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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM BRINCADEIRAS CANTADAS: EDUCAÇÃO E LUDICIDADE NA CULTURA DO CORPO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Por: Joyce dos Santos Rodrigues Cerqueira Orientadora Prof.ª Ms. Fátima Alves Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

BRINCADEIRAS CANTADAS:

EDUCAÇÃO E LUDICIDADE NA CULTURA DO CORPO

NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por: Joyce dos Santos Rodrigues Cerqueira

Orientadora

Prof.ª Ms. Fátima Alves

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

BRINCADEIRAS CANTADAS:

EDUCAÇÃO E LUDICIDADE NA CULTURA DO CORPO

NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Psicimotricidade.

Por:. Joyce dos Santos Rodrigues Cerqueira

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por permitir que continuasse a seguir

nesta caminhada com muitos obstáculos e barreiras e

pela oportunidade de existir e vivenciar este maravilhoso

mundo de músicas e brincadeiras. Aos meus pais com

muito amor e carinho.

Ao meu esposo pela paciência e compreensão nos

momentos de ausência.

Aos meus amigos da pós-graduação, pelas parcerias,

paciência e aprendizado.

Aos mestres pela visão que adquiri da psicomotricidade

neste ano de estudo, em especial a Professora Fátima

Alves pelo carinho, força e paciência de sempre.

Enfim, a todos aqueles que participaram direta ou

indiretamente deste trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho acadêmico aos meus pais Cláudia e

José Carlos e ao meu esposo Lucas Anderson, pelo

incentivo, ajuda, paciência e amor que sempre tiveram

comigo.

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RESUMO

Aborda-se neste trabalho a importância e a contribuição das brincadeiras

cantadas na psicomotricidade com crianças na Educação Infantil. São discutidas

neste estudo a importância da brincadeira cantada e sua relevância para a

compreensão científica do desenvolvimento infantil. Analisa-se o conceito da

atividade de brincar a partir de diferentes autores, privilegiando quem a vê como

socialmente construída. Esta monografia tem a intenção de resgatar a memória dos

brinquedos cantados de forma que estes possam ser transmitidos e reconstruídos

de forma lúdica pelas crianças da Educação Infantil, de hoje e, também, porque

acreditamos que o mundo adulto não pode deixar morrer as brincadeiras.

Apresenta-se ainda dezesseis exemplos de brincadeiras cantadas, ilustrados por

suas letras e pelo desenvolvimento da brincadeira em questão. Finalmente reflete-

se sobre a brincadeira no contexto pedagógico vivenciado pelas crianças em

instituições de Educação Infantil, o papel do professor no desenvolvimento da

Educação Infantil.

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METODOLOGIA

Esta pesquisa será de Caráter direto com a intenção de fazer uma reflexão

sobre as brincadeiras cantadas na educação e a ludicidade na cultura do corpo na

Educação Infantil através de uma pesquisa bibliográfica para melhor conhecimento

sobre o assunto. Efetuaram-se pesquisas bibliográficas, a fim de dar sustentação

teórica científica à proposta de esclarecer como as brincadeiras cantadas são

importantes para o desenvolvimento da criança. As fontes utilizadas foram livros e

Internet.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................... ........... 08

CAPÍTULO I - Desenvolvimento Infantil..................................................... 12

CAPÍTULO II - O valor das Brincadeiras Cantadas.................................... 15

CAPÍTULO III – Ludicidade........................................................................ 21

CAPÍTULO IV – Brincadeiras Cantadas na Educação Infantil................... 23

CONCLUSÃO............................................................................................. 29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 30

ÍNDICE....................................................................................................... 31

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INTRODUÇÃO

Durante todo o período da Graduação em Educação Física, viemos refletindo

sobre todo e qualquer assunto relativo à educação e, neste movimento constante,

nos indagamos freqüentemente sobre a importância das experiências vividas, em

especial, àquelas que acontecem no início da vida, ou seja, na infância.

Acreditamos que tais experiências muito contribuíram para a nossa constituição

como sujeitos pensantes e atuantes na sociedade. Lembramos sempre do título de

um livro que nos faz refletir e com o qual simpatizamos bastante: “Tudo o que eu

devia saber na vida aprendi no jardim de infância”, de Robert Fulghum.

A partir das lembranças que temos em nossas memórias nos remetemos a

questionamentos que nos fazem pensar: Por que tendemos a colocar nossos

desejos e nossas experiências enquanto infantes de lado? Por que, hoje, vivemos

voltados excessivamente para o trabalho como se este fosse a única forma de

mostrar que somos pessoas sérias? Por que a sociedade tende acreditar que

brincar não é coisa séria?

Foi pensando nessas questões e no fato de considerarmos essencial o

respeito às nossas vivências do passado, propiciando que o sujeito quando adulto

não se esquece que o brincar é importante para a sua formação pessoal, que

construímos este projeto.

As brincadeiras cantadas nos fazem representar uma situação, nos deixam

em contato direto com o outro. Nas brincadeiras nos deparamos com situações de

conflitos em que temos que discutir, ouvir e falar, expor opiniões, pensar sobre as

opiniões alheias, executar atitudes democráticas e exercitar a postura ética.

Inquietas com o fato de percebermos que nossas vidas são, diariamente,

consumidas por um mundo que visa exclusivamente o trabalho como ação

responsável e os momentos de descontração e brincadeiras como momentos

perdidos, demos vida a este movimento.

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Esta pesquisa faz um resgate da memória de cada um, do folclore, das

brincadeiras, considerando que estas não podem ser esquecidas porque são peças

chave na formação individual e coletiva da sociedade.

Pensamos em realizar este projeto para resgatar a memória dos brinquedos

cantados de forma que estes possam ser transmitidos e reconstruídos de forma

lúdica pelas crianças de hoje e, também, porque acreditamos que o mundo adulto

não pode deixar morrer as brincadeiras.

Para o desenvolvimento do nosso projeto, buscamos a contribuição de vários

autores e pesquisadores sobre o tema. Destacaremos a seguir algumas das

principais contribuições encontradas nas publicações consultadas.

Primeiramente convém ressaltar que as brincadeiras cantadas oferecem

elementos pedagógicos para o desenvolvimento da criança no contexto

educacional, pois são tratadas como formas lúdicas de brincar com o corpo a partir

da relação estabelecida entre movimento corporal e expressão vocal, seja na forma

de músicas, frases, palavras ou sílabas ritmadas, integrando a cultura popular ou

fazendo parte das criações contemporâneas.

Essa relação possibilita a criança conhecer e respeitar culturas diferentes,

explorar e desenvolver sua criatividade, entender a importância do respeito às

regras e conhecer a relação com o seu corpo e seus limites.

“Alguns dos objetivos visados com a aplicação dos

brinquedos cantados seriam: auxiliar no desenvolvimento

da coordenação sensório motora; educar o senso rítmico;

favorecer a socialização; estimular o gosto pela música e

pelo movimento; perpetuar tradições folclóricas e

incentivar o civismo; favorecer o contato sadio entre

indivíduos de ambos os sexos; disciplinar emoções:

timidez, agressividade, prepotência; incentivar a auto

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expressão e a criatividade.” (Lara, Pimentel e Ribeiro,

2005, p.6).

Além de as brincadeiras cantadas permitirem a associação entre gestos e

sonoridade, por meio delas é possível tratar pedagogicamente outros conteúdos.

Na escola ou nos demais espaços educativos/pedagógicos, o educador pode

estruturar metodologicamente suas aulas para despertar o interesse dos alunos

pelas diferentes manifestações culturais. Outros objetivos podem ser assim

definidos: entender a brincadeira cantada como meio de educação, ludicidade,

desenvolvimento rítmico, musical e gestual de contribuição ao mundo de movimento

dos indivíduos; visualizar a brincadeira cantada como fonte de pesquisa e

conhecimento, sobretudo das transformações do próprio brincar, da infância e do

lúdico; oportunizar aos alunos o contato com brincadeiras cantadas diversificadas

que foquem tanto o jogo, quanto a dança, a dramatização e a mímica, enriquecendo

as suas possibilidades culturais.

Cabe salientar também que é preciso ultrapassar a visão moderna e histórica

no que tange à concepção de educação corporal e buscar novas formas de

trabalhar o corpo com ação, movimento e liberdade. Mesmo entendendo que a

sociedade exige um corpo produtivo, saudável, deserotizado e dócil,

compreendemos que a escola pode ser um lócus de reflexão sobre tal concepção,

modificando a percepção quanto às atividades corporais e conduzindo as ações

pedagógicas de moda a reforçar que:

Destaca-se, assim, a importância da educação corporal, como uma das

formas de expressão do ser humano no mundo, em suas inter relações sociais,

culturais e afetivas. Por essa razão, salientamos que as brincadeiras cantadas

contribuem sobre maneira para o desenvolvimento infantil. Para Novais (1983, p.7):

“o brinquedo ou cantiga de roda é, sem dúvida, uma atividade de grande valor

educativo. É modalidade de jogo muito simples e, por incluir tradição, música e

movimento, contribui-se num poderoso agente socializador”.

Assim, este trabalho baseou-se em uma abordagem qualitativa como técnica

recorreu à pesquisa bibliográfica, passando por quatro capítulos, articulados entre si

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pelo viés das brincadeiras cantadas e dos interesses infantis, conforme o exposto a

seguir.

No primeiro capítulo abordaremos o desenvolvimento infantil segundo Piaget

e Wallon.

No segundo capítulo descreve-se uma breve história sobre o valor das

brincadeiras cantadas, enfatizando os três elementos básicos: Brincar, Jogar e

Movimentar. Aborda-se ainda os tipos de movimento e como eles devem ser

trabalhados.

No terceiro falaremos sobre a importância da ludicidade durante toda e

qualquer atividade para o bom desenvolvimento infantil.

No quarto serão apresentadas atividades que podem ser aplicadas no dia-a-

dia do cotidiano escolar

Na conclusão serão tratados assuntos enfatizados e discutidos nesta

monografia.

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CAPÍTULO I

Desenvolvimento Infantil

A forma de a criança atuar no mundo é através dos seus movimentos e para

isso dispõe das suas capacidades motoras, intelectuais e afetivas, estabelecendo

uma relação pessoal que é construída no dia-a-dia, com estimulações que são

fundamentais para que haja consciência dos movimentos corporais integrados com

suas emoções e expressados por esses movimentos; e as limitações que o meio e

as pessoas impõem.

Sendo assim para o desenvolvimento psicomotor é levado em consideração

à construção da maturação do movimento, do ritmo, do reconhecimento dos

objetos, da imagem do nosso corpo e da palavra.

1.1 As etapas do Desenvolvimento Infantil segundo Piaget

“As raízes do raciocínio lógico terão que basear-se na

coordenação das ações a partir do nível sensório-motor,

cujos esquemas tem importância fundamental desde o

início.” (Piaget 1983, p.72)

Para Piaget (1987), a etapa da construção da inteligência é dada através da

assimilação e acomodação e o seu desenvolvimento está voltado para o equilíbrio.

Assimilação: integração do que é exterior às estruturas próprias do indivíduo.

Acomodação: transformação das estruturas próprias, em função das

alteração do meio exterior.

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Os processos de assimilação e acomodação são complementares e se

acham presentes durante toda a vida do indivíduo, permitindo a adaptação

intelectual. A adaptação do sujeito ocorre através da equilibração entre esses dois

mecanismos, não se tratando, porém, de um equilíbrio estático, mas sim

essencialmente ativo e dinâmico.

As ações das crianças não se desenvolvem no mesmo plano no sentido de

se tornarem experiências cumulativas, a criança vai assimilando o mundo,

construindo esquemas cognitivos, reconstruindo suas experiências e ao mesmo

tempo construindo sua inteligência. Pode-se dizer que determinadas faixas etárias

correspondem a tipos de aquisições mentais e de organização, condicionando a

atuação da criança, ou seja, o desenvolvimento irá seguir determinados períodos.

Período Sensório-motor e seus seis sub-estágios (0 a 2 anos), dos reflexos,

da organização das percepções e hábitos e da inteligência propriamente dita. O

segundo chamado período Pré-operatório (2 a 6 anos), a criança vai construindo a

capacidade de efetuar operações lógico-matemáticas, empregar símbolos e signos.

O Operatório-concreto (7 a 11 anos), é marcado pelo início da cooperação e do

raciocício lógico. E o quarto período (12 anos em diante) é o desenvolvimento da

inteligência que introduz o indivíduo no mundo das operações formais.

1.2 As etapas do Desenvolvimento Infantil segundo Wallon

Para Wallon, “o espaço motor e o espaço mental se supõe de tal maneira que a

perturbação de arrumar os objetos no espaço se associa a de ordenar as palavras

na frase.” (1966, p.147).

Para ele, o desenvolvimento da inteligência depende das experiências

oferecidas pelo meio e do grau de aproveitamento que o sujeito faz delas e se dá

de forma descontínua, sendo marcado por rupturas e processos.

A passagem dos estágios não se dá linearmente, mas por reformulação,

instalando-se no momento da passagem de uma etapa a outra, crises que afetam a

conduta da criança. Processos que se instalam e que são de origem exógena

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quando resultantes dos desencontros das ações da criança e o ambiente exterior, e

de origem endógenos quando gerados pelos efeitos da maturação nervosa.

Segundo Galvão (1995), o desenvolvimento para Wallon é progressivo e com

aspecto de predominância funcional (etapas de elaboração do real e conhecimento

do mundo físico) e afetivo (relação com o mundo humano e a construção do eu).

Wallon determina a criança nos seguintes estágios: impulsivo-emocional

(primeiro ano de vida) predominam nas crianças as relações emocionais com o

meio. No estágio sensório-motor (1 a 3 anos) ocorre uma intensa exploração do

mundo físico, em que predominam as relações cognitivas com o meio. No

personalismo (3 a 6 anos) ocorre a construção da consciência de se através das

relações sociais dirigindo o interesse da criança para as pessoas, predominando

assim as relações afetivas. No estágio categorial (6 anos) o interesse está voltado

para o conhecimento e a conquista do mundo exterior.

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CAPÍTULO II

O valor das brincadeiras cantadas

“Brincar é muito importante porque,

enquanto estimula o desenvolvimento

intelectual da criança, também ensina, os

hábitos necessários ao seu crescimento.”

Beheheim (1988, p.168)

As brincadeiras cantadas vêm através da história da cultura popular, folclore.

Surgindo assim, espontaneamente danças e músicas, através das tradições de um

certo grupo de pessoas ou de um país. Cantigas essas anônimas acompanhadas

de movimentos expressivos e ou dramatizações.

As brincadeiras cantadas representam a forma mais simples de atividade

lúdica. É uma das atividades mais aplicáveis a educação das crianças.

Poderão relacionar-se com a história, a linguagem em geral, o desenho, a

matemática, além de seus elementos de composição servirem a música e à

atividade física. As brincadeiras cantadas normalmente são realizadas em grupo,

pois contribuem para um melhor relacionamento entre as pessoas, entre o

desenvolvimento do espírito de equipe e conseqüentemente como instrumento de

socialização.

As brincadeiras cantadas desenvolvem na criança as suas qualidades de:

observação, iniciativa, atenção, coragem, criatividade, disciplina, sociabilidade,

ritmo, memorização, enriquecendo-a de valores físicos, morais e intelectuais.

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Enquanto as crianças brincam, cantam, dançam, estão adquirindo um hábito,

incorporando uma atitude nova, aprendendo um conceito, favorecendo as

percepções (visuais, auditivas, táteis), criando, enfim, se expressando de forma

verbal, corporal e gestual.

As brincadeiras cantadas possuem três elementos básicos: Brincar, Jogar e

Movimentar.

2.1 BRINCAR

“O brincar é fazer em si, um fazer que requer tempo e

espaços próprios; um fazer que se constitui de

experiências culturais, que é universal e próprio da

saúde, porque facilita o crescimento, conduz aos

relacionamentos grupais, podendo ser uma forma de

comunicação consigo mesmo (a criança) e com os

outros” (D. Winnicott, 1975, p.63).

Brincar: proposta criativa e recreativa de caráter físico ou mental,

desenvolvida espontaneamente, cuja evolução é definida e o final nem sempre

previsto. Quando sujeito a regras, estas são simples e flexíveis, e o seu maior

objetivo é a prática da atividade em si.

No “Ciclo de Debates sobre o Brincar”, Carvalho, Salles, Guimarães e

Debortoli (2005), observaram a diversidade de discursos e concepções do ato de

brincar. Examinando essa questão, Spodek e Saracho (1998) apontam que a

dificuldade em se chegar a uma definição consensual sobre a brincadeira advém da

falta de critérios para se classificar uma atividade como tal; assim, em alguns

contextos ou momentos uma atividade pode ser considerada brincadeira, e deixar

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de sê-lo em outros, o que depende da relação que se estabelece com a situação,

do significado que assume para quem brinca.

As brincadeiras compõem o universo infantil, fazendo parte do

desenvolvimento da criança. Trabalhados de forma lúdica e prazerosa, se tornam

facilitadores da construção do conhecimento da criança com aprendizagens

significativas dentro dos aspectos cognitivos, afetivos, sociais, motores e culturais.

Esses aspectos, numa visão global, são interdependentes, não devendo ser

trabalhados de forma fragmentada. Na educação infantil e ensino fundamental os

jogos e brincadeiras devem estabelecer uma relação interdisciplinar como uma

ação natural do processo de ensino e aprendizagem. Não esquecendo, portanto,

das experiências vividas por estas crianças, como enriquecimento da construção de

uma aprendizagem significativa.

2.2 JOGAR

Jogar: forma de comportamento organizado, nem sempre espontâneo, com

regras que determinam duração, intensidade e final da atividade. Importante

lembrar que o jogo tem sempre como resultado a vitória o empate ou a derrota.

O jogo é uma invenção do homem, um ato em que sua intencionalidade e

curiosidade resultam num processo criativo para modificar, imaginariamente, a

realidade e o presente.

A partir do jogo a criança desenvolve sua vontade e ao mesmo tempo cria

consciência de suas escolhas e decisões dando significados a suas ações. O jogo é

o fator dominante da infância por estimular a criança no exercício do pensamento

levando a agir independente das situações reais desvinculando o pensamento

somente do que ela vê.

2.2.1 Jogos no Ciclo da Educação Infantil (Pré-Escolar), citados por Carmem

Lúcia Soares.

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• Jogos que desenvolvam o conhecimento de si e de suas próprias ações;

• Jogos que implique na identificação das possibilidades de ações com os

materiais, objetos e a relação com os mesmos;

• Jogos de inter-relação do pensamento sobre a ação com o imaginário;

• Jogos interdisciplinares;

• Jogos sobre relações sociais: criança-família, criança-adultos;

• Jogos coletivos, suas regras e valores;

• Jogos de alta organização;

• Jogos de auto-avaliação e avaliação coletiva;

• Jogos com elaboração de brinquedos individuais e coletivos;

O jogo é um fator fundamental em todo e qualquer escola de educação

infantil uma vez que contribui e muito na educação e formação do educando.

2.3 MOVIMENTAR

É o movimento espontâneo ou não, é uma seqüência de atividades motoras

e físicas que são realizadas conscientemente. Através do movimento a criança cria,

imagina, experimenta e utiliza o faz de conta fatores fundamentais para o

aprendizado.

“o corpo e os gestos são fundamentais para a formação

geral do ser humano. Desde que nasce, a criança usa a

linguagem corporal para conhecer a si mesma,

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relacionar-se com seus pais, para movimentar-se e

descobrir o mundo. Essas descobertas feitas com o

corpo deixam marcas, são aprendizados efetivos,

incorporados. Na verdade, são tesouros que guardamos

e usamos como referência quando precisamos ser

criativos em nossa profissão e resolver problemas

cotidianos. Os movimentos são saberes que adquirimos

nem saber, mas que também ficam à nossa disposição

para serem colocados em uso.” (Levin, 2005,p.20).

O movimento humano ao nosso entender não acontece sozinho, não existe o

movimento pelo movimento. Toda ação tem uma intenção seja expressiva ou

funcional. O movimento é sempre determinado pela dimensão cultural: jogo,

esporte, dança, trabalho, expressão, etc., qualquer gesto é sempre sustentando por

um significado.

O gesto carregado de sentido, significado e intenção, geram uma ação

cognitiva, afetiva, social e motora. Todos os movimentos inseridos em uma situação

onde a criança se vê obrigada a pensar e a planejar a sua movimentação, por

exemplo, no pique pega onde a criança ao mesmo tempo tem que correr e se

preocupar com o pegador, enfim viver cada momento não só com os músculos,

mas também com o coração e a cabeça.

Para Wallon, citado por Dantas (1992), o movimento pode ser de três tipos:

reflexo, voluntário e automático.

Reflexo: temos a motricidade inata. Sua característica principal é de auto-

preservação, é o movimento instintivo, pois a execução é reflexa não depende de

sua vontade e do comando cerebral, devido a rápida reação a informação não tem

tempo para percorrer o sistema nervoso central, com isso a decisão do movimento

é tomada pela medula óssea e o cérebro não chega a participar.

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Voluntário: Define-se pela motricidade que exige um estabelecimento de um

plano de ação, ou seja, a decisão é tomada pelo córtex cerebral. Nesta etapa ao

recebermos um estímulo ocorre o planejamento da ação motora, a avaliação de

seus resultados e o acúmulo em formas de experiências.

Automático: se repetido em uma quantidade considerável de vezes (o corpo

já se adaptou ao estímulo recebido) realiza uma migração cerebral, sai do córtex e

penetra na região sub-cortical, possibilitando o estabelecimento de novos planos de

ação motora mais avançada.

Compreendido os tipos de movimentos, passamos a nos preocupar com a

forma dele ser trabalhado: a educação do movimento e a educação pelo

movimento.

Educação do Movimento: visa o desenvolvimento de atividades motoras, da

capacidade física priorizando o aspecto motor na formação do educando. Só pensa

na técnica.

Educação pelo Movimento: desenvolve o ser humano em sua totalidade.

Quer a participação de todos os aspectos: motor, cognitivo e afetivo, garantindo

melhores possibilidades estruturadas na formação da personalidade do indivíduo.

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CAPÍTULO III

Ludicidade

“O lúdico tem sua origem na palavra latina “ludus” que

quer dizer “jogo”. Se achasse confinado a sua origem, o

termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao

brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico passou a ser

reconhecido como traço essencial da psicofisiologia do

comportamento humano. De modo que a definição

deixou de ser o simples sinônimo do jogo. As implicações

da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do

brincar espontâneo. “(ALMEIDA, 2006, p.37).

É por meio da atividade lúdica que a criança forma os seus conceitos, idéias,

estabelece relações lógicas, cria percepções faz estimativas compatíveis com o

crescimento físico e o desenvolvimento, e se integra na sociedade.

Através das atividades lúdicas, a criança vive o mundo da fantasia, da

imaginação, do faz de conta, do jogo, da brincadeira, onde ocorre a descoberta de

si mesmo e do outro, percebendo suas dificuldades motoras, intelectuais e afetivas

e, portanto aprendendo.

Segundo Alexis Leontiev (1998) afirma que é na atividade lúdica que o

educando desenvolve sua habilidade de subordinar-se a uma regra, mesmo quando

um estímulo direto o impele a fazer algo diferente. “Dominar as regras significa

dominar seu próprio comportamento, aprendendo a controlá-lo, aprendendo a

subordiná-lo a um propósito definido.

É jogando que a criança aprende a respeitar regras, limites e aceitar

resultados. O brincar para a criança não é apenas um passatempo ou simples

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diversão, mais é um momento sério, pois a criança está aprendendo o que ninguém

pode ensinar, descobrindo o mundo e as pessoas que o cerca. O importante é que

as brincadeiras e os jogos façam parte do cotidiano escolar da criança e também

fora da escola.

O professor utilizando a ludicidade contribui muito para a estimulação do

desenvolvimento cognitivo, para as aptidões físicas e habilidades, e para formação

de uma relação afetiva saudável, estável e segura proporcionando um bem estar

para a criança.

Todo processo educativo requer um espaço e um tempo para a criança

brincar, e assim se desenvolver melhor, se comunicar e se revelar através da

experimentação e de transição entre o mundo interno e externo.

Tratando-se do brincar, Alves (2008), p.42) defende:

“É brincando que a gente se educa e aprende. Alguns,

ouvindo isso, pensam que quero tornar a educação coisa

fácil. Coitados! Não sabem o que é brincar! Brinquedo

fácil não tem graça. Brinquedo, para ser brinquedo, tem

de ter um desafio.”

É infância é, portanto, um período de aprendizagem necessária à idade

adulta. É nesse momento que a brincadeira se torna uma oportunidade de

afirmação de seu “eu”.

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CAPÍTULO IV

Brincadeiras Cantadas na Educação Infantil

Rock Pop

Eu danço Rock Pop (3X)

Assim é bem melhor!

Eu ponho a mão direita pra dentro

Eu ponho a mão direita pra fora

Eu ponho a mão direita pra dentro

E eu sacudo ela agora

Refrão

Eu ponho a mão esquerda pra dentro... Refrão

Eu ponho o pé direito pra dentro... Refrão

Eu ponho o pé esquerdo pra dentro... Refrão

Eu ponho a cabeça pra dentro... Refrão

Eu ponho o meu bumbum pra dentro... Refrão

Atividade: Roda simples. As crianças dançam livremente durante o refrão e, no

decorrer da música seguem as orientações dos versos, colocando a mão direita

dentro da roda, depois fora, retornando com a mão para dentro da roda e

sacudindo-a de um lado para o outro (todas as crianças farão juntas o mesmo

movimento). Na seqüência repetirão as orientações com as demais partes do corpo

indicadas na letra da música.

Contribuição para o desenvolvimento infantil: Auxilia na aquisição do senso

estético, no reconhecimento do seu corpo. Trabalha a lateralidade, a coordenação

motora e o ritmo corporal.

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A cobra não tem pé

A cobra não tem pé,

A cobra não tem mão

Como é que a cobra sobe

no pezinho de limão?

Vai se enrolando

vai, vai, vai (Bis)

A cobra não tem pé,

A cobra não tem mão

Como é que a cobra desce

Do pezinho de limão?

Vai desenrolando

Vai, vai, vai (Bis)

Atividade: Em círculo (sentadas ou em pé), as crianças batem com os pés no chão

e batem palmas de acordo com a letra da música “a cobra não tem pé” e “a cobra

não tem mão”. Fazem o movimento de ”subir” e “descer”, “enrolar” e “desenrolar”

com as mãos e o corpo indicando o movimento.

Contribuição par o desenvolvimento infantil: Identificação das partes do corpo,

trabalhando o ritmo e a expressão corporal. A brincadeira colabora também para o

desenvolvimento do equilíbrio corporal.

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O jipe do Padre

O jipe do padre fez um furo no pneu

O jipe do padre fez um furo no pneu

O jipe do padre fez um furo no pneu

Colamos com chiclete.

Atividade: As crianças, sentadas em círculo, cantam a música toda e vão tirando as

palavras, substituindo-as pelos gestos e sons.

Contribuição para o desenvolvimento infantil: A brincadeira trabalha atenção e

identificação dos gestos com as palavras contidas na música. Trabalha o ritmo e a

coordenação motora.

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Batalha do aquecimento

Estamos na batalha

Do aquecimento

Vamos aquecer

Nesse momento

Crianças, atenção!

Com muita animação!

Atividade: A professora vai à frente do trem e faz o movimento que será repetido

pelas crianças. A cada vez que a música terminar muda o movimento, por exemplo,

batendo palmas ou levantando os braços, etc.

Contribuição para o desenvolvimento infantil: Contribui para o desenvolvimento

da motricidade, da percepção rítmica e da atenção no processo de repetição dos

movimentos.

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Do lim, do lim, do lá

Vamos brincar de roda

Para fazer...

Do lim

Do lim

Do lim, do lim, do lá

Quem ficar de perna aberta

Vai ter que rebolar

Até o chão

Que nem pião

“Rebola, rebola, rebola

Rebola, rebola, rebola

Rebola, rebola, rebola

Até o chão.

Atividade: Em círculo as crianças cantam e começam a ciranda até a palavra

“fazer”. Nesse momento todos começam a pular abrindo e fechando as pernas, ao

fim da música quem ficar de perna aberta irá rebolar, descendo até o chão.

Contribuição para o desenvolvimento infantil: A atividade trabalha a

concentração e a coordenação motora.

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Pai Francisco

Pai Francisco entrou na roda

Tocando o seu violão

Pan-ran-ran, pan-pan!

Vem de lá Seu Delegado

E Pai Francisco foi pra prisão

Como ele vem todo requebrado

Parece um boneco desengonçado (bis)

Atividade: Dois figurantes serão definidos previamente pelas crianças, As crianças

em círculo cantam o primeiro verso, quando uma criança representando o “Pai

Francisco” entrará na roda e ficará ao centro, fazendo gesto de um violão sendo

tocado. Na seqüência, outra criança escolhida previamente entrará no centro na

roda representando o “Delegado” e levará o “Pai Francisco”, que saírá requebrando-

se. A música se repetirá e outras crianças serão escolhidas para representarem os

personagens.

Contribuição para o desenvolvimento infantil: A brincadeira contribui para o

desenvolvimento rítmico e motor, além de proporcionar uma maior interação entre

as crianças.

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CONCLUSÃO

Através das pesquisas realizadas, evidenciou-se a importância das

brincadeiras cantadas e da ludicidade para o processo do desenvolvimento infantil.

Os jogos e as brincadeiras não estão simplesmente no prazer proporcionado

pelo exercício, mas trata-se, acima de tudo de uma forma de assimilar o novo. O

valor da imaginação e o papel a ele atribuído, quer no desenvolvimento da

inteligência das crianças, quer no processo de aprendizagem, do ponto de vista da

formação de conceitos se faz, portanto, pela assimilação.

Através das brincadeiras, as crianças têm a oportunidade de não apenas

vivenciar as regras impostas, mas de transformá-las, recriá-las de acordo com as

suas necessidades de interesse e entendê-las, não se tratando de uma mera

aceitação, mas de um processo de construção que se efetiva com a sua

participação.

Sendo a brincadeira resultado da aprendizagem e dependendo de uma ação

educacional voltada para o sujeito social da criança, é possível se acreditar que

adotar os jogos como metodologia curricular possibilita a criança à base para

construir a sua subjetividade assim como a compreensão da realidade correta.

Concluímos também a relação do lúdico com o desenvolvimento psicomotor

da criança, permite que se conheça com mais clareza importantes funções como o

desenvolvimento do raciocínio da linguagem.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIAS

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Psicomotores. 2011.

MATTOS, Mauro Gomes; NEIRA, Marcos Garcia. Construindo o Movimento na

Escola, 5ª edição. 2005.

ALVARENGA, Ana Maria; BEDRAN, Julieta. Brincadeiras Cantadas. 2010

SOARES, Carmen Lúcia; FILHO, Lino Castellaini. Metodologia de Ensino de

Educação Física. 2005.

QUEIROZ, Tânia Dias; MARTINS, João Luiz. Jogos e Brincadeiras de A a Z. 1ª

edição. 2002.

DAOLIO, Jocimar. Da cultura do corpo. 4ª edição.1999.

FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro. 1989.

LARA, Larissa Michelle; PIMENTEL, Giuliano G. de Assis e RIBEIRO, Deiva M. D.

Brincadeiras Cantadas: educação e ludicidade na cultura do corpo. 2005.

PAIVA, I. M. R. Brinquedos Cantados. Rio de Janeiro Sprint. 1998.

GONÇALVES, Maria Augusta Salin. Sentir, pensar, agir: corporeidade e educação.

1994.

OLIVEIRA, Paulo de Salles, Brinquedo Cantados. 1998.

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INDICE

INTRODUÇÃO.................................................................................. 08

CAPÍTULO I – Desenvolvimento Infantil............................................ 12

1.1 – Etapas do desenvolvimento infantil segundo Piaget................. 12

1.2 - Etapas do desenvolvimento infantil segundo Wallon................ 13

CAPÍTULO II – O valor das brincadeiras cantadas............................ 15

2.1 - Brincar....................................................................................... 16

2.2 – Jogar..........................................................................................17

2.3 - Movimentar................................................................................18

CAPÍTULO III – Ludicidade................................................................21

CAPÍTULO IV – Brincadeiras Cantadas na Educação Infantil...........23

CONCLUSÃO.....................................................................................29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................30

ÍNDICE ...............................................................................................31