RÉCIARÉCIAA ARTE NAA ARTE NA

GGANGELO ROBERTO BARROS ANGELO ROBERTO BARROS (Org.)(Org.)

CARACTERÍSTICAS GERAISCARACTERÍSTICAS GERAISEnquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à inteligência, pois os seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos que se dedicavam ao bem-estar do povo. A arte grega volta-se para o gozo da vida presente. Contemplando a natureza, o artista se empolga pela vida e tenta, através da arte, exprimir suas manifestações. Na sua constante busca da perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que predomina o ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal. Ele tem como características: o racionalismo; amor pela beleza; interesse pelo homem, essa pequena criatura que é “a medida de todas as coisas”; e a democracia.

PERÍODOS DA HISTÓRIA DA GRÉCIA ANTIGA   Pré-Homérico - entre 2000 e 1.100 a.C

- época de ocupação do território da Grécia. Desenvolvimento das civilizações Micênica e Cretense. Invasão dos Dórios no final deste período, provocando a dispersão dos povos da região e ruralização.

Homérico - entre 1.100 e 700 a.C

- conclusão do processo de ruralização das comunidades gentílicas. Nos genos havia a coletivização da produção e dos bens. No final deste período, com o crescimento populacional, ocorreu a desintegração dos genos. 

Arcaico - entre 700 e 500 a.C-surgimento das pólis (cidades-estados) com a formação de uma elite social, econômica e militar que passa a governar as cidades. Neste período ocorreu a divisão do trabalho e o processo de urbanização. Surge o alfabeto fonético grego e significativo desenvolvimento literário e artístico.

Clássico - entre 500 e 338 a.C

- época de grande desenvolvimento econômico, cultural, social e político da Grécia Antiga. Época de grande fortalecimento das cidades-estados gregas como, por exemplo, Esparta, Atenas, Tebas, Corinto e Siracusa. Foi também uma época marcada por conflitos externos como, por exemplo, as Guerras Médicas (entre gregos e persas no século V). Ocorreu também, neste período, a Guerra do Peloponeso (entre Atenas e Esparta). 

PERÍODOS DA HISTÓRIA DA GRÉCIA ANTIGA (Cont.) Helenístico - entre 338 e 146 a.C

- fase marcada pelo enfraquecimento militar grego e a conquista macedônica na região. A cultura grega espalha-se pela região, fundindo-se com outras (helenismo).

A EVOLUÇÃO DA ESCULTURA GREGA A EVOLUÇÃO DA ESCULTURA GREGA Período Arcaico (séc. VIII a V a.C.) As figuras apresentam uma posição hierática (rígida), sem expressividade ou naturalismo; os corpos possuem uma anatomia apontada esquematicamente e gestos bastante rígidos, quase estáticos; geralmente têm a perna esquerda avançada sobre a direita (influência da lei da frontalidade egípcia) e os braços caídos ao longo do corpo ou a mão direita sobre o peito, em sinal de adoração; os rostos são orientalizantes, os olhos oblíquos e amendoados, as maçãs do rosto salientes e a barba e os cabelos simplificados e geometrizados; existiam dois tipos básicos de figuras: o kouros (singular de kouroi), representação masculina de um jovem nu e símbolo da juventude e da plenitude; e a koré (singular de korai), jovens virgens, vestidas com longas túnicas pregueadas e pintadas com cores luminosas, vivas e cintilantes. Os seus rostos simétricos, com leves e enigmáticos sorrisos e cabelos longos, ondulados ou entrançados, possuem uma imobilidade serena e graciosa

Kouros. Ática, c.525 a.C. Mármore. Kouros. Ática, c.525 a.C. Mármore. Altura 194 cm. Atenas, Museu Altura 194 cm. Atenas, Museu

NacionalNacional

Koré de Peplo. Ática, c.530 Koré de Peplo. Ática, c.530 a.C. Mármore. Altura 118 a.C. Mármore. Altura 118

cm. Atenas, Museu da cm. Atenas, Museu da AcópoleAcópole

Hera, de Samos, c.570-560 Hera, de Samos, c.570-560 a.C. Mármore. Altura 1,93 a.C. Mármore. Altura 1,93

m. museu do Louvre, Paris.m. museu do Louvre, Paris.

Jovem de´pé (Kouros). c.600 Jovem de´pé (Kouros). c.600 a.C. mármore. Altura 1,86 m. a.C. mármore. Altura 1,86 m. Museu Metropolitano de Arte, Museu Metropolitano de Arte,

Nova York (Fletcher Fund, Nova York (Fletcher Fund, 1932)1932)

A EVOLUÇÃO DA ESCULTURA GREGA (Cont.)A EVOLUÇÃO DA ESCULTURA GREGA (Cont.)Período Clássico (sécs. V e IV a.C.) - As figuras ganham uma maior aproximação do real, o tratamento do corpo é muito mais realista e denota-se uma maior expressividade nos rostos, gestos e movimentos e uma preocupação com as proporções, devido à influência dos cânones. A partir do séc. IV a.C., a escultura passa a ser marcada por um aspecto mais gracioso, sedutor, harmonioso, elegante e dinâmico e é introduzido o nu feminino; as figuras ganham uma pose mais elegante e natural, e a beleza do ser humano é idealizada, tentando atingir a perfeição total, com esculturas de jovens nus atléticos e belos; ainda neste período é introduzida a verdadeira noção de vulto redondo, que rompeu com o rigor da frontalidade, podendo as estátuas ser vistas de todos os ângulos; é utilizado o bronze e o mármore branco em praticamente todas as esculturas.

O Efebo de Krítios, c.480 O Efebo de Krítios, c.480 a.C. Mármore. Altura 0,865 a.C. Mármore. Altura 0,865 m. museu Nacional, Atenasm. museu Nacional, Atenas

Versão romana do iscóbolo, de Versão romana do iscóbolo, de Miron (c.450 a.C.). O original Miron (c.450 a.C.). O original

data de cerca de 450 a.C. data de cerca de 450 a.C. Altura 1,55 m. Museu Nacional Altura 1,55 m. Museu Nacional

Romano, RomaRomano, Roma

Dionísio do frontão leste do Dionísio do frontão leste do Partenon, 438-432 a.C. Partenon, 438-432 a.C.

(Londres, British Museum)(Londres, British Museum)

Cópia romana do Doríforo, Cópia romana do Doríforo, de Policleto. O original de Policleto. O original

grego data de grego data de aproximadamnete 440 a.C. aproximadamnete 440 a.C.

Altura 1,99 m. Museu Altura 1,99 m. Museu Archeologico Nazionale, NArcheologico Nazionale, N

´poles.´poles.

Koré de Peplo. Ática, c.530 a.C. Mármore. Altura Koré de Peplo. Ática, c.530 a.C. Mármore. Altura 118 cm. Atenas, Museu da Acópolelísipo, Atleta 118 cm. Atenas, Museu da Acópolelísipo, Atleta

limpando-se com o estrígil, cópia romana (mármore, limpando-se com o estrígil, cópia romana (mármore, 2 m de altura, Cidade do Vaticano, Museu 2 m de altura, Cidade do Vaticano, Museu

Arqueológico)Arqueológico)

(à direita) Poseidon (à direita) Poseidon lançando o tridente, lançando o tridente, atribuído ao escultor atribuído ao escultor

Cálamis, 460 a.C. (bronze Cálamis, 460 a.C. (bronze original, 2,09 m de altura, original, 2,09 m de altura, Atenas, Museu Nacional)Atenas, Museu Nacional)

(à esquerda) está a (à esquerda) está a explêndida estátu grega de explêndida estátu grega de um guerreiro foi forjada em um guerreiro foi forjada em bronze por volta de 430 a.C. bronze por volta de 430 a.C.

Desaparecida num Desaparecida num naufrágio em Riace, na naufrágio em Riace, na

Itália, foi redescoberta em Itália, foi redescoberta em 1972.1972.

A EVOLUÇÃO DA ESCULTURA GREGA (Cont.)A EVOLUÇÃO DA ESCULTURA GREGA (Cont.)Período Helenístico (sécs. III a I a.C.) - Neste século, o "realismo idealista" dá lugar ao "naturalismo", seguido do "realismo expressivo". Os grupos escultóricos sucedem-se ás estátuas individuais e desenvolve-se o gosto pelo retrato e pelas cenas do quotidiano que são captadas com tal realismo que dá ênfase até às disformidades físicas do Homem e às representações da infância e da velhice (que até agora não tinham sido representadas); a serenidade típica das esculturas gregas é substítuida pelo dramatismo e pelos efeitos teatrais revelados nos gestos e movimentos, por vezes exagerados, e pelos rostos carregados de emoção. Surge um grande gosto pelas figuras em escorço e pelas contorções do corpo humano, que possui agora formas musculares muito mais acentuadas, elasticidade e grande elegância.

Praxíteles. Hermes, c.330-Praxíteles. Hermes, c.330-320 a.C. (ou cópia?). 320 a.C. (ou cópia?).

Mármore. Altura 2,16 m. Mármore. Altura 2,16 m. museu de Olímpiamuseu de Olímpia

Laocoonte e seus filhos. Laocoonte e seus filhos. Cópia romana, talvez Cópia romana, talvez

baseada em Agesandro e baseada em Agesandro e Polidoro de Rodes (em seu Polidoro de Rodes (em seu

estado atual, as estado atual, as restaurações foram restaurações foram

retiradas). Século I d.C. retiradas). Século I d.C. Mármore. Altura 2,13 m. Mármore. Altura 2,13 m.

Museus do Vaticano, RomaMuseus do Vaticano, Roma

Cópia romana de O soldado gálata Cópia romana de O soldado gálata e sa mulher. O original grego data e sa mulher. O original grego data

da primeira metade do século II da primeira metade do século II a.C. Altura 2,11 m. Museo a.C. Altura 2,11 m. Museo

Nazionale delle Terme, RomaNazionale delle Terme, Roma

Cópia romana da Afrodite Cópia romana da Afrodite de Cápua. O original grego de Cápua. O original grego

data do século Iv a.C. Altura data do século Iv a.C. Altura 2,10 m. Museo Nazionale, 2,10 m. Museo Nazionale,

NápolesNápoles

Vênus de Milo (Afrodite de Vênus de Milo (Afrodite de Melos), datada da sagrada Melos), datada da sagrada

metade do século II a.C. metade do século II a.C. Altura 2,04 m. Museu do Altura 2,04 m. Museu do

Louvre, ParisLouvre, Paris

Vitória de Samotrácia (c.190 Vitória de Samotrácia (c.190 a.C.) Altura 2,75 m. Museu a.C.) Altura 2,75 m. Museu

do Louvre, Parisdo Louvre, Paris

Gaulês Moribundo. Cópia Gaulês Moribundo. Cópia romana do original de bronze romana do original de bronze

de c. 230-220 a.C., de de c. 230-220 a.C., de Pérgamo. Mármore, tamanho Pérgamo. Mármore, tamanho

natural. Museu Capitolino, natural. Museu Capitolino, RomaRoma

PINTURAPINTURAA pintura grega encontra-se na arte cerâmica. Os vasos gregos são também conhecidos não só pelo equilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço utilizado para a ornamentação. Além de servir para rituais religiosos, esses vasos eram usados para armazenar, entre outras coisas, água, vinho, azeite e mantimentos.

Os principais estilos usados na produção da cerâmica grega são:

Estilo geometrico, o mais antigo (século VIII a.C.);

Estilo com figuras pretas (século VII-VI a.C.);

Estilo com figuras vermelhas (final do século VI).

Vaso do período geométrico tardio, datado Vaso do período geométrico tardio, datado de cerac de 740 a.C. com 1,5 m de altura, foi de cerac de 740 a.C. com 1,5 m de altura, foi colocado sobre o túmulo de um guerreiro no colocado sobre o túmulo de um guerreiro no cemitério de Dipylon de Atenas, como uma cemitério de Dipylon de Atenas, como uma

lápidelápide

Âfora com figuras negras pintadas por Âfora com figuras negras pintadas por Exéquias (cerca de 540 a.C.) Exéquias (cerca de 540 a.C.)

mostrando Aqiles e Ajax Jogando mostrando Aqiles e Ajax Jogando damas. Altura 61 cm. damas. Altura 61 cm.

Museu Gregoriano-Etrusco, RomaMuseu Gregoriano-Etrusco, Roma

Ânfora com figuras vermelhas Ânfora com figuras vermelhas (360-350ª.C.). Museu do Louvre, (360-350ª.C.). Museu do Louvre,

ParisParis

VASO François, cratera com volutas, VASO François, cratera com volutas, cerâmica ática com figuras pretas do cerâmica ática com figuras pretas do século VI a.C., encontrado em Chiusi século VI a.C., encontrado em Chiusi

(Toscana) entre 1844 e 1845 (Toscana) entre 1844 e 1845 (Florença, Museu Arqueológico).(Florença, Museu Arqueológico).

Hídria pintada com figuras pretasHídria pintada com figuras pretas

PINTURA (Cont.)PINTURA (Cont.)Quanto ao tema, As pinturas dos vasos representavam pessoas em suas atividades diárias e cenas da mitologia grega.

A despedida do guerreiro (c.530 a.C.), pintura A despedida do guerreiro (c.530 a.C.), pintura em vaso assinada por Eutímedes. Altura 60 em vaso assinada por Eutímedes. Altura 60

cm. Staatliche Antikensammlungen und cm. Staatliche Antikensammlungen und Glyptothek, MuniqueGlyptothek, Munique

ARQUITETURAARQUITETURA

As edificações que despertaram maior interesse são os templos. A característica mais evidente dos templos gregos é a simetria entre o pórtico de entrada e o dos fundos. O templo era construído sobre uma base de três degraus. O degrau mais elevado chamava-se estilóbata e sobre ele eram erguidas as colunas. As colunas sustentavam um entablamento horizontal formado por três partes: a arquitrave, o friso e a cornija.

Ictinos e Calícrates. O Parteon (vista Ictinos e Calícrates. O Parteon (vista do lado oeste), Acrópole, Atenas, do lado oeste), Acrópole, Atenas,

448-432 a.C.448-432 a.C.

O Templo de Poseidon, c. O Templo de Poseidon, c. 460 a.C.460 a.C.

O Templo de Atena Afaia, na O Templo de Atena Afaia, na ilha de Egína, século VI a.C., ilha de Egína, século VI a.C.,

ordem dóricaordem dórica

1.1.FachadaFachada2.2.PlantaPlanta

3.3.Corte-perspectivaCorte-perspectiva

ARQUITETURA (Cont.)ARQUITETURA (Cont.)

As colunas e entablamento eram construídos segundo os modelos da ordem dórica, jônica e coríntia.

Ordem Dórica - era simples e maciça. O fuste da coluna era monolítico e grosso. O capitel era uma almofada de pedra. Nascida do sentir do povo grego, nela se expressa o pensamento. Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por sua simplicidade e severidade, empresta uma idéia de solidez e imponência

Ordem Jônica - representava a graça e o feminino. A coluna apresentava fuste mais delgado e não se firmava diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel era formado por duas espirais unidas por duas curvas. A ordem dórica traduz a forma do homem e a ordem jônica traduz a forma da mulher.

Ordem Coríntia - o capitel era formado com folhas de acanto e quatro espirais simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de um modo a variar e enriquecer aquela ordem. Sugere luxo e ostentação.

ARQUITETURA (Cont.)ARQUITETURA (Cont.)

Os templos gregos eram cobertos por um telhado inclinado para as laterais. Dessa posição do telhado resultava um espaço triangular sobre a cornija, tanto no pórtico de entrada quanto no dos fundos. Esse espaço, denominado frontão, era intensamnete ornamentado com esculturas.

Visão geral do Templo de Visão geral do Templo de Hefaísto na ágora grega. No Hefaísto na ágora grega. No

detalhe, as métopas e os detalhe, as métopas e os tríglifostríglifos

Frontão do Templo de Zeus, em Olímpia (465-457 Frontão do Templo de Zeus, em Olímpia (465-457 a.C.)a.C.)

TEATROTEATRO O teatro, como conhecemos hoje, é uma invenção grega. Era um ritual de homenagem a Dionísio, deus do vinho e da alegria. Os gregos consideravam o teatro uma forma de corrigir os defeitos do ser humano e purificá-lo.

Todas as personagens do teatro eram representadas por atores masculinos. As mulheres não podeiam atuar. Os atores usavam máscaras nas peças, para representar diferentes papéis.

Todas as pessoas podiam assitir aos espetáculos teatrias, menos os escravos, mas os espectadores pagavam pelo direito à entrada.

Os principais lugares do teatro estavam reservados aos sacerdotes e autoridadades da pólis. Durante o espetáculo, vendedores ambulantes ofereciam comida e bebida ao público.

Durante as dionisíacas, tornaram-se comuns as represnetações teatrias. Em Atenas, as sessões se estendiam da manhã à noite, durante vários dias, quando eram apresentadas peças de Ésquilo, Sófocles, Eurípedes, Aristófanes e outros teatrólogos gregos.

Havia dois tipos de espetáculo: a tragédia e a comédia.

A tragédia provocava pavor e pena no espectador, com o objetivo de corrigir seus defitos e formá-lo como cidadão justo e correto.

A comédia procurava o riso. Por meio do riso, era feita uam dura crítica aos aspectos da sociedade que eram considerados negativos.

Em síntese, atragédia levava o espectador a tomar consciência dos grandes problemas da vida através do medo, e a comédia o fazia por meio do riso.

Teatro de Epidauro (século Iv a.C.). Composto de 55 degraus Teatro de Epidauro (século Iv a.C.). Composto de 55 degraus divididos em duas ordens e calculados de acordo com uam divididos em duas ordens e calculados de acordo com uam

inclinação perfeitainclinação perfeita

REFERÊNCIA BÁSICA/LIVRO-TEXTO:

 

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