universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo … · 2012-08-26 · ... existem formas que irão...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A FUNÇÃO DO ORIENTADOR PARA INCLUIR OS EXCLUIDOS NAS
INSTITUIÇÕES DE ENSINO
Por: Maureci Margarida de Oliveira dos Santos
Orientadora
Profª Geni Lima
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A FUNÇÃO DO ORIENTDOR PARA INCLUIR OS EXCLUIDOS NAS
INSTITUIÇÕES DE ENSINO
Apresentação de monografia à AVM
Faculdade Integrada como requisito parcial
para obtenção do grau de especialista em
Orientação Educacional e Pedagógica.
Por: . Maureci Margarida de Oliveira dos
Santos
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AGRADECIMENTOS
...a Deus que me possibilitou chegar ao
fim deste trabalho , ao meu filho que
permitiu a realização de mais um sonho ,
doando-me os momentos que
deveríamos estar juntinhos e aos
familiares que me apoiaram e acreditaram
que isso seria possível.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a
todos àqueles que de alguma forma estão
trabalhando em função de pessoas que foram
excluídos de um determinado espaço, porque foram
considerados menos capazes, diferentes ou fora do
padrão estipulado pela sociedade, também a todos
àqueles que de alguma forma lutaram e ganharam o
seu espaço .
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RESUMO
Viver a diversidade .
Talvez essa não seja uma tarefa fácil para muita gente. Não são
todas as pessoas que estão prontas para viver com diferenças e se tratando de
uma instituição de ensino pode então dizer que é vergonhoso não aproveitar
estas diferenças para o desenvolvimento cultural e social do aluno.
Este trabalho visa a problematização da exclusão que ocorre muitas
vezes de maneira velada ou explícita de acordo com o contexto. Nos dias de
hoje onde diversidade e globalização caminham juntas é quase impossível
acreditar que muitos indivíduos são colocados de lado por uma sociedade
excludente, desrespeitosa e sem valores humanos. O modelo estereotipado
pela sociedade segue um determinado padrão e `aqueles que fogem este
padrão estão automaticamente excluídos. O próprio meio pode causar esta
exclusão , dependerá da raça, religião, tipo físico, nível social e muitos outros
“tipos” que farão ou não o indivíduo parte daquele meio.
Viver as diferenças dentro de uma instituição de ensino é a maior
aula que se pode aprender, mas é justamente onde ocorrem muitas das
exclusões. O colega que chega na sala de aula e não consegue viver aquela
realidade por inúmeros motivos e não é percebido ou ajudado para mudar este
sentimento Já é uma exclusão. O sentimento de fracasso bate a porta todo o
momento e a vontade de desistir acompanha o aluno na entrada e na saída
Existem muitas formas de se sentir excluído como por exemplo não
conseguir acompanhar o que o professor fala, não se sentir bem fisicamente,
não conseguir acompanhar ou desenrolar uma conversa... e muito, muitas
outras formas.
Este trabalho mostra que para um orientador educacional existem
inúmeras possibilidades de ajudar o professor a receber e reconhecer estes
alunos , existem formas que irão incluir os excluídos do próprio interior que o
incluiu. Algumas estratégias para desenvolver, motivar e desenvolver o
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indivíduo, motivar é criar atividades que desenvolvam e valorizem a
capacidade cognitiva e social do aluno uma vez que a escola é direito de
todos.. Visa mostrar que muitas pessoas que foram julgadas incapazes
mostraram seu valor, sua capacidade de criação ,e que viver a diversidade e as
diferenças é enriquecedor para ambas as partes, o que se diz diferente e o que
convive com essa diferença. O respeito e a aceitação a essas diferenças irão
formar cidadãos e cada individuo construirá a sua identidade dentre as suas
necessidades e limitações.
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METODOLOGIA
A pesquisa será realizada através da observação de pedagogos,
professores, diretores e responsáveis dentro e fora das instituições de ensino a
alunos do ensino fundamental.
Será avaliado as atitudes comportamentais e cognitivas de alunos
que foram inseridos dentro de um ambiente dito inclusivo. Como fator
metodológico, também serão aplicados questionários a estes profissionais e
responsáveis para uma melhor avaliação do desenvolvimento ocorrido.
Será incluído também como fonte de pesquisas artigos, sites, livros,
filmes que possam vir a influenciar na necessidade de incluir os incluídos de
forma positiva e indiscriminada.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I – O Orientador e a Inclusão dos excluídos 11
CAPÍTULO II – Não somos iguais. Que inclusão é esta? 14
CAPÍTULO III – Construindo identidades... 21
CAPÍTULO IV – Desenvolvendo estratégias 23
CONCLUSÃO 26
BIBLIOGRAFIA
ANEXOS 27
INDICE
9
INTRODUÇÃO
No Brasil a diversidade cultural é vasta e rica . A grandeza da
mistura cultural e social se tornam ponto forte aos olhos de quem passa, mas
não aos olhos de quem fica. Quando visto isoladamente, se torna
preconceituoso e desrespeitoso.
O pré-conceito estabelecido pela sociedade muitas vezes passa dos
limites, é criado um estereótipo e àqueles que fogem a este padrão são
considerados muitas vezes anormais, diferentes, excluídos, fazendo com que
este indivíduo se torne alvo de deboches, desrespeito, discriminação e seja
afastado e impedido de adquirir aquilo que é seu por direito a aprendizagem e
o desenvolvimento social e cognitivo.
De acordo com a Constituição Federal, todos tem os mesmos
direitos e deveres de construir um universo que favoreça o crescimento,
valorizando as diferenças e o potencial de todos.
A Declaração de Salamanca e o Plano de Ação para Educação de
Necessidades Especiais ( em anexo) são os mais completos dos textos sobre
inclusão na educação. Seus parágrafos evidenciam que a educação inclusiva
não se refere apenas aos deficientes , mas , sim , a todas as pessoas com
necessidades educacionais especiais em caráter temporário , intermitente ou
permanente. Isso se coaduna com a filosofia da inclusão, na medida em que a
inclusão não admite exceções.
Caberá ao Orientador Educacional combater atitudes
discriminatórias , acolhendo e fazendo a socialização respeitando as
diferenças. Transformar e o seu posicionamento frente à vida são fatores que
caracterizam o desencadeamento do processo de orientação. A Orientação
Educacional deve estar aberta para a realidade comunitária, a fim de que o seu
trabalho esteja articulado com o meio, para melhor ajudar o educando a
integrar-se no meio, deve esforçar-se para criar na escola um clima de
comunidade e sensibilizar a todos, quanto à necessidade de que cooperem em
suas atividades, com entusiasmo, respeito e solidariedade. Estimular ao
máximo a iniciativa do educando, criar estratégias que despertem o interesse e
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a participação do aluno expressando assim as suas expectativas . proporcionar
a conquista da autoconfiança e a revelação de suas capacidades de liderança
criando assim a sua identidade..
Para que o desenvolvimento seja eficaz é necessário algumas
estratégias para que o educador passe a perceber a importância de não julgar
a capacidade cognitiva do aluno, querer dar o melhor a este aluno e fazer com
que o mesmo desenvolva suas habilidades.
Excluir um aluno do ambiente no qual ele conquistou e desejou estar
pode trazer ao individuo uma série de complicações e frustações que o
acompanharão para toda a vida, muitas vezes o transformando em um
adolescente rebelde, um adulto inseguro, sem perspectivas ou convicções. Um
indivíduo seja ele qual for, independente de raça, credo, cultura, nível social...,
merecem total respeito principalmente no que diz respeito a sua aprendizagem.
Porém o que se tem observado em muitas instituições de ensino é o
despreparo de profissionais para receber estes incluídos e a deficitária
estrutura para se manter e desenvolver estes alunos.
A exclusão deve ser extinta de todas as formas , mas para isso é
preciso de fato incluir os excluídos nos sistema educacional.
E não se trata, apenas, de exclusão de deficientes, ou de raça, mas
acontece todos os dias, um tipo de exclusão que ocorre velada, vem muitas
vezes disfarçada de um simples esquecimento ou pela falta de tempo ou de
atenção já que o tempo e a interação que são prioridades para o
desenvolvimento não estão sendo utilizados da forma ideal. Este tipo de
exclusão pode acontecer com qualquer aluno, em qualquer turma e em
qualquer lugar. Pode ser de gênero, social, raça, cor, etnia, Ou mesmo de
ausência. Alguns alunos são tratados de forma que parece não existir, não são
notados, não pela arrogância ou irresponsabilidade do professor, mas pela falta
de transparência do próprio aluno. Se sentir excluído é muito fácil e até mesmo
uma boa desculpa para não se comprometer. E a falta de comprometimento
também pode trazer para o sujeito uma série de dificuldades. E uma delas é a
exclusão, já que numa sala lotada, como é a realidade de hoje, fica quase
impossível o professor se responsabilizar e ter tempo de investigar e tentar
resolver tantos problemas que fogem do seu planejamento.
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CAPITULO I
O ORIENTADOR E A INCLUSÃO DOS EXCLUÍDOS
...A motivação é fator fundamental da aprendizagem. Sem motivação não há
aprendizagem. Pode ocorrer aprendizagem sem professor, sem escola, sem livro, e
sem uma porção de outros recursos. Mas mesmo que ocorram estes recursos
favoráveis, se não houver motivação não haverá aprendizagem.( Nelson Piletti , 1988,
p63).
1.1 – Educação, direito adquirido
De acordo com a Declaração Universal de Direitos Humanos art. I e
art.XXVI descritos abaixo:
Artigo I - Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos.
São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com
espírito de fraternidade.
Art.XXVI, -
1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo
menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória.
A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior,
esta Baseada no mérito.
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da
personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas
liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a
amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as
atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
Percebe-se que, devido ao pré - conceito estabelecido é retirado
do indivíduo qualquer oportunidade de socialização e desenvolvimento
psicossocial eminente . E é exatamente neste ponto que o orientador
juntamente com a equipe escolar( digo: todos os funcionários da instituição) e
responsáveis desenvolverão um trabalho a fim de despertar no aluno
autoconfiança, independência ,autonomia , cooperação e respeito aos seus.
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Atuar como facilitador da maturidade pessoal e social do indivíduo,
detectar possíveis problemas que venham interferir no aprendizado do
educando, se mostrar autêntico, sincero, aberto a diálogo e sugestões,
trabalhar com possibilidades e limites, conviver e mediar agressividades ...
estas são algumas das funções de um orientador educacional.
O diálogo é o caminho mais seguro para o Orientador aprender a essência
da problemática de cada educando, a fim de, poder mais conscientemente, orientá-lo
em função da realidade existencial... ( Nérici,1922;p72).
Uma vez que o Orientador/a Educacional, a partir das suas funções
específicas passa a realizar, junto com o Supervisor Escolar e o Administrador
Escolar, uma ação integradora na Unidade Educativa o Serviço de Orientação
Educacional passa exercer seu trabalho, junto aos educandos, aos demais
especialistas da Unidade Educativa, ao corpo docente, à família e a
comunidade, na mobilização para o conhecimento, nas atividades e
organização de classe, discutindo a questão da intencionalidade, da escolha,
dos confrontos e da diversidade, em que se constituem os grupos sociais,
colaborando nas novas linguagens do conhecimento. Refletir, portanto, sobre o
imaginário social, na busca de uma cultura escolar, que busca a construção de
um homem, que se quer, mais crítico, mais participativo e consciente de seus
direitos e deveres, promovendo o desenvolvimento da linguagem dos
educandos, através do estabelecimento do diálogo, na afetividade e cognição.
Atualmente a Orientação Educacional, bem como o papel do Orientador
Educacional ultrapassa os limites dos muros das Unidades Educativas, tendo
caráter, predominantemente, preventivo. A atuação do Orientador Educacional
abrange todos os educadores que, juntamente com serviços e setores da
Unidade Educativa, devem ter perspectiva integrada. Os aspectos a serem
trabalhados na Orientação Educacional devem respeitar a natureza do
educando, em sua totalidade, sendo de fundamental importância, nesse
processo, a participação da família. A Orientação Educacional se concretiza e
se operacionaliza através de ações, que permeiam o cotidiano escolar, no
coletivo da Unidade Educativa.
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Existem alunos dentro de um espaço específico que não interage,
não participa, não se faz presente por se sentir completamente coagido,
envergonhado, incapaz . Alunos estes que de alguma forma se integraram
naquele espaço com a intencionalidade de um aprendizado e se sente
subtraído por se ver distante daquela realidade, por não conseguir acompanhar
e compreender o que o professor transmite. O aluno pode se sentir excluído
por inúmeras razões: por ser negro, já que a sociedade encuba um preconceito
velado, por ser mais pobre do que àqueles que fazem parte de sua
comunidade escolar, por ser ou ter uma religião não tão comum, por serem
naturais de outras regiões , outras localidades, e por muitos outros motivos que
a sociedade critica e discrimina. Na verdade para alguns tudo é motivo de
brincadeiras maldosas, brincadeiras estas que ferem a integridade física e
moral do indivíduo, fazendo com que este venha a ter frustações significantes
durante sua vida seja profissional, conjugal, social...
O professor por sua vez não possui a sensibilidade necessária para
perceber o quão o aluno está indiferente com sua aula ,pois parar para
perceber ou investigar algo irá interferir no seu plano de aula e este deve ser
cumprido. Muitas vezes o aluno precisa de uma atenção especial, de uma
linguagem diferenciada para alcançar o aprendizado esperado, precisa ter
motivação mas por muitas vezes permite que o desânimo lhe faça
companhia.
Ações emergenciais precisam ser vistas e resolvidas o quanto antes
para que os alunos possam alavancar a autoestima . É preciso mudar de
atitude , não julgar . A diversidade de alunos requer atitudes distintas por parte
da escola para que se possa alcançar objetivos como da socialização e
aprendizagem . seguindo caminhos diferentes, por que cada um é cada um ,
todos diferem um do outro.
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CAPÍTULO II
NÃO SOMOS IGUAIS.
QUE INCLUSÃO É ESTA?
"Temos direito de ser iguais quando a diferença não inferioriza e direito de ser
diferentes quando a igualdade nos descaracteriza". (Santos)
Viver em um mundo globalizado, conviver com relação entre a
igualdade e a diferença, permitir a entrada de produtos estrangeiros, viver a era
tecnológica sem conseguir acompanhar de tão depressa que caminha, viver a
diversidade, respeitar as diferenças , sem fazer distinção de raça, credo,
posição social...já que cada um é cada um...e se deve respeitar a
individualidade de cada ser.
Então... como saber quem são os educandos com necessidades
especiais?
Educandos com dificuldades acentuadas de aprendizagem, com
deslexia e dificuldades correlatas ( dislalia, disgrafia, disortografia, com
dificuldades de comunicação e sinalização, com facilidades de aprendizagem,
com problemas de agressividade, ...( ver anexo – RESOLUÇÃO CNE/CNB Nº
2 , 11 DE SETEMBRO DE 2001)
Tratar como se todas as pessoas fossem iguais é um erro. Cada um
tem uma personalidade, tem a sua individualidade, tem a sua dificuldade e é
necessário que ocorram adaptações para que cada indivíduo dentro da sua
necessidade encontre formas de convívio sem se anular.
De acordo com as leis que garantem a acessibilidade do aluno em
escolas regulares de ensino, ainda não garantem a permanência e o
desenvolvimento destes. O que se ve são uma ou duas crianças inseridas em
salas repletas de alunos, sem que tenham uma verdadeira condição de recebe-
los se tornando um desejo utópico no quadro da realidade atual pois existe um
despreparo e uma falta de estrutura que impedem o sucesso da inclusão em
escolas regulares de ensino.
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(...)A escola não pode tudo, mas pode mais. Pode acolher as diferenças. É possível
fazer uma pedagogia que não tenha medo da estranheza, do diferente, do outro. A
aprendizagem é destoante e heterogênea. Aprendemos coisas diferentes daquelas
que nos ensinam, em tempos distintos [...], mas a aprendizagem ocorre sempre.
Precisamos de uma pedagogia que seja uma nova forma de se relacionar com o
conhecimento, com os alunos, com seus pais, com a comunidade, com os fracassos
(com o fim deles), e que produza outros tipos humanos, menos dóceis e disciplinados
(ABRAMOWICZ, apud BRASIL, MEC, 1997)
A inclusão não diz respeito apenas a indivíduos portadores de
necessidades especiais, e sim a todos àqueles que de alguma forma se sente
diminuído, desprotegido, despreparado, isolado, a qualquer indivíduo que se
sente diferente de um determinado grupo.
Um aluno que tenha um QI acima do normal , uma pessoa com um
poder aquisitivo muito alto pode se sentir excluído dentro de um determinado
grupo, como no seguinte relato:
Depois ver-se-á (...) O pessoal fez a passeata, sobretudo, para denunciar
um mal-estar.
- O que era esse mal-estar?
- Bem, nada... esta vida de cachorro que se tem neste liceu de merda
[risos] (...). Eu mudei de estado de espírito com relação ao liceu, porque eu saio com
uma gata, seus pais pedagogos [mãe professora de espanhol e pai professor de
direito]. Eu tinha pais que não andavam atrás de mim, eu estava entregue a mim
mesmo. (....) Esse ambiente de pedagogos, isso me sensibilizou mesmo assim. Eu me
dei conta de que era preciso que eu tentasse aceitar a escola, em vez de estar contra,
é isso. Eu era contra porque eu, na escola, o que me desagrada, é o negócio aleatório
que há por trás... Inclusive no conselho de classe, onde os julgamentos de valor são
fatos sobre
pessoas ... que nem são conhecidas ... A escola reproduz as hierarquias,
bom, bem isso, isso me .... isso me repugna um pouco, Nem todos tem sua chance,
exatamente... nem todos estão em um mesmo pé...
Estudante de liceu. 19 anos, na première B em um liceu de periferia. Pais
divorciados, mãe vendedora, pai caixeiro-viajante, depois de ter sido
bombeiro.
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Estes extratos são provenientes de entrevistas realizadas por Lucien
Arteri, Jean-Patrick Pigeard e Delphlne Fanget.
E o que esta pesquisa quer defender é que cada individuo deve ser
respeitado dentro da sua individualidade .Para que ocorra, a inclusão social
precisa se basear em práticas diferentes dos princípios convencionais: a
aceitação das diferenças individuais, a valorização de cada pessoa, a
convivência dentro da diversidade humana, a aprendizagem por meio da
cooperação.
De acordo com A Constituição Federal (1988), em seu capítulo II,
seção I, artigo 205: "a educação, direito de todos e dever do Estado e da
família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade (...)" já
valeria para legitimar o direito a educação para os deficientes, pois como
declara a lei ela é para todos. E o artigo 208, inciso III, procura garantir o "(...)
atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino".
1.1 – Todos prontos para a inclusão?
“Incluir significa promover e reconhecer o potencial inerente a todo ser humano em sua maior expressão: a diferença.”
(Francisco Gonçalves, Lara Gonçalves, Paulo Santos, 2010)
Como orientador garantirá a real inclusão de educandos em espaços
no qual os mesmos não se sentem e não são vistos como parte daquele meio?
Assegurada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB) nº. 9394/96 é clara no artigo 59, que afirma: "Os sistemas de ensino
assegurarão aos educandos com necessidades especiais: (...) III - professores
com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento
especializado, bem como professores de ensino regular capacitados para a
integração desses educandos nas classes comuns".
É importante ter uma percepção clara da educação inclusiva:
Diferentes princípios e valores subjacentes podem produzir
resultados muito diferentes. A educação inclusiva vai falhar ou vai ser
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insustentável quando uma definição limitada ou uma definição baseada no
pressuposto a «criança como o problema» for utilizada para desenvolver ou
acompanhar a prática.
As definições da educação inclusiva continuam a evoluir, como
prática expandem-se mais em contextos e culturas e reflete sobre aprofundar
esta prática. As definições devem continuar a evoluir, se se pretender que a
educação inclusiva se mantenha uma verdadeira e valiosa resposta para
abordar os desafios educativos dos direitos humanos.
Muitas pessoas assumem que a educação inclusiva é apenas mais
uma versão da educação especial, ou está relacionada apenas aos alunos com
deficiência. Mas os conceitos e pressupostos principais que sustentam a
educação inclusiva são em muitos aspectos, o oposto daqueles que baseiam a
educação especial.
A inclusão quando vista de fora, teoricamente falando, causa um
impacto positivo para a grandeza de quem quer e precisa se beneficiar, como
se diz , para quem quer “ficar bonito na foto”.
O orientador dentre as suas funções já descritas aqui, precisará
juntamente com sua equipe, esta envolvendo todos os funcionário da escola,
desenvolver atividades para integrar este aluno. Mas será que todos estão
prontos para esta tarefa?
Na verdade o que se tem percebido em muitas escolas é o
despreparo para o recebimento desses alunos, que muitas vezes acabam
sendo estereotipados pelos próprios professores de alunos com “desculpinhas”
para não estudar.
A ideia foi lançada às escolas , mas as estratégias e a capacitação
dos funcionários para lidar com essas diferenças não. Então como o aluno e
professor irão alcançar os objetivos socioeducativos?
As atitudes do professor revelam que elas são fatores determinantes
no tipo de relacionamento que se estabelece na sala de aula. Uma atitude
igualitária e positiva encorajará a aprendizagem da criança, a interação com os
colegas e o apoio ao aluno. Uma atitude discriminatória e segregadora trará
discriminação, isolamento e fracasso educacional e caberá ao orientador
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acompanhar todos esses passos para não ocasionar este fracasso e até a
evasão escolar.
Mas ainda assim o professor se vê com um “problema” nas mãos,
sem saber ao certo que caminho seguir, como fazer para trazer este ou aquele
aluno a participar e interagir proporcionando o seu desenvolvimento, como
trabalhar a sua cognição, interação, socialização, se existe um currículo a ser
cumprido?
As escolas querem trabalhar com a inclusão mas para isso é
extremamente necessário que o professor tenha um suporte humano para que
o trabalho possa ser desenvolvido com a real intenção de alcançar o objetivo
de desenvolver e socializar.
Muitas vezes o professor se vê perdido, pois tem um plano a ser
cumprido, de um lado os responsáveis que exigem o cumprimento do que foi
proposto como o fechamento do livro didático, os exercícios devidamente
corrigidos, do outro a escola que exige o cumprimento do plano de curso e de
aula, que exige uma dinamização durante as aulas, os projetos extraclasses ,
enfim... tudo mais que se propõe uma escola.
Mas e aqueles alunos que estão apresentando algum tipo de
alteração comportamental, dificuldades de aprendizagem, alunos que não
conseguem acompanhar o que está sendo ensinado, não conseguem ler,
copiar, àqueles que necessitam de uma explanação mais vagarosa, aqueles
que não conseguem se concentrar e por sua vez também tira a concentração
da classe, e os que por sua vez precisam de alguém para repetir
cuidadosamente tudo o que está sendo ensinado. Enfim há uma gama de
distúrbios e necessidades no aluno que deverão ser trabalhados de forma a se
desenvolver positivamente .
1.2 - Como incluir?
A missão não é das mais simples , mas inclusão não é só o ato
de pegar uma aluno com alguma alteração comportamental e coloca-lo
sentadinho junto à classe e dizer que está incluso.
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Vai além, muito além de tal ação física. Incluir é descobrir através da
observação as reais necessidades do aluno e desenvolver dentro de sua
capacidade cognitiva . Para isso é necessário que o orientador juntamente com
toda a equipe desenvolva estratégias .
Caberá ao orientador observar às necessidades de cada aluno, para
que possam ser trabalhados de forma progressiva o desenvolvimento
comportamental e cognitivo.
É importante que o aluno encontre na escola um espaço familiar, um
espaço de desenvolvimento. O aluno deve se sentir seguro, confiante para que
se consiga fazer um trabalho de intervenção, caso contrário, o aluno não
permitirá a aproximação, estará sempre na defesa impedindo que o trabalho
possa ser executado. O aluno deverá estar inserido em projetos que o
estimulem cada vez mais a participar das atividades educacionais. De acordo
com as dificuldades apresentadas caberá ao orientador juntamente com os
professores desenvolver tarefas que levantem a autoestima deste alunado.
A exclusão de alunos ocorre em muitos casos sem que nem o
professor e mesmo o aluno percebam .Por isso ocorrem o abandono, a evasão
escolar, o desinteresse do aluno para com a escola e a desatenção da escola
para com este aluno.
A verdadeira inclusão já começa com a adaptação do espaço físico
nas escolas, uma vez apta a receber alunos inclusivos o espaço deverá estar
condizente com as condições físicas e psicológicas e os alunos ditos “normais”
deverão estar prontos a receber dignamente qualquer um que venha fazer
parte da turma, qualquer um que enha fazer parte da escola em uma
linguagem ampla.
As atividades também devem ser dirigidas obedecendo cada
peculiaridade deste indivíduo, não se pode dar uma atividade com um texto
muito grande , se sabe que o aluno é disléxico.
Para cada necessidade apresentada, uma atividade diferenciada. E
para isso é preciso que o professor se capacite, que haja o incentivo, visto que
é importante o conhecimento específico para que se apresente objetivos e
tarefas relacionadas.
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A escola precisa se organizar para que ocorra o processo ensino-
aprendizagem já que o aluno com necessidades educativas especiais quando
apresentar dificuldades maiores que o restante dos alunos da sua idade para
aprender o que está previsto no currículo precisa de caminhos alternativos. E a
escola deverá estar apta a oferecer estes caminhos.
O orientador deverá junto com os professores, garantir a
permanência deste aluno neste espaço, respeitando a individualidade e
dificuldade de cada um. Transformar este espaço em um centro de
informações para desenvolver e cada aluno suas habilidades. Caberá ao
orientador educacional promover dentro deste meio todas as possibilidades de
aprimoramento e desenvolvimento para a realização de todas as atividades
propostas sem sofrer qualquer que seja a discriminação.
O aluno precisa se sentir amparado , a escola precisa ser
acolhedora, e não pode ser preconceituosa nem discriminatória. Se a escola
estiver alheia às atitudes dos alunos, estes buscarão refugio nos lugares mais
incertos possíveis. As instituições necessitam saber quais são as reais
necessidades do aluno para que possa trazê-lo para um futuro promissor,
longe das drogas, das ruas, da bandidagem e é acolhendo e não excluindo que
se se salva um aluno.
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CAPÍTULO III
CONSTRUINDO IDENTIDADES
De acordo com Cida Sanches,
o orientador por meio de um relacionamento de carinho e atenção
poderá orientar o jovem para que descubram que todos precisam de um projeto
de vida, e que, no cerne deste projeto, está a imagem do ser humano que ele
almeja ser no futuro. É uma forma de motivá-lo a crescer, enriquecendo seus
valores. ( p.18)
Com a influencia dos responsáveis professores, orientadores e toda
a equipe escolar trabalhando conjuntamente o objetivo de valorização do
individuo é reconhecida.
A construção da identidade é um processo de maturação que
acontece praticamente durante toda a vida do indivíduo. São as vivências os
,problemas , o dia a dia , as incertezas e certezas, as diferenças e como se
vive essas diferenças As condutas, as opiniões, os pontos de vista de hoje
podem ser diferentes dos de amanhã. Isto porque o indivíduo vive num
processo permanente de construção de identidade, sendo sempre, influenciado
pelo meio em que vive. Ninguém age igual, da mesma forma, o tempo todo.
A identidade do indivíduo é formada pelas suas conquistas e
desamores, pelos seus objetivos e frustações, pelo certo e pelo errado...sua
crenças e descrenças, o indivíduo constrói sua identidade de acordo com o
suas experiências, de acordo com suas expectativas e pela interação que
ocorre no meio familiar, cultural e social.
As instituições de ensino são grandes colaboradoras desta formação
junto com a família e a comunidade .Por isso a importância ser bem orientado,
de ser respeitado e valorizado, de ter uma educação respeitando as limitações
de cada um. Adolescentes adoram apelidar uns aos outros Apelidos
depreciativos e irônicos são vividos pelos adolescentes como agressões que
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ferem a sua autoestima, gerando sentimentos de humilhação e vergonha.
Brincadeiras de luta podem ser fruto de um reflexo social e também podem
desenvolver uma característica violenta no aluno por isso devem ser evitadas.
o aluno muitas vezes para se defender de um deboche , de uma implicância
por parte dos colegas, briga como se fosse a sua única arma, e a partir daí se o
orientador não fizer as devidas colocações e impor limites, pois está se
formando um cidadão, o aluno irá sempre agir assim para se defender e
acabará mais uma vez sendo excluído e taxado de brigão.
Nesta formação de identidade, é na escola onde os jovens ficam a maior
parte do dia. Ali convivem com uma diversidade cultural muito ampla, é um
espaço social onde estabelecem pontos de amizade, onde conhece indivíduos
com características diferentes às suas e respeita estas diferenças. Convive
com regras e normas socializadoras, conflitos de valores e crenças. o aluno
precisa e pede por limites que devem ser dados, uma vez que é uma
preparação para a vida fora da escola , na sociedade que poderá acolher ou
excluir. O individuo após passar pelo processo de aprendizagem e socialização
independente do seu grau de necessidades especiais será proporcionado ao
educando melhor convívio social. Será instigado a pensar, refletir e buscar
soluções para as atividades propostas. Respeitar e Valorizar as diferenças.
Confiar na sua capacidade interior.
A interação nada mais é que construção.
Partindo da opinião de que , quanto mais a criança interage espontaneamente
com situações diferentes, mais ela adquire conhecimentos, fica fácil entender porque a
segregação é prejudicial tanto para alunos com necessidades especiais como para os
“normais”, isso porque ela impede que as classes regulares tenham oportunidade de
conhecer a vida humana com suas dimensões e seus desafios.
( Werneck (1997) apud Santana (2003) , membro do Down Syndrome Medical
Interest Group) .
Serão as vivências, reflexões e atividades experimentadas que farão
com que o aluno assuma uma nova postura no que se refere à diversidade
socioeconômico-cultural e a singularidade do ser humano.
Adquirir uma nova postura em respeitar e valorizar o outro, valorizar o
individuo como um ser singular.
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O respeito ao próximo pode ser observado e trabalhado nas escolas de
maneira que cada um aprenda a valorizar a especificidade de cada um.
Segue em anexo algumas atividades que estabelecem a diferença e a
identidade de cada um e ainda pessoas que fizeram a diferenças mesmo com
suas diferenças.
CAPÍTULO IV
DESENVOLVENDO ESTRATÉGIAS EM EQUIPE
Estratégias são recursos utilizados para atingir um determinado objetivo,
existe uma grande diversidade de objetivos e estratégias em relação a Or.E., que
podem ser selecionadas por este. As estratégias podem ser empregadas de modo
preventivo ou remediativo. (GIACAGLIA & PENTEADO, 2006)
Para norteamento do assunto, utilizar-se-á dos apontamentos de Giacaglia &
Penteado (2006) e do próprio código de ética do profissional.
A partir de reflexões sobre subsídios apresentados anteriormente, pode ser
considerado que o sigilo é um dos principais critérios, assim que, todo relatório ou
questionário sobre alunos, professores e familiares devem ser bem acondicionados
em arquivos com chave para que outras pessoas não tenham acesso. Caso algum
professor precise de alguma informação sobre determinado aluno, o Or.E. deverá
fazer um relatório com o que será relevante para o professor, nunca passar os
prontuários com informações sigilosas. Por ponderar que a ética nesse procedimento
há de se considerar o "efeito Rosenthal" que consiste em sugestionar determinados
comportamentos de alunos, cria se falsas expectativa nos professores de que esses
alunos poderão ter algum tipo de fracasso confirmado à profecia de insucesso desse
aluno ou grupo de alunos. (GIACAGLIA & PENTEADO, 2006).
De acordo esses autores, a estratégia preventiva trata do coletivo,
como palestras, a remediativo exige aplicação individual, no caso, entrevistas.
Deve se dar preferência a estratégias preventivas mesmo recorrendo muitas
vezes também a remediativo.
24
1.2 – Palestras, entrevistas, filmes, passeios, leitura
O autor ainda reforça as palestras não devem ser de longa duração e
deve-se planejar de forma que tenha tempo no final para perguntas, esclarecimentos
de duvidas e sugestões para possíveis palestras.
A entrevista também é um a estratégia de muita relevância, ela poderá ser
solicitada pelos pais ou pelo SOE, o Or.E também pode convocar entrevista por
professores e outros funcionários da escola para tratar de assuntos específicos,
sempre que possível essas entrevistas devem ser agendadas com antecedência e as
pessoas devem ser informada a respeito de que assunto será a entrevista, esta, deve
ser objetiva e proveitosa para que se atinja o objetivo desejado. Analisado a partir da
fala de Giacaglia & Penteado (2006, p. 38)
O Orientador Educacional poderá trabalhar e sugerir aos professores que
desenvolvam projetos com campanhas diversas, sobre saúde e higiene na escola,
campanhas preventivas ainda são estratégias mais eficazes, e, é importante que
essas campanhas contem com a colaboração de palestras de pessoas capacitadas,
material didático de esclarecimento, livros , slides, filmes etc. (GIACAGLIA;
PENTEADO, 2006)
De acordo com Giacaglia & Penteado (2006) ao elaborar seu plano o
Orientador Educacional deve levar em conta os seguintes problemas específicos de
cada série e cada faixa etária:
È importante que o Or.E. se atualize e solicite auxilio de especialistas pois
deverá tratar de temas muito sérios e complexos no atendimento de alunos e pais,
pois há diferenças marcantes quanto ao nível de desenvolvimento afetivo, físico e de
conhecimento sexual, seria interessante que os temas relativa a afetividade e
sexualidade tivesse inicio com os conhecimentos básicos de biologia e fisiologia nas
aulas de Ciências e biologia. Já os aspectos que daria sequência aos assuntos
tratados naquelas aulas seriam realizados em grupos com o Orientador Educacional,
ali analisaria valores, atitudes, comportamentos, responsabilidade e consequências,
para tanto é necessário a integração entre professores e Or.E. (GIACAGLIA;
PENTEADO, 2006)
25
Vários são os problemas enfrentados pelos alunos na escola, não apenas
os novatos, mas os tímidos ou os de uma pequena minoria de algum tipo de grupo
(cor, religião, classe social ou necessidades especiais), nesse momento o Or.E. deve
assisti-los, planejando atividade que tem por objetivo recepcionar, envolver, integrar,
fazer com que estes alunos sintam se pertencentes aquele espaço. A parti dai,
Giacaglia & Penteado (2006) avalia que o orientador Educacional deve recorrer às
técnicas de aconselhamento para atender os alunos vítimas de discriminação, deve
também aproveitar este momento para orientar a maioria que exerce discriminação,
pois, alunos mais jovens costumam ser cruéis em relação aos colegas diferentes ou
menos afortunados.
O Orientador Educacional poderá usar a técnica de sociometria, que
permite verificar como estão as relações sociais no ambiente de escolar, reconhecer
os líderes aceitos e identificar os indivíduos que, por algum motivo, estão
marginalizadas, reconhecer as redes sociais: conjuntos específicos de ligações entre
um determinado conjunto de indivíduos. Esta técnica é bastante útil e interessante
para o conhecimento de uns em relação a outros."A técnica sociométrica indica a
existência de "panelas", rejeições, clivagens, antagonismos latentes e manifestos e,
eventualmente, até os critérios para os mesmos" (GIACAGLIA & PENTEADO, 2006,
p.99).
1.5- Atividade diferenciada
Espaço Aprendizagem Quando se pretende criar algum tipo de material
para disléxicos é importante ter em atenção vários fatores que podem facilitar a
compreensão dos conteúdos:
Use um tipo de letra clara e direita, tipo verdana, no tamanho 12 ou superior,
preferencialmente num tom escuro;
Use espaçamento de 1,5 ou 2;
Opte pelo negrito em vez de itálico ou sublinhado;
Use texto não justificado ou justificado à esquerda, os espaços brancos distraem o
leitor disléxico;
Faça frases e parágrafos curtos e objetivos;
Estruture o melhor que for possível: use títulos, listas com números ou bolas,
esquemas;
Comece sempre uma nova frase no início da linha e não no fim da frase anterior;
Opte pelas colunas em vez de linhas compridas;
26
Use um fundo claro, mas sem ser branco;
Use e abuse de imagens ou gráficos, ajuda o disléxico a reter a informação;
Não use abreviações e evite a hifenização;
Use caixas de texto para evidenciar partes importantes do texto.
CONCLUSÃO
Se conclui que a inclusão implica em celebrar a diversidade humana e as
diferenças individuais como recursos existentes nas escolas e que devem servir ao
currículo escolar para contribuir na formação da cidadania. Diversidade e diferenças
constituem uma riqueza de recursos para a aprendizagem na sala de aula, na escola e
na vida. As pessoas concordam que inclusão, necessariamente, pressupõe a
formação contínua de professores para usarem estratégias de ensino mais
diversificadas e mais dinâmicas.
Que a legislação, tanto nacional como internacional, garante ao portador
de deficiência, direitos e deveres, como a acessibilidade, trabalho, educação, saúde,
isenções fiscais e financiamento e direito ao passe livre e que a formação de
professores que atuam diretamente na inclusão escolar, sempre se constituiu numa
grande problemática com relação ao atendimento do aluno com necessidades
especiais pois lhes faltam capacitação e estrutura física no espaço escolar.
Para que realmente ocorra o processo de inclusão escolar é preciso que
haja uma transformação no sistema de ensino que vem beneficiar toda e qualquer
pessoa, levando em conta a especificidade do sujeito e não mais as suas deficiências
e limitações. Que esta pesquisa venha proporcionar, reflexão frente à proposta de
inclusão, sendo este mais um instrumento que poderá vir a fazer a diferença amanhã,
como também alertar as pessoas direta e indiretamente envolvidas no processo, para
que isso realmente seja revisto.
27
ANEXOS 1
Legislação
RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 2, DE 11 DE SETEMBRO DE 2001.
(*)Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação
Básica.
O Presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de
Educação, de conformidade com o disposto no Art. 9o, § 1o, alínea “c”, da Lei 4.024,
de 20 de dezembro de 1961, com a redação dada pela Lei 9.131, de 25 de novembro
de 1995, nos Capítulos I, II e III do Título V e nos Artigos 58 a 60 da Lei 9.394, de 20
de dezembro de 1996, e com fundamento no Parecer CNE/CEB 17/2001, homologado
pelo Senhor Ministro de Estado da Educação em 15 de agosto de 2001,RESOLVE:
Art. 1º A presente Resolução institui as Diretrizes Nacionais para a
educação de alunos queapresentem necessidades educacionais especiais, na
Educação Básica, em todas as suas etapas emodalidades.
28
Parágrafo único. O atendimento escolar desses alunos terá início na
educação infantil, nas creches e pré-escolas, assegurando-lhes os serviços de
educação especial sempre que se evidencie, medianteavaliação e interação com a
família e a comunidade, a necessidade de atendimento educacionalespecializado.
Art 2º Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo
às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades
educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação
de qualidade para todos.
Parágrafo único. Os sistemas de ensino devem conhecer a demanda real
de atendimento a alunos com necessidades educacionais especiais, mediante a
criação de sistemas de informação e oestabelecimento de interface com os órgãos
governamentais responsáveis pelo Censo Escolar e pelo Censo Demográfico, para
atender a todas as variáveis implícitas à qualidade do processo formativo desses
alunos.
Art. 3º Por educação especial, modalidade da educação escolar, entende-
se um processoeducacional definido por uma proposta pedagógica que assegure
recursos e serviços educacionaisespeciais, organizados institucionalmente para
apoiar, complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços
educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover
odesenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentam necessidades
educacionais especiais, em todas as etapas e modalidades da educação básica.
Parágrafo único. Os sistemas de ensino devem constituir e fazer funcionar
um setor responsável pela educação especial, dotado de recursos humanos, materiais
e financeiros que viabilizem e dem. sustentação ao processo de construção da
educação inclusiva.
Art. 4º Como modalidade da Educação Básica, a educação especial
considerará as situações singulares, os perfis dos estudantes, as características bio-
psicossociais dos alunos e suas faixas etárias e se pautará em princípios éticos,
políticos e estéticos de modo a assegurar:
I - a dignidade humana e a observância do direito de cada aluno de realizar
seus projetos de estudo, de trabalho e de inserção na vida social;
29
II - a busca da identidade própria de cada educando, o reconhecimento e a
valorização das suas diferenças e potencialidades, bem como de suas necessidades
educacionais especiais no processo de ensino e aprendizagem, como base para a
constituição e ampliação de valores, atitudes, conhecimentos, habilidades e
competências;
III - o desenvolvimento para o exercício da cidadania, da capacidade de
participação social, política e econômica e sua ampliação, mediante o cumprimento de
seus deveres e o usufruto de seus direitos.
(*)CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Câmara de Educação Básica.
Resolução CNE/CEB 2/2001. Diário Oficial da União,
Brasília, 14 de setembro de 2001. Seção 1E, p. 39-40.2
Art. 5º Consideram-se educandos com necessidades educacionais
especiais os que, durante o processo educacional, apresentarem:
I - dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de
desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares,
compreendidas em dois grupos:
a) aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica;
b) aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou
deficiências;
II – dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais
alunos, demandando a utilização de linguagens e códigos aplicáveis;
III - altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem
que os leve a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes.
Art. 6º Para a identificação das necessidades educacionais especiais dos
alunos e a tomada de
decisões quanto ao atendimento necessário, a escola deve realizar, com
assessoramento técnico, avaliação
30
do aluno no processo de ensino e aprendizagem, contando, para tal, com:
I - a experiência de seu corpo docente, seus diretores, coordenadores,
orientadores e supervisores educacionais;
II - o setor responsável pela educação especial do respectivo sistema;
III – a colaboração da família e a cooperação dos serviços de Saúde,
Assistência Social, Trabalho, Justiça e Esporte, bem como do Ministério Público,
quando necessário.
Art. 7º O atendimento aos alunos com necessidades educacionais
especiais deve ser realizado em classes comuns do ensino regular, em qualquer etapa
ou modalidade da Educação Básica.
Art. 8º As escolas da rede regular de ensino devem prever e prover na
organização de suas classes comuns:
I - professores das classes comuns e da educação especial capacitados e
especializados,respectivamente, para o atendimento às necessidades educacionais
dos alunos;
II - distribuição dos alunos com necessidades educacionais especiais pelas
várias classes do ano escolar em que forem classificados, de modo que essas classes
comuns se beneficiem das diferenças e ampliem positivamente as experiências de
todos os alunos, dentro do princípio de educar para a diversidade;
III – flexibilizações e adaptações curriculares que considerem o significado
prático e instrumental dos conteúdos básicos, metodologias de ensino e recursos
didáticos diferenciados e processos de avaliação adequados ao desenvolvimento dos
alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, em consonância com o
projeto pedagógico da escola, respeitada a freqüência obrigatória;
IV – serviços de apoio pedagógico especializado, realizado, nas classes
comuns, mediante:
a) atuação colaborativa de professor especializado em educação especial;
b) atuação de professores-intérpretes das linguagens e códigos aplicáveis;
31
c) atuação de professores e outros profissionais itinerantes intra e
interinstitucionalmente;
d) disponibilização de outros apoios necessários à aprendizagem, à
locomoção e à comunicação.
V – serviços de apoio pedagógico especializado em salas de recursos,
nas quais o professor
especializado em educação especial realize a complementação ou
suplementação curricular, utilizando procedimentos, equipamentos e materiais
específicos;
VI – condições para reflexão e elaboração teórica da educação inclusiva,
com protagonismo dos professores, articulando experiência e conhecimento com as
necessidades/possibilidades surgidas na relação pedagógica, inclusive por meio de
colaboração com instituições de ensino superior e de pesquisa;
VII – sustentabilidade do processo inclusivo, mediante aprendizagem
cooperativa em sala de aula, trabalho de equipe na escola e constituição de redes de
apoio, com a participação da família no processo educativo, bem como de outros
agentes e recursos da comunidade;
VIII – temporalidade flexível do ano letivo, para atender às necessidades
educacionais especiais de alunos com deficiência mental ou com graves deficiências
múltiplas, de forma que possam concluir em 3 tempo maior o currículo previsto para a
série/etapa escolar, principalmente nos anos finais do ensino fundamental, conforme
estabelecido por normas dos sistemas de ensino, procurando-se evitar grande
defasagem idade/série;
IX – atividades que favoreçam, ao aluno que apresente altas
habilidades/superdotação, o aprofundamento e enriquecimento de aspectos
curriculares, mediante desafios suplementares nas classes comuns, em sala de
recursos ou em outros espaços definidos pelos sistemas de ensino, inclusive para
conclusão, em menor tempo, da série ou etapa escolar, nos termos do Artigo 24, V,
“c”, da Lei 9.394/96.
32
Art. 9o As escolas podem criar, extraordinariamente, classes especiais,
cuja organização fundamente-se no Capítulo II da LDBEN, nas diretrizes curriculares
nacionais para a Educação Básica, bem como nos referenciais e parâmetros
curriculares nacionais, para atendimento, em caráter transitório, a alunos que
apresentem dificuldades acentuadas de aprendizagem ou condições de comunicação
e sinalização diferenciadas dos demais alunos e demandem ajudas e apoios intensos
e contínuos.
§ 1o Nas classes especiais, o professor deve desenvolver o currículo,
mediante adaptações, e,quando necessário, atividades da vida autônoma e social no
turno inverso.
§ 2o A partir do desenvolvimento apresentado pelo aluno e das condições
para o atendimento inclusivo, a equipe pedagógica da escola e a família devem decidir
conjuntamente, com base em avaliação pedagógica, quanto ao seu retorno à classe
comum.
Art. 10. Os alunos que apresentem necessidades educacionais especiais e
requeiram atenção individualizada nas atividades da vida autônoma e social, recursos,
ajudas e apoios intensos e contínuos, bem como adaptações curriculares tão
significativas que a escola comum não consiga prover, podem ser atendidos, em
caráter extraordinário, em escolas especiais, públicas ou privadas, atendimento esse
complementado, sempre que necessário e de maneira articulada, por serviços das
áreas de Saúde, Trabalho e Assistência Social.
§ 1º As escolas especiais, públicas e privadas, devem cumprir as
exigências legais similares às de qualquer escola quanto ao seu processo de
credenciamento e autorização de funcionamento de cursos e posterior
reconhecimento.
§ 2º Nas escolas especiais, os currículos devem ajustar-se às condições
do educando e ao disposto no Capítulo II da LDBEN.
§ 3o A partir do desenvolvimento apresentado pelo aluno, a equipe
pedagógica da escola especial e a família devem decidir conjuntamente quanto à
transferência do aluno para escola da rede regular de ensino, com base em avaliação
pedagógica e na indicação, por parte do setor responsável pela educação especial do
33
sistema de ensino, de escolas regulares em condição de realizar seu atendimento
educacional.
Art. 11. Recomenda-se às escolas e aos sistemas de ensino a constituição
de parcerias com instituições de ensino superior para a realização de pesquisas e
estudos de caso relativos ao processo de ensino e aprendizagem de alunos com
necessidades educacionais especiais, visando ao aperfeiçoamento desse processo
educativo.
Art. 12. Os sistemas de ensino, nos termos da Lei 10.098/2000 e da Lei
10.172/2001, devem assegurar a acessibilidade aos alunos que apresentem
necessidades educacionais especiais, mediante a eliminação de barreiras
arquitetônicas urbanísticas, na edificação – incluindo instalações, equipamentos e
mobiliário – e nos transportes escolares, bem como de barreiras nas comunicações,
provendo as escolas dos recursos humanos e materiais necessários.
§ 1 o Para atender aos padrões mínimos estabelecidos com respeito à
acessibilidade, deve ser realizada a adaptação das escolas existentes e condicionada
a autorização de construção e funcionamento de novas escolas ao preenchimento dos
requisitos de infra-estrutura definidos.
§ 2o Deve ser assegurada, no processo educativo de alunos que
apresentam dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais
educandos, a acessibilidade aos conteúdos curriculares, mediante a utilização de
linguagens e códigos aplicáveis, como o sistema Braille e a língua de sinais, sem
prejuízo do aprendizado da língua portuguesa, facultando-lhes e às suas famílias a
opção 4 pela abordagem pedagógica que julgarem adequada, ouvidos os profissionais
especializados em cada caso.
Art. 13. Os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas
de saúde, devem organizar o atendimento educacional especializado a alunos
impossibilitados de freqüentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique
internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em
domicílio.
§ 1o As classes hospitalares e o atendimento em ambiente domiciliar
devem dar continuidade ao processo de desenvolvimento e ao processo de
aprendizagem de alunos matriculados em escolas da Educação Básica, contribuindo
34
para seu retorno e reintegração ao grupo escolar, e desenvolver currículo flexibilizado
com crianças, jovens e adultos não matriculados no sistema educacional local,
facilitando seu posterior acesso à escola regular.
§ 2o Nos casos de que trata este Artigo, a certificação de freqüência deve
ser realizada com base no relatório elaborado pelo professor especializado que atende
o aluno.
Art. 14. Os sistemas públicos de ensino serão responsáveis pela
identificação, análise, avaliação da qualidade e da idoneidade, bem como pelo
credenciamento de escolas ou serviços, públicos ou privados, com os quais
estabelecerão convênios ou parcerias para garantir o atendimento às necessidades
educacionais especiais de seus alunos, observados os princípios da educação
inclusiva.
Art. 15. A organização e a operacionalização dos currículos escolares são
de competência e responsabilidade dos estabelecimentos de ensino, devendo constar
de seus projetos pedagógicos as disposições necessárias para o atendimento às
necessidades educacionais especiais de alunos, respeitadas, além das diretrizes
curriculares nacionais de todas as etapas e modalidades da Educação Básica, as
normas dos respectivos sistemas de ensino.
Art. 16. É facultado às instituições de ensino, esgotadas as possibilidades
pontuadas nos Artigos 24 e 26 da LDBEN, viabilizar ao aluno com grave deficiência
mental ou múltipla, que não apresentar resultados de escolarização previstos no Inciso
I do Artigo 32 da mesma Lei, terminalidade específica do ensino fundamental, por
meio da certificação de conclusão de escolaridade, com histórico escolar que
apresente, de forma descritiva, as competências desenvolvidas pelo educando, bem
como oencaminhamento devido para a educação de jovens e adultos e para a
educação profissional.
Art. 17. Em consonância com os princípios da educação inclusiva, as
escolas das redes regulares de educação profissional, públicas e privadas, devem
atender alunos que apresentem necessidades educacionais especiais, mediante a
promoção das condições de acessibilidade, a capacitação de recursos humanos, a
flexibilização e adaptação do currículo e o encaminhamento para o trabalho, contando,
35
para tal, com a colaboração do setor responsável pela educação especial do
respectivo sistema de ensino.
§ 1o As escolas de educação profissional podem realizar parcerias com
escolas especiais, públicas ou privadas, tanto para construir competências
necessárias à inclusão de alunos em seus cursos quanto para prestar assistência
técnica e convalidar cursos profissionalizantes realizados por essas escolas especiais.
§ 2o As escolas das redes de educação profissional podem avaliar e
certificar competências laborais de pessoas com necessidades especiais não
matriculadas em seus cursos, encaminhando-as, a partir desses procedimentos, para
o mundo do trabalho.
Art. 18. Cabe aos sistemas de ensino estabelecer normas para o
funcionamento de suas escolas, a fim de que essas tenham as suficientes condições
para elaborar seu projeto pedagógico e possam contar com professores capacitados e
especializados, conforme previsto no Artigo 59 da LDBEN e com base nas Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Formação de Docentes da Educação Infantil e dos Anos
Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na modalidade Normal, e nas
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação
Básica, em nível superior, curso de licenciatura de graduação plena.5
§ 1º São considerados professores capacitados para atuar em classes
comuns com alunos que apresentam necessidades educacionais especiais aqueles
que comprovem que, em sua formação, de nível médio ou superior, foram incluídos
conteúdos sobre educação especial adequados ao desenvolvimento de competências
e valores para:
I – perceber as necessidades educacionais especiais dos alunos e
valorizar a educação inclusiva;
II - flexibilizar a ação pedagógica nas diferentes áreas de conhecimento de
modo adequado às necessidades especiais de aprendizagem;
III - avaliar continuamente a eficácia do processo educativo para o
atendimento de necessidades educacionais especiais;
36
IV - atuar em equipe, inclusive com professores especializados em
educação especial.
§ 2º São considerados professores especializados em educação especial
aqueles que desenvolveram competências para identificar as necessidades
educacionais especiais para definir, implementar, liderar e apoiar a implementação de
estratégias de flexibilização, adaptação curricular, procedimentos didáticos
pedagógicos e práticas alternativas, adequados ao atendimentos das mesmas, bem
como trabalhar em equipe, assistindo o professor de classe comum nas práticas que
são necessárias para promover a inclusão dos alunos com necessidades educacionais
especiais.
§ 3º Os professores especializados em educação especial deverão
comprovar:
I - formação em cursos de licenciatura em educação especial ou em uma
de suas áreas,preferencialmente de modo concomitante e associado à licenciatura
para educação infantil ou para os anos iniciais do ensino fundamental;
II - complementação de estudos ou pós-graduação em áreas específicas
da educação especial, posterior à licenciatura nas diferentes áreas de conhecimento,
para atuação nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio;
§ 4º Aos professores que já estão exercendo o magistério devem ser
oferecidas oportunidades de formação continuada, inclusive em nível de
especialização, pelas instâncias educacionais da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.
Art. 19. As diretrizes curriculares nacionais de todas as etapas e
modalidades da Educação Básica estendem-se para a educação especial, assim
como estas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial estendem-se para todas as
etapas e modalidades da Educação Básica.
Art. 20. No processo de implantação destas Diretrizes pelos sistemas de
ensino, caberá às instâncias educacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, em regime de colaboração, o estabelecimento de referenciais, normas
complementares e políticas educacionais.
37
Art. 21. A implementação das presentes Diretrizes Nacionais para a
Educação Especial naEducação Básica será obrigatória a partir de 2002, sendo
facultativa no período de transiçãocompreendido entre a publicação desta Resolução e
o dia 31 de dezembro de 2001.
Art. 22. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação e revoga
as disposições em contrário.
FRANCISCO APARECIDO CORDÃO
Presidente da Câmara de Educação Básica
ANEXO 2
REPORTAGENS
38
39
ANEXO 3
40
Entrevistas
Perguntas sugeridas a responsáveis, professores, pedagogos , coordenadores
e diretores no que se refere a inclusão.
Nome: Waldo Humberto Mancilla bahamonde
Idade: 57 años
Instituição onde trabalha: trabajo por mi cuenta haciendo clases de español.
Localização: Florianópolis/Santa Catarina
Função e tempo de trabalho: dueño, vendedor, director, professor, etc.
Microemprendedor Individual
CNPJ: 13.962.016/0001-27
1) O que vem a ser na sua concepção , um aluno de inclusão? Es aquel al que la sociedad debe darle las oportunidades
necesarias como a todo ciudadano.
2) Uma vez incluso em uma determinada instituição, como deveria agir este aluno?
Creo que más importante es como el resto de las personas van a
actuar respecto de esta persona.
3) O aluno tido como de inclusão, terá as mesmas oportunidades que um aluno inserido no mesmo espaço de uma maneira dita “comum”?
Claro, de rodas maneras, guardando las debidas formas, debe ser
tratado como uno más, como forma de inclusión total.
4) Os professores estão aptos a receberem e desenvolverem estes alunos inclusos? De que maneira?
No creo que los profesores estén preparados para siquiera tratar
con este tipo de alumnos.
5) Como a escola deve agir quando um aluno de inclusão se sente excluído? Creo que el problema se debe solucionar antes, pues es muy difícil tanto
para la escuela como para el alumno enfrentar esta situación, que termina siendo más
discriminatória.
6) Os educadores e os espaços educacionais estão aptos a receberem e desenvolverem estes alunos? Justifique sua resposta
41
Pienso que no. Esa respuesta se justifica por el solo hecho de que
muchos profesores ni siquiera pueden con los alumnos considerados normales.
7) Como são tratados os alunos de inclusão na sua região? Basado em uma anedócta se saca la conclusión
Hace unos dos años llame por teléfono al lugar donde atienden a
los que tienen el síndrome de Dawn, para hacer clases gratis, pero me dijeron
que no porque ellos no iban a entender nada, con esa calidad de personas que
los atienden, no me cabe duda que les debe ser difícil entender muchas cosas.
Data: 22/07/2012
--------------------------------------------------------------------------
Nome: Jaciara de Lourdes mata de Oliveira
Idade: 38 anos -
Instituição onde trabalha:- E. E. Arquiteta de Fátima Araújo Guilhermino
Função e tempo de trabalho: Coordenadora há 1 ano/ professora há 15 anos
1) O que vem a ser na sua concepção , um aluno de inclusão? R: Todos os alunos que por algum motivo encontra-se necessitando de
apoio pedagógico específico.
2) Uma vez incluso em uma determinada instituição, como deveria agir este aluno?
R: Bom, deve agir naturalmente, interagindo e atuando de acordo
com suas possibilidades.
3) O aluno tido como de inclusão, terá as mesmas oportunidades que um aluno inserido no mesmo espaço de uma maneira dita “comum”?
R: Essa é uma situação bem relativa, a princípio deveria ter as
mesmas oportunidades. Contudo, reconhecemos os desafios da prática
docente para alguns alunos com necessidades educativas especiais graves,
como por exemplo deficiências múltiplas.
42
4) Os professores estão aptos a receberem e desenvolverem estes alunos inclusos? De que maneira?
R: Infelizmente não.
5) Como a escola deve agir quando um aluno de inclusão se sente excluído? Realizar um trabalho com todos, inclusive com o professor, no
sentido de abraçar a causa e buscar possibilidades na realização de um
trabalho coerente.
6) Os educadores e os espaços educacionais estão aptos a receberem e desenvolverem estes alunos? Justifique sua resposta.
R: Existem muitas experiências exitosas na área de educação
especial, mas infelizmente esses casos são raros, práticas que deveriam ser
regra, já que a educação é um direito de todos, segundo a nossa lei maior (
Constituição Federal 1988).
Nome: Márcia M. de oliveira
Idade : 42anos
Instituição onde trabalha: E.E.G.walfredo Gurgel
Função e tempo de trabalho: Aux. de secretaria/ 3 ANOS
1) O que vem a ser na sua concepção, um aluno de inclusão?
Um aluno que necessita de atenção especial, por não estar dentro dos
padrões considerados normais, tendo algo que o limite ou dificulte o seu
desenvolvimento.
2) - Uma vez incluso em uma determinada instituição, como deveria
agir este aluno?
Isso vai depender da forma em que está sendo incluso e a forma em que
está sendo tratado o que faz desse aluno um incluído. O odeal seria que houvesse
meios para que esse aluno pudesse se sentir bem adaptado.
3) O aluno tido como de inclusão, terá as mesmas oportunidades que
um aluno inserido no mesmo espaço de uma maneira dita “comum”?
4) Os professores estão aptos a receberem e desenvolverem estes
alunos inclusos? De que maneira?
A maioria não. Eles poderão ficar, mas para isso é necessário que haja
um apoio maior, tanto de governantes, gestores e principalmente da família que muitas
vezes se nega a aceitar que o aluno precisa de um apoio especial, achando que o
professor pode resolver tudo.
43
5 - Como a escola deve agir quando um aluno de inclusão se sente
excluído?
Em primeiro lugar deve investigar o que está causando esse sentimento.
Se tiver haver com a escola, com a família, consigo mesmo e a partir daí, tentar
solucionar da melhor forma possível.
6- Os educadores e os espaços educacionais estão aptos a receberem
e desenvolverem estes alunos? Justifique sua resposta
A maioria não. Fala-se muito em inclusão, mas na maioria das vezes o
que se observa são educadores tentando descobrir formas de lidar com esses
alunos, pois nem sempre estão preparados, orientados e até mesmo auxiliados para
essa tarefa. Às vezes levam muito tempo até descobrir uma forma de trabalhar e
ajudar no desenvolvimento do aluno. A inclusão deve existir, porém se houver uma
preparação prévia, será melhor, tanto para o incluído quanto para o professor.
7)-Como é a inclusão na sua região?
É desorganizada e despreparada, embora esteja acontecendo.
Marlene Margarida de Oliveira
44 anos
Graduanda em pedagogia
É mãe de uma menina de 7 anos.
Localização: Natal / RN
8) O que vem a ser na sua concepção , um aluno de inclusão? 9) Uma vez incluso em uma determinada instituição, como deveria agir este aluno? 10) O aluno tido como de inclusão, terá as mesmas oportunidades que um aluno
inserido no mesmo espaço de uma maneira dita “comum”? 11) Os professores estão aptos a receberem e desenvolverem estes alunos inclusos?
De que maneira? 12) Como a escola deve agir quando um aluno de inclusão se sente excluído? 13) Os educadores e os espaços educacionais estão aptos a receberem e
desenvolverem estes alunos? Justifique sua resposta 14) Como é visto o aluno de inclusão em sua região?
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1) E aquele que não tem oportunidades de aproveitar tudo que a constituição oferece a ele, pois são vítimas de um preconceito, vindo da própria sociedade corrupta, onde os interesses tomam a frente. 2) De forma positiva, onde todos os minutos deveriam ser preciosos, aproveitar todas as oportunidades e dar tudo de si, mais nunca deixar ser menosprezado por essa condição que lhe é imposto "incluso" vivemos em uma democracia que não é respeitada 100%, mas temos direito á ela. 3) Talvez, isso vai depender do amor próprio, força e coragem de cada um, para driblar as máscaras, afinal profissional hipócrita e sem caráter existe em todo o mercado de trabalho, é só não deixar que eles passem por cima e sim se ímpor na condição de eu sou, eu posso, e vou conseguir. Por tanto não é de uma maneira totalmente comum exige um pouco mais de interesse e esforço do mesmo. 4) Alguns, desde que haja uma educação continuada, preparando esses docentes a agirem de forma correta no desenvolvimento dos alunos, afinal de contas eles não vão ter uma sala separada só para eles e sim vão se juntar a outros alunos, por isso a informação é o foco mais importante e determinante nesse assunto. 5) Deve fazer reuniões com gestores, professores, Psicólogos, pais de alunos e também com um profissional do conselho tutelar, e em equipe achar a melhor solução para o problema. Que com certeza vai partir de uma conversa com as partes envolvidas, chegando a um consenso onde vão envolver respeito, amor, carinho e atenção.
6) Não, porque os espaços não são suficientes para esses desenvolvimento. O aluno da inclusão na maioria das vezes tem diferentes características que variam desde o preconceito com a cor, religião, condição financeira e dificuldades diferenciada diante da leitura. No caso da dificuldade na leitura é de extrema importância que hajam salas exclusivas para esses alunos. só assim o docente vai ter condições de desenvolver um trabalho de qualidade junto aos alunos mostrando sua capacidade. E para quem acha que essa separação continua sendo exclusão, engana-se, exclusão é fazer da inclusão uma exclusão, jogando crianças que nessessitam de ajuda dentro de uma sala de aula com outros mais adiantado sabendo que o tempo não é suficiênte para dar a atenção necessária.
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ANEXO 4
Internet
Terapia Ocupacional e Inclusão Social
Construindo a Escola Inclusiva
A escola da diversidade
Para se falar em exclusão é preciso que se vá além e se fale em excluído de onde, ou de quê, assim como falar em inclusão, implica falar em incluir onde. Neste momento vamos voltar nosso olhar para uma exclusão: a exclusão da escola, para podermos falar daquele que é nosso objetivo: a escola inclusiva. Mas porque é preciso falar de uma escola inclusiva? Porque a escola se configura em um dos espaços mais marcantes da exclusão. Trabalhando com uma lógica de homogeneidade, que parte do princípio que os iguais devem ser agrupados entre os iguais, a escola tem, sistematicamente, excluído de seu espaço todos aqueles considerados muito diferentes, principalmente aqueles que temos chamado de pessoas com diferenças significativas, pessoas cuja diferença lhes confere um lugar social específico: são as crianças com deficiências, as crianças com distúrbios globais do desenvolvimento, crianças em sofrimento psíquico. A estes a escola, historicamente, fecha suas portas, alegando que necessitam de tratamento especializado, de lugares especiais nos quais sua diferença possa ser tratada - é o que se chama de concepção médica de deficiência, tratada como doença do sujeito. Aqueles
Embora a inclusão da criança com deficiência na escola regular não seja um fato novo, principalmente em âmbito mundial, é a partir de 1994, com a publicação pela ONU da chamada Declaração de Salamanca sobre princípios, políticas e prática em educação especial, que o termo Educação Inclusiva ganha força, e coloca-se como meta dos países signatários da Declaração, inclusive o Brasil. A base do chamado paradigma de Inclusão está na crença de que a diversidade é parte da natureza humana, a diferença não é um problema, mas uma riqueza. Uma sociedade democrática é uma sociedade para todos; uma escola democrática é uma escola para todos. Inclusão é, antes de tudo, uma questão de ética. E quem ganha com a inclusão? Ganham todos. Ganham as crianças com deficiência, que têm a oportunidade de usufruir de um recurso de sua
Mas a escola inclusiva não é feita de boas intenções, é feita de ações concretas, que possibilitem a todas as crianças o aprendizado. A construção da escola inclusiva é um projeto coletivo, que passa por uma reformulação do espaço escolar como um todo, desde espaço físico, dinâmica de sala de aula, passando por currículo, formas e critérios de avaliação. É o que chamamos de Inclusão com Responsabilidade, que implica compromisso com o processo educacional por parte de todos que nele estão envolvidos: professores, pais, diretores, dirigentes, secretários de educação, comunidade etc. É preciso que se pense a formação dos educadores, que não é uma formação para a inclusão, pois não há como preparar alguém para a diversidade, mas de formação na inclusão. A formação na inclusão não fornece respostas prontas, não é uma multi-habilitação para atendimento a todas as dificuldades possíveis em sala de aula, mas é uma formação que trabalha o olhar do educador sobre seu aluno, que lhe garante o acesso ao conhecimento sobre as peculiaridades de seus alunos e que o ajuda a compreender as necessidades que esse possa ter, a entender que tipo de apoio é necessário, e onde buscá-lo. A rede de apoio, essencial para o
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que, por conta do êxito de seu processo de reabilitação ou por conta de suas habilidades e capacidades pessoais, conseguem atingir um nível de desenvolvimento considerado compatível com o que se chama normalidade, podem ser integrados à escola. Aos demais, resta, quando possível, o espaço da educação segregada. Esta é uma lógica perversa, que coloca no indivíduo a suposta culpa por sua exclusão: afinal, é ele o incapaz. Contra esta lógica, constrói-se o paradigma de Inclusão e trabalha-se a construção da escola inclusiva.
comunidade, de vivenciar a riqueza do espaço escolar, de conviver com parceiros que lhes oferecem modelos de ação e aprendizado impensáveis em uma educação segregada. Ganham também as outras crianças, que aprendem a conviver com a diversidade, aprendem a respeitar e a conviver com a diferença. Serão, certamente, adultos muito melhores, muito mais flexíveis. Ganham os educadores, que enriquecem sua formação e sua prática, pelo crescimento que o desafio de educar a todos lhes proporciona. Ganham as famílias, que passam a ver seu filho como um cidadão que tem direito de partilhar dos recursos de sua comunidade. Ganha, em última instância, a comunidade como um todo, que se torna um espaço mais democrático, que entende que todos os seus membros são igualmente dignos.
êxito da escola inclusiva, não se confunde com a clínica, embora a inclua; é uma rede dinâmica, construída a partir das necessidades do cotidiano escolar, e que envolve várias instâncias sociais inclusivas. Assim, para alguns, a rede de apoio pode ser a equipe de reabilitação, para outros, pode ser a equipe escolar, ou os espaços de lazer da comunidade, ou um recurso de convivência social, ou a escola vizinha. Compreender a dinamicidade da rede de apoio é compreender que a sociedade como um todo deve ser inclusiva, e deve partilhar das necessidades que envolvem a construção da escola inclusiva. (Celina Bartalotti, 2001)
Na sociedade inclusiva não somos todos iguais, mas celebramos nossas diferenças!