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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A importância da Supervisão Escolar no ambiente educacional. Por: Marilze Josele dos Santos Orientador Prof. Mary Sue Pereira Niterói 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A importância da Supervisão Escolar no ambiente educacional.

Por: Marilze Josele dos Santos

Orientador

Prof. Mary Sue Pereira

Niterói

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A importância da Supervisão Escolar no ambiente educacional.

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Administração e Supervisão

Escolar

Por: . Marilze Josele dos Santos

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AGRADECIMENTOS

A minha mãe e meu amigo e

companheiro, namorado Anderson

Pedro, que me apoiaram e me

ajudaram na conclusão deste curso. A

professora Mary Sue que me ajudou na

conclusão desta monografia.

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4

DEDICATÓRIA

As minhas amigas do curso de

Administração e Supervisão Escolar, em

especial Edna, Sandra, Rosane, Elaine,

Patrícia e Ana Lúcia que contribuíram e

me enriqueceram com as suas vivências

educacionais.

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RESUMO

Este trabalho aborda questões referentes à Supervisão escolar,

objetivando enfocar sua trajetória histórica no processo educacional e sua

prática na ambiente educacional.

Propusemos a falar um breve histórico sobre a Supervisão Escolar no

Brasil e suas transformações nos dias atuais.

Realizamos reflexões a práxis da Supervisão escolar consequentemente a

uma visão deste Supervisor no ambiente o qual daria a sua ação diante de sua

equipe pedagógica e demais funcionários, devendo esta ação como um

elemento construtor na prática docente, mediando teoria e prática no contexto

escolar .

Portanto, a função supervisora pode ser exercida por qualquer sujeito

que esteja preparado teoricamente e praticamente para lidar com os desafios

do trabalho pedagógico.

A escola de hoje não prioriza um espaço específico no qual existem

hierarquicamente o administrador e um supervisor, mas dinamiza um ambiente

democrático o qual permite a reflexão e a busca de opiniões coletivas com o

envolvimento de todos.

O supervisor escolar tem com o caráter de articulador do trabalho

coletivo e logo podemos observar a mobilização dos demais segmentos da

escola para a construção do projeto político –pedagógico .Logo, pensamos que

o projeto político pedagógico da escola faz- se- a de uma construção coletiva

dos integrantes da comunidade escolar constituindo-se um olhar para a ação

pedagógica.

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METODOLOGIA

A metodologia usada para a pesquisa se dará através de uma pesquisa

bibliográficas. Os principais autores que enriqueceram este trabalho foram :

Mary Rangel, Celestino Alves Silva Junior, entre outros.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - A História da Supervisão Educacional no Brasil. 10

CAPÍTULO II -Reflexão sobre a práxis do supervisor educacional no 19

ambiente escolar.

CAPÍTULO III – A ação da supervisão educacional. 26

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 38

ÍNDICE 39

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INTRODUÇÃO

A função Supervisor Educacional é intervir na qualidade do trabalho

pedagógico e articular toda a comunidade escolar com um objetivo único a

melhoraria do ensino.

Detalhando o fazer do Supervisor Educacional, podemos considerar que seu

trabalho inclui:

Podemos falar que o seu trabalho prioriza as necessidades da escola e

dos alunos; interação com o grupo de trabalho;criar um vínculo de confiança

com os outros profissionais; promover a reflexão sobre a situação escolar.

Seu papel não é o mais de fiscalizador, mas o agente de mudanças que

participa do fazer pedagógico no ambiente escolar, buscando as

transformações necessárias no contexto educacional.

O supervisor Educacional, hoje, enfrenta condições de trabalho

distintas, o que a organização deste segmento afirmou se distancia bastante

daquilo que ele encontra nas escolas .

Participar do fazer pedagógico é central. Desde a Reforma Francisco

Campos – Decreto Lei 19.090 de 18/04/1931 a Supervisão Educacional foi

concebida com a finalidade de controlar as atividades pedagógicas bem como

melhorar a qualidade do ensino por meio de treinamento de recursos

humanos, ajudando a fundamentar o trabalho dos inspetores e concentrando –

se área pedagógica da Educação (RANGEL,1997) .

O ponto de partida para o presente trabalho, perpassará pelo o

momento do histórico da Supervisão Escolar, o qual faremos a abordagem

histórica.Encontraremos autores que discutam realidade ao longo do tempo.

Faremos uma reflexão sobre a sua práxis no ambiente escolar, pois,

encontramos algumas divergentes diante da atuação do profissional da

supervisão escolar perante o professor que exerce a sua função em sala de

aula .Também reflexão de como o supervisor educacional deverá propor em

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seu ambiente educacional e fecharemos falando de conceitos e objetivos da

Supervisão Escolar no ambiente escolar.A forma de como agir, e seu olhar

com o grupo.

O trabalho do Supervisor deve estar centrado na ação do professor,

implicando um comprometimento. Compreender que o objeto do Supervisor é

a produção do professor afasta a supervisão da atuação linear, hierarquizada e

burocrática, orientando-a para a contribuição de desempenho docente mais

qualificado. Assim, o Supervisor torna-se um parceiro político- pedagógico do

professor num processo de reconstrução permanente de suas práticas.

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CAPÍTULO l

HiSTÓRICO DA SUPERVISÃO EDUCACIONAL NO

BRASIL

A Supervisão Educacional no Brasil ganha um novo enfoque a partir da

década de 1930 no contexto pós Segunda Guerra, no Governo Getulio

Vargas.Com ideologia populista há uma centralização das decisões nas

diferentes instância administrativas.

A área educacional é atingida por essa centralização.A criação do

Ministério da Educação e Saúde Pública, pelo Decreto nº19402, de novembro

de 1930, que trata de reogarnizar a estrutura do ensino no país, propicia

articular o sistema nacional ( AGUIAR, 1991, p.15).

O governo passa a substituir as importações com base na expansão

industrial que exige mão de obra qualificada o que ocasiona uma demanda por

uma escola universal.A partir dessa necessidade o governo promove a

educação centralizada, tomando todas as decisões em relação à educação em

todos os sistemas educacionais.

As primeiras medidas centralizadoras consistem em organizar o ensino

secundário no país, equiparando os colégios secundários ao Colégio Pedro II e

a normatização da Inspeção Federal, criando a careira de inspetor,estruturado

o sistma de inspeção.A União passa intervir também no Ensino Primário,

estabelecendo diretrizes a serem cumpridas pelo sistemas de ensino.

As evidências dessa nova postura são traduzidas pela própria Constituição de

1934, que determina em seu artigo 150 a competência da União:

“fixar o Plano Nacional de Educação,

compreensivo do ensino de todos os graus e

ramos, comuns e especializados: e

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coordenador e fiscalizar a sua execução, em

todo o território nacional, exercer ação

supletiva, onde se faça necessário por

deficiência de iniciativas ou

recursos.”(AGUIAR, 1991,p.17)

O Ministério da Educação passa a ser responsável também pela

coordenação e fiscalização quanto à observância das normas federais.Desta

forma, devido às reformas advindas da Revolução de 1930, o Ministério da

Educação também passa a assumir além das suas funções especificamente,

outras, tais como:

a) a de normatização abrangendo os diversos níveis e modalidade de ensino:

b) a de integração e planejamento da educação no país;

c)a de controle, supervisão e fiscalização para garantir a observância das

diretrizes estabelecidas.

Até aqui a função do Inspetor era a de verificar a adequação dos colégios

secundários e de ensino superior aos modelos federais.

Em decorrência do Decreto de nº 21241 de 14/04/32, a inspeção

mantém seu caráter fiscalizador, embora se organize de forma

racional.Fiscaliza o processo de equiparação de escolas;constitui os distritos

de inspeção, define os requisitos necessários ao concurso para inspetor e

estabelece prioridades de atendimento.

A política centralizadora da União continua se fortalecendo no Estado

Novo, instaurado de 1937 a 1945.Nesta época a diversidade das atividades do

Ministério de Educação aumenta e vai exigir uma reestruturação que ocorre

com a Lei 378 13/01/37. Segundo o Ministro Gustavo Capanera essa

reestruturação possibilita a racionalização de serviços técnicos administrativos

do ensino, define a ação própria e supletiva do Governo Federal de Educação,

proporcionando uma maior projeção das atividades do Ministério sobre todo o

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país.A educação é usada como veículo ideológico do novo regime, através da

difusão de seus valores, num ideário reformista. A educação tem uma única

orientação para todo o país como se todas as regiões tivessem as mesmas

necessidades educacionais e não houvesse diferenças entre elas.

Reafirma-se mais uma vez, o caráter centralizador, que vai refletir-se na

promulgação de uma série de leis uniformes para todo o país e em medidas

que as completam como , por exemplo, o Decreto Lei nº 4244 de 09/04/42 que

dispões de forma detalhada sobre a estruturação do ensino secundário e traz

uma nova conceituação de Inspeção, determinando que, além de enfocar

aspectos administrativos, deveria assumir o caráter de Orientação

Pedagógica.Neste período o país está dividido em oito regiões administrativas

educacionais, tendo sido criadas em cada uma delas uma Delegacia Federal

de Educação, congregando Delegados Federais da Educação, Inspetores de

Ensino Técnicos de Educação.Tais regiões se constituíam em embriões dos

serviços de Supervisão Escolar que posteriormente apareceram

Diversas Portarias e Circulares passaram a regulamentar

minuciosamente a inspeção. Apesar de acrescentar dimensões pedagógicas,

continua o reforço no caráter eminentemente fiscalizador, atribuindo ao

inspetor o poder de interferir nos julgamentos e condicionando sua presença à

validação de todas as provas estabelecendo e relacionando os deveres do

Inspetor,visando a estrita fiscalização do cumprimento da legislação.

Segundo Anísio Teixeira (AGUIR, 1991,p.20)

“o espírito formal e burocrático de uma falsa

técnica administrativa, concebida como uma

ciência autônoma de organização e de meios,

não distinguiu serviços de controle e de

fiscalização dos serviços de condução de

atividades próprias e autônomas como as da

educação em uma atividade estritamente

controlada por leis e regulamentos e o

Ministério da Educação em órgão de registro

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fiscalização e controle formal do cumprimento

das leis, regulamentos. A função desses

órgãos é o de dizer se a educação é legal ou

ilegal, conforme hajam sido ou não cumpridas

as formalidades e os prazos fixados”

Durante todo o Estado Novo, as atenções são dirigidas ao ensino

secundário e como resultante de uma política elitista, o ensino primário

encontrava-se falido já que o Estado não dispunha de recursos para expandi-

lo. É face a essa situação do ensino primário que o Governo Central toma mais

uma medida centralizadora,instituindo o Fundo Nacional de Ensino

Primário(FNEP) pelo Decreto Lei nº 4958 de 14/11/42, cujo objetivo era o de

ampliar e melhorar e melhorar as condições de desenvolvido do ensino

primário no país.Esta medida foi complementada pelo convênio Nacional de

Ensino Primário(ratificado pelo Decreto Lei nº5293 de 01/03/1943. A partir daí

as concessões de auxílio federais para assistência técnica e ampliação de

rede de ensino elementar dos Estados ficaram na dependência direta da

decisão do MEC.

Os recursos do FNEP possibilitaram a construção de prédios escolares

e a expansão de rede elementar de ensino em todo o país, mas não

possibilitou a melhoria nos seus padrões qualitativos.Assim, nos anos 50, a

queda da qualidade no ensino primário passa a ser o tema central de

discussões.

Com a expansão do ensino primário houve a necessidade de “treinar”

professores leigos. A Supervisão entrou em cena para treiná-los e manter uma

rede supervisão nos estados e territórios promovendo, desta forma, o

desempenho dos professores em exercício.

Nesse contexto surge a supervisão escolar, não mais com a atribuição

de Inspetor Escolar, com a função específica dentro do aparelho escolar.No

período de 1960 a 1970, o Supervisor Escolar passa a ser uma espécie de

“Orientador Pedagógico”, com o objetivo de aperfeiçoar o trabalho pedagógico

do professor em sala de aula.

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Com o processo de modernização protagonizado pelo presidente Juscelino

Kubistchek, a educação é vista como um investimento rentável que gera

benefícios tanto sociais quanto individuais. Essa nova visão de “educação de

investimento econômico e de concepção humanista implicava numa

reorientação da formação do pessoal técnico-administrativo na área da

educação” (AGUIAR,1991,p.28-29) visando a capacitar esse pessoal para

modificar o sistema educacional em curto prazo, pois o mundo vive as

conseqüências da chamada “guerra fria”deflagrada pelas grandes potências

lideradas pelos Estados Unidos e Rússia, que duelam pela conquista da

hegemonia econômico, política e ideológica.

A consolidação do Bloco Socialista e sua expansão aos países orientais

começa a representar um perigo crescente para os países capitalistas,

simultaneamente atingidos pela perda de suas colônias. Diante disso os

Estados Unidos passam a buscar estratégias capazes segundo sua ideologia,

de garantir a ordem social e de preservar o mundo livre dos regimes

consagrados como não democráticos. Assim,sob os argumentos de que a

melhoria das condições sociais e econômicas, em qualquer parte do “mundo

livre”, redundaria em benefício para os Estados Unidos e de que dever-se- ia

oferecer aos países amigos da paz, os benefícios do seu cabedal de

conhecimento de conhecimentos técnicos e ajudá-los a realizar suas

aspirações por uma vida melhor, o Governo Norte-Americano iniciou a partir da

II Guerra Mundial um extenso programa de assistência técnica aos “países

pouco desenvolvidos”,principalmente aqueles situados na América Latina.

Assim a Supervisão Escolar nasceu pela criação do Programa de

Assistência Brasileira Americana ao Ensino Elementar PABAEE instalado em

Belo Horizonte –MG, em 1957.Em 1958,os professores foram a Indiana (EUA)

para se especializarem, sendo que, posteriormente, foram criados em Belo

Horizonte os cursos de formação de Supervisores que mais tarde seriam

espalhados pelo Brasil.

Os três objetivos básicos definidos para o PABAEE esclarecem

realidade concreta da presença do supervisor no contexto educacional

brasileiro em suas origens:

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1)”introduzir e demonstrar, para os educadores brasileiros, métodos e técnicas

utilizados na educação primária, promovendo a análise, aplicação e adaptação

dos mesmos, a fim de atender às necessidades comunitárias em relação à

educação, por meio de estímulo às iniciativa dos professores;

2) criar e adaptar material didático e equipamentos, com base na análise de

recursos disponíveis no Brasil e em outros países, no campo da educação

primária;

3) selecionar professores de competência profissional,eficácia no trabalho, e

conhecimento da língua inglesa , a fim de serem enviados aos Estados Unidos

para os cursos avançados, no campo da educação primária”.

Refletindo sobre as origens da Supervisão, entendemos as razões de o

supervisor ter se colocado como reprodutor do sistema, com perfil de fiscal do

trabalho do professor, o que, conseqüentemente, também define as bases de

sua formação tanto no nível do treinamento como habilitação

universitária.Essas bases caracterizam uma visão tecnicista, com ênfase em

métodos e processos, distanciando-se da visão dos valores mais amplos da

educação.

“A reforma do curso de superior Lei nº 5540/68

– ao instituir, dentre outras habilitações, a de

Supervisor Escolar, na graduação de

pedagogia, consolidou a presença da

Supervisão no contexto educacional

brasileiro,ampliou o seu campo de atuação

para todo o ensino de 1º e 2º grau e pelo

currículo proposto obrigatório, garantir a

continuidade da formação conservadora a ser

dada a tal profissional, dentro da visão

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tecnicista da educação mais conforme ao

modelo econômico vigente”

(NOGUEIRA,1989,p.40)

A reformulação do Curso de Pedagogia, resultante da Reforma

Universitária tem o parecer nº 252/69 e na Resolução nº 02/69 instrumentos de

regulamentação eficazes. Observa-se que o parecer 252/69 expressa a

necessidade de uma elite planejar e controlar evidenciando a dicotomia entre

decisões e ação:

“O parecer 252/69 reflete as linhas mestras do

movimento de 1964... pela determinação que

faz, caracteriza o supervisor na linha

economicista transposta do país hegemônico,

(EUA) como agente responsável pelo controle

da execução da ideologia do poder.”

(SILVA,1987,p.63).

Dentro deste contexto a educação passou a ser assunto de interesse

econômico e de segurança e a supervisão escolar passa exercer, dentro do

sistema educacional vigente na época(pós golpe militar 1964), nas diversas

unidades escolares, a função controladora da “qualidade do ensino”. De

acordo com o Parecer 252/69, a função do supervisor escolar é de formar

professores melhores e mais eficientes, desde que aqueles promovam uma

coordenação adequada; neste caso esta coordenação implica em um

cumprimento das normas e diretrizes emanadas do poder central, por parte do

supervisor (SILVA,1987,p61-64).

A primeira vista pode nos parecer que a função da supervisão é a de

solucionar os problemas educacionais brasileiros, mas depois percebemos que

a supervisão foi implantada para atender às novas exigências político –

ideológicas que garantirá a eficiência da tarefa educativa através do controle

da produtividade docente (GADOTT,in ALVES,1985,p.24-25). Assim, a

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supervisão passa a incorporar em sua concepção as teorias administrativas,

tentando manter uma neutralidade para camuflar o fortalecimento da estrutura

do poder.

Desta forma, a Supervisão escolar foi imposta à educação brasileira

como necessidade de :

• Modernização;

• Promover assistência técnica;

• Garantir a qualidade do ensino;

• Assegurar a hegemonia da classe dominante.

Como concluir, a trajetória deste profissional tem sido , em

períodos recentes, a de trabalhar a contradição existente entre as suas

origens de reprodutor de sistema instituído e a definição de novos

paradigmas vinculados a uma conotação de educação democrática,

onde o pensar e o fazer são redefinidos, de forma essencial, no conceito

de práxis pedagógica, que veremos a seguir, onde a ação educativa é

também uma ação política.

1.1 A SUPERVISÃO HOJE

Não tem como falar no campo da educação e da supervisão

educacional, sem falar do contexto que perpassa no momento atual.

Hoje o mundo passa por uma nova Revolução Industrial, onde as máquinas se

modernizam, deixando de ser apenas manuais e passaram a ser intelectuais

(computadores, tablets...), isto é, o que antes a máquina era uma extensão do

corpo do homem, hoje também é seu pensamento.Essa modernização

possibilitou o homem estar e, diversos lugares e fazendo diversas trabalhos

sem sair de casa e sem gastar muito tempo.A vida se tornou mais rápida e

mais cheia.

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Essas mudanças, com certeza, influenciaram a vida escolar, pois a

tecnologia rompeu as paredes das escolas e o único limite, no momento , é a

circunferência do Planeta Terra. Além disso, rompeu-se com os limites dos

livros e dos cadernos, consequentemente, do conhecimento uniforme. Hoje o

professor não é mais considerado o único detentor de conhecimento, mas sim

um mediador que possibilitará o aluno a desenvolver todas as suas

potencialidades, enquanto estiver no ambiente escolar e fora dele. Ele

ensinará o aluno a ter autonomia e a prazer de se conhecer. E tudo que é

aprendido para a avaliar se torna agradável, pois, saberá o que é importante

conhecer num mundo que amanhece de um jeito e anoitece de outro.

Essa mudança constante que vem nos acercando , acontece também

com o professor e o supervisor educacional ambos lidando com o ser

importante que é seu aluno e aperfeiçoamento para acompanhar as inovações

do mundo contemporâneo.

Ao pararmos e analisarmos o momento atual em que estamos, parece

que volta aos tempos primitivos, onde tem algo específico a se aprender, mas

sim a sobreviver diariamente, adquirindo coisas novas para se adaptar ao

mundo em que se vive: globalizado,informatizado e eletrônico.

Porém tudo isso que falamos,não são todos que possuem essa visão

crítica do mundo, muito menos essa concepção de educação. A sociedade o

qual vivemos, apresentam grande discriminação diante das tecnologias .

Muitos estão a favor e conhecem as invenções tecnológicas e dos últimos

saberes, outros desconhecem ou são excluídos dos resultados das novas

tecnologias. Muitos profissionais da educação estão presos às antigas

concepções de ensino, em que o professor sabe tudo e ao aluno só cabe ficar

em silêncio para aprender.

Neste momento tão importante cabe o supervisor a intervir e mostrar ao

seu professor novas construções o qual poderá adotar em sua sala de aula.

Assim resgatando a autonomia e formando individuo sábios e com grande

perspectiva na sua vida de crescimento.

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CAPÍTULO II

REFLEXÃO SOBRE A PRÁXIS DO SUPERVISOR

EDUCACIONAL NO AMBIENTE ESCOLAR.

Muitos questionamentos vêm sendo falado a respeito da práxis do

Supervisor Educacional no ambiente educacional, pois, mediante crescente

insatisfação da sua ação no contexto escolar. A sua forma dominante de

atuação e o autoritarismo, leva-se em consideração a constante

marginalização da maior parte da população do processo educacional,

tornando-se necessário investigar os motivos de tal insatisfação do papel da

supervisão nesse processo.

Segundo Sergiovanni (1987, p.9) , muitos educadores acham que a

supervisão é desnecessária na escola e as funções exercidas pelo profissional

acabam se constituindo em obstáculo para eficiência da mesma.

As explicações para tal postura podem ser variadas:autoritarismo,

submissão, ênfase no controle, abuso de regulamentação administrativa,

burocratização exagerada etc.

Uma linha de solução para tornar a supervisão necessária seria a

supervisão esclarecida, termo dado por Sergiovanni (1987) .

“(...) o principal esforço de qualquer ato de

supervisão é a mudança de algum aspecto do

conceito do eu da pessoa, do seu

comportamento, do conjunto de atitudes ou de

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relação com a escola e dentro da escola como

organização (Sergiovanni, 1987, p.12)”

Significa, portanto, a ênfase na promoção e no crescimento profissional

das pessoas para atingir os fins objetivos pelo processo de educação.Sendo

assim, quando os administradores e outros profissionais decidem comporta-se

numa atitude supervisora, adotam a perspectiva de agente de mudança. Tal

perspectiva é importante já que algumas práticas vêm promovendo mudanças

positivas nas variáveis de sucesso organizacional.

Podemos dizer que a práxis da supervisão não se deu conforme a

vontade do professor pois a função do supervisor era controlada, assim para a

sociedade controlada e uma educação controlada, teríamos um supervisor

controlador que, também seria controlado. Neste caso, a existência do

supervisor está relacionada ao controle que esse deveria exercer em sua

função.

Segundo Celetino Alves:

“foi lhe ‘sugerido’” que ‘’controle’’é sempre

atributo dos que decidem, e foi – lhe dito que

decidir é atributo privativo dos que detêm o

poder, não importando quais os meios de se

obter o poder; foi-lhe dito ainda que o poder é

inamovível,impertubável e sábio e finalmente

ensinaram-lhe que a melhhor maneira de servir

aos homens é induzi-los a submeteram –se ao

poder que determina suas vidas”

(ALVES,1998,P.93).

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Essas são as lições de autoritarismo que a supervisão e o supervisor

receberam logo após o seu nascimento.

A supervisão, de acordo com José Leão Marinho (1990), foi vítima de

modismo que frequentemente caracteriza a Educação Brasileira. Nos anos 80,

a Supervisão foi atacada por esse modismo quando quiseram provar através

de livros, artigos e seminários a ineficiência da mesma. Para isso, utilizou-se

os erros de alguns supervisores, como se estes fossem a marca registrada do

trabalho da Supervisão.

A partir desse modismo, surgiram várias críticas à Supervisão.Essas

críticas foram reunidas em dois grupos: o primeiro formado por aqueles que

admitiam a necessidade da mesma, elaborando uma análise crítica de sua

prática e o segundo formando por aqueles que supunham que o grande

número de críticas feitas ao supervisor não visavam ao seu aprimoramento,

mas sim, tentavam justificar o motivo pelo qual a função do supervisor deveria

ser extinta. Portanto, havia o grupo que defendia sua permanência e aquele

que não a considerava necessária na escola.

O grupo a favor a extinção do supervisor achava que a função do

supervisor, na escola, era explorar o professor, desvalorizando seu saber e sua

prática.Segundo essas críticas a Supervisão era a conseqüência da divisão

social do trabalho na escola e não como necessidade ao propósito do

complexo processo educativo.

Neste caso, a Supervisão é vista como representante do sistema

capitalista, sendo, os supervisores, encarregados, na escola, de manter e

reproduzir os valores, as políticas e as normas dos sistemas.

A partir dessa visão, conclui-se que o aparecimento da Supervisão na

escola teria sido parte de um plano que visaria parcelar a produção pedagógica

ou o processo ensino-aprendizagem, que sempre estivera a cargo do

professor, de forma que o docente não só perdesse a visão do todo, como a

possibilidade de gerir esse todo e, assim, pudesse ser controlado por alguém

estranho ao processo, no caso, o Supervisor.

No II Encontro Nacional dos Supervisores de Educação (1990), Leão

Marinho fez a seguinte colocação:

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“É a divisão social do trabalho manifestando-se

também na área da Educação como

“natural”,”raciona”, é a própria racionalidade

capitalista da qual Taylorismo é a encarnação e

a expressão que, em nome de uma crescente

eficiência na expressão das tarefas, de uma

maior racionalização do trabalho, fragmenta o

seu processo, separando radicalmente, de um

lado:os que sabem planejam e decidem e, do

outro, os que fazem e executam. A decorrência

lógica dessa divisão entre trabalho intelectual e

manual dirigentes e dirigidos, competentes e

incompetentes especialistas(técnicos) e não

especialistas( simples professor) é uma

degradação, uma proletarização crescente da

força de trabalho considerada não

especializada, desqualificada ou semi-

desqualificada”.

Esse autor, assim como muitos outros, confundem divisão social do

trabalho com a divisão manufatureira do trabalho, olhando-o parcelado ou

pormenorizado. O que precisa ser percebido é que a existência as Supervisão

e do Supervisor são decorrência do uso, na escola, da divisão manufatureira

do trabalho.Leão Marinho diz que a divisão social do trabalho está presente em

todas as sociedades,dividindo-se entre ocupações, de acordo com os ramos

existentes na sociedade, enquanto a manufatureira dividirá, não as funções,

mas os indivíduos.

A Supervisão,portanto, deve localizar-se não na divisão do trabalho

parcelado, pormenorizando, mas na divisão social do trabalho, onde o mesmo

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elabore tanto quanto o professor e outros profissionais em atividade na

Unidade Escolar, elaborando uma produção específica, própria e necessária

ao desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem.

É necessário a busca de uma ação transformadora, meta de todos na

unidade escolar, onde se pratique e vivencie uma educação renovadora e

democrática.

Uma ação no qual o Supervisor tem como um dos seus objetivos a

promover harmonia do grupo, de modo que nada fuja do controle, que trabalha

com a igualdade no contexto heterogêneo dentro de um clima de respeito ao

outro.

O trabalho do Supervisor deve estar centrado na ação do professor,

implicando um comprometimento. Compreender que o objeto do Supervisor é

a produção do professor, afasta a supervisão da atuação linear, hierarquizada

e burocrática, orientando-se para contribuição de um desempenho docente

mais qualificado. Assim, o Supervisor torna-se um parceiro político-pedagógico

do professor num processo de reconstrução permanente de suas práticas.

2.1 O AMBIENTE ESCOLAR

O documento produzido pela Comissão Internacional sobre a educação

para o Século XXI da UNESCO, sinaliza na direção de uma nova concepção

de educação, e consequentemente a função social da escola tem sido muito

questionada e discutida.

Neste documento a educação é concebida a partir de princípios que

constituem os “quatros pilares da educação” são eles:aprender a

conhecer,aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.

(UNESCO,1999)

Segundo Penin e Vieira(2002) os quatros pilares são assim concebidos.

Aprender a conhecer significa não tanto a aquisição de um vasto

repertório de saberes, mas o domínio dos próprios instrumentos do

conhecimento.Supõe aprender a aprender, exercitando os processos e

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habilidades cognitivas: atenção, memória e pensamento mais complexo(

comparação, análise, argumentação, avaliação, crítica).

Aprender a fazer exprime a aquisição não somente de uma qualificação

profissional, mas de competências que tornem a pessoa apta a enfrentar

variadas situações e trabalhar em equipe. Aprender a fazer envolve, assim o

âmbito das diferentes experiências sociais e de trabalho.

Aprender a conviver significa tanto a direção da descoberta progressiva

do outro e da interdependência quanto a participação em projetos

comuns.Num mundo em que as diferenças entre povos e países tornam-se

mais visíveis e sensíveis, educar para convivência é uma exigência inadiável e

caminho para enfrentar as questões postas pela diversidade e pelo

multiculturalismo.

Aprender a ser quer dizer contribuir para o desenvolvimento total da

pessoa: espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido

estético,responsabilidade pessoal, capacidade para comunicar-se,

espiritualidade. Significa também a pessoa aprender a elaborar pensamento

autônomos e críticos e formular seus próprios juízos de valor, não

negligenciando nenhuma de suas potencialidades individuais.

São grandes os desafios da escola.Uma escola que deve proporcionar

um ambiente prazeroso , onde devemos prepará-los as novas gerações para a

competitividade do mercado, compatibilizando uma formação técnico

profissional.

2.2 O PROFESSOR

Muitos pesquisadores e especialistas da área de educação de todo o

mundo concluíram que somente será atingido um melhor aproveitamento pelos

alunos, quando todos os profissionais envolvidos com a educação mantiveram-

se em contínuo e regular processo de aprendizado. Ou seja, a máxima é

aprender sempre. E o lugar apropriado para essa ação é o próprio local de

trabalho.

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Como diz Paulo Freire ensinar exige consciência do inacabamento e

não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Fala-se hoje, com

insistência, no professor pesquisador.

O que pode ser mais interessante para o professor do que refletir sobre

suas atividades, buscar e aprender sobre conhecimentos de suas áreas de

interesse...imaginar...construir...criar...refletir sobre esses assuntos junto com

outros professores e seus alunos?

A continuidade da formação é indispensável para a formação

profissional no atual contexto educacional, e que sua formação se constrói

durante toda carreira profissional, desde que seu exercício seja comprometido

com a profissão articulando os saberes e as práticas docentes visando à

melhoria do ensino e da aprendizagem de seus alunos.

A formação continuada se justifica neste contexto de aceleradas

mudanças em que o educador precisa utilizar seus conhecimentos, adquirir

novas posturas no ato de educar e construir novos paradigmas. É preciso

constante aperfeiçoamento teórico e prático, de conteúdos, atitudes e

procedimentos, em que o educador colabora como agente educativo.

É preciso respeitar os professores como pessoas, seres incompletos e

eternos aprendizes, que a partir de uma formação contextualizada buscam

transforma-se, entender o grupo no qual estão inseridos e ressignificar as suas

práticas pedagógicas.

Assim, o objetivo central da formação continuada é desenvolver o

educador pesquisador.Um profissional que esteja sempre refletindo diante de

sua prática cotidiana e que busque compreender os processos de

aprendizagem e desenvolvimento de seus alunos e que vai construindo

autonomia na interpretação da realidade e dos saberes atuais no fazer

pedagógico.

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CAPÍTULO III

A AÇÃO DA SUPERVISÃO EDUCACIONAL

Pensar a ação supervisora é também pensar a maneira como se vê,

pois é essencialmente,uma identificação, uma atribuição de identidade.

Várias formas que se fazem a ação do supervisor como as sua expressões:

supervisão,supervisão educacional,supervisão escolar,supervisão

pedagógica,orientação pedagógica,coordenação pedagógica, coordenação de

turno,coordenação de área ou disciplina.

Torna-se como critério a designação nominal - pensando-se em relação

às atividades do supervisor que participa da equipe docente da escola – é

possível, sem discriminar as demais designações, eleger a supervisão

educacional pelo critério de equilíbrio entre a abrangência e a especificidade

da ação.

Na supervisão, o prefixo “super”une-se à “visão” para designar o ato de

“ver” o que geral, que se constitui pela articulação das atividades específicas

da escola. Para possibilitar a visão geral, ampla, é preciso “ver sobre”,e é este

o sentido de “super”, superior,não em termos de hierarquia, mas em termos de

perspectiva, de ângulo de visão, para que o supervisor possa “olhar”o conjunto

de elementos e seus elos articuladores.

Supervisão educacional situa, mais amplamente, no que diz respeito às

questões e serviços da educação, ação supervisora. O educacional, portanto,

extrapola as atividades da escola para alcançar, em nível macro, os aspectos

estruturais, sistemáticos, da educação.

Todo serviço pedagógico é educativo, a supervisão educacional traz, em

si, uma conotação abrangente, que envolve os serviços das infâncias

intermediárias e centrais do sistema e da política da educação.

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A supervisão educacional tem sido objetivo de debates e críticas nos

últimos anos, sobretudo quando se considera a situação do ensino em geral,

os inúmeros fracassos e as frustradas tentativas de mudanças.

Em muitos casos,entretando, em virtude de uma nova concepção de

supervisão em desenvolvimento, o desejo de mudança expressa o

amadurecimento do grupo que busca uma proposta de ação coerente com a

realidade educacional envolvendo todos ou quase todos os membros da

escola.Nesses casos, a supervisão torna-se força aglutinadora e

impulsionadora do grupo, atuando como medidora do sistema, porém numa

posição não mais de subordinação e aceitação irrestrita à autoridade, mas de

intérprete da realidade escolar e de suas necessidades.

A expressão “supervisão” é utilizada para designar uma ação com

características próprias, não associadas ao desempenho de um cargo ou

papel, podendo ser desenvolvida por qualquer agente educacional.

“O supervisor/educador foi se dando conta de que a

verdade não estava pronta e depositada em suas

mãos para que ele a distribuísse aos professores

que só poderiam conhece-la por seu intermediário;

o supervisor/educador foi descobrindo, tal como

Guimarães Rosa, que “mestre não é quem ensina,

mas quem, de repente, aprende;o

supervisor/educador foi percebendo, enfim, que sua

tarefa não era transmitir uma mensagem pronta e

acabada, mas reunir os educadores para que eles

pudessem elaborar sua própria mensagem e com

ela tentar mudar para melhor a vida de todos asa

pessoas a quem a mensagem pudesse ser

apresentada.” (SILVA,JR,1997,p.94)

Como o objetivo de trabalho, o supervisor educacional deve assegurar a

prática coletiva a estabelecer entre os educadores tendo a reflexão educativa

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como meio. Assim, ele tornará o organizador dessa grande reflexão educativa

da qual participará em igualdade de condições com os demais educacionais.

A partir dessa prática coletiva onde será construído o projeto político –

pedagógico é que o supervisor acompanhará todo o cotidiano escolar em seus

vários aspectos como a relação professor-aluno, o planejamento, a execução

do currículo, a avaliação, enfim, todo o processo de aprendizagem.

Um dos objetivos essencial da supervisão educacional, está na

preocupação de otimizar o planejamento, a aplicação e a avaliação coletiva do

currículo escolar propondo ações que contribuem para a formação e

atualização continuada do corpo docente, também , articular a atividade

educacional nas diferentes formas de gestão educacional, isto é, na

organização do trabalho pedagógico escolar, no planejamento, execução e

avaliação de propostas pedagógicas, sintetizando as atividades de ensino e

gestão, caracterizados por categorias comuns como planejamento,execução e

avaliação.

O supervisor atua como mediador entre a organização escolar e o

trabalho do professor tendo em vista a aprendizagem significativa, estimulando

condições para a socialização do saber. Passa desenvolver um papel de

organizador das condições pedagógicas,através da discussão da problemática

social e do diálogo, desenvolvendo um espaço para a transformação e

superação das mesmas, mediante intervenção curricular.A transformação da

realidade da escola será construída dia-a-dia, através da reflexão conjunta dos

profissionais da educação e do desenvolvimento de um trabalho integrado, em

que o professor e o supervisor desenvolvem uma práxis consciente, ou , seja,

resgatam a concepção de sua própria prática.

Cabe ao supervisor a articulação do trabalho coletivo desenvolvido num

clima democrático e participativo, realizando uma ação comprometida com a

transformação social. A ação do supervisora se reveste de um caráter

participativo voltado para o desenvolvimento da autonomia do indivíduo com

vistas á compreensão de sua responsabilidade social.É o supervisor um

mediador e estimulador da participação e envolvimento de todos na construção

da proposta educativa.

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3.1 O SUPERVISOR COM O OLHAR DE UMA GESTÃO

PARTICIPATIVA

Diante de tudo que já falamos sobre o processo educativo, tal como

devemos agir em sala de aula, e tudo que propusemos a aprender sobre a

supervisão educacional com seus objetivos e sua ações, vale-se lembrar a

quão importante os supervisores educacionais ter em mente a importância de

uma gestão participativa no ambiente educacional.

Professores experientes com seus conteúdos,atividades, não procuram a unir-

se e compartilhar os seus saberes.Nele,cada área, cada disciplina, cada

professor e cada especialista técnico-pedagógico assume uma parte do

todo(que considera como seu)e passa a atuar somente nele, esquecendo das

outras partes.

Para que isso seja alterado, a instituição deve organizar de tal forma que

construa uma prática que corresponde às necessidades do educando e da

realidade no qual está inserido; que cada setor da instituição tenha a

perspectiva global do processo educativo a ser desenvolvido; e que todos

conheçam as particularidades e necessidades de cada setor para que haja

compreensão da totalidade o qual haja parceria entre os envolvidos no

processo educativo.

Os limites que conduzem as relações escolares são construídas pela

qualificação, consideração, respeito,parceria e colaboração e devem ter

intenção de incluir todos os profissionais e não excluir como acontece nas

relações sociais.E as relações no ambiente escolar se da através da

comunicação, característica fundamental para se dar o processo de ensino-

aprendizagem. Então, é através do diálogo que se constrói a integração dos

profissionais para se alcançar os objetivos pedagógicos e instaurar a

democracia.

Paulo Freire(in LICINIO, 2000) relata que as práticas democráticas na

escola, como forma de transformar a sociedade.Coloca a participação dos

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educandos e dos profissionais como caminho para a liberdade, criação, senso-

crítico e democracia.Ele diz:

“É preciso e até urgente que a escola vá se

tornando um espaço acolhedor e multiplicador de

certos gostos democráticos como o de ouvir os

outros, não por puro favor mas por dever, o de

respeitá-los, o da tolerência, o do acatamento às

decisões tomadas pela maioria a que não falte,

contudo, o direito de exprimir sua

contrariedade.”(FREIRE, 1997,p.89)

É preciso da participação de todos que é construído o projeto político

pedagógico da escola. É na inclusão de todos que nasce o sentimento de

“ser”e de “fazer”parte de alguma coisa, construído algo que lhe pertence . A

motivação é o sentimento/sentido que trazem “motivos” para as ações.

O supervisor, e neste caso particular, o coordenador pedagógico sendo

um agente técnico-pedagógico da escola, ou seja, um formulador de questões

e integrador do grupo, possui a especificidade para contribuir melhor organizar

e dinamizar o trabalho escolar, onde atua através das relações democráticas.

Ele organizará o trabalho em função:

1. Da complexidade da vida moderna que afeta a escola;

2. Dos conflitos sociais;

3. Do surgimento das tecnologias e sua influencia no trabalho da escola;

4. Da sociedade necessitar da formação de cidadãos;

5. Da dinâmica própria da escola que deve ser conhecida, compartilhada e

compreendida por todos;

6. Dos currículos que devem ser interdisciplinados e contextualizados;

7. Da relação escola-sociedade

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8. Da construção do conhecimento junto à construção de atitudes e valores

e atitudes que formam os alunos, tanto profissionalmente como quanto

pessoa.

3.2 NÍVEIS DE ATUAÇÃO DA SUPERVISÃO

Como agente de supervisão é possível atuar em três níveis diferentes,

são eles:Nível macro ou central, nível intermediário e nível micro ou local.

Em nível macro, o supervisor educacional atua diretamente na Secretaria de

Educação dos sistemas seja ele municipal, estadual ou federal, onde realiza

processos de avaliação institucional que permitam verificar a qualidade do

ensino oferecido pelas escolas;formula propostas, a partir de indicadores,

inclusive os resultantes de avaliações institucionais, para melhoria do processo

ensino-aprendizagem; desenvolvimento de programas de educação continuada

para o conjunto das escolas; aprimoramento da gestão pedagógica e

administrativa, com especial atenção para a valorização dos agentes

organizacionais e para a adequada utilização dos recursos financeiros e

materiais disponíveis em cada escola, de modo a atender às necessidades

pedagógicas e aos princípios éticos que norteiam o gerenciamento das verbas

públicas;fortalecer canais de participação da comunidade.

O supervisor em nível macro, também, participa de comissões

sindicantes, visando apurar possíveis ilícitos administrativos e identificar os

pontos possíveis de aperfeiçoamento ou de revisão encontrados nos

processos de formulação e ou execução das diretrizes e procedimentos

decorrentes das políticas educacionais.

Outro nível possível de atuação é o intermediário, onde o supervisor é

mediador entre a Secretaria de Educação e as unidades escolares. O

supervisor intermediário é participante da definição de políticas públicas

educacionais referentes à educação básica, atuando junto aos órgãos

formuladores dessas políticas para assegurar diretrizes e procedimentos que

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garantem o cumprimento dos princípios e objetivos da educação escolar

estabelecidos constitucional e politicamente e favorecer, como mediadores, a

construção da identidade escolar por meio de propostas pedagógicas de

qualidade.

Além disso, o supervisor em nível intermediário atua junto às unidades

escolares, numa relação de parceria e companheirismo, como articulador e

elemento de apoio à formulação de propostas pedagógicas das escolas,

orientando, acompanhando e avaliando a sua execução, prevenindo falhas,

redirecionando rumos, quando necessário . O supervisor intermediário também

é responsável pelos aspectos normativos referentes a vida escolar dos alunos

e ao cumprimento das orientações legais do respectivo sistema.

O trabalho do supervisor em nível (local) de unidade escolar tem, entre

outros objetivos, promover o fortalecimento da autonomia escolar levando os

profissionais a realizar estudos e pesquisas, trocando experiências,

aprendendo e ensinando em atitude participativa e de trabalho coletivo e

compartilhando.

O exercício dessas funções requer, do ponto de vista legal, licenciatura

plena em pedagogia ou pós – graduação na área de educação e exige

compromisso com a educação conhecimento e entendimento sobre a política

educacional,liderança e sensibilidade no trato com pessoas, capacidade para

trabalhar em equipe, competência técnica e ética profissional. É desejável

ainda, experiência diversificada na docência e na gestão escolar.

3.3 A SUPERVISÃO X PROJETO POLÍTICO

PEDAGÓGICO

Pensando o Supervisor educacional como articulador do trabalho

coletivo, que deve ser desenvolvido num clima democrático e participativo,

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podemos observar e cativar os demais segmentos da escola para a construção

do projeto político pedagógico.

De modo geral, o projeto político – pedagógico é a organização do

trabalho pedagógico como um todo, constituindo-se um norte para a ação

pedagógica.

Na visão de Veiga(1995), o projeto político é um processo permanente

de reflexão e discussão dos problemas da escola, na busca de alternativas

variáveis à afetivação de sua intencionalidade.

O projeto político pedagógico é uma construção coletiva dos integrantes

da comunidade da escola, defenida pela visão dos educadores, em relação à

legislação educacional vigente e á a sua realidade escolar.

Participando do planejamento coletivo, o professor passa da condição

de executor para a de sujeito do processo, isto é, “o surgimento de coletivos

escolares em torno da reflexão sobre o projeto pedagógico propicia o

surgimento de novos intelectuais, que por sua vez, poderão interferir nas

relações de poder dentro e fora da escola.”(BASTOS E MACEDO)

Pensar um projeto de educação implica pensar o tipo e qualidade de

escola, a concepção de homem e de sociedade que se pretende construir.

Ultimamente temos observado uma correria enorme por parte das escolas e

sistemas educacionais na busca da construção de seus projetos políticos –

pedagógicos, com a necessidade de começar a construir a sua própria

autonomia.

Segundo Veiga(1995), o projeto político pedagógico da escola-

democrática,pública e gratuita- deve estar fundamentada nos seguintes

princípios: igualdade de condições para acesso e permanência na

escola;qualidade para todos; gestão democrática, abrangendo as dimensões

pedagógica, administrativa e financeira; liberdade a autonomia e valorização

do magistério.

Vários são os desafios presentes no cotidiano escolar e a diversidade

de situações desafiadoras com as quais o supervisor de defronta no dia-a dia

de suas funções.Para mudar essa realidade, é necessário identificar os

desafios do cotidiano, que pede ser feito através da reflexão da própria ação e

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a utilização de estratégias que possibilitem a problematização e a busca

compartilhada de soluções.

Existem várias denominações para a proposta pedagógica- projeto

pedagógico, político pedagógico ou pedagógico curricular, plano de escola etc.

A proposta pedagógica deve ser revista periodicamente( é mais comum

isso acontecer de ano em ano), mas em alguns momentos a revisão é

essencial. Por exemplo, quando ocorre mudança de grande parte do corpo

docente ou de perfil da comunidade atendida.

O tempo de elaboração varia, algumas equipes elaboram sua proposta

em uma semana, outras levam de três a seis meses, e há aquelas que

demoram um ano para concluir os trabalhos, principalmente quando o projeto é

elaborado pela a primeira vez.

Para a construção do projeto será sugeridos algumas etapas de

trabalho.Inicialmente é preciso fazer o diagnóstico da comunidade onde

poderão ser realizadas entrevistas com os pais, visita às famílias e coleta de

dados oficiais junto ao poder público ou as associações de moradores que

ajudam a traçar esse perfil.

Todos os sujeitos envolvidos na escola deverão participar e ser

sensibilizados, para isso é fundamental realizar reuniões por

segmentos(funcionários, pais) para explicar a importância da iniciativa e da

participação de todos, assim como a distribuição de textos sobre o assunto

antes de encontros, para que os participantes possam levar dúvidas e

sugestões. É importante que as reuniões comecem sempre com uma atividade

de integração, para descontrair e favorecer a participação. Para que todos

possam ouvir e falar, é bom que o supervisor divida a equipe em grupo para

discussão dos temas mais polêmicos, e resultados dessa etapa são levados

para a grande reunião e o que for consenso vai para a proposta pedagógica.

Na definição dos objetivos as metas deverão ser muito claras e

definidas e devem ser contempladas, por série ou ciclo, estabelcendo – se os

prazos em que cada uma deve ser atingida e o que cada um precisa fazer para

sua viabilização.

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Todos na escola precisam estar cientes dos termos desse grande

acordo coletivo, e fazer reunião com a comunidade para apresentar os

principais pontos dos documentos. Cada professor pode receber uma cópia ou

consultar o exemplar. O importante é que as informações e as propostas

circulem, sejam debatidas, utilizadas, criticadas e modificadas.

Já no pensamento de Veiga(1995), o projeto político – pedagógico tem

como estrutura sete elementos básicos: as finalidades da escola, estrutura

organizacional, o currículo, o tempo escolar, o processo de decisão, as

relações de trabalho e a avaliação.

Ao pensarmos a necessidade de termos um projeto político pedagógico

na escola, logo, afirmamos que se a escola é o fruto da sociedade, é

conseqüência dos saberes construídos socialmente, culturalmente,

subjetivamente pelas pessoas que estão fora e dentro da escola, como

também podemos pensar em mudanças a partir daqueles que não estão

diretamente ligados a esta realidade. Alunos, professores e comunidades não

podem figurar apenas nos papeis e nas propostas, devem fazer parte do

sistema de reformulação do pensar na importância de uma educação e na

escola o qual se trabalha.

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CONCLUSÃO:

Com o trabalho realizado pude perceber a importância de ter um

profissional apto a trabalhar como um supervisor educacional no ambiente

escolar em fazer de sua prática pedagógico, ou melhor, seu cotidiano escolar,

um campo investigativo como forma de aprimoramento do exercício e a

incentivo ao estudo. O contexto, com sua organização, estrutura e

funcionamento nos influência, fazendo com que possamos nos transformar ou

resistir perante a realidade.

Busquei neste trabalho a entender como se dá a prática de um

supervisor educacional e conseqüentemente as suas ações no ambiente

escolar mediante ao projeto político –pedagógico que permanentemente

contribui para um funcionamento de um estabelecimento.

Logo, diante de tantas descobertas pude perceber o quanto é

importante a sua ação junto com a sua equipe pedagógica, seus funcionários

que fazem parte no núcleo de sua escola e também a importância de ver a

comunidade o qual a acerca a fazer parte desse processo.

Penso que toda forma de exercer a Supervisão educacional pressupõe

explícita e implicitamente uma visão da educação e de seu papel na

sociedade. Percebemos, então, uma evolução da Supervisão e do próprio

processo educativo. A Supervisão como prática educativa é uma prática social

e como tal, deve estar comprometida com os movimentos de transformação da

sociedade.

O supervisor tem com um processo de promover a interação com o

grupo de professores, logo sugere que todos estejam envolvidos na ação

educativa e na própria elaboração de propostas a serem implementadas na

escola.

Assim a Supervisão cria recursos de aperfeiçoamento do currículo

valendo-se da comunicação no sentido circular, promovendo o diagnóstico do

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campo de trabalhado, acreditando nas pessoas e na habilidade do grupo em

enfrentar problemas constatados, aceitando decisões coletivas, definido com o

grupo as limitações do trabalho e nas alternativas para contornar ou enfrentar

dificuldades.

Logo, pensamos que cada escola tem suas limitações e devem ser

separadas, a medida que dentro do ambiente, aconteçam movimentos que

geram uma nova criação de identidade própria , através do seu projeto político

pedagógico participativo .

Quando há um engajamento dos profissionais para a construção do

projeto político – pedagógico, percebemos que pela a ação do coletivo nas

ações cotidiana, na reflexão coletiva e a busca de soluções, a escola caminha

junta na busca de soluções de problemas, logo, ela acaba de construindo a

sua autonomia.

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BIBLIOGRAFIAS:

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Cortez, 1991;

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39

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO

2

AGRADECIMENTO

3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - A História da Supervisão Educacional no Brasil. 10

1.1 A Supervisão hoje. 17

CAPÍTULO II - Reflexão sobre a práxis do supervisor educacional no 19

ambiente escolar.

2.1- O ambiente escolar 23

2.2- O professor 24

CAPÍTULO III –A ação da supervisão educacional 26

3.1- O supervisor com o olhar de uma gestão participativa. 29

3.2- Níveis de atuação da supervisão. 31 3.3- Supervisão x projeto político – pedagógico. 32

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 38

ÍNDICE 39

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