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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A MELHORIA NA QUALIDADE DE VIDA. Por: Adriana Aguiar Esteves Orientador: Prof. Francisco Carreira Rio de Janeiro 2011 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

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1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NA CIDADE DO

RIO DE JANEIRO E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A MELHORIA

NA QUALIDADE DE VIDA.

Por: Adriana Aguiar Esteves

Orientador:

Prof. Francisco Carreira

Rio de Janeiro

2011

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

2

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NA CIDADE DO

RIO DE JANEIRO E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A MELHORIA

NA QUALIDADE DE VIDA.

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em.Gestão

Ambiental.

Por: Adriana Aguiar Esteves

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela força que

tem me dado para superar as

dificuldades e seguir em minha

empreitada e aos meus amigos que me

proporcionaram momentos de

descontração.

4

DEDICATÓRIA

Dedico à todos que de alguma forma

contribuíram pra a elaboração desta

monografia, em especial ao Chuk e a Tina

que me apoiaram nos momentos mais

dificieis.

5

EPÍGRAFE

“Todos têm direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado, bem de uso

comum do povo e essencial à sadia

qualidade de vida, impondo-se ao poder

público e à coletividade o dever de

defendê-lo e preservá-lo para as

presentes e futuras gerações”.

(Constituição Federal, cap VI art 225).

6

RESUMO

Este estudo pretende responder ao seguinte problema: Como o Gerenciamento de RSU pode contribuir com a melhoria da Qualidade de vida da População do Município do Rio de Janeiro? Para tanto aborda as forma de gerenciamento dos resíduos sólidos na zona urbana da cidade do Rio de Janeiro, destacando as várias alternativas utilizadas para isto, bem como salienta a necessidade de mudanças de hábito dos cidadãos para a contribuição na melhoria da qualidade de vida.

A pesquisa foi realizada através de uma revisão bibliográfica, na qual foi feito um levantamento da quantidade de RSU na Cidade do RJ, além de identificar quais os tipos de resíduos e que destinos são dados a eles, como fundamentação teórica utilizamos a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

7

METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho foi feita uma revisão bibliográfica,

pesquisas na Internet e palestras.

Foi realizada num primeiro momento uma identificação dos materiais

que são considerados resíduos sólidos urbanos, e também um levantamento

da quantidade média de resíduos produzido na cidade do Rio de Janeiro,

através das coordenadorias responsáveis pela a Limpeza e Urbanismo na

Cidade do Rio de Janeiro – Comlurb e o IBGE1 .

Após essa primeira fase, foi feita uma análise comparativa entre as

alternativas para o gerenciamento dos resíduos e seu produto final.

Por fim, apresentamos os benefícios da utilização das mesmas como

uma fonte de geração de renda e uma melhoria da qualidade de vida.

Utilizamos como referencial teórico a Política Nacional de Resíduos

Sólidos (PNRS), aprovado pelo Senado em 02 de Agosto de 2010.

Após um breve estudo do tema, apresentamos os seguintes problemas:

Como o Gerenciamento de RSU pode contribuir com a melhoria da

Qualidade de vida da População do Município do Rio de Janeiro?

Tendo como objetivo central: Reunir informações sobre a geração,

coleta e reciclagem de resíduos sólidos urbanos; e os seguintes objetivos

específicos:

• Identificar os tipos de resíduos gerados na zona urbana

• Levantar a quantidade média de resíduos sólidos produzidos na cidade do Rio de Janeiro

• Promover uma consciência ecológica na sociedade.

1 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

8SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................. CAPÍTULO I...................................................................................................... 1 – A CIDADE E SEUS RESÍDUOS................................................................. 1.1 – O Que é Resíduo Sólido Urbano (RSU) e Lixo........................................ 1.2 – A Origem e a Composição dos Resíduos Sólidos Urbanos..................... 1.2.1 – Carnaval 2011 na Cidade do Rio De Janeiro....................................... 1.3 – População Carioca X RSU....................................................................... 1.3.1 Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos na Cidade do RJ............ 1.3.2. Lixo Extraordinário.................................................................................. 1.4 – Panorama do Lixo Domiciliar e do Lixo Público na Zona Urbana da Cidade do Rio de Janeiro no Período de 2003 a 2007..................................... CAPÍTULO II...................................................................................... 2 Problemas Gerados e as Possíveis Soluções Alternativas.............. 2.1 Problemas Gerados.................................................................................... 2.2 Gerenciamento de Resíduos e Gestão Integrada de Resíduos................ 2.3 Tecnologias de Tratamento do Resíduo Sólido Urbano.......................... 2.3.1 Coleta Seletiva e Reciclagem................................................................ 2.3.2 Usinas de Triagem e Compostagem..................................................... 2.3.3 Usinas de Gaseificação e Incineração.................................................. 2.3.3.1Utilização do Gás do Lixo (Gdl)............................................................. 2.4 Disposição Final dos Resíduos Solidos Urbanos..................................... 2.4.1 Aterros Sanitários, Área de Deposição e Descarte................................ 2.5 Educação Ambiental................................................................................. Capítulo III......................................................................................... Sustentabilidade: Ciclo Produtivo...................................................... 3.1 Legislação E Normas Técnicas Pertinentes............................................... 3.2 Responsabilidade Econômica, Social E Ambiental.................................... 3.3 – Consciência Ecológica............................................................................. 3.3.1 Projetos E Cooperativas.......................................................................... Conclusão......................................................................................... Índice de Figuras Gráficos e Tabelas................................................

Anexo I.............................................................................................. Anexo II............................................................................................. Bibliografia.........................................................................................

9 9 12 12 12 14 19 19 19 24 24 28 28 28 29 33 34 37 39 41 42 42 46 49 49 49 53 56 57 60 61

62 63 64

10

INTRODUÇÃO

Logo após a Segunda Guerra Mundial deu-se inicio à vários estudos que

pudessem levar ao impulsionamento da economia, Victor Lebow, analista de

vendas, articulou uma solução que seria a norma de todo o sistema, ele disse:

“ A Nossa enorme economia produtiva exige que

façamos do consumo nossa forma de vida, que tornemos

da compra e o uso de bens em rituais, que procuremos

nossa satisfação espiritual, satisfação do nosso ego, no

consumo, precisamos que as coisas sejam consumidas,

destruídas, substituídas e descartadas em um ritmo cada

vez maior” (VICTOR LEBOW, 1955)

Baseado na análise de Victor Lebow (1955), conselheiros

Governamentais, começaram investir em bens de consumo cada vez mais

descartáveis através da obsolescência planejada (criado para ir ao lixo) e da

obsolescência perceptiva (o ato de nos convencer a jogar fora coisas que

ainda são perfeitamente úteis, um grande exemplo: A moda).

Segundo Meszáros,(2002) podemos observar que com a crescente

participação das máquinas na sociedade e nos meios de produção, cria-se a

necessidade de sua constante atualização exigindo que se tornem mais

modernas. Nota –se que em alguns casos, muito antes do término de sua vida

útil elas já se encontram obsoletas. Uma tendência geral passa a ser a

produção em larga escala e a competição faz com que o bem se torne vezes

menos durável e que seja mais barato comprar um novo do que tentar

reaproveitá-lo, Segundo Meszáros (idem) é um desperdício de recursos sob a

pressão de taxa de utilização decrescente. Um fato difícil de definir é o que a

sociedade denomina lixo. “taxa de utilização decrescente assumiu uma posição

de domínio na estrutura capitalista do metabolismo socioeconômico, ao

obstante que no presente quantidades astronômicas de desperdícios precisem

ser produzidas para que se possa impor a sociedade algumas das

manifestações mas desconcertantes” (MESZÁROS,2002)

11Observamos que através de novas técnicas de industrialização, do

aumento populacional e da febre de consumo que impera no mundo, onde

cada pessoa busca incansavelmente satisfazer seus desejos e necessidades,

estamos transformando cada vez mais recursos naturais em bem de consumo.

(DIAS,2007) Com isso podemos ver a incompatibilidade entre progresso

empresarial e desenvolvimento natural humano. Outra conseqüência deste

processo são os deslocamentos populacionais advindos da degradação do

meio em que vivem para as grandes cidades em busca de melhor qualidade de

vidas, e acabam sujeitando a subempregos e a mercado informal, condições

insalubres de emprego, longas horas de trabalho, tudo para manter os baixos

preços dos produtos e impulsionar as vendas. (LEONARD, MESZÁROS.). É

importante ressaltar que este sistema não afeta somente a natureza e o nosso

meio, mas toda a rede de relações o que acontece em um nível do sistema

afeta a todos.

E nesse processo geramos de forma direta e indireta uma série de

resíduos e criamos uma situação que se não adotarmos medidas que visem a

redução, a reutilização e a reciclagem destes resíduos, em pouco tempo não

teremos mais recursos naturais necessários à produção de novos bens de

consumo e transformaremos o mundo em um verdadeiro lixão.

A Questão central deste trabalho é Reunir informações sobre a geração,

coleta e reciclagem de resíduos sólidos urbanos abordando aspectos como: os

problemas gerados e as possíveis soluções alternativas.

Alguns dos problemas são plenamente visíveis, revelam um extenso

comprometimento da qualidade do ambiente e da paisagem local, mas

dificilmente podem ser quantificados. É o caso dos prejuízos ás condições de

tráfego de pedestres e de veículos, já os problemas relacionados a drenagem

urbana são mais extensos, ocorrendo desde o escoamento superficial,

causando entupimento ou assoreamento de cursos d’água, de bueiros e

galerias (com conseqüentes enchentes) e a degradação das áreas urbanas e

da qualidade de vida da sociedade. Dessa forma os grandes centros sofrem

12constantemente com perdas particulares decorrentes de enchentes que se

tornam inevitáveis, e impactos em longo prazo, como o resultante da

persistente ocupação das áreas naturais, várzeas, e outras regiões de baixada.

A preocupação daqueles que habitam o centro urbano cresce a cada dia.

Desta forma é imprescindível saber que existem maneiras de diminuir o

impacto ambiental e, sobretudo no que diz respeito aos resíduos sólidos, que

aumenta de volume a cada dia. Assim passa a ser uma questão de cidadania

propor alternativas para que a sociedade trate de maneira menos impactante

ao meio ambiente e a si mesma, o que atualmente é rejeito. “O Fechamento do

ciclo produtivo a partir da reciclagem de resíduos, com o desenvolvimento de

tecnologias que resultem em produtos com desempenho técnico adequado e

que sejam economicamente competitivas nos diferentes mercados é um

desafio de fundamental importância.” (DIAS,R., 2007)

Segundo Annie Leonard (2005) através do vídeo a “historia das coisas”

nós precisamos: enxergar as ligações do panorama geral do ciclo da

“economia de materiais”; reivindicar e transformar este sistema linear em algo

novo, um sistema que não desperdice recursos ou pessoas, pois precisamos

nos livrar da antiga mentalidade de usar e jogar fora. Segundo Annie (idem)

existe uma nova escola de pensamento neste assunto e é baseado na

sustentabilidade e na equidade, através da química verde, zero resíduos,

produção e ciclo fechado, energias renováveis, economias locais vivas.

13

CAPÍTULO I

A CIDADE E SEUS RESÍDUOS

A geração de desperdício em âmbito nacional é reflexo da adoção de

um desenvolvimento permeado em um alto padrão de consumo

(MESZÁROS,2002). Desta forma a sociedade é responsável pela produção

contínua de bens (quase) descartáveis.

1.1 – O que é Resíduo Sólido Urbano (RSU) e Lixo

O senso comum entende que lixo é qualquer objeto sem valor ou

utilidade, ou detrito oriundo de trabalhos domésticos, industriais, etc. O que se

joga fora (HOUAISS,2001). Uma conceituação mais elaborada expressa o lixo

como resíduo sólido urbano produzido individual ou coletivamente, pela ação

humana, animal ou fenômeno naturais, nocivos à saúde, ao meio ambiente e

ao bem estar da população urbana, não enquadrada como resíduos especiais.

(KAPAZ,2001). O Conceito de resíduos sólidos dada pela Associação

Brasileira de Normas Técnica NBR 10.004 (ABNT, 2004).

“... resíduos nos estados sólidos e semi-solidos

que resultem de atividades da comunidade de origem:

industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de

serviços de varrição. Ficam incluídos nesta definição os

lodos provenientes de sistema de tratamento de água,

aqueles gerados em equipamentos e instalações de

controle de poluição, bem como determinados líquidos,

cuja a particularidade tornem inviável o seu lançamento

na rede publica de esgoto ou corpos de água, ou exijam

para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis

em face de melhor tecnologia disponível” (ABNT-2004)

Segundo (FARIA,2002), esta definição é muito ampla e pode estar

equivocada ao incluir líquidos como resíduos sólidos. Sob sua percepção lixo é

14todo e qualquer resíduo resultante das atividades diárias do homem na

sociedade. Estes são na maior parte restos de alimentares, papeis, papelões,

plásticos, trapos de tecido, madeiras, latas, vidros, poeiras, bem como outras

substâncias descartadas de forma consciente.

De acordo com o artigo 13 da Política Nacional de resíduos Sólidos2, os

resíduos sólidos tem a classificação quanto a origem: incluem o resíduo

domiciliar gerado nas residências, o resíduo comercial, produzido em escritórios,

lojas, hotéis, supermercados, restaurantes e em outros estabelecimentos afins,

os resíduos sólidos de serviços, oriundos da limpeza pública urbana, além dos

resíduos de varrição das vias públicas, limpezas de galerias, terrenos, córregos,

praias, feiras, podas, capinação;

“a) resíduos domiciliares: os originários de atividades

domésticas em residências urbanas;

b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição,

limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços

de limpeza urbana;

c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”; (art 13, Lei 12.305 – PNRS, 2010)

E quanto à definição de rejeitos ou lixo, são resíduos sólidos que depois

de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por

processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis não apresentem

outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada.

(PNRS,2010)]

A palavra Lixo, no dicionário, é definida como sujeira, imundice,

coisa ou coisas inúteis, velhas, sem valor. Lixo, Ana linguagem técnica, pe

sinônimo de resíduos sólidos e é representado por materiais descartados pelas

atividades humanas (FIGUEIREDO,1994).

2 “Lei nº12.305, de 02 de agosto de 2010, Institui a Politica Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9605, de 12 de fevereiro de 1998.”

15Nas atividades de gerenciamento de resíduos, a NBR 10.004 é uma

ferramenta imprescindível, sendo aplicada por instituições e órgãos

fiscalizadores. A partir da classificação estipulada pela Norma, o gerador de

um resíduo pode facilmente identificar o potencial de risco do mesmo, bem

como identificar as melhores alternativas para destinação final e/ou reciclagem.

Esta nova versão classifica os resíduos em três classes distintas: classe I

(perigosos), classe II (não-inertes) e classe III (inertes).

1.2 – A Origem e a Composição dos Resíduos Sólidos Urbanos

Segundo o IBGE em 2010 foram produzidas 8.800 toneladas de lixo

diariamente no município do Rio de Janeiro , sendo que destes

aproximadamente 23,8% são lançados a céu aberto, 20,4% em aterros

controlados, 50,6% destinam-se ao aterro sanitários, 2% para a usina de

compostagem , 1,9% para a reciclagem e apenas 1,3% é destinado para a

incineração (IBGE,2010)

Dados de 2007 da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária

Ambiental revelam que apenas 5% dos municípios brasileiros tratam seu lixo

de forma adequada. Em 63% dos casos, o lixo é simplesmente jogado nos

corpos d”água e em 34% disposto em vazadouros ou “lixões” a céu aberto.

No anuário Estatístico do Brasil, preparado pelo Instituto Brasileiro de

Geografia E estatística – IBGE , é apresentado o número de municípios que

são atendidos por serviço de coleta de lixo, Segundo tais dados, em 2010, no

estado do Rio de Janeiro, possuímos 91 municípios sendo que todos estes

possuem limpeza urbana e coleta de lixo, sendo apenas 05 dos municípios que

apresentam coleta seletiva, onde destacamos o Rio de Janeiro.

O conhecimento da composição do lixo é imprescindível para o

planejamento de investimento em coleta, tratamento e disposição final de

resíduos. No que se refere à composição do lixo no município do Rio de

Janeiro , os dados do Gráfico 1 mostram sua composição média (COMLURB,

2007)

16

Composição do lixo coletado na cidade do Rio de Janeiro, segundo o componente, 2007

15%

17%

3%

2%57%

0%0%

2%

1%

0% 1%

0%2% 0%

Papel - Papelão

Plástico (2)

Vidro

Metal

Matéria Orgânica

Inerte total

Folha / flores

Madeira

Borracha

Pano - Trapo

Couro

Osso

Coco

Vela / parafina

Fonte: Companhia de Limpeza Urbana - COMLURB / Armazém de Dados - IPP

Gráfico 1 – Composição do lixo coletado na cidade do Rio de Janeiro,

segundo o componente, 2007

A produção de resíduos é influenciada por diversos fatores, dente eles

dewstacamos o aumento populacional e a intensidade do processo de

industrialização. Constata-se que quanto maior for a magnitude desses

fgatores, maior será a heterogeneidade e a quantidade de rezíduos produzidos

(LIMA,1986). Existe uma relação direta entre o número populacional e a

quantidade de lixo produzida diariamente. De acordo com a Pesquisa Nacional

de Saneamento Básico (PNSB) feito pelo IBGE,2007, nas cidades com menos

de 200.000 habitantes, a quantidade coletada de lixo varia entre 520 a 800

gramas por habitante/ dia, e essa quantidade aumenta para 950 a 1500

gramas em cidades com mais de 200.000 habitantes.

Devemos também considerar que a quantidade de resíduos é muito

variável e, pode-se afirmar, imprevisível, particularmente quando não há um

controle sistemático da mesma; e pode também variar de acorso com a

localização e pode ser influenciada por outros fatores dentre eles:

17- Fatores climáticos: (chuvas, estações do ano)

- Fatores populares: (Carnaval, Ano Novo, Páscoa)

- Férias escolares com o esvaziamento de áreas da cidade

- Hábitos (promoções em estabelecimentos comerciais, moda, consumo

maior próximo de pagamento e finais de semana.)

18

O poder aquisitivo das pessoas é uma variável significativa para a

determinação de áreas de coleta realizada pelo setor informal. As áreas onde a

população tem um poder aquisitivo menor, tem o serviço de coleta deficitários

e quantidades significativas de lixo são deixadas sem coleta. A tabela 1 ilustra

o percentual de materiais que compõem o lixo do município do Rio de Janeiro .

v3

3 Analise gravimétrica consiste na determinação do percentual dos componentes do lixo. A partir desta análise pode-se determinar a composição do lixo avaliando assim o percentual de material reciclável produzido a partir da amostra domiciliar.

Tabela 1 - Composição gravimétrica3 do lixo - Município do Rio de Janeiro - 2005 - 2010. Componentes (%) 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Recicláveis 33,74 33,84 36,27 39,71 40,97 39,94

Papel - Papelão(1) 13,51 14,83 14,61 16,05 16,08 16,46

Plástico (2) 15,34 14,69 17,17 19,19 20,31 19,11

Vidro(3) 3,24 2,71 2,90 2,88 2,84 2,96

Metal (4) 1,65 1,61 1,59 1,59 1,74 1,40

Matéria Orgânica (5) 60,74 61,35 58,13 55,65 53,63 55,02

Rejeitos 5,52 4,82 5,61 4,65 5,40 5,04

Inerte total (6) 0,86 0,75 0,73 0,89 1,09 1,03

Folha / flores 1,06 1,30 1,75 0,92 1,26 1,06

Madeira 0,34 0,33 0,38 0,28 0,34 0,36

Borracha 0,24 0,32 0,21 0,23 0,23 0,21

Pano - Trapo 1,58 1,61 1,75 1,59 1,75 1,57

Couro 0,22 0,07 0,21 0,24 0,18 0,14

Osso 0,04 0,02 0,00 0,01 0,01 0,06

Coco 1,17 0,41 0,58 0,33 0,40 0,40

Vela / parafina 0,01 0,01 0,01 0,03 0,01 0,01

Eletro/ Eletrônico ... ... ... 0,13 0,13 0,20

Total (%) 100,0

0 100,00 100,01 100,01 100,00 100,00

Peso Específico (Kg/m3) 148,3

5 144,93 144,54 31,22 123,96 111,15

Teor de Umidade (%) 50,45 56,86 65,22 57,92 40,26 ...

Peso da amostra (kg) ... 16

625,80 17

144,54 47

450,36 15

045,19 15

444,98

Conteineres ... 478,00 ... 1497,00 506,00 579,00

Fonte: COMLURB - Companhia Municipal de Limpeza Urbana

19

Não é interessante para o catador realizar coleta em

regiões onde o percentual de recicláveis é baixo, pois o seu custo

de coleta aumenta a medida que seu deslocam

ento aum

enta para efetuar a coleta. Por isso, os serviços de coleta formal

concentram

-se em

regiões mais favorecidas. O bairro da tijuca tem em sua região duas cooperativas, enquanto a Maré não

possui nenhuma. No Gráfico 2 a segir, observamos que na Área de Planejamento III, (Zona Norte) o percentual de resíduos

gerados é maior que nas outras área de Planejamento.

Lix

o d

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Rio

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AP 1

(Centr

o)

AP 2

(Zona

Sul)

AP 3

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Nort

e)

AP 4

(Bar

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acar

epag

uá)

AP 5

(Zona

Oeste

)

2003

2004

2005

2006

2007

Fonte

: Com

pan

hia

de L

impeza

Urb

ana

- COM

LURB /

Arm

azém

de D

ados - IP

P

Gráfico 2

20

1.2.1 – Carnaval 2011 na cidade do Rio de Janeiro

A COMLURB – Companhia Municipal de Limpeza Urbana contabiliza

recorde de lixo espalhado pela Cidade do Rio de Janeiro neste carnaval. A

Companhia retirou 849,5 toneladas de lixo no carnaval deste ano, englobando

os blocos de rua, o Sambódromo e a Estrada Intendente Magalhães, onde

desfilam as escolas de samba dos grupos de acesso. O volume é recorde na

história da limpeza durante o carnaval carioca e representa acréscimo de 12%

em relação ao mesmo período do ano passado. Dos 70 catadores que atuaram

na Passarela do Samba coletaram 44 toneladas de materiais recicláveis.(site:

o globo, 2011)

1.3 – População Carioca x RSU

1.3.1 Gerenciamento de resíduos Sólidos Urbanos na Cidade

do Rio de Janeiro

A população carioca atingiu no ano de 2010 a marca de 6.323.037

habitantes (IBGE – censo 2010) e este enorme contingente populacional terá

que procurar sobrevivência em um mundo em que a deterioração do meio é

um fator presente e uma realidade dolorosa.

Segundo a Secretaria de desenvolvimento de limpeza e urbanismo a

população carioca gera anualmente aproximadamente 3.5 Milhões de

toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU). São 45 quilos por

habitante/mês, sendo que 85% poderiam ser reciclados. Os componentes

orgânicos, como restos de alimentos, correspondem a cerca de 55% do lixo

coletado. Aproximadamente apenas 3% dos resíduos orgânicos gerados são

usados em compostagem. Alguns produtos como certas embalagens de

bolacha, não são recicláveis porque plástico e alumínio são misturados na

fabricação e não podem ser separados depois. Para os especialistas, a

solução neste caso é a eliminação do produto e o consumo consciente. Outro

fator que impede a reciclagem é a contaminação. A educação Ambiental é

21muito importante, comenta Jutta Gutberlet, que cooordena no Brasil um

programa da Agencia Canadense de Desenvolvimento Internacional (JUTTA

GUTBERLET, 2010)

Apesar de ser totalmente irregular,19,3% dos RSU vão para lixões a céu

aberto e acabam virando fonte de renda de centenas de famílias que catam os

recicláveis sem a menor salubridade..(IBGE,2010)

O setor público representado pelas prefeituras tem a coleta praticada

por empresas terceirizadas ou por empresas públicas ex: a COMLURB –

Companhia Municipal de Limpeza Urbana, No caso do município do Rio de

Janeiro a coleta é praticada de ambas as formas sendo que as empresas

terceirizadas se concentram nos chamados “grandes geradores” (RIBEIRO,

2000).. Entende-se como grandes geradores: o lixo domiciliar produzido

exclusivamente em imóveis não residenciais, entre eles estabelecimentos

comerciais de serviço, instituições públicas em geral e demais imóveis não

residenciais cuja produção exceda cento e vinte litros ou sessenta quilos,

também conhecido como “lixo domiciliar extraordinário”. Os grandes geradores

tem sua coleta feita por empresas particulares cadastradas e fiscalizadas pela

COMLURB ( COMLURB – Diretoria técnica e industrial, 2010)

De acordo com a metodologia do IBGE4 , o setor de limpeza urbana está

contido no setor de administração pública. Neste encontram-se serviços de

coleta e seleção feitos por cooperativas subsidiadas por recursos públicos. O

comércio de resíduos sólidos urbanos feito por intermediários aos grandes

comercializadores no estado, é considerado no setor de comércio.

Na cidade do Rio de Janeiro apresenta-se hoje 45 gerências de

programação e controle onde o lixo é recolhido pela COMLURB, ou por

empresas terceirizadas. Destas regiões apenas 14 tem cooperativas de

catadores auxiliando na coleta de lixo realizada na cidade

4 Antiga metodologia do IBGE

22A coleta seletiva ocorre em 42 bairros, onde caminhões passam nas

datas previstas para recolher os produtos separados pela população (vidro,

papel, metal e plástico). O material então é levado para a cooperativa mais

próxima (são 1.740 cooperativas registradas), para a usina de compostagem

do Caju (130 cooperativados) ou para a estação de transferência com catação

em Irajá (40 cooperativados). Nestes locais, os resíduos passam por uma

esteira e retira-se os produtos que podem ser reciclados. (COMLURB,2011).

A matéria orgânica não é de interesse dos catadores cooperados e dos

grandes depósitos de resíduo sólido urbano recicláveis existentes na cidade do

Rio de Janeiro, entretanto, este material pode ser aproveitado em uma usina

de compostagem ou para a geração de energia elétrica.

Quanto as despesas com a coleta,a prefeitura do Rio de Janeiro paga

empresas terceirizadas para realizarem a coleta nos chamados grandes

geradores. Essas empresas ganham também para transportar os lixos aos

aterros. Em ambos os casos o ganho é calculado por R$/ Ton X Km, as

empresas procuram percorrer distancias maiores até os aterros.

Em outros casos empresas são contratadas com o fim de recuperar os

aterros. Podemos observar na tabela 2, a quantidade anual de resíduos

dispostos nos aterros segundo suas categorias.

1) Lixo domiciliar: gerado nas residências em geral, composto basicamente por restos de alimentos, embalagens e outros resíduos domésticos, também conhecido como lixo doméstico ordinário.

2) Lixo Público: resíduos sólidos provenientes de serviços de varrição,raspagem,capina e outros que façam necessários para a conservação e limpeza de logradouros e demais áreas de uso público.

3) Grande Gerador: Lixo do tipo domiciliar gerado exclusivamente em imóveis não residenciais (estabelecimento comerciais, de serviço,instituições públicas em geral e demais imóveis não residenciais) cuja produção diária exceda o volume de 120 (cento e

23vinte) litros ou peso de 60(sessenta) kg, também é conhecido como lixo Domiciliar Extraordinário. Os Grandes Geradores tem sua coleta feita por empresas particulares cadastradas e fiscalizadas pela COMLURB.

4) Particular com Tíquete: lixo vazado nos aterros diretamente por particulares, mediante pagamento de taxa, proporcional à tonelagem

5) Destruição:composto normalmente por produtos industrializados com prazo de validade vencidos ou que não passaram nos controles de qualidade

A partir de um trabalho de conscientização, feito pela COMLURB, nos últimos

anos, dois segmentos da sociedade foram preparados para maximizar o

potencial das cooperativas coletoras: a população passou a separar os lixos

recicláveis do lixo não-recilcláveis para que as cooperativas passassem

recolhendo antes dos “garis”, e ao mesmo tempo os catadores foram instruídos

a buscar um material que não tivesse contaminado de maneira a melhorar a

qualidade do produto final.

24

Tab

ela

2 - Total anual de lixo municipal dispostos nos aterros, segundo categoria - 2003-2007

Total

Órgão

públicos

IndustrialParticular

es com

tíquete (4)

Destruiçã

o (5)

2003

3 134 682

1 385 930

1 306 224

321 707

13 194

107 627

----

----

----

----

2004

3 055 034

1 445 489

1 196 024

285 005

16 779

111 737

----

----

----

----

2005

3 071 670

1 465 993

1 232 086

270 336

15 089

88 166

32 468

40 197

15 467

342006

3 217 368

1 515 791

1 285 962

274 629

14 758

126 229

61 297

51 337

13 576

192007

3 204 412

1 519 338

1 315 377

253 046

14 324

102 327

13 579

71 862

16 843

43Fonte: COMLURB - Com

panhia Municipal de Limpeza Urbana / IPP Instituto Pereira Passos (projeção de população) - 2003

Ano

Lixo Municipal (t)

Total

Dom

iciliar

(1)

Público (2)

Grandes

Geradores

(3)

Hospitalar

Outros

25

1.3.2. Lixo extraordinário

O Documentário “Lixo Extraordinário” dirigido por Lucy Walker , filmado

ao longo de dois anos (agosto de 2007 a maio de 2009), Lixo Extraordinário

acompanha o trabalho do artista plástico Vik Muniz em um dos maiores aterros

sanitários do mundo: o Jardim Gramacho, na periferia do Rio de Janeiro. Lá,

ele fotografa um grupo de catadores de materiais recicláveis, com o objetivo

inicial de retratá-los. No entanto, o trabalho com esses personagens revela a

dignidade e o desespero que enfrentam quando sugeridos a reimaginar suas

vidas fora daquele ambiente. A equipe tem acesso a todo o processo e, no

final, revela o poder transformador da arte e da alquimia do espírito humano.

1.4 – Panorama do lixo Domiciliar e do Lixo Público na zona

urbana da cidade do Rio de Janeiro no período de 2003 a 2007.

Na Cidade do Rio de Janeiro é notável o aumento da produção de lixo, nos últimos anos, A geração de lixo domiciliar aumentou três vezes, conforme dados da Companhia Municipal de Limpeza Urbana – COMLURB A gráfico 3. Representa esta proporção, e as tabelas 3, 4 e 5 a seguir conseguimos visualizar um panorama do lixo domiciliar ordinário e do lixo público coletado no Município do Rio de Janeiro segundo suas Áreas de Planejamento no período de 2003 a 2007. (COMLURB,2010) Área de Planejamento ou AP é uma divisão feita pela prefeitura do Rio de Janeiro para atender administrativamente os bairros, as AP’s são divididas por regiões administrativas de acordo com a proximidade e as suas particularidades urbanas, assim podendo atender as necessidades da cidade de uma forma geral. A metodologia adotada inclui os acidentes hidrográficos (lagoas, rios, etc), as ilhas oceânicas e as da Bacia de Guanabara, utilizando como base cartográfica na escala de 1:10.000 gerada a partir de uma restituição aerofologramétrica realizada em 1999.(IPP,2010) Com base nestas áreas dividimos os bairros da cidade do Rio de Janeiro em suas AP’s como veremos a seguir: Área de Planejamento I (Centro) – Portuária, Centro e Paquetá, Rio Comprido, São Cristóvão Santa Teresa Área de Planejamento II (Zona Sul) – Botafogo, Copacabana, Lagoa, Tijuca, Vila Isabel, Rocinha

26Área de Planejamento III (Zona Norte) – Ramos, Penha, Inhaúma e Jacarezinho, Méier, Irajá, Madureira, Ilha do Governador, Anchieta, Pavuna, Complexo do Alemão, Maré, Vigário Geral

Área de Planejamento IV (Barra /Jacarepaguá) – Jacarepaguá, Barra da Tijuca, Cidade de Deus

Área de planejamento V (Zona Oeste) – Bangu, Campo Grande, Santa Cruz, Guaratiba, Realengo

27

Grá

fico

3

Tota

l de

lixo p

úblic

o e

dom

iciliar

cole

tados,

em

tonel

adas

, na

cidad

e do R

io d

e Ja

nei

ro, 2

003

-200

7

200

000

400

000

600

000

800

000

1 00

0 00

0

1 20

0 00

0

1 40

0 00

0

1 60

0 00

0

2003

2004

2005

2006

2007

( t )

Lix

o P

úblico

Lix

o D

om

icilia

r

Fonte

: Com

panhia

de L

impeza

Urb

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P

28

Tab

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3 - Lix

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tado s

egundo a

s Áre

as d

e Pla

nej

amen

to

ANO

S

2003

%

20

04

%

2005

%

20

06

%

2007

%

Rio

de

Janei

ro

1 30

6 22

5 10

0,00

1

196

024

100,

00 1

232

087

100,

00 1

285

962

100,

00 1

315

377

100,

00

AP 1 (Centro)

182 813 14,00

172 261 14,40

183 543 14,90

136 695 10, 63 103 228

7,85

AP 2 (Zona Sul)

169 392 12,97

170 485 14,25

146 438 11,89

163 419 12, 71 150 950

11,48

AP 3 (Zona Norte)

526 238 40,29

495 376 41,42

491 106 39,86

528 601 41, 11 535 866

40,74

AP 4 (Barra/Jacarepaguá)

148 202 11,35

119 426

9,99 121 085

9,83 133 372 10, 37 147 398

11,21

AP 5 (Zona Oeste)

279 581 21,40

238 475 19,94

289 915 23,53

323 875 25, 19 377 934

28,73

Fonte: Com

panhia de Limpeza Urbana - COMLURB

Tab

ela

4 - Lix

o d

om

icili

ar c

ole

tado s

egundo a

s Áre

as d

e Pla

nej

amen

to

ANO

S

2003

%

20

04

%

2005

%

20

06

%

2007

%

Rio

de

Janei

ro

1 38

5 92

9 10

0,00

1

445

490

10

0,00

1

460

716

100,

00

1 50

8 57

3 10

0,00

1

519

338

100,

00

AP 1 (Centro)

82 877

5, 98

82 113

5,68

89 279

6,11

89 171

5, 91

92 007

6,06

AP 2 (Zona Sul)

241 949 17, 46 239 899 16,60

257 965 17,66

257 511 17, 07 272 121

17,91

AP 3 (Zona Norte)

573 121 41, 35 593 776 41,08

554 715 37,98

587 716 38, 96 567 302

37,34

AP 4 (Barra/Jacarepaguá)

185 074 13, 35 209 080 14,46

219 041 15,00

231 183 15, 32 234 689

15,45

AP 5 (Zona Oeste)

302 907 21, 86 320 623 22,18

339 716 23,26

342 992 22, 74 353 218

23,25

Fonte: Com

panhia de Limpeza Urbana - COMLURB

Tab

ela

5 –

Com

par

ativ

o e

ntre

lixo p

úblic

o e

dom

icili

ar c

ole

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nej

amen

to

20

03

%

2004

%

20

05

%

2006

%

20

07

%

Lixo Público

1 306 225

48,52

1 196 024

45,28

1 232 087

45,75

1 285 962

46,02

1 315 377

46,40

Lixo Dom

iciliar

1 385 929

51,48

1 445 490

54,72

1 460 716

54,25

1 508 573

53,98

1 519 338

53,60

Tota

l cid

ade

2 69

2 15

4 10

0,00

2

641

513

100,

00

2 69

2 80

2 10

0,00

2

794

535

100,

00

2 83

4 71

5 10

0,00

29

CAPÍTULO II

PROBLEMAS GERADOS E AS POSSIVEIS SOLUÇÕES

ALTERNATIVAS

ANAXÁGORAS, Filósofo grego pré-socrático, afirmou “... que na

natureza nada se cria e nada se destrói” e LAVOISIER, cientista francês, diz

“... na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, então matéria

e energia são indestrutíveis (PASCARELLI,2007). Se “nada se perde e tudo se

transforma”, esse sistema se torna fechado e o resíduo nada mais é que o

resultado da transformação da natureza. Assim podemos dizer que, de uma

forma geral, resíduos são materiais descartados pela sociedade, sem utilidade

ou valor aparente, mas que possuem energia com potencial a ser

transformada, seja por processos tecnológicos disponíveis ou não.

2.1 PROBLEMAS GERADOS

Um grande numero de localidades na cidade do Rio de janeiro vem

sofrendo transformações ambientais danosas decorrente ao crescimento

populacional, industrial, e da oferta de bens de consumo descartáveis gerando

lixo e resíduos industriais diversos, que necessitam cada vez mais de

vazadouros e/ ou aterros sanitários para sua disposição, muitas das vezes sem

a infra-estrutura necessária para a destinação adequadas aos resíduos

sólidos, muitas destas áreas tornam-se freqüentemente soluções improvisadas

ou emergenciais, que acabam por se transformarem em definitivas, gerando

uma série de transtornos que por vezes se refletem em problemas graves de

saúde pública. De acordo com o IBGE /IPP (2010), o total de lixo gerado nos

centros urbanos, calcula-se algo entre 50,6% do que vai parar nos aterros

sanitários, 22% para aterros controlados ou lixões a céu aberto, são

compostos por materiais não degradáveis que podem ser reaproveitados. São

30resíduos que ocupam grandes espaços, enquanto que as áreas destinadas

aos aterros estão cada vez mais escassas. Se continuar neste ritmo acelerado

de geração de resíduos, segundo estatísticas, a montanha de lixo sobre a terra

em 2050 deverá chegar a um trilhão e 500 bilhões de toneladas.

2.6 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS e GESTÃO INTEGRADA DE

RESÍDUOS

O conceito de Gestão de resíduos sólidos abrange atividades referentes

à tomada de decisões estratégicas e à organização do setor para esse fim,

envolvendo instituições políticas, instrumentos e meios.

Já o termo gerenciamento de resíduos sólidos refere-se aos aspectos

tecnológicos e operacionais da questão, envolvendo fatores administrativos,

gerenciais, econômicos, ambientais e de desempenho: produtividade e

qualidade, por exemplo,e relaciona-se à prevenção, redução, segregação,

reutilização, acondicionamento, coleta, transporte, tratamento, recuperação de

energia e destinação final de resíduos sólidos. (Modelo de gestão de resíduos

sólidos para a ação governamental no Brasil: aspectos institucionais, legais e

financeiros. Projeto BRA/92/017,1996)

Segundo a Lei nº 12.305 de 02 de Agosto de 2010.- PNRS Considera-se

Gerenciamento de resíduos sólidos: o conjunto de ações exercidas, direta ou

indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, treinamento e

destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição

final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com o plano municipal

de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de

resíduos sólidos. Já o conjunto de ações voltado pra a busca de soluções para

os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões políticas,

econômicas, ambientais, culturais, e sociais, com controle social e sob

premissa do desenvolvimento sustentável, denomina-se Gestão integrada de

resíduos sólidos.

Experiências internacionais demonstraram que a correta administração

31do setor de limpeza pública através de um sistema integrado de

Gerenciamentos de Resíduos Sólidos, diminui a quantidade física do lixo a ser

disposta em aterros sanitários. Sugestões encontradas para diminuir o volume

do lixo estão citadas em CHERMONT e MOTTA (1996)., são elas: redução do

lixo gerado na fonte, reutilização do material produzido, reciclagem,

recuperação de energia através da incineração e o uso de aterros devidamente

preparados. A incineração apesar de gerar externalidades negativas pra o

meio ambiente sob forma de poluentes do ar, vem sendo praticada em

diversos países, se destaca por apresentar grande redução do volume de lixo a

ser depositado em aterros, e é uma fonte geradora de energia termoelétrica.

Outras formas de aproveitamento energético do lixo podem ser citadas: a

gaseificação onde é fornecido calor para a desintegração das cadeias

polimétricas do material do lixo e são formados em gases mais simples, como

CH4, CO,CO2 e H2 que são coletados e aproveitados.; A recuperação do

biogás tanto de aterros como pelo processo de biodigestão acelerada. Por

fim, pode-se citar celulignina catalpitica, usada como combustível sólido onde a

geração de eletricidade pode chegar no Brasil a 20Twh (OLIVEIRA ,2000).

Gerenciar os resíduos de forma integrada é articular ações normativas,

operacionais, financeiras e de planejamento que uma administração municipal

desenvolve, apoiada em critérios sanitários, ambientais e econômicos, para

coletar, tratar e dispor o lixo de uma cidade, ou seja : é acompanhar de forma

criteriosa todo o ciclo dos resíduos, da geração à disposição final, empregando

as técnicas e tecnologias mais compatíveis com a realidade local.

De acordo com JARDIM et al (1995), o planejamento das atividades de

gerenciamento integrado deve assegurar um ambiente saudável, tanto no

presente como no futuro.

Tabela 6 – Ações obrigatórias para o gerenciamento integrado de

resíduos sólidos

32

É importante observamos o aspecto econômico da Gestão de RSU na

cidade do Rio de janeiro. O lixo doméstico raramente acrescenta um peso

significativo dentro das contas domésticas. Na realidade o imposto sobre a

coleta de lixo é feito de maneira genérica em meio a outros impostos5. A

implementação de subsídios a atividade recicladora consistiria em um

benefício para quem estivesse disposto a suprir o mercado com produtos

originários de material reciclado. É de responsabilidade do município ABNT

NBR 12.980 – Dispõe sobre a coleta, varrição e acondicionamento de resíduos

sólidos urbanos. (FARIA, 2002)

O manejo dos resíduos sólidos depende de vários fatores, dentre os

quais devem ser ressaltados: a forma de geração, acondicionamento na fonte

geradora, coleta, transporte, processamento, recuperação e disposição final.

Portanto, deve-se criar um sistema dirigido pelos princípios de engenharia e

técnica de projetos, que possibilite a construção de dispositivos capazes de

propiciar a segurança sanitária às comunidades, contra os efeitos adversos

dos resíduos.

A importância desse sistema é ressaltada quando se analisa o manejo

dos resíduos, considerando-se os impactos ecológicos, a correlação com a

defesa da saúde pública, modo de geração na sociedade tecnológica e sua

grandeza em termos qualitativos e quantitativos. O planejamento de um

sistema dessa natureza exige uma atividade multidisciplinar que além dos

preceitos da boa engenharia, envolve também: economia, urbanismo, aspectos

5 No Rio de Janeiro dentro do IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano, a taxa de coleta de lixo (TCL) aproxima-se a 30% do valor total.

33sociais, além da participação efetiva dos diversos setores organizados da

sociedade. (JURAS,2000).

Como podemos observar, na figura 1, várias são as rotas que podem

ser seguidas pelos resíduos sólidos, dependendo do tratamento ao qual são

destinados. No entanto, todas estas levarão à possibilidade de produção de

energia. É importante ressaltar que essa produção poderá ser mais ou menos

vantajosa de acordo com os aspectos aqui abordados.

Figura 1 = Rotas energéticas dos resíduos sólidos.

2.7 TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO DO RESÍDUO SÓLIDO URBANO

O Tratamento ou a “industrialização dos resíduos” envolve um conjunto

de atividades e processos com o objetivo de promover a reciclagem de alguns

de seus componentes, como o plástico, o papelão, os metais, e os vidros,

34alem da transformação da matéria orgânica em composto, para ser utilizado

como fertilizante e condicionador do solo, ou em polpa pra a utilização como

combustível.

Segundo JARDIM (1995), as vantagens são de ordem ambiental e

econômica. No caso dos benefícios econômicos, a redução de custos com a

disposição final é a vantagem econômica que mais sobressai. Dentre os

fatores que recomendam o tratamento dos resíduos podemos citar:

- a escassez de áreas para a destinação final dos resíduos;

- a disputa pelo uso das áreas remanescentes com a população de

menor renda;

- a valorização dos componentes do lixo como forma de promover a

conservação de recursos;

- a economia de energia;

- a diminuição da poluição do solo, das águas e do ar;

- a inertização dos resíduos sépticos;

- a geração de empregos, através da criação de industrias recicladoras.

2.7.1 Coleta seletiva e Reciclagem

Através da coleta seletiva é feita a separação dos recicláveis, ainda nos

domicílios, pela população. O recolhimento dos materiais separados é feito por

caminhões da prefeitura nas próprias residências, ou entregues pela

população em pontos de entrega, que são as (PEV) Ponto de entrega

35voluntária, que possui coletores de várias cores, destinados a determinados

tipos de resíduos, como pode ser observado na figura 1, estes são colocados

em locais públicos e de fácil acesso. (COMLURB,2010) .

FIGURA 2 – COLETORES DE VÁRIAS CORES

Fonte: COMLURB,2010

A ABNT dispõe de normas sobre critérios para acondicionamento dos

resíduos sólidos urbanos, as quais,a partir de suas características, tratam dos

recipientes a serem usados, como sua resistência e coloração (NBR 10.004)

além de normas para caracterizar sua periculosidade e tipo de destinação

(NBR10.703).

De acordo com a resolução nº 275 de 25 de abril de 2001, o CONAMA

estabelece o código das cores para os diferentes tipos de resíduos a ser

adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas

campanhas informativas para a coleta seletiva. O art 2º desta resolução

regulamenta que:

Os programas de coleta seletiva, criados e mantidos no âmbito de

órgãos da administração pública federal, estadual e municipal, direta e indireta

36e entidades paraestatais, devem seguir o padrão de cores estabelecido em

anexo.

“§ 1º Fica recomendada a adoção de referido

código de cores para programas de coleta seletiva

estabelecidos pela iniciativa privada, cooperativas,

escolas, igrejas, organizações não-governamentais e

demais entidades interessadas.”

O programa de coleta seletiva do município do Rio de Janeiro atinge

praticamente 80% da população urbana sendo conhecido como “Lixo e

Cidadania ” . A coleta acontece de três formas diferentes: pela prefeitura, com

a sua frota de caminhões de coleta domiciliar, (figura 3) e / ou caminhões de

coleta seletiva, os “caminhões verdes” (figura 4); pelos coletores de material

reciclável que integram a cooperativas de coletores de material reciclável

(CEMPRE.2010), e ainda a coleta especial de resíduos que cuida do lixo mais

perigoso, como pilhas lâmpadas, embalagens de remédios e de produtos

químicos, Alem de empresas que recebem o material reciclado, através de

Postos de Entrega Voluntária (PEV’S) ou Locais de Entrega Voluntária

(LEV’S). Em alguns bairros a coleta seletiva domiciliar é semelhante no que

tange à periodicidade, com os veículos coletores percorrendo as residências,

em dias e horários específicos que não coincidam com a coleta normal.

(CEMPRE,2011).

37-FIGURA 3– foto do caminhão da Prefeitura de Limpeza Urbana

FIGURA 4 foto do caminhão de coleta seletiva

Fonte: COMLURB (2010)

O Material recolhido é encaminhado para a central de triagem para a

separação, classificação e venda. Para o sucesso da coleta seletiva o

engajamento da população é essencial, sendo necessário um trabalho muito

bem estruturado de educação ambiental. A separação dos recicláveis ainda

no domicílio tem sido apontada como o modo mais efetivo para manter os

materiais mais limpos e menos contaminados por outros tipos de lixo.

38A vantagem da coleta seletiva é o desafogamento e o aumento de vida

útil dos aterros sanitários pois o material recolhido retorna para ao processo

produtivo além de colaborar com a geração de renda que contribui com a

qualidade de vida dos catadores . Esse processo envolve a população que se

sente também responsável pela resolução dos problemas provocados pelo

acumulo de lixo, o que significa uma conscientização ambiental na sociedade.

A reciclagem da fração seca, isto é, vidros, papéis, plásticos, metais,

etc. não exclui que a fração restante, ou seja a fração úmida, se destine para

outras demais possibilidades, porem estas são mutuamente excludentes6.

(MUYLAERT,2000).

A maioria das administrações declararam que a receita obtida com a

comercialização dos reciclados coletados não cobre os custos totais do

programa de coleta seletiva e apontam como a principal dificuldade: o alto

custo. Outros aspectos na relação custo / benefício dos programas; a criação

de novos empregos, promoção do exercício da cidadani, conscientização

ambiental da população.

2.7.2 Usinas de triagem e compostagem

FERNANDEZ (1999), define compostagem como sendo um processo de

transformação de resíduos orgânicos em adubo humidificado. Dois estágios

podem ser identificados nesta transformação: o primeiro é denominado

digestão, e corresponde à fase inicial da fermentação, Ana qual o material

alcança o estado de bioestabilização e a decomposição ainda mão se

completou. Porem, quando bem caracterizada, a digestão permite que se use

o composto como adubo, sem o risco de causar danos às plantas. O segundo

estágio, mais longo é o da maturação, no qual a massa em fermentação atinge

a humidificação, estado em que o composto apresenta melhores condições

39como melhorador do solo e fertilizante. O produto final da compostagem,

denominado composto, é definido como sendo um adubo preparado com

restos de animais e/ ou vegetais. Esses resíduos, em estado natural, não têm

nenhum valor agrícola; no entanto após passarem pelo processo de

compostagem, pode transformar-se em excelente adubo orgânico. O processo

a partir dos resíduos se dá em duas fases: a primeira, onde ocorrem os

tratamentos mecânicos, visando retirar da massa de resíduos os produtos

recicláveis e indesejáveis e homogeneizar a massa de resíduos e reduzir a

dissensão de seus constituintes; a segunda fase, em que o material é

fermentado em leiras, completando o processo. De acordo com estudos do

Compromisso Empresarial Para a Reciclagem – CEMPRE e do estudo de

Pesquisas Tecnológicas – IPT apud JARDIM (1995), estimam que o custo

médio de investimento por tonelada diária de capacidade instalada é da ordem

de US$ 11.000 para instalações de usinas com processamento de método

“natural” de composto; e US$ 25.000 para usinas operadoras com o método

“acelerado”, excluindo-se o desembolso para a aquisição da área,

terraplanagem, preparo de pátio de compostagem e contratação de terceiros.

Com base nas pesquisas de OLIVEIRA ,CAMPOS et all (2000), pode-se

citar dois motivos que tem tornado a alternativa das usinas de triagem e

compostagem pouco atraentes para o equacionamento do problema do lixo:

As usinas não solucionam o problema do lixo, pois quaisquer que seja o

processo de operação apresentam até 50% de sobras, rejeitos e refugos,

constituídos por materiais orgânicos de difícil decomposição, tais como: couro,

borracha, madeira, além de materiais inertes, como areia, terra, plásticos, lixo

de varredura, entulhos e outros, que devem ser encaminhados para um aterro

sanitário, sempre imprescindível para receber os materiais não aproveitáveis.

As usinas não são economicamente viáveis, pois os produtos recicláveis

separados do lixo (sujos), não apresentam qualidades e vantagens que

6 Existe uma tecnologia francesa que, após a obtenção do GDL, hidrata o produto resultante e utiliza o mesmo para a compostagem. Porem este processo é economicamente inviável e ambientalmente desaconselhável, no caso da reabertura de um aterro sanitário estabilizado.

40justifiquem preço compensador, como pode ocorrer quando esses produtos

são separados (limpos) nas residências. O que o torna bastante inferior aos

compostos provenientes de granjas, estábulos, plantações de algodão entre

outros meios pra compostagem., disponíveis no mercado a preços atraentes.

2.7.3 Usinas de gaseificação e incineração

Na Gaseificação é fornecido calor para a desintegração das cadeias

poliméricas do material do lixo e são formados gases mais simples, como CH4,

CO, CO2 e h2 que são coletados e aproveitados. Esta tecnologia ainda não é

utilizada comercialmente. O gás pode ser utilizado diretamente para

aquecimento, utilizado pra motores a combustão interna ou em turbinas, ou

distribuídos em gasodutos. A figura 5 mostra o exemplo de uma planta de

gaseificação

FIGURA 5 Esquema de GASEIFICAÇÃO

Fonte: CETESB

A prática de empilhar resíduos e atear fogo ao ar livre é um costume que

vem de vários séculos. Esta atividade visava principalmente evitar que a

parcela orgânica do lixo entrasse em decomposição, propagando vetores como

ratos, baratas, moscas, além de mau-cheiro. Com o crescimento das cidades e

41o estabelecimento dos serviços de coleta do lixo esta pratica tornou-se

inadequada, devido aos incômodos causados às vizinhanças e aos danos

provocados ao meio ambiente.(LIMA, 1986).

A incineração de resíduos consiste na sua combustão controlada

através de equipamentos especiais denominados incineradores; considerado

um método de tratamento de resíduo sólido, semi-sólido e liquido.Conforme

(PERES, 1999) incineração consiste num processo de redução de peso e

volume do lixo. Os remanescentes da queima são geralmente constituídos de

gases, como o anidrido carbônico (CO2), o anidrido sulfuroso (SO2), o

nitrogênio (N2), o oxigênio (O2) proveniente do ar em excesso que não foi

queimado completamente, água (H2O), cinzas e escórias constituídas de

metais ferrosos e inertes, como vidro e pedras. Quando a combustão é

incompleta, os gases, principalmente o monóxido de carbono (CO) e partículas

fuligem exercem forte ação poluidora na atmosfera. Portanto é necessário os

equipamentos complementares como os filtros destinados ao tratamento de

gases e agregados leves resultantes da combustão dos resíduos

(CETESB,2001) É preciso a apresentação do Estudo de Impactos Ambientais

e do Relatório de Impacto Ambiental (EIA/ RIMA), segundo a resolução

CONAMA7 nº 01, de 23 de janeiro de 1986. O sistema de incineração

apresenta como desvantagens um investimento elevado, o alto custo de

operação e manutenção , a possibilidade de causar a poluição atmosférica

quando o incinerador é mal projetado ou mal operado, exigência de mão de

obra especializada na operação.

A Geração de energia através do lixo, e a utilização do poder calorífico

deste através da queima direta (Processo Waste to Energy), ou da

gaseificação; e, o aproveitamento calorífico do biogás ou GDL8, que é

produzido lentamente a partir do lixo orgânico disposto em um planejamento

energético.

7 Conselho Nacional do Meio Ambiente

42

2.7.3.1 Utilização do gás do lixo (GDL)

A utilização do GDL, ou Biogás, é o uso energético mais simples dos

resíduos sólidos urbanos, e o mais utilizado. O GDL é um gás composto em

percentual molar de 40-55% de metano, 35 - 50% de dióxido de carbono, e de

0-20% de nitrogênio. O poder calorífico do GDL é de 14,9 a 20,5MJ/M3, ou

aproximadamente 5.800 Kcal/m3. (PERES, 1999)

A geração de energia a partir do RSU tem a vantagem de prover energia

elétrica e de resolver o problema das emissões de metano decorrentes da

decomposição natural do lixo em GDL. O metano tem o potencial de

aquecimento global vinte e uma9 vezes maior que o dióxido de carbono, gás a

ser emitido como resultado da queima de lixo. Em outras palavras, quanto ao

potencial de aquecimento global, queimar o lixo (emissão de CO2) é melhor do

que deixá-lo em decomposição (emissão de CH4 metano), pois assim se

permite que o balanço de CO2, seja nulo no caso de oxidação completa.

(IPCC,2000)

Além das possibilidades de créditos relacionados a estes gases de

efeito estufa, o controle próprio da emissão e migração do GDL de aterros

sanitários permite compensações de emissões de compostos orgânicos

voláteis, NO e SO, depletores da camada de ozônio e contribuintes da poluição

local.

8 Gás do Lixo 9 O valor do GWP (Global Warming Potencial – Potencial de Aquecimento Global) do metano em relação ao dióxido de carbono é 21 vezes maior. No entanto, este número foi recentemente recalculado e chegou-se ao valor de 23GWP. Entretanto o valor 21 GWP continua sendo empregado na elaboração de estudos sobre o tema (IPPC, I.P. o C.C. . (2000) Third Anual Report, Cambridge University Press.

43

2.8 DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SOLIDOS URBANOS

2.8.1 Aterros sanitários, área de deposição e descarte

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico a técnica

que vem de encontro á Legislação e a realidade da situação socioeconômica

do município do Rio de Janeiro o Aterro sanitário é a melhor e mais barata

forma de gerenciamento de resíduos sólidos, diante disso o poder público esta

investindo neste setor.

“ aterro sanitário – a técnica de disposição final de resíduos

sólidos urbanos no solo, por meio de confinamento em camadas

cobertas por material inerte, segundo normas técnicas especificas

de modo a evitar danos ou riscos á saúde, e a segurança,

minimizando os impactos ambientais, incluindo

impermeabilização lateral e inferior do terreno, drenagem de

águas pluviais. Coleta e tratamento de líquidos percolados e

coleta do biogás.” (Projeto Lei nº 203, de 1991 – PNRS, CAP VIII)

Segundo a sociedade americana dos engenheiros civis (ASCE) , o

Aterro sanitário é definido como sendo “uma técnica para disposição final de

resíduos sólidos no solo, sem causar nenhum prejuízo ao meio ambiente, e

sem causar dano ou perigo à saúde e a segurança pública, técnica esta que

utiliza princípios de engenharia para acumular o resíduo sólido na menor área

possível, reduzindo seu volume ao mínimo e cobrindo-o com uma camada de

terra com freqüência necessária, pelo menos ao fim de cada dia”.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico realizada

pelo IBGE em 2010, coleta-se no Brasil diariamente 125.281 mil toneladas de

resíduos domiciliares e 52,8% dos municípios Brasileiros dispõe seus resíduos

em lixões. Existe uma grande diferença entre lixão e aterros sanitários. Um

lixão é uma área de disposição final de resíduos sólidos sem nenhuma

44preparação anterior no solo. O lixo fica exposto sem nenhum procedimento

que evite as conseqüências ambientais, sociais e insalubres negativas. No

aterro controlado na pratica se assemelham aos lixões, já que neles não é

dado o tratamento adequado para o chorume e os gases tóxicos. Essa

destinação, apesar de ser considerada regular, é nociva ao meio ambiente pois

o lixo enterrado demora décadas para desaparecer e porque devido, à

decomposição dos orgânicos, gases e líquidos tóxicos são emitidos. No aterro

o lixo é disposto em trincheiras, abertas no solo, sendo coberto diariamente

com terra, e/ ou lonas após compactação com tratores de esteira. Antes da

colocação do lixo, o solo é impermeabilizado com 50 cm de argila compactada,

e membranas plásticas. Desta forma, com esta impermeabilização do solo, o

lençol freático não será contaminado pelo chorume, uma vez coletado através

dos drenos de PEAD, encaminhados para o poço de acumulação e as

estações de tratamento dos efluentes. Os gases (metano, CO2,, Dioxinas,

também gerados na composição da matéria orgânica), são drenados e

queimados nos próprios drenos coletores de gases. Esses drenos (FIGURA 6)

são formados por tubos de concreto com 20 centímetros de diâmetro, cheios

ou não de pedra britada, aos quais vão sobrepondo outros tubos à medida que

o aterro cresce (CEMPRE,2000). A Resolução 340, de 25 de setembro de

2003, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA – Dispõe sobre a

utilização de cilindros para o vazamento de gases que destroem a Camada de

Ozônio, e dá outras providências.

45Figura 6 – Dreno de capacitação de chorume e Gás

Fonte: CEMPRE,2000

De acordo com informações do site lixo.com No estado do Rio de

janeiro temos:

04 aterros sanitários licenciados: (Rio das ostras, Nova Iguaçu, Piraí,

Macaé)

13 aterros controlados: Angra dos Reis, Caxias(Gramacho), Nova

Friburgo, Resende, Teresópolis, Barra do Piraí, Rio Bonito, Santa Maria

Madalena, Petrópolis, Miracena, Porciúncula, Marica, Natividade,]

06 aterros Sanitários (em licenciamento) – Macaé (novo), Paciencia,

Nova Friburgo (novo), São Pedro da Aldeia, Paracambi, Campos

53 unidades de triagem e compostagem implantadas desde 1977,

sendo que 26 unidades operando normalmente.

04 unidades de triagem e compostagem em implantação

62 vazadouros(lixões)

FIGURA 7 – VISUALIZAÇÃO DO ATERRO SANITÁRIO GRAMACHO

46

FIGURA 8 - VISUALIZAÇÃO DO ATERRO SANITÁRIO NOVA IGUAÇU

47Segundo (RIBEIRO,2000) O grande volume de resíduos sólidos gerados

diariamente vem causando grandes danos ao meio ambiente em virtude da

falta de regulamentação de áreas de deposição e descarte. Os esgotamentos

dos aterros em função da disposição incessante dos grandes volumes tem

impactado de maneira significativa em todo território urbano.

A destinação incorreta do lixo principalmente das grandes cidades gera

diversos problemas sociais, ambientais e econômicos. Para citar alguns deles

temos as doenças (os depósitos de lixo atraem milhares de animais e insetos

transmissores de doenças graves e letais), os catadores que reviram os lixos à

procura de objetos de valor e alimentos correndo riscos de acidentes e tendo

sua saúde ameaçada, a poluição do solo, do lençol freática e do ar pelo

chorume e gás metano produzidos.

2.9 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Tanto o texto do (CAPRA F. ,1993) “Falando a linguagem da natureza:

Princípios da sustentabilidade” e os vídeos “Ilha das Flores” e “História das

Coisas” falam que temos que começar a repensar nosso sistema econômico

de forma sustentável. A preservação do equilíbrio global e o valor das reservas

de capital natural redefinindo os critérios e os instrumentos de avaliação de

custo X benefícios de forma a refletirem os efeitos socioeconômicos e os

valores reais do consumo e da conservação. (CAPRA,F.,1993) et FURTADO

J., 1989 et LEONARD, A., 2005).

No Vídeo A Ilha das Flores, de Jorge Furtado produzido em 1989, é um

duro retrato da mecânica da sociedade de consumo. Acompanhando a

trajetória de um simples tomate, desde a plantação até ser descartado,

mostrando o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem

no meio do caminho e a sub-existência dos habitantes da ilha a própria

realidade da exploração do homem sobre o homem.

48De acordo com o texto do CAPRA (1993) deveríamos mudar nosso

ponto de vista, pois nosso sistema econômico linear não é o adequado uma

vez que vivemos em um sistema integrado de redes,que se desenvolvem e

evoluem. Ele cita que nossa tradição científica é baseada no pensamento de

cadeia de causa e efeito (linear) enquanto que o ecossistema são baseados

em redes de relações estabelecendo processos de cooperação e tomada de

decisão por consenso. “...não maximizam as suas variáveis: Eles as otimizam.”

(FRIJOF CAPRA,1993)

No vídeo “A História das Coisas” segue a mesma linha de raciocínio, no

sentido de que o atual sistema que utilizamos é linear, por tanto não se pode

gerir um sistema linear tendo em base um planeta finito, tornando necessário

modificar este sistema para o de rede onde todo organismo vivo é interligado.

(ANNIE LEONARD, 2005)

Nosso sistema pelo olhar geral parece estar bem, contudo é um sistema

em crise, pois a exploração de recursos naturais está destruindo o planeta. Por

exemplo, o desaparecimento de 80 % das florestas originais. Uma vez que

estamos produzindo muito mais rápido, e em grande quantidade, produzindo

produtos tóxicos, isso tudo acarretará no atraso no processo de recuperação

ambiental e a poluirá o já existente. O homem está cada vez mais preocupado

em vender, consumir e produzir. Inclusive políticos que deveriam proteger e

não permitir o uso de toxinas e a extração desenfreada, não olhando as

limitações da natureza.

Lei 9.795, de 27 de abril de 1999 – Dispõe sobre a Educação ambiental,

institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providencias.

Decreto 4.281, de 25 de junho de 2002 – Regulamenta a Lei 9.795, que

institui a Política Nacional de Educação Ambiental.

A Educação Ambiental tem se mostrado a chave fundamental para o

sucesso dos programas de reciclagem, pois propicia a aprendizagem do

cidadão sobre o seu papel como gerador de resíduos, atingindo escolas,

49repartições públicas, residências, escritórios, fábricas, lojas, enfim, todos os

locais onde os cidadãos geram resíduos.

Um dos princípios básicos da educação ambiental sobre os resíduos é

conceito dos três “Rs”: reduzir, reutilizar e reciclar.

Reduzir: estimular o cidadão a reduzir a quantidade de resíduos que

gera, através do reordenamento dos materiais usados no seu cotidiano,

combatendo o desperdício que resulta em ônus para o poder público, e

conseqüentemente, para o contribuinte, a fim de favorecer a preservação dos

recursos naturais.

Reutilizar: reaproveitar os mesmos objetos, escrever na frente e verso

da folha de papel, usar embalagens retornáveis e reaproveitar embalagens

descartáveis pra outros fins, são algumas praticas recomendadas para os

programas de educação ambiental.

Reciclar: contribuir com os programas de coleta seletiva, separando e

entregando os materiais recicláveis, quando não for possível reduzi-los ou

reutilizá-los.

50

CAPÍTULO III

SUSTENTABILIDADE: CICLO PRODUTIVO

“Sem políticas públicas adequadas, quantidade de resíduos não para de

crescer e potencial para economizar R$8 bilhões com reciclagem é pouco

explorado” (BRITO, 2010)

“A idéia é construirmos um mundo melhor, certo? Cremos que um futuro

melhor seja o resultado de um presente mais individualmente responsável.”

(MESZÁROS,2002)

” Embora seja possível é prioritário reduzir a quantidade de resíduos, pois eles

sempre serão gerados” (MOTTA, 1996)

“ O fechamento do ciclo produtivo gerando novos produtos” (DIAS,2007)

3.1 Legislação e Normas Técnicas pertinentes

A Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, Institui a Política Nacional de

Resíduos Sólidos (PNRS) e altera a Lei nº 9605, de 12 de fevereiro de 1998,

cria responsabilidades compartilhadas entre o poder público, os cidadãos (que

terão que destinar seus recicláveis para coleta seletiva), e os setores

produtivos, que deverá reciclar seus produtos fazendo a chamada logística

reversa. Além de prever a criação de uma série de mecanismos de incentivo.à

não produção de materiais danosos ao meio ambiente e a redução de

consumo a PNRS também incentiva a reutilização e a reciclagem e inclui os

catadores de maneira organizada e segura ao ciclo.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos integra a Política Nacional do

Meio Ambiente e articula-se com a Política de Educação Ambiental, com a

Política Federal de Saneamento Básico.

Consideram-se objetivos da Política Nacional dos Resíduos Sólidos , de

acordo com a Lei nº 12.305 de 02 de agosto de 2010, a proteção da saúde

pública e da qualidade ambiental; a não geração, redução, reutilização,

51reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final

ambientalmente adequada dos rejeitos; estímulo à adoção de padrões

sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços;adoção,

desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de

minimizar impactos ambientais; redução do volume e da periculosidade dos

resíduos perigosos; incentivo à industria da reciclagem, tendo em vista

fomentar o uso de matérias primas e insumos derivados de materiais

recicláveis e reciclados; gestão integrada de resíduos sólidos; articulação entre

as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor empresarial, com

vistas à cooperação técnica e financeira pra a gestão integrada de resíduos

sólidos; capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos;

regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos

serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com a

adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a

recuperação dos custos dos serviços prestados, como forma de garantir sua

sustentabilidade operacional e financeira, observada a Lei nº 11.445 de 2007;

prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para: produtos

reciclados e recicláveis, bens, serviços e obras que considerem critérios

compatíveis com padrões de consumo social e ambientalmente

sustentáveis;integração do s catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis

nas ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida

dos produtos; estímulo á implementação da avaliação do ciclo de vida do

produto; incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e

empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao

reaproveitamento dos resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o

aproveitamento; estímulo á rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.

A disposição dos resíduos sólidos no Brasil poderia estar em outra

situação, caso fosse exigido o cumprimento mínimo da legislação

ambiental10. A constituição Federal determina a competência comum da

10 Legislação Ambiental Lei 6.938/1981 – Política Nacional do Meio Ambiente; Lei 9.605/1998 – Lei de Crimes Ambientais; Lei 9.795/1999 – Educação Ambiental; Decreto 6.514/2008 –

52União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para proteger o meio

ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas. (art 23, inciso VI,

CF; art 24, inciso VI, CF. Lei. 6.938/1981* ; Lei 9.605/1998*; Lei 9.795/1999*;

Decreto 6.574/2008* )

Visando regulamentar as atividades no país, o Conselho Nacional do

Meio Ambiente (CONAMA) instituído pela Lei 6.938/1981, que dispõe sobre a

Política Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), a qual determina a

obrigatoriedade de licenciamento ambiental junto a órgão estadual para a

construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e

atividades utilizadoras de recursos ambientais, bem como os capazes, sob

qualquer forma, de causar degradação ambiental.

Da Lei 9.605/1998, que dispõe sobre as sanções penais e

administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e

dá as providências”, é relevante mencionar os artigos 54, 60 e 68, nos quais

são tipificadas como crime as seguintes condutas:

“Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que

resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a

mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:Pena: reclusão, de

um ano a quatro anos, e multa”.

..............................................................................................................................

§ 2º Se o crime:

..............................................................................................................................

V – ocorrer por lançamento de resíduos sólido, líquidos ou gasosos, ou

detritos, óleos ou substancia oleosas, em desacordo com as exigências

estabelecidas em leis ou regulamentos: Pena: reclusão, de uma a cinco anos”

Infrações e sanções administrativas do meio ambiente, e processo administrativo federal para apuração destas infrações.

53 “Art. 60. Construir, reformar, ampliar instalar ou fazer funcionar, em

qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços

potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos

competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes:

Pena: reclusão de um a quatro anos, e multa”.

“Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo,

de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental: Pena: detenção, de um

a três anos, e multa.”

A PNRS incube aos Estados: promover a integração da organização, do

planejamento e da execução das funções públicas de interesse comum

relacionadas à gestão dos resíduos sólidos nas regiões metropolitanas,

aglomerações urbanas e microrregiões nos termos da lei complementar

estadual prevista no § 3º do art. 25 da Constituição Federal., controlar e

fiscalizar as atividades dos geradores sujeitas a licenciamento ambiental pelo

órgão estadual do SISNAMA.

Decreto nº 5940, de 25 de outubro de 2006; “Institui a separação dos

resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração

pública federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às

associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis, e dá outras

providencias”. Neste decreto o presidente estipula algumas regras que

regulamente as associações e as cooperativas de catadores de materiais

recicláveis, através de criações de estatuto ou contrato social. Visem a

integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que

envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.

Serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos:

conjunto de atividades previstas no art. 7º da Lei 11.445 de 2007.

Regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação de

serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos , com a

adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a

54recuperação dos custos dos serviços prestados, como forma de garantir sua

sustentabilidade operacional e financeira, observada na lei.

3.2 Responsabilidade econômica, social e ambiental

“..é importante lembrar que, enquanto opção a ser

incentivada por políticas governamentais,a reciclagem

somente será economicamente viável e socialmente

desejável como alternativa de gerenciamento de resíduos

sólidos, se forem constatadas suas vantagens em termos

de eficiência econômica e ambiental. Para tal, o enfoque

que identifica níveis ótimos de reciclagem, no contesto de

um sistema integrado de gerenciamento, proporciona

instrumental analítico adequado” (CHERMONT e MOTTA,

pág 8 e 9, 1996).

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apenas

2,4% de todo o lixo produzido no país é reciclado, o que gera uma economia

entre R$ 1,3 bilhão e R$ 3 bilhões anualmente. Ainda segundo a entidade, se

todos os resíduos sólidos urbanos passíveis a reciclagem fossem recuperados,

a economia chegaria a R$ 8 bilhões por ano, sem contar a diminuição do

impacto sobre o meio ambiente.

Boa parte do volume reciclado é fruto do trabalho das cerca de 800 mil

pessoas que vivem daquilo que é jogado pelas ruas das cidades e em lixões,

de acordo com o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis,

Elas coletam e separam mais de 90% das latinhas de bebidas e outros

materiais de pós-consumo.

Segundo um estudo publicado por Hebert França, onde cita Sabetai

Calderoni, um professor da USP, consultor da ONU e autor do livro “Os Bilhões

perdidos no lixo” como a pessoa de visão ecologicamente correta, e o

momento para implementarmos a energia via lixo, através da compostagem

55orgânica nas usinas biodigestoras, reciclagem e incineração para obtenção de

energia. Para um aproveitamento racional do lixo urbano Calderoni, criou

Centrais de Reciclagem Integral, onde se integra todas as atividades

relacionadas ao tratamento do lixo, “As Centrais evitam que 90% do lixo vá

para aterros”, Segundo seu idealizador alguns municípios negociam a sua

implementação. (SABETAI CALDERONI, apud HEBERT FRANÇA, 2008)

A cidade do Rio de Janeiro gastou em 2010 o equivalente a 58,8% do

orçamento da secretaria responsável pela limpeza urbana com a coleta que

leva os resíduos para aterros distantes e apenas 0,7% com coleta seletiva.

Isso mostra que há uma escolha sendo feita, aponta Elisabeth Grimberg,

especialista em políticas públicas para resíduos sólidos do Instituto Polis,

Segundo a Abrelp, 56,6% dos municípios brasileiros declararam ter algum tipo

de iniciativa de coleta seletiva, porém elas se resumem, na maioria dos casos,

a disponibilizar pontos de recolhimento.

Apesar de ter alguns resultados bastantes positivos, O Brasil recicla

pouco. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada estima que apenas 2,4%

do lixo são coletados seletivamente em todo o Pais. (IPEA, 2010). A maioria

deste material é recolhido das ruas por catadores que trabalham sem a

proteção das leis trabalhistas e de maneira insalubre. “Se tivesse mais

material, a industria compraria. As pessoas já estão bem mais educadas e

dispostas a separar seu lixo em casa. O que falta é a ação do poder público

criando condições para que as coisas aconteçam de maneira efetiva” afirma

Fábio Luiz Cardoso, consultor técnico da rede ABC, entidade que faz a

intermediação entre cooperativas e as fabricas que compram o material.

Em contrapartida observamos que em 1999, no Brasil, o comércio de

sucatas de alumínio, vidro, papel, aço e plástico cresceu 46%, chegando a

movimentar R$790 milhões. (FERNANDEZ ,1999)

Segundo uma reportagem “Colapso do lixo” publicado pela Folha

Universal de junho de 2010, a sociedade nunca esteve tão sensível e

consciente em relação ao tratamento adequado dos resíduos e nesta

56reportagem cita porcentagem de cada material reciclado no Brasil, exemplo do

papel de escritório que 51% circula é passível de recuperação e que 43,7% foi

reciclado; outro exemplo é que a produção nacional das latas de alumínio

chega cerca de de 91,5% e há oito anos que o Brasil lidera o ranking mundial

de reciclagem desse produto (dados referente a 2008, conforme reportagem

“Para onde vai seu lixo? publicado pela Folha Universal (junho,2010).

São instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, (2010): o

incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas

de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis; o

monitoramento e a fiscalização ambiental, sanitária e agropecuária; a

cooperação técnica e financeira entre os setores público e privado para o

desenvolvimento de pesquisas de novos produtos, métodos, processos e

tecnologias de gestão, reciclagem, reutilização,tratamento de resíduos e

disposição final ambientalmente adequada de rejeitos; a pesquisa científica e

tecnológica; a educação ambiental; os incentivos fiscais, financeiros e

creditícios; o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão de Resíduos

Sólidos (Sinir); o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico

(Sinisa);a avaliação de impactos ambientais; o Sistema Nacional de

Informação sobre o Meio Ambiente (Sinima); o licenciamento e a revisão de

atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, entre outros.

3.3 – Consciência Ecológica

“Como podemos mudar a Consciência ecológica nos dias de hoje?”,

A consciência do processo de aproveitamento, tratamento ou destino

dos RSU é de primordial importância.

A administração do lixo é hoje uma das grandes preocupações na

organização urbana, e o Rio de Janeiro está realizando um trabalho bastante

significativo para com a população e o meio ambiente.

57LIMA, (2001), Salienta que os custos e a complexidade de disposição

final de resíduos sólidos urbanos dependem primordialmente dos aspectos

quantitativos do lixo coletado. Dessa forma as alternativas para a disposição

final poderão ter seus custos reduzidos sensivelmente, caso se implemente

ações que visem diminuir a quantidade de lixo a ser destinado ao aterro. Para

isso faz-se necessário a contribuição da sociedade nos processos de

Redução, Reutilização e Reciclagem destes materiais.

Segundo CAPRA,(1993) A busca pelo desenvolvimento sustentável do

planeta estão ligadas a renovação, mudança e transformação, exige

planejamento e esforços não só de uma educação ambiental nas escolas, e

sim em mudanças de hábitos. Existem problemas ambientais que afetam todo

o planeta e outros que são específicos de um país ou região. Assim, acordos

internacionais estabelecem macro-diretrizes e metas a serem atingidas pelos

países nas questões globais e intercontinentais, essas diretrizes devem ser

desdobradas em políticas nacionais e planos de ação que englobarão também

as questões locais e, efetivamente culminaram na operacionalização do

planejado no nível micro. Embora todos e concentrem na sustentabilidade,

cada princípio tem sua peculiaridade, necessitando ser verificada antes da

aplicação tanto pelas organizações empresariais, quanto as governamentais.

Nota-se uma tendência de melhoria da situação da disposição final do

lixo na Cidade do Rio de Janeiro nos últimos anos, que pode ser creditada a

diversos fatores, tais como:

• maior consciência da população sobre a questão de limpeza urbana

• forte atuação do Ministério Público, criação de uma Política própria para

a gestão de resíduos.

• criação de termos de ajuste de conduta para a recuperação dos lixões e

na fiscalização do seu cumprimento

58• a força e o apelo popular do programa da UNICEF11, Lixo e Cidadania

(Criança no lixo, Nunca mais) em todo território Nacional

• aporte de recursos do governo Federal para o setor, através do Fundo

Nacional de Meio Ambiente

• apoio de alguns governos estaduais

Apesar de todas estas forças positivas, a destinação final do lixo urbano

no Brasil ainda não atingiu a qualidade desejada, na medida em que estes

locais, por estarem geralmente na periferia das cidades, não despertam

interesse da população formadora de opinião, tornando-se, assim, pouco

prioritários na aplicação de recursos por parte da administração municipal

(IBGE, 2000)

3.3.1 Projetos e Cooperativas

A Prefeitura do Rio de Janeiro criou através da COMLURB, as

cooperativas, com o objetivo de agregar valores econômicos e transformar a

fragilidade individual em força, atendendo com competitividade, qualidade e

assiduidade o fornecimento de materiais.

A experiência das cooperativas de catadores realizadas na cidade do

Rio de Janeiro reflete no interesse da prefeitura em diminuir o volume de lixo

na fonte e auxiliar a população voltada para a atividade de coleta informal. A

existência de um setor informal, que é constituída por catadores que se

preocupam em aproveitar a reciclagem para gerar ou complementar a renda, e

de um setor formal, representado pelo serviço público de coleta de lixo. Com o

objetivo de analisar o subsídio dado aos catadores pra organizar as

cooperativas, são definidos dois tipos de catadores: o cooperado e o

predatório. O setor informal desempenha um importante aspecto no processo

de coleta de determinados tipos de resíduos, selecionando o lixo com custo

zero para os cofres públicos. Entretanto os danos gerados pelos catadores

11 Fundo das Nações Unidas para a Infância

59predatórios são sentidos através das externalidades que se refletem em sacos

rasgados e lixo espalhado nas vias públicas. (DIAS, 2007).

As cooperativas vêm fazendo um trabalho de conscientização dos

catadores, no intuito de diminuir este aspecto negativo da coleta. Juntamente

com as cooperativas a população, a exemplo das prefeituras, passa a valorizar

esta atividade possibilitando ao catador o acesso a um material mais limpo,

conseqüentemente com maior valor de mercado.

Um dos problemas enfrentados pelos catadores do município do

Rio de Janeiro, antes de existirem as cooperativas, era justamente o de

armazenar o material coletado, desta forma a possibilidade de armazenar o

lixo proporcionou aos catadores cooperados, negociarem melhor seus preços e

terem uma escala para vender diretamente para grandes depósitos e

empresas.

Tanto a COMLURB quanto a Secretaria Municipal de Saúde

tentam conscientizar a população que reside nos lixões, de maneira a evitar a

contaminação e a transmissão de doenças. A organização em cooperativa se

faz necessária, mesmo que a rentabilidade da produção seja baixa. É

necessário que ocorra um estreitamento entre órgão responsável pelos

serviços e a população, o que pode ser conseguido através de canais de

comunicação permanentes abertos, como os conhecidos serviços de

atendimento ao público por telefone, correio comum e eletrônico e ouvidorias.

O Programa Lixo e Cidadania, liderado pela UNICEF, vem mobilizando

vários segmentos da administração pública e da sociedade para, numa

primeira fase, encaminhar as crianças que trabalham nesta atividade pra

escolas e outras atividades lúdicas e educativas, através de programas “bolsa-

escola” e outros similares . Busca ainda a capacitação dos catadores para que

abracem outras atividades profissionais ou continuem em sua faina

recuperadora de materiais recicláveis, mas em melhores condições de

salubridade, organizados em cooperativas ou associações, onde este trabalho

seja valorizado e onde possa ser agregado valor aos produtos recuperados,

60conseguindo-se assim, aumentar a sua renda quando forem comercializados

(IBGE,2000)

Servem para complementar o trabalho dos órgãos públicos, as

campanhas de sensibilização da sociedade pra estas questões, sejam através

da mídia, seja diretamente nas ruas, com apelos para as interfaces com a

saúde e com o meio ambiente. A PNSB12 demonstrou que o percentual de

municípios com campanhas de educação ambiental são ainda pequenos nas

diversas regiões do Pais, mas vem crescendo consideravelmente. Os canais

de comunicação têm servido mais para reclamar sobre a qualidade dos

serviços prestados (71%) do que para participar ou colaborar para a

implantação do sistema (29%). Ainda assim foram declarados 2.030

movimentos reivindicatórios, em vários municípios, para implantação,

ampliação e melhoria dos serviços, promovidos em sua maioria por

associações de bairro ou moradores (46%), seguida de partidos políticos (22%)

(IBGE,2000).

12 Pesquisa Nacional de Saneamento Básico

61

CONCLUSÃO

Como vimos neste estudo, o sistema eficiente de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos pode despertar uma Consciência Ambiental, onde

conseguiremos: incrementar a atividade recicladora, estimular mudanças de

padrões de consumo da população, e ainda, elevar o consumo de produtos

reparáveis, retornáveis e duráveis, reduzindo com isso os níveis de disposição

final.

Em resposta ao problema aqui apresentado, entendemos que o

Componente Ambiental é sem dúvida, o aspecto de maior relevância na

“balança custo/benefício” dos programas de Gerenciamento das diversas

tecnologias apresentadas. No entanto, existem dificuldades políticas de se

introduzir no sistema de contas públicas e metodologias que considerem os

ganhos ambientais e sociais.

De acordo com os levantamentos apresentados, no futuro, as áreas

para aterros serão cada vez mais escassas. Devemos salientar que a cobrança

sobre a disposição final de lixo pode induzir ao aumento dos níveis de

disposição ilegal. Por isso, deve haver uma correta implementação do

processo de gerenciamento e fiscalização deste.

As diversas tecnologias existentes no mercado, podem contribuir de

forma eficiente na redução da quantidade da destinação final de RSU,

prolongando assim, a vida útil dos locais de disposição final dos mesmos. Alem

da redução, contribui também para um aumento efetivo da renda das pessoas

envolvidas no processo de coleta, triagem e reaproveitamento dos matérias

recicláveis.

Concluímos que, em vista da situação dos RSU atualmente, tanto no

Município do Rio de Janeiro quanto em todo o Brasil, se faz necessário a

implantação de um amplo programa de Educação Ambiental, já que esta se

apresenta como uma excelente ferramenta de conscientização acerca dos

problemas relativos ao Meio Ambiente, seja ele Natural ou Urbano.

62

INDICE DE FIGURAS, GRÁFICOS E TABELAS

FIGURAS

FIGURA 1 – Rotas Energéticas dos Resíduos Sólidos....................................32

FIGURA 2 – Coletores de Vários Cores...........................................................34

FIGURA 3 – Foto do Caminhão da Prefeitura de Limpeza Urbana..................36

FIGURA 4 – FOTO DO CAMINHÃO DE COLETA

SELETIVA..........................36

FIGURA 5 – Esquema de Gaseificação............................................................39

FIGURA 6 – Dreno De Capacitação De Chorume E Gas.................................44

FIGURA 7 – Visualização do Aterro de Gramacho...........................................45 FIGURA 8 – Visualização do Aterro Sanitario Nova Iguaçu.............................45

GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – Composição do Lixo Coletado na Cidade do Rio De Janeiro,

Segundo o Componente, 2007.........................................................................15

GRÁFICO 2 – Lixo Domiciliar Coletado, em Toneladas, Segundo as Áreas de

Planejamento de 2003 A 2007..........................................................................18

GRÁFICO 3 – Total de Lixo Público e Domiciliar Coletados, em Toneladas na

Cidade do Rj, 2003 A 2007...............................................................................26

TABELAS

TABELA 1 - Composição Gravimétrica do Lixo no Município do Rio de Janeiro

Período de 2005 A 2010...................................................................................17

TABELA 2 - Total Anual de Lixo Muncipal Disposto nos Aterros Segundo

Categoria Ano 2003 A 2007..............................................................................23

TABELA 3 - Lixo Publico Coletado Segundo as Áreas de Palnejamento.........27

TABELA 4 - Lixo Domiciliar Coletado Segundo as Áreas de Planejamento.....27

TABELA 5 - Comparativo Entre Lixo Público e Domiciliar Coletado Segundo as

Áreas de Planejamento.....................................................................................27

TABELA 6 - Açoes Obrigatórias para o Gerenciamento Integrado de Resíduos

Sólidos..............................................................................................................31

63

ANEXO 1

PRODUZINDO O MATERIAL

Folha Universal – Nº 951 – 27 DE JUNHO DE 2010 Brasil em Xeque (pag. 16) Colapso do Lixo “Sem políticas públicas adequadas, quantidade de resíduos não para de crescer e potencial para economizar R$8 bilhões com reciclagem é pouco explorado” Por Gisele Brito Usar a expressão “montanha de lixo” não é exagero. O aterro sanitário de Peruíbe no litoral de São Paulo, é uma sucessão de terra e lixo empilhados, que impressiona pelo cheiro forte, o chão enlameado e a quantidade quase infinita de fraldas usada, restos de comida, sacos plásticos, brinquedos, remédios, e outros materiais. Foram elementos assim que formaram 57 milhões de toneladas de lixo domestico recolhidos das ruas no Brasil apenas no ano passado, de acordo com Associação Brasileira de Empresas de limpeza Publica e resíduos especiais (Abrelpe). Apesar do volume monstruoso e crescente da produção de lixo no pais – em 2007, foram 52,6 milhoes de toneladas -, a Política N acional de Resíduos Sólidos (PNRS), que tramita no Congresso há 19 anos, continua parada no Senado. O Projeto cria responsabilidades compartilhadas entre o Poder Público, os cidadãos (terão que destinar seus reciclados para a coleta seletiva, quando implantada na cidade) e o setor produtivo, que deverá reciclar seus produtos, fazendo a chamada logísticva reversa. ...

64

ANEXO 3 http://radioitaperunafm.com/site/2011/03/09/rio-recolhe-8495-toneladas-de-lixo-durante-o-carnaval/ Rio recolhe 849,5 toneladas de lixo durante o carnaval

Por Redação - Rádio Gospel FM

Comlurb contabiliza record de lixo espalhado pela cidade do Rio de Janeiro neste carnaval

A Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) retirou 849,5 toneladas de lixo no carnaval deste ano, englobando os blocos de rua, o Sambódromo e a Estrada Intendente Magalhães, onde desfilam as escolas de samba dos grupos C, D e E. O volume é recorde na história da limpeza durante o carnaval carioca e representa acréscimo de 12% em relação ao mesmo período do ano passado.

Durante os desfiles dos cerca de 420 blocos que animaram a cidade desde a última sexta-feira (5) até ontem (8), os 2.427 garis da Comlurb retiraram 316,7 toneladas de resíduos das vias públicas. O aumento foi de 20% sobre o carnaval de 2010.

No Sambódromo, foram recolhidas 463 toneladas de lixo, superando em 10% o total retirado em igual período do ano passado. Os 70 catadores que atuaram na Passarela do Samba coletaram 44 toneladas de materiais recicláveis.

Já na Estrada Intendente Magalhães, em Campinho, subúrbio da Leopoldina, foi registrada queda de 10% no volume de resíduos coletados em comparação a 2010. O total recolhido neste carnaval alcançou 26,6 toneladas.

A Comlurb continuará fazendo a limpeza das áreas onde os blocos desfilam hoje e no próximo fim de semana.

65

BIBLIOGRAFIA

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http://www.rio.rj.gov.br/web/comlurb/exibeconteudo?article-id=157149

CAMINHÃO VERDE

http://blogdosargentotavares.blogspot.com/2010_03_01_archive.html