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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATUAL
Por José Augusto Pereira Fernandes
Orientador:
Nelsom José Veiga de Magalhães
Niterói RJ
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2005
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO AMBIETAL ATUAL
Objetivos:
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós Graduação em Planejamento e Educação
Ambiental, São os objetivos desta monografia esclarecer
aos interessados, noções de Educação Ambiental nas
escolas.
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Por: José Augusto Pereira Fernandes
AGRADECIMENTOS
... Aos amigos parentes e professores, que contribuíram
direta e indiretamente para a confecção desta
monografia de Educação ambiental.
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DEDICATÓRIA
...dedica-se ao pai, Augusto W.Fernandes, mãe,
Francisca P.Fernandes, irmão, Sergio Augusto
P.Fernandes e minha companheira Helida Leonardo
Borges, sem uma boa estrutura familiar, fé e
determinação nada se consegue...
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RESUMO
Esta monografia tem como objetivo formular uma base orientadora capaz
de realizar ações encaminhando o leitor passo a passo nos conceitos básicos de
Educação Ambiental, visando uma melhor qualidade de ensino em sala de aula e
conseqüentemente uma melhor visão sobre o tema educação ambiental por
professores e alunos nas escolas.
Nas últimas décadas os homens investiram e investem violentamente sobre
os recursos naturais do planeta, revelando-se o maior dos predadores dos
ecossistemas e recursos naturais, não levando em conta a fragilidade e importância
dos ecossistemas para a própria sobrevivência da humanidade e do planeta, hoje
existe a necessidade de divulgação e ampliação da Educação Ambiental nas
escolas visando uma melhoria da qualidade de vida da população e maior
conscientização em relação ao meio ambiente.
Por isso a necessidade do conhecer e entender o que é educação
ambiental, é preciso mudar e melhorar as nossas relações com o meio ambiente
respeitando as potencialidades do nosso planeta e seus frágeis ecossistemas,
através de uma boa educação ambiental isso é possível.
Esta monografia ajuda o leitor a entender melhor à educação ambiental e
para que ele se manifeste com todo seu potencial em sala de aula, criando
uma boa empatia entre os alunos e os temas ambientais, isso é o que se
espera dos professores e da educação ambiental nas escolas.
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Trazer uma educação ambiental atualizada para as escolas é um
grande desafio a ser superado, somente com o empenho e determinação de
todos os envolvidos podemos mudar esse quadro de descaso com o meio
ambiente.
Na conclusão tecemos algumas considerações importantes ao longo
dos capítulos, e na metodologia foi utilizada pesquisa biográfica específica.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada nesta monografia foi pesquisa biográfica, e
ajudará o leitor a elaborar propostas de educação ambiental nas escolas e em
sala de aula, a partir da ação sócio-educativa de professores e profissionais
habilitados em educação ambiental.
Devido ao grande problema que passa a Educação Nacional
precisamos entender que devemos começar valorizar e atualizar os
professores e profissionais da área de educação do ensino básico, médio e
fundamental.
Introduzir as mudanças que permitirão tornar os envolvidos com a
Educação Ambiental multiplicadores que levam as pessoas ao contato com o meio
ambiente e os problemas ambientais, através de palestras, vídeos, leitura de livros,
jornais, revistas, teatros e exposições fotográficas voltada a realidade do local que o
Trabalho de Educação Ambiental venha a ser realizado.
Esta monografia tem como objetivo a construção de um grande canal de
articulação entre escolas e instituições que trabalham com educação ambiental ou
se identifiquem com o tema ou projeto.
A grande missão da educação ambiental é aprofundar a relação das
pessoas com o meio ambiente, provocando uma curiosidade de entender
educação ambiental, para que cada um atue como transformador de valores e
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princípios para uma sociedade melhor e mais consciente com seus deveres
com o meio ambiente, defendendo a cidadania e o Meio Ambiente apontando
o que é positivo para ambas as partes, fortalecendo a parceria, escolas,
comunidade e municípios e estimular a adoção de hábitos e posturas mais
conscientes da população para que se tornem futuros multiplicadores de
Educação Ambiental.
SUMÁRIO
Resumo 05
Metodologia 06
Sumário 07
Introdução O8
Capítulo I : Educação Ambiental
1.1 –Histórico da educação Ambiental 10
1.2 –Educação Ambiental Atual 15
1.3 - Contextualização 18
Capitulo II : Objetivos da educação ambiental
2.1 - Objetivos da Educação Ambiental 21
2.2 - Carta aos professores 26
Capitulo III : Técnicas de educação ambiental
3.1 – Preliminar do capítulo III
3.2 - Conceitos de Educação Ambiental 28
Capitulo IV : Técnicas de Educação Ambiental
4.2 – Preliminar do Capítulo IV 31
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4.3 - Oficinas de Educação Ambiental 31
Conclusão 39
Anexo I 42
Anexo II 44
Bibliografia 45
Ìndice 46
INTRODUÇÃO
A monografia tem como tema Educação Ambiental que está em foco no
país e no mundo, e começa a despertar o interesse na população facilitando cada
vez mais projetos e ações ambientais voltado para alunos e professores do ensino
médio e fundamental.
Devido aos problemas Ambientais graves que existem nas cidades e no
país, como especulação imobiliária, desmatamentos, degradação de áreas
ambientais, e poluição, tomamos a iniciativa de escrever uma monografia sobre
educação ambiental, o tema educação ambiental está em foco nos últimos anos no
Brasil, por isso é possível junto com professores, escolas e a participação dos
jovens que é prioritária para aplicar ações transformadoras voltadas para o tema
educação ambiental nas escolas; despertar a atenção e curiosidade dos alunos é
dever dos professores, e montar um bom projeto de Educação Ambiental é dever
da escola.
Atualizar a Educação Ambiental num país como o Brasil constitui, no mínimo
como um enorme desafio, devido às dificuldades que existem para se montar um
projeto de educação ambiental nas escolas. Falta de interesse, informação e
patrocínio, são alguns desses problemas existentes.
A grande justificativa da monografia sobre o tema Educação Ambiental é
que ela pode ser transformada em realidade para uma escola carente, o
resultado pode ser muito proveitoso, tanto para a escola quanto para os
alunos.
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Alguns trabalhos que quando levados a sério estimularam toda uma
escola a trabalhar em prol de um objetivo específico, o resultado esperado é
que através do projeto de educação ambiental a escola em parceria com a
prefeitura e comunidade trabalhe junto, o que elevaria a auto-estima da escola,
levando os jovens a trabalhar e estudar com mais afinco e conseqüentemente
os afastando das drogas, roubos e más influências, dando noções de
cidadania e consciência ecológica e educação ambiental.
Atualizar os profissionais da área do ensino médio, a fim de tornarem
multiplicadores da educação ambiental, levando o Maximo de pessoas e
alunos a terem contato com os problemas ambientais e possíveis soluções, é
o objetivo desta monografia.
Formular uma base orientadora capaz de realizar ações utilizando os
conceitos básicos de educação ambiental que será uma das formas de
divulgação e ampliação da educação ambiental nas escolas.
No primeiro capítulo, comentaremos sobre o histórico da educação
ambiental e uma educação ambiental mais atualizada e sua contextualização.
No segundo capítulo, comentaremos os objetivos da educação ambiental e
suas propostas de projetos para colégios e educadores.
No terceiro capítulo comentaremos algumas técnicas de educação
ambiental e sua aplicabilidade em sala de aula.
No quarto capítulo comentaremos algumas técnicas de educação
ambiental atualizadas.
10
Na conclusão tecemos algumas considerações consideradas importantes
e que foram desenvolvidas ao longo dos capítulos.
CAPÍTULO I
Resenha Histórica da Educação Ambiental:
1.1 – Preliminar do Capítulo I.
Este capítulo reflete uma resenha histórica da educação ambiental,
para esclarecimento e compreensão utilizaremos os seguintes autores para o
aporte proposto: Carvalho, Berna, Layrarques.
1.2 – Histórico do estudo:
Teria a educação ambiental uma história a ser contada? Talvez a
resposta para essa pergunta fosse não, já que se trata não apenas de um
ramo interdisciplinar do saber bastante recente, mas também de uma
estratégia de sobrevivência ainda em aperfeiçoamento. Tentar entender o
papel da educação ambiental desempenha na sociedade em geral, sua lógica
de funcionamento e os resultados por ela produzidos, contextualizá-la a partir
de seus marcos referenciais e históricos, atento ao fato de que a organização
de uma consciência social e política em torno dos problemas ambientais,
somente veio a se dar, ainda de forma superficial, na segunda metade dos
anos 60, se fortalecendo nos anos em que se seguiram. Essa contextualização
abrange vários aspectos, dentre estes, merecem destaque, as conferências
internacionais (que incrementaram as discussões ambientais e alertaram o
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mundo para a importância que o tema merece); os diferentes modelos de
desenvolvimento, o papel desempenhado pela educação ambiental na
dinâmica comunitária nas questões de conscientização e desenvolvimento, a
atuação crescente dos movimentos sociais em relação ao meio ambiente e
por fim às discussões sobre metodologias específicas (aplicação,
desenvolvimento e acompanhamento dos processos deflagrados via
educação ambiental) junto às comunidades e escolas.
É praticamente impossível afirmar que tenha havido um acontecimento
ou fato determinante que pudesse ser considerado deflagrador ou inicializador
da educação ambiental, pressuposto que toda educação pode ser vista de
uma forma em geral como ambiental, na medida em que o processo educativo
deve levar em consideração o meio ambiente, onde o educando está inserido
e no qual deve aplicar os conhecimentos que irá aprender. Desse modo,
desde a primeira vez que o homem aprendeu a nomear a natureza a sua volta,
se preocupando em conhecê-la melhor, trocar conhecimento com seus
semelhantes em relação as melhores formas de se caçar, plantar, cozinhar,
enfim de como sobreviver de forma mais segura e sadia no meio onde vivem,
pode-se dizer que o que ali se processava era uma forma de educação
ambiental (ainda que seu caráter conservacionista e preservacionista ainda
estivesse em construção).
O que seria possível contextualizar como ponto de partida para a
educação ambiental? Seria o surgimento de um conjunto de situações, que
juntas por sua vez, configuram um determinado momento na história do
homem, onde a preocupação com a questão ambiental foi se tornando mais
clara e essencial, o que aconteceu, durante os séculos XIX e XX, com o
desenvolvimento e conseqüentemente o apogeu do capitalismo. Segundo
Santos (1990), referenciado em Carvalho (2003). O mundo caminha numa
trajetória onde o consumo elevado é crescente é necessário para sustentar a
acumulação de capital, o agravante é que o capitalismo depende do
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crescimento econômico que causa a superpopulação e piora
substancialmente a qualidade de vida da própria população em questão.
As conseqüências desse capitalismo desenfreado, aliadas a um
modelo de desenvolvimento essencialmente economista, podem ser descritas
através de diferentes fatores como: O esgotamento dos recursos naturais
renováveis e não renováveis elevados índices de poluição e uma degradação
ambiental até então nunca vista, seguindo de perto de um alarmante
crescimento populacional. Esse conjunto de fatores reunidos afetou e ainda
afetam diretamente a qualidade de vida dos habitantes do nosso planeta.
Situação esta, que com a segunda revolução industrial, só veio a se agravar
ainda mais, já que a partir da automatização da produção, com o
desenvolvimento tecnológico, o homem aumentou consideravelmente o
consumo de matéria prima e a produção de resíduos industriais. A
necessidade de buscar novas fontes de energia e de matéria prima, e
simultaneamente procurar manter as ainda existentes, acabou promovendo a
divisão hoje conhecida entre os paises desenvolvidos, donos do capital e
provedores de tecnologias, e os paises subdesenvolvidos, detentores de mão
de obra barata e donos de matéria prima abundante, que pode ser entendida
como a relação desigualmente processada entre a Europa e América do Sul
(ditos em desenvolvimento ou subdesenvolvidos) Ambos no entanto
contribuem para a degradação ambiental, seja através de uma ação voluntária
estimulada pela competição em escala mundial, ou pela ignorância e pobreza,
o grade propósito da educação ambiental e reverter esse quadro dramático.
A partir dos anos 60 é que começou a se falar em ambientalismo e
educação ambiental que se fortalece junto aos movimentos sociais desse
período, como movimentos estudantis na França, movimento dos jovens contra
a guerra do Vietnã, surgimento de grupos pacifistas contra o uso de armas
atômicas, reivindicações femininas pelos seus direitos, nascimento do
movimento hippie entre outros, reforçando a necessidade de que as
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populações do mundo tenham consciência dos limites do ambiente natural e
questionem sua relação com o meio ambiente num mundo essencialmente
materialista e capitalista, esse movimento de reflexão sobre o papel do
homem junto a natureza passava a exigir uma serie de questionamentos sobre
as diferentes formas de ação e intervenção do homem no planeta, a qualidade
das mesmas e os resultados decorrentes destas para a qualidade de vida
global.
Nesta época surgem algumas publicações importantes nesse sentido,
como o livro de Raquel Carson (1968) A Primavera Silenciosa que denunciava
uma série de desequilíbrios provocados pelo homem ao interferir na natureza,
especialmente com o uso abusivo de inseticidas; e O Admirável mundo novo
de Aldous Huxley (1966) advertindo a humanidade sobre os riscos de uma
sociedade alienada pelo cientificismo, distante dos processos sociais e
colocando uma série de interrogações sobre o futuro da humanidade. E ainda
“A Bomba Populacional” de Ehrlich (1968) alertando para o crescimento
exponencial populacional mundial e a inviabilidade de vida no planeta em um
curto período de tempo.
A educação ambiental aparece então nesse contexto, como um
processo extremamente eficaz de conscientização e conseqüentemente de
transformação coletiva. A necessidade diante da problemática mencionada
como crise ambiental e seus efeitos, deu-se a necessidade de educar e
estudar e divulgar os conceitos básicos sobre as questões ambientais, mas a
necessidade de uma nova mentalidade ambiental, um ultimato que exigia uma
resposta imediata por parte das nações do mundo e seus governantes.
Deste modo em setembro de 1968, ocorre a Conferência da Biosfera
promovida pela UNESCO em Paris, onde começou a se conhecer e se falar
sobre educação ambiental, enfatizando novos enfoques e a importância de se
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levar em conta os impactos ambientais dos projetos de desenvolvimentos dos
Estudos de Impactos Ambientais (EIAS).
Se em Paris a educação ambiental foi esboçada, em Estolcomo ela
tomou forma e vida própria, assumindo um delineamento interdisciplinar, crítico
e prático na luta por uma relação mais equilibrada entre o homem e o meio
ambiente, conquistando duas novas e importantes características: o de ser um
assunto oficial e de possuir uma importância estratégica.
Em Estocolmo foi onde pela primeira vez representantes do mundo
uniram-se para debater sobre degradação ambiental, e se apresentou ao
mundo a concepção de desenvolvimento sustentável um modelo a ser atingido
por todas as nações do mundo, todavia é preciso ressaltar que essa
conferência foi pioneira em termos de divulgação a nível mundial sobre a
importância de se discutir uma proposta de educação ambiental, Estocolmo
foi o ponto de partida de um processo de conscientização que na verdade, foi
se repetindo de forma cada vez mais ampla nas outras conferências que
seguiram.
A partir de Estocolmo, uma série de outras conferências, seminários e
encontros, passaram a reservar ao tema co certa relevância. Dentre estes a
compreensão de alguns eventos mais marcantes da trajetória histórica da
educação ambiental, como: O encontro de Belgrado (1975), O encontro de
educação ambiental em Chosica (1976), O seminário de educação ambiental
para a América Latina em Costa Rica (1979), A conferência de Tbilisi (1977),
O congresso internacional em Moscou (1987), A segunda conferência das
Nações Unidas sobre o meio ambiente, a Rio 92 no Rio de Janeiro (1992),
onde foi criada a agenda 21 um importante documento sobre desenvolvimento
sustentável e finalizou em 2002 a Rio +10 que pouco acrescentou e por isso foi
considerada um fracasso por ambientalistas.
Carvalho, 2002, Pág 36 à 46
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1.3 – Educação Ambiental Atual.
As árvores não são derrubadas, a fauna sacrificada ou o meio
ambiente poluído por desconhecimento de nossa espécie dos impactos
dessas ações sobre a natureza. A falta de conhecimento, assim como a falta
de consciência ambiental, não são grandes responsáveis pelas destruições
ambientais. Mas não é só isso. O meio ambiente é destruído pelo atual estágio
de desenvolvimento existente nas relações sociais de nossa espécie com o
planeta.
Certos caçadores e desmatadores, por exemplo, possuem muito mais
conhecimento sobre ecologia, natureza e a vida silvestre que muitos
ecologistas, mas usam esses conhecimentos para destruir e matar. Na
década de 70, governos internacionais, preocupados com a rápida destruição
dos recursos naturais e a poluição do planeta, defenderam a tese do
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crescimento zero, ou seja, congelar os níveis de progresso, na época. Ora por
diversas vezes durante nossa história econômica, o Brasil teve crescimento
abaixo de zero, portanto negativo, e nem por isso viu diminuídos seus
problemas ambientais, muito pelo contrário. Devido a crise econômica, as
empresas investiram menos em controle da poluição.
A destruição da natureza não resulta da forma como nossa espécie se
relaciona com o planeta, mas da maneira como se relaciona consigo mesma.
Ao desmatar, queimar, poluir, utilizar ou desperdiçar recursos naturais ou
energéticos, cada ser humano está reproduzindo o que aprendeu ao longo da
história e da cultura de seu povo. Portanto, a ação destruidora não é um ato
isolado de um o outro individuo, mas reflete as relações culturais, sociais e
tecnológicas de sua sociedade. Então, é impossível pretender que os seres
humanos explorados, injustiçados e desprovidos de seus direitos de cidadãos
consigam compreender que não devem explorar outros seres vivos como
animais e plantas, considerados inferiores pelos humanos A atual relação de
nossa espécie com a natureza é apenas um reflexo do atual estágio de
desenvolvimento das relações humanas entre nos próprios. Vivemos sendo
explorados, e achamos natural explorar os outros.
Não há educação ambiental sem participação social e política. Logo,
não é de estranhar que os governos tenham dificuldades para estabelecerem
diretrizes e investir realmente em educação ambiental nas escolas, pois é
possível estimular a participação garantindo os instrumentos necessários para
acesso ao conteúdo atualizado dos temas ambientais através de profissionais
gabaritados e professores estimulados.
O ensino sobre meio ambiente deve contribuir principalmente para o
exercício da cidadania, estimulando a ação transformadora, alem de buscar
aprofundar os conhecimentos sobre as questões ambientais de melhores
tecnologias, estimular mudanças de comportamentos e a construção de novos
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valores éticos. A educação ambiental é fundamentalmente uma pedagogia da
ação. Não basta se tornar mais ativo, crítico, participativo. Em outras palavras,
o comportamento dos cidadãos em relação ao meio ambiente é indissociável
do exercício da cidadania.
O ensino para o meio ambiente está intimamente associado à cultura.
Porque as pessoas em geral se preocupam tão pouco com os problemas
ambientais? Porque é preciso sempre muito esforço para mobilizá-las em
defesa de seu meio ambiente? Para responder a isso é importante
compreender uma das mais cruéis conseqüências do modelo de
desenvolvimento adotado para o Brasil: a perda da identidade cultural de
grande parte da população. Ao migrar das cidades do interior para a capital,
alem de todos os problemas que acarretam com a concentração urbana, os
grandes contingentes populacionais ainda perdem sua identidade cultural, sua
memória. Sem essa identidade cultural, é como se cada pessoa vivesse
isolada, e isolada ela não participa e se envolve com a sociedade e seus
problemas sejam ambientais ou sociais.
Um educador ambiental precisa ter a clara compreensão dessa
realidade, procurando primeiro desenvolver técnicas para resgatar a
identidade cultural dos educandos, com a realidade do lugar onde vivem. A
educação ambiental a medida que se assume como educação mais política
do que técnica, assume também o processo de formadora da identidade
política e cultural de um povo. Neste sentido, alinha-se a todas as lutas e
movimentos da sociedade pela cidadania.
Por isso é fundamental que o educador ambiental fale uma linguagem
que seja percebida por todos, evitando reforçar uma visão romântica de meio
ambiente ou a idéia que ecologia é um assunto secundário, preocupação da
elite da população que já resolveram seus problemas básicos de
sobrevivência.
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É fato que, por mais carente que seja a população possui consciência
ecológica, só que essa percepção é bastante romântica, associando-se mais
à proteção das plantas e dos animais e menos a qualidade de vida, como se
não fizéssemos parte da natureza. Para a maioria, lutar pelo fim das valas de
esgotos a céu aberto, más condições de trabalho nas fábricas, transporte
público, e melhor educação, não tem a ver com o meio ambiente.
Nada mais falso, pois ecologia é combater esgoto a céu aberto, lixo
não recolhido, água contaminada etc. Para a população, especialmente a
mais carente, as questões ecológicas devem ser associadas à qualidade de
vida. Por exemplo, os agrotóxicos e as diversas poluições são temas ligados a
saúde, os desmatamentos e os reflorestamentos ligados a saúde e segurança
civil, pólos industriais de empresas poluidoras são ligadas a empregos e
salários, erosão, destruição de recursos naturais, ocupação dos leitos de rios
e encostas, ciclovias, transporte de massa coletivos, combustíveis menos
poluentes, são temas atuais que ajudariam a resolver o grande problema da
educação ambiental que é divulgar essas informações para as escolas da
rede municipal.
Berna, 2001, Pg 17 à 21
1.4 – Educação ambiental contextualização.
A Educação Ambiental é definida no Brasil a partir de uma matriz que
vê a educação como elemento de transformação social inspirada no dialogo,
no exercício da cidadania no fortalecimento do sujeito, na superação das
formas de dominação capitalistas e na compreensão do mundo em sua
complexidade e da vida em sua totalidade.
Numa perspectiva transformadora e popular de Educação Ambiental,
nos educamos dialogando com nós mesmos, com aquele que identificamos
como sendo de nossa comunidade, com a humanidade, com os outros seres
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vivos e com o mundo transformando o conjunto das relações pelas quais nos
definimos como ser social.
A Educação foi sistematizada no país a partir de duas vertentes
consolidadas na década de 1970 e que atualmente se desdobram em novas
concepções e tendências: a pedagogia histórico-critica inspirada em Marx,
Gramsci, Makarenko e Geoges Snyders, cujos nomes de Demerval Saviane,
Marilena Chauí, José Carlos Libâneu e Carlos Roberto Jamil se destacam e a
pedagogia literária, de Paulo Freire, Moacir Gadotti, Carlos Rodrigues
Brandão, dentre muitos outros educadores que também tiveram suas
formulações construídas no âmbito e em dialogo critico com a tradição
dialética, educadores amplamente citados e homenageados por educadores
ambientais no Brasil e em outros Países.
A Educação Ambiental não atua somente no plano das idéias e no da
transmissão de informação, mas no da existência, em que o processo de
conscientização se caracteriza pela ação com conhecimento pela capacidade
de fazermos opções, por se ter compromisso com o outro e com a vida.
Educar é negar o senso comum de que temos uma minoria conscientize
assumir uma postura dialógica, entre sujeitos, a educação é feita como outro
que também é sujeito, que tem sua identidade e sua individualidade a serem
respeitadas no processo do comportamento educacional.
A Educação Ambiental promove a conscientização na relação do eu e o
outro e o ambiente pela pratica social reflexiva e fundamentada teoricamente.
A ação conscientizadora é mútua, e envolve a capacidade crítica de
transformação da realidade das condições sociais e ambientais.
Consideramos que a educação ambiental para uma sustentabilidade
equilibrada é um processo de aprendizagem permanente, baseada no
respeito todas as formas de vida. Tal educação afirma valores e ações que
contribuem para a transformação humana e social e para a preservação do
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Meio Ambiente. Ela estimula a formação de sociedades socialmente justas e
ecologicamente equilibradas, que conservem entre si relação de
interdependência e diversidade isso requer responsabilidade individual e
coletiva.
Programar ações pedagógicas que fragmentam a complexidade dos
problemas ambientais e acreditar ingenuamente que é possível reverter o
quadro apenas com mudanças éticas ou comportamentais, depositando a
responsabilidade no individuo e eximindo da responsabilidade a estrutura
social e o modo de produção do sistema social em que convive. Ou a
Educação Ambiental se integra à leitura complexa do mundo, ou estará fadada
a servir ao capitalismo como um instrumento ideológico de reprodução de seu
modo de produção aprofundando o abismo social e a diluição cultural em
nome de uma ética “ecológica”que a rigor, sozinha, e dotada de duvidoso
poder de interferência na dinâmica da mudança ambiental. Essa mensagem
deve ser entendida como alerta aos educadores ambientais para que efetuem
uma cuidadosa auto-reflexão critica e analisem se, em suas ações, o principio
da coerência pode ser incrementado para que o limite não seja mais
necessário adjetivar a educação de ambiental, muito menos de emancipatória.
A Inquietação como preocupante diagnóstico que enseja a
necessidade de uma nova adjetivação na educação ambiental que se remeta
a um elemento substantivo da educação, equilibrado com a esperança de que
os fundamentos da educação ambiental emancipatória se incorporem no
cotidiano de cada um dos educadores ambientais do país, pela força da
coerência entre os princípios da educação ambiental e os referenciais teóricos
conceituais e metodológicos da educação ambiental como instrumento de
transformação social, são sentimentos que permite experimentar uma
educação nova e transformadora, maneira que também possibilite manter
21
acesa a vontade de intervir na construção de um futuro melhor, em que a
educação ambiental encontre a educação.
Pomier, 2003, pág 11 à 18
Segundo os autores aqui citados neste capítulo, para divulgar a
educação ambiental nas escolas da rede municipal e no ensino médio, é
necessário o conhecimento e domínio dos educadores dos assuntos
atualizados sobre educação ambiental, para que os mesmos transmitam esse
conhecimento para seus alunos do ensino médio com convicção e entusiasmo,
só assim a educação ambiental terá um futuro mais promissor.
CAPÍTULO II
Objetivos da Educação Ambiental
2.1 – preliminar do capítulo II
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Este capítulo refere-se ao que se propõe a educação ambiental atual,
que é atualizar os profissionais da área pedagógica, para torná-los
verdadeiros Educadores Ambientais e multiplicadores, levando o máximo de
pessoas a terem contato com o tema, utilizaremos os seguintes autores para o
aporte proposto: Gusmão, Loureiro, Berna.
2.2 - Objetivo da Educação Ambiental.
Não adianta colocar um policial atrás de cada pessoa para que ela não
jogue papel no chão, não solte balão, não jogue pilhas na rua, não corte
árvores, não capture nem compre pássaros silvestres, o grande desafio da
educação ambiental é atualizar os educadores, para que consiga mudar a
mentalidade de seus alunos, conseguindo cultivar novos valores éticos e
ambientais, melhorando a qualidade de vida social e ambiental, são os
objetivos da Educação ambiental.
Mas não se trata apenas de copiar do quadro negro o que é buraco na
camada de ozônio ou efeito estufa, educação ambiental é, sobretudo provocar
mudanças de comportamento, na escola e na vida. Não podemos ter uma
única cadeira com conceitos ecológicos, e as demais ignorarem
completamente os ecossistemas e as relações da sociedade com o meio
ambiente, praticar cotidianamente a cidadania ecológica e a consciência
ecológica dentro e fora das salas de aula é dever da escola e seus
educadores, ambos devem estimular a escola e alunos a estudar, defender e
fiscalizar as lagoas, encostas, rios e manguezais, nos respectivos bairros e
municípios.
A educação ambiental deve ser diversificada, alunos do interior devem
ter uma explicação teórica e pratica sobre seu cotidiano, como desmatamento,
agrotóxico e assoreamento fazendo trabalhos em parceria com sua
comunidade e família. Já os alunos urbanos devem conhecer mais sobre
poluição industrial, poluição do ar, reciclagem e degradação ambiental,
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escolas e educadores devem estimular coleta seletiva de lixo na escola e entre
os alunos, promoverem gincanas de reciclagem, replantio nas encostas e
áreas desmatadas. Este é o único caminho para que a educação ambiental e
as novas gerações têm para defenderem com consciência o restante do
patrimônio ambiental e o futuro do planeta.
A Educação Ambiental é o conjunto de processos pelos quais os
educadores e a coletividade se apropriam dos conhecimentos necessários
sobre o espaço em que vivem e sobre os meios para melhorá-lo, desde o
presente, preservando-o para as futuras gerações.
O objetivo fundamental da Educação Ambiental é suscitar mudanças de
comportamento na sociedade: os indivíduos devem construir enquanto grupo
social, valores, novos conhecimentos, atitudes e habilidades indispensáveis
para a conservação do meio ambiente, patrimônio coletivo essencial a vida
saudável e para a construção de uma sociedade auto-sustentável.
A educação ambienta é direito de todos. De modo formal, como
componente permanente da educação em todos os níveis e modalidades,
através de práticas educativas voltadas para mobilização e participação da
sociedade e suas organizações, na defesa da qualidade de vida e do meio
ambiente.
Imaginemos que uma cidade que tenha um rio poluído e deseje salva-lo.
Pode partir de um professor e uma escola a iniciativa de mobilizar outras
escolas e a comunidade para a elaboração de um projeto de educação
ambiental com esse objetivo especifico, podem, por exemplo:
Iniciar uma campanha para que as pessoas deixem de jogar lixo no rio;
Investigar se há indústrias que despejam dejetos no rio; Entrar em contato com
institutos de pesquisas, faculdades e ONGS para verificar novas tecnologias
limpas e alternativas; Investigar se o esgoto da cidade é despejado sem
24
tratamento adequado; Elaborar um documento com fotos para entregar as
autoridades competentes e exigir as providencias necessárias, comprovando
que a comunidade esta fazendo sua parte e fiscalizara a atuação dos órgãos
competentes.
A Educação Ambiental por ser uma responsabilidade de todos, será um
tema transversal, isto é, uma preocupação de todos os professores, escolas e
comunidade onde a escola esta inserida. Os professores das varias
disciplinas e a direção da escola estará empenhada na construção de um
projeto pedagógico que inclua a problemática ambiental local, como: se
próximo à escola há um manguezal, o professor de biologia pode trazer para
sala de aula textos sobre a importância dos manguezais, a escola pode
convidar pessoas que vivam da cata caranguejos, pescadores entre outros
para falarem aos alunos sobre o seu cotidiano, e como dependem do
ambiente limpo para sua sobrevivência. Outro exemplo seria um deposito de
lixo perto da escola ou da comunidade, porque lixo é um problema de todos.
Professores e alunos da região podem levantar, em parceria com outras
entidades, as doenças mais comuns que acometem as pessoas que vivem
nas proximidades dos lixões. A comunidade deve se reunir na escola para
tomar conhecimento dos resultados da pesquisa e convocar os órgãos
responsáveis para fornecer dados sobre a qualidade da água no local, o nível
de contaminação possível pelo chorume. A partir das conclusões sobre os
problemas causados pelos depósitos de lixo, os professores podem elaborar
junto a escola um projeto de coleta seletiva e divulgar para a comunidade com
grandes possibilidades de se integrarem ao projeto pelas vantagens que o
projeto oferece.
Há várias entidades não governamentais e instituto de pesquisa que
podem levar para a escola os conhecimentos técnicos e experiências já bem
sucedidas de coleta seletiva.
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Depois que a comunidade estiver interagindo com o colégio e fazendo
sua parte, ela terá grande legitimidade para exigir da prefeitura um programa
municipal de coleta seletiva.
Numerosas doenças, inclusive certos transtornos mentais, tem origem
em problemas ambientais, como, a poluição sonora, poluição do ar, poluição
das águas, falta de saneamento básico, falta de opções de lazer em contato
com a natureza equilibrada, entre outros.
O desmatamento e a falta de coleta seletiva adequada do lixo permitem
a proliferação de mosquitos e moscas inclusive o mosquito da dengue.
A falta de política urbana e habitacional voltadas para a população mais
carente faz com que sejam habitadas as encostas aumentando o
desmatamento e o processo de aumento das favelas.
Existem alguns passos necessários para um professor ou uma escola
elabore um projeto permanente de educação ambiental.
Reunir os possíveis parceiros para discutir a elaboração do projeto,
entre os membros da escola e da própria comunidade. Há muitos pais de
alunos que se interessaria em participar, alem de comerciantes locais e
igrejas;
Listar com os parceiros as questões e os problemas ambientais que
mais mobilizam a comunidade, verificando as prioridades.
Escolher a questão ou conjunto de questões afins que mais se prestam
a serem objeto de um projeto permanente de educação ambiental,
Priorizar os temas mais emergentes para a comunidade na qual a
escola esteja inserida. Uma escola situada no entorno da Baía de Guanabara
26
deverá priorizar nas suas atividades pedagógicas o conhecimento e a
proteção da Baía, trabalhando textos diversos, fazendo gincanas e atividades
que tratem deste assunto. As escolas situadas perto de lagoas e rios devem
adotar, em seus trabalhos pedagógicos, a proteção, a defesa e a recuperação
desses corpos hídricos. Nas escolas rurais, será imprescindível trabalhar
temas como agrotóxicos, combate a desertificação, proteção de corpos
hídricos e combate as queimadas entre outros. Se há um deposito de lixo
químico próximo, a escola devera abordar esta questão, que se tornara
prioritária em relação as outras, devido à ameaça e riscos aos quais a
comunidade local fica exposta.
Listar as instituições que detenham os conhecimentos necessários para
serem buscadas pelo grupo; Sistematizar as fontes e as informações:
bibliografia, sites, pessoas e arquivos; escolha do objeto; elaboração do
projeto passo por passo, definindo objetivos (gerais e específicos) e metas a
serem atingidas, cronograma de atividades, responsáveis por cada etapa e
tarefa, critérios de avaliação e replanejamento, dificuldades possíveis e
estratégias para enfrentá-las.
27
2.3 – Carta aos professores.
Professor pode não se considerar um ecologista na acepção da
palavra, mas naturalmente gosta da natureza e não acha bom quando a
destroem. Mas o que fazer? Os poluidores costumam argumentar que a
poluição é o preço do progresso. Mas será que existe só esse tipo de
progresso? Claro que não! E depois e progresso é para gerar
desenvolvimento e bem estar, por isso não se justifica que prejudique a saúde
da população com poluição do meio ambiente. Esse tipo de progresso não é
progresso é atraso.
Então a primeira coisa a fazer diante de uma agressão a natureza é não
ficar calada. A Constituição nos garante que o meio ambiente preservado é
direito de todos. Precisamos nos organizar para garantir nosso direito ao meio
ambiente limpo, para nós e para os que virão depois de nós.
Mas como enfrentar problemas tão graves se é tão pouco? Pensando
assim, muita gente que poderia ajudar acaba ficando de fora. Se nenhum de
nós nunca começar, nunca tomar uma atitude pessoal e firme diante da
poluição do nosso meio ambiente, será sempre poucos. Mas você pode ajudar
a mudar isso a partir de sua sala de aula, com seus alunos.
Veja como ajudar, reveja seu planejamento escolar e introduza a
questão ambiental em todas as matérias do seu plano de aula. A educação
ambiental pode e deve estar presente em todas as matérias! Não só em
ciências, mas também na matemática, no português, na historia, na geografia,
nas artes e outras.
Encontra as maneiras de fazer isso é um desafio para você professor,
converse com seus colegas da mesma disciplina e de outras também,
28
estudem juntos as possibilidade de incluir a questão ambiental em cada item
do plano de aula. Usem a criatividade.
Será que aquele rio que passa ao lado da escola sempre foi poluído?
Onde ele começa a ficar poluído? Onde ele nasce? Que tipo de poluição suja o
rio? Quem suja mais? Como fazer para defender os rios? São perguntas que
só podem ser respondidas botando o pé no chão, marcando dia e hora com
sua turma para todos fazerem isso em equipe, isso é só um exemplo das
muitas possibilidade que você pode vivenciar com seus alunos. Mas para isso
acontecer você deve primeiro vencer algumas barreiras como, por exemplo:
”fazer atividades com alunos fora da sala de aula, é complicado e da muito
trabalho se em sala de aula eles já não obedecem direito imagina na rua”Se
precisar fazer a atividade num fim de semana ou feriado é ainda pior: “Sábado
não é meu dia de trabalho, portanto não vou me prejudicar”; ou então: não
tenho tempo”, são alguma justificativas usadas.
Como se a conquista de nossos direitos precisasse de pessoas
desocupadas. Pessoas desocupadas normalmente não se interessam por
coisa alguma, por isso são desocupadas. Tempo nós arranjamos,
administrando melhor nossa vida.
2.4 - Provérbio Árabe.
“Quando alguém quer fazer alguma coisa, sempre arranja um jeito.
Quando não quer fazer sempre arranja uma desculpa”! Por isso, estimule
seus colegas a vencer barreira, do contrario, a natureza vai ficar cada vez pior,
e os maiores prejudicados seremos nós próprios e aqueles que virão depois
de nós, como nossos filhos e netos.
Berna, 2001, Pg 50 à 52
29
CAPÍTULO III
Conceitos de educação ambiental
3.1 – Preliminar do capítulo III:
Este capítulo refere-se a formular uma base orientadora capaz de
realizar ações utilizando os conceitos básicos de educação ambiental para
uma melhor aprendizagem do ensino médio sobre ecologia, cidadania e
educação ambiental. Utilizaremos os seguintes autores para o aporte
proposto. Loureiro, Berna.
3.2 - Conceitos de Educação Ambiental:
A Educação Ambiental definida no Brasil a partir de uma matriz que vê
a educação como elemento de transformação social inspirada no dialogo, no
exercício da cidadania no fortalecimento do sujeito, na superação das formas
de dominação capitalistas e na compreensão do mundo em sua complexidade
e da vida em sua totalidade.
Numa perspectiva transformadora e popular de Educação Ambiental,
nos educamos dialogando com nós mesmos, com aquele que identificamos
como sendo de nossa comunidade, com a humanidade, com os outros seres
vivos e com o mundo transformando o conjunto das relações pelas quais nos
definimos como ser social.
A Educação foi sistematizada no país a partir de duas vertentes
consolidadas na década de 1970 e que atualmente se desdobram em novas
30
concepções e tendências: a pedagogia histórico-critica, inspirada em Marx,
Gramsci, Makarenko e Geoges Snyders, cujos nomes de Demerval Saviane,
Marilena Chauí, José Carlos Libâneu e Carlos Roberto Jamil se destacam e a
pedagogia literária, de Paulo Freire, Moacir Gadotti, Carlos Rodrigues
Brandão, dentre muitos outros educadores que também tiveram suas
formulações construídas no âmbito e em dialogo critico com a tradição
dialética, ed amplamente citados e homenageados por educadores
ambientais no Brasil e em outros Países.( Autores citados em Loureiro)
A Educação Ambiental não atua somente no plano das idéias e no da
transmissão de informação, mas no da existência, em que o processo de
conscientização se caracteriza pela ação com conhecimento pela capacidade
de fazermos opções, por se ter compromisso com o outro e com a vida.
Educar é negar o senso comum de que temos uma minoria conscientize
assumir uma postura dialógica, entre sujeitos, a educação é feita como outro
que também é sujeito, que tem sua identidade e sua individualidade a serem
respeitadas no processo do comportamento educacional.
A Educação Ambiental promove a conscientização na relação do eu e o
outro e o ambiente pela pratica social reflexiva e fundamentada teoricamente a
ação conscientizadora é mútua, e envolve a capacidade crítica de
transformação da realidade das condições sociais e ambientais.
Consideramos que a educação ambiental para uma sustentabilidade
equilibrada é um processo de aprendizagem permanente, baseada no
respeito a todas as formas de vida. Tal educação afirma valores e ações que
contribuem para a transformação humana e social e para a preservação do
Meio Ambiente. Ela estimula a formação de sociedades socialmente justas e
ecologicamente equilibradas, que conservem entre si relação de
interdependência e diversidade isso requer responsabilidade individual e
coletiva.
31
De acordo com Lopes (1980), referenciado em Loureiro os primeiros
fatores básicos da motivação humana são o hedonismo e o idealismo. O
primeiro explica que o homem não A participação no projeto de educação
ambiental traz facilidades para cada um dos parceiros, as quais de acordo
com o projeto, também são dinâmicas. Neste momento inicial, elas configuram
numa dimensão de comunicação, característica que é constante no âmbito do
projeto de educação ambiental.
Divulgação do nome da empresa vinculada a um projeto de educação
ambiental que é muito bom para a imagem da empresa participante, assim
essa empresa estará contribuindo e vinculando seu nome a um projeto
ambiental com ótimo conceito na mídia, rádio televisão, internet, jornais e
revistas.
A educação ambiental na escola contará com uma estrutura com sala
de vídeo, sala de teatro, sala de artesanato, sala de leitura e biblioteca
multimídia com professores treinados e capacitados em educação ambiental.
A educação ambiental e a escola contarão com possíveis parceiros,
Prefeitura Municipal, secretaria Municipal de Educação, Secretaria municipal
de Meio Ambiente, Secretaria Municipal de Cultura, Governo do Estado,
Ministério do Meio Ambiente, Ibama, empresas particulares que se
identifiquem com o projeto.
A avaliação faz parte de todo processo de ensino e aprendizagem. Mas
não deve se preocupar apenas se os objetivos foram ou não alcançados, a
avaliação nos permite conhecer o quanto se construiu nesta busca, e como o
educador deve proceder a partir daí.
32
Todo professor, quando trabalhando com educação ambiental deve ter
o cuidado para que o processo de avaliação contribua para o alcance das
informações, contribuindo para garantir uma melhor compreensão do Meio
Ambiente.
O professor deve ficar atento às atividades que provocam um impacto
positivo, isto é, que colaboram para ampliar o nível de conhecimento dos
alunos, sendo bem aceitas por ele. Quando dão certo determinadas atividades
podem sofrer uma adequação, permitindo que sejam usadas em outros
trabalhos. Já as que apresentarem dificuldades de entendimento e de
realização devem ser revistas ou substituídas.
Sempre que possível o professor deverá fazer adaptações, criar outras
atividades, como, passeios, caminhadas, visitas a museus, zoológicos, jardim
botânico precisam ser valorizados, tanto quanto pesquisas com textos,
músicas, desenhos e outro resultados positivos. O bom resultado dos
trabalhos promoverá a auto-estima dos seus alunos estimulando uma maior
participação e engajamento do aluno ao projeto de educação ambiental.
A Educação Ambiental pretende abordar e trabalhar os princípios de
Educação formal, aprofundando a prática de estudos ambientais promovendo
a avaliação das atividades de campo e buscando o aperfeiçoamento dos
resultados e suas diferentes formas de aplicar o trabalho, Assim, o professor
recebe uma bibliografia de apoio na montagem de oficinas questionários,
entrevistas e mensuração dos resultados entre outros.
Loureiro 2002, pág 23 a 25
33
CAPÍTULO IV
4.1 - Técnicas de educação ambiental.
Estas técnicas de educação ambiental, divulgadas pela cartilha
“Educação e Participação” podem ser de grande utilidade tanto dentro quanto
fora de sala de aula, pois possibilitam o encontro do aluno com o meio em que
vive, desenvolvendo sua postura de análise, reflexão, critica e ação, possibilita
ainda o contato direto e o reconhecimento dos espaços físicos, bem como o
encontro entre os que agem na mudança da sociedade e do meio natural.
Estudo do Meio:
Leva o aluno a estudar os diversos componentes da natureza e da
sociedade, tornando-o mais consciente da realidade em que se insere.
Consiste numa técnica de colocar o aluno em contato progressivo com todos
os elementos do ambiente em que vive e atua (escola, comunidade e o meio
físico), por meio de passeios ecológicos.
Objetivos:
O aluno deverá ser capaz de entra em contato com a realidade, por
intermédio de seus múltiplos aspectos, de modo objetivo e ordenado.
34
Conhecer o meio a fim de senti-lo, usá-lo e aproveita-lo; reconhecer os
aspectos negativos da sociedade, sem desenvolver rancores, porem de forma
coerente, visando à superação dos males de forma construtiva.
Planejamento I:
Deve ser realizado pelo professor com participação dos alunos, é
aconselhável um reconhecimento prévio do local a ser estudado. Com as
informações e observações obtidas, os professores devem analisar as
situações e escolher algumas para discuti-las com os alunos em função de
cada disciplina. Para a coleta de dados, tanto vale o relatório quanto
fotografias, entrevistas e consultas de arquivos. Os alunos devem atuar
agrupados em equipes, cientes e preparados para as tarefas a serem
cumpridas.
Execução:
Fazer coleta de dados, elaborarem o trabalho e tirar conclusões. Cada
grupo redigirá um relatório referente à tarefa e se informará dos relatórios dos
outros grupos, a fim de se obter uma visão global do meio estudado.
Apresentação:
Reunião para os grupos exporem e discutirem seus relatórios,
podendo-se usar diversas técnicas de apresentação como: Maquete, slides,
fotos, dramatização, painéis e jogral, tudo que possa enriquecer o aluno na
apresentação.
Estudo do caso.
35
Leva o aluno a averiguar co aprofundamento uma situação particular
que constitua principal ameaça ao meio a que pertence a sua comunidade e
refletir sobre ela a fim de contribuir para a solução. Por exemplo: Indústria
poluidora, fonte fixa de poluição, depredação ou destruição ambiental.
Objetivos:
Conhecer melhor o meio mediante o contato com a realidade; descobrir
aspectos particulares de um caso relevante na comunidade por intermédio de
pesquisa e reflexão; servir de veículo de integração entre várias disciplinas,
séries, escolas, comunidades e meio.
Metodologia:
Reconhecimento do meio a ser trabalhado para seleção do caso;
averiguação do campo e anotações; contatos necessários (entidades,
pessoas pertinentes ao assunto); planejamento global da aplicação técnica;
elaboração de instrumentos para coleta de dados; execução do planejamento;
análise dos dados coletados; apresentação dos resultados finais.
Planejamento II:
Direcionamento de conteúdo; qual a questão fundamental do caso? O
que será mais enfocado no estudo? Quais os problemas relacionados e
ocasionados por ele? Como isto esta afetando o meio? Quem são os
principais prejudicados e beneficiados? Como se processa e se processou o
problema e por quê? Quais as alterações ocorridas e que poderão ocorrer?
36
Resgate de imagens conservadas na memória, por meio do relato de
pessoa idosa ou experiente, da comunidade, aos alunos. Possibilita voltar a
sentir sensações de alegria e tristeza de fatos vividos, é conhecer, recriar,
reconstruir e retratar fatos ocorridos no passado e com visão crítica e de
análise, associar as mudanças do meio no decorre do tempo.
Objetivo:
Proporcionar ao aluno a possibilidade de em contato com o antigo
meio, utilizar o raciocínio abstrato e associar as mudanças do meio no
decorrer do tempo.
Procedimentos:
As pessoas escolhidas para a entrevista dos alunos devem ter raízes
antigas no bairro e apresentar tendência a conservar, ouvir, dialogar. Ao
entrevistado solicita-se:
Falar como nasceu como foi a infância; descrever a casa, a escola, o
quintal, o pomar, o trajeto da casa à escola, os professores e colegas, o
sistema de ensino; como foi criado o bairro, o que era o local antes (sítio,
fazenda, chácara), como era a disposição das casas na rua, no bairro, os
recursos que o bairro apresentava quanto às áreas de uso coletivo, como
jardins, praças, bosques, parques, áreas verdes; os rios, riachos, os córregos
que passam pelo bairro, se tinham águas límpidas, peixes; as pessoas os
utilizavam para recreação e abastecimento, e, hoje, com está?; os hábitos
alimentares; as festas religiosas e atividades culturais; como eram as políticas
e os políticos e se havia alguém que se interessava ou atuava em beneficio do
37
meio ambiente; qual atividade econômica principal, quis os produtos agrícolas
que existiam e quais perduram até hoje; atividade industrial instalada no bairro
e quais os benefícios e prejuízos que acarretou ao bairro, como barulho,
fumaça e poluição; atividade comercial instalada no bairro e quais os
benefícios e prejuízos decorrentes com a provável expansão do comércio; os
sistemas e meios de transporte; o sistema de comunicação e como as
pessoas faziam para informar-se. Ressalta-se que não a necessidade de ter
pressa ou qualquer outra linearidade na prosa. É interessante que a realização
da memória viva seja feita em conjunto com os estudos de caso e de meio.
Berna 2001, pág 45 a 49
4.2 – Oficinas de Educação Ambiental:
A educação ambiental e oficinas para utilização dos professores.
Propostas para oficinas de linguagem artísticas:
Oficina da palavra:
Tema: ambiente é vida.
Dinâmicas da oficina:
Apresentação do grupo:
Dinâmica coletiva de personagens desenhados a partir de elementos.
Corporais e criação de um nome derivado do seu próprio nome, jogos
brincadeiras tradicionais da cultura infantil, produção individual de um texto o
que poderia melhorar no seu bairro e leitura de textos ambientais, cada
integrante buscará novos texto ambientais, o grupo criará situações do seu
cotidiano, cada participante criará um poema sobre seu Ambiente, leitura
coletiva dos poemas Ambientais, discussão e escolha dos melhores poemas
relacionados ao Ambiente.
38
Propostas:
Identificar o patrimônio ambiental brasileiro como uma grande riqueza que
precisa ser defendida, identificar e compreender os problemas sócios
ambientais locais elabora propostas de resolução dos problemas ambientais
locais, a partir da ação sócio-educativa, identificar e compreender problemas
ambientais e sociais locais e construir a noção de que o ambiente é um todo,
formado pela interação de elementos naturais e criado pelo homem.
Construir a noção de que o ambiente é dinâmico, tanto pelas trocas de
matéria e energia que ocorrem nos processos naturais que mantêm a vida
quanto pela interação dos seres humanos com estes processos.
Construir a noção de que o equilíbrio do ambiente é fundamental para
sustentação da vida em nosso planeta e sensibilizar os jovens para a defesa
do ambiente e da vida.
Aprofundar a prática da pesquisa e suas diferentes formas de
produção. Assim, o educador receberá uma bibliografia de apoio na
confecção de questionários, entrevistas, mensuração dos resultados das
dinâmicas aplicadas entre outros.
Desenvolvimento da oficina.
Reapresentação do grupo.
Dinâmica em dupla, os participantes entrevistarão um ao outro,
seguindo um roteiro: nome, idade, procedência o que gosta na natureza e
quais riquezas e problemas de sua comunidade. Em seguida cada
entrevistador apresentará o seu entrevistado para o grupo que colocará o
resultado de sua entrevista e assim continuamente, relaxamento, jogos
brincadeiras tradicionais com o tema ambiental.
39
Atividade de criação de noticias de sua comunidade, formação de
quatro grupos que deverão criar uma noticia a partir da leitura e de imagens
que mostram as riquezas e os problemas da realidade brasileira, jornais e
revistas, leitura coletiva dos textos produzidos encenando um jornal de
verdade, organizar um grupo para apresentar um noticiário no final da oficina,
desempenho, apresentadores, entrevistados, repórteres encenando um jornal
de verdade, falando sobre problemas em sua comunidade.
Oficina de artes Plásticas:
As manifestações artísticas são exemplos vivos da diversidade do povo
brasileiro, através da arte os homens expressam questões fundamentais:
Falam e problemas sociais e políticos, de sonhos, experiências sociais,
ambientais entre outras. Sendo assim, ao se abordarem questões ecológicas
através das linguagens artísticas, pretendemos propiciar uma aprendizagem
que estabeleça interfases entre a experiência concreta, reflexões teóricas e
praticas. A oficina de artes tem como objetivo gerar através de produções
artísticas bi e tridimensionais, a identificação, a problematização e a busca de
soluções formuladas pelos jovens participantes para questões sobre a vida e o
ambiente.
Estratégia:
Modelagem de animais e planetas com argila, exploração da
composição tridimensional, fabricação de papel reciclado, a importância da
reciclagem, elaboração de historias em quadrinhos sobre temas ambientais,
água, lixo e a importância de reciclar, Pintura sobre painel usando mãos sobre
tela e criar instrumentos musicais com material reciclado.
Projeto protetores da vida 2000 Pág 61 a 6
40
CONCLUSÃO
Segundo os autores aqui citados nesta monografia todos sabem dos
problemas ambientais que estão acontecendo pelo mundo, são enchentes,
maremotos, terremotos, nevascas e os ciclones. O clima na terra ficou louco
sabem que isso tudo tem haver com o desmatamento excessivo das florestas,
o alto consumo de combustíveis fosseis aumentando a temperatura da terra
causando este desequilíbrio ecológico. Mesmo com todas as informações as
pessoas não internalizaram ainda a necessidade de cuidar e preservar o Meio
Ambiente.
Por isso a necessidade de haver uma divulgação maior da Educação
Ambiental espalhando pelo País e pelo mundo uma melhor consciência
ecológica, não tirando a necessidade de colocar a Educação Ambiental como
matéria obrigatória no ensino fundamental, médio e universitário.
41
Depois de pesquisar, ler, conhecer alguns autores de educação
ambiental, verificamos a importância do trabalho realizado pelos professores,
muitas vezes sem nenhum apoio ou estrutura, mais como orientadores
aguerridos e conscientes da importância do trabalho de ajuda e educação
ambiental conseguem um bom trabalho de conscientização, aplicados em
escolas carentes da rede municipal e comunidades.
A educação ambiental é um trabalho de formiguinha, é literalmente
remar contra correnteza, mas como, os professores aguerridos e
determinados que consigam enxergar os resultados de um bom trabalho de
educação ambiental, e o resultado é muito gratificante para ambas as partes.
O tema Ambiental ainda esta em foco e as pessoas estão mais
conscientes com seus direitos e deveres junto a sua comunidade e
conseqüentemente com o meio ambiente. Isto facilita a introdução de um
projeto de educação ambiental desta natureza em qualquer escola.
Com o apoio da sociedade, empresas particulares, prefeitura,
secretaria de Educação, Secretaria de Meio Ambiente, Órgãos Federais,
Estaduais e ONGS, em parceria com escolas, todos trabalhando em parceria
em prol de um projeto de Educação Ambiental os resultados podem ser
excelentes, ai poderemos evitar em um futuro bem próximo problemas que
veremos a seguir.
O cataclismo do sudeste da Ásia colocou em pauta o fim do mundo ou
um possível fim da espécie humana. E com razão, pois não se trata de
fantasmas mas de sinais verdadeiros e perturbadores. Biólogos Cientistas e
Ambientalistas afirmam que nos dias de hoje a evolução biológica marcha em
ritmo acelerado para uma grave instabilidade. De certa forma, o nosso tempo
lembra uma daquelas importantes rupturas na evolução, assinadas por
extinções em massa a causa desta instabilidade vem de um enorme asteróide
que é a espécie humana. Desde que surgiu o homo habilis há mais de dês
42
milhões de anos vem desequilibrando sua relação com a natureza. Até
quarenta mil anos atrás os danos ecológicos eram insignificantes. Mas a partir
desta data começou um assalto sistemático à biosfera, porque foram
desenvolvidos instrumentos que tornaram bem sucedida a dominação da
natureza.
Em poucos milhares de anos os caçadores extinguiram os Mamutes,
as Preguiças gigantes entre outros mamíferos pré-históricos. Nos dias atuais,
este processo se agravou a ponto de unualmente se extinguem milhares de
espécies de vegetais e animais por causa da ação humana.
Existe uma taxa de extinção de fundo que é normal, cerca de duzentas
espécies por ano, estimasse que o numero das espécies esteja entre dez e
cem bilhões, embora catalogada cheguem só a 1,4 milhões. Destas uma a
cada treze minutos desaparece devido à agressão sistemática de nosso estilo
de vida desperdiçador e depredador. Só no Brasil provavelmente
desaparecem quatro espécies por dia.
Há 2 milhões de anos que estamos na idade do gelo. A atual fase
interglacial quente começou há 18 mil anos e prossegue. Conforme os
padrões do passado deveríamos ingressar em num novo período de
resfriamento, entretanto alterou a natureza da atmosfera. Como ozônio e o
dióxido de carbono gases importantes para o desequilíbrio de todo o
ecossistema devido as indústrias, as queimadas e a grande quantidade de
veículos no planeta produzem o aquecimento global, efeito estufa, os degelos e
os tufões. Se nos últimos decênios a temperatura aumentar 10 graus, os
oceanos se elevarão setenta e três metros, e ocorreria uma catástrofe
inaudita. Acrescentando os buracos na camada de ozônio que deixam de
bloquear a radiação ultravioleta que produz câncer de pele, e afeta o código
genético também extinguindo várias espécies de animais e vegetais.
43
A este problema acresce a carência de água potável e a super
população que já ocupou 83% do planeta depredando-o, poderão os seres
humanos viverem juntos em uma só casa comum? Não somos seres pacíficos,
mas extremamente agressivos faltos de cooperação e de cuidado. Se as
coisas continuarem do jeito que está podemos nos liquidar ainda neste século.
Catástrofe como os do sudeste da Ásia e a dos Estados Unidos nos fazem
pensar em ter mais responsabilidade com o meio ambiente, se não acharmos
uma solução rápida, coletiva e racional, a seleção natural o fará
irracionalmente contra nós. Essa é a lição que a história da vida nos ensinou e
ensina diariamente.
ANEXO I
Legislação da Educação ambiental
Segundo a lei 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a política nacional de
Educação Ambiental, da qual, no que se refere ao objeto do presente texto,
destaca-se o seguinte trecho:
“Art.3º – Como Parte do processo educativo mais amplo, todos tem direito a
educação ambiental [...]”.
Art.4º - são princípios básicos de Educação Ambiental: [...]
44
I – o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;
II – a concepção de meio ambiente em sua totalidade, considerando a
independência entre o meio natural, sócio-econômico e o cultural, sob enfoque
da sustentabilidade;
III – o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter,
multi e transdisciplinaridade;
IV – a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;
V – a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;
VI – a permanente avaliação crítica do processo educativo; [...]
VIII – o reconhecimento e o respeito á pluralidade e a diversidade individual e
cultural; [...]
Art. 5º – São objetivos fundamentais da educação ambiental:
I – o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em
suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos,
psicológicos, legais,políticos, sociais,econômicos, científicos,culturais e éticos;
II – a garantia de democratização das informações ambientais;
III – o estimulo e o fortalecimento de uma consciência critica sobre o problema
ambiental e social;
45
IV – O incentivo a participação individual e coletiva, permanente e responsável,
na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da
qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício de cidadania; [...]
VII – O fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e
solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade; [...]
Art. 10º – A educação Ambiental será desenvolvida como uma pratica
educativa integrada, continua e permanente em todos os níveis e modalidades
do ensino formal.[...]
3§ – Nos cursos de formação e especialização técnico-profissional em todos
os níveis deve ser incorporado conteúdo que trate da ética ambiental e das
atividades profissionais a serem desenvolvidas”.
Minc, 2002, pág 02 à 08
ANEXO II
Os Princípios da Educação Ambiental
1. A vida depende do Ambiente, o ambiente depende da gente, a gente
defende o ambiente.
2. O meio ambiente nos da tudo e não nos pede nada, só o respeito.
3. A natureza é vida precisamos planejar e entender, para não degradar.
46
4. Entendendo o meio ambiente respeitaremos nossas diferenças.
5. Todos têm o direito ao meio ambiente saudável, sem distinção de raça
cor ou credo.
6. Não poluir, não desmatar, não devastar, não capturar, precisa
preservar.
7. Desenvolvimento sustentável é uma das maneiras de preservar.
8. Evitar desperdício, reciclar é fundamental.
9. A educação é o caminho para a conscientização ambiental.
10. Mais ações ambientais, e menos discursos.
11. Para viver em harmonia mais cidadania, moradia, empregos, saúde,
educação.
12. Virtudes: respeito, união, amor, solidariedade, responsabilidade.
Projetos protetores da vida 2000 Pág 09 a 56
Bibliografia
SERGIO Vilson de Carvalho Educação Ambiental e Desenvolvimento
Comunitário: ED. WAK.
CARLOS F.B. LOUREIRO. Trajetória e fundamentos da Educação Ambiental
ED. Cortez.
47
DIAS,G.F. Educação Ambiental: Princípios e Práticas.
BERNA.V. Como Fazer Educação Ambiental.
ED. Paulus
Minc, Carlos. A consciência Ecológica no Brasil. Caderno CEDE 29-
Educações Ambiental 1993.
ÍNDICE
Introdução 08
Capítulo I
Educação Ambiental 09
48
1.1 – preliminar do capítulo I 14
1.2 Educação Ambiental Atual 14
1.3 - Contextualização 17
Capitulo II
2.1 – Preliminar do Capítulo II 20
2.2 - Objetivos da Educação Ambiental 20
2.2 - Carta aos professores 25
Capitulo III
3.1 – Preliminar do capítulo III
3.2 - Técnicas de educação ambiental 27
3.3 - Conceitos de Educação Ambiental 27
Capitulo IV
4.1 - Técnicas de Educação Ambiental 31
4.2 – Oficinas de Educação Ambiental 35
Conclusão 39
Anexo I 42
Anexo II 44
Bibliografia 45
Ìndice 46