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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
PERCEPÇÃO AMBIENTAL DA BIODIVERSIDADE DO PANTANAL E DO
CERRADO NA CIDADE DE CAMPO GRANDE, MATO GROSSO DO SUL
BRUNA LUCIANER
CAMPO GRANDE – MS
2014
2
BRUNA LUCIANER
PERCEPÇÃO AMBIENTAL DA BIODIVERSIDADE DO PANTANAL E DO
CERRADO NA CIDADE DE CAMPO GRANDE, MATO GROSSO DO SUL
Dissertação apresentada ao programa de Pós-
Graduação em Meio Ambiente e
Desenvolvimento Regional da Universidade
Anhanguera – Uniderp, como parte dos
requisitos para obtenção do Título de Mestre
em Meio Ambiente e Desenvolvimento
Regional.
Orientação
Prof. Dr. José Sabino
CAMPO GRANDE – MS
2014
3
4
5
Agradecimentos
Pai e mãe, que não precisaram de Ensino Fundamental para me ensinar
o que de mais importante eu aprendi na vida, nem para compreender minha
vontade de alçar voos maiores. Irmãos e sobrinhos, que são o meu suporte
garantido e inquestionável diante de qualquer adversidade.
Amigos, os irmãos por opção, que não negaram palavras de incentivo,
puxões de orelha e tererés nas horas certas. Especialmente Talita, Camila,
Alex, Ana Maria e Isa Maria, responsável por metade da minha força para
continuar.
À Associação Sul-Mato-Grossense dos Membros do Ministério Público,
na pessoa do Dr. Alexandre Magno Benites de Lacerda, chefe e amigo, que
não poupou esforços para viabilizar esta empreitada.
Ao meu professor, consultor, incentivador e orientador José Sabino, que
entendeu minhas fraquezas e me ajudou a subjugá-las. Que, acima de
qualquer coisa, sempre confiou na minha competência para desenvolver este
trabalho.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes), pelos 13 meses de bolsa sem os quais a empreitada teria sido
inviabilizada.
Às 625 pessoas que doaram alguns minutos do seu tempo para
responder a um formulário que, na quase totalidade dos casos, não tinha
absolutamente nada a ver com as atividades que desenvolvem no dia a dia.
Foi árduo e trabalhoso, mas foi recompensador. Graças a vocês.
6
SUMÁRIO 1 Introdução Geral ................................................................................... 7
2 Revisão de Literatura ........................................................................... 9
3 Referências Bibliográficas .................................................................. 14
Artigo I – Percepção ambiental da biodiversidade do Pantanal e do
Cerrado na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul................
17
Resumo .................................................................................................... 17
Abstract .................................................................................................... 17
1. Introdução ............................................................................................ 18
2. Procedimentos Metodológicos ........................................................... 20
3. Resultados e Discussão ...................................................................... 24
3.1 Caracterização da amostra................................................................ 24
3.2 Aspectos relacionados ao conhecimento............................. 28
3.3 Aspectos relacionados ao sentimento.................................. 48
4. Conclusão ............................................................................................. 61
5. Referências Bibliográficas .................................................................. 63
Conclusão Geral ....................................................................................... 66
Anexo.......................................................................................................... 67
7
1 Introdução Geral
A biodiversidade brasileira é uma das expressivas do planeta. O Brasil,
com 8,5 milhões de quilômetros quadrados, abriga pelo menos 13% do número
total das espécies cientificamente conhecidas (LEWINSOHN e PRADO, 2005),
o que posiciona o país no posto de principal entre as 17 nações megadiversas
do planeta (MMA, 2012).
Mato Grosso do Sul tem a sua parcela de responsabilidade em relação a
tal riqueza natural. O estado da região Centro-Oeste do Brasil abriga perto de
60% dos 150.355 km2 da sexta maior planície inundável do planeta (ALHO e
SABINO, 2011), o Pantanal: bioma repleto de peculiaridades, como o regime
de cheias e secas que dita a manutenção da complexidade sazonal dos
ecossistemas da região. Enquanto o bioma Pantanal representa 25% do
território sul-mato-grossense, o bioma Cerrado ocupa 61% da área do estado e
é considerado um hotspot mundial de biodiversidade, por apresentar número
elevado de espécies endêmicas e sofrer uma excepcional perda de hábitat.
Finalmente, o bioma Mata Atlântica abrange os demais 14% do território
estadual (BRASIL, 2012).
Essas singularidades são alguns dos motivos que justificam a
necessidade de um diagnóstico preciso acerca da percepção ambiental dos
moradores da região a respeito da biodiversidade dos biomas mais
representativos no estado: Pantanal e Cerrado.
Ademais, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou, em 17 de
dezembro de 2011, a “Década da Biodiversidade”. De 2011 a 2020, a entidade
implantará planos e ações estratégicas de preservação da natureza e
encorajará os governos a desenvolver e comunicar resultados nacionais na
implementação do Plano Estratégico para Biodiversidade (ONU, 2011). Assim
sendo, pesquisas que evidenciem a importância e a representatividade da
biodiversidade regional ganham uma conotação ainda mais relevante.
Ao longo da história, a humanidade desenvolveu e aprimorou a
capacidade de modificar o ambiente para sanar suas dificuldades e atender
suas necessidades (DIAMOND, 2006). Todavia, até que ponto ela reconhece
as influências diretas de suas ações em cada uma das partes que compõem
um ambiente natural? Como cada pessoa reage ao ser estimulada a pensar na
inter-relação entre os seres vivos; na importância de cada indivíduo para uma
8
população natural; de cada população para uma comunidade biológica; de
cada comunidade para um ecossistema?
Assim, entender aspectos do conhecimento, do nível de interpretação e
do sentimento que os moradores da capital sul-mato-grossense, Campo
Grande, têm em relação aos biomas Cerrado e Pantanal e à biodiversidade
que eles abrigam é o objetivo desta pesquisa.
Para desenvolver o estudo, foi elaborado um formulário qualiquantitativo
posteriormente aplicado em 625 pessoas que compõem o público-alvo, que é a
população do município de Campo Grande. A aplicação dos formulários
subdividiu-se da seguinte maneira: 200 unidades em alunos do Ensino Médio
da escola de ensino privado que obteve a maior nota no Exame Nacional do
Ensino Médio (ENEM) do ano de 2011; 200 unidades em alunos do Ensino
Médio da escola de ensino público que obteve a maior nota, da categoria, no
ENEM do ano de 2011; e 225 unidades amostrais em moradores de Campo
Grande que foram abordados aleatoriamente nas ruas do município.
9
2 Revisão da Literatura
O conhecimento científico da biodiversidade é o alicerce para o
desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a sua conservação e uso
sustentável (DIAS, 2000). Diagnosticar o quanto a sociedade em geral, sem
qualquer vínculo com instituições de pesquisa, discerne e percebe essa
biodiversidade é um incentivo ainda maior para alcançar esse objetivo.
2.1 Biodiversidade
O livro organizado por WILSON e PETER (1998) foi um dos principais
responsáveis pela popularização do termo “biodiversidade”, que acabou sendo
adotado com rapidez e viu sua presença na literatura científica crescer de
forma contínua. A imprensa também incorporou o termo velozmente e, a partir
da preparação da Conferência Rio-92, adotou-o corriqueiramente (SABINO,
1991). Desde então, “biodiversidade” e “diversidade biológica”, expressões
sinônimas, estão incorporadas ao cotidiano linguístico (LEWINSOHN, 2005).
A Convenção sobre Diversidade Biológica define diversidade biológica,
em seu 2º artigo, como “a variabilidade entre organismos vivos de qualquer
origem, incluindo, entre outros, ecossistemas terrestres, marinhos e outros
ecossistemas aquáticos, e os complexos ecológicos de que fazem parte; isto
inclui diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas”
(DIAS, 2000).
Em suma, biodiversidade é um termo genérico para designar a
variedade de formas de vida existentes na biosfera. Quando se fala em
biodiversidade de determinado bioma está-se referindo à variedade de seres
vivos, desde microrganismos a plantas e animais que ali ocorrem naturalmente
(ALHO, 2005). Ainda segundo ALHO (2005), o conceito técnico de
biodiversidade é preciso e apoia-se no seguinte tripé: (1) diversidade de
espécies, (2) diversidade de ecossistemas e (3) diversidade genética e tem
duas características: (1) é naturalmente complexa; (2) está sempre em
mudança (WILSON e PETER, 1998).
A compreensão da relação que o ser humano estabelece com a
biodiversidade e com todo e qualquer aspecto do ambiente que o cerca atrai os
mais variados tipos de profissionais: arquitetos, engenheiros, terapeutas,
comunicólogos, educadores; todos buscando empreender em sua atividade
10
aspectos que levem alegria e bem-estar a quem recebe o serviço. Esta atração
do ser humano aos aspectos físicos e paisagísticos de um determinado
ambiente denomina-se “topofilia”. O termo foi bastante utilizado por TUAN,
principalmente em sua obra homônoma de 1980, onde é empregado
exatamente como atração do ser humano aos aspectos físicos e paisagísticos
de um ambiente. O termo também foi citado por BACHELARD (1993) na
primeira edição de sua obra “A poética do espaço”, e significava o “espaço de
nossa felicidade”.
Outro termo importante quando se discute a relação do ser humano com
a natureza é “biofilia”, criado pelo biólogo Edward Wilson, em livro homônimo
de 1988 (WILSON, 1988). Ele põe em questão a hipótese biofílica, para a qual,
durante sua evolução, o ser humano interagiu intimamente com a natureza,
fator que culminou por lhe incutir a necessidade de contato com as outras
formas de vida. É justamente esta necessidade de se relacionar com outras
espécies, e os sentimentos advindos desta necessidade, que definem o
conceito utilizado neste trabalho.
2.2 Pantanal
O Pantanal é uma planície de inundação periódica reconhecida nacional
e internacionalmente pela exuberância de sua biodiversidade como uma das
áreas úmidas de maior importância do globo (KRAUSE e SABINO, 2014). O
reconhecimento da importância do Pantanal está no Artigo 225 da Constituição
Brasileira, promulgada em 1988, que o considera como patrimônio natural.
Recebeu ainda o crédito da UNESCO (Programa nas Nações Unidas para
Educação, Ciência e Cultura) como Reserva da Biosfera, desde o ano 2000
(ALHO, 2005).
O pulso de inundação do Pantanal, lento ciclo das cheias e vazantes,
cria um variado mosaico de paisagens. As baías são os elementos mais
peculiares da região, compondo a paisagem com rios tortuosos, campos
alagáveis, matas ciliares, capões de matas, salinas e corixos. Toda essa
variedade de ambientes dominada pela água sustenta uma diversa fauna de
peixes de pequeno a grande porte, aves e mamíferos. O Pantanal também é
importante ponto de parada de espécies de aves migratórias como marrecos e
maçaricos (ALHO, 2005; KRAUSE e SABINO, 2014).
11
Estudos de faunísticos realizados no Pantanal destacam que alguns dos
mamíferos de médio e grande porte encontrados no bioma são: tamanduá-
bandeira (Myrmecophaga tridactyla), tatu-canastra (Priodontes maximus),
bugio-preto (Alouatta caraya), macaco-prego (Cebus apella), lobo-guará
(Chrysocyon brachyurus), ariranha (Pteronura brasiliensis), onça-parda (Puma
concolor), jaguatirica (Leopardus pardalis), onça-pintada (Panthera onca), anta
(Tapirus terrestris), cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus), capivara
(Hydrochaeris hydrochaeris) e paca (Agouti paca) (EMBRAPA, 2002; ALHO e
GONÇALVES, 2005).
O “Guia Aves do Brasil: Pantanal & Cerrado” (GWYNNE et al., 2010)
destaca que algumas das aves mais emblemáticas encontradas nos biomas
são: arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus), arara-canindé (Ara
ararauna), arara-vermelha-grande (Ara chloropterus), tuiuiú (Jabiru mycteria) e
papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva).
Britskiet al. (2007) listam cerca de 270 espécies de peixes no Pantanal,
com destaque para: piraputanga (Brycon hilarii), piranhas (Catoprion mento,
Pygocentrus nattererie, Serrasalmus maculatus), tuvira (Gymnotus carapo),
pacu-peva (Mylossoma paraguayensis ou Mylossoma orbignyanum), dourado
(Salminus brasiliensis) e pintado (Pseudoplatystoma corruscans).
2.3 Cerrado
O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro com uma área original de
aproximadamente dois milhões de quilômetros quadrados, cerca de 20% do
território brasileiro. O Cerrado abriga um grande número de espécies
endêmicas e torna-se verdejante por seis meses devido às frequentes chuvas
que vão de outubro a abril. Nos meses restantes, torna-se pronunciadamente
seco e susceptível a queimadas (KLINK e MACHADO, 2005; BRASIL, 2012).
O bioma é chamado, poeticamente, de “berço das águas”, pois possui
alta densidade de nascentes que alimentam ao norte a bacia Amazônica, ao
sul a bacia Platina e a leste a bacia do São Francisco. O Cerrado foi
vorazmente consumido da década de 1950 em diante pela agricultura e
pecuária, tornando-se um celeiro mundial (DIAS, 1994). Conciliar o uso
econômico com a conservação é um desafio notoriamente exposto no bioma
(MACHADO et al., 2004; BRASIL, 2012).
12
A ocupação ávida, além das frequentes queimadas e da existência de
poucas áreas protegidas em reservas fez com que grande parte da vegetação
nativa fosse perdida, levando o Cerrado à lista de hotspots, uma das 25 regiões
prioritárias para a conservação em todo o mundo. É preciso sensibilidade para
se deixar encantar por essa paisagem brasileira, tão diferente de biomas
celebrados como a Amazônia ou Mata Atlântica, mas não menos importante
(BRASIL, 2012).
2.4 Percepção ambiental
O termo percepção tem origem etimológica no latim perceptìo, ónis, que
significa compreensão, faculdade de perceber (HOUAISS; VILLAR, 2009). Do
mesmo dicionário, extraíram-se as seguintes definições, todas perfeitamente
associáveis ao sentido da utilização do termo nesta pesquisa: faculdade de
apreender por meio dos sentidos ou da mente;consciência dos elementos do
meio ambiente através das sensações físicas; uso: formal consciência (de
alguma coisa ou pessoa), impressão ou intuição moral;sensação física
interpretada através da experiência; capacidade de compreensão.
TUAN (1980) reforça o sentido do termo dizendo que a percepção
humana se dá com a soma dos cinco sentidos (visão, audição, olfato, paladar e
tato), mais certas sensibilidades individuais. Essas sensibilidades variam desde
uma maior ou menor tolerância a mudanças de temperatura e umidade
atmosférica, até um mais ou menos apurado senso de direção, por exemplo.
Por conta de tais sensibilidades individuais, pessoas que convivem
numa mesma comunidade podem interpretar e perceber o ambiente a sua volta
de maneiras distintas. “Duas pessoas não veem a mesma realidade. Nem dois
grupos sociais fazem exatamente a mesma avaliação do meio ambiente”
(TUAN, 1980).
São vários os fatores que levam um ser humano a estabelecer critérios e
avaliar determinado assunto. Quando se trata do ambiente, a situação é ainda
mais peculiar, visto que precisam ser levadas em consideração questões muito
subjetivas, que envolvem diretamente o sentimento das pessoas.
“Sensacionam-se os estímulos do meio ambiente sem se
ter consciência disto. Pela mente seletiva, diante do
13
bombardeio de estímulos, são selecionados os aspectos de
interesse ou que tenham chamado a atenção, e só aí
ocorre a percepção (imagem) e a consciência
(pensamento, sentimento), resultando em uma resposta
que conduz a um comportamento” (OKAMOTO, 2003).
Segundo MENDONÇA (1978), “os nossos sentimentos variam de acordo
com as ideias que os acompanham”, isso significa que a percepção que
determinada pessoa terá a respeito de algum assunto vem, invariavelmente,
baseada em um contexto anteriormente estabelecido pelas experiências
vividas.
Um ponto que merece ser destacado é que o sentido da visão
desempenha um papel fundamental na formação da percepção do ser humano.
TUAN (1980) afirma que “o campo visual é muito maior do que o campo dos
outros sentidos”. Todos os estímulos recebidos pelos órgãos dos sentidos são
decodificados pelo cérebro, que produz as sensações. Por este motivo fez-se
questão da utilização de imagens dos animais citados no formulário (ANEXO
1).
14
3 Referências Bibliográficas
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perspectiva ecológica. Estudos avançados, São Paulo, v. 26, n. 74,2012.
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WILSON, E.O.; PETER, F.M. (Ed.) Biodiversity. Washington, DC: National
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17
Artigo I
Nome do artigo: Percepção ambiental da biodiversidade do Pantanal e do
Cerrado na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul
Nome do discente: Bruna Lucianer
Resumo
O objeto de estudo é a percepção ambiental dos moradores de Campo Grande,
Capital de Mato Grosso do Sul, acerca dos biomas predominantes no estado:
Cerrado e Pantanal. Utilizou-se como procedimento para a coleta e
ordenamento dos dados a aplicação de questionários em estudantes do Ensino
Médio de uma escola de ensino particular e de uma escola de ensino público,
além da população em geral, abordada aleatoriamente em locais públicos. Os
resultados evidenciam que a população-alvo detém um nível satisfatório de
informações a respeito dos biomas pesquisados, além de demonstrar apreço e
proximidade sentimental, especialmente com o Pantanal. Destaca-se a
relevância que as pessoas questionadas conferem a todos os componentes de
um ecossistema, inclusive animais supostamente tidos como “perigosos” como
a sucuri.
Palavras-Chave: Percepção ambiental; Pantanal; Cerrado; Campo Grande;
biofilia; topofilia.
Abstract
The object of study is the environmental perception of Campo Grande
residents, Mato Grosso do Sul State, about the predominant biomes in the
state: Cerrado and Pantanal. Was used as a procedure for the collection and
management of data questionnaires on high school students of a private
education school and a public education school, besides the general population,
randomly approached in public places. The stated results show that the target
population has a satisfactory level of information about the biomes surveyed,
besides demonstrating appreciation and emotional closeness especially with
the Pantanal. Highlights the relevance that the questioned people give all
components of an ecosystem, including animals considered "dangerous" as the
anaconda.
18
Keywords: Environmental perception, Pantanal, Cerrado, Campo Grande;
topophilia.
1. Introdução
O Brasil abriga pelo menos 13% do número total das espécies
cientificamente conhecidas (LEWINSOHN e PRADO, 2005), o que posiciona o
país no posto de principal entre as 17 nações megadiversas do planeta (MMA,
2012). Mato Grosso do Sul abriga perto de 60% dos 150.355 quilômetros
quadrados de uma das maiores planícies inundáveis do planeta, o Pantanal:
bioma repleto de peculiaridades, como o regime de cheias e secas que dita a
manutenção dos interessantes ecossistemas da região. Enquanto o Pantanal
representa 25% do território sul-mato-grossense, o bioma Cerrado ocupa 61%
da área do estado e é considerado a última fronteira agrícola do planeta, além
de ser um hotspot mundial de biodiversidade, por apresentar número elevado
de espécies endêmicas e sofrer uma excepcional perda de hábitat. Finalmente,
o bioma Mata Atlântica abrange os demais 14% do território estadual (BRASIL,
2012; BORLAUG, 2002).
A sociedade moderna desenvolveu-se à custa da utilização inadvertida
dos recursos naturais, tanto os hídricos quanto florestais e animais, sem
esquecer o próprio espaço que a população humana necessita para
desenvolver suas atividades (DUTRA-LUTGENS, 2000; DIAMOND, 2006). O
modelo moderno de civilização desvinculou consideravelmente o homem do
mundo natural. Desconhecer e distanciar-se de determinado ambiente acaba
por dificultar a percepção referente a ele. Muitas vezes, o homem não se sente
como parte integrante do ambiente, deixando assim de perceber suas ações
que influenciam diretamente esse ambiente.
“A natureza vista como um todo não impõe prescrições.
Aponta para tendências e regularidades que podem vir em
várias direções. Cabe ao ser humano desenvolver uma
sensibilidade tal que lhe permita captar essas tendências e
tomar suas decisões. A natureza não o dispensa de decidir
e de exercer a sua liberdade” (BOFF, 1999).
19
Em junho de 2013, o Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística (Ibope)
conduziu 2002 entrevistas em 26 estados brasileiros, sob encomenda do
WWF-Brasil em parceria com o HSBC, com o objetivo de mensurar o
conhecimento da população brasileira sobre o Pantanal. Entre os resultados
obtidos, destaca-se o fato de 93% dos entrevistados já terem ouvido falar no
bioma, mas duas em cada três pessoas não sabem identificar em qual região
do país ele fica: apenas 34% dos entrevistados indicaram a corretamente a
região Centro Oeste, enquanto 17% indicaram a região Norte e 33% afirmaram
não saber ou não lembrar. Os 16% restantes dividiram-se indicando
proporcionalmente as regiões Sul, Sudeste e Nordeste (WWF, 2013).
Outro resultado interessante é que metade das pessoas entrevistadas
identifica corretamente a paisagem do Pantanal como uma “grande área úmida
que compreende um planalto de Cerrado e planícies alagadas”, enquanto 37%
das pessoas acredita que a paisagem seja de “uma floresta tropical,
caracterizada por mata fechada com árvores de grande porte”. E 66% dos
entrevistados acreditam que o desmatamento é uma das principais ameaças
ao bioma atualmente (WWF, 2013).
Um dos documentos resultantes das discussões na Convenção sobre
Diversidade Biológica, ocorrida durante a 10ª Conferência das Partes das
Nações Unidas (COP 10) em outubro de 2010, na cidade de Nagoia, no Japão,
ficou conhecido como “Metas de Aichi de Biodiversidade”. Nele, estabelecem-
se 20 metas, subdivididas em cinco grandes objetivos estratégicos, para serem
cumpridas, no mais tardar, até o ano de 2020.Entre elas, destacam-se as
metas 1 e 19, que ajudam a conferir relevância a esta pesquisa. São elas: “até
2020, no mais tardar, as pessoas terão conhecimento dos valores da
biodiversidade e das medidas que poderão tomar para conservá-la e utilizá-la
de forma sustentável” e “até 2020, o conhecimento, a base científica e
tecnologias ligadas à biodiversidade, seus valores, funcionamento, situação e
tendências, e as consequências de sua perda terão sido melhorados,
amplamente compartilhados e transferidos, e aplicados” (CDB, 2010).
Essas singularidades justificam a necessidade de um diagnóstico
preciso acerca da percepção ambiental dos moradores da região a respeito da
biodiversidade dos biomas mais representativos no estado: Pantanal e
Cerrado. Ademais, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou, em 17 de
20
dezembro de 2011, a “Década da Biodiversidade”. De 2011 a 2020, a entidade
implantará planos e ações estratégicas de preservação da natureza e
encorajará os governos a desenvolver e comunicar resultados nacionais na
implementação do Plano Estratégico para Biodiversidade (ONU, 2011). Assim
sendo, pesquisas que evidenciem a importância e a representatividade da
biodiversidade regional ganham uma conotação ainda mais relevante.
Ao longo da história, a humanidade desenvolveu e aprimorou a
capacidade de modificar o ambiente para sanar suas dificuldades e atender
suas necessidades (DIAMOND, 2006). Todavia, até que ponto ela reconhece
as influências diretas de suas ações em cada uma das partes de compõem um
ambiente natural? Como cada pessoa reage ao ser estimulada a pensar na
inter-relação entre os seres vivos; na importância de cada indivíduo para uma
população natural; de cada população para uma comunidade biológica; de
cada comunidade para um ecossistema? Desse modo, entender aspectos do
conhecimento, do nível de interpretação que os moradores da capital sul-mato-
grossense, Campo Grande, têm com o meio natural que está próximo a eles e
como estes se relacionam com componentes da biota é o objetivo principal
desta pesquisa. Além disso, também se pretende detectar aspectos
relacionados ao sentimento da população-alvo em relação aos biomas Cerrado
e Pantanal e à biodiversidade que eles abrigam.
2. Procedimentos Metodológicos
A população-alvo desta pesquisa, caracterizada como descritiva, são os
moradores do município de Campo Grande, capital do Estado de Mato Grosso
do Sul. Para avaliar o conhecimento da população campo-grandense a respeito
da biodiversidade do Pantanal e do Cerrado, estabeleceu-se uma amostra de
625 entrevistados.Para coletar os dados, foi elaborado um formulário
qualiquantitativo aplicado ao público-alvo. A aplicação dos questionários
subdividiu-se da seguinte maneira: 200 unidades em alunos do Ensino Médio
da escola de ensino privado que obteve a maior nota no Exame Nacional do
Ensino Médio (ENEM) do ano de 2011; 200 unidades em alunos do Ensino
Médio da escola de ensino público que obteve a maior nota, da categoria, no
ENEM do ano de 2011; e 225 unidades em moradores de Campo Grande que
foram abordados aleatoriamente nas ruas do município.
21
O nível de confiança estabelecido para esta pesquisa é de 96%, o que
significa um erro máximo permitido de 4%. O dimensionamento da amostra
levou em consideração uma população infinita, com 4% de margem de erro,
um intervalo de confiança de 96% e valor de Z = 4%. Assim chegou-se ao
número de 625 indivíduos. A fórmula utilizada para cálculo de amostras para
populações infinitas foi a seguinte (FONSECA, 1996):
Elaborou-se um formulário qualiquantitativo, com 22 questões
dissertativas e de múltipla escolha, que visou detectar o nível de conhecimento
e as sensações dos entrevistados acerca de determinadas características dos
biomas pesquisados através de uma análise quantitativa (Anexo 1). Importante
ressaltar que optou-se pela utilização de imagens dos animais citados em
questões que envolviam fauna e de escalas retangulares com 10 opções, em
tons de cinza degradê, nas três questões que questionavam o nível do
conhecimento que o entrevistado pensava deter sobre determinado bioma. O
primeiro quadrado à esquerda, mais claro, indicava conhecimento “baixo”, e o
último quadrado à direita, mais escuro, indicava conhecimento “alto”.
Os 625 questionários foram subdivididos em três amostras. A primeira
foi composta por 200 questionários, que foram aplicados em alunos do Ensino
Médio da escola de ensino privado do município de Campo Grande, que obteve
a melhor nota no ranking municipal do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) no ano de 2011. Esta será tratada como “Amostra A”. A segunda foi
composta por outros 200 questionários, aplicados em alunos do Ensino Médio
da escola de ensino público de Campo Grande, que obteve a melhor nota do
ranking municipal, da categoria, do Enem no ano de 2011. Esta será tratada
como “Amostra B”. A terceira foi composta por 225 questionários, aplicados na
população em geral, residente em Campo Grande. Esta será tratada como
“Amostra C”.
Amostra A
As médias do Enem do ano de 2011 foram divulgadas no dia 22 de
novembro de 2012, e serviram de base para a escolha das escolas onde os
22
questionários foram aplicados. Os 200 questionários referentes à "Amostra A"
foram aplicados nos períodos matutino e vespertino do dia 3 de outubro de
2013. Foram avaliados todos os alunos do 3º ano do Ensino Médio presentes
na data supracitada, totalizando 129 indivíduos; mais 35 alunos do 2º ano do
Ensino Médio e 36 alunos do 1º ano do Ensino Médio. A aplicação deu-se por
meio da distribuição dos questionários, individualmente. Tanto a distribuição,
quanto o intervalo de resposta e o recolhimento dos questionários foram
supervisionados, a fim de garantir a fidedignidade dos resultados.
Amostra B
Os 200 questionários referentes à "Amostra B" foram aplicados nas
manhãs dos dias 18 e 19 de outubro de 2013. Foram avaliados todos os alunos
do 3º ano do Ensino Médio presentes no dia 18 de outubro, totalizando 102
indivíduos; mais 93 alunos do 2º ano do Ensino Médio e cinco alunos do 1º ano
do Ensino Médio, presentes no dia 19 de outubro. A aplicação deu-se por meio
da distribuição dos questionários, individualmente. Tanto a distribuição, quanto
o intervalo de resposta e o recolhimento dos questionários foram
supervisionados, a fim de garantir a fidedignidade dos resultados.
Amostra C
A “Amostra C” é formada por 225 pessoas, com idades que variam de 18
a 68 anos, de variadas formações, que foram abordadas aleatoriamente nas
ruas da região central de Campo Grande, entre a segunda e a terceira
semanas de outubro de 2013. Para atingir este universo, foram utilizados
questionários impressos e digitais, em versões idênticas. Para a versão digital,
utilizou-se a plataforma on-line gratuita “Polldaddy”. Com o auxílio de um tablet,
com conexão 3G, foram aplicados os questionários narrando as perguntas e as
alternativas, sem qualquer tipo de interferência na resposta do entrevistado.
Uma vez completado, o questionário era submetido, via internet, para uma
central que auxiliou na tabulação dos dados. A versão on-line do questionário
pode ser visualizada por meio do endereço eletrônico
http://brunalucianer.polldaddy.com/s/percepção-de-biodiversidade. Ao final da
aplicação, chegou-se ao número de 168 questionários digitais e 57
questionários impressos.
23
A população entrevistada, que compõe a “Amostra C”, é formada por
pessoas que moram em Campo Grande e afirmaram possuir 73 ocupações
distintas.
Tabela 1. Ocupações das pessoas que integram a "amostra C", composta pela
população em geral, na cidade de Campo Grande
Ocupação
Quantidade
de
indivíduos
Ocupação
Quantidade
de
indivíduos
Administrador(a) 2 Estudante universitário 32
Advogado(a) 9 Executivo de contas 1
Aeroportuário 1 Farmacêutico(a) 2
Agente de
atendimento 1
Fotógrafo 1
Analista de informática 1 Funcionário(a)
público(a)
8
Analista de marketing 3 Garçom 1
Analista de sistemas 1 Gerente administrativo 3
Arquiteto(a) e
urbanista 3
Gerente de marketing 1
Assessor financeiro 1 Gerente de vendas 1
Assistente Social 2 Gestor 1
Auxiliar administrativo 10 Jornalista 22
Auxiliar odontológico 1 Mecânico 1
Auxiliar de serviços
gerais 2
Médico 1
Biólogo 1 Motorista 4
Bombeiro 1 Pedagoga 1
Caixa de farmácia 1 Pintor residencial 1
Comerciante 1 Policial militar 2
Consultor 1 Professor(a) 14
Consultora de beleza 1 Profissional liberal 2
Consultor de vendas 1 Promotor de justiça 1
24
Contador 3 Psicólogo(a) 3
Coordenador 1 Publicitário(a) 9
Dentista 3 Recepcionista 2
Desempregado 1 Secretário(a) 2
Designer 3 Secretária executiva 2
Diarista 2 Supervisor(a) 2
Dona de casa/do lar 5 Taxista 1
Empregado 1 Técnico agrícola 1
Engenheiro agrônomo 4 Técnico em
manutenção
1
Engenheiro ambiental 1 Técnico em radiologia 1
Engenheiro civil 1 Téc. em seg. do
trabalho
4
Engenheiro de
computação 2
Terapeuta 1
Engenheiro mecânico 1 Terceiro setor 1
Eng. segurança do
trabalho 1
Vendedor(a) 8
Empresário(a) 7 Zootecnista 1
Encarregada de setor 1
3. Resultados e Discussão
Os dados obtidos nas três amostras foram descritos e analisados
comparativamente.
3.1 Caracterização das amostras
Foram entrevistadas 334 pessoas do sexo masculino e 291 pessoas do
sexo masculino (Figura 1).
25
Figura 1. Gênero das pessoas entrevistadas na "amostra A", composta por
alunos do Ensino Médio de uma escola particular, na "amostra B", composta
por alunos do Ensino Médio de uma escola pública, e na "amostra C",
composta pela população em geral, na cidade de Campo Grande.
Das 625 pessoas entrevistadas, 367 (58,72%) tinham entre 14 e 17 anos
de idade; 99 pessoas (15,84%) tinham entre 18 e 25 anos de idade; 106
pessoas (16,96%) tinham entre 26 e 35 anos de idade e 53 pessoas (8,48%)
tinham mais de 36 anos de idade, sendo que a pessoa mais velha a participar
da pesquisa tinha 68 anos (Figura 2).
0
20
40
60
80
100
120
Amostra AAmostra B
Amostra C
Masculino
Feminino
26
Figura 2. Idade das pessoas entrevistas na "amostra A", composta por alunos
do Ensino Médio de uma escola particular, na "amostra B", composta por
alunos do Ensino Médio de uma escola pública, e na "amostra C", composta
pela população em geral, na cidade de Campo Grande.
Entre as 625 pessoas que compõem as três amostras, 344 (55%)
afirmaram já ter visitado o Pantanal, enquanto 281 (45%) afirmaram nunca ter
visitado o bioma (Figura 3).
Figura 3. Porcentagem das pessoas entrevistadas da "amostra A", composta
por alunos do Ensino Médio de uma escola particular, da "amostra B",
0
50
100
150
200
250
Amostra A Amostra B Amostra C
14 anos
15 anos
16 anos
17 anos
18 a 21 anos
22 a 25 anos
26 a 30 anos
31 a 35 anos
36 a 40 anos
41 a 50 anos
Mais de 51
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Amostra AAmostra B
Amostra C
Sim
Não
27
composta por alunos do Ensino Médio de uma escola pública, e da "amostra
C", composta pela população em geral, na cidade de Campo Grande que
visitaram, ou não, o Pantanal.
Entre as pessoas que afirmaram já ter visitado o Pantanal, 159
apontaram ter visitado o Pantanal de Miranda; 144 apontaram o Pantanal de
Aquidauana; 65 apontaram o Pantanal do Paraguai; 60 apontaram o Pantanal
de Porto Murtinho; 41 apontaram o Pantanal da Nhecolândia; 21 apontaram o
Pantanal de Nabileque; 15 apontaram o Pantanal de Cáceres; nove apontaram
o Pantanal do Abobral; nove apontaram o Pantanal do Paiaguás; oito
apontaram o Pantanal de Poconé e quatro apontaram o Pantanal de Barão de
Melgaço, lembrando que a mesma pessoa pode ter apontado mais de uma
opção. Um número considerável de entrevistados, 71, afirmou não lembrar o
nome da região que visitou.
Figura 4. Regiões pantaneiras mais visitadas pelos entrevistados na "amostra
A", composta por alunos do Ensino Médio de uma escola particular, na
"amostra B", composta por alunos do Ensino Médio de uma escola pública, e
na "amostra C", composta pela população em geral, na cidade de Campo
Grande.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Amostra AAmostra B
Amostra C
Pantanal de Miranda
Pantanal de Aquidauana
Pantanal do Paraguai
Pantanal de Porto Murtinho
28
3.2 Aspectos relacionados ao conhecimento
Das 22 questões que compunham o formulário, 13 tinham o objetivo de
detectar se os entrevistados possuíam um nível básico de conhecimento em
relação à fauna e à flora dos biomas pesquisados. A primeira delas indagava
quais grandes ambientes naturais (biomas) podem ser encontrados em Mato
Grosso do Sul. Abaixo do enunciado eram oferecidas as seguintes alternativas:
Cerrado; Pantanal; Mata Atlântica; Caatinga; Pampas e Amazônia.
A maior parte dos entrevistados (67,3%), nas três amostras, respondeu
que os biomas que podem ser encontrados em Mato Grosso do Sul se
restringem a Cerrado e Pantanal (Figura 5). Apenas 4,48% dos entrevistados
responderam corretamente que os biomas que podem ser encontrados em
Mato Grosso do Sul são: Cerrado, que ocupa 61% do território do estado;
Pantanal, que ocupa outros 25% do território estadual; e Mata Atlântica, que
ocupa os restantes 14% (IBGE, 2004). Uma parte considerável dos
entrevistados, 18,6%, marcou somente a opção Pantanal; e 7,2% deles
marcaram somente a opção “Cerrado”. Os 2,42% restantes apontaram, entre
as alternativas, opções improcedentes, como Caatinga e Pampas.
Com os resultados expostos, conclui-se que a maior parte da população
campo-grandense sabe que Mato Grosso do Sul abriga os biomas Pantanal e
Cerrado, mas desconhece a existência de uma parcela do bioma Mata
Atlântica em seu território.
29
Figura 5. Biomas que podem ser encontrados em Mato Grosso do Sul, de
acordo com os entrevistados da "amostra A", composta por alunos do Ensino
Médio de uma escola particular, da "amostra B", composta por alunos do
Ensino Médio de uma escola pública, e da "amostra C", composta pela
população em geral, na cidade de Campo Grande.
Em seguida, o formulário pedia para que a pessoa avaliasse o nível de
conhecimento que pensava deter sobre o Pantanal e sobre o Cerrado,
separadamente.
A maioria dos entrevistados considera mediano o conhecimento que
detém sobre o bioma Pantanal, pois 65% das respostas, nas três amostras,
ficaram entre as alternativas 4 e 7, numa escala de 1 a 10 (Figura 6). Vinte e
dois por cento consideram baixo o conhecimento que detém sobre o Pantanal,
pois optaram por alternativas que variam de 1 a 3. Os 13% restantes avaliam
como alto o conhecimento que detém sobre o bioma, pois optaram por
alternativas que variam de 8 a 10.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Amostra AAmostra B
Amostra C
Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica
Cerrado
Pantanal
Cerrado e Pantanal
Outros
30
Figura 6. Nível de conhecimento que os entrevistados da "amostra A",
composta por alunos do Ensino Médio de uma escola particular, da "amostra
B", composta por alunos do Ensino Médio de uma escola pública, e da
"amostra C", composta pela população em geral, na cidade de Campo Grande,
afirmam deter sobre o bioma Pantanal.
Em relação ao Cerrado, a maioria dos entrevistados, 60%, considera
mediano o conhecimento que detém sobre o bioma Cerrado, pois assinalou
alternativas que variam entre 4 e 7. Outros 24% consideram baixo o
conhecimento que detém sobre o bioma, pois optaram por alternativas que
variam de 1 a 3. Os 16% restantes avaliam como alto o conhecimento que
detém sobre o Cerrado, pois optaram por alternativas que variam de 8 a 10.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
Amostra A Amostra B Amostra C
Mediano
Baixo
Alto
31
Figura 7. Nível de conhecimento que os entrevistados da "amostra A",
composta por alunos do Ensino Médio de uma escola particular, da "amostra
B", composta por alunos do Ensino Médio de uma escola pública, e da
"amostra C", composta pela população em geral, na cidade de Campo Grande,
afirmam deter sobre o bioma Cerrado.
O formulário também indagava “de onde vem o conhecimento que você
tem em relação ao Pantanal e ao Cerrado”. Abaixo do enunciado, ofereciam-se
as seguintes alternativas: escola, televisão, internet, revistas, filmes e “outros”,
com espaço para especificar. Os entrevistados podiam assinalar quantas
alternativas quisessem. A opção com o maior número de apontamentos nas
três amostras foi “escola”, com 504 apontamentos. A alternativa “televisão”
obteve 345 apontamentos; a alternativa “internet” obteve 255 apontamentos; a
alternativa “revistas” obteve 105 apontamentos e a alternativa “filmes” obteve
40 apontamentos nas três amostras.
Cento e dez pessoas usaram o espaço disponível para especificar
“outras” fontes de informação. “Experiência própria”, “fazenda”, “turismo”,
“viagens”, “visitas”, “documentários”, “trabalhos em Centros de Pesquisa”,
“conversas entre parentes e amigos”, “biólogos”, “palestras”, “vídeos”, “cartazes
educativos” e “cursos para concursos”, foram as mais recorrentes.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Amostra A Amostra B Amostra C
Mediano
Baixo
Alto
32
Com os resultados expostos, conclui-se que a escola desempenha um
papel fundamental na disseminação de conhecimentos acerca da
biodiversidade local e regional, e que programas televisivos também podem ser
ótimos aliados nesse sentido. Para SCHROEDER (2013), é competência da
escola levar o conhecimento científico à população na sua forma mais
sistematizada e aprofundada.
“É inquestionável e urgente que as populações tenham
acesso aos conhecimentos científicos e suas tecnologias
relacionadas à biodiversidade, uma vez que, de modo
recorrente, amplia-se demandas que remetem à
participação popular, o que implica na capacidade das
pessoas envolvidas em reconhecer, analisar, enfim,
compreender mais sobre nosso patrimônio natural, seus
fenômenos, características e fragilidades e, para que isso
ocorra, faz-se necessário uma sólida educação científica.
Urge uma percepção mais abrangente sobre nossa
biodiversidade, bem como as problemáticas ambientais a
ela associadas, de forma que, cada cidadão, esteja
comprometido e responsável pela busca de mudanças ou
tentativa de diminuição dos impactos causados pelas ações
humanas inconsequentes sobre o ambiente natural”
(SEVEGNANI e SCHROEDER, 2013).
33
Figura 8. Fontes de conhecimento acerca dos biomas Pantanal e Cerrado
indicadas pelos entrevistados da "amostra A", composta por alunos do Ensino
Médio de uma escola particular, da "amostra B", composta por alunos do
Ensino Médio de uma escola pública, e da "amostra C", composta pela
população em geral, na cidade de Campo Grande.
Uma vez questionada a fonte do conhecimento dos entrevistados,
indagou-se se eles consideram importante adquirir este tipo de conhecimento.
Ofereciam-se as alternativas “sim” e “não” e, abaixo do enunciado,
questionava-se “por que”. Nas três amostras, a alternativa “sim” obteve 585
apontamentos (93,6%) contra apenas 34 (5,4%) da alternativa “não”. Seis
pessoas (1%) não marcaram qualquer opção.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
Amostra A Amostra B Amostra C
Escola
Televisão
Internet
Revistas
Filmes
Outros
34
Figura 9. Porcentagem de entrevistados que considera, ou não, importante
adquirir conhecimento acerca dos biomas “Pantanal e Cerrado”. A "amostra A"
é composta por alunos do Ensino Médio de uma escola particular; a "amostra
B" é composta por alunos do Ensino Médio de uma escola pública e a "amostra
C" é composta pela população em geral, na cidade de Campo Grande.
As 34 pessoas que assinalaram a alternativa “não” justificaram sua
opinião utilizando argumentos como “já tenho conhecimento ecológico”; “não é
importante para a minha profissão”; “acho interessante, porém não acredito ser
necessário”; “não faz diferença na minha vida”; “não me leva a nada” e “não
tenho motivo especifico, apenas acho que não é importante”.
Das 585 pessoas que assinalaram a alternativa “sim”, 35 não
apresentaram justificativa. Entre as 550 justificativas apresentadas, 265
referem-se à importância de conhecer o local/região onde se vive. Entre elas,
termos como “belezas naturais”, “fauna e flora”, “conhecimento
importante/fundamental” e “vegetação” são recorrentes. Outras 106 pessoas
utilizaram majoritariamente argumentos como “conhecimento é sempre
importante” para justificar suas respostas. Nas amostras “A” e “B”, 30 alunos
argumentaram que as informações são importantes principalmente para provas
e vestibulares. Outros termos recorrentes nas três amostras foram:
“importância ecológica”; “riquezas naturais”; “patrimônio natural” e “é preciso
conhecer para preservar/valorizar”.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Amostra A Amostra B Amostra C
Sim
Não
35
Entre todas as justificativas elaboradas, destaca-se a seguinte resposta:
“é muito comum os sul-mato-grossenses não conhecerem o Pantanal ou
mesmo o Cerrado, acredito que puxado por um desinteresse do próprio poder
público em poder explorar de forma consciente o ecoturismo. O conhecimento
básico da região onde se vive é muito importante. Há também poucas oficinas,
filmes e palestras com especialistas da região para que se possa difundir o
conhecimento sobre o meio ambiente. Muito do que há é colocado para um
público restrito, acadêmico. Não existem publicações direcionadas à sociedade
com uma linguagem acessível a populações mais carentes”.
Entre os autores que tratam do tema “educação ambiental”, destaca-se a
interpretação de TAMAIO (2000), que pode ser associada ao pensamento de
TUAN (1980) no que se refere às individualidades e à percepção ambiental.
Para TAMAIO (2000), a educação ambiental é “mais uma ferramenta de
mediação necessária entre culturas, comportamentos diferenciados e
interesses de grupos sociais para a construção das transformações desejadas”.
PÁDUA e TABANEZ (1998) reforçam a interpretação e defendem que a
educação ambiental propicia o aumento de conhecimentos, mudanças de
valores e aperfeiçoamento de habilidades, condições básicas para estimular
maior integração e harmonia dos indivíduos com o meio ambiente.
A título de representação, elaborou-se uma “nuvem de tags” por meio do
site Wordle (www.wordle.net), que é caracterizada por destacar os termos mais
citados em um referido texto. Todas as respostas, das três amostras, foram
transcritas e o texto foi indexado no site (Figura 10).
36
Figura 10. Nuvem de tags correspondente às respostas da “amostra C”,
composta pela população em geral da cidade de Campo Grande, para a
questão “por que você acha importante adquirir este tipo de conhecimento?”.
Questionou-se também se os entrevistados acreditam que existem
relações de dependência (direta ou indireta) entre as várias espécies animais e
vegetais que compõem um ecossistema. Ofereciam-se as alternativas “sim”,
que obteve 599 apontamentos, e "não", que obteve 23 apontamentos. Três
pessoas não marcaram qualquer alternativa.
Figura 11. Porcentagem de entrevistados que acreditam que existe, ou não,
relações de dependência entre as espécies que compõem um ecossistema. A
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Amostra A Amostra B Amostra C
Sim
Não
37
"amostra A" é formada por alunos do Ensino Médio de uma escola de ensino
particular, a "amostra B" é formada por alunos do Ensino Médio de uma escola
de ensino público e a "amostra C" é formada pela população em geral da
cidade de Campo Grande.
Abaixo do enunciado, questionou-se “por que”. Das 23 pessoas que
assinalaram a alternativa “não”, 18 não apresentaram justificativa. Entre as
justificativas apresentadas, quatro restringiam-se a “não sei” e uma pessoa
argumentou equivocadamente que "cada espécie tem seu ambiente, não tem
relação".
Das 599 pessoas que assinalaram a alternativa “sim”, 71 não
apresentaram justificativa. Entre as 528 justificativas apresentadas, 184
consideram que a relação de dependência entre as espécies restringe-se à
cadeia alimentar, na qual uma depende de outra apenas para se alimentar.
Outras 105 pessoas formularam suas respostas com base no termo “relações
de dependência”, sem especificar exatamente que tipo de dependência é essa.
Outras 22 pessoas também focaram seus argumentos em “relações” mas,
desta vez, em “relações ecológicas”. Citaram inclusive relações como
mutualismo, parasitismo, cooperação e inquilinismo.
As demais justificativas utilizaram argumentos que vão desde “tudo está
interligado na natureza” até termos como “equilíbrio”, “harmonia” e
“dependência”, “ciclo natural da vida”, “vivem num ecossistema”, “uma
complementa a outra”, “elas estão interligadas” e “cada espécie tem sua
importância”, sempre de maneira genérica.
Também por meio do site Wordle (www.wordle.net), elaborou-se uma
“nuvem de tags”, que destaca os termos mais citados em um referido texto.
Todas as respostas, das três amostras, foram transcritas e o texto foi indexado
no site (Figura 12).
38
Figura 12. Nuvem de tags correspondente às justificativas da “amostra C”,
formada pela população em geral da cidade de Campo Grande, para quem
respondeu que existem relações entre as espécies que compõem um
ecossistema.
O formulário que serviu como base para esta pesquisa (Anexo 1)
também levantou questões para avaliar o conhecimento dos entrevistados em
relação à fauna dos ambientes pesquisados. Uma delas indagava “quais
destes animais podem ser encontrados no Cerrado e/ou no Pantanal”. Abaixo
do enunciado, ofereciam-se as seguintes alternativas: onça-pintada, capivara,
tigre, tartaruga-marinha, elefante, hipopótamo, jacaré e arara-canindé.
“Jacaré” foi o animal mais assinalado pelos entrevistados, totalizando
604 apontamentos. “Capivara” foi apontada por 596 entrevistados; “onça-
pintada” foi apontada por 594 entrevistados e “arara-canindé” foi apontada por
547 entrevistados. As opções “tigre”, “hipopótamo”, “elefante” e “tartaruga-
marinha”, que não fazem parte da fauna dos ambientes pesquisados, foram
apontados nove, oito, cinco e três vezes, respectivamente (Figura 13).
39
Figura 13. Quantidade de entrevistados, em Campo Grande, Mato Grosso do
Sul, que assinalaram que referido animal pode ser encontrado no Pantanal
e/ou no Cerrado.
Também se procurou avaliar o conhecimento geral acerca da avifauna
do Pantanal, questionando: “algumas aves podem ser vistas com abundância
no Pantanal e, por sua beleza e singularidade, poderiam ser consideradas
“representantes” do bioma. Quais são elas?”. Abaixo do enunciado, ofereciam-
se as seguintes alternativas: joão-de-barro, arara-azul, tuiuiú e pardal, todas
elas acompanhadas de uma figura dos respectivos animais.
O tuiuiú foi a ave mais lembrada pelos entrevistados, com 609
apontamentos, enquanto a arara-azul obteve 513 apontamentos (Figura 14). Já
as aves joão-de-barro e pardal, que podem ser encontradas no referido bioma,
mas que não possuem características de beleza e singularidade que possam
conferir o status de “representantes” dele, foram apontadas 241 e 89 vezes,
respectivamente.
0 50 100 150 200 250
Amostra C
Amostra B
Amostra A
jacaré
onça-pintada
capivara
arara-canindé
tigre
hipopótamo
elefante
tartaruga-marinha
40
Figura 14. Aves que podem ser consideradas “representantes” do Pantanal, de
acordo com os entrevistados em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
A respeito da ictiofauna, questionou-se: “alguns peixes encontrados nos
rios do Pantanal têm significativo valor comercial, tornando-se importantes
fontes de renda para parte dos moradores da região. Quais são eles?”. Abaixo
do enunciado, ofereciam-se as seguintes alternativas: pintado, tucunaré,
dourado, jaú, pirarucu e piraputanga, todas elas acompanhadas de uma figura
dos respectivos animais.
Grande parte dos entrevistados assinalou as alternativas “pintado” e
“dourado”, que receberam 564 apontamentos cada (Figura 15). A alternativa
“piraputanga” recebeu 351 apontamentos e a alternativa “jaú” obteve apenas
187 apontamentos. Os quatro peixes fazem jus ao enunciado.
Já as alternativas “tucunaré” e “pirarucu”, espécies originárias da bacia
amazônica que não fazem jus ao enunciado, receberam 215 e 137
apontamentos, respectivamente.
0 50 100 150 200 250
Amostra C
Amostra B
Amostra A
tuiuiu
arara-azul
joão-de-barro
pardal
41
Figura 15. Peixes do Pantanal que têm significativo valor comercial para os
moradores da região, de acordo com os entrevistados em Campo Grande,
Mato Grosso do Sul.
Também foram abordadas características da vegetação do Cerrado no
formulário. Questionou-se: “a vegetação do Cerrado possui algumas
características muito peculiares. Entre elas estão:”. E, abaixo, ofereciam-se
quatro alternativas, que podiam ser escolhidas em conjunto pelos alunos. Eram
elas: “sujeita a queimadas, mas alta capacidade de regeneração”, “troncos de
árvores tortuosos com casca espessa”; ambas procedentes; “capacidade de
permanecer verdejante o ano todo” e “predominância de árvores muito altas
com grandes copas, formando vegetação florestal”; ambas improcedentes.
A alternativa “troncos de árvores tortuosos com casca espessa” foi
apontada por 442 entrevistados; a alternativa “sujeita a queimadas, mas alta
capacidade de regeneração” foi apontada por 387 entrevistados; a alternativa
“capacidade de permanecer verdejante o ano todo” foi apontada por 50
entrevistados, e a alternativa “predominância de árvores muito altas com
grandes copas, formando vegetação florestal” foi apontada por 44
0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00%
Amostra C
Amostra B
Amostra A
dourado
pintado
piraputanga
tucunaré
jaú
pirarucu
42
entrevistados. Vinte e três pessoas não apontaram qualquer uma das
alternativas oferecidas.
Figura 16. Características da vegetação do Cerrado, de acordo com os
entrevistados em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
Também se buscou avaliar a capacidade dos entrevistados de identificar
espécies animais dos biomas pesquisados por meio de imagens. Uma das
questões trazia figuras dos seguintes animais: onça-parda (Puma concolor),
papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), arara-vermelha (Ara chloropterus),
lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) e anta (Tapirus terrestris), e questionava:
“Você saberia identificar o nome popular destes animais apenas pela
aparência?”.
Nas três amostras, 36,48% dos entrevistados nomearam corretamente a
primeira figura como “onça-parda”, “suçuarana” ou “puma”. “Onça” foi outra
denominação recorrente, sendo registrada em 24,48% das respostas, e
12,64% dos entrevistados deixaram a figura sem qualquer denominação.
“Jaguatirica” e “leopardo” foram as denominações equivocadas mais
recorrentes, sendo registradas em 7,84% e 4,48% das respostas,
respectivamente.
0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00%
Amostra C
Amostra B
Amostra A
sujeita a queimadas, mas alta capacidade de regeneração
troncos de árvores tortuosos com casca espessa
capacidade de permanecer verdejante o ano todo
predominância de árvores muito altas com grandes copas, formando vegetação florestaln.d.a.
43
As denominações equivocadas “lince”, “tigre” e “gato-do-mato” foram
utilizadas por 5,44% dos entrevistados. Os demais 8,64% dos entrevistados,
nas três amostras, utilizaram as mais diversas denominações, como “leoa”,
“leão”, “guepardo”, “felino” e “jaguar”.
Figura 17. Denominações conferidas à figura da onça-parda nas amostras “A”,
composta por alunos de uma escola da rede privada; “B”, composta por alunos
de uma escola da rede pública; e “C”, composta pela população em geral da
cidade de Campo Grande.
A maioria dos entrevistados mostrou familiaridade com a figura do
papagaio, pois ela foi nomeada corretamente como “papagaio-verdadeiro”,
“papagaio” ou “louro” por 75,84% dos entrevistados, nas três amostras.
“Periquito” foi a denominação equivocada mais recorrente, registrada em
16,16% das respostas, e 6% dos entrevistados deixaram a figura sem qualquer
denominação. Os demais 2% dos entrevistados, nas três amostras, utilizaram
denominações como “arara”, “canário” e “maritaca”.
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
Amostra A
Amostra B
Amostra C
44
Figura 18. Denominações conferidas à figura do papagaio-verdadeiro nas
amostras “A”, composta por alunos de uma escola da rede privada; “B”,
composta por alunos de uma escola da rede pública; e “C”, composta pela
população em geral da cidade de Campo Grande.
A imagem referente à arara-vermelha também foi reconhecida pela
maioria dos entrevistados, tendo sido denominada como “arara” por 77,2% dos
entrevistados, nas três amostras, mas apenas 13% dos entrevistados
especificaram corretamente o nome popular da espécie, “arara-vermelha”.
Outros 4,8% dos entrevistados deixaram a figura sem qualquer denominação.
Entre os 5% restantes, denominações como “papagaio”, “arara-azul” e “arara-
canindé” merecem ser citadas.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
Amostra A
Amostra B
Amostra C
45
Figura 19. Denominações conferidas à figura da arara-vermelha nas amostras
“A”, composta por alunos de uma escola da rede privada; “B”, composta por
alunos de uma escola da rede pública; e “C”, composta pela população em
geral da cidade de Campo Grande.
A figura referente ao lobo-guará foi corretamente denominada por 62,8%
dos entrevistados, nas três amostras. Outros 13,4% dos entrevistados
deixaram a figura sem qualquer denominação e 11,9% a denominaram apenas
como “lobo”. Os demais 12,7% dos entrevistados utilizaram diversas
denominações equivocadas, entre elas: “raposa”, “lobinho”, “hiena”, “lobo-do-
mato”, “cachorro-do-mato” e “coiote”.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
arara arara-vermelha sem denominação
outras
Amostra A
Amostra B
Amostra C
46
Figura 20. Denominações conferidas à figura do lobo-guará nas amostras “A”,
composta por alunos de uma escola da rede privada; “B”, composta por alunos
de uma escola da rede pública; e “C”, composta pela população em geral da
cidade de Campo Grande.
A imagem da anta também mostrou-se familiar para os entrevistados,
pois 82,8% deles a nomearam corretamente, nas três amostras. Outros 11,8%
deixaram a figura sem qualquer denominação. A denominação equivocada
mais recorrente foi “tamanduá”, registrada em 3% das amostras. Entre os
demais 2,4%, destacam-se as denominações “javali”, “capivara” e “cupim”. Um
entrevistado da “amostra C” denominou a figura como “elefante”.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
lobo-guará sem denominação
lobo outras
Amostra A
Amostra B
Amostra C
47
Figura 21. Denominações conferidas à figura da anta nas amostras “A”,
composta por alunos de uma escola da rede privada; “B”, composta por alunos
de uma escola da rede pública; e “C”, composta pela população em geral da
cidade de Campo Grande.
Outra questão do formulário oferecia 16 termos relacionáveis ao
Pantanal, e pedia para o entrevistado assinalar os que ele efetivamente
relacionava ao bioma.
Os cinco termos mais assinalados nas três amostras foram “animais”,
com 557 marcações; “água”, com 555 marcações; “plantas”, com 495
marcações; “ecologia”, com 492 marcações e “ecoturismo”, com 490
marcações. Além disso, os entrevistados utilizaram o espaço disponível para
escrever termos como “Mato Grosso do Sul”; “tereré”; “Porto Murtinho”; “minha
fazenda”; "planície", "turismo ecológico", "pequenas centrais hidrelétricas",
"mato", "Bolívia" e "patrimônio nacional".
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
anta sem denominação
tamanduá outras
Amostra A
Amostra B
Amostra C
48
Figura 22. Gráfico com as palavras sugeridas na 20ª pergunta no formulário e
que os entrevistados relacionam com o Pantanal.
3.3 Aspectos relacionados ao sentimento
Das 22 questões que compunham o formulário, seis tinham o objetivo de
detectar aspectos relacionados aos sentimentos das pessoas entrevistadas em
relação aos biomas pesquisados. A primeira delas indagava, diretamente, qual
é o sentimento/impressão quando ouve falar em Pantanal, com espaço para
que a pessoa escrevesse.
Nas três amostras, 20 pessoas deixaram a resposta em branco. Nos
outros 605 formulários, registraram-se respostas com argumentos distintos.
Oitenta e quatro pessoas adotaram um discurso que pode ser considerado
neutro, alegando que têm sentimento “normal”, “indiferente”, que não sentem
“nada”, ou apenas ressaltaram características geográficas, como “lembra Mato
Grosso do Sul” e “região Centro-Oeste do Brasil”.
Trinta e três pessoas adotaram um discurso que pode ser considerado
negativo, focando seus argumentos em termos como “aflição”, “preocupação”,
“tristeza” e “remorso”. Eis algumas respostas interessantes: “sinto aflição por
não ter certeza sobre sua preservação”; “tristeza ao ver um ambiente como
esse sendo devastado”; “precisa de mais preservação e projetos
antiqueimadas e desmatamento” e “só tem mato e animais”.
animaiságuaplantasecologiaecoturismoriospreservaçãocheias e vazantesCorumbáCódigo FlorestalpecuáriaAquidauanaribeirinhospulso de inundaçãobaías e corixosPoconé
49
As outras 488 pessoas adotaram um discurso que pode ser considerado
positivo, ressaltando emoções e características relevantes a respeito do bioma.
Seguem:
• 188 utilizaram prioritariamente os termos “beleza”, “biodiversidade
rica” e “diversidade de animais e plantas/fauna e flora” para explicitar os
sentimentos. Os animais onça; tuiuiú;jacaré; peixes e arara-azul foram citados;
• 51 escreveram que sentem prioritariamente “orgulho”;
• 35 escreveram os termos “alegria”; “felicidade” ou “tranquilidade”;
• 25 pessoas associaram o bioma a sentimentos de “regionalismo”,
“patriotismo”, “nacionalismo” ou “identidade”, conferindo importância ao fato do
bioma estar predominantemente localizado em Mato Grosso do Sul;
• 20 falaram em “alagamentos” ou “planícies alagáveis/alagadas”,
ressaltando especialmente essa característica da região;
• outras 20 pessoas escreveram que sentem “curiosidade”;
• os demais 149 entrevistados apontaram sensações diversas,
entre elas “paz”, “nostalgia”, “afeto”, “interesse”, “vontade de visitar”, “minha
terra”, “boas lembranças”, “paixão”, “paraíso” e “futuro”.
Entre elas, destacam-se algumas associações interessantes. Seguem:
“é um assunto no qual Manoel de Barros gostava de falar”; “lembro dos
comerciais da Globo mostrando a natureza”; “calor, sol e água quente. Mas de
uma beleza fascinante que vale a pele tostada”; “sinto assombro e medo.
Assombro pela diversidade natural que existe e pela riqueza que manifesta e
medo pela possibilidade de que isso tudo se perca em um futuro próximo”;
“ainda falta conhecimento do que é o Pantanal para as demais pessoas,
aquelas que não residem no estado e que nem ao menos sabem o que é.
Estas sim, precisam entender deste bioma. Entendo que muita gente daqui
também desconhece e nem ao menos se interessa pelo tema”; “mítico. Já se
tornou quase um ícone cultural: música, passeios, lazer, bichos, águas, a
beleza, foco de investimentos de recursos governamentais, „o primo rico” do
nosso espaço geográfico” e “penso que ainda é um dos poucos lugares que
mantêm conceitos tradicionais com a população local.Eles preservam por conta
própria, cuidam do lugar onde moram”.
Duas pessoas escreveram justificativas que podem ser consideradas
equivocadas. São elas: “lugar cheio de crocodilos e terras alagadas” e “grande
50
biodiversidade, mas muito deteriorado pelas ações do homem”, visto que o
Pantanal ainda conserva 87% de cobertura vegetal nativa remanescente
(UICN, WWF-BRASIL e IPÊ, 2011).
Por meio do site Wordle, elaborou-se uma imagem com as palavras
mais citadas nas justificativas, conhecida como “nuvem de tags”. Todas as
respostas foram transcritas e o texto foi indexado no site, onde os termos mais
citados ganham destaque (Figura 23).
Figura 23. Nuvem de tags correspondente às respostas para a questão “Qual é
o seu sentimento/impressão quando ouve falar em „Pantanal‟?”.
O formulário também indagava “qual é o seu sentimento/impressão
quando ouve falar em „Cerrado‟?”. Nas três amostras, 43 pessoas deixaram a
resposta em branco e 13 escreveram “não sei” ou “não sei responder”. Nos
outros 569 formulários também foram registradas muitas respostas com termos
distintos. Cento e quarenta e seis pessoas adotaram um discurso que pode ser
considerado neutro, sendo que 100 delas utilizaram termos como “nada” ou
“indiferente”. Algumas apenas ressaltaram características geográficas, como
“lembra Mato Grosso do Sul”, “bioma” ou “normal”. Ressalta-se que, destas,
cinco associaram o termo do enunciado com o termo “Pantanal”.
Cento e vinte e seis pessoas adotaram um discurso que pode ser
considerado negativo, utilizando termos como “bioma ameaçado”, “queimadas”,
51
“tristeza”, ”miséria”, “exploração”, “aflição”, ”tédio”, “dificuldade de produção”,
“gado” e “seca extrema”.
As outras 297 pessoas adotaram um discurso que pode ser considerado
positivo, ressaltando emoções e características relevantes a respeito do bioma.
Seguem:
135 entrevistados limitaram seu discurso a uma boa impressão causada
pelo bioma, ressaltando características do mesmo, sempre em relação à
vegetação e ao clima. Os termos mais recorrentes foram: “altas
temperaturas”, “árvores esparsas com cascas grossas”, “caules
tortuosos” e “lugar quente e seco”;
30 pessoas associaram o bioma a termos como “economia”, “pecuária”,
“produtividade”, “pasto” e “fazenda”;
19 escreveram que sentem “curiosidade”, principalmente por tratar-se do
bioma que habita;
18 pessoas associaram o bioma aos termos “biodiversidade”;
“diversidade”; “animais”; “frutas silvestres” e “natureza”;
os demais 95 entrevistados apontaram sensações diversas, entre elas
“felicidade”, “aconchego”, “equilíbrio”, “orgulho” e “vontade de conhecer”.
Duas pessoas escreveram que associam o bioma a viagens de carro.
Uma pessoa relatou que se sente “mais familiarizado com o Cerrado do que
com o Pantanal” e outra escreveu que pensa em “sementes, em verde. Mas
penso também o quanto ainda é desconhecido, desvalorizado, visto como se
fosse o primo pobre da nossa geografia”.
Também por meio do site Wordle, elaborou-se uma imagem com as
palavras mais citadas nas justificativas. Todas as respostas foram transcritas e
o texto foi indexado no site, em que os termos mais citados ganham destaque
(Figura 24).
52
Figura 24. Nuvem de tags correspondente às respostas para a questão “Qual é
o seu sentimento/impressão quando ouve falar em „Cerrado‟?”.
A ampla gama de termos negativos associados ao Cerrado, se
comparado ao Pantanal, demonstra conhecimento do público-alvo acerca das
ameaças enfrentadas pelo bioma. As taxas anuais de desmatamento são
elevadas no Cerrado: entre os anos 1970 e 1975, o desmatamento médiono
bioma foi de 40.000 quilômetros quadrados por ano – 1,8 vezes a taxa de
desmatamento da Amazônia entre os anos 1978 e 1988 (KLINK e MOREIRA,
2002).
Além disso, cada pessoa interpreta determinado bioma de acordo com
uma gama de fatores pessoais, como herança biológica, criação, educação.
Por isso, mesmo dentro de uma comunidade específica, como é o caso da
cidade de Campo Grande, encontra-se um número considerável de visões
diferentes. Acerca das diferentes interpretações sobre os biomas, TUAN (1980)
deixava claro que as individualidades de cada ser podem transcender as forças
culturais que levam ao consenso.
“Para compreender a preferência ambiental de uma
pessoa, necessitaríamos examinar sua herança biológica,
criação, educação, trabalho e os arredores físicos. No nível
53
de atitudes e preferências de grupo, é necessário conhecer
a história cultural e a experiência de um grupo no contexto
de seu ambiente físico. Em nenhum dos casos é possível
distinguir nitidamente entre os fatores culturais e o papel do
meio ambiente físico. Os conceitos „cultura‟ e „meio
ambiente‟ se sobrepõem do mesmo modo que os conceitos
„homem‟ e „natureza‟” (TUAN, 1980).
Para o autor, o meio ambiente natural e a visão do mundo estão
estreitamente ligadas. A visão do mundo é construída dos elementos
conspícuos do ambiente social e físico de um povo.
Neste caso específico, é importante ressaltar que foram mais
recorrentes as impressões negativas e neutras a respeito do Cerrado do que a
respeito do Pantanal, conforme especificado na Figura 25.
Figura 25. Classificação dos sentimentos descritos pelos entrevistados, em
Campo Grande, Mato Grosso do Sul, acerca dos biomas pesquisados.
Também se questionou “como você se sente quando pensa no
Pantanal”, oferecendo-se as seguintes alternativas, que podiam ser escolhidas
individualmente ou em conjunto: feliz, preocupado(a), eufórico(a), triste, com
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Pantanal Cerrado
Negativo
Neutro
Positivo
54
dúvidas, com raiva e indiferente. Todas acompanhadas de uma figura que
indicava o referido sentimento.
A alternativa “feliz” foi a mais escolhida pelos entrevistados, somando
310 apontamentos (Figura 26). A alternativa “preocupado” somou 172
apontamentos; a alternativa “indiferente” somou 121 apontamentos; a
alternativa “com dúvidas” somou 79 apontamentos; a alternativa “eufórico”
somou 42 apontamentos; a alternativa “triste” somou seis apontamentos e a
alternativa “com raiva” somou apenas três apontamentos.
Figura 26. Sentimentos dos entrevistados, em Campo Grande, Mato Grosso do
Sul, acerca do bioma Pantanal.
Da mesma maneira, questionou-se “como você se sente quando pensa
no Cerrado”. Ofereciam-se as mesmas alternativas, que podiam ser escolhidas
individualmente ou em conjunto: feliz, preocupado(a), eufórico(a), triste, com
dúvidas, com raiva e indiferente. Todas acompanhadas de uma figura que
indicava o referido sentimento.
A alternativa “indiferente” foi a mais escolhida pelos entrevistados,
somando 211 apontamentos (Figura 27). A alternativa “preocupado” somou 178
apontamentos; a alternativa “feliz” somou 148 apontamentos; a alternativa “com
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%
Amostra C
Amostra B
Amostra A
feliz
preocupado
eufórico
triste
com dúvidas
com raiva
indiferente
55
dúvidas” somou 104 apontamentos; a alternativa “triste” somou 30
apontamentos; a alternativa “eufórico” somou 17 apontamentos e a alternativa
“com raiva” somou apenas cinco apontamentos. Duas pessoas não marcaram
qualquer uma das alternativas.
Ressalta-se que, novamente, foi registrado um maior número de
sentimentos neutros ou negativos em relação ao Cerrado do que em relação ao
Pantanal.
Figura 27. Sentimentos dos entrevistados, em Campo Grande, Mato Grosso do
Sul,acerca do bioma Cerrado.
Em uma das questões do formulário, apresentava-se a figura de uma
cobra sucuri e questionava-se: “Que sentimento você tem em relação a esse
animal?”.
Nas três amostras, a alternativa “medo” obteve 265 apontamentos;a
alternativa “encantamento” obteve 135 apontamentos; as alternativas “medo” e
“nojo” obtiveram 89 apontamentos simultâneos. A alternativa “nojo” obteve 32
apontamentos. As 62 pessoas restantes escreveram que sentem “indiferença”,
“respeito” ou “curiosidade”; que apontaram a alternativa “afeto”; ou duas ou
mais alternativas simultaneamente.
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00%
Amostra C
Amostra B
Amostra A
feliz
preocupado
eufórico
triste
com dúvidas
com raiva
indiferente
56
Por meio do site Wordle, elaborou-se a imagem com as alternativas mais
escolhidas e as palavras mais citadas nas respostas, onde os termos mais
citados ganham destaque (Figura 28).
Figura 28. Nuvem de tags correspondente ao sentimento que os entrevistados
têm em relação a uma imagem de cobra.
Em outra questão, apresenta-se a figura de um tamanduá-bandeira e
questionava-se: “Que sentimento você tem em relação a esse animal?”. Logo
abaixo do enunciado, também ofereciam-se as alternativas: encantamento,
medo, nojo, afeto e outros, com espaço para especificar.
Nas três amostras, a alternativa “encantamento” obteve 336
apontamentos. A alternativa “afeto” obteve 83 apontamentos e 47 pessoas
escreveram que sentem “nada” ou “indiferença”. Oitenta e uma pessoas
subdividem-se entre aqueles que apontaram a alternativa “medo”; entre as que
escreveram que sentem “estranheza”, “respeito”, “dúvida”, “preocupação” ou
que acham “fofo”; e os que marcaram três ou mais alternativas
simultaneamente.
Também por meio do site Wordle, elaborou-se a imagem com as
alternativas mais escolhidas e as palavras mais citadas nas respostas, onde os
termos mais citados ganham destaque (Figura 29).
57
Figura 29. Nuvem de tags correspondente ao sentimento que os entrevistados
têm em relação a uma imagem de tamanduá-bandeira.
Neste ponto, ressalta-se que a espécie humana possui uma conexão
emocional inata com as demais espécies da Terra (WILSON, 1989). Esta
conexão varia da atração à aversão, da admiração à indiferença.
“A interdependência da espécie humana com os demais
elementos bióticos da natureza tem sido explicada pela
hipótese da biofilia, segundo a qual o homem teve 99% de
sua história evolutiva intimamente envolvida com outros
seres vivos, tendo desenvolvido um significativo sistema
informacional acerca das espécies e do ambiente, que se
traduz nos saberes, crenças e práticas culturais
relacionadas com a fauna de cada lugar” (SANTOS-FITA e
COSTA-NETO, 2011).
Soma-se a isso a importância que as experiências individuais conferem
à percepção do ambiente, conforme TUAN (1980), e torna-se possível a
compreensão de sensações tão distintas em relação a um mesmo animal.
No sentido de estimular a reflexão acerca da fauna pantaneira,
questionou-se “quais animais existentes no Pantanal ou no Cerrado você
gostaria muito de ver pessoalmente”. Os animais mais citados, nas três
amostras, foram: onça e onça-pintada, citadas por 338 entrevistados; tuiuiú,
citado por 110 entrevistados; jacaré, citado por 95 entrevistados; arara-azul,
citada por 32 entrevistados e lobo-guará, citado por 28 entrevistados.
Outros animais que merecem destaque por terem sido citados são:
tamanduá, cobra, sucuri, tucano, macaco e capivara. Um aluno da “amostra A”
58
citou o animal “boto” e uma pessoa da “amostra C” citou o animal “guepardo”,
que sequer fazem parte da fauna encontrada nos biomas pesquisados. Vinte e
seis pessoas não citaram qualquer animal; 10 escreveram que gostariam de
ver “todos” e 19 escreveram a palavra “nenhum”.
Figura 30. Gráfico com os cinco animais mais citados em cada amostra, na
pergunta que questiona quais animais existentes no Pantanal o entrevistado
gostaria de ver pessoalmente.
A fim de fazer com que o entrevistado refletisse sobre os assuntos
tratados na pesquisa, a penúltima questão do formulário indagava: “Depois de
responder as questões anteriores, como você reavalia seu conhecimento em
relação ao Pantanal e ao Cerrado?”.
Obteve-se assim um resultado interessante, relacionado ao mesmo
questionamento feito no início do formulário. Ao final, a maioria dos
entrevistados (65,9%), nas três amostras, considera mediano o conhecimento
que detém sobre os biomas pesquisados, pois assinalou alternativas que
variam entre 4 e 7, mantendo a média que era de 65% em relação ao Pantanal
e 60% em relação ao Cerrado, no início da pesquisa. Por outro lado, aumentou
a quantidade de entrevistados que considera alto o conhecimento que detêm
sobre os biomas, pois optaram por alternativas que variam de 8 a 10. Nesta
questão, chegou-se a 19,4%, enquanto no início da pesquisa era de 13% em
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Amostra A Amostra B Amostra C
onça-pintada
onça
tuiuiú
jacaré
arara-azul
59
relação ao Pantanal e 16% em relação ao Cerrado. Consequentemente,
diminuiu a quantidade de pessoas que avaliam como baixo o conhecimento
que detém sobre os biomas, pois optaram por alternativas que variam de 1 a 3.
Nesta questão, chegou-se a 14,7%, enquanto no início da pesquisa era de 22%
em relação ao Pantanal e 24% em relação ao Cerrado.
Figura 31. Nível de conhecimento que os entrevistados das amostras afirmam
deter sobre os biomas Pantanal e Cerrado. A "amostra A" é formada por alunos
do Ensino Médio de uma escola de ensino particular; a "amostra B" é formada
por alunos do Ensino Médio de uma escola de ensino público e a "amostra C" é
formada pela população em geral da cidade de Campo Grande.
A última questão do formulário indagava: “Gostaria de saber mais sobre
os assuntos abordados neste questionário?”. Ofereciam-se as alternativas
“sim”, que foi escolhida por 492 pessoas (78,7%), e “não”, que foi escolhida por
133 pessoas (21,3%). Abaixo do enunciado, questionava-se: “Se sim, qual a
maneira que você acharia mais interessante?”, e ofereciam-se as seguintes
alternativas, que podiam ser escolhidas individualmente ou em conjunto pelos
alunos: livros com textos e fotografias, vídeos, palestras e outros, com espaço
para especificar.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
Amostra A Amostra B Amostra C
mediano
alto
baixo
60
Entre os entrevistados que apontaram que gostariam de saber mais, a
opção “vídeo” foi a mais recorrente, com 299 apontamentos. A opção “livros
com textos e fotografias” foi apontada 244 vezes e a opção “palestras” foi
apontada 220 vezes. Cento e um entrevistados escreveram que seria legal
obter mais informações por meio de ferramentas da web, como sites, e-mails e
redes sociais. Trinta e dois entrevistados escreveram algo relacionado a
viagens, turismo e visitas in loco. Quatro entrevistados argumentaram que
seria importante que as escolas oferecessem aulas específicas sobre o
assunto. A formação dos professores, com o necessário aprofundamento
conceitual e teórico-reflexivo, é colocada por SCHROEDER (2013) como uma
das principais preocupações que cercam o ensino a respeito da biodiversidade.
“Essa formação tem sido um ponto de partida para
importantes reflexões visando às estratégias de mudanças
na perspectiva da construção de sistemas que mudem o
perfil do profissional da educação, capaz de localizar os
desafios da sociedade contemporânea e, de certa forma,
também contribuir para o desenvolvimento científico”
(SCHROEDER, 2013).
Com os resultados expostos, conclui-se que plataformas tradicionais de
disseminação de informação, como palestras e livros, ainda são uma
alternativa bem aceita, tanto por alunos do Ensino Médio como pela população
em geral, para aquisição de conhecimento. Aliando a isso a constatação de
que a escola ainda é a principal fonte de conhecimento sobre o tema, levanta-
se a importância de discutir subtemas relacionados ao grande eixo temático
“educação ambiental” nas escolas.
A Constituição Brasileira de 1988 (Art. 225, Capítulo VI, Inciso VI),
destaca a necessidade de promover a educação ambiental, em todos os níveis
de ensino, e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente.
Na década de 1990, o Ministério da Educação, por meio da Portaria n° 678,
instituiu que todos os currículos nos diversos níveis de ensino deverão
contemplar conteúdos referentes à educação ambiental. Mas, mesmo
amparadas pela legislação, percebe-se que as escolas pouco ou nada
61
direcionam seu conteúdo programático para características específicas dos
ambientes naturais que cercam os alunos.
“Concebida como dimensão dada ao conteúdo e à prática
da educação orientada para a resolução dos problemas
concretos do meio ambiente através de um enfoque
transdisciplinar e de uma participação ativa e responsável
de cada indivíduo com a coletividade, a educação
ambiental caracteriza-se por incorporar as dimensões
éticas, socioeconômicas, políticas, culturais e históricas no
processo de ensino e de aprendizagem” (MULLER, 1998).
A incorporação de dimensões referentes à realidade e ao cotidiano dos
alunos ao conteúdo programático das instituições de ensino foi considerada
deficiente por parte dos entrevistados, que detectaram a necessidade de aulas
“extras” ou “específicas” sobre os biomas tratados nesta pesquisa.
4. Conclusão
Por meio de um formulário qualiquantitativo analisado quantitativamente,
esta pesquisa avaliou a percepção da população de Campo Grande-MS acerca
dos dois biomas mais representativos do estado: Pantanal e Cerrado,
especificamente aspectos relacionados ao nível de conhecimento e ao
sentimento envolvido na análise de determinadas características dos biomas.
O nível de conhecimento da população campo-grandense acerca dos
biomas predominantes no estado de Mato Grosso do Sul, Cerrado e Pantanal,
pode ser considerado satisfatório. Aspectos relacionados à fauna e à
vegetação, bem como a delimitação de termos pertinentes, acontece de
maneira natural e sem grandes dificuldades.
O público-alvo confere grande importância aos biomas pesquisados,
principalmente no tocante à proximidade geográfica e à biodiversidade que
abriga. Ele nutre sentimentos peculiares em relação às características dos
biomas, sendo que, em relação ao Pantanal, predominam aspectos positivos,
enquanto que, em relação ao Cerrado, predominam aspectos neutros e
negativos.
62
A opinião acerca da necessidade de deter informações pertinentes aos
dois biomas é praticamente unânime, sendo que a população se mostra
bastante aberta à obtenção de conhecimento, seja por meios audiovisuais ou
pelas tradicionais páginas de livros.
Um resultado que merece destaque é que a escola é a principal fonte de
informação da população no que se refere a assuntos ligados aos biomas
pesquisados, seguido de televisão e de internet.
Também é importante ressaltar que 78,7% dos entrevistados têm
interesse de saber mais sobre os assuntos abordados na pesquisa, sendo que
a alternativa de disseminação de informações “vídeos” foi a preferida. A
surpresa é em relação à boa receptividade com plataformas tradicionais, como
palestras e livros.
63
5. Referências Bibliográficas
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Janeiro: Editora Vozes. 199 p.
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Bailey (ed.). Global warming and other eco-myths. pp. 29-
60,2002.Competitive Enterprise Institute, Roseville, EUA.
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Diversidade Biológica na sua décima reunião. 2010. Disponível em
<http://www.mma.gov.br/estruturas/sbf2008_dcbio/_arquivos/metas_aichi_147.
pdf> Acesso em 24 Mar. 2014.
DIAMOND, J. Colapso: como as sociedades escolhem o fracasso ou o
sucesso. Rio de Janeiro: Editora Record, 2006. 686 p.
DUTRA-LUTGENS, H. Caracterização ambiental e subsídios para o manejo
da zona de amortecimento da Estação Experimental e Ecológica de
Itirapina, SP. Dissertação de Mestrado, Unesp. Rio Claro: 2000.
FONSECA, J.S.; MARTINS, G.A. Curso de estatística. 6 ed. São Paulo: Atlas,
1996.320 p.
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use.In: P.S. Oliveira & R.J. Marquis (eds.). The Cerrado of Brazil. Ecology
and natural history of a neotropical savanna. pp. 69-88, 2002. Columbia
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LEWINSOHN, T. M. e PRADO, P. I.How many species are there in Brazil?
Conservation Biology, v. 19, p. 619-624, 2005.
64
MARCONI, M.A.; LAKATOS, E.M. Metodologia do trabalho científico. 4. ed.,
São Paulo: Atlas, 1992. 244 p.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Política Nacional de Educação Ambiental.
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm>. Acesso em
19 Fev. 2014.
MMA. Biodiversidade brasileira – Ministério do Meio Ambiente. Disponível
em: <http://www.mma.gov.br/biodiversidade/biodiversidade-brasileira> Acesso
em 22 Nov. 2012.
MULLER, J. Educação ambiental – diretrizes para a prática pedagógica.
Porto Alegre: Editora Famurs. 146 p.
PÁDUA, S.; TABANEZ, M. (orgs.). Educação ambiental: caminhos trilhados
no Brasil. São Paulo: Ipê, 1998. 283 p.
SANTOS-FITA, D., COSTA-NETO, E. As interações entre os seres humanos e
os animais: a contribuição da etnozoologia. Biotemas. 20, set. 2011.
Disponível em: <https://journal.ufsc.br/index.php/biotemas/article/view/20624>.
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SCHROEDER, E. Educação científica para a conservação da biodiversidade.
In: SEVEGNANI, L.; SCHROEDER, E. Biodiversidade catarinense:
características, potencialidades, ameaças. Blumenau: Edifurb, 2013, p. 12-
29.
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natureza. Campinas, 2000. Dissertação de Mestrado. Unicamp.
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65
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Disponível em <http://www.wwf.org.br/?36622/Brasileiro-se-preocupa-com-o-
Pantanal> Acesso em 24 Mar. 2014.
66
Conclusão Geral
O nível de conhecimento da população campo-grandense acerca dos
biomas predominantes no estado de Mato Grosso do Sul, Cerrado e Pantanal,
pode ser considerado satisfatório. Aspectos relacionados à fauna e à
vegetação, bem como a delimitação de termos pertinentes, acontece de
maneira natural e sem grandes dificuldades.
O público-alvo confere grande importância aos biomas pesquisados,
principalmente no tocante à proximidade geográfica e à biodiversidade que
abriga. Ele nutre sentimentos peculiares em relação às características dos
biomas, sendo que, em relação ao Pantanal, predominam aspectos positivos,
enquanto que, em relação ao Cerrado, predominam aspectos neutros e
negativos.
A opinião acerca da necessidade de deter informações pertinentes aos
dois biomas é praticamente unânime, sendo que a população se mostra
bastante aberta à obtenção de conhecimento, seja por meios audiovisuais ou
pelas tradicionais páginas de livros.
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ANEXO
Universidade Anhanguera/Uniderp – Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional
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Mora em Campo Grande? Sim Não
Sexo: Masculino Feminino Idade: _______ Ocupação:_____________________
1. Quais destes grandes ambientes naturais (biomas) podem ser encontrados no Mato Grosso do
Sul?
Caatinga Pampas Cerrado Pantanal Mata Atlântica Amazônia
2. Você já visitou o Pantanal?
Sim Não
Se sim, qual região?
Pantanal de Porto Murtinho Pantanal do Paraguai Pantanal do Nabileque
Pantanal de Miranda Pantanal de Aquidauana Pantanal do Abobral
Pantanal da Nhecolândia Pantanal do Paiaguás Pantanal de Poconé
Pantanal de Barão de Melgaço Pantanal de Cáceres não sei o nome da região
3. Como você avalia seu conhecimento em relação ao Pantanal?
Baixo Alto
4. Como você avalia seu conhecimento em relação ao Cerrado?
Baixo Alto
5. De onde veio o conhecimento que você tem em relação ao Pantanal e ao Cerrado?
escola televisão internet revistas filmes
outros ______________________________________________________________________
6. Você acha importante adquirir este tipo de conhecimento? Sim Não
Por quê?______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
7. Qual é o seu sentimento/impressão quando ouve falar em “Pantanal”?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
8. E quando você ouve falar em “Cerrado”?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
9. Você acha que existem relações de dependência (direta ou indireta) entre as várias espécies
animais e vegetais que compõem um ecossistema?
Sim Não
Por quê? ______________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Universidade Anhanguera/Uniderp – Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional
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10. Quais destes animais podem ser encontrados no Cerrado e/ou no Pantanal?
onça-pintada capivara tigre tartaruga-marinha
elefante hipopótamo jacaré arara-canindé
11. Algumas aves podem ser vistas com abundância no Pantanal e, por sua beleza e
singularidade, poderiam ser consideradas “representantes” do bioma. Quais são elas?
joão-de-barro arara-azul tuiuiú pardal
12. Alguns peixes encontrados nos rios do Pantanal têm significativo valor comercial, tornando-
se importantes fontes de renda para parte dos moradores da região. Quais são eles?
pintado tucunaré dourado
jaú pirarucu piraputanga
Universidade Anhanguera/Uniderp – Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional
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13. A vegetação do Cerrado possui algumas características muito peculiares. Entre elas estão:
sujeita a queimadas, mas alta capacidade de regeneração
troncos de árvores tortuosos com casca espessa
capacidade de permanecer verdejante o ano todo
predominância de árvores muito altas com grandes copas, formando vegetação florestal
14. Como você se sente quando pensa no Pantanal?
feliz preocupado eufórico(a) triste
com dúvidas com raiva indiferente
15. E como você se sente quando pensa no Cerrado?
feliz indiferente eufórico(a) triste
com dúvidas com raiva preocupado
16. Você saberia identificar o nome popular destes animais apenas pela aparência?
___________ _____________ ____________ ____________ ________________
Universidade Anhanguera/Uniderp – Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional
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17. Que sentimento você tem em relação a esse animal:
encantamento medo nojo afeto outro __________________
18. Que sentimento você tem em relação a esse animal:
encantamento medo nojo afeto outro ___________________
19. Quais animais existentes no Pantanal ou no Cerrado você gostaria muito de ver
pessoalmente?
____________________________________________________________________________
20. Quais destas palavras você relacionaria ao Pantanal?
água cheias e vazantes animais plantas
ecologia preservação ribeirinhos Corumbá
Aquidauana pecuária rios baías e corixos
ecoturismo pulso de inundação Código Florestal Poconé
Outras:________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
21. Depois de responder as questões anteriores, como você reavalia seu conhecimento em
relação ao Pantanal e ao Cerrado?
Baixo Alto
22. Gostaria de saber mais sobre os assuntos abordados neste questionário?
Sim Não
Se sim, qual a maneira que você acharia mais interessante? (pode assinalar quantas alternativas
quiser)
livros com textos e fotografias
vídeos
palestras
outros
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________