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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
EDUCAÇÃO, REALIDADE E DESAFIOS NA ESCOLA DE HOJE:
SÍNDROME DE DOWN - UMA VIDA A FLORESCER.
POR
LUCINÉIA BORGES BREIA
ORIENTAÇÃO: PROFª. ANA PAULA LETTIERI FULCO, MS.
RIO DE JANEIRO
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2007
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO, REALIDADE E DESAFIOS NA ESCOLA DE HOJE:
SÍNDROME DE DOWN - UMA VIDA A FLORESCER.
Monografia apresentada a Universidade Candido
Mendes — Instituto a Vez do Mestre — como parte
dos requisitos para a obtenção do grau de
Especialista em Psicopedagogia.
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2007
AGRADECIMENTOS
Pela oportunidade que Deus tem me dado, no decorrer da minha
caminhada, pois tenho alcançado patamares nunca antes sonhados.
.Aos mestres que contribuíram para o aprimoramento deste processo de
aprendizagem, os quais foram essenciais para a fomentação do conhecimento
adquirido. Com admiração e respeito a estas mulheres maravilhosas, Ana Paula,
Maria Cristina, Sheila Rocha, Marta Relvas, Eveline Carrano, Carol Kwee.
Agradeço a todas as minhas amigas deste curso, pois em momentos difíceis
me ajudaram e me apoiaram a seguir em frente; a estas mulheres especiais muito
obrigada.
.Agradecimento especial a 屯Bailarina Especial惇 Aline Favaro Tomaz da Silva
e seus pais, por permitirem que sua história seja desvendada através do livro 屯A
Eficiência na Deficiência惇.
Agradecimento especial a todos os Portadores de Síndrome de Down, por
fazerem parte do meu universo e aos meus amigos(as).
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DEDICATÓRIA
Dedico a meu filho Christian Luiz e a minha mãe
Lia Dalva, meus grandes amores, por estarem
sempre a meu lado incentivando-me com amor,
acreditando na minha capacidade.
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Dedico a Elder Dória, um companheiro - amigo;
dedico, ainda, a uma pessoa muito especial,
minha filha-nora Juliana Nunes, que me dará em
breve meus netos Pedro e Júlia; as minhas
afilhadas Lya Lochayne, Mayhara Louyse,
Priscila, meu sobrinho-filho Allan Dayvidson; meus
irmãos e cunhadas; a todas as minhas amigas
(os).
Dedico ainda ao meu padrasto Roberto de Frias
por tudo que fez por mim.
E, finalmente, dedico a mim, pois apesar de tantos
desafios, venci.
Lucinéia Borges Breia
屯Ao negar o outro, nega também aquilo que
nele poderá vir a ser. Negar a utopia como sendo
a esperança de um sonho realizável: o do
docente, de ensinar aprendendo e o do discente
de aprender ensinando.
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Ao afastar aquele aluno diferente, isto é, o
portador de necessidades educativas especiais,
opta por deixar de buscar os caminhos
alternativos para a inclusão de ambos: do aluno e
da professora.
Pensar, olhar e sonhar de forma plural,
ensejando múltiplos saberes, desconstruindo
lições petrificadas por pedagogias obsoletas, e
uma urgência. Urge despir-se destas,
reaprendendo a olhar para criar uma nova ética
que se opõe à falta de cuidado, ao descuido, ao
descaso e ao abandono (...). Assim a ternura
irrompe quando o sujeito se descentra de si
mesmo, sai na direção do outro, sente o outro
como o outro, participa de sua existência deixa-se
tocar pela sua história de vida. O outro marca o
sujeito. Este demora-se no outro não pelas
sensações que lhe produz, mas por amor, pelo
apreço de sua diferença e pela valorização de sua
vida e luta惇. (Boff, 1999, p. 28 e 118)
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RESUMO
O objetivo desta pesquisa científica foi a de proporcionar a todos aqueles que a
lerem, entrarem no universo do portador de Síndrome de Down, para conhecerem não
só o que se refere à falha genética mas, principalmente, perceber que a partir de
leituras e pesquisas propostas neste trabalho, apresentar ao leitor um conhecimento
mais profundo sobre os portadores de S.D., de suas habilidades, limitações, mas fazer
do afeto, do amor, a maior intervenção, enfatizando a importância da família neste
processo, da escola, onde juntos construirão na escola de hoje, uma educação voltada
para o grande desafio da inclusão de todos os alunos, inclusive os portadores de
necessidades educativas especiais. Será enfatizado a proeminência da estimulação
precoce (a estimulação é importantíssima para o desenvolvimento motor que é à base
da aprendizagem), do cuidado com amor, respeitando os limites desses seres
especiais, os quais temos muito que aprender com eles, porém, temos muito a
colaborar através da prática cotidiana, aumentando a possibilidade da intervenção
psicopedagógica, objetivando aprimorar o desenvolvimento do ensino-aprendizagem,
pois todos os seres têm capacidade de vencer suas dificuldades, e evoluir no que se
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concerne nas funções específicas da fala, da linguagem, da percepção, da
internalização do conceito de tempo e espaço, de organização de atos cognitivos, já
que eles têm dificuldades em resolver problemas e encontrar soluções sozinhas. A
sociedade está rumando para a integração, entretanto ainda precisamos vencer as
barreiras do preconceito e da aceitação do outro, seja qual for à diferença, afinal, todos
nós temos direito ao conhecimento; a crescermos para que possamos florescer e
revelar o melhor que cada um dentro de si, assim, promovendo a integração social,
cultural, artística, onde o lúdico, a música, a arte façam com que se desenvolvam no
cotidiano desses portadores de necessidades especiais a capacidade de expressão,
autonomia, trabalho em equipe, possibilitando nessa busca reveladora onde excede os
limites do saber, abrangendo totalmente o ser, saindo da utopia, para a real
transformação, que desafia a instituição escolar, a família, a sociedade a alcançar a
possibilidade da ação transformadora, onde a integração de todos, vençam as barreiras
do preconceito e da aceitação de si mesmo e do outro, com respeito, cuidado e amor,
só assim as barreiras serão derrubadas e aprenderemos a conviver com os portadores
de necessidades especiais, e com eles aprenderemos a viver plenamente,
especialmente com os portadores de S.D., que é o objeto deste estudo, que nos faz
acreditar que estas vidas irão florescer.
METODOLOGIA
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Pesquisando o objeto desse estudo, através de livros, revistas, internet, etc,
além de buscar orientações, vivências com profissionais capacitados e acima de
tudo ter o contato com o portador da S.D.
SUMÁRIO
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Introdução 10
Capítulo I: Conhecendo a Síndrome de Down 12
1.1 - Breve histórico sobre a Síndrome de Down
12
1.2 - A etiologia da Síndrome de Down 13
1.2.1 - A Trissomia Livre do Cromossomo 21 13
1.2.2 - A Translocação 14
1.2.3 - O Mosaicismo 14
1.3 - Características principais dos portadores da Síndrome de Down
15
1.4 - Enfocando a estimulação precoce 15
Capítulo II: Avaliando o portador de Síndrome de Down 18
2.1 - Avaliação psicológica
18
2.2 - Avaliação neuropsicológica 19
2.3 - O exame neurológico 20
Capítulo III: Educação Inclusiva e o portador de Síndrome de Down
22
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3.1 - Política Nacional - Pressupostos legais
22
3.2 - As dificuldades de aprendizagem do portador de Síndrome de Down
25
3.3 - A intervenção psicopedagógica
26
3.3.1 - A importância do envolvimento familiar 27
3.3.2 - Proposta educacional para o portador de Síndrome de Down
29
3.3.3 - O Brinquedo e a Brincadeira 30
Conclusão 33
Referências Bibliográficas 37
Referências Iconográficas 39
Anexos I - Atividades Culturais 41
Anexos II- Folha de Avaliação 45
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INTRODUÇÃO
Falar de Educação Especial é algo que em pleno século XXI, ainda gera
polêmica, pois a imagem do passado ainda está na mente das pessoas
preconceituosas. Há algum tempo que a autora deseja expandir suas pesquisas
sobre o portador da S.D., pois ao longo de sua vida acadêmica participou de cursos
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de extensão sobre Educação Especial, na qual discutiu-se muito sobre o processo
de inclusão educacional e social dos portadores de necessidades educacionais
especiais. Alguns abrangeram todas as deficiências e outro sobre deficiência mental.
Como a Psicopedagogia propiciou-me pesquisar sobre o objeto desta
investigação com olhar pedagógico, voltando-se também para a área social,
neurológica, psicológica, enfim ampliando e enriquecendo esta pesquisa com
pluralidade de saberes. Convido o leitor a entrar no universo do meu objeto de
estudo, que é o portador da S.D., onde conheceremos melhor a naturalidade de
expressão, a simpatia, o carisma, etc, onde serão investigadas as dificuldades de
aprendizagem, os distúrbios de conduta, a problemática de sua interação completa,
mas não esgotam o quadro da educação do aluno com S.D., pois não podemos
esquecer que cada um tem seu limite; respeitar o tempo de cada um é primordial.
Temos que ter um olhar esperançoso e acreditar que com habilidade, amor,
competência, estimulação...Poderemos proporcionar-lhes um grande
desenvolvimento. Esse ser irá florescer através da oportunidade dada ao mesmo,
pois não podemos negar o direito à aquisição da aprendizagem que o levará ao
conhecimento. Contudo a estimulação será importantíssima ao desenvolvimento
motor, que é à base da aprendizagem que juntamente com a integração dos
processos neurológicos, harmonizarão a evolução de funções específicas como
linguagem, percepção, internalização do conceito de tempo e espaço, de
organização de atos cognitivos, já que o portador de S.D. tem dificuldade no
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desenvolvimento da fala e linguagem e em resolver problemas e encontrar soluções
sozinho.
Nesse trabalho de pesquisa científica a autora passará por abordagens
neurológicas, psicológicas, anatômicas, pedagógicas e pressupostos legais, tendo
como objetivo enriquecer e ampliar o campo de estudo; priorizando o enfoque
psicopedagógico que surge com a necessidade de um melhor entendimento do
processo de aprendizagem, necessidade essa que há quase 80 anos, Alfred Adler,
sugeriu a criação da área que hoje chamamos de Psicopedagogia, sendo um dos
precursores da Psicopedagogia.
屯O termo Psicopedagogia distingue-se em três conotações: como
uma prática, como um campo de investigação do ato de aprender e
como (pretende-se) um saber científico.惇 (Bossa, 1994).
É um novo olhar para as dificuldades e para o infinito que precisamos
recorrer e colocar em prática sem deixar de considerar, a proeminência de liberar o
potencial da aprendizagem e a expressão criativa de cada aluno, excepcionalmente
dos portadores de Síndrome de Down.
Em homenagem a Helena Antipoff, uma grande mulher, uma professora
desbravadora, que dedicou-se a Educação Especial, deixo suas marcas através da
sua própria fala.
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屯O que ainda me preocupa é a harmonia entre os homens, a confiança
e o respeito que deve existir entre todos aqueles que, convivendo,
constroem o presente e o futuro. Gostaria de ver, nesse conjunto de
pessoas 突 desde a portadora de deficiência mais profunda à mais talentosa,
da mais desajustada à mais integrada 突 todas irmanadas e membros de
uma só família, ajudando-se e respeitando-se.惇 ( Antipoff, 1995, p.5 )
CAPÍTULO I 椴 CONHECENDO A SÍNDROME DE DOWN
I.1 - FALANDO BREVEMENTE SOBRE O HISTÓRICO DA SÍNDROME
DE DOWN.
Desde a antiguidade, que as pessoas são perseguidas e mortas. Tantos são
os motivos: religião, poderio, doenças, etc.
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Havia na Grécia uma lei espartana que dizia: deveriam ser mortos, os
deficientes físicos e mentais. Na idade media os deficientes mentais eram
considerados filhos do demônio.
Esculturas dos Olmec, que viveram no México entre 15000 A.c. e 300 D. c.
são as primeiras evidências do conhecimento da Síndrome de Down. Após este
período é difícil encontrar nas artes algo que sugira o seu conhecimento, até o
século XX. Existem controvérsias se algumas pinturas entre os séculos XIV e XVI
representam pessoas com Síndrome de Down.
Voltando especificamente a falar da S.D., a mesma foi caracterizada pela
primeira vez pelo médico John Langdon Down, em 1866, que descreveu alguns dos
traços característicos das pessoas com S.D., denominado de idiotia mongolóide.
Que influenciado pelo racismo, denominou mongolóides, aqueles indivíduos com o
grupo de características observadas, nome nunca utilizado na Rússia, território de
origem da raça mongol. Lá eles eram chamados de 屯 Downs惇.
Em face da discordância quanto ao termo, considerado como ofensivo tanto
por pesquisadores orientais como por pais de pacientes ocidentais, bem como pela
delegação da Mongólia junto à Organização Mundial de Saúde, a denominação
mongolismo foi excluída da Revista Lancet em 1964, das publicações da OMS em
1965 e do Index Medicus em 1975. Hoje este termo é considerado arcaico.
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Termos pejorativos foram criados, mostrando visivelmente o olhar
preconceituoso que considerava como retardada e incapaz, o portador de S.D.
Séculos passaram e hoje em pleno século XXI, ainda vemos humanos que usam
termos rotulativos, para se referirem aos sindrômicos. Pouco evoluímos apesar de
leis assegurarem o direito a todos os portadores de necessidades educativas
especiais.
I.2 - A ETIOLOGIA DA SÍNDROME DE DOWN
A Síndrome de Down e decorrente de uma alteração genética, ocorrida
durante ou imediatamente após a concepção. A alteração genética se caracteriza
pela presença a mais do cromossomo 21, ou seja, ao invés do indivíduo apresentar
dois cromossomos 21, possui três. Esta alteração denominou-se trissomia simples.
No inicio da década de 1930, alguns médicos suspeitavam que a síndrome
poderia ser o resultado de um problema cromossômico. Somente em 1956,
permitiram que os cientistas estudassem melhor os cromossomos e descobrissem
que, ao invés dos presumíveis 48 cromossomos, havia 46 em cada célula humana
normal. Três anos mais tarde, Lejeune observou que as crianças com a síndrome
possuíam um cromossomo a mais ao que levou ao termo trissomia.
A solicitação do estudo cromossômico é uma etapa essencial para o
diagnóstico da Síndrome de Down. Embora seja possível o diagnóstico clínico, o
resultado do estudo cromossômico é importantíssimo para o aconselhamento
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genético e ajuda aos pais a aceitarem o diagnóstico e superarem a fase de negação
que geralmente ocorre após a transmissão do diagnóstico.
O estudo cromossômico geralmente apresenta um dos seguintes
resultados:
1.2.1 - A TRISSOMIA LIVRE DO CROMOSSOMO 21.
Cariótipos: 47, XY, + 21; ou 47, XX, + 21.
Nestes casos, os pacientes apresentam em todas as suas células 47
cromossomos e não 46 e o cromossomo extra é do par 21. Ocorre por acidente
genético e em mais de 80% dos casos se deve a uma disjunção cromossômica na
meiose materna. O fator de risco conhecido que mais se associa a este acidente é a
idade materna elevada ( idade maior que 35 anos). No entanto, como o número de
mulheres jovens que têm filhos é maior, a maioria dos pacientes Down com
trissomia livre são filhos de mães jovens. Como se deve a um acidente genético, não
é familiar e o risco de recorrência em futura gravidez do casal é de 1 a 2%.
Este cariótipo é encontrado em aproximadamente 92% dos casos de
Síndrome de Down.
A trissomia do cromossomo 21 foi a primeira anomalia cromossômica
detectada na espécie humana. No entanto, podemos encontrar outras alterações
genéticas, que causam a S.D. Estas são decorrentes de outros problemas
cromossômicos: a translocação e o mosaicismo.
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1.2.2 突 A TRANSLOCACÃO.
Cariótipos: 46, XY, T(..., 21); ou 46, XX, t(..., 21).
Nestes casos, o paciente apresenta o número normal de cromossomos (46)
em todas as suas células. No entanto, ele tem um pedaço a mais do cromossomo 21
aderido a um outro cromossomo. Assim, trata-se de uma trissomia parcial e não de
uma trissomia completa. O cromossomo extra se fixa a um outro cromossomo. Os
cromossomos que mais freqüentemente se encontram aderidos ao cromossomo 21
nos casos de translocação são os acrocêntricos: 13, 14, 15, o próprio 21 e o 22.
Na maioria das vezes isto representa um evento novo ( por acidente). No
entanto, o pai ou a mãe podem ser portadores de uma translocação balanceada
envolvendo o cromossomo 21 e o risco de recorrência pode ser muito maior que o
da trissomia livre. Por isso, é indispensável que seja solicitado também os estudos
cromossômicos dos pais e caso um deles seja portador da mesma, outros familiares
devem ser estudados para identificar quem mais tem risco aumentado de ter filhos
afetados.
O risco de recorrência depende do cromossomo envolvido e do genitor
portador da translocação. Assim, nestes casos é melhor que o aconselhamento
genético seja feito por um geneticista ou por um médico experiente em fazê-lo.
Este cariótipo é encontrado em aproximadamente 5% dos casos de
Síndrome de Down.
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1.2.3 突 O MOSAICISMO.
Cariótipos: 46, XY / 47, +21; ou XX / 47, + 21.
Nestes casos algumas células exibem cariótipos normais e outras trissomia
livre do cromossomo 21. Estes casos ocorrem por acidente genético e também não
familiares. Geralmente eles se devem a uma falha na divisão celular de alguma
linhagem de células, após a formação do zigoto, com isso algumas células têm 46
cromossomos e outras apresentam 47 cromossomos. Os estudos persistem, pois,
ainda não se sabe porquê dos cromossomos não se separarem corretamente e das
células não se dividirem de forma adequada.
Este cariótipo é encontrado em aproximadamente 3% dos casos de
Síndrome de Down.
I.3 - CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DOS PORTADORES DA
SÍNDROME DE DOWN
As principais alterações associadas, que acompanham a síndrome são:
cardiopatias prega palmar única, baixa estatura, atresia duodenal, comprimento
reduzido do fêmur e úmero, bexiga pequena e hiperecongenica, ventriculomegalia
cerebral, hidronefrose e disformismo da face e ombros.
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Outras alterações como braquicefalia, fissuras palpebrais, hipoplasia da
região mediana da face, diâmetro frontro-occipital reduzido, pescoço curto, língua
protusa e hipotônica e distância aumentada entre o primeiro, o segundo dedo dos
pés, etc.
John Langdon Down, fez uma descrição, pela primeira vez, registrando
todos os pontos cardinais da Síndrome. Em suas palavras: 屯O cabelo não é preto,
como é o cabelo de um verdadeiro mongol, mas é de cor castanha, liso e escasso.
O rosto é achatado e largo. Os olhos posicionados em linha oblíqua. O nariz é
pequeno. Estas crianças têm um poder considerável para a imitação.惇( Pueschel (
1995) apud, Milani ( 2005), p. 21 )
I.4 - ENFOCANDO A ESTIMULAÇÃO PRECOCE
Na prática educacional, vários termos têm sido utilizados para designar o
programa de Estimulação Precoce, destinado a atender a criança portadora de
necessidades especiais de 0 à 3 anos.
Mas recentemente, alguns grupos de profissionais passaram a adotar a
expressão惇 estimulação essencial惇, para substituir惇estimulação precoce惇, como uma
tentativa de designar, com clareza, o significado dessa intervenção especial.
A expressão 屯estimulação precoce惇 é derivada da tradução dos termos co-
relatos do espanhol ( 屯 estimulación temprana惇 e 屯estimulación precoz惇) e também
em inglês ( 屯early stimulation惇 ou 屯early intervention惇).
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O sentido de 屯precoce惇 adjetiva ações suficientemente antecipadas, tendentes
a evitar, atenuar ou compensar a deficiência de que a criança possa ser portadora
e/ou suas conseqüências.
A estimulação precoce é vista como essencial desde o nascimento, pois será
de suma importância para a construção no decorrer da vida, e na formação da sua
identidade como ser. Os pais, os cuidadores têm um papel fundamental, por isso
desde bebê, tem que haver uma relação de amor, numa sintonia de amor, respeito
mútuo e de acreditar no potencial daquela criança, pois existe possibilidade deste
ser florescer.
A estimulação passa por várias etapas:
a) Estimulação das funções motoras:
Esta estimulação ajudara no movimento do corpo onde a criança fortalecera
e tonificara os músculos. A sensação do toque do corpo, o abraço, o carinho dos
pais será importantíssimo para o progresso da criança, para aprender a sentar,
engatinhar, ficar de pe, andar, etc.
b) Estimulação Sensorial:
Os objetos que emitem sons ou são interessantes para a visão da criança
também são importantes para que ela os explore e manipule. O tato será relevante.
c) Estimulação da fala:
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2
A fala e o pensamento abstrato caminham juntos. Por causa da hipotonia e
conseqüentemente língua produza, é importante que sejam realizados exercícios
nos quais a língua deva estar dentro da boca, como mastigar, soprar, fazer caretas,
etc. Deve-se evitar alimentos moles. O desenvolvimento da linguagem devera
passar por muitas etapas de forma progressiva e sistemática, dependendo de muita
repetição, sem esquecer que cada um tem o seu tempo.
A linguagem representa um dos aspectos mais proeminentes a ser
fomentado por qualquer criança, para que se possa se relacionar com as demais
pessoas e se integrar no seu meio social.
Ainda existem outras formas de estimulação, porém considero essas mais
proeminentes.
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2
CAPÍTULO II 椴 AVALIANDO O PORTADOR DE SÍNDROME DE
DOWN
2.1 - AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
A criança desde cedo, possui inteligência e a demonstra através das suas
ações exercidas sobre o meio. Com isso ela passará por vários estágios.
No primeiro estágio, a criança apresenta alguns reflexos. Assim, se colocar
algo em sua mão, ela segurará apertando, sem soltar. Porém, ela terá dificuldades
em mamar com a força necessária, engolir e segurar a cabeça por causa de sua
hipotonia generalizada. Se tiver deitada de costas, terá muitas dificuldades em
levantar a sua cabeça, pernas e braços e caso estiver de bruços, sua cabeça cairá
para frente.
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2
No segundo estágio, com os movimentos voluntários, a criança se
movimenta mais melhorando os movimentos. Assim, consegue pegar sua chupeta e
levá-la a boca; explora seu corpo, olha tudo, acompanha o que se passa ao seu
redor e escuta sons à sua volta. Nesse período, aprecia repetir o que sabe fazer,
assim já pega os objetos ao seu redor e os coloca na boca, chupando-os. Dessa
forma, ela exercita sua visão, audição, compreensão; enfim todos os seus sentidos
são utilizados enquanto brinca.
No terceiro estágio, coordena melhor seus movimentos, agora já é capaz de
puxar, sacudir, apertar, além de procurar o que derrubou, explora o ambiente e não
mais só o olha e escuta. É importantíssimo que se respeite o progresso que a
criança está tendo e incentivar e estimular a sua contínua busca e exploração do
meio.
No quarto estágio, a criança gosta de brincar jogando tudo o que vem para
suas mãos e acha graça, consegue imitar os sons e movimentos que ouviu; o
desenvolvimento desse estágio é um dos mais significativos, porque o universo da
criança se abre e se organiza. Agora ela percebe que os brinquedos e as pessoas
continuam existindo, apesar de não estarem presentes em seu campo perceptivo.
Ela utiliza-se de meios para atingir algumas metas, deixando claro que há uma
intencionalidade em suas ações.
No quinto estágio, a criança usa de suas experiências para criar brincadeiras
novas.
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2
Agora a criança sente-se atraída pelo novo, examinando-o, imitando-o e criando
novas combinações. Aqui começa a surgir a imagem, a representação do simbólico,
na qual o que ela inventa é original porque imita o que já viu e recria a seu modo.
No sexto estágio, a criança atinge um nível superior no qual sua inteligência
trabalha, inventando e utilizando suas idéias. Já consegue encontrar um brinquedo
escondido e diverte-se ao fazer isso. É também nesse estágio que surge a
linguagem. Com o aparecimento da linguagem, a criança dá um salto em seu
desenvolvimento.
Nesse período, a criança dá vida aos objetos. Esse convívio propicia um
desenvolvimento cognitivo e afetivo-emocional. A avaliação psicológica torna
possível detectar quais áreas estão mais deficitárias. Tanto os profissionais quanto
os pais, terão informações importantes para ajudar no desenvolvimento da criança.
Quando a criança tem a visão do todo e de suas partes, conseguindo prever
e revisar seus feitos utilizando-se, cada vez mais, da linguagem e da evolução da
compreensão. O raciocínio está inteiramente voltado para o concreto. Só mais tarde,
em torno dos doze anos, é que aparecerá o raciocínio hipotético.
Portanto, uma avaliação deve verificar as possibilidades de adaptação de
uma criança, compreendendo de que modo e em qual contexto ela se organiza.
2.2 -AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
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2
Segundo Beatriz Lefèvre, a avaliação neuropsicológica engloba quatro sub-
itens: as funções motoras, as práxias orais, as funções acústico-motoras e as
funções intelectuais.
Através da brincadeira a criança vai se movimentar, possibilitando a
observação das funções motoras, das práxias orais, do intelecto, e do sistema
auditivo. Desde o nascimento, o cérebro infantil está em constante desenvolvimento,
através de seu contato com o meio. Assim, percebe o mundo e age sobre ele,
evoluindo gradativamente, compreendendo melhor e adaptando mais ás situações.
Antunha ( 1994 ) explica que a relação entre mecanismos cerebrais
implicados na atividade consciente do homem, suas perturbações e lesões tem sido
denominada de neuropsicologia. Cita também Lúria (1973), uma das autoridades
mundiais nesse assunto, o qual diz que esses métodos facilitam o diagnóstico
precoce e possibilitam programas de reeducação, bem como melhoram a
compreensão da psicodinâmica humana.
Essa avaliação se difere da avaliação, pois analisa os defeitos
qualitativamente antes que quantitativamente, abordando as funções nervosas
superiores, chegando a um diagnóstico neurodinâmico direcionado ao processo e
não ao resultado. Além disso, revela o substrato neurológico que está diretamente
relacionado com os processos psicológicos.
A partir disso Lúria ( 1980 ) denominou três blocos:
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2
O primeiro bloco é composto pelo tronco cerebral superior, formação
reticular e partes antigas do córtex límbico e do hipocampo. É responsável pelo tono
estável do córtex e pelo estado de vigília.
O segundo bloco é composto pelas regiões occipitais, parietais, temporais e
estruturas subjacentes. Pode ser definido como o bloco do input, recodificação,
armazenamento das informações recebidas.
O terceiro bloco abarca os lobos frontais que constituem a última aquisição
da evolução e ocupam cerca de 1/3 dos hemisférios humanos. Tem uma íntima
relação com as estruturas do segundo bloco e com o córtex motor. Essas estruturas
só amadurecem no quarto ou quinto ano de vida, com um salto considerável no
desenvolvimento. São adquiridas as primeiras formas de controle do
comportamento, realização de planos de ações humanas e sua regulação.
O cérebro em desenvolvimento possui uma estruturação extremamente
plástica.
Segundo Beatriz Lefèvre o cérebro da criança portadora da síndrome
referida está sempre amadurecendo, uma vez que a síndrome não ocasiona pioras.
Assim sendo, à medida que a criança recebe estímulos, vai se adaptando a eles e
vai criando ações num equilíbrio contínuo. Isso demonstra o amadurecimento das
funções cerebrais e reforça a importância de se estimular precocemente a criança,
uma vez que, a cada adaptação a uma situação nova, ela realiza uma construção.
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2
2.3 - O EXAME NEUROLÓGICO
Antônio Branco Lefèvre ( 1972 ) em seu livro 屯Exame Neurológico Evolutivo
do Pré-Escolar Normal惇, explica a técnica do exame ENE, bastante simples, que
detecta sinais de imaturidade. Só a partir dos quatro anos, as condições patológicas
serão úteis. Em uma situação lúdica, como no caso do IBD, é possível observar
alguns itens abordados pelo ENE.
A fala será observada, pois a criança terá a oportunidade de comentar seus
desenhos e brincadeiras, além de responder ao inquérito final. Demonstrará se
reconhece cores, objetos e a lateralidade, de acordo com o exame de sensibilidade.
Também andará pela sala, poderá se sentar e se deitar, de modo a mostrar
um pouco do seu equilíbrio estático / dinâmico e do tono muscular. Além disso, ao
fazer desenhos e construções com os blocos de madeira, permitirá a observação de
sua coordenação apendicular e de tronco- membros.
As provas do exame neurológico evolutivo resumem-se basicamente em:
Exame da Fala.
Exame do Equilíbrio Estático.
Exame do Equilíbrio Dinâmico ( Prova de marcha; Provas de subir e
descer; Provas de corrida ).
Exame de Coordenação Apendicular.
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3
Exame de Coordenação Tronco-Membros.
Exame de Sincinesias.
Exame da Persistência Motora.
Exame do Tono Muscular.
Exame da Movimentação Reflexa.
Exame da Sensibilidade.
CAPÍTULO III 椴 EDUCAÇAO INCLUSIVA E O PORTADOR DE
SÍNDROME DE DOWN
3.1 突 POLÍTICA NACIONAL PRESSUPOSTOS LEGAIS
A palavra de ordem da Educação hoje é a INCLUSÃO ( incluir vb `abranger,
compreender, envolver` XVI. Do lat. Includere, com mudança de conjugação ||
inclusão XVII). A construção de uma sociedade inclusiva é um processo de
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3
fundamental importância para o desenvolvimento e a manutenção de um Estado
democrático. Entende-se por inclusão a garantia, a todos, do acesso contínuo ao
espaço comum da vida em sociedade. Sociedade essa que deve estar orientada por
relações de acolhimento à diversidade humana, de aceitação das diferenças
individuais, de esforço coletivo na equiparação de oportunidades de
desenvolvimento.
屯 No campo da educação, tal concepção se reflete no
desenvolvimento de estratégias que procuram proporcionar uma
equalização genuína de oportunidades. A experiência em muitos países
demonstra que a interação de crianças e jovens com necessidades
educacionais especiais é mais eficazmente alcançada em escolas
inclusivas que servem a todas as crianças de uma comunidade (...)
O princípio fundamental da e4scola inclusiva é o de que todas as
crianças deveriam aprender juntas, independentemente de quaisquer
dificuldades ou diferenças que possam ter. As escolas inclusivas devem
reconhecer e responder às diversas necessidades de seus alunos,
acomodando tanto estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e
assegurando uma educação de qualidade a todos através de currículo
apropriado, modificações organizacionais, estratégia de ensino, uso de
recursos de parcerias com a comunidade (...) Dentro das escolas
inclusivas, as crianças com necessidades educacionais especiais
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3
deveriam receber qualquer apoio extra que possam precisar, para que se
lhes assegure uma educação efetiva.惇 ( Salamanca, 1994, p. 61 )
A escola inclusiva deve atender ao pluralismo cultural do seu alunado e
buscar respostas individuais para as necessidades especiais individuais. Se antes
cabia ao aluno com deficiência se adaptar a escola, agora, dentro da concepção da
escola inclusiva, é ela que deve se adaptar. Ela tem que oferecer oportunidades de
aprendizagem múltiplas a todos. Não apenas as aprendizagens acadêmicas, mas
aquelas que se referem à sensibilidade pela diversidade humana, a experiência com
a riqueza da diferença e o desenvolvimento do espírito de colaboração, aspectos tão
significativos na constituição de um sujeito. Inclusão é uma agenda de
transformação, que implica em transformação de pessoas, métodos, objetivos.
Educação passa a ser responsabilidade de todos e cabe ao coletivo da escola
atender às necessidades individuais especiais, sem buscar refúgio exclusivamente
na 屯especificidade惇 da Educação Especial.
A Educação Especial é prevista na Constituição Federal, que é dever do
Estado com a educação a garantia de: atendimento especializado aos portadores de
deficiências, preferencialmente na rede regular de ensino ( Art. 208, caput, III, CF ).
A Política Nacional de Educação Especial consiste de objetivos gerais e
específicos necessários a portadores de deficiências, que fundamentam e orientam
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3
o processo visando garantir o atendimento educacional ao aluno portador de
necessidades educativas especiais.
Para assegurar a educação especializada algumas medidas devem ser
tomadas como: aumento de oferta de serviços de educação especializada com
equipamentos, equipe qualificada, material didático especializado e espaço físico
adequado às necessidades especiais dos deficientes, assim como criação de
programas de preparo para o trabalho, estímulo a aprendizagem informal e
orientação à família.
No entanto, a falta de atendimento especial principalmente em pré-escolas,
carência de recursos e equipe qualificada, inadequação do ambiente físico, falta de
novas propostas de ensino, descontinuidade de planejamento e ações, desigualdade
de recursos e oportunidades, vem dificultando o acesso de muitas crianças
especiais ao ensino especializado.
A Educação Especial, enquanto modalidade da educação escolar, organiza-
se de modo a cumprir os seguintes dispositivos legais:
a) Constituição Federal de 1988 突 Prevê o pleno desenvolvimento dos cidadãos,
sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação; Garante o direito à escola para todos; e coloca como princípio para a
Educação o 屯Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
artística, segundo a capacidade de cada um惇.
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3
b) Lei N. o 7.853 / 89 突 que dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiências, sua
integração social, assegurando o pleno exercício dos seus direitos individuais e
sociais.
c) Lei N.o 8.069 / 90 突 que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá
outras providências.
d) Declaração Mundial de Educação para todos ( Jomtien na Tailândia ) - 1990 突
documento que estabelece a opção nacional pela construção de um sistema
educacional inclusivo.
e) Declaração de Salamanca / 1994 突 documento internacional que estabelece
diretrizes para atendimento educacional aos portadores de deficiência.
f) Lei Nº 9.394 / 96 突 documento que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação
nacional, principalmente no Art. 4o, Inciso III / atendimento educacional especializado
aos portadores de deficiência, preferencialmente, na rede regular de ensino e no
Capítulo V dedicado à Educação Especial.
g) Leis Nº 10.048 e Nº 10.098 / 2000突 a primeira garante atendimento prioritário de
pessoas com deficiência nos locais públicos. A segunda estabelece normas sobre
acessibilidade física e define como barreira-obstáculos nas vias e no interior dos
edifícios, nos meios de transporte e tudo que dificulte a expressão ou o recebimento
de mensagens por intermédio dos meios de comunicação, sejam ou não de massa.
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3
h) Decreto n.o 3298 de 20/12/99 突 Regulamenta a Lei 7.853 / 89 突 que dispõe sobre
a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência,
consolida as normas de proteção e da outras providências.
i) Portaria n.o 1679 / 99 突 Dispõe sobre os requisitos de acessibilidade a pessoas
portadoras de deficiências para instruir processos de autorização e de
reconhecimento de cursos e de credenciamento de instituições.
j) Decreto Nº 3.956 ( Convenção da Guatemala) / 2001- põe fim às interpretações
confusas da LDB, deixando clara a impossibilidade de tratamento desigual com base
na deficiência. O acesso ao Ensino Fundamental é, portanto, um direito humano e
privar pessoas em idade escolar dele, mantendo-as unicamente em escolas ou
classes especiais, fere a Convenção e a Constituição.
3.2 - AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DO PORTADOR DE
SÍNDROME DE DOWN
A criança com S.D. têm idade cronológica diferente da idade funcional,
desta forma, não devemos esperar uma resposta imediata. Esta deficiência decorre
de lesões cerebrais e desajustes funcionais do sistema nervoso: A prontidão para a
aprendizagem depende da complexa integração dos processos neurológicos e da
harmoniosa evolução de funções específicas como linguagem, percepção, esquema
corporal, orientação têmporo-espacial e lateralidade.
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3
É comum observarmos na criança Down, alterações severas de
internalizações de conceitos de tempo e espaço, que dificultarão muitas aquisições e
refletirão especialmente em memória e planificação, além de dificultarem muito a
aquisição de linguagem.
Crianças especiais como as portadoras de S.D., não desenvolvem
estratégias espontâneas e este é um fato que deve ser considerado em seu
processo de aquisição de aprendizagem, já que esta terá muitas dificuldades em
resolver problemas e encontrar soluções sozinhas.
Estas dificuldades ocorrem principalmente por que a imaturidade nervosa e
não mielinização das fibras pode dificultar funções mentais como: habilidade para
usar conceitos abstratos, memória, percepção geral, habilidades que incluam
imaginação, relações espaciais, esquema corporal, habilidade no raciocínio,
estocagem do material aprendido e transferência na aprendizagem. As deficiências
e debilidades destas funções dificultam principalmente as atividades escolares.
No entanto, a criança com S.D. têm possibilidades de se desenvolver e
executar atividades diárias e até mesmo adquirir formação profissional e no enfoque
evolutivo, a linguagem e as atividades como leitura e escrita podem ser
desenvolvidas a partir das experiências da própria criança.
Do ponto de vista motor, hipocinesias associada à falta de iniciativa e
espontaneidade ou hipercinesias e desinibição são freqüentes. E estes padrões
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3
débeis também interferem a aprendizagem, pois o desenvolvimento psicomotor é à
base da aprendizagem.
As inúmeras alterações do sistema nervoso repercutem em alterações do
desenvolvimento global e da aprendizagem. Não há padrão estereotipado previsível
nas crianças com S.D. e o desenvolvimento da inteligência não depende
exclusivamente da alteração cromossômica, mas é também influenciada por
estímulos provenientes de estímulos provenientes do meio.
No entanto, o desenvolvimento da inteligência é deficiente e normalmente
encontramos um atraso global. As disfunções cognitivas observadas neste paciente
não são homogêneas e a memória seqüencial auditiva e visual geralmente são
severamente acometidas.
3.3 - A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA.
A criança Down apresenta muitas debilidades e limitações, assim o trabalho
pedagógico deve ser primordialmente respeitar o ritmo da criança e propiciar-lhe
estimulação adequada para o desenvolvimento de suas habilidades. Programas
devem ser criados e implementados de acordo com as necessidades específicas
das crianças.Segundo a psicogênese, o indivíduo é considerado como instrumento
essencial à interação e ação. E como descreve Piaget, o conhecimento não
procede, em suas origens, nem de um sujeito consciente de si mesmo, nem de
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3
objetos já constituídos e que a ele se imponham. O conhecimento resulta da
interação entre os dois.
Desta forma consideramos, que a escola deve adotar uma proposta
curricular, que se baseie na interação sujeito objeto, envolvendo o desenvolvimento
desde começo.
E o ensino das crianças especiais deve ocorrer de forma sistemática e
organizada, seguindo passos previamente estabelecidos, o ensino não deve ser
teórico e metódico e sim deve ocorrer de forma agradável e que desperte interesse
na criança. Normalmente o lúdico atrai muito a criança, na primeira infância, e é um
recurso muito utilizado, pois permite o desenvolvimento global da criança através da
estimulação de diferentes áreas.
Uma das maiores preocupações em relação à educação da criança, de
forma geral, se dá na fase que se estende do nascimento ao sexto ano de idade.
Neste período a educação infantil tem por objetivo promover à criança maior
autonomia, experiências de interação social e adequação. Permitindo que esta se
desenvolva em relação a aspectos afetivos, volitivos e cognitivos, que sejam
espontâneas e antes de tudo sejam pequeninos, ou seja, crianças.
O atendimento a criança portadora de S.D deve ocorrer de forma gradual,
pois estas crianças não conseguem absorver grande número de informações.
Também não devem ser apresentadas, a criança Down, informações isoladas ou
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3
mecânicas, de forma que a aprendizagem deve acontecer de forma facilitada,
através de momentos prazerosos.
O resgate da importância do corpo e seus movimentos, o conceito de vida
associado a movimento, a retomada do indivíduo como pessoa ativa na construção
de sua história, proposto pela educação física.
Antes de adquirir qualquer conhecimento a criança precisa descobrir seu
corpo e construir uma imagem corporal que é uma representação mental, perceptiva
e sensorial de si mesmo e um esquema corporal que compreende uma
representação organizada dos movimentos necessários a execução de uma ação, e
a organização das suas funções corporais. Estes vão sendo construídos e
reformulados ao longo da vida.
A relação quantidade, qualidade e forma que o sujeito vivência e internaliza
as informações determinara a qualidade da formulação de seus conceitos.
Alguns princípios básicos devem ser considerados em relação ao ensino de
crianças especiais como as portadoras de S.D.:
- As atividades devem ser centradas em coisas concretas, que devem ser
manuseadas pelos alunos;
- As experiências devem ser adquiridas no ambiente próprio do aluno;
- Situações que possam provocar estresse ou venham a ser traumatizantes
devem ser evitadas;
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- A criança deve ser respeitada em todos os aspectos de sua personalidade;
- A família da criança deve participar do processo intelectivo.
A escola é encarregada de supervisionar as crianças especiais e assegurá-
las quanto à aprendizagem.
3.3.1 - A IMPORTÂNCIA DO ENVOLVIMENTO FAMILIAR.
Adaptação Psicológica dos Pais.
Quando o casal percebe que o seu filho tem S. D., em um primeiro momento, ele
sente que perdeu o filho sonhado e planejado e ganhou um outro filho com
características completamente diferentes que não poderá me realizar seus sonhos
iniciais. Por isso sua reação inicial é de luto. A adaptação leva algum tempo. O
conhecimento das fases pelas quais os pais passam, ajuda a melhor transmitir o
diagnóstico e a compreender as reações que surgirem.
As Fases da Adaptação são:
1 - Choque: É a reação inicial, como se o mundo tivesse desmoronado. Surge
um pensamento: a vida nunca mais voltará a ser normal.
2 突 Negação: 屯Isto não está acontecendo comigo, estou sonhando, vou acordar e
a criança vai nascer sadia... O médico se enganou, meu filho não tem este
problema. Vou procurar outros médicos惇. A realização do cariótipo ajuda a aceitar
a realidade e superar esta fase.
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3 突 Culpa: 屯Por que isto aconteceu comigo? O que fiz de errado?惇 A explicação
de que se trata de um acidente genético ( em cerca de 97% das vezes) onde não
há culpados e que o processo de reprodução humana a falha é muito comum,
ajuda a enfrentar esta fase.
4 突 Raiva: Inicialmente é dirigida a quem deu a má notícia. Por isso não se deve
transmitir o diagnóstico ao pai ou à mãe isoladamente para que ele ou ela o
transmita ao parceiro. É menos desagregador que a raiva se dirija ao médico.
Este fator contribui para que geralmente os pais afirmem que o médico não
soube comunicar o diagnóstico, mas isto não justifica deixar de fazê-lo.
Em muitos momentos a raiva irá voltar e muitas vezes dirigida à criança. Deve-se
explicar que isso é natural e a melhor forma de lidar com esse sentimento é ter
consciência de que ele existe.
5 突 Adaptação: Começa a aceitação da criança e os pais se envolvem
positivamente em seu tratamento.
6 突 A vida volta ao normal: Afirmar este fato desde o início ajuda a conviver com
os momentos mais difíceis.
O papel da família é importantíssimo, pois o amor, o apoio, o cuidado, o zelo,
o incentivo para que haja a possibilidade da criança florescer será o quê do sucesso.
Toda família passa por modificações desde a sua formação: a adaptação do
casal, o nascimento dos filhos, a adolescência dos mesmos, o envelhecimento dos
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pais, todas essas são situações que podem causar stress e predispor a família a
crises e dificuldades.
Para as famílias que tem um filho com necessidades especiais, como uma
pessoa com Síndrome de Down, as fases de transição e adaptação às necessidades
de cada uma das etapas podem ser ainda mais difíceis, pois a presença da
deficiência e outras complicações existentes na síndrome gera dúvidas quanto à
melhor atitude a ser tomada naquele momento. É importante enfatizar, que apesar
de algumas diferenças, o ciclo vital da família que tem um filho especial é
essencialmente semelhante ao de qualquer família.
Assim é fundamental o aconselhamento à família, que deve considerar,
sobretudo à natureza da informação e a maneira como pessoa é informada, com o
propósito de orientá-la quanto à natureza intelectual, emocional e comportamental.
O objetivo principal é ajudar pessoas a lidar mais adequadamente com os
problemas decorrentes das deficiências e no aconselhamento alguns pontos são
importantes: ouvir as dúvidas e questionamentos, utilizar termos mais fáceis e que
facilitem a compreensão, promover maior aceitação do problema, aconselhar a
família inteira, trabalhar os sentimentos e atitudes, e facilitar a interação social do
portador da necessidades especiais.
O grande exemplo de que a família é primordial, é o caso da 屯Bailarina
Especial惇, que tem a família apoiando-a em sua trajetória de vida, onde foi escrito
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um livro 屯A Eficiência na Deficiência惇. Aline Fávaro é uma bailarina atuante, que se
apresentou em vários estados brasileiros tanto em Solo, como com um parceiro nas
apresentações Pas de Deux com o bailarino LeonardoWagner e continua se
apresentando. A família investiu em sua habilidade pela dança e fez disto um
exemplo de vida. Este é só um exemplo em meio a muitos outros, pois todo portador
de S.D. que tem uma família ao seu lado, certamente será um ser repleto de outras
tantas possibilidades que o fará um vencedor.
3.3.2 - PROPOSTA EDUCACIONAL PARA O PORTADOR DE
SÍNDROME DE DOWN.
Deve-se ver como priori do portador de S.D., que a escola possa ter um
papel fundamental no enfoque da aprendizagem, pois já foi desmistificado que o
Down, não atinge um bom desenvolvimento na aprendizagem. Precisa-se rever os
métodos, arcaicos de que sentados, copiando conteúdos, fazendo provas, ficando
calado em seu lugar, seja o modelo de aluno e escola perfeita. A arte, a pintura, a
música, o lúdico, os jogos, o teatro, a dança, etc, tem que fazer parte da vida escolar
da criança Down ou não. A energia que está dentro destas crianças tem que ser
captada, explorada, pois quantos grandes talentos encontram-se escondidos em
seus mundos fantásticos.
À Funlar ( Fundação Municipal Lar Escola Francisco de Paula ), é uma
instituição totalmente voltada para o lado socializador, onde a família é trabalhada
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juntamente com o deficiente, buscando encontrar soluções para a construção do ser.
Não é propriamente uma escola, mas ensina-se os hábitos de higiene, de saber
alimentar-se bem, tem oficinas de arte, pintura, dança, música, etc, quadra de
esportes que formam equipes que ensinam a competir de forma sadia, enfim
propicia uma integração onde todos procuram se ajudar mutuamente. Quando o
deficiente se torna adolescente, adulto eles encaminham para o campo de trabalho,
pois os mesmos têm parcerias com muitas empresas.
A visita a qual agendei e pude vivenciar de perto o trabalho de uma equipe
envolvida em integrar interagindo, onde a utopia se transforma em possibilidade,
ação e êxito, onde se processa um vínculo afetivo, para que possa florescer o
melhor que cada um tem dentro de si para dar.
As políticas educacionais precisam ser reformuladas, revistas, para que
todas as crianças, adolescente, adultos, deficientes ou não possam ter a
oportunidade de alcançar êxito em suas ações, que o limite de cada um possa ser
respeitado, e que o seu potencial possa ser valorizado, pois todo ser tem o direito de
vencer, de florescer.
3.3.3 突 O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA.
O brinquedo tem o papel de despertar imagens que permitirão dar sentido às
ações. Desse modo, o brinquedo fornece representações manipuláveis e essa é a
sua especificidade: traz a terceira dimensão para o mundo da representação. Os
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brinquedos utilizam o antropomorfismo, transformando objetos em seres animados e
os animais em representações infantis. Ele socializa desejo, dando uma forma que
pode ser dominada através da brincadeira.
Para analisar um brinquedo, deve-se levar em conta dois aspectos. Primeiro,
o aspecto material, que diz respeito à sua significação e possibilidade e o segundo
aspecto, a representação, que reproduz a realidade. Em contra partida, são objetos
culturais e sociais, portadores de significações. Portanto, manipular brinquedos é o
mesmo que manipular significações culturais. A criança, na maior parte das vezes,
manipula as significações simbólicas na brincadeira e, ao fazer isso, as transforma e
dá a elas novas significações.
A cultura lúdica constitui uma bagagem cultural para a criança se incorporar,
de modo dinâmico, à cultura. Através do brinquedo ou da televisão, a criança vê sua
brincadeira se rechear de novos conteúdos, de novas representações, as quais vai
se apropriar. A cultura lúdica está impregnada de brincadeiras tradicionais, de
brincadeiras reativadas e novidades da televisão. Assim, com brinquedo, a criança
cria relações de posse, utilização, abandono ou perda, de desestruturação do objeto,
que constituem esquemas que ela reproduzirá com outros objetos na vida futura,
havendo, inclusive, brinquedos agressivos.
Na brincadeira de faz-de-conta, a criança mantém simultaneamente as duas
identidades de um mesmo objeto: a real e a imaginativa. A criança que brinca de
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faz-de-conta com freqüência e tem predisposição à fantasia é melhor em assumir
tarefas e papéis de competência social.
As crianças, através das brincadeiras, reproduzem cenas de sua própria vida.
Em algumas situações, modificam tais cenas para que estas se tornem mais
agradáveis. Essa mesma modificação pode ser detectada também em crianças
portadoras de S.D.
Outra brincadeira importante é a de super-herói, que ajuda a construir a auto-
confiança e a superar obstáculos da vida. O brincar auxilia o aumento da
aprendizagem, os processos cognitivos e a auto-motivação. Assim, os brinquedos
de encaixe e construção estimulam o raciocínio, mantendo a atenção por mais
tempo, favorecendo a sociabilidade e a cooperação quando feito em grupos.
Os jogos com regras apresentam desafios para aprender e a re-aprender uma
próxima partida, aproveitando a experiência anterior. Estimulam a competição e a
cooperação entre os jogadores.
O brincar é importante dentro da Psicologia do Desenvolvimento e para a
Educação, pois é condição para o processo evolutivo neuropsicológico,
manifestando a maneira como a criança organiza sua realidade, introduzindo-a num
universo sócio-histórico-cultural, abrindo os caminhos do processo
ensino/aprendizado.
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Dar condições para que a criança brinque simbolicamente é lhe permitir um
desenvolvimento saudável. O mesmo deve acontecer com as crianças portadores da
S.D.
Porém, a observação leva a concluir que, na maioria das vezes, a professora
ou o professor se preocupa em 屯ensinar惇 a criança a brincar com os objetos.
Além do lúdico não podemos esquecer da importância do desenho, da
pintura, etc, como fator primordial na construção da identidade do portador de S.D.
E, para finalizar, uma citação de Oliveira:
屯 O brincar, por ser uma situação onde predomina o prazer sobre a
tensão, favorece o relaxamento e, conseqüentemente, a emergência
de novas idéias, a criatividade que combina conteúdos e dinâmicas
conscientes. Do ponto de vista psicológico, assumir riscos de inovar
alguma coisa faz parte do processo humano de desenvolvimento e
supõe, a criança, a confiança em si e no grupo, que torna suportável
e até desafiador o medo do desconhecido惇. ( Oliveira, 2000, p. 22)
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CONCLUSÃO
Com as pesquisas realizadas ao longo desse trabalho, percebe-se que pelo
simples fato de um acidente genético, muitas pessoas são excluídas, discriminadas
pela sociedade e muitas vezes pela própria família. Esquecemos que todos têm
direito de desfrutar de uma vida plena. O portador da S.D. e capaz de se posicionar
diante da sociedade como um cidadão que tem direitos e deveres independente de
suas limitações.
Sendo assim, devemos lutar pela igualdade, ajudando-nos mutuamente.
Devemos multiplicar esforços no sentido de conscientizar a sociedade, de aceitar e
reconhecer a diversidade humana. Independente de síndromes, doenças, etc, não
somos iguais, somos diferentes por natureza.
Que a reflexão possa fazer parte de nossas vidas e comecemos a valorizar,
respeitar, amar mais o nosso semelhante. As dificuldades imprimem um ritmo, mas
não impedem o desenvolvimento; pode por barreiras, mas não fecham caminhos.
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Desta forma, gradativamente, cultivando os valores humanos, estaremos
abandonando a exclusão em nossas vidas, teremos a possibilidade de colaborar
para a construção de uma sociedade inclusiva para todos, rica em diversidades e
propícia para aprendermos a conviver com as diferenças.
Para que realmente consigamos obter novas conquistas na área da
Educação Especial no Brasil, precisamos enfrentar os desafios da transição, onde
nos cabe o direito e a obrigação de nos apropriarmos das conquistas necessárias à
sociedade e assegurarmos a nossa participação numa sociedade que inclui, que
interage e que provoca a reflexão, que remove barreiras oportunizando experiências
interativas, que cultivem as diversidades humanas e o direito de todos sem
distinção.
Um grande exemplo de cuidado, de zelo, de amor, onde os pais vêm à
possibilidade e acreditam no potencial de uma filha realmente especial, fazendo da
sua trajetória uma história de vida contada no livro 屯A EFICIÊNCIA NA
DEFICIÊNCIA惇, já em sua 4a edição. A história da 屯BAILARINA ESPECIAL惇, Aline
Fávaro, uma jovem que faz da dança seu meio de vida, mostrando que o amor e
dedicação da família são essenciais para o desenvolvimento de qualquer ser. Aline
possui um currículo maravilhoso onde se apresentou em eventos em vários estados
do Brasil tanto em Solo, como com na Pas de Deux com o parceiro Leonardo
Wagner. Foi capa de revista, participou de várias entrevistas em programas de TV,
jornais, além de fazer parte de vários trabalhos monográficos.
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A sociedade está começando a se conscientizar levando para o cotidiano,
histórias de vida, como nos mostra a novela 屯Páginas da vida惇, temos a Clarinha,
uma menina portadora da S.D., onde é mostrado o dia-a-dia com cenas que
chocam, emocionam, etc.
屯Ser Diferente é Normal: O Império Serrano faz a diferença no Carnaval惇,
será o enredo do GRES Império Serrano para o carnaval de 2007. O enredo falará
da diversidade humana, social, étnica, sexual, religiosa, genética, etc. A aceitação
do que é diferente é uma contribuição para uma sociedade mais tolerante e,
portanto, mais feliz. O enredo foi escolhido pela atual diretoria por sua afinidade com
a própria trajetória da escola, que completa no ano que vem 60 anos de existência: o
Império Serrano é uma escola de samba em que as diferenças convivem em quase
perfeita harmonia, sem que ninguém tente impor sua maneira de ser e de pensar
aos demais. Após examinar seis enredos, algum deles patrocinados, a diretoria
optou por 屯Ser Diferente é Normal: O Império Serrano faz a Diferença no Carnaval惇,
proposto pela Ong. Instituto Meta Social. Na íntegra a letra do samba enredo.
GRES Império Serrano ( RJ ) 突 Samba Enredo 2007
Ser Diferente é normal: O Império Serrano faz a Diferença no Carnaval.
屯Eu quero ver
O amor florescer
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Ser diferente é normal
E o Império taí
Pra levantar seu astral
Se liga no meu carnaval
Serrinha vem pedir respeito ô ô ô
Temos que olhar de outro jeito
Quem nasceu diferente
E venceu preconceito
A gente tem que admirar
Harmonizar pra ser feliz
Diferença social, pra quê?
Tá na cara que a bel;eza
Está nos olhos de quem vê
Romantismo irradia energia pra viver
Nesse mundo onde tudo é relativo
Minha escola é meu motivo
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Meu maior prazer!
A história do samba mudou
Bateria diferente, olha o toque do agogô
O primeiro destaque e a comissão
São novidades verde e branco, meu irmão
Difícil
Conviver na adversidade
Com arte ser eficiente
Fazer da pintura sua liberdade
Fazer esculturas usando a paixão
Feitiço de poeta invade o coração
Divino é o poder da criação
Eu pergunto a você
Será que existe?
Limite entre loucura e a razão.惇
屯E, se de perto ninguém é normal惇, no carnaval se abre o sanatório geral da
sociedade, pois nos dias de folia as diferenças se diluem e se igualam como na
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marcha carnavalesca exuberante da 屯verdadeira encarnação da alma musical
brasileira惇, o louco Ernesto Nazaré.
Na certeza de que todos tem o direito a vida, e que sempre teremos grandes
exemplos para vivenciarmos a certeza é de que:
屯De tudo ficaram três coisas:
A certeza de que estamos começando...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
Portanto devemos:
Fazer da interrupção um caminho novo...
Da queda um passo de dança...
Do medo uma escada...
Do sonho uma ponte...
Da procura...Um encontro...惇
( Fernando Sabino ).
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Linhas pragmáticas para o atendimento especializado na sala de apoio pedagógico
específico – Série Diretrizes, vol. 2 – Secretaria de Educação Especial – Brasília: MEC /
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MILANI, Denise – Síndrome de Down – Como – Onde – Quando – Porque – São
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PEREIRA, Olívia; MACHADO, Terezinha – Educação Especial: Atuais Desafios – São
Paulo: Interamericana – 1980.
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil de Crianças com
Necessidades Educacionais Especiais – Educação Especial. Um Direito Assegurado –
MEC – Brasília – 2001.
Revista Nova Escola – Inclusão - Edição Especial – nº 11- Fundação Victor Civita –
Outubro / 2006.
Revista Nova Escola – nº 196 – Fundação Victor Civita – Outubro / 2006
Salto para o futuro: Educação Especial: Tendências atuais / Secretaria de Educação a
distância. Série de estudos. Brasília: Ministério da Educação, SEED – 1999.
Salto para o futuro: Um olhar sobre a escola / Secretaria de educação à distância. Série
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SIEGFRIED, M. Puschel – Síndrome de Down: Guia para Pais e Educadores..
Site: www.metasocial.org.br
Site: www.tamborins.com.br
Site: www.bailarinaespecial.com.br
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REFERÊNCIAS ICONOGRÁFICAS
A significado da palavra iconografia:
Iconografia – s.f. – Descrição de imagens, estátuas, quadro, monumentos antigos, etc.;
ciências das imagens produzidas pela pintura, pela escultura e pelas outras artes plásticas.
( Do lat. Iconographia, do gr. Eikonographía.)
Segue como referência iconográfica:
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![Page 58: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO …‰IA BORGES BREIA.pdf · )O que ainda me preocupa é a harmonia entre os homens, a confiança e o respeito que deve existir entre](https://reader030.vdocuments.com.br/reader030/viewer/2022011806/5be6bf6709d3f288458dca02/html5/thumbnails/58.jpg)
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ANEXOS I 突 ATIVIDADES CULTURAIS
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ANEXOS II 突 FOLHA DE AVALIAÇÃO
Instituição: Universidade Candido Mendes
Curso: Pós Graduação em Psicopedagogia
Tema: Educação,Realidade e Desafios na Escola de Hoje: Síndrome de Down – Uma
vida a Florescer.
Autor: Lucinéia Borges Breia
Orientação: Profª. Ana Paula Lettieri Fulco, MS.
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Aprovada com conceito...............