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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Por: Vanessa do Nascimento Iglesias Orientadora Profª. Maria Poppe Rio de Janeiro 2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE

TRABALHO

Por: Vanessa do Nascimento Iglesias

Orientadora

Profª. Maria Poppe

Rio de Janeiro 2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE

TRABALHO

Apresentação de monografia à Universidade Cândido Mendes

como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-

Graduação “Lato Sensu” em Educação Inclusiva.

Por: Vanessa do Nascimento Iglesias.

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AGRADECIMENTOS

... aos amigos e familiares pelo apoio. Aos coordenadores do

projeto “A Vez do Mestre” pela paciência e boa vontade com

que me atenderam durante o curso. Aos colegas de turma por

contribuíram direta ou indiretamente para realização deste

trabalho. Obrigado!

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais por me incentivarem em tudo!

E a Deus por iluminar meu caminho com saúde e tranqüilidade.

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RESUMO

No início existia uma distância evidente entre as pessoas com deficiência e mundo

do trabalho mas não só no mundo do trabalho mas o acesso do deficiente era restrito ao

mundo da diversão, entreterimento, escola etc. Com as reformas arquitetônicas e a inclusão

na escola regular o acesso aumentou e a necessidade de participação na sociedade, que é

claro de óbvio direito, também.

Mas para a independência de controlar suas próprias vidas, isto é, tomar decisões de

seus interesses, fazer escolhas, ou até mesmo sair sozinho esbarra em vários obstáculos:

hora a excessiva proteção da família do deficiente, hora o preconceito e a falta de apoio por

parte da sociedade.

Agora observando as dificuldade de um jovem adolescente arrumar e se manter no

mercado de trabalho, enfatizamos de um jovem adolescente com deficiência arrumar e se

manter no mercado de trabalho. Esse segundo jovem citado que já deve ter tido

dificuldades em vencer outras barreira terá que enfrentar novos desafios como: preconceito

por parte dos empregadores, centros de reabilitação fora da realidade do mundo do

trabalho, e ambiente de trabalho que nem sempre se encontram adequados e dispostos a

realizar a inclusão.

Neste trabalho destacamos um capítulo sobre o ideal de empresa inclusiva, contendo

também as legislações vigentes, e no Capítulo III: Um desejável sistema em colocação de

empregos, investigando também o que falta para que se torne realidade a empregabilidade

de pessoas com deficiência, soluções nós temos mas o que é preciso realmente para se

tronar realidade uma sociedade inclusiva depende da justiça social que infelizmente não

compramos pronta precisamos construir com base na informação, mudanças em nossas

atitudes enquanto cidadãos, conscientização da sociedade para a questão do deficiente que

como já foi destacado é uma pessoas que como todos nós temos qualidades e limitações

mas jamais incapaz de seguir suas vidas independentemente.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada no trabalho de pesquisa foi a investigação bibliográfica

com exame criterioso, publicações periódicas para levantar questões atuais sobre o tema,

palestras, pesquisa de artigos na Internet. Procurando adequar ao objeto de pesquisa: A

inclusão do aluno com deficiência no mercado de trabalho, tornado o trabalho de utilidade,

pois contém dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e citações da lei

para a inclusão no mercado de trabalho.

Destacando também pensadores e estudiosos do tema, suas teorias e experiências na

área, com o objetivo de identificar os meios eficientes para que se torne uma realidade a

inclusão no mercado de trabalho com vistas a construção de uma sociedade inclusiva.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 11

Um Pouco de História 11

CAPÍTULO II 15

Educação Inclusiva e Mercado de Trabalho 15

CAPÍTULO III 25

A Empresa Inclusiva 25

CAPÍTULO IV 30

Sistema de Colocação em Empregos 30

CONCLUSÃO 34

BIBLIOGRAFIA 35

ÍNDICE 37

FOLHA DE AVALIAÇÃO 39

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INTRODUÇÃO

Apesar de muitos já terem constatado que pessoa portadora de deficiência não é

sinônimo de pessoa incapaz ainda nos deparamos com pessoas que poderiam ter uma via

social ativa, mas se encontram ociosos trancafiados em suas casas.

As relações sociais, educacionais e o próprio trabalho fazem parte da vida cotidiana

de todos nós. Mas para as pessoas com deficiência estar empregado ainda aparece como um

obstáculo, uma barreira que podemos destacar como: preconceito, falta de procura por parte

dos empregadores, cultura, falta de mão-de-obra qualificada etc.

Segundo dados do censo 2000 IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística), o Brasil possui cerca de 16 milhões de pessoas com deficiência, mas as

estimativas disponíveis revelam que apenas 9 milhões estão em idade de trabalho. Destes

apenas 2% trabalham no mercado formal, enquanto nos países mais avançados essa

proporção fica entre 30% e 45%. Manoel Veras1 Aponta as possíveis causas em entrevista à

revista Segurança e Saúde no Trabalho.

As pessoas portadoras de deficiência, que compreende os deficientes mentais,

auditivos, visuais, físicos ou que tenham deficiências múltiplas, na maioria das

vezes, vivem na marginalização e não encontram muitas formas de apoio para

integrar-se à sociedade e, por conseqüência, ao mercado de trabalho. Apoio

inconscientemente negado por cada um de nós que freqüentemente, as

consideramos dignas de pena e incapazes de tornarem os rumos de suas vidas.

Os centro de reabilitação que deveriam ser um centro de referencia na qualificação

de mão-de-obra de pessoas com deficiência, encontram-se distantes da realidade do mundo

do trabalho desenvolvendo esses trabalhos sem objetivos reais, ou apenas para constar no

currículo desses alunos, que na maioria das vezes já possuem escolaridade mais baixa do

que uma pessoa não deficiente como podemos destacar no censo 2000 do IBGE no estado

de São Paulo: __________________

1. Manoel Veras atua como técnico da Coordenação Nacional do Programa Brasil Gênero e Raça.

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CATEGORIA

PELO MENOS UMA

DEFICIÊNCIA

NENHUMA DEFICIÊNCIA

Taxa de Alfabetização 82, 33% 95,68%

Taxa de anos de estudo

(8 anos ou mais estudo)

28,57%

53,44%

Taxa de freqüência a escola 6,20% 17,05%

Taxa de ocupação 49,94% 61,26%

Rendimento(mais de 5

salários mínimos)

17,67% 20,40%

Fonte: IBGE – Censo 2000

Outra questão que podemos considerar bastante relevante é a questão da nossa

cultura em que a família do portador de deficiência, assuma uma postura protencionista

privando essas pessoas de terem uma vida ativa e independente.

E é preciso destacar também o preconceito por parte dos empregadores que muitas

vezes associam deficiência a impossibilidade, ou apenas mau informados sobre questões

relacionadas as pessoas com deficiência que como qualquer outra pessoa possui qualidades

e limitações.

Mesmo com as leis que protegem a contratação de pessoas portadoras de

deficiência ainda existe o não cumprimento dessas leis. Entre elas: a mais importante é a lei

de cotas, incluída no artigo 93, da lei 8213/91, de benefícios da Previdência Social. Ela

determina que as empresas com 100 ou mais funcionários reservem a partir de 2% de suas

vagas para pessoas portadoras de deficiências. Isto para o setor privado, pois o público está

contemplado na constituição, no artigo 40, que reserva uma cota nos concursos públicos.

Mesmo com leis que asseguram esse direito ainda é baixa a contratação de pessoas com

deficiência com mão-de-obra qualificada.

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Nosso trabalho de pesquisa tem o objetivo de destacar a importância da pessoa

portadora de deficiência estar inserida no mercado de trabalho e levantar questões

relacionadas a empregabilidade de portadores de deficiência.

Os principais autores consultados foi Romeu Kazumi Sassaki e Pedro Demo.

Também foi pesquisado na revista Segurança e Saúde do Trabalho, experiências citadas por

trabalhadores com deficiência que passaram por centros de reabilitação e conseguiram

conquistar seu espaço no mercado de trabalho.

O primeiro capítulo se refere ao início da inclusão no mercado de trabalho passando

pelas fases da exclusão, segregação, integração e inclusão. O segundo capítulo está focado

na transição escola, ou centro de reabilitação, versos trabalho. No terceiro capítulo temos

características da Empresa Inclusiva e no quarto capítulo o elo que liga as pessoas com

deficiência ao mercado de trabalho: Sistema de Colocação em Empregos.

Nas considerações finais dessa pesquisa podemos constatar que a inclusão tem sido

recebida positivamente pelo mercado de trabalho e que muito vem sendo feito para que a

independência, inclusão social e principalmente a dignidade de portadores de deficiência

seja efetivada, provando que estas pessoas são competentes e capazes desde que elas

tenham meios necessários.

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CAPÍTULO I

1 - UM POUCO DE HITÓRIA

No passado, o mercado de trabalho era visto como quase impossível para uma

pessoa com necessidades especiais, comparado com um campo de batalha como diz Sassaki

(p.59). As pessoas com deficiência se empenhavam arduamente mas os empregadores,

ainda despreparados e desenformados sobre a questão da deficiência, não empregavam os

candidatos portadores de deficiência tão qualificados quanto os outros não deficientes.

Esta distancia dos portadores de alguma deficiência e o mercado de trabalho tem

ocorrido ao longo das fases que vão desde a exclusão, passam pela segregação, e chegam à

integração, vejamos:

1.1 - Fase da exclusão:

Nesta fase, a pessoa deficiente não tinha acesso nenhum ao mercado de trabalho,

por uma questão de proteção, considerava-se uma crueldade a idéia de que pessoas

deficientes trabalhassem, isso era tido como uma forma de exploração que deveria ser

condenada por lei.

Isso ocorria pela ideologia protencionista, mas também pelo fato de que a medicina,

tecnologia as ciências sociais ainda não haviam descoberto as possibilidades laborativas das

pessoas com deficiência.

Recentemente, o que afasta as pessoas deficientes do mercado de trabalho tem

outros motivos, como assinala Sassaki (p.60): falta de reabilitação física e profissional, falta

de apoio das próprias famílias e a falta de qualificação para o trabalho.

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Esses três exemplos gera uma importante barreira para a pessoa com deficiência

obter um emprego, mas há outro grave problema:

“A grande maioria dos projetos que preconizam a qualificação da pessoa

portadora de deficiência não logra resultados exitosos por estar distanciada das

necessidades do mercado de trabalho, bem com dos novos processos de

transformação do sistema produtivo” (Brasil, Ministério do trabalho, 1996 p.

61).

1.2 - Fase da segregação

Nesta fase, as empresas oferecem trabalhos para serem executados por pessoas

deficientes no interior das instituições filantrópicas, entre elas as oficinas protegidas de

trabalho e também no próprio domicílio (Amaral, 1993 p. 4). Essas ofertas de trabalho, e

não de empregos, tinha elos com sentimentos paternalistas e também com um certo objetivo

de lucro fácil da parte das empresas, que assim podiam usar uma mão-de-obra barata e sem

vínculos empregatícios. Esta prática ainda persiste em várias partes do mundo, inclusive no

Brasil.

1.3 - Fase da integração

Nesta fase, veremos suas três formas aplicadas em relação aos trabalhadores

portadores de deficiência:

1. Pessoas deficientes são admitidas e contratadas em órgãos públicos e empresas

particulares, desde que tenham qualificação profissional e consigam utilizar os espaços

e os equipamentos das empresas sem nenhuma modificação. Esta forma é também

conhecida como “trabalho plenamente integrado: nenhuma alteração no ambiente”

(Amaral, 1993, p. 4-5)

2. Pessoas deficientes são colocadas em órgão públicos ou empresas particulares que

concordam em fazer pequenas adaptações nos postos de trabalho, por motivos práticos

e não necessariamente pela causa da integração social. A esta forma pode-se também

dar o nome de “trabalho integrado: alguma alteração no ambiente” ( Amaral,

1993, p.4-5)

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3. Pessoas deficientes trabalham em empresas que as colocam em setores exclusivos,

portanto segregativos, com ou sem modificações, de preferência afastados do contato

com o público. Para Amaral (1993, p. 4-5), esta forma chama-se “trabalho semi-

integrado: mesmo local mas em diferentes forças de trabalho – alteração significativa”.

Em todas essas formas de integração, pode ocorrer que os empregados ou

funcionários com deficiência dificilmente sejam envolvidos em programas de

desenvolvimento de recursos humanos e/ou promovidos, seja por motivos de recursos

inacessibilidade ambiental seja por ignorância da organização. Pode também acontecer que

não haja nas empresas um clima favorável à deficiência.

“Muitas pessoas deficientes estão cercadas por outras pessoas que não

reconhecem o que fazem como trabalho. Em um mundo em que o emprego

remunerado para todos nem sempre é possível, é importante que a contribuição

das pessoas deficientes seja reconhecida.” (Westmacott, 1996).

Por outro lado o percentual de pessoas deficientes em idade economicamente ativa

que estão fora da força de trabalho é duas vezes superior ao das pessoas sem deficiência,

embora todas tenham o mesmo direito de trabalhar. No entanto, do ponto de vista dos

direitos, esse percentual precisaria ser o mesmo para ambos os grupos. Como afirma a

jornalista Ana Maria Morales Crespo (1995):

“Sem dúvida, parece quase utópico falar no direito ao trabalho das pessoas

deficientes, num país com milhões de não-deficientes desempregados. No

entanto, a verdade é que, se considerarmos os deficientes como cidadão tão de

primeira classe quanto qualquer outro, não podemos nos intimidar com a triste

realidade do desemprego atual no País”.

Um estudo mostra que no Canadá, de cada 100 pessoas que não são deficientes, 70

estão trabalhando, enquanto que, de cada 100 pessoas com deficiência, 40 estão

trabalhando (MacFadden, 1994, p. 3). Estes dados mostram que mesmo em um país

desenvolvido a taxa de desemprego das pessoas com deficiência é quase duas vezes maior

do que a das pessoas não - deficientes.

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Em palestra sobre obstáculos ao emprego de pessoas com deficiência, Scher

(1987), Gerente de Serviços de Reabilitação e Colocação seletiva da Sears, nos EUA,

relacionou apenas quatro barreiras sérias que precisam ser removidas: 1) a barreira

atitudinal, 2) a falta de ambiente acessível, 3) e a não vontade de efetuar condições

razoáveis e 4) a falta de informação de recursos de reabilitação e técnicas de

desenvolvimento de empregos. Todas as demais razões que poderiam ser alegadas pelos

empregadores estariam, na realidade, relacionadas àquelas quatro barreiras. Isto nos ajuda a

visualizar melhor onde devemos atacar para solucionar o problema da colocação

profissional.

No Brasil, um projeto elaborado por Rodrigo Hubner Mendes é, provavelmente,

o primeiro no País sobre a inclusão de pessoas deficientes no mercado de trabalho. O

projeto, com duração de 11 meses, foi financiado pelo Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e realizado por Mendes na condição de

aluno do Curso de Administração de Empresas, da Fundação Getúlio Vargas, em São

Paulo.

Após levantar e estudar a bibliografia existente na área, entrevistar um especialista

em inclusão social, elaborar questionário dirigido a empregadores e aplicar o questionário

em seis empresas (de telemarketing e comunicação via pager), escolhidas aleatoriamente, e

na DERSA, todas com mais de 100 empregados, Mendes (1997) constatou o seguinte:

• Todas as empresas disseram ser favoráveis aos direitos das pessoas deficientes ao trabalho, mas somente

uma empresa tem empregado com deficiência (mesmo assim só um);

• Uma das empresas tornou acessível um dos andares do prédio (esperando receber pessoas deficientes)

mas não tem empregados portadores de deficiência e alegou não saber como e onde recrutá-los e onde obter a

legislação pertinente;

• Todas disseram acreditar que as pessoas deficientes compensam suas deficiências com habilidades em

outras partes do corpo;

• 40% das empresas disseram que têm acessibilidade arquitetônica;

• Todas disseram ser favoráveis à reserva de vagas.

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A pesquisa de Mendes vem a confirmar que o mercado de trabalho e boa parte das

pessoas com deficiência continuam em lados opostos.

1.4 - Fase da inclusão

Mas, na atual fase da inclusão, o mundo do trabalho tende a não ter dois lados.

Agora, os protagonistas parecem querer enfrentar juntos o desafio da produtividade e

competitividade. A idéia que começou a vingar timidamente é a de que não mais haverá

impesílios. Surgindo, então, no panorama do mercado de trabalho a empresa inclusiva, que

será apresentada no capítulo III.

CAPÍTULO II

2 - EDUCAÇÃO INCLUSIVA E MERCADO DE TRABALHO

Antigamente havia uma distancia bastante clara entre as empresas e as instituições

especializadas, mesmo que as instituições especializadas oferecessem atividades de

profissionalização aos seus usuários, esta distancia permanecia, e significava que os

conteúdos apresentados eram distantes da realidade do mercado de trabalho, como se esses

conteúdos eram apresentados apenas para constar no currículo.

O vão entre esses conteúdos e o mundo do trabalho, tem trazido conseqüências

negativas, como as dificuldades encontradas pelos alunos, aprendizes, clientes e pacientes

na hora em que deparam com a busca de emprego, poucos realmente conseguiram

engressar no mercado de trabalho, cujo os principais obstáculos eram o preconceito, a

discriminação e a falta de credibilidade, em relação as pessoas com deficiência que

desejassem trabalhar. Hoje o mercado de trabalho compreende que deficiência não significa

impossibilidade e está mais conscientizado e sensibilizado sobre a questão da deficiência,

embora, ainda não o suficiente para incluir e manter pessoas com deficiência

profissionalmente qualificadas.

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2.1 – A Melhor Solução

Segundo Sassaki ( p. 82) três problemas podem ser identificados na situação

descrita:

O preparo profissional inadequado dos usuários de instituições especializadas.

A discrepância de atitude, de arquitetura e dos programas das empresas para receber

trabalhadores com deficiência .

A conseqüente permanência da maioria dos usuários nas instituições por longos anos.

A constatação desses problemas indica que a solução deve ser a adoção simultânea

de duas frentes de combate para que sejam solucionados, aumentando em conseqüência as

oportunidades de ingresso no mercado de trabalho para pessoas com deficiência.

Uma dessas frentes consiste na modificação das instituições especializadas no que

se refere a filosofia de atendimento a pessoas com deficiência, oferecendo programas e

serviços condizentes com o atual movimento de empoderamento e vida independente.

Empoderamento é o processo pelo qual uma pessoa utiliza o seu poder pessoal para fazer

escolhas, decidir por si mesma e assumir o controle de sua vida. Vida independente é um

estilo de vida em que as pessoas não dependem de outras para praticar o empoderamento. A

outra frente de combate é a modificação das empresas em termo de filosofia da contratação

de mão-de-obra, oferecendo paralelamente acessibilidade quanto à atitude, à arquitetura e a

programas.

Este processo bilateral de combate à desigualdade de oportunidade pode ser melhor

entendido mediante este esquema de comparação:

No passado as pessoas com deficiência eram dependentes de outras ou submissas:

• A família e a instituição decidem por elas;

• Eles ensinam as pessoas a não discordar daqueles que a ajudam;

• A instituição prepara a pessoa para o despreparo do mercado de trabalho;

• A instituição treina e/ou habilita, alienada da realidade empresarial.

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No futuro espera-se que a pessoa com deficiência tenha autodeterminação:

• A família e a instituição decidem com a pessoas e/ou a própria pessoa decide;

• Ensinam as pessoas a ser assertiva, mesmo quando discorda dos que a ajudam;

• A instituição prepara a pessoas e o mercado de trabalho mutualmente;

• Treino e/ou habilitação na instituição em sintonia com a realidade empresarial

e/ou nos cursos existentes na comunidade.

O presente se caracteriza pela prática de uma parte do passado e uma parte do

futuro. O futuro adota a filosofia da inclusão em complemento ou substituição à

filosofia da integração, muito praticada no passado.

No modelo integrativo, apenas algumas pessoas deficientes conseguem conviver

com as barreiras físicas, de atitudes e programáticas da empresa. No modelo inclusivo, a

empresa reduz ou elimina essas barreiras e possibilita a contratação de muitas pessoas

deficientes e não-deficientes que possuam necessidades especiais para trabalhar. Empresas

de todo o mundo estão se tornando inclusivas, primeiro adotando alguns empregos

inclusivos para então expandir esta prática para toda a organização.

O modelo inclusivo segue a resolução n.º 45/91 da Organização das Nações Unidas

(ONU), que propõe a construção de uma sociedade para todos. O início dessa construção

foi em 1990 e a meta para finalizar este processo é o ano de 2010.

2.2 – A Terminologia dos Serviços Educacionais e Profissionalizantes

Ainda na fase na integração profissional, várias instituições especializadas mais

progressistas começaram a modernizar suas ofertas de profissionalização, principalmente

procurando conhecer mais de perto o mundo empresarial e levando para interior

institucional propostas mais condizentes com as exigências do mercado de trabalho.

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O fosso entre a educação e o trabalho começou, então, a diminuir de tamanho. A

prática da “educação para o trabalho” serve, hoje, como uma ponte entre as instituições

especializadas e as empresas. Esse termo ainda não era utilizado, mas se falava muito em

“pré - profissionalização”, “preparação para o mundo do trabalho” e “prontidão para o

emprego”.

Os serviços educacionais e profissionalizantes das instituições especializadas foram

evoluindo, assim como os conceitos a eles pertinentes. Aos poucos, foram sendo

incorporados os termos “treinamento profissional”, “treinamento para o trabalho”,

“treinamento em estágio”, “habilitação profissional” e “qualificação para o trabalho”.

Com a crescente ampliação do movimento de integração e inclusão de crianças,

adolescentes e jovens com deficiência nas escolas comuns, é importante o fato de que a Lei

n.º 9.394/96 prevê os seguintes aspectos:

“A educação, dever da família e do estado, inspirada nos princípios de liberdade e

nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do

educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”

(Art.2º).

“O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

[...] vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais” (Art. 3º, XI).

“Os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as seguintes

diretrizes: [...] orientação para o trabalho” (Art. 27).

“O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos,

terá como finalidades: [...] a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando,

para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas

condições de ocupação ou aperfeiçoamentos posteriores” (Art. 35, II).

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“A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitação profissional,

poderão ser desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em

cooperação com instituições especializadas em educação profissional” (Art. 36, § 4º).

“A educação profissional integrada as diferentes formas de educação, ao trabalho, à

ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida

produtiva “ (Art. 39).

Atualmente sob a influência das diretrizes do Ministério do Trabalho no que se

refere à aplicação de recursos financeiros do Fundo de Amparo ao Trabalhador, FAT, as

instituições especializadas estão ficando familiarizadas com termos tais como “qualificação

para o trabalho” e “educação profissional” cujo o significado remete às diferentes

dimensões do processo de preparação de jovens e adultos para o ingresso, permanência e

desenvolvimento no mercado de trabalho. Assim, não basta a aquisição de qualidades para

o exercício de uma ocupação específica; é igualmente importante a aquisição de qualidades

pessoais associadas ao desempenho de qualquer ocupação.

Como enfatiza Demo (1997, p.12-13), a educação profissional é sempre formação e

não treinamento. E mais:

“O caráter educativo do processo profissionalizante precisa predominar sobre

todos os outros aspectos, porque não se trata apenas de inserir-se no mercado,

mas de envolver o todo no contexto da cidadania; saber pensar e aprender a

pensar denotam não só habilidades propedêuticas de estilo formal e inovador,

mas, sobretudo, a qualidade política de quem, ao mesmo tempo, maneja bem o

conhecimento e o humaniza;[...] embora o esforço educativo no campo

profissionalizante corra sempre o risco de subordinar-se ao mercado ou de cair

no vazio por desvinculação com o mercado, aceita-se hoje que o trabalhador só

tem a ganhar se o processo profissionalizante se centra na qualidade educativa,

para poder retirar daí tanto a capacidade de inserir-se no mercado quanto,

sobretudo, de poder confrontar-se com ele”.

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Ou então, seguindo as palavras de Aidar (1998, p. 95), a qualificação profissional

deverá:

“completar, preferencialmente de forma integrada em cada componente

curricular, as seguintes dimensões: competências teóricas e práticas específicas

da profissão; conhecimentos gerais relacionados à profissão; atitudes e

habilidades comuns a uma área profissional e ao mundo do trabalho”.

2.3 – Iniciando no Mercado de Trabalho

Existentes há várias décadas nos países mais desenvolvidos, os programas de

transição do aluno com deficiência para a vida adulta do trabalho já ocupam um espaço

considerável na grade curricular brasileira, tanto no contexto da educação (

escolas ) como no da habilitação e reabilitação (centros, hospitais, oficinas etc.).

Estamos nos referindo às atividades formais e não formais de preparação do

estudante deficiente para o mundo do trabalho, a fim de garantir que ele terá o sucesso

desejável em sua atuação como trabalhador. Pois não basta que o aluno apenas receba uma

escolarização de boa qualidade. Ele poderia estar saindo da escola sem estar preparado para

conviver satisfatoriamente na sociedade, em especial no local de trabalho.

Esta crescente valorização dos programas de transição da escola para o trabalho

acompanha uma tendência mundial, já verificada também no Brasil, a saber: o surgimento

de cursos e escolas profissionalizantes de todos os tipos, em resposta ao desafio do mercado

de trabalho cada vez mais exigente no recrutamento de pessoal.

Considerando o aluno deficiente, a mera profissionalização nunca foi suficiente para

ele obter êxito em sua busca por um emprego compatível com as suas aspirações e aptidões

profissionais. Os centros de reabilitação profissional criaram, há muitos anos, o chamado

“programa de prontidão para o emprego”. Este programa tem possibilitado o sucesso de

milhares de pessoas com deficiência na busca e manutenção de um emprego e no

conseqüente crescimento na carreira profissional.

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Um programa de prontidão para o emprego é constituído por módulos práticos

sobre: direitos e deveres do trabalhador; o desenvolvimento de habilidades para procurar

emprego: como agir antes, durante e após as entrevistas de seleção, o preenchimento de

fichas de solicitação de emprego, a apresentação visual para a entrevista, como reter o

emprego e progredir na empresa etc. No programa são desenvolvidos padrões de

desempenho, variáveis do trabalho e variáveis pessoais do trabalhador, que correspondem

aos exigidos pelo ambiente de trabalho, a empresa em si, condições físicas do ambiente,

horários, procedimentos de trabalho, relações interpessoais etc.

Podemos ponderar que, hoje, a prática da preparação do aluno portador de

deficiência para o mercado de trabalho beneficia-se das vantagens da filosofia da inclusão,

ao trabalhar simultaneamente com o aluno, que vai ser preparado, com os recursos

humanos, materiais e físicos da própria escola, que se modifica e se aprimora em seu papel,

e com a comunidade, que vai ser ajudada a se tornar mais receptiva e mais acessível ao

futuro trabalhador com deficiência.

O processo de transição escola – trabalho, em síntese, é constituído de programas

desenvolvidos em sala de aula, em setores operacionais da própria escola e em empresas da

comunidade, com o objetivo de proporcionar aos alunos deficientes todas as oportunidades

possíveis para a aquisição de conhecimentos, informações e habilidades básicas referentes

ao mundo do trabalho.

Para desenvolver tais programas o professor receberá um treinamento que lhe

possibilitará acrescentar aos seus conhecimentos a linguagem do mundo empresarial, a

linguagem das técnicas de prontidão para o emprego e a linguagem do movimento

internacional de pessoas com deficiência. Este treinamento fará do ensino proporcionado

aos alunos uma contribuição mais objetiva e mais concreta no que se refere à realidade do

mercado de trabalho.

2.4 – Escola e Mundo do Trabalho

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Conforme a Declaração de Salamanca: “Os jovens com necessidades educacionais

especiais devem receber ajuda para fazer uma eficaz transição da escola para vida adulta

produtiva. As escolas devem ajudá-los a se tornarem economicamente ativos e prover-lhes

as habilidades necessárias no dia-a-dia, oferecendo treinamento em habilidades que

respondam às demandas sociais e de comunicação e às expectativas da vida adulta. Isso

requer tecnologias apropriadas de treinamento, incluindo experiência direta em situações de

vida real fora da escola. Os currículos para os alunos com necessidades educacionais

especiais em classes mais adiantadas devem incluir: a) programas transicionais específicos;

b) apoio para ingressarem no ensino superior sempre que possível; e c) subseqüente

treinamento profissional que os prepare para atuarem como membros contribuintes

independentes em suas comunidades, após terminarem os estudos. Estas atividades devem

ser executadas com a participação ativa de conselheiros profissionais, agências de

colocação, sindicatos, autoridades locais e diferentes serviços e entidades interessados”

(Unesco, § 56).

Neste sentido, para cada escola – nas salas de aula, nos setores operacionais da

escola e da comunidade, bem como numa ação conjunta do diretor e dos professores da

escola, das autoridades educacionais, dos profissionais de educação especial/reabilitação,

dos líderes do movimento dos portadores de deficiência e dos representantes da

comunidade – caberá:

• Preparar o aluno para o sucesso profissional e a vida independente:

- promovendo profissionalização (trabalhador capacitado, produtivo etc.);

- provendo programa de desenvolvimento de habilidades e de conhecimentos da vida

profissional e da vida independente (trabalhador responsável, pessoa com habilidades

sociais e cidadão independente). Neste sentido, são necessárias algumas adaptações

quanto ao uso de técnicas de supervisão empresarial:

1. dar feedback imediato pelo bom desempenho do aluno;

2. modificar tarefas designadas, dependendo da facilidade/dificuldade do aluno;

3. modelar comportamento, mostrando o comportamento específico a ser aprendido

(pontualidade);

4. fazer o aluno “espelhar” um funcionário da escola (quanto aos hábitos de trabalho);

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5. descrever expressamente as responsabilidades da tarefa (objetivo, prazo, apresentação

de relatório, etc.)

6. usar uma lista de verificação de todo o processo de execução da tarefa (do tipo “sim”,

“não”);

7. elaborar instruções (por exemplo: para levantar ofertas de emprego na comunidade,

anotar nome e endereço da empresa, nome dos empregos, data da pesquisa etc.);

8. apontar um comportamento social inadequado e oferecer sugestões para melhorá-lo

(não cumprimentar não pedir desculpas, não agradecer);

9. pedir ao aluno que se manifeste e aponte as instruções que não entendeu.

• Preparar a própria escola para incluir nela o aluno com deficiência:

- sensibilização e treinamento dos recursos humanos da escola (todos os funcionários de

todos os níveis);

- reorganização dos recursos materiais e físicos da escola;

- preparar a comunidade para incluir nela o futuro trabalhador;

- sensibilização das empresas, entidades e órgãos da comunidade, por meios de palestras,

exposições visitas e outros eventos;

- sensibilização de pais de alunos deficientes e não deficientes para um papel mais ativo

em prol de uma escola inclusiva e de uma sociedade inclusiva.

• Preparar os alunos em habilidades assertivas:

- montagem de um programa educativo baseado na assertividade. Treinamento em

assertividade é um outro tipo de programa que ajuda na preparação profissional das

pessoas com deficiência. Algumas pessoas, por serem naturalmente introvertidas ou por

terem sido inferiorizadas devido a deficiência, ou por ambos os motivos, têm

dificuldades de fazer valer a própria opinião. Quando confrontadas, elas acabam

cedendo à vontade ou à opinião de outras pessoas. Geralmente, elas dizem “sim”

quando queriam dizer “não”, ou vice-versa. No treinamento em assertividade, estas

propostas fazem exercícios que lhes permita adquirir uma nova perspectiva em sua

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vida, aprendendo a expressar com naturalidade seus pensamentos, sentimentos,

convicções e idéias.

• Preparar a escola, as empresas e a comunidade para a inserção profissional de alunos

com deficiências múltiplas ou mais severas:

- montagem de um programa de emprego apoiado. O portador de deficiência é colocado

na empresa primeiro para em seguida ser treinado na própria função. O emprego se

chama “apoiado” ou “com apoio” porque o pretendente a esse emprego recebe apoio

individualizado e contínuo pelo emprego que for necessário para que ele, devido a

severidade de sua deficiência, possa obtê-lo, retê-lo e/ou obter outros empregos no

futuro, se for o caso (Sassaki, 1996).

Os tipos de apoio variam de caso para caso: orientação, instrução no treinamento,

aconselhamento, feedbacks, supervisão, aparelhos de assistência, transporte etc. Tais tipos

de apoio podem ser prestados por várias pessoas: o treinador de trabalho, o conselheiro de

reabilitação, os familiares, os colegas de trabalho, a chefia, entre outros.

Um outro aspecto do emprego apoiado consciste em que ele aponta a comunidade

como o lugar onde os portadores de deficiência querem e devem viver, trabalhar etc. há

portanto um deslocamento de abordagem, abandonando-se o ambiente segregado (asilos,

oficinas protegidas de trabalho etc.) para a conquista definitiva do ambiente aberto,

integrado, competitivo na comunidade.

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CAPÍTULO III

3 - A EMPRESA INCLUSIVA

Sempre houve, ao longo da história, empresas com experiências positivas na

absorção da mão-de-obra de trabalhadores portadores de deficiências. Hoje mais do que

nunca, várias empresas proporcionam as condições necessárias e suficientes para o

desempenho profissional de seus trabalhadores que têm necessidades especiais

diversificadas.

No Brasil, a inclusão vem sendo praticada em pequena escala por algumas

empresas, mesmo sem saberem que estão na realidade adotando uma abordagem

inclusivista. Tudo começou com pequenas adaptações especificamente no posto de trabalho

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e nos instrumentais de trabalho, com o poio daqueles empregadores compreensivos que

reconheciam a necessidade da sociedade abrir mais espaços para pessoas deficientes com

qualificação para o trabalho e desejavam sinceramente envolver suas empresas no esforço

de empregá-las modificando suas empresas.

Uma empresa inclusiva é, então, aquela que acredita no valor da diversidade

humana, contempla as diferenças individuais, efetua mudanças fundamentais nas práticas

administrativas, implementa adaptações no ambiente físico, adapta procedimentos e

instrumentos de trabalho, treina todos os recursos humanos na questão da inclusão. Uma

empresa pode tornar-se inclusiva por iniciativa e empenho dos próprios empregadores,

que para tanto buscam informações pertinentes ao princípio da inclusão, e com a assessoria

de profissionais inclusivistas que atuam em entidades sociais.

Os principais fatores internos de uma empresa que facilita a inclusão do portador de

deficiência são as seguintes:

• Adaptações de locais de trabalho (acesso físico)

• Adaptação de aparelhos, máquinas, ferramentas e equipamentos

• Adaptação de procedimentos (fluxo) de trabalho

• Adaptação de esquemas flexíveis no horário de trabalho

• Adoção de programas de emprego apoiado (treinador de trabalho e outros apoios)

• Revisão das políticas de contratação de pessoal

• Revisão das descrições de cargos e das análises ocupacionais etc.

• Revisão dos programas de integração de empregados novos

• Revisão dos programas de treinamento e desenvolvimento de recursos humanos

• Revisão da filosofia da empresa

• Capacitação dos entrevistadores de pessoal

• Criação de empregos a partir de cargos já ocupados

• Realização de seminários internos de sensibilização das chefias

• Cumprimento das recomendações internacionais e da legislação nacional pertinentes ao

trabalho

• Adoção do esquema paralelo de trabalho domiciliar competitivo (extensão da empresa)

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• Adoção de esquemas de prevenção de acidentes e moléstias ocupacionais

• Informatização da empresa

• Participação da empresa em conselhos municipais e estaduais pertinentes ao portador

de deficiência

• Aquisição, ou facilitação da aquisição, de produtos da tecnologia assistiva que

facilitem o desempenho profissional de empregados com deficiências severas

• Participação da empresa no sistema de colocação em pregos competitivos

Outras medidas que as empresas podem adotar para se tornarem inclusivas:

3.1 - Filosofia da Empresa

• Conhecer e seguir a tendência mundial de se criar oportunidades iguais de emprego

para pessoas deficientes

• Crer que a empresa deve contratar candidatos, deficientes ou não, que possam

desempenhar bem as funções essenciais dos empregos em ofertas e não necessariamente as

funções secundárias também.

3.2 - Recrutamento de Trabalhadores • Informar entidades de reabilitação e associações de pessoas deficientes assim que

houver vagas. Dizer às agências de emprego que a empresa está aceitando pessoas

deficientes capacitadas.

• Utilizar o mesmo processo para recrutar pessoas com ou sem deficiência (carreira, 1997,

p.27)

3.3 - Seleção e Candidatos

• Treinar pessoal de seleção para que conduza entrevistas com atitudes abertas e justas.

Atualizar descrições de cargos para garantir que os requisitos de cada emprego sejam

criteriosamente reclassificados.

• Utilizar o mesmo critério para selecionar candidatos com ou sem deficiência:

qualificação para a função (Carreira, 1997, p.27).

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3.4 - Contratação de mão-de-obra

• Contratar atendendo às necessidades da empresa e ao perfil da pessoa deficiente, não

“por aquilo que ela não pode fazer, mas por quilo que ela pode fazer”

• Contratar mão-de-obra de pessoas deficientes, em conformidade com políticas sadias

de emprego, salários, benefícios etc.

3.5 - Inserção de Novos Empregados

• Preparar tecnicamente a chefia e os colegas do setor onde a pessoa deficiente recém-

contratada trabalhará.

• Realizar programas de integração de novos empregados, portadores ou não de

deficiência.

3.6 - Treinamento e Desenvolvimento de Recursos Humanos

• Realizar reuniões e seminários internos de sensibilização para desenvolver habilidades

de lidar com a questão das deficiências e incluir o trabalhador portador de deficiência em

planos de promoção na carreira em igualdade de condições com os demais trabalhadores.

Treinar em funções compatíveis os empregados que, após um acidente ou doença grave,

ficaram com uma deficiência.

• Treinar e desenvolver o trabalhador portador de deficiência junto com os demais

empregados(Carreira, 1997, p.28).

3.7 - Legislação Sobre Pessoas Deficientes

• Inserir pessoas deficientes na empresa por estarem capacitadas e não apenas para

cumprir leis.

• Conhecer e seguir as convenções e recomendações aprovadas pela Organização

Internacional do Trabalho e outros organismos internacionais no que se refere aos

trabalhadores com deficiência (por ex., CORDE/OIT, 1994; Organização Internacional do Trabalho,

1994a, 1994b).

3.8 - Adaptação do Trabalho e Modificação de Máquinas

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• Promover ajustamento em alguns dos procedimentos de trabalho

• Proceder a pequenas modificações em equipamentos e máquinas, considerando estudos

já existentes (por ex., Internacional Labour Office, 1984; Elmfeldt et al., 1983)

3.9 - Prevenção de Acidentes e Moléstias Ocupacionais

• Incluir um trabalhador com deficiência na Comissão Interna de Prevenção de

Acidentes.

• Incluir empregados que usam cadeiras de rodas nos treinamentos de escape do prédio

em casos de incêndio.

3.10 - Eliminação de Barreiras Físicas na Empresa

• Conhecer e aplicar os dispositivos da Associação Brasileira de Normas Técnicas sobre

a acessibilidade a edificações, espaços, mobiliário e equipamentos urbanos (ABNT, 1994).

• Afixar o Símbolo Internacional de Acesso na entrada da empresa, nos sanitários e

demais recintos acessíveis a pessoas com deficiência, de acordo com resoluções oficiais

(Sassaki, 1996a).

3.11 – Tese que as empresas inclusivas refletem:

a) É eticamente correto incluir pessoas deficientes na mão-de-obra geral;

b) A mão-de-obra da pessoa deficiente é tão produtiva quanto a mão-de-obra construída só

de trabalhadores não-deficientes;

c) A mão-de-obra composta de trabalhadores deficientes e não-deficientes contribui

eficientemente para a empresa atingir com sucesso os seus objetivos econômicos e, ao

mesmo tempo, ajuda a empresa a cumprir a sua parte no esforço de inclusão a fim de

garantir aos portadores de deficiência o direito de trabalhar e a todos os trabalhadores a

possibilidade de aprender uns com os outros.

As empresas inclusivas participam do esforço internacional, preconizado em 1991

pela Organização das Nações Unidas, no sentido da construção, até o ano de 2010, de uma

sociedade para todos.

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CAPÍTULO IV

4 – SISTEMA DE COLOCAÇÃO EM EMPREGOS

No Brasil foi por volta de 1950 que se iniciou a prática da colocação de pessoas

deficientes no mercado de trabalho competitivo. Durante cerca de 30 anos (1950-1980), o

caminho principal para a colocação profissional eram os centros de reabilitação

profissional, onde geralmente havia um setor específico de orientação profissional. Esse

setor não só orientava e participava do processo de avaliação do potencial laborativo dos

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clientes que faziam reabilitação, como também acompanhava a fase de treinamento

profissional e finalmente efetuava a colocação em emprego. Nesse mesmo período, foi

também importantes no esforço de colocação profissional a participação de escolas

especiais, centros de habilitação, oficinas protegias de trabalho e centros ou núcleos de

profissionalização.

É oportunidade registrada que, em todas as épocas, sempre houve também a prática

da autocolocação, ou seja, a colocação conseguida pelo próprio portador de deficiência com

ou sem ajuda da instituições.

A partir da década de 80, foram surgindo outros caminhos para a inserção das

pessoas com deficiência na força de trabalho. as associações de pessoas deficientes, não só

as que já existiam mas também as que surgiram desde então, vêm desempenhando um

destacado papel na abertura do mercado de trabalho, sob a égide de seus direitos da

cidadania, e, mais recentemente, o surgimento de centros de vida independente vem

ajudando a consolidar, a garantia desses direitos, principalmente oferecendo aos portadores

de deficiência oportunidades de conquistar o poder de fazer escolhas e de tomar decisões a

fim de melhor controlarem as suas vidas.

Assim, a presença de pessoas com deficiência no mercado de trabalho se dá por

duas vias principais: ou a autocolocação direta (o próprio interessado indo buscar emprego)

ou a colocação através das instituições especializadas (onde as pessoas deficientes são

atendidas) e através de associações de pessoas deficientes e centros de vida independente.

Entretanto, há muito tempo estamos precisando ter, no Brasil, um Sistema de

Colocação em Empregos Competitivos (SCES), de âmbitos local, estadual e nacional. Esse

sistema englobaria os serviços de colocação, que sempre funcionaram de maneira

desordenada, dispersa e ineficiente no Brasil. Os tais serviços de colocação são aqueles

mantidos por entidades filantrópicas ou órgãos governamentais que vêm tentando, de

maneira improvisada e cada um por si, fazer a colocação de pessoas deficientes no mercado

de trabalho competitivo ao longo dos últimos 50 anos.

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Esses serviços, como se sabe, operam com uma estratégia muito simplista. Assim

que alguém com deficiência, qualificado para um emprego competitivo, se torna um

candidato à procura de colocação no mercado trabalho, a entidade que o assiste vai abordar

empresas que estejam oferecendo vagas supostamente compatíveis com o perfil desse

candidato e trata de acompanhá-lo até sua efetiva colocação.

Essa estratégia tem variações, é claro. Mais o maior ponto fraco de todos esses

serviços está no fato de que não existe nada que assegure um retorno a tão importante

investimento, que é o processo de colocação de pessoas em empregos competitivos. A

colocação, quando acontece, ocorre por acaso em boa parte dos casos. Na maioria dos

países, a questão da colocação em empregos é tratada com muita seriedade investindo-se

fortemente em qualificação do pessoal de colocação e em montagem de serviços

específicos para colocar pessoas com deficiências.

4.1 - O Novo Perfil dos Candidatos a Emprego

Diferentemente do que acontecia no passado em termos de qualidades pessoais, hoje

os candidatos portadores de deficiência apresentam um perfil mais completo. Exemplos:

1. Mais escolarizados, inclusive com nível superior

2. Mais autônomos, com ou sem dispositivos tecnológicos

3. Mais independentes, pelo uso do poder pessoal para tomar decisões

4. Mais politizados, com consciência de seus direitos e deveres

5. Mais informados, sobre a vida social em geral

6. Mais preparados psicossocialmente, sobre relacionamentos no trabalho

7. Mais socializados, expostos a experiências de grupos formais e informais

8. Mais capacitados profissionalmente, em funções específicas

9. Portadores de deficiências de nível mais severo, seja qual for o tipo de deficiência,

física, mental, visual, auditiva ou múltipla

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4.2 - Opções de Trabalho para Pessoas com Deficiência

Hoje, o leque de opções de trabalho é bem mais amplo do que no ano passado.

Podemos visualizar essas opções da seguinte forma:

Emprego competitivo

1. Via colocação ou autocolocação em empregos comuns.

2. Via programa de emprego apoiado

3. Via projeto de reabilitação baseada na comunidade

Escritório doméstico computadorizado ( EDC)

1. Como empregado: Trabalhando no seu EDC, longe da empresa que o contratou

porém conectado a ela via computador.

2. Como empresário: Monitorando, do próprio EDC, a sua empresa localizada em

outro local, porém conectado com ela via computador.

3. Como empresário: Trabalhando em casa, onde foi instalada a sua empresa e da

qual ele se comunica com seus clientes via computador.

Microempresa sem o EDC

1. Fora do domicílio, qualquer ramo de atividade.

2. No domicílio, geralmente, industria caseira.

Trabalhando autônomos

1. Individual, com ou sem computador.

2. Coletivo, com ou sem computador.

Trabalho semicompetitivo

1. Via projeto de reabilitação baseada na comunidade.

2. Via oficina protegida de trabalho.

3. Via iniciativa própria.

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Trabalho protegido

1. Via oficina protegida de trabalho.

2. Via oficina ocupacional

3. No domicílio.

Trabalho rural

1. Via iniciativa própria ou da família.

2. Via projeto de reabilitação baseada na comunidade.

3. Via propriedades agropecuárias particulares.

4. Via programas governamentais.

CONCLUSÃO

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Como observação final podemos relevar que o mercado de trabalho tem se dedicado

a reflexão e investimentos em prol da inclusão do aluno com deficiência no mercado de

trabalho. Reforçando as leis referentes, a declaração de Salamanca e contribuindo para a

construção de uma sociedade para todos.

Mas acreditamos que para as pessoas que tem essa oportunidade de emprego as

conquistas vão mais além. Pois é um importante passo para a afirmação da igualdade, auto

estima e dignidade possibilitando um maior controle sobre suas vidas e por conseqüência a

independência.

As mudanças na sociedade não acontecem de maneira brusca, tudo depende de um

processo para que se concretize. Uma das conquistas que a inclusão do deficiente no

mercado de trabalho proporciona é a justiça social que não se realiza sem informação,

sensibilidade e conscientização de todos.

Claro que também detectamos problemas que devem ser revistos como por exemplo

os objetivos dos centros de reabilitação e habilitação que se encontram obsoletos e fora da

realidade do mercado de trabalho, a busca de informação por parte dos empregadores sobre

a questão da deficiência, compreendendo que não só contribui para a sociedade como

possibilita uma grande oportunidade para as pessoas com deficiência mostrarem que são tão

capazes como uma pessoa não deficiente desde que tenham igualdade de condições e

oportunidade.

BIBLIOGRAFIA

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … DO NASCIMENTO IGLESIAS.pdf · manter no mercado de trabalho. Esse segundo jovem citado que já deve ter tido dificuldades em vencer

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Acessibilidade de pessoas portadoras

de deficiências a edificações, espaço, mobiliário e equipamentos urbanos: NBR 5090.

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ADAIR, Fábio Luiz Marinho. Parecer nº. 17/97 – CNE/CEB, de 3.12.97: “Diretrizes

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1998.

AMARAL, Lígia A. Falando sobre o trabalho da pessoas portadora de deficiência. In: A

Questão do Trabalho e a Pessoa Portadora de Deficiência. São Paulo: REINTEGRA,

1993. 22p. apost.

CORDE/OIT. Normas internacionais do trabalhado sobre a reabilitação profissional e

emprego de pessoas portadoras de deficiência. Brasília: CORDE, 1994. 23p.

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Serviço Social e Sociedade, São Paulo, v. XI, n.34, dez.1990.p. 119-134.

CRESPO, Ana Maria M. Trabalho. In: Pessoas com deficiência e a construção da

cidadania. São Paulo: PRODEF, 1995. p. 8-9. apost.

DEMO, Pedro. “Educação profissional: desafio da competência para trabalhar”. In FAT –

Fundo de Amparo ao Trabalhador. Educação profissional : o debate da(s)

competência(s), 1997.

MACFADDEN, J. V. The right to have a job: A straightforward guide to Canada’s

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1994. 25p.

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SASSAKI, R. K. Educação para o Trabalho e a Proposta Inclusiva. São Paulo 1996.

SASSAKI, R.K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro, WVA,

1997.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO

8

CAPÍTULO I 11

1 – Um pouco de história 11

1.1 – Fase da exclusão 11

1.2 – Fase da segregação 12

1.3 – Fase da integração 12

1.4 – Fase da inclusão

14

CAPÍTULO II 15

2 – Educação Inclusiva e mercado de trabalho 15

2.1 – A melhor solução 15

2.2 – A terminologia dos serviços educacionais e profissionalizantes 17

2.3 – Iniciando no mercado de trabalho 19

2.4 – Escola e mercado de trabalho 21

CAPÍTULO III

25

3 – A Empresa Inclusiva 25

3.1 – Filosofia da empresa 26

3.2 – Recrutamento de trabalhadores 26

3.3 – Seleção de candidatos 27

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3.4 – Contratação de mão-de-obra 27

3.5 – Inserção de novos empregados 27

3.6 – Treinamento e desenvolvimento de Recursos Humanos 27

3.7 – Legislação sobre pessoas deficientes 28

3.8 – Adaptação do trabalho e modificação de máquinas 28

3.9 – Prevenção de acidentes e moléstias ocupacionais 28

3.10 – Eliminação de barreiras físicas na empresa 28

3.11 – Tese que as empresas inclusivas refletem 28

CAPÍTULO IV

30

4 – Sistema de colocação em empregos 30

4.1 – Novo perfil dos candidatos 31

4.2 – Opção de trabalho para pessoas deficientes 32

CONCLUSÃO 34

BIBLIOGRAFIA

ÍNDICE

35

37

FOLHA DE AVALIAÇÃO 39

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final: