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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
A IMPORTÂNCIA DE OUVIR HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Maria Inez Daboit Roberto
Orientadora: Professora Mary Sue Carvalho Pereira
Rio de Janeiro
2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DE OUVIR HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Maria Inez Daboit Roberto
Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do curso de pós-graduação “Lato Senso” em Educação Infantil e Desenvolvimento.
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DEDICATÓRIA
Aos meus alunos,
personagens importantes da minha história
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por sua capacidade de tudo criar e por
ter me concedido proteção e acalento nas horas mais
difíceis.
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RESUMO
O objeto de estudo desse trabalho foi a importância de ouvir
histórias na Educação Infantil. A intenção da pesquisa apontou, argumentou e
com embasamento teórico desenvolveu a tese de que contar histórias na
Educação Infantil é de grande importância no desenvolvimento intelectual da
criança. Para entendermos a eficiência e relevância desse ato refletimos sobre
como historicamente contar história tornou-se importante na vida do ser
humano. Atualmente, os pedagogos à procura de técnicas e processos
adequados à educação das crianças, redescobriram esta eficiente ferramenta
pedagógica. A importância do tema justificou esse trabalho de pesquisa porque
concluímos que a literatura iniciada logo na infância é um método eficiente de
enriquecimento e desenvolvimento da personalidade. É nessa fase que se
adquire o gosto pela leitura. Histórias são fontes de experiências e tornam-se
meios preciosos de ampliar o horizonte da criança e do seu conhecimento em
relação ao mundo que a cerca. Destacamos, portanto, no desenvolvimento
desse trabalho o quanto se tornou valioso saber usar as histórias para que dela
se alcance o objetivo almejado pela Educação. Entre os elementos a ser
alcançado temos o poder de imaginação que, pode retirar a criança do seu
ambiente, e permitir ao espírito “trabalhar” a imaginação. O valor específico das
histórias é o desenvolvimento das idéias, e cada vez que são contadas
adicionam às crianças conhecimentos novos.
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METODOLOGIA
O tipo de pesquisa utilizada foi a bibliográfica e também a
experiência de campo. Foram analisados artigos científicos e livros. Esse
procedimento possibilitou abordar e paralelamente confirmar a importância de
ouvir e contar história na Educação Infantil.
Foram realizados vários resumos dos dados já coletados. Dessa
forma, tivemos a possibilidade de fazer várias consultas bibliográficas sobre um
mesmo assunto.
As informações coletadas e resumidas foram lidas de forma crítica.
Fizemos a interpretação dos dados. As informações mais importantes foram
observadas e serviram de embasamento teórico do trabalho. Os capítulos do
trabalho foram formados a partir da divisão dos dados coletados.
Também foi aplicada uma sessão de contação de histórias obtendo
assim, através da observação direta, informações que revelaram pontos
positivos e negativos dos métodos utilizados para a elaboração de uma
proposta metodológica adequada.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I 11
O MUNDO ENCANTADO DA LITERATURA INFANTIL
CAPÍTULO II 18
AS MODALIDADES DE TEXTOS INFANTIS
CAPÍTULO III 24
PROPOSTAS PEDAGÓGICAS PARA A FORMAÇÃO DO PEQUENO LEITOR
CAPÍTULO IV 28
DEFICIÊNCIA VISUAL E LITERATURA
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA 41
ÍNDICE 45
FOLHA DE AVALIAÇÃO 47
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INTRODUÇÃO
Ouvir histórias na Educação Infantil é de grande importância no
desenvolvimento intelectual da criança. Está registrada na história da
humanidade a importância desse ato. Pois, contar histórias é a mais antiga das
artes. O povo sentava ao redor do fogo para aquecer, alegrar e contar casos.
Dessa forma, contar e repetir histórias tornou-se uma forma de transmissão e
perpetuação de suas tradições e da língua. As histórias se incorporam à
cultura.
A leitura é uma forma exemplar de aprendizagem, é um dos meios
mais eficazes de desenvolvimento sistemático da linguagem e da
personalidade. Beneficia a remoção de barreiras educacionais, principalmente
porque estimula o desenvolvimento da linguagem e o exercício intelectual. O
contato com a leitura de histórias ainda no seio familiar, durante os anos pré-
escolares, induz muitas crianças ao sucesso escolar. As crianças que vivem
num ambiente letrado desenvolvem, desde cedo, um interesse lúdico com
respeito às atividades de leitura e escrita, praticadas pelos adultos que as
rodeiam. O interesse varia de acordo com a qualidade, freqüência e valor
destas atividades realizadas pelos adultos que convivem com as crianças. Se a
mãe ler para seu filho textos interessantes e com boa qualidade,
consequentemente estará transmitindo a ele informações variadas sobre a
língua escrita e sobre o mundo. Isso é de suma importância para a criança,
pois irá levá-la a interessar-se cada vez mais pela leitura das histórias ouvidas.
Atualmente, a pedagogia procura técnicas e processos adequados à
educação das crianças. Sabemos que já se tornou uma eficiente ferramenta
pedagógica. Através da literatura, esse mundo próprio, povoado de sonhos e
fantasias aflora, estimulando a criatividade e o gosto pela leitura,
consequentemente a criança encontrará maior facilidade para interpretar e para
escrever.
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A literatura trás para o cotidiano da criança situações vividas pelos
personagens, estimulam o imaginário e dão possibilidade a uma multiplicidade
de perguntas e respostas que podem ajudá-los a solucionar questões dentro e
fora da escola.
Histórias são fontes de experiências. Ampliam o horizonte da criança
e também de seu conhecimento em relação ao mundo que a cerca. No entanto,
para alcançar seus objetivos, o profissional da educação deve saber usá-las. A
imaginação das crianças é estimulada e a cada vez que são contadas, novos
conhecimento são assimilados.
“O ouvir histórias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o
ficar, o pensar, o teatrar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o
querer ouvir de novo (a mesma história ou outra). Afinal, tudo pode nascer dum
texto!” (ABRAMOVICH, 1995, p. 23)
Ao ouvir uma história a criança mentalmente gera diversas hipóteses
ou confirmam outras que lhes causavam dúvidas; enfim, ouvir história pode
ajudar a criança a desenvolver suas habilidades críticas e reflexivas.
Verificamos a partir da afirmação de Abramovich, a grande
importância para as crianças da Educação Infantil em ouvir histórias. Sendo
uma importante ferramenta pedagógica, o professor deverá analisar muitos
fatores, antes de levar para sala de aula. Principalmente, se está adequado a
crianças de até 6 anos de idade, se a história poderá ou não instigar seus
alunos, levá-los a refletir sobre algo ou estimular o senso crítico. As crianças
apreciam imagens. Um livro com ilustrações torna-se mais interessante.
O trabalho aqui apresentado busca refletir não apenas sobre a
importância de ouvir histórias para as crianças sem deficiência visual, mas
também como essa ferramenta pode servir de instrumento de inclusão para
todas as crianças.
Crianças com deficiência visual podem usufruir dos benefícios de
ouvir histórias. É uma atividade que permite a participação do deficiente
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visual na vida em sociedade, em termos de apreensão do presente e do
passado e em termos de possibilidades de transformação cultural futura. Ouvir
e contar história para o deficiente visual é uma forma de combater a alienação
e é capaz de facilitar ao diferente a realização de sua plenitude e liberdade.
Uma história deve ser contada emocionalmente e não simplesmente
apresentada em seu enredo. Uma boa história é uma obra aberta, que permite
muitas leituras, muitos caminhos, muitas saídas.
Contar uma história é fazer a criança sentir-se identificada com os
personagens. É trazer todo o enredo à presença do ouvinte e fazer com que
ele se incorpore à trama da história, como parte dela.
As crianças agem, pensam, sentem, sofrem, alegram-se como se
fossem eles próprios os personagens. A história assim vivida pode provocar-
lhes sentimentos novos e aperfeiçoar outros. Por isso as histórias não devem
ser deprimentes. O final deve ser feliz, mas sem dar a ilusão que na vida
somos felizes para sempre, para transmitir aos ouvintes uma emoção sadia.
O principal na arte de contar histórias é saber despertar a emoção.
Quando as crianças nos pedem para contar histórias é porque sentem
necessidade de sair de si mesma, de experimentarem uma nova sensação.
Para se contar bem uma história é preciso possuir habilidade, treino e
conhecimento técnico do trabalho, pois os valores artísticos, lingüísticos e
educativos dependem da arte do narrador. Consequentemente, o interesse
pela leitura e os benefícios educacionais que as histórias podem proporcionar,
serão efetivos.
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CAPÍTULO I
O MUNDO ENCANTADO DA LITERATURA INFANTIL
É importante saber contar Histórias na Educação Infantil. Ler
histórias para crianças é tentar entrar num universo de fantasia importante e
suscitar o imaginário, ter a curiosidade respondida em relação a muitas
perguntas, encontrar idéias para solucionar questões. É uma possibilidade de
descobrir o mundo imenso dos conflitos, dos impasses, das soluções que todos
vivemos e atravessamos.
Quando a criança ouve histórias pode sentir emoções importantes
como a tristeza, o pavor, a insegurança, a tranqüilidade e tantas outras mais.
“É através duma história que se podem descobrir outros lugares,
outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outra ética, outra ótica... É ficar
sabendo História, Geografia, Filosofia, Política, Sociologia, sem precisar saber
o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula...”.
(ABRAMOVICH,1995, p. 17).
A leitura é uma forma importante de aprendizagem, é um dos meios
mais eficazes de desenvolvimento sistemático da linguagem e da
personalidade. Favorece a remoção de barreiras educacionais, sobretudo
através da promoção do desenvolvimento da linguagem e do exercício
intelectual, aumentando a probabilidade de normalização da situação pessoal
de um indivíduo. Sendo assim, o acesso às histórias no seio familiar durante os
anos pré-escolares, leva muitas crianças ao sucesso escolar. As crianças que
vivem num ambiente letrado desenvolvem um interesse lúdico com respeito às
atividades de leitura e escrita. Se a mãe ler para seu filho textos interessantes
e com boa qualidade, estará transmitindo a ele informações variadas sobre a
língua escrita e sobre o mundo. Isso é de grande importância para a criança,
pois irá conduzi-la a um interesse cada vez maior pela leitura das histórias
ouvidas.
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Ao chegar ao mundo escolar, a leitura se realizará de forma
diferente do que era feito no seio familiar, devendo sofrer modificações que são
vitais para o desenvolvimento da aprendizagem. Para poder transmitir à criança
uma visão clara do que está lendo, o professor deverá ter algumas atitudes,
tais como:
· Visualizar o livro para a criança, através da exposição das gravuras;
· Ler de forma liberal, porém clara e agradável, atraindo a atenção da criança;
· Manter-se aberto para as perguntas das crianças, incentivando a troca de
comentários sobre o texto.
1.1 - As histórias infantis como ferramenta pedagógica
No sentido da língua, particularmente, as histórias:
· enriquecem a experiência;
· desenvolvem a capacidade de dar seqüência lógica aos fatos;
· dão o sentido da ordem;
· esclarecem o pensamento;
· educam a atenção;
· desenvolve o gosto literário;
· fixam e ampliam o vocabulário;
· estimulam o interesse pela leitura;
· desenvolvem a linguagem oral e escrita;
Nas crianças, o desenvolvimento da linguagem oral encontra-se
diretamente relacionado com a qualidade da interação que elas estabelecem
com outras crianças e com os adultos. Assim, somos desafiados a
conhecermos e a interagirmos nesse universo da pequena infância,
conversando com as crianças, realizando leituras, contando histórias e também
permitindo o contato físico das crianças com o livro.
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Contar história para a criança faz com que ela se sinta importante,
sinta que alguma coisa está sendo especialmente feita para ela. A criança ao
escutar a voz do adulto, a entonação da leitura, a conversa estabelecida no
momento em que a leitura está ocorrendo, o olhar de quem lê a história, passa
a estabelecer um vínculo muito produtivo com o educador, pois percebe que o
mesmo está dedicando um momento especial para ele. Não podemos nos
esquecer também, que as crianças desde muito cedo, adoram ouvir histórias,
mesmo que ainda não entendam completamente seus significados. Assim,
preparar um ambiente acolhedor para o momento de leitura de histórias e de
contato das crianças com o livro é extremamente importante, pois desse modo
o educador irá demonstrar o valor atribuído à leitura e ao momento planejado
para realização da mesma. É indispensável que sejam geradas propostas de
leitura de histórias para as crianças desde o berçário, no intuito de que as
mesmas desenvolvam seus próprios sentimentos em relação ao que está
sendo ouvido, de que interajam com seus pais e educadores. Nesse momento,
se sentirão acolhido em um momento de atenção e cuidado especial, dessa
forma a escola se constitui como espaço de experiências e desenvolvimento de
múltiplas linguagens. Como diz Nelly Novaes Coelho (2000, pág.16):
“... a escola é, hoje, o espaço privilegiado, em que deverão ser
lançadas as bases para a formação do indivíduo. E, nesse
espaço, privilegiamos os estudos literários, pois, de maneira
mais abrangente do que quaisquer outros, eles estimulam o
exercício da mente; a percepção do real em suas múltiplas
significações; a consciência do eu em relação ao outro; a
leitura do mundo em seus vários níveis e, principalmente,
dinamizam o estudo e conhecimento da língua, da expressão
verbal significativa e consciente – condição sine Qua non para
a plena realidade do ser”.
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Podemos ver o sentido pedagógico atribuído à literatura infantil (estimular o
exercício da mente, despertar a criatividade...). O que importa, entretanto, é ver
que o livro pode ser um objeto para que a criança reflita sua própria condição
pessoal e a sociedade em que vive. O professor torna-se o estimulador,
mediador e facilitador no processo de aprendizagem. O professor deve estar
ciente que a aprendizagem é produto da construção do aluno. Deve ter como
centro de sua preocupação, criar neste aluno um vínculo positivo com o saber,
para que ele possa descobrir o prazer em aprender cada vez mais.
1.2 - A literatura e o desenvolvimento da criança
Durante o seu desenvolvimento, a criança passa por estágios
psicológicos que precisam ser observados e respeitados. Essas etapas não
dependem exclusivamente de sua idade, mas de acordo com Coelho (2002) do
seu nível de amadurecimento psíquico, afetivo e intelectual e seu nível de
conhecimento e domínio do mecanismo da leitura. Neste sentido, é necessária
a adequação dos livros às diversas etapas pelas quais a criança normalmente
passa. Existem cinco categorias que norteiam as fases do desenvolvimento
psicológico da criança: o pré-leitor, o leitor iniciante, o leitor-em-processo, o
leitor fluente e o leitor crítico.
O pré-leitor: categoria que abrange duas fases. Primeira infância
(dos 15/17 meses aos 3 anos) Nesta fase a criança começa a reconhecer o
mundo ao seu redor através do contato afetivo e do tato. Por este motivo ela
sente necessidade de pegar ou tocar tudo o que estiver ao seu alcance. Outro
momento marcante nesta fase é a aquisição da linguagem, onde a criança
passa a nomear tudo a sua volta. A partir da percepção da criança com o meio
em que vive, é possível estimulá-la oferecendo-lhe brinquedos, álbuns,
chocalhos musicais, entre outros. Assim, ela poderá manuseá-los e nomeá-los
e com a ajuda de um adulto poderá relacioná-los propiciando situações simples
de leitura.
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Segunda infância (a partir dos 2-3 anos) É o início da fase
egocêntrica. Está mais adaptada ao meio físico e aumenta sua capacidade e
interesse pela comunicação verbal. Como se interessa também por atividades
lúdicas, o "brincar” com o livro será importante e significativo para ela.
Nesta fase, os livros adequados, de acordo com Abramovich (1997) devem
apresentar um contexto familiar, com predomínio absoluto da imagem que deve
sugerir uma situação. Não se deve apresentar texto escrito, já que é através da
nomeação das coisas que a criança estabelecerá uma relação entre a
realidade e o mundo dos livros.
Livros que propõem humor, expectativa ou mistério são indicados para o pré-
leitor.
A técnica da repetição ou reiteração de elementos são segundo
Coelho (2002, p.34) "favoráveis para manter a atenção e o interesse desse
difícil leitor a ser conquistado". O leitor iniciante (a partir dos 6 - 7 anos) Essa é
a fase em que a criança começa a apropriar-se da decodificação dos símbolos
gráficos, mas como ainda encontra-se no início do processo, o papel do adulto
como "agente estimulador" é fundamental.
Os livros adequados nesta fase devem ter uma linguagem simples
com começo, meio e fim. As imagens devem predominar sobre o texto. As
personagens podem ser humanas, bichos, robôs, objetos, especificando
sempre os traços de comportamento, como bom e mau, forte e fraco, feio e
bonito. Histórias engraçadas, ou que o bem vença o mal atraem muito o leitor
nesta fase. Indiferentemente de se utilizarem textos como contos de fadas ou
do mundo cotidiano, de acordo com Coelho (ibid, p. 35) "eles devem estimular
a imaginação, a inteligência, a afetividade, as emoções, o pensar, o querer, o
sentir".
O leitor-em-processo (a partir dos 8-9 anos) A criança nesta fase já
domina o mecanismo da leitura. Seu pensamento está mais desenvolvido,
permitindo-lhe realizar operações mentais. Interessa-se pelo conhecimento de
toda a natureza e pelos desafios que lhes são propostos.
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O leitor desta fase tem grande atração por textos em que haja humor
e situações inesperadas ou satíricas. O realismo e o imaginário também
agradam a este leitor. Os livros adequados a esta fase devem apresentar
imagens e textos, estes, escritos em frases simples, de comunicação direta e
objetiva. De acordo com Coelho (2002) deve conter início, meio e fim. O tema
deve girar em torno de um conflito que deixará o texto mais emocionante e
culminar com a solução do problema.
O leitor fluente (a partir dos 10-11 anos) O leitor fluente está em fase
de consolidação dos mecanismos da leitura. Sua capacidade de concentração
cresce e ele é capaz de compreender o mundo expresso no livro. Segundo
Coelho (2002) é a partir dessa fase que a criança desenvolve o "pensamento
hipotético dedutivo" e a capacidade de abstração. Este estágio, chamado de
pré-adolescência, promove mudanças significativas no indivíduo. Há um
sentimento de poder interior, de ver-se como um ser inteligente, reflexivo,
capaz de resolver todos os seus problemas sozinhos. Aqui há uma espécie de
retomada do egocentrismo infantil, pois assim como acontece com as crianças
nesta fase, o pré-adolescente pode apresentar certo desequilíbrio com o meio
em que vive.
O leitor fluente é atraído por histórias que apresentem valores
políticos e éticos, por heróis ou heroínas que lutam por um ideal. Identifica-se
com textos que apresentam jovens em busca de espaço no meio em que
vivem, seja no grupo, equipe, entre outros. É adequado oferecer a esse tipo de
leitor histórias com linguagem mais elaborada. As imagens já não são
indispensáveis, porém ainda é um elemento forte de atração. Interessa-se por
mitos e lendas, policiais, romances e aventuras. Os gêneros narrativos que
mais agradam são os contos, as crônicas e as novelas.
O leitor crítico (a partir dos 12-13 anos) Nesta fase é total o domínio
da leitura e da linguagem escrita. Sua capacidade de reflexão aumenta,
permitindo-lhe a intertextualização. Desenvolve gradativamente o pensamento
reflexivo e a consciência crítica em relação ao mundo.
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Sentimentos como saber, fazer e poder são elementos que
permeiam o adolescente. O convívio do leitor crítico com o texto literário,
segundo Coelho (2002, p.40) "deve extrapolar a mera fruição de prazer ou
emoção e deve provocá-lo para penetrar no mecanismo da leitura".
O leitor crítico continua a interessar-se pelos tipos de leitura da fase
anterior, porém, é necessário que ele se aproprie dos conceitos básicos da
teoria literária. De acordo com Coelho (ibid, p.40) a literatura é considerada a
arte da linguagem e como qualquer arte exige uma iniciação. Assim, há certos
conhecimentos a respeito da literatura que não podem ser ignorados pelo leitor
crítico.
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CAPÍTULO II
AS MODALIDADES DE TEXTOS INFANTIS
Ler e ouvir histórias estão sempre muito próximos da imaginação da
criança e é nesse momento que o encantamento, fantástico, maravilhoso pode
ser prazeroso e contribuir no processo de alfabetização e na formação de um
leitor eficiente. Se o ensino e a aprendizagem estão relacionados com a
reflexão; como podemos garantir a alfabetização como simples decoração de
partes isoladas? Há crianças que não decoram e não conseguem fazer relação
com nada, e acabam não evoluindo na aprendizagem com o restante da
classe. O resultado costuma ser crianças desmotivadas e repetentes.
O uso da Literatura Infantil em sala de aula pelo professor como um
contador de história, ressalta a importância da relação professor-aluno e aluno
– aluno. Na hora de contar histórias destaca-se a valor da oralidade por parte
do narrador e o despertar da imaginação e da criatividade na criança.
O professor, contador de histórias, para conseguir um resultado
positivo com seus alunos, deve ter alguns cuidados antes e depois de iniciar o
trabalho:
Antes
Identificar a literatura enquanto suas características e gênero;
Reconhecer dentro do texto características próprias do contexto;
Depois
Analisar, discutir e refletir sobre o contexto, elevando a criatividade e a fantasia
dos alunos;
Discutir as histórias lidas e contadas com os seus alunos montando um fio
condutor a fim de produzir uma imagem única, um quadro;
Destacar partes do texto lido; época, lugar, tempo, espaço, características dos
personagens.
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As modalidades de textos da Literatura que podem ser utilizados na
Educação Infantil com o objetivo de alcançar maior aproveitamento do ensino-
aprendizagem são as fábulas, os contos de fadas, as lendas e a poesia. O
trabalho aqui apresentado pesquisou cada uma das modalidades. Somente
conhecendo as características dos textos é que o professor poderá escolher
qual a melhor opção para usar com as crianças.
2.1 - Fábulas
Fábulas (do latim- fari - falar e do grego - Phao - contar algo) é uma
narrativa alegórica de uma situação vivida por animais, que referencia uma
situação humana e tem por objetivo comunicar moralidade. São textos que
procuram, de forma reflexiva, exemplar a moralidade social da época e o
caráter pedagógico que encerram. Primitivamente, era oferecido, então, como
modelo de comportamento maniqueísta; em que o "certo" deve ser copiado e o
"errado", evitado. A importância dada à moralidade era tanta que os copistas
da Idade Média escreviam as lições finais das fábulas com letras vermelhas ou
douradas para destacar.
A presença dos animais deve-se, sobretudo, ao convívio mais
efetivo entre homens e animais na antiguidade. O uso constante da natureza e
dos animais como representantes da existência humana, aproxima o público
das "moralidades". Assim, apresentam similaridade com a proposta das
parábolas bíblicas.
As associações entre animais e características humanas, feitas
pelas fábulas, mantiveram-se fixas em várias histórias e permanecem até os
dias de hoje.
• leão - poder real
• lobo - dominação do mais forte
• raposa - astúcia e esperteza
• cordeiro – ingenuidade
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A proposta principal do uso da fábula em sala de aula é a fusão de
dois elementos: o lúdico e o pedagógico. As histórias, ao mesmo tempo em
que distraem o leitor, apresentam as virtudes e os defeitos humanos através de
animais. Acreditamos que a moral, para ser assimilada, precisa de alegria e
distração representadas na história dos animais que possuem características
humanas. Sendo assim, a aparência de entretenimento camufla a proposta
didática presente.
2.2 - Contos de Fadas
Através de pesquisas, descobrimos que há registros do conto
"Cinderela" na China, durante o século IX d. C.. E, é dessa forma que tantos
outros contos, tem-se perpetuado há milênios, atravessando toda a força e a
perenidade do folclore dos povos, sobretudo, através da tradição oral.
Os contos de fadas, na versão literária, atualizam ou reinterpretam,
em suas variantes, questões universais, como os conflitos do poder e a
formação dos valores, misturando realidade e fantasia, no clima do "Era uma
vez...". Justamente, por lidarem com conteúdos da sabedoria popular,
essenciais da condição humana, é que esses contos são importantes, e
perpetuaram-se até hoje. Através deles encontramos o amor, os medos, as
dificuldades de ser criança, as carências (materiais e afetivas), as auto-
descobertas, as perdas, as buscas, a solidão e o encontro.
Caracterizam-se pela presença do elemento "fada".
Etimologicamente, a palavra fada vem do latim fatum (destino, fatalidade,
oráculo). Ficaram conhecidas como seres fantásticos ou imaginários, de
grande beleza, que se apresentavam em forma de mulher. Possuidoras de
virtudes e poderes sobrenaturais envolvem-se na vida dos humanos, para
auxiliá-los em situações difíceis, quando nenhuma solução natural seria
possível.
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As bruxas representam o contrário das fadas. Encarnam o Mal e
apresentam-se como o avesso da imagem anterior. Popularmente, se diz que
fada e bruxa são formas simbólicas da eterna dualidade da mulher, ou da
condição feminina.
O enredo clássico dos contos de fadas mostra os obstáculos, ou
provas, que precisam ser vencidas para que o herói alcance sua auto-
realização existencial, seja pelo encontro de seu verdadeiro "eu", seja pelo
encontro da princesa, que encarna o ideal a ser alcançado. A estrutura básica
dos contos de fadas é o seguinte:
• Início - nele o herói ou heroína aparece e sua dificuldade ou restrição.
(problemas vinculados à realidade, como estados de carência, penúria,
conflitos, etc.,) que desequilibram a tranqüilidade inicial;
• Ruptura - o herói se desliga de sua vida concreta, sai da proteção e
entra no completo desconhecido;
• Confronto e superação de obstáculos e perigos - procura de soluções no
plano da fantasia com a introdução de elementos imaginários;
• Restauração - princípio do processo de descobrir o novo, possibilidades,
potencialidades e polaridades opostas;
• Desfecho - volta à realidade. União dos opostos, florescimento, colheita
e transcendência.
2.3 - Lendas
Lendas (do latim legenda/legen - ler). No início dos tempos, os seres
humanos não escreviam, mas conservavam suas lembranças na tradição oral.
Onde a memória falhava, entrava a imaginação para preencher a lacuna.
Assim, esse tipo de texto constitui o resumo do assombro e do temor dos seres
humanos mediante o mundo e uma explicação necessária para as coisas da
vida.
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A lenda é uma narrativa baseada na tradição oral e de caráter
maravilhoso, cujo argumento é tirado da tradição de um determinado lugar.
Sendo assim, relata os acontecimentos misturando referenciais históricos e
imaginários. Um sistema de lendas que trate de um mesmo tema central
constitui um mito (mais abrangente geograficamente e sem fixação no tempo e
no espaço).
A respeito das lendas, registrou um folclorista brasileiro no livro
Literatura Oral no Brasil:
“Iguais em várias partes do mundo, semelhantes há dezenas
de séculos, diferem em pormenores, e essa diferenciação
caracteriza, sinalizando o típico, imobilizando-a num ponto
certo da terra. Sem que o documento histórico garanta
veracidade, o povo ressuscita o passado, indicando as
passagens, mostrando, como referências indiscutíveis para a
verificação racionalista, os lugares onde o fato ocorreu”.
(CASCUDO, Câmara: 1978 p. 51)
A lenda tem caráter anônimo e, geralmente, está marcada por um
profundo sentimento de fatalidade. Tal sentimento é importante, porque fixa a
presença do destino, aquilo contra o que não se pode lutar e demonstra o
pensamento humano dominado pela força do desconhecido.
O folclore brasileiro é rico em lendas regionais. Destacam-se entre
as lendas brasileiras os seguintes títulos: "Boitatá", "Boto cor-de-rosa",
"Caipora ou Curupira", "Iara", "Lobisomem", "Mula-sem-cabeça", "Negrinho do
Pastoreio", "Saci Pererê" e "Vitória Régia".
A lenda, em especial as mitológicas, constitui o resumo do assombro
e do temor do homem diante do mundo e uma explicação necessária das
coisas. Sendo assim, não é mais do que o pensamento infantil da humanidade,
em sua primeira etapa, refletindo o drama humano diante do outro, em que
atuam os astros e meteoros, forças desencadeadas e ocultas.
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A lenda é uma forma de narrativa muito antiga, cujo argumento é
tirado da tradição. Relato de acontecimentos, onde o maravilhoso e o
imaginário superam o histórico e o verdadeiro.
2.4 - Poesia
A poesia tem uma configuração distinta dos demais gêneros
literários. Sua brevidade, associada ao potencial simbólico apresentado,
transforma a poesia em uma atraente e lúdica forma de contato com o texto
literário.
Alguns poetas brincam com as palavras, de modo a cativar as
crianças que ouvem, ou lêem esse tipo de texto. Lidam com toda forma de
ludicidade verbal, sonora e musical, do jeito como vão juntando as palavras, e
acabam por tornar a leitura algo muito divertido. Para despertar o interesse do
pequeno leitor, os autores utilizam rimas bem simples com palavras do
cotidiano infantil e um ritmo que apresenta certa musicalidade ao texto. Utilizam
também a repetição para fixação de idéias, e melhor compreensão.
Podemos refletir sobre a receptividade das crianças à poesia, lendo
as considerações do poeta Jesualdo:
(...) a criança tem uma alma poética. E é essencialmente criadora. Assim, as
palavras do poeta, as que procuraram chegar até ela pelos caminhos mais
naturais, mesmo sendo os mais profundos em sua síntese, não importa, nunca
serão melhor recebidas em lugar algum do que em sua alma, por ser mais
nova, mais virgem (...)
Conforme observamos a Literatura Infantil apresenta-se como uma
ferramenta indispensável à aprendizagem por possibilitar às crianças o
imaginário, a fantasia, a possibilidade de responder dúvidas em relação a
tantas perguntas, de encontrar novas idéias para solucionar questões e
também para que se torne mais crítico frente à realidade que elas vivem.
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CAPÍTULO III
PROPOSTAS PEDAGÓGICAS PARA A FORMAÇÃO DO
PEQUENO LEITOR
A idéia de buscar ajuda na Literatura Infantil abre espaço para a
expressão livre, envolvendo as crianças num mundo de fantasias,
apresentando a leitura de uma forma estimulante, despertando o interesse das
crianças e tornando os livros tão interessantes quanto os brinquedos.
Os educadores ao contarem histórias e incentivarem a leitura motivam
as crianças a ler por prazer e desenvolvem a capacidade de sonhar e viver a
magia contida nos livros, proporcionando conseqüentemente o gosto pela
escrita.
Segundo Hemilewski (2001), a leitura oferece alimento à criatividade
e ao imaginário e oportuniza à criança o conhecimento de si mesmo, do mundo
que a cerca, do seu ambiente de vida e lhe permite, então, estabelecer as
relações tão importantes e necessárias entre o real e o imaginário.
Literatura infantil define-se não apenas pelo texto resultante dessa
manifestação, mas também por se destinar a um determinado público, o qual
tem, da sua parte, características específicas.
Uma maneira de compreender o mundo é através da Literatura Infantil,
sua função é exatamente fazer com que a criança tenha uma visão mais ampla
de tudo que a cerca, tornando-a mais reflexiva e crítica, diante da realidade
social em que vive e atua, desenvolvendo seu pensamento organizado.
3.1 Estratégias para estimular a leitura
A Literatura Infantil tem o poder de suscitar o imaginário, de
responder as dúvidas em relação a tantas perguntas, de encontrar novas idéias
para solucionar questões e instigar a curiosidade do pequeno leitor.
25
Como escreve Abramovich (1991, p. 17) “É uma possibilidade de descobrir o
mundo imenso dos conflitos, dos impasses, das soluções que todos vivemos e
atravessamos”. Nesse processo ouvir histórias tem uma importância que vai
muito além do prazer proporcionado, ela serve para a efetiva iniciação das
crianças na construção da linguagem, idéias, valores e sentimentos aos quais
ajudarão na sua formação como pessoa.
Afirma Ester Malamut que “(...) lidas ou contadas as estórias
constituem-se em generoso processo educativo, pois ensinam recreando,
dando a criança os estímulos e motivações apropriadas para satisfazer suas
tendências, seus interesses, suas necessidades, seus desejos, sua
sensibilidade”. (1990, pág. 06)
O gosto pela leitura vem de um processo que se inicia no seio familiar.
Mesmo antes da aprendizagem da leitura, a criança aprecia o valor sonoro das
palavras. Aprende-se a gostar do livro pelo afeto, quando a mãe canta ao
embalar o berço, ou narra velhas histórias aprendidas pelos avós.
Sobre esse assunto observa Maria Cristina Silva “(...) é tão
importante o papel de quem convive com a criança, pois é, sobretudo, através
do afeto que a criança se desenvolve e aprende”. (1994 p. 12).
Observando o comportamento da criança, fica evidente a sua
capacidade de inventar histórias, por isso a necessidade de lhe darmos a
oportunidade de expressar suas idéias. O papel do professor, nessa etapa, é
de assumir o compromisso com o livro, tendo o hábito de contar histórias,
despertando a curiosidade pelos misteriosos signos da escrita, desafiando-os,
encorajando-os, solicitando-os, provocando-os, para que as crianças criem
suas hipóteses, abrindo as portas para o universo da leitura, em que a criança
irá livremente penetrar guiadas por suas preferências.
26
Confirmando, Lucia Lins Rego diz que:
“(...) num contato diário com atividades de leitura e de escrita, a alfabetização será transformada num processo ameno e descontraído, evitando-se as atuais rupturas existentes na prática pedagógica entre a preparação para a alfabetização e a alfabetização propriamente dita”.
(1988, p. 60),
A presença de livros na sala de aula é essencial para as crianças, por
isso a necessidade do professor organizar um local em sua sala onde os livros
fiquem à disposição das crianças para que elas possam manuseá-los sempre
que o desejar tendo contato desde cedo com o mundo letrado.
3.2 O leitor cidadão
A Literatura constitui-se como uma das fontes de acesso à cultura
para o cidadão. Oferecê-la na escola pressupõe o incentivo à leitura enquanto
formação de leitores e de escritores. Quando este acesso é oferecido desde a
educação infantil, têm-se a possibilidade de termos jovens e adultos leitores e
escritores em maior número, do que atualmente. Paralelo a tudo isso, está o
acesso à cultura, que antes de ser um direito de cada cidadão, constitui-se o
engrandecimento deste enquanto valorização e resgate do que já foi escrito e,
portanto, de sua história.
Se um “país se faz com homens e livros” (LOBATO, Monteiro, 1978)
formar leitores e conhecer acervos bibliográficos deixa de ser só um dever para
ser um direito.
27
Trabalhar em sala de aula com Literatura é garantir tanto o dever
como o direito das crianças terem acesso à Literatura Infantil.
Consequentemente, os educadores devem estar capacitados para um trabalho
qualitativo dessa modalidade em sala de aula, objetivando a formação do leitor
cidadão.
28
CAPÍTULO IV
DEFICIÊNCIA VISUAL E LITERATURA
Para elaborar esse capítulo sobre o tema da deficiência visual e a
Literatura foi preciso pesquisar sobre as dificuldades de aprendizagem, as
caracterizações biomédicas da deficiência, bem como os processos
compensatórios do estudioso Lev Vygotski, que acena com elementos
indispensáveis para compreender a aprendizagem em crianças com deficiência
visual.
Os profissionais que atuam na reabilitação e educação de indivíduos
com deficiência visual precisam ter conhecimentos sobre as limitações desses
indivíduos, bem como sobre o sistema de ensino e reabilitação vigentes. A
escola e a reabilitação precisam caminhar juntas, suprindo as reais dificuldades
da criança, do adolescente e do adulto com deficiência visual (Montilha, 2006).
Segundo Amaral (1996), deficiência refere-se a uma perda ou
anormalidade de estrutura ou função; incapacidade, à restrição de atividades
em decorrência de uma deficiência; e desvantagem, à condição social de
prejuízo resultante de deficiência e/ou incapacidade.
A definição de deficiência visual mais amplamente aceita e adotada
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 1972 é:
Cegueira: inclui aqueles que apresentam acuidade visual de 0 a 20/200
(enxergam a 20 pés de distância aquilo que o sujeito de visão normal enxerga
a 200 pés), no melhor olho, após correção máxima; ou que tenham um ângulo
visual restrito a 20 graus de amplitude;
Visão subnormal (VSN): inclui aqueles sujeitos que tem uma incapacidade que
diz respeito a uma condição em que eles, apesar de uma diminuição grave da
capacidade visual, possuem um resíduo visual e a possibilidade de correção
por meio ópticos especiais.
29
Segundo o MEC (2006) a definição educacional diz que são cegas as crianças
que não têm visão suficiente para aprender a ler em tinta, e necessitam,
portanto, utilizar outros sentidos (tátil, auditivo, olfativo, gustativo e cinestésico)
no seu processo de desenvolvimento e aprendizagem.
Entre as crianças cegas, há as que não podem ver nada, outras que
têm apenas percepção de luz, algumas podem perceber claro, escuro e
delinear algumas formas. A mínima percepção de luz ou de vulto pode ser
muito útil para a orientação no espaço, movimentação e habilidades de
independência.
As crianças com baixa visão são as que utilizam seu pequeno
potencial visual para explorar o ambiente, conhecer o mundo e aprender a ler e
escrever. Essas crianças se diferenciam nas suas possibilidades visuais,
embora necessitem aprender a utilizar a visão da melhor forma possível,
podem também utilizar os outros sentidos ao mesmo tempo para a
aprendizagem, aquisição de conceitos e construção do conhecimento.
De acordo com MEC (2006) quando a criança se torna deficiente
visual após os cinco anos de idade, ela já terá desenvolvido praticamente todo
seu potencial visual, poderá conservar imagens e memória visual. Já as
crianças que são cegas desde que nasceram ou perderam a visão muito cedo
terão suas necessidades de aprendizagem diferentes das demais crianças.
Há crianças que podem apresentar algumas dificuldades visuais,
segundo MEC (2006), são elas:
Acuidade visual reduzida: a criança apresenta dificuldade para ver longe,
precisa aproximar-se bastante para poder ver bem pessoas e objetos, mesmo
que utilize recursos ópticos;
Campo visual restrito: uma criança que enxerga bem tem um campo visual de
180 graus na horizontal e vertical, o que possibilita interagir, localizar-se e
30
orientar-se bem no ambiente. Já as crianças com baixa visão, podem possuir
um campo visual bastante restrito, o que pode prejudicar sua orientação e
locomoção no espaço;
Visão de cores e sensibilidade aos contrastes: há algumas alterações visuais
nas quais as crianças são incapazes de distinguir determinadas cores como
verde, vermelho, azul, marrom; outras crianças distinguem cores vibrantes
(amarelo, laranja e etc.). Há crianças que podem ver objetos, formas e letras
com bastante contraste (preto/branco, amarelo/preto, roxo/verde);
Adaptação à iluminação: algumas crianças com baixa visão podem apresentar
sensibilidade exagerada à luz, que ocasiona desconforto visual, ofuscamento,
irritabilidade, lacrimejamento, dor de cabeça e nos olhos. Há, entretanto,
crianças que necessitam de muita iluminação e luz dirigida aos objetos para
que possa enxergar melhor.
Segundo a teoria de Vygotski, não existem diferenças básicas no
impulso para o desenvolvimento da criança com deficiência visual, já que as
forças do desenvolvimento são dinâmicas e buscam, através da compensação,
uma superação de um estado de insegurança e de inferioridade que a condição
da criança impõe.
4.1 - Dificuldades de aprendizagem da criança com deficiência
visual
Quando ocorrem falhas no desempenho escolar da criança deve-se
investigar a origem desse mau desempenho e considerar a possibilidade da
ocorrência de um processo problemático interno. Em muitos casos, as causas
não são imediatamente investigadas porque demoramos em fazer a
associação da dificuldade de aprendizagem com a deficiência visual. Podemos
encontrar os seguintes quadros:
31
a) enquanto que a deficiência visual é diagnosticada precocemente, as
dificuldades de aprendizagem se tornam aparentes somente nos níveis
elementares de ensino;
b) dificuldade de aprendizagem da criança com deficiência visual é por vezes
confundida com o baixo funcionamento visual;
c) a incapacidade visual é mais facilmente observada do que a dificuldade de
aprendizagem;
d) padrões de aprendizagem atípicos podem ser facilmente negligenciados;
e) a natureza fisiológica da deficiência visual pode ser mais prontamente aceita
do que o rótulo obscuro da dificuldade de aprendizagem, que é mais aceitável
para os níveis escolares mais baixos e pode ser explicado por uma falha
escolar.
Segundo Ferrel (1996) a deficiência em si não afeta o que a criança
é capaz de aprender cognitivamente, mas sim como a criança irá aprender. A
criança com deficiência visual pode apresentar problemas em várias áreas do
desenvolvimento cognitivo.
Segundo Cunha e Enumo (2003), a atividade de categorização para
a criança com deficiência visual é mais difícil que para criança vidente, em
função dela não poder alcançar as semelhanças e diferenças dos objetos do
ambiente através do canal visual.
A noção de permanência de objeto, ou seja, a noção de que algo
continua a existir mesmo longe da percepção imediata, é bastante complexa
para a criança com deficiência visual. Devido ao fato de não poder depender de
sua visão para obter informação sobre o que acontece com as coisas, somente
irá perceber que algo ainda existe no ambiente quando ouvi-lo ou tocá-lo.
32
O tema da aprendizagem da criança com deficiência visual é uma
das preocupações de Vygotski ao abordar a teoria dos processos
compensatórios.
4.2 - Processos compensatórios da deficiência
Para a educação da criança com deficiência visual é importante
conhecer como ela se desenvolve, não é importante a insuficiência, a carência,
o déficit, mas a reação que nasce na personalidade da criança, durante o
processo de desenvolvimento, em resposta a dificuldade que deriva essa
insuficiência.
Vygotski (1997) postula que a principal demonstração concreta do
destino dos processos compensatórios e dos processos de desenvolvimento
em seu conjunto não depende somente do caráter e da gravidade da
deficiência, mas também da realidade social da deficiência. O meio é quem
direciona o desenvolvimento dos processos compensatórios para a criança
com deficiência visual, seja de modo positivo, como também de modo negativo.
A primeira posição fundamental e concreta que caracteriza o
desenvolvimento compensatório é a substituição da função. Trata-se de que as
operações psicológicas podem assemelhar-se muito exteriormente, podem
conduzir ao mesmo resultado, porém sua estrutura, sua natureza interna, não
tem entre si nada em comum (Vygotski, 1997).
Se pensarmos como lê uma criança com deficiência visual ou como
começa a falar um surdo-mudo, veremos que na base dessas funções está o
princípio de substituição, que permite, por exemplo, falar não somente com
ajuda de um único mecanismo, mas também recorrendo a outros mecanismos.
Em todo o desenvolvimento social da criança desempenham um
papel decisivo, nos processos de substituição, os recursos auxiliares (a
33
linguagem, as palavras e os signos), mediante aos quais a criança aprende a
estimular-se a si própria.
A deficiência visual, ao criar uma nova e peculiar configuração da
personalidade, origina novas forças, modifica as direções normais das funções,
reestrutura e forma criativa e organicamente a psique do ser humano. Por este
fato, a deficiência visual não é somente um defeito, uma debilidade, mas
também, de certo modo, uma fonte de revelação de aptidões, uma vantagem,
uma força.
Sacks (2000) vai apresentar o paradoxo da deficiência, ou seja,
casos em que a deficiência favorece o surgimento de capacidades que não
existiriam, caso não fosse a presença da deficiência.
Finalmente, a partir da compreensão dos processos compensatórios
como fatores que são adquiridos, formados e reequipados a partir do coletivo,
torna-se necessário fazer uma revisão nos pressupostos do desenvolvimento
da criança com deficiência visual.
4.3 - A Literatura Infantil como instrumento de inclusão social
No desenvolvimento sócio-afetivo da criança com deficiência visual é
importante analisar o fenômeno do apego que a criança apresenta nos
primeiros anos de vida e que dependerá da interação entre o adulto e o bebê.
Segundo Batista e Enumo (2000), o comportamento de apego se
traduz pelas atitudes seletivas para determinadas pessoas, respostas positivas
para um grupo restrito de pessoas (geralmente os pais e familiares mais
próximos) e respostas negativas para as demais pessoas ("medo de
estranhos").
Embora os comportamentos da criança que irão aliciar a reação do
adulto (chorar, sorrir e agarrar) não dependam diretamente da visão, a
formação do apego na criança com deficiência visual pode enfrentar
34
dificuldades em função do comportamento do adulto na interação com ela, que
pode não ser veiculado adequadamente pelos canais de comunicação
perceptíveis para criança, como por exemplo, o auditivo ou táctil-cinestésico.
Podem ocorrer diversas mudanças, se a ligação dos pais com a
criança não se desenvolver totalmente. No caso das famílias em que as mães
evitavam o bebê com deficiência visual. É possível resolver parte do problema,
ajudando as mães a "ler" outros sinais do bebê. O rosto da criança com
deficiência visual pode ser relativamente sóbrio e inexpressivo, mas suas mãos
e corpo movimentam-se bastante e são bem expressivos.
Uma das principais dificuldades que a criança com deficiência visual
enfrenta no que se refere ao desenvolvimento cognitivo diz respeito à lacuna
na apreensão dos estímulos devido à ausência da percepção visual. É sabido
que a percepção visual é o principal canal de veiculação e acesso às
informações que serão, posteriormente, utilizadas para construção das
representações da criança sobre o mundo.
No caso da formação de conceitos, a visão tem um papel
evidentemente integrador. Por exemplo, a formação de conceitos dependerá da
apreensão de diferentes estímulos, sensações táteis, auditivas, olfativas e
visuais, que geram informações que, através da visão, serão integradas,
estabelecendo, assim, o conceito propriamente dito.
De um modo geral, em relação ao desenvolvimento do pensamento
é necessário oferecer à criança com deficiência visual, sistematicamente e de
forma planejada, experiências que todas as crianças têm, de modo
assistemático e não planejado, quando ela interage em um ambiente rico em
experiências (Enumo e Batista, 1999).
Desta forma, mesmo a construção da inter-subjetividade, que tem
origem nas experiências sociais compartilhadas, necessitará de adaptações,
tanto por parte da criança com deficiência visual quanto por parte do adulto em
interação com ela.
35
Para um deficiente visual, a leitura e o contar histórias vem a ser um
meio para o conhecimento e transformação das idéias. Assim, o processo de
ler e contar história é uma atividade que possibilita a participação do deficiente
visual na vida em sociedade, em termos de compreensão do presente e
passado e em termos de possibilidades de transformação cultural futura.
A criança com deficiência visual apresenta comprometimento na
área sensorial, que é responsável pela representação do mundo: a visão.
Contudo, apesar desse comprometimento, a pessoa com deficiência visual
deve ser compreendida como um ser integral, ou seja, apesar das influências
de sua condição biológica interferirem nas suas relações individuais, não se
deve atribuir demasiada importância ao problema visual, com perigo de
obscurecer a questão maior que deve ser o real tema de estudo: o sujeito
(Cunha, 1996, 2001).
O direito da educação fundamenta-se no preceito de que todos
devem ter as mesmas possibilidades de desenvolver suas capacidades para
alcançar independência cultural, política e econômica e integrar-se plenamente
na vida social. O processo de aprendizagem tem que ser permanente, é o
desafio de aprender, e de formar seres aptos para a vida social.
A aprendizagem da criança com deficiência visual deverá ser
sistematizada e estruturada, de forma que a criança aprenda a informação
completa sobre o conceito a ser aprendido. Hall (1981) complementa afirmando
que um dos componentes cognitivos que pode ser observado diferente na
criança com deficiência visual é a construção de imagens mentais. O
desenvolvimento dessas representações mentais deve ser estimulado, já que
são partes integrantes do desenvolvimento dos processos cognitivos.
De acordo com os estudos de Vygotski (1997) a deficiência visual
cria dificuldades para a participação em muitas atividades da vida social, mas,
por outro lado, mantém a principal fonte de conteúdos de desenvolvimento: a
linguagem. Ao fazer essas afirmações, o autor concordava com outros autores
36
russos de sua época, para os quais a utilização da linguagem se constituía no
principal meio de superar as conseqüências da deficiência visual.
Nessa concepção, a linguagem adquire papel fundamental para o
desenvolvimento cognitivo, pois, pensamento e linguagem são processos
interdependentes. A linguagem possibilita o aparecimento das imagens
mentais, o uso da memória e o planejamento da ação.
O estudo dos processos compensatórios de Vygotski permitiu
entender fundamentalmente que:
a) a literatura acerca das deficiências e, entre elas, a deficiência visual possui
um perfil de caracterização, generalização, categorização e determinismo em
suas descrições;
b) os processos compensatórios podem ser possibilidades de avanços nos
processos mentais superiores, uma vez que esses são adquiridos e
desenvolvidos no meio social;
c) a criança com deficiência visual precisa conviver no coletivo social, ser
estimulada e creditada para aprender a desenvolver suas capacidades de
aprendizagem;
d) os processos compensatórios possibilitam compreender a capacidade para
além da deficiência ou, o paradoxo da deficiência, visto que a deficiência
carrega consigo as peculiaridades próprias dos avanços e das capacidades de
aprendizagem.
Assim, entendemos que a educação de uma criança com deficiência
visual pode ser organizada como a educação de qualquer outra criança. A
educação pode converter realmente o deficiente visual a uma pessoa normal,
socialmente válida, e fazer desaparecer a palavra e o conceito de "deficiente"
em relação ao cego (Vygotski, 1997).
37
Ler e contar histórias para crianças com necessidades visuais é um
fenômeno relativamente recente no Brasil que poucas instituições na área
cultural e educacional promovem. Ao criar condições para que a criança
deficiente visual possa ouvir ou ler uma história, e por meio dela expressar-se
inteiramente, descobrindo sua capacidade criadora, expandindo suas
limitações e conflitos emocionais, o processo educacional estará atingindo o
seu objetivo maior, que é a formação de uma personalidade equilibrada,
integrada ao contexto sociocultural, apta a participar da vida com satisfação e
otimismo.
38
CONCLUSÃO
O objetivo primordial de todos os pais e professores é ter crianças
interessadas em estudar. Através desse trabalho de pesquisa, concluímos que
pode ser através de uma história bem contada que podemos estimular nossos
filhos e alunos. É uma atividade que os levará a fantasiar, e trazer de alguma
forma esta história para sua realidade. Esta busca da literatura de
encantamento se faz em grandes ou pequenos livros infantis, escritos por
grandes autores ou por autores desconhecidos. Mas não se faz uma grande
fantasia se não soubermos passá-la para a criança.
A literatura na infância é o meio mais eficiente de enriquecimento e
desenvolvimento da personalidade: é um passaporte para vida e para a
sociedade. É na infância que se adquire o gosto de ler, por isso é de suma
importância o conto, pois o fantasiar antecede a leitura.
A infância é o melhor momento para o indivíduo iniciar sua
emancipação mediante a função liberatória da palavra. Sendo assim, é
importante habituar a criança às palavras. Se conseguirmos fazer com que a
criança tenha sistematicamente uma experiência positiva com a linguagem,
estaremos promovendo o seu desenvolvimento como ser humano.
Inúmeros pesquisadores têm-se empenhado em mostrar aos pais e
professores a importância de se incluir o livro no dia-a-dia da criança.
Se antes de dormir, uma criança costuma ouvir as mais diversas e
interessantes histórias encantadas: Rapunzel, Branca de Neve, Chapeuzinho
Vermelho, Cinderela... ela irá querer sempre mais.
Com essas primeiras leituras, a criança adentra no universo dos
contos de fada e das fábulas, os quais a envolvem no misterioso mundo da
fantasia, e a cada viagem que faz, seu Reino Encantado de Leitura está se
formando.
A descoberta do texto literário provoca a abertura de um portal que
dá início ao processo de formação do leitor, uma vez que este, a cada
experiência vivida, mais adentra no mundo das palavras, mais se emaranha na
39
teia de prazer que a leitura lhe dá. Assim, inicia-se uma relação amorosa entre
leitor-livro.
A escola é, hoje, o espaço privilegiado, em que deverão ser
lançadas as bases para a formação do indivíduo. E, nesse espaço,
privilegiamos os estudos literários, pois, de maneira mais abrangente do que
quaisquer outros, eles estimulam o exercício da mente; a percepção do real em
suas múltiplas significações; a consciência do eu em relação ao outro; a leitura
do mundo em seus vários níveis e, principalmente, dinamizam o estudo e
conhecimento da língua, da expressão verbal significativa e consciente –
condição “sine Qua non” para a plena realidade do ser.
A Literatura Infantil torna-se, deste modo, imprescindível. Os
professores dos primeiros anos devem trabalhar diariamente com a literatura,
pois esta se constitui em material indispensável, que aflora a criatividade
infantil. Nessa faixa etária, os livros de literatura devem ser oferecidos às
crianças, através de uma espécie de caleidoscópio de sentimentos e emoções
que favoreçam a proliferação do gosto pela literatura, enquanto forma de lazer
e diversão.
Ainda assim podemos ver o sentido pedagógico atribuído à literatura
infantil (estimular o exercício da mente, despertar a criatividade...). O que
importa, entretanto, é ver que o livro pode ser um objeto para que a criança
reflita sua própria condição pessoal (e a imagem projetada nela pelo adulto) e a
sociedade em que vive.
As crianças constroem o conhecimento a partir das interações que
estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. “O
conhecimento não se constitui em cópia da realidade, mas sim, fruto de um
intenso trabalho de criação, e significação ressignificação.”
(Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. pág.21).
O professor é o estimulador, mediador e facilitador no processo de
aprendizagem e não mais o centro do processo. Sabe que a aprendizagem é
produto da construção do aluno. Tem como centro de sua preocupação criar
neste aluno um vínculo positivo com o saber, para que descubra o prazer em
aprender sempre mais. Ciente da importância de sua formação permanente
40
está sempre buscando, é inquieto, tem mentalidade aberta, senso crítico e
atitude investigativa.
O livro é aquele brinquedo, por incrível que pareça, que, entre um
mistério e um segredo, põe idéias na cabeça. “A leitura do mundo precede a
leitura da palavra." (Paulo Freire)
A literatura infantil contribui para o crescimento emocional, cognitivo
e para a identificação pessoal da criança, propiciando ao aluno, à percepção de
diferentes resoluções de problemas, despertando a criatividade, a autonomia, o
senso crítico, que são elementos necessários na formação da criança de nossa
sociedade atual.
As situações de interação, contato e manuseio de diferentes
materiais escritos são importantes para a aprendizagem da leitura e da escrita.
Mas, será ainda mais enriquecido se este manuseio for com histórias de
literatura infantil, pois os desenhos maravilhosos e os enredos instigantes que
se encontram explícitos nos livros são como uma chamada, um convite que
fascina a criança, proporcionando-lhe imenso prazer interesse.
ERA UMA VEZ... três palavras que agem como uma “senha mágica”
que nos faz transportar para um mundo de histórias, de fantasia, de sonho...
Esse momento foi criado com o intuito de estimular o prazer da leitura em
nossos alunos.
Com o crescimento de jogos eletrônicos e a grande influência da
televisão na vida dos alunos, a leitura foi colocada de lado, devido a falta de
estímulo. É necessário que motivemos nossas crianças despertando assim sua
imaginação, criatividade e desenvolvimento intelectual.
Felizmente, atualmente, contar histórias tem voltado a ser uma
opção de diversão. Os professores pela responsabilidade profissional e os
grupos de contadores de histórias, formados a partir de diversos cursos, estão
fazendo renascer, de forma profissional essa prática tão antiga.
41
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desdobramentos. Cadernos de Psicologia. Minas Gerais, 1996. 1 (1), 3-12
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44
ATIVIDADES CULTURAIS
45
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
DEDICATÓRIA 3
AGRADECIMENTO 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I 11
O MUNDO ENCANTADO DA LITERATURA INFANTIL
1.1. As histórias infantis como ferramenta pedagógica 12
1.2 A literatura e o desenvolvimento da criança 14
CAPÍTULO II 18
AS MODALIDADES DE TEXTOS INFANTIS
2.1. Fábulas 19
2.2 Contos de Fadas 20
2.3 Lendas 21
2.4 Poesia 23
CAPÍTULO III 24
PROPOSTAS PEDAGÓGICAS PARA A FORMAÇÃO DO PEQUENO LEITOR
3.1 Estratégias para estimular a leitura 24
3.2 O leitor cidadão 26
CAPÍTULO IV 28
DEFICIÊNCIA VISUAL E LITERATURA
4.1 Dificuldades de aprendizagem da criança com deficiência visual 30
4.2 - Processos compensatórios da deficiência 32
46
4.3 A Literatura Infantil como instrumento de inclusão social 33
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA 41
ATIVIDADES CULTURAIS 44
ÍNDICE 45
FOLHA DE AVALIAÇÃO 47
47
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
Curso :Educação Infantil e Desenvolvimento
Título : A IMPORTÂNCIA DE OUVIR HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Aluna : Maria Inez Daboit Roberto
Orientadora : Profa. Mary Sue Carvalho Pereira
Data da entrega :____/_____/_____ Avaliador(a) : _______________________________________________ Conceito : ________________