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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE SUPERVISOR ESCOLAR: VILÃO DO PASSADO OU HERÓI DA ATUALIDADE Por: Williams Matias Orientador Profª. Maria Esther Araújo Oliveira Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

SUPERVISOR ESCOLAR: VILÃO DO PASSADO OU HERÓI DA

ATUALIDADE

Por: Williams Matias

Orientador

Profª. Maria Esther Araújo Oliveira

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

SUPERVISOR ESCOLAR: VILÃO DO PASSADO OU HERÓI DA

ATUALIDADE

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Administração e Supervisão escolar

Por: Williams Matias

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, todo poderoso

e criador de todas as coisas, a Simone

Vasconcelos, dedicada, amiga e

solidária companheira de trabalho no

cotidiano escolar que durante todo o

curso me abençoou com a sua

providencial carona. As colegas de

turma: Vera Caetano, Nilda Negreiros

e

Tainara Costa, com as quais formamos

uma excelente panelinha nos trabalhos

acadêmicos. Adoro vocês!

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DEDICATÓRIA

A minha esposa Mônica que sempre me

incentivou e me apoiou em todas as

etapas de nossa vida conjugal, as minhas

lindas filhas Renata e Mariana, por me

darem todo amor e carinho que um pai

pode ter como motivação para seguir

sempre em frente. Amo muito vocês!

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RESUMO

O trabalho de pesquisa em questão, apresentado no curso de pós-

graduação Lato Sensu em Administração e Supervisão Escolar da

Universidade Candido Mendes, objetiva fazer registro das atribuições do

Supervisor Educacional praticadas no passado ate os dias atuais, ressaltando

a sua importância como profissional de Supervisão, suas denominações e

ações ao longo dos anos, desde o caráter controlador e fiscalizador assumido

com a disposição de servir à realidade político-econômico-social da época até

o caráter de mediador e relevante para o desenvolvimento de um processo

educativo eficaz, atualizado e coerente com as exigências, necessidades e

anseios dos alunos frente ao novo período da história na qual está vivendo e

que lhe exige transformar-se em um ser ativo, reflexivo, atualizado, conhecedor

e eficiente para suprir a demanda de habilidades e competências obrigatórias

para o mercado atual. Os dados bibliográficos foram buscados em diversos

autores, a exemplo de Rangel, Libâneo, Medina, Saviani, Lima, entre outros.

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METODOLOGIA

Para que este trabalho de pesquisa monográfica fosse elaborado, foi

utilizada a pesquisa bibliográfica, a qual diversos autores renomados da área

de educação tiveram suas obras citadas como fontes enriquecedoras de

consultas, sendo fundamentais para construção e desenvolvimento do assunto

abordado, implementado por suas visões, perspectivas e direcionamentos que

norteiam o inicio das ações do Supervisor Escolar no passado, suas

transformações e mudanças, ate a postura atual e moderna de uma forma

clara e ampla.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Histórico da Supervisão Educacional 10

CAPÍTULO II - Supervisor Escolar: Perfil da profissão 17

CAPÍTULO III - Contexto educacional de supervisão na atualidade

24

CONCLUSÃO 31

BIBLIOGRAFIA 32

ÍNDICE 34

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INTRODUÇÃO

Este trabalho de pesquisa bibliográfica cujo tema é: “Supervisor

Escolar: Vilão do passado ou herói da atualidade”, se faz referente ao papel do

Supervisor Escolar do ontem ao hoje, isto é, ressaltando a sua importância e

transformações de conduta profissional ao longo dos tempos, através da

análise da práxis supervisora, das teorias relacionadas à evolução da

Supervisão Educacional e dos paradigmas norteadores da ação supervisora.

O papel do Supervisor Educacional já passou por muitos caminhos,

com ações questionadas e criticadas, mas com uma contribuição específica

importante a dar no processo educativo. Ao longo dos tempos, muitas são as

pesquisas que levam a refletir sobre este tema e a sua trajetória histórica.

Considerando a importância da função do Supervisor Educacional na

Escola, onde desempenha o papel de agregador e mediador, somado a

necessidade de se pensar em um trabalho dentro de uma perspectiva

dialógica, além de que muitas são as teorias relacionadas à evolução da

Supervisão Educacional e a existência dos paradigmas norteadores da ação

supervisora na escola. Atualmente, é importante apurar, de forma teórica e

real, qual a verdadeira importância desse serviço em relação ao

aproveitamento Escolar / aprendizagem efetiva do aluno, através do agir

supervisor diretamente voltado ao trabalho docente, uma vez que é o professor

quem está mais intimamente ligado e imbuído do processo ensino-

aprendizagem orientado aos educandos.

O presente trabalho objetiva: registrar o papel do supervisor

relacionado à evolução da Supervisão Educacional; ressaltar a importância da

função/atribuições do Supervisor Educacional, na Escola, e os principais

paradigmas educacionais norteadores da ação supervisora no passado até os

dias atuais.

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9 A pesquisa realizada caracterizou-se como bibliográfica, uma vez que

foram buscados dados em diversos autores. Assim, esta exposição

monográfica apresenta-se estruturada em três capítulos, que inserem os

principais enfoques do mesmo: Histórico da Supervisão Educacional (no

primeiro capítulo); Supervisor Escolar: Perfil da profissão (no segundo capítulo)

e contexto educacional de supervisão na atualidade (terceiro capítulo).

CAPÍTULO I

HISTÓRICO DA SUPERVISÃO EDUCACIONAL

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Embora o período histórico atual seja demarcado pela era da

globalização e da supremacia da informática e da tecnologia, como a indicar

um Terceiro Milênio próspero e valorativo da capacidade humana para

produzir, a sociedade brasileira tem enfrentado muitas crises, pois cada vez

mais os bens culturais e econômicos são distribuídos desigualmente, não

havendo emprego para todos, o que se agrava pela situação conflitante entre a

necessidade da produção do capital e as necessidades humanas manifestas,

principalmente por aqueles que pouca ou nenhuma oportunidade tiveram ou

têm de habilitarem-se para o mundo do trabalho exigente e competitivo que aí

está. Todos estes conflitos vividos pelas famílias acabam se fazendo presentes

na escola, na sala de aula e os professores sentem-se despreparados para

lidar com esses aspectos e, até, para atender às exigências dos alunos, que

estão mais ativos e ávidos por uma formação escolar mais significativa e

prazerosa, ao mesmo tempo.

Numa visão neo-liberal, a cobrança da sociedade e do mercado

de trabalho é que as pessoas desenvolvam “competências”, que sejam

competitivas, que aprendam a aprender e que superem, com conhecimentos

teórico e prático sólidos, os problemas que surgem no dia-a-dia, nos contextos

na qual se inserem. As contribuições da Escola para a superação dos

problemas da sociedade estão no significado das ações de seus profissionais:

Direção, Supervisão Educacional, Orientação Educacional, professores e

funcionários, em parceria com os alunos, pais e comunidade escolar, visando

uma qualificada apropriação do conhecimento pelo aluno e a formação de

competências, a fim de que se torne consciente das condições reais e

objetivas do processo ensino-aprendizagem e este sirva a capacitar o aluno e

cidadão para interferir na sociedade, no mundo do trabalho, nas interações

sociais, qualificando sua vivência em comunidade. Neste contexto, além dos

demais profissionais da educação, está o Supervisor Educacional como um

dos principais agentes para que se concretize uma educação capaz de

contribuir com o aluno, como elemento essencial para interferir na realidade da

sociedade demarcada pelos tempos atuais. Assim, é importante proporcionar

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11conhecimentos específicos acerca da história, do sentido da função, do perfil,

atribuições, níveis de atuação e os desafios que permeiam a ação do

Supervisor Educacional na escola, para que se possa compreender sua

preciosa contribuição na formação integral do aluno/cidadão.

A idéia de supervisão nasceu com o processo de industrialização,

como conceito de adestramento de técnicas para indústria e comércio que se

estendeu, tempos depois, ao campo dos esportes, à área militar, política,

educacional, entre outras instâncias sociais, sempre com o objetivo da

obtenção de resultados satisfatórios. Durante o século XVIII e início do século

XIX, a supervisão ocupou o espaço da inspeção, cujo foco direcionava-se à

repressão, checagem e monitoramento de ações. Em Cincinnatti (1841),

concebeu-se a idéia da supervisão voltada para o ensino, e até 1875, a

supervisão dedicava-se à verificação das atividades docentes (Lima, 2002).

Ainda segundo o autor, no início do séc. XX, a supervisão buscou

padrões de comportamento definidos e critérios de rendimento escolar, com

vistas a eficiência do ensino. Foram utilizados conhecimentos científicos, na

busca de melhorias de ensino e na mensuração de resultados de

aprendizagem. Em 1925, percebia-se a influencia das ciências do

comportamento na supervisão. Ressalta-se a adoção de princípios

democráticos nas instituições de ensino, tornado-se a figura do supervisor

enquanto um líder democrático. Em 1930 a supervisão adquire caráter de

liderança e valorização de grupos na tomada de decisões. Em 1960 a

supervisão voltou-se para o currículo, com destaque para pesquisa na busca

de soluções de melhoria de ensino.

A supervisão, no Brasil, surgiu com a Reforma Francisco Campos,

não mais sendo considerada por seu caráter de fiscalização, mas adotando a

nova face de supervisão, sob o Decreto-Lei 18.890 de 18/04/1931;

Quanto à Lei Orgânica de Ensino Secundário, Decreto-Lei de 4.244 de

09/04/1942, esta dizia, no seu artigo 75, parágrafo 1°, que a inspeção seria

feita segundo a vertente administrativa, porém com o caráter de orientação

pedagógica, aplicado a atividades de inspeção.

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12 O trabalho de supervisão continuou, a partir da criação da

Campanha de Aperfeiçoamento e difusão do Ensino Secundário (Cades), por

meio do Decreto-Lei 34.638 de 14/11/1953, transformando-se numa moderna

aliança entre Brasil e EUA, cuja finalidade era a melhoria da qualidade do

ensino, utilizando-se para tanto o treinamento de recursos humanos, bem

como fazendo-se a oferta aos inspetores de subsídios para a formação e a

fundamentação de seu trabalho nas escolas, enfatizando-se sempre o caráter

pedagógico de sua área (LIMA, p.71).

Para Rangel, 2001, a falta de profissionais qualificados em

Supervisão Educacional fez com que, em 1958, após a 2ª. Guerra Mundial, um

grupo de professores selecionados em ambiente escolar, por seu espírito de

liderança, alguma noção da língua inglesa e competência profissional, fossem

enviados ao Programa de Assistência Brasileira Americana ao Ensino

Elementar – PABAEE – para especialização. Este grupo introduziria para os

demais colegas suas novas técnicas e percepções. Verificando no contexto

histórico, esta atitude norte americana já havia sido utilizada na Grécia Antiga

onde treinava seus estudantes para obterem o controle de seus alunos. Na

Idade Média, o governo enviava às escolas um professor controlador, a fim de

desenvolver aspectos morais e religiosos da instituição com objetivo de manter

sob vigia todo o processo educacional e sua forma de transmissão. Eles

acreditavam que, com esta atitude, a supervisão escolar teria garantido sua

execução de aprendizado.O governo norte-americano iniciou este programa de

assistência técnica nos países pouco desenvolvidos, em especial aos da

América Latina, através de vários acordos com os diferentes segmentos da

sociedade, inserindo o Brasil no contexto internacional das ideologias liberais.

Este programa tinha alguns objetivos básicos em sua implantação, como criar

e adaptar material didático e equipamentos conforme a realidade escolar em

que atua. Conclui-se que a origem da Supervisão Educacional no Brasil é o

produto da assistência técnica norte-americana prestada aos países da

América Latina, com o objetivo de mudar a mentalidade para se alcançar um

nível de vida mais sadio e economicamente produtivo. Com isto, na década de

70 foram surgindo associações de Supervisão Educacional no Brasil, a

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13ASSERS (Associação dos Supervisores Escolares do Rio Grande do Sul) foi

pioneira, junto com a ASSEP (Associação dos Supervisores do Estado do

Pará), onde o supervisor passou a ser chamado por diversas denominações -

Supervisores Escolares, Supervisores Pedagógicos, Supervisores de Ensino,

Supervisores de Educação ou Supervisores Educacionais.

Neste caso, Nogueira 2000, justifica que os Supervisores

Educacionais, através de suas associações, somando acertos e erros, vão

caminhando na busca de serem e de se fazerem sujeitos do seu processo

histórico.

De acordo com Lima, 2002, partir da Lei de Diretrizes e Bases

da Educação (LDB), Lei 4.024 de 20/12/196, houve a renovação no campo da

inspeção voltada para o Ensino Primário, onde se lê, no artigo 52, referências

à formação de inspetores para este nível. O texto enfatiza o papel do curso

normal na formação de professores, orientadores, supervisores e

administradores escolares, bem como o desenvolvimento de técnicas

relacionadas à educação de crianças. Ressalte-se que a promulgação da Lei

4.024/61 estabeleceu a responsabilidade dos governos municipal, estadual e

federal a tarefa de assumir a execução dos serviços ligados à educação. Ao

Governo Federal caberia definir as metas a serem alcançadas pelo país, assim

como empreender ações de suprir deficiências regionais, dando suporte

financeiro e assistência técnica, ocorre, pois, a partir de então, neste período

de nossa história, um processo de descentralização administrativa corroborada

pela LDB de então, onde os Estados passaram a ter a incumbência de

organizar os serviços referentes ao Ensino Fundamental e Médio daquela

época. Quanto à Reforma do Ensino Universitária no Brasil de 1968, esta

ocorreria em meio a tensões políticas, sociais e econômicas dos anos que a

antecederam, uma vez que os movimentos estudantis que culminavam com os

debates universitários pressionaram o governo a buscar soluções para os

problemas educacionais.

É importante salientar neste contexto, que a Supervisão

Educacional vai acompanhando as mudanças no momento político e social do

país, ora com maiores participações, ora de forma reprimida ou silenciosa. A

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14reforma do Curso Superior – Lei n. 5.540/68 – ao instituir, dentre outras

habilitações, a de supervisor escolar na graduação, consolidou a presença da

supervisão no contexto educacional brasileiro, ampliou seu campo de atuação

para todo o ensino de 1.° e 2.° graus e, pelo Currículo proposto – obrigatório -,

garantiu a continuidade da formação conservadora a ser dada a tal

profissional, dentro da visão tecnicista da educação, sempre acompanhando o

modelo econômico vigente (MEDINA, 2002).

A partir de 1975, a supervisão adquiriu relevantes contornos, por

conta da fusão da Guanabara e do Estado do Rio de Janeiro. Houve, a partir

de então, a busca deste Estado se tornar uma “comunidade educativa” de

cunho permanente. O papel da escola neste período seria o de atingir a toda a

comunidade, tornando-se uma entidade viva; os Centros Regionais de

Educação, Cultura e Trabalho e Núcleos Comunitários se constituíram parte do

projeto da cidade educativa. Ao supervisor, único profissional técnico a ter

acesso aos níveis regionais e locais, neste momento, caberia levar as

informações de seu núcleo à Secretaria de Educação e desta para o núcleo. A

supervisão foi estruturada em três níveis: central, regional e local (Rio de

Janeiro), sob esta face, a supervisão foi tomada como a busca da eficiência

em educar, a certeza da produtividade do trabalho docente e a garantia de

uma assistência técnica que assegurasse a sua função de reprodutora de

sociedade capitalista. Desenvolveu-se, pois, a visão funcionalista da

supervisão, com ênfase em três etapas: o de “como fazer”, sem se observar o

fim, o de como se imaginou o controle da ação pedagógica docente como

garantia da qualidade do ensino e a imposição da ideologia dominante, por

meio de livros didáticos, métodos e técnicas de ensino. A despeito de tudo

aquilo que foi dito, a supervisão tem como função encaminhar o trabalho

pedagógico sob uma nova concepção, a de que a supervisão pode usar a

técnica, sem incorrer no tecnicismo, a supervisão entra na década de 90,

auxiliando na promoção e coordenação de trabalhos nos quais toda a

comunidade esteja envolvida. A partir da implantação dos Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCN) e do desenvolvimento do Projeto Político

Pedagógico construído por toda a escola, que conta, também, com a

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15participação da comunidade, o supervisor poderá tecer um olhar avaliativo

sobre os PCN, auxiliando melhor seus professores, e por fim, participando,

cooperando, integrando e flexibilizando seu trabalho, a fim de tornar-se um

interlocutor de todas as faces da escola (LIMA, 2002).

O conceito e a ação supervisora sofreram singular evolução ao

longo dos anos, até chegar à atual consideração. Pode-se dizer que as fases

distintas que orientaram o trabalho do Supervisor Educacional o fez conduzir

suas inferências na Escola, no sistema educacional e junto ao professor sob a

forma de distintas concepções: fiscalizadora, construtiva e criativa, conforme

Nérici (1973). A fase fiscalizadora foi a primeira a se confundir com inspeção

Escolar, interessada mais no cumprimento das leis de ensino, condições do

prédio, situação legal dos professores, cumprimento de datas e prazos de atos

Escolares, como provas, transferências, matrículas, férias, documentação dos

educandos, e outros. (NÉRICI, 1973, p. 30-31).

Esta modalidade de Supervisão (também considerada inspeção

Escolar) seguia padrões rígidos, inflexíveis e padrão para todo o país, não

havendo consideração para as peculiaridades e necessidades de cada região

do Brasil e muito menos as diferenças individuais dos educandos. Sobre a

segunda fase destacada por Nérici (1973, p. 31): A fase construtiva ou de

supervisão orientada, a segunda na evolução do conceito de supervisão

Escolar, é a que reconhece a necessidade de melhorar a atuação dos

professores. Os inspetores Escolares, então, passaram a promover cursos de

aperfeiçoamento e atualização dos professores. O Supervisor Escolar deste

período era imbuído e responsabilizado por examinar as falhas na atuação dos

professores e essas falhas serviram como motivo para a realização de

trabalhos e estudos visando à remoção e à solução das mesmas. A concepção

que orientou a terceira fase, a criativa – também reconhecida como a atual – é

aquela em que a Supervisão Educacional se separa da inspeção para montar

um serviço que tenha em mira o aperfeiçoamento de todo o processo ensino-

aprendizagem, envolvendo todas as pessoas implicadas no mesmo, em

sentido de trabalho cooperativo e democrático. Daí o surgimento da

caracterização de Supervisão Educacional “Autocrática” ou “Democrática”,

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16conforme Nérici (1973), na qual: A supervisão Escolar autocrática é a que

enfatiza a autoridade do supervisor, que é quem tudo prevê e providencia para

o funcionamento da ação da Escola. A supervisão se enfeixa nas mãos do

supervisor, de quem emanam todas as ordens, sugestões e direções para a

melhoria do processo de ensino. A atuação democrática do supervisor, pelo

contrário, modifica o panorama sombrio antes caracterizado, criando um

ambiente de compreensão, liberdade, respeito e criatividade que muito facilita

o trabalho da supervisão Escolar e do professor, conseqüentemente. Por isso

justifica-se considerar que a Supervisão Educacional, hoje, urge ser criativa,

democrática, inovadora, compartilhada e atualizada, a fim de romper com

paradigmas e ações fiscalizadoras, autoritárias, alienantes e conservadoras.

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CAPÍTULO II

SUPERVISOR ESCOLAR: PERFIL DA PROFISSÃO

A escola é o local de trabalho onde se ensina e se aprende,

onde suas conquistas não dependem só de conteúdos, métodos e técnicas,

mas também, da troca de experiências com funções especificas. O Supervisor

Educacional tem uma contribuição importante a dar no processo de

aprendizagem, sendo ele um agente transformador comprometido com sua

formação, capaz de interferir construtivamente na área que atua. Entre muitas

características que o Supervisor Escolar precisa apresentar ou desenvolver no

exercício da profissão, vale cita-lo como alguém que vê, olha, contempla,

consciente, acordado, atento. A visão, porém, se dá numa amplidão de

horizontes que apanha toda a circunstância educativa.

Supervisionar implica, portanto, numa posição que possibilite a

compreensão de uma abrangência que alcance a realidade educativa global. O

profissional se constitui pela sua forma de agir, portanto, o agir determina o

ser, pois é na ação concreta que se pode vislumbrar a essência da natureza do

agente ativo em uma profissão. Pode ser um coordenador pedagógico, que

ajuda a elaborar e aplicar o projeto da escola, dar orientação em questões

pedagógicas e, principalmente, atuar na formação contínua dos professores.

Explica, ainda que seu papel é estudar e usar as teorias para fundamentar o

fazer e o pensar dos docentes. Um bom coordenador é também um apreciador

das diferentes manifestações culturais. A Supervisão, como denominação de

categoria profissional, passou a ser adotada legalmente a partir da Lei

5692/71. Verificando a origem por sua etiologia. (GIRARDI, In: Síntese do

Trabalho Desenvolvido no III Encontro Estadual de Supervisores de Educação,

promovido pela ASSERS, de 25 a 27 de agosto de 1982, em Porto Alegre, p.

15).

Ferreira (1999), explica que seu inicio é dos vocábulos latinos -

super, que quer dizer, sobre excesso ou grau superior e visão que significa a

ação ou efeito de ver que poderá levar a conotação de superioridade. Assim,

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18pensando-se no profissional Supervisor Educacional, conforme o mesmo autor,

algumas qualidade e aptidões indicam e determinam o seu exercer a ação

supervisora, uma vez que destes atributos depende a consecução dos

objetivos que permeiam a profissão em si de especialista em Educação:

a) Lucidez quanto à Educação: o Supervisor Educacional é aquele profissional

que possui idéias claras quanto à Educação, e opta por uma filosófica para

poder saber o que a escola que obter com seu processo educativo. Para agir

corretamente é preciso saber os caminhos de ação.

b) Segurança: O conhecimento da problemática da Educação faz com que o

Supervisor atue com segurança no planejamento, no assessoramento e na

execução dos projetos educativos. Sem ser dono da verdade, o Supervisor

Educacional não pode ser apenas opinador, mas, a partir de sua lucidez e

conhecimento de suas funções, posiciona-se e motiva para que, estando certo,

seja seguido pela solidez de seu posicionamento.

c) Consciência do papel das suas funções: No plano educacional de uma

Escola há o lugar específico do Supervisor Educacional. É preciso que este

profissional tenha bem claro qual o espaço a ser ocupado para os exercícios

de suas funções, pois assim obterá o respeito de outros profissionais, inclusive

do professor, obtendo, dessa forma, a harmonia de um trabalho coletivo.

d) Espírito crítico: O ser humano se torna mais humano e mais digno de sua

natureza à medida que o pensamento rege a sua vida. A capacidade de julgar,

de emitir juízo, de analisar a partir de pressupostos racionais é que traduz o

que seja espírito crítico. O Supervisor Educacional, como profissional da

Educação, deverá possui tal espírito para também saber transmiti-lo,

provocando em sua equipe a capacidade de reflexão e de revisão constante.

Ao contribuir para a formação de um professor reflexivo, crítico, pensante, este

docente orientará seus alunos na mesma linha de formação, o que resultará na

formação de um ser realmente instruído e capaz de, pelo conhecimento,

interferir na realidade e nela conviver com sucesso.

e) Racionalidade: Dada a sua estratégica posição de mediador entre o corpo

docente, educandos e Direção, o Supervisor Educacional precisa se constitui

no profissional que tem por hábito usar sua razão para não complicar o que é

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19simples, não pulverizar o planejamento de tal forma que perca o sentido de

globalidade e não dispersando o trabalho coletivo, que é a base para a

consecução dos objetivos educacionais. É necessário, assim, que esse

profissional seja um agente simplificador das tarefas educativas de tal forma

que sua preocupação fundamental seja alcançar as finalidades e objetivos do

processo educativo e não os técnicos em detrimento dos primeiros.

f) Diligência: Todo o trabalho do Supervisor Educacional exige a marca da

dimensão de amor e afeto que deve permear toda a atividade educativa. Se

Educação é obra de amor, de afetos, de compreensão, a diligência do

Supervisor Educacional é a dimensão amorosa que imprime um trabalho jovial,

alegre, estimulante e cooperativo, sem aplausos ou recriminações, apenas

pautado no reconhecimento, na motivação ou na reavaliação e replanejamento

de atividades quando necessário.

g) Liderança: O Supervisor Educacional, na medida em que é capaz de

comandar, orientar e estimular toda uma equipe na busca dos objetivos

educacionais estará automaticamente exercendo sua liderança, não de forma

autoritária, como ser absoluto em suas idéias e preceitos, mas como um

profissional seguro das orientações, sugestões e concepções defendidas. O

espírito de liderança por competência supõe uma aceitação de todos aqueles

com quem compartilha suas ações, uma vez que não se trata de atos

impositivos, mas de diálogo e orientação.

De acordo com Zieger (apud ROSA e ABREU, 2001, p. 35), “a

supervisão educacional como profissão tem como objeto de trabalho o

processo educativo”. Resta reafirmar que o profissional Supervisor Educacional

é aquele que: Zrespeita as atribuições de cada setor, somando as suas para o

sucesso do processo ensino-aprendizagem, Ztoma iniciativa no sentido de

dinamizar, constantemente, as etapas do processo educativo; Zdesperta a

imaginação e a criatividade para buscar soluções para problemas novos e

velhos voltados à aprendizagem; Zenvolve a vida da Escola e o processo

educativo de um sentido profundamente humano, de tal forma que favoreça

um ambiente propício para o diálogo entre todos os agentes comprometidos

com a aquisição de conhecimentos e formação de competências no aluno.

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20Assim, legalmente constituído conforme o projeto de Lei No 4412 de 2001, que

regulamenta o exercício da profissão de Supervisor Educacional, em seu Art.

2°.

O Supervisor Educacional tem como objetivo de trabalho

articular crítica e construtivamente o processo educacional, motivando a

discussão coletiva da comunidade Escolar, acerca da inovação da prática

educativa, a fim de garantir o ingresso, a permanência e o sucesso dos alunos,

através de currículos que atendam às reais necessidades da clientela Escolar,

atuando no âmbito dos sistemas educacionais federal, estadual e municipal,

em seus diferentes níveis e modalidades de ensino e em instituições públicas

ou privadas, ou seja, é aquele que sabe planejar e executar a obra educativa,

levando em consideração não somente a instrução, mas a Educação e, para

tanto, é portador de Curso Superior em Pedagogia, com habilitação em

Supervisão Educacional ou Supervisão Escolar, ou ainda em nível de Pós-

graduação (ROSA; ABREU, 2001).

Os cursos de Pedagogia formavam pedagogos, e estes eram os

técnicos ou especialistas em educação. O significado de “Técnico da

Educação” coincidia, então com o pedagogo generalista, até os anos 60. Neste

contexto é aprovado pelo então Conselho Federal de Educação o Parecer n°

252 de 1969, que reformulou os cursos de Pedagogia. De 1943 á 1971, o

Centro de Pesquisa e Orientação Educacional (CPOE) passou a exercer

orientação técnico-pedagógica nas escolas primárias da capital e interior, nesta

época os supervisores das escolas primárias eram habilitadas pelo curso de

Supervisão de dois anos, Pós-normal de segundo ciclo, oferecido pelo Instituto

de Educação General Flores da Cunha de Porto Alegre. Em 1970, a

SEC/CPOE/SUDESUL promoveram um curso que se chamava “Treinamento e

reciclagem para professores e supervisores”, que proporcionou treinamento,

para cerca de cinqüenta professores do Ensino Médio de todas as delegacias

da capital e do interior do estado e visava colocar em atividade supervisores

para as escolas de 1° e 2° ciclo. Para supervisionar esse grupo, foram

treinados cinco técnicos do CPOE, neste mesmo curso, passando a atuar no

ensino de nível médio. Em 1971, a formação dos supervisores passou a ser

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21oferecida pelas Faculdades de Educação, com habilitação específica em

Supervisão Escolar de 1° e 2° graus. Sem dúvida, as dispositivas legais e

diretrizes emanadas dos organismos supervisores de educação influenciaram

decisivamente nas características do desempenho da função de supervisor.

Esta função foi definida como – “exercida por um pedagogo, devidamente

habilitado em Supervisão Escolar, e com profundo conhecimento no campo

Pedagógico, sendo este o gerenciador do processo ensino-aprendizagem,

dando satisfação de sua rotina diária à direção geral da unidade escolar”

(MARQUES, 2002).

De acordo com Rangel, 1992, nos tempos atuais o curso de

Supervisão Educacional visa favorecer aos supervisores um conhecimento

técnico-pedagógico que possibilite eficiência e eficácia nas ações do dia-a-dia

do processo educacional, reavaliando crítica e reflexivamente a ação

pedagógica como agente mediador da ação pedagógica. O reconhecimento da

importância da formação específica como um dado real para o exercício da

profissão de Supervisor Educacional de forma legal, concreta e embasada

teoricamente em favor da qualidade do ensino norteia o trabalho desse

educador.

Ainda segundo o autor, a questão da especificidade é

importante e se destaca, hoje, na discussão acadêmica, no sentido de que se

tornem menos diluídas e mais concreta as ações que definem cada serviço,

configurando seu papel e seu compromisso mais direto, enfim, as

características ou qualidades específicas da sua práxis. E não existe práxis

sem reflexão teórica e concreticidade. O Supervisor Educacional faz parte do

corpo de educadores e tem a especificidade do seu trabalho caracterizado pela

organização, coordenação, mediação, participação, intervenções sócio-

educacionais, culturais e políticas dentro do âmbito escolar, por isto a

importância de um profissional preparado para assumir o seu papel de forma

coerente com suas reais funções.

A supervisão passa de Escolar, como é freqüentemente

designada, a pedagógica e caracteriza-se por um trabalho de assistência ao

professor, em forma de planejamento, acompanhamento, coordenação,

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22controle, avaliação e atualização do desenvolvimento do processo ensino

aprendizagem. Constata-se que a Supervisão voltada para a Educação já se

constitui em “Escolar”, mas, atualmente, intitula-se “Pedagógica” ou

“Educacional”, por dirigir-se ao ensino e à aprendizagem, cujo objeto principal

de seu trabalho é a qualidade do ensino ministrado e a obtenção de

conhecimentos e habilidades pelo aluno. No entanto, quando assumiu atitudes

de fiscalização acentuadas ao trabalho do professor, bem como outros

indicativos administrativos da função e da pessoa do educador, na Escola, a

exemplo do controle de faltas, de horários de chegada e de saída, de

avaliações procedimentais e de perfil profissional, bem como quando havia o

controle excessivo voltado para atividades burocráticas do cumprimento

administrativo para com os Sistemas de Educação (matrícula geral e efetiva;

efetividade; Plano Global; justificativa de falta de professores e funcionários;

controle extremado de carga horária, dias letivos, avaliações para constar em

boletins, entre muitas outras atividades que eram realizadas pelo Supervisor

Educacional e que não visavam o aproveitamento Escolar dos alunos, mas a

consecução dos objetivos administrativos da escola – mesmo que estes

envolvessem o controle pedagógico), aí se tinha uma Supervisão “Escolar”, em

nível de escola / estabelecimento institucional de Ensino, e não uma

Supervisão Educacional nos moldes que são exigidos, hoje, cumprindo o

destino real para o qual essa profissão existe: favorecer a aprendizagem dos

alunos através da orientação profissional e capacitada pelo professor

(RANGEL, 2001).

Em consonância, pode-se dizer que a Educação passou a exigir

um novo modelo de Supervisão, o Educacional, para confrontar o modelo

tradicional e voltado à burocratização imposta pela Escola, e o agir do

Supervisor efetivamente foi seguido a partir de uma proposta que possibilita a

circulação dos anseios das classes populares, que insere os alunos e a

comunidade escolar, e, ainda, que contempla o crescimento pessoal e

profissional dos professores “com base na busca constante por

aperfeiçoamento, por uma melhor formação que permita repensar o antigo e

construir o novo”. Compete aos Supervisores fazerem uma análise da situação

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23educacional e da realidade dos alunos para determinar qual a forma de ação

mais adequada à Supervisão voltada para a Educação que pretendem

continuar seguindo de forma política ou inovadora. (MEDINA, 2002).

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24

CAPÍTULO III

CONTEXTO EDUCACIONAL DE SUPERVISÃO NA

ATUALIDADE

Por ser um dos assuntos mais polêmicos da atualidade, a

educação vem sendo amplamente discutida, no seu sentido de formação

humana. Educar é uma tarefa que exige comprometimento, perseverança,

autenticidade e continuidade. As mudanças não se propagam em um tempo

imediato, por isso, as transformações são decorrentes de ações. No entanto,

as ações isoladas não surgem efeito. É preciso que o trabalho seja realizado

em conjunto, onde a comunidade participe em prol de uma educação de

qualidade baseada na igualdade de direitos. Sendo assim, o supervisor escolar

representa um profissional importante para o bom desempenho da educação

escolar, o grupo escolar, o qual deve opinar, expor seu modo de pensar e

procurar direcionar o trabalho pedagógico para que se efetive a qualidade na

educação.

Na atual conjuntura, o supervisor tem se direcionado a uma

ação mais científica e mais humanística no processo educativo, reconhecendo,

apoiando, assistindo, sugerindo, participando e inovando os paradigmas, pois

tem sua "especialidade" nucleada na conjugação dos elementos do currículo:

pessoas e processos. Desse modo, caracteriza-se pelo que congrega, reúne,

articula, enfim soma e não divide.

Compreender e caracterizar a função supervisora no contexto

educacional brasileiro não ocorre de forma independente ou neutra. Essa

função decorre do sistema social, econômico e político e está relacionada a

todos dos determinantes que configuram a realidade brasileira ou por eles

condicionada. O desenvolvimento da sociedade moderna representa motivos

de muita reflexão, principalmente pelo fato de que a área educacional possui

muitos problemas e que diretamente vinculam-se as demais atividades sociais

visto que são tais profissionais que irão atuar junto ao mercado de trabalho.

Existe uma preocupação com a formação humana e com a forma com que o

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25educando vem obtendo o conhecimento científico. Acredita-se na viabilidade

de fazer do ambiente escolar um espaço construtivo, que desperte o interesse

do educando para aprender e fazer do professor um mediador do saber. Trata-

se de ignorar as velhas práticas educacionais e acreditar na possibilidade de

construir uma sociedade onde o homem tenha consciência do seu papel e da

sua importância perante o grupo.

Segundo Libâneo (1994), de várias formas pode o Supervisor

Educacional tornar-se um agente de mudanças no contexto escolar, junto aos

professores e toda a estrutura pedagógica da escola. Inicialmente, o próprio

Supervisor Educacional como profissional co-responsável pela aprendizagem

dos alunos a partir de uma sociedade pautada na transformação e no

aprimoramento dos seres humanos, precisa constantemente reciclar-se, auto-

avaliar-se, refletir sua ação supervisora e efetivar suas ações de forma

realmente atualizada e visando o bem-estar de todos que com ele atua

(professores e pessoal da escola) e depende (alunos, pais e comunidade

Escolar). Um trabalho com responsabilidade, com planejamento adequado,

acompanhando a sistemática organizacional da escola, onde a mesma devera

estar imbuída em adequar-se aos novos tempos. Isso também implica em que

a Supervisão Educacional reveja algumas concepções e práticas em relação

ao processo ensino-aprendizagem em si, no que se refere a: conteúdos

curriculares, metodologias, emprego de recursos e avaliação.

Ainda segundo o mesmo autor, ao mesmo tempo em que o

trabalho pedagógico na Escola requer a sua adequação às condições sociais

de origem, é preciso que os especialistas adecuem o processo educacional às

características individuais e sócioculturais dos alunos ao seu nível de

rendimento Escolar. A democratização do ensino supõe o princípio da

igualdade, mas junto com o seu complemento indispensável, o princípio da

diversidade. Para que a igualdade seja real e não apenas formal, o ensino

básico deve atender a diversificação da clientela, tanto social quanto individual.

É preciso que o Supervisor Educacional leve em consideração as diversidades

e reavalie, juntamente com o corpo docente e discente, novas visões acerca

do Ensino. Especificamente com o professor e a Direção, urgente é que reveja

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26o currículo, de forma que não se constitua mais em uma lista de conteúdos que

são cumpridos à risca, embora a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação

nacional dê autonomia para, junto às competências estabelecidas para cada

modalidade de Ensino e nas suas diferentes séries, possam ser determinados

os conteúdos que melhor desenvolvam tais habilidades e consolidem a

aquisição de conhecimentos. Para isso, também requer que o Supervisor torne

o professor uma pessoa aberta às discussões, às transformações em seu agir

docente, pois muitos estão atrelados, ainda, a uma pedagogia tradicional e

cabe ao Supervisor Educacional, sendo também um profissional adepto do

diálogo e do trabalho coletivo, incentivar e motivar os professores para

mudarem, inovarem. Em relação às metodologias e recursos de Ensino, é

preciso que seja beneficiado estudo em grupos profissional, na Escola, para

que os fundamentos teóricos e diversificados existentes provoquem a reflexão

acerca de formas inovadoras de serem ministrados os conteúdos e informados

os novos conhecimentos, visando estimular o aluno a aprender. Um exemplo

prático está no uso da técnica “expositivo-dialogada”. Até algum tempo,

quando a Supervisão Educacional pautava-se no trabalho burocrático e os

professores ao trabalho com quadro verde e giz, predominantemente, a aula

expositivo-dialogada era uma metodologia aceitável nos moldes em que era

desenvolvida. Hoje, o aluno não mais aceita que um professor fique falando ou

apenas expondo idéias no quadro ou mesmo buscando-as em livros didáticos,

pois ele tem toda uma tecnologia em casa ou de fácil acesso (em outros locais,

quando não as têm em casa) e uma aula nesse molde acaba por gerar a

“indisciplina”, que, na verdade, nada mais é do que uma maneira do aluno

dizer: “Não agüento mais isso”. Ser se quer um aluno ativo, reflexivo, atuante e

conhecedor, como é possível que ele assim o seja na passividade, na omissão

do professor em orientar para essa formação? Eis aí mais uma forma do

Supervisor Educacional agir como um agente de mudanças: capacitar o

professor, pelo estudo e pela reciclagem ao nível de escola e motivando para

que também busque fora, formação e atualização de sua prática pedagógica.

Outro aspecto delicado que exige, de forma urgente, a interferência do

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27Supervisor Educacional com o fim de provocar mudanças diz respeito à

avaliação da aprendizagem do aluno praticada nas escolas.

Libâneo (1994), se refere à avaliação escolar como um processo

contínuo que deve ocorrer nos mais diferentes momentos do trabalho

educativo. A avaliação a ser adotada deve ser aquela que é realizada no início,

durante e no final das unidades didáticas, visando sempre diagnosticar e

superar dificuldades, corrigir falhas e estimular os alunos a que continuem

dedicando-se aos estudos. O Supervisor Educacional, da mesma forma

através de estudos e, bastante importante, através da aplicação de auto-

avaliações no próprio professor e em si mesmo, juntos todos poderão vivenciar

o que significa avaliar e se conscientizarem da importância que o abolir a

avaliação somente através de provas, questionários reprodutores das idéias de

outros, e outras tantas modalidades burocráticas de medir os conhecimentos

ainda têm sido aplicados de forma predominante. Um Supervisor Educacional

que realmente tenha consciência da importância de ser e agir como um agente

de mudanças saberá buscar formas e aspectos que precisam de

transformação, de inovação, porém não basta versar em planejamentos bem

elaborados, se não se prestarem a ser praticadas tais mudanças visando à

melhoria da educação ministrada. Resistências são reações comuns em

pessoas que não estão acostumadas a mudanças. A maneira como os

professores e o grupo na escola vai reagir frente a uma mudança pode variar

de um extremo ao outro, dependendo de uma série de fatores como:

interesses em jogo, segurança para mudar, temores, suspeitas, pouca firmeza

em quem orienta as mudanças e outros. Por isso é importante que o

Supervisor Educacional considere toda essa variedade de comportamentos

com a qual as pessoas resistem às mudanças e proporcione condições e

segurança para que todos se engajem nessa luta.

Autoridade e liderança, dependendo como são conduzidos,

manifestam enfoques diversificados, podendo agir de forma destrutiva ou

bastante construtiva no trabalho supervisor. Um Supervisor Educacional que

usa de sua autoridade, nos tempos atuais estará provocando ainda mais a

inércia dos professores ante as transformações necessárias e às ações

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28educativas significativas que se espera que sejam empreendidas pelos

docentes em prol de um processo educativo mais eficaz. No entanto, se a

autoridade do Supervisor Educacional seguir apenas a primeira parte desse

conceito, ou seja, se for empregado a partir da autoridade legal, por delegação

e baseada em suas competências como profissional apto a analisar, refletir e

decidir sobre os caminhos a conduzir o processo ensino-aprendizagem, aí o

Supervisor pode e deve empreender de autoridade para tomar decisões e

orientar seu grupo de trabalho. Da mesma forma, se a liderança praticada pelo

Supervisor Educacional for eficiente em relação à segurança praticada em

suas orientações, à atenção aos problemas e à solidez de seus conhecimentos

sobre sua função e importância de seu trabalho em relação à educação e ao

trabalho dos professores, dessa forma a liderança estará servindo de forma

construtiva. Em toda ação supervisora que este profissional empreender a

liderança que lhe é inerente pela posição que ocupa frente à profissão que

exerce deve sempre primar pelo estilo participativo de trabalho, pela ação

coletiva junto a seu grupo, pois assim sua liderança será sempre bem-vinda,

pois servirá de estímulo a ações mais sólidas, uma vez embasadas sua

validade e orientações através de um profissional que se mostra seguro e

conhecedor do que está fazendo ou orientando.

Um outro aspecto que merece ser revisto em relação à

Supervisão Educacional refere-se aos preconceitos que passaram a permear o

trabalho e o ser do Supervisor, na escola. Um dos preconceitos ainda existente

é quanto à Supervisão Educacional realmente estar buscando ressignificar sua

prática. Segundo Medina (2002), muitos professores vêem a figura do

Supervisor Escolar, ainda como um profissional comprometido com práticas

burocráticas, mais voltadas para a administração escolar, do que para o

andamento do processo educativo. Embora sejam comprovadas as constantes

preocupações dos Supervisores Educacionais com o trabalho do professor, no

sentido de buscar efetivas melhorias para a aprendizagem do aluno, os poucos

Supervisores Educacionais que ainda atuam como burocratas fazem com que

a imagem deste profissional seja desacreditada quando busca ser eficaz, ativa

e atualizada no contexto educacional. Um outro aspecto preconceituoso

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29manifestado sobre o Supervisor Educacional refere-se ao autoritarismo de sua

posição profissional como membro da equipe reconhecida como “especializada

em educação”, com coisa que o professor também não o seja, uma vez que se

habilita para a prática pedagógica tanto quanto o Supervisor Educacional. No

entanto, pelos enfoques que a Supervisão Educacional assumiu, ao longo dos

tempos, ficou a idéia de autoridade e de subordinação, onde os professores,

até pouco tempo, não viam com bons olhos esse especialista.

Ainda, a questão de “atendimento em gabinetes”, na qual o

Supervisor Educacional restringia suas ações em salas fechadas, atendendo,

normalmente de forma individual, que a ele procurasse, rompeu paradigmas e

assumiu uma nova constituição de ação supervisora, pois hoje o Supervisor

Educacional está onde o professor ou o aluno, ou ambos também estão. O

Setor de Supervisão Educacional serve para identificar o serviço e

salvaguardar os materiais próprios desse setor, pois o Supervisor está,

constantemente e de forma ativa, em ambientes que possam ser favoráveis a

um melhor atendimento ao professor, ou na própria sala de aula, não mais

para conferir o trabalho do professor, mas para compartilhar do processo

ensino-aprendizagem, para orientar o professor e estimular aos alunos às

aprendizagens (RANGEL, 2001).

Saviani (1994), afirma que, para os dias atuais a supervisão

educacional enfrenta um desafio que ultrapassa as esferas especificamente

pedagógicas, se encontrando na contradição central da sociedade moderna

que, de uma certa forma, desenvolve numa escala sem precedentes as forças

produtivas humanas e, por outro, lança na miséria mais objeta contingentes

cada vez mais numerosos de seres humanos. Simultaneamente, desenvolve

as premissas que situam a humanidade no limiar da libertação de todas as

suas necessidades, subtrai para maioria dos homens o acesso aos meios

indispensáveis para a satisfação de suas mais elementares necessidades. O

aumento dessa contradição vai tornando cada vez mais evidente que a

sociedade capitalista esta pondo continuamente, para si mesma, problemas

que não e capaz de resolver. A transformação das relações sociais viventes se

faz necessárias para a solução desses problemas. E mediante a esse quadro

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30que, nos apresenta no limiar do terceiro milênio, nos vemos diante de duas

situações distintas: superação do capitalismo ou destruição da humanidade e

do planeta. Assim, a luta pela superação do capitalismo coincide com a luta em

defesa da humanidade em seu conjunto. Para tanto, a consciência da

situação, embora não suficiente, se faz uma condição previa, necessária e

indispensável. Com um trabalho eficaz e educativo, iniciado com o

desenvolvimento dessa consciência, certamente ocorrerá uma mobilização

populacional em prol das necessidades de transformação. De uma maneira

geral, no que se refere à supervisão educacional nos dias atuais, fica evidente

que, no campo da educação, este é sem duvida o seu grande desafio.

CONCLUSÃO

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31 A educação exerce papel importante na formação do homem, na

configuração de sua personalidade, valores, habilidades, comportamento

individual e social, político, econômico e cultural. O resultado deste estudo

permitiu identificar aspectos importantes no papel, contribuição, perfil e

atribuições do Supervisor Educacional ao longo dos tempos, aliado as

transformações sofridas, assumido responsabilidades dentro de seu contexto

histórico.

Ficou constatado que o Supervisor Educacional atual deve ser capaz

de desenvolver e criar métodos de análise para detectar a realidade, e daí

gerar estratégias para a ação, desenvolvendo e adotando esquemas

conceituais autônomos e não dependentes, pois um modelo de supervisão não

serve a todas as realidades. O Supervisor possui uma função globalizadora do

conhecimento através da integração dos diferentes componentes curriculares.

Sem esta ação integradora, o aluno recebe informações soltas, sem relação

uma das outras. Para que o conhecimento ganhe sentido transformador para o

aluno é necessário ter relação com a realidade por ele conhecida, e que os

conteúdos das diferentes áreas do conhecimento sejam referidos à totalidade

de conhecimento. Assim, acredita-se que uma das funções específicas do

Supervisor Escolar é a socialização do saber docente, na medida em que há

ela cabe estimular a troca de experiências entre os professores, a discussão e

a sistematização de práticas pedagógicas.

O Supervisor Educacional, ao longo dos tempos, já galgou muitas

concepções e destinos, já venceu muitos paradigmas e preconceitos, porem o

mais importante ainda é se atualizar e tornar-se realmente, um serviço de

valorosa importância, sendo aceito de maneira satisfatória pelos professores,

reconhecido pela escola e pela comunidade escolar.

BIBLIOGRAFIA

ASSERS. Síntese do Trabalho Desenvolvido no III Encontro Estadual de

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · liderança, alguma noção da língua inglesa e competência profissional, fossem enviados ao Programa de Assistência Brasileira

32Supervisores de Educação. Porto Alegre: 1982.

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(Org.). Supervisão Pedagógica Princípios e Práticas. 9ª ed. Campinas:

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RANGEL, Mary. Um ensaio sobre supervisão, educação, sociedade.

Tecnologia Educacional – v.21 (105-106) – mar/ jun.1992.

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33ROSA, Carla Lavínia Pacheco da; ABREU, Rudimar Serpa de. [ Org.]. A

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educação um debate multidisciplinar. Petrópolis Vozes, 1994.

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34

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

HISTORICO DA SUPERVISAO EDUCACIONAL 10

CAPÍTULO Il

SUPERVISAO ESCOLAR PERFIL DA PROFISSAO 17

CAPÍTULO Ill

CONTEXTO EDUCACIONAL DE SUPERVISAO

NA ATUALIDADE 24

CONCLUSÃO 31

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 32

ÍNDICE 34