o brasil dos excluídos by dr. peres

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Autor: Dr. Peres ® Todos os Direitos Reservados

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... Não transpassar-se-ão os tópicos abordados neste livro, sem o leitor envolver-se num sentimento solidário voltado para os assuntos de puro interesse nacional e de sutileza humanitária, levando-se em conta que o autor procura mostrar para os próprios brasileiros de boa vontade, todos os temas que estão vinculados à nossa consciência cívica como povo brasileiro e, que tocam no âmago da nossa alma divina, quando encarados pelo ponto de vista espiritual. Pois, somos sabedores de que, a materialidade é simplesmente efêmera; por que então neste sentido, as pessoas – e especialmente nossos irmãos brasileiros – são privados desses bens materiais passageiros? Segundo observa-se nas verdades narradas pelo autor, quanto à precariedade de meios materiais do povo brasileiro, para manter a melhoria de suas vidas, é imperioso que lhe seja facultada a mínima felicidade que o ser humano busca neste Planeta de provas e expiações ...

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O BRASIL

DOS EXCLUÍDOS

AUTOR: DR.PERES

(Venceslau Peres de Sousa)

Page 4: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

Editora: Líder Empresarial Ltda.

Rio de Janeiro / RJ

Brasil, 2015

Page 5: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

PREFÁCIO

Não transpassar-se-ão os tópicos abordados

neste livro, sem o leitor envolver-se num sentimento

solidário voltado para os assuntos de puro interesse

nacional e de sutileza humanitária, levando-se em conta

que o autor procura mostrar para os próprios brasileiros de

boa vontade, todos os temas que estão vinculados à nossa

consciência cívica como povo brasileiro e, que tocam no

âmago da nossa alma divina, quando encarados pelo ponto

de vista espiritual. Pois, somos sabedores de que, a

materialidade é simplesmente efêmera; por que então

neste sentido, as pessoas – e especialmente nossos

irmãos brasileiros – são privados desses bens materiais

passageiros? Segundo observa-se nas verdades narradas

pelo autor, quanto à precariedade de meios materiais do

povo brasileiro, para manter a melhoria de suas vidas, é

imperioso que lhe seja facultada a mínima felicidade que o

ser humano busca neste Planeta de provas e expiações

Conforme abstrai-se deste livro, todos os fatos

foram narrados com plena clareza, que expõem

incontestáveis verdades que o autor sustenta com sua

simplicidade e humildade, e os mostra de forma direta,

franca, límpida e despojada de adornos retóricos, como

tema destituído do jargão tecnicista; constituindo-se numa

experiência nova. “O Brasil dos Excluídos,” foi inspirado

pelo autor num sentido de penetração no fundo da

realidade da massa populacional brasileira; esmiuçando-se

meandros da estrutura política, econômica e social do

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estado, chamando a atenção da sociedade brasileira no

sentido de fazer uma auto crítica, a fim perceber as

injustiças sociais, modernizar-se e igualmente humanizar-

se; será necessário praticar a remoção de todos os seus

entulhos de concepções obsoletas, conceitos

inadequados, visando adaptar-se à realidade global do

presente. “O Brasil dos Excluídos, “apresenta-se como

uma obra sem compromissos ideológicos e, isenta

politicamente. Seu autor fez questão de não pregar

proselitismo de esquerda ou de direita ou de outras

posições, porque não está a serviço de quaisquer

tendências partidárias ou religiosas. Seu único

compromisso é com a verdade. Ainda que ela não agrade

a muitos, a sua espontaneidade demonstrada na narração

dos fatos que dispõe diante do leitor, porque eles trarão

elementos para formar um justo juízo de valores; pois, o

leitor, ganhará a oportunidade de refletir sobre as coisas do

Brasil – inclusive quanto à sua gente sofrida e honesta.

“O Brasil dos Excluídos,” retrata a profundidade

dos problemas específicos da Nação Brasileira. Embora,

confinado aos limites geográficos das fronteiras nacionais,

o autor traçou sua enquete com fatos acolhidos, dados

alinhados, fenômenos analisados com precisão de

abrangência, mesmo sendo de âmbito nacional, porém,

estendem-se a quase todo o mundo. Portanto,

transcendentes às fronteiras do Brasil mas, pertinentes aos

seus problemas. Principalmente por tratar-se do atual

mundo globalizado. Nele, incluem-se todos os países que

possuem sua política de economia de mercado vinculada

a outros, na importação e exportação dos seus produtos.

Como exemplo disso citamos o que aconteceu com a então

gigantesca prosperidade que proporcionou a reconstrução

da União Europeia; que, embora no momento passe por

Page 7: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

dificuldades, porém, triunfou na época, com a formação do

Mercado Comum Europeu, que transformou os interesses

privados em eficiência máxima, quando agregaram-se

então, aos investimentos locais, desemperrando estruturas

empresariais, e as transformou na ocasião, naquela

Europa poderosa, antes da sua atual derrocada.

“O Brasil dos Excluídos”, não deixará de causar

impacto na consciência de cada cidadão brasileiro, que

fica, desde já, convidado a militar e repensar sobre a vida

político-social brasileira, que gravita em nível de

preconceitos inteiramente fossilizados com relação a uma

justa distribuição de rendas – diminuindo sua concentração

nas mãos de poucos, em detrimento de muitos brasileiros

– porque ainda vemos na atitude de cada brasileiro

próspero, a sua despreocupação para com o estado de

pobreza e miséria que atinge grande parte da população

brasileira; impondo-nos um quadro desolador do ponto de

vista social e moral, diante de um País rico em recursos

naturais que poderia evitar tanto vexame suportado

amargamente, pela Nação Brasileira. Situação está,

sobejamente abordado e analisada pelo autor, que está

bem estruturado nas suas críticas e comentários, cuja sua

visão de jornalista experimentado, na qualidade de editor e

idealizador da Revista Líder e do Jornal O Líder

Empresarial, analisa os fatos, fundamentando-se em farta

experiência jurídica e pedagógica, como também

profissional destas áreas.

Os diversos assuntos que o autor descreveu neste

livro, não o fez tangido pelo ímpeto de lamúrias, e não vê o

Page 8: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

futuro do País comprometido com a derrota de tantos

governantes seus, que vacilaram e demonstraram pouca

capacidade administrativa. Muito ao contrário: o autor

encara as dificuldades pelas quais passou e passa o Brasil,

como um toque de alerta para todos os cidadãos brasileiros

que desejam pertencer a um Brasil forte, consolidado em

justiça social, combatente na extirpação do baixo nível de

ensino e saúde pública, rigoroso na extinção do

vergonhoso analfabetismo, vencedor no aniquilamento da

fome e da miséria, severo no combate à corrupção, que

fazem o povo sofrer e, envergonhar-se na qualidade

cidadãos brasileiros perante o mundo. Pois, não nos basta

sermos o País do futebol e do carnaval, porque somos

muito mais que isso! Os tempos são outros, a velocidade

dos progressos tecnológicos e científicos ante a poderosa

inteligência humana, multiplicam-se e, dinamizam-se pela

cibernética: os computadores, as redes sócias através da

internet, e de outras tecnologias avançadas; propiciando a

bilhões de pessoas a interagirem-se nas redes de

comunicação em suas diversas modalidades. A produção

industrial, comercial e a prestação de serviços, multiplicou-

se por milhões de vezes, favorecendo a todas as

coletividades. Por conseguinte, não mais permite-se a

ninguém isolar-se da prosperidade legada à Terra. As

pesquisas científicas de alto nível, representam

instrumentos úteis e bastante suficientes para perceber-se

a enormidade das transformações que se farão

necessárias para nos colocar na medida exata do

enfrentamento dos desafios dos nossos tempos. O autor

alerta em diversos capítulos deste livro, quanto ao prejuízo

que o Brasil sofrerá e sobre a lesão aos interesses dos

seus compatriotas, se não erguer e brandir-se com

coragem, a forte vontade de arrancar da sua prosperidade,

Page 9: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

o fosso que impede a participação de todos os brasileiros,

no alcance das riquezas nacionais. E isso, o autor frisa com

muita ênfase, nos diversos temas deste livro. A lacuna

existente e, que nos separa do desenvolvimento mundial,

estabelece este abismo que deve ser transposto antes de

tudo! Porque ainda estamos longe, e muito distanciados da

esteira do progresso das nações adiantadas; precisamos

percorrer a estrada da expansão econômica, abdicando-

nos das nossas estruturas enferrujadas, arcaicas, que nos

tolhem a vontade de progredir.

A viabilidade e a concentricidade da prosperidade

da economia dependem da força propulsora da expansão

permanente de cada nação. O nosso Brasil ocupa a sétima

posição na economia mundial. Por que não melhorarmos

nossa posição cada vez mais? Segundo entendem as

pessoas especializadas no assunto, a fronteira entre a

viabilidade e a estagnação, está no tamanho da taxa de

crescimento ao ano; que significa o progresso de qualquer

economia. Dentro dessa visão, é que visualiza-se uma

economia em expansão, com o indispensável

desenvolvimento sustentável; crescente e, não

estagnando. Eis a receita que, uma nação terá que

exercitar com vontade própria, sem a intervenção do FMI

da vida!

Observa-se que a conclusão do autor, não mostra

desalento; apresenta como desafio e alerta, o tempo de

agir e enfrentar as tantas vicissitudes que são peculiares

em qualquer enfrentamento de natureza socioeconômico;

que corresponde à vertente da questão abordada neste

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livro. As injunções suscitadas, são de caráter nacional

abrangente, os problemas e as mazelas nacionais são

atinentes ao povo brasileiro como um todo. A importância

que o autor destaca neste livro, consiste no diagnóstico da

situação presente. Sua finalidade é a de acordar o Brasil

para o mundo da realidade social e, não deixar permitir-se

que o País e a Nação, mantenham-se na “realidade” do “faz

de conta social,” diante dos olhos vorazes do mundo, que

nos veem com reservas. Somente assim, é que teremos a

possibilidade de atingir nosso desenvolvimento sustentável

merecido, com todos os benefícios da ciência e da

tecnologia, explorados ao máximo, para nos assegurarem

melhores condições de vida, por meio do pleno domínio

das forças do nosso intelecto e da Natureza; alcançando

nosso aprimoramento pleno para o trabalho, gozo da

prosperidade e bem-estar social, por sermos humano e

criaturas de Deus.

Marcelo Peres de Sousa.

Maria Rita Rodrigues Peres.

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Sumário

INTRODUÇÃO ................................................................ 14

CAPÍTULO I - EXODO RURAL.................................... 15

CAPÍTULO II - FAMÍLIA DO CONDENADO ............. 18

CAPÍTULO III - EXCLUSÃO DO NEGRO DA

SOCIEDADE .................................................................... 22

CAPÍTULO IV - OS EXCLUÍDOS ................................ 24

CAPÍTULO V - INSTRUÇÃO DO NEGRO .................. 27

CAPÍTULO VI - CONCENTRAÇÃO DE RENDAS ..... 31

CAPÍTULO VII - DESEMPREGADO E SEM

MORADIA ....................................................................... 34

CAPÍTULO VIII - AGIOTAGEM .................................. 41

CAPÍTULO IX - PEQUENOS AGRICULTORES ......... 43

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CAPÍTULO X - GOVERNOS SÃO TRANSITÓRIOS . 48

CAPÍTULO XI - POBRE E NEGRO BRASILEIROS ... 51

CAPÍTULO XII - COTIDIANO NA VIDA SOCIAL DO

NEGRO ............................................................................. 57

CAPÍTULO XIII - CRIANÇAS E ADOLESCENTES ... 62

CAPÍTULO XIX - VELHICE ABANDONADA ........... 64

CAPÍTULO XX - MAZELAS DA PREVIDÊNCIA

SOCIAL ............................................................................ 65

CAPÍTULO XXI - EXCLUÍDOS DO DIREITO DE

MORAR ............................................................................ 70

CAPÍTULO XXII - FLAGELO DO SANEAMENTO

SANITÁRIO BÁSICO ..................................................... 73

CAPÍTULO XXIII - DRAMA DO ANALFABETO ....... 76

CAPÍTULO XXIII - ANALFABETO ELEITOR ............ 77

CAPÍTULO XXIV - COMPORTAMENTO DA PESSOA

DOENTE .......................................................................... 78

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CAPÍTULO XXIV - BUROCRACIA NA ADOÇÃO DE

CRIANÇAS E ADOLESCENTES ................................... 86

CONCLUSÃO .................................................................. 88

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................. 90

Page 14: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

14

INTRODUÇÃO

O Brasil, situa-se sobre 8.515.767,049km2,

que correspondem ao seu território. Em 1968, tinha a

população de 90.193.000 de habitantes. Atualmente

tem cerca de 202 000 000 de habitantes. No ranking

da economia mundial, ocupa a sétima posição.

Segundo a estatística do Banco Mundial, de 03-04-

2014. Possui o Rio Amazonas, o mais caudaloso do

mundo e, a Floreta Amazônica, a maior floresta

tropical do mundo. Possui a Petrobrás, a lª estatal no

ranking brasileiro e a 4ª multinacional de capital

aberto, na produção de petróleo. Possui a Vale S. A.

(antiga Vale do Rio Doce) atual empresa privada; a 1ª

no ranking do Brasil e a 2ª mineradora no ranking

mundial; perdendo apenas para a Austrália. O Brasil é

o maior produtor de café do mundo. É o 2º maior

produtor de soja do mundo. É o 3º maior produtor de

milho do mundo. É o 3º maior produtor de algodão do

mundo. É o 5º maior produtor de cacau do mundo. É

o 2º maior produtor de etanol do mundo. É o 7º maior

fabricante de automóvel do mundo. É o 13º maior

produtor de petróleo do mundo. Possui o maior

rebanho bovino do mundo e, 4º maior rebanho suíno

do mundo. É o maior exportador de carne de frango e,

2º maior produtor de frango do mundo. A sua etnia,

assim apresenta-se: 38% de indivíduos brancos; 20%

de mestiços; 40% de negros e 2% de amarelos.

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

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CAPÍTULO I -

EXODO RURAL

Embora o Brasil apareça no cenário

mundial com o seu potencial de riquezas naturais,

ainda amarga com cerca de cinquenta milhões de

brasileiros marejados na linha da pobreza; há pouco,

tendo saído da linha da miséria, onde permaneceu

durante muito tempo. A população rural do Brasil em

1960, habitava a metade do território nacional. No

entanto, atualmente, o campo é ocupado por apenas

cerca de 10% de brasileiros. A população agrícola

produz mais de 200 milhões de toneladas de grãos,

anualmente. O rebanho bovino brasileiro é o maior do

mundo. O Brasil ocupa o sétimo lugar na economia

mundial. Já ocupou a décima segunda posição. O

povo tem um alto percentual de pessoas analfabetas,

cerca doze milhões e novecentos mil, segundo

estatística do IBGE, de 18-09-2014. O analfabetismo

do Brasil ainda ocupa o deplorável 8º lugar no ranking

mundial; atinge a 38% das pessoas analfabetas da

América Latina. Embora tenhamos que ressaltar que,

a ONU mede o grau de instrução das pessoas, pela

sua capacidade de escreverem e ler o que

escreveram. Portanto, só nesse critério, a

Organização das Nações Unidas admite que a pessoa

esteja alfabetizada. O que não é o nosso caso. Porque

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certamente, o IBGE não deve ter aplicado o referido

critério da ONU, nas suas pesquisas. Por conseguinte,

estamos diante de maior número de pessoas

brasileiras analfabetas; infelizmente! No que tange à

população que achava-se na linha da miséria,

segundo dados da ONU, na atualidade não mais

existe.

A educação a saúde públicas do povo

brasileiro, permanecem por conta do poder público,

que mantém a Nação envergonhada com o alto

índice de analfabetismo e, com a deplorável

mortandade infantil; esta, é reconhecida pela ONU,

que coloca o Brasil na 97ª posição do ranking mundial,

como País onde ainda morrem crianças de até um ano

de idade, por falta de traimento de saúde. Os serviços

de saúde pública, são escassos e ineficazes. Não

obstante, a Constituição Federal garantir que a saúde

e o ensino públicos, sejam de boa qualidade, e

igualmente eficazes. Porém, o povo carece de

políticas eficientes para o traimento de sua saúde e

para o seu ensino público de boa qualidade!

Na ausência de todos os ingredientes

acima referidos, a miséria assume o seu papel sobre

a sorte das pessoas carentes, tornando-as reféns das

mais cruéis condições de vida, impostas ao ser

humano! Daí, impera a criminalidade, a doença, a falta

de moradia, o desemprego, enfim, a desesperança, a

perda de confiança nas pessoas comuns, o descrédito

nas instituições públicas, e consequentemente, não

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

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mais têm confiança nas autoridades públicas e, quiçá

perderão a fé até em DEUS!!!

O êxodo rural acentua-se cada vez mais.

Tangidos pela inexistência de uma política de reforma

agrária honesta e séria, os habitantes das regiões

rurais debandam para as grandes metrópoles,

inchando-as nas suas periferias; que são precárias de

habitação, e de saneamentos sanitários básicos; são

carentes de atendimentos hospitalares, e de serviços

escolares básicos, de transportes coletivos dignos.

Que transformam as suas vidas num caos, que sufoca

as pessoas debilitadas e sem instrução suficiente, em

condições desumanas! Ainda agravadas pelo

desemprego e pelos demais fatores negativos que as

levam à pobreza extrema; lhes fazendo perder o rumo,

empurrando-lhes para o desespero fatal; ensejando o

estopim da ausência de paz, ausência de perspectiva

de vida, lastimável falta de esperança, descrença nos

homens públicos e nas instituições públicas. Por tudo

isso, muitos são conduzidos ao caminho do crime, que

tanto prejudicará às pessoas desesperadas,

excluídas, portanto, do interesse da sociedade;

ficando pois, consequentemente, desamparadas pelo

Estado Democrático de Direito.

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CAPÍTULO II -

FAMÍLIA DO CONDENADO

Reportar-nos-emos sobre a exclusão

rediviva, de determinados segmentos sociais. Pois, a

criminalidade torna-se inevitável se não houver por

parte do poder público, a implantação de uma

educação eficaz, assegurada pela Constituição. A

educação é a base fundamental para a orientação do

ser humano. Não adianta o poder público esforçar-

se para construir mais cadeias, se antes não

empenhar-se com afinco, na construção de mais

escolas!...Porque, a construção de mais presídios

torna espantosa a estatística publicada pelo

Conselho Nacional de Justiça, conforme a seguir

enumeraremos: o Brasil ocupa a lamentável 4ª

posição no ranking mundial, com 563 mil brasileiros

condenados criminalmente; deles, 206 mil estão

encarcerados em prisões imundas e superlotadas em

condições desumanas! cuja situação provou o referido

Conselho a prevê a elevação da quantidade de vagas

carcerárias, para 600 mil. Ora, o encarceramento visa

punir e não educar; pois, não convence a ninguém, o

pretexto da ressocialização do preso, como

estabelece o espírito da lei. Porque as regras

estabelecidas na Lei de Execuções Penais, neste

mister, não são aplicadas pela administração

penitenciária. Porquanto, se o estado não é capaz de

instruir através das escolas, muito menos será capaz

de ressocializar através da punição carcerária!

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

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Portanto, o poder público com suas prisões

superlotadas, sequer poderá conter e acomodar os

presos que mantém sob sua custódia. Daí, muito

menos poderá ressocializá-los, como determina a lei.

É tudo, um “faz de conta,” que não levará a nada,

simplesmente, criando ilusões! ...

O sistema prisional pune o preso mas, pune

igualmente, os seus familiares; o faz de forma cruel!

Pois, eles não cometeram crime. A prática mais

dolorosa, é a das revistas desumanas, mormente

quando elas são efetuadas em pessoas do sexo

feminino. Outra prática que é igualmente desumana,

ocorre junto à sociedade hipócrita, que pune os

familiares dos presos, com seu deplorável

preconceito! Porque cria prevenção contra essas

famílias. É uma atitude lamentável. Pois, enquanto

seu parente apenado cumpre sua pena na cadeia,

seus familiares cumprem e sofrem o estigma dos

preconceitos sociais e as restrições naturais da

sociedade, que é voltada para o egoísmo e para as

atitudes desumanos! Por outro lado, existe a

discriminação parental: que ocorre no seio da família

do detento ou ex-detento; há aqueles parentes que

sentem-se envergonhados e cheios de preconceitos

sobre seu parente detento ou ex-detento;

estabelecem contra ele, imensa barreira contra a

solidariedade; fato este, que o inibe de recompor-se

dos traumas contraídos na prisão. Por isso, entra em

depressão, ante seu estado de humilhação natural

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que lhe coroe e assalta os sentimentos, como pessoa

humano.

Visando atingir o infrator, a sociedade fere

indiretamente, sua família e, quiçá, sua geração

inteira! Porque o castigo do culpado está codificado

na lei dos homens. No entanto, o castigo imposto pela

sociedade à sua família não está consignado nas leis

civis; impregna-se na lei moral. A sociedade, que não

sofreu na sua pele, esse tipo de desgraça, não será

capaz de avaliar a desgraça alheia. E sequer, será

capaz de avaliar a imundícia que impera nas prisões

brasileiras! ...

Para que tenha-se uma ideia sobre uma

pessoa que passou pelo castigo social, ela nunca

mais será como antes da sua condenação! É um dos

motivos de quem não foi reintegrado à sociedade, que

levarão o indivíduo de volta à prática de novo crime;

pois, o descumprimento da Lei de Execuções Penais,

é responsável pela ausência da ressocialização do

detento. Porque a mencionada lei determina que o

preso seja tratado como pessoa humana. E essa

condição propicia à ressocialização do preso.

Por sua vez, pesa ainda sobre o tormento

do preso, a constante atitude que verifica-se nessa

situação; de a esposa ou companheira do detento,

que não for altamente abnegada, não manter a união

matrimonial; e vice e versa. Por outro lado, seus

parentes são discriminados de forma cruel, tanto nas

escolas, quanto no trabalho e, noutros adjuntos

sociais. Tudo isso, acontecerá por conta do castigo

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

21

que a sociedade impôs ao condenado, sem ter ideia

do mal social que causa à família do apenado! Ela não

procurar inteirar-se das condições desumanas, que

representam as prisões do País: imundícia, a carência

de espaços físicos, o convívio entre presos de

diferentes níveis sociais. Os países chamados de

primeiro mundo, não concedem ao Brasil, a extradição

dos seus respectivos cidadãos que tenham dupla

nacionalidade, alegando a ausência de condição

humana, nas vergonhosas e cruéis prisões do Brasil.

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CAPÍTULO III -

EXCLUSÃO DO NEGRO DA SOCIEDADE

Os cidadãos negros, por mais que as

pessoas puritanas afirmem que não são racistas, na

prática, ninguém prova que não o é totalmente...Eis

que, observa-se este fato, claramente, através das

uniões matrimoniais; porque é raro conhecer-se um

casal, cujo um dos cônjuges, seja negro e outro

branco. Esta é a absoluta prova da existência do

racismo! Vê-se ainda, até certo ponto, o racismo

relativo, na aceitação do convívio do branco com o

negro. Todavia, o branco acha-se travestido de não

racista. É o que chamamos de racismo relativo. É

óbvio e natural que, pessoas brancas e negras

relacionem-se, social e comercialmente, nos esportes,

no emprego, etc. Contudo, na hora da união conjugal,

a coisa muda de figura. Em muitos casos, a união

conjugal deixa de acontecer porque na hipótese de

uma pessoa branca decidir unir-se maritalmente, a

outra pessoa negra, não o faz, temendo as censuras

ou críticas de pessoas da raça branca, principalmente,

dos parentes da pessoa branca. O negro ainda é

muito discriminado em nosso País. É uma dívida muito

grave, que o Brasil então escravista, contraiu e ainda

mantém para com a raça negra. O negro que compõe

cerca de 40% (quarenta por cento) da população

brasileira e que, originou-se de cerca oito milhões de

escravos vindos da África, sofre, sem sombra de

dúvida, com as enormes restrições sociais; elas

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

23

assumem dimensões muito mais graves, quando

tornam-se discriminações ostensivas! Embora a

legislação puna, quanto maior for a importância da

posição social e profissional que a pessoa negra

ocupe, a discriminação será maior. Vejamos, pois, no

caso do oficialato militar, na magistratura, no

tabelionato, no profissionalismo – notadamente - no

magistério e, até na política! ...

Quanto ao acesso a certas profissões,

nota-se menor quantidade de negros; fato, que não

deve-se tão-somente ao menor percentual

populacional do negro na densidade demográfica

brasileira. O racismo disfarçado está intrinsecamente

presente.

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CAPÍTULO IV -

OS EXCLUÍDOS

O cidadão agredido no seu âmago, pelos

motivos supracitados, se não tiver força moral e

espiritual suficientes, cede ao deslize social, ou seja,

transgrede a lei por não conseguir suplantar o estado

de pobreza ou miséria em que achar-se; razão pela

qual, inevitavelmente, ofende as regras sociais e terá

que pagar pelo chamado desvio de conduta social. Ele

será processado e condenado pela sociedade, sob o

pretexto de corrigi-lo para reintegrá-lo ao convívio

social. Só que, a dita sociedade hipócrita, trancafia o

condenado numa cadeia desumana, inadequada a

qualquer tipo de regeneração moral, mas, é propícia à

perversão social! Porque o preso, mesmo que não

tenha tendência criminosa, adquire no convívio com

presos perigosos. Ainda que seja contra a sua

vontade, mas terá que enfrentar e cumprir ordens dos

parceiros de prisão, sob pena de não fazendo, correr

risco de vida. Muitas vezes, tratam-se de pessoas

inocentemente, condenadas, segundo tem-se

constatado. No entanto, elas irão para a cadeia

pública, precária e, desumana, mantida pelo estado

representante da sociedade, a pretexto da possível

recuperação dos presos, com sua pseud.

ressocialização. Quando tratar-se de alguém que

tenha cometido um crime leve, impulsionado pelas

circunstâncias acima narradas, e não possuía índole

criminosa, mas será colocado junto com criminosos de

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

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tendência perversa e malfazeja; que certamente, são

irrecuperáveis, porém, ficarão juntos. O que dificultará

a ressocializar do novo preso; contudo, essa situação

vem contribuir nocivamente, para o agravamento

comportamental do novo preso, porque será mantido

em contato permanente com os presos que

persistem na senda do crime, e de quem receberá

ordens para cometer outros crimes, sob pena de

não obedecê-las, correr risco de vida dentro da própria

prisão.

Por outro lado, quando cumprir sua pena,

o preso que deveria ter saído regenerado do castigo

social não conseguirá, carregará o estorvo do

preconceito, o qual não pôde corrigir na prisão, porque

não é seu; conta ainda, com o trauma das dificuldades

enfrentadas na prisão! Pois, na cadeia era detento e

na liberdade será um marginal perante a sociedade,

porque não lhe proporcionará meios para conseguir

emprego. Muitíssimo Pelo contrário: continuará sendo

estigmatizado pelos seus perversos preconceitos! O

egresso ainda terá que enfrentar e suportar o

preconceito parental, que lhe estabelece barreira à

solidariedade e à caridade; porque não desejam ser

vistos como parentes de um ex-presidiário! ...

Fatalmente, é natural que esta pessoa não

veja boas perspectivas de vida e, provavelmente volte

a cometer novo crime e novamente irá para a prisão,

com a gravidade da reincidência, que lhe agravará a

nova pena!

Page 26: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

26

Contudo, se na melhor das hipóteses, o

egresso resolver estabelecer nova vida, e integrar-se

à sociedade, enfrentará a barreira da dificuldade para

a consecução de um emprego. Porque é impossível

apresentar referência; o que constitui lhe o primeiro

embaraço. É óbvio que, tendo saído da prisão não

teve emprego anterior para informar como fonte de

referência; portanto, não conseguirá o emprego. Pois,

além de não ter referência, não poderá dizer ao

pretenso empregador, que é um ex-detento.

Page 27: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

27

CAPÍTULO V -

INSTRUÇÃO DO NEGRO

É sabido e notório que os objetivos

existentes nos setores produtivos e intelectuais da

sociedade, visam desenvolver os bens culturais e

científicos, que envolvem o ingresso de especialistas

nas universidades, nos centros de pesquisas, no

mundo das artes, enfim; é um acesso que os brancos

conseguem atingir com mais facilidade. Até porque,

tendo eles os recursos materiais, conseguirão estudar

mais e, alcançar melhores oportunidades. Neste

aspecto, a raça negra precisa destacar-se também e

superar as suas dificuldades de acesso a

determinados cursos e concursos públicos ou

particulares. Haja visto que, a concentração de rendas

no seio da raça negra brasileira é, deveras, escassa.

A impossibilidade econômico-financeira tem sido o

permanente marco de exclusão em todas as

circunstâncias da vida do ser humano; tal barreira

também atinge o negro; certamente, com mais

constância, na aquisição de bens patrimoniais. Isso,

muito contribuiu, para o motivo da pobreza da raça

negra!

Razão pela qual, impossibilitados pelos

difíceis meios materiais, os negros encontraram os

naturais entraves para estuda darem em melhores

colégios, em melhores faculdades. O que lhes

impedem melhores resultados em concursos

públicos ou particulares, por ocasião da apresentação

Page 28: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

28

dos currículos necessários. O que ensejará ao seu

competidor ser melhor sucedido na preferência dos

empregadores. Pois, a mencionada dificuldade

sempre existirá para chegar-se aos melhores cargos

públicos.

Este estigma que a raça negra carrega na

sua existência enquanto brasileira, representa a

dívida que merece a reparação que o Brasil terá que

saldar para com seus compatriotas negros. Porque,

apesar de caracterizar-se como um País com um

território altamente abundante em riquezas naturais, o

Brasil ainda tem muito a fazer, para tornar-se o

“Celeiro do Mundo;” ou seja, o País onde não mais

haverá fome e miséria, para o seu povo e capaz para

matar a fome de muitos povos do mundo; com a

produção de alimentos e demais bens de consumo

para todos, no Planeta. Aonde os demais povos da

Terra encontrarão provisão com abundância. Porém,

o Brasil terá que redimir-se dos seus pecados: terá

que reparar suas faltas morais e espirituais...

Notadamente, para com a raça negra que escravizou

durante muito tempo e, não lhe fez a justiça que deve.

Precisa dá aos negros brasileiros, as

mesmas oportunidades que são proporcionadas aos

brasileiros brancos. Quem sabe, possibilitando que

um dia o povo seja governado por um negro, que as

nossas instituições sejam presididas por um negro,

assim como o Supremo Tribunal Federal já foi

presidido por um negro; mas, que as demais Cortes

Superiores sejam também; que, dentre seus

Page 29: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

29

ministros, hajam ministros negros; que as nossas

Forças Armadas sejam um dia, comandadas por

general, almirante, brigadeiro, negros, que os nossos

ministérios civis tenham ministros negros, que

tenhamos Procurador - Geral da República, Advogado

Geral da República, negros.

Daí, poder-se-á dizer que, o negro

brasileiro deixará de ser o primeiro suspeito na

apuração dos crimes, não será, predominantemente,

empregado doméstico, não será mais pobretão

incluído no rol naqueles milhões de brasileiros pobres,

sobre os quais falamos no início deste livro, que estão

na linha da pobreza absoluta. Nestas condições,

teremos mais doutores negros, mais ministros negros,

mais comandantes das Forças Armadas, negros,

Chefes dos Três Poderes da República negros. Quem

sabe, que as riquezas nacionais concentradas,

cheguem às mãos dos negros brasileiros com mais

abundância! ...

Conforme enfatizamos no início, os negros

brasileiros – inconscientemente – contribuíram na

construção da Nação Brasileira quando prestaram

serviços aos seus senhores de engenho. Mas,

também contribuíram para a nossa cultura. O samba,

que atualmente destaca-se nas festividades

carnavalescas que trazem milhões de turistas

estrangeiros e outros tantos, nacionais, tem sua

origem no seio da raça negra. Os escravos

extravasavam seus sofrimentos do cotidiano

escravista, cantando e festejando a sua cultura

Page 30: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

30

africana, durante as noites que antecediam as tarefas

estafantes do dia seguinte. É mais um crédito para

com a raça negra, que a Nação Brasileira terá que

resgatar e enaltecer.

Page 31: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

31

CAPÍTULO VI -

CONCENTRAÇÃO DE RENDAS

Segundo as estatísticas, a riqueza nacional

acha-se nas mãos de 5% (cinco por cento) dos

brasileiros; o que significam que dez milhões de

brasileiros são detentores da riqueza nacional. E a

concentração de renda, acha-se nas mãos de 15%

(quinze por cento) de cidadãos brasileiros; que

correspondem trinta milhões de brasileiros que são

beneficiados com a concentração das riquezas

nacionais. Portanto, como o Brasil possui atual,

duzentos e dois milhões de habitantes, a referida

distribuição de renda, caracteriza o vexatório e

vergonhoso, o conceito de democracia que prega-se,

diante da nossa pobreza nacional, estimada em

cinquenta milhões de brasileiros pobres, que segundo

a ONU estão na deplorável linha da pobreza,

Para quem quiser saber, o cidadão rico é

aquele que não precisa trabalhar para manter sua vida

confortável e cheia de opulência, com mordomia e

tudo o mais que a felicidade material exigir. Ele vive

do rendimento de seus bens, sejam eles de que

espécies forem, de que origem sejam, tais como

negócios lucrativos – como o exemplo dos bancos e

outros grandes empreendimentos – que, cada vez

mais crescem seus lucros, não só com as vantagens

advindas do crescimento do País – PIB – assim como,

provindos dos seus negócios que muitas vezes

beneficiam-se com as consequências graves da

Page 32: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

32

economia do País, constantemente suportadas pelas

classes média baixa e pobre. Fatos estes, que muitas

vezes, resultam em inflação, juros altos...escassez de

produtos de necessidades básicas da população, que

exigem pesados investimentos particulares dos ricos,

para depois os repassarem aos preços das

mercadorias, com grande margem de lucros. Quando

referimos aos repasses nos preços das mercadorias,

por outras palavras queremos dizer que os que

oneraram a mercadoria, sairão do bolso dos

consumidores; são as classes média baixa, média,

média, e pobre, que pagam as contas dos ricos

brasileiros que compõem os dez milhões acima

mencionados.

Os brasileiros concentradores de renda,

são da classe média alta; aqueles chamados

assalariados, mas, não trata-se neste caso, do mísero

salário-mínimo!...Tratam-se dos altos salários dos

funcionários públicos importantes, que fazem jus ás

elevadas remunerações; dentre eles, estão os

Deputados, Senadores, Magistrados, Promotores da

Justiça, grandes executivos, brasileiros e estrangeiros

radicados no Brasil, Engenheiros, Advogados,

Economistas, Médicos, etc., que são bem sucedidos,

e os empresários médios, os profissionais liberais de

outras áreas, também bem sucedidos, que trabalham,

mas seus esforços são bem recompensados com a

remuneração substancial. Daí, muitas vezes, tornam-

se também empregadores de significante parte da

população brasileira; desde o empregado doméstico

Page 33: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

33

aos médios executivos e são geradores de tributo para

o Governo; o que ajuda em grande escala, a

manutenção das administrações públicas, Municipal,

Estadual e Federal. Estes brasileiros integram as

classes média, média, e a classe média alta, nas suas

devidas proporções.

O restante da população brasileira, é

formada pelas classes média baixa e classe pobre,

que completam e integram o total de contribuintes e

consumidores, todos pagadores de impostos, quer

diretos, quer indiretamente. Diretos, quando lhes são

descontados do seu pagamento; ou seja, são os

chamados descontos na fonte; indiretamente, na

aquisição de bens de consumo, quando o cidadão

consome mercadoria, paga transporte, usa os

serviços de luz, água, esgoto, gás, telefone, etc.;

porque no preço de cada um, está incluído o imposto

que sairá do bolso do cidadão.

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34

CAPÍTULO VII -

DESEMPREGADO E SEM MORADIA

Foi criado um sistema financeiro de

habitação para a aquisição da casa própria para o

cidadão de baixa renda; o que lhe propiciaria fugir do

pagamento de aluguel; porém, o referido sistema de

financiamento da casa própria é eivado de má-fé; pois

o comprador da casa própria poderá livrar-se do

pagamento do aluguel, todavia, não livrar-se nunca do

pagamento da prestação capciosa, desonesta,

cobrada do mutuário. Porque, o preço do imóvel

nunca chega a um valor fixo de mercado; ele obrigará

o comprador financiado a pagar sete ou mais vezes, o

seu valor real! ...

Por outras palavras: a aquisição da casa

própria, que deveria tranquilizar o cidadão, no entanto,

lhe causará desassossego. O mutuário, nunca saberá

quando concluirá o pagamento das prestações do

imóvel adquirido; principalmente, quando houver

problema com sua renda familiar, porque poderá se

planejar e por isso, correr o risco de perder o imóvel;

seria leiloado pelo agente financeiro, se não fosse

pago. Para que não aconteça, tal fato, o mutuário teria

um valor exato, das prestações bem como seu

término, para prevenir-se sobre os pagamentos.

Mesmo que tenha que privar-se da satisfação das

suas necessidades básicas, para manter em dia, as

prestações do financiamento. Senão inevitavelmente,

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

35

uma família inteira seria levada ao desespero, com a

perda do imóvel!

Tudo isso decorre da existência de política

habitacional desastrosa, perversa e desonesta que foi

implantada no País, ao longo dos diversos governos

passados, e que até agora não sofreu correção; a fim

de tornar a política habitacional de fato, um benefício

social. Contudo, o que há no presente, em termos de

política habitacional para a aquisição da casa própria,

ainda é carecedor de seriedade por parte do poder

público.

As empresas privadas não têm interesse

para investir no setor da construção civil, a fim de

financiar a casa própria para as pessoas de baixa

renda, diretamente. Com a ausência da iniciativa

privada, o financiamento fica a cargo do Poder Público

que, sabidamente, é desacreditado. Pois, tem uma

burocracia infernal, um formalismo descabido, e sofre

o estigma da corrupção, que sempre lesa o interesse

público. Portanto, todo o somatório da inconveniência

que o Poder Público traz na sua intervenção no

sistema financeiro habitacional, causa ao País o

vergonhoso déficit de cerca de seis milhões, duzentos

e sessenta e três mil moradias para a população,

segundo a pesquisa do IBGE, de 29-05-2014. A bem

da verdade, deve ser esclarecido que, na referida

pesquisa não está incluído o déficit de moradias dos

habitantes das comunidades. As chamadas favelas.

Ao nosso ver, o índice formulado pelo IBGE está

impreciso.

Page 36: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

36

Porque esses cidadãos estão excluídos do

sistema, justamente porque não possuem renda

mínima aceitável pelos agentes financeiros, para

adquirirem a casa própria, nos moldes das exigências

impostas pelo Poder Público. Neste contingente de

cidadãos de baixa renda, não estão incluídos os cerca

de cinquenta milhões de brasileiros, que, segundo a

ONU, estão na linha da pobreza. Jamais poderiam

incluir-se na relação de mutuários da casa própria!

Sempre tiveram como alternativas de moda, o abrigo

dos viadutos, das pontes, porque não lhes sobrou um

pedacinho de chão nas favelas das periferias, por

mais precário que fosse, como os que estão ocupados

por milhares de pessoas também em situações

praticamente semelhantes; porque também são

excluídos da sociedade! Porquanto, não poderiam ser

beneficiados pelo sistema habitacional, porque não

preenchem os requisitos exigidos para a aquisição da

casa própria...Não lhes restando outra alternativa,

senão ocupar terras que lhes são oportunas, para

rapidamente torná-las faveladas. O governo atual

amenizou bastante, a situação dessas pessoas que

não se encaixam nos procedimentos do sistema

habitacional, através do projeto da “Minha Casa Minha

Vida”. Neste mister, milhões de moradias populares

foram entregues a essas pessoas pobres, mas, há

muito o que fazer ainda, para que isso não represente

apenas um paliativo. Porque as favelas aglomeram

uma quantidade enorme de pessoas carentes de

moradias. Ali, estão sujeitas ao desconforto, sofrem o

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

37

flagelo da fome e da doença e ainda se submetem ao

risco de morrerem por balas perdidas e, toda sorte de

pestes epidêmicas que, de quando em quando

assolam as populações, em massa! Pois, são os

excluídos de tudo, até da própria sorte! Daí vem o

flagelo das adversidades, geradoras do desânimo,

desesperança, descrença, desespero, desilusão,

desconfiança nas instituições e nos seus dirigentes.

Muitos chegam a perder a fé até em Deus! O que

forçosamente, empurra a grande parte dos seres

humanos para a prática da violência, por conta do

desespero, sobre o qual discorremos acima.

As grandes cidades recebem os cidadãos

oriundos da região rural, que deixam sua terra natal,

visando encontrar melhores condições de vida nas

concentrações urbanas. No entanto, sua decepção é

enorme, quando enfrentam a realidade das cidades!

Se o êxodo rural lhes fez abandonar a sua região

açoitada pela pobreza e miséria, na cidade, o

camponês não encontra acalento melhor, porque

deparar-se com o inesperado desencolhimento do

lugar estranho, e muitas vezes, hostil, precisando

adaptar-se. Conseguir emprego e moradia, são as

duas maiores dificuldades enfrentadas; o Brasil conta

com cerca de oito milhões de pessoas

desempregadas...somando-se aos cerca de trinta

milhões de pessoas submetidas aos subempregos:

(os conhecidos popularmente, por camelôs). No que

diz respeito à moradia, a calamidade não é menor,

pois o déficit é de cerca de sete milhões de moradias

Page 38: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

38

populares; fatos que degradam a moral da Nação

Brasileira! ...

Quando migram de sua terra natal, pelos

motivos causados pelas secas, (notadamente no

Nordeste), ou por outros motivos de carência social

em diversas regiões do País, resulta sempre no

abarrotamento das grandes cidades, que já não têm

estruturas suficientes para receberem e acomodar

seus cidadãos retirantes, de forma digna. Por isso,

seria bom que o cidadão fosse protegido e mantido em

sua terra natal; aí, deixariam de inchar, as cercanias

das crescentes favelas urbanas.

Para tanto, seria necessária a implantação

de reforma agrária, no seu verdadeiro sentido social.

Não uma reforma agrária despida de seriedade como

há na sua terra natal. Esta providência cabe ao Poder

Público, para proteger o seu cidadão interiorano.

Dando-lhe as mesmas condições de acesso à

educação, à saúde, ao transporte coletivo, enfim,

dando todos os benefícios sociais, os quais são

necessários. Isso, ajudaria aliviar as grandes

metrópoles. Dita solução perde-se, porém, pela

ausência de uma política agrária séria, paralela aos

assentamentos das famílias do campo, onde lhes são

dados somente os pedaços de terra para que

instalem-se sem a mínima infraestrutura social! Ou

seja, o Poder Público finge que implanta a reforma

agrária, o homem do campo submete-se à migalha

que lhe toca, e fica na terra até poder suportar o

abandono impingido pelo Estado. Após isso, desloca-

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

39

se para a região urbana, descrente e desiludido!

Apesar de o Poder Público locupletar seus dirigentes

com as vantagens escusas que o projeto propicia,

surgindo os maiores escândalos, sobre os quais a

imprensa nacional debruça-se no dia-a-dia dos seus

noticiários!

Cabendo ao cidadão aturdido, tentar

entender o que é cidadania e como funciona a

“democracia,” neste País! É claro que jamais

entenderá porque, permanece na escuridão da

ignorância que o analfabetismo na sua grande parte,

lhe acomete. E aqueles que se beneficiam com este

estado de atraso intelectual do cidadão brasileiro,

jamais desejam vê-lo esclarecido. Pois, a sua absoluta

ignorância significa a sua garantia de que tudo vai

continuar como está, lhes assegurando a apropriação

do dinheiro público e a exploração da massa popular

ignorante. Pois, educá-la, esclarecê-la, não é nem

será seu objetivo!!!

Razão pela qual, não estabelecem

prioridades para as verbas destinadas à educação, à

saúde e ao bem – estar social. Por isso, assim têm

sido formuladas as políticas administrativas públicas

passadas, e que ainda não foram corrigidas pelas

atuais! Eis o motivo: sem instrução, não se enxerga.

Sem saúde, “sequer consegue-se rezar.” É que, a

ausência de seriedade não contribui para a

construção de uma nação e uma sociedade justas

num País, verdadeiramente democrático.

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Sem enxergar, as pessoas não descobrem

ou não entendem as falcatruas, as roubalheiras, as

fraudes eleitorais, os apadrinhamentos movidos pelas

influências de todas as espécies, quer nos serviços

públicos, quer no desvio de verbas públicas e de tudo

o mais que resulte no prejuízo e lesão dos interesses

públicos. Sem saúde, como disse D. Elder Câmara,

“Nem rezar consegue-se”. Ora, sem reagir, a pessoa

certamente, deixará o campo livre para os inimigos do

povo!

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

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CAPÍTULO VIII -

AGIOTAGEM

O alto custo financeiro do dinheiro em

circulação no Brasil, constitui verdadeiro flagelo e,

demonstra o sintoma de um País fadado aos

constantes atropelos e entraves ao seu

desenvolvimento. Constitui ainda, uma ameaça da

volta da inflação alta anterior. As autoridades

monetárias dão o péssimo exemplo, mantendo os

juros oficiais em patamar dos mais altos do Planeta. E

permitem que o sistema financeiro ache-se no direito

de cobrar juros altos aos consumidores. Os pequenos

consumidores endividam-se e correm o risco de, se

não honrar seus compromissos, ficarem com seu

cadastro comercial prejudicado, tornando-se

impedidos de realizar compras na praça. O micro

empresários que são os maiores geradores de

empregos de mão-de-obra não qualificada e não

especializada, do País, ficam impossibilitados de

contrair empréstimos junto aos agentes financeiros,

porque as ferocidades dos juros escorchantes

expõem-nos ao risco de insolvência. Acontece da

forma, com as pequenas empresas; que arcam com o

pesado pagamento de impostos sobre sua folha de

pagamento. Elas, são empregadoras em potencial. No

governo atual, felizmente, estão sendo beneficiadas

com uma legislação mais branda. Contudo, da mesma

forma enfrentam a barreira dos juros altos.

Page 42: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

42

Enquanto imperar o custo financeiro alto,

as empresas menores ficam impedidas de recorrer

aos bancos. Porque eles preferem praticar

especulação financeira, que é mais fácil do que

conceder empréstimos razoáveis às pequenas

empresas. Eis, ai, as grandes dificuldades que os

pequenos empresários enfrentam com a escassez de

dinheiro para desenvolver seus negócios e criarem

mais empregos; consequentemente, contribuírem

com mais impostos. Mesmo abarrotando seus cofres

com os lucros astronômicos, publicados nos seus

balanços, os bancos não praticam financiamentos

prestando o indispensável apoio aos pequenos

empresários. O Governo, por sua vez não lhes

favorece com capital de giro. Contudo, as grandes

empresas, dentre elas, algumas estrangeiras,

facilmente conseguem empréstimos junto aos

banqueiros, que por sua vez tomam empréstimos dos

bancos oficiais, a juros baixos. Ou seja, os bancos

pagam baixos juros e cobram juros altos e extorsivos.

Não obstante, o Estado saber que a maioria dos

empregos gerados no País, advêm das pequenas

empresas, contudo, não lhes dá o indispensável

amparo para estimulá-las a produzir mais, gerar mais

empregos e, consequentemente, pagar mais

impostos. Com toda a carga tributária que pesa sobre

essas empresas, torna-se inviável alcançar-se o

progresso do pequeno empresário brasileiro!

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

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CAPÍTULO IX -

PEQUENOS AGRICULTORES

A situação do cidadão pequeno produtor

rural carente, não difere muito do que acontece com

os cidadãos pequenos empresários carentes, da

região urbana; no que refere-se ao desamparo do

governo às suas atividades, é mais ou menos

semelhante. Para começar, o homem carente da

região rural, na sua boa parte, é pessoa de pouca

instrução ou analfabeta. Muitas vezes, é doente.

Razão pela qual, produz pouco ou não produz, e

Vive do pouco que recebe de outro pequeno

produtor rural, pelo seu trabalho que lhe presta na

pequena lavoura. Via de regra, tem numerosa família.

Nessa condição, o trabalhador rural recebe um auxílio

do poder público; tratam-se de recursos pecuniários,

denominada “bolsa família.” Este recurso lhe ajuda

minimamente, no seu sustento e da sua prole. Não

representa muita coisa, mas, é melhor do que nada.

Neste caso, a condição imposta para o recebimento

da mencionada ajuda federal, é a de manter os filhos

na escola. Essa regra é válida para todo o território

nacional. Todavia, o cidadão da região rural, quando

lhe atinge o desespero, por ser açoitado pela pobreza,

torna-se um faminto e miserável; por isso viaja para

as grandes cidades, onde na maioria das vezes, a sua

vida fica pior do que na região rural. Pois, a sua

acomodação nas periferias das grandes cidades,

Page 44: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

44

caracteriza uma situação pior do que na sua região.

Conforme discorremos acima.

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

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PEQUENO

PRODUTOR RURAL

Os chamados “atravessadores” se

aproveitam da sua fragilidade, para lhes pagar preço

vil pelas sobras da sua produção. Fato que é

corriqueiro em todos os cantos do Brasil; os pequenos

produtores rurais são desestimulados, e não mais

interessam-se a produzir além do que é suficiente

para o seu sustento. Todo mundo perde com a apatia;

o País perde, porque não terá maior produção agrícola

e, o desânimo induz o pequeno produtor rural a sentir-

se vítima do descaso do Estado. Pois, considerar-se

abandonado, e mais um brasileiro do interior rural,

volta-se para a possibilidade de mudar-se para a

região urbana; na sua terra natal, além das condições

sociais precárias que enfrenta, conta ainda com a

inclemência climática, que poderá fazer-lhe perder

tudo o que plantar, quando a Natureza não é

complacente. Por outro lado, sofre o desamparo do

poder público; porque se produzir além das suas

necessidades de consumo, as sobras da produção

não encontram comprador honesto, para pagar o justo

preço. Obrigando o produtor a submeter-se aos

valores impostos pelos “atravessadores,” porque não

poderá recorrer aos bancos para conseguir

financiamento. Pois, se o fizesse, acabaria caindo na

mesma armadilha que prejudica aos pequenos

empresários da região urbana; que submetem-se aos

juros altos e escorchantes, dos empréstimos tomados

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46

na rede bancária. Fato este, que lhe causa

desestímulo e a empurra para as grandes cidades.

A ausência do estado é perversa e

antipatriótica! Deixa de manter o homem do campo em

sua terra natal, deixa de ajudá-lo a produzir muito mais

que o necessário para a sua subsistência, e comete,

consequentemente, motivo para o seu êxodo.

O estado ausente, terá que fazer-se

presente e constante, porque só o Poder Público

poderá aplicar políticas compatíveis com as

necessidades básicas dos habitantes rurais; tanto no

que diz respeito à sua qualidade de vida digna, como

também manter a ordem social incólume de indivíduos

indesejáveis, assim como a isenção da interferência

politiqueira, sabidamente prejudicial ao bom convívio

da cidadania.

Um País como Brasil, rico em terras

agricultáveis, não pode e não deve ter pessoas

morrendo de fome, e a sociedade pagando caro por

produtos facilmente produzíveis no seu perímetro

rural. Afirma-se que brasileiros ainda morrem de fome;

o que é lamentável e, inaceitável... Quem sofre fome,

tem escassez de comidas básicas. Ora, se o Brasil é

um grande produtor de alimentos, por que não

alimentamos os brasileiros famintos? Será por que a

concentração das terras acha-se nas mãos dos

latifundiários?! E o estado, que é proprietário das

chamadas terras devolutas, por que não as utiliza em

favor do povo?

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

47

São públicos e notórios, os escândalos

surgidos nos sucessivos governos, envolvendo

funcionários públicos responsáveis pelo

assentamento de colonos nas áreas destinadas à

implantação da reforma agrária. Há terras que

poderiam produzir; porque não podem fazê-lo? Por

outro lado, há os chamados grileiros...que apossam-

se de terras públicas, acumpliciados com os donos de

cartórios e, até com estrangeiros, que procuram

tornar-se latifundiários no Brasil, por meios

fraudulentos.

A bem da verdade, todo esse emaranhado

de negatividades que envolvem nosso País,

encaminha-se para um lado lamentável: o de causar

prejuízo aos brasileiros pobres, miseráveis, porque na

sua grande parte, são analfabetos, doentes – enfim,

indefesos – porque há vivo interesse dos maus

políticos, em mantê-los assim, para continuarem

longes das suas negociatas, das falcatruas e toda

forma de roubalheiras, como tornam-se conhecidas e

multiplicam-se, através da mídia. Mas, assumem nível

de impunidade. Eis aí, o perfil da reforma agrária e

reforma política agrária do Brasil.

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CAPÍTULO X -

GOVERNOS SÃO TRANSITÓRIOS

O Brasil é permanente, mas os governos

são transitórios; cada mau governo que passa,

sempre deixa grandes estragos e grande atraso na

vida do povo brasileiro. A nossa história é cheia de

altos e baixos, dignos de registros na memória de

cada cidadão brasileiro: o Brasil colonial, permaneceu

explorado pelo seu colonizador; até que o País desse

seu “grito de independência ou morte,” para tornar-se

uma Nação livre e independente; pois, não tinha vida

própria. No Brasil imperial, foi necessário dentre

outros motivos, a decretação da abolição da

escravatura, que derrubou o Imperador e, expulsou a

Família Real; para ser implantada a República. Que

teve inúmeras fases críticas e gloriosas, porém,

sempre às voltas com os efeitos da corrupção, do jugo

dos maus políticos, da injustiça social, da fraude

eleitoral, da influência do chamado “coronelismo”, das

desigualdades sociais, enfim, eivada das mais cruéis

concentrações de riquezas...em detrimento da

pobreza do povo!

O Brasil teve a República do Militarismo,

que lhe atrasou durante vinte e uns anos de

existência; cujos militares golpistas seguiam um

planejamento do Governo Americano, sob o pretexto

do perigo da implantação do regime comunista pelo

governo deposto; o comunismo era considerado o

“bicho papão” da época! A queda do “Muro de Berlim”

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

49

e a extinção da URSS, deixou claro que o dito pretexto

não era verdadeiro! Mas, nada impediu que muitos

brasileiros fossem exterminados da forma cruel e

perversa pelo Regime Militar.

Mas, a verdade é uma só: a centralização

das riquezas e rendas nacionais, sempre foram

mantidas nas mãos de poucos e ainda não mudou,

suficientemente. Durante o período do regime militar

a população cresceu com o nascimento da nova

geração, e aos poucos extinguiram-se, quase todos

os que lideraram a resistência ao militarismo. Quanto

aos integrantes do golpe militar, num misto de

militares e civis traidores e entreguistas, quase todos

morreram. Para o bem do Brasil! Contudo, os que

ainda sobrevivem e acham-se com as suas

CONSCIÊNCIAS SOBRECARREGADAS de

remorsos, certamente não demorarão a seguir os

mesmos caminhos dos seus camaradas e parceiros

da prática de ATROCIDADES e traição à Pátria!

Todavia, o Brasil subsiste e continuará no seu rumo

firme e resoluto!

O País é permanente; não obstante, ser o

Brasil dos privilegiados de todas as espécies, o Brasil

dos banqueiros privilegiados, dos banqueiros

usurários e francamente agiotas; o Brasil dos

caloteiros, dos funcionários públicos corruptos, das

empreiteiras corruptoras, dos constantes “rombos”

nos recursos dos fundos previdenciários, das

roubalheiras garantidas pelo Governo, enfim, de tudo

que acontece em detrimento da fome e da miséria do

Page 50: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

50

povo brasileiro, carente de cerca de quinze milhões de

moradias populares, assolado pelo monstro do

desemprego, que oprime e humilha cerca de oito

milhões de brasileiros constrangidos e

desempregados, que agregam cerca de cinquenta

milhões de brasileiros que acham-se na linha da

pobreza e cerca de trinta milhões de cidadãos

analfabetos segundo a estatística publicada pela

organização Nações Unidas.

A tudo isso, ainda soma-se ao Brasil da

roubalheira da Previdência Social, do desfalque do

Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS); dos

rombos do dinheiro público, em prejuízo dos serviços

de saúde pública, das carências dos serviços

hospitalares e dos serviços escolares, e dos serviços

de saneamentos sanitários básicos, da deficiência

das estradas esburacadas por todo o território

nacional, em detrimento do amparo às crianças e aos

adolescentes abandonados, da velhice sofrida e

desprezada no seu final de vida; surrada pelo trabalho

árduo, laborado em benefício do País, que no topo da

sua existência sente-se à míngua

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

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CAPÍTULO XI -

POBRE E NEGRO BRASILEIROS

Nos referimos acima, à situação deplorável

e lastimável, dos negros brasileiros, que tiveram a

infelicidade de ser traficados para o Brasil, no ápice da

escravatura, quando o País trouxe cerca de oito

milhões de negros, da África. Os sofrimentos

experimentados por eles, durante a escravatura

brasileira, constituem uma pesada dívida do País para

com os negros que passaram por tratamentos

desumanos, que, se fossem na atualidade, seriam

passíveis de enquadramento no crime contra os

direitos humanos tão reverenciados em todo o

Planeta.

Tendo sido tratados como animais

irracionais na égide da escravatura, os negros,

mesmo ganhando a liberdade após a abolição,

continuaram sofrendo em grande escala; porque não

estavam preparados para viver independentes. Pois,

a partir da sua libertação pelos escravocratas, os

negros tiveram que enfrentar, imediatamente, as

consequências da pobreza avassaladora! Porque

tinham que enfrentar as necessidades de toda ordem,

para conseguir seu próprio sustento. Haja visto que,

enquanto eram escravos, só aprenderam a lavrar a

terra; o que os limitou um único ofício, para tirar dela,

tudo o que precisavam para sobreviver. Mas, agora,

cadê a terra?! Pois, recém saídos do jugo dos patrões

latifundiários, aonde os negros iriam arranjar terra

Page 52: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

52

para lavrar? Porque, os latifundiários achavam-se

altamente aborrecidos com o evento da decretação da

abolição da escravatura! O episódio da abolição,

assumiu acontecimento de tamanha importância

político-social, que custou a derrubada do Império

Brasileiro. Diante do enorme abalo social, o frágil

execra-vos, sem eira nem beira, ficaram atônitos e

sem amparo social.

Tais circunstâncias, constituíram os

primeiros e, principais entraves enfrentados pelos

negros, ao saírem do cruel jugo dos fazendeiros. No

entanto, não puderam livrar-se do jugo da pobreza e

da

Ignorância, porque foram submetidos à própria

sorte, desumanamente. Contavam apenas com as

poucas pessoas brancas de sensibilidade cristã, e de

espíritos elevados, que não deixaram significativa

parcela dos negros libertados, morrer à míngua! ... Os

negros do Brasil tiveram que começar do zero, a partir

da sua libertação; situação esta, que lhes impôs dura

prova! A falta de instrução básica, tornou-lhes a vida,

presa fácil do atraso social inaceitável! Pode dizer-se

que os negros libertos da escravatura passaram

novamente a ser escravos econômico-social. É como

se perdurasse o regime escravocrata. Porque, quando

trabalhavam como escravos, seu sustento era dado

pelos seus patrões de doutora. Após libertados, os

negros submeteram-se a toda sorte de imposição

social que, praticamente os conduziu de volta aos idos

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

53

dos sofrimentos passados, quando era reféns dos

grilhões da escravidão!

Sem-terra, como já dissemos acima, os

negros brasileiros ora libertados, tiveram que suportar

as mais mesquinhas imposições dos brancos que lhes

ofertaram empregos das mais diversas modalidades

de espoliação, ao nível do seu grau de instrução. Por

conseguinte, tem que admitir-se que os negros

brasileiros ainda trazem com eles, a marca da

crueldade moldada pela sociedade escravocrata do

passado, perante a sociedade preconceituosa do

presente, que em boa parte, ainda vê os negros como

seres a parte; e não como irmãos em Deus. Não os vê

como patriotas, que desde os primórdios, quando

desembarcados no Brasil como escravos –

inconscientemente – ajudaram a construir os pilares

da Nação Brasileira. O fizeram com o suor dos seus

rostos, com o sangue de suas veias, quer quando

eram espancados, quer como trabalhadores braçais.

Em virtude de sua carência de instrução para galgar

melhor emprego no mercado de trabalho, os negros

continuam sofrendo.

No entanto, antes mesmo de se falar de

educação, falaremos agora do negro a serviço da

Pátria, quando por ela é chamado para servir às

Forças Armadas. Embora o negro represente cerca de

40% da população brasileira, ele contribuiu com seu

quinhão de patriotismo, para o progresso da. Nação

Brasileira.

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54

O Contrate Social.

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

55

NEGRO E POBRE

Quanto aos números publicados com base

na estatística, não podem fugir-se à realidade dos

fatos: como dissemos acima, o serviço militar também

é obrigatório para os negros brasileiros; contudo, o

ingresso do negro no oficialato é muito difícil. Por que?

Por que é tão difícil o ingresso do negro brasileiro no

oficialato? Estas indagações, com certeza ficarão sem

resposta! Porém, vamos falar da educação dos

negros brasileiros. Há que falar-se da lamentável

precariedade da escola pública brasileira. Desde o

ensino fundamental ao ensino médio, há carência de

qualidades. As classes de poder aquisitivo razoável,

matriculam seus filhos nas escolas particulares, que

lhes oferecem melhor nível de ensino. Porque o negro

continua sendo vítima da cruel discriminação! É

estigmatizado pelo terrível preconceito causado pela

escravidão, que trouxe sofrimento e grave

consequência em decorrência do mal que prejudicou

aos seus ancestrais, estendendo-se aos seus

descendentes, lhes trazendo consequências, sobre

todos os seus aspectos! Contudo, os negros sempre

deparam-se com os obstáculos dos recursos

econômicos! Ainda, como dissemos, é raro um negro

brasileiro alcançar alto poder aquisitivo.

Nesses casos, os negros brasileiros

também sofrem desvantagem. Poucos são aqueles

que podem mandar seus filhos para as escolas

particulares. Portanto, poucos são os negros que

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56

ingressarão nas universidades do País. Não por falta

de inteligência – porque Deus deu a todas as suas

criaturas, as mesmas oportunidades e a mesma

capacidade de desenvolver sua inteligência – Porém,

isso acontece por falta dos meios econômicos e

financeiros, que deveriam fluir ao alcance dos negros

que, a bem da verdade, nem todos conseguem a

oportunidade da qual são merecedores todos os

cidadãos os brasileiros. A atual legislação instituiu a

polêmica reserva de quotas no ensino superior, que

garantirá enfim, o ingresso dos negros brasileiros nas

universidades públicas. Todavia, a iniciativa ainda é

muito insipiente.

Poucos, são os negros magistrados. Não

obstante, ainda recentemente, um magistrado negro

haver presidido o Supremo Tribunal Federal. Mas,

este feito não constitui regra, é uma exceção. São

poucos os professores negros em todos os graus de

ensino; também é difícil o seu ingresso no oficialato

das Forças Militares, nas promoções da vida

civil...Pouco é a existência de um magistrado negro na

magistratura da primeira instância, bem como, na

segunda e terceira instâncias. Mesmo nos cargos de

confiança do Governo, é muito difícil a nomeação de

ministros negros. No próprio Congresso Nacional –

tido como a “Casa do Povo”, não nos lembramos da

existência de Presidentes negros em quaisquer das

Casas! Se isso não é discriminação disfarçada, ao que

pode atribuir-se?

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

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CAPÍTULO XII -

COTIDIANO NA VIDA SOCIAL DO

NEGRO

Por incrível que isso ainda possa acontecer

neste século, por inaceitável que pareça, existem

pessoas que estigmatizam os negros sem motivo

aparente e, os repelem sem qualquer razão que

justifique sua hostilidade; é uma situação terrível e

cruel, mas existe no Brasil. Este capítulo é intenso,

porque o seu relato é muito abrangente e, expõe a

verdade insofismável; não a verá quem não tiver olhos

de enxergar e não a ouvirá, quem não tiver ouvidos

de ouvir! O negro é discriminado na consecução do

emprego - dentre outros motivos, ocasionado pela sua

baixa instrução, e pelos fatos que discorremos acima.

Pela sua discriminação propriamente dita, constitui

uma realidade existente nalgumas pessoas brancas!

É como se alguém tivesse pedido para nascer negro!

Para merecer o tratamento social negativo impingido

no Brasil. Como você acha que o negro é tratado

numa Delegacia Policial? Como você acha que o

negro é tratado na justiça no Brasil? Sobre este

assunto trataremos a seguir. Portanto, vejamos

agora, como o negro é considerado numa delegacia

policial: logo no início de sua detenção é tratado como

“favelado”. É como que, se alguém morar numa favela

fosse automaticamente criminoso! Como se fosse

uma espécie de cidadania diferente da de qualquer

outro cidadão brasileiro. O tratamento pejorativo de

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58

favelado, atribui aos cidadãos das favelas, o pejo de

vagabundo, malandro, bandido, etc.; mostrando uma

maneira de justificar que, esse tipo de cidadão

constitui um brasileiro a parte!

Em qualquer das formas, o procedimento

está ostentando crueldade; porque estigmatiza uma

pessoa, pelo simples fato de morar na favela; pois,

segundo tal alegação, caber-lhe-á a adjetivação

referida acima, só porque mora na favela. Porque,

quando alguém opta pela moradia na favela, o faz

tangido pela necessidade, em virtude de não poder

morar no asfalto; tanto por não poder arcar com os

pesados aluguéis, e também por achar-se

desempregado ou ter um subemprego; que mal dá

para pagar a sua comida e da sua família. É óbvio que,

esta opção de moradia, não agrada a ninguém...Pois,

somente no desespero de não ter para onde ir, vai

para a favela! “Até porque, já foi dito acima, como o

cidadão é tratado só porque mora na favela! Não é

bem visto, não só pelas autoridades brasileiras, mas

também por boa parte da sociedade brasileira

hipócrita e preconceituosa. A pessoa é discrimina a

partir do endereço que indica. Ao tratar-se o endereço

na favela, constitui-se o primeiro lastimável entrave

para a consecução de um emprego ou de qualquer

outro assunto do seu interesse.

Por outro lado, quando na sua qualificação,

a pessoa negra ou simplesmente pobre, declina seu

endereço na favela, perante a esfera policial ou

judicial em qualquer processamento, pelo menos

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

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conta com 50% de probabilidade de ser condenada.

Pode parecer cruel analisar-se a situação por este

prisma, mas é uma verdade inconteste, que

envergonha o ser humano enquanto criatura de DEUS

e, denigre o cidadão brasileiro negro e pobre ou

simplesmente pobre! Aqui, não falamos tão-somente

do negro brasileiro pobre; pois, incluímos quaisquer

pobres brasileiros, de quaisquer raças e, em

quaisquer regiões do Brasil. O que nos torna

envergonhados e faz-nos invocar o conhecido refrão

que encaixa-se neste lamentável assunto: “Para os

ricos os favores da lei” e “para os pobres os rigores da

lei”! A bem da verdade, o citado refrão tem sua

veracidade! Porquanto, se o cidadão é pobre, com

certeza não poderá constituir um advogado

especializado em direito criminal, para defender-lhe.

Como a lei determina que o juiz nomeie um defensor

público para assistir a quem não poder contratar um

advogado, o cidadão começa a ser derrotado pelo

acúmulo de serviços do defensor público e, muitas

vezes, pela sua carência de especialidade em direito

penal! Que, não lhe permite analisar o processo como

deveria...

Por sua vez, é obrigatório que o Ministério

Público funcione nos processos. Que, em algumas

vezes, faz o trabalho do defensor público e, até o do

juiz. Pois, a enorme sobrecarga dos processos, não

dão chance ao Magistrado de examinar todos, com

profundidade. Portanto, poderá ocasionar possíveis

falhas processuais, das quais os advogados de

Page 60: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

60

defesa recorrerão junto à instância superior da

respectiva capital. Contudo, se também não for bem

sucedido no julgamento do Tribunal Estadual, será

necessário recorrer para os Tribunais Superiores na

Capital Federal (Brasília). Porque para quem não

poder pagar um advogado para defende-se junto aos

tribunais superiores, não conseguirá chance de ter

sua sentença revisada. Pois, o deslocamento do

processo para Brasília, vai onerar a ida do advogado

para praticar a defesa perante a Capital Federal!

Nessa situação inaceitável, a justiça afasta-

se do cidadão comum pobre, e pobre e negro, neste

mister. Razão pela qual a democracia não atinge a

todos os cidadãos brasileiros. Por conseguinte, se o

cidadão não poder contratar um advogado, o recurso

não é feito. Tirando-se a oportunidade de o recorrente

injustiçado provar sua inocência; aí, a consequência

será uma condenação injusta! É dessa forma - que até

mesmo involuntariamente – que, a justiça é vista de

maneira pejorativa, pela população brasileira! ...

Mesmo que o cidadão venha a contratar um

advogado para lhe defender na justiça local (onde o

processo iniciar-se), mas, se não for bem sucedido no

julgamento, terá que recorrer ao tribunal Estadual

onde o processo houver sido julgado na primeira

instância, conforme discorremos acima, seguindo

todos os trâmites que enumeramos. Porque é uma

verdade irrefutável, que não pode ser contestada. A

politicagem nacional não atenta para isso, ou porque

não quer enfrentar a realidade, ou porque não há

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

61

interesse pecuniário; a chamada “propinarão” ...que

tornou-se uma cultura maldita no parlamento

brasileiro! Porquanto, bastaria que o parlamento se

empenhasse na elaboração de leis destinadas a

corrigir tamanha injustiça social e antidemocrática!

Contudo, o parlamento não o faz porque essas leis

não lhes dão ênfase nas pesquisas eleitorais, nem a

oportunidade de conseguirem “propinas, “conforme

dissemos acima... Por isso, a ausência da democracia

sobre os fatos narrados, sempre prevalecerá

atingindo e lesando os direitos fundamentais do

cidadão brasileiro, pelos maus políticos que não

interessam-se por uma legislação justa!

Page 62: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

62

CAPÍTULO XIII -

CRIANÇAS E ADOLESCENTES

As crianças e adolescentes abandonados,

são produtos de uma sociedade falida, orgulhosa,

hipócrita e preconceituosa, que não soube cuidar das

suas crianças, como manda a lei dos homens e

conforme prega a Lei de DEUS, segundo os

ensinamentos de JESUS. Nenhuma criança nasce

criminosa, e consequentemente, não há de ser

criminalizada como adolescente; pois, ele acabou de

ser uma criança. Logo, se uma criança for

devidamente e, corretamente cuidada, jamais ter-se-á

um adolescente criminoso ou infrator (o nome

atribuído não importa). No entanto, a sem-vergonhice

da dita sociedade, indica como solução para a sua

deformação social, a maneira mais simples: a punição

do menor infrator pelo seu desvio de conduta;

aplicando-lhe a chamada medida socioeducativa,

como justificativa da sua incapacidade de cuidar e

educar uma criança, segundo os parâmetros das duas

leis acima referidas.

Na sua típica hipocrisia, a tal sociedade

manda seus legisladores elaborar determinada

legislação, depois entregam-na a um juiz e a um

promotor e para ela, tudo estará resolvido! Porém,

como nem sempre a legislação fajuta substitui a

educação, a justiça não pode dar jeito na deplorável

situação...e o chamado menor infrator arranja alguma

forma de escapar da imundícia dos “chiqueiros” onde

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

63

estão depositados e na rua cometem crime.

Incontinenti, alguns desses legisladores também

enganadores, como parte da sociedade que os

elegeu, pregam uma solução simplista e inusitada:

pregam a diminuição da idade do menor infrator, a fim

de possibilitar a sua criminalização, e trancafiá-lo! Aí,

sim, tudo fica resolvido! Segundo sua mentalidade de

imbecil, que nem poderia ser legislador, com um QI

tão atrofiado!!!

E, de hipocrisia em hipocrisia, a vida social

perversa, vai-se em frente, tornando doloroso o

convívio das pessoas de bem no cotidiano social da

Nação Brasileira. Portanto, é necessário que o

cidadão entenda que o adolescente infrator, constitui-

se num fruto do abandono da criança pelo poder

público, desde sua idade tenra, sem que, nem as

autoridades competentes nem as pessoas comuns

em si, tenham-se dado conta da sua grave omissão!!!

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CAPÍTULO XIX -

VELHICE ABANDONADA

Queremos enfatizar que, se o Brasil ainda

não alcançou seu desenvolvimento que merece, não

é culpa dos idosos; tanto os do passado quanto os do

presente. Se há quem culpar-se pelo atraso no

crescimento do Brasil, essa culpa recairá sobre os

governantes que assumiram, as rédeas do País, e não

souberam honrar as suas respectivas gestões. Por

conseguinte, a Pátria, lhes assegurou paz e harmonia

e as demais condições reinadas entre todos os

cidadãos brasileiros. No entanto, o Brasil é um ente de

tamanha grandeza, que não caiu nos profundos

precipícios que tais políticos cavaram no seu derredor,

exatamente por ser grandioso sob todos os seus

aspectos.

Razão pela qual devemos considerar os

idosos brasileiros, tanto os do passado quanto os do

presente, como pilares da Nação, e não como pesos

mortos ou “vagabundos”! Portanto, Todos os políticos

desonestos que administraram o País, salvo exceções

honrosas, foram e são transitórios, porque somente o

Brasil é permanente.

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

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CAPÍTULO XX -

MAZELAS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Quando trata-se de Previdência Social nos

países desenvolvidos, ela é sinônimo de garantia de

vida social digna do cidadão. Nesses países, o

cidadão, uma vez de posse da identidade fornecida

pela previdência social, estará apto a comprar no

crediário, alugar imóvel, automóvel, enfim, porque a

credencial da previdência social rege sua vida

individual. De vez que os serviços da previdência

social desses países, impõem e garantem o bem-estar

do cidadão. Porque há respeito pelo bem público,

diferentemente do que acontece com a previdência

social dos inúmeros países atrasados. Infelizmente, o

nosso Brasil pertence ao rol desses países atrasados.

A nossa Previdência Social vista e comparada pelos

países adiantados, é de envergonhar qualquer nação

que se preza. A começar pelo valor aviltante de cada

benefício pago ao aposentado: na sua maioria

esmagadora os aposentados do Brasil recebem sua

aposentadoria no valor do nacional salário mínimo. É

um dos salários mínimos mais baixos do mundo! O

aposentado que recebe benefício no valor de salário-

mínimo, se não tiver outra fonte de renda, ou seja, a

renda de familiares que arquem com outras despesas

do lar, terá que arranjar um emprego (que também é

chamado de “Bico”), para fazer face às suas despesas

para sua sobrevivência; porque a mísera

aposentadoria não suporta. Mesmo assim, é difícil

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66

conseguir emprego na qualidade de aposentado, em

decorrência da idade. Por isso, terá que fazer o “bico”

ou tornar-se um vendedor ambulante (mais conhecido

como camelô)

A assistência prestada à saúde do

aposentado, pela previdência social, chega a ser em

algumas situações, caso de polícia! Pois, quando são

indispensáveis os medicamentos que o aposentado

precisa, chamados de “uso contínuo”; muitas vezes a

Previdência Social reluta para fornecer. Daí, o

aposentado ter que recorrer à justiça para que seja a

Previdência, obrigada a fornecer-lhe o medicamento.

Mesmo com determinação da justiça, a desobediência é

constante. Por isso, torna-se necessário que seja

ordenada a prisão do funcionário renitente!

Os hospitais da Previdência Social são

altamente precários e, escassos, são ministrados

atendimentos de péssima qualidade! As pessoas são

atendidas nos corredores do prédio, por falta de leitos;

são mal equipados, mantêm aparelhagem com

tecnologia ultrapassada e sujeitos a maior incidência de

infecções hospitalares. Os médicos e o pessoal de apoio,

são mal remunerados. Exigindo que todos tenham outro

emprego diferente; razão pela qual prestam os serviços

com dificuldades de toda sorte! Incluindo-se ainda, o

cansaço dos funcionários, o material e equipamentos

obsoletos. Tudo isso, contribui para a ineficiência da

assistência médica ao aposentado. E assim, resume-se

o que é a assistência médica prestada ao aposentado de

baixa renda.

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

67

É uma realidade triste, mas não pode fugir-se

dela, porque é constante; é prova da confirmação

absoluta sobre a verdade do benefício previdenciário. Os

aposentados de maiores recursos não recorrem à

assistência social, porque usam o seguro de saúde

privado, que é infinitamente mais eficiente que os

serviços públicos de saúde. É inaceitável que isso

aconteça em nosso País, mas é um fato inconteste; que

prova o que narramos neste livro.

O segurado da Previdência Social, recorre aos

seus serviços diariamente, segundo as suas

necessidades. Tornou-se rotina lastimável, a morte de

pessoas quando acham-se nas filas vergonhosas! Eis aí,

o sofrimento da população carente dependente do INSS,

que é a abreviação do Instituto Nacional da Previdência

Social. A insensibilidade do Poder Público chega a ser

assombrosa! É insuportável a inoperância do poder

Público; pois, não melhora e não evita as dificuldades

enfrentadas pela população, na qualidade segurada da

Previdência Social. Porém, os políticos enganadores e

corruptos do País, não tomam nenhuma providência para

minimizar o sofrimento do povo! Será necessário que

haja profunda reflexão cívica, para que, cada cidadão

exercite sua cidadania com consciência, na escolha do

parlamento e dos respectivos governantes.

Pois, as mazelas da Previdência Social,

assolam a estrutura social do serviço público, porque são

frutos da interferência nefasta dos políticos que sempre

serviram-se do Poder Público, para locupletarem-se em

detrimento da coletividade. Em razão disso, aconteceram

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os deploráveis desfalques e roubalheiras do dinheiro da

Previdência Social, cujos escândalos são do

conhecimento público. Os desmandos que ocorrem nos

serviços da Previdência Social, tornam claro a escassez

de recursos, que poderiam beneficiar o segurado que

não recebe atendimento digno.

Por outro lado, a Previdência Social remunera

mal o seu funcionalismo. O que prejudica a existência de

condições melhores na prestação dos serviços

previdenciários ao segurado. Via de regra, muitos têm

que trabalhar noutro emprego ou no chamado “bico,”

para sobreviver ao baixo salário. Por outro lado, a

estrutura patrimonial da Previdência Social sofre com

desleixo dos seus administradores; depauperar-se...

Seus imóveis – que somam enorme quantidade em todo

o País – são invadidos e deterioram-se. Muitos desses

imóveis, contudo, acham-se ocupados por influência

política, que proporciona à Previdência Social cedê-los a

terceiros para uso particular, pagando preço simbólico. A

exemplo disso, estão as áreas de terras situadas nos

centros das grandes metrópoles, servindo apenas de

exploração para os estacionamentos particulares, de

automóveis.

Contrariamente do que acontece nos países

adiantados, onde a sua previdência social significa fator

de prestígio, no Brasil tem sinônimo de fracasso e

insatisfação para o segurado! Nesses países, a própria

previdência social acompanha frequentemente, toda a

vida previdenciária do contribuinte segurado, e, sempre

o surpreende quando comunica-lhe que já está

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

69

aposentado. Acontece exatamente o contrário do

procedimento da Previdência Social do Brasil, onde o

aposentado terá que lutar para provar que já pode

aposentar-se. Precisa apresentar provas impossíveis de

fazer por parte do empregado. Pois, vejamos alguns

exemplos disso: se o segurado tiver trabalhado numa

determinada empresa que tenha falido, torna-se

Citamos alguns fatos que corroboraram com a

nossa afirmação. Discorremos a título de comparação

sobre outras previdências sociais de outros países.

Agora alaremos da vulnerabilidade do nosso sistema

previdenciário, que é sujeito às mais diferentes fraudes

contra a Previdência Social: por exemplo, muitos

segurados impossível ao segurado provar que trabalhou

naquela empresa falida...Por outro lado, se o segurado

que teve todos os empregos anotados na sua carteira do

trabalho, mas, se tiver extraviado este do documento,

não terá como provar suas contribuições para a

Previdência Social. Razão pela qual não poderá

aposenar-se!falecidos continuam constando como se

vivos estivessem. Há pessoas inescrupulosas que

recebem a aposentadoria dos mortos; outras conseguem

a aposentadoria sem ter direito a ela. Portanto, isso faz

da administração da Previdência Social, uma verdadeira

baderna!

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CAPÍTULO XXI -

EXCLUÍDOS DO DIREITO DE MORAR

Falaremos do cidadão que não poderá pensar

na possibilidade de comprar um imóvel financiado pelo

sistema habitacional. Porque, para o seu cadastro,

simplesmente ele não existe. Lembraremos aqui,

daqueles cidadãos dos quais falamos no início, que são

adjetivados de favelados. Esses brasileiros, que formam

milhões deles em todo o território nacional, jamais

poderão recorrer ao financiamento da casa própria.

Mesmo que não sejam todos desempregados, os que

forem empregados com registro na carteira do trabalho,

mas, se residirem na favela, não serão aprovados para

obter financiamento dos agentes financeiros do sistema

nacional de habitação; pois, além de contarem com a

renda insuficiente, não terão endereço aceitável pelos

referidos agentes financeiros.

O governo atual detectou tamanho drama do

habitante das favelas em todo o País, e lançou o projeto

“Minha Casa Minha Vida”. Que proporcionará a aquisição

da casa própria pelo favelado excluído do sistema

habitacional nacional. Porque as condições de

pagamento das prestações, praticamente, são

simbólicas. O cadastramento para esses cidadãos, difere

do cadastramento procedido pelos agentes financeiros.

É o espírito humanitário do mencionado projeto, que irá

proporcionar gradativamente, a aquisição da casa

própria para os cidadãos das respectivas favelas, que

são excluídos do sistema financeiro de habitação.

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

71

Estatisticamente, o Brasil possui cerca de 30% da

população urbana residindo nas piores condições de

segurança e higiene. Nas encostas os riscos de

desabamento são constantes: a falta de base estrutural

do terreno estabelece o risco de deslizamento do solo

encharcado e sujeito ao perigo do desmoronamento

inevitável, principalmente, quando caem as chuvas

pesadas de verão. O constante perigo ronda as

habitações construídas nas encostas e nos morros que

circundam as cidades, ao longo do território nacional –

mocambos e palafitas, são os nomes técnicos

empregados pelas Nações Unidas – conhecidos como

barracos, pelos seus habitantes. Por conseguinte, é o

espelho do que retrata a vida residencial do cidadão que

está excluído dos projetos de financiamento da casa

própria, pelo sistema nacional de habitação.

A prevalecerem as estatísticas da ONU, (25%

de favelados), corresponderão cerca de quarenta e dois

milhões de brasileiros que habitam às margens do

programa habitacional do Governo e não constam no

referido programa, porque habitam as favelas e os

loteamentos desestruturados. Embora as estatísticas do

Governo, apontem o déficit de cerca de treze milhões de

moradias, só valem para as chamadas moradias

normais; não incluindo-se as moradias das favelas.

Porquanto, se fossem somados os quarenta e dois

milhões de habitantes das favelas de todo Brasil e, se

fossem consideradas habitações normais, o déficit

habitacional não seria só de treze milhões, mas sim de

cinquenta e cinco milhões. É necessário que as

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72

colocações sejam feitas com clareza, até para que

construa-se uma projeção correta das dificuldades

habitacionais no âmbito nacional. O que não é o forte dos

governantes brasileiros. Sempre astutos e hábeis, na

maquiadora da realidade.

De qualquer forma, o financiamento da casa

própria é tímido, porque o sistema exige renda do

mutuário, absolutamente dissociada da realidade

brasileira! Porque os prazos estabelecidos nos contratos

são curtos; incidindo maior valor da prestação. Por isso,

a exigência do tamanho da renda familiar impossibilita o

ingresso de mais pessoas no sistema nacional de

habitação. Pois, se o prazo for longo, o próprio imóvel

torna-se eficiente garantidor do empréstimo.

É óbvio que os operadores bancários não

veem com bons olhos, seu compartilhamento como

agentes do financiamento da casa própria; porque seus

lucros auferidos noutros tipos de operação financeira,

são mais atraentes do que financiar a aquisição de

moradias populares. De um jeito e de outro, o déficit

habitacional tende a crescer cada vez mais, sem que as

políticas destinadas a minimizar tão grave situação, não

sejam altamente tímidas; porque não oferecem outras

alternativas encorajadoras para afastar-se o fantasma da

falta de moradias decentes, para a população brasileira.

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

73

CAPÍTULO XXII -

FLAGELO DO SANEAMENTO SANITÁRIO

BÁSICO

As autoridades não divulgam, para não

alarmar a população. Todavia, o Brasil conta com cerca

oitenta milhões da sua população, sem saneamento

sanitário básico. É deveras, um índice assustador! Mas,

é o retrato da realidade quanto ao saneamento básico

nacional. O País dispõe dos recursos do Fundo de

Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que atinge a

cifra de bilhões de reais, contudo, nem com isso, é

solucionada a ausência de saneamento básico! Pois, não

há políticas sérias neste mister, nem no emprego dos

referidos recursos! ...

O Poder Público emprega mal, os recursos

públicos, os quais deveriam ser preventivamente,

aplicados na preservação da saúde da população;

porque tornar-se-iam menos dispendiosos os custos

efetuados com o tratamento da imensidão de pessoas

que recorrem aos hospitais públicos e a outros setores

da saúde pública, tais como os postos de saúde, se

houvesse a profilaxia. A prevenção é a melhor forma de

evitarem-se as maiores consequências das doenças não

debeladas por ausência de previsão. A profilaxia é a

atitude certa; quando consegue-se arrancar o mal pela

raiz; ele jamais se alastrará, e jamais trará maiores danos

à população, se for cuidado preventivamente.

No Brasil, infelizmente, não temos o hábito da

aplicação da profilaxia. Razão pela qual a saúde da

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população é precária e o País gasta muitos recursos com

o tratamento das doenças que acometem as pessoas

mais carentes e desprovidas de planos de saúde

particulares. Mesmo com todos os gastos elevados que

o Poder Público tem com o tratamento da saúde do povo,

nem todos os objetivos são atingidos; e uma apreciável

parte da população recebe tratamento precário!

Aumentando seu sofrimento nas quilométricas filas

formadas ao longo dos hospitais públicos. Tudo isso,

decorre da ausência de melhor aplicação das verbas

públicas. Que, muitas vezes, são desviadas da sua

finalidade! ...

Como já dissemos, a população brasileira

ainda morre nas filas dos hospitais, antes de ser atendida

pelos médicos. Fato que é inadmissível numa nação

civilizada. Situação esta, que nos deixa tristes, porque a

carapuça nos assenta firmemente! Surge, pois, a

necessidade da modificação das políticas de saúde

pública, com urgência, urgentíssima, a fim de tirar-se o

Brasil dessa vergonhosa situação! Se houver firme

reflexão por parte do cidadão brasileiro, um dia

escolheremos para governar o País, políticos de bom

senso. Com isso, é possível que o povo brasileiro tenha

seu dia de glória! ...

A depuração por ocasião da escolha dos

nossos representantes junto ao Poder Legislativo e dos

nossos governantes junto ao Poder Executivo, nos

assegurará que não vamos nos arrepender da

preferência política. A decepção do eleitor com sua má

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

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escolha, é mais dolorosa do que sua hesitação na hora

de teclar a máquina de votar! ...

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CAPÍTULO XXIII -

DRAMA DO ANALFABETO

Falamos dos motivos que norteiam os

destinos de um povo: são os que o tornam mais ou

menos feliz, os que da mesma forma, o tornam saudável

ou doente, educado integralmente ou educado em parte;

alfabetizado ou alfabetizado em parte. São fatores dos

mais variados matizes, que a mente humana possa

entender. A pergunta é a seguinte: o ser humano

analfabeto entenderia tudo o que as mentes mais

instruídas entendem? Logicamente, diríamos que não. O

analfabeto tem os seus direitos humanos lesados, no

mais sagrado da sua essência, atribuída à pessoa

enquanto criatura de Deus! Pois, negando-se-lhe o

saber, negar-se-lhe-á o direito de alcançar a verdade.

Porque a verdade é a trilha única que conduzirá o ser

humano a felicidade neste conceito. Diríamos que a

pessoa analfabeta, por natureza, é uma pessoa infeliz.

Embora nosso ponto de vista conceitual seja dessa forma

de entender, ao compararmos o comportamento das

pessoas analfabetas com o das pessoas letradas,

tivemos o cuidado de atinar para a possibilidade de o

analfabeto possuir uma outra forma de felicidade

pessoal. Contudo, nos limitamos ater-nos focando ao

conceito educacional.

Page 77: O Brasil dos Excluídos by Dr. Peres

O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

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CAPÍTULO XXIII -

ANALFABETO ELEITOR

A legislação eleitoral admite o voto do cidadão

analfabeto. Porém, discordamos desse mote político,

porque entendemos que, mais importante que votar nas

eleições, exercendo seu direito cívico, é o direito à

educação (pelo menos a alfabetização do cidadão).

Pois, sobejamente, sabe-se que o interesse dos

legisladores, de concederem o direito de votar, aos

eleitores analfabetos, esconde intenções subalternas:

porque, o voto do analfabeto, automaticamente, institui-

se no conhecido “voto de cabresto”! Em virtude da

necessidade de alguém preparar a chapa pré-

determinada, na qual o eleitor analfabeto depositará o

seu voto!!!

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CAPÍTULO XXIV -

COMPORTAMENTO DA PESSOA

DOENTE

A doença traz ao ser humano a possibilidade

da sua derrocada; que prejudica não só o corpo físico,

como também atinge sua alma, nas suas profundezas

íntimas; atinge até seu elo com o Criador. A doença é

simplesmente terrível! Para você ter ideia, coloque-se no

lugar daquelas pessoas que, além de estarem doentes,

por motivos diversos, ainda sofrem fome e miséria de em

outros países igualmente pobres; o Nordeste toda sorte

de privações? Pode dizer-se que essas pessoas estão

acometidas das mazelas decorrentes do padecimento

causado pela fome e miséria que atormentam os seres

humanos; não só no Brasil, mas também e o Norte

brasileiros, por exemplo, estão recheados de doenças

endêmicas na população brasileira. Enquanto o mundo

científico descobriu o remédio eficaz que debelou a

paralisa infantil, as doenças tropicais ainda estiolam o

povo brasileiro!

O exemplo disso espelha-se nas doenças

transmitidas por insetos, tais como o mosquito, o besouro

barbeiro, o caramujo, e tantos outros chamados

transmissores das doenças ditas tropicais. O sarampo, a

catapora e tantas moléstias de natureza tropical, que

deveriam estar extintas, contudo, não estão; porque as

políticas de saúde pública não mostram-se sérias e não

há o devido respeito aos direitos do povo, assegurado

pela Constituição Brasileira.

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

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As chamadas doenças de pobres concentram-

se nas mencionadas doenças tropicais. Porque os ricos

morrem do mal do coração, do câncer e outras doenças

de luxo, porque são diagnosticadas por meio de exames

sofisticados, modernos e caros, porque podem pagar aos

planos de saúde particulares de luxo; daí, a dizer-se que

foram acometidos por doenças de luxo. É claro que não

há doenças de luxo; é que o pobre não tendo como ir a

fundo, nos exames médicos, nem sabe que também é

portador das doenças dos ricos! Só lhe restando saber

das doenças tropicais; são doenças rotineiras, das quais

os pobres são as presas fáceis... Pois, se seus exames

médicos fossem realizados nos moldes que são

realizados os dos ricos, teriam mais precisão dos seus

males? Que a bem da verdade, todas as doenças são

iguais, como igual é a morte para todos os seres

humanos.

A Constituição Brasileira assegura ao povo,

direitos à saúde, à educação à segurança e outros,

porém, tais garantias constitucionais do cidadão, ainda

estão no “papel”, ou seja, constam na Carta Magna,

contudo, não foram postos em prática, totalmente. Esta é

a grande diferença entre o direito que o cidadão tem

garantido, e o que exercita! Entre possuir-se um direito e

usufruí-lo

. Outros países latino-americanos sofrem das

mesmas mazelas políticas e, das mesmas cá, há uma

distância diametral! Porque os governantes sabem que

os povos analfabetos – na sua boa parte – efetivamente

não têm condições de exigir seus direitos!

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80

A América Latina, por exemplo, é campeã

desse tipo de legislação irreal, porque na prática, exercita

justamente o contrário do que acha-se previsto nas

constituições e nas leis que elaboraram e sancionam!

Não é só no Brasil que a população sofre da

monstruosidade do analfabetismo urências estruturais,

tanto no que diz respeito à educação do povo, quanto no

atendimento nos serviços de saúde pública. A lástima

está nas entranhas do continente! Observe-se que, em

tudo, os povos latino-americanos são parecidos: diz-se

que a pobreza e a miséria não têm fronteiras.

Concordamos plenamente, pois, a etnia de certos povos

confunde-se. A índole, também. Não será a separação

física territorial que influenciará nas diferenças de

comportamento ou filosofia de alguns povos continentais.

No que tange às migalhas, visando manter ou

colocar os jovens nas escolas, sua eficácia é nula ou

quase isso, pelos seguintes motivos: a minguada ajuda

que o Poder Público dá, visando a manutenção do aluno

na escola, não representa a fábula que o Governo penso

mostrar à opinião pública; porque as dificuldades e

carências de toda ordem, são tantas que, o incentivo

público pouco vai influenciar na mentalidade do aluno,

porque a ajuda pecuniária vai encontrar interesse, não

nos estudos, mas sim, no consumo familiar. No Brasil, e

especialmente no Norte e Nordeste, a extrema pobreza

e miséria, assolam a maior parte da população jovem na

idade escolar, em decorrência das condições precárias

que as escolas oferecem aos alunos: as dificuldades de

transportes, a ausência de merenda escolar suficiente e

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

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adequado às regiões; a carência e preparo de

professores, a precariedade das instalações escolares,

as dificuldades de todas as espécies enfrentadas, tanto

de energia elétrica quanto de água potável, que

contribuem para a prejudicial repetência, de alunos, em

alta escala, afugentando-nos; e engrossando o caudal

do analfabetismo nacional que tanto envergonha este

País!... Por mais que o Poder Público possa empenhar-

se para auxiliar as famílias com algumas vantagens

pecuniárias, a referida ajuda não influenciará. Porque

não proporcionará estímulo para os estudantes, e assim,

para as famílias carentes.

Existe Ainda, o agravante, das interferências

políticas locais, nocivas ao programa do Governo, que

torna difícil a conciliação do recebimento do auxílio-

dinheiro, com os períodos do ano letivo. Por isso,

voltamos a afirmar que as políticas públicas também

neste setor, estão carecendo de reformulação, sob pena

de provável fracasso do mencionado programa do

Governo. Em tempo algum, os governantes do Brasil

empenharam-se com afinco, na educação do povo; no

entanto, agora tenta remendar-se de maneira gradativa,

porém, inadequada!

Por redundante que possa parecer-se, a

implantação de um programa educacional no País, é algo

sério. Não admite improvisos, como são costumeiros;

exige preparo estrutural e pedagógico. A nosso ver, não

é isso que está ocorrendo com o programa; observa-se

que o mencionado programa está desprovido de

planejamento. Por outras palavras: o governo tenta

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minimizar com recursos pecuniários, a pobreza das

famílias, que têm crianças fora das escolas, muitas

vezes, porque não têm a mínima condição de frequentar

as aulas, porque as famílias precisam do seu trabalho

para sustentarem-se.

A educação é a base fundamental de toda

sociedade civilizada. No jargão, o discurso é bonito. Na

prática é muito diferente! Tratam-se de famílias que

habitam regiões muito pobres. São regiões quase todas

rurais; desprovidas dos meios existentes nas regiões

urbanas. Diferem-se em tudo: para começar, não há

asfaltamento das ruas e muito menos das estradas

locais; o povo não tem transportes coletivos decentes, as

instalações elétricas são precárias e, às vezes, não têm;

via de regra, o consumo de água provém de poços

artesianos em geral, e das cacimbas (no Nordeste), cujo

seu tratamento é individual e muitos não tratam a água

consumida. Esgotos sanitários simplesmente não

existem!

É comum, as crianças não terem como vestir-

se e calçarem-se adequadamente, para comparecer à

escola; por outro lado, as crianças não têm como resistir

à distância entre o seu lar e a escola. O fato requer detida

análise quanto às peculiaridades: trata-se do cotidiano de

regiões diferentemente das regiões urbanas mais

adiantadas. Ao longo do território nacional, são regiões

formadas das mais diversas peculiaridades e com

condições sociais dos mais diferentes matizes. No que

diz respeito à estruturação educacional pública, ela

mostra-se sob diversos aspectos sociais e financeiros. É

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

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do conhecimento público, a existência de escolas

paupérrimas, estruturalmente, assim consideradas; haja

visto que muitas delas que são situadas nos lugares

rurais, são constituídas de piso de terra batida, cobertas

com palhas de palmeiras e desprovidas de banheiros e

de energia elétrica. Os alunos e as demais pessoas que

fazem a dita escola funcionar, precisam fazer suas

necessidades fisiológicas nos arredores, constituídos de

matagal.

Por conseguinte, não há mais lugar para os

sofismas, para as improvisações – muitas vezes com fim

eleitoreiro - que tanto têm prejudicado o nosso povo e,

atrasado o desenvolvimento do nosso País! A educação

significa o bem mais precioso que uma nação deve legar

aos seus concidadãos... Eis porque, a educação do

cidadão representa a base fundamental da sua vida

enquanto cidadão, enquanto pessoa humana, levando

sua evolução a superar os mais incríveis obstáculos da

sua vida civil. Incluindo-se também nos benefícios que a

educação proporciona à pessoa, está a preservação da

sua saúde. Por meio da leitura das mais variáveis

informações instrutivas, as pessoas bem informadas têm

muitas maneiras de precaver-se dos riscos e perigos que

a vida está sujeita a enfrentar! ... No entanto quando se

está prevenido deles – com a informação através da

leitura – as precauções que tomar, poder-se-ão evitá-los.

Por tais razões, como já sustentamos acima,

o País que insistir em manter seus cidadãos analfabetos,

estará cometendo um crime contra os direitos humanos

– mesmos que as leis e tratados internacionais ainda não

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cuidem deste tema, dessa forma - dessa maneira

entendemos o absurdo que gera o analfabetismo, não só

no Brasil, como também em todo o Planeta. O tormento

que um ser analfabeto enfrenta não deve deixar-se em

brancas nuvens, achando-se coisa natural e isenta da

responsabilidade e da sensibilidade da sociedade de

cada país; pois, constitui-se numa agressão a criatura de

Deus. O analfabetismo de cada país agride a toda a

Humanidade como um todo... Ele transpõe todas as

fronteiras do bom senso e a dignidade de todos os povos.

Portanto, o analfabetismo deve ser tratado e encarado

pelo ponto de vista global!

O analfabetismo, além de gerar insegurança

nas pessoas, cria o ensejo para os inescrupulosos que

aproveitam-se da falta de conhecimento das pessoas,

para enganá-las. Por outras palavras, ao analfabeto só

lhe resta o emprego refugo... Pesado, desgastante, que

outras pessoas instruídas não aceitaram. Se não fosse a

ajuda da tecnologia (facilitada pelas transmissões das

telecomunicações, as notícias e as informações que o

analfabeto capta sem a necessidade da leitura), ele

estaria ainda mais às margens do avanço

vertiginosamente, usufruído pela Humanidade.

Há outro aspecto moral que atormenta o

analfabeto: enquanto ele se esforça para legar ao seu

filho, aquilo que não teve dos seus ancestrais, com as

exceções meritórias, sabe-se que os filhos têm vergonha

de seus pais analfabetos, perante os seus amigos e

colegas de escola; a mentalidade infantil não concebe

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

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que, antes de tudo, o analfabeto não é uma pessoa

defeituosa, da qual se possa ter vergonha, é uma vítima

do seu próprio País, é um injustiçado pelo miserável

preconceito social, digno da mais profunda solidariedade

humana e cristã. O descaso dos governantes para com a

alfabetização dos seus concidadãos justifica a ausência

de seus esforços para extinguir o analfabetismo: Há que

considerar-se que os tempos mudaram, as tecnologias

avançaram e s aprimoraram-se; as ciências igualmente

avançaram na escalada científica mundiais, no entanto,

a mentalidade tacanha de muitos governantes, lhe faz

manter um ser humano, na escuridão do saber,

significando verdadeira aberração, que contraria a

evolução que a Humanidade conquistou até aqui.

Cumprindo destacar-se dentre outras, as façanhas

cometidas pela ciência e tecnologia, adentrando-se no

espaço sideral, levando o homem a pisar no solo lunar, e

construir suas engenhocas no cosmos; Tudo isto, mostra

que a manutenção do analfabetismo, contraria os

princípios do progresso humano!

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CAPÍTULO XXIV -

BUROCRACIA NA ADOÇÃO DE

CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Aqui, discorreremos sobre um tema que nos

parece paradoxal, se fizermos uma clara confrontação

com a realidade das pessoas interessadas na adoção de

crianças e adolescentes abandonados, com as

dificuldades de adotá-los, no Brasil. Não falaremos sobre

os países igualmente infelicidades pelas mesmas

mazelas, porque não conhecemos suas respectivas

legislações pertinentes ao assunto. No Brasil, contudo,

há legislação que rege o procedimento de adoção de

crianças e adolescentes, mas, ao nosso ver, são leis

tímidas que não atribuem maior empenho às autoridades

incumbidas de processar e decidir sobre à dita adoção.

Para começar, a lei existente, não impõe prioridade e,

acuidade no processamento da adoção. Pois, para tanto

a lei que rege a matéria de adoção, deveria impingir ao

Magistrado e ao Ministério Público, maior celeridade no

procedimento de adoção. Portanto, espantando neste

mister, a repugnante burocracia que reina em quase

todos os setores dos serviços públicos! ...

Não criticamos nem contestamos as

precauções ou práticas cautelares que são procedidas

no processo de adoção; porém, o excesso delas,

prejudica a população adotante e, sobretudo, prejudicam

às pessoas que precisam ser adotadas. As medidas

cautelares, sem dúvida, terão que preexistir, visando

evitar-se a malevolência dos elementos praticantes do

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

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tráfico de pessoas. Todavia, não é motivo suficiente para

um processo de adoção arrastar-se durante muitos anos,

enquanto os adotando padecem em abrigos

inadequados e penosos, à mercê de uma decisão judicial

que eterniza-se para enfim, possibilitar a adoção de uma

criança ou adolescente infelizes – porque pertencerem a

uma sociedade falida! Nunca uma legislação especial

voltada para a boa prática da adoção de crianças e

adolescentes, teve eco no parlamento brasileiro. Mesmo

tratando-se de interesse puramente humanitário; pois,

estamos falando de seres humanos em idade tenra,

assolados por sofrimentos causados pelos cruéis

abandonos motivados pelas mais diferentes

circunstâncias. Nem assim, o parlamento comove-se!

Não será necessário invocar neste caso, a

indulgência do empresariado nacional, porque também

ignora – com exceções honrosas – os sofrimentos de

uma criança abandonada. Razão pela qual atrevemo-nos

dizer que seria difícil da sua parte, pagar “propina” a

membros do parlamento, para aprovarem leis benéficas

à adoção ágil, de criancinhas abandonadas!

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CONCLUSÃO

Ao concluirmos este livro, queremos justificar

seu título, enfatizando nosso entendimento para titular “O

BRASIL DOS EXCLUÍDOS;” levando-se em conta a

existência de vários Brasis dentro do nosso retumbante

“Brasil Brasileiro”. Primeiro, falaremos do Brasil físico:

que está situado na área territorial de 8.515.767,049km2

e, que tem 7.491km de litoral; tem o maior rio caudaloso

do mundo. O Rio Amazonas. Tem a maior floresta

tropical do mundo. A Floresta Amazônica. A área

territorial do Brasil, corresponde a 47% do território da

América do Sul. Portanto, é o maior país da América do

Sul.

Falaremos agora, do Brasil demográfico: com

a atual população em torno de duzentos e dois milhões

de habitantes. Cuja sua etnia é composta de 38% de

indivíduos brancos; 40% de indivíduos negros; 20% de

indivíduos mestiços e 2% de indivíduos amarelos.

Abordaremos o Brasil agropecuário: como o

produtor de cerca de duzentos e dois milhões de

toneladas de grãos, anualmente; é o maior produtor de

café, do mundo; é o 2º maior produtor de soja do mundo:

é o 3º maior produtor de algodão do mundo; é o 2º maior

produtor de etanol, do mundo; é o 3º maior produtor de

milho do mundo; é o 5º maior produtor de cacau, do

mundo; possui a 2ª maior empresa mineradora do

mundo, na qualidade de 1ª empresa privada brasileira, a

Vale S.A.; possui a 1ª estatal no ranking nacional e a 4ª

maior empresa produtora de petróleo, do mundo: a

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O BRASIL DOS EXCLUÍDOS

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Petrobrás; ocupa a 7ª posição de fabricante de

automóvel, do mundo; possui o maior rebanho bovino do

mundo; possui o 3º maior rebanho suíno, do mundo; é o

1º produtor de frango, do mundo e 2º exportador de

carne de frango, do mundo.

O Brasil das desigualdades sociais: sobre as

quais, discorremos sobre os diversos matizes do Brasil;

porém, nos deteremos no foco social que, certamente,

seu tema esmaecer-se-á diante dos fatores positivos que

enumeramos acima, que contrastam com todas as

adversidades que realçamos quanto à pobreza extrema,

em comparação com a posição potencial do Brasil

socioeconômico e na condição de País emergente.

Contudo, se houver uma consolidação de caráter

igualitário, poderá tornar-se o País “Celeiro do Mundo”,

conforme profetiza a Espiritualidade Superior. Porquanto,

aquele Brasil da pobreza, da então miséria, que a ONU

afirma haver sido extirpada, dará lugar a um Brasil justo

para com todos os seus cidadãos, sem discriminação de

raça, de religião, faixa etária, credo, posição

socioeconômico, ideologia política ou partidária, que nos

fará um povo feliz, imbuído do lídimo sentimento cristão,

nos fazendo cada vez mais pacíficos e prósperos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA

ONU – Organização das Nações Unidas

INCRA- Instituto Nacional de Colonização e

Reforma Agrária

ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente

LEI DE EXECUÇÕES PENAIS

WIKIPÉDIA – Enciclopédia...

IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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ANOTAÇÕES

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