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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÉ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE” “TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO PARA A GESTÃO DE CADEIA DE SUPRIMENTOS” DANIEL NAHAS MENDES DE AGUIAR ORIENTADOR: MARCO LAROSA Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 2004.

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÉ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

“TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO PARA A GESTÃO DE CADEIA DE

SUPRIMENTOS”

DANIEL NAHAS MENDES DE AGUIAR

ORIENTADOR: MARCO LAROSA

Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 2004.

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2UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÉ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

“TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO PARA A GESTÃO DE CADEIA DE

SUPRIMENTOS”

DANIEL NAHAS MENDES DE AGUIAR

Trabalho Monográfico apresentado

como requisito parcial para a obtenção

do Grau de Especialista em

Logística Empresarial

Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 2004.

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3

Agradeço a todas as pessoas que

me ajudaram direta ou indiretamente

a chegar a obter esse título e,

principalmente, a Deus e a meus pais,

que me ajudaram a ser a pessoa que

sou.

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4

Dedico esse trabalho a minha mãe,

por ser a razão da minha vida e de

minhas conquistas, além de ser a

pessoa que mais amo nesse mundo

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5

SUMÁRIO

RESUMO

INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------7

CAP 1 – A GESTÃO DE CADEIA DE SUPRIMENTOS

I.1 – Introdução a Logística ----------------------------------------------------------------------9

I.2 – O Conceito de Supply Chain Management – SCM ------------------------------------12

I.3 – Barreiras e Alternativas de Solução -----------------------------------------------------16

CAP 2 – O VALOR DA INFORMAÇÃO

II.1 – O Gerenciamento da Informação -------------------------------------------------------19

II.2 – O Efeito Chicote --------------------------------------------------------------------------21

CAP 3 – TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO PARA A GESTÃO DE CADEIA

III.1 – O Papel da Informação na Logística ---------------------------------------------------24

III.2 – Sistemas de Informações Logísticas ---------------------------------------------------27

III.3 – Implementação de ERP ------------------------------------------------------------------31

CONCLUSÃO ------------------------------------------------------------------------------------40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS --------------------------------------------------------42

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RESUMO

No futuro breve não mais estaremos falando em competições entre empresas,

mas entre cadeias produtivas. Isto significa deixar de olhar apenas para o próprio

umbigo e ampliar os horizontes de integração dos processos para parceiros de negócio,

como fornecedores e clientes.

O cenário idealizado é de uma verdadeira empresa virtual com interconexões

eletrônicas que se estendem aos clientes de seus clientes e aos fornecedores de seus

fornecedores, todos operando de maneira integrada, como uma boa máquina.

Mas chegar lá não será fácil. Integrar múltiplos e diferenciados processos de

negócio, suportados por tecnologias diferenciadas (cada empresa atua de uma

determinada maneira) pode chegar ao limite do impossível.

Um dos problemas é a diversidade tecnológica. Os processos de negócios

internos são suportados por processos e sistemas diferentes em cada empresa. São

diversos ERP’S e aplicativos próprios, com diferenças fundamentais entre si.

Outra dificuldade é a cultural. Nem todas as empresas estão preparadas para

atuar de forma aberta e integrada com parceiros, trocando informações que ainda são

consideradas estratégicas. Isto significa que o fabricante e o atacadista, e o atacadista e

o varejista estarão trocando informações que muitos ainda consideram segredos de

estado.

Portanto, os desafios não são apenas tecnológicos, mas também organizacionais,

culturais e operacionais.

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INTRODUÇÃO

Em um cenário de competição acirrado em que vivemos, com necessidades de

operações globalizadas e integradas, as empresas estão cada vez mais buscando a

eficiência na gestão de seus recursos, sejam eles humanos, físicos, financeiros e o

próprio tempo. Aliado a isto, a Tecnologia da Informação vem ganhando espaço neste

ambiente de competição baseado na otimização do tempo, onde a Logística aparece

como fator primordial em nível estratégico, tático, operacional, e os Sistemas de

Informações Logísticas buscam viabilizar soluções completas e integradas para a plena

gestão da Cadeia Logística.

Como garantir eficiência nos processos de suprimento de produtos e materiais

por toda a Cadeia de Abastecimento, em tempo satisfatório para cada entidade da

cadeia, no menor custo, nas condições de qualidade e competência esperada? A resposta

para esta pergunta está na combinação de duas ciências: a Logística e a Tecnologia da

Informação.

É impossível imaginarmos hoje uma forma de gestão que não seja suportada pela

Tecnologia da Informação - TI. É notório a necessidade de tais sistemas e tecnologias

para dar suporte às informações necessárias para uma perfeita gestão do negócio. Por

exemplo: não dá mais para concebermos a possibilidade de administrar custos

efetivamente, prover um melhor nível de serviço ao cliente, e ser um líder em logística

sem contarmos com a TI.

O mundo passa por incríveis mutações. Todavia, a preocupação básica, que

motiva este estudo, fica mais restrita aquelas voltadas ao ambiente empresarial, mais

especificamente às características e ao gerenciamento das informações que darão

suporte ao processo de gestão de cadeia de suprimentos.

A informação gerada nas empresas deve assumir o caráter de dar o suporte

informativo adequado, para que os gestores percebam a eficiência e a eficácia

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8empresarial como uma necessidade contínua e sustentada. Cada vez mais, a informação

deve aparecer no suporte ao ciclo de planejamento-execução-controle.

Vivemos na Era da Informação. Bancos de dados, intercâmbio eletrônico de

dados (EDI – Electronic Data Interchange), sistemas de apoio à decisão, Internet e

intranets são apenas algumas das tecnologias presentes nas páginas de negócios dos

jornais diários.

As implicações dessa fartura de informações são enormes. Os consultores e

autoridades em cadeias de suprimentos gostam de utilizar a frase “nas cadeias de

suprimentos modernas, a informação substitui os estoques”. As informações mudam a

maneira pela qual as cadeias de suprimentos podem e devem ser gerenciadas

eficazmente, e essas mudanças podem levar, entre outras coisas, à redução de estoques.

Ter informações precisas sobre níveis de estoque, pedidos, produção e status de

entregas ao longo de cadeias de suprimentos não significa que os gerentes seriam menos

eficazes se essas informações não estivessem disponíveis. Entretanto, essas informações

provêm uma excelente oportunidade de aperfeiçoar o projeto e a gestão das cadeias de

suprimentos. Essas informações:

• Auxiliam a reduzir a variabilidade nas cadeias de suprimentos;

• Auxiliam os fornecedores a realizar melhores previsões de demanda, trazendo

subsídios para promoções e mudanças de mercado;

• Permitem a coordenação de estratégias e sistemas de distribuição e manufatura;

• Permitem aos varejistas prestar melhores serviços a seus clientes, oferecendo

ferramentas para localização dos itens desejados;

• Permitem aos varejistas reagir e se adaptar aos problemas de suprimentos mais

rapidamente;

• Permitem a redução dos lead times.

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9CAP I – A GESTÀO DE CADEIAS DE SUPRIMENTOS

Na década de 1980, as empresas descobriram novas tecnologias e estratégias de

fabricação que permitiram reduzir os custos e Ter mais competitividade em diferentes

mercados. Estratégias tais como just-in-time, kanban, produção enxuta, gerenciamento

da qualidade total e outras se tornaram muito populares, e uma grande quantidade de

recursos foi investida na sua implementação. Nos últimos anos, muitas empresas estão

descobrindo que o gerenciamento eficaz da cadeia de suprimentos é o próximo passo

para aumentar o lucro e a participação de mercado (market share).

I.1 – Introdução a Logística

A Logística, apesar de ter se tornado uma palavra da moda no fim deste século, é

um conceito conhecido e aplicado há centenas de anos. Podemos supor que os

guerreiros medievais usaram a Logística para posicionar tropas de combate em locais

estratégicos e manter seus exércitos abastecidos de suprimentos.

Durante as Grandes Guerras Mundiais, na sua origem, o conceito de logística

estava essencialmente ligado às operações militares. Ao decidir avançar suas tropas

seguindo uma determinada estratégia militar, os generais precisavam ter sob suas

ordens, uma equipe que providenciasse o deslocamento, na hora certa, de munição,

equipamentos e socorro médico para o campo de batalha.

No final da Segunda Guerra Mundial, a Logística começa a existir como ciência.

No mundo empresarial, ela ganhou peso como ferramenta estratégica para

sobrevivência. Nestes cinqüenta e tantos anos decorridos desde a Segunda Guerra

Mundial, a Logística apresentou uma evolução continuada, sendo hoje considerada

como um dos elementos chave na estratégia competitiva das empresas, para não se dizer

sobrevivência.

Até o final dos anos 80, a natureza relativamente fechada da maior parte dos

mercados garantia maior previsibilidade ao funcionamento dos sistemas econômicos,

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10sustentada na menor concorrência interempresarial e nos ciclos mais longos dos

produtos. Nesse ambiente, a rentabilidade dos negócios requeria o gerenciamento

eficiente de atividades isoladas como compras, transportes, armazenagem, produção e

distribuição.

Essa trajetória registrou uma mutação radical na década de 90 com a

intensificação articulada dos fenômenos da liberalização comercial, especialmente dos

mercados emergentes, e da globalização produtiva e financeira em escala mundial.

Esses dois movimentos vêm conferindo novos contornos à disputa competitiva entre as

empresas, em face das necessidades de enfrentamento e superação dos desafios

impostos à expansão, garantia de posição e/ou mesmo sobrevivência em estruturas de

mercado altamente concorrenciais.

O período entre 1980 e 2000 foi marcado por grandes transformações nos

conceitos gerenciais, especialmente no que toca à função de operações. O movimento

da qualidade total e o conceito de produção enxuta trouxeram consigo em conjunto de

técnicas e procedimentos Amplamente adotadas em quase todos os países

industrializados de economia de mercado, estas técnicas e procedimentos contribuíram

para um grande avanço da qualidade e produtividade. Na trilha deste turbilhão de

mudanças dois outros conceitos surgiram e vêm empolgando as organizações

produtivas.

O conceito da Logística evoluiu muito desde os seus primórdios, agregando valor

de lugar, de tempo, de qualidade e de informação à cadeia produtiva. E além de agregar

os quatro tipos de valores positivos para o consumidor ao longo da cadeia, a Logística

moderna procura também eliminar do processo tudo que não tenha valor para o cliente,

ou seja, tudo o que acarreta somente custos e perda de tempo, além do foco na

otimização de processos e recursos (físicos e humanos).

De acordo com o CLM - Council of Logistics Management, podemos conceituar

a Logística como:

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11"Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o

fluxo de armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados,

cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender

aos requisitos do consumidor." (2002 – www.clm.org)

No início era confundida simplesmente com o transporte e armazenagem de

produtos e materiais; hoje entende-se que a Logística é muito mais do que isso, é um

conceito amplo que cuida de todas interações, movimentações e distribuição de

suprimentos por toda a cadeia produtiva de forma integrada, chegando a cadeia de

distribuição ou abastecimento propriamente dita, atuando de acordo com o moderno

conceito de SCM - Supply Chain Management (Gerenciamento da Cadeia de

Suprimentos).

Além dos fatores mencionados acima a fim de conceituar a Logística, não

devemos esquecer que o conceito introduz um elemento adicional a suas atividades, que

é o fator Informação. Além de controle e gestão de todo o fluxo de suprimentos,

materiais e produtos por toda a Cadeia, a Logística deve monitorar o fluxo de

informações que cercam as atividades e operações envolvidas no processo de

movimentação, armazenagem, distribuição ou transporte. Ou seja, casos onde o cliente

de uma empresa de transportes e entrega, possa monitorar sua carga ou encomenda via

Internet, por exemplo.

Diante desse quadro de mudanças, as organizações empresariais passaram a

adotar estratégias de potencialização de oportunidades e de minimização de riscos,

mediante tentativas de rápido cumprimento dos requisitos e/ou referenciais ligados,

sobretudo à atualização tecnológica e à reestruturação gerencial. Ademais, as empresas

procuraram introduzir inovações voltadas à multiplicação dos ganhos de

competitividade, resultando na proliferação de fusões, incorporações e celebrações de

alianças estratégicas. É justamente nessa linha de avanços gerenciais que pode ser

inserida a SCM. Segundo a maioria dos autores, a SCM é um conceito relativamente

novo que ainda carece de uma definição clara. Contudo, é fácil perceber uma certa

convergência de seu entendimento como um enfoque ampliado, atualizado e universal

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12da administração de materiais convencional (realizada operacionalmente), tratando a

cadeia produtiva completa de maneira estratégica e integrada. Assim, a SCM combina

os grupos de processos logísticos ligados aos materiais e às informações nos ambientes

interno e externo.

Existe uma crescente percepção de que o conceito de Supply Chain Management

é mais do que uma simples extensão da logística integrada, pois inclui um conjunto de

processos de negócios que em muito ultrapassa as atividades diretamente relacionadas

com a logística integrada. Além disso, existe uma clara e definitiva necessidade de

integração de processos na cadeia de suprimentos. O desenvolvimento de novos

produtos é talvez o mais óbvio deles, pois vários aspectos do negócio deveriam ser

incluídos nesta atividade, tais como: o marketing para estabelecer o conceito; pesquisa e

desenvolvimento para a formulação do produto; fabricação e logística para executar as

operações; e finanças para a estruturação do financiamento. Compras e

desenvolvimento de fornecedores são outras duas atividades que extrapolam funções

tradicionais da logística, e que são críticas para a implementação do SCM.

I.2 - O Conceito de Supply Chain Management – SCM

Para melhor entender o conceito de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos,

ou SCM do inglês, é fundamental entender primeiro o conceito de canal de distribuição

já bastante consolidado e há muito utilizado por marketing. Instrumento fundamental

para a eficiência do processo de comercialização e distribuição de bens e serviços, o

conceito de canal de distribuição pode ser definido como sendo o conjunto de unidades

organizacionais, instituições e agentes, internos e externos, que executam as funções

que dão apoio ao marketing de produtos e serviços de uma determinada empresa.

Dentre as funções de suporte ao marketing incluem-se compras, vendas,

informações, transporte, armazenagem estoque, programação da produção, e

financiamento. Qualquer unidade organizacional, instituição ou agente que execute uma

ou mais funções de suporte ao marketing é considerado um membro do canal de

distribuição.

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13 Os diversos membros participantes de um canal de distribuição podem ser

classificados em 2 grupos: membros primários e membros especializados. Membros

primários são aqueles que participam diretamente, assumindo o risco pela posse do

produto, e incluem fabricantes, atacadistas, distribuidores e varejistas. Membros

secundários são aqueles que participam indiretamente, basicamente através da prestação

de serviços aos membros primários, não assumindo o risco da posse do produto.

Exemplos mais comuns são as empresas de transporte, armazenagem, processamento de

dados e prestadores de serviços logísticos integrados.

As estruturas dos canais de distribuição vêm se tornando mais complexas ao

longo dos anos. A figura 1.1 mostra uma estrutura de canal de distribuição bastante

simples, característica do período anterior, à década de 50, quando o conceito de

marketing era pouco desenvolvido e a idéia de segmentação de mercado era pouco

utilizada. Anteriormente a este período, a presença de membros especializados era

pouco difundida. As relações entre os membros principais do canal eram distantes e

conflituosas. Existia uma forte tendência à integração vertical como forma de manter

controle e coordenação no canal.

Figura 1.1 - Estrutura simples de um Canal de Distribuição

Com a evolução do conceito de marketing, e mais especificamente, das práticas

de segmentação de mercado e do lançamento contínuo de novos produtos, juntamente

com o surgimento de novos e variados formatos de varejo, os canais de distribuição vêm

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14se tornando cada vez mais complexos, veja a figura 1.2. Por outro lado, o aumento da

competição e a cada vez maior instabilidade dos mercados levaram a uma crescente

tendência à especialização, através da desverticalização / terceirização. O que muitas

empresas buscam neste processo é o foco na sua competência central, repassando para

prestadores de serviços especializados a maioria das operações produtivas. Uma das

principais conseqüências deste movimento foi o crescimento da importância dos

prestadores de serviços logísticos.

Figura 1.2 - Estrutura Complexa de um Canal de Distribuição Segmentado

A combinação de maior complexidade com menor controle, conseqüência da

desverticalização, tem levado ao aumento dos custos operacionais nos canais de

distribuição. O crescente número de participantes trabalhando num ambiente

competitivo e de pouca coordenação é a principal razão para o crescimento dos custos.

A solução para este problema passa necessariamente pela busca de uma maior

coordenação e sincronização, através de um processo de cooperação e troca de

informações. O avanço da informática, combinado com a revolução nas

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15telecomunicações criou as condições ideais para se implementar processos eficientes de

coordenação. É exatamente este esforço de coordenação nos canais de distribuição,

através da integração de processos de negócios que interligam seus diversos

participantes, que está sendo denominado de Supply Chain Management. Em outras

palavras, o SCM representa o esforço de integração dos diversos participantes do canal

de distribuição através da administração compartilhada de processos-chave de negócios

que interligam as diversas unidades organizacionais e membros do canal, desde o

consumidor final até o fornecedor inicial de matérias-primas.

Em suma, o SCM é uma abordagem sistêmica de razoável complexidade, que

implica em alta interação entre os participantes, exigindo a consideração simultânea de

diversos trade-offs. O SCM vai além das fronteiras organizacionais e considera tanto os

trade-offs internos quanto os interorganizacionais, relativamente a quem deve se

responsabilizar pelos estoques e em que estágio do canal as diversas atividades

deveriam ser realizadas. Apenas como exemplo, podemos comparar os trade-offs

existentes entre as opções de distribuição direta ou indireta por um dado fabricante.

Numa estrutura de canal onde o fabricante distribui diretamente para o consumidor

final, a empresa tem muito maior controle sobre as funções de marketing. No entanto, o

custo da distribuição tende a ser muito maior, exigindo do fabricante um alto volume de

vendas ou uma saturação geográfica em um mercado regional. No caso da distribuição

indireta, as instituições externas ou agentes (transportadores, armazenadores, atacadistas

e varejistas) assumem grande parte do controle e risco, e por esta razão o fabricante

recebe um menor valor pelo seu produto.

Por outro lado, um fabricante que ofereça uma baixa disponibilidade e tempo de

entrega inconsistentes, tende a forçar o atacadista a carregar mais estoque de segurança

a fim de ser capaz de oferecer um nível aceitável de serviço para o varejista. Neste caso,

um menor custo logístico para o fabricante seria alcançado às custas de outros membros

do canal, resultando provavelmente numa cadeia de suprimento menos eficiente e

eficaz. Uma maneira de evitar este trade-off indesejado entre os membros do canal seria

através da mudança da estrutura, ou através da adoção de novos procedimentos ou

tecnologias. Por exemplo, a adoção de um sistema de processamento de pedidos

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16automatizado em substituição a um sistema arcaico poderia permitir uma melhoria do

nível de serviço, redução de estoque, redução nos custos de transporte e armazenagem,

aceleração do ciclo de caixa e aumento do retorno sobre o investimento. A adoção do

conceito de SCM incentiva, através do processo de coordenação e colaboração, a busca

e identificação de oportunidades deste tipo e sua implementação conjunta.

I.3 - Barreiras e Alternativas de Solução

Considerando os enormes benefícios que podem ser obtidos com a correta

utilização do conceito de SCM, surpreende verificar que tão poucas empresas o tenham

implementado. As razões para tanto são basicamente duas. A primeira deriva da relativa

novidade do conceito, ainda em formação e pouco difundido entre os profissionais; e a

segunda com a complexidade e dificuldade de implementação do conceito. SCM é uma

abordagem que exige mudanças profundas em práticas arraigadas, tanto ao nível dos

procedimentos internos, quanto a nível externo, no que diz respeito ao relacionamento

entre os diversos participantes da cadeia.

A nível interno, torna-se necessário quebrar as barreiras organizacionais

resultantes da prática do gerenciamento por silos, que se caracteriza pela perseguição

simultânea de diversos objetivos funcionais conflitantes, em detrimento de uma visão

sistêmica onde o resultado do conjunto é mais importante que o resultado das partes.

Quebrar esta cultura arraigada e convencer os gerentes de que deverão estar preparados

para sacrificar seus objetivos funcionais individuais em benefício do conjunto, tem se

mostrado uma tarefa desafiante. Alcançá-la implica em abandonar o gerenciamento de

funções individuais e buscar a integração das atividades através da estruturação de

processos-chave na cadeia de suprimentos. Dentre os processos de negócios

considerados chave para o sucesso de implementação do SCM, podemos destacar:

• Desenvolver equipes focadas nos clientes estratégicos, que busquem um

entendimento comum sobre características de produtos e serviços, a fim de torná-

los atrativos para aquela classe de clientes.

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17• Fornecer um ponto de contato único para todos os clientes, atendendo de forma

eficiente a suas consultas e requisições;

• Captar, compilar e continuamente atualizar dados de demanda, com o objetivo de

equilibrar a oferta com a demanda;

• Atender aos pedidos dos clientes sem erros e dentro do prazo de entrega

combinado;

• Desenvolver sistemas flexíveis de produção que sejam capazes de responder

rapidamente às mudanças nas condições do mercado;

• Gerenciar relações de parceria com fornecedores para garantir respostas rápidas e

a contínua melhoria de desempenho;

• Buscar o mais cedo possível o envolvimento dos fornecedores no

desenvolvimento de novos produtos.

A experiência tem demonstrado que a montagem de equipes para gerenciamento

de processos na cadeia de suprimentos é um grande desafio gerencial. Para tanto, é

absolutamente necessário um esforço dedicado de pessoas compromissadas, que

possuam a virtude da persistência. As equipes servem para quebrar as barreiras

organizacionais e devem envolver todos aqueles que participam das atividades

relacionadas com a colocação e distribuição dos produtos no mercado. As empresas de

maior sucesso estendem sua atuação para além de suas fronteiras organizacionais,

envolvendo participantes externos que são parceiros na cadeia de suprimentos. Os

membros destas equipes avançadas coordenam, comunicam e cooperam de forma

intensiva.

Uma das primeiras perguntas para quem pretende fazer a mudança para equipes é

saber quem deve participar da equipe de Supply Chain . A idéia é que haja um grupo

permanente de membros-chave e um grupo de participantes esporádicos, que seriam

convocados quando necessário. O fato é que as organizações têm tantas peculiaridades e

diferem em tantos aspectos umas das outras que não faz sentido pensar em uma solução

única para todas as situações. O conjunto de funções-chave que em geral estão

representadas nas equipes são em geral: logística, suprimento/compras, fabricação,

administração de estoque, serviço ao cliente e sistemas de informação. Outras funções

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18que participam ocasionalmente são marketing, vendas, promoções e pesquisa e

desenvolvimento.

À frente deste processo de gerenciamento por equipes estão geralmente

profissionais de logística. No entanto, para liderar um processo como este, qualquer

executivo deve funcionar como um facilitador e integrador das diversas exigências e

interesses, muitas vezes conflitantes. Para ser capaz de assumir este papel, qualquer

profissional deveria ampliar seu entendimento das demais funções do negócio.

Existe um conjunto de características que tendem a contribuir para o sucesso das

equipes de SCM: o estabelecimento de objetivos e metas claras em áreas-chave (tempo

de entrega, índices de disponibilidade, giro de estoques, entrega no prazo); a

determinação do papel de cada membro da equipe na perseguição dos objetivos; o

estabelecimento de uma estratégia de implementação; e a formalização de medidas

quantitativas de desempenho para medir os resultados alcançados.

Embora a montagem de equipes seja importante, a utilização de todo o potencial

só irá ocorrer se a empresa conseguir se interligar aos participantes externos na cadeia

de suprimento. Estes participantes incluem fornecedores, distribuidores, prestadores de

serviço e clientes.

Logo, a cadeia de suprimentos é uma rede complexa de instalações e

organizações com objetivos distintos e conflitantes. Isso significa que encontrar a

melhor estratégia para a cadeia de suprimentos implica desafios significativos.

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CAP II - O VALOR DA INFORMAÇÃO

A informação é fundamental no apoio às estratégias e processos de tomada de

decisão, bem como no controle das operações empresariais. Sua utilização representa

uma intervenção no processo de gestão, podendo, inclusive, provocar mudança

organizacional, à medida que afeta os diversos elementos que compõem o sistema de

gestão. Esse recurso vital da organização, quando devidamente estruturado, integra as

funções das várias unidades da empresa, por meio dos diversos sistemas

organizacionais.

II.1 – O Gerenciamento da Informação

O desafio maior da informação é o de habilitar os gestores a alcançar os objetivos

propostos para a organização, por meio do uso eficiente dos recursos disponíveis. A

informação é o motor que move os gestores. Na ausência de um fluxo de informações

constante, os gestores sentem-se impotentes para qualquer coisa. Além disso, acredita-

se que grande parte das informações necessárias pode ser gerada na própria estrutura

organizacional.

Observa-se que a informação tem sua origem na coleta de dados, os quais, por

sua vez, são organizados e recebem significado de acordo com um contexto delimitado.

Isso implica na necessidade da delimitação inicial do problema, o que servirá de base

para identificar as informações pertinentes a serem selecionadas, dentre as já

disponíveis na empresa, ou, em não existindo, buscar dados em outras fontes, fora da

organização, e transformá-los em informação útil para o contexto da definição da

estratégia.

Em se tratando do potencial da informação, é preciso ressaltar que ele depende

exclusivamente do usuário. Todavia, a principal diferença da informação em relação aos

demais ativos da empresa, é que ela é infinitamente reutilizável, sem, contudo, se

deteriorar ou depreciar em função do uso. Por sua vez, o gerenciamento da informação

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20se diferencia da administração de outros tipos de ativo, apesar de sua importância, por

ele não ser desenvolvido e sistemático como o da produção, marketing ou finanças.

Uma vez que a empresa reconhece o papel positivo que a informação pode

representar, cabe a ela refletir sobre questões primordiais relativas à criação de

processos eficazes de gestão de informação. Tal esforço poderia resultar no

desenvolvimento e implantação de uma arquitetura da informação, que promova uma

postura eficaz no atendimento das necessidades de informações dos gestores. A gestão

de um sistema de informação como um processo interfuncional vital na organização,

pode contribuir para melhorar a utilidade desse recurso.

Vale salientar que não existe um procedimento padrão nas organizações, no que

concerne à divisão das funções do gerenciamento da informação na fase de execução da

estratégia. Entretanto, alguns elementos são comuns no processo de gestão da

informação apesar das diferentes terminologias que a eles são aplicadas, são elas: banco

de dados, profissionais responsáveis pela criação e manutenção do banco de dados e

pela tecnologia de informática, áreas usuárias da informação e rede informal de

informações.

O gerenciamento da informação é, atualmente, tanto do ponto de vista acadêmico

como de suas aplicações no mundo dos negócios, um assunto da maior relevância.

Dentro do contexto econômico, essa função é considerada como uma das responsáveis

pelo sucesso das organizações, seja em nível de sobrevivência ou no estabelecimento de

maior competitividade.

Para assegurar o valor estratégico da informação, na fase de execução dos planos

organizacionais, precisa haver um processo coordenado de todas as etapas do

gerenciamento da informação. Um aspecto de extrema importância, para a manutenção

desse propósito, consiste em uma compreensão ampla da seqüência das tarefas do

processo de gestão da informação, são elas: identificação de necessidades e requisitos

de informação, coleta/entrada de informação, classificação e armazenamento da

informação, tratamento e apresentação da informação, desenvolvimento de produtos e

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21serviços de informação, distribuição e disseminação de informação, análise e uso da

informação.

Assim, afim de que o sistema de informação possa contribuir para uma melhor

execução das estratégias de uma empresa, ele deve ser amplo e flexível, em termos de

concepção, implantação e manutenção. Ele deve ser suficientemente amplo para abrigar

as informações necessárias em todas as etapas do processo de gestão empresarial. Além

disso, ele deve ser flexível para que consiga acompanhar e refletir as mudanças que vêm

ocorrendo no ambiente externo e interno da organização.

Conclui-se, então, que nessa tarefa árdua de criar instrumentos para que a

alimentação dos modelos decisórios seja feita adequadamente, há necessidade de

concentrar esforços para realizar um trabalho conjunto entre os gestores e os

responsáveis pelo desenvolvimento, implantação e manutenção dos sistemas de

informação. Os gestores devem contribuir para clarear mais seus modelos decisórios. O

segundo grupo deve compreender as necessidades informativas dos gestores, a fim de

que o sistema de informações contemple o modelo decisório de seus usuários, em cada

atividade sob sua responsabilidade.

II.2 – O EFEITO CHICOTE

Nos últimos anos, muitos fornecedores e varejistas observaram que enquanto a

demanda dos clientes por produtos específicos não variava muito, os estoques e os

níveis de reabastecimento flutuavam consideravelmente ao longo de sua cadeia de

suprimentos. O aumento da variabilidade é referenciado como efeito chicote.

A Figura 2.1 mostra uma cadeia de suprimentos simples de quatro estágios: um

varejista, um atacadista, um distribuidor e uma única fábrica. O varejista observa a

demanda dos clientes e coloca os pedidos para o atacadista. O atacadista recebe os

produtos do distribuidor que coloca os pedidos para a fabrica.

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22 Para compreender o impacto do aumento da variabilidade nas cadeias de

suprimentos, vamos considerar o segundo estágio de nosso exemplo, o atacadista. O

atacadista recebe os pedidos do varejista e os coloca para seu fornecedor, o distribuidor.

Demanda externa

Varejista

Lead time de pedido Lead time de entrega

Atacadista

Lead time de pedido Lead time de entrega

Distribuidor

Lead time de pedido Lead time de entrega

Fábrica

Lead time de produção

Figura 2.1 – A Cadeia de Suprimentos

Para determinar as quantidades dos pedidos, o atacadista deve prever a demanda

do varejista. Se o atacadista não tiver acesso aos dados da demanda do cliente, ele

deverá utilizar os pedidos colocados pelo varejista para realizar a sua previsão de

demanda.

Uma vez que a variabilidade nos pedidos colocados pelo varejista é

significativamente maior do que a da demanda dos clientes, o atacadista é forçado a

alocar mais estoque de segurança do que o varejista ou manter capacidade maior do que

o varejista para satisfazer o mesmo nível de serviço que este. Essa análise pode ser

transferida tanto para o distribuidor quanto para a fábrica, resultando em níveis de

estoques maiores e, portanto, em custos maiores nessas instalações.

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23 Uma das sugestões mais freqüentes para reduzir o efeito chicote é a de

centralizar as informações de demanda dentro de uma cadeia, ou seja, prover cada

estágio da cadeia de suprimentos com informações completas sobre a demanda real do

cliente final. .Para compreender por que as informações centralizadas de demanda

podem reduzir o efeito chicote, observe que, se as informações de demanda são

centralizadas, cada estágio da cadeia pode utilizar os dados da demanda real do cliente

para elaborar previsões mais precisas, em vez de confiar nos pedidos recebidos do

estágio anterior, que podem variar significativamente mais do que a demanda real do

cliente. O efeito chicote conduz a uma quantidade de sugestões para reduzi-lo ou

eliminar os seus impactos, dentre as quais se destacam:

• Redução de incertezas;

• Redução da variabilidade. O efeito chicote pode ser minimizado através da

redução da variabilidade inerente à demanda do mercado. Por exemplo, se

pudermos reduzir a variabilidade da demanda do cliente vista pelo varejista, então,

mesmo que o efeito chicote ocorra, a variabilidade da demanda vista pelo

atacadista também será reduzida;

• Redução do lead time. Os lead times amplificam o aumento na variabilidade

decorrente das previsões de demanda ao longo das cadeias. A redução do lead

time pode reduzir significativamente o efeito chicote ao longo das cadeias de

suprimentos;

• Alianças estratégicas. O efeito chicote pode ser eliminado pelo engajamento em

alianças estratégicas na cadeia. Essas alianças mudam a amaneira pela qual as

informações são compartilhadas e os estoques são gerenciados dentro de uma

cadeia de suprimentos, possivelmente eliminando o impacto do efeito chicote.

Logo, a informação leva a previsões mais eficazes. Quanto mais fatores que

predizem a demanda futura puderem ser considerados, maior será a precisão dessas

demandas. O efeito chicote sugere que a variabilidade na demanda aumenta à medida

que movemos a montante na cadeia de suprimentos, ou seja, em direção oposta ao

mercado final. É importante identificar estratégias para enfrentar eficientemente o efeito

chicote.

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24CAP III - TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO

A tecnologia da informação é um importante facilitador do gerenciamento eficaz

da cadeia de suprimentos. Na verdade, muito do interesse pela gestão de cadeias de

suprimentos deve-se às oportunidades decorrentes da abundância de dados e às

economias que podem ser obtidas por análises sofisticadas desses dados.

III.1 – O Papel da Informação na Logística

O fluxo de informações é um elemento de grande importância nas operações

logísticas. Pedidos de clientes e de suprimento, necessidades de estoque,

movimentações nos armazéns, documentação de transporte e faturas são algumas das

formas mais comuns de informações logísticas.

Antigamente, o fluxo de informações baseava-se principalmente em papel,

resultando em uma transferência de informações lenta, pouco confiável e propensa a

erros. O custo decrescente da tecnologia, associado a sua maior facilidade de uso,

permitem aos executivos poder contar com meios para coletar, armazenar, transferir e

processar dados com maior eficiência, eficácia e rapidez.

A transferência e o gerenciamento eletrônico de informações proporcionam uma

oportunidade de reduzir os custos logísticos através da sua melhor coordenação. Além

disso, permite o aperfeiçoamento do serviço baseando-se principalmente na melhoria da

oferta de informações aos clientes.

Tradicionalmente, a logística concentrou-se no fluxo eficiente de bens ao longo

do canal de distribuição. O fluxo de informações muitas vezes foi deixado de lado, pois

não era visto como algo importante para os clientes. Além disso, a velocidade de

troca/transferência de informações limitava-se à velocidade do papel. Atualmente, três

razões justificam a importância de informações precisas e a tempo para sistemas

logísticos eficazes:

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25• Os clientes percebem que informações sobre status do pedido, disponibilidade de

produtos, programação de entrega e faturas são elementos necessários do serviço

total ao cliente;

• Com a meta de redução do estoque total na cadeia de suprimento, os executivos

percebem que a informação pode reduzir de forma eficaz as necessidades de

estoque e recursos humanos. Em especial, o planejamento de necessidades que

utiliza as informações mais recentes, pode reduzir o estoque, minimizando as

incertezas em torno da demanda;

• A informação aumenta a flexibilidade permitindo identificar (qual, quanto, como,

quando e onde) os recursos que podem ser utilizados para que se obtenha

vantagem estratégica.

O avanço da tecnologia de informação (TI) nos últimos anos vem permitindo às

empresas executarem operações que antes eram inimagináveis. Atualmente, existem

vários exemplos de empresas que utilizam a TI para obter reduções de custo e/ou gerar

vantagem competitiva.

A Tecnologia da Informação é essencial para que a Supply Chain funcione de

forma otimizada e integrada. Num cenário ideal, fornecedores e clientes devem acessar

um só fluxo de informações, confiável, rápido, contínuo e seguro, onde as perdas e os

custos devem ser minimizados.

A Tecnologia da Informação pode ser aplicada à Logística de duas formas: como

administradora das necessidades de negócio peculiares ao ramo logístico, tais como

armazenamento de materiais, controle de estoques, movimentação de material dentro do

armazém, otimização de rotas de entrega, montagem de carga a partir de roteiros

otimizados etc. Ou como o elemento que vai administrar a Logística num nível acima

deste já mencionado, onde a preocupação é o balanceamento da cadeia produtiva de um

bem ou serviço por parte de todas as empresas do processo.

Através da interligação entre empresas e do fluxo de informação entre seus

sistemas de gestão, é possível atingir o balanceamento de todas as relações

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26fornecedor/cliente da cadeia, pois cada elo só compra, manufatura e vende aquilo que os

elos anteriores e posteriores necessitam. Neste sentido, as perdas são reduzidas e os

custos seriam os minimizados até o Cliente final.

É preciso um fluxo de informações confiável, contínuo e rápido. O problema

mais comum das empresas é falta de integração ao longo da cadeia de suprimento,

devido às barreiras existentes entre os departamentos dentro da própria empresa e entre

os diversos agentes fora dela.

Em geral as empresas investem em tecnologia, mas se esquecem de otimizar seus

processos. A Tecnologia da Informação é uma poderosa aliada, mas não a solução para

todos os problemas.

A melhoria dos processos não deve ser restrita apenas à própria empresa. Como

se trata de uma cadeia de suprimentos, é necessário que a definição dos processos seja

estendida a toda cadeia de suprimentos em que a empresa está inserida. A tecnologia

deve ser utilizada para fazer a informação fluir. Deve-se realizar benchmarking, buscar

as melhores práticas de mercado, adequar processos, otimizar recursos, enfim, a

tecnologia de informação deve possibilitar criar um fluxo de informações contínuo entre

os diferentes integrantes da Supply Chain. Ou seja, paralelamente ao fluxo de

mercadorias, a tecnologia de informação deve possibilitar criar um fluxo de

informações que informa os diferentes integrantes da cadeia quanto ao que está

acontecendo as mercadorias em trânsito, desde o pedido do consumidor, passando por

cada um dos integrantes da Supply Chain.

Além dos fluxos de mercadorias é preciso desenvolver outros fluxos de

informações para tratar dos diversos documentos e transações financeiras movimentadas

na cadeia.

Atualmente existe uma verdadeira agitação no que diz respeito à implementação

de sistemas de gestão empresarial, conhecidos como ERP, do inglês Enterprise

Resource Planning. Não são apenas as grandes empresas que têm oportunidade para

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27implementação desta solução; há pacotes de todos os tamanhos e para vários

orçamentos. Estes sistemas visam basicamente permitir a empresa "falar a mesma

língua", possibilitando uma gestão integrada. Com isso, relatórios gerenciais com

informações diferentes estão com seus dias contados.

III.2 – Sistemas de Informações Logísticas

Os sistemas de informações logísticas funcionam como elos que ligam as

atividades logísticas em um processo integrado, combinando hardware e software para

medir, controlar e gerenciar as operações logísticas. Estas operações tanto ocorrem

dentro de uma empresa específica, bem como ao longo de toda cadeia de suprimentos.

Podemos considerar como hardware desde computadores e dispositivos para

armazenagem de dados até instrumentos de entrada e saída do mesmo, tais como:

impressoras de código de barras, leitores óticos, GPS, etc. Software inclui sistemas e

aplicativos / programas usados na logística.

Os sistemas de informações logísticas possuem quatro diferentes níveis

funcionais:

• Sistema Transacional. É a base para as operações logísticas e fonte para

atividades de planejamento e coordenação. Através de um sistema transacional,

informações logísticas são compartilhadas com outras áreas da empresa, tais

como: marketing, finanças, entre outras. A partir dele, ocorre o principal processo

transacional logístico: o ciclo do pedido. Com isso, todas as atividades e eventos

pertencentes a este ciclo devem ser processados: entrada de pedidos, checagem de

crédito, alocação de estoque, emissão de notas, expedição, transporte e chegada do

produto ao cliente. Informações sobre tais atividades/eventos devem estar

prontamente disponíveis, visto que o status do pedido é uma questão cada vez

mais necessária para um bom serviço ao cliente.

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28• Controle Gerencial. Este nível permite com que se utilize as informações

disponíveis no sistema transacional para o gerenciamento das atividades logísticas.

A mensuração de desempenho inclui indicadores: financeiros, de produtividade,

de qualidade e de serviço ao cliente. De maneira geral, existe grande carência de

indicadores / relatórios de desempenho nas empresas brasileiras. Entre os

principais fatores estão a ausência de um sistema transacional que possua todas as

informações relevantes e de visão sobre as vantagens de controlar as operações

logísticas.Um conceito cada vez mais utilizado nas empresas é o de Data

Warehouse (DW). Como o nome sugere, armazena dados históricos e atuais de

várias áreas da empresa em um único banco de dados com o objetivo de facilitar a

elaboração de relatórios. O processo de desenvolvimento de um DW fornece uma

oportunidade para a empresa rever e formalizar objetivos, planos e estratégia.

• Apoio à Decisão. Esta funcionalidade caracteriza-se pelo uso de softwares para

apoiar atividades operacionais, táticas e estratégicas que possuem elevado nível de

complexidade. Sem o uso de tais ferramentas, muitas decisões são tomadas

baseadas apenas no feeling, o que em muitos casos aponta para um resultado

distante do ótimo. Entretanto, se elas forem usadas, existe significativa melhoria

na eficiência das operações logísticas, possibilitando, além do incremento do nível

de serviço, reduções de custos que justificam os investimentos realizados.Existem

diferenças entre as aplicações de ferramentas de apoio à decisão. Algumas são

operacionais, pois estão voltadas para operações mais rotineiras, tais como:

programação e roteirização de veículos, gestão de estoque, etc. Por outro lado,

existem ferramentas que atuam mais tática e estrategicamente, tais como:

localização de instalações, análise da rentabilidade de clientes e etc. A aplicação

destas ferramentas vai depender principalmente da complexidade existente nas

atividades logísticas e de seu custo/benefício.

• Planejamento Estratégico. No planejamento estratégico as informações

logísticas são sustentáculos para o desenvolvimento e aperfeiçoamento da

estratégia logística. Com freqüência, as decisões tomadas são extensões do nível

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29de apoio à decisão, embora sejam mais abstratas, menos estruturadas e com foco

no longo prazo. Como exemplo, podemos citar as decisões baseadas em resultados

de modelos de localização de instalações e na análise da receptividade dos clientes

à melhoria de um serviço.

Para se gerenciar o fluxo de informações logísticas necessárias para o pleno

funcionamento da Supply Chain, é preciso que se tenha qualidade e velocidade de dados

suficiente para atender às necessidades de cada entidade da cadeia.

Podemos classificar as soluções logísticas em cinco grandes grupos:

Planejamento, operação, comunicação, monitoramento, controle.

No que se refere ao primeiro grupo, o que chamamos de planejamento, temos os

ERPs (Enterprise Resource Planning), ou que chamamos de Sistemas de Gestão

Integrada, os quais visam a gestão da empresa como um todo, integrando todas as suas

áreas funcionais, criando um fluxo de processos contínuo na empresa.

Além dos ERPs, podemos citar os MRPs (Material Resource Planning), os quais

desenvolvem todo o planejamento das necessidades de materiais e recursos da

manufatura. Temos ainda os chamados DRPs (Distribution Resource Planning), os

quais apoiam o planejamento dos recursos necessários à distribuição de demanda em

determinando período.

Por fim citamos os FCSs (Finite Capacity Scheduling), onde planejamos a

programação de capacidade finita da manufatura, contribuindo para uma rápida

reprogramação, a partir de variações na demanda, com conhecimento antecipado das

capacidades dos recursos e das disponibilidades de alterá-las se assim for necessário.

Tratando-se do grupo de operação temos os sistemas que cuidam da gestão

operacional dos processos logísticos em si. Neste grupo temos o que chamamos de

WMS (Warehouse Management System), os quais cuidam de toda a gestão operacional

de um depósito ou armazém, desde o recebimento e conferência de mercadorias no

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30depósito, passando pelo processo de movimentação e armazenagem de produtos,

chegando no processo de separação e expedição destes. Ainda na operação de depósitos

e armazéns, temos o IMS (Inventory Management System), os quais cuidam de todas as

operações de estoques e inventários físicos.

Fazendo a ligação entre o módulo de vendas do ERP, temos o OMS (Order

Management System), o qual cuida do processo de captação dos pedidos de vendas e a

formação de cargas para interagir com o WMS e assim iniciar os processos de

separação de produtos no WMS.

Após o papel do OMS e do WMS na operação de distribuição, temos o TMS

(Transport Management System), o qual cuida de todas as operações de transportes:

gestão de fretes, gestão de frotas, disponibilidade de veículos e controle de viagens.

Aliado ao TMS, tem os Roteirizados, que são sistemas com algoritmos extremamente

complexos para calcular rotas otimizadas.

Tratando-se ainda da equipe operacional de uma empresa de distribuição, a TI

apoia nos processos de vendas, com soluções que chamamos de SFA - Sales Force

Automation, onde através de palm tops ou hand-helds automatizados os processos de

captação de pedidos de vendas.

Com relação aos sistemas que classificamos no grupo de comunicação, temos

soluções e ferramentas extremamente importantes para o pleno funcionamento da

Supply Chain, pois são estas que colocam as entidades da cadeia em integração. Neste

sentido, citamos o EDI (Eletronic Data Interchange) que é uma forma tradicional de

comunicação entre duas empresas, através de uma Rede VAN com utilização de caixas

postais. Cabe ainda ressaltar a evolução do EDI para o que chamamos de WEB EDI,

onde utilizamos o mesmo conceito de comunicação de dados, mas agora utilizando os

recursos da Internet, barateando o custo do processo, uma vez que não necessitamos

mais das empresas chamadas VANs.

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31 Tratando de monitoramento nos depósitos e armazéns, de forma a automatizar

todos os processos em um Centro de Distribuição, temos Coletores de Dados com Rádio

Freqüência, onde através de um depósito todo identificado por Código de Barras, tem

um monitoramento total, uma comunicação mais efetiva e um apontamento completo de

produtividade da equipe operacional, focado no sistema de gerenciamento de armazém

(WMS). Ainda neste grupo de monitoramento, podemos citar os softwares e tecnologias

para monitoramento e rastreamento de cargas, o que chamados de GPS - Geograph

Position System, o qual nos orienta quanto a rota a seguir ou nos dá a posição exata de

um veículo no mapa.

No nível de controle, temos os sistemas que nos apontam indicadores de

desempenho (KPI - Key Performance Indicators), de forma a apoiar os processos de

tomada de decisões. Neste sentido, este grupo é representado pelos EIS (Executive

Information System), e os DSS (Decision Suporte System), os quais fornecem a

informação em maior nível de detalhe para a tomada de decisões.

III.3 – Implementação de ERP.

ERP ( Enterprise Resource Planning ) é um sistema integrado, que possibilita

um fluxo de informações único, contínuo e consistente por toda a empresa sob uma

única base de dados. É um instrumento para a melhoria de processos de negócio, tais

como produção, compras ou distribuição, orientado por estes processos e não as

funções/departamentos da empresa, com informações on-line e em tempo real.

Possui uma arquitetura aberta, a qual viabiliza operar com diversos sistemas

operacionais, banco de dados e plataformas de hardware. Desta forma , o ERP permite

visualizar por completo as transações efetuadas pela empresa, desenhando um amplo

cenário de seus processos de negócios.

Imagine por exemplo, um vendedor de cervejas que fecha uma venda grande

para um cliente, ao inserir o pedido no sistema, ele automaticamente verifica o estoque

disponível, caso não seja suficiente, o sistema verifica no almoxarifado o estoque de

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32matéria primas, não sendo suficiente, ativa o pedido para o fornecedor, e inclui a

produção adicional na programação de produção da empresa, conectando-se a área de

vendas ativa a programação da entrega, garantindo assim a agilidade do processo de

vendas em todas as suas interações com os diversos departamentos envolvidos no fluxo.

Os sistemas ERP surgiram da evolução dos sistemas MRP (Material Resourse

Planning). Neles, foram agregados as funções de programação mestre da produção,

cálculo grosseiro de necessidades de capacidade, cálculo detalhado da necessidade de

capacidade, controle do chão de fábrica, controle de compras e, mais recentemente,

planejamento de operações e vendas.Desta forma, os sistemas MRP deixaram de

atender apenas as necessidades de informação referentes aos cálculos da necessidade de

materiais, para atender ás necessidades de informação para a tomada de decisão

gerencial sobre outros recursos de manufatura. O MRP passou, então, a ser chamado

MRPII ( Manufacturing Resource Planning).

Com o objetivo de ampliar a abrangência dos produtos vendidos, os fornecedores

desenvolveram mais módulos integrados aos módulos de manufatura, ultrapassando os

seus limites. Foram criados, por exemplo, módulos de gerenciamento de Recursos

Humanos, vendas e distribuição, finanças e controladoria, entre outros. Esses novos

sistemas, capazes de suportar as necessidades de informação de todo o empreendimento,

foram denominados de ERP.

Algumas empresas, optam por consultorias de implantação, outras por

implantação própria como redução de custos e algumas com consultorias da própria

fornecedora do ERP. Conforme o regime da empresa, a mesma seleciona o sistema de

gestão de diversas formas, algumas porque acham o nome bonito (pela marca), outras

porque o sistema é importado (pela origem), ou porque é nacional (pelo custo), outras

porque o concorrente já instalou ou está comprando (pelo mercado). O que algumas

empresas esquecem é que nos dias de hoje existem métodos de avaliação e seleção do

ERP, assim pode-se encontrar o ERP com maior aderência aos processos da empresa,

visando menor custo e rentabilidade.

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33 Este trabalho leva em média 6 meses, podendo ser realizado por consultorias

terceirizadas, ou por funcionários internos, desde que conheçam a metodologia. Abaixo

são relatados alguns tópicos enfatizando os passos de uma implantação de ERP, desde o

início da seleção, passando pela implantação e finalizando com a operação:

• Levantamento de Processos. A maioria das empresas se espelha em seus legados

para o desenho de processos, o que dificulta a definição para os processos do ERP,

visto que alguns processos são mudados no decorrer da implantação. Os legados

casualmente levam a erros de processos. É imprescindível antes de qualquer

definição, levantar os processos da empresa, onde estes irão direcionar os

parametrizadores do ERP.

• Levantamento das Necessidades da Empresa. Algumas empresas não conseguem

identificar as Necessidades da Empresa para os próximos anos; visto que suas

necessidades são atendidas atualmente pelo Legado, e há anos. É neste momento,

que a diretoria tem que tomar a decisão na compra do ERP, e conseguir visualizar

este novo sistema para os próximos 10 ou 20 anos, só que agora com uma visão de

administração e com uma melhor ferramenta nas tomadas de decisões.

• Análise de Aderência dos Sistemas (Funcionalidade x Necessidade). Momento

difícil para a empresa que enxerga os seus processos x as suas necessidades e as

suas expectativas dos sistemas de gestão, é neste momento que as fornecedoras de

ERP conseguem vender a idéia de funcionamento do sistema, ou seja o sistema

atende tudo. Porém se não houver uma conferência das funcionalidades do sistema

com as necessidades, a empresa perde tempo na implantação, perdendo tempo,

perde dinheiro!

• Análise de Aderência Tecnológica (equipamentos e melhorias). O Gerente de Ti

da empresa neste momento tem que ficar atento, pois qualquer especificação errada

pode ocorrer upgrade em tecnologia após a produção. Para os fornecedores esta

definição não tem muita importância, é feito um levantamento superficial com

algumas informações selecionadas em conjunto com gerente de informática, os

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34fornecedores reportam com uma possível configuração de servidor. Porém não é

relatado sobre como funciona o sistema após a implantação, performance de

sistema, banco de dados, processos, rotinas de backup, rotinas online e offline. A

empresa simplesmente, por falta de conhecimento e redução de custos, adquire o

que os fornecedores demostram. Como a implantação dura em torno de 6 meses e o

levantamento da configuração foi superficial, logo este servidor estará carregado,

pois as informações geradas são maiores do que as relatadas no início da

implantação. Na maioria das vezes tem a necessidade de fazer um upgrade no

servidor.

• Definição da equipe de projeto. Escolhido o sistema, conhecido os consultores de

parametrização do sistema, fechado contrato com terceiros para a implantação, o

gerente de sistema reuni-se com o diretor e escolhe a dedo os líderes e usuários

chaves de cada área ou módulo a ser implantado. Aqui inicia algumas falhas na

implantação: Como escolher a pessoa certa? Como saber se a mesma vai agüentar

até o final da implantação? Como saber se a pessoa vai exigir no momento certo e

entender alguns processos do sistema? A pessoa é nova ou tem tempo de empresa?

Sabe de todos dos processos? Uma coisa que sempre falta na definição de equipe é a

apresentação dos consultores da empresa fornecedora do ERP, mas esta

apresentação não é somente uma simples apresentação, a empresa deve exigir uma

apresentação do currículo do consultor, quais projetos ele já participou, os de

sucesso, referências nas empresas. Após fechar a equipe de implantação fica difícil a

troca destes consultores o que ocasiona tempo e custo alto na implantação, pois

ainda hoje existem consultores que não estão aptos a realizar a implantação, ou

porque não conhece o módulo a ser implantado ou já implantaram apenas outro

módulo. Neste momento também é aconselhado a diretoria da empresa, passar uma

mensagem, um edital ou providenciar uma reunião com a empresa toda para

apresentação do time de projeto, para com isto chamar a atenção dos funcionários

para o início de uma nova gestão da empresa, criando uma expectativa e motivação

de mudança nos funcionários.

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35• Desenvolvimento do Cronograma de Implantação. Como a apresentação da

metodologia de implantação sempre é perfeita e a empresa não conhece a

metodologia, por mais que os fornecedores demostrem, isto fica na mão dos

fornecedores. Por mais que exista um gerente de informática da empresa que irá

exigir dos consultores, a maioria das decisões são dos fornecedores do ERP. É com

este Cronograma que datamos o início da implantação, que levará de 6 meses a 24

meses ou mais, dependendo da dedicação de ambos os lados (empresa e fornecedora

ERP). Datado o início dos trabalhos, existe dois trabalhos distintos para o gerente de

informática, primeiro o gerenciamento das pessoas, estadias, alimentações, isto tanto

para empresa como para consultores. O segundo é o gerenciamento da implantação

propriamente dita, acompanhamento das tarefas se foram concluídas no tempo, ou

por que não foram, quando serão concluídas, a verificação da dedicação dos

consultores, dos usuários, a cobrança das tarefas executadas dos dois lados.

• Redesenho de Processos / Implantação de Novos procedimentos Operacionais.

A primeira tarefa a ser realizada em uma implantação de ERP. Estes processos

ajudam na implantação, pois são eles que direcionam os consultores para a

parametrização do ERP e com eles os consultores reportam como os processos serão

após o funcionamento do ERP. O que acostuma acontecer normalmente é que estes

processos são sempre mudados no decorrer da implantação, principalmente nas

áreas de Vendas, que mesmo levantando no início da implantação, já serão alterados

conforme o ERP, e quando chegamos no final da implantação, novas idéias já foram

implementadas, o que ocorre com o Desenho, fica desatualizado.

• Levantamento de Dados. Fase difícil, na maioria dos projetos de implantação o

levantamento de dados só é iniciado no final do projeto, alguns meses antes da

virada. Esta fase leva tempo e os fornecedores do ERP ganham tempo para

customizações. É uma tarefa que exige atenção e quem costuma ficar com esta

responsabilidade é o usuário chave do módulo, porém como existem muitas tarefas,

o usuário tenta identificar um funcionário da empresa para fazer estes levantamentos

e é neste momento que a indicação do usuário tem que ser certa, pois exige muita

atenção e muita dedicação. Se o levantamento for realizado de forma irregular, vai

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36errado para o ERP, ficando mais difícil depois normalizar o cadastro do ERP, pois o

mesmo já está em produção.

• Levantamento das necessidades de Customização. Fase em que a fornecedora,

após levantar a maioria das informações, detalhes e processos, inicia as

customizações no sistema. Normalmente os fornecedores deixam de lado os

relatórios, ou melhor deixam estes levantamentos para o final da implantação, bem

próximo a virada. Porém algumas áreas como compras e vendas, dependem muito

de relatórios e se estes só forem dados como importantes no final do projeto, pode-

se ocorrer problemas perante aos usuários, já acostumados com relatórios diários e

mensais, prejudicando a dedicação para a nova gestão do ERP.

• Levantamento de Necessidades de Importação de Dados. Fase que depende do

levantamento de dados, mesmo após levantar as informações, os fornecedores é que

identificam o que vai ser importado para o banco de dados do ERP, neste momento

também depende de atenção e dedicação, pois qualquer dado importado errado, fica

difícil acertar após o cadastro do ERP. Nesta fase, nem sempre o usuário chave,

responsável pelo levantamento de dados, tem tempo para tal tarefa, assim é

identificado funcionários para colaborar no levantamento, se não for identificado

uma pessoa atenta e dedicada, o levantamento pode ficar irregular.

• Desenvolvimento de Interfaces e Customizações. Este desenvolvimento depende

muito de empresa para empresa, umas levam mais desenvolvimento outras menos,

mas de todas esta tarefa é executada pelos fornecedores, o que a empresa não

consegue medir, pois os fornecedores não têm apenas esta empresa como cliente. A

empresa deve fixar datas de entrega para pressionar os fornecedores, porém com

certeza estas datas sempre são alteradas. Na maioria das vezes optam em iniciar a

parametrização do sistema, para adiantar o tempo, conforme as finalizações das

interfaces e customizações, isto acarreta algumas alterações nas parametrizações,

pois com algumas customizações demandam novas parametrizações.

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37• Parametrizações. Após o desenvolvimento de interfaces e customizações, inicia-se

as parametrizações do sistema, criação de tabelas obrigatórias para o funcionamento

do ERP. Serve como atenção algumas tabelas não obrigatórias e que o sistema

carrega com registros inúteis, estas podem atrapalhar no futuro a performance do

sistema. Atenção também para as tabelas de configuração dos sistemas como por

exemplo o número das filiais, dos pedidos, CFOP. Normalmente estas tabelas não

são testadas no início do projeto podendo trazer problemas no futuro já em

operação.

• Desenvolvimento de material de apoio ao projeto (documentação, manuais de

operação, customizações, interfaces, parametrizações etc.). Este material

demonstra como fica a empresa após a implantação do ERP, criações de tabelas,

desenho de novos processos e execução dos mesmos. Tarefa que leva tempo e é

papel do consultor do módulo, documentação de extrema importância para a

empresa já em produção com o sistema, pois serve como direcionador para os novos

funcionários. Algumas empresas por motivos de custos de horas de consultoria

deixam estas tarefas para os usuários chaves, e em alguns casos, por falta de tempo

não são criados estes documentos.

• Testes (Parametrizações, Interfaces e Customizações) e Testes Integrados

(Integração e importação de dados). É neste momento que a empresa tem uma

idéia superficial de como vai ficar a sua gestão após o ERP, desde que os testes

tenham início, meio e fim, e que estes ocorram sem problemas, com uma

coordenação bem focada no teste, pois caso haja algum problema o mesmo tem que

ser resolvido rapidamente pelos consultores e usuários. O importante nestes testes é

medir tempos dos processos e tentar visualizar o sistema em produção.

• Planejamento da Entrada em Produção. Reunião de definição entre o fornecedor

do ERP e a empresa, onde se define a data para a virada do novo sistema, também se

costuma definir a data das entregas das customizações em atraso, data para a

importação dos dados levantados entre outras. É nesta reunião também, onde

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38participa o patrocinador do projeto (Diretor da empresa), onde o mesmo questiona

alguns processos desenvolvidos no projeto e coloca algumas idéias.

• Definição de Relatórios. Alguns consultores de parametrização colocam os

relatórios para a fase após a virada, erro que ainda acontece nos dias de hoje, pois

alguns destes relatórios como exemplo sugestão de compras, são relatórios diários.

O ideal é separar os relatórios mais importantes (diários, semanais e mensais) e

customizá-los com antecedência a virada, sem deixar de comparar com que já existe

no sistema para não acontecer retrabalhos e custos para a empresa em horas de

desenvolvimento.

• Treinamento de Funcionários. Com a documentação desenvolvida no projeto

(manual de parametrização e de usuário) fica fácil a fase de treinamento dos

usuários, papel desenvolvido tanto pelos consultores como também pelos Usuários

Chaves. É essencial que a maioria dos funcionários façam o treinamento. O ideal

nesta fase é encontrar pessoas com motivação para o novo sistema, estas pessoas

serão multiplicadores, irão acompanhar os Usuários Chaves na virada, tirando

algumas dúvidas dos funcionários.

• Execução das atividades e ações preliminares para entrada em produção. É

essencial realizar uma reunião antes do dia da virada para determinar a dedicação e

atividade de cada consultor e usuário chave nos devidos módulos e áreas da

empresas. Motivar ainda mais as pessoas selecionadas no treinamento e ficar atento

nas pessoas que podem atrapalhar a virada. Atenção para as ações preliminares para

a entrada em produção, a equipe de Ti tem que conferir todas as configurações do

sistema para não ter surpresas.

• Entrada em Operação e Acompanhamento da Operação. É na entrada em

operação é que conheceremos o funcionamento do ERP em produção, é neste

momento que iremos rever os processos, criar novos processos para o dia-a-dia do

funcionário da empresa, é desde a entrada de uma mercadoria até a expedição desta

mercadoria. Neste momento é de extrema importância a presença do Time do

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39projeto, os multiplicadores e os consultores de implantação. Definido a dedicação,

as atividades e as áreas em que os consultores, usuários chaves e multiplicadores

irão realizar a virada, a operação fica mais organizada.

• Acertos e Ajustes necessários. Em todas as implantações após a virada existem

acertos e ajustes no ERP, desde acertos em máscaras de variáveis, ajustes em

customizações e até relatórios completos. O certo é manter um consultor de

desenvolvimento acompanhando pelo menos 15 dias após a virada. Para os

consultores de parametrização é ideal mantê-los no mínimo uma semana.

.Logo o grande desafio das organizações na implementação de sistemas de

informação é avaliar o "valor" que estes pacotes, sejam eles transacionais ou de apoio à

decisão, trará para os negócios da empresa. As empresas não podem se deixar levar por

"modismos" e sim ter a convicção da escolha mais adequada as suas necessidades.

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40CONCLUSÃO

Surgem fortes evidências que empresas da mesma cadeia de suprimentos cada

vez mais irão se integrar através de sistemas de informação, reduzindo incertezas,

duplicações de esforços e, consequentemente, o custo com a operação.

O conceito importante é a integração de processos. Processos são os mecanismos

fundamentais pelos quais o valor é criado. Alcançar a integração de uma cadeia

produtiva requer que os processos, não apenas de cada empresa individualmente, mas de

todas, sejam integradas.

Este cenário obriga uma grande interdependência entre todos os membros da

cadeia, exigindo cada vez mais parcerias e cooperações mútuas. Para que as cadeias

produtivas funcionem adequadamente, com processos intensamente interligados, é

necessário não só tecnologia, mas principalmente abertura, confiança e disposição para

compartilhar informações.

Em tempos de e-Business torna-se questão de sobrevivência empresarial ser

rápido, ágil e eficiente. Sem uma iniciativa de Supply Chain as chances de

sobrevivência na nova economia tenderão a diminuir assustadoramente.

A alavanca essencial para o sucesso do e-Business é a percepção de que a

"logística enxuta" é um pré-requisito essencial para a capacidade de resposta rápida ao

mercado. Substituir estoque por informações torna-se o principio básico da logística

eficiente.

Graças ao software de ERP, os negócios puderam melhorar as operações de

produção, melhorar e organizar o departamento de recursos humanos, alcançar melhor

praticas contabilisticas e financeiras. Mas o que virá a seguir?

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41 O futuro do ERP será tudo acerca do melhoramento da cadeia de

fornecimento(Supply Chain) e visará uma maior colaboração através das múltiplas

empresas.

Estas situações já começaram a acontecer, com aplicações informáticas

desenvolvidas pela SAP, Oracle, Baan, etc…A chave de desenvolvimento é a inter-

operabilidade em que as empresas utilizam um simples sistema integrado para gerir os

clientes durante todo o seu período de vida. Isto significa ter num "package" informático

com diverso tipo de aplicações, incluindo o ERP para coordenar compras e produção,

gestão da cadeia de fornecimento para o transporte e armazenagem, e automatização da

força de vendas para prestar melhor serviço aos clientes.

As industrias deverão estar preparadas para receber uma encomenda, preparar,

enviar e prestar o serviço ao cliente, tudo num só sistema integrado de ERP. Hoje em

dia existem muitos gargalos que atrasam o processo e introduzem erros, por isso é

essencial pensar nestas operações como passos simples e fáceis de dar.

No futuro, os sistemas de ERP estarão ligados a extranets, tornando os

computadores em andares virtuais de negócios. Estas redes permitirão aos fornecedores

visualizarem os pedidos e satisfazer esses pedidos. Como resultado os tempos de

procura cairá assim como os preços das matérias primas.

Para terminar, não se pode pretender que o negócio seja algo que não é. Será por

isso necessário compreender perfeitamente até onde se pode ir e quais as limitações da

empresa. Quer a capacidade das instalações quer a gestão das mudanças são algo semi-

flexiveis tendo em conta os recursos existentes.

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42REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS;

• A Cadeia de Suprimento Interna - A Estratégia para Implantação do Erp. Autor:

Rubio, Antonio Lechugo, Editora Sts, 2002

• Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. Autor: Ballou, Ronald H. Editora:

Bookman 2001

• Logistica e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição. Autor: Novaes, Antonio

Galvão. Editora: Campus 2001

• Logistica Empresarial a Perspectiva Brasil. Autor: Fleury, Paulo Fernando.

Editora: Atlas 2000

• Logística Empresarial. Autor: Ballou, Ronald H. Editora: Atlas 1993

• Cadeia de Suprimentos: Projeto e Gestão. Autor: Simchi-Levi, David. Editora:

Bookman. 2003

• Gerenciamento da Informação. Autor: Beuren, Ilse Maria. Editora: Atlas. 2000.