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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES – INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS GRADUAÇÃO EM AUDITORIA E CONTROLADORIA
HELLEN FRANCO BAPTISTA
A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE INTERNO NAS EMPRESAS
RIO DE JANEIRO 2010
2
Universidade Cândido Mendes
Instituto A Vez do Mestre
A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE INTERNO NAS EMPRESAS
Hellen Franco Baptista
Orientador: Prof°. Luciano Gerard
Rio de Janeiro
16 de Abril de 2010
3Universidade Cândido Mendes
Instituto A Vez do Mestre
A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE INTERNO NAS EMPRESAS
Monografia apresentada ao Curso de
Pós Graduação em Auditoria e
Controladoria da Instituição A Vez do
Mestre como requisito para a
obtenção do Certificado de
Especialização.
Curso: Pós Graduação em Auditoria e Controladoria
Autor: Hellen Franco Baptista
4
AGRADECIMENTOS
A Deus, que sem ele não estaria aqui.
Aos meus familiares, pelo o amor e apoio em todos os momentos.
Aos meus amigos pela força, dedicação e palavras de apoio em minha
formação profissional.
Aos professores pelo aprendizado ao longo do curso e pelo exemplo de
profissional a seguir.
A todas as pessoas que, de alguma forma, foram importantes para minha
formação profissional e pessoal.
Hellen
5
Aos meus pais e meu noivo; pelo
esforço, dedicação e compreensão,
em todos os momentos desta e de
outras caminhadas.
Hellen
6
RESUMO
Este estudo teve por objetivo analisar as empresas dentro dos novos
paradigmas e verificar qual o caminho que a mesma pode adotar para
aprimorar e controlar a sua administração. Para isso a empresa faz a auditoria,
através de profissionais que analisam a organização do sistema da qualidade,
o controle de materiais recebidos, o controle do processo, a inspeção de
produtos terminados, os instrumentos de medição e controle, a embalagem e
armazenagem e a atitude gerencial.
A manutenção da vantagem competitiva exige que os objetivos da
mesma sejam aprimorados. Para tanto são necessários tecnologia,
conhecimentos e métodos mais sofisticados e investimentos constante. O país
tem êxito nas indústrias quando existem os conhecimentos e recursos
necessários para modificar as estratégias. Por meio de um programa de
auditoria, controladoria e consultoria, qualquer empresa pode aprimorar e
controlar a sua administração. A missão da Controladoria é zelar pela
continuidade da empresa, assegurando a otimização do resultado global.
Embora o delineamento da função, do órgão e da posição do executivo possa
variar de uma empresa para outra, existe um conceito que é comumente
observado quanto ao executivo: o controller é o chefe da contabilidade, aquele
que supervisiona e mantém os arquivos financeiros formais da empresa,
embora suas funções não tenham que se restringir apenas às funções
contábeis e o que mais se espera é que ele amplie sua atuação ao
desenvolvimento da contabilidade em aplicações gerenciais.
Palavras-chave: controle, processo, organização, estratégias.
7
ABSTRACT
This study aimed to analyze the companies within the new paradigms
and see what the way that it can adopt to improve and control their
administration. For this the company does the audit, by professionals who
review the organization's quality system, the control of materials received, the
control of the process, the inspection of finished products, the measuring and
control, packaging and storage and attitude emanagement.
Maintaining competitive advantage requires that the same objectives are
improved. For both are necessary technology, expertise and more sophisticated
methods and constant investment. The country is successful in industries where
there is the knowledge and resources needed to change strategies. Through a
program of audit, control and advice, any company can improve and control
their administration. The mission of the Controller and ensure the continuity of
the company, ensuring to optimize the overall result. Although the design of the
function of the body and the position of the executive may vary from one
company to another, a concept that is commonly observed on the executive: the
controller is the head of accounting, which oversees and maintains the files of
the formal financial company, although their functions do not have to be
restricted only to the accounting functions and what is expected is that it
extends its activities to the development of managerial accounting applications.
Keywords: control, process, organization, strategies.
8
SUMÁRIO
PÁGINA
1. INTRODUÇÃO 10
2. NOÇOES GERAIS DE CONTROLE 13
3. SISTEMAS DE CONTROLE INTERNO 15
4. O CICLO PDCA 18
5. RESPONSABILIDADE PELO CONTROLE INTERNO 21
6. CATEGORIAS DE CONTROLE INTERNO 23
6.1. CONTROLE GERENCIAL 23
6.2. CONTROLE FUNCIONAL 23
6.3. CONTROLE INDEPENDENTE 23
6.4. CONTROLE DE FLUXO 23
7. A RELAÇÃO DO CONTROLE INTERNO E A CONTABILIDADE
25
8. OBJETIVOS DO CONTROLE INTERNO 29
8.1. SALVAGUARDA DOS INTERESSES 30
8.2. PRECISÃO E CONFIABILIDADE DOS INFORMES E RELATÓRIOS CONTÁBEIS, FINANCEIROS E OPERACIONAIS
31
8.3. ESTÍMULOS À EFICIÊNCIA OPERACIONAL 32
8.4. ADERÊNCIAS ÀS POLÍTICAS EXISTENTES 34
9. LIMITAÇÕES E DISTORÇÕES DO CONTROLE INTERNO
35
10. INFORMATIZAÇÃO X CONTROLE INTERNO 38
11. DIFERENÇA ENTRE AUDITORIA, CONTROLE EXTERNO E CONTROLE INTERNO
40
12. A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE INTERNO PARA A AUDITORIA INDEPENDENTE
41
13. CONCLUSÃO 48
14. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 50
9
15. BIBLIOGRAFIA 52
16. ANEXOS 53
16.1. DECRETO Nº 3.591 - DE 6 DE SETEMBRO DE 2000 - DOU DE 8/9/2000 – ALTERADO
54
10
1- INTRODUÇÃO
Do ponto de vista econômico toda empresa tem como principais
objetivos gerar lucros e também existir por tempo indeterminado, ou seja,
almeja a continuidade, entretanto para alcançar estes objetivos, faz-se
necessária a elaboração de certos mecanismos de controles internos
abrangendo toda a sua Administração.
Entende-se como controle interno o plano e todos os métodos e medidas
adotados de forma coordenada, com o objetivo de proteger o patrimônio e
promover a eficiência operacional da empresa. Segundo o Instituto dos
Auditores Internos do Brasil (1992), qualquer decisão tomada pela Diretoria da
Empresa com o intuito de alcançar as metas e objetivos estabelecidos são
compreendidos como controles internos.
O sistema de controle interno tem intima ligação com a contabilidade
que é um sistema coordenado e integrado de controle e de informação. Ele tem
como uma das finalidades fornecer à contabilidade dados corretos, objetivando
a escrituração exata dos fatos ocorridos, evitando os desperdícios e os erros.
No entanto, o Controle Interno não só abrange os aspectos contábeis e
financeiros, mas também os operacionais dentro da organização objetivando
promover a eficiência operacional da empresa.
Um bom sistema de controle interno acusa de forma mais rápida a
necessidade da adoção de medidas preventivas ou corretivas que visam a
maximização do lucro e a minimização de perdas decorrentes de erros,
ineficiências, desvios, procedimentos ilegais ou fraudulentos. Para o sistema
11
produzir tal efeito é fundamental que os controles internos sejam aplicados e
monitorados de forma contínua dentro da organização.
Os problemas de Controle Interno encontram-se, nas pequenas, médias
e grandes empresas, em todos os seus níveis: vendas, fabricação,
desenvolvimento, compras, tesouraria e etc. O adequado controle sobre cada
uma dessas áreas assume fundamental importância para que se atinjam os
resultados mais favoráveis com menores desperdícios.
É impossível conceber uma empresa que não disponha de controles que
possam garantir a continuidade do fluxo de suas operações e informações
propostas.
Toda empresa possui controles internos, a diferença básica é que estes
podem ser adequados ou não. A falta ou ineficiência do controle e do sistema
de contabilidade pode levá-las a situações desfavoráveis, tais como: estimular
desfalques, fraudes, problemas com o Fisco e até mesmo a falência da
empresa. Sobre isso Attie (1998) afirma que:
Informações contábeis distorcidas podem levar a conclusões erradas e danosas para a empresa. Apesar disso, embora pareça absurdo, existem muitas empresas para as quais o controle interno é desconhecido. Pensam que, tendo empregados de confiança, estarão cobertas contra qualquer irregularidade. Confiar nos subordinados não deixa de ser correto; é necessário, porém, admitir que esta confiança possa dar lugar a toda espécie de fraudes. Basta dizer que grande parte das irregularidades nos negócios, segundo se tem verificado, deve-se a empregados nos quais se confiava. Além disso, quando não existem procedimentos adequados de controle interno, são freqüentes os erros involuntários e os desperdícios.
Sob esse contexto, a pesquisa se desenvolveu com o intuito de
compreender a importância da aplicação do controle interno dentro da
organização, identificar seus objetivos, características, responsabilidade pelo
funcionamento do controle e avaliação dos controles, têm também o propósito
de apresentar a relação entre a contabilidade, auditoria e o controle
organizacional.
O bom desempenho de uma organização está diretamente ligado a
eficiência do controle interno, pois a deficiência dele poderá acarretar diversos
12
problemas como perder a credibilidade no mercado, problemas com o Fisco e
até mesmo comprometer a sua existência já que visa a perpetuidade. Neste
sentido buscou-se avaliar neste trabalho se o constante investimento no
controle interno poderá promover as diretrizes para uma eficiente tomada de
decisões por parte dos gestores conduzindo-os à um caminho para uma boa
administração.
Este trabalho terá como metodologia a pesquisa documental e
bibliográfica, estudo acadêmico, consulta de artigos científicos, apoio de
material de revistas, jornais e internet. Com esses materiais pretende-se
explorar as principais fontes bibliográficas que permitam coletar dados e
informações claras e objetivas inerentes ao assunto sobre a importância do
controle interno dentro da organização.
13
2- NOÇÕES GERAIS DE CONTROLE
Segundo o Dicionário Aurélio (1988, p.136), controle é: “ato ou poder de
controlar, fiscalização exercida sobre as atividades de pessoas, órgãos, etc.,
para que não se desviem de normas preestabelecidas”. Desse conceito, pode-
se dizer que o ato de exercer controle proporciona uma noção de comando, no
intuito de resguardar o patrimônio próprio ou de outrem, um dos princípios
primordiais do controle interno.
A palavra controle tem sua origem do idioma francês ‘contrôle’. Significa,
conforme Gomes et al (2000, p.3), “um conjunto de medidas exercidas sobre
determinadas ações e processos de um sistema, para que não se desviem das
normas preestabelecidas”.
O controle, presente em maior ou menor grau nas empresas, pode ser
definido, consoante Chiavenato (2003, p.635), como “a função administrativa
que consiste em medir o desempenho a fim de assegurar que os objetivos
organizacionais e os planos estabelecidos sejam realizados”.
O termo pode assumir vários significados. O que o distingue é o contexto
em que a palavra é abordada. Dessa forma, de uma perspectiva mais ampla,
os significados de controle mais comuns são primeiro como função restritiva e
coercitiva, seguindo como um sistema automático de regulação e, por fim,
como função administrativa.
O controle deve ter por finalidade o estabelecimento de padrões, para
que haja a medição do desempenho real, agindo previamente, evitando que
erros se transformem numa realidade constante, através do controle de suas
14
causas, observando toda a rotina estabelecida para que haja um
aperfeiçoamento da mesma.
15
3- SISTEMAS DE CONTROLE INTERNO
Conforme JUNIOR et al.(1995), “sistema é um conjunto de partes
interagentes e interdependentes que, em conjunto, formam um todo unitário
com determinado objetivo e efetuam determinada função”.
A empresa é um sistema composto de recursos econômicos, financeiros,
humanos, materiais e tecnológicos que interagem com a sociedade através das
variáveis exógenas (política, economia, tecnologia, concorrência etc.).
Os elementos dos sistemas são os seguintes:
- Os objetivos, que se referem tanto aos objetivos dos usuários do
sistema quanto aos do próprio sistema. O objetivo é a própria razão de
existência do sistema, ou seja, é a finalidade para a qual o sistema foi criado;
- As entradas do sistema, cuja função caracteriza as forças que
fornecem ao sistema o material, a energia e a informação para a operação ou
processo; este gerará determinadas saídas do sistema que devem estar em
sintoma com os objetivos anteriormente estabelecidos;
- O processo de transformação do sistema, que é definido como a
função que possibilita a transformação de um insumo (entrada) em um produto,
serviço ou resultado (saída). Este processador é a maneira pela qual os
elementos componentes interagem no sentido de produzir as saídas
desejadas;
16
- As saídas do sistema, que correspondem aos resultados do processo
de transformação. As saídas podem ser definidas como as finalidades para as
quais se uniram objetivos, atributos e relações do sistema;
- Os controles e avaliações do sistema, para verificar se as saídas estão
coerentes com os objetivos estabelecidos. Para realizar o controle e a
avaliação de maneira adequada, é necessária uma medida do desempenho do
sistema, chamada padrão; e
- A retroalimentação ou realimentação ou feedback do sistema, que é
um processo de comunicação que reage a cada entrada e serve como um
instrumento de regulação à medida que as divergências são verificadas,
visando diminuir as discrepâncias (controle).
Para explicar o que é uma empresa, muitos autores utilizam a visão
sistêmica, mostrando a influência e interação entre os elementos externos e os
internos. Conforme Nakagawa a noção de sistema aberto implica a idéia de
que o sistema importa recursos diversos que, após serem transformados em
produtos e serviços, são exportados para o ambiente externo da empresa, ou
seja, para o mercado. O ambiente externo exerce grandes pressões sobre a
empresa, sob a forma de restrições e exigências das mais variadas possíveis.
Fonte: JUNIOR et al(1995)
17
A teoria sistêmica e a visão da empresa como um sistema aberto são
fundamentais na elaboração do Planejamento Estratégico, pois através delas
conseguimos enxergar os inter-relacionamentos e interações entre os
elementos internos e externos (visão holística).
18
4- O CICLO PDCA
Também conhecido como “Ciclo de Deming”, o PDCA é uma das
primeiras ferramentas de gestão da qualidade(ou ferramentas gerenciais) e
permite o controle do processo.
O PDCA foi criado na década de 20 por Walter A. Shewart, mas foi
William Edward Deming, o “guru do gerenciamento da qualidade”, quem
disseminou seu uso no mundo todo (por isso, a partir da década de 50 o ciclo
PDCA passou a ser conhecido como “Ciclo Deming”).
“PDCA” é a sigla das palavras em inglês que designam cada etapa do ciclo:
“Plan”, planejar; “Do”, fazer ou agir; “Check”, checar ou verificar; e “Action”, no
sentido de corrigir ou agir de forma corretiva.
O PDCA é um método amplamente aplicado para o controle eficaz e
confiável das atividades de uma organização, principalmente àquelas
relacionadas às melhorias, possibilitando a padronização nas informações do
controle de qualidade e a menor probabilidade de erros nas análises ao tornar
as informações mais entendíveis. O PDCA constitui-se das seguintes etapas:
- “PLAN” – O primeiro passo para a aplicação do PDCA é o estabelecimento de
um plano, ou um planejamento que deverá ser estabelecido com base nas
diretrizes ou políticas da empresa e onde devem ser consideradas três fases
importantes: a primeira fase é o estabelecimento dos objetivos, a segunda, é o
estabelecimento do caminho para que o objetivo seja atingido e, a terceira é a
19
definição do método que deve ser utilizado para consegui-los. A boa
elaboração do plano evita falhas e perdas de tempo desnecessárias nas
próximas fases do ciclo;
- “DO” – O segundo passo do PDCA é a execução do plano que consiste no
treinamento dos envolvidos no método a ser empregado, a execução
propriamente dita e a coleta de dados para posterior análise. É importante que
o plano seja rigorosamente seguido;
- “CHECK” – O terceiro passo do PDCA é a análise ou verificação dos
resultados alcançados e dados coletados. Ela pode ocorrer concomitantemente
com a realização do plano quando se verifica se o trabalho está sendo feito da
forma devida, ou após a execução quando são feitas análises estatísticas dos
dados e verificação dos itens de controle. Nesta fase podem ser detectados
erros ou falhas;
- “ACT” ou “ACTION” – a última fase do PDCA é a realização das ações
corretivas, ou seja, a correção da falhas encontradas no passo anterior. Após
realizada a investigação das causas das falhas ou desvios no processo, deve-
se repetir, ou aplicar o ciclo PDCA para corrigir as falhas (através do mesmo
modelo, planejar as ações, fazer, checar e corrigir) de forma a melhorar cada
vez mais o sistema e o método de trabalho.
20
PDCA FLUXO ETAPA OBJETIVO P 1 Identificação do
Problema Definir claramente o problema/processo e reconhecer sua importância.
2 Observação Investigar as características específicas do problema/processo com uma visão ampla e sob vários pontos de vista.
3 Análise Descobrir a causa fundamental. 4 Plano de ação Conceber um plano para bloquear a causa
fundamental. D 5 Execução Bloquear a causa fundamental. C 6 Verificação Verificar se o bloqueio foi efetivo. A 7 Padronização Prevenir contra o reaparecimento do
problema. 8 Conclusão Recapitular todo o método de solução do
problema para trabalhos futuros. Gráfico PDCA
1 2 3
4
5 6
8
7 P
D C
A
Planejar
Executar Verificar
Agir
21
5- RESPONSABILIDADE PELO CONTROLE INTERNO
Os responsáveis pelo bom funcionamento dos controles internos são
todos os colaboradores e a alta administração. Ao auditor interno cabe a
função de avaliar se o sistema de controle interno está funcionando como o
planejado e, caso contrário, de propor o estabelecimento do mesmo, se ele não
existir, ou melhorar sua qualidade.
Logo, todos os colaboradores da empresa precisam ter o conhecimento
dos conceitos e objetivos de controle interno propostos pela empresa,
adequando suas atividades em conformidade com estes.
O controle interno compreende o plano de organização e o conjunto
coordenado dos métodos e medidas, adotados pela empresa, para proteger
seu patrimônio, além de verificar a exatidão e o grau de confiança de seus
dados contábeis, bem como promove a eficiência operacional. O auditor deve
efetuar o levantamento do sistema contábil e do controle interno da empresa,
avaliar o grau de segurança por eles proporcionados e, com base nesses
elementos, estabelecer a natureza, a extensão e a profundidade dos
procedimentos de auditoria, assim como o momento apropriado de sua
aplicação.
O sistema contábil e o controle interno são de responsabilidade da
empresa. Entretanto, é recomendável que o auditor faça sugestões objetivas
no sentido de eliminar as deficiências nele existentes no decurso de seus
exames.
Segundo Arantes (1998, p.175):
22
É bastante comum que na prática os administradores deleguem sua responsabilidade de controle às áreas de apoio ou de assessoria, tais como os departamentos de finanças ou de controladoria. Os relatórios são enviados à alta administração e os gerentes participam das reuniões para justificar os maus resultados. Os administradores eficazes, ao contrário, são muito atentos ao controle. Eles se interessam em dispor de bons instrumentos de controles, em obter as informações adequadas para melhorar os resultados e não para preparar as justificativas sobre o mau desempenho de sua área de responsabilidade. Eles utilizam as áreas de apoio e de assessoria para auxiliá-los nas análises e não para que elas exerçam o controle para eles.
23
6- CATEGORIAS DE CONTROLE INTERNO
6.1 - Controle Gerencial
Este primeiro momento nada mais é do que um dispositivo pelo qual as
informações são produzidas e fornecidas à administração da empresa de forma
que possam ser controladas, revisadas e utilizadas.
6.2 - Controle Funcional
O segundo momento pode ser entendido como o controle voltado para a
estrutura funcional e organizacional da empresa que objetiva normatizar a
distribuição das funções para cada indivíduo e suas responsabilidades etc.
6. 3 - Controle Independente
Adentrando a este controle pode-se compreendê-lo como aquele
estabelecido pela administração, mas não relacionado ao fluxo diário da
documentação. A finalidade desse controle é, primordialmente, a detecção, isto
é, a identificação de erros e omissões ocorridos e não a de evitar que eles
aconteçam.
6.4 - Controle de Fluxo
24
Este último ponto de controle pode ser entendido como aquele inserido
no próprio fluxo de documentação e que visa dar segurança aos procedimentos
e as normas.
25
7- A RELAÇÃO DO CONTROLE INTERNO E A
CONTABILIDADE
Conforme Chiavenato (2003, p. 613), o controle exerce uma função
restritiva e coercitiva, no sentido de coibir ou restringir desvios indesejáveis,
pode ser, também, “um sistema automático de regulação no funcionamento de
um sistema e, por fim, como função administrativa, através do planejamento,
organização e a direção”.
A função administrativa é a mais importante, por ser através dela que há o
monitoramento das tarefas executadas e a avaliação das atividades e
resultados esperados, no intuito de fazer com que a empresa tenha êxito no
que foi elaborado através do planejamento. Os dados de uma organização
serão analisados sabendo-se que os controles internos podem ter as seguintes
funções, segundo Almeida (1996, p. 49):
a) Preventivos ou “a priori” - reduzindo a freqüência com que as causas de
exposição ocorrerão, servindo como um guia;
b) Detectivos ou concomitantes - detectando as causas de exposição durante a
ocorrência do fato;
c) Corretivos ou “a posteriori” - auxiliando na investigação e correção das
causas de exposição detectadas, pois os fatos já ocorreram.
Na aplicação dessas funções, a administração pode se fundamentar sua
decisão nos fatores básicos de gestão, escolhendo o tipo de controle mais
adequado, para dessa forma ter todos os sistemas coordenados e, por fim,
26
utilizar seus relatórios gerenciais como um elemento básico para ser feita a
análise das anormalidades que possam vir a ocorrer como também das
tendências.
No entender de Attie (1985, p.60), “um sistema de contabilidade que não
esteja apoiado em um controle interno eficiente é, até certo ponto, inútil, uma
vez que não é possível confiar nas informações contidas nos seus relatórios”.
Attie (1985) defende que informações contábeis mal elaboradas podem levar a
conclusões erradas e prejudiciais à empresa. Mesmo parecendo absurdo,
muitas empresas não têm conhecimento do sistema de controles internos e
imaginam que, tendo colaboradores de confiança, estarão livres de qualquer
irregularidade. Este excesso de confiança nos subordinados pode dar lugar a
toda espécie de fraudes. Além disso, quando não existem procedimentos de
controle interno, são freqüentes os erros involuntários e os desperdícios, nos
quais sem o controle interno devido passam despercebidos pelo empresário,
que estará sendo iludido com informações não condizentes com a realidade da
empresa.
Segundo Franco, (1982, p.134) o principal meio de controle que dispõe
uma administração é a contabilidade. São, portanto, meios de controle interno
todos os registros, livros, fichas, papéis, formulários, pedidos, notas, faturas,
documentos, impressos, ordens internas e demais instrumentos de
organização administrativa que formam um sistema de vigilância, fiscalização e
verificação utilizada pelos administradores para exercer o controle sobre todos
os fatos ocorridos na empresa e sobre todos os atos praticados por aqueles
que exercem funções direta ou indiretamente relacionadas com a organização,
o patrimônio e o funcionamento da empresa.
Para Ronchi (1969, p.74), A contabilidade, como instrumento de controle
empresarial, não pode ser eficiente se não oferecer à administração a
possibilidade de advertir tempestivamente qualquer variação importante. A
contabilidade deve também oferecer uma avaliação dos afastamentos dos
valores padrão e uma determinação das possíveis causas de variação.
27
Conforme a Coleção Seminários CRC-SP/lbracon (2000, p.59-61), a
contabilidade passa a ser uma ferramenta de gerenciamento atuante e
poderosa, proporcionando a seus usuários relatórios e análises de natureza
econômica, financeira, física e de produtividade, de tal maneira que as metas
definidas no planejamento possam ser constantemente reavaliadas e, enfim,
obtidas.
Um bom sistema contábil de informação deve ser um conjunto articulado
de dados, ajustes e relatórios que permitam tratar as informações de natureza
repetitiva com o máximo possível de relevância e o mínimo de custos. E
também fornecer relatórios para finalidades específicas e que atendam às
necessidades dos gestores da empresa.
Para esses fins, é de fundamental importância a geração de dados exatos para
a sustentação do sistema de informações, assim como sua credibilidade.
Nesse aspecto, um controle interno adequado proporciona segurança de que
os relatórios contábeis e gerenciais são fidedignos e retratam de forma clara a
realidade da empresa. Ainda de acordo com a Coleção Seminários CRC-
SP/Ibracon (2000, p.59), o controle interno em conjunto com a contabilidade,
deve garantir que:
a) as operações sejam executadas de acordo com as autorizações gerais ou
específicas da administração;
b) as operações sejam registradas oportunamente pelo valor correto, nas
contas adequadas e no período contábil certo, de maneira que o preparo das
demonstrações contábeis seja realizado dentro de critérios estáveis e que
possa haver um controle contábil dos ativos;
c) o acesso aos ativos seja realizado apenas por pessoa autorizada, para
minimização da ocorrência de fraudes e, no caso de existir alguma, haver a
possibilidade de descobrimento rápido e determinação de sua abrangência;
d) a comparação dos registros de controle dos ativos com os ativos existentes
ocorrem com intervalos razoáveis para que sejam tomadas medidas
saneadoras em caso de constatação de diferenças;
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e) a localização de erros e desperdícios seja possível, promovendo ao mesmo
tempo a uniformidade e a correção ao se registrarem as operações;
f) a eficiência e a motivação do pessoal sejam estimuladas;
g) um controle eficiente sobre todos os aspectos vitais e estratégicos do
negócio possa ser obtido.
29
8- OBJETIVOS DO CONTROLE INTERNO
O controle interno tem como objetivos proteger os ativos, produzir os
dados contábeis confiáveis e ajudar a administração na condução ordenada
dos negócios da empresa.
Para Fayol (1981, p.139), o controle tem por objetivo “assinalar as faltas
e os erros a fim de que se possa repará-los e evitar sua repetição”. O mesmo
autor afirma que o controle é aplicável a tudo: às coisas, às pessoas, aos atos,
ou seja:
a) Do ponto de vista administrativo: é necessário assegurar-se de que o
programa existe, é aplicado e está em dia, e de que o organismo social está
completo, o comando exercido segundo os princípios adotados, as
conferências de coordenação se realizam;
b) Do ponto de vista comercial: é preciso assegurar-se de que os materiais que
entraram e saíram são exatamente considerados no que toca à quantidade, à
qualidade e ao preço, se os inventários estão corretos, os contratos são
perfeitamente cumpridos;
c) Do ponto de vista técnico: é preciso observar a marcha das operações, seus
resultados, suas desigualdades, o funcionamento do pessoal;
d) Do ponto de vista financeiro: o controle se estende aos livros, ao caixa, aos
recursos e às necessidades, ao emprego de fundos;
30
e) Do ponto de vista de segurança: é necessário assegurar-se de que os meios
adotados para proteger os bens e as pessoas estão em bom estado de
funcionamento;
f) Do ponto de vista contábil: é preciso verificar se os documentos necessários
cheguem rapidamente, se eles proporcionam visão clara da situação da
empresa, se o controle encontra nos livros, nas estatísticas e nos diagramas
bons elementos de verificação e se não existe nenhum documento ou
estatística inútil.
Podem ser analisados os objetivos do controle interno com a
segregação em quatro tópicos básicos, quais sejam:
1) a salvaguarda dos interesses da empresa;
2) a precisão e a confiabilidade dos informes e relatórios contábeis, financeiros
e operacionais;
3) o estímulo à eficiência operacional;
4) a aderência às políticas existentes.
8.1 - Salvaguarda dos Interesses
O objetivo do controle interno relativo à salvaguarda dos interesses
remete-se à proteção do patrimônio contra quaisquer perdas e riscos devidos a
erros ou irregularidades. (ATTIE, 2000, p.117).
As principais práticas que podem dar suporte à salvaguarda dos
interesses são as seguintes, conforme Attie (2000):
a) Segregação de Funções: estabelece a independência para as funções de
execução operacional, custódia física e contabilização;
b) Sistema de autorização e aprovação: compreende o controle das operações
através de métodos de aprovações, de acordo com as responsabilidades e os
riscos envolvidos;
31
c) Determinação de funções e responsabilidades: as existências de
organogramas claros determinam linhas de responsabilidades e autoridades
definidas por toda a linha hierárquica;
d) Rotação de funcionários: corresponde ao rodízio dos funcionários
designados para cada trabalho. Dessa forma, é possível reduzir a ocorrência
de fraudes e contribuir para o surgimento de novas idéias;
e) Legislação: corresponde à atualização permanente sobre a legislação
vigente, visando diminuir riscos e não expor a empresa à contingências fiscais
e legais pela não-obediência aos preceitos atuais vigentes;
f) Contagens físicas independentes: corresponde à realização de contagens
físicas de bens e valores, de forma periódica, por intermédio de pessoa
independente ao custo diante, visando maximizar o controle físico e resguardar
os interesses da empresa.
Fica visível a preocupação que tem o controle interno com relação à proteção
de seu patrimônio, munindo-se de várias práticas que contribuem ao sucesso
deste objetivo.
8.2 - Precisão e Confiabilidade dos Informes e Relatórios
Contábeis, Financeiros e Operacionais
Com relação a este objetivo, tem-se que esta precisão e confiabilidade
dos informes e relatórios contábeis, financeiros e operacionais compreendem a
geração de informações adequadas e oportunas, fundamentais no campo
gerencial e administrativo, para compreensão dos fatos e eventos realizados na
organização. Attie (2000, p.119) enfatiza muito bem esta confiabilidade e
precisão quando explica que:
Uma empresa necessita constituir, para si, sistemas que lhe garantam
conhecer os atos e eventos ocorridos em cada um dos seus segmentos. Os
efeitos ocorridos através da realização de cada ato devem ser escriturados e
levados, em tempo hábil, ao conhecimento dos administradores. O mesmo
32
autor, quando expõe sobre este objetivo de controle, enumera alguns meios
que possibilitam sua realização:
a) Documentação confiável: corresponde à utilização de documentação hábil
para o registro das transações;
b) Conciliação: indica a precisão ou diferenças existentes entre diversas fontes
de informação, visando à manutenção equilibrada entre estas e à eliminação
tempestiva de possíveis pendências;
c) Análise: compreende a identificação da composição analítica dos itens em
exame;
d) Plano de contas: estabelece a classificação da empresa perante uma
estrutura formal de contas. A existência de um manual de contabilidade que
proceda o uso destas contas, fomenta a classificação e a utilização adequada
de cada conta;
e) Tempo hábil: determina o registro das transações dentro do período da
competência e no menor espaço de tempo possível;
f) Equipamento mecânico: a utilização de equipamento mecânico visa facilitar e
agilizar o registro das transações, fomentando a divisão de trabalho.
A organização precisa munir-se de relatórios e sistemas que sejam confiáveis e
eficientes, garantindo-lhes, assim, um espelho da situação econômico
financeira da instituição.
8.3 - Estímulos à Eficiência Operacional
Neste objetivo, cabe salientar que seu intuito é o de promover a
eficiência operacional, provendo-se de todos os meios necessários à condução
de tarefas, de forma a obter entendimento, aplicação e ação tempestiva e
uniforme.
Segundo Attie (2000, p.120) reforça que os principais meios que
promovem a obtenção de pessoal qualificado são:
33
a) Seleção: possibilita a obtenção de pessoal qualificado para exercer com
eficiência as funções específicas;
b) Treinamento: possibilita a capacitação do pessoal para a atividade proposta;
c) Plano de carreira: estabelece a política da empresa ao pessoal quanto às
possibilidades de remuneração e promoção, incentivando o entusiasmo e a
satisfação do pessoal;
d) Relatórios de desempenho: compreendem a identificação individual de cada
funcionário. Apontam suas virtudes e deficiências, sugerindo alternativas
necessárias ao aperfeiçoamento pessoal e profissional;
e) Relatório de horas trabalhadas: possibilita a administração mais eficiente do
tempo despendido pelo pessoal e indica mudanças necessárias ou correção
das metas de trabalho;
f) Tempos e métodos: possibilitam o acompanhamento mais eficiente de
execução das atividades e regulam possíveis ineficiências do pessoal;
g) Custo-padrão: permite acompanhar permanentemente o custo de produção
dos bens e serviços produzidos, identificando benefícios e ineficiências do
processo de produção;
h) Manuais Internos: sugerem clara exposição dos procedimentos internos,
possibilitando práticas uniformes, normatização e eficiência dos atos que
previnem a ocorrência de erros e desperdícios;
i) Instruções Formais: apontam formalmente as instruções a serem seguidas
pelo pessoal, evitando interpretações dúbias, mal entendidos e a possibilidade
de cobranças.
De nada adianta a administração munir-se de sistemas e relatórios
sofisticados, se o seu material humano não estiver corretamente selecionado e
treinado para trabalhar de acordo com as políticas determinadas.
34
8.4 - Aderências às Políticas Existentes
Este objetivo de controle tem por finalidade assegurar que as políticas e
procedimentos definidos pela administração sejam adequadamente seguidos e
respeitados pelo pessoal.
Embasado nestas políticas, (Attie 2000, p.121) define alguns meios:
a) Supervisão: a supervisão permanente possibilita melhor rendimento pessoal,
reparando-se rapidamente possíveis desvios e dúvidas decorrentes da
execução das atividades;
b) Sistema de revisão e aprovação: aponta se as políticas e procedimentos
estão sendo seguidos, através de método de revisão e aprovação;
c) Auditoria interna: permite a identificação de transações realizadas pela
empresa que estejam em consonância com as políticas determinadas pela
administração;
A alta administração deve trabalhar continuamente para que as políticas e
procedimentos definidos sejam verdadeiramente seguidos e respeitados por
todo o conjunto da administração.
35
9- LIMITAÇÕES E DISTORÇÕES DO CONTROLE
INTERNO
Por muito bem que esteja implementado, estruturado, desenvolvido e
mantido o processo de controlo interno não significa que o mesmo permita
oferecer uma razoável certeza acerca do cumprimento dos objetivos acima
enunciados, nomeadamente no que respeita a eficiência e eficácia
(rendimento) das operações, confiança nas demonstrações financeiras e
conformidade com as leis e regulamentos. Isto porque o risco de ocorrência de
irregularidades, fraudes e distorções não deixam de existir apenas porque foi
estabelecido um sistema de controlo interno, na medida em que existem
diversos fatores que podem distorcer e limitar todo o processo; tais como:
§ Fraude;
O conluio de diversas pessoas (internas ou externas à empresa),
nomeadamente aquelas com cargos de maior responsabilidade na gestão, na
prática de atos fraudulentos podem ser difíceis de detectar, principalmente
quanto maior for o nível hierárquico dos intervenientes. A falta de integridade
moral e idoneidade não podem ser suprimidas por nenhum sistema de controle.
§ A existência de erros humanos;
36
A falta de competência, compreensão e capacidade dos colaboradores
para desenvolver a atividade do controle interno torná-lo-á falível,
independentemente da sua robustez e sofisticada tecnologia.
§ Falta de cultura de gestão relativamente à necessidade de
controlo interno;
Por vezes a gestão, mais preocupada com a contenção de custos e na
ausência de uma cultura de gestão de controlo, não encontra motivação para a
implementação de um bom sistema de controlo interno e nem promove ações
nesse sentido, outras vezes é porque a própria gestão não esta interessada em
garantir que a informação prestada aos acionistas e restantes (stakeholders)
não seja íntegra, verdadeira e apropriada de forma a que eles não possam
fazer um juízo fundamentado sobre o valor da entidade.
§ Custo / benefício
A implementação de um sistema de gestão representa,
necessariamente, um custo, que é preciso balancear com o benefício que pode
trazer. Por vezes pode-se correr o risco de implementar um sistema em que o
custo seja muito maior que o benefício ou vice-versa. É importante pensar que
é preferível correr certos riscos pela não implementação de determinados
processos de controle interno, quando estes se traduzem num custo maior que
o benefício que podem trazer, do que incorrer em faltas de eficiência financeira
por esta razão. É necessário haver uma relação direta entre os objetivos de
benefícios que a entidade pretende atingir com a implementação de um
sistema de controle interno e a segurança razoável que este poderá
proporcionar.
Neste caso deverá fazer um juízo sobre a materialidade, complexidade
das operações, dimensão e natureza da entidade e a própria natureza do
negócio, para além de eventuais exigências legais e refutatórias.
37
§ Transações pouco comuns à entidade;
Nas transações pouco comuns à entidade, por não serem usuais, podem
fugir ao crivo de um sistema de controlo interno que pode não estar preparado
para lidar com as mesmas, uma vez que está pensada para outro tipo de
transações.
§ Risco informático.
O acesso indevido ou falhas nos meios de informática podem constituir
uma falha no sistema de controlo interno.
38
10- INFORMATIZAÇÃO X CONTROLE INTERNO
Os controles e os sistemas de informações gerenciais eram utilizados de
forma rudimentar. Com o advento dos computadores e sua capacidade de
processar e condensar grandes números de dados, o controle interno se tornou
processo formal, com subsídios legais e abriu um vasto campo de estudos.
Durante algum tempo os departamentos de contabilidade, licitações e
almoxarifado foram postos em evidência. Com os computadores e os centros
de processamento eletrônico de dados (CPD) a gerência de informações,
passou a ser realizado pelo contador, de forma tempestiva e importante para
tomada de decisão. Assim o progresso tecnológico pode ser visto como fator
de alavancagem da ciência.
Outro ponto que deve ser analisado é sobre o advento da tecnologia da
informação e do processo de globalização, principalmente com “Internet”, onde
as exigências reais cresceram e se diversificaram. Nesse mundo de sites, e-
mails e informática, o controle interno passou a ser possível de forma virtual e
devem ser vistos como um dos fatores contribuintes da responsabilidade fiscal,
pautada na manutenção equilibrada das contas públicas, dívida, despesas de
pessoal, receitas etc.
A concorrência impulsionou ainda mais a velocidade de informações
fazendo desenvolver a agilidade de se condensar dados e divulgar
informações, além de induzir a evolução rápida e constante dos equipamentos
tecnológicos. Nesse contexto houve a necessidade de se criar uma forma de
controlar, dados, informações e acessos aos computadores utilizados nas
39
entidades. Tal necessidade veio criando normas e rotinas que os
programadores, contadores e gestores em geral não poderiam dar instruções
verbais quando surgissem erros nem aceitar códigos numéricos de
identificação sem dígitos verificadores, devendo existir uma conferência em
toda extensão do processamento. Aqui surge o controle interno como item da
gestão e o início da departamentalização.
40
11- DIFERENÇA ENTRE AUDITORIA, CONTROLE
EXTERNO E CONTROLE INTERNO
Auditoria é um trabalho organizado de revisão e apreciação das
operações e atividades a fim de confrontar a estrutura contábil com a realidade
dos documentos e dos fatos ocorridos; controle externo é um instituto realizado
por órgão de fiscalização externa a entidade (Tribunal de Contas, Câmara
Legislativa e Ministério Público) sobre atos e fatos já ocorridos, mas que devem
ser verificados. Para Meirelles (1990) “é o que se realiza por órgão estranho a
administração responsável pelo ato controlado... sobre a efetivação de
determinada despesa do Executivo;...”.
Já o Controle Interno compreende o plano de organização, além de
todos os métodos e medidas adotados para salvaguardar ativo, maximizar a
exatidão e fidelidade dos dados contábeis, desenvolver a eficiência nas
operações, estimular o seguimento das políticas administrativas predefinida e
atender as legislações pertinentes. Para Meirelles (1990) “É todo aquele –
controle - realizado pela entidade ou órgão responsável pela atividade
controlada no âmbito da própria administração”.
41
12- A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE INTERNO PARA A
AUDITORIA INDEPENDENTE
Em uma Auditoria, o risco de emitir uma opinião incorreta ou
equivocada sobre as demonstrações contábeis é grande. Porém, existem
maneiras de executar o trabalho que podem diminuir esses riscos. O auditor
deve aplicar procedimentos técnicos em busca de evidências claras e precisas,
que lhe permitam conhecer melhor a empresa, dando ênfase ao conhecimento
e avaliação do sistema de controle interno da empresa em questão, pois esse
controle já é implantado na empresa objetivando evitar erros, sejam eles
intencionais ou não.
Com relação à avaliação do controle Crepaldi (2002, p.124) define que:
O auditor deve efetuar o levantamento do sistema contábil e do controle interno para avaliar o grau de segurança por eles proporcionado e, com base nesses elementos estabelecer a natureza, a extensão e profundidade dos procedimentos de Auditoria, assim como o momento apropriado de sua aplicação no exame das demonstrações financeiras.
A avaliação do controle interno pelo auditor independente deve ser bem
rigorosa, pois para ele, a função desse controle é proporcionar a segurança de
que erros e irregularidades possam ser descobertos com maior facilidade,
proporcionando, assim, confiança e integridade aos lançamentos contábeis. A
revisão do controle interno irá auxiliá-lo na aplicação dos demais
procedimentos de Auditoria, necessários para a formulação do seu parecer,
porém isso não lhe garantirá total confiança (ATTIE, 1998).
42
De acordo com o grau de confiabilidade do controle interno, é o risco
que a empresa apresenta. Por isso, a partir da sua análise, o auditor externo
determina o volume de testes que serão feitos durante a Auditoria. Portanto,
quanto mais confiável for o controle interno adotado pela empresa, menos
testes serão feitos, e sendo assim, a Auditoria será efetuada com maior
rapidez, acarretando inclusive em um custo menor. Sendo assim, a avaliação
do controle interno fundamentará a decisão do auditor quanto à extensão dos
exames necessários e os procedimentos que adotará, dando ênfase aos
pontos em que esse controle apresenta deficiências.
Para Attie (1998, p.413), “a revisão do controle interno tem a finalidade
de determinar a confiabilidade depositada no controle interno, para que se
possam definir quais os procedimentos de Auditoria a serem utilizados, quando
serão estes aplicados e em qual extensão”.
Os sistemas de controles internos são avaliados por apresentarem todas
ou a maior parte das transações e informações da empresa, inclusive dados
históricos, permitindo ao auditor um amplo conhecimento sobre ela, inclusive
evidenciando os pontos falhos apresentados por ela. Na avaliação que o
auditor fará do sistema de controle interno da empresa, com a finalidade de
detectar erros ou irregularidades, de acordo com Crepaldi (2002, p.227), deve-
se observar as seguintes medidas:
§ Determinar erros ou irregularidades que poderiam acontecer;
§ Verificar se o sistema atual de controles detectaria de imediato esses erros
ou irregularidades;
§ Analisar as fraquezas ou falta de controle, que possibilitam a existência de
erros ou irregularidades, a fim de determinar a natureza, data e extensão
dos procedimentos de Auditoria;
§ Emitir relatório-comentário dando sugestões para o aprimoramento do
sistema de controle interno da empresa.
43
Essa avaliação ocorrerá em três etapas, que podem ser classificadas
como: o realce do sistema, a sua avaliação e ara completar o processo, a
execução de testes de cumprimento das normas internas. O realce do sistema
ocorre durante o planejamento do exame, possibilitando a obtenção de
informações a respeito do funcionamento do sistema de controle adotado pela
empresa, desde os sistemas de informação até o cumprimento das normas
internas. Enfim, consiste em visualizar o cenário da empresa como um todo, e
a partir disso, avaliar de forma crítica, observando se as informações
produzidas são fidedignas e se servirão de base na busca da Auditoria por
seus objetivos. Só após a revisão e avaliação do controle interno, é que o
auditor irá testar esse processo, desde o sistema de informação até o
cumprimento de normas internas (CREPALDI, 2002).
Se o auditor detectar que os controles internos adotados pela empresa
oferecem um bom grau de confiança, fará um número menor de testes, pois
com um bom controle, a probabilidade de acontecerem erros ou fraudes
diminui consideravelmente, além de aumentar a credibilidade inclusive da
veracidade dos demais documentos e informações internas.
No entanto, se não houver nenhum sistema de controle interno, ou se
ele for ineficaz, haverá necessidade de se aumentarem os testes para obter o
resultado esperado, tornando a Auditoria mais trabalhosa, e
conseqüentemente, mais onerosa.
Um ponto importante a ser avaliado pelo auditor quanto ao sistema de
controle interno é se ele dispõe de um acompanhamento, e se faz
realimentação dos dados, e com que velocidade isso acontece, sobre as
atividades e os resultados esperados pela própria empresa, pois isso permite
ajustes necessários, gerando assim, um autocontrole. Leva-se em
consideração também, para determinar o grau de confiabilidade do controle
interno para a Auditoria, o nível de competência das pessoas envolvidas, bem
como sua integridade, pois de nada adianta um moderníssimo sistema de
controle se os funcionários estão despreparados. Por isso também, a
necessidade da implantação de políticas claras na empresa, o que facilitará o
acesso de todos, pois elas são as regras que darão direção ao negócio,
44
determinando os princípios, as normas e funções, para se alcançar o resultado
esperado.
Para que as informações sejam seguras é preciso que tudo e todos
estejam integrados, desde um controle eficiente até a capacidade das pessoas
que participam do processo, inclusive sem acúmulo de tarefas. E, que esse
método seja avaliado e retro-alimentado constantemente, dando ênfase às
informações relevantes, respeitando os princípios contábeis, e gerando
informações exatas e fidedignas.
Todos os testes que o auditor realizar na empresa deverão constar em
seus papéis de trabalho, pois será a partir da documentação existente que
fundamentará seu parecer, objetivo final da Auditoria, sejam testes de contas
aritméticas, lançamentos contábeis, conferências, entrevistas com funcionários,
que informarão como ocorre o processo dentro da empresa ou qualquer outro
método de avaliação que tenha sido utilizado no decorrer do processo.
O que o auditor busca identificar em seu trabalho, é se os erros ou
irregularidades detectados são valores relevantes e de considerável
importância para a empresa. Por isso, da avaliação do controle interno, já que
este é implantado exatamente para preveni-los. Portanto, se for eficiente
reduzirá a possibilidade desses erros, permitindo assim, ao auditor, a redução
dos testes, por ter uma maior confiança nas informações geradas. Segundo
Crisante et al (2003, p.65)
A avaliação de Controles Internos permite determinar: na eficiência dos
Controles Internos; na exposição dos riscos; na qualidade dos planos de ação
para corrigir aspectos falhos e/ ou vulneráveis; na probabilidade de se alcançar
as metas do negócio. Será a partir dessa avaliação que o auditor independente
determinará os procedimentos e datas para a conclusão da Auditoria, que se
dará com o parecer, constando sua opinião a respeito do assunto que lhe foi
determinado. Deste modo, tal avaliação assume papel preponderante, pois
determina a natureza, extensão e profundidade da realização dos demais
exames da Auditoria Independente.
No entanto, não se descarta uma revisão do que foi planejado para a
Auditoria, caso não se confirmem as suposições obtidas inicialmente, em
45
relação à transparência dos controles internos. Pode ocorrer de o auditor, em
sua avaliação inicial, confiar nos controles, e, no entanto, durante seu trabalho
de avaliação e testes ou até mesmo o surgimento de um fato novo, observar
que os controles são mais vulneráveis do que pensava, então tendo que
redirecionar sua forma de trabalho. Quanto à revisão do controle interno Attie
(1998, p.207) afirma que:
“À medida do possível, a revisão do controle interno, pelo auditor Independente, pode ser feita à parte do exame, em data intermediária ao encaminhamento das demonstrações financeiras, aplicando-se procedimentos de Auditoria apropriados, com o objetivo principal de avaliar a eficiência do sistema da empresa. Em caso contrário, a revisão precisa ser realizada juntamente com as outras áreas do programa de Auditoria.”
Portanto, para a Auditoria Independente é extremamente importante o
controle interno da empresa que será auditada, porém terá que ser confiável,
tanto que as próprias normas de Auditoria asseguram que deve ser feito o
levantamento do sistema contábil e do controle interno, pois é a partir da sua
avaliação que o auditor detectará se erros e irregularidades são desvendados
de maneira rápida e fácil, no sistema adotado. Para Attie (1998, p.414):
Um estudo e avaliação do controle interno realizado de forma adequada permitem ao auditor concluir quanto à efetividade dos controles existentes, uma vez que estes tenham sido julgados satisfatórios. Definido que os controles sejam realmente adequados, o auditor pode desenhar um programa de trabalho visando à cobertura de que os controles internos vigentes são efetivos. A efetividade dos controles internos deve indicar, nas fases envolvidas de cada ciclo, a presteza das informações de forma conveniente ao bom andamento do trabalho e que todas as pessoas envolvidas em cada setor tenham todas as informações e em tempo hábil.
Assim sendo, grande parte da fidedignidade das demonstrações
contábeis é reconhecida pelos auditores na qualidade do sistema de controles
internos que a empresa possui, por criar registros das transações formando
trilhas ou pistas de Auditoria desde a sua origem até seu término, o que
possibilita, durante os exames, encontrarem evidências que demonstram o
grau de confiabilidade das demonstrações contábeis, permitindo - lhe também
46
fixar a quantidade de testes necessários para o exame. Baseado nisso,
estabelecerá o valor dos honorários a serem cobrados (CREPALDI, 2002).
A NBC P 1 – IT 3 (CFC, 2006 p.130) determina que um dos aspectos
que deve constar na carta proposta para a formação dos honorários é: O tempo
que se espera despender na familiarização das atividades do cliente e do
mercado em que atua, no conhecimento e na avaliação dos controles internos
operacionais e das práticas contábeis do cliente, no desenvolvimento de
programas de trabalho e aplicativos de sistema eletrônico de dados, avaliação
de riscos, definições de amostragem, na realização de verificações
substantivas, na elaboração, discussão e emissão de relatórios e outros
aspectos necessários ao trabalho de Auditoria .
Para tanto, é importante definir um tempo que seja suficiente para a
obtenção de informações, que fundamentem de maneira consistente a opinião
do auditor, sendo necessário seguir rigorosamente o que foi planejado para ser
executado no decorrer das horas previstas, a fim de que não se perda tempo
com análises irrelevantes. Em caso de erro na definição das horas necessárias,
podem ocorrer grandes problemas, seja para a conclusão dos trabalhos, ou
mesmo prejuízo para a empresa de Auditoria. Assim sendo, conhecer a
empresa e seus controles será o primeiro passo para a definição do tempo
para a conclusão dos trabalhos, e conseqüentemente, para o sucesso da
Auditoria.
Segundo Attie (1998, p.245), “O orçamento de horas assume
fundamental importância a um planejamento de trabalho, uma vez que
estabelece um patamar de volume de tempo a ser despendidos, a possibilidade
do controle, do andamento do trabalho e o acompanhamento da confecção do
serviço”.
Portanto, para que a Auditoria obtenha os resultados esperados, será
necessário adotar uma disciplina rígida, seguindo rigorosamente seu
planejamento, sem desviar do seu foco principal, assegurando assim, ao
profissional de Auditoria conhecimento e provas necessárias para emitir sua
opinião através do Parecer de Auditoria.
47
Sendo a Auditoria a ferramenta utilizada para verificar e avaliar os
controles adotados pela empresa e observando se estão adequados à sua
realidade gerando resultados de forma eficaz, objetivando na sua essência a
confiabilidade das informações que fundamentarão a opinião do auditor, deve
tornar-se aliada da administração, permitindo assim, uma maior transparência
nas demonstrações da empresa.
48
13- CONCLUSÃO
O trabalho do controle interno favorece o alcance de níveis excelentes
de desempenho empresarial e transmite aos acionistas, a certeza de que os
recursos estão sendo bem aplicados. Entretanto, os esforços correspondem
aos anseios, na medida em que exista a conjugação de trabalhos executados e
resultados obtidos.
Fazem necessárias ações integradoras e cooperadoras de todos os
setores da organização, desenvolvendo um sistema que tem por objetivo a
economia de recursos e a maximização dos lucros advindos do trabalho de
controladoria.
Para que o trabalho apresente resultados positivos, é necessário que
haja um aperfeiçoamento quanto à mentalidade e à cultura empresarial. Neste
contexto os principais atributos devem estar relacionados à qualidade, ética e à
credibilidade, numa atuação de parceria interna em busca da otimização de
recursos disponíveis e na obtenção de consistência e eficácia dos resultados.
Quando se fala de parceria interna, entende-se que a organização possui uma
mesma espinha dorsal, um mesmo norte, independente dos objetivos traçados
e das particularidades, especificidades e prioridades de cada uma.
A organização pode apresentar aspectos complementares, porém não
conflitantes. Através do desenvolvimento tecnológico é possível vencer as
barreiras da comunicação, fator este que em muitos casos atrapalha o bom
desempenho do controle interno. Porém, para que a barreira do entendimento
seja vencida, o diálogo é muito importante, principalmente, no que diz respeito
49
à qualificação dos integrantes desta organização, bem como o planejamento
para a definição de metas comuns entre empresa e seus dirigentes.
Não restam dúvidas sobre a importância da eficácia do sistema de
controle para o fortalecimento de uma organização. O momento é de tal
complexidade que requer a substituição de paradigmas, e não apenas de
normas e procedimentos. Uma nova lógica de gestão precisa surgir. Na medida
em que a redefinição das fronteiras de atuação empresarial avança impõem
mudanças nas áreas de desenvolvimento.
Conclui-se, portanto, que o controle interno está pulverizado por toda a
organização, sob as mais diversas formas, e em níveis diferentes de
importância, pois se um controle interno operacional falhar, até ser corrigido,
talvez não tenha havido tanto prejuízo para a empresa, enquanto que se falhar
um controle estratégico ou diretivo, o preço pode significar a falência da própria
organização.
50
14- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos. 2ª edição. Rio de Janeiro: Campus, 2003
GOMES, Anailson Márcio; ASSIS, José Vicente de & BARBOSA, Alexandro. Estudo da Adequação do sistema de controle interno para fundação de direito privado (ALFA) sob o enfoque dos conceitos de Attie como forma de determinar os procedimentos de Auditoria. In: XII Jornadas Luso-Espanholas de gestão científica, 10.. Covilhã: Universidade Beira Interior, 2000.
JUNIOR, J. H. P.; PESTANA, A. O.; FRANCO, S. P. C. Controladoria de Gestão: Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 1995. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento Estratégico: Conceitos, Metodologia e práticas. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
GONÇALVES, E. C.; BAPTISTA, A. E. Contabilidade Geral: Rigorosamente de acordo com o programa oficial para concurso público de auditor fiscal do tesouro nacional. 4 ed. Atlas, 1998. ROBLES JUNIOR, A. Custos da Qualidade: uma estratégia para a competição global. Atlas, 1994. ROBBINS, Stephen Paul. Administração: mudanças e perspectives. Tradução de Cid Knipel Moreira. São Paulo: Saraiva, 2003.
JUND, Sérgio Lopes. Auditoria, conceitos, normas, técnicas e procedimentos. Rio de Janeiro: Impetus, 2002.
51
CATELLI, Armando. Controladoria – uma abordagem da Gestão Econômica – GECON. 2ª edição. São Paulo: Atlas, 2001.
CRC Curso básico de Auditoria . Editora Atlas , 1996.
MARION , José Carlos . Contabilidade Empresarial. Editora Atlas , 1996.
GIL, Antonio Loureiro . Editora Empresarial e de Gestão . Editora Atlas , 1996.
52
15- BIBLIOGRAFIA
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GOMES, Anailson Márcio; ASSIS, José Vicente de & BARBOSA, Alexandro. Estudo da Adequação do sistema de controle interno para fundação de direito privado (ALFA) sob o enfoque dos conceitos de Attie como forma de determinar os procedimentos de Auditoria. In: XII Jornadas Luso-Espanholas de gestão científica, 10.. Covilhã: Universidade Beira Interior, 2000.
JUNIOR, J. H. P.; PESTANA, A. O.; FRANCO, S. P. C. Controladoria de Gestão: Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 1995.
53
16- ANEXOS
54
16.1- DECRETO Nº 3.591 - DE 6 DE SETEMBRO DE 2000 - DOU DE 8/9/2000 – Alterado
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere
o art. 84, incisos IV e VI, da Constituição, e tendo em vista o disposto na
Medida Provisória nº 2.036/82, de 25 de agosto de 2000,
DECRETA :
Art. 1º
Art. 1º O Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal visa à
avaliação da ação governamental e da gestão dos administradores
públicos federais, com as finalidades, atividades, organização, estrutura e
competências estabelecidas neste Decreto.
CAPÍTULO I - DAS FINALIDADES
Art. 2º
Art. 2º O Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal tem as
seguintes finalidades:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual, a
execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e à
eficiência da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e nas
entidades da Administração Pública Federal, bem como da aplicação de
recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem
como dos direitos e haveres da União;
55
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
CAPÍTULO II – DAS ATIVIDADES
Art. 3º
Art. 3º O Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal
compreende o conjunto das atividades relacionadas à avaliação do
cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual, da execução dos
programas de governo e dos orçamentos da União e à avaliação da
gestão dos administradores públicos federais, bem como o controle das
operações de crédito, avais, garantias, direitos e haveres da União.
§ 1º A avaliação do cumprimento das metas do Plano Plurianual visa a
comprovar a conformidade da sua execução.
§ 2º A avaliação da execução dos programas de governo visa a
comprovar o nível de execução das metas, o alcance dos objetivos e a
adequação do gerenciamento.
§ 3º A avaliação da execução dos orçamentos da União visa a comprovar
a conformidade da execução com os limites e destinações estabelecidos
na legislação pertinente.
§ 4º A avaliação da gestão dos administradores públicos federais visa a
comprovar a legalidade e a legitimidade dos atos e a examinar os
resultados quanto à economicidade, à eficiência e à eficácia da gestão
orçamentária, financeira, patrimonial, de pessoal e demais sistemas
administrativos e operacionais.
§ 5º O controle das operações de crédito, avais, garantias, direitos e
haveres da União visa a aferir a sua consistência e a adequação dos
controles internos.
56
Art. 4º O Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal utiliza
como técnicas de trabalho, para a consecução de suas finalidades, a
auditoria e a fiscalização.
§ 1º A auditoria visa a avaliar a gestão pública, pelos processos e resultados
gerenciais, e a aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado.
§ 2º A fiscalização visa a comprovar se o objeto dos programas de
governo corresponde às especificações estabelecidas, atende às
necessidades para as quais foi definido, guarda coerência com as
condições e características pretendidas e se os mecanismos de controle
são eficientes.
Art. 5º
Art. 5º O Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal
prestará apoio ao órgão de controle externo no exercício de sua missão
institucional.
Parágrafo único. O apoio ao controle externo, sem prejuízo do disposto
em legislação específica, consiste no fornecimento de informações e dos
resultados das ações do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo
Federal.
Art. 6º
Art. 6º O Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal
prestará orientação aos administradores de bens e recursos públicos nos
assuntos pertinentes à área de competência do controle interno, inclusive
sobre a forma de prestar contas, conforme disposto no parágrafo único
do art. 70 da Constituição Federal.
Art. 7º
57
Art. 7º As atividades a cargo do Sistema de Controle Interno do Poder
Executivo Federal destinam-se, preferencialmente, a subsidiar:
I - o exercício da direção superior da Administração Pública Federal, a
cargo do Presidente da República;
II - a supervisão ministerial;
III - o aperfeiçoamento da gestão pública, nos aspectos de formulação,
planejamento, coordenação, execução e monitoramento das políticas
públicas;
IV - os órgãos responsáveis pelo ciclo da gestão governamental, quais
sejam, planejamento, orçamento, finanças, contabilidade e administração
federal.
CAPÍTULO III - DA ORGANIZAÇÃO E DA ESTRUTURA
Art. 8º
Art. 8º Integram o Sistema de Controle Interno do Poder Executivo
Federal:
I - a Secretaria Federal de Controle Interno, como órgão central,
incumbido da orientação normativa e da supervisão técnica dos órgãos
que compõem o sistema, sem prejuízo da subordinação ao órgão em cuja
estrutura administrativa estiverem integrados;
I - a Controladoria-Geral da União, como Órgão Central, incumbido da
orientação normativa e da supervisão técnica dos órgãos que compõem o
Sistema; (Redação dada pelo Decreto nº 4.304, de 16.7.2002)
II - as Secretarias de Controle Interno (CISET) da Casa Civil, da
Advocacia-Geral da União, do Ministério das Relações Exteriores e do
Ministério da Defesa, como órgãos setoriais;
58
III - as unidades de controle interno dos comandos militares, como
unidades setoriais da Secretaria de Controle Interno do Ministério da
Defesa;
IV - as Gerências Regionais de Controle Interno (GRCI), nos Estados,
como unidades regionais do órgão central. (Revogado pelo Decreto nº
4.304, de 16.7.2002)
§ 1o A Secretaria Federal de Controle Interno desempenhará as funções
operacionais de competência do Órgão Central do Sistema, na forma
definida no regimento interno, além das atividades de controle interno de
todos os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, excetuados
aqueles jurisdicionados aos órgãos setoriais constantes do inciso II.
(Redação dada pelo Decreto nº 4.304, de 16.7.2002)
§ 2o As unidades regionais de controle interno exercerão as
competências da Controladoria-Geral da União que lhes forem delegadas
ou estabelecidas no regimento interno, nas respectivas unidades da
federação, além daquelas previstas no § 1o do art. 11 deste Decreto.
(Redação dada pelo Decreto nº 4.304, de 16.7.2002
§ 3º A Secretaria de Controle Interno da Casa Civil tem como área de
atuação todos os órgãos integrantes da Presidência da República e da
Vice-Presidência da República, além de outros determinados em
legislação específica.
§ 4º A Secretaria de Controle Interno da Casa Civil é responsável pelas
atividades de controle interno da Advocacia-Geral da União, até a criação
do seu órgão próprio.
Art. 9o A Comissão de Coordenação de Controle Interno - CCCI é órgão
colegiado de função consultiva do Sistema de Controle Interno do Poder
Executivo Federal, sendo composta: (Redação dada pelo Decreto nº
4.304, de 16.7.2002)
59
I - pelo Ministro de Estado do Controle e da Transparência, que
a presidirá: Alterado pelo DECRETO Nº 6.692, DE 12 DE
DEZEMBRO DE 2008 – DOU DE 15/12/2008
II - pelo Secretário-Executivo da Controladoria-Geral da União;
Alterado pelo DECRETO Nº 6.692, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2008
– DOU DE 15/12/2008
III - pelo Secretário Federal de Controle Interno; Alterado pelo
DECRETO Nº 6.692, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2008 – DOU DE
15/12/2008
IV - pelo Chefe da Assessoria Jurídica da Controladoria-Geral
da União; Alterado pelo DECRETO Nº 6.692, DE 12 DE DEZEMBRO
DE 2008 – DOU DE 15/12/2008
V - pelo Coordenador-Geral de Normas e Orientação para o
Sistema de Controle Interno; Alterado pelo DECRETO Nº 6.692, DE
12 DE DEZEMBRO DE 2008 – DOU DE 15/12/2008
VI - por um Secretário de órgão setorial de Controle Interno do
Poder Executivo Federal; Alterado pelo DECRETO Nº 6.692, DE 12
DE DEZEMBRO DE 2008 – DOU DE 15/12/2008
VII - por um Assessor Especial de Controle Interno em
Ministério; e Alterado pelo DECRETO Nº 6.692, DE 12 DE
DEZEMBRO DE 2008 – DOU DE 15/12/2008
VIII - por dois titulares de unidades de auditoria interna da
administração pública federal indireta. Alterado pelo DECRETO Nº
6.692, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2008 – DOU DE 15/12/2008
Parágrafo único. Os membros referidos nos incisos VI, VII e
VIII serão indicados e designados pelo Ministro de Estado do Controle
e da Transparência, após anuência do titular do órgão ou entidade
respectiva, para período de um ano, permitida uma única recondução,
por igual período. Alterado pelo DECRETO Nº 6.692, DE 12 DE
DEZEMBRO DE 2008 – DOU DE 15/12/2008
Art. 9º
60
CAPÍTULO IV - DAS COMPETÊNCIAS
Art. 10. Compete à CCCI: Alterado pelo DECRETO Nº 6.692,
DE 12 DE DEZEMBRO DE 2008 – DOU DE 15/12/2008
I - efetuar estudos e propor medidas visando promover a integração
operacional do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal;
II - homogeneizar as interpretações sobre procedimentos
relativos às atividades a cargo do Sistema de Controle Interno do
Poder Executivo Federal; Alterado pelo DECRETO Nº 6.692, DE 12
DE DEZEMBRO DE 2008 – DOU DE 15/12/2008
III - sugerir procedimentos para promover a integração do Sistema de
Controle Interno do Poder Executivo Federal com outros sistemas da
Administração Pública Federal;
IV - formular propostas de metodologias para avaliação e
aperfeiçoamento das atividades do Sistema de Controle Interno do
Poder Executivo federal; e Alterado pelo DECRETO Nº 6.692, DE 12
DE DEZEMBRO DE 2008 – DOU DE 15/12/2008
V - efetuar análise e estudo de casos propostos pelo Ministro
de Estado do Controle e da Transparência, com vistas à solução de
problemas relacionados com o Controle Interno do Poder Executivo
Federal. Alterado pelo DECRETO Nº 6.692, DE 12 DE DEZEMBRO
DE 2008 – DOU DE 15/12/2008
Parágrafo único. As propostas formuladas pela CCCI serão
encaminhados para análise, aprovação e publicação pelo Ministro de
Estado do Controle e da Transparência
Art. 11. Compete à Secretaria Federal de Controle Interno:
(Redação dada pelo Decreto nº 4.304, de 16.7.2002)
I - propor ao Órgão Central a normatização, sistematização e
padronização dos procedimentos operacionais dos órgãos e das
unidades integrantes do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo
Federal; (Redação dada pelo Decreto nº 4.304, de 16.7.2002)
61
II - coordenar as atividades que exijam ações integradas dos órgãos e
das unidades do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo
Federal, com vistas à efetividade das competências que lhe são comuns;
III - auxiliar o Órgão Central na supervisão técnica das atividades
desempenhadas pelos órgãos e pelas unidades integrantes do Sistema
de Controle Interno do Poder Executivo Federal; (Redação dada pelo
Decreto nº 4.304, de 16.7.2002)
IV - consolidar os planos de trabalho das unidades de auditoria interna
das entidades da Administração Pública Federal indireta;
V - apoiar o Órgão Central na instituição e manutenção de sistema de
informações para o exercício das atividades finalísticas do Sistema de
Controle Interno do Poder Executivo Federal; (Redação dada pelo
Decreto nº 4.304, de 16.7.2002)
VI - prestar informações ao Órgão Central sobre o desempenho e a
conduta funcional dos servidores da carreira Finanças e Controle;
(Redação dada pelo Decreto nº 4.304, de 16.7.2002)
VII - subsidiar o Órgão Central na verificação da consistência dos dados
contidos no Relatório de Gestão Fiscal, conforme estabelecido no art. 54
da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000; (Redação dada
pelo Decreto nº 4.304, de 16.7.2002)
VIII - auxiliar o Órgão Central na elaboração da prestação de contas
anual do Presidente da República, a ser encaminhada ao Congresso
Nacional, nos termos do art. 84, inciso XXIV, da Constituição Federal;
(Redação dada pelo Decreto nº 4.304, de 16.7.2002)
IX - exercer o controle das operações de crédito, avais, garantias, direitos
e haveres da União;
X - avaliar o desempenho da auditoria interna das entidades da
administração indireta federal;
62
XI - planejar, coordenar, controlar e avaliar as atividades de controle
interno de suas unidades administrativas;
XII - verificar a observância dos limites e das condições para realização
de operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar;
XIII - verificar e avaliar a adoção de medidas para o retorno da despesa
total com pessoal ao limite de que tratam os arts. 22 e 23 da Lei
Complementar no 101, de 4 de maio de 2000;
XIV - verificar a adoção de providências para recondução dos montantes
das dívidas consolidada e mobiliária aos limites de que trata o art. 31 da
Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000;
XV - verificar a destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos,
tendo em vista as restrições constitucionais e as da Lei Complementar no
101, de 4 de maio de 2000;
XVI - avaliar o cumprimento das metas estabelecidas no Plano Plurianual
e na Lei de Diretrizes Orçamentárias;
XVII - avaliar a execução dos orçamentos da União;
XVIII - fiscalizar e avaliar a execução dos programas de governo,
inclusive ações descentralizadas realizadas à conta de recursos oriundos
dos orçamentos da União, quanto ao nível de execução das metas e dos
objetivos estabelecidos e à qualidade do gerenciamento;
XIX - fornecer informações sobre a situação físico-financeira dos projetos
e das atividades constantes dos orçamentos da União;
XX - propor medidas ao Órgão Central visando criar condições para o
exercício do controle social sobre os programas contemplados com
recursos oriundos dos orçamentos da União; (Redação dada pelo
Decreto nº 4.304, de 16.7.2002)
63
XXI - auxiliar o Órgão Central na aferição da adequação dos mecanismos
de controle social sobre os programas contemplados com recursos
oriundos dos orçamentos da União; (Redação dada pelo Decreto nº
4.304, de 16.7.2002)
XXII - realizar auditorias sobre a gestão dos recursos públicos federais
sob a responsabilidade de órgãos e entidades públicos e privados, bem
como sobre a aplicação de subvenções e renúncia de receitas;
XXIII - realizar auditorias e fiscalização nos sistemas contábil, financeiro,
orçamentário, de pessoal e demais sistemas administrativos e
operacionais;
XXIV - manter atualizado o cadastro de gestores públicos federais;
XXV - apurar os atos ou fatos inquinados de ilegais ou irregulares,
praticados por agentes públicos ou privados, na utilização de recursos
públicos federais, dar ciência ao controle externo e ao Órgão Central e,
quando for o caso, comunicar à unidade responsável pela contabilidade,
para as providências cabíveis. (Redação dada pelo Decreto nº 4.304,
de 16.7.2002)
§ 1o Aplicam-se às unidades regionais do Sistema de Controle Interno do
Poder Executivo Federal, no âmbito de sua jurisdição, as competências
estabelecidas nos incisos XI a XXV.
Art. 12. Compete às Secretarias de Controle Interno, no âmbito de sua
jurisdição, além do estabelecido nos incisos IX a XXV do artigo anterior:
I - assessorar o Vice-Presidente da República, o Ministro de Estado, o
Advogado-Geral da União e os titulares dos órgãos da Presidência da
República nos assuntos de competência do Sistema de Controle Interno
do Poder Executivo Federal;
64
II - apoiar o órgão central do Sistema de Controle Interno do Poder
Executivo Federal na elaboração da prestação de contas anual do
Presidente da República, a ser encaminhada ao Congresso Nacional, nos
termos do art. 84, inciso XXIV, da Constituição Federal;
III - encaminhar ao órgão central os planos de trabalho das unidades de
auditoria interna das entidades vinculadas;
IV - orientar os administradores de bens e recursos públicos nos
assuntos pertinentes à área de competência do controle interno, inclusive
sobre a forma de prestar contas;
V - apoiar a supervisão ministerial e o Controle Externo nos assuntos de
sua missão institucional;
VI - subsidiar a verificação da consistência do Relatório de Gestão Fiscal,
conforme estabelecido no art. 54 da Lei Complementar no 101, de 4 de
maio de 2000.
§ 1o As auditorias e fiscalização a cargo dos órgãos setoriais que
necessitem ser executadas de forma descentralizada nos Estados,
inclusive na execução de convênios, acordos, contratos e outros
instrumentos similares, poderão ser realizadas pela Secretaria Federal de
Controle Interno, observada a solicitação da correspondente Secretaria
de Controle Interno.
§ 2o Compete às unidades setoriais de controle interno, no âmbito de
sua jurisdição, além do estabelecido nos incisos IX a XXV do artigo
anterior, assessorar o Comandante das Forças Armadas nos assuntos de
competência do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal.
Art. 13. A Controladoria-Geral da União contará com o apoio dos
Assessores Especiais de Controle Interno nos Ministérios, incumbidos de:
(Redação dada pelo Decreto nº 4.304, de 16.7.2002)
65
I - assessorar o Ministro de Estado nos assuntos de competência do
controle interno;
II - orientar os administradores de bens e recursos públicos nos assuntos
pertinentes à área de competência do controle interno, inclusive sobre a
forma de prestar contas;
III - submeter à apreciação do Ministro de Estado os processos de
tomadas e prestação de contas, para o fim previsto no art. 52 da Lei no
8.443, de 16 de julho de 1992;
IV - auxiliar os trabalhos de elaboração da prestação de contas anual do
Presidente da República;
V - acompanhar a implementação, pelos órgãos e pelas unidades, das
recomendações do Sistema de Controle Interno e do Tribunal de Contas
da União;
VI - coletar informações dos órgãos da jurisdição, para inclusão de ações
de controle nos planos e programas do órgão central do Sistema, com
vistas a atender às necessidades dos ministérios.
Parágrafo único. Os Assessores Especiais de Controle Interno, ao tomar
conhecimento da ocorrência de irregularidades que impliquem lesão ou
risco de lesão ao patrimônio público, darão ciência ao respectivo Ministro
de Estado e à Controladoria-Geral da União, em prazo não superior a
quinze dias úteis, contados da data do conhecimento do fato, sob pena
de responsabilidade solidária Alterado pelo DECRETO Nº 6.692, DE 12
DE DEZEMBRO DE 2008 – DOU DE 15/12/2008
CAPÍTULO V - DAS DISPOSIÇÕES ESPECÍFICAS
Art. 14. As entidades da Administração Pública Federal indireta deverão
organizar a respectiva unidade de auditoria interna, com o suporte
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necessário de recursos humanos e materiais, com o objetivo de fortalecer
a gestão e racionalizar as ações de controle.(Redação dada pelo
Decreto nº 4.440, de 25.10.2002)
Parágrafo único. No caso em que a demanda não justificar a
estruturação de uma unidade de auditoria interna, deverá constar do ato
de regulamentação da entidade o desempenho dessa atividade por
auditor interno.
Art. 15. As unidades de auditoria interna das entidades da Administração
Pública Federal indireta vinculadas aos Ministérios e aos órgãos da
Presidência da República ficam sujeitas à orientação normativa e
supervisão técnica do Órgão Central e dos órgãos setoriais do Sistema
de Controle Interno do Poder Executivo Federal, em suas respectivas
áreas de jurisdição.(Redação dada pelo Decreto nº 4.440, de
25.10.2002)
§ 1o Os órgãos setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder
Executivo Federal ficam, também, sujeitos à orientação normativa e à
supervisão técnica do Órgão Central. (Redação dada pelo Decreto nº
4.304, de 16.7.2002)
§ 2o A unidade de auditoria interna apresentará ao órgão ou à unidade
de controle interno a que estiver jurisdicionada, para efeito de integração
das ações de controle, seu plano de trabalho do exercício seguinte.
(Redação dada pelo Decreto nº 4.304, de 16.7.2002)
§ 3o A auditoria interna vincula-se ao conselho de administração ou a
órgão de atribuições equivalentes. (Redação dada pelo Decreto nº
4.304, de 16.7.2002)
§ 4o Quando a entidade da Administração Pública Federal indireta não
contar com conselho de administração ou órgão equivalente, a unidade
de auditoria interna será subordinada diretamente ao dirigente máximo da
67
entidade, vedada a delegação a outra autoridade. (Redação dada pelo
Decreto nº 4.304, de 16.7.2002)
§ 5o A nomeação, designação, exoneração ou dispensa do titular de
unidade de auditoria interna será submetida, pelo dirigente máximo da
entidade, à aprovação do conselho de administração ou órgão
equivalente, quando for o caso, e, após, à aprovação da Controladoria-
Geral da União. (Redação dada pelo Decreto nº 4.304, de 16.7.2002)
§ 6o A auditoria interna examinará e emitirá parecer sobre a prestação
de contas anual da entidade e tomadas de contas especiais. (Redação
dada pelo Decreto nº 4.304, de 16.7.2002)
§ 7o A prestação de contas anual da entidade, com o correspondente
parecer, será encaminhada ao respectivo órgão do Sistema de Controle
Interno do Poder Executivo Federal, no prazo por este estabelecido.
(Alínea incluída pelo Decreto nº 4.304, de 16.7.2002)
§ 8o O Órgão Central do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo
Federal poderá recomendar aos serviços sociais autônomos as
providências necessárias à organização da respectiva unidade de
controle interno, assim como firmar termo de cooperação técnica,
objetivando o fortalecimento da gestão e a racionalização das ações de
controle.(Incluído pelo Decreto nº 4.440, de 25.10.2002)
§ 9o A Secretaria Federal de Controle Interno poderá utilizar os serviços
das unidades de auditoria interna dos serviços sociais autônomos, que
atenderem aos padrões e requisitos técnicos e operacionais necessários
à consecução dos objetivos do Sistema de Controle Interno.(Incluído
pelo Decreto nº 4.440, de 25.10.2002)
Art. 16. A contratação de empresas privadas de auditoria pelos órgãos
ou pelas entidades da Administração Pública Federal indireta somente
será admitida quando comprovada, junto ao Ministro supervisor e ao
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Órgão Central do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo
Federal, a impossibilidade de execução dos trabalhos de auditoria
diretamente pela Secretaria Federal de Controle Interno ou órgãos
setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo
Federal.(Redação dada pelo Decreto nº 4.440, de 25.10.2002)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às contratações
para as auditorias previstas no § 3o do art. 177 da Lei no 6.404, de 15 de
dezembro de 1976, às contratações que tenham por objeto as
demonstrações financeiras do Banco Central do Brasil e dos fundos por
ele administrados, nem às contratações realizadas por empresas
públicas que tenham a obrigação legal ou estatutária de ter suas
demonstrações financeiras avaliadas por auditores independentes, desde
que as unidades de auditoria interna de que trata o art. 15 sejam
mantidas pelas entidades contratantes, sendo vedada a transferência das
competências dessas unidades às empresas privadas
contratadas.(Redação dada pelo Decreto nº 4.440, de 25.10.2002)
CAPÍTULO VI - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 17. A sistematização do controle interno, na forma estabelecida
neste Decreto, não elimina ou prejudica os controles próprios dos
sistemas e subsistemas criados no âmbito da Administração Pública
Federal, nem o controle administrativo inerente a cada chefia, que deve
ser exercido em todos os níveis e órgãos, compreendendo:(Redação
dada pelo Decreto nº 4.440, de 25.10.2002)
I - instrumentos de controle de desempenho quanto à efetividade,
eficiência e eficácia e da observância das normas que regulam a unidade
administrativa, pela chefia competente;(incluído pelo Decreto nº 4.440,
de 25.10.2002)
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II - instrumentos de controle da observância das normas gerais que
regulam o exercício das atividades auxiliares, pelos órgãos próprios de
cada sistema; e (incluído pelo Decreto nº 4.440, de 25.10.2002)
III - instrumentos de controle de aplicação dos recursos públicos e da
guarda dos bens públicos.(incluído pelo Decreto nº 4.440, de
25.10.2002)
Art. 18. As atividades de análise da legalidade dos atos de admissão,
desligamento, aposentadorias e pensões continuarão a ser exercidas
pelos órgãos e pelas unidades do Sistema de Controle Interno do Poder
Executivo Federal, até que sejam definidos novos responsáveis.
Art. 19. O regimento interno da CCCI será aprovado pelo Ministro de
Estado do Controle e da Transparência, por proposta do colegiado
Alterado pelo DECRETO Nº 6.692, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2008 –
DOU DE 15/12/2008
Art. 20. O órgão central expedirá as normas complementares que se
fizerem necessárias ao funcionamento do Sistema de Controle Interno do
Poder Executivo Federal.
Art. 20-A. O Órgão Central do Sistema de Controle Interno do Poder
Executivo Federal disponibilizará, para consulta e apreciação pelos
cidadãos e instituições da sociedade, durante todo o exercício, as contas
apresentadas pelo Presidente da República, conforme dispõe o art. 49 da
Lei Complementar no 101, de 2000. (Artigo incluído pelo Decreto nº
4.304, de 16.7.2002)
Art. 20-B. Os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, sujeitos a
tomada e prestação de contas, darão ampla divulgação, inclusive em
meios eletrônicos de acesso público, ao relatório de gestão, ao relatório e
ao certificado de auditoria, com parecer do órgão de controle interno, e
ao pronunciamento do Ministro de Estado supervisor da área ou da
70
autoridade de nível hierárquico equivalente, em até trinta dias após envio
ao Tribunal de Contas da União. (Incluído pelo Decreto nº 5.481, de
2005)
§ 1o O órgão ou entidade responsável pela publicação informará, em
todas as situações previstas no caput, a circunstância de suas contas
estarem sujeitas a julgamento pelo Tribunal de Contas da União,
independentemente das manifestações emanadas do órgão de controle
interno. (Incluído pelo Decreto nº 5.481, de 2005)
§ 2o É assegurada aos dirigentes responsáveis pelos atos de gestão em
que tenham sido apontadas irregularidades ou impropriedades a
divulgação, pelo mesmo meio adotado para a divulgação dos relatórios
referidos no caput, dos esclarecimentos e justificativas prestados ao
órgão de controle interno durante a fase de apuração. (Incluído pelo
Decreto nº 5.481, de 2005)
Art. 21. Ficam revogados o Decreto no 93.216, de 3 de setembro de
1986, o Decreto no 93.874, de 23 de dezembro de 1986, o art. 144 do
Decreto no 93.872, de 23 de dezembro de 1986, o Decreto no 96.774,
de 26 de setembro de 1988, e os arts. 7o e 8o do Decreto no 2.251, de 12
de junho de 1997.
Art. 22. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 6 de setembro de 2000; 179o da Independência e 112o da
República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Pedro Malan
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