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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM A IMPORTÂNCIA DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NA MELHORIA DO DESEMPENHO E REDUÇÃO DE CUSTOS NAS EMPRESAS E GOVERNOS Por: Alexandre Fontes Vianna Orientador: Prof. Luciana Madeira Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A IMPORTÂNCIA DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NA MELHORIA DO DESEMPENHO E REDUÇÃO DE CUSTOS NAS EMPRESAS E

GOVERNOS

Por: Alexandre Fontes Vianna

Orientador:

Prof. Luciana Madeira

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A IMPORTÂNCIA DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NA MELHORIA DO DESEMPENHO E REDUÇÃO DE CUSTOS NAS EMPRESAS E

GOVERNOS

Apresentação de monografia à Universidade Cândido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em auditoria e controladoria.

Por: Alexandre Fontes Vianna

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos amigos e parentes que sempre me apoiaram e à Construtora OAS, Ernst & Young e Concessionária Light pela oportunidade de trabalho que me foi dada onde pude adquirir grande parte do conhecimento descrito neste trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico esta obra à minha esposa, meus pais e meus filhos pelo apoio diário nas dificuldades e nos momentos de ausência por motivos profissionais.

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RESUMO

Diagramado como uma monografia, o objetivo desta obra não é outro senão o de colaborar didaticamente com o enfrentamento do desafio de melhorar a gestão da cadeia de suprimentos. Usando uma linguagem clara e objetiva são apresentados os maiores problemas enfrentados pelas empresas e pelos governos na sua gestão da cadeia de suprimentos. Repleto de exemplos e comparações que facilitam o aprendizado dos leitores, esta monografia avalia detalhadamente todas as partes essenciais e as soluções para uma correta gestão de compras, certificação de fornecedores, gestão de contratos e logística de distribuição. Espera-se assim que a obra possa ajudar a dirimir as principais dúvidas nessa área e servir como um livro de consulta útil, uma oportunida de melhoria de desempenho e diminuição de custos, como o título sugere, para todos aqueles que pretendem redesenhar os processos de cadeia de suprimentos nas instituições em que trabalham.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste trabalho foi a pesquisa bibliográfica sobre o

tema em livros sobre gerenciamento de cadeia de suprimentos e logística de

distribuição, como dos autores Donald J. Bowersox, David J. Closs, M. Bixby

Cooper, Ananth V. Iyer, Sridhar Seshari e Roy Vasher, Paulo Roberto Bertaglia,

dentre outros.

Os trabalhos de campo desenvolvidos pelo Autor quando trabalhou nas

empresas Construtora OAS, Ernst & Young e Concessionária Light ajudaram na

aquisição de conhecimento prático sobre cadeia de suprimentos.

O trabalho será ilustrado com exemplos reais de trabalhos de campo e

produtos finais de projetos realizados nas empresas em que trabalhou e em

trabalhos de prestação de serviços de consultoria em cadeia de suprimentos

executados pelo Autor em diversos clientes como Petrobrás, Construtora OAS,

Construtora Norberto Odebrecht, FIFA e Governo de Angola.

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS .................................................................................................. 3

DEDICATÓRIA ............................................................................................................ 4

RESUMO..................................................................................................................... 5

METODOLOGIA .......................................................................................................... 6

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 8

CAPÍTULO I .............................................................................................................. 10

1. GESTÃO DE COMPRAS .................................................................................... 10

1.1. Requisição de Compra ................................................................................. 11

1.2. Execução do Procedimento de Compra ....................................................... 14

CAPÍTULO II ............................................................................................................. 19

2. GESTÃO DE FORNECEDORES ........................................................................ 19

2.1. Habilitação ................................................................................................... 21

2.2. Avaliação ...................................................................................................... 23

2.3. Relacionamento com Fornecedores............................................................. 25

CAPÍTULO III ............................................................................................................ 30

3. LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO ........................................................................ 30

3.1. Processamento de Pedidos ......................................................................... 36

3.2. Gerenciamento de Estoques ........................................................................ 37

3.3. Transporte .................................................................................................... 40

CONCLUSÃO ............................................................................................................ 42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 44

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INTRODUÇÃO

O tema deste trabalho monográfico é a cadeia de suprimentos, mais

precisamente sobre a importância da cadeia de suprimentos na melhoria do

desempenho e redução de custos das empresas e governos.

A questão principal deste trabalho é como a cadeia de suprimentos pode

ajudar na melhoria do desempenho e na redução de custos de empresas e

governos?

Atualmente as empresas não se preocupam em organizar sua cadeia de

suprimentos, possuem uma gestão de compras deficiente, a logística de distribuição

de materiais não é adequada à atividade fim da empresa e não certificam os

fornecedores que melhor atendam suas necessidades.

Os Governos devem seguir legislações de contratação pública que são

extremamente difíceis, escritas pelos legisladores, sem observar melhores práticas

de mercado, e sem verificar as reais necessidades das diferentes atividades de cada

órgão governamental.

A melhoria na cadeia de suprimentos, incluindo todo o processo, como

gestão estratégica de compras, solicitação da contratação, certificação de

fornecedores, execução do procedimento de compras, negociação com

fornecedores, contratação de fornecedores, aquisição de contratos mestres, e

logística de distribuição de materiais, pode agregar imenso valor, melhorando a

performance e reduzindo custos nas atividades das empresas e dos governos.

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Portanto são objetivos desta pesquisa demonstrar as maiores deficiências

na cadeia de suprimentos de empresas e governos, e descrever as melhorias que

podem ser implementadas em todas as fases da gestão de cadeia de suprimentos

em empresas e governos.

O capítulo 1 desta monografia descreve a gestão de compras em todas as

suas fases, iniciando pelo orçamento, que não faz parte do processo de compras,

mas é uma fase anterior importantíssima para a cadeia de suprimentos. Explica-se

também a requisição de compra, a execução do procedimento de compra e a

contratação.

No capítulo 2 foi dissertado sobre a certificação de fornecedores, tema este

tão importante e muito esquecido pelas empresas e governos, principalmente sobre

a forma de habilitar e avaliar os parceiros fornecedores.

No capítulo 3 foram citados os principais elementos da logística de

distribuição de materias.

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CAPÍTULO I

1. GESTÃO DE COMPRAS

Segundo Bowersox, Closs e Cooper (2007), “toda organização, seja ela

industrial, atacadista, ou varejista, compra materiais, serviços e suprimentos para

apoiar as operações” (p.88).

Conforme Bowersox, Closs e Cooper (2007), a gestão de compras é um

processo estratégico focado na aquisição dos corretos bens, contratação de serviços

necessários, compras em quantidades adequadas, prazos condizentes com as

necessidades das corporações e preços mais vantajosos.

Conforme site da Ernst & Young, dependendo da atividade fim de cada

empresa as compras, atualmente, representam cerca de 50% a 80% da receita bruta

das empresas, o que significa que uma correta gestão deste processo pode

proporcionar um aumento significativo no lucro operacional líquido.

Muitos acham que o processo de compras se limita à aquisição de bens ou

materiais, mas isso é um engano, pois a contratação de serviços também está

inserida neste processo.

Neste capítulo foram descritos os principais problemas e melhorias a serem

implementadas no processo de compras, especialmente na requisição de compra,

execução do procedimento de compras e contratação.

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1.1. Requisição de Compra

A requisição de compra é o primeiro sub-processo do processo comprar,

onde o solicitante informa todos os dados necessários e especificações técnicas da

contratação a ser realizada e compromete o orçamento realizado previamente para

a aquisição desejada.

Sobre o processamento de pedidos por Bowersox, Closs e Cooper:

“A importância da informação exata para alcançar um

desempenho logístico superior tem sido historicamente

subestimada. Embora muitos aspectos da informação

sejam essenciais para as operações logísticas, o

processamento de pedidos é de extrema importância. A

falta de compreensão total dessa importância resultou

de não se entender completamente como a distorção e

as falhas operacionais no processamento de pedidos

têm impacto sobre as operações logísticas.”

(BOWERSOX, CLOSS e COOPER, 2007, p. 29).

Em trabalhos realizados no Governo de Angola pela Ernst & Young foi

verificado que o maior problema encontrado nas requisições de compras em

empresas e governos é a falta de informações necessárias para a aquisição do bem

ou do serviço pretendido e a ausência de orçamento prévio ou do comprometimento

do orçamento.

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Também foi constatado que a falta de informações necessárias nas

requisições gera propostas incompletas dos fornecedores, que têm dúvidas sobre o

objeto final da contratação, ou no uso deste artifício para posteriormente solicitarem

aumento nos preços de seus serviços ou bens, após já terem sido contratados.

Foi identificado também que a ausência de orçamento prévio causa um

descontrole nas contratações, onde os custos e as análises sobre cada unidade

orçamental são prejudicadas, não permitindo uma análise gerencial de resultados.

Também foi verificado que a falta de comprometimento do orçamento pode

fazer com que uma unidade orçamental utiliza o mesmo orçamento para diversas

aquisições, causando descontrole sobre os gastos da unidade orçamental.

A requisição de compras de bens deve conter a especificação técnica

completa do produto, quantidade e data limite de entregas. A requisição não pode

indicar marcas, a não ser em caso de reposição de peças ou suprimentos

específicos para um equipamento já em uso pela organização.

Na requisição de serviços deve constar a descrição completa dos serviços a

serem contratados, as datas limites, a forma de pagamento e desenhos, plantas e

estudos necessários á execução do serviço a ser contratado.

As requisições de compra devem ser feitas em diversas fases e por pessoas

diferentes, como solicitante, comprador e aprovador.

O solicitante é o usuário final da contratação, tem a função de preencher

toda a requisição de forma correta e com o máximo de informações possíveis. Caso

a aquisição seja sobre um tema em que ele não tenha conhecimento técnico, deve

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pedir ajuda à uma outra área da empresa, ou à um fornecedor externo, como

aquisições de informática.

O comprador é o executor do processo de compras, ele não precisa ser um

especialista no produto ou serviço que está sendo adquirido, apenas precisa

conhecer as regras de contratação das empresas e ou as leis de compras de seu

país.

Sobre o comprador, relata Bertaglia (2009):

“Os profissionais da área de compras devem ter um

entendimento global de negócios e tecnologia. O

comprador, hoje, em função da tecnologia, é muito

mais um analista de suprimentos e um negociador do

que propriamente um operador de transações que faz

pedidos e monitora-os.” (BERTAGLIA, 2009, p. 30).

O aprovador é o responsável por determinar se a compra selecionada é

necessária e se foi devidamente orçamentada. As empresas possuem matriz de

competência para aprovação determinadas por normas internas, e os governos por

lei. Caso a compra não seja necessária, a requisição é arquivada. Se não houver

orçamento para a aquisição, deve ser transferido valores do orçamento de outra

célula orçamental para esta compra, ou deve ser aumentado o orçamento da

unidade. Geralmente o aumento ou transferência de orçamento necessitam de

prévia autorização de instâncias superiores das empresas ou governos. O aprovador

pode solicitar auxílio de outra área especialista no assunto da contratação.

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Uma requisição de compras elaborada e tratada de forma adequada é

essencial para que todo o processo de compras transcorra da melhor forma

possível.

1.2. Execução do Procedimento de Compra

Segundo Bertaglia (2009), “comprar é o conceito utilizado na indústria com a

finalidade de obter materiais, componentes, acessórios ou serviços. É o processo de

aquisição que também inclui a seleção dos fornecedores, os contratos de

negociação e as decisões que envolvem compras locais ou centrais.” (p.30).

De acordo com trabalho da Ernst & Young no Governo de Angola, a

execução do procedimento de compra é o sub-processo onde são realizadas as

atividades de preparação dos pedidos de propostas, cotação de propostas técnicas

e financeiras, abertura de envelopes com propostas técnicas e financeiras, análise

das propostas e negociação com fornecedores.

Segundo trabalho da Ernst & Young realizado na Bradesco Seguros, as

empresas costumam ter seus sub-processos de compras bem definidos e

informatizados, mas os governos possuem leis extremamente extensas e de difícil

compreenção, contendo diversos procedimentos de compras diferentes, o que

dificulta o trabalho dos funcionários públicos e dos fornecedores, que sempre

possuem dúvidas sobre os procedimentos, o que leva, em alguns casos, a iniciarem

processos judiciais para resolverem litígios que surjam ao longo das contratações.

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A preparação dos pedidos de proposta consiste na elaboração do

documento que será enviado aos fornecedores, ou será publicado em jornais de

grande circulação através de edital. Este documento possui as cláusulas jurídicas,

administrativas e financeiras, e todos os aspectos técnicos do procedimento de

contratação.

Os fornecedores elaboram as propostas técnicas, onde devem ser atendidos

todos os requisitos estabelecidos no pedido de cotação, e as propostas financeiras,

onde são demonstrados os valores cobrados pelos serviços e/ou bens cotados.

Algumas propostas devem ser enviadas em planilhas abertas, onde os fornecedores

devem indicar todo o custo e seu lucro estimado que o fizeram chegar no preço final.

Ocorre em algumas empresas, mas principalmente em governos, que as

propostas técnicas são totalmente desenvolvidas pelos fornecedores, especialmente

em empreitadas de obras públicas. Isso dificulta a análise das propostas, pois cada

um determina um tipo de produto final diferente, onde os parâmetros para definição

do vencedor são dificultados. Por isso as requisições devem ser bem completas, e

caso seja necessário, antes da contratação de um serviço, pode ser necessário a

contratação de outros, como estudos de solo, projeto arquitetônico, projeto de

engenharia civil, etc.

Em trabalho realizado no Governo de Angola pela Ernst & Young verificamos

que alguns serviços prévios à contratação de uma empreitada de obras públicas não

são realizados, aumentando o custo de algumas obras em até 50% ou mais.

Na contratação de serviços o ideal é que se realize uma visita técnica ao

local da prestação antes do envio das propostas pelos fornecedores, para que se

conheça o local onde serão prestados os serviços, e o fornecedor não possa no

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futuro reclamar de condições adversas do local e pleiteie aumento de preços por

este motivo.

Alguns procedimentos de contratação também permitem que os

fornecedores enviem dúvidas ao contratante, que as responde a todos os

fornecedores, como no Governo de Angola.

O ato público de abertura dos envelopes é um procedimento geralmente

utilizado pelos governos, para dar maior transparência aos processos de

contratação. Nas empresas ou governos onde o processo de compras é

automatizado, as propostas só ficam disponíveis após o término do prazo para

envio.

Em alguns procedimentos de contratação os fornecedores devem enviar

alguns documentos que comprovem sua idoneidade jurídico-fiscal, capacidade

financeira e habilidades técnicas, como na Petrobrás e no Governo de Angola.

As propostas técnicas são analisadas pela área solicitante, que pode pedir

ajuda de outra área especializada no assunto. As propostas financeiras analisadas

são apenas aquelas dos fornecedores com propostas técnicas aprovadas.

Os fornecedores com propostas técnicas aprovados devem ser chamados

para negociação de seus preços finais. Algumas leis não permitem este

procedimento para alguns governos, e algumas empresas não permitem esta

atividade com o intuito de evitar fraudes. Em nossa opinião este procedimento ajuda

a reduzir os preços de bens e serviços.

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Após a análise das propostas a área de compras envia a classificação das

propostas por preço e/ou qualidade à área solicitante para que seja definido o

vencedor do procedimento.

Algumas empresas e governos permitem que se escolha um vencedor

diferente do fornecedor de menor preço com base em parâmetros técnicos e de

qualidade. Este tipo de procedimento abre margem para fraudes e geralmente é

causado por falhas na especificação técnica elaborada na requisição de compra. Se

a requisição de compra estiver bem detalhada, a única diferença entre as propostas

será o preço final.

O aprovador, com base na matriz de competência da empresa ou do

governo, recebe as propostas e aprova o vencedor, com base nos critérios pré-

estabelecidos, que deve ser a de melhor preço.

A área de compras efetua a assinatura do contrato e o arquivamento de toda

a documentação utilizada no procedimento.

De acordo com trabalho realizado no Governo de Angola, foi verificado que

algumas instituições não possuem contratos padronizados, o que gera alguns litígios

jurídicos. Os contratos devem ser padrões para cada tipo de contratação e revisados

pelo setor jurídico das empresas ou governos.

Caso o fornecedor se negue a assinar o contrato por discordar de algumas

cláusulas contratuais, as mesmas devem ser analisadas com o intuito de se verificar

se estão em discordância com o disposto no edital.

Caso estejam de acordo, deve ser contratado o fornecedor de melhor preço

subsequente ao que se negou a assinar o contrato. Este procedimento de mudança

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do vencedor geralmente gera um processo judicial em face do contratante, e em

governos, suspende a contratação de outro fornecedor até o final da ação judicial.

Com relação à aquisição, relata Bertaglia (2009):

“A aquisição compreende a elaboração e colocação de

um pedido de compra com um fornecedor já

selecionado e a monitorização contínua desse pedido a

fim de evitar atrasos no processo. Contudo, a gestão

de compras não se limita ao ato de comprar e

monitorar. É um processo estratégico, que envolve

custo, qualidade e velocidade de resposta. É uma

tarefa crucial para a organização, seja de que tipo for:

manufatura, distribuição, varejo ou atacado.”

(BERTAGLIA, 2009, p. 30).

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CAPÍTULO II

2. GESTÃO DE FORNECEDORES

A gestão de fornecedores é um processo autônomo, independente do

processo de compras, que serve para escolher, com base em critérios pré-definidos,

os fornecedores habilitados a fornecerem bens e/ou serviços a uma instituição

pública ou privada.

A gestão de fornecedores tem como objetivos finais a entrega de produtos e

serviços com a qualidade requerida, entregas dentro do prazo solicitado, competição

no valor do serviço ou bem, e trabalho de acordo com a legislação aplicável e com

as diretrizes e políticas estabelecidas pelos contratantes.

Conforme metodologia da Ernst & Young aplicada na Petrobrás, num

processo de gestão adequado os fornecedores são certificados para compor um

cadastro e fornecer apenas os bens e/ou serviços aprovados pela instituição

contratante.

Segundo trabalho da Ernst & Young na Petrobrás, um número muito

pequeno de empresas e órgãos governamentais possui um processo de gestão de

fornecedores. Ainda não foi dada a devida importância para este importante

processo. Se bem implementada e sistematizada, a gestão de fornecedores

fortalece o desempenho competitivo das empresas e a prestação de serviço dos

governos no mercado e os coloca em um patamar elevado de qualidade, redução de

custos, redução de riscos, aumento de produtividade, satisfação dos clientes e,

consequentemente, rentabilidade.

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O aumento gradativo da terceirização e da necessidade de especialização

tende a multiplicar os fornecedores com os quais as empresas e governos se

relacionam, aumentando com isso a complexidade da gestão dessas relações.

A importância e a capacidade das instituições em gerir o relacionamento

com seus fornecedores de forma equilibrada e integrada pode ser uma tarefa

extremamente difícil, o que a leva a exercê-la em caráter estratégico.

Segundo trabalho da Ernst & Young na Petrobrás, algumas considerações

importantes sobre os motivos pelos quais tornou-se importante implementar uma

certificação de fornecedores são: o aumento da terceirização chega a atingir cerca

de 80% da força de trabalho em grandes corporações, o ambiente regulatório vem

se tornando mais complexo a cada dia, identifica-se uma carência de padronização

na gestão dos fornecedores, há uma alta pulverização dos fornecedores de tipos

variados e por todos os setores das empresas, a escala e a dependência do

fornecimento para manter a produtividade vem aumentando significativamente, as

questões tributárias tem ficado cada vez mais relevantes nas contratações, e os

passivos trabalhistas e ambientais tendem a aumentar devido à atuação de

fornecedores.

Existe uma pressão do mercado para que haja cada vez mais influência das

empresas e governos contratantes sobre as contratadas, além de um maior controle

sobre as suas atividades.

Os processos de certificação de fornecedores na Petrobrás são constituídos

por duas fases: habilitação e avaliação.

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São criadas listas de bens e serviços, definindo o ranking de cada item. Para

fornecer o bem e/ou o serviço escolhido, a empresa deve possuir a pontuação

mínima determinada para aquele item. Isso ocorre porque não podemos exigir a

mesma pontuação para um fornecedor que construirá uma plataforma de petróleo do

que irá reparar um vazamento num tubo de água.

Algumas instituições exigem a renovação da certificação anualmente, como

na Petrobrás, mas este período varia em função do número de fornecedores que

atendem à instituição.

2.1. Habilitação

Em trabalho realizado pela Ernst & Young na Petrobrás a habilitação é o

sub-processo pelo qual o fornecedor escolhe os bens e/ou serviços que deseja

fornecer para a instituição, e comprova sua experiência anterior neste fornecimento.

O fornecedor escolhe, dentre uma lista prévia desenvolvida pela instituição,

quais serviços e/ou bens deseja fornecer, com base em sua experiência e atividade

fim.

A instituição avalia se o fornecedor possui experiência na prestação dos

serviços escolhidos e na venda dos bens selecionados com base no objeto social

constante no contrato social da empresa e em atestados técnicos fornecidos por

outras instituições onde o fornecedor já tenha sido contratado anteriormente.

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Com base nessas informações a instituição habilita os fornecedores ao

fornecimento dos serviços e/ou bens aprovados.

Caso algum fornecedor queira se habilitar em outro serviço ou bem deve

novamente iniciar o processo de habilitação.

No modelo Toyota de gestão de fornecedores, estes são escolhidos, na

maioria dos casos, por apresentarem inovações que melhoram processos ou

diminuem custos. A expectativa é que os fornecedores compartilhem suas inovações

com outros fornecedores que fabricam produtos semelhantes.

Com relação à escolha dos fornecedores da Toyota, dizem Iyer, Seshadi e

Vasher, (2010):

“Em lugar de aumentar o número de fornecedores para

induzir a oferta de preços competitivos, a meta da

Toyota é minimizar o número de fornecedores e

desenvolver parcerias de longo prazo, com a educação

de fornecedores existentes no sentido de expandirem

suas atividades e crescerem ao lado da Toyota.” (IYER,

SESHADI e VASHER, 2010, p. 106).

Ainda segundo Iyer, Seshadi e Vasher, (2010), os fornecedores da Toyota

assinam contratos para suprir uma parcela do mercado total, durante o ciclo de vida

de um modelo, recebem a promessa de todos os pedidos associados a um

segmento de mercado ou uma fatia preestabelecida de certo mercado, ou ainda

todos os pedidos de um determinado modelo de veículo.

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Nesse contexto o fornecedor tem a certeza de que pode se preparar para

produzir toda a quantidade contratada, pois acredita e confia que não será enganado

pela sua contratante.

2.2. Avaliação

Em trabalho realizado pela Ernst & Young na Petrobrás as avaliações são

feitas para pontuar as empresas e ranqueá-las a fim de que sejam certificadas para

prestar certos serviços ou fornecer determinados bens.

Os fornecedores geralmente são avaliados nos critérios legal, econômico,

técnico, SMS (saúde, meio ambiente e segurança) e gerencial.

O critério legal avalia a situação jurídica e fiscal do fornecedor, isto é, se ele

está de acordo com as leis e impostos do país, e a quantidade de ações que possui

na justiça.

O critério econômico verifica a capacidade financeira do fornecedor, como

sua credibilidade, estrutura, solvência, liquidez e rentabilidade.

O critério técnico analisa as condições da empresa em fornecer os serviços

e/ou bens escolhidos, avaliando profissionais habilitados, instalações,

equipamentos, metodologias e tecnologia.

O critério SMS (saúde, meio ambiente e segurança) avalia os cuidados do

fornecedor com a saúde de seus funcionários, meio ambiente e segurança do

trabalho.

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O critério gerencial verifica os benefícios fornecidos aos funcionários e a

forma de gerenciar os negócios.

O modelo de seleção de fornecedores da Toyota é muito criterioso, como na

escolha dos fornecedores no início das operações na Inglaterra em 1991, segundo

Iyer, Seshadi e Vasher, (2010):

“Em 1991, quando a Toyota montou sua unidade em

Derbyshire, Inglaterra, a companhia iniciou suas

operações com uma lista de dois mil fornecedores em

potencial. Essa lista foi reduzida para quatrocentos, e

foi julgada com base em critérios como “avaliações das

atitudes dos fornecedores, das instalações de

fabricação, dos níveis de qualidade e da capacitação

para o desenvolvimento de pesquisa”. Algumas das

empresas que se candidataram sentiram-se

desmotivadas diante do volume de detalhes solicitados.

Outras perceberam que essa exigência seria uma

vantagem e entenderam que os conselhos sobre a

melhoria da qualidade e fatos competitivos dados pelos

técnicos japoneses poupariam o custo de empregar

consultores externos.” (IYER, SESHADI e VASHER,

2010, p. 108).

Segundo Iyer, Seshadi e Vasher, (2010), esse modelo reduz

demasiadamente os custos de alguns itens, fazendo com que a Daimler-Beinz, da

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Alemanha, fosse buscar parcerias com as empresas britânicas fornecedoras da

Toyota.

2.3. Relacionamento com Fornecedores

Atualmente algumas empresas desenvolvem relacionamentos com seus

fornecedores baseadas em programas elaborados com a finalidade de auxiliar na

melhoria de performance de seus fornecedores, redução de custos e capacidade no

atendimento das demandas requisitadas (capacidade de resposta). Os melhores

modelos utilizados mundialmente são os das fabricantes japonesas de veículos

Toyota e Honda, que são benchmarking para todo o mercado mundial.

As montadoras japonesas Toyota e Honda conseguem estruturar relações

muito sólidas com seus fornecedores seguindo seis passos: entender como funciona

o trabalho de seus fornecedores; transformar a rivalidade entre fornecedores em

oportunidade; monitorar os fornecedores de perto; desenvolver as capacitações dos

fornecedores; compartilhar informações intensas, mas seletivamente; e ajudar seus

fornecedores a melhorar continuamente os processos.

Quando as montadoras japonesas ingressaram no mercado americano

conquistaram a confiança dos fornecedores, que preferiam fornecer a estas do que

às Big Three GM, Ford e Chrysler. As americanas aplicavam metas de redução de

preços aos fornecedores a qualquer custo sem uma metodologia definida, e não

atuavam como parceiras, contratavam o fornecedor de menor preço, e fechavam

contratos extremamente arriscados aos fornecedores, com cláusulas de

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cancelamento de contrato imediato sem prévio aviso, o que gerava grandes riscos

aos fornecedores.

Uma forte característica da parceria da Toyota com seus fornecedores é a

capacitação destes pela montadora japonesa, utilizando o jishuken, que de acordo

com Iyer, Seshadi e Vasher, (2010), é o seguinte:

“O jishuken é um grupo bem engajado de tecnólogos

de produção de nível médio recrutados junto a um

grupo estável de empresas que em conjunto

aperfeiçoam as capacitações voltadas para a aplicação

do sistema Toyota de produção com o exercício da

crítica recíproca e de práticas concretas.” (IYER,

SESHADI e VASHER, 2010, p. 113).

Um exemplo deste modelo foi visto no final da década de 1990, envolvendo

cinqüenta e seis fábricas de cinqüenta e dois fornecedores diferentes, que

respondiam pela curva ABC, isto é, oitenta por cento dos insumos adquiridos pela

Toyota, que foi descrito por Iyer, Seshadi e Vasher, (2010), da seguinte forma:

“Cada uma das empresas que participa do jishuken

escolhe um temas específico, mas trabalha com uma

direção ampla de políticas definidas pela Divisão de

Consultoria e Gestão de Operações da Toyota. A

montadora não cobra pelo tempo de trabalho de seus

consultores, mas o converte em uma espécie de

recurso que pode ser utilizado pelo Grupo Toyota. Em

regra um dado fornecedor se oferece como sede para

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um estudo por dois meses. Os engenheiros seniores da

Toyota visitam o fornecedor três vezes nesses dois

meses, enquanto os engenheiros juniores visitam a

empresa com maior freqüência. Os integrantes do

grupo jishuken reúnem-se toda semana. As sessões de

estudo envolvem metas concretas de desempenho,

como produtividade, redução de custos, giros de

estoque, entre outras. A maior parte das idéias voltadas

para a melhoria contínua sugeridas são implementadas

nesses dois meses. Ao final do ano, os grupos jishuken

se reúnem em um local para apresentarem o que

conseguiram alcançar.” (IYER, SESHADI e VASHER,

2010, p. 113).

Um modelo para construção de uma parceria chamada “Como se

comprometer em vinte e oito horas”, segundo Lambert e Knemeyer (2004), se

baseia nas seguintes etapas num encontro realizado entre a liderança das

empresas:

No primeiro dia de manhã acontecem as apresentações e uma visão geral

dos objetivos e a lógica de uso do modelo. Logo após tem início a articulação dos

drivers, onde as duas equipes se reúnem separadamente para discutir as razões de

estarem buscando parcerias e para listar razões específicas e particulares dentro de

quatro categorias: eficiências de ativos e custos, melhorias nos serviços aos

clientes, vantagens mercadológicas, e crescimento dos lucros e estabilidade. As

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categorias são pontuadas indicando o grau de compatibilidade da parceira em

relação a essas metas.

No primeiro dia à tarde os grupos apresentam seus drivers. Cada equipe

deve desafiar cada driver que considerar insuportável ou inaceitável. Caso algum

objetivo não seja questionado significa concordância e obriga a organização a ajudar

a parceira potencial a atingir sua meta. As pontuações dos drivers também são

comparadas, onde as pontuações mais baixas se tornarão referência para

discussão. As equipes examinam em conjunto as características do ambiente

organizacional que ajudaria ou dificultaria a cooperação. O grupo consulta uma

matriz que prescreve ações com base nas pontuações.

No segundo dia pela manhã o grupo analisa os componentes gerenciais

exigidos para o nível de parceria prescrito pela matriz e pondera até que ponto

esses componentes já existem em ambas as empresas. É elaborado um plano para

o desenvolvimento dos componentes necessários, incluindo ações específicas,

partes responsáveis e prazos. Os drivers são revisados para assegurar que cada um

deles tenha merecido um plano de ação correspondente.

Grandes exemplos de parcerias podem ser citados, como o da Tyson Foods

e Wendy’s International, o que proporcional no atendimento das demandas da

primeira, e redução dos custos de produtos e estudo para lançamento de novos

produtos para utilização pela Tyson.

A Colgate-Palmolive utilizou um modelo para ajudar seus fornecedores-

chave de produtos inovadores a flexibilizarem metas financeiras, com isso reduzindo

o custo de suas matérias-primas. O mesmo foi feito pela TaylorMade-adidas Golf

Company para estruturar relacionamentos com fornecedores chineses. Na

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International Paper o mesmo modelo ajudou a alinhar as expectativas entre duas

divisões que fornecem uma para a outra, mas que possuem demonstrações

financeiras distintas.

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CAPÍTULO III

3. LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO

A logística de distribuição é o processo responsável por prover recursos,

equipamentos e informações para que todas as atividades das instituições sejam

realizadas.

A área de logística planeja, implementa e controla o fluxo e armazenagem

dos materiais finais e matérias-primas das organizações.

De acordo com Bowersox, Closs e Cooper (2007), nos anos noventa o

tempo necessário para uma empresa processar um pedido, retirar a mercadoria do

estoque e entregar ao cliente variava de quinze a trinta dias. O processo envolvia a

criação e o envio do pedido, que geralmente era feito por telefone, fax, EDI

(intercâmbio eletrônico de dados) ou correio público, processamento do pedido

manual, autorização de crédito e transmissão do pedido a um depósito para

processamento, e então o embarque da mercadoria final para o cliente. Quando tudo

ocorria dentro do esperado este processo era muito longo, e quando alguma etapa

do processo ocorria de forma errada, o que era muito freqüente, o produto não era

entregue, ou o processo levava de sessenta a noventa dias.

Ainda segundo Bowersox, Closs e Cooper (2007), os maiores problemas

que ocorriam eram falta de estoque, ordem de serviço perdida ou errada, embarque

para local errado, dentre outros. Com o intuito de melhorar estes processos as

indústrias passaram a ter um nível muito alto de estoques, o que não resolvia os

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problemas, mas sim se aumentavam as perdas, pois com a mudança nos produtos

finais as matérias-primas antigas não mais serviam, tendo que ser descartadas.

Conforme Bowersox, Closs e Cooper (2007), no final do século XX e início

do século XXI, com a vinda da internet, a logística sofreu fortes transformações, com

o início da utilização do e-business, negócios realizados eletronicamente.

Segundo Bowersox, Closs e Cooper (2007), a logística é dividida em

atividades principais e secundárias. As atividades principais são: processamento de

pedidos, gerenciamento de estoques e transporte. As atividades secundárias são:

armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, compras e programação de

produtos.

A logística pode ser realizada de forma centralizada, descentralizada ou

mista. Na forma centralizada todos os produtos são entregues a um almoxarifado

central e posteriormente são distribuídas pelo próprio armazenador. Na forma

descentralizada os produtos são entregues em diversos locais, onde será o

consumo final dos bens. E na forma mista os produtos são entregues tanto nas

formas centralizada quanto na descentralizada, dependendo de cada situação

específica, segundo Bowersox, Closs e Cooper (2007).

O modelo da gestão da cadeia de suprimentos da Toyota se baseia nos

princípios V4L. O aprendizado (L) segue as seguintes premissas, de acordo com

Iyer, Seshadi e Vasher, (2010):

“A conscientização. A menos que os problemas sejam

detectados, eles não serão resolvidos. Os sistemas

precisam estar de prontidão para relatar prováveis

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idéias, problemas, desvios e questões para um líder de

equipe, sem delongas.

A definição de capacidades. A menos que uma pessoa

seja capaz de resolver um problema que possa surgir

entre os limites do sistema definido para essa pessoa,

ela não terá os meios para contribuir com o processo

de solução de problemas e não conseguirá reconhecer

a necessidade de receber ajuda especializada.

A elaboração de protocolos de ação. Ações têm de ser

executadas em relação a um conjunto de restrições e

precisam estar de acordo com certos padrões. Isso

ajudará a identificar a relação entre ações e resultados

e auxiliará a codificar conhecimentos para utilização

futura com base em uma mesma linguagem e um

mesmo formato, abrangendo conteúdos semelhantes.

A conscientização em nível de sistema. Conforme se

concretiza a solução de problemas, é preciso criar

níveis mais altos de conscientização acerca de outras

áreas que podem ser afetadas por ações ou que

podem acarretar um impacto no desempenho de

indivíduos.

O desenvolvimento da habilidade de ensinar. À medida

que crescem a conscientização e a experiência em

nível de sistema, a capacitação de ensinar esses

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métodos a outras pessoas deve se tornar presente.”

(IYER, SESHADI e VASHER, 2010, p. 20).

Os quatro “vês” do modelo Toyota são variedade, velocidade, variabilidade e

visibilidade, descritos por Iyer, Seshadi e Vasher, (2010), conforme abaixo:

“A variedade é escolhida com cuidado para equilibrar

as demandas de mercado e a eficiência operacional. A

conscientização do impacto da variedade na demanda

de mercado e nos custos de produção e na cadeia de

suprimentos permite a todos os participantes da cadeia

darem uma opinião quando as decisões sobre

variedade estão sendo tomadas. Por um lado, a

variedade representa uma escolha crucial no projeto da

cadeia de suprimentos, com um impacto para todos os

seus participantes. Uma questão essencial quando a

variedade está sendo decidida é a necessidade de se

ter sistemas de feedback que garantam que o nível de

variedade escolhido represente a melhor resposta para

as condições de mercado do momento. Conforme

discutiremos em todos os capítulos deste livro, esse é o

ponto em que as características do aprendizado do

processo da Toyota possibilitam a repetição do ciclo

PDCA (Plan, Do, Check and Act, ou planejar, executar,

verificar e agir).

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A velocidade dos fluxos da cadeia de suprimentos é o

próximo conceito-chave. Ela se manifesta em todos os

processos da cadeia. O foco na manutenção de um

fluxo estável em todo o sistema permite que o

planejamento das capacidades seja sincronizado em

toda a cadeia. As descrições detalhadas de processos

apresentadas nos capítulos seguintes oferecem uma

visão geral de como uma estratégia baseada em

velocidades serve como elemento mais importante para

o processo de planejamento em todo o sistema.

A variabilidade em pedidos ou entregas em toda a

cadeia de suprimentos é minimizada com base no

modo como os processos individuais são executados.

A redução na variabilidade permite que toda a cadeia

de suprimentos flua de forma que possa ser operada

com baixos níveis de estoque. A variabilidade permite

também que os processos de melhoria na qualidade

funcionem sem interrupção, o que possibilita redução

de custos e melhoria contínua da qualidade. É

importante observar que a variedade, a velocidade e a

variabilidade interagem para estabilizar o desempenho

da cadeia de suprimentos.

A visibilidade de todos os processos é garantida com o

uso de indicadores adequados e com a aceitação da

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exigência de que é preciso chegar a um consenso

antes de alterar planos. Na Toyota, os indicadores de

desempenho dão um peso de cinqüenta por cento para

o quesito resultados e cinqüenta por cento para a

conformidade ao processo. Em outras palavras, a meta

é recompensar não apenas os sucessos no curto

prazo, como também garantir que os processos

corretos sejam seguidos. Esse tipo de estratégia

garante a identificação de gargalos e a rapidez nas

reações. Ela assegura também que as mudanças

sejam discutidas, que a velocidade seja mantida, que a

variedade seja sincronizada à demanda e que a

variabilidade seja minimizada. A visibilidade permite o

aprendizado e o feedback constantes, o que garante

que a execução de processos e as realidades de

mercado estejam sincronizados.” (IYER, SESHADI e

VASHER, 2010, p. 21).

A opinião de Iyer, Seshadi e Vashier (2010), sobre a estrutura V4L da Toyota

é a seguinte:

“Em nossa opinião, a estrutura V4L enfatiza o delicado

equilíbrio entre todos os processos da cadeia de

suprimentos. O modo como cada um desses processos

é balanceado em termos de modelo de veículo ou

fatores geográficos é uma escolha feita no âmbito dos

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negócios e que reflete a competitividade da Toyota no

mercado em questão. A escolha dos conceitos V4L e

das ações exigidas para implementar essas escolhas

são orientadas pelos princípios de aprendizado. Todas

as empresas deveriam perguntar a si próprias como as

escolhas que fazem refletem o impacto dos conceitos

V4L. Um dos modos de lembrar esses conceitos

consiste em perguntar: o mecanismo V4L adotado em

minha empresa está adequadamente sintonizado para

gerar desempenho competitivo?” (IYER, SESHADI e

VASHER, 2010, p. 22).

3.1. Processamento de Pedidos

O processamento de pedidos é executado com a finalidade de não se deixar

faltar os produtos necessários ao perfeito desenrolar das atividades das

corporações.

O processamento de pedidos é a primeira fase da cadeia de logística, que

atualmente são feitas de forma eletrônica e centralizadas. O processamento

inadequado pode encarecer o produto final ou inviabilizar toda a cadeia de

suprimentos.

Podemos destacar os riscos do processamento de pedidos por Bowersox,

Closs e Cooper:

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“O benefício do rápido fluxo de informações está

diretamente relacionado ao equilíbrio do trabalho. Não

faz muito sentido uma empresa acumular pedidos em

um escritório de vendas local durante uma semana,

enviá-los a um escritório regional, processar os pedidos

em lote, designá-los a um armazém de distribuição e

depois enviá-los por frete aéreo para obter uma entrega

rápida.” (BOWERSOX, CLOSS e COOPER, 2007, p.

29).

A comunicação direta do cliente por meio da internet combinada com um

transporte mais barato, como o terrestre ou aquático, pode diminuir o prazo de

entrega por um custo mais reduzido.

3.2. Gerenciamento de Estoques

O gerenciamento de estoques é importantíssimo atualmente, principalmente

nas indústrias de base, pois se a matéria prima acabar, as atividades param, e a

empresa não possuirá produtos finais para vender a seus consumidores, gerando

imenso prejuízo financeiro.

Algumas empresas possuem controles automáticos de estoque, onde os

pedidos de compra são gerados de forma automática quando determinados

produtos chegam a um nível mínimo pré-determinado.

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O controle de estoques deve ser muito bem executado para que se mitiguem

os seus riscos inerentes.

Uma instituição poderia estocar todos os itens que precisa, mas essa

estratégia é totalmente inviável nos dias atuais, conforme comentários de Bowersox,

Closs e Cooper:

“Poucas empresas comerciais podem sustentar tal

estratégia de estoques suntuosa porque o risco e o

custo total são proibitivos. O objetivo de uma estratégia

de estoques é conseguir o desejado serviço ao cliente

com o mínimo de investimento em estoques. O

excesso de estoque pode compensar deficiências no

projeto básico de um sistema logístico, mas acabará

resultando em um custo logístico mais alto que o

necessário.” (BOWERSOX, CLOSS e COOPER, 2007,

p. 30).

As instituições devem adotar estratégias logísticas para manter o menor

nível de estoques possível. O objetivo principal deve ser o de conseguir o maior giro

de estoque enquanto as necessidades são satisfeitas, de acordo com Bowersox,

Closs e Cooper:

“Uma estratégia de estoques sensata baseia-se na

combinação de cinco aspectos da disposição seletiva:

(1) segmentação dos principais clientes; (2)

lucratividade do produto; (3) integração dos

transportes; (4) desempenho baseado no tempo; e (5)

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desempenho competitivo.” (BOWERSOX, CLOSS e

COOPER, 2007, p. 30).

A armazenagem deve ser feita de acordo com cada tipo de material e deve

ser bem planejada para que não se tenham gastos excessivos e se diminua a perda

de materiais.

A atividade de inventário deve ser realizada periodicamente para se verificar

as perdas de materiais e educar os funcionários sobre os riscos de tentativa de

furtos.

Segundo Bowersox, Closs e Cooper (2007), o manuseio de materiais deve

ser feito de acordo com cada tipo produto, onde alguns requerem cuidados maiores

pela sua fragilidade. O perfeito manuseio e a supervisão desta atividade reduzem as

perdas de materiais.

Conforme Bowersox, Closs e Cooper (2007), a embalagem deve ser

realizada apenas em produtos onde isso é extremamente necessário. Deve-se

priorizar manter o produto nas embalagens enviadas pelo fornecedor, para evitar

aumento de custos.

De acordo com Bowersox, Closs e Cooper (2007), a programação de

produtos deve ser feita através de um catálogo de todos os bens utilizados pela

instituição, que deve ser regularmente atualizado e revisado.

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3.3. Transporte

Segundo Bowersox, Closs e Cooper (2007), os serviços de transporte são

essenciais para a logística, pois é desta forma que os produtos são transferidos ao

consumidor final, ou até manuseados internamente nos almoxarifados.

Algumas instituições terceirizam seus serviços de transportes, mas outras

preferem manter esta atividade como própria devido a sua importância, para garantir

a entrega de seus produtos.

A satisfação dos serviços de transportes pode ser verificada nos

comentários de Bowersox, Closs e Cooper:

“É possível satisfazer as necessidades relacionadas ao

transporte de três maneiras básicas. Primeiro, pode-se

operar uma frota particular de transporte. Segundo,

podem ser feitos contratos com especialistas dedicados

ao transporte. Terceiro, uma empresa pode contratar

os serviços de uma ampla variedade de

transportadoras que prestam diferentes serviços de

transporte conforme necessário, de acordo com cada

embarque. Do ponto de vista do sistema logístico, três

fatores são fundamentais para o desempenho nos

transportes: (1) custo; (2) velocidade; e (3)

consistência.” (BOWERSOX, CLOSS e COOPER,

2007, p. 31).

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O custo do transporte e sua qualidade devem ser balanceados. Em certas

ocasiões é necessário o transporte lento e de baixo custo. O transporte deve seguir

as premissas principais determinadas pela alta administração da corporação.

No transporte de produtos de alto valor algumas corporações precisam

contratar até serviços de escolta para evitar roubos.

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CONCLUSÃO

A gestão da cadeia de suprimentos é um problema complexo, dinâmico e

mutável, que varia de acordo com a real situação de cada empresa ou órgão

governamental. Os problemas enfrentados por cada organização variam de acordo

com fatores e razões que estejam ocorrendo naquele momento, ou que foram

causados por algum ato cometido no passado pela instituição, e que esteja gerando

suas consequências apenas naquele momento.

O mapeamento dos processos da cadeia de suprimentos utilizando

fluxogramas e o desenvolvimento de narrativa das atividades demonstra a forma

como a corporação está desenvolvendo seu gerenciamento logístico. Dessa forma

podem ser verificados os principais riscos e debilidades de cada sub-processo para

que se proponham as melhorias e controles necessários ao devido ordenamento e

organização da cadeia de suprimentos, através de um fluxograma com proposta de

processo futuro e detalhamento narrativo de cada atividade.

Não existe solução padrão para melhorar o desempenho da cadeia de

suprimentos. Cada instituição possui suas características próprias, portanto as

solução são particulares e específicas para cada tipo de atividade.

Neste trabalho monográfico foram demonstrados alguns pontos de falhas

verificados em trabalhos de campo realizados em algumas corporações, e

demonstrados exemplos de melhorias na forma de gerir a cadeia de suprimentos e a

logística de distribuição.

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A gestão de compras ideal, a certificação de fornecedores perfeita, a gestão

de contratos sem falhas, e a logística de distribuição sem perdas não existe, mas

pode chegar próxima do risco zero, adaptando-se cada tipo de solução às reais

necessidades de cada corporação, levando-se em conta todas as suas

particularidades e todos os seus detalhes individuais.

O objetivo deste trabalho foi ajudar na melhoria do desempenho e redução

de custos das corporações com o desenvolvimento desta obra.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BELHASSOF, Cláudia Mello. Gestão da Cadeia de Suprimentos e Logística. Rio de

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ERNST & YOUNG. Business Risk 2010 Internal Guidance. Rio de Janeiro, 2010.

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2010.

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