na Indonésia não foram o bastante para evitar o

reaparecimento da doença. A solução parece esta na fórmula Ciência +

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Educação, este artigo cita que o emprego da educação em saúde ainda tem

um caráter muito superficial onde mensagens aplicadas a profilaxia e medidas

de higiene merece no caso da dengue uma abordagem mais ampla e

profunda.

Na parte voltada a educação, o artigo fala sobre a experiência realizada

na escola e enfatiza que ¨ A escola é um espaço privilegiado, como base para

o envolvimento da população no controle de vetores de doenças parasitarias

por vários motivos¨. Foram treinados professores e agentes de saúde, que

após adquirirem um conhecimento mais específicos sobre a doença e as

formas de prevenção passaram a ser multiplicadores desse conhecimento.

Após o curso 68,8% dos participantes relataram que melhoraram a situação

em suas escolas, com relação a eliminação de criadouros do mosquito. Alunos

do nível infantil, fundamental e do ensino médio foram entrevistados e ficou

claro a absorção do conhecimento adquirido e a multiplicação destes para

familiares e vizinhos. Foram realizadas visitas surpresa à residência de alunos

com abordagem no primeiro , segundo e oitavo mês da experiência , e os

resultados se mantiveram positivos onde boa parte dessas pessoas estavam

desenvolvendo de forma correta a prevenção do dengue.

4.1.1- Segundo artigo

Este artigo ¨Educação Ambiental como estratégia de prevenção à dengue

no bairro do Arquipélago, Porto Alegre,Rs, Brasil. Foi publicado na Revista

Brasileira de Biociências em Abril de 2008.

Este artigo começa falando que até 1999 o Aedes aegypti

não era encontrado no Rio Grande do Sul, e que após dois anos este vetor da

dengue já se encontrava presente em 66 municípios gaúchos, e que em abril

desse mesmo ano o primeiro exemplar foi descoberto em Porto Alegre, e a

partir então se espalhado por todo estado, em 2004 este vetor se encontrava

presente em 60 dos 83 bairros de Porto Alegre. No entanto como descrito,

ações de controle por parte da Secretaria Municipal de Saúde foram iniciadas,

e paralelo a isto foi realizado no bairro Arquipélago uma ação de educação

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ambiental voltada a pessoas da comunidade, que é constituída por 3 ilhas e

que ainda não contam com a presença do vetor, e que apenas o Aedes

albopictus é encontrado. Geralmente as ações são pontuais nos domicílios

visitados e a informação prestada nesta visita não estimula uma mudança de

hábito da comunidade. Foram realizadas oficinas educativas tanto para

comunidade local, como, para alunos da escola do ensino fundamental e

médio. Após essa pratica educativa algumas pessoas foram selecionadas

para responder ao questionário, onde se notou uma relevante diminuição dos

criadouros , porém ficou evidente que a população ainda tem dificuldades em

reconhecer a gravidade da doença.

4.1.2 Terceiro artigo

O nosso terceiro artigo a ser apresentado é: ¨ Avaliação de uma

intervenção educativa na prevenção do dengue¨ de autoria de Andrade,C.F &

Brassolatti,R.C ambos da Unicamp, publicada na Revista Ciência e Saúde

Coletiva em 2002.

Conforme apresentado nos artigos anteriores o tema em

questão, reforça mais uma abordagem em relação ao emprego da educação

como ferramenta de auxilio ao combate a dengue. A seguinte experiência

também ocorreu no município de Campinas, São Paulo e teve como principal

objetivo, avaliar uma abordagem educativa para a prevenção da dengue, foi

realizada no espaço escolar onde foi ministrado um curso de vinte horas para

professores do ensino fundamental, sendo que no segundo momento foram

avaliados os alunos e suas respectivas famílias. No decorrer do curso, os

alunos tiveram acesso a material didático para identificação do mosquito,

larvicida biológico além de armadilhas usada na vigilância entomológica . Após

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essa atividade foram avaliados a redução ou diminuição de possíveis

criadouros nas unidades escolares dos professores, e também realizadas

visitas a residência dos estudantes, afim de avaliar o conhecimento adquirido,

essa avaliação foi desenvolvida em até um ano. Onde durante esse processo i

observado um esperado aumento do conhecimento, porém se notou que nas

escolas a quantidade de possíveis depósitos para oviposição de mosquito

obteve um resultado menos significativo.

Os artigos acima citados foram publicados nos seguintes endereços na Internet:

* 1º artigo. www.fisica.ufc.br/conviteafisica/cien_ens_arquivos/numero4/p18.pdf

** 2º artigo. www6.ufrgs.br/seerbio/ojs/index.php/rbb/article/viewArticle/906

*** 3º artigo http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232002000200005&script=sci_arttext

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4.2-Definição

No decorrer deste trabalho, poderíamos apresentar uma

infinidade de artigos voltado para o uso da educação ambiental como

ferramenta de auxilio ao combate do dengue, no entanto conforme foi citado

devemos mais do que nunca educar a população e não apenas informar, pois

como ficou claro a informação hoje vinculada nos meios de comunicação

estimula ações mecânica pontuais, fazendo com que as ações básicas de

eliminação de possíveis criadouros sejam esquecidas em um curto espaço de

tempo . Notoriamente a participação popular é o grande trunfo para o controle

da doença, pois as autoridades ligadas ao combate do vetor sempre adotaram

uma postura de planejamento vertical ou seja de cima para baixo e de certa

forma ignorando a participação da comunidade. Hoje através dos temas

transversais (PCN) assuntos como controle da dengue são vinculados no

âmbito escolar, inserindo aos alunos conhecimento básicos sobre o assunto, e

esse aluno de certa forma atua como multiplicador em seu domicilio e em sua

comunidade. Baseado nos artigos apresentados, o município onde não tinha

caso da doença o resultado da intervenção foi menos significativa, porém em

Campinas, município que já apresentou um numero significativo de casos de

dengue o resultado da intervenção foi mais plausível . No Rio de Janeiro, na

baixada fluminense temos o município de Nova Iguaçu que já foi palco de uma

terrível epidemia de dengue em 1986, causado pelo tipo II e posteriormente foi

isolado também neste município o tipo III da doença em 2001, No entanto seria

interessante a vinculação de conhecimentos concreto da dengue no ensino

básico deste município, o que serviria de plano piloto para uma possível

expansão a outras cidades. Essa proposta deveria ser desenvolvida por um

grupo de planejamento multidisciplinar a idéia de saúde, educação e

sobretudo a participação dos funcionários escolar, familiares e comunidade

deveriam ser levadas em consideração visando uma notável qualidade de vida

e não a ausência de doença.

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5- CONCLUSÃO

Na apresentação deste trabalho procurei evidenciar os pontos básicos

da dengue no Rio de Janeiro, e conforme foi apresentado, procurei mostrar

noções da doença, da educação ambiental e principalmente , da força da

participação popular e das intervenções da educação ambiental no âmbito

escolar. O problema da dengue tem sido encarado como um fato ligado a área

de saúde, onde o Governo gasta uma fortuna com verba direcionada

sobretudo ao combate ao mosquito, a vacina seria uma alternativa importante,

no entanto uma solução no momento um tanto pouco acessível pois ainda é

alvo de muita pesquisa. Muito tem a se fazer, na eterna procura por soluções

e lembrando que esse mosquito está dentro da casa e não na mata e que

passa os seus trinta dias de vida simplesmente com uma única missão de se

reproduzir , fato este que requer água limpa e parada. Diante disso o modelo

apresentado por Oswaldo Cruz torna-se inacessível, e o Rio de Janeiro com

um clima, topografia e um verdadeiro caos no sistema de saúde torna-se um

local maravilhoso ao Aedes aegypti, que ainda conta com falta de saneamento,

obrigando pessoas a armazenar água em barris, tráficos de drogas nas

comunidades e inúmero quantidade de casa fechadas, impedindo a visita do

agente de saúde. Como apresentado não precisa ser um sanitarista de nome

para prever aproxima epidemia para 2010 ou 2011, e diante desse quadro

pode-se se contratar um batalhão de mata mosquito que o resultado vai ser o

mínimo esperado, isto sem contar com a mudança climática que vem

favorecendo o aparecimento de outros agravos como o aumento de casos de

leishmaniose, fruto da ocupação desordenada em áreas até a pouco tempo

silvestre ou rurais. Ações de manejo são bem vindas como mudança para

larvicida biológico, uso do peixe Betta splendens como controle em tanques.

entretanto o uso da vontade política no sentido de educar a população e

estimular a participação popular são de fato o verdadeiro passo para controlar

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esta nossa triste realidade, a algum tempo a população economizou energia

para conter o apagão, por que não estimular essa massa para conter o avanço

da dengue Porém a verdadeira solução esta na educação e sobretudo na

educação ambiental, não só para dengue como para outros agravos, pois o

emprego correto desta ferramenta na comunidade, no local trabalho e

sobretudo no ambiente escolar, de um modo geral, pode ser a única alternativa

, além de contar com a plena participação popular na ação e constituição de

processos junto ao poder público, nesse momento esse atores sociais são

muito bem vindos. Porém multar, prender não adianta, no entanto o aluno hoje

se educando será no futuro o cidadão educado para evitar a dengue e outras

desconforto da vida moderna. urbana e domiciliar que tem como principal

objetivo perpetuar a qualquer custo a manutenção de sua espécie e que tem

como principal aliado o homem que beneficia a vida do Aedes aegypti através

da criação de possíveis criadouros e sobretudo não evitando a exposição de

água parada. Ações regionais de manejo como mudança para larvicida

biológico, uso do peixe Betta splendens como controle em tanques , além da

visitas domiciliares pelos agentes de saúde estão sendo desenvolvidas pelas

secretarias de saúde ,entretanto o uso da vontade política no sentido de

educar a população e estimular a participação popular são de fato o verdadeiro

passo para controlar esta nossa triste realidade, a algum tempo a população

economizou energia para conter o apagão, por que não estimular essa massa

para conter o avanço da dengue. E principalmente e sobretudo como fator

básico, educar nossas crianças para evitar que a dengue assim como outras

realidades da nossa vida moderna não sejam problemas no futuro.

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ANEXO 1

Reportagens

ENTREVISTA

27/03/2008 - 19:59 | Edição nº 514

Dengue mostra frouxid Para a The Economist, a epidemia da doença é sintoma da

"retórica inflamada" e da "burocracia interminável" da política brasileira

A epidemia de dengue do Rio de Janeiro ganhou destaque na revista britânica The

Economist. Em sua nova edição, a revista traz uma reportagem que retrata o problema

sob o ângulo da incapacidade das autoridades para enfrentar a doença.

A lentidão do governo para conter uma epidemia anunciada há mais de um ano, diz a

publicação, evidencia a frouxidão da saúde no estado do Rio de Janeiro. Segundo a

revista, o debate vazio sobre aspectos menores da doença e a atribuição de culpa de uma

instância de poder à outra - no caso, as Secretarias de Saúde municipal e estadual e o

Ministério da Saúde - teriam levado a dengue a sair do controle. A responsabilidade,

portanto, é municipal, estadual e federal.

"Infelizmente, retórica inflamada e burocracia interminável não são sintomas novos da

política do corpo-a-corpo brasileira”, diz a revista.

A publicação traz também um breve histórico da doença no país e na América Latina.

Até 1980, a dengue era relativamente rara no continente. A pouca incidência fez com

que a vitória contra o Aedes aegypti fosse declarada cedo demais. "A vitória foi

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declarada prematuramente: o compromisso e os recursos desapareceram, enquanto as

cidades continuaram a crescer".

Para a Economist, a gravidade da epidemia só foi reconhecida oficialmente no dia 24 de

março, com a convocação de um “gabinete de crise” pelas autoridades locais e

nacionais.

Na descrição da revista, o Rio de Janeiro aparece como um cenário de filme de guerra.

Hospitais em tendas, médicos sendo contratados às pressas e mobilização das Forças

Armadas. A imagem não deixa de ser verdadeira. Para agravar o panorama, a publicação

cita ainda o problema de acesso de inspetores de saúde às favelas e regiões dominadas

pelo tráfico. Como conclui a reportagem, "será preciso mais do que isso para esmagar o

mosquito."

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Reportagens

ENTREVISTA 2

25/3/2008 01:17:00 Epidemia de dengue cria uma nova cidade partida Áreas com maior índice de vítimas são evitadas. Governo chama 660 s para atuar na luta contra a doença

Rio - Operação de guerra contra a dengue — inclusive com pedido de apoio às Forças Armadas — foi anunciada ontem pelo poder público, ao mesmo tempo em que cariocas começam a evitar regiões da cidade com medo do Aedes aegypti. Uma das principais áreas de risco é Jacarepaguá, que registrou só este ano 6.306 casos da doença, e que é um dos 33 bairros em que o índice de infestação é maior que 300 por 100 mil habitantes.

A preocupação é tamanha que a direção do tradicional Colégio Santo Agostinho, no Leblon, determinou isolamento do sítio em Jacarepaguá usado pela instituição para passeios. Ontem, a direção enviou circular aos pais avisando que as excursões “ficam canceladas provisoriamente devido ao surto de dengue”. Edileuza Santos Franco, mãe de João Henrique, do 5º ano, afirma que a decisão foi acertada. “Lá tem muito mato, muita trilha. É fácil ter água parada”. As idas ao sítio do colégio serão substituídas por horas de lazer num hotel-fazenda.

A epidemia já provocou a morte de pelo menos 47 pessoas no estado — outros 49 óbitos estão sob investigação. O Ministério da Saúde vai contratar 660 profissionais que já trabalharam nos hospitais federais no Rio e foram substituídos por aprovados no concurso de 2006. Serão convocados médicos, enfermeiros e técnicos. Profissionais que atuam em gabinetes e em funções administrativas também serão convocados. Além das cinco tendas de hidratação do estado, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, quer que militares implantem mais unidades semelhantes.

“Há, hoje, um gigantesco esforço das autoridades. Temos que garantir o atendimento para evitar óbitos. O importante é que essas pessoas não fiquem 6 horas na fila”, disse, após a primeira reunião do gabinete de crise, que reuniu ontem representantes das três esferas de governo e das Forças Armadas.

Temporão afirmou que o número de mortes por dengue no Rio é cinco vezes maior do que o tolerado pela Organização Mundial de Saúde. “O número de óbitos no Rio

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é completamente fora de qualquer expectativa razoável. A OMS considera como máximo a morte de até 1% dos pacientes com a forma hemorrágica da doença. No Rio, esse índice é de 5%”, disse.

Outra medida para conter o aumento do número de mortes — apenas na cidade do Rio já são 30 óbitos confirmados pela doença — é uma mudança radical na abordagem de pacientes. A partir de hoje, toda pessoa que chegar às unidades com queixa de febre e dores no corpo será considerada um caso suspeito da doença.

“Nesse momento, se há febre e dor no corpo, é dengue. Não se pensa em outra coisa. Nesses casos, os que necessitarem serão encaminhados para as tendas”, disse o secretário estadual de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Côrtes. “Eu faço um apelo: apesar da demora de 4 ou 6 horas, peço que a população aguarde. Não vá para casa. Precisamos avaliar para que possamos identificar a dengue e fazer o tratamento o mais rápido possível para que consigamos reverter óbitos”.

Ontem, Temporão pediu que as Forças Armadas disponibilizem homens para auxiliar no trabalho, a exemplo do que os bombeiros já estão fazendo. Temporão acrescentou que 300 agentes estão sendo treinados para usar 50 equipamentos de fumacê individuais. O ministério colocou ainda 15 veículos de fumacê no estado. Cada um tem capacidade para cobrir até 100 quarteirões por dia.

Trauma após morte do filho

Os pais de Rodrigo Yamawaki Roig, 6 anos, morto por dengue hemorrágica, ainda não têm coragem de entrar no quarto do filho, um mês após a tragédia. “Só tiramos os colchões das minhas filhas e colocamos no nosso quarto. O resto continua igual. o videogame está no mesmo lugar”, revelou a mãe, Glória Regina Yamawaki, 35, com um pôster do filho no colo. Ontem foi rezada missa em memória de Rodrigo na Matriz de Nossa Senhora da Cabeça, na Penha, onde morava. O material escolar do menino, que cursava o CA, será doado.

“Minhas filhas estão sofrendo. A menor, de 4 anos, acha que ele vai voltar a qualquer momento. Já a maior, de 10, evita falar do assunto e chora escondida” revela o pai, Marcos Garcia Roig, 34.

A família entrou com notícia crime contra os profissionais que atenderam Rodrigo não conseguiram detectar a doença nas três clínicas particulares pelas quais passou. Esta semana entrará com processo contra o estado e a prefeitura. “Isso não vai trazê-lo de volta, mas vai servir de exemplo para outros pais. É inadmissível que um doença como a dengue, de tratamento fácil, ainda mate crianças”, desabafou o pai.

Reportagens de João Ricardo Gonçalves, Jorge Carrasco, Josie Jeronimo, Marco Antônio Canosa, Maria Luisa Barros, Michel Alecrim e Pâmela Oliveira

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ANEXO 2

INTERNET

. * Primeiro artigo citado

www.fisica.ufc.br/conviteafisica/cien_ens_arquivos/numero4/p18.pdf

** Segundo artigo citado

www6.ufrgs.br/seerbio/ojs/index.php/rbb/article/viewArticle/906 *** Terceiro artigo citado

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-32002000200005&script=sci_arttext

MEC: .(http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livros091.pdf

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ANEXO 3

FOTOS

Fonte: Nildimar Alves Honório . IOC. FIOCRUZ ,RJ

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ANEXO 4

QUESTIONÁRIO

Fonte: Secretaria Estadual de Saúde.RJ. 1998

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CARVALHO, Vilson Sergio de, Educação Ambiental Urbana ,Rio de Janeiro:

Wac Ed.,2008.

DEMO,Pedro, Ciências Sociais e Qualidade, São Paulo: Almed,1985

PAMPLONA, Luciano Góes Cavalcanti et a , Avaliação do impacto na

infestação por Aedes aegypti em tanques de cimento do municipiode Canindé,

Ceará,Brasil, após a utilização do peixe Betta splandess como alternativa de

controle biológico.

Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.37(5):400-404,set-out,

2004

SALES,M.F.S, Ações de Educação em Saúde para a prevenção da dengue ,

Um estudo em ,Icaraí, Caucaia, Ceará . Revista Ciência e Saúde Coletiva,

13.(1);175 a 184.2008

VALLA,Victor Vicent , Educação,saúde,e cidadania: Investigação e cidadania

assessoria popular, Rio de Janeiro . Caderno de Saúde Publica vol 8 no 1 Rio

de Janeiro, Jan/Mar.1992

OLIVEIRA,Pérsio Santos de , Introdução a Sociologia.São Paulo: Editora Ática

.2005

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BIBLIOGRAFIA CITADA ANDRADE ,Carlos Fernandes & BRASSOLATTI.Rejane Cristina - Controle da Dengue: Um desafio á educação da sociedade. Revista Ciencia e Ensino 4 junho 1998 ANDRADE,Carlos Fernendes & BRASSOLATTI,Rejane Cristina- Avaliação de uma intervenção educativa na prevenção do dengue. Revista Ciência e Saúde Coletiva(UNICAMP) 2002 Banco Mundial. Relatório sobre o desenvolvimento mundial 1993; Investindo em Saúde. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas,1993 BREILH,J & GRANADA, l E et al . epidemiologia y contrahegemonomia. Sopcial Science and Medicine, 28(11):1121-1127,1989 BRICEÑO- LEON,Roberto & DIAS,José .Carlos.P et al. Prólogo. In Briceño- Leon,R & Dias, J.C.P .(Orgs) lãs Enfermidades tropicais em la sociedad Conteporanea. Caracas:editorial acta Ciuentifica de Venezuela y Consorcio de ediciones Capriles, 1993 CAREGNATO,Fernanda Freitas et al . Educação Ambiental como estratégia de prevenção à dengue no bairro Arquipélago, Porto Alegre, RS.Brasil. Revista Brasileira de Biociências,Porto Alegre, v 6, p136,abr/jun 2008 CARVALHO, Vilson Sergio de.S. Educação Ambiental Urbana ,Rio de Janeiro:

Wac Ed.,2008.

CENEPI/FUNASA/MS .Centro Nacional de Epidemiologia Notas e dados estatísticos. Brasilia. 1999 CONSOLI,Rotraut A.G.B.& E OLIVEIRA, Ricardo Lourenço. Principais mosquitos de importância sanitária no Brasil Rio de Janeiro : Ed FIOCRUZ.1994 DEMO,Pedro. Participação é conquista: noções de política social participativa. Fortaleza; Imprensa Universitária Federal do Ceará, 1986 DIAS, Genebaldo Freire .E ducação Ambiental: princípios e praticas.São Paulo,Ed.Gaia.1992 DIAS, José Carlos. Doença de Chagas e a questão da tecnologia. Boletin de la Oficina Sanitária panamericana, 99:244-257,1985 FREIRE,Paulo. Ação Cultural para a liberdade e outros escritos. Rio de janeiro: Paz e Terra,1976

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FORATTINI- Osvaldo Paulo- Emergência de Aedes albopictus em recipientes artificiais,Pedrinhas,São Paulo .Revista de Sade Pública 35(5):456-460.2001 GUIMARAES Anthony Érico - Dengue no Rio de Janeiro: 250 anos de história. Entomología y Vectores 9 (20; 195-2000,2002 Universidade Gama Filho-RIO DE JANEIRO 2002 HONORIO,Nildimar Alves ; SILVA, Wellington Costa ; LEITE, Paulo José ; LOUNIBUS, LP ; OLIVEIRA, R. L Dispersal of Aedes albopictus and Aedes aegypti in an endemic area in the state of Rio de Janeiro, Brazil. In: 2000 Annual meeting of the Entomological Society of America, 2000, Montreal. 2000 Joint Annual Meeting, 2000. v. 1. p. 107-107. BRASIL- Lei 6938 de 31/08/1981. Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismo de formulação e aplicação, e outras providências. BRASIL Lei 9.795 de 27/04/1999. Programa Nacional de Meio Ambiente/ Diretoria da Educação Ambiental /MMA e Coordenação Geral de Educação Ambiental EC MEC/ SEF-.Parametros curriculares Nacionais. Convívio Social e ética –Meio Ambiente 1996 Brasília. Df Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde. FUNASA . Dengue instruções para pessoal de combate ao vetor : Manual de normas técnicas . 3º ed. Ver. Brasília,2001 ODUM Eugene.Pleasants Ecologia, Rio de Janeiro,Interamericana,1985,434 p OMS - Organização Mundial de Saúde OPAS - Organização Panamericana de Saúde Pfaundler.M Y Achloss.A, Tratado Enciclopédico de Pediatría. F.Seix editor.San Agustín 1 a 7. Barcelona- 1909 RODRIGUES, Ana Paula da Motta & RODRIGUES ,Milena Goulart Souza – a Educação ambiental e os Parâmetros Curriculares Nacionais: Um olhar sobre transversalidade da questão. U. F. R .J. Rio de Janeiro .2001

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Schatzmayr, Hermann.; Nogueira, R.M.R &Travassos da Rosa A.P.A...,1986, Na outbreak of a dengue vírus at Rio de Janeiro. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 81;245-246 Secretaria de Educação, Saúde e Meio ambiente do estado de São Paulo Livro ambiente sem dengue: O trabalho educacional na prevenção do dengue. São Paulo. FDE 1997 Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro. Tabela com casos de dengue. 1986 2008. Serra-Freire,Nicolau Mauê & Fernandes,C.G.N. Saúde mental dos médicos: Analise amostral. Revista Ciência, Biologia e Saúde 1;76-81.2000 VALLA,Victor.Vicent at al . Participação Popular e os Serviços de Saúde: O controle social como exercício de cidadania. Rio de janeiro: Pares/Ensp/Fiocruz,1993. Valla,Victor Vicent & STOTZ,Eduardo Navarro. Participação Popular e Saúde. 2 ed. Petrópolis: Centro de Defesa dos Direitos Humanos( CDDH) e Centro de estudos e Peaquia da Leopoldina ( CEPEL).1991

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

EPÍGRAFE 5

RESUMO 6

METODOLOGIA 7

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I (O DENGUE) 11

1.1 – O que é dengue 11

1.2 – a história da dengue 13

1.3 – A história da dengue no Brasil 14

1.4 - O transmissor da dengue 17

1.4.1 -Ovo 18

1.4.2-Larva 19

1.4.3-Pupa 19

1.4.4-Adulto 20

1.5- Transmissão da dengue 22

CAPITULO 2 (EDUCAÇÃO AMBIENTAL) 25

2 Educação Ambiental 25

2.1- Educação Ambiental no Brasil 28

2.1.1Educação Ambiental Urbana 29

CAPITULO 3 (PARTICIPAÇÃO POPULAR) 32

3-Participação popular 32

CAPITULO 4 ( PROPOSTA) 35

4. Proposta 35

4.1 –Primeiro artigo 35

4.1.1-Segundo artigo 36

4.1.2- Terceiro artigo 37

4.4 –Definição 38

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CAPITULO 5 ( CONCLUSÃO) 40

5-Conclusão 40

ANEXO 1 -REPORTAGEM 42

ANEXO 2 - INTERNET 46

ANEXO 3 -FOTOS 47

ANEXO 4- QUESTIONARIO 48

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 49

BIBLIOGRAFIA CITADA 50

ÍNDICE 53

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: