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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A Historia da Beleza Através dos Tempos Por: Nilcea Marques de Souza Orientador Prof. Maria Esther de Araújo Oliveira Rio de Janeiro 2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A Historia da Beleza Através dos Tempos

Por: Nilcea Marques de Souza

Orientador

Prof. Maria Esther de Araújo Oliveira

Rio de Janeiro 2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A História da Beleza Através dos Tempos

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Docência de

Nível Superior.

Por: Nilcea Marques de Souza

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por me dar forças e

saúde para continuar sempre em

frente, e por esta pesquisa que espero

seja fonte de conhecimentos para

quem dela precisar.

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DEDICATÓRIA

Dedico esta pesquisa a todos aqueles que

me incentivaram a não esmorecer nunca,

aos que me ensinaram que para se

alcançar um objetivo é preciso muita

obstinação e perseverança. A minha mãe

que mesmo a distância sempre torceu por

mim.

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RESUMO

A história da profissão de esteticistas no Brasil é bastante recente. Tem-se

notícia das primeiras profissionais a externarem tal ofício há cerca de cinqüenta

anos. A brevidade de sua existência, no entanto, não impediu que víssemos,

nos últimos anos, um vertiginoso interesse da sociedade pelos benefícios que

os recursos estéticos poderiam lhe trazer. Na panacéia de atingirem a beleza

(e como conseqüência dela, a felicidade) vemos uma corrida cada vez maior

aos salões de beleza e às clínicas de estética. A procura crescente por esses

profissionais gerou uma valorização do enfoque social da profissão e uma

vertiginosa busca por aprimoramento cultural. Muitos profissionais têm se

beneficiado de tal ofício que se apresenta atualmente como uma carreira

rentável e promissora.

A historia da beleza que estamos analisando a qual somos intrínsecos é

relatada de forma coesa e objetiva, a fim de envolver o leitor deixando-o par do

seu desenvolvimento através dos séculos.

Diante disso, dissecaremos todo esse assunto desde os seus

primórdios, ou seja, desvendando-o desde o seu principio, por isso citamos a

busca pelo corpo perfeito, a história da cosmética e da maquiagem, a história

do perfume e da moda.

Abordaremos ainda as dificuldades encontradas ao longo das

décadas até chegar aos dias de hoje.

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METODOLOGIA

O presente artigo monográfico foi desenvolvido por meio de pesquisas

bibliográfica e documentais. Destina-se a apoiar os profissionais da área de

beleza Estética e Imagem Pessoal. Acompanhando a historia da beleza e sua

evolução.

A relevância desta pesquisa procura motivar ao profissional da área de

Beleza e Estética e Imagem Pessoal a uma análise e a uma busca contínua

para a excelência dentro da sua profissão.

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - A Procuro por um Corpo Perfeito 10 CAPÍTULO II - A História dos cosméticos e da maquiagem 14 CAPÍTULO III – A História do perfume 21 CAPÍTULO IV – A História da moda 27 CONCLUSÃO 38 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40 ÍNDICE 41 FOLHA DE AVALIAÇÃO 42

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INTRODUÇÃO

A estética surgiu na Grécia, antiga como uma disciplina da filosofia que

estuda as formas de manifestação da beleza natural ou artística.

O belo ou a beleza são conceitos dinâmicos que encontram diferentes

representação ao longo da história e em culturas diversas. Na filosofia de

Platão, por exemplo, pensava que as representações materiais do belo

compartilhavam da beleza absoluta. Para Aristóteles por sua vez a beleza do

corpo é vista como fruto da adaptação a um fim, além disso, para ele as coisas

agradáveis e belas são necessariamente boas, tudo o que produz virtude é

necessariamente belo. Entre os bens ele conta a saúde e a beleza do corpo. O

belo seria um espécie de virtude. O filosofo e matemático Blaise Pascal já dizia

“a própria moda e os países determinam aquilo o que se chama de beleza”.

Sucessivamente na estética de Immanuel Kant, “Belo é tudo quanto agrada

desinteressadamente. O belo sempre desafiou artistas e filósofos com suas

inefabilidade. As estátuas de Policléto, os templos das acrópoles gregas, os

retratos de Leonardo, as mulheres de Rubens ou de Gauguin, representavam o

belo, mas um belo profundamente diferente a cada momento

É certo que a estética teve desde o principio dos tempos um papel muito

importante ligado à beleza, bem estar, sedução, arte...

A Estética é uma ciência que foi evoluindo ao longo dos séculos e deixou

marcas na pré história, Egito, Grécia, no século XX. Mulheres como Helena

Rubinstein deram relevo à estética nesta época com o lançamento do primeiro

creme produzido industrialmente, o Valese, e com a inauguração do primeiro

salão de Beleza do mundo! Estée Lauder, cuja campanha publicitária de

“Glamour Luxuriante” levaria o titulo de “Rainha Americana dos Cosméticos”

também surgiu nesta época de destaque da estética. A célebre frase “A beleza

é uma questão de atitude. Não mulheres feias, apenas mulheres que não se

cuidam ou que não acreditam que são atraentes” proferidas sem parar ao longo

dos anos serviu de grande incentivo muitas mulheres que viram na Estética

uma solução para ficar de bem com a vida.

O exercício da Estética não pára, e as profissionais do ramo também não se

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limitam aos ensinamentos alcançados enquanto estudantes. Os avanços técno-

ciêntifico ajudam não só à sua evolução como aos meios que empregam,

tornando-os mais e melhores adaptando-se as necessidades dos dias de hoje.

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CAPITULO I A procura por um corpo perfeito

A sociedade contemporânea, através do crescimento tecnológico e das

possibilidades de uso desses na transformação da vida e dos costumes do

indivíduo vem modificando seus códigos (verbais, escritos e corporais) e

assumindo valores que chegam ao limite desenfreado pela busca do corpo

perfeito. A tão cobiçada forma física dos deuses, atualmente, assume papel de

destaque na construção do cotidiano, onde pessoas se submetem a

tratamentos intensivos em clinicas de estéticas e exercícios. No entanto, essa

busca pela beleza e perfeição sempre esteve presente nas ações da

humanidade (Umberto 2004) visto que o belo e o poder são caminhos que se

tornam na maioria das vezes parceiros inseparáveis. No entanto, a moldura

vem se modificando ao longo dos tempos, ou seja, a idealização da simetria

física exposta pela sociedade e seus meios de comunicação, está deixando de

ser apenas arte inanimada para se transformar em indivíduos que aprenderam

a reconhecer suas imagens (mesmo que distorcidas) refletidas nos espelhos

(Ribeiro; Zorzetto, 2004)

Os padrões de beleza, decorrentes em principio da busca pelo parceiro,

mas adequado à propagação da herança genética, vem sofrendo há milênios a

influência da cultura. Segundo estudiosos do assunto o desejo de diferenciação

social tem um papel de enorme importância na definição do que é belo: quanto,

mas afastados dos estratos subordinados e, mas próximos das elites, mas

bonito se é.

A polaridade, no caso da beleza corporal, enraiza-se em uma profunda rede de

exclusões. Inacessível a maioria, o belo é um signo de distinção social para

poucos; afirma a historiadora Maria Angélica Soler da PUC de São Paulo. A

história da beleza no Brasil oferece bons exemplos. No final do século XIX,

mulheres com a compleição roliça de dona Domitila de Castro a marquesa de

Santos que enlouqueceu D. Pedro I de paixão, estava longe de ser

considerada fora dos padrões. Ao contrário, corpos cheios, braços roliços e

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seios fartos, cobertos por uma macia camada adiposa, cheios, braços roliços e

Seios fartos, cobertos por uma macia camada adiposa, eram interpretados

como sinônimo de afluência, por oposição a escravaria. A tez branquíssima

contrapunha-se ao moreno e negro dos trabalhadores braçais. Na transição

entre a década de 60 e 70 a figura libertária de Leila Diniz, bronzeada em

biquínis ousados, era a antípoda das mulheres recrutadas em massa pelo setor

de serviços e trancafiadas em escritórios sentadas, na maior parte do tempo,

essas mulheres viram seu corpo ariar. E o ideal passou a incorporar músculos

bem delineados, já que o operário não em tempo nem dinheiro para freqüentar

academias e ginástica, contratar um personal trainer ou consultar um

nutricionista. Foi assim que a gordura se tornou traços de pobreza.

A existência de cânones de beleza não é, portanto, o que singulariza os

tempos atuais. A feminista Naomi Wolf (autora de o Mito da Beleza) notou que

o traço que o traço peculiar da época é que a mulher comum de antes da

Revolução Industrial, confinada aos trabalhos doméstico se a vida social

limitada ao bairro, possivelmente experimentou o sentimento da mulher

moderna em relação à beleza. Esta vive o mito da beleza como uma continua

comparação com um ideal físico amplamente difundido. Wolf explica: Antes da

invenção das tecnologias de produção em massa de daguereótipos,

fotografias, filmes etc., uma mulher comum era exposta a poucas imagens dos

tipos ideais de beleza feminina fora da igreja. O bombardeio de imagens dos

dias atuais, somados à exuberância e variedades dos alimentos disponíveis

nas prateleiras dos supermercados, congestiona as mulheres de complexos e

desejos voltados pra a conquista do corpo perfeito. Amanhã de novo todas elas

estarão diante do espelho. Como todo dia.

Desde os primórdios dos regimes patriarcais, o belo é normatizado.

Todas as sociedades são marcadas por padrões estáticos bem definidos. Mas

do que tendência ou produtos alimentar, os modelos de beleza ideal são signos

de distinção social. Servem para a elite sinalizar seu diferencial de classe em

relação a maioria da população.

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1.1 A procura por um corpo perfeito através dos tempos

1822 - A marquesa de Santos com suas formas arredondadas e flácidas é a

personificação da mulher sedutora. A culinária prima por seu alto teor calórico,

como um porco cozido em sua própria banha. Os escravos se alimentam a

base de arroz, feijão e mandioca. O trabalho na lavoura rende-lhes músculos

salientes.

1890 – Na virada do século os ricos buscam uma silhueta, mas fina. As

mulheres alvíssimas passam a se espremer em espartilhos o excesso de

gordura passa ser combatido com comprimidos de arsênico.

Trabalhando nas lavouras imigrantes europeus substituem os escravos. A pelo

tostada indica posição social inferior

1922 – Patrícia Galvão Pagu, escritora e comunista, antecipam um novo

modelo de beleza. Mais magra do que as gerações anteriores, comportamento

liberal, ela sinaliza o inicio da emancipação da mulher.

A mulher entra na dura disciplina fabril e submete-se a jornadas de trabalho de

até dezesseis horas diárias.

1940 – Com a segunda guerra mundial a incerteza e o racionamento alimentar

disseminan-se. Brilha os perfis, mas roliços como os da vedete Virginia Lane.

Na ruas, onde se vêem manifestações de apoio à força expedicionária. A

paisagem humana reflete a falta de glamour.

1954 – Marta Rocha perde o titulo de Mis Universo por causa de duas

polegada a mais nos quadris. A anfetamina arma de guerra para limitar o

apetite dos soldados, torna-se remédio para emagrecer.

O controle do corpo fica rigoroso, enquanto novidade dos enlatados

americanos chega à classe média.

1969 – A atriz Leila Diniz firma-se como musa da era da libertação sexual ao

expor o corpo bronzeado na praia de Ipanema. Com a cultura hippie, a comida

vegetariana vira moda.

Com a entrada da mulheres no setor de serviços, soma-se a jornada de

trabalho em casa a rotina do confinamento nos escritórios.

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1998 – Carolina Ferraz é magra alta com músculos bem definidos, o modelo de

beleza dos anos 90 cuja emulação incita a luta permanente contra abalança

inclusive com o uso de remédios.

Cresce a obesidade nos setores populares por causa da dieta, mas rica em

calorias e da redução dos níveis de atividades físicas.

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CAPITULO II

A História dos cosméticos e da maquiagem A palavra cosmético vem do grego que significa “o que serve para ornamentar”. Os cosméticos surgiram no Oriente na Antiguidade e se espalharam pelo resto do mundo. Usa-se óleos, essências de rosa e de jasmim e tinturas para cabelos. A alta sociedade de Roma tomava banhos com leite de jumenta para embelezar a pele. Na idade média, o açafrão servia para colorir os lábios; o negro da fuligem, para escurecer os cílios; a sálvia, para branquear os dentes; a clara de ovo e o vinagre, para aveludar a pele. É no antigo Egito que vamos encontrar os primeiros testemunhos do uso dos cosméticos. Os faraós tinham nas perucas coloridas formas de distinção social e consideravam a maquilagem dos olhos ponto de destaque fundamental para evitar olhar diretamente para Rá o deus do sol. As misturas de metais pesados davam o tom esverdeado para impregnar e proteger as pálpebras dos nobres. É também com a civilização egípcia que surge distinção: mulher de pele clara e homem com a pele escura. Cleópatra imortalizou seu tratamento banhando-se em leite, cobrindo as faces de argila e maquilando seus olhos em pó de Kohl. Pele clara obsessão universal. Dizia-se que Popéia tinha a pele muito branca graças ao resultado de constantes banhos em leite de jumenta. Ela lançou moda e todas as romanas abastadas eram dadas às máscaras noturnas, onde ingredientes como farinha de favas e miolo de pão se combinavam ao leite de jumenta diluído para formar papas de beleza. Mas a verdade é a bela complementava seu tratamento de clareamento da pele maquilando as veias dos seios e testa com tintura azul. Esta aparência translúcida foi imitada em misturas de giz, pasta de vinagre e claras de ovos durante muitas décadas. Conta a lenda que Psyche foi buscar no inferno o segredo da pele branca da deusa Vênus, trazendo a cerusa, ou alvaiade, para compor suas formulas mágicas. Até a Renascença italiana esse mesmo alvaiade era usado durante o dia pelas lindas mulheres nobres, que a noite cobria suas faces com emplastros de vitelo cru molhado no leite a fim de minimizar os efeitos nocivos causados pelo alvaiade. O kama Sutra, escrito entre o século I e IV, define a mulher ideal como Padmini, aquela que tem “... a pela fina, macia e clara como o lótus amarelo...” No Japão, do século IX ao XII período de aheian, a valorização da pela branca era regra geral. Para obter aparência extremamente branca as mulheres aplicavam um pó espesso e argiloso feito de farinha de arroz, chamado de oshiroi. Depois passaram a também à usar o beni, pasta feita do extrato de açafrão, para colorir as maçãs do rosto. Aproximadamente em 150AC o físico Galeno criou o primeiro creme facial do mundo, adicionando água à cera de abelha e óleo de oliva. Mas tarde o óleo de amêndoas substituiu o azeite e a incorporação de bórax contribuiu para a formação da emulsão, minimizando o tempo de processo. Estava ai a primeira base para sustentar os pigmentos de dióxido de titânio e facilitar a aplicação na face; nascia a base cremosa facial.

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Mas nem só de aprovação caminhou a história dos cosméticos coloridos. Na Roma antiga a indignação masculina frente aos artifícios femininos de usar produtos para maquilagem está registrada em obras imortais, como escreveu Ovídio “... Seu artifício deve permanecer insuspeito. Como não sentir repugnância diante da pintura espessa em sua face se dissolvendo e escorrendo até seus seios? Por que tenho que saber o que torna a pele tão alva?...”Andreas de Laguna, o médico espanhol do Papa Julius III, dizia que a maquilagem das mulheres era tão espessa que dava para cortar “a nata da torta de queijo de cada uma das bochechas” 2.1 A beleza na Mira da Igreja Os lideres religiosos expressavam sua indignação contra o uso de artifícios coloridos. No relato de São Jerônimo fica evidente a reprovação do ato de maquilar-se, visto como a força do mal e da impureza. “... O que faz essa coisa púrpura e branca no rosto de uma mulher cristã, atiçadores da juventude, fomentadores da luxúria, e símbolos de uma alma impura?...” 2.2 Propaganda X Bruxaria No final do século XVIII, o parlamento inglês recebeu a proposta de uma lei que tentava impor sobre as mulheres a mesma penalidade por adornos que era imposta por bruxaria. O termo desobrigava de suas responsabilidades os maridos que haviam casado com uma “máscara falsa”. “Todas as mulheres que à partir deste ato tirarem vantagem, seduzirem ou atraírem ao matrimônio qualquer súdito de sua majestade por meio de perfumes, pinturas, cosméticos, loções, dentes artificiais, cabelo falso, lã de Espanha, espartilho de ferro, armação para saias, sapatos altos ou anquilhas, ficam sujeitas à penalidades da lei que agora entra em vigor contra a bruxaria e contravenções semelhantes e que o casamento, se condenadas, seja anulado...” è hilária a carta publicada no jornal britânico The Spectator, no ano de 1711, onde um marido aflito desabafa... ”Senhor, estou pensando em largar minha mulher e acredito que quando o senhor considerar o meu caso, a sua opinião será a de que as minhas pretensões ao divórcio são justas. Nunca um Homem foi tão apaixonado como eu pela sua fronte, pescoço e braços alvos, assim como a cor do azeviche de seus cabelos. Mas para meu espanto descobri que era tudo feito de arte: sua pele é tão opaca com esta prática, que quando acordou de manhã, mal parecia jovem o suficiente para ser mãe de quem levei para a cama na noite anterior. “Tomarei a liberdade de deixá-la na primeira oportunidade, à menos que seu pai torne sua fortuna apropriada às suas verdadeiras, e não supostas, feições...” O rei Henrique VIII mandava pintores retratarem suas pretendentes matrimonias, pedindo às pessoas que cercavam a rapariga que respondessem um extenso questionário sobre a futura esposa. As instruções previam saber como era o rosto, se estava pintada e se havia algo “perto dos lábios” referindo-se ao uso de batons e brilhos. Elizabeth I, a rainha virgem, que assim ficou famosa por ter morrido sem se casar, usou até o fim de seus dias as faces cobertas de branco, as maçãs pintadas com círculos

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vermelhos definidos e a cabeça coberta por uma peruca de cabelo ruivo e dourado. Mas apesar da postura da igreja e dos costumes rígidos, os desenvolvimentos científicos o ato de pintar os lábios tornou-se moda desde o século XVI, quando as pomadas coloridas tornaram-se mais acessíveis e seguras. Ainda no século XVI a preocupação com a higiene pessoal foi deixada de lado, o que ironicamente contribuiu para o crescimento do uso de maquilagem e dos perfumes. É somente no século XX, com os avanços da indústria química fina que os cosméticos se tornam produtos de uso geral. Em 1921, Paris é palco de uma verdadeira revolução na história do batom; é a primeira vez que um produto desta categoria é embalado num tubo e vendido em cartucho. O sucesso é tal que em 1930 os estojos de batons dominam o mercado americano, trazendo nova fase para o desenvolvimento destas formulações. A morena Marilyn Monroe usava maquilagem clara e pintava lábios vermelhos intensos, atraindo e intensificando sua feminilidade. O maquilador americano Kevyn Aucoin conta que em 1967, ainda criança confundiu a maquilagem branco-rosada intensa de uma vendedora de cosméticos com a aparência deixada pela aplicação de loção de calamina. Esta mistura de óxido de ferro vermelho e óxido de zinco era muito usada, na época, para aliviar o desconforto causado pela picada de insetos. A ingenuidade de kevyn levou-o a comentar com a moça como ele estava penalizado por sua dor! Como resposta deparou-se com um silêncio sepulcral, que só foi entendido pelo menino quando sua mãe, já a caminho de casa explicou que se tratava de maquilagem e não de remédio... Na década de 70 as cores de maquilagem tornaram-se populares, acompanhando as coleções de alta costura francesa italiana e inglesa. Cada vez que um grande costureiro lançava uma nova coleção de cores e formas para as roupas lá vinha um tom de sombra especifico para os olhos, uma nova cor de boca. Dior, Chanel, Yves Saint Laurent e todos os grandes ousavam e enchiam os olhos das mulheres de todo o mundo com suas criações cada vez, mas tentadoras. E è no final da década de 80 que entram em lançamento as fórmulas evoluídas para cosméticos pigmentados. As beiras do novo milênio finalmente entram em cena as fórmulas baseadas em tecnologia de vanguarda, cujo uso garante propriedades bem interessantes para a nossa beleza, como protetor solar, umectação e controle do envelhecimento da pela. Nos anos 90 a era do beneficio visível ganha importância vital. haute couture toma rumos inteligente nesta nova era. Estilistas ingleses com John Galliano e Alexander McQueen vêm dar uma ventilada nas conservadoras Dior e Givenchy, alterando mais uma vez a história da moda & make-up. Hoje podemos nos beneficiar do produto que cobre e trata a pele, limpa, perfuma e protege os cabelos, como nunca antes na história da humanidade.

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2.3 A evolução do mundo retratada através da Maquiagem Cada década teve sua história, seu estilo. O século 20 foi veloz e revolucionário. Conheça um pouco mais sobre as influencias da história na moda e na maquiagem. Anos 30 Olhos sofisticados e provocantes Sobrancelhas totalmente depilada e redesenhada com lápis, num traço fino, ousado e marcante. Sombras de pálpebras em pó exploravam todos os matizes, indo dos castanhos aos cinzas, e inclusive ao preto para noite. Os cílios cuidadosamente recurvados e cobertos por máscaras para cílios. Par evitar todo o excesso considerado vulgar, a maquiagem da boca ornou-se muito discreta. Anos 40 Olhos armados de guerra A beleza, sinônimo de saúde, era considerada, um dever nacional. Os efeitos da guerra abalaram o mundo e o mercado de cosméticos teve uma queda em função da falta de matérias primas. Graxas para as botas serviam como máscaras para cílios, o carvão, como sombra de pálpebras, a graxa para sapatos como tintura as sobrancelhas e pétalas de rosa embebida em álcool produziam um blush liquido da era vitoriana. Ao longo de todo o conflito, as estrelas usaram cabelos longos, um modo de exprimir feminilidade numa época em que muitos outros meios não eram acessíveis. Anos 50 Olhos de gazela. Modelados pela sombra nas pálpebras, o lápis de sobrancelha, a máscara para cílios e, sobretudo o delineador. A importância da maquiagem dos olhos trouxe uma infinidade de criações e formulações de produtos. A maquiagem realçava a palidez da pele e a intensidade dos lábios. Os pós-de-arroz e compacto estavam mais presente. Anos 60 Olhos de adolecente. Ultra-maquiados transparecendo uma ousadia inocente. Na mesma época, surgiram as minissaias e as mulheres começaram a deixar de lado o clássico e então “ultrapassado” visual fatal. A feminilidade transitava entre o comportado e o irreverente. As cores eram fortes, puras, verdadeiras: rosa - choque, dourado, verde, violeta e laranja. Os anos 60 marcaram o inicio da cultura pop americana. Anos 70 Olhos em busca de liberdade. A beleza toma um aspecto moral e psicológico. Não existem mulheres feias, há somente mulheres que ainda não se conhecem. Pela primeira vez na evolução

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da beleza, homens e mulheres podiam escolher sua aparência seguindo seu estilo de vida pessoal, e não somente as exigências da moda. A maquiagem e os cortes de cabelo se tornaram, mais que nunca, meios de expressão de escolhas. Cabelos livres, pele bronzeada e lábios brilhantes fizeram dos anos 70, uma década de beleza explosiva. Anos 80 Olhos cheios de movimentos Sob as luzes estroboscópicas, a juventude dourada e coberta de lantejoulas tinha os lábios muito vermelhos, os olhos pintados de azul-elétrico e as maças do rosto realçadas por blushes cor de tijolo. Os códigos da beleza começavam a mudar acordo com as estações do ano. A sombra passava do castanho ao violeta e era esfumaçada, em arco Iris. Os cílios eram alongados com máscaras coloridas (verde relva e azul piscina) e a prova d'água. No topo dos anos 80, triunfava Madonna, que foi um marco da década em que era proibido “fraquejar”. A beleza virou competição e as mulheres passaram a cuidar muito do corpo. Os músculos demonstravam que elas não seriam, mas intimidadas. Anos 90 Olhos menos cintilantes e mais decadentes. Cansada dos agitos dos anos 80, as mulheres dos anos 90 apresentam uma beleza esquálida e perturbadora que representa uma sociedade em fase de mutação. Tatuagem e piercings fazem do corpo um campo de expressão da feminilidade “debochada”. De 2000 aos tempos atuais Olhos espirais levam ao túnel do tempo. Fragmentos de todas as décadas passadas se misturam e contam um pouco da história da beleza através dos tempos. Com a chegada do novo milênio, os diversos aspectos adotados pela beleza nos serviram de espelho. A aparência, em manifestação diversas e imagens extremas, refletiram os processos de transformação. Os dois últimos anos misturam todos os possíveis estilos de moda e maquiagem. Trazem a classe e a elegância do inicio do século, a delicadeza sexi dos anos 60, a irreverência dos anos 80 e a “apatia” em tom de protesto dos anos 90. 2.4 Os Marcos da História dos Cosméticos através do tempos 300 A.C – Os primeiros registros da utilização de cosméticos datam do Egito antigo. Os egípcios pintavam os olhos para evitar a contemplação direta do deus Sol. Para tanto, recorriam a gordura animal e vegetal, cera de abelhas, mel e leite no preparo de cremes para pele. 1900 – O século XX inaugura a era da indústria dos cosméticos. Em 1910 Helena Rubinstein abre, em Londres, o primeiro salão de beleza do mundo.

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Onze anos depois, em 1921, pela primeira vez o batom é embalado num tubo e vendido em cartuchos para consumidoras. Anos 50 – Políticas de incentivo trazem para o Brasil gigantes do porte da americana Avon e da francesa L’oréal. Essas empresas lançam novidades como a venda direta e produtos para o publico masculino. A maquiagem básica compunha-se de pó-de-arroz e batom. Anos 70 e 80 – Cores de maquiagem tornam-se variadas ao acompanhar os matizes das coleções de alta costura italiana, francesa e inglesa. Os filtros solares desembarcam em território brasileiro. Aparelhos a laser e os ácidos retinóicos e glicólicos começam a ser empregados no tratamento de rugas e manchas. Anos 90 – O tempo entre a aplicação do cosmético e o aparecimento do efeito prometido na bula diminui de 30 para menos de 24 horas. Surgem os cosméticos multifuncionais, como batons com protetor solar e hidratantes que previnem o envelhecimento. Século XXI - Os alfa-hidroxiácidos, utilizados em cremes para renovar a pele tendem a ser substituídos por enzimas, mais eficazes. Outra tendência é a descoberta de nova s matérias-primas, com várias funções. As pesquisas avançam na direção da manipulação genética para melhorar a estética. O século XX foi decisivo para solidificação da cosmetologia como ciência, mas a significativa evolução dos cosméticos aconteceu realmente nos últimos 50 anos quando eles deixaram definitivamente o mundo dos preparados caseiros e ganharam caráter industrial. Neste momento as necessidades das pessoas já não são como antigamente, resumidas ao patamar da beleza, o consumidor anseia por cosméticos que ofereçam muito mais... hidratação e nutrição em profundidade, proteção dos agentes externos, juventude e correção das danificações e imperfeições da pele, cabelos, unhas e todos os seus anexos. Assim sendo, nosso velho e bom cosmético que exercia função apenas na aparência, para poder atender a este novo comportamento do consumidor, precisou buscar meios de evolução, meios que viabilizassem níveis de atuação mais intensos para garantir beleza sim, mas primordialmente saúde. As pesquisas em princípios ativos e matéria primas especificas evoluem num ritmo aceleradissimo e presenciamos a chegada da era dos cosméticos de tratamento a era dos chamados cosmecêuticos. Os cosméticos foram assim chamados porque são cosméticos farmacêuticos, ou seja, possuem ingredientes farmacologicamente ativos, o que lhes confere características intermediárias entre cosméticos e um medicamento, nem tão potente e cheio de reações adversas quanto um medicamento, mas nem tão superficial quanto um cosmético comum. Hoje em pleníssimo século XXI, vivemos tempos de tecnologia avançada, em que já se conhece o mapeamento completo do genoma humano, que usamos células tronco para a cura de uma série de doenças, que modificamos geneticamente nossos alimentos e até possuímos o poder da

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clonagem, é claro que cosmetologia também acompanhou toda esta amplitude deste mundo globalizado. Hoje a cosmetologia, é uma categoria totalmente organizada, que existe com embasamento reais e científicos e com capacidade de comprovar eficácia de cada produto fabricado. Hoje a cosmetologia é um dos segmentos que mais cresce em todo mundo e em termos de produção, o Brasil além de ocupar o primeiro lugar da América Latina, já é o sétimo país no ranking mundial. A cosmetologia na verdade, não é mais uma única ciência, e sim uma ciência multidisciplinar, ou seja, ela é usada como suporte indispensável para otimizar as práticas de profissionais de todos os segmentos científicos. Dentre estes segmentos podemos, podemos citar: • A farmacologia cosmética que além de trabalhar na manipulação de

medicamentos, também manipula diversos tipos de cosmecêuticos de maneira personalizada.

• A química cosmética que fabrica em escala industrial e também pesquisas e inova a cada dia os princípios ativos e as matérias primas empregadas nos mais variados tipos de cosmecêuticos.

• A biotecnologia que hoje representa o futuro dos cosmecêuticos, trabalhando com os mais modernos instrumentos de engenharia genética.

• A psico-cosmetologia, praticada por profissionais da psicologia e neurologia que se utiliza dos cosmecêuticos junto à diversos recursos, como a PNL (programa neuro lingüística) para melhorar a performance dos tratamentos de seus pacientes.

• A dermato-funcional, praticada por fisioterapeutas que unem práticas já tradicionais, a força terapêutica da cosmetologia.

• A cirurgia plástica que institui o uso do cosmecêutico no acompanhamento de muitos dos seus procedimentos.

• A fitoterapia, que se utiliza dos mais ricos extratos vegetais para a produção de cosmecêuticos naturais, inclusive com fins curativos.

• A estética cosmiátrica praticada por esteticistas que diga-se com louvor foram os primeiros profissionais, a saber, explorar o potencial dos cosmecêutico.

Enfim, são muitas as categorias profissionais que podem se utilizar da cosmetologia como forte aliada. Não podemos deixar de dizer que o crescimento da cosmetologia exerce inclusive um papel social, pois tornam cada vez mais acessível, os cuidados cotidianos que todo individuo merece ter. Até o publico masculino que durante tanto tempo afirmou que cosmético é coisa de mulher, já se rendeu aos cuidados oferecidos pela cosmetologia e percebeu que isso é bem estar e qualidade de vida. Mas vale também ressaltar que a cosmetologia é uma ciência inexata. Como pudemos observar ao longo desta abordagem história, as verdades de ontem podem não ser as de hoje ou de amanhã, por isso conhecimentos sólidos e aperfeiçoamento são fundamentais e necessários sempre, para que sejamos profissionais realmente representativos numa categoria tão linda e expressiva.

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CAPITULO III

A História do Perfume

É graças aos sentidos que comunicamos com o mundo exterior. Em relação ao olfato, e apesar de ter sido considerado um dos sentidos de que se poderia prescindir sem alterar a nossa percepção da realidade, ele é o mais rápido a “por o cérebro para funcionar” transporta-nos para um mundo de emoções e sentimentos distintos e mais profundos do que nos é sugerido pela visão de uma imagem ou a percepção de um objeto através do tato. Assumindo o olfato um papel tão importante na interpretação do mundo que nos rodeia, tudo indica que o homem terá aprendido, desde as suas origens, a distinguir o bom do mau odor. A pesar de só ter começado a realizar experiências com aromas muito mais tarde, o perfume existe desde que existe o sentido do olfato, confundindo-se a sua história com a própria história da humanidade. Tanto a palavra portuguesa “perfume” como a correspondente francesa parfum, a italiana profumo e a inglesa perfume derivam do latim “fumus”, palavra que nos transporta para um cenário fumegante, numa referência às nuvens de fumaça perfumada que subiam aos céus durante os ritos de homenagem aos deuses. É, pois, quase certo que o perfume nasceu em estreita ligação com a religião, sendo utilizado como purificante das almas e como oferenda aos deuses. As primeiras referências ao perfume remotam às antigas civilizações do próximo Oriente, especialmente o Egito. Os arqueólogos encontraram vasos de perfume de albastro que remontam ao terceiro milênio antes de Cristo, e são numerosos os frescos com cenas da vida quotidiana que mostram rituais do perfume. O culto do perfume no antigo Egito era tão marcado que chegavam a ser montados autênticos laboratórios nos templos, para a preparação das fragrâncias utilizadas pra os mortos e para os deuses. No laboratório do templo de Horus, em Edfo, por exemplo, foi encontrada a receita de velas perfumadas, fabricadas a partir de sebo embebido em drogas aromáticas, que eram queimadas como oferenda às estátuas das divindades. Os egípcios acreditavam que os seus pedidos e orações chegariam mais depressa à morada dos deuses se viajassem nas densas nuvens de fumo aromático que se erguiam dos altares e ascendiam aos céus. Mas o papel do perfume na civilização egípcia não ficou por aqui. Para além de terem adquirido uma função cada vez mais importante nos processos de mumificação dos corpos, os perfumes tiveram um papel na definição da hierarquia social. Os profundos conhecimentos de flores e especiarias, como açafrão, canela, óleo de cedro, mirra e outras resinas, ajudavam a criar perfumes delicados para os aristocratas da corte egípcia, que incluíram nos seus rituais quotidianos. Por exemplo, as mulheres usavam brincos ocos cheios de perfume, para além de perfumarem roupas e águas dos banhos e de untarem os seus corpos com uma afinidade de óleos e frangâncias. Já Cleópatra era uma fervorosa utilizadora de perfumes, assim como de outras receitas de cosmética naturais, sendo considerada uma das primeiras mulheres

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a utilizar o perfume como arte da sedução. Perfume embriagadores flutuavam..., escreveu Plutarco para descrever o momento em que Marco Antonio entrou no barco da rainha em Tarso e imediatamente se apaixonou por ela. Também os assírios e os babilônicos apreciavam as essências proporcionadas pelas resinas de certas árvores provenientes da Índia e outros países asiáticos, que importavam em grandes quantidades. Dos Himalaia recebiam alfazema, uma planta herbácea de cuja flores se extraiam a fragrância que Plínio, séculos mais tarde, definiu como “o perfume por excelência”. Na misteriosa Mesopotâmia os perfumes desempenhavam um importante papel na vida conjugal e o marido devia proporcioná-lo à esposa, tanto como ato de amor, como para rituais de purificação. Toda a população usava óleos, cuja qualidade dependia da condição social de cada um, sendo que os mais abastados podiam utilizar finos óleos de murta e cedro. Já a informações de outras civilizações quanto a hábitos quotidianos de utilização de perfumes não são muito precisas. Por exemplo, da Pérsia existem referências contraditórias, pois enquanto para alguns historiadores a utilização de perfumes relacionava-se com a tentativa de mascarar os odores intensos de corpos a quem se prestam poucos cuidados de higiene, outros encontraram relatos de uma civilização intensa e refinada. No entanto, este império não marcou esta história e houve que esperar que as civilizações gregas e romana florescessem para que a manufatura de perfumes crescesse como forma de arte. Os perfumes sempre desempenharam um papel importante na mitologia grega. No século IV a.C. Alexandre, o Grande, trouxe os perfumes para a Grécia, que cedo se tornou uma fervorosa adepta destas substâncias. Nos dias de luxúria grega, os perfumes tinham um valor tão elevado que quase igualava o valor dos alimentos e foram usados de formas até então nunca praticadas Por exemplo, a sua famosa bebida continha mel, vinho, mas também flores doces e perfumadas a até mirra, o que dá uma idéia de quão viciados em perfumes os gregos eram, levando o seu uso a extremos. A arte da perfumaria floresceu nesta civilização. Foram desenvolvidas fragrâncias específicas para cada parte do corpo e outras para o tratamento de diversas doenças. Teofrasto, nascido a 370 a.C. terá sido o primeiro grego a escrever um tratado sobre perfumaria, a partir de seus vastos conhecimentos em botânica. É através deste documento que se sabe que os óleos, utilizados nesta época eram produzidos a partir de flores e esta é a primeira referência conhecida a óleos florais na história do perfume. A perfumaria também se encontra, desde a antiguidade, ligada à ciência médica. Na Grécia Antiga, Hipócrates, conhecido como o “pai da medicina”, utilizava pequenos concentrados de perfume para combater certas enfermidades. Contudo, terão sido os romanos, preocupados com o asseio pessoal diário, que lançaram o consumo dos perfumes a todos os escalões da sociedade. Foram pioneiros a desenvolver óleos para limpeza do corpo e para a preparação de rituais de fertilidade, assim como a desenvolver diferentes consistências nas substâncias aromáticas, como pastas, óleos, incensos e colônias. Utilizavam bálsamos cicatrizantes e utilizavam perfumes nas roupas para espantar as epidemias. Quando foram descobertas as ruínas de Pompéia o trabalho dos

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arqueólogos trouxe à luz uma perfumaria, onde foram encontradas garrafinhas de perfume com resquícios dos seus conteúdos mágicos. Depois de análise diversas, os mistérios dos perfumes com mais de 2000 anos foram revelados. Verifica-se que são todos à base azeite, no qual plantas, como pétalas de rosas, lírio ou manjericão, eram maceradas. Como não utilizavam fixadores, depois de meia hora de utilização o que ficava mesmo era o cheiro do azeite. Com a chegada do cristianismo e as suas mensagens de humildade e pudor, o perfume caiu em desuso. Terá sido a civilização árabe a “investir” em experiências com perfumes que pretendiam extrair as propriedades das plantas, a sua essência química. Desta Forma, a planta selecionada era destilada uma afinidade de vezes, até que as suas qualidades passassem a outro estado. Com a chegada dos árabes à Península Ibérica, a perfumaria expande novamente pelo resto da Europa. Os países mediterrânicos, com um clima adequado ao cultivo de plantas aromática, principalmente o jasmim, o alfazema e o limão, viram as suas costas ocupadas com plantações, cujas flores e frutos eram aproveitados pelos árabes na produção de perfumes, a sua principal ferramenta de comércio. Os perfumes foram também introduzidos no Japão, através da China, que já tinha desenvolvido grandes artesões da jardinagem para perfumaria. Neste País reconhecem-se grandes poderes aos perfumes e o sentido do olfato, sempre desprezado em relação os outros sentidos, é colocado na posição de relevo que lhe pertence. Voltando a Europa, e apesar de na Idade Média a utilização de perfumes estarem condicionada pela pressão da igreja, ela continuou nas classes mais favorecidas. com a ausência de cuidados de higiene, as mulheres perfumavam-se com fortes e persistentes aromas, como âmbar. Nos castelos aromatizavam-se alguns compartimentos, nascendo assim, o primeiro ambientador da história. Mas o primeiro perfume como fórmula própria, que se tem conhecimento, surgiu em 1370, criado pela Rainha Elizabeth, da Hungria. Era uma concentração de óleos e essências, conhecidos como l'eau de la reine de Hongrie. Embora a tradição da perfumaria em França venha já do século XIII, quando foram criadas escolas que formaram os aprendizes e oficiais desta profissão, foi após a Revolução Francesa que se conheceram desenvolvimentos impressionantes. Tinham chegado ao fim a história do perfume apenas como composições restritas a águas tratadas com flores e começam a aparecer fórmulas que combinam aromas de couro, almíscar e musgos. Nesta época o perfume começou a ser associado à sedução e mesmo ao erotismo. Assim, a partir do século XIX, a história deste produto começou a caminhar de mãos dadas com a moda. A França é reconhecida como berço da perfumaria e Paris como o centro da indústria do perfume. Entretanto o desenvolvimento não para, especialmente ao nível técnico. Até aqui a maioria dos perfumes era extraída de substâncias aromáticas contidas nas plantas. Com os avanços científicos, uma pequena revolução nos laboratórios começou mudar a história dos aromas: compostos sintéticos reconstituíram aromas naturais e criaram-se mesmo novas fragrâncias. chega ao fim a um dos maiores problemas da industria perfumista – a estabilidade. Este é um grande passo que os ambientalistas agradassem – hoje não é preciso colher ao amanhecer quilos de flores, para extrair fragrâncias exóticas. Por volta de 1920, com o advento da química orgânica, começaram a surgir as

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fragrâncias como hoje as conhecemos. A partir daqui, a cada revolução na indústria da moda, que ditava novas tendências, a indústria química dava uma resposta e alguns perfumes começaram a marcar épocas. Para além da evolução técnica, foi igualmente, ocorrendo uma evolução nas preferência dos consumidores, e existem épocas marcadas por tendências florais, outras mais cítricas, ou mais exóticas, tendências essas que se vão alternando até chegarmos aos nossos dias. Relativamente aos processos de fabricação dos perfumes, eles foram evoluindo consideravelmente ao longo da história, e apesar de atualmente a maior parte de centrar na produção sintética de aromas, ainda hoje são utilizadas algumas técnicas antigas que sempre deram bons resultados. É o caso da maceração, em que flores são colocadas dentro de misturas de gordura animais cozidas e purificadas, para que estas fiquem impregnadas com seus odores. Para os chamados óleos essenciais, utiliza-se a destilação para arrastar no vapor da água as substância odoríficas de materiais naturais (flores, raízes, e madeiras). Para extrair óleos essenciais de citrinos é utilizada a técnica da compressão da casca, que permite a libertação das moléculas voláteis odoríficas. A técnica é utilizada com árvores que possuem resinas, posteriormente tratadas de alcoóis. A partir destas matéria primas secundárias são fabricados diversos produtos, que vão desde os perfumes que utilizamos diariamente, até aos ambientadores para as nossas casas, passando por uma afinidade de produtos, como bálsamos, desodorizantes, óleos corporais, pós de talco, géis de banho, maquiagem, etc.,assim como produtos de “capricho” - papel, velas, tintas e uma infinidade inimaginável de produtos, todos eles perfumados. è mesmo difícil conceber o nosso dia-a-dia sem o perfume. 3.1 Tipos de Perfumes mais comuns Eau de parfum: mais fraco, tem em sua composição, 10% a 20% de concentração de essência e seu efeito de fixação chega a 12 horas. Bastam algumas gotas em lugares estratégicos como a nuca, atrás da orelha e atrás do joelho, para ficar perfumado o dia todo. Eau de toilette: Com fragrâncias mais discretas são perfeitos para serem usados em climas tropicais como o goiano. Sua fixação não passa de oito horas, e mesmo assim, em dias mais quentes. Sua concentração de essência varia entre 6% e 12%. Eau de cologne: Excelentes para o nosso clima, também podem ser usados durante o dia. Seu poder de fixação não dura mais que cinco horas e a concentração fica entre 5% e 8%. Deo colônia: O mais suave dos perfumes tem o mínimo de concentração de essência, chegando ao máximo de 10%, sendo sua fixação de duas horas, com algumas exceções que chegam há até oito horas. São necessários 6 a 18 meses para criar um perfume. É um período mágico em que as matérias primas se transformam em odor. 3.2 Evolução da perfumaria – O perfume através dos tempos

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1900 - A atriz Sara Bernhardt representa as mulheres pálidas e românticas da época. Martirizadas pela moda vitoriana, buscavam alivio nos aromas refrescante e suaves das colônias florais. 1910 – O estilista Paul Poiret foi o primeiro a colocar em sua Maison uma linha própria de perfumes. A partir de então, a conexão entre moda e perfume jamais seria desfeita. No cinema, Theda Bara idealizava a mulher fatal. 1920 – Gabrielle Chanel seria responsável por uma revolução no mundo da perfumaria e da moda. Ela marcou a década com seu estilo único, apostando na sobriedade e no conforto, e com o lançamento do perfume Chanel n 5. 1930 – Greta Garbo, Katharine Hepburn e Jean Harlow, dominavam as telas de cinema. Contrariando os tempos de crise, o estilista Jean Patou lançou Joy, o perfume, mas caro do mundo. 1940 – Paris era a capital do luxo e Nova Iorque ditava o contemporâneo. Hollywood virou a fábrica de sonhos. Os cabelos de Rita Hayworth inspiravam a moda e as curvas de Mae West motivaram a criação do perfume Femme de Rochas. 1950 – A sofisticação e a inocência de Audrey Hepburn foram traduzidas no perfume L'Interdit. Chanel n 5 ganharia a mais célebre das garotas-propaganda, que confessava dormir apenas com algumas gotas do perfume: Marilyn Monroe. 1960 – Os Beatles e os Rolling Stones embalavam o pop dos anos 60. Surgiram as minissaias e a modelo Twiggy, musa da extrema magreza. As grandes mudanças de comportamento eram marcadas por fragrâncias que evocavam a liberdade. 1970 – A quebra de toda sorte de tabus era prenunciada na década na qual as mulheres clamavam por sua individualidade. A tendência oriental na perfumaria seria imortalizada com o lançamento do Opium. 1980 – Fragrâncias mais densas acompanhavam o clima de competividade sem limites. Madonna inspirava o corpo construído nas academias e Jean Paul Gautier chocava nas passarelas com sua moda provocativa. 1990 – A década foi marcada pelo globalização e pela interatividade e a perfumaria por dois ícones: o unissex CK One e o saboroso Angel. A moda voltava-se para o minimalismo. 2000 – Os perfumes do novo milênio parecem revelar os anseios da nova era com nomes sugestivos e personalidades distintas. Um universo que não tem fim. Não há limites para a imaginação dos criadores. As plantas, as águas e

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até mesmo o espaço podem ser fonte de inspiração para a perfumaria do futuro. É comum o mesmo perfume apresentar cheiros diferentes quando aplicados em pessoas diferentes. Isso porque, os odores corporais são únicos, sendo resultados da alimentação, das características pessoais, dos lipídeos e ácidos graxos que a pele exala. A temperatura da pele interfere diretamente na vaporização do perfume, e, portanto no cheiro que ele exala. Hoje sabemos que o perfume é capaz de revelar a personalidade das pessoas, bem como a sua classe social. De fato, o perfume é muito mais do que um prazer dos sentidos. É também uma mensagem, algo do próprio ser humano, projetando no exterior o seu eu mais profundo, seus gostos, suas aspirações secretas. Atualmente a indústria se desenvolveu a tal ponto, que esse aroma é obtido sinteticamente. O perfume Chanel n 5 deu inicio a um boom no uso dos aldeídos na fabricação de perfumes. Outro mérito da perfumaria foi reforçar a associação entre o uso do perfume e o jogo da sedução. A discussão ganhou fôlego na década de 50, quando a atriz Marilyn Monroe declarou que usava apenas uma gotinha de perfume para dormir. Mas a relação entre aroma agradável e apelo sexual vem de épocas remotas. Em ordem cronológica e década após década, você pode acompanhar, como ocorreu a evolução da indústria de perfumaria e como e porque mudaram as preferências da humanidade com relação aos aromas.

CAPITULO IV

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A História da Moda

A moda nem sempre existiu. O filósofo francês Gilles Lipovetsky, um estudioso do assunto, aponta como fase inaugural da moda o século 14. De lá até o século 19 ocorre o que ele classifica como estágio artesanal e aristocrático da moda. Antes disso há uma história do vestuário nas sociedades primitivas, da Antiguidade e da Idade Média baseada numa visão conservadora de reprodução e respeito ao passado. Mesmo os diferentes trajes e ornamentações existentes entre os integrantes dessas sociedades obedeciam a tradições e normas coletivas rígidas e praticamente permanentes. Durante séculos, os trajes no Egito, na Grécia e em Roma permaneceram praticamente imutáveis. O mesmo fenômeno aconteceu no Oriente. Somente com o aparecimento de uma lógica estética autônoma, com a possibilidade de exercer o individualismo, nasce o que hoje chamamos de moda. Para o sociólogo francês Jean-Gabriel de Tarde (1843-1904), no mundo primitivo e Antigo predomina o prestígio da tradição, com a imitação dos ancestrais, enquanto que com o surgimento da moda há um culto às novidades e a imitação dos modelos presentes. A segunda metade do século 14 é um marco nessa transformação que atingiu principalmente a alta sociedade da época tomada por um desejo de novidades. Houve naquele momento uma revolução no vestuário com a adoção de trajes nitidamente diferenciados entre os sexos: um vestuário curto e ajustado para o homem, composto de jaqueta curta e estreita e calções colantes no formato das pernas, e longo e justo para a mulher, composto por um vestido longo ajustado e decotado. À medida que houve um avanço da burguesia ocorre também uma expansão da moda. Ao longo dos séculos 16 e 17, os trajes que eram exclusivos das classes nobres passaram também a ser os dos novos ricos, oriundos das atividades bancárias e do comércio. No século 18, a média e a pequena burguesia urbana também começaram a poder seguir a moda, ainda que sem o mesmo luxo e a ostentação da aristocracia. Mas já era possível desfrutar de certa liberdade individual estética que no início se restringia aos monarcas e agora já alcançava classes sociais intermediárias. Nessa transformação que possibilitou o surgimento da moda contribuíram, além das questões sociais, as condições econômicas e históricas da Europa na passagem da Idade Média para a Idade Moderna. O crescimento econômico, motivado pelo comércio e trocas internacionais, o renascimento urbano e o desenvolvimento das manufaturas e das fábricas de tecidos aliados a uma maior estabilidade político-militar, com o fim da “invasões bárbaras” e o início da formação dos Estados nacionais, possibilitaram às nobrezas e à burguesia em ascensão dedicarem mais tempo para desfrutar do desenvolvimento material e dos prazeres mundanos. Mas é a partir do final do século 19 e durante o século 20 que a moda estabeleceu-se como a concebemos atualmente. O gosto e o desejo pelo novo ganharam novas dimensões, tornaram-se mais intensos e freqüentes, e o

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acesso à moda chegou às classes mais baixas. É nesse momento que surgem a Alta Costura e a confecção industrial. Apesar de dominantes, esses dois modos de fazer moda convivem ainda com as pequenas confecções e com as pessoas que preferem produzir suas próprias roupas. A Alta Costura é composta por criações de luxo feitas sob medida. Cabe a ela inovar e lançar as tendências da moda para as próximas estações. Já à confecção industrial cabe normalmente reproduzir essas tendências em peças com qualidade muito inferior, mas com preços acessíveis às diferentes camadas sociais. O marco do surgimento da Alta Costura é a abertura entre 1857 e 1858 em Paris, no ateliê de costura de Charles-Frédéric Worth, na Rue de Le Paix. Worth, em plena Revolução Industrial, inovou ao desenvolver modelos inéditos e sob medidas para suas clientes. Além disso, as peças eram apresentadas por mulheres jovens que as desfilavam pela loja. Worth fundou com sua iniciativa um modelo de negócios que estabeleceu as diretrizes da Alta Costura: criações exclusivas, lançamento de tendências, elevação do costureiro à condição de artista e a promoção de espetáculos publicitários sazonais baseados em grifes e modelos (manequins vivos). Desde então, a Alta Costura projetou nomes de criadores que viraram sinônimo de sofisticação e bom gosto. Roupas, sapatos, bolsas, óculos, cintos, perfumes e cosméticos que levem a assinatura de costureiros como Giorgio Armani, Coco Chanel, Yves Saint Laurent, Emanuel Ungaro, Givenchy, Jean-Paul Gaultier, Dolce e Gabbana, Karl Lagerfeld, Christian Dior e Donatella Versace, entre outros, são objetos de desejo ao redor do mundo. Mas esse fenômeno é fruto essencialmente também da adesão das casas da Alta Costura a um novo modo de fazer moda que surge em 1949, o prêt-à-porter (que significa algo como “pronto para usar”). A idéia de produzir industrialmente roupas com um acabamento superior e que seguissem as tendências da moda, mas que fossem economicamente acessíveis norteou o surgimento do prêt-à-porter. Após os primeiros anos quando procurou apenas imitar os padrões da Alta Costura, o prêt-à-porter deu uma guinada nos anos 60 e começou a oferecer um conceito de moda voltado à juventude e à audácia. O surgimento da cultura jovem a partir dos anos 50 e da elevação do adolescente à condição de consumidor foram elementos fundamentais para a renovação que o prêt-à-porter provocou no mundo da moda. O primeiro costureiro da Alta Costura a aderir ao estilo prêt-à-porter foi Pierre Cardin em 1959. Desde então, as últimas décadas têm mostrado o surgimento de múltiplos focos criativos do modo de se fazer moda, com o rompimento da homogeneidade de padrões e o predomínio de uma tolerância coletiva em termos de vestuários. Mesmo com essa “democratização” da moda, prevalece ainda nas sociedades urbanas e ocidentais o desejo por roupas e acessórios de grifes como forma de distinção e até mesmo aceitação social. Paradoxalmente, o desejo de se individualizar a partir da aparência caminha lado a lado com o de se identificar com o seu grupo social, sua “tribo”, também através da aparência, o que leva a uma homogeneidade de estilos ditada pelas múltiplas modas. Na avaliação de Gilles Lipovetsky, a moda une o conformismo e o

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individualismo desde o seu começo. Para ele, a evolução da moda não levou a uma explosão de originalidade individualista, mas a uma neutralização progressiva do desejo de distinção no vestuário. Mas Lipovetsky ressalta que por outro lado o individualismo no vestuário aumentou notavelmente, pois atualmente nos vestimos mais em função de nossos gostos do que por conta de uma norma imperativa e uniforme. 4.1 A História da moda através dos tempos 1900 – Foi uma época efervescente. Diversas descobertas cientificas, revolucionaram os costumes e a vida do cidadão comum, com a aviação de Santos Dumont, o primeiro filme (The Great Train Robbery – 1903) e a arte de Picasso, que renderam à época o titulo de Belle Epoque. Essa época é também conhecida como período Edwardiano, devido ao sucessor da rainha Vitória da Inglaterra, Edward. Além do mais, a consolidação da Revolução Industrial possibilitou a produção em larga escala de bens de consumo, como roupas, tecidos e calçados. Dentro de um universo mis comunicativo, todo o mundo passou a adotar o estilo europeu para a moda, em todas as camadas, sociais, apenas adaptando-as para seus climas e crenças religiosas. Entretanto o estilo predominante ainda era o rígido vitoriano, do fim do século anterior. As mulheres usavam espartilhos muito justos pra conquistar a silhueta em “S” (busto para frente e quadris para trás) O ideal de beleza se dividia em dois: o estilo Edwardiano, pois o rei tinha uma clara preferência por mulheres maduras, que sustentaram a tendência de cabelos em tons cinza| e branco e as Gibson Girl, popularizada pelos desenhos de Charles Dana Gibson sobre sua esposa. A cintura fina e o cabelo preso na alto da cabeça, aliadas ao espírito esportivo moderno da época, que era para andar de bicicleta, foram um referencial para a década. Os homens usavam sobrecasaca e fraque, sempre bem acompanhados por chapéu. Os sapatos masculinos antigamente comprados para durarem anos foram sendo substituídos por modelos mais modernos, produzidos em larga escala, e tornaram um acessório da moda masculina. 1910 – Até 1914 a moda manteve-se estática. Mas depois disso, com o advento da Primeira Guerra Mundial, as sufragistas, as epidemias, o desastre do Titanic e a popularização do cinema mudo, o mundo se transformou gerando reflexos na moda. A moda feminina, por exemplo, abandonou os espartilhos e as roupas volumosas, optando por modelos de saias as vezes tão justas que era que era difícil mover-se. Nessa época surgiu o soutien, criado por Mary Phelps. A influencia oriental veio à tona pelas mãos de Paul Poiret, que inseriu modelos coloridos. Mais tarde, ele se aliou aos fabricantes de sapatos Perugia para criar modelos com jóias. Com o inicio da guerra, as mulheres tornaram-se mais independente, pois ficaram sozinhas em suas casas, destinadas a continuar a produção das fabricas. Com a escassez de produtos, as pessoal foram incentivadas a serem mais simples, e o gosto por roupas práticas, um pouco masculinas, tornou-se

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uma tendência. Para se ter uma idéia, muitos teatros e casas de shows mais caras declararam que o “everningwear” era opcional. Muitos materiais novos começaram a ser trazidos para a moda, como a borracha. Essa fusão resultou no primeiro tênis, em 1917, chamado Ked's. 1920 - A silhueta dos anos 20 era tubular, com os vestidos mais curtos, leves e elegantes, geralmente em seda, deixando braços e costas à mostra, o que facilitava os movimentos. O chapéu, até então acessório obrigatório, ficou restrito ao uso diurno, que só podia ser usado com os cabelos curtíssimos, a "La garçonne", como era chamado. A mulher sensual era aquela sem curvas, seios e quadris pequenos. A atenção estava toda voltada aos tornozelos. Em 1927, Jacques Doucet figurinista francês, subiu as saias ao ponto de mostrar as ligas rendadas das mulheres - um verdadeiro escândalo aos mais conservadores. Coco Chanel, com seus cortes retos, capas, blazers, cardigãs, colares compridos, boinas e cabelos curtos. Jean Patou, estilista francês que se destacou na linha "sportswear", ele também criava roupas para atrizes famosas. No Brasil, a Semana de Arte Moderna, realizada por intelectuais levou ao Teatro Municipal de São Paulo artistas plásticos, arquitetos, escritores, compositores e intérpretes para mostrar seus trabalhos, os quais foram recebidos, ao mesmo tempo, debaixo de palmas e vaias. A Semana de Arte Moderna foi o grande acontecimento cultural do período, que lançou as bases para a busca de uma forma de expressão tipicamente brasileira, que começou a surgir nos anos 30. Em 1925, pela primeira vez, os surrealistas mostraram seus trabalhos em Paris. Foi a era das inovações tecnológicas, da eletricidade, da modernização das fábricas, do rádio e do início do cinema falado, que criaram um clima de prosperidade sem precedentes, constituindo um dos pilares do chamado "american way of life" (o estilo de vida americano). Toda a euforia dos "felizes anos 20" acabou no dia 29 de outubro de 1929, quando a Bolsa de Valores de Nova York registrou a maior baixa de sua história. De um dia para o outro, os investidores perderam tudo, afetando toda a economia dos Estados Unidos, e, conseqüentemente, o resto do mundo. 1930 - Crise de 1929. A queda da Bolsa de Valores de Nova York provocou uma crise econômica mundial sem precedentes. Os anos 30 redescobriram as formas do corpo da mulher através de uma elegância refinada, sem grandes ousadias. As saias ficaram longas e os cabelos começaram a crescer. Os vestidos eram justos e retos alem de possuírem uma pequena capa ou bolero. O corte enviesado e os decotes profundos nas costas dos vestidos de noite marcaram os anos 30 que elegeram as costas femininas como novo foco de atenção. Alguns modelos de roupas surgiram com a popularização da prática de esporte, como o shorts que surgiu a partir do uso da bicicleta. Os estilistas também criaram pareôs estampados, maios e suéteres, um acessório muito usado nos anos 30 foram os óculos escuros, muito usados por astros da televisão e do cinema. Em 1935, um dos principais criadores de sapatos, o italiano Salvatore Ferragamo, lançou sua marca, que viria a se transformar em um dos impérios

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de luxo italiano. Com a crise da Europa Ferragamo começou a usar materiais mais baratos, como cânhamo, a palha e os primeiros sintéticos. Sua principal invenção foi a palmilha compensada. Gabrielle Chanel continuava sendo sucesso, assim como Madeleine Vionnet e Jeanne Lanvin. A surpreendente italiana Elsa Schiaparelli iniciou uma série de ousadias em suas criações, inspiradas no surrealismo. Outro destaque é Mainbocher, o primeiro estilista americano a fazer sucesso em Paris. Seus modelos, em geral, eram sérios e elegantes, inspirados no corte enviesado de vionnet. Assim como o corpo feminino voltou a ser valorizado, os seios também voltaram a ter forma. A mulher então recorreu ao sutiã e a um tipo de cinta ou espartilho flexível. As formas eram marcadas, porém naturais. Seguindo a linha clássica, tudo o que era simples e harmonioso passou a ser valorizado, sempre de forma natural. Nessa época, o termo prêt-à-porter ainda não era usado, mas os passos para o seu surgimento eram dados pela butique, palavra então muito utilizada que significava "já pronto". Nas butiques surgiram os primeiros produtos em série assinados pelas grandes maisons. No final dos anos 30, com a aproximação da Segunda Guerra Mundial, que estourou na Europa em 1939, as roupas já apresentavam uma linha militar, assim como algumas peças já se preparavam para dias difíceis, como as saias, que já vinham com uma abertura lateral, para facilitar o uso de bicicleta. Muitos estilistas fecharam suas maisons ou se mudaram da França para outros países. A guerra viria transformar a forma de se vestir e o comportamento uma época. Toda a euforia dos "felizes anos 20" acabou no dia 29 de outubro de 1929, quando a Bolsa de Valores de Nova York registrou a maior baixa de sua história. De um dia para o outro, os investidores perderam tudo, afetando toda a economia dos Estados Unidos, e, conseqüentemente, o resto do mundo. 1930 - Crise de 1929. A queda da Bolsa de Valores de Nova York provocou uma crise econômica mundial sem precedentes. Apogeu de Hollywood e Carmem Miranda, como um dos marcos desse período. Com ela surgiu a primeira fantasia genuinamente brasileira: a baiana. Carmem Miranda fez sucesso no Brasil e nos Estados Unidos, divulgando a cultura latino-americana. Foi a primeira brasileira a lançar modas, inclusive nos EUA – o “Miranda look” que foi adaptado e usado nas ruas. Ainda hoje muitos estilistas buscam nela inspiração. Em 1940, a Segunda Guerra Mundial já havia começado na Europa. Com a cidade de Paris ocupada em junho deste mesmo ano, a Alemanha tentou destruir a indústria francesa de costura, levando as maisons para Berlin e Viena, mas não teve êxito. O estilista francês Lucien Lelong, então presidente da câmara sindical, teve um papel importante nesse período ao preparar um relatório defendendo a permanência das maisons no país. Durante a guerra, 92 ateliês continuaram abertos em Paris. Apesar das regras de racionamento, impostas pelo governo, que também limitava a quantidade de tecidos que se podia comparar e utilizar na fabricação das roupas, a moda sobreviveu a guerra. A silhueta do final dos anos 30, em estilo militar, perdurou até o final

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dos conflitos. A mulher francesa era magra e as suas roupas e sapatos ficaram mais pesados e sérios. A escassez de tecidos fez com que as mulheres tivessem de reformar suas roupas e utilizar materiais alternativos na época, como viscose, o raiom e as fibras sintéticas. Mesmo depois da guerra, essas habilidades continuaram sendo muito importantes para a consumidora média que queria estar na moda, mas não tinha recursos para isso.. Na Grã-Bretanha, o Fashion Group og Britan comandado por Molyneux, criou 32 peças de vestuário para serem produzidas em massa. A intenção era criar roupas mais atraentes, apesar das restrições. O corte era reto e masculino, e ainda em estilo militar. As jaquetas e abrigos tinham ombros acolchoados angulosos e cinturões. Os tecidos eram pesados e resistentes, como o tweed muito usado na época. As saias eram curtas, com pregas finas ou franzidas. As calças compridas se tornaram práticas e os vestidos, que imitavam uma saia com casaco, eram populares. O náilon e a seda estavam em falta, fazendo com que as meias finas desaparecessem do mercado. Elas foram trocadas pelas meias soquetes ou pernas nuas, muitas vezes com uma pintura falsa na parte de traz imitando s costuras. A simplicidade a que a mulher estava submetida talvez tenha despertado o interesse pelos chapéus, que eram muito criativos. Nesse período surgiram muitos modelos e adornos. Alguns eram grandes, com flores e véus; outros, menores, de feltro em estilo militar. Durante a guerra, a alta costura ficou restrita às mulheres dos comandantes dos alemães, dos embaixadores em exercício e àquelas que de alguma forma podiam freqüentar os salões das grandes maisons. Alguns estilistas abriram novos ateliês em Paris durante a segunda guerra, como Jacques Fath(1912 -1954) – que se tornaram muito popular nos Estados Unidos após a guerra-, Nina Ricci (1883-1970) e Marcel Rochas (1902-1955) um dos primeiros a colocar bolsos em saias, Alix Grés (1903-19930 chegou a ter seu ateliê fechado logo apo a inauguração, em 1941 pelos alemães, por ter apresentado vestidos nas cores da bandeira francesa. Sua marca era a habilidade em drapear o jérsei de seda, com acabamento primoroso. Outro estilista importante foi o inglês Charles James (1906-1978), que no período de 1940 a 1947, em Nova Iorque, criou seus mais belos modelos. Chegou a antecipar, em alguns, o que viria a ser o New Look, de Cristian Dior. E no Brasil, a guerra originou o bloqueio das importações de bens de consumo, consolidando a indústria têxtil e de confecções no Brasil, através da adoção de uma política de restrição às importações. Vitória da indústria nacional exemplo a Mappin. Durante a guerra, o chamado "ready-to-wear" (produzir roupas de qualidade em grande escala), se desenvolveu. Através dos catálogos de venda por correspondência com os últimos modelos, os pedidos podiam ser feitos de qualquer lugar e entregues em 24 horas pelos fabricantes. O isolamento de Paris fez com que os americanos se sentissem mais livres para inventar sua própria moda, lançando lançou o "sportswear' americano. Com isso, o "ready-to-wear", depois chamado de "prêt-à-porter" pelos franceses. Com a libertação de Paris, em 1944, a alegria invadiu as ruas, assim

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como os ritmos do jazz e as meias de náilon americanas, trazidas pelos soldados, que levaram de volta para suas mulheres o perfume Chanel nº 5. Em 1945, foi criada uma exposição de moda, com a intenção de angariar fundos e confirmar a força e o talento da costura parisiense. Como não havia material suficiente para a produção de modelos luxuosos, a solução foi vestir pequenas bonecas, moldada com fio de ferro e cabeças de gesso com trajes criados por todos os grandes nomes da alta costura francesa. No pós-guerra, o curso natural da moda seria a simplicidade e a praticidade, características da moda lançada por Chanel anteriormente. Entretanto, o francês Cristian Dior, em sua primeira coleção apresentada em 1947, surpreendeu a todos com suas saias rodadas e compridas, cintura fina, ombros e seios naturais, luvas e sapatos de salto alto. O sucesso imediato do seu New Look, como a coleção ficou conhecida, indica que as mulheres ansiavam pela volta do luxo e da sofisticação perdidos. Dior esta imortalizado com o seu New Look jovem e alegre. Era a visão da mulher extremamente feminina, que iria ser o padrão dos anos 50. Quanto à moda brasileira, é nesta época que começa a existir, ou pelo menos, uma adaptação mais conscienciosa do que era ditado por Paris. Casas de luxo, como a Casa Canadá, começa a produzir modelos e tecidos exclusivos para a elite econômica, totalmente copiados dos modelos europeus. 1950 - Com o fim dos anos de guerra e do racionamento de tecidos, a mulher dos anos 50 se tornou mais feminina e glamourosa, de acordo com a moda. lançada pelo "New Look", de Christian Dior (quem liderou, até a sua morte em 1957, a agitação de novas tendências que foram surgindo quase a cada estação). Metros e metros de tecido eram gastos para confeccionar um vestido, amplo e na altura dos tornozelos. A cintura era bem marcada e os sapatos eram de saltos altos, além das luvas e outros acessórios luxuosos, como peles e jóias. Essa silhueta extremamente feminina e jovial atravessou toda a década de 50 e se manteve como base para a maioria das criações desse período. Durante os anos 50 a alta costura viveu seu apogeu. Nomes importantes da criação da moda como o espanhol Critobal Balenciaga, considerado o grande mestre da alta-costura -, Hubert de Gvenchy, Pierre Balmain, Chanel, Madame Grés, Nina Ricci e o próprio Cristian Dior, transformaram essa época na mais gramourosa e sofisticada de todas. A partir de 1950, uma forma de difusão da alta-costura parisiense tornou-se possível com a criação de um grupo chamado de Costureiros Associados, do qual faziam parte famosas maisons, como a de Jacques Fath, Jeanne Paquin, Robert Piguet e Jean dessés. Esse grupo havia se unido a sete profissionais da moda de confecção para editar, cada um, sete modelos a cada estação, para que fossem distribuídos para algumas lojas selecionadas. Assim, em 1955, a grife Jean Dessés-difusion começou a fabricar tecidos em série para determinadas lojas da França e da África do Norte. O grande destaque na criação de sapatos foi o francês Roger Vivier. Ele criou o salto-agulha, em 1954 e em, 1959 o salto-choque, encurvado para dentro, além do bico chato e quadrado, entre muito outros. Vivier trabalhou com Dior e criou vários modelos para os desfiles dos grandes estilistas da época.

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Em 1954, Chanel reabriu sua Maison em Paris, que esteve fechada durante a guerra. Aos 70 anos de idade, ela criou algumas peças que se tornariam inconfundíveis, como o famoso tailleur com guarnições trançadas, a famosa bolsa a tiracolo em matelassê e o escarpin beje com ponta escura. Ao lado do sucesso da alta-costura parisiense, os Estados Unidas avançavam na direção do ready-to-wear e da confecção. A indústria norte-americana desse setor estava cada vez mais forte, com as técnicas de produção em massa cada vez mais desenvolvidas e especializadas. Na Inglaterra, empresas como Jaeger, Susan Small e Derea produziam roupas prét-a-porter sofisticadas. Na Itália, Emilio Pucci produzia peças separadas em cores fortes e estampadas que faziam sucesso tanto na Europa como no EUA. Na frança, Jacques Fath foi um dos primeiro estilistas a se voltar ao prét-a-porter, ainda em 1948, mas era inevitável que os outros estilistas começassem a acompanhar essa nova tendência a medida que a alta-costura começava a perder terreno, já no final dos anos 50. Nessa época, pela primeira vez, as pessoas comuns puderam ter acesso ás criações da moda sintonizadas com as tendências do momento. Com o fim da escassez dos cosméticos do pós-guerra, a beleza se tornaria um tema de grande importância. A maquiagem estava na moda e valorizava o olhar, o que levou a uma infinidade de lançamentos de produtos, era a explosão dos cosméticos. Era também o auge das tintas para cabelos, que passaram a fazer parte da vida de dois milhões de mulheres e das loções alisadoras e fixadoras. Os cabelos também ficaram um pouco mais curtos, com mechas caindo no rosto e as franjas davam um de menina. Dois estilos de beleza feminina marcaram os anos 50: Grace Kelly e Audrey Hepburn, que se caracterizavam pela naturalidade e jovialidade e o estilo sensual e fatal, como o das atrizes Rita Hayworth e Ava Gardner, como também o das pin-ups americanas, loiras e com seios fartos. Entretanto, os dois grandes símbolos de beleza da década de 50 foram Marilyn Monroe e Brigitte Bardot. A Guerra Fria, travada entre os Estados Unidos e a então União Soviética ficou marcada, durante os anos 50, pelo início da corrida espacial. A ficção científica e todos os temas espaciais passaram a ser associados a modernidade e foram muito usados. A tradição e os valores conservadores estavam de volta. As pessoas casavam cedo e tinham filhos. A mulher devia ser boa dona-de-casa, esposa e mãe. Vários aparelhos eletrodomésticos foram criados para ajudá-la nessa tarefa. Ao som do rock and roll, a nova música que surgia nos 50, a juventude norte-americana buscava sua própria moda. Assim, apareceu a moda colegial, que teve origem no sportswear. As moças agora usavam, além das saias rodadas, calças cigarrete até os tornozelos, sapatos baixos, suéter e jeans. O cinema lançou a moda do garoto rebelde com um componente mais agressivo, com longos jaquetões de veludo, coloridos e vistosos, além de um topete enrolado. Eram os "teddy-boys". Ao final dos anos 50, a confecção se apresentava como a grande oportunidade de democratização da moda, que começou a fazer parte da vida cotidiana. Nesse cenário, começava a ser formar um mercado com um grande

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potencial, o da moda jovem, que se tornaria o grande filão dos anos 60. 1960 – Os anos 60, acima de tudo, viveram uma explosão de juventude em todos os aspectos. Era a vez dos jovens que influenciados pelas idéias de liberdade On the Road (título do livro do beatniknJack Keurouac, 1957) da chamada geração beat, começava a se opor à sociedade de consumo vigente. O movimento, que nos 50 vivia recluso em bares nos EUA, passou a caminhar pelas ruas nos anos 60 e influenciaria novas mudanças de comportamento jovem, como contracultura e o pacifismo do final da década. Nesse cenário, a transformação da moda iria ser radical. Era o fim da moda única, que passou a ter várias propostas e a forma de se vestir se tornava vez, mas ligada ao comportamento. Consciente desse novo mercado consumidor e de sua voracidade, as empresas criaram produtos específicos para os jovens, que pela primeira vez tiveram sua própria moda, não mais derivada dos mais velhos. Aliás, a moda era não seguir a moda, o que representava claramente um sinal de liberdade, o grande desejo da juventude da época. A grande vedete dos anos 60 foi sem dúvida, a minissaia. A inglesa Mary Quant divide com o francês André Courréges sua criação. Entretanto, nas palavras da própria Mary Quant: A idéia da minissaia não é minha. nem de Courréges. Foi a rua que a inventou. Não há dúvidas de que passou a existir, a partir de meados da década, uma grande influência da moda das ruas nos trabalhos dos estilistas. Até mesmo as idéias inovadoras de Yves Saint Laurent com a criação de japonas e sahariennes (estilo safári) foram atualizações das tendências que já eram usadas nas rua de Londres ou Paris. Em 1965, na França, André Courréges operou uma verdadeira revolução na moda, com sua coleção de roupas de linhas retas, minissaias, botas brancas e sua visão de futuro, em suas moon girls de roupas espaciais, metálicas e fluorescentes. Enquanto isso Saint Laurent criou vestidos tubinhos inspirados nos quadros neoplasticistas de Mondrian e o italiano Pucci virou mania com suas estampas psicodélicas. Paco Rabane, em meio às suas experimentações, usou alumínio como matéria prima. Os tecidos apresentavam muita variedade, tanto nas estampas quanto nas fibras, com a popularização das sintéticas no mercado, além de todas as naturais, sempre muito usadas. As mudanças no vestuário também alcançaram a lingerie, com a generalização do uso da calcinha e da meia calça, que dava conforto e segurança, tanto para usar a minissaia, quanto para dançar o twist e o rock. A unissex ganhou força com o jeans e as camisas sem gola. Pela primeira vez a mulher ousava se vestir com roupas tradicionalmente masculinas, como o smoking (lançado para mulheres por Yves Saint Laurent em 1966) A alta-costura cada vez perdia mais perdia terreno e, entre 1966 e 1967, o número maisons inscritas na Câmara Sindical dos costureiros parisienses caiu de 39 para 17. Consciente desta realidade, Sanit Laurent saiu na frente e inaugurou uma nova estrutura com as butiques de prét-a-porter de luxo, que se multiplicaram pelo mundo também através de franquias. Com isso, a confecção ganhava mais terreno e necessitava de criatividade para suprir o desejo de novidades. O importante passaria ser estilo e o costureiro a ser chamado de estilista.

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A moda masculina por sua vez, foi muito influenciada, no inicio da década, pela roupas que os quatro garotos de Liverpool usavam especialmente os paletós sem colarinho de Pierre Cardin e o cabelo de frangão. Também em Londres surgiram os modelos, de paletós cintado, gravatas largas e botinas. A silhueta era mais ajustada ao corpo e a gola rulê se tornou um clássico do guarda roupa masculino. Muitos adotaram também a japona de pescador até mesmo o terno de Mao. No Brasil, a Jovem Guarda fazia sucesso na televisão e ditava moda. Wanderléia de minissaia, Roberto Carlos, de roupas coloridas e como na música, usava botinha sem meia e cabelo na testa (como os Beatles. No final dos aos 60 a moda passou a ser as roupas antes reservadas às classe operárias e camponesas como o jeans americanos básicos da moda de rua. Nas butiques chiques, a moda étnica estava presente nos casacos afegãos, fulares indianos, túnicas floridas e uma série de acessórios da nova moda, tudo kitsche, retrô e pop. Toda a rebeldia dos anos 60 culminaram em 1968. O movimento estudantil explodiu e tomou conta das ruas em diversas partes do mundo e contestava a sociedade, seus sistemas de ensino e a cultura em diversos aspectos, como a sexualidade, os costumes, a moral e a estética. 1970 - A moda continuou revolucionária com muita experimentação de materiais, cores, formas e texturas. A estética hippie ganhou espaço com a psicodelia e atingiu o mainstream. Era a vez do o hippie-chic com as estampas multicoloridas de Pucci e os tecidos de estilo cashmere das roupas indianas. As indefectíveis calças boca-de-sino com sapatos plataforma instituíram o unissex na moda e a minissaia [lançada nos anos 60] ainda marcou presença no início dos 70, desaparecendo inexplicavelmente até o começo da década seguinte, quando voltou para ficar. No início dos anos 70, surgiu a onda glitter: a nova moda futurista, andrógina, metálica e espacial sintetizada na figura camaleônica do roqueiro David Bowie. Até hoje, a década é uma referência para os criadores de moda, que se inspiram nas múltiplas tendências dos anos 70: hippie, glitter, disco, punk. 1980 - Década do exagero e ostentação. Os seriados de televisão, como Dallas, mostravam mulheres glamourosas, cobertas com jóias e por todo o luxo que o dinheiro podia pagar. Os yuppies, executivos jovens sedentos por poder e status, também eram outro movimento. A moda passou a responder a esses desejos, criando um estilo nada simplório. Todas as roupas de marcas conhecidas tinham seus logos estampados no maior tamanho possível, com preços proporcionais. O jeans alcança seu ápice, ganhando status. E os shoppings tornaram-se o paraíso dos consumistas. Mas, não bastava ser bem-sucedido e bem-vestido. Nessa década, ter um corpo bonito e saudável era essencial para o sucesso. Assim, numa continuidade pelo amor aos esportes inaugurado na década anterior, explodiram academias por todos os cantos. Influenciando as roupas, o espírito esportivo levou o moletom e a calça fuseou para fora das academias e consagrou o tênis como calçado para toda hora. Este último também fez ressurgir a moda dos calçados baixos, como o macassins, tanto multicoloridos como clássico.

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O look "molhado", conseguido com gel e mousse para cabelos, fez a cabeça de homens e mulheres, ao lado das permanentes fartas e topetes tão altos quanto se conseguisse deixá-los. A cartela de cores era vibrante, prezando por tons fortes e fluorescentes, com jogos de tons e contrastes. A modelagem era ampla. As mulheres, que nesse momento ingressaram maciçamente no mercado de trabalho à procura por cargos de chefia, adotaram o visual masculino. Cintura alta e ombros marcados por ombreiras era a silhueta de toda a década, ao lado de pregas e drapeados para a noite ou dia. A moda masculina seguiu o mesmo estilo, com ternos folgados e calças largas. A música se consagrou como formadora de opinião e estilo, levando ao estrelato cantoras como Madonna, que influenciou a sociedade com seu estilo livre e despudorado. O Punk, New Age e Break também merecem destaque. Em um universo tecnológico, a moda também inspirou-se no Japão, emergente com suas novidades, e em tudo o que fosse eletrônico... neons, computadores, automáticos. 1990 - O colapso da União Soviética reflete: A guerra fria acabou. O Capitalismo venceu o sonho (ou a ilusão) comunista e se globalizou. Se a guerra fria se foi, tivemos a Guerra do Golfo pra dar idéias pro Rambo III. O uso do computador se popularizou e a Internet mostrou sua cara. Como conseqüência do crescimento industrial dos anos 80, a juventude traz ao mundo um grito pela natureza, aumentam os movimentos ambientais. Em contrapartida as revoluções individuais se refletiam na ampliação do uso de tatuagens e piercings. No Brasil, conhecemos a face coloria de um governo instável e despreparado, logo substituído pelo topetudo Itamar “Rockablly” Franco. Com seu sucessor, Fernando Henrique, conhecemos a estabilidade econômica e o fim da inflação. O cinema brasileiro renasce com produções bastante interessantes. Com a ajuda da MTV, o rock voltou às paradas com o estilo grunge, popularizado em grupos como Nirvana e outros grupos de Seattle. As tendências do estilo na moda chamam a atenção pelas roupas largas, desbotadas, e cheias de quadriculados. Cabelos grandes e desarrumados, camisas de flanela e jeans rasgados (ou bermudões) também fazem parte do uniforme grunge. Com a morte prematura de Kurt Cobain o estilo perde a força e ainda dá tempo de na mesma década conhecermos as influências POP com o Britpop, com bandas como Oásis e Blur, e o Popteen com Spice Girls, Backstreet Boys e Britney Spears. O rap entra pra cultura popular, e com ele uma grande influência nas roupas. O preto se torna cor dominante em moda. Surge Gisele Bündchen. Alexandre Herchcovitch começa a exportar. Surge o Mercado Mundo Mix, focado na cultura jovem alternativa. As marcas nacionais começam a assumir valores brasileiros, iniciando a discussão da necessidade de uma identidade brasileira na produção do país. No Brasil e grande maioria do mundo, a moda da cintura para cima (acima do umbigo do sexo feminino), usada especialmente das meninas e jovens, começa a sair de moda depois de 1996, dando lugar as calças ou mostram barriga e umbigo

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]

CONCLUSÃO

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Fica claro que não é possível construir uma lógica que permita dominar

cientificamente o território da beleza, isto é, que a sua percepção tem raízes

numa determinada cultura e num determinado tempo. Beleza é algo

relativamente ligado ao tempo e ao espaço, isto é variando de pessoa para

pessoa e principalmente de lugar para lugar. É quando se reconhece o caráter

subjetivo, incontrolável e assistemático da Beleza, tanto na natureza quanto na

arte. Sabe-se, pelo menos desde Kant, que a experiência do belo nada

acrescenta ao nosso saber, com ela não se aumenta o capital cognitivo do

sujeito, ou seja, que com o belo entra-se num jogo livre e desinteressado: “O

belo é aquilo que agrada de maneira desinteressada sem ser originado por um

conceito ou a ele redutível: o gosto é, por isso, a faculdade de julgar

desinteressadamente um objeto (ou uma representação),

Muitas épocas tentaram definir um padrão de beleza que a época seguinte

rejeitava ou transformava profundamente. Enfim, a tecnologia moderna trouxe

a possibilidade de prolongarmos essa tão cultuada beleza. Tudo isso tem sido

possível graças ao desenvolvimento da medicina estética, à cirurgia plástica,

às academias esportivas, à nutrição e principalmente à cosmetologia, recurso

relativamente barato e ao alcance de todas as camadas sociais, pois contamos

com cosméticos com preços bem variados e equipamentos com alta

tecnologia. A profissional esteticista seja de nível médio ou superior é a única

em condições de aplicar os cosméticos em associação ou não a equipamentos

e conseguir resultados que garantem o bem estar e a qualidade de vida da

população. A Esteticista é peça chave em tratamentos estéticos, pois alem de

poder atuar sozinha em seus centros estéticos, os seus procedimentos são

complementares as técnicas médicas e fisioterapêuticas. A Esteticista é a cara

do século XXI, é a descoberta revolucionaria de nossos tempos.

A tecnologia associada a demanda do mercado – em quantidade e

qualidade – hoje impõem a necessidade de uma categoria profissional

preparada para compreender os processos fisiológicos, a estrutura anatômica e

as reações químicas decorrentes da aplicação de um produto sobre a pele.

Essa profissional é a ESTETICISTA que no Brasil começa sua atuação por

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volta do início do século XX como mera executora da tarefa de aplicar um

cosmético e hoje sai deste patamar para desempenhar a função de consultora

e administradora de técnicas cada vez mais aprimoradas no sentido de permitir

que não somente os produtos, mas toda a tecnologia de equipamentos e

manobras manuais como as drenagens linfáticas e massagens de toda a

ordem sejam indicadas, aplicadas e executada corretamente.

A estética atualmente é uma promotora de saúde. Quando é que Da Vinci

poderia imaginar que seu empenho e estudo para retratar a perfeição da

plástica humana, através de suas dissecações de cadáveres, tornar-se-iam tão

ou mais importantes para a medicina do que para a arte? Assim, a estética e a

profissional de estética passam hoje a preencher um campo específico,

advindo do avanço científico e da especialização (ou particularização) que a

medicina e outras atividades profissionais paramédicas não podem cobrir.

Ademais, nossa cultura é curativa colocando em foco a doença enquanto a

estética e as esteticistas cumprem um trabalho preventivo, tratando das

imperfeições corporais a nível estético de maneira a garantir o bem-estar das

pessoas. Essa é a exigência desse mundo de imagens em que nos

transformamos, veiculadas de mil e uma maneiras, pela Internet, TV, filmes,

vídeos-conferência, mídia impressa e até mesmo pelos celulares, em que a

apresentação e a aparência passam a jogar um papel chave para que se trate

de quaisquer conteúdos. Em síntese, a esteticista trabalha com o desejo que

segundo Sigmund Freud é refletida como “um dos primeiros sinais ligados às

vivências de satisfação do homem”. Mas de nada serve esta tecnologia se não

se tem um profissional preparado para executá-la. Por esse motivo, hoje a

esteticista sai daquele patamar de aprendiz para ser uma profissional que

investe em sua formação.

Os órgãos de classe defendem a formação no mínimo técnica para todas

as profissionais, é por isso que as representações de classe tem investido tanto

esforço no sentido de fazer com que a profissional entenda que ela deve

investir em sua educação.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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George Vigarello, História da Beleza – O corpo e arte de se embelezar, Ediouro Faux,Dorothy Schefer, Beleza do Século, Cosac & Naify (2001) Revista Época, Edição 157 21/05/2001 www.sacks.com.br 15/11/07 www.maquiagem facil.com.br 22/09/07 www.fashioteen.hpg.ig.com.br/históriada maquiagem.html 15/11/07

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ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTO 03 DEDICATÓRIA 0 4 RESUMO 05 METODOLOGIA 0 6 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I A Procura Por um Corpo Perfeito 10 1.1 A Procura por um Corpo perfeito Através dos Tempos 12 CAPITULO II A História dos cosméticos e da Maquiagem 14 2.1 A Beleza na Mira da Igreja 15 2.2 Propaganda X Bruxaria 15 2.3 A evolução do Mundo Retratada Através da Maquiagem. 17 2.4 Os Marcos da História dos Cosméticos Através dos Tempos 18 CAPITULO III A História do Perfume 21 3.1 Tipos de Perfumes mais Comuns 24 3.2 A Evolução da Perfumaria – O Perfume Através dos Tempos 25 CAPITULO IV A História da Moda 27 4.1 A História da Moda Através dos Tempos 29 CONCLUSÃO 39 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41 ÍNDICE 42 FOLHA DE AVALIAÇÃO 43

FOLHA DE AVALIAÇÃO

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