universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo … · 7 metodologia para carlos gil (2002) pode-se...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
O Comportamento Organizacional em Tempos de Mudanças
Por: Vera Regina Faria de Almeida
Orientador
Prof. Sergio Majerowicz
Niterói
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
O Comportamento Organizacional em Tempos de Mudanças
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em “Gestão
Empresarial”.
Por: Vera Regina Faria de Almeida
3
AGRADECIMENTOS
Aos Professores do Curso de
Gestão Empresarial do Instituto a Vez
do Mestre pela atenção e pelos
conhecimentos compartilhados.
E também, a todos os autores
que muito me auxiliaram, oferecendo-
me através de seus livros, conteúdos
diversos, que enriqueceram bastante o
aprofundamento de minhas pesquisas.
4
DEDICATÓRIA
O presente trabalho é dedicado a
Deus, por proporcionar-me este
momento; em especial ao meu esposo,
Carlos Alberto, que através de seu
exemplo de vida, amor, paciência, apoio e
estímulo, foi possível obter cada uma das
conquistas profissionais e pessoais na
minha trajetória. E ao meu filho, Carlos
Alberto que muito contribuiu na
organização do mesmo.
5
RESUMO
No mundo atual, a globalização e a revolução tecnológica são grandes
responsáveis por mudanças aceleradas em diversos setores do mercado de
trabalho.
Por esta razão, as organizações estão tendo que se adaptar às novas
tendências, fazendo com que cada setor também evolua de acordo com as
suas necessidades, em particular, o setor de Recursos Humanos.
Sendo assim, o trabalho em estudo, tem como objetivo identificar e
analisar o Comportamento Organizacional e a Gestão de Pessoas. Atração,
seleção e integração de pessoas, nas organizações modernas. Mostrando a
importância da participação dos funcionários nas decisões que os afetem, com
o objetivo de motivá-los a aumentar a produtividade, compromisso de trabalhar
metas, a motivação e a satisfação no trabalho, o que determinará com toda
certeza, uma melhor comunicação interna.
Portanto, a dinâmica organizacional somente é possível quando a
organização assegura que todos os seus membros estejam devidamente
conectados e interligados.
A boa comunicação é essencial para a eficácia de qualquer organização
ou grupo. A comunicação facilita a motivação por esclarecer aos funcionários o
que deve ser feito, avaliar a qualidade do seu desempenho e orientar sobre o
que fazer para melhorá-lo.
O estabelecimento de metas específicas, o feedback do progresso em
relação a elas e o reforço do comportamento desejável estimulam a motivação
e requerem comunicação.
Logo a função final desempenhada pela comunicação, relaciona-se com
seu papel como facilitadora da tomada de decisões. Ela proporciona as
informações que as pessoas e os grupos precisam para tomar decisões,
transmitindo os dados para que se identifiquem e avaliem alternativas.
Quando aliadas de forma satisfatória, por serem mutuamente recíprocas
e dependentes, a liderança e a colaboração garantem o bom rendimento da
organização, a tomada e cumprimento das decisões.
6
Os verdadeiros líderes impulsionam as pessoas, tornando o trabalho
uma agradável experiência de troca, crescimento e inovação.
As aptidões e habilidades das pessoas estão fortemente relacionadas ao seu
desempenho. Todavia, mais do que simplesmente aptidões e habilidades, o
bom desempenho exige motivação para trabalhar.
A definição de parâmetros universais torna-se complexa devido às
diferenças individuais de cada pessoa. Dessa forma, motivar as pessoas em
igualdade de condições é um grande desafio para as organizações.
As organizações modernas estão exigindo novos valores, novos
parâmetros e novas práticas administrativas. Na base delas estão as pessoas,
o maior ativo e o maior passivo das organizações.
Dessa forma, integrar é fazer com que o funcionário sinta-se valorizado,
como parte integrante da organização. Um bom processo de acolhimento e
integração aumenta a auto-estima e a motivação das pessoas, contribuindo
para diminuir a ansiedade e possibilitando uma melhor compreensão das
informações.
Por isso, um Projeto de Gestão de Pessoas, terá que ser um trabalho
contínuo em sua essência. Não podendo ser pontual e muito menos transitório.
A implementação desse projeto deve como os demais projetos, utilizar o
treinamento como ferramenta primordial para garantir o seu sucesso e
consequentemente, o retorno do investimento pretendido. Gestores que
almejam ser bem sucedidos, necessariamente, terão que equilibrar
Planejamento e Ação.
7
METODOLOGIA
Para Carlos Gil (2002) pode-se definir pesquisa como o procedimento
racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos
problemas que são propostos... A pesquisa é desenvolvida mediante o
concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos,
técnicas e outros procedimentos científicos.
O presente trabalho foi desenvolvido através de Pesquisa Descritiva,
pois durante meus estudos referentes ao assunto, observei o quanto ela é
utilizada em levantamentos de atitudes dentro das organizações.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - Estrutura Organizacional 16
CAPÍTULO II - Comunicação e Conhecimento 27
CAPÍTULO III - Liderança e Motivação 35
CAPÍTULO IV - Atração, Seleção e Integração 46
CAPÍTULO V – Gestão de Pessoas: Orientações para
construção de Projeto 52
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 55
9
INTRODUÇÃO
“Em um mundo em forte transição e
mudança, onde a competitividade é a base fundamental do sucesso, as organizações de hoje requerem contínua modificação interna e inovação para
poderem permanecer surfando sobre as ondas intranquilas do oceano de transformações rápidas e sucessivas (Idalberto Chiavenato).”
O mundo girou, girou e atualmente, face ao processo de globalização e
acirrada disputa por novos mercados e clientes, o diferencial competitivo das
organizações passou a ser as pessoas que lá trabalham. As empresas, com
isto, estão sendo induzidas a desenvolver estratégias que visem ao
comprometimento e não ao controle das pessoas.
Hoje atravessamos uma onda de desenvolvimento tecnológico e
inovação empresarial sem precedentes. Embora a maioria das análises dessa
tendência aponte para o potencial que essa tecnologia tem para melhorar
nossas vidas, criando trabalhos mais interessantes e desafiadores e
melhorando a eficiência e a eficácia, de um modo geral, de nossos processos
de trabalho, há uma preocupação crescente voltada para: 1) nossa capacidade
de administrar essas tecnologias de maneira competente, 2) o “lado sombrio”
desses desenvolvimentos tecnológicos.
No início do séc.XX, a administração científica de Taylor utilizava
especialistas para resolver problemas para os trabalhadores. Seguindo os
movimentos das relações humanas e comportamentais da tradição
neoclássica, a idéia da gerência participativa, ou seja, envolver as pessoas na
solução de seus próprios problemas, começou a ter seu lugar no pensamento
gerencial. À medida que o Campo Organizacional continua a se desenvolver e
evoluir, parece que hoje estamos no ponto em que o melhor conceito da
verdadeira participação seria fazer com que os membros da organização se
envolvessem não só na solução de seus próprios problemas, mas também na
solução daqueles que, por sua natureza, envolvessem os sistemas inteiros.
As tecnologias avançadas de fabricação estão criando ondas através de
organizações inteiras, enfatizando a necessidade de se desenvolver a
10
capacidade para mudar e para lidar com questões tais como recolocação de
cargos, redistribuição de responsabilidades, mudanças nos requisitos de
qualificação, novos sistemas de remuneração e assim por diante.
O mundo se tornou uma verdadeira aldeia global onde as organizações
fazem transações independente de lugar ou tempo, graças à tecnologia da
informação.
Entramos na Era da Informação e estamos deixando a Era Industrial
para trás. Nesta, predominavam os ativos tangíveis e bens físicos como
máquinas, equipamentos, instalações, ferramentas e o capital financeiro. Na
Era da Informação, estão predominando ativos intangíveis e bens intelectuais.
O conhecimento está se tornando a moeda mais importante do terceiro
milênio.
As pessoas que vivem e trabalham nas organizações estão se
caracterizando por aspectos como diversidade, novas habilidades e
competências e diferentes valores sociais.
As organizações invadem e permeiam tanto a sociedade como a vida
particular de cada pessoa. Diariamente estamos em contato com
organizações. Se não participamos delas como membros – no trabalho, na
escola, na vida social e cívica, na igreja – somos afetados como clientes,
pacientes, consumidores ou cidadãos.
Segundo Chiavenato, “... as organizações são organismos vivos e
inteligentes que se ajustam e se adaptam contínua e incessantemente ao
contexto ambiental em que vivem.”
Elas constituem a alavanca do desenvolvimento econômico e social.
São elas que produzem bens e serviços e impulsionam a inovação e o
progresso dos países.
A Era da Informação está trazendo mudança crescentemente veloz e
profunda. A influência da tecnologia da informação (TI) – o casamento do
computador com a televisão e as telecomunicações – que invade a vida das
organizações e das pessoas está provocando fortes transformações no mundo
atual.
11
As organizações vivem em um contexto de negócios caracterizado pela
globalização, mudança e competitividade. Nesse ambiente incerto e instável,
elas precisam ser administradas para poderem funcionar bem e atingir seus
objetivos.
Sendo assim, as pessoas constituem parceiros da organização. Elas
não são mais “propriedade” da organização, mas colaboradores internos ou
externos que contribuem para o sucesso organizacional.
As organizações precisam criar consciência da importância das pessoas
e da necessidade de gerenciar de maneira constante, os processos de
mudança através de um novo comportamento organizacional.
Chiavenato (1999, p.304), definiu o Comportamento Organizacional
como sendo o estudo da dinâmica das Organizações e como os grupos e
pessoas se comportam dentro delas. É uma ciência interdisciplinar. Como a
organização é um sistema cooperativo racional, ela somente pode alcançar
seus objetivos se as pessoas que a compõem coordenarem seus esforços a
fim de alcançar algo que individualmente jamais conseguiriam.
As atividades dos programas de gestão de pessoas precisam ser
integradas, dependentes, com visão sistêmica e relacionadas ao planejamento
estratégico. Por isso, impossível trabalhar o desenvolvimento desses
programas ou subsistemas de forma isolada. Eles necessitam estar
relacionados entre si, com sinergia.
Integrar os programas ou subsistemas de gestão de pessoas representa
permitir relações interdependentes entre os subsistemas, o que se traduz,
basicamente, na troca de dados e informações entre eles. Com o uso da
Gestão da Informação e do Conhecimento na atualidade, não se pode
conceber algum subsistema isolado e totalmente independente.
É importante integrar. As Organizações do conhecimento estão fazendo
uso dos sistemas de informação para integrar os diversos programas e a área
de Gestão de Pessoas ao fazerem uso da Internet e intranet para se
comunicar e realizar transações.
Verificamos que o Sucesso de uma organização depende cada vez mais
do conhecimento, de habilidades, criatividade e motivação de seus
12
colaboradores. O sucesso das pessoas, por sua vez, depende cada vez mais
de atitudes voltadas à criação e ao aproveitamento de oportunidades para
aprender e de um ambiente favorável ao pleno desenvolvimento de suas
potencialidades.
O processo de recrutamento e seleção não termina com a contratação
dos candidatos selecionados. É necessário um processo de adaptação e
integração de cada indivíduo à empresa e ao cargo.
O programa de treinamento de integração deve conter estratégias para
facilitar a adaptação do novo colaborador à equipe, o entendimento e a
assimilação da cultura da empresa, o conhecimento mais detalhado das
normas e dos procedimentos, a integração com as demais áreas e
profissionais da empresa com quem irá interagir.
No mundo contemporâneo o que importa é “O homem certo no lugar
certo, na hora certa.” Mais que qualquer outro momento da história das
corporações, as pessoas e suas competências estão no centro das atenções.
Entre os subsistemas de RH, é a atividade de Atração e Seleção que
identifica e nomeia, interna ou externamente, as competências fundamentais
ao alcance das estratégias organizacionais.
O termo “atração” distingue as mudanças na maneira de se procurar
profissionais no mercado de trabalho. Já a seleção é um processo de “duas
mãos”, ou seja, a empresa escolhe e é escolhida.
De acordo com Prahalad e Hamel (1995), a competição para o futuro
exige o desenvolvimento de uma nova visão estratégica, de dentro para fora,
repensando a organização, para torná-la apta a inovar e dominar as
oportunidades emergentes.
Esta inovação está assentada fundamentalmente no fator humano, o
que torna necessário que entendamos a genética da corporação, e sua
consequente influência como fator facilitador ou de resistência, nos processos
de mudança.
A efetiva implantação de um novo modelo de liderança e
comportamento de forma abrangente requer uma transformação – mudança –
da organização em termos de estrutura, sistemas e finalmente cultura.
13
Para Stahl e Boundes (1991), as transformações organizacionais
efetivas são, na verdade, modificações culturais, pois a mudança só será
efetiva se os sistemas organizacionais mais significativos se mantiverem
alterados, mesmo que seus implantadores e maiores defensores não estejam
mais atuantes na organização. A transformação estará então incorporada à
nova cultura da corporação.
Segundo Berman (1986), nos últimos anos, o interesse dos altos
executivos por cultura corporativa saiu do reino da teoria para o reino da
aplicação real. Muitos executivos estão começando a acreditar que inovações
bem sucedidas também incluem mudanças na cultura corporativa – os valores
e crenças tradicionais da empresa e suas maneiras de fazer as coisas.
Mude a cultura, eles argumentam, e a organização pode ser
reformulada.
Em processos de fusão, aquisição, incorporação de empresas ou
departamentos a cultura tem um impacto importante, especialmente se for de
âmbito multinacional, pois as dificuldades de entendimentos e comunicação
(não se trata de idiomas) causam os, assim chamados, choques culturais. Os
choques culturais são geralmente subestimados na composição da estratégia
da organização e seu impacto na formação do clima organizacional é de
extrema relevância.
Importante ressaltarmos que devemos nos adaptar às mudanças, porém
sabermos também, que a mudança, mesmo as positivas, nos trazem medos,
do que ainda não se conhece ou do que não se sabe fazer.
Daí, a importância da integração admissional, pois ela não só visa
amenizar o receio do desconhecido ao novo colaborador, mas também
oferecer todo o conhecimento sobre a organização. Entre eles: histórico e
visão da empresa, missão e até os processos de trabalho que atingirão o novo
funcionário em suas atividades direta ou indiretamente.
É bom lembrarmos que “quanto mais remadores de um mesmo barco
remam para um mesmo lado, mais viável fica o destino correto deste meio de
transporte.” O mesmo acontece com a organização em relação aos seus
14
colaboradores. Quando todos estão motivados, a organização está no caminho
para chegar aos bons resultados.
Portanto, toda organização, desde micro-empresa à multinacional, pode
e deve investir na capacitação e no desenvolvimento de seus funcionários. A
capacitação tem como objetivo proporcionar a atualização tecnológica
fundamental à prática das atividades rotineiras de determinada função, e
também manter os colaboradores em constante consonância com o negócio
da empresa. Assim, já no primeiro contato que o funcionário recém-admitido
tem com a organização é possível não só dar-lhe as boas-vindas e
proporcionar seu entrosamento à equipe de trabalho, como também integrá-lo
à cultura organizacional existente e divulgar a imagem da empresa na qual o
mesmo irá trabalhar.
No contexto atual, onde o mundo caminha de forma bastante acelerada
para uma sociedade baseada na informação, no conhecimento e na
tecnologia, em função dos papéis desempenhados, os gestores precisam estar
no centro do processo de mudança, participando ativamente como geradores
de empresa de sucesso. Sendo assim, é fundamental utilizarem processos de
gestão mais interativos, a fim de que possam agir de forma analítica e
diagnóstica partindo de uma visão estratégica e empreendedora, que possa
auxiliar na tomada de decisão.
A mudança é tida como um processo natural ao longo da existência das
organizações, e é decorrente da reação destas à ação de forças exercidas
pelo meio onde estão inseridas.
Para Hodgetts (2000), a mudança além de desagradável, é necessária,
e os executivos precisam estar preparados para ela. Conhecer o presente e
projetar um futuro promissor é o que cria a tensão que impulsiona as pessoas
durante o processo de mudança.
Toda mudança traz incertezas, mas também oportunidades. Em geral,
mudanças criam pressões dentro de qualquer organização, especialmente
quando os gerentes não têm experiência. Assim, a sentença de ordem dentro
de uma organização que decide mudar é: APRENDER A APRENDER. O que
15
dificulta um processo de mudança e coíbe o aprendizado organizacional é a
capacidade de aprender das pessoas e da equipe.
Sendo assim, a gestão do conhecimento corporativo tem que estar
presente na gestão de pessoas, pois afinal quem aprende não é exatamente a
empresa – que é uma ficção conceitual ou legal – mas as pessoas que dela
participam, pensam e reflexionam, tomam decisões, agem e avaliam seus
comportamentos em função dos resultados alcançados. Uma das
responsabilidades do gestor de pessoas é contribuir para que o conhecimento
seja devida e rapidamente compartilhado e aplicado pela sua equipe.
Conhecimento sem utilização de nada vale.
Não existe um dispositivo motivacional universalmente consistente e
aplicável a todos, a motivação no trabalho é de ordem individual, por isso a
dificuldade de motivar as pessoas de uma organização como um todo.
O ambiente organizacional precisa estar preparado para estimular a
criatividade e a superação de obstáculos para o crescimento de seus
colaboradores e líderes.
Na verdade, a motivação é uma filosofia que deve ser emanada de cima
e distribuída para toda organização. E essa filosofia é descoberta sobre as
necessidades e desejos de cada colaborador, ou seja, é a engrenagem
criadora do ambiente de trabalho que o permite dedicar-se, como indivíduo, a
tarefa de aprimorar o seu desempenho. A organização será melhor, quando o
homem que nela atua for devidamente valorizado e motivado.
16
CAPÍTULO I
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
As organizações podem ser estruturadas de diversas formas. Desde que
essas estruturas estejam adequadas ao tipo de ambiente e às organizações
em questão.
De uma forma geral, as organizações que operarem em ambientes
diversificados e dinâmicos serão mais eficazes, se tiverem estruturas flexíveis
(orgânicas), diferenciadas e integradas. Por outro lado, as organizações que
funcionarem em ambientes relativamente simples e estáveis, onde há pouca
incerteza na tomada de decisões, poderão ser mecanicistas e menos
diferenciadas por natureza. Além disso, os meios tradicionais, indiretos, de
integração costumam ser suficientes. É bom observar, que a diferenciação
estrutural também pode ocorrer dentro de organização e departamentos.
A estrutura organizacional pode ser definida genericamente, como os
padrões de trabalho e disposições hierárquicas, que servem para controlar ou
distinguir as partes que compõem uma organização. De modo geral, a
estrutura é concebida em termos da divisão e especialização do trabalho
(diferenciação) e a maneira como é coordenada e controlada (integração).
Várias partes de uma organização podem ser confrontadas com
“subambientes”, que criam problemas exclusivos além dos enfrentados por
outros departamentos. Sendo assim, é bem possível encontrar uma
organização que tenha alguns departamentos com estruturas mecanísticas e
rotinizadas (por exemplo, finanças, produção), enquanto outros tendem a ser
mais orgânicos e não rotinizados (por exemplo, pesquisa e desenvolvimento,
planejamento a longo prazo).
Na verdade, as organizações não são simplesmente centralizadas ou
descentralizadas, formais ou informais e assim por diante. Cada uma dessas
dimensões precisa ser concebida como um contínuo; as estruturas
organizacionais podem ser comparadas com base em seus graus de
centralização, formalização e complexidade.
17
A estrutura de uma organização é um meio para auxiliar seus dirigentes
a conquistarem seus objetivos. Como eles derivam da estratégia geral da
organização, é óbvio que estratégia e a estrutura precisem caminhar
paralelamente. Logo se administração fizer uma mudança significativa na
estratégia da empresa, sua estrutura necessitará ser modificada a fim de
adequar-se e apoiá-la.
Grande parte dos modelos estratégicos de hoje foca três dimensões
estratégicas: inovação, minimização de custos e imitação e o sistema estrutural
mais adequado para cada um deles. Obviamente, nem todas as empresas
buscam a inovação.
Existem evidências consideráveis de que o tamanho da organização
influencia significativamente na sua estrutura. As grandes organizações
tendem a ter mais especialização, maior departamentalização, mais níveis
verticais e mais regras e regulamentos do que as empresas menores.
Além dos fatores individuais e de grupo, as relações estruturais nas
quais as pessoas trabalham têm influência sobre as atitudes e os
comportamentos das mesmas.
Para se organizar uma empresa, um estabelecimento, ou qualquer outro
processo que inclua relações interpessoais, são primordiais algumas funções,
ou seja, um bom administrador precisa saber planejar, ter pulso e coerência
para dirigir e, além disso, saber acompanhar e controlar os mesmos.
Quando a estrutura organizacional é estabelecida de forma adequada,
propicia para a empresa alguns aspectos:
. Responsabilidades;
. Lideranças;
. Motivações;
.Organização das funções, informações e recursos.
Dentro de um contexto geral, a estrutura organizacional se subdivide em
duas: estrutura informal e formal.
Estrutura Informal
Surge da interação entre pessoas, desenvolvendo-se espontaneamente,
quando as mesmas se reúnem entre si.
18
A informalidade é geralmente, mais instável, pois está sujeita aos
sentimentos pessoais, pois se trata de uma natureza mais subjetiva, ela não
possui uma direção certa e obrigatória.
Hoje em qualquer tipo de empresa, existem as estruturas informais.
Os líderes dos grupos informais surgem por várias causas, vejamos :
. Idade;
. Competência;
. Localização no trabalho;
. Conhecimento;
. Personalidade;
. Comunicação;
. Entre outras.
Algumas vezes, a estrutura informal se torna uma força negativa dentro
da empresa, porém se a administração, conseguir conciliar e/ou integrar os
grupos formais com os informais, haverá uma harmonização nas tarefas, o que
aí sim, se tornará uma condição favorável de rendimento e produção.
Sendo assim, a estrutura informal possui algumas vantagens:
. Rapidez no processo;
. Redução de comunicação entre chefe e empregado;
. Motivação e integração dos grupos de trabalho;
Todavia, possui suas desvantagens:
. Desconhecimento de chefia;
. Dificuldade de controle;
. Atrito entre pessoas;
Estrutura Formal
É a estrutura que a grande maioria das empresas adotam; é
deliberadamente planejada, e formalmente representada, em alguns aspectos,
em organogramas.
No desenvolvimento da estrutura formal devem-se considerar os seus
componentes, seus condicionantes e seus vários níveis de influência. Pois
será, a partir de uma estrutura bem organizada, que uma empresa irá alcançar
seus objetivos.
19
Os fatores primordiais para a criação de uma estrutura formal
empresarial são:
. Focar os objetivos estabelecidos pela empresa;
. Realizar atividades que podem chegar nesses objetivos;
. Distribuir as funções administrativas para cada funcionário
desempenhar;
. Levar em consideração habilidades e limitações tecnológicas;
. Verificar o tamanho da empresa.
A estrutura organizacional representa a integração entre órgãos e
tarefas dentro da organização. Em geral, a estrutura apresenta dupla
dependência: ela depende externamente, da estratégia organizacional definida
para alcançar os objetivos globais da empresa e internamente, da tecnologia
utilizada pela mesma.
É ela que define como as tarefas são formalmente distribuídas,
agrupadas e coordenadas.
Podemos caracterizar três modelos organizacionais básicos: a estrutura
simples, a burocrática e a matricial.
A estrutura simples apresenta fortes limitações. Se o dirigente principal
assume todas as decisões, o processo decisório tende a estancar o
crescimento da organização com o risco de que tudo dependa de uma única
pessoa e que acaba se tornando indispensável para o bom andamento das
tarefas.
A burocrata está fundamentada na padronização. Caracteriza-se por
tarefas operacionais rotineiras, realizadas por meio da especialização, regras e
regulamentos muito formalizados.
Já a estrutura matricial é híbrida ou mista que combina duas formas de
departamentalização: funcional e por produto, na mesma estrutura. É
encontrada em organizações mais complexas como laboratórios de pesquisa e
desenvolvimento, empresas aeroespaciais, empresas de consultoria, e
universidades, hospitais, onde as funções precisam ser sincronizadas com os
produtos ou serviços oferecidos.
20
A dimensão organizacional depende da evolução ou ciclo de vida da
empresa que envolve quatro estágios: nascimento, infância, juventude e
maturidade.
Para poderem funcionar adequadamente, as organizações necessitam
de uma estrutura organizacional que sirva de plataforma de modo a conter e
integrar todos os seus órgãos, pessoas, tarefas, relações, recursos etc.
No mundo moderno, as organizações estão desenvolvendo novas
opções estruturais para competirem mais eficazmente. Dessa forma, três
modelos de estrutura estão sendo cogitados: a estrutura de equipe, a
organização virtual e a organização sem fronteiras.
As equipes estão se tornando uma forma bastante comum de organizar
as atividades do trabalho, por ter como característica básica coordenar e
integrar, desmontando antigas barreiras departamentais e descentralizando o
processo decisório. Isso faz com que as pessoas tenham de ser tanto
generalistas com especialistas.
Os modelos organizacionais, como a estrutura simples, a burocracia, a
estrutura matricial, bem como os atuais, mostram a nova lógica das
organizações focada na simplificação, flexibilidade e no poder concedido às
pessoas.
As organizações vivem em um mundo de negócios que se caracteriza
pela globalização, mudança e competitividade.
Segundo Drucker, a organização é o centro da sociedade moderna, e
não a tecnologia ou a informação.
O que se percebe é que as organizações são um sistema cooperativo
racional. As pessoas se dispõem a cooperar entre si, de forma racional e
intencional, a fim de alcançarem metas e proporcionar resultados que
individualmente não conseguiriam.
Portanto, a essência das organizações está nas pessoas. Sem elas, as
organizações jamais existiriam. Ou seja, as pessoas são a alma das
organizações, aquilo que lhes dá vida e vigor.
21
1.1 - O Significado da Palavra Mudança
“As empresas precisam não ser conformadas,
pois é a insatisfação que gera o desejo de progresso e que
induz ao esforço de mudança (Paulo C. Moura.).”
As organizações hoje enfrentam um ambiente cada vez mais dinâmico e
mutante. Isso exige que elas se adaptem às novas condições.
Na verdade, quase todas as empresas estão tendo que se ajustar a um
ambiente multicultural.
A tecnologia está modificando o trabalho e também as empresas. A
substituição da supervisão direta por sistemas informatizados tem aumentado
a amplitude de controle dos administradores e “achatado” as organizações.
Mudança representa transformação, perturbação, interrupção, fratura. A
mudança está em toda parte; nas organizações, nas cidades, nos hábitos das
pessoas, nos produtos e nos serviços, no tempo e no clima, ou seja, no nosso
dia-a-dia.
Toda mudança implica novos caminhos, novas abordagens, novas
soluções.
Ela significa uma transformação que pode ser gradativa e constante,
como pode ser rápida e impactante.
Toda mudança implica em algo diferente. Ela rompe o estado de
equilíbrio alcançado na situação anterior e o substitui por um estado de
provisoriedade, de tensão, de incômodo.
A mudança ocupa um importante lugar no estudo da viabilidade
organizacional. Quando feita adequadamente, ela capacita a organização a
manter sua viabilidade e competitividade em um ambiente mutável e incerto.
Trata-se da mudança construtiva que assegura condições renovadas e
estimuladoras à organização. Porém, quando feita de maneira errada, a
mudança pode ser tanto funcional como disfuncional.
As mudanças reais dentro das empresas, só ocorrem a partir das
pessoas. Para fazer alguma mudança; o primeiro passo é modificar a cabeça
22
das pessoas e prepará-las antecipadamente para tal. Além disso, torna-se
necessário preparar o ambiente psicológico adequado para a mudança e fazer
com que as pessoas APRENDAM A APRENDER e a INOVAR continuamente.
Uma organização que aprende sustenta a importância dos desacordos,
da crítica construtiva e de outras formas de conflito funcional.
A liderança transformacional é necessária para a implementação da
visão compartilhada.
Os administradores são os principais agentes de mudança na maior
parte das empresas. Por meio de suas decisões e do modelo de seu
comportamento, eles dirigem a mudança da cultura organizacional.
Para alguns especialistas, a mudança organizacional deve ser vista com
o equilíbrio de um sistema constituído por cinco variáveis interativas dentro da
organização: pessoas, tarefas, tecnologia, estrutura e estratégia.
As organizações bem-sucedidas serão àquelas capazes de mudar para
responder rapidamente à concorrência.
Elas terão que ser ágeis e flexíveis, desenvolver novos produtos e
serviços e oferecê-los prontamente ao mercado.
Além das palavras de ordem de produtividade, qualidade e
competitividade, as pessoas que trabalham nas organizações estão sendo
solicitadas a melhorar constantemente o seu desempenho ao mesmo tempo
em que enfrentam pressões para mudanças contínuas e incrementais.
Construção e Reconstrução. Esse é o grande desafio para as organizações
modernas.
Muitas delas envelhecem precocemente por falta de intervenções
capazes de renová-las e reinventá-las.
Em um mundo essencialmente mutável, a mudança torna-se, portanto,
uma questão de sobrevivência.
23
1.2 - O Significado de Gestão de Pessoas
“Se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um
carregando um pão, e, ao se encontrarem, eles trocam os pães, cada
homem vai embora com um. Porém, se dois homens vêm andando por
uma estrada cada um carregando uma idéia, e, ao se encontrarem, eles
trocam as idéias, cada homem vai embora com duas.
Sempre que possível troque idéias, elas esclarecem, acrescentam,
ajudam, evoluem/ ainda que você não precise, servirão para o outro
(Ditado Chinês).”
A Gestão de Pessoas e suas questões vêm dia-a-dia ganhando maior
importância para a conquista de resultados positivos em uma organização.
Gestão de Pessoas é um ramo especializado da ciência da
administração que contempla todas as ações empreendidas por uma
organização, com o objetivo de integrar o colaborador no contexto da
organização e aumentar sua produtividade.
Para Milioni (2002), Gestão de Pessoas pode ser definida como um
conjunto de estratégias, técnicas e procedimentos focados na mobilização de
talentos, potências, experiências e competências do quadro de colaboradores
de uma organização, bem como a gestão e a operacionalização das normas
internas e legais.
Portanto, Gestão de pessoas consiste na capacidade de mobilizar os
colaboradores para o alcance dos objetivos organizacionais.
O termo mobilizar representa todas as estratégias que visam gerar :
comprometimento; motivação; entusiasmo.
O contexto da Gestão de Pessoas, então, é formado pelos
colaboradores e pela organização. Os colaboradores passam boa parte de
suas vidas trabalhando dentro de organizações e estas dependem das
pessoas para alcançarem os resultados almejados (planejamento estratégico).
24
Por outro lado, o trabalho toma considerável tempo de vida, de esforço e
dedicação das pessoas que dependem da organização para a sua
sobrevivência, seu sucesso e crescimento pessoal. A realização pessoal, o
alcance dos sonhos, objetivos e desejos pessoais, em sua maioria vêm do
trabalho desenvolvido nas organizações
Assim, as pessoas dependem das organizações para alcançarem seus
objetivos e, por sua vez, as organizações também precisam das pessoas para
crescerem e terem sucesso, em uma espécie de dependência mútua.
O processo de parceria, para ter êxito, requer dos parceiros alguns
atributos básicos, tais como: confiança mútua, transparência nas informações
e respeito.
É no contexto desta afirmação que a área de Gestão de Pessoas atua,
isto é, busca reunir parcerias e esforços para que, por meio da negociação,
participação e sinergia, todos possam olhar na mesma direção somando
esforços e não os dividindo.
Segundo Chiavenato para se alcançar excelência organizacional, cada
pessoa deve ser observada como um centro de excelência e cada equipe
como um centro de negócios. Cada subsistema deve adequar-se ao sistema
total. Isto se chama alinhamento, que permite conduzir à consistência e
integração. E dentro dessa conceituação sistêmica, o resultado não deve
constituir apenas a soma das partes envolvidas. SOMAR é fácil. O difícil é
MULTIPLICAR. E a excelência é sem dúvida uma das decorrências desse
emergente sistêmico que é a SINERGIA. Algo difícil, complexo, singular,
específico, mutável, instável.
Sendo que, para transformar cada pessoa em um centro de excelência
é preciso que ela adquira competências individuais, técnicas e sociais através
de uma APRENDIZAGEM constante e ininterrupta, seja liderada e
impulsionada, direcionada para metas e objetivos, esteja engajada e motivada,
receba incentivos e recompensas pelas conquistas e se sinta fazendo parte
integrante da equipe. Olhar cada indivíduo é importante, porque cada pessoa é
em si, um universo, um mundo diferente, um poderoso sistema de
aprendizagem e inteligência.
25
Por isso, é fundamental estar atento ao todo organizacional, ou seja, ao
universo de indivíduos e grupos, cada qual oferecendo a sua parcela de
contribuição.
1.3 - Como a Cultura Organizacional pode influenciar o
processo de mudanças nas empresas?
“A cultura expressa os valores e as crenças que os
membros da organização partilham. Estes valores manifestam-se
por símbolos como mitos, rituais, histórias, lendas e uma
linguagem especializada (Reimann e Wiener, 1988).”
As organizações estão hoje enfrentando desafios associados ao
acirramento da competitividade. A crescente facilidade de acesso à tecnologia
torna a inovação uma ameaça constante e, se esta não for incentivada
também, dentro das próprias organizações através do uso do capital intelectual
imanente de suas forças de trabalho, elas terão dificuldade em sobreviver.
No mundo atual, torna-se fundamental considerar o fator humano, e seu
ambiente cultural, na gestão estratégica dos processos de mudança e sinalizar
para as possibilidades de choques de resistências às mudanças, provocadas
por sub-culturas de velocidades diferentes e contra-culturas as quais, se não
forem devidamente consideradas, poderão prejudicar a velocidade de
transformação das organizações que queiram competir no futuro.
A efetiva implantação de um novo modelo de liderança e
comportamento de forma abrangente requer uma transformação, mudança da
organização em termos de estrutura, sistemas e finalmente cultura.
Segundo Stahl e Bounds (1991), transformações organizacionais
efetivas são, na verdade, transformações culturais, pois a mudança só será
efetiva se os sistemas organizacionais mais significativos se mantiverem
alterados, mesmo que seus implantadores e maiores defensores não estejam
mais atuantes na organização.
26
Muitos executivos estão começando a acreditar que inovações bem
sucedidas também incluem mudanças na cultura corporativa, os valores e
crenças tradicionais da empresa e suas maneiras de fazer as coisas. Ou seja,
mude a cultura, eles argumentam, e a organização pode ser reformulada.
Em processos de fusão, aquisição, incorporação de empresas ou
departamentos a cultura tem um impacto importante, especialmente se for de
âmbito multinacional, pois as dificuldades de entendimentos e comunicação
(não se trata de idiomas) causam os, assim chamados, choques culturais.
Na verdade, a idéia de enxergar as organizações como culturas, onde
existe um sistema de convicções compartilhado por todos os membros, é um
fenômeno relativamente recente. Até meados da década de 80, as
organizações eram vistas, quase sempre, apenas como uma forma racional de
coordenar e controlar um grupo de pessoas. Elas possuíam níveis verticais,
departamentos, relações de autoridade e assim por diante. Porém as
organizações são mais do que isso. Possuem personalidades próprias, assim
como as pessoas. Podem ser rígidas ou flexíveis, hostis ou apoiadoras,
inovadoras ou conservadoras.
Lembre-se que a cultura se dá por meio dos indivíduos, os quais
interagem dentro da organização, consolidando a cultura organizacional. Ou
seja, as pessoas comunicam sua cultura por intermédio de seus hábitos, suas
atitudes e até pelas vestimentas que usam no trabalho. Elas estão o tempo
todo demonstrando seus valores pelo olhar, pelos gestos, pela escrita e
também pelo ambiente físico, o qual precisa refletir o orgulho que a
organização tem de si própria.
Algumas empresas são rígidas em seus aspectos disciplinares, outras
são extremamente formais nas suas relações de trabalho, enquanto outras são
demasiadamente informais. Umas são conservadoras, outras inovadoras,
umas são ágeis, outras lentas, umas são modernas, outras retrógadas. Sendo
assim, no cotidiano do mundo organizacional, cada empresa tem o seu jeito de
ser.
27
CAPÍTULO II
CONHECIMENTO E COMUNICAÇÃO
2.1 - Conhecimento
Atualmente, a mudança é uma das características mais marcantes do
ambiente empresarial no contexto mundial. As transformações nas
organizações, no ambiente empresarial e na sociedade são profundas e
ocorrem em ritmo cada vez mais dinâmico e ousado. A velocidade das
mudanças tecnológicas, a globalização da economia e o acirramento da
competição entre empresas e nações geram impactos significativos sobre a
forma de gestão das organizações, exigindo um repensar sobre seus
pressupostos e modelos.
Alguns autores, tais como Chiavenato, são unânimes ao concluir que as
empresas líderes em seus ramos de negócio apresentam características
comuns a gestão, de ambiente de trabalho, de liderança, de postura e
aprendizado, relacionados com o que se tem denominado de Gestão de
Conhecimento.
A principal vantagem competitiva das empresas baseia-se no capital
humano, ou ainda, no conhecimento tácito de seus funcionários. Dificilmente é
imitado, copiado ou modificado. É, ao mesmo tempo, individual e coletivo,
demora para ser construído e, dessa maneira, é invisível, pois reside somente
na cabeça das pessoas.
Hoje, apenas a informação pura e simples já não mais garante um
diferencial competitivo. Torna-se fundamental, para assegurar uma posição no
futuro, que a organização aprenda a transformar as informações em
conhecimento e utilizá-lo adequadamente para criar novos produtos,
diversificar mercados e encantar clientes.
O conhecimento acumulado pela organização constitui seu principal
fator de produção na sociedade moderna.
28
Atualmente, a competitividade organizacional é estabelecida pelas
idéias, experiências, descobertas e pelo conhecimento que conseguem gerar e
difundir.
Na verdade, as organizações modernas estão exigindo novos valores,
novos parâmetros e novas práticas administrativas.
O conhecimento está assumindo agora, o papel de importante fator de
produção na Era da Informação.
Se bem que a vontade de dominar o conhecimento vem desde os
primórdios da longa trajetória humana. Em seus diálogos, Platão já buscava
compreender a natureza do conhecimento.
O conhecimento está em constante mutação. Ele não é estático, mas é
continuamente construído e reconstruído na mente das pessoas.
O conhecimento organizacional ou corporativo está assumindo
importância cada vez maior no Campo Organizacional, na Administração e na
Estratégia organizacional. Importante ressaltar que a organização não pode
criar conhecimento por si mesma, sem a iniciativa dos indivíduos e da
interação que ocorre dentro dos grupos.
A aquisição do conhecimento está intimamente relacionada com a
aprendizagem.
Esta aprendizagem refere-se à aquisição de capacidades,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências ao longo da vida do ser
humano.
Graças à aprendizagem, o ser humano pode adaptar-se às contínuas e
intensas modificações do ambiente em que vive.
De uma forma geral, a aprendizagem depende da experiência. Mas
também pode ser consequência de outros fatores como motivação e
amadurecimento.
As organizações aprendem somente por intermédio de indivíduos que
aprendem. O aprendizado individual não garante o aprendizado organizacional.
Mas, sem ele o aprendizado organizacional não acontece.
29
A gestão do conhecimento corporativo pode ser feita por meio de
sistemas que apóiam processos (ênfase na tecnologia), sistemas que apóiam
competência (ênfase nas pessoas) ou a utilização de ambas.
O que se percebe é que as organizações estão caminhando da gestão
do conhecimento para a capacitação do conhecimento.
As organizações de aprendizagem são aquelas que desenvolvem uma
capacidade contínua de adaptação e mudança.
A aprendizagem tem lugar em diferentes níveis da organização, indo
desde os indivíduos, equipes até o todo organizacional. A participação é
fundamental, graças ao conhecimento e à aprendizagem, as organizações
desenvolvem seu capital intelectual.
Segundo Figueiredo (2005, p.83), para obterem sucesso as empresas
necessitam, cada vez mais, que o conhecimento se movimente de forma mais
veloz.
Verifica-se também, que sem reconhecimento da importância das
pessoas que compõem internamente essas empresas, considerando-as fonte
de aprendizado e interatividade entre os processos organizacionais, o uso
constante da tecnologia não significa propriamente uma criação efetiva do
conhecimento.
Ou seja, para serem bem sucedidas, as organizações terão que
valorizar o capital humano, contar com colaboradores motivados, sabedores da
importância de suas ações na manutenção da qualidade de vida no trabalho e
principalmente, capazes de entender que a troca de conhecimento é
fundamental para o crescimento individual e coletivo.
Em uma economia em que a única certeza é a incerteza, a fonte clara
de competitividade duradoura é o conhecimento.
A criação do conhecimento na empresa tem tanto a ver com ideais
como com idéias. E esse fato fomenta a inovação. A essência da inovação é
RECRIAR o mundo de acordo com uma determinada visão ou ideal. Criar novo
conhecimento significa quase literalmente recriar a empresa e todos dentro
dela em um processo contínuo de auto-renovação pessoal e organizacional.
30
O controle da informação é alvo de governos, empresas e pessoas.
Drucker argumenta que, na Era da Informação, o recurso realmente
controlador, o fator de produção absolutamente decisivo, não é mais o capital,
a terra ou a mão de obra. E sim o conhecimento. Estamos chegando à
Sociedade do Conhecimento. O conhecimento é uma forma organizacional de
informações firmadas pela mente humana ou por meio dos mecanismos
cognitivos da inteligência, memória e atenção.
2.2 - Comunicação
Um dos processos primordiais, que constitui a base para quase todas as
atividades nas organizações, é a comunicação. A dinâmica organizacional
somente é possível quando a organização assegura que todos os seus
membros estejam devidamente conectados e interligados.
A comunicação é normalmente definida como a troca de informações
entre um transmissor e um receptor, e a percepção do significado entre os
indivíduos envolvidos. Ela é fundamental para o funcionamento coeso,
integrado e consistente de qualquer organização.
Embora a teoria da informação tenha desempenhado um papel vital na
solução de vários problemas técnicos da transmissão de sinais através de
canais com ruído, ela não pode ser aplicada literalmente à comunicação
humana.
Os diversos modelos comportamentais de comunicação se concentram
nos significados da comunicação e nas formas como esses significados são
interpretados. Sendo assim, a comunicação é mais complexa do que
simplesmente receber uma mensagem sem distorções; o simples ato de
receber a mensagem não garante que o receptor vá interpretá-la corretamente.
A chave para a comunicação organizacional é a disposição e a estrutura
de como a comunicação é dirigida a pessoas específicas e grupos que dela
necessitam para fins de trabalho, soluções de problemas, controle ou tomada
de decisões. É exatamente por essa razão que uma das finalidades mais
31
importantes do desenho organizacional é assegurar e facilitar o processo de
comunicação e tomada de decisão.
Na verdade, o modo como um grupo ou organização são estruturados,
em última análise, é que determina a acessibilidade e a facilidade com que os
seus integrantes podem se comunicar entre si. Ou seja, a organização
funciona como um sistema de cooperação por meio do qual as pessoas
interagem entre si, através da comunicação, para alcançar objetivos comuns.
A boa comunicação é essencial para a eficácia de qualquer organização
ou grupo. Sem comunicação, as pessoas ficam isoladas e sem contato entre
si. E sabemos que as pessoas não vivem isoladas e nem são autossuficientes.
Elas se relacionam continuamente com as outras pessoas ou com seus
ambientes por meio da comunicação.
As pesquisas sinalizam que as falhas de comunicação são as fontes
mais normalmente citadas de conflitos interpessoais. Como as pessoas
passam cerca de 70% de suas horas de vigília se comunicando, escrevendo,
lendo, falando, escutando, parece razoável afirmar que uma das principais
forças que podem impedir o bom desempenho de um grupo é a ausência de
uma comunicação eficaz.
A comunicação constitui a primeira área a ser focalizada, quando se
estuda as interações humanas e os métodos para mudança ou influenciação
do comportamento humano nas organizações.
É, portanto, uma área em que cada pessoa pode fazer grandes
progressos na melhoria de sua própria eficácia e em seu relacionamento
interpessoal ou com o mundo externo.
Nenhum grupo pode existir sem comunicação: a transferência de
significados entre seus membros. Apenas através da transferência de
significados de uma pessoa para outra é que as informações e as idéias
conseguem ser transmitidas.
A comunicação, contudo, é mais do que simplesmente transmitir um
significado. Ela precisa ser compreendida. Em um grupo em que um indivíduo
fale apenas alemão e os demais não sabem o idioma, ele não conseguirá ser
bem compreendido.
32
Portanto, a comunicação precisa incluir a transferência e a
compreensão da mensagem, pois a mesma está sujeita a distorções, omissões
e acréscimos. Veja o exemplo, citado por Idalberto Chiavenato (2005):
A CONFUSÃO SOBRE O ECLIPSE DO SOL
O coronel dirigindo-se ao major: amanhã às nove horas, haverá um
eclipse do sol, algo que não ocorre todos os dias. Providencie para que os
homens se dispersem no pátio em seus uniformes de exercício, para que
possam ver esse fenômeno raro, que eu explicarei a eles. Se por acaso
chover, não conseguiremos ver coisa alguma; nesse caso, leve-os para o
ginásio.
O major dirigindo-se ao capitão: por ordem do coronel, amanhã às nove
horas haverá um eclipse do sol. Se chover, você não conseguirá ver do pátio.
Portanto, então, em uniforme de exercício, o eclipse deverá ocorrer no ginásio,
algo que não acontece todos os dias.
O capitão dirigindo-se ao tenente: por ordem do coronel, em uniforme de
exercício, amanhã às nove horas, a inauguração do eclipse do sol terá lugar no
ginásio. O coronel dará a ordem se chover, algo que não ocorre todos os dias.
O tenente dirigindo-se ao sargento: amanhã às nove horas, em uniforme
de exercício, o coronel eclipsará o sol no ginásio, se for um dia bonito; se
chover, ele fará isso no pátio, algo que não ocorre todos os dias.
O sargento dirigindo-se ao cabo: amanhã às nove horas, o eclipse do
coronel em uniforme de exercício vai ocorrer por causa do sol. Se chover no
pátio, algo que não ocorre todos os dias, vocês se dispersarão no pátio.
Um soldado para o outro: amanhã, se chover, parece que o sol vai
eclipsar o coronel no ginásio. É uma pena que isso não ocorra todos os dias.
Os mecanismos humanos para enviar e receber mensagens são os
mesmos usados pelos nossos ancestrais. As diferenças individuais, traços de
personalidade, percepção e atribuição, motivação e as limitações humanas
influenciam poderosamente a capacidade humana em termos de
comunicação. A subjetividade é enorme.
33
Percebe-se que há um forte relacionamento entre cognição, percepção
e motivação. Aquilo que duas pessoas comunicam entre si é determinado pela
percepção de si mesma e da outra pessoa na situação. O sistema cognitivo de
cada pessoa compreende os seus valores pessoais e experiências
psicológicas passadas e presentes e é profundamente influenciado pelas
características de personalidade, pela estrutura física e biológica e pelo
ambiente físico e social que a envolve externamente. Todas as ações de cada
pessoa são guiadas pela sua cognição, isto é, pelo que ela pensa, acredita e
sente.
Portanto, pessoas diferentes podem interpretar a mesma mensagem de
formas diversas.
As funções administrativas como planejar, organizar, dirigir e controlar,
somente se operacionalizam na prática através da comunicação. Apesar de
todos os progressos da tecnologia da informação e da comunicação, a
comunicação entre as pessoas ainda deixa muito a desejar. É que a
comunicação entre as pessoas não depende da tecnologia, mas da força das
pessoas e de tudo aquilo que as rodeia. Ela é um processo que ocorre dentro
das pessoas.
2.3 - Funções da Comunicação
A comunicação exerce quatro funções básicas dentro de um grupo ou
de uma organização: controle, motivação, expressão emocional e informação.
Ela age no controle do comportamento das pessoas de diversas
maneiras. As organizações possuem hierarquias e orientações formais que
devem ser seguidas pelos funcionários. Quando estes são informados que
devem, por exemplo, comunicar qualquer problema de trabalho primeiramente,
ao seu superior imediato, ou seguir à risca suas instruções de trabalho, ou
ainda adequar-se às políticas da empresa, a comunicação está
desempenhando uma função de controle. Mas a comunicação informal
também controla o comportamento. Quando um grupo de trabalho hostiliza ou
reclama com um membro que está produzindo demais (e assim, fazendo com
34
que o resto do grupo pareça preguiçoso), esses indivíduos estão se
comunicando informalmente e controlando o comportamento do colega.
A comunicação facilita a motivação por esclarecer aos funcionários o
que deve ser feito, avaliar a qualidade do seu desempenho e orientar sobre o
que fazer para melhorá-lo.
O estabelecimento de metas específicas, o feedback do progresso em
relação a elas e o reforço do comportamento desejável estimulam a motivação
e requerem comunicação.
Para muitos funcionários, seu grupo de trabalho é sua fonte primária de
interação social. A comunicação que ocorre dentro do grupo é um mecanismo
fundamental para que seus membros expressem suas frustrações ou
sentimentos de satisfação. A comunicação, portanto, fornece o meio para a
expressão emocional de sentimentos e de atendimentos das necessidades
sociais.
A função final desempenhada pela comunicação relaciona-se com seu
papel como facilitadora da tomada de decisões. Ela proporciona as
informações que as pessoas e os grupos precisam para tomar decisões,
transmitindo os dados para que se identifiquem e avaliem alternativas.
Todas estas funções possuem o mesmo grau de importância. Portanto,
para que os grupos tenham um bom desempenho, eles precisam ter algum tipo
de controle sobre seus membros, estimulá-los ao esforço, oferecer os meios
para a expressão emocional e tomar decisões. Podemos assumir que
praticamente toda interação de comunicação que ocorre dentro de um grupo
ou organização exerce uma ou mais dessas quatro funções.
35
CAPÍTULO III
LIDERANÇA E MOTIVAÇÃO 3.1 - Liderança
A liderança há muito alerta os pesquisadores e, como se trata de um
assunto difuso e complexo, foi, inclusive, conceituada de diversos modos por
inúmeros autores, no que tange ao estilo, ao comportamento e às
características.
Existe ainda divergência, entre os autores que se dedicaram ao tema,
sobre a época de seu surgimento.
Segundo Gruber (2001), existem autores que apontam o ano de 1300,
como o do surgimento do termo liderança, porém outros afirmam que desde
Platão, o estudo dos líderes políticos já era desenvolvido.
E assim, foi progredindo,surgindo explicações baseadas nos traços,
onde a liderança foi definida como uma característica que nascia com a
pessoa.
Posteriormente, tem-se a explanação comportamental, onde o líder era
definido através de sua eficácia. E na metade do século passado, surgiu a
explicação contingencial, em que os líderes deveriam ser preparados para
esse tipo de liderança e que, o ambiente deveria ser adequado para que ele
pudesse ser eficaz.
Considerar as pessoas da organização como recursos (meios), abre
espaço para que os superiores, digo, líderes, desconheçam a importância de
construírem relações sadias, visando um melhor aproveitamento do potencial
dos colaboradores.
Recurso era possível quando pessoas eram vistas como mão-de-obra.
No contexto atual, as empresas procuram desesperadamente por mente em
obra, em qualquer instância hierárquica.
Veja bem, pessoas não necessitam e não devem ser gerenciadas.
Precisam, na verdade, ser lideradas, treinadas, educadas, orientadas. Só
assim elas produzirão e contribuirão mais.
36
A outra conclusão lúgubre que obtemos quando admitimos a gestão do
recurso é que pessoas são comparadas a dinheiro, computador, móveis ou
equipamentos. Apesar de alguns desumanos quererem dar vida a esses
recursos, “o dinheiro é quem manda!”, todos eles são inanimados, sem
sentimentos ou opinião própria.
É preciso estar atento de que GENTE não é recurso. Nunca foi e nem
nunca será massa de manobra, não é objeto, que se leva de um lado para
outro, sem negociação, sem acordo. A verdade é que gente ri, chora, se
motiva, se frustra, portanto necessita ser tratada de forma mais humana.
Ainda hoje, conservamos certa mentalidade escravocrata. Ou seja:
“manda quem pode, obedece quem tem juízo!” Verifica-se,portanto, que
impera em grande parte do mundo corporativo, resquícios da escravidão, onde
“gente” é tratada como recurso gerenciável. A fim de resolvermos esta
questão, não basta uma substituição nas terminologias, como por exemplo:
“Gestão de Gente.”
É fundamental mudar o nome, porém seguido de uma mudança de
princípios, e também, de valores. Em suma, é necessário conscientizar-se de
que Gente é Gente!
Hersey e Blanchard (1986), concluíram que os estudos e escritos sobre
liderança começaram a partir do conflito entre as duas escolas: a da
Administração Científica e a das Relações Humanas.
Chiavenato (2000), disse que a liderança era importante para qualquer
tipo de organização humana, com destaque para as empresas e seus
respectivos departamentos.
Liderança e equipe são hoje em dia, a maior preocupação das
organizações. A competência em lidar com as pessoas é fator primordial, neste
contexto. Portanto, é de suma importância substituir a antiga mentalidade
autocrática e impositiva por uma mais aberta e que proporcione um estilo mais
democrático, participativo e incentivador, capaz de modificar o capital humano
da empresa em mais um fator de competitividade empresarial de excelência
organizacional.
37
Os verdadeiros líderes impulsionam as pessoas, tornando o trabalho
uma agradável experiência de troca, crescimento e inovação.
Dessa forma, o trabalho se transformará, deixando de ser uma atividade
individual e isolada para ser uma experiência de equipe, proporcionando mais
entusiasmo, dinamismo e criatividade.
Liderança é a habilidade de influenciar pessoas para o alcance de
objetivos. Essa definição enfatiza que o líder está envolvido com outras
pessoas para alcançar objetivos. A liderança é recíproca e ocorre entre as
pessoas. Liderança é uma atividade focada em pessoas e não em atividades
de folhear papéis ou resolver problemas. Liderança envolve o uso do poder.
Um líder servirá de boa referência se apresentar, segundo Chiavenato
(2003), as características de focalização nos objetivos da organização,
orientação para a ação, autoconfiança, habilidades no relacionamento
humano, criatividade e constante inovação, flexibilidade, tomada precisa de
decisões, bons padrões de desempenho e visão ampla para o futuro.
Já Fiorelli (2003), é quem exerce liderança de se portar com caráter
expansivo, inteligência, estabilidade emocional, mas não sem entusiasmo,
deve ser ousado, sensível, confiante, imaginativo, possuir espírito crítico com
senso de justiça e jamais pecar em sua disciplina. Além de todos esses
qualitativos, o líder deve possuir habilidade de falar, ouvir e observar, sem
nunca deixar de trazer à memória que ele é um ser humano cheio de
limitações e que conduz pessoas limitadas com ele.
Robbins (1988) define liderança como sendo a capacidade de influência
sobre um grupo para a realização de metas, seja através de uma maneira
formal, pela posição na organização, ou, pela informal, surgida naturalmente.
A liderança, independentemente das pessoas, lugares, situações, está
sempre presente em um processo de tomada de decisão, em um grupo ou
organização (ASANOME, 2001).
Segundo Hersey e Blanchard (1986), em algum momento da vida o
processo de liderança está sendo desenvolvido, seja em uma empresa, em um
hospital, numa escola ou, em família, onde, neste processo, alguém estará
procurando influenciar outro indivíduo, ou um grupo.
38
No mundo contemporâneo, a Inovação é uma das características mais
marcante e mais discutida do ambiente empresarial, ou seja, do mundo dos
negócios.
Com a visão contemporânea do mercado e do trabalho, a
competitividade está exigindo de cada pessoa, um maior investimento em sua
carreira e em sua preparação e qualificação profissional. Neste contexto, a
persistência pela melhoria da qualidade dos produtos e dos serviços são
instrumentos básicos para o sucesso da organização. Sendo assim, “...os
líderes, juntamente com os trabalhadores, formam a base da produtividade, da
rentabilidade, da sobrevivência e do poder de adaptação da empresa.”(Fredy
Kofman).
Dessa forma, a liderança é concebida como sendo um dos papéis
essenciais na vida profissional dos administradores, onde CURY (2000 p.288)
destaca que: “a capacidade de liderar está intimamente ligada com o processo
da motivação, em uma situação de mútua dependência entre líder e liderados.
O líder precisa dos liderados para realizar metas e vice-versa.”
O processo que permite identificar problemas, elaborar planejamentos,
monitorar acontecimentos, influenciar o comportamento das pessoas e
conduzir as atividades, só se torna possível, através da liderança, sem a qual a
empresa jamais atingirá objetivos satisfatórios.
Quanto às pessoas, que são responsáveis diretas pelo desenvolvimento
das organizações, não podem ser desmerecidas dentro do estilo de liderança
empregado, ainda mais na sociedade atual, cujo mercado é sempre mais
competitivo e complexo.
Quando aliadas de forma satisfatória, por serem mutuamente recíprocas
e dependentes, a liderança e a colaboração garantem o bom rendimento da
organização, a tomada e cumprimento das decisões.
Considera-se, então, a necessidade das empresas apreciarem os
líderes preparados e qualificados para cumprir as tarefas de maneira eficaz,
relevando ao grupo todo, sempre priorizando os objetivos básicos da empresa
como um todo.
39
A liderança se relaciona com o enfrentamento da mudança. O líder
define direções através do desenvolvimento de uma visão de futuro, e depois
engaja as pessoas comunicando-lhes a mesma e inspirando-as para superar
obstáculos.
Dessa maneira, o administrador ou gerente utiliza a autoridade de sua
posição na organização, para obter o comprometimento dos membros. A
administração consiste na implementação da visão e da estratégia oferecida
pelos líderes, coordenando e suprindo pessoas na organização e tratando dos
problemas cotidianos.
No dia-a-dia, todo administrador ou gerente precisa ser um líder, embora
nem todo líder seja um administrador ou gerente. A posse de características
administrativas não é suficiente, no mundo moderno, para um executivo ser
bem sucedido. Ou seja, para alcançar sucesso organizacional, nos dias de
hoje, ou seja, combinar gerência e liderança. O executivo necessita demonstrar
um balanço e foco sobre os processos organizacionais (gerência) e uma
natural preocupação com as pessoas (liderança).
O futurista Joel Barker faz uma distinção entre essas duas funções:
“gerentes gerenciam dentro de paradigmas, enquanto os líderes lideram entre
paradigmas.” Ambas são primordiais para que uma organização alcance
eficácia.
Infelizmente, muitas pessoas chamadas de líderes não são realmente
líderes: são gerentes, burocratas, técnicos, chefes, administradores, chefes de
departamentos etc., mas não são líderes. Por outro lado, muitas pessoas
colocadas em funções subalternas podem ser líderes excelentes. A liderança é
uma ação e não uma posição. Ela é um estado de espírito.
A característica fundamental de um verdadeiro líder é a capacidade de
ouvir. Além disso, para que tenha sucesso em comprometer os subordinados,
ele necessita de coragem, humildade e integridade moral e emocional.
Para isso, o líder conta com alguns instrumentos gerenciais: delegação,
feedback e reconhecimento. Precisa estar sempre pronto para tomar a
iniciativa e gerar ação. Ou seja, é fundamental para um líder ser eficaz no
40
mundo moderno, estar conectado, atento ao networking e transparente para
todos em sua equipe e em sua organização.
Os líderes desenvolvem suas habilidades de lógica contextual, dados,
análises com emoção, orgulho e vontade de vencer. Sua paixão e entusiasmo
com relação à visão e propósito da sua equipe ou organização são altamente
contagiantes. Eles incentivam a imaginação, desenvolvem capacidades e
constroem confiança das pessoas para ir além. Os líderes ajudam as pessoas
a acreditar que o impossível é possível.
Relações administrativas jamais podem deixar de serem humanas.
Estilo de liderança e traços pessoais do líder deve estar sempre em
confluência. Quando tal fato ocorre, os resultados são relevantes, similares aos
obtidos por White e Lippitt (1995 apud Chiavenato, 2003), que em estudo
pioneiro, definiram três estilos básicos de liderança: a autocrática, a liberal e a
democrática. Na primeira, as decisões são tomadas apenas pelo líder, sem
qualquer participação do grupo. O líder determina a execução das tarefas e
qual destas cada um deverá executar. Na segunda, por sua vez, o líder tem
uma participação mínima na tomada de decisões. Quanto à programação dos
trabalhos, se restringe a dar opiniões quando estas lhe são solicitadas. Em
contrapartida, na liderança democrática, os membros da organização
apresentam liberdade assistida e gerenciada pelo líder. Ele permite que o
próprio grupo encontre providências para atingir o alvo e divida livremente as
tarefas, porém oferece aconselhamento técnico quando necessário.
Enquanto a liderança autocrática coloca em evidência o líder, a
liderança liberal procura realçar os subordinados. O diferencial está na
liderança democrática, que considera líderes e subordinados de forma
igualitária.
Se liderança é obter resultados pessoalmente e por intermédio dos
outros, estilo de liderança é a forma única com que cada pessoa influencia os
outros a trabalharem em direção ao objetivo comum. No dia-a-dia da
organização, o líder utiliza os três estilos de acordo com a situação, com as
pessoas e com a atividade a ser realizada. A questão mais complexa da
41
liderança é saber em que momento aplicar o estilo certo, com quem e em que
condições e atividades a serem desenvolvidas.
3.2 - Motivação
Percebe-se que o terreno da motivação apresenta-se ainda bastante
complexo. Ao observar as pessoas trabalhando, tornam-se evidentes seus
diferentes estilos e hábitos de trabalho. Algumas sempre colocam em dia seus
afazeres e permanecem até mais tarde no trabalho para complementarem
suas tarefas. Outras menos pontuais tendem a realizar seus afazeres sem
grande dedicação.
As aptidões e habilidades das pessoas estão fortemente relacionadas
ao seu desempenho. Todavia, mais do que simplesmente aptidões e
habilidades, o bom desempenho exige motivação para trabalhar.
Apesar de grande parte das empresas não oferecerem condições
motivacionais suficientes na melhoria de qualidade de vida das pessoas,
trazendo assim, maior interesse e satisfação no ambiente de trabalho,
funcionários motivados são os mais cobiçados e requisitados pelas
organizações atuais.
Ainda não se sabe diferenciar o que é “causa e o que é efeito” no
comportamento motivado. Não se sabe se o comportamento é causado por
fatores intrínsecos ou extrínsecos ao indivíduo ou ao grupo. A definição de
parâmetros universais torna-se complexa devido às diferenças individuais de
cada pessoa. Sendo assim, motivar as pessoas em igualdade de condições, é
um grande desafio para as organizações.
Stephen Robbins destaca que a função do gerente é de motivar os
empregados. Para ele, os mesmos têm necessidades diferentes e logo, não
devem ser tratados da mesma maneira. Eles devem participar de decisões que
os afetem, com o objetivo de motivá-los a aumentar a produtividade, o
compromisso de alcançar metas, a motivação e a satisfação no ambiente de
trabalho.
42
Teorias sobre a motivação são diversas e servem como base para o
entendimento sobre as necessidades humanas. Maslow, com a sua pirâmide
hierárquica das necessidades, conseguiu dividi-las de forma que se tornou um
marco para o estudo sobre o assunto.
A Hierarquia de Necessidade de Maslow tornou-se uma das teorias mais
conhecidas e atraentes. Ela divide as necessidades do ser humano em etapas,
ou seja, mostra que todas as necessidades das pessoas podem ser
organizadas hierarquicamente em cinco níveis básicos: fisiológicas, segurança,
sociais (afeto), status e estima e por último, auto-realização.
De acordo com Maslow, as necessidades fisiológicas constituem a
sobrevivência do indivíduo e a preservação da espécie: alimentação, sono,
repouso, abrigo etc. As necessidades de segurança constituem a busca de
proteção contra a ameaça ou privação, a fuga e o perigo. As necessidades
sociais incluem a de associação, de participação, de aceitação por parte dos
companheiros, de troca de amizade, de afeto e de amor. A necessidade de
estima envolve a auto-apreciação, autoconfiança, aprovação social e de
respeito, de status, prestígio e consideração, além de desejo de força e de
adequação, de confiança perante o mundo, independência e autonomia. As
necessidades de auto-realização são as mais elevadas, de cada pessoa
realizar o seu próprio potencial e de auto desenvolver-se continuamente.
Outras teorias como de Alderfer e a de McClelland, também procuram
compreender as razões que fazem o homem se sentir motivado ou não. Todas
tentam entender a natureza humana e suas reações diante de estímulos
recebidos que possam ser transformados em motivadores do comportamento
do homem. Entretanto, o indivíduo é diferente um do outro e aquilo que pode
motivar não significa que irá ter o mesmo efeito no outro.
Bergamini (1986) diz que a compreensão das diferenças individuais é
essencial e que fatores genéticos, experiências de vida desde a uterina até a
velhice são formadores da personalidade do homem. Esperar que os outros
façam aquilo que você quer é uma utopia, se não considerar as diferenças
entre as pessoas e se pensar que o mesmo que motiva um irá motivar o outro.
43
Herzberg ressalta a teoria da higiene-motivação, onde os fatores
motivacionais afetam a satisfação no ambiente de trabalho. Seu principal
realce está na convergência dos fatores de higiene para o impedimento da
insatisfação. Para se alcançar desempenhos otimizados os gestores precisam
agregar motivadores.
Robbins (2004, p.49) salienta a classificação feita por Herzberg de
fatores intrínsecos: auto-estima, progresso, reconhecimento e realização, que
sugerem vínculos com a satisfação. Por outro lado, a insatisfação estaria
vinculada aos fatores extrínsecos como: supervisão, remuneração, políticas da
empresa e condições de trabalho.
Robbins (2001, p.350) ressalta que os gestores se basearam em
algumas recomendações de Herzberg para gerar satisfação no funcionário:
- Propiciar atividades intelectualmente desafiadoras: para Herzberg o que torna
o trabalho desafiador é a possibilidade do funcionário utilizar suas
competências na resolução das tarefas, e a liberdade na tomada de decisão,
aumentando o desempenho.
- Promover recompensas justas: os funcionários precisam de políticas de
promoção e de pagamentos que tragam percepção de justiça, que sejam
claras e adequadas aos seus desejos.
- Proporcionar condições de trabalho confortáveis: os empregados necessitam
de um ambiente que lhes dê condições de realizar suas tarefas de forma
adequada.
- Estimular um bom clima de trabalho em equipe: os funcionários, além de
vantagens tangíveis de interação social que resultem em satisfação no
trabalho, necessitam de gestores que tenham a prática de “feedbacks” e que
ouvem as sugestões para melhoria das atividades.
Apesar de suas limitações, esse estudo, ainda hoje, tem sido aplicado
como fator necessário na tentativa de operacionalizar a teoria da motivação.
Segundo Chiavenato (2001, p.152), “A motivação se refere ao
comportamento que é causado por necessidade dentro do indivíduo e que é
dirigido em direção aos objetivos que podem satisfazer essas necessidades.”
44
Ele afirma ainda que as necessidades motivam o comportamento humano e
lhe dão direção e conteúdo.
Partindo desses conceitos de motivação percebe-se que as pessoas
não são motivadas pelas atitudes de outras, e sim por suas próprias
necessidades.
Peter Drucker diz que a organização tem de satisfazer as ambições e as
necessidades de seus membros e fazê-lo considerando sua capacidade como
indivíduos, é preciso reconhecer que as pessoas agem no seu próprio
interesse, baseado em suas necessidades. Os funcionários se esforçarão na
execução de suas tarefas se puderem ao mesmo tempo em que contribuem
satisfazer suas necessidades (HAMPTON, 1992).
Bowditch e Buono (2004) descrevem que “a questão de como motivar as
pessoas permanece como uma das áreas mais fascinantes e mistificantes da
atividade gerencial.”
Os diversos fatores motivacionais do ser humano, só serão
reconhecidos através de pesquisa profunda do seu comportamento e
identificação de suas necessidades, e a partir disto, procurar satisfazê-las.
A Teoria da Motivação de Conteúdo Estático e a Teoria de Processo de
Motivação, estão entre as mais importantes teorias existentes, no que se refere
ao conteúdo do que realmente motivam as pessoas.
Pelo fato de observar apenas um determinado ponto no tempo,
orientado para presente e passado, a Teoria da Motivação do Conteúdo
Estático é conhecida como estática, ou seja, aquela que examina o que
energiza o comportamento humano.
Bowditch e Buono (2004) descrevem que “embora essas teorias, não
possam prever necessariamente a motivação ou o comportamento, elas
podem oferecer uma compreensão básica sobre o que energiza (motiva) os
indivíduos.”
Portanto, entre as várias teorias existentes, pode-se afirmar que uma
complementa a outra. Percebe-se também, que nem todos os aspectos de
motivação das pessoas ou dos funcionários de uma empresa são controlados
pelos gerentes e suas organizações, é fundamental entender as diversas
45
teorias motivacionais e desenvolver uma filosofia gerencial que permita
incorporá-las ao estilo de cada tipo de gestão, procurando identificar e manter
sempre seus colaboradores motivados.
Se as organizações querem funcionários motivados, terão, como grande
desafio, identificar nos mesmos, o que realmente necessitam para se sentirem
motivados a cada dia, e fazer “algo mais” dentro da organização, trazendo
assim, melhores resultados para a empresa e consequentemente, uma maior
satisfação pessoal.
46
CAPÍTULO IV
ATRAÇÃO, SELEÇÃO E INTEGRAÇÃO
No mundo globalizado parte-se do princípio que administrar pessoas
significa ampliar estratégias para atrair e manter os colaboradores mais
capacitados. O que as organizações mais almejam é a parceria, o
envolvimento e o comprometimento dos mesmos.
A atuação estratégica da área de Gestão de Pessoas envolve atividades
diversificadas e mais complexas, as quais enfatizam contribuição para agregar
valor à empresa e não só oferecer apoio às demais áreas. Refere-se a uma
atuação voltada para médio e longo prazos e não somente na procura de
respostas e resultados pouco significativos.
Sendo assim, o termo “atração” distingue mudanças na maneira de se
procurar profissionais no mercado de trabalho. Como também reflete o
investimento feito por algumas organizações no sentido de aperfeiçoar seus
procedimentos.
As empresas que almejam atrair profissionais competentes devem
cuidar muito bem de suas imagens.
Na visão contemporânea, definir o perfil desejado pelos colaboradores,
as técnicas de recrutamento e seleção mais adequadas e, quando não for
necessário trabalho de especialistas, executar esses processos, compete ao
setor que possui necessidade de contratação de novos colaboradores.
Atualmente, esses serviços são terceirizados, em sua grande maioria,
fazendo com que a área de gestão de pessoas tenha uma atuação estratégica,
ou seja, voltada ao alcance dos objetivos globais da organização.
É importante ressaltar que recentes papéis da Gestão de Pessoas não
acontecem apenas nos Departamentos de Recursos Humanos das empresas.
Algumas das atividades passam a ser observadas pelos gestores das diversas
unidades da organização como parte do seu trabalho que, se executado de
forma correta, permitirá à empresa alcançar seus objetivos estratégicos com
maior segurança.
47
“A seleção de pessoas funciona como uma espécie de filtro que permite
que apenas pessoas possam ingressar na organização: aquelas que
apresentam características desejadas pela empresa. Há um velho ditado que
afirma que a seleção constitui a escolha da pessoa certa para o lugar certo.
Em termos mais amplos, a seleção busca, dentre os vários candidatos
recrutados, aqueles que são mais adequados aos cargos existentes na
organização; visando manter ou aumentar a eficiência e o desempenho do
pessoal, bem como a eficácia da organização.”
O processo de seleção é um processo de “duas mãos”, ou seja, no
mundo atual, a empresa escolhe e também é escolhida. As diversas pesquisas
que estudam atração e retenção no campo profissional concluem que a
imagem da organização no mercado, a oferta de desafios, as perspectivas de
crescimento, a liberdade de ação e um clima organizacional favorável
despertam mais o interesse dos profissionais do que a remuneração.
Avaliar o sucesso obtido no processo compete também à área de
Seleção que se necessário for, deverá readequá-lo.
No mercado de trabalho atual, dá-se preferência ao profissional que
concilie competências técnicas às comportamentais. Porém, em um ambiente
onde o tempo é determinante, algumas empresas preferem profissionais já
capacitados, pois darão um retorno mais rápido às organizações. Todavia,
num ambiente em transformações persistentes onde a vantagem competitiva
das empresas está na ação sinérgica dos seus colaboradores, competências
como comunicação,relacionamento interpessoal, cooperação, habilidade em
lidar com mudanças, solução de problemas e conflitos, visão sistêmica e
empreendedora tem sido o grande diferencial na escolha dos candidatos.
As características de cada pessoa e a avaliação não apenas de suas
competências técnicas, mas, sobretudo, de suas profundas motivações, suas
reações em face de regras preconizadas pela organização, sua capacidade de
trabalho e integração, só podem ser identificadas através dos procedimentos
de um processo seletivo.
48
Sendo assim, as organizações preferem contratar as pessoas cujos
comportamentos se assemelhem mais ao estilo das mesmas.
Deve-se considerar que antes da pessoa tornar-se uma colaboradora,
ela é membro de um grupo social e que, ao ser contratada, passará por um
processo de socialização, que se revela em conformismo em relação aos
valores dominantes. A aceitação destes valores é primordial para a sua
adaptação e integração ao sistema.
Assim, a preparação, a competência, a atitude profissional e a ética das
pessoas envolvidas num processo seletivo são fundamentais, de maneira que
possuam uma auto-percepção e uma autocrítica bastante acrescidas, com a
finalidade de não se influenciar pelos seus valores pessoais, preconceitos e
estereótipos, levando-os a uma avaliação superficial, associada aos seus
critérios pessoais, desconsiderando as estratégias e os objetivos
organizacionais.
Na verdade, um processo de seleção eficaz tem como objetivo, adequar
às características individuais (capacidade, experiência etc) aos requisitos do
trabalho. Se não houver uma adequação correta, por parte da administração,
tanto o desempenho como a satisfação, sofrerão prejuízos.
Com a finalidade facilitar a flexibilidade, as organizações nos dias atuais,
tem feito suas contratações baseadas nas necessidades organizacionais, e
não em cargos e funções específicas. O desejo das organizações é que seus
funcionários permanentes sejam capazes de desempenhar atividades variadas
e de se movimentarem com facilidade de uma equipe para outra.
A base está no planejamento seletivo e na postura do selecionador.
Sendo assim, a atração e seleção de profissionais tem que estar alinhada com
a estratégia da organização, desta forma, será possível definir as
competências necessárias.
Com a finalidade de definir o perfil do candidato (Rocha, 1997), as
técnicas de seleção a escolher devem assegurar a predição do bom
desempenho futuro do colaborador no cargo (Chiavenato, 1991).
Habitualmente são escolhidas várias técnicas, sendo que cada uma
49
complementa as restantes, obtendo-se assim informação mais rica acerca do
candidato (Chiavenato, 2000).
De acordo com Chiavenato (1991), são cinco os grupos de técnicas de
seleção, a saber: entrevista de seleção, provas de conhecimentos ou de
capacidade, testes psicométricos, testes de personalidade e técnicas de
simulação.
De todos os instrumentos utilizados na seleção de candidatos, entrevista
de seleção é a técnica mais usada.
A entrevista é um procedimento preditor do rendimento do candidato na
função tendo por base as perguntas e respostas orais do entrevistador e do
entrevistado, respectivamente (Marques e Cunha, 1996), tratando-se assim de
um processo de comunicação entre duas ou mais pessoas (Chiavenato, 2000).
Parafraseando Câmara Guerra e Rodrigues(2003), “a entrevista é uma
conversa conduzida com determinado objetivo.” Normalmente, a sua duração é
de uma hora, exceto nos casos em que a função é de menor complexidade. Aí
deverá demorar 30 minutos (Câmara Guerra e Rodrigues, 2003).
A entrevista de seleção possui duplo objetivo. Por um lado, visa dar
informação ao candidato acerca do cargo (Pevelti, 2001), como por exemplo, a
possibilidade de carreira ou promoções(Chiavenato, 2003). Por outro lado, visa
obter informação acerca das aptidões técnicas do sujeito, das suas dimensões
comportamentais que sejam relevantes para o cargo, do seu potencial e da
sua capacidade de integração e aceitação na organização (Câmara Guerra e
Rodrigues, 2003).
Ou seja, a entrevista é considerada um processo fundamental na
seleção de um candidato a uma vaga. Seus objetivos fundamentais são: saber
um pouco mais sobre o candidato, no qual se refere às informações pessoais,
profissionais, educacionais, familiares e sociais. E no caso do entrevistador, é
preciso dar ao candidato, informações sobre a vaga que ele está concorrendo
e com isso obter um prognóstico, oferecendo ao candidato, a resposta se ele
conseguiu ou não a vaga, no mesmo dia.
Ainda, através da entrevista, pode-se verificar e confirmar aspectos no
candidato que não foram possíveis observar nos testes e nas dinâmicas
50
desenvolvidas no processo de seleção, daí a importância de se fazer uma boa
entrevista.
“Um bom treinamento deve quebrar barreiras, extraindo do potencial
individual, a forma coletiva para que seja convertida em ações criativas,
inovadoras, de consenso pelo próprio envolvimento, preparando pessoas para
que vençam seus desafios, melhorando e acreditando na sua capacidade,
necessidade, visão e integração.”
Importante sinalizar que o processo de seleção não representa um fim
em si mesmo, mas um meio que possibilita à organização efetuar os seus
objetivos. Portanto, todos os instrumentos usados no processo seletivo, sejam
eles técnicos, testes ou entrevistas, visam um mesmo fim: oferecer um
prognóstico dos indivíduos que terão melhor capacidade de integração e
adaptação à organização.
O programa de treinamento de integração precisa ser constituído de
estratégias para facilitar a integração do novo colaborador à equipe, o
entendimento e a assimilação da cultura pela empresa, um conhecimento
minucioso das normas e dos procedimentos, a integração com as demais
áreas e profissionais da empresa com quem irá interagir.
Segundo, Cardoso (2005), acolhimento e integração tem como objetivo
facilitar a integração e a adaptação plena dos novos colaboradores, a fim de
potenciar uma performance de qualidade que contribua, no menor espaço de
tempo, para um melhor desempenho organizacional.
A assimilação ou cooperação de atos para um mesmo fim, bem como, o
processo de unir e harmonizar pessoas, atividades e outros recursos para
desempenhar de maneira eficiente suas funções, são perceptíveis através da
integração, onde o interesse comum surge de forma unificada, fazendo com
que os esforços individuais caminhem na mesma direção.
Integrar é fazer com que o funcionário sinta-se valorizado, como parte
integrante da organização. Um bom processo de acolhimento e integração
aumenta a auto-estima e a motivação das pessoas, contribuindo para diminuir
51
a ansiedade e possibilitando uma melhor compreensão das informações.
Acolher bem é uma forma de conquistar pessoas para a sua causa.
Um processo de acolhimento e integração pode tornar o funcionário
produtivo mais rapidamente, pois boa integração e bom treinamento implicam
em menos perda de tempo, material e, consequentemente diminuem custos,
acarreta menos erros na execução das atividades, expondo menos o
funcionário e afetando menos o cidadão.
No mundo globalizado, a organização que deseja se manter como um
organismo vivo e atuante, precisa estar consciente de que o conhecimento e a
valorização do indivíduo é que movem a economia, no contexto atual. Portanto,
é fundamental estar atenta às transformações e modificações, pois o sucesso
e a garantia de sobrevivência dependerá delas.
52
CAPÍTULO V
GESTÃO DE PESSOAS: ORIENTAÇÕES PARA CONSTRUÇÃO DE PROJETO
Em um mundo dinâmico e mutável como o atual, e diante das
exigências mercadológicas cada vez mais competitivas, e as empresas bem
sucedidas exibindo toda força e responsabilidade nas ações, só resta dois
caminhos a serem percorridos: permanecer como está e se condenar a
exclusão empresarial e profissional, ou evoluir rumo à modernização e ao
sucesso.
Portanto, um Projeto de Gestão de Pessoas, terá que ser um trabalho
contínuo em sua essência. Não podendo ser pontual e muito menos transitório.
Ao colocar em prática um projeto desses, é primordial que o mesmo
caminhe paralelamente com a estratégia da organização, definindo de forma
clara, as competências organizacionais de cada função e dos colaboradores.
Além disso, deve servir de base para o incremento de um plano de treinamento
e também, na elaboração de um fluxo de trabalho para auxiliar no processo
decisório de contratação, capacitação, propagação e retenção de talentos,
proporcionando informações valiosas para todo o planejamento estratégico da
mesma.
A execução desse projeto necessita partir do alinhamento dos objetivos
e metas definidos para a organização, juntamente com o gestor de pessoas.
Na verdade, todo profissional de Recursos Humanos precisa aprender a
“vender” o seu Projeto ao CEO (sigla da expressão inglesa “Chief Executive
Officer” e designa o mais alto cargo executivo de uma organização, ou seja,
Diretor Geral) e ao CFO (sigla da expressão inglesa “Chief Financial Officer”,
em português equivale ao Diretor Financeiro da organização).
Os resultados terão que ser analisados de forma estratégica, pois de
que vale implantar um projeto que envolva técnica de mapeamento de
competências, só por ser “modismo”.
A próxima etapa deverá ser a construção de um “Plano de Ação”
focando a melhoria qualitativa dos fatores avaliados. Fatores, como por
53
exemplo, Comunicação interna, Avaliação de Desempenho e Treinamento e
Desenvolvimento.
Este “Plano de Ação” poderá desencadear uma série de ações, tais
como a implantação de reuniões trimestrais de resultados, reuniões mensais
de gestores, treinamento e capacitação de líderes e revisão das políticas
internas da Gestão de Pessoas.
A implementação de um Projeto de Gestão de Pessoas deve, como todo
projeto, utilizar o treinamento como ferramenta essencial para garantir seu
sucesso e, consequentemente, o retorno do investimento pretendido.
Os gestores que desejam ser bem sucedidos, necessariamente, terão
que equilibrar Planejamento e Ação. Portanto, é importante observarem
algumas “dicas” que poderão contrabalançar o trabalho com pessoas:
. Faça uma comunicação eficaz dos programas de sustentabilidade da
empresa;
. Planeje suas atividades de treinamento e desenvolvimento de pessoal para
dar suporte à estratégia da organização;
. Tenha objetivos claros evitando gerar idéias não-prioritárias;
. Enfatize objetivos e resultados da empresa; para gerenciar com competência,
os vários processos relacionados com a gestão de pessoas;
. Procure sempre envolver todos os colaboradores em todos os Projetos,
mesmo que a participação deles seja apenas em operacionalizar o projeto;
. Eleja responsáveis diretos em cada setor, com isso ganhará aliados no dia-a-
dia, para fiscalizar os projetos;
. Crie sistema e fóruns de discussão e opiniões, busque novas idéias e
melhorias, assim envolverá cada vez mais os colaboradores nos projetos;
. Divulgue os resultados, comparando com períodos anteriores, dessa forma,
todos serão responsáveis pelas vitórias e derrotas;
. Participe das decisões da empresa, desde o Planejamento Estratégico, para
que o Capital Humano possa ser realmente UM DIFERENCIAL e uma
vantagem competitiva da organização.
São dicas que podem começar a trazer benefícios e situar o
departamento de Recursos Humanos, como sendo o principal setor
54
responsável pela estratégia da sustentabilidade, porém, cada organização irá
desenvolver os seus “projetos” de acordo com a sua realidade.
55
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento Organizacional: a dinâmica do
sucesso das organizações.
___________________. Gerenciando Pessoas. 2.ed. São Paulo: Makron
Books, 1994.
ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional.
GUERRIER, Yvonne. Comportamento Organizacional em hotéis e
restaurantes.
BOWDITCH, James; BUONO, Anthony F. Elementos de Comportamento
Organizacional.
FRITZ, Robert. Estrutura e Comportamento Organizacional. Trad. Antonio T.
Carneiro.
BERGAMINI, Cecília Whitaker. Psicologia aplicada à Administração de
Empresas.
GIL, AC. Gestão de Pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo;
Atlas, 2001.
GAUDÊNCIO, Paulo. Superdicas para se tornar um verdadeiro líder.