aids volta a crescer e preocupa médicos - página 2

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GERAIS 7 BELÉM, DOMINGO, 20 DE JULHO DE 2014 E PREOCUPA MÉDICOS No Pará, dados da coorde- nação estadual do Programa de DST/Aids, da Secretaria de Saúde do Estado (Sespa), mostram que nesses oito anos, de 2005 a 2013, oscilaram os números de casos notificados da doença. Em 2005, eram 888 casos notificados; no ano seguinte, 891; em 2007 fo- ram 1.090; 2008 eram 1.355; em 2009 chegou a 1.036; 2010 ocor- reram 1.026; 2011 atingiram 803; no ano de 2012 foram 834 e em 2013 ocorreram 745 casos notifi- cados da doença. Deborah Crespo explica que, entre os anos de 2005 e 2008, exis- te a possibilidade de ter crescido os casos por conta do aumento de testes rápidos para detecção de HIV no Pará ou, então, “os números de casos tenham realmente crescido, pois trata-se de projeção”. Porém, ela destaca que a queda, a partir de 2011, ocorreu porque as ações de testagens chegaram a todos os 144 municípios do Pará. “Com isso, as pessoas passaram a ter acesso ao diagnóstico e tratamento da do- ença, este já acontece desde 2005”, afirma a coordenadora. Ainda segundo Deborah Cres- po, grande parte dos avanços nes- sa área, em especial a partir de 2011, é resultado da interação do governo com a sociedade civil or- ganizada, “que ajudam principal- mente na prevenção da doença. Além da implementação de polí- ticas públicas implantadas para garantir o acesso ao diagnóstico, a mudança cultural, que hoje é menos preconceituosa e serve de alerta à prevenção da doença”. PARÁ TEM NÚMEROS OSCILANTES DESDE 2005 O relatório da Unaids destaca os avanços no acesso aos trata- mentos antirretrovirais, com 12,9 milhões de pessoas atendi- das em 2013, contra apenas 5,2 milhões em 2009. Mas o impor- tante avanço é inferior à meta da ONU, que espera 15 milhões de atendidos em 2015. Há hoje no Pará 6,5 mil pessoas em trata- mento com antirretrovirais. O dinheiro destinado ao combate da Aids subiu de US$ 3,8 bilhões em 2002 para US$ 19,1 bilhões em 2013, mas está longe do objetivo da ONU de arrecadar entre US$ 22 e 24 bi- lhões em 2015. Para este ano, o Pará conta com incentivo de R$ 3 milhões na área da Vigilância em Saúde para serem investidos em ações de prevenções e con- trole de doenças. A coordenadora estadual do Programa de DST/Aids afirma que o serviço de testagem HIV/ Aids está presente em todos os 144 municípios e há 16 serviços de acesso ao tratamento da do- ença no Estado, mas a ampliação depende das gestões municipais o implementarem. “Quando os municípios implementam o serviço de tratamento a Sespa garante apoios, como a capaci- tação de pessoal e encaminha- mento do medicamento aos pa- cientes”, diz Deborah Crespo. ONU ESPERA QUE 15 MILHÕES USEM REMÉDIOS Médica Deborah Crespo diz que uso de antirretrovirais é mais uma forma de combater a Aids CRÉDITO

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GERAIS7

BELÉM, DOMINGO, 20 DE JULHO DE 2014

E PREOCUPA MÉDICOSNo Pará, dados da coorde-

nação estadual do Programa de DST/Aids, da Secretaria de Saúde do Estado (Sespa), mostram que nesses oito anos, de 2005 a 2013, oscilaram os números de casos noti� cados da doença. Em 2005, eram 888 casos noti� cados; no ano seguinte, 891; em 2007 fo-ram 1.090; 2008 eram 1.355; em 2009 chegou a 1.036; 2010 ocor-reram 1.026; 2011 atingiram 803; no ano de 2012 foram 834 e em 2013 ocorreram 745 casos noti� -cados da doença.

Deborah Crespo explica que, entre os anos de 2005 e 2008, exis-te a possibilidade de ter crescido os casos por conta do aumento de testes rápidos para detecção de HIV no Pará ou, então, “os números de casos tenham realmente crescido,

pois trata-se de projeção”. Porém, ela destaca que a queda, a partir de 2011, ocorreu porque as ações de testagens chegaram a todos os 144 municípios do Pará. “Com isso, as pessoas passaram a ter acesso ao diagnóstico e tratamento da do-ença, este já acontece desde 2005”, afirma a coordenadora.

Ainda segundo Deborah Cres-po, grande parte dos avanços nes-sa área, em especial a partir de 2011, é resultado da interação do governo com a sociedade civil or-ganizada, “que ajudam principal-mente na prevenção da doença. Além da implementação de polí-ticas públicas implantadas para garantir o acesso ao diagnóstico, a mudança cultural, que hoje é menos preconceituosa e serve de alerta à prevenção da doença”.

PARÁ TEM NÚMEROS OSCILANTES DESDE 2005

O relatório da Unaids destaca os avanços no acesso aos trata-mentos antirretrovirais, com 12,9 milhões de pessoas atendi-das em 2013, contra apenas 5,2 milhões em 2009. Mas o impor-tante avanço é inferior à meta da ONU, que espera 15 milhões de atendidos em 2015. Há hoje no Pará 6,5 mil pessoas em trata-mento com antirretrovirais.

O dinheiro destinado ao combate da Aids subiu de US$ 3,8 bilhões em 2002 para US$ 19,1 bilhões em 2013, mas está longe do objetivo da ONU de arrecadar entre US$ 22 e 24 bi-lhões em 2015. Para este ano, o Pará conta com incentivo de R$

3 milhões na área da Vigilância em Saúde para serem investidos em ações de prevenções e con-trole de doenças.

A coordenadora estadual do Programa de DST/Aids a� rma que o serviço de testagem HIV/Aids está presente em todos os 144 municípios e há 16 serviços de acesso ao tratamento da do-ença no Estado, mas a ampliação depende das gestões municipais o implementarem. “Quando os municípios implementam o serviço de tratamento a Sespa garante apoios, como a capaci-tação de pessoal e encaminha-mento do medicamento aos pa-cientes”, diz Deborah Crespo.

ONU ESPERA QUE 15 MILHÕES USEM REMÉDIOS

Médica Deborah Crespo diz que uso de antirretrovirais é mais uma forma de combater a Aids

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