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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES FACULDADE INTEGRADA AVM PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU A importância da manutenção adequada dos motores diesel instalados nos navios da Marinha do Brasil. Por: Enio Mulder Orientador Prof. Nelsom José Veiga de Magalhães Rio de Janeiro - RJ 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

FACULDADE INTEGRADA AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A importância da manutenção adequada dos motores diesel

instalados nos navios da Marinha do Brasil.

Por: Enio Mulder

Orientador

Prof. Nelsom José Veiga de Magalhães

Rio de Janeiro - RJ

2011

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

FACULDADE INTEGRADA AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A importância da manutenção adequada dos motores diesel

instalados nos navios da Marinha do Brasil.

Esta publicação atende a complementação didático-

pedagógica da disciplina de metodologia da

pesquisa e a produção e desenvolvimento de

monografia para obtenção do grau de especialista

em Engenharia da Produção.

Por: Enio Mulder

3

AGRADECIMENTOS

....aos amigos, professores e colegas

da Diretoria de Engenharia Naval.

4

DEDICATÓRIA

A todos aqueles que direta ou

indiretamente me apoiaram e aos meus

familiares pela paciência e incentivo.

5

RESUMO

O presente trabalho pretende focalizar a importância da correta

manutenção nos motores diesel instalados nos navios Marinha do Brasil (MB),

já que os mesmos refletem diretamente na disponibilidade dos meios navais

onde estão instalados. Serão apresentados de forma genérica os principais

métodos de manutenção disponíveis e em mais detalhe aquele utilizado na MB.

Em função dos dados levantados, será identificada a infraestrutura mínima, os

procedimentos a serem seguidos e o ferramental que deverá estar disponível

para a realização de manutenções nos referidos equipamentos.

6

METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste trabalho constituiu-se da pesquisa

bibliográfica sobre assuntos referentes a manutenção de máquinas e

equipamentos, no estudo dos procedimentos de manutenção adotados na

Marinha do Brasil, nas informações constantes das documentações técnicas

fornecidas pelos fabricantes (manuais de operação e de manutenção, listas de

peças sobressalente, lista de ferramentas especiais, etc.), matérias divulgadas

em sites da Internet e na experiência adquirida no trabalho com motores diesel.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Procedimentos de manutenção 10

CAPÍTULO II - A manutenção na MB 17

CAPÍTULO III - Infraestrutura necessária 25

CONCLUSÃO 34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36

ÍNDICE 39

8

INTRODUÇÃO

Formalmente, a definição de manutenção é a combinação de

ações técnicas, administrativas e de supervisão, com o objetivo de manter ou

recolocar um item em um estado no qual possa desempenhar uma função

requerida, ou seja, fazer o que for preciso para assegurar que um

equipamento ou máquina opere dentro de condições mínimas de requisitos

e especificações (ABNT, 1994).

A Marinha do Brasil, sempre que adquire uma máquina ou um

equipamento para instalação em um navio em construção, em um navio já em

operação (remotorização) ou navio adquirido por oportunidade, inicia a

elaboração de um Sistema de Manutenção específico para o referido

navio/equipamento, com a criação de todos os procedimentos a serem

seguidos para permitir a adequada manutenção do meio/equipamento com o

objetivo de maximizar a sua vida útil e reduzir os seus custos operacionais. No

caso específico dos motores diesel, para que este objetivo tenha o sucesso

esperado, além da qualidade dos procedimentos a serem seguidos, devem

também estar disponíveis todo o ferramental necessário para a realização dos

procedimentos de manutenção, uma infraestrutura mínima para possibilitar a

sua execução além da imprescindível qualificação do pessoal envolvido.

Esta monografia apresenta como tema de estudo a importância da

correta manutenção nos motores diesel instalados nos navios da Marinha do

Brasil, abordando os métodos e a infraestrutura mínima que deve estar

disponível e se fundamenta nas informações presentes na documentação

fornecida pelo fabricante e na experiência acumulada com o trabalho

executado pelo autor com os referidos equipamentos.

Visando um completo entendimento do tema proposto, esta

monografia foi estruturada em três capítulos dispostos do seguinte modo:

9No primeiro capítulo são apresentadas as definições de manutenção

e os procedimentos de manutenção disponíveis;

O segundo capítulo apresenta o procedimento de manutenção

adotado pela Marinha do Brasil e os óbices verificados em sua aplicação,

visando proporcionar um entendimento do mesmo, tendo como parâmetro as

normas internas da MB; e

No terceiro capítulo é apresentada a infraestrutura mínima julgada

necessária para a consecução dos objetivos do processo de manutenção,

incluindo o ferramental que deverá estar disponível assim como a qualificação

do pessoal envolvido.

10

CAPÍTULO I

PROCEDIMENTOS DE MANUTENÇÃO

Não há um tipo de manutenção melhor em si mesmo, mas, para cada máquina, cada subconjunto, será necessário adaptar um método de manutenção específico, realizando um compromisso técnico-econômico de otimizá-lo, padronizá-lo e aperfeiçoá-lo. (MONCHY, 1989, p.376)

1.1 Definições de manutenção

A manutenção, palavra derivada do latim manus tenere, segundo

Ferreira (1975), tem como significado o ato ou efeito de manter(-se); as

medidas necessárias para a conservação ou a permanência de alguma coisa

ou de uma situação; os cuidados técnicos indispensáveis ao funcionamento

regular e permanente de motores e máquinas.

Segundo Tavares (1999, p.57), "Manutenção - Todas as ações

necessárias para que um item (equipamento, obra ou instalação) seja

conservado ou restaurado, de modo a poder permanecer de acordo com uma

condição especificada.".

Segundo Monchy (1989, p.1), "A Manutenção dos equipamentos de

produção é um elemento chave tanto para a produtividade das indústrias

quanto para a qualidade dos produtos. É um desafio industrial que implica

rediscutir as estruturas atuais inertes e promover métodos adaptados à nova

natureza dos materiais.".

Segundo Monks (1989, p.466), "A manutenção é uma atividade

desenvolvida para manter o equipamento ou outros bens em condições que

11irão melhor apoiar as metas organizacionais. As decisões de manutenção

devem refletir a viabilidade do sistema a longo prazo.".

Já para Pinto e Xavier (1999, p.16), o conceito de manutenção é

“garantir a disponibilidade da função dos equipamentos e instalações de forma

a atender a um processo de produção e preservação do meio ambiente, com

confiabilidade, segurança e custos adequados.”.

Para a Marinha do Brasil, conforme Capítulo 3 da norma EMA 420

(2002, p.3.1), manutenção “É o conjunto de atividades técnicas e

administrativas que são executadas visando manter o material na melhor

condição para o emprego com confiabilidade, segurança e custo adequado e,

quando houver avarias, reconduzi-lo àquela condição.”.

A manutenção, no caso apresentado, tem como principal objetivo

manter os motores diesel em condições de cumprir a função para o qual foi

projetado, reduzindo os custos de funcionamento mas garantindo a sua

operação segura, com baixa taxa de falhas, para assegurar a disponibilidade

dos navios nos quais estão instalados, quer como motores principais (motores

de propulsão) ou como motores auxiliares (geração de energia elétrica a

bordo).

1.2 Formas de manutenção

São praticados, hoje em dia, diversos tipos, métodos e técnicas de

manutenção, cujas denominações e classificações dependem de cada

estudioso do assunto. Alguns dos tipos de manutenção são:

a) manutenção corretiva não planejada, manutenção preventiva,

manutenção preditiva, manutenção detectiva e a engenharia de

manutenção, segundo a classificação de Pinto e Xavier (1999, p.31-

32); e

b) manutenção corretiva (ou curativa), a manutenção sistemática

(também conhecida como manutenção produtiva ou baseada no

12período esperado para o funcionamento) e a manutenção

condicional (também chamada de preditiva ou previsional), segundo

o entendimento de Mirshawka (1991, p.103-104).

A manutenção corretiva, considerada como o primeiro tipo de

manutenção aplicada as máquinas, tem como princípio apenas intervir no

equipamento após a sua parada por alguma deficiência ou avaria, sendo a

intervenção suficiente para reconduzi-lo as suas condições operacionais.

Conforme Harding (1981, p.112), "manutenção corretiva é o trabalho de

restaurar um equipamento para um padrão aceitável". Este tipo de manutenção

tem como vantagem a utilização dos componentes até o seu limite (fim de vida

útil), além de não exigir acompanhamentos e inspeções, e como maior

desvantagem a possibilidade de avaria em momentos inadequados,

necessitando de especialistas para a identificação e correção da falha e a

necessidade de existência de estoques de componentes do equipamento para

abreviar o tempo de parada para reparo.

A manutenção preventiva (ou sistemática) surgiu da repetição de

ações simples como a lubrificação e o reaperto das fixações, além das

observações de avarias sistemáticas que afetavam o funcionamento dos

equipamentos. Com a necessidade de maior confiabilidade dos equipamentos

e consequente redução dos custos associados, desenvolveram-se rotinas com

o objetivo de evitar a parada do equipamento por avaria, evoluindo para

estabelecimento de procedimentos formalizados com definição de

periodicidade para a sua aplicação, com a substituição de itens de desgaste,

em caráter preventivo. Segundo Monchy (1989, p.39), "manutenção preventiva

é uma intervenção de manutenção prevista, preparada e programada antes da

data provável do aparecimento de uma falha.". Este tipo de manutenção tem

como vantagem o funcionamento contínuo dos equipamentos, só parando para

executar as ações de manutenção em períodos previstos, resultando em maior

confiabilidade e vida útil ao equipamento, e como desvantagens a inevitável

troca de componentes ainda dentro de sua vida útil e a possibilidade de

introdução de erros durante as intervenções.

13A manutenção preditiva tem como conceito básico o conhecimento

da condição dos componentes do equipamento sem a necessidade de

inspeções que requeira a sua desmontagem ou mesmo a sua parada. O que se

busca é cobrir a deficiência da manutenção preventiva de substituir peças

ainda em condições de utilização, planejando a parada do equipamento de

acordo com as indicações de queda de rendimento ou indicação de desgaste

prematuro, propiciando a utilização dos componentes com melhor

aproveitamento de sua vida útil. Segundo Viana (1991, p.4), "manutenção

preditiva é a monitoração ou acompanhamento periódico do desempenho e/ou

deterioração de partes das máquinas. A finalidade é fazer-se a manutenção

somente quando e se houver necessidade. Caso contrário, mexer na máquina

o mínimo possível: o homem introduz o defeito.". No caso de motores diesel

são utilizadas várias ferramentas de análises como, por exemplo, o

monitoramento dos metais encontrados no óleo lubrificante (que componente

está se deteriorando e a sua taxa de desgaste), o espectro de vibração

(desalinhamento, desbalanceamento ou engrenamento deficiente) e medição

dos parâmetros operacionais (perda de rendimento, aumento de temperatura,

queda da taxa de compressão). Este processo segue uma sistemática

preestabelecida de acompanhamento (por exemplo, tomada de amostras de

óleo lubrificante para análise a cada 250 h de funcionamento – tempo definido

em função da periodicidade da rotina de troca de óleo; medição de vibração a

cada 400 h de operação; medição dos parâmetros operacionais a cada 500 h

de funcionamento) e, para ser efetivo, isto é, possuir dados consistentes para

utilização na análise de tendência, deve, a cada leitura dos parâmetros, seguir

o mais fielmente possível as condições da primeira leitura (por exemplo, a

rotação utilizada, a carga aplicada – recomenda-se ser o mais próxima possível

da condição nominal do equipamento, sendo a condição escolhida repetida a

cada aplicação do procedimento assim como as condições de ventilação

existentes e demais parâmetro escolhidos.

A manutenção detectiva, surgida na década de 90, é uma evolução

da manutenção preditiva e caracterizada pela utilização da computação digital

e dos sensores de monitoramento em tempo real permitindo que o

14acompanhamento do equipamento e, consequentemente, o seu diagnóstico

seja emitido de forma rápida, fornecendo o alarme imediato em caso de

alteração importante nos parâmetros normais do equipamento.

Os tipos de manutenção apresentados acima não esgotam o

assunto, sendo conhecidos e aplicados outros diversos métodos, conforme

exemplificado a seguir:

a) Manutenção produtiva: surgida nos EUA na década de 1950 como

uma evolução da manutenção preventiva, buscava a falha zero

através da prevenção da manutenção pela adoção de soluções de

projeto nos equipamentos que reduzissem a necessidade das ações

de manutenção, isto é, eliminação das causas das falhas ocorridas

por meio de medidas que evitassem a sua repetição;

b) Manutenção centrada na confiabilidade (“Reliability Centered

Maintenance” - RCM): uma evolução da manutenção produtiva, foi

inicialmente utilizada pela indústria aeronáutica pelas United e

American Airlines, propagou-se para as áreas nuclear, militar (a

marinha americana adota os conceitos de RCM desde 1978) e de

geração de energia elétrica. Consiste na aplicação de um método

estruturado para estabelecer a melhor estratégia de manutenção a

um sistema ou equipamento. Neste método, busca-se integrar vários

métodos de manutenção (reativa, preventiva, preditiva, proativa)

para auferir as vantagens de seus pontos fortes como meio de

otimizar a operacionalidade e a eficiência da instalação e

equipamentos, reduzindo o custo do ciclo de vida útil.

c) Manutenção produtiva total (“Total Productive Maintenance -

TPM”): desenvolvida no Japão a partir de 1965, propõe a atividade

da manutenção produtiva com a participação de todos os

funcionários da empresa, desde o nível de presidente, até o de

operário, mesmo que com envolvimentos diferenciados. Consolida a

idéia de que o serviço deve ser autocontrolado e cria a mentalidade

de que "cada um cuida do seu próprio equipamento". Em outras

palavras, surge a proposta da "manutenção autônoma", uma das

15características do TPM. A TPM tem como base cinco pilares de

sustentação: eficiência, auto-reparo, planejamento, treinamento e

ciclo de vida.

d) Terotecnologia: desenvolvida na Inglaterra a partir de 1970,

determina a participação de um especialista em manutenção desde

a concepção do equipamento até o acompanhamento das suas

primeiras horas de operação. O objetivo é obterem-se equipamentos

confiáveis e que facilitem a intervenção dos seus mantenedores,

tendo em vista que, o nível de manutenção requerido por um

equipamento em seu estágio operacional é afetado por fatores

presentes em estágios anteriores de seu ciclo de vida.

A MB (EMA 420, 2002)1 considera apenas como tipo de

manutenção, as manutenções classificadas como Corretiva, Preventiva,

Preditiva e Modificadora, estando a manutenção preditiva contida na

manutenção preventiva.

Na Tabela 1 está mostrada a evolução da manutenção ao longo do

tempo, disposta em distintas gerações da manutenção, segundo a visão de

Moubray (1997, p.5).

1 Segundo o EMA 420 (2002, p.3.3), a Manutenção Corretiva se destina a reparar ou recuperar o material danificado para repô-lo em condições de uso; a Manutenção Preventiva é o tipo de manutenção executada para reduzir ou evitar a falha ou queda do desempenho do material, sua degradação e, ainda, reduzir a possibilidade de avarias, através da intervenção e/ou remoção periódica do item. Deve obedecer a um plano previamente elaborado, baseado em intervalos definidos de tempo; a Manutenção Preditiva é constituída pelo conjunto de medidas, com base em modificações de parâmetros de condições ou desempenho, que têm como propósito caracterizar, acompanhar, diagnosticar e analisar a evolução do estado de equipamentos e sistemas, subsidiando o planejamento e a execução de ações de manutenção para quando forem efetivamente necessárias, a fim de prevenir a ocorrência de falhas e avarias, permitindo a operação contínua pelo maior tempo possível; a Manutenção Modificadora consiste nas ações de manutenção destinadas a adequar o equipamento às necessidades ditadas pelas exigências operacionais ou ainda para otimizar os trabalhos da própria manutenção.

16

Tabela 1 – Mudanças nas técnicas de manutenção

1940 – 1950 1960 – 1970 1980 –1990 – 2000

1a Geração

Conserta quando quebra

2a Geração

Revisões programadas. Sistema de planejamento e controle do trabalho. Computadores lentos e grandes.

3a Geração

Monitoramento das condições. Projeto para confiabilidade e manutibilidade. Computadores rápidos e pequenos. Análise de modos de falhas e efeitos. Sistemas especialistas. Multifuncionalidade e trabalho em equipe.

17

CAPÍTULO II

A manutenção na MB

2.1 Visão geral dos procedimentos adotados na MB

A Marinha do Brasil segue a estruturação da manutenção preventiva

com a utilização de algumas ferramentas de manutenção preditiva como o

acompanhamento das condições de operação, análise do óleo lubrificante e

análise das condições do desgaste das peças de substituição obrigatórias nas

revisões intermediárias e gerais programadas, com o objetivo de adequar a

definição da periodicidade das referidas revisões com a vida útil esperada dos

componentes, que é fortemente atrelada ao perfil de operação do navio em que

o equipamento está instalado.

Para tanto, é utilizado um Sistema de Manutenção Planejada (SMP)

como ferramenta de condução da manutenção, que pode ser visto como um

conjunto integrado de pessoal, instalações, equipamentos, instrumental,

sobressalentes, documentos e ferramental, dinamizados segundo métodos e

procedimentos estabelecidos por normas baseadas em princípios e técnicas,

visando manter o material.

O SMP, introduzido na MB na década de 1980, baseado na estrutura

de manutenção trazida pelas Fragatas Classe Niterói construídas na Inglaterra,

passou a considerar os conjuntos de equipamentos que executam uma função

definida (não mais equipamentos isolados), a definir dotações de

sobressalentes necessários em cada etapa utilizando critérios técnicos, a

identificar as ferramentas especiais e os instrumentos de testes para cada

atividade a ser desenvolvida, assim como a infra-estrutura necessária para

realizá-la, e a planejar a execução das rotinas distribuindo-as entre os diversos

escalões de manutenção considerando a disponibilidade e qualificação do

pessoal (de bordo e de base). O SMP é desenvolvido, para cada navio (ou

classe de navio), a partir da definição dos equipamentos que serão abrangidos,

18pelo estabelecimento do ciclo operativo2 esperado, pela definição da hierarquia

do material, dos níveis de operação do sistema e de sua documentação e pela

caracterização da periodicidade das rotinas aplicáveis.

O SMP é organizado e aplicado dentro das seguintes etapas:

a) elaboração: fase de produção de todos os documentos de SMP a

serem utilizados durante a operação do navio, a cargo de cada

Diretoria Especializada3 em sua área de atuação;

b) programação: distribuição das rotinas de manutenção elaboradas

no período básico estabelecido (ciclo operativo);

c) execução: aplicação das rotinas de manutenção programadas,

realizada pela tripulação dos meios (navios), pelo pessoal das bases

de apoio, estaleiros e fabricantes dos equipamentos (ou seus

representantes);

d) registro: lançamento, na documentação pertinente, dos dados

obtidos durante a execução das rotinas de manutenção, sendo esta

fase primordial para o efetivo aprimoramento do SMP; e

e) controle: fase de verificação e análise dos resultados obtidos,

com o acompanhamento das atividades do sistema em cada nível de

operação do sistema. A verificação é uma auditoria técnica para

obtenção de informações para a correta avaliação das falhas,

inadequações ou insuficiências do sistema, fornecendo subsídios

para a sua otimização.

A documentação de SMP é elaborada utilizando programa

proprietário (SEDMP), desenvolvido na Diretoria de Engenharia Naval (DEN),

sendo disponibilizada para os utilizadores via WEB pela página da DEN na

2 Ciclo composto de um Período Operativo e de um Período de Manutenção (PM) de longa duração. Tem seu início com a incorporação do navio à MB ou após o final de um PM de longa duração e se encerra ao se concluir o PM de longa duração seguinte. Entende-se como PM, o período em que o meio encontra-se indisponível, para fins operativos, como forma de viabilizar a realização das atividades de manutenção (EMA 420, 2002, p.3.1). 3 As principais Diretorias Especializadas, no setor de Material da Marinha (subordinadas à Diretoria-Geral de Material da Marinha conforme EMA 420, 2002, p.1.1) são: Diretoria de Engenharia Naval (DEN), Diretoria dos Sistemas de Armas da Marinha (DSAM), Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM) e Diretoria de Comunicações e Tecnologia da Informação da Marinha (DCTIM).

19Intranet da MB e por meio de mídia ótica (CDROM). Os principais documentos

produzidos em um SMP são:

a) Plano Mestre de Manutenção: documento composto com a

distribuição de todas as rotinas de manutenção previstas ao longo

do ciclo de atividades, elaborado considerando o ciclo de atividades

do navio, a disponibilidade de mão de obra por incumbência e a

associação e a superposição entre as rotinas e a tripulação;

b) Índice das Divisões e Subdivisões do SMP (IDSSMP): consistindo

na estrutura básica do SMP, sendo utilizado para normalmente

apenas para acesso à Lista de Equipamentos do Meio e aos Cartões

de Manutenção, Cartões de Condução e Cartões de Defeitos,

Causas e Correções;

c) Lista de Equipamentos do Meio (LEM): caracteriza a configuração

do meio relacionando individualmente todos os equipamentos

instalados a bordo, com seus componentes e acessórios;

d) Índice das Rotinas de Manutenção: gerado automaticamente a

partir do cabeçalho dos Cartões de Manutenção elaborados, é

utilizado como meio de acesso aos referidos cartões;

e) Índice das Rotinas de Condução: gerado automaticamente a partir

do cabeçalho dos Cartões de Condução elaborados, é utilizado

como meio de acesso aos referidos cartões;

f) Índice dos Cartões de Defeitos, Causas e Correções: gerado

automaticamente a partir do cabeçalho dos Cartões de Defeitos,

Causas e Correções elaborados, é utilizado como meio de acesso

aos referidos cartões;

g) Cartões de Manutenção: podem ser aplicados tanto nas

atividades de manutenção preventiva, preditiva ou corretiva, define e

descreve pormenorizadamente a atividade de manutenção a ser

executada (individualmente ou em conjunto), as rotinas superpostas,

a sua periodicidade (horas de funcionamento ou calendárica –

meses ou anos), a condição do meio (no porto, em viagem ou

docado, caso aplicável), a(s) especialidade(s) necessária(s) e o

tempo a ser gasto em sua aplicação. Também é identificada

20documentação de referência e são descritas: a condição de

disponibilidade do equipamento ou de seus subsistemas durante a

sua aplicação; as precauções de segurança a serem adotadas; os

itens de substituição obrigatória e eventual, as ferramentas

necessárias e o material que será consumido durante a sua

execução;

h) Cartões de Condução: engloba todas as informações sobre a

operação prevista no Manual Técnico do equipamento incluindo os

procedimentos para as manobras ou troca de unidades; e

i) Cartões de Defeitos, Causas e Correções (“troubleshooting”): lista

todos os defeitos do equipamento ou sistema associados as suas

prováveis causas e correções associadas.

Como registro dos procedimentos executados, são previstos os

seguintes documentos:

a) Cartão Registro de Manutenção: onde é anotada a execução de

cada manutenção;

b) Cartão Registro Histórico: tem a finalidade manter, de forma

cronológica, o registro das informações relevantes identificadas

durante a operação do equipamento ou sistema, e demais dados de

interesse do SMP; e

c) Cartão de Avaria e Reparo, onde são registradas detalhadamente

todas as avarias consideradas importantes (graves ou moderadas4)

em um equipamento ou sistema. A verificação de sua incidência

permitirá aprimorar o SMP, com a criação de novas rotinas ou

adequação das existentes, com o intuito de evitar as referidas

avarias.

4 As avarias graves são aquelas que, por impedir a operação de um determinado material, torna indisponível o meio para a execução de suas tarefas. As avarias moderadas são aquelas que, por impedir a operação de um determinado material, torna indisponível um sistema do meio (EMA 420, 2002, p.3.14).

212.2 A manutenção aplicada aos motores diesel

2.2.1 Estrutura da manutenção

Para os motores diesel, seguindo a estrutura de manutenção

descrita no item 2.1, antes da fase de operação dos equipamentos, são criadas

rotinas de manutenção (Cartões de Manutenção, Cartões de Condução e

Cartões de Defeitos Causas e Correções), com base nas informações

fornecidas pelos seus fabricantes, incluindo a periodicidade (frequência)

recomendada. Embora essas rotinas possam ser alteradas com o passar do

tempo, em função do histórico obtido com a sua aplicação e do processamento

dessas informações, a qualidade da documentação disponibilizada pelos

fabricantes terão grande influência no processo do SMP e na vida útil do

equipamento.

Analisando especificamente os Cartões de Manutenção, são criadas

rotinas específicas para cada trabalho (ou grupo de trabalhos) a serem

executados, desde as verificações diárias passando pelos dois grandes grupos

de manutenção: a manutenção intermediária e a manutenção geral5. Estas

rotinas são separadas em escalões de manutenção, conforme a qualificação e

a estrutura necessária a sua aplicação, conforme a definição do EMA 420

(2002, p.3.4), para os seguintes escalões de manutenção:

a) 1º Escalão: compreende as ações realizadas pelo usuário (pela

tripulação do navio no caso em discussão), com ou sem o concurso

da organização militar responsável pelo material, com os meios

orgânicos disponíveis, com o propósito de manter o material em

condições de funcionamento e de conservação;

b) 2º Escalão – Compreende as ações realizadas em organizações

de manutenção e que ultrapassam a capacidade dos meios

orgânicos da organização militar responsável pelo material;

5 Também conhecida como TBO (Time Between Overhaul), a manutenção geral é caracterizada pela completa desmontagem do equipamento sendo, na maioria dos casos, necessária a sua retirada de bordo (ser realizada em oficina).

22c) 3º Escalão - Compreende as ações de manutenção que exigem

recursos superiores aos escalões anteriores, em função do grau de

complexidade (manutenção em oficina); e

d) 4º Escalão - Compreende as ações de manutenção cujos

recursos necessários, normalmente, transcendem a capacidade da

MB em função do alto grau de complexidade sendo, na maioria das

situações, executadas pelo fabricante ou representante autorizado

ou ainda em instalações industriais especializadas.

Além do referidos cartões de manutenção, podem ser adicionadas

as seguintes rotinas de manutenção como ferramentas para aquisição de

dados para a manutenção preditiva:

a) cartão de avaliação do desempenho do equipamento (coleta de

dados para análise de tendências): realiza um acompanhamento dos

parâmetros de operação dos motores diesel com a finalidade de,

através de um sistema especialista, sugerir ações de manutenção

nos equipamentos (ENGENALMARINST nº 16-04, 2001);

b) cartão de manutenção de coleta e análise de óleo lubrificante

(coleta de dados para análise de tendências): faz um

acompanhamento do desgaste dos motores através do

acompanhamento dos resíduos metálicos encontrados no óleo

lubrificante dos motores diesel (ENGENALMARINST nº 16-05,2001);

e

c) cartão de manutenção de coleta e registro das medições das

principais peças de desgaste dos motores diesel substituídas nas

revisões preventivas realizadas (ENGENALMARINST nº 85-02,

2000; ENGENALMARINAST 85-03, 2000; ENGENALMARINAST 85-

04, 2000).

Todas as ferramentas acima, aplicáveis a algumas classes de navios

da MB, como as Fragatas Classe Niterói e as Corvetas Classe Inhaúma, tem

como objetivo formar bancos de dados sobre a operação e o desgaste

apresentados pelos equipamentos monitorados para serem utilizados tanto

23para reduzir o risco de uma decisão de postergar (flexibilizar) uma revisão (por

necessidade operacional ou por problemas logísticos) como para alterar a

periodicidade das rotinas de manutenção preventiva (originalmente assumida

com os valores sugeridos pelos fabricantes dos equipamentos, normalmente

seguindo regras conservadoras) utilizando dados reais do perfil de operação do

motor diesel. Estes dados também são utilizados para aferir os cálculos de

confiabilidade, disponibilidade6 e manutenibilidade7 dos equipamentos.

2.2.2 Óbices encontrados na aplicação do SMP

Embora se tenha todo o sistema de manutenção devidamente

estruturado, a aplicação do SMP nos equipamentos da MB apresenta os

seguintes óbices8 principais:

a) postergação, pelo usuário, da periodicidade estipulada para as

revisões intermediárias e gerais, normalmente, em decorrência de

contingenciamento de recursos econômicos que, além do

comprometimento da confiabilidade do equipamento e de interferir

na coleta dos dados para a verificação/correção da referida

periodicidade, na prática tem-se observado que o não cumprimento

dos períodos estipulados pelo SMP em equipamentos semelhantes

acarreta em um dispêndio maior de recursos quando da realização

da revisão, se comparada com o custo daquelas cumpridas no prazo

programado;

b) deficiência na qualificação do pessoal, principalmente nos

encarregados de operar e realizar a manutenção de 1° Escalão,

acarretando na redução da confiabilidade do equipamento;

c) as rotinas de manutenção de aquisição de dados para a

Manutenção Preditiva não estão sendo aplicadas9 em sua totalidade,

6 Medida da probabilidade de que um item esteja em situação operacional para a realização de uma operação (MATERIALMARINST 19-01, 1999, p.3). 7 Probabilidade de que um sistema avariado seja reparado, ou seja, restituído a sua condição operacional, em um determinado intervalo de tempo (EMA 400, 2003, p.6.5). 8 No presente trabalho não serão enfocados os problemas decorrentes de mão de obra especializada para elaboração de SMP para os novos meios/equipamentos ou para a reavaliação daqueles já implantados nos navios, assim como os aspectos relacionados à logística (identificação, obtenção e fornecimento dos sobressalentes necessários).

24levando-se a não ser possível usufruir dos benefícios esperados

com a sua adoção;

d) a permanência do pessoal habilitado/qualificado nos quadros

industriais, manutenção de 2° e 3° Escalão, tem-se mostrado um

verdadeiro desafio, seja por melhores ofertas no mercado de

trabalho ou pelo cumprimento de requisitos de carreira, reserva (no

caso dos militares) ou aposentadoria (no caso dos civis); e

e) a despeito da quantidade de motores de alta rotação existentes

na MB, apenas o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ)

possui pessoal qualificado e oficina com recursos para realizar

revisão geral nos referidos motores. Este fato faz com que a MB

tenha que terceirizar parte dos serviços de manutenção de 2° e 3°

Escalão. O próprio AMRJ possui um contrato de natureza contínua

com a MTU do Brasil, representante no país do fabricante da maioria

dos motores de alta rotação instalados nos navios da MB, para

realizar as revisões intermediárias no Rio de Janeiro (a empresa não

possui facilidades de teste no RJ) e as revisões gerais nas

dependências de sua oficina, localizada em São Paulo, como forma

de minimizar esta deficiência. A MB, ciente desta deficiência, está

planejando ampliar a sua capacidade de manter os motores diesel,

criando dois novos centros de manutenção, um com capacidade de

realizar serviços até o nível de manutenção intermediária e outro,

mais completo, capaz de executar serviços de manutenção geral,

incluindo o teste final em bancada.

9 Existe uma grande resistência, principalmente na aplicação do cartão de avaliação do desempenho do equipamento, a cargo do pessoal de bordo, em função do trabalho adicional imposto à tripulação do navio, já que o procedimento de aquisição dos dados e a sua implementação no programa de análise de tendências é totalmente manual. Maffei (2009) apresentou um trabalho para inclusão de um sistema de monitoração para possibilitar a leitura direta dos sensores dos motores diesel (sistema de aquisição de dados), análise e apresentação do diagnóstico “on-line”, ainda não implementado na MB.

25

CAPÍTULO III

Infraestrutura necessária

3.1 Diversidades de motores diesel existentes na MB

A grande maioria de motores diesel instalados nos navios da MB são

de alta rotação em decorrência dos requisitos impostos aos navios de guerra:

baixo peso, baixa relação peso/potência e necessidade de redundância tanto

nos equipamentos de propulsão como nos sistemas auxiliares, acarretando em

arranjo complexo das praças de máquinas, utilização motores diesel de quatro

tempos e, em alguns casos, resultando na adoção de sistemas combinados10

de propulsão.

Em função da potência necessária para atender aos requisitos de

velocidades nas embarcações onde os motores diesel estão instalados, a

potência contínua demandada pelos equipamentos situa-se acima de 600 kW,

cujo valor é superior ao do maior motor diesel de quatro tempos fabricado no

Brasil11, resultando na necessidade de utilização de motores importados com

consequentes reflexos na mão de obra a ser utilizada assim como no custo e

no tempo de obtenção dos sobressalentes.

A diversidade de embarcações existentes (submarinos, porta aviões,

navios escolta, balizadores, patrulhas, hidrográficos...) torna impossível manter

um razoável nível de padronização de equipamentos (existe padronização

apenas nos navios da mesma classe) que poderiam trazer, pela redução da

variabilidade e diversidade, a previsibilidade e eficiência com reflexos na

disponibilidade, confiabilidade e custos de operação e manutenção dos

equipamentos. Entretanto, a padronização possui vantagens e desvantagens,

como podemos citar:

10 CODOG (Combined Diesel or Gas) arranjo de propulsão utilizando motor diesel como propulsão de cruzeiro e turbina a gás como propulsão de velocidade – não há adição de potência entre os modos alternativos, diferente do arranjo CODAG (Combined Diesel and Gas) onde tal adição ocorre. 11 Motor Scania DI16 52M, com 588 kW/2.200 rpm (http://webapp109.scania.com/i/Industrial Marine/Spec_marine_ patrolcraft/Marine_patrolcraft_engines.pdf, 2011).

26a) as vantagens esperadas pela padronização, segundo o EMA 400

(2003, pag.6.3) seriam “O número de itens necessários ao apoio

logístico deve ser reduzido a fim de facilitar a manutenção e,

consequentemente, diminuir custos.” e “A padronização possibilita,

também, o aprimoramento de componentes e de documentação

técnica.”. Estes dois aspectos se traduzem na potencial redução da

quantidade e variedade de itens em estoque e na simplificação do

treinamento do pessoal na operação e manutenção dos

equipamentos; e

b) como desvantagens podem ser citadas, o grande impacto advindo

da necessidade de substituição de vários equipamentos em função

de sua obsolescência ou retirada de sua linha de produção do

equipamento padronizado, o risco da padronização de problemas

inerentes ao equipamento, só conhecido após longa experiência

operacional e, na prática, acarreta em um aumento dos preços de

obtenção (principalmente) e manutenção pela limitação da

concorrência nas aquisições.

Para exemplificar a gama de motores diesel existentes na MB,

apenas utilizando os do fabricante MTU12, que possui o maior número de

equipamentos instalados, existem em operação mais de 250 motores, divididos

em várias séries de equipamentos (séries 095/099, 183, 199, 396, 493, 652,

956, 1163, 2000 e 4000) cada uma com suas peculiaridades e, mesmo nos

motores de mesma série, existem diferentes graus tecnológicos de construção

(gerações diferentes), em função da época de sua aquisição. Verificou-se que,

na maioria dos casos, havia tamanha diferença entre as gerações que não era

economicamente interessante trazer, através de atualizações, os motores da

primeira geração para a última.

12 Motorem und Turbine Union Friedrichshafen (fabricante alemão de motores de alta potência específica) fui fundada em simultâneo com a Maybach no principio do Século XX. A companhia produz motores diesel para comboios, navios, veículos militares, agrícolas, mineiros e equipamentos de construção, bem como geradores diesel. (http://pt.wikipedia.org/wiki/MTU_Friedrichshafen, 2011).

27A existência dessas diferenças de gerações de equipamentos de

mesma série em navios da mesma classe traz como consequência a

necessidade da identificação detalhada dessas diferenças, a sua inclusão nos

respectivos SMP de cada subconjunto de navios (a documentação deixa de ser

padronizada e passa a ser aplicável ao navio e ao equipamento), e, no caso de

existirem motores diesel reservas13, esta documentação deve sempre

acompanhar o equipamento.

3.2 Demanda de manutenção x Capacidade instalada

A ampliação da quantidade de navios em operação observada nos

últimos anos e também a expectativa de crescimento em futuro próximo (navios

já contratados e em processo de aquisição), resultou no aumento na

quantidade de motores de alta rotação sem o devido crescimento da infra-

estrutura de apoio na MB.

Conforme já comentado no capítulo anterior, a única Organização

Militar (OM) da MB com capacidade de realizar revisões intermediárias e gerais

é o AMRJ, por possuir pessoal qualificado, com treinamento no fabricante dos

equipamentos, e por possuir oficina com bancada de testes (limitada a motores

de até cerca de 5.000 kW), equipamento necessário para aferição da

efetividade da manutenção geral realizada nos motores diesel, antes da sua

reinstalação a bordo (testar a capacidade do equipamento atingir a plena carga

para a qual foi dimensionado).

Entretanto, mesmo a oficina do AMRJ necessita de atualização,

tendo em vista a data da sua construção, ocorrida na década de 1970, tendo

sido idealizada para realizar as manutenções dos motores MTU (série 956,

embora, pela capacidade do freio dinamométrico instalado possa realizar

manutenção e testes nas demais séries existentes) instalados nas recém-

13 São motores diesel intercambiáveis com os instalados no navio, adquiridos com o objetivo de abreviar o tempo de parada do meio para manutenção. Com a utilização de motores reserva, o caminho crítico do Período de Manutenção deixaria de ser a execução da manutenção geral no equipamento (possibilidade de substituição imediata do motor diesel).

28adquiridas Fragatas Classe Niterói14 e da evolução tecnológica dos

equipamentos que hoje utilizam cada vez mais meios eletrônicos (reguladores

de velocidade, controle de injeção de combustível, controle de ativação de

turbo compressores e sistema de controle digital) principalmente para

possibilitar o atendimento aos requisitos de emissão ambiental15 em vigor.

3.3 Infraestrutura mínima a ser instalada

3.3.1 Instalação de novas oficinas de motores

Em função da construção dos novos navios para a MB, notadamente

os Navios Patrulha Oceânicos de 500t, NPa Classe Macaé, com o primeiro

desses navios já incorporado (http://www.naval.com.br/blog/tag/napa-500/,

2011) e outros cinco em diferentes fases de construção (novas unidade serão

licitadas para construção em futuro próximo), todas padronizadas com o

primeiro da classe, e das Lanchas Patrulhas de 60t, AviPa Classe Marlim

(http://www.naval.com.br/blog/tag/avipa/, 2011), a MB está recebendo uma

quantidade crescente de novos motores MTU da série 4000 e 2000 (motores

de nova geração, com sistemas eletrônicos e possuindo sistema “commom

rail”16), respectivamente. Desta forma, as novas oficinas de motores deverão

possuir plena capacidade para realizar a manutenção destas novas séries

crescentes de motores.

O planejamento de instalações das novas oficinas deve ser feito

levando-se em conta a sua adaptabilidade, que é a capacidade de tornar-se

adequada para o emprego a que se destina. Dentro desse enfoque, há no

planejamento das instalações dois problemas a serem resolvidos. O primeiro

14 Navios adquiridos junto à firma inglesa Vosper Thornicroft na década de 1970, com quatro unidades construídas na Inglaterra e duas no Rio de Janeiro (AMRJ), possuem instalados para propulsão, além de duas Turbinas a Gás, quatro motores diesel para propulsão, cada um com 3.000kW/1.515 rpm, e quatro motores diesel auxiliares, com 1.000 kW/1.200 rpm cada. 15 Limites de emissão impostos pelo Regulamento 13 do Anexo VI da MARPOL 73/78 da qual o Brasil é signatário (http://en.wikipedia.org/wiki/MARPOL_73/78, 2011). 16 Sistema de injeção direta de combustível diesel sob alta pressão, consistindo em uma bomba de alta de alta pressão e comandos de injeção por válvulas solenóides montados diretamente nas cabeças de cilindro. O processo de injeção é controlado eletronicamente para ser alcançado o volume ideal no tempo correto,

29refere-se à localização ou posicionamento das instalações (“facility location”)

em relação aos consumidores, fornecedores e outras instalações com as quais

interferem. O segundo refere-se ao arranjo físico (“layout”) interno.

Considerando que o primeiro é um problema estratégico e, portanto, que deve

ser equacionado pelas altas autoridades da MB, vamos discutir apenas o

arranjo físico interno que uma oficina de motores deve possuir.

No arranjo físico interno estão envolvidos todos os equipamentos,

máquinas e móveis dentro do envelope de construção, incluindo área de

produção e áreas relacionadas à produção: áreas de apoio, áreas de pessoal,

áreas de passagem, sistemas estruturais, sistemas atmosféricos, sistemas de

fechamento, iluminações, eletricidade, comunicação, sistemas de segurança do

trabalho, sistemas sanitários, vapor, ar comprimido, coleta de óleo lubrificante,

processamento da água/resíduos, conexões para banco de carga, calor, gás,

ventilação, ar condicionado (água gelada), sistemas de esgoto sanitário, etc.

O arranjo das instalações deve seguir o roteiro de planejamento

sugerido pelo fabricante dos equipamentos (MTU, 2003) que exemplifica com

uma descrição dos componentes que comporiam um oficina de motores MTU

das séries 2000 e 4000, em função do nível de revisão a ser alcançado. No

caso da MB, que realiza a revisão até o último nível (revisão geral),

corresponderia a totalidade de componentes recomendados, devendo ser

incluídos os seguintes macros componentes, além do almoxarifado

(acondicionar os sobressalentes), áreas administrativas (sala do encarregado,

sala de reuniões, vestiário e sala da documentação) e sanitários:

• área de recebimento dos motores;

• área de montagem e desmontagem dos motores, incluindo ponte

rolante de 16 t para movimentação do motor no interior da oficina,

suporte giratório para montagem/desmontagem do motor, máquina

de parafusar pneumática, bombas hidráulicas portáteis e

resultando em menor consumo e baixos índices de poluentes emitidos à atmosfera (http://pt.wikipedia.org/wiki/Common-rail, 2011).

30equipamento para levantamento de peso de componentes (braços

giratório com talhas elétrica de 250 kg x 4000 mm);

• área de limpeza, incluindo tanques de limpeza química, máquinas

de jateamento (areia/micro esferas de vidro) e equipamento para

levantamento de peso de componentes (braço giratório com talha

elétrica de 250 kg x 4000 mm);

• área de inspeção, incluindo setor de metrologia, inspeção por

partícula magnética, endoscopia, mesa de desempeno, tanque

para teste hidrostático (com água aquecida), medidor de taxa de

compressão, teste de dureza superficial e máquina de teste de

compressão de molas;

• área de manutenção de componentes, incluindo mesa de trabalho,

prensa hidráulica, tanque de nitrogênio, teste de bombas injetoras,

teste de bicos injetores, máquina para balanceamento, facilidades

para retrabalho em assento de válvulas, turbo-compressores e

cabeçotes;

• área de usinagem, incluindo torno mecânico, esmerilhadeira,

furadeira (radial e de coluna), mandrilhadora, máquina de

brunimento e equipamento para levantamento de peso de

componentes (braço giratório com talha elétrica de 250 kg x 4000

mm);

• área de teste de equipamentos eletrônicos, incluindo bancada,

equipamentos para teste e simulador;

• área de teste final (bancada de teste), incluindo freio

dinamométrico (capacidade mínima de 3.600 kW a 2100 rpm em

qualquer sentido de rotação – horário ou antihorário) com seu

controle (incluindo a interface eletrônica com o motor diesel),

resfriamento do freio, painel de controle e monitoração de todas as

variáveis do motor diesel (com aquisição automática de dados),

calços flexíveis do motor diesel, eixo cardan para acoplamento

freio/motor diesel, e todos os sistemas auxiliares para possibilitar o

funcionamento normal do equipamento (partida, óleo combustível,

óleo lubrificante, resfriamento, admissão de ar e descarga de

31gases – com válvula para ajuste da contrapressão nominal da

descarga), ventilação e atenuação do ruído gerado na bancada; e

• área de pintura e acabamento, incluindo cabine de pintura com

extração forçada.

3.3.2 Ferramental mínimo

O ferramental mínimo, além das ferramentas comuns adquiridas

diretamente no mercado nacional, que deve estar disponível na oficina é toda a

gama de ferramentas especiais17 necessárias para realizar a manutenção dos

motores que serão revisados, no caso as séries 2000 e 4000 da MTU. Estas

ferramentas constam do manual de operação e manutenção dos

equipamentos, são disponibilizadas para aquisição pelo fabricante e, quando o

equipamento é adquirido diretamente pela MB, já fazem parte do seu escopo

de fornecimento.

Como exemplo, na Tabela 2 estão listadas as ferramentas especiais

para o motor série 4000, disponibilizadas pelo seu fabricante (MTU, 2008,

p.169-181).

Tabela 2 – Ferramentas especiais MTU série 4000

Part No. Designação

F6555766 Barring tool F30006212 Ratchet 0135315483 Connector pliers Y20097353 Rigid endoscope F30027336 Torque wrench 6-50 Nm F30027340 Ratchet adapter Y20010128 Feeler gauge F30510423 Torque wrench 10-60 Nm F30047446 Torque wrench 60-320 Nm F30039518 Ring wrench adapter F30377769 Puller for injector F6557991 Puller bracket for injector F6557952 Force-in lever for injector F6555197 Lever for force-in lever F30378403 Injector installation jig F30379005 Slotted screwdriver

17 São as ferramentas especialmente fabricadas para um dado equipamento ou componente, ou então para uma dada classe de equipamentos ou componentes, de tal sorte que é de esperar que elas não se encontrem a bordo, nem na Base e nem no Estaleiro de Apoio, a não ser que sejam obtidas especialmente para o equipamento ou componente em questão (ENGENALMARINST 05-03, 2001, p.30).

32Tabela 2 – Ferramentas especiais MTU série 4000 (Continuação)

Part No. Designação

0015384230 Torque wrench 0.5-5 Nm B80144852 Filling device F30379104 Strap wrench F30027337 Torque wrench F30027341 Ratchet adapter

5605892099/00 MTU test kit F30379104 Filter wrench F30027339 Ratchet adapter F30379609 Box wrench F30027336 Torque wrench, 6-50 Nm

3.3.3 Qualificação exigida

O estabelecimento de uma oficina vai além das instalações físicas,

dos componentes disponibilizados e dos pacotes de ferramentas. A formação

de pessoal qualificado para planejar, executar a manutenção e conduzir os

testes é de vital importância no sucesso do empreendimento. Este

conhecimento também não é prescindido mesmo em caso de terceirização dos

serviços de manutenção tendo em vista que a MB deverá fiscalizar e aprovar

todos os procedimentos adotados, os sobressalentes substituídos e os testes

finais de entrega do equipamento.

Como já foi mencionado, os motores são de procedência

estrangeira, não existindo no país, um curso regular para o treinamento de

pessoal para executar manutenção nos referidos motores. Para a realização

deste treinamento é recomendado realizar os curso oferecidos pelo fabricante

(http://www.mtu-online.com/fileadmin/fm-dam/mtu-global/downloads/en/MTU_

training _3160261_2.pdf, 2011), realizado em seu Centro de Treinamento em

sua Fábrica 1 localizada em Friedrichshafen, Alemanha, tendo em vista o

mesmo dispor de instalações apropriadas, todo a documentação e o

ferramental necessário, além da existência dos motores diesel para o

treinamento prático requerido. O curso deverá abranger a manutenção até o

nível de revisão geral (QL418, na nomenclatura da MTU) que englobará a

18 Os conceitos de manutenção da MTU para estes motores são: QL1 – verificações operacionais e trabalhos de manutenção que podem ser executados sem a desmontagem do motor, realizadas com o equipamento parado; QL2 – troca de componente (ação corretiva); QL3 – trabalho de manutenção com

33desmontagem completa de em um motor da série escolhida (no caso as séries

2000 e 4000), cobrindo todas as etapas da manutenção (inspeções, testes,

retrabalhos e montagem final), à exceção do teste de bancada.

Também deverão ser realizados:

a) o curso de manutenção da parte eletrônica dos referidos motores,

devendo ser incluídos, adicionalmente, os tópicos de simulação e de

leitura/extração de todos os dados gravados no sistema de controle

do motor, como os dados de utilização (potência x rotação), alarmes

ocorridos, limitações e proteções ativadas e demais ocorrências

gravadas durante a atividade do equipamento (coleta de dados para

futura utilização como ferramenta de manutenção preditiva);

b) o curso de operação e manutenção do freio dinamométrico

adquirido para compor a oficina; e

c) os cursos de manutenção dos motores de outros fabricantes, caso

se decida, por opção estratégica, flexibilizar a utilização da oficina de

motores (essa flexibilidade não se confunde com improviso, pois

seria obtida com o treinamento adequado, com resultados

previsíveis, diferente de quando o profissional extrapola de sua

capacitação, obtendo resultados muitas vezes incertos).

desmontagem parcial do motor (corresponderia a manutenção intermediária da MB); QL4 – trabalho de manutenção que requer a desmontagem total do motor (MTU, 2008, p.59).

34

CONCLUSÃO

Ao longo desta monografia procurou-se enfatizar a importância da

manutenção adequada dos motores diesel, que possuem reflexos diretos na

disponibilidade dos navios em que estão instalados.

Verificou-se que a MB possui implantado um Sistema de

Manutenção Planejada (SMP) calcado na estruturação da manutenção

preventiva, com a utilização de algumas ferramentas de manutenção preditiva

como o acompanhamento das condições de operação, a análise do óleo

lubrificante e a análise das condições do desgaste das peças de substituição

obrigatórias nas revisões intermediárias e gerais programadas.

A comparação do SMP com os resultados práticos da sua aplicação

mostrou que existem ainda etapas a serem vencidas, sendo os principais

óbices a não observância das frequências estipuladas para as revisões

intermediárias e gerais dos motores diesel, a deficiência na qualificação do

pessoal envolvido, a não aplicação das rotinas de manutenção preditiva e a

existência de apenas uma oficina plenamente capacitada para realizar as

referidas revisões (intermediárias e gerais).

A partir da constatação de que a infraestrutura atualmente

implantada não atende a grande quantidade de motores instalados na MB, foi

identificada a necessidade de instalação de duas novas oficinas de motores

diesel capazes de realizar manutenção geral dos referidos equipamentos (da

desmontagem completa até o teste de bancada para atestar a propriedade da

revisão executada).

Na análise para implantação das novas oficinas de manutenção,

foram identificados como as séries MTU 2000 e 4000 para as quais as mesmas

deveriam ser preparadas, por serem equipamentos de última geração,

35utilizando eletrônica para reduzir o consumo específico de óleo combustível e

atender aos requisitos de emissão de poluentes para a atmosfera, além da

constatação do aumento da sua quantidade em função das construções de

navios de mesma classe em andamento e planejadas para o futuro próximo.

Foram também identificados os componentes principais que devem fazer parte

da oficina de manutenção, o ferramental que deverá estar disponível para

executar a manutenção geral e os cursos recomendados para a devida

qualificação do pessoal.

Tendo em vista o que foi apresentado no presente trabalho, conclui-

se que o atual procedimento para a manutenção dos motores diesel utilizado

pela MB é adequado para o propósito de manter alta a disponibilidade dos

navios nos quais estão instalados. Entretanto, devem ser envidados esforços

para vencer todos os óbices identificados em sua aplicação, aumentada a infra-

estrutura de reparo para os motores diesel e investido na correta qualificação

do pessoal, além do desfio de manter esta qualificação com o decorrer do

tempo.

Deve-se ter atenção especial com as classes de navios numerosas

em que se utiliza apenas um único modelo de equipamento (padronização),

principalmente quando construídos em épocas e estaleiros diferentes. Não se

pode perder de vista que enquanto os últimos navios fabricados recebem os

modelos mais atualizados, nos primeiros estarão gerações defasadas,

necessitando da plena identificação dessas diferenças e a sua introdução aos

respectivos SMP (esses procedimentos e documentação deverão acompanhar

o referido equipamento durante toda a sua vida útil) e a constante necessidade

de atualização da qualificação do pessoal envolvido em sua condução e

manutenção.

Não se pretendeu, em tão poucas linhas, esgotar todos os aspectos

relativos à manutenção dos motores diesel, mas convidar a uma reflexão maior

sobre todas as implicações envolvidas na sua execução.

36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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39

ÍNDICE

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - Procedimentos de manutenção 10 1.1 Definições de manutenção 10 1.2 Formas de manutenção 11

CAPÍTULO II - A manutenção na MB 17 2.1 Visão geral dos procedimentos adotados na MB 17 2.2 A manutenção aplicada aos motores diesel 21

2.2.1 Estrutura da manutenção 21 2.2.2 Óbices encontrados na aplicação do SMP 23

CAPÍTULO III - Infraestrutura necessária 25 3.1 Diversidade de motores diesel existentes na MB 25 3.2 Demanda de manutenção x Capacidade instalada 27 3.3 Infraestrutura mínima a ser instalada 28

3.3.1 Instalação de novas oficinas de motores 28 3.3.2 Ferramental mínimo 31 3.3.3 Qualificação exigida 32

CONCLUSÃO 34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36

ÍNDICE 39