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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
CAPACITAÇÃO DO PROFESSOR: A CONSCIÊNCIA DO RELEVANTE PAPEL DO EDUCADOR NO PROCESSO DO ENSINO/APRENDIZAGEM E DO SEU PREPARO DIANTE
DOS DIFERENTES CONTEXTOS
KÁTIA DE MENDONÇA COUTO E SILVA
ORIENTADORA
SIMONE FERREIRA
Rio de Janeiro
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
CAPACITAÇÃO DO PROFESSOR: A CONSCIÊNCIA DO RELEVANTE PAPEL DO EDUCADOR NO PROCESSO DO ENSINO/APRENDIZAGEM E DO SEU PREPARO DIANTE
DOS DIFERENTES CONTEXTOS
Rio de Janeiro
2011
Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicopedagogia. Por: Kátia de Mendonça Couto e Silva
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AGRADECIMENTOS
À Professora Simone Ferreira pela atenção,
seriedade e dedicação ao trabalho que foi realizado ao longo
do período. Aos amigos, Diná, Diva e Natanael pelo
incentivo aos meus estudos. Aos querido amigoss do
Colégio Batista Shepard, por tornarm possível esse
trabalho. Aos meus queridos sogros Bergite e Almerinda
pelo carinho, amizade e admiração.
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DEDICATÓRIA
À minha família, meu esposo Souza pelo amor e pelo
companheirismo, aos meus filhos amados Jéssica e Victor
Hugo, pela paciência nos períodos de ausência e a
presença em todos os momentos. Aos meus inesquecíveis
pais, Haroldo e Nancy pelo belo exemplo de vida.
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RESUMO
Existe a necessidade de uma reflexão sobre os aspectos relevantes e as
competências essenciais ao professor que atua na educação básica, em
diferentes cenários, com alunos com diversas especificidades. É importante a
atualização do educador no aspecto da aplicação de novas tecnologias em suas
atividades e que ele esteja sempre buscando o aprimoramento das mesmas.
Ressaltando a importância de se trabalhar em equipe e compreender como
motivar esse profissional ao aprendizado contínuo estabelecendo uma ação
eficaz junto aos seus alunos, com a finalidade de proporcionar-lhes novas
oportunidades e perspectivas para aqueles que por ventura possuam uma
dificuldade ou algum comprometimento em relação ao processo
ensino/aprendizagem, sabendo identificá-las e assim oferecendo o suporte
necessário. No capítulo primeiro, serão distidos os aspectos relevantes do
trabalho do professor e o seu papel bem como o que está estabelecido na
Legislação vigente no Brasil. No segundo capítulo serão tratadas as opiniões e as
sugestões de alguns teóricos sobre a formação continuada do educador.
Finalmente o terceiro capítulo, será reservado para a discussão do assunto
dentro do espaço escolar com a participação relevante de profissionais que atuam
como professores do ensino básico em escolas da rede particular de ensino.
Algumas questões serão debatidas como a relevância da adoção de um projeto
de formação continuada do educador nas instituições de ensino, além de refletir
como motivá-lo ao aprendizado contínuo, com o objetivo de uma ação eficaz junto
aos seus alunos. Finalmente, destaca-se a importância do desenvolvimento da
capacitação do professor, investindo continuamente. Sensibilizando-o e
reconhecendo-o como peça essencial no processo educacional, motivando-o a
buscar novos aprendizados, além de conscientizá-lo de seu papel fundamental
com os seus alunos, como agente no processo de construção de um cidadão
para o futuro, capaz de pensar e que o mesmo tenha efetivamente a capacidade
de oferecer também a sua parcela de contribuição para a sociedade.
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METODOLOGIA
Para a pesquisa sobre o tema da Formação Continuada do professor,
foram adotados os procedimentos de consultas bibliográficas através da leitura de
grandes autores na área da Educação e da Legislação vigente, com o
acompanhamento da história da educação no país, o papel do pedagogo diante
da sociedade e de que forma a sua contribuição é essencial e a relevância que
possui como mediador do processo ensino/aprendizagem.
Uma análise direta de um grupo focal, a partir do Projeto de capacitação
desenvolvido no Colégio Batista Shepard, onde ocorreu a participação de todos
os Professores e Equipe Pedagógica sobre temas que precisavam ser
destacados para um despertamento da motivação e o pleno conhecimento da
estrutura da Instituição bem como estudos sobre os grandes teóricos da
educação e a filosofia educativa do Colégio. Sempre com o objetivo de dar
condições do profissional de atuar com eficiência dentro do espaço escolar,
muitas vezes descontruindo algumas ideias e fazendo-os perceber as novas
possibilidades e situações em que a sua atuação mais efetiva com seus alunos.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I A Formação Continuada e a Legislação 12 CAPÍTULO II História da Formação de Professores: Uma falta de atenção da História 18 CAPÍTULO III Formação Continuada: Uma experiência no espaço escolar 26 CONCLUSÃO 32
BIBLIOGRAFIA 37
ÍNDICE 40
FOLHA DE AVALIAÇÃO 41
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INTRODUÇÃO
Tradicionalmente na história da formação de professores no Brasil, o
pedagogo é aquele que ensina. No sentido estrito a palavra pedagogia tem a sua
origem na Grécia antiga, o termo “paidós” (criança) e agogé (condução). O
escravo que conduzia as crianças era o pedagogo. No sentido lato, a palavra
pedagogia é tratada como o campo de conhecimentos que abriga o que
chamamos de “saberes da área de educação”.
A Pedagogia se ocupa, de fato, com a formação escolar de
crianças, com processos educativos, métodos, maneiras de
ensinar, mas, antes disso, ela tem um significado bem mais amplo,
bem mais globalizante. Ela é um campo de conhecimentos sobre a
problemática educativa na sua totalidade e historicidade e, ao
mesmo tempo, uma diretriz orientadora da ação educativa.
(LIBÃNEO, 1998, p.6)
O papel do professor é auxiliar o aluno a aprender, ajudando-o a adquirir e
desenvolver conhecimentos, habilidades, hábitos, atitudes e valores. Sendo esta
uma tarefa árdua. Portanto, o educador é a figura principal, aquele que é o centro
do processo educativo é ele quem motiva o aluno, sendo os seus conhecimentos,
suas habilidades e suas atitudes, fatores essenciais para tornar o processo do
ensino-aprendizagem possível e de uma forma eficaz a atuação do professor.
Sendo assim, é motivo de preocupação o êxito da ação discente para os
pesquisadores que diante desse problema destacam alguns objetivos necessários
para esse profissional. Martins, 2001, a partir de um decálogo sobre o bom
professor declarou que o educador deve:
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Aproximar o educando como pessoa; preparar o educando para o
exercício da cidadania; construir uma escola democrática;
qualificar o educando para progredir no mundo do trabalho;
fortalecer a solidariedade humana; fortalecer a tolerância
recíproca; zelar pela aprendizagem dos alunos; colaborar na
articulação da escola com a família; participar ativamente da
proposta pedagógica da escola; respeitar as diferenças.
(MARTINS, 2001, p. 24).
Outro exemplo também é de Perrenoud , 2000, que estabeleceu outro
decálogo, dez novas competências para ensinar, que resumidamente consiste
em: organizar e dirigir situações de aprendizagem, administrar a progressão das
aprendizagens, conceber e fazer evoluir os dispositivos e diferenciação, envolver
os alunos em sua aprendizagem e em seu trabalho, trabalhar em equipe,
participar da administração da escola, informar e envolver os pais, utilizar novas
tecnologias, enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão e finalmente,
administrar a sua própria formação contínua.
A educação transforma o homem em todos os aspectos, físicos, mentais,
espirituais e culturais, o que dá forma à existência humana individual e grupal.
Afirmação ratificada pelo pedagogo alemão Schmied-Kowarzik (1983):
A educação é uma função parcial integrante da produção e
reprodução da vida social, que é determinada por meio da tarefa
natural e, ao mesmo tempo, cunhada socialmente da regeneração
de sujeitos humanos, sem os quais não existia nenhuma práxis
social. A história do progresso social é simultaneamente também
um desenvolvimento dos indivíduos em suas capacidades
espirituais e corporais e em suas relações mútuas . A sociedade
depende tanto da formação e da evolução dos indivíduos que a
constituem, quanto estes não podem se desenvolver fora das
relações sociais. (SCHMIED-KOWARZIK, 1983, in: Libâneo, p.7).
Para tanto, é necessário que esse profissional seja orientado e assistido e
é de vital importância a promoção do seu desenvolvimento tendo como objetivo
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principal um significativo processo educativo para o aluno. Assim, é extrema a
responsabilidade que recai sobre o professor, já que o seu desempenho é fator
determinante para o sucesso do processo educativo.
O aprimoramento qualitativo da ação do professor é o caminho. Ao falar
sobre a realização profissional do professor, Armando Silva, 2005, destaca a
relevância do binômio professor aluno para o processo ensino aprendizagem,
juntamente com diversas ações relacionadas aos investimentos de recursos de
infra-estrutura, pedagógicos, além da modernização e regulamentação da
legislação e a sua modernização.
Ainda em seu texto, Perfil do professor realizado profissionalmente, o
autor, enfatiza que durante a sua experiência profissional, percebeu a ansiedade
dos professores em seus aprimoramentos apontando fatores como falta de
recursos financeiros, dificuldade de eventos que possibilitem a sua eficiência e
ainda pré-requisitos necessários para a participação nos mesmos. A atenção para
as condições oferecidas ao professor exercer as suas tarefas, principalmente no
que diz respeito aos salários, que indiscutivelmente é um fator de preocupação e
ainda sobre a necessidade da sua capacitação na sociedade, em constante
processo de transformação.
O ser humano é inacabado, está continuamente em processo de
mudança, sempre em construção.
A sociedade, está em busca de novos conhecimentos e descobertas
que possibilitem novos caminhos. O professor, não poderia ser diferente, como
ser integrante desta sociedade é o principal sujeito desse processo de
transformação.
A transformação depende da Formação Continuada do professor. Pois
essa constitui não somente uma oportunidade de aperfeiçoamento profissional,
mas também um processo de transformação da cultura escolar, possibilitando
assim, práticas participativas e uma gestão democrática no espaço das escolas,
transformando-as em lugares críticos na busca de uma educação de qualidade.
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Um dos desafios das Instituições de Ensino da Educação Básica é
despertar o desejo e a motivação de seus professores para a relevância de
ampliar-se no processo educacional, pois a sociedade, em constante mudança,
exige um aprendizado contínuo visando o desenvolvimento como o objetivo de
obter-se qualificações mais amplas e consequentemente a eficácia da ação do
professor no processo de aprendizagem dos alunos.
Por isso, o interesse e a relevância de ações implementadas e
investimentos que visem a atualização e que possibilitem o desenvolvimento do
professor, já que é a única porta de esperança segura para garantir a
sobrevivência atualmente. Fatores como, criação de oportunidades de
crescimento pessoal e profissional, desenvolvimento e qualidade de vida, reflexão
crítica e melhoria do desempenho do professor, são algumas questões que
merecem a atenção, para que as mudanças aconteçam.
Verdadeiramente, a transformação se apresenta como necessária, quando
a questão é melhorar os resultados da aprendizagem dos alunos, através do
trabalho conjunto, consistente e coerente com as demandas. Pois segundo Freire:
“Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa e foi aprendendo socialmente que,
historicamente, mulheres e homens descobriram que era possível ensinar.”
(FREIRE, 1996, p.26).
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CAPÍTULO I – A FORMAÇÃO CONTINUADA E A
LEGISLAÇÃO
A Formação Continuada dos professores da Educação Básica é uma
necessidade nos dias atuais. Todo profissional necessita de um contínuo
processo de atualização que permita o acompanhamento da evolução de vários
aspectos, da ciência, tecnologia desenvolvendo assim novas descobertas e
aperfeiçoamento de seu trabalho.
A sociedade está em contínuo processo de aprendizagem e o homem está
em constante busca de novos conhecimentos e tecnologias.
Vários exemplos que acontecem na mídia, nos mais diversos campos seja
político, econômico e moral, onde no dia-a-dia, mensagens com fins educativos
são produzidas com diferentes finalidades, de modo esclarecedor e bastante
interessante.
A partir da necessidade de programas que visem a propagação de
determinadas informações, tais como: AIDS, cidadania, saúde, educação
ambiental, dentre outros. Tais programas estão sendo implementados em
diversos segmentos da sociedade. As atividades são cada vez mais adotadas
com a realização de seminários, congressos, cursos de capacitação, tudo isso
com o objetivo de atender às necessidades e aperfeiçoar determinados grupos de
trabalhadores ou mesmo orientar o cidadão em relação a um assunto específico
ou uma necessidade que tenha sido detectada.
Libâneo, 2001, “Pedagogia e Pedagogos: inquietações e buscas” afirma
que a pedagogia, nos meios profissionais, políticos, universitários, sindicais,
empresariais, meios de comunicação, nos meios da sociedade civil, está sendo
redescoberta. Pois a sociedade movimenta-se e busca ampliar-se no campo
educativo com a consequente repercussão no campo pedagógico. Sendo assim,
a escola tem o papel fundamental e exige-se cada vez mais que o professor
esteja se preparando para atender satisfatoriamente tais exigências.
Não basta “ensinar” ou mesmo “conhecer a matéria” sendo o trabalho do
professor bem mais abrangente e fascinante. Cabendo ao educador a tarefa de
levar o educando a sentir-se instigado e atraído, auxiliando-o e atuando de forma
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prazerosa e consequentemente fazendo-o sentir-se satisfeito e interessado,
mantendo-o mais facilmente inserido no contexto escolar e finalmente ter a
oportunidade de ocupar um lugar digno na sociedade.
Garantir condições favoráveis de trabalho do professor e de cursos de
formação e mais, dar-lhes reais valor, trata-se de uma questão de direito e dever
para que se alcance a cidadania.
Rubem Alves, no texto intitulado “Educação para um Brasil melhor”,
compara a construção de um país à construção de uma casa. Inicialmente é
necessário que haja um desejo. Quando o desejo bate forte, surge o sonho. No
entanto, segundo o autor, não é possível construir uma casa somente sonhando
e para isso é necessário a inteligência, através do qual o sonho se tornará real.
A partir desse momento o sonho concretiza-se a planta da casa, o custo e
o financiamento enfim. Rubem Alves então conclui que “um país é uma grande
casa, onde construímos nossas pequenas casas”. (ALVES, 2003, p.9). Sendo que
para construir o país, a grande casa, é necessário que o povo sonhe, pois é ele o
responsável pela construção. O texto encerra então, com uma das missões da
educação que é formar um povo, auxiliando as pessoas a compartilharem seus
sonhos e construírem o país.
A escola é esse espaço e os alunos juntamente com os professores são
essas pessoas. Sendo que, para construir um país melhor, assim como a vida,
são necessários sonhos e inteligência.
O Brasil, possui algumas Leis que norteiam neste sentido:
A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da
Criança e do Adolescente e dá outras providências no Capítulo IV, traz alguns
artigos que estabelecem entre outros o direito à educação com o objetivo de
desenvolvê-los e prepará-los para o exercício da cidadania e a sua qualificação
para o trabalho.
A Lei de Diretrizes e Bases 9394/96, que estabelece as diretrizes e bases
da educação nacional, de acordo com a lei, a educação é dever da família e do
Estado cuja finalidade é o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para
o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Alguns princípios para que o ensino seja ministrado podem ser
destacados, tais como: a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a
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cultura, o pensamento, a arte e o saber; além da valorização do profissional da
educação escolar e a garantia de padrão de qualidade;
Ainda a LDBN estabelece no Título VI, Dos Profissionais da Educação, no
Artigo 61 o seguinte: A formação de profissionais da educação, de modo a
atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às
características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como
fundamentos: a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a
capacitação em serviço e o aproveitamento da formação e experiências
anteriores em instituições de ensino e outras atividades.
O Artigo 62 estabelece que, a formação de docentes para atuar na educação
básica far-se-à em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena,
em universidade e institutos superiores de educação, admitida, como formação
mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras
séries do ensino fundamental, oferecida em nível médio, na modalidade Normal.
O Artigo 63 da mesma Lei também diz que, os institutos superiores de
educação manterão os cursos formadores de profissionais para a educação
básica, inclusive o curso normal superior, destinado à formação de docentes para
a educação infantil e para as primeiras séries do ensino fundamental e ainda que,
programas de formação pedagógica para portadores de diplomas de educação
superior que queiram se dedicar à educação básica e finalmente, programas de
educação continuada para os profissionais de educação dos diversos níveis.
A qualificação e a formação continuada, bem como a valorização do
instrumento de trabalho, é questão de honra e dignidade para o educador. Tal
reflexão produz resultados melhores quando estimulada pela instituição de ensino
na qual o professor exerce suas funções, e torna-se capaz de transformar o
processo de desenvolvimento individual em um processo coletivo, com a busca
de novos caminhos com uma ação orientada para objetivos mais amplos
assumidos por toda a equipe.
Tem sido objeto de preocupação e discussão a questão da competência do
profissional, inclusive o da educação, trazendo comentários de muitos educadores
como Rios, que ao dar à competência o significado de saber fazer bem, afirma
que ela tem uma dupla dimensão: a técnica e a política.
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Em relação à dimensão técnica considera-se o saber e o saber fazer como
“o domínio dos conteúdos de que o sujeito necessita para desempenhar o seu
papel, aquilo que se requer dele socialmente, articulando com o domínio das
técnicas, das estratégias que permitam que ele, digamos, “dê conta do seu
recado em seu trabalho”, ou seja, “ser capaz como docente de lidar com as
ferramentas disponíveis e as inovações que surgem a todo instante, tornando o
seu trabalho mais atraente e colaborando com seus alunos” (RIOS,1995, p.47).
No entanto, ela considera que é preciso saber o significado do “domínio de certos
recursos”, tecnológicos, por exemplo, que são fundamentais à execução do ofício.
Quanto à dimensão política significa que o homem vai ao encontro daquilo que é
desejável, que está estabelecido valorativamente com relação à sua atuação”
respondendo “à necessidade historicamente definidas pelos homens de uma
determinada sociedade.” (RIOS, 1995, p.48).
Nóvoa, no artigo “O passado e o Presente dos Professores”, declara:
Os professores são funcionários, mas de um tipo particular, pos a
sua acção está impregnada de uma forte intencionalidade política,
devido aos projectos e às finalidades sociais de que são
portadores. No momento em que a escola se impõe como
instrumento privilegiado da estratificação social, os professores
passam a ocupar um lugar-charneira nos percursos de ascensão
social, personificando as esperanças de mobilidade de diversas
camadas da população: agentes culturais, os professores são
também, inevitavelmente, agentes políticos.(NÒVOA, 1992,p.17)
Tudo isso leva à uma reflexão sobre uma questão relevante, a motivação
do profissional, sem a qual os objetivos não serão alcançados.
Portanto, discutir e refletir sobre esta temática se reverterá em benefício
dos estudos educacionais, mantendo os professores atualizados e sensíveis aos
problemas internos e externos à sala de aula, preocupados com o destino dos
alunos e ainda, atentos às responsabilidades da escola para com a comunidade.
Hamilton Werneck, doutor em educação pela Winsconsin International
University – Idaho – USA, em uma palestra aos educadores no Espírito Santo, em
2007, destacou, dentre outras, três posturas diante do mundo do trabalho que
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devem ser contadas para ajudar o profissional do magistério; ser capaz de
sonhar, seria a primeira. Colocando-se diante de uma tela, dizia o palestrante,
imaginando o seu futuro. Não pode haver realização sem, primeiramente, haver
sonho; em seguida, discernir, tendo a capacidade de adicionar ou cortar o que
estiver sobrando. Optar por caminhos; em terceiro lugar, para finalizar, a atitude
madura de sentar-se como Lima Barreto, diretor de cinema, e dirigir a sua vida
profissional.
Ainda continuando em seu pensamento, ele fez uma comparação, citando
a formação do juízo moral na criança, onde Jean Piaget alertou para três fases
importantes: a fase da anomia, ao nascer o homem ignora todas as coisas acerca
de leis e a maneira de se conduzir; a seguir a heteronomia, momento em que
outros o diz o que está certo ou errado, nesse momento ele aprende que não
deve quebrar um objeto do amigo ou riscar a parede; a terceira, a autonomia,
para a qual deve ter evoluído, decidi, como adulto baseado na cidadania. Da
mesma forma, ao buscar os caminhos para a realização profissional, tal procura
exigirá que ele trabalhe com seus alunos na direção da autonomia, depois de
passar ele mesmo, pela experiência.
A sociedade do conhecimento espera que os profissionais tenham ética,
tenham valores bem estruturados e muito discernimento. Isso deve ser levado em
consideração diante do firme propósito de realização profissional e pessoal.
Educadores enfrentam por um lado a realidade de salários mal pagos pelo
Estado e por outro lado as famílias dos alunos das escolas particulares que não
gostariam, por vezes, que seus filhos tivessem que discutir alguns assuntos em
sala de aula.
Percebemos então que, o professor deve ser capaz de assumir uma
postura firme diante da sua responsabilidade e como profissional precisa passar
por momento de reflexão e consequentemente mudanças. Sabendo que a sua
atuação e a sua busca, antes mesmo de leis ou exigências a serem cumpridas,
existe a questão ética do profissional de perseverar e conquistar melhores
situações para que ele e aqueles que dependem do seu desempenho tenham a
perspectiva de dias melhores.
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O professor é o principal responsável pela educação formal da
população: é ele quem contribui de maneira muito significativa na
formação, no desenvolvimento e na informação de seus alunos,
criando oportunidades para posterior realização profissional e
pessoal, (e/ou reforçando-as) conforme os anseios da sociedade.
Quanto melhor o seu desempenho maior será o seu contributo
social e maior será o seu trabalho: alunos, instituição escolar,
sociedade. (SILVA, 2005,p.143)
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CAPÍTULO II – HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DE
PROFESSORES: UMA FALTA DE ATENÇÃO DA
HISTÓRIA
A reflexão sobre a história da formação dos professores em nosso país, é
de suma importância e inicialmente, traz à lembrança o fato de que o processo
de transformação de elementos culturais dos índios, é decorrente do contato direto
com a diferente cultura do homem branco no Brasil Colônia e a instalação da
Companhia de Jesus, representada pelos Jesuítas os quais foram os
responsáveis pela catequização dos primeiros habitantes de nosso país.
No ano de 1549, ao iniciarem a sua missão, os jesuítas praticavam as
atividades de catequese de forma muito particular, atuavam percorrendo as
aldeias indígenas pregando a Palavra de Deus e batizando os convertidos. No
entanto, muitos indígenas após batizados e convertidos retornavam às suas
antigas práticas.
Com a elaboração da política das aldeias, pelo Padre Manuel da Nóbrega,
cuja finalidade era superar os problemas iniciais da catequese ambulante, tinha-
se um controle sobre os atos indígenas com a justificativa de evangelizar e impor
a cultura cristã aos povos, através de grupamentos de índios de diversas tribos
em locais determinados pelos cristãos colonizadores.
Os missionários empenharam-se na conversão dos indígenas, na
reestruturação da vida social dos nativos nos aspectos social, moral e familiar.
Para tanto, questões como aprender a ler e escrever eram fundamentais. A leitura
e a escrita bem como os hábitos, as normas, os comportamentos, os valores,
enfim poderiam ser retransmitidos. Como afirma SCHUELER, 2000: “A ação
pedagógica dos missionários, longe de se limitar à conversão religiosa do gentio,
preocupava-se com a formação de uma determinada humanidade, com a
construção de uma nova sociedade.” (SCHUELER: 2000, p.34)
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Concluindo a autora afirma que:
(...) era preciso, então, educar, iniciando-se por aqueles que
apenas começavam a vida e, por isso, estavam aptos a se
tornarem, em curto espaço de tempo, representantes ideais desse
novo homem convertido, cristão e colonizado. A pedagogia
jesuítica voltava-se então, fundamentalmente para as crianças.”
(SCHUELER, 2000,p.50)
A partir do ano de 1570, três Colégios jesuítas foram instalados no Brasil:
na Bahia, em Pernambuco e no Rio de Janeiro, visando a educação da elite
colonial, ou seja negros, índios e mestiços eram destinados ao trabalho braçal,
enquanto a elite era preparada intelectualmente.
Até meados do século XVIII, os jesuítas constituíam os principais agentes
da educação, possuindo várias escolas. Além das instituições da Companhia de
Jesus também havia as escolas vinculadas às outras ordens religiosas, ou seja,
beneditinos, franciscanos e carmelitas. O ensino tradicional era exclusivamente
eclesiástico, sendo eles os mais letrados da sociedade naquela época.
Os religiosos predominaram na instrução escolar até 1759, quando o
Marquês de Pombal, ao implementar as chamadas reformas liberais expulsou a
ordem jesuítica da colônia. Nesse momento, da expulsão, os jesuítas mantinham
17 Colégios e Seminários, todos compromissados com o sustento das casas
escolares de instrução elementar para indígenas, brancos e mestiços pobres que
desejassem algum tipo de escolarização.
No fim do século XVIII, as Reformas Pombalinas instituíram a interferência
da Coroa Portuguesa na educação colonial. As aulas régias e a difusão de
mestres-escolas e capelães, que ministravam o ensino isoladamente nas
povoações e fazendas provocando assim a dispersão e a fragmentação da
instrução.
Com a chegada da família real ao Brasil e com ela cerca de 15 mil
pessoas, no ano de 1808, foram então, implementadas uma série de
modificações intelectuais. Dentre algumas podemos destacar a criação, por D.
João VI, da Biblioteca Pública no ano de 1810, o Museu Nacional em 1818, a
circulação do primeiro jornal, A Gazeta do Rio, em 1812 e no ano de 1813 a
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primeira revista, Ensaios de literatura. No entanto, somente com a implantação
da Lei geral do Ensino, a partir do ano de 1827, que houve uma organização
docente no país e sendo pois relativa ao ensino elementar até o ano de 1946,
como afirma Ribeiro (1998), “esta (Lei) era onde estavam presentes as ideias da
educação como dever do Estado, da distribuição nacional por todo o território
nacional das escolas dos diferentes graus e da necessária graduação do
processo seletivo. “(RIBEIRO: 1998, p. 201).
Foi no ano de 1835 que surgiu no Rio de Janeiro, mais especificamente na
cidade de Niterói, a primeira Escola Normal cujo propósito era a melhoria no
preparo da prática docente, sendo um curso de duração de dois anos e em nível
secundário. Somente no ao de 1880, na cidade de São Paulo, o curso passou a
ter a duração de três anos.
A respeito do contexto histórico, sobre os governantes da época, a
educação era uma forte arma para se conhecer e controlar o povo e, os
profissionais que se formavam dividiam a limitação de pensamento e da falta de
reflexão em relação ao momento político e social da época. Seguindo essa
mesma linha de pensamento, existe uma opinião de que atualmente os cursos de
formação de professores, na realidade pouco ou nada formam e gradativamente
desvalorizam o papel do professor com a chegada ao mercado de cidadãos não
reflexivos, sendo pois negado a eles o direito de exercer o seu papel dentro da
sociedade.
Ainda sobre os frutos da Escola Normal, Kramer, 1997, afirma que a
formação de professores no nível médio não prepara o docente ao chegar à
escola, nem dispõe de uma visão teórica abrangente sobre a prática pedagógica,
muito menos conhece a realidade da escola e sua prática concreta.
Na realidade, o que se discute na Escola Normal são discursos e técnicas
ao invés da teoria-prática devidamente articuladas.
A população mais pobre está destinada à educação pública e muitas
vezes depara-se com professores insatisfeitos e acomodados. A falta de
interesse em buscar uma formação continuada ou a graduação na Universidade
somente repercutiu após a LDB 9394/96 que estabelece sobre a formação de
professores já comentada anteriormente:
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A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á
em nível superior, em curso de graduação plena em
universidades e institutos superiores de educação, admitida como
formação mínima para o exercício do magistério e nas quatro
primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível
médio, na modalidade Normal. (LDB 9394/96)
Como a Lei prevê a obrigatoriedade do curso superior, surgiram novas
opções de formação docente, dentre algumas, os Institutos Superiores de
Educação.
Tais instituições, oferecem o Curso Normal Superior para a formação de
professores na educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental, cursos
de licenciatura, para a formação de docentes dos anos finais do ensino
fundamental e médio e seriam, conforme o artigo 45 da LDB, responsáveis por
programas de formação continuada para a atualização de docentes da educação
básica.
SCHÖN, (in Barbosa, 2003) traz uma reflexão bastante interessante sobre
a prática docente, pois o professor ao propiciar mudanças em suas ações, essas
deixariam de ser mecânicas e reprodutivas para serem pensadas e repensadas.
Sobre isso, existe um comentário, MEC, 1989, in Nóvoa, afirmando que
mais do que criar novos espaços de formação, é necessário repensar no papel
político e pedagógico do docente. Essa formação não pode ser sinônimo de
formar reprodutores. Faz-se necessário ter um olhar amplo em que as ações
sejam repensadas e quando necessário, modificadas e possibilitem novas
descobertas. Esse que diferenciará um professor em sua prática de um mero
reprodutor de fórmulas prontas, incapaz de questionar as verdades que lhe são
apresentadas.
Um exemplo bastante claro é a obrigatoriedade da inclusão nas grades
curriculares, em todas as escolas de ensino médio do país, das disciplinas de
filosofia e sociologia. No entanto, o fato é que o país precisa simplesmente, 15
vezes mais de professores de filosofia e 40 vezes mais de sociologia para não
faltarem professores dessas disciplinas nas escolas de ensino médio.
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Uma solução seria investir em capacitação, e criar espaços e
oportunidades para que os educadores de fundamentem, e torne a escola um
lugar para o desenvolvimento do diálogo, de discussão e conversa, possibilitando
assim o seu crescimento e a sua valorização, e ocupe o lugar que deveria ter na
sociedade.
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2.1 – Formação Continuada de Professores: Algumas Ideias.
O desafio de despertar o desejo do profissional visando equacionar o
problema da falta de motivação e a exigência de um aprendizado contínuo para
se desenvolver e obter qualificações mais amplas é uma realidade.
Sendo assim, o conhecimento é fundamental para o aprimoramento da
formação do profissional da educação. É relevante destacar algumas ideias sobre
o assunto.
A formação continuada do professor está intimamente ligada ao plano que
se tem de suas funções atuais, devendo ser gerada nos espaços de discussão e
reflexão coletiva e nas atividades de pesquisa, revisão e construção teórica e não
somente como aprendizagem de inovações tecnológicas.
Entretanto, essa reflexão do professor não se limita ao seu dia-a-dia na
sala de aula, como sugere IMBÉRNON, 2000: “Através das paredes da
instituição para analisar todo tipo de interesses subjacentes à educação, à
realidade social, com objetivo concreto de obter a emancipação das pessoas”. O
autor ainda lembra que merece destaque o compartilhar experiências entre os
professores, através de oficinas e grupos de trabalho:
Quando os professores aprendem juntos, cada um pode aprender
com o outro. Isso os leva a compartilhar evidências, informação e
a buscar soluções. A partir daqui os problemas importantes das
escolas começam a ser enfrentados com a colaboração de todos.
(IMBERNÓN, 2000, p.27)
Ao retomar o pensamento inicial, é válido lembrar que a construção do
projeto político-pedagógico da escola, é outro fator relevante, pois envolve o
trabalho coletivo, sendo a formação política do educador essencial para que este
possa exercer com competência o seu papel. Muitas escolas investem na
formação individual, quando o ideal seria o desenvolvimento de uma prática de
“colaboração” entre esses profissionais. Ao invés do professor questionar o que
deve saber para ensinar, deveria perguntar “por que” e “como” ensinar e valorizar
o que o aluno possui em termos de conhecimentos.
24
Muitos problemas e mazelas que atualmente trazem preocupações ao
professor, poderiam ser evitadas se houvesse diálogo entre eles e seus alunos,
se o trabalho do profissional da educação fosse desenvolvido de forma
cooperativa, sendo a colaboração uma necessidade. O trabalho é da escola, pois
toda inovação externa está condenada ao fracasso. O ator principal é o educador,
a assessoria, como muitas instituições adotam, um mediador, um amigo crítico.
Considerando a questão da legislação brasileira que assegura ao professor
em serviço o direito de acesso à sua formação continuada. Moacyr Gadotti, 2005,
ressalta algumas exigências mínimas para que se ponha em prática esse direito;
dentre elas se destacam:
ü 4 horas semanais de encontros principalmente com os colegas e também
com especialistas de fora para reflexão da prática, compartilharem dúvidas
e objetivos alcançados;
ü Frequentar estudos regulares, sobretudo dentro das disciplinas de cada
professor;
ü Acesso à bibliografia atualizada;
ü Oportunidade de participação em congressos educacionais.
Assim, os educadores necessitam ter a consciência do seu papel na
sociedade, o de educarem para a humanidade. Logo, o processo de formação
inicial e continuada dos profissionais da educação possibilita a conquista de um
poder que estes nunca desfrutaram na sociedade, a qual é extremamente
favorável às mudanças.
A partir do momento em que se deseja mudanças, a prioridade é o
investimento nos educadores, pois além de serem os que animam e orientam os
alunos no processo de construção do conhecimento eles, sobretudo ajudam a
construir cidadania baseada na ética.
O investimento, portanto, deve ser permanente e valioso com encontros
prazerosos, valorizando suas opiniões, permitindo a atualização, a renovação da
prática, auxiliando os professores na reflexão e mudanças de hábitos, atitudes e
crenças, em busca de uma educação de qualidade.
Para tanto, é preciso preparar o professor e ajudá-lo a compreender e
analisar o próprio trabalho e sua prática. A formação dos educadores, deve
ocorrer em seu próprio local de trabalho, lembrando que há hoje um consenso
25
sobre a necessidade de considerar a prática docente como fonte de
conhecimento e se bem trabalhada e refletida criticamente, pode contribuir para o
sucesso do professor em sua formação continuada.
A unidade do grupo é essencial, não no sentido do pensamento único, mas
em haja uma interação e a troca de ideias, e possibilidade de crescimento do
trabalho, não existindo portanto, diferença de posições hierárquicas de decisões
entre os membros do grupo, mas uma relação de colaboração.
Para o sucesso, algumas condições são significativas de acordo com
Myrtes Alonso,2003:
ü Manter um clima de cordialidade, encorajamento (quando a pessoa
errar ou acertar), fortalecimento do sentimento de grupo,
partilhar ideias,
ü Estímulo e fortalecimento de lideranças, a troca de experiências,
trazendo contribuições, novos caminhos e alternativas;
ü Conhecer a legislação, seus limites e brechas, tornando o seu uso
proveitoso para a escola e para os objetivos educacionais;
ü Estimular o desenvolvimento de experiências e seu compartilhar como
o grupo;
ü Proporcionar aos docentes o acesso ás informações e conhecimentos
atuais, orientando leituras, dando referências e proporcionando
encontros com especialistas da área;
Para tanto, é necessário que as instituições escolares livrem-se do
autoritarismo que vigorou em épocas passadas e assuma o seu papel de
estimular e organizar de forma responsável, toda a comunidade escolar.
26
CAPÍTULO III – FORMAÇÃO CONTINUADA: UMA
EXPERIÊNCIA NO ESPAÇO ESCOLAR.
A sociedade contemporânea, vive momentos de muitas transformações
assistindo aos desencontros e sofrimentos o que muitas vezes leva à exclusão
do indivíduo, também dentro da escola. Porém, como educadores, o
posicionamento e a finalidade central deve sempre forcar-se no resgate dos
valores e na capacidade de sermos mais solidários, com o objetivo de trabalhar
com competência, por uma sociedade cada vez menos excludente, que eduque
cidadãos para um mundo viável. Sabendo que:
“a formação do profissional da educação exige uma sólida formação
humana que subsidie a formação de um novo homem para a construção
de uma sociedade humana, realizada e feliz” (FERREIRA, 2000, in:
AGUIAR E FERREIRA, p.20)
Faz-se necessária uma revisão de postura e a reavaliação nos
procedimentos das instituições, pois existem momentos em que a presença de
um assessoramento e o respaudo para as situações do cotidiano significam um
grande avanço para o trabalho a que se propõe a fazer.
O início do ano letivo, é um ótimo momento para planejamento e reflexão.
Portanto, iniciar com uma semana de capacitação de professores, de forma que
envolva toda a Equipe Pedagógica é interessante. Os professores retornam às
atividades, alguns novos chegam e necessitam conhecer a filosofia educativa
das instituições, com momentos de atualização e aprofundamento
psicopedagógico, palestras e seminários que possibilitem a troca de
experiências, sabendo-se que a finalidade é buscar caminhos para a inclusão
escolar, auxiliar o aluno a superar as dificuldades de aprendizagem e levá-lo a
uma possibilidade de sucesso. Além disso, é uma ótima oportunidade para
adicionar de iniciativas para promover a participação e/ou a reavaliação do
Projeto Político Pedagógico.
Os Conselhos de Classe, são outros momentos que podem ser úteis para
esse fim pela determinação de seus objetivos, poderão se constituir em centros
27
de estudos pertinentes às dificuldades detectadas pela diagnose feita ao longo do
período.
A partir dessa compeensão, foi possível a elaboração e a organização para
que o Projeto de Capacitação fosse realizado dentro do Colégio Batista Shepard,
uma escola da rede privada, localizado na zona norte do Rio de Janeiro, que
atende um público de classe média. Todo o seu quadro de professores, desde a
Educação Infantil até o Ensino Médio, participou.
Os encontros aconteceram no período de retorno dos educadores às
atividades, em janeiro, ao longo de uma semana. A experiência realizada, dentro
do espaço escolar com uma equipe multidisciplinar, dividida em pequenos
grupos, que trouxeram assuntos bastante pertinentes como o estudo sobre os
teóricos da educação, Vygostky, Piaget, Wallon, Paulo Freire e Reuven
Feuerstein. Criou-se assim, a possibilidade de questionamentos e a discussão
sobre como se dá o processo ensino/aprendizagem, seus obstáculos e
possibilidades. As mudanças são de suma importância na atuação da área
pedagógica para a solução de problemas que podem ocorrer dentro de todo o
processo.
O desejo de compreesão dos professores em relação ao seu trabalho e o
seu comportamento diante do erro e consequentemente do fracasso de seu
aluno, aliado à busca de estratégias que tornem possível a aprendizagem,
capacitando alunos para que se tornem cidadãos críticos e que contribuam com a
construção de uma sociedade melhor, foi o mote de todo o Projeto.
Para enriquecer ainda mais o trabalho, ressaltando a importância da
existência de um projeto de Formação Continuada de Professores e também
como se dá a sua participação no processo dentro do contexto escolar, além do
planejamento e acompanhamento de um projeto de capacitação, tornou-se
necessário algumas entrevistas com os educadores que vivenciaram essa
proposta, dentro da escola e os desafios que surgem diariamente.
A partir daí, formou-se um grupo focal, composto por seis professores,
com o curso de graduação completo, atuando no ensino fundamental I e
fundamental II, há pelo menos três anos. Todos trabalham na mesma Instituição.
No entanto, alguns dividem a sua carga horária em outras escolas pertencentes
à rede pública, situadas em diferentes bairros da zona norte, na cidade do Rio de
28
Janeiro, com realidades bem distintas e diferente do que se vive no Colégio
Batista.
A realização do trabalho, consistiu basicamente em ouvir as histórias de
vida dos educadores, suas angústias e suas expectativas. Enfim, dando-lhes a
oportunidade de externarem os seus sentimentos. E ainda, possibilitando a
discussão da importância da formação inicial e continuada do professor, os seus
aspectos positivos e negativos. Levando-se em conta as suas experiências e o
cotidiano dentro da sala de aula e consequentemente, além do relato de
situações nas quais deparam-se muitas vezes com problemas e necessidades
diversas dos alunos, exigindo assim a sua atenção e ações que visem o
encaminhamento para uma possível solução do problema. Tendo sempre em
mente o fato de que o extraordinário trabalho que realizam e da grande admiração
que toda a sociedade deve ter pela profissão por eles escolhida. Sempre com a
certeza de que a educação é uma tarefa árdua e urgente pois trata-se da busca
incessante do ser humano pelo seu desenvolvimento com a finalidade do saber
crítico.
Para contextualizar, no início da conversa com o grupo, foram ouvidas as
narrativas trazendo consigo algumas preocupações. Foram relatos individuais, a
partir do momento em que decidiram se tornarem professores. Contudo, houve
uma percepção daqueles profissionais de que não seria possível apenas com a
formação que possuíam, execer satisfatoriamente as suas atividades. Os erros e
as contradições muitas vezes irrevessíveis, fizeram com que alguns dos
indivíduos envolvidos em determinadas situações, sofressem danos que poderiam
criar barreiras difíceis de transpor, impossibilitando assim o processo
ensino/aprendizagem e finalmente afastando-os do convívio escolar. Havia a
necessidade de um aprofundamento, tendo em face as especificidades dos
alunos e as urgentes intervenções de um profissional competente para cada
caso que se apresentava.
Com a ajuda de outros profissionais da Escola, a Equipe Técnico
Pedagógica, a medida em que as dificuldades surgiam, eram tomadas algumas
medidas, buscando-se em primeiro lugar, a parceria da família o que muitas
vezes, é difícil diante da situação apresentada e a recusa em aceitar a sugestão
de um encaminhamento ao especialista. No entanto, prosseguiram afirmando
29
que, apesar de tudo, possuíam um profundo amor pela profissão e a relevância
de se buscar sempre participando de processos de capacitação, como um suporte
para o profissional.
Também houve a possibilidade de discutir sobre o trabalho visando a
preparação e a melhoria das suas condições, sendo essas iniciativas
fundamentais para o bom desempenho dos professores. Conforme a afirmativa
de alguns: “Foi muito interessante o trabalho e tais ações me fizeram sentir a
responsabilidade de retribuir toda a confiança e a valorização profissional
recebidas”.
Apresentadas as questões aos professores em relação aos problemas
que poderiam identificar e também o porquê da distância entre os cursos de
formação de professores e a realidade da prática dentro do cotidiano escolar,
afirmou-se que : “Na teoria, o que se aprende no curso de pedagogia é muito
diferente. No curso de pedagogia aprende-se todas as teorias e que na prática,
as situações são muito singulares. Quando se chega na sala de aula, o que
deve-se fazer para aquelas crianças estejam atentas ao que se está
ensinando?”
A Escola lida com seres humanos não existe um modelo de como prever
as diversas situações que surgem. As teorias são conhecidas, porém nem sempre
a oportunidade de praticá-las faz parte da realidade. As descobertas e as
provocações que acontecem dentro das universidades são essenciais, porém as
informações e novas descobertas acontecem de maneira muito rápida e exige-se
então do profissional uma busca incessante de atualização. Para isso, a escola
representada por sua equipe técnico-pedagógica, também precisa saber
identificar essa inegável necessidade e viabilizar para que as oportunidades
aconteçam de forma prazerosa e que contribua para o orientação e preparo de
seus professores sem, contudo, sobrecarregá-los.
Em outro momento, durante a entrevista, discutiu-se sobre a inexistência
das ações adotadas em cada uma das Instituições onde atuam e caso existiram,
como foram articuladas, os pontos fortes e fracos da Formação Continuada que
poderiam ser destacados.
Alguns exemplos de realização foram citados como o “Fórum de
Educação” com os próprios professores da Instituição e trabalhos que foram
30
apresentados pelos grupos de interesse, foram muito valorizados e tiveram uma
contribuição muito positiva para a prática docente e o crescimento pessoal dos
mesmos.
Outro exemplo lembrado foi que, em anos anteriores aconteceram visitas
de profissionais, de diferentes àreas, convidados pela Escola, como advogados,
psicólogos, psicopedagogos e outros, trazendo com isso novas descobertas e
ainda oficinas que foram desenvolvidas. Momentos importantes ocorreram, como
palestras sobre avaliação, questões jurídicas e diversos assuntos relacionados à
reflexão sobre a prática.
Dentre esse grupo, existem alguns que, como dito anteriormente, lecionam
em escolas do município onde existe um grupo de interesse que se reúne um vez
por mês. No entanto, existe uma falta de suporte para o professor, aumentando
o seu sentimento de fracasso. Ainda nessas escolas, dentre os pontos fracos
destacam-se algumas reclamações mais recorrentes dentro da fala de alguns;
pois muitos problemas somente são detectados no final do ano letivo, trazendo
prejuízos para todos. Os recursos tecnológicos praticamente não existem e a
comunidade escolar vive em condições extremamente precárias.
A cobrança dos pais e responsáveis em relação aos resultados
quantitativos dos alunos ou seja, na realidade, não há a preocupação em relação
à qualidade ponto que traz preocupação ao profissional e o trabalho que
desempenha, seria outro motivo de atenção.
Aos professores, muitas vezes, falta o interesse e a motivação pela
atualização, item que muitos profissionais de outras áreas procuram. Sendo esse
um fator que depende muito do incentivo da direção e da preocupação de
investir na formação de seus profissionais, tornando-se um ponto fundamental.
Na escola o trabalho deve ser coletivo, conforme a fala de alguns
professores: “Isso é essencial para que o trabalho de sucesso aconteça. Todos
são responsáveis.”
A preocupação de diagnosticar deve ser uma constante, porém com muita
responsabilidade. Um fator essencial, são as reuniões quinzenais para
avaliação. Sobre isso, comentaram os docentes: “É muito importante que se pare
sempre que possível para avaliar o trabalho que está sendo realizado. Assim, se
obtém respaudo para que o processo se desenvolva.” .
31
Ao encerrar as atividades, pôde-se observar que nitidamente foram
momentos de ganhos incomparáveis, uma importante experiência profissional,
além de uma grande oportunidade de troca de conhecimentos em um momento
ímpar na trajetória acadêmica marcado por narrativas tão ricas e significativas.
É importante ressaltar que não cabe ao professor o parecer sobre a real
necessidade do aluno, no entanto o que destaca-se é a importância de estar bem
informado para que o profissional qualificado atue no momento certo e de forma
eficaz. Para tanto, faz-se necessário compartilhar, como fez Isabel Parolin, 2005:
...quero compartilhar com os professores a profunda crença que
ser mestre é muito mais do que aprender ou ensinar. Ser
professor é viver a possibilidade de poder construir e reconstruir
pessoas e formas diferentes e competentes de viver e conviver. À
medida que trabalhamos nessa construção, nos construímos,
melhoramos o mundo e nos fazemos parceiros. O movimento
contínuo de aprender, de ensinar e de aprender, além de
prazeroso, torna-se necessário e urgente... Como viver!
(PAROLIN, 2005,p.156).
32
CONCLUSÃO
O mundo vem enfrentando o crescimento progressivo de dificuldades
ligadas ao cotidiano das sociedades que oportunizam a eclosão de um conjunto
de fatores que revoltam e aviltam toda a espécie humana.
A percepção de insegurança que percorre a realidade, remete à qualidade
das relações inter-pessoais, às manifestações de violência, delinquência ,
agressividade e insensibilidade em relação aos direitos do outro e às regras de
convivência, violados dia após dia, aspectos que traduzem a proliferação e
instauração do sentimento de individualidade de uma sociedade que acentua a
desigualdade, em virtude da vulnerabilidade dos “mais fracos” que representam a
maioria da população, onde a impunidade e a desordem social levam o cidadão a
perder a crença e a esperança de ver tudo mudar, e principalmente , o faz perder
a auto-estima e acreditar que nada pode e nem deve fazer para transformar esse
quadro.
Sendo assim, as apreciações diante do desenvolvimento desse trabalho,
procuram ressaltar o indiscutível valor do Professor e da sua Formação
Continuada, pois sendo eles profissionais por excelência, a sua formação inicial
e contínua são fatores que merecem mais atenção.
A atuação do professor se dá não somente no aspecto intelectual de seu
aluno, mas principalmente nos aspetos político, social, ético e afetivo, sendo o
seu papel privilegiado e o seu ofício de extrema responsabilidade.
A busca pela atualização deve ser incansável bem como a participação em
eventos que tragam benefícios para o crescimento através da reflexão que deve
ser estimulada, e assim abram caminhos para a prática docente. É importante
que se tenha em mente que o objetivo principal é uma ação mais eficaz em sala
de aula, o compromisso com a formação do cidadão. Nesse aspecto, Rubem
Alves faz uma comparação muito interessante entre a construção de uma casa e
a construção de um país, sendo o desejo o início de tudo e que dá origem ao
sonho. Entretanto, não podemos construir algo apenas sonhando, é aí que a
inteligência age como dinamite que tornará o sonho em realidade. A educação
33
tem como missão a formação do povo que a partir do momento em que
compartilham seus sonhos e constroem o país.
O Brasil possui Leis que direcionam nesse sentido e alguns exemplos
devem ser destacados, tais como O Estatuto da Criança e Adolescente que deixa
claro o direito de acesso à educação tendo como principal a qualificação
profissional e o exercício da cidadania.
A Lei de Diretrizes e Bases 9394/96, é clara quanto ao papel que cabe à
família e ao Estado em relação ao desenvolvimento da criança sob a sua
responsabilidade.
Existem também outros artigos dentro da LDBN que propõem a valorização
dos docentes e o incentivo às universidades e centros de formação desses
profissionais com a finalidade do desenvolvimento intelectual e a sua valorização.
Sobre essa temática tão polêmica, o que se pode considerar é que mesmo
antes da legislação, existe a questão ética do educador diante das necessidades
de uma sociedade tão carente de novas perspectivas e de bons exemplos a
serem seguidos. A qualidade da atuação do professor nesse momento é
fundamental.
A história da educação no Brasil, traz à lembrança o processo de
catequização dos índios pelos padres jesuítas, responsáveis pela implantação
dos hábitos da leitura e da escrita daqueles primeiros habitantes de nosso país.
Os jesuítas foram os primeiros a implantarem em terras brasileiras,
colégios que visavam a preparação intelectual da elite colonial, enquanto eram
excluídos desse contexto os negros, os índios e os mestiços que deveriam
executar o trabalho braçal.
Com a expulsão dos jesuítas, as aulas régias foram implementadas o que
causou uma fragmentação do ensino.
Já com a chegada da família real ao Brasil, em 1808, houve uma série de
transformações na área intelectual principalmente e em 1827, uma organização
docente no país.
No ano de 1835, na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro surgiu a primeira
Escola Normal com a finalidade de melhorar a prática docente. Mais tarde, no ano
de 1880, já na cidade de São Paulo, o curso teve o seu período de duração
estendido para três anos ao invés de dois como anteriormente.
34
Percebe-se que a educação na época era um meio de controle do povo e
os educadores na verdade, não tinham a disponibilidade de recursos que
levassem o povo à reflexão das questões sociais e políticas daquela época.
Nesse momento é importante traçar um paralelo entre o que acontecia naquela
época e os cursos de formação de professores nos dias atuais, que muito pouco
contribuem e até mesmo desvalorizam o papel do docente. Dentro dessa
afirmação destaca-se a falta de preparo que muitos educadores chegam às
escolas e desconhecendo a realidade, são incapazes de articular bem os
ensinamentos necessários.
Lamentavelmente a população mais carente e mais necessitada, não
possui o direito de acesso à educação de qualidade, onde professores, em sua
maioria com salários aviltantes e consequentemente desmotivados, acomodados
e como o restante do povo com o acesso restrito à uma formação com qualidade.
Todos esses fatores promovem a exclusão, deixando muitos alunos para trás.
A partir da obrigatoriedade prevista na LDB 9394/96, sobre o curso superior
que possibilitou o surgimento dos Institutos Superiores de Educação. Nessas
Instituições são oferecidos o Curso Normal Superior para a formação de
profissionais para atuarem na educação infantil e na educação fundamental. O
que deve-se atentar é quanto à necessidade de questionamento do docente
diante das verdades que lhe são apresentadas, ao invés de apenas reproduzi-las.
A deficiência que existe em algumas disciplinas, tais como filosofia e
sociologia que passaram a serem obrigatórias. No entanto, existe a falta de
profissionais gabaritados para assumirem os cargos em escolas de ensino médio.
O fato é que muitos desses profissionais perderam o interesse pela profissão e
preferem atuar em áreas que tragam maiores benefícios e os satisfaçam mais.
Existe no Brasil, uma defasagem grande de professores em todas as
áreas devido às péssimas condições de trabalho, salários incompatíveis e falta de
investimentos e infra-estrutura nas escolas.
Alguns autores trazem reflexões bastante interessantes sobre o tema da
Formação Continuada de Professores e sugerem que o professor deveria saber
“como” e “por que” ensinar, devendo haver diálogo e a preocupação em ouvir os
alunos, na realidade o processo ensino-aprendizagem deve acontecer de forma
35
prazerosa, fato que só será possível ao se estabelecer uma parceria entre
professor e aluno.
A necessidade de encontros periódicos entre professores e mesmo com
outros especialistas para uma reflexão sobre a prática e o compartilhamento de
questões e alvos a serem atingidos, a luta por salários decentes, acesso aos
livros, melhoria da infra-estrutura das escolas, conhecimento da legislação vigente
e o trabalho em equipe, são alguns elementos que destacam-se para que o
trabalho se desenvolva com satisfação. Entretanto, todo esse esforço deve estar
aliado à conscientização e ao desejo de diminuir as desigualdades e as exclusões
em uma sociedade tão cruel.
Diante de toda a observação através da leitura e da pesquisa
bibliográfica, merece destaque o encontro com alguns professores que atuam em
diferentes cenários e como as suas narrativas trazem profunda admiração pela
dedicação à profissão de educadores e a responsabilidade que possuem apesar
das condições muitas vezes adversas que enfrentam. A partir da investigação
percebe-se as dificuldades de investimentos financeiros e do esforço de cada um
diante dos desafios em dar continuidade à sua formação profissional. Isso
significa dizer que professores concordam que a sua formação inicial não foi
suficiente para que pudessem atuar de forma eficaz dentro de uma escola. Sendo
necessário o permanente desenvolvimento profissional, ampliando os saberes
tecidos na prática pedagógica.
A avaliação do processo de contínua atualização é um outra questão
relevante pois sendo o trabalho coletivo, a troca de experiências e dos dilemas
vividos é valiosíssima. O pensamento de professores como formadores de seus
companheiros é real, já que nesses momentos acontecem as oportunidades de se
adquirir ideias e novidades para a prática docente.
Pode-se perceber a emoção dos professores ao se lembrarem de suas
trajetórias profissionais e pessoais de vida, favorecendo a constituição de um
profissional autônomo, reflexivo, crítico e colaborador. A partir desse crescimento,
é possível proporcionar melhores resultados para os alunos.
Há necessidade de coragem para transformar, de atividade para fazer e
desfazer, de reflexão sobre o que está à frente, numa visão mais humana,
36
solidária, ética, justa, sincera, verdadeira, democrática, digna... Uma percepção
do mundo como um todo e do ser humano em sua essência.
37
BIBLIOGRAFIA
ALVES, Rubem. Conversas sobre Educação. Campinas: Verus Editora, 2003.
ALONSO, Myrtes. A supervisão e o desenvolvimento profissional do professor. In: FERREIRA, Naura Syria C. (org.) Supervisão educacional para uma escolade qualidade da formação à ação – São Paulo: Cortez, 2003. FERREIRA, Naura Syria Carapeto. AGUIAR, Márcia Ângela da S. (orgs.). Para onde vão a orentação e a supervisão educacional? Campinas: Papirus, 2002. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. IMBERNÓN, Francisco. Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. São Paulo: Cortez, 2000. LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos: inquietaações e buscas. Curitiba, Educar, nº 17, p. 153-176. Editora UFPR, 2001. MARTINS, V. Decálogo do bom professor. Revista profissão Mestre, nº 26, p.24-25. Nov. 2001. NÓVOA, A. O passado e o presente dos professores. In: NÓVOA, A. (org). Profissão professor. Porto: Porto, 1992. PAROLIN, Isabel – Professores formadores: a relação entre família, a escola e a aprendizagem. Curitiba: Positivo, 2005. RIBEIRO, Maria Luisa Santos. História da educação brasileira: a organização escolar. 15ª ed. Ver. E Ampl. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 1998. RIO DE JANEIRO, Lei de Diretrizes e Bases, Lei nº 9.394, de 20 de deembro de 1996. RIOS, T.A. Ética e competência. São Paulo: Cortes, 1995.
SCHUELER, Alessandra F.M. – Crianças Desvalidas, Indígenas e Negras no Brasil – Cenas da Colônia, do Império e da República. Rio de Janeiro: Editora Universitária Santa Úrsula, 2000.
38
SILVA, Armando Cavanza. Diálogos Pertinentes. Perfil do professor realizado profissionalmente. Franca: 2005.
39
WEBGRAFIA BARBOSA, Fabiana Andréa. Formação de professores: Uma História de Descaso e Dificuldades. Disponível em: www.mestradoeducacao/vpedagogiaemdebate.br. Acesso em:20/10/2010 Hora: 20h45
40
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
A FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR 12
CAPÍTULO II
HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UMA FALTA DE ATENÇÃO
DA HISTÓRIA 18
2.1 – Formação Continuada de Professores: Algumas Ideias 23
CAPÍTULO III
FORMAÇÃO CONTINUADA: UMA EXPERIÊNCIA NO ESPAÇO ESCOLAR 26
CONCLUSÃO 32
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 37
WEBGRAFIA 39
ÍNDICE 40
FOLHA DE AVALIAÇÃO 41