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0 UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM REABILITAÇÃO DO EQUILÍBRIO CORPORAL E INCLUSÃO SOCIAL ADIRLÉIA MACHADO ALVES MANOBRAS DE EPLEY, SEMONT E SUAS MODIFICAÇÕES: REVISÃO SISTEMÁTICA SÃO PAULO 2016

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM REABILITAÇÃO DO EQUILÍBRIO CORPORAL E

INCLUSÃO SOCIAL ADIRLÉIA MACHADO ALVES

MANOBRAS DE EPLEY, SEMONT E SUAS MODIFICAÇÕES: REVISÃO SISTEMÁTICA

SÃO PAULO 2016

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM REABILITAÇÃO DO EQUILÍBRIO CORPORAL E

INCLUSÃO SOCIAL ADIRLÉIA MACHADO ALVES

MANOBRAS DE EPLEY, SEMONT E SUAS MODIFICAÇÕES: REVISÃO SISTEMÁTICA

SÃO PAULO 2016

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Reabilitação do Equilíbrio Coporal e Inclusão Social da Universidade Anhanguera de São Paulo (UNIAN), como requisito para obtenção do título de MESTRE. Orientadora: Profª.Drª. Cristiane Akemi Kasse Coorientadora: Profª.Drª. Flávia Doná Colaborador: Prof. Dr. Ricardo S. Dorigueto

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Alves, Adirléia Machado Manobras de Epley, Semont e suas modificações: revisão sistemática. / Adirléia Machado Alves. – São Paulo: [s.n.], 2016. 118 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Anhanguera de São Paulo, Programa de Mestrado em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social. Orientadora: Dra. Cristiane Akemi Kasse Coorientadora: Dra. Flávia Doná 1. Vertigem Posicional Paroxística Benigna 2. Manobra. 3. Tratamento.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos modelos em que procuro me espelhar, meus pais Sirley e

Anésio, que muitas vezes renunciaram aos seus sonhos para que eu pudesse

realizar os meus.

A razão da minha vida, minha filha Alice. Este sonho, que agora se realiza, saiba

que é por você!

Ao meu marido Evandro. Essa jornada não foi fácil, e teria sido mais difícil se não

fosse por você ao meu lado.

E ao meu irmão Adirley, minha cunhada Laura e meus sobrinhos, Cairo e Catarina,

Amo todos vocês incondicionalmente!

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AGRADECIMENTOS

À Deus, por me dar forças para superar todas as dificuldades, iluminando meu

caminho, impedindo a minha desistência e garantindo o discernimento necessário às

minhas escolhas para a realização dos meus sonhos.

A minha orientadora Cristiane Akemi Kasse, por acreditar em mim, me mostrando o

caminho da ciência, por ser exemplo de profissional, por acreditar no futuro deste

projeto e contribuir para o meu crescimento profissional.

À coorientadora Flávia Doná e professor Ricardo Dorigueto, por me ajudar e por me

auxiliar em vários momentos no mestrado. A participação de vocês foi fundamental

para a realização deste trabalho.

Agradeço a todos os meus amigos, em especial à minha amiga Pâmela Camila, que

esteve ao meu lado neste momente importante, me apoiando e auxiliando sempre

que precisei.

A todos deixo de todo coração, meu muito obrigado!

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RESUMO

ALVES, M.A. Manobras de Epley, Semont e suas variações: revisão sistemática. 2016. 117f. Dissertação (Mestrado em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social) – Universidade Anhanguera de São Paulo, São Paulo, 2016. A vertigem posicional paroxística benigna é a principal causa de tontura em indivíduos acima de 60 anos, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária. As manobras terapêuticas são os métodos mais utilizados para seu tratamento. O objetivo do presente estudo foi de realizar uma revisão sistemática sobre a efetividade do tratamento da VPPB idiopática com as manobras de Epley, manobra de Semont e suas variantes em adultos e idosos. A presente revisão seguiu os princípios dos principais itens para relatar revisões e metanálise, por meio de palavras chave específicas nas bases de dados eletrônicas: Medline, Lilacs, National Library Medicine (PubMed), ScienceDirect (Elseiver), PEDro e Scielo. Os critérios de inclusão foram ensaios clínicos controlados e randomizados publicados nos últimos 10 anos, nos idiomas inglês, português ou espanhol, com amostra composta de indivíduos com idade superior a 18 anos e com diagnóstico clínico de vertigem posicional paroxística benigna de canal semicircular posterior, diagnosticado pela presença de nistagmo típico no exame clínico, cuja intervenção fosse a manobra de Epley ou manobra de Semont e suas variantes comparadas entre si ou com a manobra placebo (Sham), ou a manobra híbrida (Gans), ou a protocolos de reabilitação vestibular, ou a farmacoterapia. Os desfechos avaliados foram recorrência ou resolução do nistagmo e vertigem posicional, avaliação subjetiva da intensidade ou frequência da vertigem e tontura, avaliação funcional do equilíbrio postural e, avaliação do impacto da tontura nas atividades de vida diária e na qualidade de vida. Dezesseis estudos foram elegíveis, sendo a variação da manobra de Epley o método de intervenção mais utilizado em 14 estudos. Somente um estudo avaliou cupulolitíase de canal posterior, com maior recorrencia em comparação com a ductolitíase, independente do tipo de manobra realizada. O tempo de avaliação da terapia variou de imediato à manobra até quatro anos, sendo que a avaliação a curto prazo (até uma semana) evidenciou alta efetividade das variações das manobra de Epley e de Semont em relação à manobra placebo. Ao comparar as manobras e outros métodos de tratamento (manobra híbrida, farmacoterapia e exercícios de habituação ou de reabilitação do equilíbrio corporal), não há unanimidade nos desfechos avaliados. Somente dois estudos avaliaram o efeito da manobra de Epley no equilíbrio postural, porém com divergência nos resultados apresentados. Uma verificação minuciosa dos artigos revelou viéses de diagnóstico e de seleção. A escala da Physiotherapy Evidence Database revelou que apenas dois estudos apresentaram delineamento de boa qualidade (8 pontos). Os artigos selecionados demonstraram resultados insuficientes para concluir se as manobras de Epley e Semont apresentam efetividade superior aos outros métodos de tratamento, no entanto ambas apresentam efeitos superiores à manobra placebo a curto prazo. A médio e longo prazo, as manobras terapêuticas não apresentaram melhores resultados em relação aos outros métodos e nem ao placebo. Este fato sugere que as manobras são eficientes para a eliminação dos otólitos dos canais,

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mas não para o tratamento da sua etiologia. As evidências sobre o efeito das manobras terapêuticas no controle postural ainda não são satisfatórias. Palavras – Chave: Vertigem Posicional Paroxística Benigna. Manobra. Tratamento.

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ABSTRACT

ALVES, M.A. Epley and Semont maneuver and their modifications: systematic review. 2016 117f. Dissertation (Master of the Body Balance Rehabilitation and Social Inclusion) - Anhanguera University of São Paulo, São Paulo, 2016.

Benign paroxysmal positional vertigo is the main cause of dizziness in people over 60, but can occur at any age. The therapy maneuvers are the most widely used methods for their treatment. The aim of this study was to perform a systematic review on the effectiveness of treatment of idiopathic BPPV with therapeutic maneuvers compared to habituation exercises, pharmacotherapy and rehabilitation of body balance in adults and the elderly. This review followed the principles of the main items to report review and meta-analysis, using specific keywords in electronic databases: Medline, Lilacs, National Library Medicine (PubMed), ScienceDirect (Elseiver), PEDro and Scielo. Inclusion criteria were randomized controlled clinical trials published in the last 10 years in English, Portuguese or Spanish, with a sample of individuals aged over 18 years and with clinical diagnosis of benign paroxysmal positional vertigo of the posterior semicircular canal, diagnosed by the presence of typical nystagmus in clinical examination, whose intervention was the Epley maneuver or Semont maneuver and its modifications compared with each other or with placebo maneuver (sham), or hybrid maneuver, or vestibular rehabilitation protocols, or pharmacotherapy. The outcome measures were recurrence or resolution of nystagmus and positional vertigo, subjective assessment of the intensity or frequency of vertigo and dizziness, functional evaluation of postural balance and assessing the impact of dizziness in activities of daily living and quality of life. Sixteen studies were eligible, and Epley maneuver the intervention method most used in 14 studies. Only one study looked back channel cupulolithiasis with higher recurrence compared to ductolithiasis, regardless of the type of maneuver carried out. The therapy evaluation ranged from the immediate maneuver up to four years, and assessing the short-term (up to one week) showed high effectiveness of the Epley maneuver and Semont maneuver relative to placebo maneuver. When comparing the maneuvers and other treatment methods (hybrid maneuver, pharmacotherapy and habituation exercises or rehabilitation of body balance), there is no unanimity in the outcomes assessed. Only two studies evaluated the effect of Epley maneuver on postural balance, but with a difference in our results. A thorough scan of the articles revealed some biases diagnosis and selection. The scale of the Physiotherapy Evidence Database revealed that only two studies showed good quality design (8 points). The selected articles showed insufficient results to conclude whether treatment maneuvers have higher effectiveness to other methods of treatment, however they both have effects superior to placebo maneuver the short term. The medium and long term, Modified Epley and Semont maneuvers showed no better results than other methods and not the placebo. This suggests that these maneuvers are efficient for eliminating the otolith channels, but not for the treatment of etiology. The evidence on the effect of therapeutic maneuvers in postural control are not yet satisfactory.

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Key - words: Benign Paroxysmal Positional Vertigo. Maneuver. Treatment.

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LISTA DE ABREVIATURAS

B – D Brandt Daroff

BRU® Balance Rehabilitation Unit®

CSC Canal Semicircular

CoP Centro de Pressão

DD Decúbito Dorsal

DL Decúbito Lateral

DLD Decúbito Lateral Direito

DLE Decúbito Lateral Esquerdo

D-H Dix-Hallpike

DGI Dynamic Gait Index

DHI Dizziness Handicap Inventory

DP Desvio Padrão

EVA Escala Visual Analógica

LOS Área de Limite de Estabilidade

MCT Motor Control Test

AO Olhos Abertos

OF Olhos Fechados

PEDro Physiotherapy Evidence Database

PDC Posturografia Dinâmica Computadoriada

PRISMA Principais Itens para Relatar Revisões e Meta-análises

RF Reserva Funcional

RVE Reflexo Vestíbulo Espinhal

RVO Reflexo Vestíbulo Ocular

SI Superfície Instável

SNC Sistema Nervoso Central

SOT Sensory Organization Test

VOS Velocidade de Oscilação

VPPB Vertigem Posicional Paroxística Benigna

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Resultados dos dados extraídos em 16 estudos randomizados em

indivíduos com VPPB...........................................................................

57

Tabela 2 Método de intervenção em cada estudo.............................................. 69

Tabela 3 Resultados do tratamento em 16 estudos randomizados em

indivíduos com VPPB, segundo o tempo de avaliação após

intervenção.........................................................................................

73

Tabela 4 Análise metodológica dos estudos por meio da Escala

PEDro...................................................................................................

79

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Labirinto esquerdo: Presença de cristais livres no canal semicircular

posterior caracterizando uma canalitíase do canal posterior. E

cristais aderidos à cúpula do canal semicircular lateral

caracterizando uma cupulolitíase do canal

lateral.................................................................................................

20

Figura 2 Demonstração da sequência da manobra de Dix- Hallpike realizada

em paciente com ductolitíase de canal semicircular posterior.

Paciente sentado com examinador rodando a cabeça à 45º para o

lado a se testar (A); Paciente é deitado com a cabeça rodada e

pendendo para fora da maca (B). O nistagmo de posição pode ser

provocado pela manobra..................................................................

22

Figura 3 Demonstração do Side Lying test para diagnóstico de VPPB de

canal posterior direito. Paciente será levado ao decúbito lateral

direito com a cabeça já rodada à 45º para

esquerda..............................................................................................

23

Figura 4 Demonstração do Roll test de VPPB de canal semicircular horizontal

à esquerda na cupulolitíase...........................................................

23

Figura 5 A ilustração demonstra passo a passo da execução da manobra de

Epley e representa VPPB de canal semicircular posterior à

esquerda: Paciente sentado na maca com a cabeça rodada à 45º

para o lado comprometido (A); deitado na maca com a cabeça

rodada à 45º e hiperextendida (B); rotação de 90º da cabeça para o

lado oposto (C); deitado em decúbito lateral com olhar voltado para

o chão (D) e novamente sentado com a cabeça alinhada (E).........

27

Figura 6 A ilustração demonstra passo a passo da execução da manobra de

Semont e representa VPPB de canal semicircular posterior à

esquerda: Paciente sentado na maca (A); deitado rapidamente na

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maca para o lado comprometido (B); deita rapidamente para o lado

oposto (C); retorna a posição inicial (D)........................................

30

Figura 7 Ilustração da mnobra de Brandt – Daroff. Paciente sentado se move

rapidamente para o decúbito lateral causador dos sintomas, em

seguida retorna para a posição sentada e se move rapidamente

para o decúbito lateral oposto..............................................................

31

Figura 8 Representação anatômica dos músculos oculares em vista lateral.... 36

Figura 9 Conexões neurais excitatórias (a) Projeções excitatórias de canal

anterior. (b) Projeção excitatória de canal posterior. (c) Projeção

excitatória de canal horizontal.............................................................

36

Figura 10 Valores descritivos e análise comparativa da área do CoP nas 10

condições da BRU® , pré e pós manobra de Epley em idosos com

VPPB....................................................................................................

41

Figura 11 Ilustração de paciente realizando o exame de Posturografia

Dinâmica Computadorizada.................................................................

42

Figura 12 Diversas condições de estimulação sensorial possíveis na

Posturografia Dinâmica Computadorizada..........................................

44

Figura 13 Fluxograma da seleção dos artigos da revisão sistemática................ 54

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 15

2 REVISÃO DA LITERATURA................................................................... 18

2.1 VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA............................. 18

2.1.1 Fisiopatologia da VPPB............................................................................ 19

2.1.2 Quadro Clínico.......................................................................................... 20

2.1.3 Teste Diagnóstico Clínico......................................................................... 21

2.1.4 Tratamento da VPPB................................................................................ 25

2.1.4.1 Manobra de Reposicionamento Canalicular Modificada de Epley........... 26

2.1.4.2 Manobra Liberatória de Semont............................................................... 29

2.1.4.3 Manobra de Reposicionamento de Gans - abordagem híbrida................ 30

2.1.4.4 Exercícios de Habituação de Brandt – Daroff........................................... 31

2.1.4.5 Manobra Placebo de Sham...................................................................... 32

2.1.4.6 Tratamento Medicamentoso..................................................................... 32

2.2 EQUILÍBRIO POSTURAL......................................................................... 33

2.3 TESTE DIAGNÓSTICO FÍSICO E FUNCIONAL DO EQUILÍBRIO

POSTURAL NA VPPB..............................................................................

38

2.3.1 Dynamic Gait Index.................................................................................. 38

2.3.2 Posturografia Estática Computadorizada................................................. 39

2.3.3 Posturografia Dinâmica Computadorizada............................................... 42

2.4 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E VPPB.................................... 45

2.5 AVALIAÇÃO SUBJETIVA DOS SINTOMAS DA VPPB............................ 47

3 OBJETIVOS............................................................................................. 48

3.1 OBJETIVO GERAL................................................................................... 48

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................... 48

4 MÉTODO.................................................................................................. 49

4.1 TIPO DE ESTUDO.................................................................................... 49

4.2 AMOSTRA................................................................................................ 49

4.2.1 Critérios de Inclusão................................................................................. 49

4.2.2 Critérios de exclusão................................................................................ 50

4.3 COLETA DE DADOS E ESTRATÉGIA DE BUSCA................................ 50

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4.4 SELEÇÃO E EXTRAÇÃO DE DADOS.................................................... 52

4.5 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS ESTUDOS...................................... 53

5 RESULTADOS......................................................................................... 54

5.1 CARACTERÍSTICAS DAS AMOSTRAS................................................... 55

5.2 DESFECHOS AVALIADOS...................................................................... 55

5.3 DESENHO METODOLÓGICO................................................................. 56

5.4 INTERVENÇÃO........................................................................................ 69

5.5 EFEITOS DA INTERVENÇÃO.................................................................. 70

5.5.1 Em relação ao tipo de tratamento............................................................. 70

5.5.2 Em relação ao substrato fisiopatológico................................................... 71

5.5.3 Em relação ao tempo de evolução do tratamento.................................... 71

5.5.4 Em relação ao equilíbrio corporal............................................................. 76

5.5.5 Em relação ao Dizziness Handcap Inventory........................................... 76

5.5.6 Em relação à avaliação subjetiva dos sintomas....................................... 76

5.6 VIÉSES..................................................................................................... 77

5.7 RESULTADO DA TABELA PEDro........................................................... 78

6 DISCUSSÃO............................................................................................. 80

7 CONCLUSÃO........................................................................................... 92

REFERÊNCIAS.................................................................................................... 93

ANEXOS .................................................................................................................110

PRODUÇÃO CIENTÍFICA...................................................................................... 114

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1. INTRODUÇÃO

A Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) foi inicialmente descrita

por Bárány em 1921 e, em 1952, Dix e Hallpike cunharam o termo. É uma disfunção

do sistema vestibular marcada por vertigem relacionada aos movimentos cefálicos

ou a posições específicas da cabeça.

A palavra paroxística emerge do início súbíto e inesperado dos episódios

vertiginosos e a palavra benigna pelo fato de não estar relacionada às alterações

neurológicas centrais.

A prevalência e a incidência de VPPB variam de acordo com a população

estudada, considerada a causa mais comum de vertigem em adultos, com

prevalência de 20 a 30%.

Esta prevalência aumenta sete vezes na população acima dos 60 anos de

idade, com pico entre 70 e 78 anos, razão pela qual é a principal causa de vertigem

no idoso. Cerca de 30% das pessoas apresentaram essa disfunção pelo menos uma

vez na vida.

A sua etiologia é idiopática (origem primária), em 48,4% dos casos, mas pode

ser secundária a traumatismo craniano, doença de Ménière, enxaqueca vestibular,

neurite vestibular entre outras. As hipóteses mais aceitas sobre a fisiopatologia da

VPPB são deslocamentos de debris de estatocônios do utrículo que se aderem à

cúpula (cupulolitíase) ou ficam flutuando na endolinfa do canal semicircular (CSC)

(canalolítiase), tornando-o suscetível à ação da gravidade.

O principal sintoma é a sensação de tontura rotatória, imprevisível e súbita,

não progressiva, com duração de segundos e episódios esporádicos desenca-

deados por movimentos da cabeça, alterações do equilíbrio postural que aumenta o

risco de acidentes por queda.

O diagnóstico é clinico por meio de testes posicionais para a avaliação das

características do nistagmo, como o teste de Dix-Hallpike, que avalia canais verticais

(anterior e posterior) e o teste de Lempert que avalia canais horizontais ou laterais e

possibilita a detecção do canal acometido, o lado e o substrato fisiopatológico

(cupulolitíase ou canalolitíase).

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Os tratamentos recomendados são as manobras de reposição otolítica, como

por exemplo, a manobra de reposicionamento canalicular de Epley e a manobra

liberatória de Semont, ambas com alta efetividade, segundo a Academia Americana

de Otorrinolaringologia e de Neurologia. Exercícios de habituação e tratamento

farmacológico também são descritos.

A manobra de reposicionamento canalicular de Epley e a manobra liberatória

de Semont, descritas respectivamente em 1992 e 1988, sofreram algumas

modificações e adaptações, como a não necessidade de restrições posturais,

sedação ou uso de vibradores ósseos, sendo denominadas de manobras de Epley e

Semont modificadas. O objetivo destas manobras é a remoção dos debris de

estatocônios dos canais semicirculares em direção ao utrículo, em um movimento

ampulífugo. Como os debris de estatocônios possuem densidade maior que a

endolinfa, eles podem ser movidos de modo não invasivo por meio de uma

sequência de orientações da cabeça em relação à gravidade.

Uma revisão recente realizada pela Cochrane evidence, publicada em

dezembro de 2014, observou poucos estudos (n=11) com qualidade de evidência,

cujos resultados basearam-se exclusivamente nos sintomas ou na ausência de

nistagmo no teste diagnóstico. Apesar disso, relatam que a manobra de Epley é

segura, eficaz para os canais posteriores, mas com resultados comparáveis à

manobra de Semont e manobra de Gans, sem muitos efeitos colaterais. Comentam

ainda a alta recorrência da doença durante o tratamento (36%).

Apesar da VPPB ser o diagnóstico de disfunção vestibular mais comum em

adultos e idosos, sabe-se que existem outras comorbidades de origem vestibular

que podem desencadear a doença, como o processo de envelhecimento, que

prolonga e cronifica os seus sintomas, atuando negativamente no equilíbrio corporal

destes indivíduos.

Os grandes desafios no tratamento da VPPB são a evolução a longo prazo e

a recorrência, além da carência de estudos comprovando a sua eficácia na

manutenção do equilíbrio corporal, visto que a vertigem, provocada por uma

mudança abrupta da posição da cabeça, gera desequilíbrio corporal e aumento da

oscilação postural.

Há também a necessidade de controle e análise dos viéses que podem

interferir nos efeitos da intervenção e diminuir a evidência apresentada nos estudos,

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17

já que os profissionais que estão na clínica necessitam dessa informação para

mudar a sua prática, permitindo aumentar o conhecimento a respeito da eficácia e

da limitação da intervenção.

Comumente, as revisões sistemáticas e metanálise analisam somente a

eficácia das manobras de tratamento no que diz respeito aos aspectos clínicos da

VPPB. Os efeitos das manobras em relação ao equilíbrio postural e ao substrato

fisiopatológico da VPPB não são explorados. A análise detalhadas e minuciosa dos

vieses dos estudos clínicos controlados e randomizados em tais revisões também

não são discutidos.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA

A VPPB é considerada uma das disfunções do sistema vestibular mais

frequente e se caracteriza pela presença de episódios recorrentes de vertigens,

desencadeados por determinados movimentos da cabeça ou mudanças de postura

(FURMAN; CASS, 1999; MAIA; DINIZ; CARLESSE, 2001; HERDMAN; TUSA, 2002).

Os indivíduos geralmente conseguem identificar a posição que desencadeia a

crise, passando a evitá-la constantemente, o que gera alterações posturais que

pioram o quadro e aumentam a incapacidade funcional. A tontura na maioria das

vezes é rotatória, e pode ser acompanhada por sintomas neurovegetativos como

enjôos e vômitos (HOLSTEIN; DUE; HOLST, 1990; GANANÇA; CAOVILLA;

MUNHOZ, 1999). A vertigem dura entre 30 segundos e 2 minutos e desaparece

quando a posição que a causou é mantida. Vários pacientes se queixam também de

uma instabilidade postural suave entre os episódios (FETTER, 2002).

Frequentemente, compromete adultos e idosos e, raramente crianças e

adolescentes (GANANÇA et al., 2005). Em uma pesquisa realizada por Oghalai et

al. (2000) para determinar a prevalência de VPPB em uma população de idosos

(N=100), 9% apresentaram VPPB, sendo 61% com queixa de tontura e 77% de

desequilíbrio corporal. Kerrigan et al. (2013) observaram a prevalência de 9% de

VPPB em 198 adultos jovens, com idades entre 18- 34 anos.

Pode ser considerada como diagnóstico com a maior predominância (23,9%)

em comparação com as outras etiologias de vertigem (52%), observada em um

estudo com 494 indivíduos de média de faixa etária idosa (MOREIRA et al., 2014).

De acordo com Munaro e Silveira (2009), a VPPB é idiopática (primária) em

mais da metade dos casos. Entre as causas secundárias pode-se citar o trauma

craniano, disfunção hormonal ovariana, distúrbios metabólicos, insuficiência

vertebrobasilar, pós-cirurgia geral ou otológica, substâncias ototóxicas, otite média

crônica, distúrbios psíquicos e inatividade prolongada e, também por outras

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19

afecções otoneurológicas, como a Doença de Ménière, neurite vestibular,

enxaqueca vestibular, otospongiose e a Síndrome X.

2.1.1. Fisiopatologia da VPPB

Duas teorias explicam a fisiopatologia e as características clínicas da VPPB,

a canalolitíase e a cupulolitíase, fundamentais para determinar a escolha terapêutica

mais adequada.

Em 1969, Schuknecht propôs a teoria da cupulolitíase (Figura 1) ao constatar

debris de estatocônios na cúpula do CSC de indivíduos que apresentavam sintomas

de VPPB antes do óbito. De acordo com autor, os debris de estatocônios se

desprenderiam da mácula do utrículo para o CSC posterior, devido à ação da

gravidade, aderindo à cúpula. Esta tem a mesma densidade que a endolinfa, sendo

defletida somente durante os movimentos de rotação. A presença dos debris de

estatocônios aderidos à sua superfície aumenta a sua densidade e faz com que a

mesma seja defletida também pela gravidade nas situações estáticas.

A deposição e ligação dos debris de estatocônios às cúpulas excitam

constantemente os seus terminais nervosos e transmitem uma falsa sensação de

movimento cefálico ao cérebro (BURLAMAQUI; CAMPOS; NETO, 2006;

BHATTACHARYYA, 2008; BHATTARAI, 2010).

Na teoria da canalolitíase (figura 1) propõe-se que os debris de estatocônios

do utrículo entram na luz do CSC e flutuam livres na endolinfa, ficando aí retidas.

Como a densidade dos debris de estatocônios é maior que a endolinfa, estes geram

alterações de inércia da cúpula durante os movimentos cefálicos e, como

consequência, o paciente sente vertigem e apresenta nistagmo quando a cabeça se

move no plano do canal (BURLAMAQUI; CAMPOS; NETO, 2006;

BHATTACHARYYA, 2008; BHATTARAI, 2010).

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Figura 1 - Labirinto esquerdo: Presença de cristais livres no canal semicircular posterior caracterizando uma canalolitíase do canal posterior. E cristais aderidos à cúpula do canal semicircular lateral caracterizando uma cupulolitíase do canal lateral. Fonte: PARNES; AGRAWAL; ATLAS, 2003.

As possíveis causas da VPPB são inúmeras, as quais se destacam o

sedentarismo, os erros alimentares, o distúrbio hormonal ovariano, a hiperlipidemia,

a hipoglicemia ou hiperglicemia, o hiperinsulinismo, os distúrbios vasculares, os

traumatismos cranianos e a iatrogenia (cirurgias otológicas).

2.1.2. Quadro Clínico

Geralmente, o paciente com VPPB relata a presença de vertigem, de curta

duração e forte intensidade desencadeadas por movimentos rápidos da cabeça,

sendo mais frequentes quando vai se levantar pela manhã, deitar e virar na cama,

estender o pescoço para olhar para o alto e fletir o pescoço para olhar para baixo.

Na posição ortostática, ataques desencadeados por movimentos bruscos, podem

levar a quedas. Outras queixas associadas são alterações de equilíbrio postural,

náusea e sensação de flutuação (NORRÉ, 1995; LOURENÇO et al., 2005). As

queixas auditivas de zumbido, plenitude auricular ou hipoacusia estão ausentes

(HERDMAN; TUSA, 2002).

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2.1.3. Teste Diagnóstico Clínico

O diagnóstico resulta da conjugação de uma história sugestiva e pelos testes

diagnósticos: teste ou manobra de Dix-Hallpike, Roll test e Side Lying. Dentre elas, a

mais utilizada é o teste de Dix-Hallpike que avalia os canais verticais (DIX;

HALLPIKE, 1952; BHATTACHARYYA et al., 2008; HALKER, 2008).

O princípio destes testes é deslocar os debris de estatocônios na luz do canal

ou aderidos na cúpula, por meio da gravidade, levando a deflexão da cúpula, que

desencadeia nistagmo e a vertigem em determinadas posições (nistagmo posicional)

(HERDMAN; TUSA, 2002).

Os testes diagnósticos localizam o canal acometido, o lado e o substrato

fisiopatológico. Observam-se as características do nistagmo e os sintomas

acompanhantes como náusea, sudorese, mal estar e até vômitos (HERDMAN;

TUSA, 2002).

Na canalolitíase ducto, o nistagmo apresenta latência correspondente ao

tempo necessário para os debris de estatocônios iniciarem o movimento

desencadeado pela força da gravidade (esta é a razão da ineficiência das manobras

lentas em que os debris de estatocônios se movimentem lentamente, sem

desencadear qualquer deflecção da cúpula); curta duração (menos de 60 segundos),

cessa o estímulo quando atinge o ponto mais inferior do CSC; fatigabilidade pela

fragmentação dos debris de estatocônios, com menor efeito no movimento anormal

da endolinfa; reativação da vertigem após períodos de repouso devido à formação

de novos debris de estatocônios ou reagregação dos fragmentados; e a inversão do

nistagmo ao colocar o paciente sentado (BRANDT; STEDDIN, 1993).

Na cupulolitíase, o nistagmo é de latência curta, com duração maior de 60

segundos e fatigável (HERDMAN; TUSA, 2002).

No teste de Dix-Hallpike, o intuito é avaliar os canais verticais (posterior e

anterior). O objetivo deste teste é deslocar os debris de estatocônios de acordo com

a corrente ampulífuga, que deflete a cúpula e desencadea o nistagmo. O teste inicia-

se com o paciente sentado ao longo de uma maca e o examinador ao seu lado. Este

roda a cabeça do paciente a 45º para o lado que se quer testar e em seguida o

paciente é deitado rapidamente, mantém a cabeça 30 graus abaixo do nível da

Page 23: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

22

maca (Figura 2). Neste momento, observa-se o nistagmo e os sintomas do paciente.

Se houver a repetição da manobra em uma mesma sessão, pode ocorrer fadiga do

nistagmo, com diminuição da sua intensidade e até a sua ausência em torno da

terceira ou quarta repetição (DIX; HALLPIKE, 1952).

Figura 2 – Demonstração da sequência do teste de Dix-Hallpike realizada em paciente com

canalolitíase de canal semicircular posterior. Paciente sentado com examinador rodando a cabeça à 45º para o lado a se testar (A); Paciente é deitado com a cabeça rodada e pendendo para fora da maca (B). Fonte: FURMAN; CASS, 1999 apud BURMEISTER; SACCO; RUPP, 2010.

No Side Lying test, avalia-se também o comprometimento de canais verticais,

diferencia do teste anterior pela posição de início, em que o paciente se senta na

maca de frente ao examinador. Este vira sua cabeça em 45º para um dos lados

(contralateral ao labirinto comprometido) e rapidamente deita o paciente para o lado

oposto, conforme figura 3 (HALKER, 2008).

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23

Figura 3 – Demonstração do Side Lying test para diagnóstico de VPPB de canal posterior direito. Paciente será levado ao decúbito lateral direito com a cabeça já rodada à 45º para esquerda. Fonte: MANSOUR, 2013.

No Roll test, para avaliar os canais horizontais, o paciente fica em decúbito

dorsal na maca e o examinador roda sua cabeça a 90º para um dos lados e mantém

por até um minuto; em seguida o examinador a roda de volta à posição central e na

sequência para o outro lado, conforme demonstrado na figura 4 (DIX; HALLPIKE,

1952; BHATTACHARYYA et al., 2008).

Figura 4 – Demonstração do Roll test de VPPB de canal horizontal à esquerda na cupulolitíase. Fonte: HORNIBROOK, 2011.

Nos testes diagnósticos de nistagmo posicional, o comprometimento do canal

posterior se apresenta com um nistagmo torcional à esquerda e do canal anterior é

torcional à direita (GANANÇA et al., 2000; HERDMAN; TUSA, 2002).

O nistagmo posicional horizontal é característico de comprometimento do

canal lateral, sendo geotrópico, quando ocorre nistagmo horizontal para a direita à

rotação cefálica para a direita e nistagmo horizontal para a esquerda à rotação

cefálica para a esquerda, e ageotrópico, quando a rotação cefálica para a direita

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produz nistagmo horizontal para a esquerda e a rotação cefálica para a esquerda

produz nistagmo horizontal para a direita (GANANÇA et al., 2000; HERDMAN;

TUSA, 2002).

O nistagmo geotrópico mais intenso com a orelha direita para baixo indica

canalolitíase do canal lateral direito; o nistagmo geotrópico mais intenso com a

orelha esquerda para baixo indica canalolitíase do canal lateral esquerdo; o

nistagmo ageotrópico mais intenso com a orelha direita para baixo indica

cupulolitíase do canal lateral esquerdo; o nistagmo ageotrópico mais intenso com a

orelha esquerda para baixo indica cupulolítiase do canal lateral direito (GANANÇA et

al., 2000; HERDMAN; TUSA, 2002).

As características do nistagmo de posicionamento nos testes diagnósticos,

permite os diagnósticos citados no quadro 1, direcionado a seleção da intervenção

adequada em cada caso.

Quadro 1 - Características do nistagmo de posicionamento e substrato

fisiopatológico na VPPB.

Nistagmo de posicionamento Substrato Fisiopatológico

Vertical para cima e torcional para

esquerda (menos de 1 minuto) no DLD

Canalolitíase de CSC posterior

direito

Vertical para cima e torcional para

direita (menos de 1 minuto) no DLE

Canalolitíase de CSC posterior

esquerdo

Vertical para baixo e torcional para

esquerda (menos de 1 minuto) no DLE Canalolitíase de CSC anterior direito

Vertical para baixo e torcional para

direita (menos de 1 minuto) no DLD

Canalolitíase de CSC anterior

esquerdo

Horizontal geotrópico mais forte com

orelha direita para baixo Canalolitíase de CSC lateral direito

Horizontal geotrópico mais forte com

orelha esquerda para baixo

Canalolitíase de CSC lateral

esquerdo

Vertical para cima e torcional para

esquerda (mais de 1 minuto) no DLD

Cupulolitíase de CSC posterior

direito

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25

Vertical para cima e torcional para

esquerda (mais de 1 minuto) no DLE

Cupulolitíase de CSC posterior

esquerdo

Vertical para baixo e torcional para

direita (mais de 1 minuto) no DLE Cupulolitíase de CSC anterior direito

Vertical para baixo e torcional para

direita (mais de 1 minuto) no DLD

Cupulolitíase de CSC anterior

esquerdo

Horizontal ageotrópico mais forte com

orelha direita para baixo Cupulolitíase de CSC lateral direito

Horizontal ageotrópico mais forte com

orelha esquerda para baixo

Cupulolitíase de CSC lateral

esquerdo

Legenda: DLD – Decúbito Lateral Direito; DLE – Decúbito Lateral Esquerdo.

O comprometimento do CSC posterior é o mais frequente em comparação ao

de canal anterior e de canal lateral. A lesão pode ser bilateral ou unilateral

(PARNES; AGRAWAL; ATLAS, 2003; KORRES; BALATSOURA, 2004; LOPEZ-

ESCAMEZ, 2005).

2.1.4. Tratamento da VPPB

Fundamentado na fisiopatologia, o tratamento mais consagrado é a manobra

terapêutica, cujo objetivo é a eliminação dos debris de estatocônias da luz dos

canais ou aderidos na cúpula, por meio do princípio da gravidade, para a porção não

ampolar do canal, em direção ao vestíbulo aonde será absorvido. Este tipo de

procedimento se mostrou superior aos tratamentos medicamentosos e à reabilitação

vestibular (HERDMAN; TUSA, 2002).

As manobras mais utilizadas são a manobra de Epley, manobra de Semont e,

suas variações para os canais verticais e a manobra de Lempert para os canais

laterais (SEMONT, 1988; EPLEY et al., 1992; LEMPERT; TIEL-WILCK, 1996).

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26

A escolha do melhor método terapêutico dependerá do canal afetado e do tipo

de VPPB de acordo com substrato fisiopatológico. Tipicamente usa-se o tratamento

de reposição canalítica para canalolitíase ou manobra liberatória para cupulolitíase

(HERDMAN; TUSA, 2002).

2.1.4.1. Manobra de Epley (original e modificada)

Em 1992, Epley descreveu sobre uma manobra de reposicionamento de

debris de estatocônios denominada Canalith Repositioning Procedure para o

tratamento da VPPB do CSC posterior. Inicialmente Epley realizava a manobra com

paciente sedado e um vibrador de mastóide sobre a orelha afetada (EPLEY, 1992).

Modificada por Herdman et al. (1993), sem a necessidade do uso do vibrador

de mastóideo e de sedação, foi denominada de manobra de reposicionamento

canalicular modificada de Epley ou Manobra de Epley modificada, possui grande

eficácia com efetividade em torno de 70 a 100% dos casos (HERDMAN et al., 1993;

HERDMAN; TUSA, 2002, KORRES; BALATSOURAS, 2004).

Para a sua realização, o paciente senta-se em uma maca de maneira que,

ao se deitar, sua cabeça fique suspensa fora da maca. Em seguida, o examinador

deita-o rapidamente, com a cabeça rodada lateralmente a 45º, e permanece em

hiperextensão (30 graus abaixo da maca) para o lado do labirinto testado (posição

1). Em seguida, o examinador gira a cabeça do paciente 90º para o lado oposto

(posição 2), e depois o paciente assume rapidamente a posição de decúbito lateral,

de forma que o paciente fique com o olhar voltado para o chão (posição 3). Por fim,

a cabeça do paciente é mantida girada, o examinador traz o paciente de volta à

posição sentada (posição 4) e então volta a cabeça para a posição inicial (posição

5), conforme figura 5 (EPLEY, 1992).

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Figura 5 – A ilustração demonstra passo a passo da execução da Manobra de Epley e representa VPPB de canal semicircular posterior à esquerda: Paciente sentado na maca com a cabeça rodada à 45º para o lado comprometido (A); deitado na maca com a cabeça rodada à 45º e hiperextendida (B); rotação de 90º da cabeça para o lado oposto (C); deitado em decúbito lateral com olhar voltado para o chão (D) e novamente sentado com a cabeça alinhada (E). Fonte: PEREIRA; SCAFF, 2001.

Cada posição é mantida durante o mínimo de 45 segundos ou o tempo que

dura o nistagmo, acrescido de um 20 segundos adicionais (HELMINSKI, 2014).

Como os debris de estatocônios se movem sempre na direcão ampulífuga

em cada posição da manobra, o nistagmo sempre se mantém na mesma direção

(PEREIRA; SCAFF, 2001).

Pacientes tratados com a manobra de Epley apresentaram cerca de cinco

vezes mais chance de resolução dos sintomas do que os não tratados. Apesar

disso, pacientes não tratados podem apresentar resolução espontânea da VPPB. O

que pode explicar esta resolução é o fato da baixa concentração de cálcio na

endolinfa, que dissolveria os debris de estatocônios ou o fato de evitar as posições

provocadoras (ZUCCA et al., 1998; GANANÇA et al., 2000; WOODWORTH;

GILLESPIE; LAMBERT, 2004; IMAI et al., 2005).

Page 29: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

28

A média do número de manobras para a resolução dos sintomas é de 1,19

para ductolitíase e de 3,08 para cupulolitíase de canal posterior e de 1,7 para

ductolitiase e de 3,25 para cupulolitíase de canal anterior (DORIGUETO et al.,

2005).

No que diz respeito ao número de manobras realizadas em uma mesma

sessão, Korn et al. (2007) realizaram uma pesquisa que determina que o tratamento

da VPPB, por meio da repetição da manobra de Epley, em uma mesma sessão

demonstrou ser mais eficiente do que uma única manobra por sessão (KORN et al.,

2007).

Conforme o procedimento original de Epley (1992), pacientes submetidos a

manobra eram orientados quanto a restrição postural, como manter a cabeça ereta

por 48 horas, dormir com dois travesseiros e com o ouvido comprometido para

baixo, para que as partículas não retornem ao canal semicircular posterior.

A restrição postural pode não interferir na evolução clínica após serem

submetidos ao tratamento por manobra de Epley. Para verificar a importância desta

restrição na evolução clínica de pacientes com VPPB, Ganança et al. (2005)

realizaram uma pesquisa com 58 pacientes com VPPB após serem submetidos a

uma única manobra de Epley. Os pacientes foram divididos aleatoriamente em dois

grupos, em que um grupo recebeu orientações pós manobra como: evitar a

movimentação da cabeça e do tronco, utilizar colar cervical e dormir em posição

semi-sentada, com a cabeça inclinada em 45º com o plano horizontal durante dois

dias. Nos cinco dias subsequentes, foram orientados a evitar dormir sobre a orelha

acometida, enquanto que o outro grupo não recebeu orientação. O nistagmo

posicional esteve ausente em 82,1% dos pacientes do grupo que realizou a restrição

cefálica contra 73,3% do outro grupo após uma semana de realização da manobra.

Do grupo que realizou a restrição cefálica 96,0% apresentaram melhora clínica

subjetiva contra 94% do outro grupo.

As contraindicações para esta manobra são doenças osteoarticulares

cervicais, problemas cardíacos graves, hipertensão grave ou incapacidade de tolerar

a manobra (HERDMAN; TUSA, 2002).

Apresenta poucas complicações (vômitos, mal estar, náuseas, muita

vertigem) e raramente, pode ocorrer uma migração dos estatocônios para o canal

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29

lateral ou anterior (conversão de canal) durante a manobra. Outra complicação rara

é o canalith jam ou bloqueio do canal pelos otólitos (HERDMAN; TUSA, 2002).

2.1.4.2. Manobra de Semont (original e modificada)

Semont et al. (1988) descreveram a manobra inicialmente objetivando o

desprendimento dos debris de estatocônios aderidos na cúpula do canal posterior.

Para realização dessa manobra, o paciente se senta na maca, de frente para

o examinador. Este deita-o rapidamente para o lado afetado, permanece por dois a

quatro minutos nessa posição (posição 1). A seguir, o paciente deita-se rapidamente

para o lado oposto (posição 2), e mantém nessa posição com a orelha para baixo,

por alguns minutos e, finalmente, o paciente retorna a posição sentada (figura 6)

(NUNES JUNIOR et al., 2009).

A sua efetividade está relacionada a rapidez com que faz os movimentos,

para ocorrer o desprendimento daos debris de estatocônias da cúpula. Desta forma,

pacientes obesos ou com problemas de mobilidade para estes movimentos

apresentam contraindicação para esta manobra ((HERDMAN; TUSA, 2002). Semont

et al. (1988) relataram efetividade maior que 90%.

Esta manobra é utilizada também com bons resultados em casos de

canalolitiase, sendo denominada de Manobra de Semont modificada (KARANJAI;

SAHA, 2010; MAZOOR; NIAZI, 2011; MANDALÁ et al., 2012; CHEN et al., 2012;

LEE et al., 2014;).

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Figura 6 - A ilustração demonstra passo a passo da execução da manobra liberatória de

Semont e representa VPPB de canal semicircular posterior à esquerda: Paciente sentado na

maca (A); deitado rapidamente na maca para o lado comprometido (B); deita rapidamente

para o lado oposto (C); retorna a posição inicial (D).

Fonte: PEREIRA; SCAFF, 2001.

2.1.4.3. Manobra de Reposicionamento de Gans – Abordagem híbrida

Uma outra manobra foi descrita para pacientes com VPPB com

comprometimento de canal posterior que apresenta contra-indicações para as

manobras descritas acima, como doenças que acometem a mobilidade de pescoço,

quadril ou coluna, por não haver a necessidade de hiperextensão de cervical: a

abordagem híbrida, a manobra de reposicionamento de Gans (ROBERTS; GANS;

MONTAUDO, 2006).

A manobra se inicia com a posição deitar de lado da manobra liberatória de

Semont e evita-se a hiperextensão do pescoço. A cabeça do paciente é virada a 45°

para o lado contra lateral do ouvido comprometido e o paciente é movido para

posição deitada para o lado envolvido. Em seguida o paciente rola do lado envolvido

para o lado não envolvido e chacoalha a cabeça para cima e para baixo nesta

posição. Finalmente, o paciente retorna para a posição sentada (ROBERTS; GANS;

MONTAUDO, 2006).

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31

Para avaliar a eficácia desta manobra, Roberts; Gans; Montaudo (2006)

realizaram uma pesquisa com 207 pacientes com VPPB com comprometimento de

canal posterior em que todos foram tratados com a manobra de reposicionamento

de Gans. Neste estudo 95,6% dos pacientes apresentaram resolução dos sintomas

após dois tratamentos com a manobra e a taxa de recorrência foi de 5%.

2.1.4.4. Exercícios de Habituação de Brandt – Daroff

Este tratamento foi proposto por Brandt e Daroff em 1980 e requer a repetição

da posição provocadora de sintomas várias vezes por dia, com o objetivo de

habituação labirintica. Inicialmente, o paciente se encontra sentado e se move

rapidamente para a posição causadora da vertigem e do nistagmo. Esta posição

deve ser mantida até resolução dos sinais e sintomas. Na sequência, o paciente

senta-se e se manter nesta posição por 30 segundos, podendo ocorrer, novamente,

vertigem e nistagmo. Em seguida, move-se rapidamente para o lado oposto mantém

esta posição por mais 30 segundos e então se senta novamente (Figura 7). Esta

sequência deve ser repetida até eliminação da vertigem a cada três horas até que o

paciente permaneça sem vertigem por dois dias consecutivo.

Figura 7 - Ilustração da manobra de Brandt – Daroff. Paciente sentado se move rapidamente para o decúbito lateral causador dos sintomas, em seguida retorna para a posição sentada e se move rapidamente para o decúbito lateral oposto. Fonte: BITTAR et al., 2011.

Uma das teorias que explicam o decréscimo da vertigem e nistagmo neste

exercício é que os debris de estatocônios são deslocados da cúpula do CSC

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32

posterior e se movem para outro local que não gera sintomas durante movimentos

da cabeça. Outra explicação é que ocorre uma adaptação central, reduzindo a

resposta do sistema nervoso ao sinal transmitido pelo CSC posterior (HERDMAN;

TUSA, 2002).

Ganança et al. (2010) realizaram um estudo com objetivo de verificar o efeito

dos exercícios de Brandt – Daroff sobre as recorrências da VPPB de CSC posterior

após tratamento por meio da manobra de reposicionamento canalicular de Epley.

Neste estudo não houve diferença significante entre a recorrência da VPPB nos

casos tratados com a associação da manobra de reposicionamento canalicular de

Epley e exercícios de Brandt – Daroff, em relação aos casos tratados somente pela

manobra de reposicionamento canalicular de Epley (p=0,1642).

2.1.4.5. Manobra sham

A manobra sham é a manobra placebo mais utilizada em pesquisas com

grupo controle. O método de realização dessa manobra é descrito de diferentes

formas na literatura. Uma delas é a realização das mesmas sequências da manobra

de Epley ou da manobra de Semont, mas para o lado contralateral ao da lesão (VON

BREVERN et al., 2007; MANDALÀ et al., 2012).

2.1.4.6. Tratamento Medicamentoso

Atualmente, o tratamento medicamentoso da VPPB é indicado somente em

caso de crise vertiginosa incapacitante ou nas crises durante as manobras

(BHATTACHARYYA et al., 2008). Os medicamentos mais utilizados nas crises são

(GANANÇA et al., 2008; GANANÇA; MUNHOZ, CAOVILLA, 2008):

- Diazepam: produz efeito ansiolítico e supressor vestibular e pode causar

sonolência. Não deve ser administrado em pacientes com hipersensibilidade aos

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33

benzodiazepínicos, glaucoma agudo de ângulo fechado, doenças hepáticas,

depressão, gravidez e amamentação;

- Dimenidrinato: antiemético e supressor vestibular, pode causar sonolência e secura

nasal e oral. Não deve ser administrado durante a gravidez e lactação, na asma, no

glaucoma de ângulo fechado, na hiperplasia prostática e em pacientes em uso de

depressores do Sistema Nervoso Central (SNC);

- Ondansetrona: apresenta propriedade antiemética e contra indicação na

hiperensibilidade aos componentes da fórmula, na gestação e na lactação. Controla

náusea e vômito, porém não produz efeito sobre o enjôo induzido pelo movimento.

Paciente com vertigem aguda, náusea e vômito deve ser hidratado e

medicado em serviço de emergência médica. Para tentar evitar o início da crise

vertiginosa o paciente deverá permanecer calmo, sentado, com os olhos abertos e

fixos no horizonte (GANANÇA; PAULINO, 2013).

2.2 EQUILÍBRIO POSTURAL

Equilíbrio postural é definido como a capacidade do indivíduo de manter o

centro de gravidade sobre a base de apoio com um mínimo de oscilação, dentro dos

limites da estabilidade, do ajuste antecipatório e da reatividade às perturbações

externas ou a manutenção da postura durante o desempenho de uma habilidade

motora que tenda a perturbar a orientação do corpo. Existe um conjunto complexo

de sistemas que mantêm o equilíbrio postural e permitem que o ser humano que ele

possa se mover facilmente dentro de um espaço (HORAK; MACPHERSON, 1996;

COHEN; KIMBALL, 2003; MIYAMOTO et al., 2004; SILVEIRA et al., 2006).

O equilíbrio postural garante a manutenção da postura através da integração

sensório-motora, sendo considerada uma tarefa complexa. Para que o corpo

mantenha esta estabilidade postural é importante a interação dos sistemas sensorial

e motor (HORAK; SHUPERT; MIRKA, 1989; HORAK; WINTER, 1990;

MACPHERSON, 1996; MAK; MCILROY, 1996).

Em um indivíduo, tanto os estímulos sensoriais e os sistemas de

processamento, quanto os sistemas de planejamento motor e execução são

Page 35: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

34

importantes. Os componentes periféricos e centrais dos sistemas estão envolvidos

em um ciclo. Este ciclo é dirigido tanto para escolhas propositais do indivíduo quanto

para as necessidades aplicadas ao indivíduo pelo ambiente. A função bem sucedida

dos sistemas sensoriais permite o reconhecimento da posição do corpo em relação

a ele mesmo e ao mundo. O resultado desejado dos sistemas motores é a geração

de movimento suficiente para manter o equilíbrio e a realizar a tarefa escolhida

(ALLISON; FULLER, 2004).

O SNC recebe informações sensoriais para o planejamento do movimento e

os sistemas vestibular, visual e somatossensorial recebem informações do meio

externo para a manutenção do equilíbrio corporal (VIEIRA, 2006). Cada sistema

sensorial fornece ao SNC informações específicas sobre a posição e o movimento

do corpo no ambiente (GURFINKEL; LEVICK, 1991).

O sistema periférico (CSC e orgãos otolíticos) enviam informações ao

complexo nuclear vestibular e ao cerebelo, sobre a velocidade angular da cabeça,

aceleração linear e orientação cefálica. O SNC processa esses sinais e combina

com outras informações sensoriais para estimar a orientação cefálica e os ajustes

posturais. A resposta do sistema vestibular central (complexo nuclear vestibular) é

transmitida aos núcleos oculomotores e, por conseguinte aos músculos

extraoculares e à medula espinhal, para preparar o Reflexo Vestíbulo Ocular (RVO)

e Reflexo Vestíbulo Espinhal (RVE), respectivamente. O desempenho desses

reflexos é monitorado pelo SNC e reajustado por um processador adaptativo quando

necessário (HAIN; RAMASWAMY; HILLMAN, 2002).

No labirinto, os CSC e os orgão otolíticos funcionam como sensores do

movimento. Os canais verticais, anterior e posterior, detectam o movimento

rotacional da cabeça, quando ocorre no plano sagital e frontal. Movimentos que

ocorrem no plano horizontal são detectados pelos canais horizontais. As

informações derivadas dos três CSC contribuem para a percepção do movimento

(HORAK; SHUPERT, 2002).

Já a aceleração linear vertical da cabeça é detectada pelos órgãos otolíticos

saculares e a aceleração linear horizontal pelos órgãos otolíticos utriculares.

Também é função dos órgãos otolíticos produzir informações sobre a direção da

gravidade (HORAK; SHUPERT, 2002).

Page 36: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

35

Mas, para se obter boas informações sensoriais sobre os movimentos

cefálicos e corporais, além das informações vindas do labirinto, o SNC depende de

informações de outros sistemas sensoriais disponíveis (HORAK; SHUPERT, 2002).

As informações visuais mandam informações ao SNC sobre a posição e o

movimento de partes do corpo em relação às outras partes e aos objetos do meio

externo (SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2003).

Por meio dos receptores articulares, tendíneos e musculares, o sistema

somato-sensitivo fornece informações ao SNC em relação ao movimento do corpo,

no que diz respeito à superfície de sustentação e ao movimento dos segmentos

corporais entre si (HOBEIKA, 1999; SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2003).

O nervo vestibular penetra o tronco encefálico e é a estrutura do sistema

vestibular responsável pelos sinais aferentes dos labirintos. Há dois principais alvos

para as informações vestibulares aferentes primárias: os núcleos vestibulares

(superior, medial, lateral e inferior) e o cerebelo. Os núcleos vestibulares se

encontram dentro da ponte e, se estende para dentro do bulbo e, funcionam como

processador das informações vestibulares, implementando conexões diretas,

rápidas entre as informações derivadas dos aferentes e a resposta motora dos

neurônios. Já o cerebelo funciona como processador adaptativo, que monitora o

desempenho vestibular e reajusta o central quando necessário (HAIN;

RAMASWAMY; HILLMAN, 2002).

O sistema vestibular central transmite a resposta aos músculos extraoculares,

para preparar o RVO. Os reflexos e as reações corretas auxiliam na orientação da

postura. O RVO permite uma visão estável enquanto a cabeça se move, que

compensa a rotação (RVO angular) por meio dos CSCs e compensa a translação

(RVO linear) por meio dos órgãos otolíticos (CURTHOYS; HALMAGYI; 2002; HAIN;

RAMASWAMY; HILLMAN, 2002).

Nos órgãos otolíticos partem, dos utrículos, informações capazes de estimular

seis músculos oculares: reto lateral, reto medial, reto inferior, reto superior, oblíquo

superior e oblíquo inferior (Figura 8). A cada movimento da cabeça a mácula

utricular é excitada levando a um movimento dos olhos na direção oposta (EKMAN,

2002).

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36

Figura 8 - Representação anatômica dos músculos oculares em vista lateral. Fonte: GOWDAK; GOWDAK, 1999.

Cada CSC estimula um par de músculos motores oculares que permite

movimento dos olhos aproximadamente no mesmo plano do CSC. O CSC horizontal

estimula o músculo reto lateral ipsilateral e o músculo reto medial contralateral. O

CSC posterior estimula o músculo reto inferior contralateral e o músculo oblíquo

superior ipsilateral. E o CSC anterior estimula o músculo oblíquo inferior do mesmo

lado e o músculo reto superior contralateral (Figura 9) (EKMAN, 2002).

Figura 9 - Conexões neurais excitatórias (a) Projeções excitatórias de canal anterior. (b) Projeção excitatória de canal posterior. (c) Projeção excitatória de canal horizontal. Fonte: FROHMAN, 2009.

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37

Sendo assim, no RVO do plano horizontal, o movimento da cabeça para um

lado provoca um movimento ocular horizontal para o lado oposto. No plano vertical,

ao se realizar movimentos da cabeça para frente ocorre um estímulo excitatório nos

dois canais anteriores, e para trás, dos dois canais posteriores. Cada um dos CSC

anteriores provoca um movimento dos olhos de elevação e de rotação para o lado

oposto. Como ocorre estímulo nos dois canais anteriores, os componentes rotatórios

por serem opostos se anulam, resultando em um movimento vertical dos olhos para

cima. Os canais posteriores levam a um movimento dos olhos para baixo e uma

rotação para o lado oposto; os componentes rotatórios, opostos entre si, se anulam,

resultando apenas no movimento vertical dos olhos para baixo. Na inclinação da

cabeça no plano frontal, os dois olhos apresentam uma torção no sentido oposto ao

do labirinto estimulado, e um discreto desvio vertical, com elevação do olho

ipsilateral e abaixamento do contralateral (LEIGH; ZEE, 1999).

Já o RVE permite a estabilidade do corpo através da ativação e modulação de

músculos quando a cabeça se move para manter a postura ereta e estabilizar o

corpo. E o reflexo vestibulocólico age sobre a musculatura do pescoço para

estabilizar a cabeça e é transmitido através das vias vestibulares lateral e medial

(CURTHOYS; HALMAGYI; 2002; HAIN; RAMASWAMY; HILLMAN, 2002). Vale

destacar aqui que o controle da posição da cabeça e do corpo não é realizado

somente pelo RVE, mas sim por um sistema multissensorial e motor envolvendo

conexões do cerebelo, córtex cerebral, gânglios da base e medula espinhal

(BRANDT; DIETERICH; STRUPP, 2005).

Pacientes com disfunções vestibulares apresentam percepções anormais do

movimento, como quando relatam a sensação de estarem girando ou balançando.

Pacientes com perda unilateral podem apresentar, temporariamente, flexão lateral

da cabeça ou desvio de todo corpo para o lado comprometido (HORAK; SHUPERT,

2002).

As informações vestibulares também contribuem para o limite de estabilidade,

limiar da área sobre a qual um indivíduo consegue se inclinar para frente ou para

trás de forma segura (cerca de 4 graus para trás e 8 graus para frente) (HORAK;

SHUPERT, 2002).

Portanto, o equilíbrio corporal é fundamental para adotar e manter posturas e

realizar movimentos com harmonia, conforto físico e mental. Distúrbios que

Page 39: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

38

comprometam essa capacidade geram manifestações clínicas como o desequilíbrio,

desvio da marcha, instabilidade, sensação de flutuação, quedas, entre outros, sendo

a vertigem, a queixa mais comum (PEDALINI; BITTAR, 1999; NISHINO et al., 2005).

2.3 TESTES DIAGNÓSTICOS FÍSICO E FUNCIONAL DO EQUILÍBRIO CORPORAL

NA VPPB

As alterações do equilíbrio corporal geram situações de risco, sendo assim

vários testes e escalas foram desenvolvidos para avaliar funcionalmente o equilíbrio

corporal e o risco de quedas, com o objetivo de auxiliar no diagnóstico físico-

funcional e direcionar a melhor conduta (FIGUEIREDO; LIMA; GUERRA, 2007;

MARINHO JUNIOR; CAVENAGHI; MARINO, 2011)

2.3.1 Dynamic Gait Index (DGI)

O DGI é um instrumento que envolve a avaliação da marcha do paciente em

diversas tarefas, no qual o sujeito receberá instruções para a realização das

seguintes situações:

1. Marcha em superfície plana,

2. Mudança de velocidade da marcha,

3. Marcha com movimentos horizontais (direita e esquerda) da cabeça,

4. Marcha com movimentos verticais (para cima e para baixo) da cabeça,

5. Marcha e giro sobre o próprio eixo corporal,

6. Passar por cima de obstáculo,

7. Contornar obstáculos,

8. Subir e descer degraus.

A pontuação máxima é de 24 pontos e um escore de 19 pontos ou menos

prediz risco para quedas (WHITNEY et al. 2000).

Page 40: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

39

Hall et al (2006) relataram em seu estudo a confiabilidade moderada do DGI

quando realizado em pacientes com distúrbios vestibulares periférico.

Chang et al. (2007) demonstraram a influência da VPPB no equilíbrio corporal

dos pacientes pelo teste do DGI. Avaliaram 26 pacientes, divididos em dois grupos

de 13 pacientes, com VPPB de CSC posterior em que apresentaram médias (DP) de

pontuação no DGI de 19,2 (2,3) no grupo experimental e 19,8 (2,8) no grupo controle

antes da intervenção, com melhora da pontuação após quatro semanas de

intervenção 23,5 (0,7) e 22,5 (1,40).

2.3.2 Posturografia Estática Computadorizada

Mesmo na posição ortostática, o corpo humano, esta sempre em movimento.

A forma mais comum de estudar o controle postural é analisando a oscilação

corporal, e a posturografia por meio da plataforma de força é o método mais

eficiente (BALOH et al., 1998; BRU, 2006). Este método permite verificar:

- Área de limite de estabilidade (LE): o quanto o indivíduo consegue utilizar de sua

base de apoio total, sem perder o equilíbrio, pela estratégia de tornozelo (DUARTE;

FREITAS, 2010).

- Centro de pressão do corpo (CoP): o ponto de aplicação da resultante das forças

verticais agindo sobre a superfície de suporte (DUARTE; FREITAS, 2010)

- Reserva Funcional do Equilíbrio (RFE): medida de comportamento do controle

postural e avalia a relação entre o LE e a área CoP, quantificando a capacidade de

oscilação postural segura para evitar quedas (SUAREZ et al., 2011).

Um sistema de realidade virtual e plataforma de força que apresenta sensores

de movimentos para aprimorar os métodos quantitativos de avaliação e reabilitação

de distúrbios do equilíbrio postural, o Balance Rehabilitation Unit® (BRU), foi

desenvolvido pela Medicaa® que permite a análise do equilíbrio postural na posição

ereta por meio da área de deslocamento do centro de massa (área de elipse) e

velocidade de oscilação (VOS) em dez diferentes condições (JBABDI et al., 2008):

1. Superfície firme e olhos abertos;

2. Superfície firme e olhos fechados;

Page 41: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

40

3. Superfície instável e olhos fechados;

4. Estímulo sacádico em superfície firme;

5. Estímulos optocinéticos (barras para à direita) em superfície firme;

6. Estímulos optocinéticos (barras para à esquerda) em superfície firme;

7. Estímulos optocinéticos (barras para baixo) em superfície firme;

8. Estímulos optocinéticos (barras para cima) em superfície firme;

9. Interação visuovestibular (barras – horizontal) em superfície firme;

10. Interação visuovestibular (barras – vertical) em superfície firme.

Os estímulos visuais são projetados por meio de óculos integrado à realidade

virtual que simulam situações reais (HAGEMAN; LEIBOWITZ; BLANKE, 1995;

BRU®, 2006; GAZZOLA et al., 2009).

Pacientes com VPPB tem maior velocidade de oscilação sob algumas

condições de conflito, bem como a presença de alterações na estabilidade postural

(CHANG et al., 2006)

No estudo de Monteiro et al. (2012), os valores médios da VOS no grupo

experimental foram maiores do que os do controle em todas as condições avaliadas

(p < 0,05), com exceção da condição em superfície firme e estimulação sacádica (p

= 0,060). Os valores médios da área de elipse no grupo experimental foram maiores

do que os do controle em todas as condições avaliadas (p < 0,05).

Kasse et al. (2010) realizaram uma análise comparativa da área de elipse das

dez condições do BRU® em 20 pacientes com VPPB com idade superior a 60 anos,

antes e após realização da manobra de reposicionamento canalicular de Epley

(Figura 10), no qual observou-se diferença significantes nas condições 2, 7, 8 e 9.

Page 42: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

41

Figura 10 - Valores descritivos e a análise comparativa da área do COP nas 10 condições do BRU®, pré e pós manobra de reposicionamento canalicular de Epley em idosos com VPPB. Fonte: KASSE et al., 2010.

Em 2012, Kasse et al. avaliaram os resultados da BRU® em 33 idosos com

VPPB idiopática submetidos a manobra de reposicionamento canalicular de Epley e

ao final compararam os resultados com 33 idosos saudáveis. Foram analisados o

LE, CoP e VOS. Os valores médios e desvio padrão (DP) do LE pré-tratamento e

pós tratamento foram significativamentes diferentes, sendo de 134,27 (55,32) e

181,03 (47,79) cm². A análise comparativa dos valores do COP mostrou diferença

estatística relevante em 8 de 10 condições após a manobra, com p < 0,01. A VOS

também mostrou diferenças significantes em menos de 7 condições de conflito pós

manobra. Quando comparados os valores com os idosos saudáveis não foram

observadas diferenças nos valores de VOS em todas as condições e CoP em menos

de 9 condições.

Page 43: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

42

2.3.3 Posturografia Dinâmica Computadorizada (PDC)

A PDC analisa as informações visuais, proprioceptivas e vestibulares, sua

interação central e as respostas motoras dos membros inferiores e do corpo, avalia

a oscilação corporal e analisa as reações posturais ao deslocamento do centro de

massa, por meio de força de reação ao solo em plataforma que capta os

movimentos corporais, a partir de sensores, em diferentes situações. A plataforma

faz movimento de rotação e translação e apresenta dois programas: registro de

resposta para movimentos pequenos e breves de superfície de suporte; registro de

equilíbrio postural durante diversas combinações de informações sensoriais. Esta

superfície de referência é circundada por um campo visual móvel que sofre

deslocamentos antero-posteriores, variando a informação visual, como demonstrado

em figura 11 (BLACK, 2001; GAZZOLA et al., 2013).

Figura 11 – Ilustração de paciente realizando o exame de posturografia dinâmica computadorizada. Fonte: BLACK, 2001.

São dois os testes básicos realizados pela PDC, o Sensory Organization Test

(SOT), que nos informa a respeito da organização sensorial e o Motor Control Test

Page 44: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

43

(MCT), que nos permite avaliar a intensidade e coordenação da resposta motora aos

estímulos recebidos na postura ortostática (BLACK, 2001).

O MCT usa um total de nove translações para frente e nove para trás em três

diferentes magnitudes. Cinco rotações sequenciais da plataforma são realizadas

para cima e para baixo. As forças geradas são registradas e analisadas por

computador (BLACK, 2001).

O SOT é composto por seis condições sensoriais (Figura 12), cujas respostas

são percebidas e registradas pela plataforma móvel (informações somatosensoriais),

a presença ou ausência da visão (informações visuais) e as aferências vestibulares:

- Condição 1: paciente em posição ortostática, plataforma fixa e olhos abertos;

- Condição 2: paciente em posição ortostática, plataforma fixa e olhos fechados

(Romberg clássico);

- Condição 3: paciente em posição ortostática, plataforma fixa, olhos abertos e visão

referenciada pelo movimento, com deslocamento da cabine para perturbação da

informação visual ou oscilação da referência visual;

- Condição 4: paciente em posição ortostática, plataforma em movimento e olhos

abertos;

- Condição 5: paciente em posição ortostática, plataforma em movimento e olhos

fechados;

- Condição 6: paciente em posição ortostática, plataforma e visão em movimento,

com deslocamento da cabine para perturbação da informação visual ou oscilação da

referência visual, com olhos abertos (MEDEIROS, 2003).

Page 45: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

44

Figura 12 - Diversas condições de estimulação sensorial possíveis na posturografia dinâmica computadorizada. Fonte: BITTAR, 2007.

Segundo Medeiros et al. (2003), a meta do PDC é de manter o equilíbrio

estático em cada uma destas condições e a quantificação dos resultados obtidos

varia de 100%, quando não houver deslocamento algum registrados pelos sensores

da plataforma, até 0%, que corresponde à queda em qualquer direção. A partir dos

dados encontrados nas condições, o aparelho calcula a média de cada uma delas,

um índice de análise da função somatosensorial, visual, vestibular e a relação entre

a informação visual e vestibular, denominada preferência visual, além de um índice

de equilíbrio, descritos a seguir:

- função somatosensorial: média da condição 2 / média da condição 1;

- função visual: média da condição 4 / média da condição 1;

- função vestibular: média da condição 5 / média da condição 1;

- preferência visual: média da condição 3 + 6 / média da condição 2 + 5;

- índice de equilíbrio: média aritmética das três repetições da condição 1 e 2 e os

dois melhores resultados da condições 3, 4, 5 e 6.

Page 46: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

45

Paciente com suspeita de distúrbio vestibular tem o equilíbrio postural

alterado nas condições 5 e 6. Pacientes que não conseguem se manter em pé sem

auxílio, são incapazes de realizar a PDC (GAZZOLA et al., 2013).

Cohen e Kimball (2005) avaliaram a condição 5 da PDC de 105 pacientes

com VPPB de CSC posterior e 13 de CSC lateral, divididos em cinco grupos

submetidos aos protocolos de manobra de reposicionamento canalicular de Epley e

manobra liberatória de Semont modificada, manobra de Sham, exercícios de B-D e

exercícios de habituação de vertigem, sem a utilização de supressores vestibulares

ou restrições posturais. Avaliou-se o efeito do tratamento uma semana, três meses e

seis meses após o tratamento. A vertigem diminuiu significativamente após as

manobra de reposicionamento canalicular de Epley, manobra liberatória de Semont

e exercícios de Brandt-Daroff, sem diferença significativa entre os grupos. A

condição 5 do SOT apresentava-se baixo em relação à população normal, com

melhora significativa do score após 60 dias do tratamento (p<0,0001). O grupo

tratado com manobra de reposicionamento canalicular de Epley teve melhora

significante em relação ao grupo sham (p=0,039), entretanto os outros grupos não

diferiram entre si e entre o grupo Sham.

2.4 DIZZINESS HANDICAP INVENTORY (DHI) E VPPB

Em 1990, Jacobson e Newman elaboraram e validaram um questionário

específico para tontura, o DHI e em 2007, Castro et al. adaptaram culturalmente este

instrumento para a população brasileira, com o objetivo de avaliar as influências da

tontura na qualidade de vida.

O DHI é composto por 25 questões (Figura 14), divididas em três subescalas:

aspecto físico, composto de sete questões (01, 04, 08, 11, 13, 17 e 25); aspecto

emocional composto de nove questões (questões 10, 15, 18,20, 21, 22 e 23) e

aspectos funcional composto de nove questões (questões 03, 05, 06, 07, 12, 14, 16,

19 e 24) (Castro et al., 2007).

Para cada resposta afirmativa são atribuídos quatro pontos, para “às vezes”

são atribuídos dois pontos e para resposta negativa zero. A pontuação máxima para

Page 47: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

46

questões do aspecto físico é de 28 pontos, aspecto emocional 36 pontos e aspecto

funcional 36 pontos, totalizando um escore de 100 pontos. Da pontuação total,

classifica-se como leve quando o valor se situa entre 0 – 30 pontos; moderado

quando o valor se situa entre 31 – 60 e severo entre 61 – 100 pontos (WHITNEY,

2004).

De acordo com uma pesquisa realizada por Tatibana, Dorigueto e Peluso

(2012) pacientes com VPPB apresentam prejuízos na qualidade de vida e que o

tratamento com as manobras de reposicionamento se mostram eficientes para

melhorar o impacto da tontura na qualidade de vida, mesmo que alguns sintomas

subjetivos possam permanecer.

Pereira, Santos e Volpe (2010) analisaram os prontuários de 21 pacientes

com VPPB de CSC posterior. A média dos valores obtidos em cada subescala foi:

escore físico de 17,48; escore funcional de 17,29; escore emocional de 13,19; e

escore total de 48,05 pontos.

O estudo de Kuhn et al. (2004) demonstrou que pacientes com VPPB

isolada, apresentam melhora da qualidade de vida após a manobra de

reposicionamento, o que mostra a efetividade desta opção terapêutica.

Com objetivo de avaliar o impacto das manobras de reposicionamento na

qualidade de vida dos pacientes com VPPB, Lopèz – Escamez et al. (2005)

observaram melhora importante nos resultados de 40 pacientes após manobra.

No estudo de Kasse et al. (2010) além das condições da BRU®, também

avaliaram os aspectos do DHI dos pacientes após a manobra de Epley. Os

resultados apresentam diferenças significantes nos escores do DHI total e

subescalas (p< 0,0001). No aspecto físico, a média (DP) apresentada pelos

participantes antes da manobra foi de 2,43 (1,05) e de 0,10 (0,44) após a manobra.

No aspecto funcional a média (DP) apresentada foi de 1,50 (0,96) e 0,77 (0,26) nos

períodos pré e pós-manobra, respectivamente. E no aspecto emocional apresentou

média (DP) de 0,76 (0,87) e 0,02 (0,09) pré e pós-manobra, respectivamente. O

escore total apresentado antes e após a manobra foi de 37,60 (21,12) e 1,60 (6,27),

respectivamente. Nesta análise, os autores dividiram cada aspecto pelo número de

questão.

Neto et al. (2013) realizaram uma pesquisa em 9 pacientes com VPPB para

verificar, por meio do DHI, o efeito da reabilitação vestibular. Observou-se que antes

Page 48: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

47

do tratamento o aspecto físico apresentou média (DP) de 2,6 (0,17), o aspecto

funcional com 1,73 (0,21) e emocional com 1,03 (0,24). Após sete dias do

tratamento foi possível identificar melhora em todos os aspectos principalmente no

aspecto funcional, seguido pelo físico e emocional, apresentando médias nos

escores de 0,93 (0,27), 0,82 (0,24) e de 0,49 (0,23), respectivamente. E após seis

meses da última intervenção, os escores se mantiveram positivos, com o aspecto

físico apresentando score de 1,43 (0,43), o aspecto funcional com 1,28 (0,39) e

aspecto emocional com 0,82 (0,36).

2.5. AVALIAÇÃO SUBJETIVA DOS SINTOMAS DA VPPB

A escala analógica é um intrumento utilizado pelo participante da pesquisa e

avalia, de maneira subjetiva, a intensidade dos sintomas. Tal instrumento é formado

por um desenho de um segmento de reta com estados extremos escrito no início

(zero) e no final (dez) da reta, em que zero indica o menor nível do sintoma avaliado

e 10, o maior. O sujeito da pesquisa deverá indicar o nível de seu sintoma. Dentre as

escalas a mais empregada é a Escala Visual Analógica (EVA) (VIEIRA, 2010).

No caso da VPPB a avaliação subjetiva da intensidade dos sintomas como a

tontura pode ser avaliada pela escala com uma pontuação variando de 0 a 10,

podendo haver melhora, manutenção ou piora dos sintomas avaliados, sendo que

após o tratamento ao apresentar um escore entre oito e dez pode-se dizer que o

paciente apresentou melhora da tontura (MUNOZ et al., 2007).

É possível classificar, também a intensidade de vertigem por meio de escala

de 10 pontos, onde um determina sem vertigem e 10 vertigem extrema. Ou ainda

avaliar a frequência da vertigem, onde um ponto determina sem vertigem e 10

vertigem constante (COHEN; KIMBALL, 2005).

Portanto, em pacientes com VPPB pode-se avaliar subjetivamente sintomas

como a tontura, vertigem ou náusea por meio de escala visual analógica (COHEN;

KIMBALL, 2005; MUNOZ et al., 2007; SACCO et al., 2013).

Page 49: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

48

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Realizar uma revisão sistemática sobre a efetividade do tratamento da VPPB

idiopática com as manobras de Epley, manobra de Semont e suas variantes em

adultos e idosos.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Comparar os efeitos da manobra de Epley e manobra de Semont à manobra de

Gans, exercícios de Brandt-Daroff, outros exercícios de habituação, farmacoterapia

e reabilitação do equilíbrio corporal em adultos e idosos.

- Comparar os efeitos entre a manobra de Epley e manobra de Semont.

- Avaliar qual o tratamento terapêutico mais utilizado para o tratamento da VPPB

idiopática de canal posterior.

- Abordar e discorrer sobre os efeitos das manobras terapêuticas em comparação

com os exercícios de habituação, farmacoterapia e reabilitação do equilíbrio

corporal, de acordo com seu substrato fisiopatológico, o número de manobras, o

controle postural e sua evolução.

Page 50: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

49

4. MÉTODO

4.1 TIPO DE ESTUDO

Revisão sistemática da literatura de ensaios clínicos controlados e

randomizados.

4.2 AMOSTRA

Amostra incluiu pacientes adultos ou idosos com diagnóstico clínico de VPPB

de canal posterior submetidos ao tratamento.

4.2.1 Critérios de Inclusão

Como critérios de inclusão, considerou-se ensaios clínicos controlados e

randomizados publicados entre os anos de 2005 a 2015 nos idiomas inglês,

português ou espanhol, com amostra composta de indivíduos com idade superior a

18 anos e com diagnóstico clínico de VPPB de CSC posterior pela presença de

nistagmo típico no exame clínico, cuja intervenção fosse a manobra de Epley ou

manobra de Semont e suas variantes comparadas entre si ou comparadas à

manobra placebo, ou à manobra de Gans, ou à exercícios de Brandt-Daroff, ou

outros exercícios de habituação, ou à reabilitação do equilíbrio corporal, ou à

farmacoterapia.

Os desfechos primários escolhidos foram:

1. Avaliação de recorrência ou resolução dos sintomas (vertigem posicional e

nistagmo por meio de teste clínico)

2. Avaliação subjetiva da intensidade ou frequência da vertigem e tontura.

Page 51: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

50

Os desfechos secundários foram:

1. Avaliação funcional do equilíbrio postural e marcha

2. Avaliação do impacto da tontura nas atividades de vida diária e na qualidade

de vida.

4.2.2 Critério de Exclusão

Foram excluídos os estudos que apresentassem amostra composta de

sujeitos com diagnóstico de VPPB de canal anterior ou lateral ou diagnóstico

sugestivo de VPPB, estudos que apresentassem resultados parciais ou somente

resumo, sem descrição clara do tipo de substrato fisiopatológico e do canal

acometido e VPPB de origem secundária (tumores, Parkinson, neurite vestibular).

4.3 COLETA DE DADOS E ESTRATÉGIA DE BUSCA

Para realização desta revisão sistemática utilizamos as recomendações do

PRISMA (Principais Itens para Relatar Revisões e Meta-análises) de 2015, que

consiste em um checklist com 27 itens (Anexo B) (MOHER et al., 2015) e as

Diretrizes Metodológicas para elaboração de revisão sistemática e metanálise de

ensaios clínicos randomizados (Ministério da Saúde, 2012).

A busca foi realizada de setembro de 2015 a dezembro de 2015 nas

seguintes bases de dados: Medline, Lilacs, National Library Medicine (PubMed),

ScienceDirect (Elseiver), PEDro e Scielo.

Para identificação dos estudos relevantes foram desenvolvidas estratégias de

busca, tornando-se necessário o uso de palavras-chave ou vocabulários específicos

para determinada base de dados, portais ou bibliotecas virtuais. Os descritores

selecionados por meio de cruzamento das palavras chaves específicas de cada

base de dados estão descritos no Quadro 2.

Page 52: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

51

A estratégia de pesquisa para Estudos Clínicos Controlados Randomizados

abrangeu a combinação de três fases, conforme orientação do Cochrane Handbook

for Systematic Review of Interventions (ALDERSON; GREEN; HIGGINS, 2004):

- Fase 1: descritores relacionados a doença a ser estudada (Quadro 2);

- Fase 2: descritores relacionados à intervenção (Quadro 2);

- Fase 3: descritores relacionados ao tipo de estudo.

Quadro 2 – Estratégia de busca nas bases de dados com os descritores da doença

e descritores da intervenção.

Medline/ Lilacs

(2005-2015)

“Positional vertigo” AND man* OR terapia (limit: português, inglês, espanhol;

2005-2015)

National Library

Medicine

(2005-2015)

vertigo (any field) OR positional (any field) AND treat# (any field)

PubMed

(2005-2015)

Vertigo (mesh) AND maneuver OR manouver (any field) ;

Positional vertigo (any field) AND man# (any field) ;

Vertigo (any field) AND treatment (any field);

Vertigo (abstract) AND man# (abstract);

Vertigo (title) AND maneuver (title) AND

Positional (abstract) OR vertigo (abstract) AND treat# (abstract);

Positional (any field) OR vertigo (any field) AND man# (any field);

Vertigo (any field) AND man# (any field);

Benign paroxysmal positional vertigo (mesh) AND therapy OR rehabilitation

ScienceDirect

(Elseiver)

(2005-2015)

Vertigo OR positional (title/key word/abstract) and limit (2005-2015) and limit

topics (“patient, positional vertigo”);

Vertigo OR positional AND treat* AND limit 2005-2016, filter limit-to (patient,

vestibular);

“positional vertigo” AND man* AND limit 2005-2016, filter limit-to (patient

/vestibular /semicircular canal/balance/neurology/treatment);

Positional OR vertigo AND treatment (abstract/key/title) AND limits (2005-

2016);

Vert* AND maneuver (abstract/title/key) AND Limit (2005-2016)

Vertigo AND maneuver AND Limit (2005-2016)

vertigo (abstract) AND man*

Positional vertigo (any field) AND man* (any field)

Positional vertigo (abstract/title/key) AND man* (abstract/title/key)

vertigo (any field) AND treatment AND AND limit (patient, vestibular , balance),

Page 53: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

52

contente type (journal and book)

Positional vertigo (any field) AND maneuver (any field) AND limits (2005-2016)

PEDro

(2005-2015) benign paroxysmal positional vertigo OR vertigo AND treatment OR maneuver

Scielo

(2005-2015)

((benign paroxysmal positional vertigo) OR (vertigo) OR (dizziness) OR

(postural balance) AND (treatment) OR (Exercise)

Alguns descritores relacionados ao tipo de estudo foram utilizados conforme

filtro validado e sugerido pelo Centro Cochrane do Brasil e descrito nas Diretrizes

Metodológicas, por apresentar alta sensibilidade para recuperação de todos os

estudos clínicos randomizados. Foram os seguintes: randomized controlled trial [pt]

OR controlled clinical trial [pt] OR randomized controlled trials [mh] OR random

allocation [mh] OR Double-blind method [mh] OR single-blind method [mh] OR

clinical Trial [PT] OR clinical trials [mH] OR (“clinical Trial” [th])OR singl*[tw] OR

doubl* [tw] OR trebl* [tw] OR trebl [tw]) AND (mask*[tw] OR blind*[tw])).

4.4 SELEÇÃO E EXTRAÇÃO DE DADOS

A identificação dos estudos por meio dos títulos e resumos dos artigos e

extração dos seus dados foi realizada pela autora. Os dados foram revisados por

dois revisores. No caso de discrepância, um terceiro revisor, o colaborador foi

consultado para elegibilidade dos artigos.

Os artigos selecionados para a revisão na íntegra foram analisados por meio

de roteiro que contemplava os seguintes itens:

- Autor e data da publicação;

- Características da amostra: gênero, idade, número de participantes, critérios de

inclusão.

- Desenho metodológico: Ensaios clínicos controlados e randomizados, cego ou

duplo cego.

- Desfechos avaliados: desfechos primários e secundários.

- Características da intervenção: tipo de intervenção utilizada, método de realização,

número de sessões, período de acompanhamento.

Page 54: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

53

- Resultados da intervenção sob os desfechos avaliados.

- Possíveis vieses.

4.5 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS ESTUDOS

Foi utilizada a escala de Physiotherapy Evidence Database (PEDro) com

intuito de verificar a qualidade metodológica das pesquisas encontradas, que

consiste em 11 critérios sobre a validade e interpretação dos resultados de estudos

experimentais: 1) especificação dos critérios de inclusão (item não pontuado); 2)

alocação aleatória; 3) sigilo na alocação; 4) similaridade dos grupos na fase inicial

ou basal; 5) mascaramento dos sujeitos; 6) mascaramento do terapeuta; 7)

mascaramento do avaliador; 8) medida de pelo menos um desfecho primário em

85% dos sujeitos alocados; 9) análise da intenção de tratar; 10) comparação entre

grupos de pelo menos um desfecho primário e 11) relato de medidas de

variabilidade e estimativa dos parâmetros de pelo menos uma variável primária

(COSTA, 2011).

Cada item da escala pode ser melhor compreendido e interpretado por meio

de documento explicativo presente no site (Anexo A).

É dado um ponto para cada critério presente, e zero para cada critério

ausente. O primeiro critério, que se refere ao critério de seleção da amostra, não

deve ser pontuado. Sendo assim, quanto maior a pontuação, melhor é o desenho do

estudo e maior a possibilidade de reprodutibilidade dos dados apresentados. Estão

disponíveis na base de dados PEDro, as análises dos ensaios clínicos e suas

respectivas notas de alguns estudos. Para melhor compreeção e interpretação da

tabela PEDro, bem como a pontuação dos estudos não indexados na base de dados

PEDro, a autora realizou o programa de treinamento online e se tornou apta para

utilização da escala.

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54

5. RESULTADOS

Por meio das expressões utilizadas como estratégia de busca em cada base

de dados (quadro 2), encontramos 3269 estudos. Foram identificados 2268 estudos

duplicados, restando 1001 estudos. Destes, foram excluídos 985 estudos, no qual

estavam associados à doença neurológica, sequelas cirúrgicas ou outras

labirintopatias, VPPB sem tratamento com manobras de reposição otolíticas,

comprometimento de outro CSC, sem presença de nistagmo ao teste diagnóstico,

estudo relacionado à população pediátrica, estudos contendo somente abstract,

índice, “table contents” ou “subject index volum”, estudos em outro idioma, não

randomizados, ou artigos de revisão e estudos com mais de 10 anos de publicação.

Após leitura na íntegra, restaram 16 estudos que se encaixaram nos critérios de

inclusão, conforme Figura 13.

Figura 13 - Fluxograma da seleção dos artigos da revisão sistemática

Referências identificadas

nas bases de dados:

Pubmed (n=1641), Bireme

(Medline/Lilacs) (n=87)

ScienceDirect (n=1534),

Scielo (n=4).

Referências identificadas

através de busca manual em

outras fontes (n=3).

Referências duplicadas removidas

(n=2268)

Artigos completos analisados

(n=1001)

Artigos completos analisados

(n=227)

Estudos incluídos na síntese

qualitativa (n=16)

Artigos excluídos: após

leitura de resumo: (n=774).

Artigos excluídos após

leitura na íntegra (n=211).

Inclu

são

Ele

gib

ilid

ad

e

Se

leção Id

en

tificaçã

o

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55

A extração dos dados encontrados nos estudos pode ser melhor interpretada

por meio da Tabela 1.

5.1 CARACTERÍSTICAS DAS AMOSTRAS

O tamanho das amostras variou de 26 a 342 pacientes submetidos à

intervenção ou manobra placebo (MANDALÁ et al., 2012; SACCO et al., 2014).

Os estudos foram realizados tanto em população adulta quanto idosa e a

média de faixa etária apresentada por todos os estudos variou de 41 a 64 anos de

idade (KARANJAI; SAHA, 2010; SACCO et al., 2014).

As amostras foram compostas por sujeitos de ambos os sexos com

prevalência do sexo feminino (COHEN; KIMBALL, 2005; VON BREVERN et al, 2006;

MUNOZ et al., 2007; CHANG et al., 2008; KARANJAI; SAHA, 2010; MAZOOR;

NIAZI, 2011; SUNDARARAJAN et al, 2011; MANDALÀ et al., 2012; CHEN et al.,

2012; BRUINTJES et al., 2014; LEE et al., 2014).

Para diagnóstico clínico da VPPB foram empregadas as manobras de Dix e

Hallpike em todos os estudos. E somente alguns estudos utilizaram os óculos de

Frenzel como recurso auxiliar para a identificação do tipo de nistagmo (COHEN;

KINBALL, 2005; AMOR-DOURADO et al., 2012; MANDALÀ et al., 2012; SACCO et

al., 2014; DISPENZA et al., 2012).

As características do nistagmo (latência e duração) foram descritas em dez

estudos, com prevalência de nistagmo de curta latência e duração menor de 60

segundos (ductolitíase ou canalitíase).

5.2 DESFECHOS AVALIADOS

Desfechos primários: Resolução dos sintomas ao teste de Dix - Hallpike (VON

BREVERN et al., 2006; MUNOZ et al., 2007; KARANJAI; SAHA, 2010;

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56

SUNDARARAJAN et al., 2011; MAZOOR; NIAZI, 2011; CHEN et al., 2012;

MANDALÀ et al., 2012; BRUINTJES et al., 2014; DENG et al., 2014; LEE et al.,

2014), as taxas de recorrências (AMOR-DORADO et al., 2012; DISPENZA et al.,

2012) e tontura residual (GANANÇA et al. 2010; KARANJAI; SAHA, 2010; DENG et

al., 2014) e a percepção subjetiva dos sintomas avaliada por meio da escala de 0 a

10, sendo a Escala Visual Analógica (EVA) o instrumento mais empregado para tal

finalidade (COHEN; KIMBALL, 2005; MUNOZ et al., 2007; CHANG et al., 2008;

SUNDARARAJAN et al, 2011; SACCO et al., 2014).

Desfechos secundários: Somente dois estudos avaliaram o equilíbrio postural,

um deles por meio da PDC na condição cinco (COHEN; KIMBALL, 2005) e o outro

por meio de testes de equilíbrio estático sobre plataforma de força, teste de

caminhada em plataforma de força, DGI (CHANG et al., 2008). Três estudos

realizaram a avaliação do impacto da tontura nas atividades de vida diária e

qualidade de vida, sendo o instrumento DHI o único utilizado (BRUINTJES et al.,

2014; DENG et al., 2014; SACCO et al., 2014).

5.3 DESENHO METODOLÓGICO

Todos os estudos eram de caráter randomizado e 15 deles com seleção de

forma aleatória para formação dos grupos. Somente Deng et al. (2014) não realizou

alocação aleatória . Seis estudos eram duplo cego (MUNOZ et al., 2007; MANDALÀ

et al., 2012; CHEN et al., 2012; LEE et al., 2014; SACCO et al., 2014) e seis eram

cegos (COHEN; KIMBALL, 2005;; SUNDARARAJAN et al., 2011; DISPENZA et al.

2012; AMOR-DORADO et al., 2012; BRUINTJES et al., 2014). Somente três

utilizaram envelopes para ocultação da randomização (VON BREVERN et al., 2006;

CHANG et al., 2008; BRUINTJES et al., 2014).

A eficácia dos métodos de tratamento foi analisada pela comparação entre as

medidas após manobra de intervenção versus o grupo controle, ou outro protocolo

de intervenção.

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5.4 INTERVENÇÃO

A manobra de Epley e manobra de Semont modificadas, manobra híbrida,

exercícios de Brandt - Daroff, exercícios de habituação e protocolo de reabilitação do

equilíbrio corporal foram às técnicas de intervenção utilizadas para o grupo

experimental, sendo que a manobra de reposicionamento canalítica de Epley foi a

mais utilizada (em quatorze estudos). A manobra placebo de escolha foi a manobra

de sham. Estes dados estão resumidos na Tabela 2.

Tabela 2 - Método de intervenção em cada estudo.

ESTUDOS INTERVENÇÃO

MUNOZ et al.

BREVERN et al.

BRUINTJES et al.

Manobra de Epley x Manobra sham

AMOR- DOURADO

et al. Manobra de Epley x Exercícios de B-D

SACCO et al. Manobra de Epley x Farmacoterapia

SUNDARARAJAN et

al.

DENG et al.

Manobra de Epley x (Manobra de Epley + Farmacoterapia)

MAZOOR; NIAZI Manobra de Semont x manobra de Epley

MANDALÁ et al.

CHEN et al. Manobra de Semont x Manobra sham

LEE et al. Manobra de Epley x Manobra de Semont x Manobra sham

KARANJAI; SAHA Manobra de Epley X Manobra de Semont x Exercícios de B-

D

DISPENZA et al. Manobra de Epley x Manobra de Semont x manobra híbrida

COHEN; KIMBALL. Manobra de Epley x Manobra de Semont x Exercícios de B-D

x Exercícios de habituação x manobra sham

GANANÇA et al. Manobra de Epley x (manobra de Epley + Exercícios de B-D)

CHANG et al. Manobra de Epley x (Manobra de Epley + protocolo de

reabilitação)

Legenda: B-D: Brandt-Daroff

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70

Dos dezesseis estudos, seis prescreveram a repetição de manobra (Epley ou

Semont) em uma mesma sessão até resolução completa dos sintomas (COHEN;

KIMBALL, 2005; BREVERN et al., 2006; CHEN et al., 2012; BRUINTJES et al.,

2014; LEE et al., 2014; SACCO et al., 2014) e três prescreveram restrição postural

após manobra de Epley (AMOR-DOURADO et al., 2012; KARANJAI; SAHA, 2010;

SUNDARARAJAN et al, 2011).

Os exercícios de Brandt-Daroff foram recomendados a serem realizados em

domicílio, em cinco repetições cada, de 3 a 4 vezes por dia (GANANÇA, et al., 2010;

AMOR – DOURADO et al., 2012) ou 3 vezes por dia durante duas semanas

(KARANJAI; SAHA, 2010). Os exercícios de habituação, realizado em domicílio, de 3

a 4 vezes por dia durante uma semana (COHEN; KIMBALL, 2005). E outro protocolo

de exercício proposto, recomendava-se à realização de exercícios oculomotores,

movimentos repetitivos da cabeça, treino de equilíbrio e exercícios funcionais a

serem realizados três vezes por semana, de 40 minutos cada sessão durante quatro

semanas (CHANG et al., 2008).

Para o tratamento farmacológico, as drogas de escolha foram:

benzodiazepinas, anti-histamínicos, antieméticos e fluidos endovenosos no estudo

de Sacco et al. (2014); cinarizina no estudo de Sundararajan et al. (2011) e no

estudo de Deng et al. (2014) foi utilizado Danhong, um medicamento fitoterápico (em

20 ml deste medicamento contém 750 g de Salvia miltiorrhiza ervas a granel, e 250

g de carthami Flos).

Não há nenhum estudo comparando a manobra liberatória de Semont à

farmacoterapia.

5.5 EFEITOS DA INTERVENÇÃO

5.5.1. Em relação ao tipo de tratamento

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71

Houve predominância do tratamento com a manobra de Epley modificada,

sendo que somente seis estudos utilizaram a manobra de Semont modificada

(KARANJAI; SAHA, 2010; MAZOOR; NIAZI, 2011; CHEN et al., 2012; DISPENZA et

al., 2012; MANDALÁ et al., 2012; LEE et al., 2014). Destes, quatro utilizaram a

manobra de Semont para o tratamento somente para casos de canalolitíase

(MAZOOR; NIAZI, 2011; CHEN et al., 2012; MANDALÁ et al., 2012; LEE et al.,

2014). O único estudo que comparou a manobra de Epley e manobra de Semont

modificada, em relação à manobra sham foi o de Lee et al. (2014). Somente

Dispenza et al., 2012 utilizaram a manobra hibrida. Quatro estudos utilizaram os

exercícios de Brandt-Daroff (COHEN; KIMBALL, 2005; GANANÇA et al., 2010;

KARANJAI; SAHA, 2010; AMOR- DOURADO et al., 2012).

5.5.2. Em relação ao substrato fisiopatológico

A maioria dos estudos realizaram o tratamento de canalolitíase unilateral de

canal posterior e somente um avaliou casos de cupulolitíase e comparou a taxa de

recorrência em relação a manobra de Epley, manobra de Semont e manobra híbrida

(DISPENZA et al, 2012).

As taxas de recorrência foram semelhantes entre os grupos e de acordo com

o substrato fisiopatológico a taxa de recorrência foi maior nos pacientes com

cupulolitíase (80% dos casos) (DISPENZA et al., 2012).

5.5.3. Em relação ao tempo de evolução do tratamento

Os efeitos da intervenção foram avaliados em diferentes momentos: efeitos

imediato, uma hora, duas horas, vinte e quatro horas, quatro dias, sete dias,

quatorze dias, um mês, três meses, seis meses, doze meses, vinte e quatro meses,

trinta e seis meses e quarenta e oito meses após a realização da manobra. Para a

melhor compreensão dividimos didaticamente o período de avaliação após a

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intervenção em curto (até uma semana), médio (de 2 semanas até 6 meses) e a

longo prazo (acima de 6 meses) (Tabela 3).

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76

5.5.4. Em relação ao equilíbrio corporal

Quanto aos parâmetros do equilíbrio postural, houve diferenças significativas

entre o grupo tratado com a manobra de Epley e indivíduos normais na posturografia

dinâmica na condição 5 (p<0,0001) após 60 dias do tratamento e o mesmo melhorou

em relação à manobra de sham. Os três grupos restantes, que realizaram manobra

de Semont, exercícios de B-D e exercício de habituação, não apresentaram

diferenças significativas em relação à manobra sham (COHEN; KIMBALL, 2005).

Na avaliação do equilíbrio estático e velocidade de oscilação, não houve

diferenças significativas do grupo que recebeu exclusivamente a manobra de Epley

e aquele que fez reabilitação do equilíbrio corporal em até quatro semanas de

tratamento. O DGI não se mostrou diferentes entre os grupos (CHANG et al., 2008).

5.5.5. Em relação ao Dizziness Handicap Inventory

Dos estudos encontrados, somente três analisaram a eficácia das manobras

no DHI. Quando comparada à manobra sham, a manobra de Epley se mostrou

eficiente nos aspectos avaliados pelo DHI, com melhores escores tanto a médio (1-6

meses) quanto a longo prazo (um ano) (BRUINTJES et al., 2014). Já quando

comparada ao tratamento medicamentoso, não foram identificadas diferenças

estatisticamente significantes no DHI (SACCO et al., 2014). Ao comparar a

intervenção de manobra de Epley isolada com a associada à medicação intravenosa

esta última se mostrou mais eficiente nos aspectos avaliados pelo DHI,

principalmente a médio prazo (DENG et al., 2014).

5.5.6. Em relação à avaliação subjetiva dos sintomas

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77

Cinco estudos realizaram a avaliação subjetiva dos sintomas antes e após

tratamento, por meio de escala visual analógica. Dentre os sintomas avaliados

estavam a tontura, a intensidade e a frequência da vertigem e a náusea. Nenhum

dos estudos demonstrou diferenças estatisticamente significativas dos escores da

EVA ao se comparar os grupos de intervenção e o grupo controle (COHEN;

KIMBALL, 2005; MUNOZ et al., 2007; CHANG et al., 2008; SUNDARARAJAN et al.,

2011; SACCO et al., 2014).

5.6. VIÉSES

Todos os trabalhos apesentaram vieses, principalmente em relação à

seleção, aferição e diagnóstico. Na tabela 1 é possível analisar os vieses de cada

estudo.

Para avaliar estas informações, seguimos o seguinte roteiro para cada estudo:

1. Substrato fisiopatológico e faixa etária foram distribuídos igualmente entre os

grupos

2. A proporção entre mulheres e homens foi respeitada?

3. Número (n) considerável de participantes?

4. Critérios de inclusão: número de canais envolvidos (unilateral ou bilateral).

5. Critérios de exclusão: Casos recorrentes ou persistentes, já tratados

anteriormente, outras vestibulopatias, casos centrais, otosclerose, doença de

Ménière, VPPB atípica, multicanal, canal horizontal, bilateral. As contra

indicações das manobras: distúrbios circulatórios graves e problemas

cervicais ou incapacidade de tolerar as manobras ou angina.

6. Verificou se a VPPB era primária ou secundária?

7. Diagnóstico realizado com ou sem o uso de lentes de Frenzel?

8. A caracterização do nistagmo foi feita adequadamente bem como a

descrissão do substrato fisiopatológico?

9. Repetição do teste de Dix- Hallpike várias vezes para diagnóstico?

10. Descreve adequadamente a manobra ou tratamento realizado, incluindo o

tempo em cada posição em relação às manobras?

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78

11. A manobra de reposição escolhida para tratamento condiz com o substrato

fisiopatológico do paciente?

12. Esclareceu o número de manobra por sessão?

13. Avaliação e/ou intervenção feitas por mais de um examinador?

14. Descrissão adequada do cegamento (Terapeuta, individuo ou avaliador)?

15. Descrisão dos efeitos colaterais da manobra ou de conversão para o canal

horizontal ou anterior?

16. Medidas de variabilidade de desfechos foram coletados? DP, Erro Padrão ou

coeficiente de confiabilidade?

17. Perda amostral descrita?

18. Intenção de tratamento foi realizada: mesmo os que não terminaram o

tratamento ou desistiram foram acompanhados até o fim?

5.7 RESULTADOS DA TABELA PEDro

A escala de PEDro permitiu a análise metodológica dos estudos e revelou que

somente dois estudos apresentaram delineamento de boa qualidade, oito pontos

num total de dez, com elevada evidência científica (Tabela 4).

Somente um dos estudos contemplava o item Nove, que se refere à análise

de intenção de tratar (COHEN; KIMBALL, 2005).

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Tabela 4 - Análise metodológica dos estudos por meio da Escala PEDro.

I AA AO SG MP MT MA

MD em

85%

amostra

AIT CG TC Total

VON BREVERN et al.

Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Não Sim Sim 8

BRUINTJES et al. Sim Sim Sim Não Não Não Sim Sim Não Sim Sim 6

AMOR-DORADO et al.

Sim Sim Não Não Não Não Sim Sim Não Sim Sim 5

CHANG et al. Sim Sim Sim Sim Não Não Sim Sim Não Sim Sim 7

CHEN et al. Sim Sim Não Não Sim Não Sim Sim Não Sim Sim 6

COHEN; KIMBALL Sim Sim Não Não Não Não Sim Não Sim Sim Não 4

DENG et al. Sim Não Não Sim Não Não Não Sim Não Sim Sim 4

DISPENZA et al. Sim Sim Não Não Não Não Sim Sim Não Sim Sim 5

GANANÇA et al. Sim Sim Não Não Não Não Não Sim Não Sim Sim 4

KARANJAI; SAHA Não Sim Não Não Não Não Não Não Não Não Não 1

LEE et al. Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Não Sim Sim 8

MANDALÀ et al. Sim Sim Não Não Sim Não Sim Sim Não Sim Sim 6

MAZOOR; NIAZI Sim Sim Não Não Não Não Não Sim Não Sim Sim 4

MUNOZ et al. Sim Sim Sim Não Sim Não Sim Não Não Sim Sim 6

SACCO et al. Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Não Não Sim Sim 7

SUNDARARAJAN et al.

Sim Sim Sim Sim Não Não Sim Sim Não Sim Não 6

Legenda: I – Inclusão; AA – Alocação Aleatória; AO – Ocultação na Aleatorização; SG - Similaridade inicial entre os grupos; MP - Mascaramento dos participantes; MT - Mascaramento dos terapeutas; MA - Mascaramento dos avaliadores; MD - Medidas de desfecho; AIT - Análise de intenção de tratar; CG - Comparação entre os grupos; TC - Tendência central.

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80

6. DISCUSSÃO

Nesta revisão sistemática foi possível identificar o grande interesse de

compreender a VPPB em todos os aspectos da doença, principalmente relacionados

ao seu tratamento. Na base de dados PubMed, por exemplo, com os termos

“positional” OR “paroxysmal” OR “vertigo” identificou-se 1457 estudos. Ao

acrescentamos o termo “treatment” na busca, encontramos cerca de 675 estudos,

em que a manobra de reposicionamento canalicular de Epley como intervenção é a

manobra mais citada, seguida da manobra liberatória de Semont.

O tamanho da amostra apresentou grande variabilidade entre os estudos

encontrados, de 26 a 342 sujeitos.

A média da faixa etária variou de 41 a 64 anos, em que cinco estudos foram

conduzidos com amostra composta somente de pacientes idosos (VON BREVERN

et al., 2006; GANANÇA et al., 2010, MANDALÀ et al. 2012, BRUINTJES et al., 2014,

SACCO et al., 2014).

A VPPB é a segunda causa de tontura em idosos. A possível justificativa para

isto é que esta população apresenta redução no número de células receptoras de

algumas estruturas do sistema vestibular, além do fato que a etiologia mais provável

é a degeneração ou disfunção da mácula utricular. Nos idosos a resposta ao

tratamento é diferente da população adulta, com maior recorrência, menor resposta

terapêutica e maior queixa de desequilíbrio pós tratamento (HAIN, 2002; KESHNER,

2002; DORIGUETO et al., 2009; REGO ANDRÉ, MORIGUTI, MORENO, 2010;

RICCI et al., 2010; LANÇA et al., 2013;).

Onze estudos apresentavam amostra com predominância no sexo feminino

(COHEN; KIMBALL, 2005; VON BREVERN et al, 2006; MUNOZ et al., 2007;

CHANG et al., 2008; KARANJAI; SAHA, 2010; MAZOOR; NIAZI, 2011;

SUNDARARAJAN et al, 2011; CHEN et al., 2012; MANDALÀ et al., 2012;

BRUINTJES et al., 2014; LEE et al., 2014).

As justificativas pela alta prevalência no sexo feminino se devem a hipótese

de alterações hormonais que favorecem a VPPB; a diminuição do estrógeno que

pode levar a alterações na estrutura das otocônias ou à sua adesão na estrutura

gelatinosa da mácula; a maior procura de serviços médicos pelas mulheres; e a

Page 82: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

81

maior incidência de osteopenia com um aumento na reabsorção de cálcio e da sua

concentração na endolinfa, diminuindo a capacidade de dissolução das otocônias

livres (GUZMÁN et al., 2000; VIBERT et al., 2003; JEONG et al., 2009).

Onze estudos incluíram somente pacientes com VPPB unilateral e todos

idiopáticos (COHEN; KIMBALL, 2005; VON BREVERN et al, 2006; MUNOZ et al.,

2007; CHANG et al., 2008; KARANJAI; SAHA, 2010; AMOR-DORADO et al., 2012;

CHEN et al., 2012; MANDALÀ et al., 2012; DENG et al., 2014; LEE et al., 2014;

DISPENZA et al., 2012).

A etiopatogenia da VPPB ainda é idiopática na maioria dos casos. Sabe-se

que está associado ao envelhecimento, alterações hormonais, processos

inflamatórios (neurite), doença de Ménière, traumas, enxaqueca, ototoxicose e

associação de comorbidades (de STEFANO et al., 2014).

As otocônias, ao se desprenderem do utrículo, são absorvidas normalmente

pelas “dark cells” adjacentes à crista utricular, apesar desta informação ser

contestada por alguns autores (LIM,1984; ZUCCA, 1998; BUCKINGHAM, 1999). A

explicação sobre a ausência desta absorção nos pacientes com VPPB ainda não foi

totalmente esclarecida.

Somente um estudo incluiu pacientes com VPPB por cupulolitíase. Neste, a

cupulolitíase de canal posterior correspondeu a 2,6% das VPPB com alto índice de

recorrência independente do tipo manobra (manobra de Epley, manobra de Semont

ou manobra híbrida) (DISPENZA et al., 2012).

A manobra de Epley modificada, assim como a manobra de Semont,

apresentaram resultados superiores quando comparada a manobra de Sham

conforme demonstra a tabela 1. As manobras de Epley e Semont descritas

originalmente por estes autores não foram utilizadas em nenhum estudo, após

comprovação de resultados semelhantes na ausência do uso do vibrador, colar

cervical, restrições pós-manobra e da sedação (no caso do Epley) e na possbilidade

de utilização da manobra de Semont também para a ductolitiase (referencia de

estudo sobre a não necessidade de colar cervical e vibrador).

Em seu estudo, Epley (1992) informou que 80% dos 30 pacientes se tornaram

assintomáticos após uma sessão e 98% após 3 meses de tratamento. Enquanto

Semont et al. (1988) evidenciou uma melhora de 84% dos 711 pacientes submetidos

a apenas uma manobra liberatória e 93% quando submetidos a duas manobras.

Page 83: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

82

A manobra híbrida ou de Gans é uma outra alternativa de manobra para

pacientes com VPPB que apresentam contra indicações para manobra de

reposicionamento. Esta é uma combinação das manobra de Epley com a manobra

de Semont. A porcentagem de sucesso desta manobra foi semelhante a manobra de

Epley, sendo considerado um método efetivo de tratamento para pacientes com

VPPB e confortável em casos de limitações funcionais de quadril ou de pescoço

(ROBERTS; GANS; MONTAUDO, 2006). Dispenza et al. (2012) compararam a

eficácia da manobra de Gans com a manobra de Semont e a manobra de Epley,

com resultados semelhantes entre elas.

O momento de avaliação do efeito da manobra a médio prazo foi o mais

presente, com treze estudos, seguido a curto prazo, dez, e longo prazo, dois.

Os resultados a curto prazo obtidos com os pacientes tratados com a

manobras de Epley foram superiores ao compará-los com a manobra sham e aos

exercícios de Brandt-Daroff (VON BREVERN et al. 2006; MUNOZ et al. 2007;

AMOR-DORADO et al., 2012; LEE et al., 2014). Somente o estudo de Lee et al.

(2014) demonstrou que a manobras de Epley foi superior a manobra de Semont. Ao

comparar à manobra sham, a manobra de Semont demonstra resultados superiores

(CHEN et al., 2012; MANDALÀ et al., 2012;).

Mazoor; Niazi (2011) e Lee et al., (2014) compararam a manobras de Epley

com a manobra de Semont com resultados contraditórios. Segundo Lee et al.

(2014), ao comparar ambas as manobras com sham, observou que a manobras de

Epley foi superior a manobra de Semont e manobra sham, mas de acordo com

Mazoor e Niazi (2011) não há diferenças entre a efetividade de ambas as manobras.

Portanto, nesta presente revisão não há estudos suficientes que determinam que a

manobra de Epley seja superior a manobra de Semont em uma avaliação a curto

prazo.

Os resultados se mostraram contraditórios com relação às manobras de Epley

em comparação ao uso de medicamento sedativo labiríntico. Segundo Sacco et al.,

(2014) a farmacoterapia isolada (benzodiazepínicos, antihistamínicos, antieméticos

e fluído intravenoso) apresenta mesma eficácia que a manobra de Epley, porém

SUNDARARAJAN et al. (2011) demonstraram em seu estudo que a manobra de

Epley associada a farmacoterapia (cinarizina) apresenta resultados inferiores do que

a manobra isolada. Desta forma, não há estudos suficiente que comprovaram que a

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manobras de Epley seja superior a farmacoterapia com sedativos labirínticos. O

medicamento fitoterápico (20 ml do medicamento contém 750 g de medicação em

Salvia miltiorrhiza ervas a granel, e 250 g de carthami Flos) associado à manobra de

Epley também não mostrou diferenças, pois o uso de medicamento não aumentou a

efetividade da manobra (DENG et al,.2014).

A médio prazo, dos treze trabalhos que compararam manobra de Epley com

outros tipos de tratamento, somente dois, Cohen e Kimbal (2005) e Amor - Dourado

et al. (2012) observaram melhores resultados com a manobras de Epley. Em relação

à farmacoterapia, somente um estudo apresentou melhores resultados quando

associava a farmacoterapia com a manobras de Epley (DENG et al., 2014).

O estudo que comparou a manobrade Epley à manobra sham a longo prazo

demonstrou resultados superiores, porém ao compará-la aos exercícios de Brandt-

Daroff não houve diferenças significantes, com menor recorrência com os exercícios.

Pela escassez de estudo, não é possível concluir a permanência da efetividade da

manobra a longo prazo.

Os 16 artigos utilizados nesta revisão referem bons resultados das manobras

no tratamento da VPPB no que diz respeito aos sintomas (vertigem, nistagmo e

tontura) e na qualidade de vida, apenas em relação à manobra placebo. Sem

evidências sobre qual dos métodos é o melhor para o tratamento da VPPB,

diferentemente do que foi demonstrado em outras revisões sistemáticas e

metanálises (PRIM-ESPADA; de DIEGO-SASTRE; PÉREZ-FERNÁNDEZ, 2010;

HUNT; HILTON, 2012; HILTON; PINDER, 2014; REININK et al., 2014).

Em relação à efetividade das manobras no equilíbrio postural, o resultado foi

contraditório, visto que somente dois estudos foram elegíveis, em situações,

momentos e métodos de intervenção distintos. Assim, não foi possível compará-los.

No estudo de CHANG et al. (2008) não há diferenças significativas nos desfechos

avaliados (Testes de equilíbrio estático, Teste de caminhada em plataforma de força

e DGI), enquanto que COHEN; KIMBALL (2005) demonstra resposta superior da

manobra de reposicionamento canalicular de Epley na posturografia dinâmica.

O fato da queixa do desequilíbrio corporal ser um sintoma pouco relatado, são

escassos os estudos randomizados que comprovam a eficácia das manobras na

melhora do equilíbrio postural (COHEN; KIMBALL, 2005; CHANG et al., 2008).

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84

Além da vertigem e desequilíbrio provocados por uma mudança abrupta da

posição da cabeça, pacientes com VPPB apresentam também um aumento da

oscilação postural durante e entre as crises de vertigem (STAMBOLIEVA; ANGOV,

2006).

As alterações do equilíbrio postural no paciente com VPPB são frequentes,

antes e após avaliação das manobras (VAZ et al., 2013, LANÇA et al. 2013). O

tratamento com a manobra de Epley pode eliminar a instabilidade postural em curto

prazo, mas a longo prazo, principalmente em idosos, se mantém pelo efeito da

disfunção otolítica (VON BREVEN et al., 2006; KASSE et al., 2010; LANÇA et al.,

2013).

De acordo com Norré (1993) quando a posturografia estática apresenta-se

normal no paciente com VPPB, é possível supor a existência de uma compensação

por mecanismo de substituição e quando esses valores se mostram alterados, existe

uma perturbação ou privação visual e proprioceptiva.

De acordo com Blatt et al. (2000) , a melhoria na estabilidade postural após a

manobra de reposição canalicular de Eple pode estar relacionada com o movimento

de sucesso dos detritos, o que eliminaria o sinal anormal do canal .

Giacomini et al. (2002) avaliaram a VOS de adultos com VPPB submetidos a

manobra de reposição canalicular na posturografia estática, comparando-os com um

grupo controle. Após a manobra, a oscilação sagital do corpo foi parcialmente

aliviada, além de redução da oscilação corporal no plano frontal. Conforme

Giacomini et al. (2002) a anormalidade postural no plano frontal pode estar ligada à

função canal semicircular posterior e a oscilação do corpo no plano sagital pode

estar associada à uma disfunção crônica.

Sangi-Haghpeykar (2010) avaliou 118 pacientes submetidos à manobra de

reposicionamento canalítica de Epley, com resultados satisfatórios e melhora

significativa das condições avaliadas no PDC após manobra.

Kasse et al. (2011) demonstraram em seu estudo que o tratamento com a

manobras de reposicionamento canalicular de Epley promoveu melhora na

estabilidade corporal e redução da oscilação corporal na maioria das condições

sensoriais, analisadas por meio da posturografia estática, de pacientes idosos com

VPPB uma semana após a manobra. Lança et al. (2013) ao reavaliar os pacientes

tratados uma ano após a intervenção, observaram que a maioria apresentou declínio

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do controle postural similar ao observado antes do tratamento, sugerindo que a

manobra não possui efeito a longo prazo sobre o equilíbrio corporal em idosos.

Em uma pesquisa recente realizada por Silva et al. (2016), na qual avaliaram

os efeitos a curto prazo da manobra de reposicionamento canalicular sobre o

equilíbrio postural em idosos com VPPB, observou-se uma diferença significante em

algumas condições do Teste Clínico de Integração Sensorial modificado, no teste de

limite de estabilidade e DGI, com p < 0,05.

Dos estudos incluídos em nossa pesquisa somente três avaliaram a eficácia

da intervenção, por meio da manobra de Epley, na qualidade de vida e também

apresentaram resultados contraditórios ao compará-la com a farmacoterapia. No

entanto, quando comparada à manobra sham, os resultados foram superiores,

principalmente no 1º e 3º mês. Assim como quando associada à medicação

intravenosa, com resultados superiores a manobra isolada (BRUINTJES et al., 2014;

DENG et al., 2014; SACCO et al., 2014).

Pacientes com tontura se sentem inseguros em realizar atividades de vida

diária que envolvam movimentos de cabeça, passando a restringí-los devido ao

medo de cair e/ou desencadear os sinais e sintomas (NISHINO; GRANATO;

CAMPOS, 2008; SANTANA et al., 2009).

Ao avaliar de forma subjetiva os sintomas (intensidade ou frequência da

vertigem e tontura) por meio de escala analógica, nenhum dos estudos evidenciou

resultados estatisticamente significativos (COHEN; KIMBALL, 2005; MUNOZ et al.,

2007; CHANG et al., 2008; SUNDARARAJAN et al., 2011; SACCO et al., 2014;

DISPENZA et al., 2012).

As manobras de reposição permitem a resolução dos sintomas da VPPB, a

partir desta melhora os pacientes passam a realizar suas atividades do dia – a – dia

sem limitações. O caráter benigno da VPPB, a aplicação do tratamento adequado e

a possível remissão espontânea desta disfunção vestibular, podem justificar a

redução ou remissão da tontura e das incapacidades causadas pela VPPB.

(BHATTACHARYYA et al., 2008)

As taxas de falhas nos tratamentos foram baixas, verificou-se resolução dos

sintomas de 87,5% para manobra de reposicionamento canalicular de Epley, 75%

para manobra liberatória de Semont e 56,25% para exercícios de Brandt-Daroff,

como demonstrado no estudo de Karanjai e Saha (2010). As principais causas das

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potenciais falhas são a idade acima de 50 anos, VPPB secundária, trama craniano,

osteoporose, VPPB de canal anterior. Estes fatores não tem impacto direto na

recorrencia da doença (BABAC et al., 2014).

Apesar da grande eficácia das manobras, a doença pode recorrer ou persistir.

Estima-se que a persistência ou recorrência ocorram em 20 a 30% dos casos

(GACEK, 1978; VELDE, 1999). A variabilidade de recorrências entre os estudos

pode ser explicada pela diferença no tempo de avaliação e modo de

acompanhamento dos pacientes (GANANÇA et al., 2010; KARANJAI; SAHA,2010;

AMOR-DOURADO et al., 2012; DISPENZA et al., 2012). Quanto maior o tempo de

acompanhamento dos pacientes, maior será a proporção dos casos de recorrência

(DORIGUETO et al., 2009).

As taxas de recorrências da manobra de Epley foram menores a curto prazo.

Do mesmo modo, apesar do efeito a longo prazo ser maior com a manobras de

reposicionamento canalítica, deve-se observar que o objetivo das manobras

terapeuticas não é o tratamento da etiologia da doença (uma disfunção ou

degeneração da mácula utricular originando o desprendimento dos otólitos) e sim, a

eliminação destes debris da luz do ducto ou aderidos à cupula. (SCHUKNECT,

1969; SEMONT, 1988; EPLEY, 1992; HERDMAN, 2002).

A diminuição da recorrência e o prolongamento do efeito terapêutico na VPPB

ocorrerão somente se houver o tratamento da causa da disfunção utricular, do

despreendimento dos otólitos e da falta de sua reabsorção no vestibulo. Por este

motivo, alguns pacientes persistem com desequilíbrio corporal e tontura leve (VON

BREVEN et al., 2006; INUKAI; KOIZUKA;TAKAHASHI, 2007; LANÇA et al., 2013).

Esta disfunção é descrita principalmente nos casos de VPPB refratários e

recorrentes às manobras terapêuticas (ANGELI et al., 2014, BABAC et al., 2014,

KIM et al., 2015).

As manobras de intervenção não tratam a disfunção utricular na VPPB,

sendo assim, testes mais específicos como, potencial evocado miogênico vestibular

(Vestibular Evoked Myogenic Potencials- VEMP) e o teste Vertical Visual Subjetiva

(VVS) são interessantes para uma melhor correlação entre a recorrência e a

presença da lesão (KIM et al., 2015)..

A alteração permanente do VEMP e na VVS nos pacientes com VPPB mesmo

após a manobra de reposicionamento canalicular de Epley sugere possível lesão

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utricular e/ou neural permanente, aumentando a chance de recorrência da doença, e

por isso o paciente deve ser submetido a exercícios de reabilitação do equilíbrio

corporal, além da manobra de reposicionamento (KIM et al., 2015).

Os ensaios clínicos são importantes para determinar condutas terapêuticas e

consequentemente, difíceis de serem executados, uma vez que dependem de

recursos financeiros caros e do ser humano. Por este motivo, um rigor metodológico

aumenta a qualidade do estudo.

Para Fletcher e Fletcher (2006), o viés pode ser definido como qualquer

tendenciosidade na coleta, análise dos dados, interpretação, publicação ou revisão

dos dados, que induz a conclusões que sistematicamente tendem a se distanciar da

verdade. Na presente revisão foram identificados vieses de seleção, de diagnóstico

e de aferição.

De acordo com a Ferramenta da Colaboração Cochrane para avaliação do

risco de viés de ensaios clínicos randomizados (2005-2007), um estudo não cego ou

cegamento incompleto, em que o desfecho é susceptível de ser influenciado pela

falta de cegamento apresenta alta risco de viés.

Todos os estudos foram randomizados, mas apenas seis utilizaram o método

de randomização duplo cego e destes, dois realizaram ocultação da randomização

por envelopes e quatro realizaram a ocultação por meio de código gerado pelo

computador.

Dos 16 estudos, seis realizaram o mascaramento do avaliador e do paciente e

nenhum realizou mascaramento do terapeuta. O mascaramento diminui o viés de

aferição, porém a avaliação e intervenção realizada pelo mesmo pesquisador não

controla adequadamente este viés.

Apenas um dos estudos reportou perda amostral com análise dos resultados

com e sem as perdas. A falta de seguimento dos pacientes excluídos em alguma

etapa do tratamento pode influenciar diretamente na avaliação da efetividade da

terapia proposta, pois podem ter desistido porque o tratamento piorou os sintomas

ou até mesmo por terem melhorado e por isso não sentirem necessidade de se

manterem no estudo.

Perdas de seguimento acontecem ainda mais em situações em que o

tratamento pode desencadear sintomas desagradáveis. Uma das explicações é o

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88

fato de que os pacientes se sentem inseguros para a manobra, por apresentarem

maiores desconfortos no momento da aplicação da técnica em relação à vertigem.

Os dados coletados de todos os participantes devem ser incluídos, mesmo se

eles não completaram o estudo. Sendo assim, as perdas de seguimento não são

descartadas, mas são consideradas como falha de tratamento. Isso possibilita uma

melhor aproximação da aplicação de uma intervenção no contexto da prática clínica

real. Esta análise, denominada de análise de intenção de tratamento, deve ser

aplicada para preservar a distribuição aleatória permitindo que todos os pacientes

que completam o estudo sejam analisados nos grupos em que foram inicialmente

alocados, independentemente do tipo de tratamento que receberão (NOBRE;

BERNARDO; JATENE, 2004). Somente um dos estudos selecionados

apresentavam esta análise (COHEN; KINBALL, 2005).

Dois estudos analisaram amostras exclusivamente da faixa etária de idosos

(GANANÇA et al., 2010; MANDALÀ et al., 2012). Evidências mostram que a

resposta ao tratamento da VPPB com a manobra de Epley na população idosa é

positiva a curto prazo, porém, a longo prazo observa-se uma recorrência maior dos

sintomas e na manutenção do desequilíbrio corporal (DORIGUETO et al., 2009;

LANÇA et al., 2013; VAZ et al., 2013). Sendo assim, a análise dos resultados da

eficácia das manobras terapêuticas na VPPB deve ser realizada de acordo com a

faixa etária.

De acordo com Von Brevern et al. (2007), a VPPB apresenta uma prevalência

de 3,2% em mulheres e 1,6% em homens, razão pela qual o sexo feminino

apresenta a maior prevalência em quase todos os trabalhos, exceto na pesquisa de

Deng et al (2014) e Dispenza et al. (2012) que apresentou amostra com prevalência

no sexo masculino.

A homogeneidade da amostra é melhor para o controle de viés de seleção,

porém a alta predominância da doença na população feminina não interferiu na

resposta ao tratamento. Somente um estudo não caracterizou o sexo da amostra

(GANANÇA et al., 2010).

A falta da descrição adequada da etiologia da VPPB (primária ou secundária)

ou a inclusão dos casos de VPPB recorrente ou persistente são fatores importantes

que podem determinar falhas das manobras (viés de seleção). Segundo Gross et al.

(2000), a associação da VPPB com a doença de Ménière pode tornar a VPPB

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intratável ou persistente. Casos de hidropisia endolinfática ou atelectasia vestibular

podem estar envolvidos às falhas das manobras e a persistência da VPPB

(MERCHANT et al., 1988; GUZMÁN et al., 2000).

Para o diagnóstico da doença, o quadro clinico associado à característica do

nistagmo são determinantes para melhor escolha terapêutica. O teste diagnostico de

Dix-Hallpike é considerado o padrão-ouro na VPPB e foi utilizado em todos os

estudos. A partir deste teste é possível identificar o canal afetado e seu substrato

fisiopatológico, fator relevante para a conduta terapêutica adequada. Porém, a

repetição do teste de Dix-Hallpike poderá dissolver os cristais e passar ao

examinador a sensação do “falso negativo”.

De acordo com Carvalho (2015) a fatigabilidade do nistagmo é característica

marcante da VPPB de canal posterior. Repetir o teste de Dix-Hallpike faz com que o

nistagmo e a vertigem diminuam e desapareçam temporariamente. Para Bhattarai

(2010) e Bhattacharyya et al. (2006) a repetição do teste não é recomendada por

não acrescentar ponto relevante ao diagnóstico e por ser desconfortável ao

precipitar novamente os sintomas vertiginosos.

Exames complementares são importantes para determinar a etiologia, mas

não são essenciais para o diagnóstico definitivo da doença que é somente pós-

mortem (necropsia). Desta forma, a observação do nistagmo norteia o tipo de

manobra quando a escolha do tratamento é a manobra. A caracterização do

nistagmo deve ser feita por profissionais experientes, preferencialmente com auxilio

dos óculos de Frenzel.

Seis estudos não descreveram as características do nistagmo (duração e

latência) (COHEN; KIMBALL, 2005; MUNHOZ et al., 2007, GANANÇA et al., 2010;

KARANJAI; SHA, 2010; MAZOOR; NIAZI, 2011; BRUINTJES et al., 2014;). Não

identificar o substrato fisiopatológico, torna a análise da eficácia da manobra não

fidedigna.

Poucos estudos utilizam os óculos de Frenzel como um recurso auxiliar para

a identificação do tipo de nistagmo durante as manobras diagnósticas (COHEN;

KINBALL, 2005; AMOR-DOURADO et al., 2012; MANDALÀ et al., 2012; SACCO et

al., 2014; DISPENZA et al., 2012).

Para Alvarenga, Barbosa e Porto (2011), analisar o nistagmo de

posicionamento à simples observação visual é difícil por ser um sinal

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90

frequentemente discreto e de curta duração. Ao utilizar os óculos de Frenzel

possibilita a identificação apropriada das características do nistagmo excluindo o

efeito inibidor da fixação ocular. A não utilização deste recurso pode ocasionar um

diagnóstico impreciso e pacientes são excluídos dos estudos por serem de difícil

identificação visual pelo examinador. Assim como no momento de reavaliar o efeito

da intervenção, a não utilização do óculos de Frenzel pode sugerir a ausência do

nistagmo e sucesso da tratamento equivocadamente. A exclusão destes pacientes

no momento do diagnóstico leva a um outro erro metodológico na composição da

amostra.

Distúrbios circulatórios graves, bem como problemas cervicais, incapacidade

de tolerar as manobras e angina são consideradas contra indicações para as

manobras de intervenção. Ao selecionar a amostra do estudo, tais critérios devem

ser levados em consideração. Nove estudos não excluíram estes pacientes (VON

BREVERN et al., 2006; KARANJAI; SAHA, 2010; MAZOOR; NIAZI, 2011;

SUNDARARAJAN et al., 2011; CHEN et al., 2012; MANDALÀ et al., 2012;

BRUINTJES et al., 2014; DENG et al., 2014; LEE et al., 2014).

Na avaliação da qualidade metodológica por meio da escala PEDro a

pontuação dos estudos variou de 1 a 8, sendo que o escore máximo desta escala é

de 10 pontos. Quanto maior a pontuação, melhor a qualidade do estudo. Somente 2

estudos apresentaram delineamento de boa qualidade, com 8 pontos (VON

BREVERN et al., 2006; LEE et al., 2014) e estes concluíram que os resultados

obtidos pela manobra de Epley eram superiores aos demonstrados pelos outros

métodos de intervenção, em relação aos desfechos analisados. Contudo, todos os

estudos apresentaram alguns vieses, observado na última coluna da Tabela 1 dos

resultados.

Duas metanálises publicadas na Cochrane descrevem sobre a maior

efetividade do tratamento da VPPB por meio da manobra de reposicionamento

canalicular de Epley, porém os desfechos avaliados são exclusivamente clínicos,

sem análise em relação ao substrato fisiopatológico, à recorrência, à influência da

tontura na qualidade de vida, ao controle postural e ao tempo, com descrição

superficial dos viéses e sem a publicação do gráfico dispersão em funil. (HUNT;

ZIMMERMANN; HILTON, 2012; HILTON; PINDER, 2014).

Os resultados apresentados neste estudo concordam, com as metanálises de

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91

Hunt; Zimmermann e Hilton (2012) e Hilton e Pinder (2014), que a manobra de Epley

modificada apresenta resultado superiore a curto prazo ao compará-las à manobra

placebo. Nossos resultados apontam também que a manobra de Semont também se

mostrou superior à manobra placebo, mas sem evidências consistentes de que

ambas as manobras sejam melhores aos outros métodos de intervenção analisados

(como os exercicios de habituação, manobra de Gans, farmacoterapia).

A recomendação do PRISMA para análise do viés em estudo clínico é mais

rigorosa. Os diferentes tipos de viéses dificultam a interpretação dos resultados das

revisões sistemáticas. Uma avaliação minuciosa do risco de viés requer, por

exemplo, uma análise do “nível do estudo”, como ao analisar se houve adequação

de sigilo na alocação, ou análise do “nível dos desfechos”que envolve os métodos

utilizados para avaliar a confiabilidade e validade dos dados para cada resultado

importante. Os viéses devem ser considerados e expostos de maneira clara ao se

conduzir uma revisão sistemática.

Portanto, esta revisão sistemática constatou a falta de estudos, com boa

qualidade metodológica, sobre qual o melhor método de tratamento para VPPB de

canal posterior. As manobras de Epley ou de Semont modificadas são as terapias

mais utilizadas com resultados superiores à manobra placebo, porém sem efeito a

médio e a longo prazo e para a recorrência da doença. As manobras não

apresentaram efetividade comprovada em relação a outras terapias como manobra

de híbrida, exercícios de Brandt-Daroff, outros exercícios de habituação,

farmacoterapia e reabilitação do equilíbrio corporal em adultos e idosos. O estudo

sobre o equilibrio corporal em paciente tratados com manobras são escassos e não

é possivel concluir os seus efeitos sobre o controle postural

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7. CONCLUSÃO

A manobra de Epley modificada é o tratamento mais utilizado em VPPB de

canal posterior em adultos e idosos.

A canalolitíase foi o substrato fisiopatológico mais prevalente e a recorrência

maior na cupulolitíase.

As manobras de Epley e de Semont modificadas apresentam efeitos

superiores à manobra placebo, no entanto não há evidências suficientes para

determinar sua superioridade em relação aos outros métodos de terapia.

Nos estudos comparativos entre as manobras de Epley e de Semont

modificadas não há consenso sobre qual delas apresentam resultados melhores a

curto prazo. A médio e longo prazo nenhuma das manobras se mostraram mais

eficazes. As manobras não objetivam o tratamento da etiologia da disfunção ou da

lesão utricular da VPPB.

As evidencias sobre o efeito das manobras terapêuticas no controle postural

ainda não são satisfatórias.

Page 94: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO MESTRADO EM

93

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WHITNEY, S.L.; WRISLEY, D.M.; BROWN, K.E.; FURMAN, J.M. Is Perception of Handicap Related to Functional Performance in Persons with Vestibular Dysfunction?. Otology & Neurotology, v.25, p.139-143, 2004. WINTER, D. A. Biomechanics and motor control of human movement. New York: Macmillan Publishing Company, 1990. WOODWORTH, B.A.; GILLESPIE, B.; LAMBERT, P.R. The canalith repositioning procedure for benign positional vertigo: a meta-analysis. Laryngoscope, v. 114, p. 1143-1146, 2004. WRISLEY, D. M.; WALKER, J.; ECHTERNACH, STRASNICK B. Confiabilidade do Dynamic Gait Index em pessoas com distúrbios vestibulares. Arch Phys Med Rehabil. V. 84, p. 1528-1533, 2003. ZUCCA, G.; VALLI, S.; VALLI, P.; PERIN, P.; MIRA, E. Why do benign paroxysmal positional vertigo episodes recover spontaneously? J Vest Res, v.8, p. 325-329, 1998.

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ANEXO A

ESCALA PEDro

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ANEXO B

CHECKLIST DE PRISMA - 2015

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MESTRADO PROFISSIONAL EM REABILITAÇÃO DO EQUILÍBRIO

CORPORAL E INCLUSÃO SOCIAL

ADIRLÉIA MACHADO ALVES

PRODUÇÃO CIENTÍFICA

SÃO PAULO

2016

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APRESENTAÇÃO DE TRABLHO EM CONGRESSO

ALVES, A.M.; de CARVALHO, W.A.; FORESTI, B.B.; TOMAZINI, G.G.G.; de

CARVALHO, P.K.; BARBOSA, D. Efetividade da realidade virtual na reabilitação dos

distúrbios do equilíbrio corporal em pacientes de diversas faixas etárias – revisão de

literatura, Pouso Alegre – MG. 11º Congresso de Iniciação Científica da

Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVAS), 2014.

ALVES, A.M.; MARTINS, C.A.; KASSE, C.A.; DONÁ, F. Eficácia da manobra de

Epley na vertigem posicional paroxística benigna bilateral pós neurite viral – relato

de caso, Pouso Alegre – MG. 11º Congresso de Iniciação Científica da Universidade

do Vale do Sapucaí (UNIVAS) – MG, 2014

ALVES. A.M; FERREIRA, L.L.; KASSE, C.A.; DONÁ, F.; DORIGUETO, R.S.

recorrência da vertigem posicional paroxística benigna em idosos: manobra de Epley

modificada ou Semont?, Pouso Alegre – MG. 11º Congresso de Iniciação Científica

da Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVAS) – MG, 2014.

ALVES, A.M.; FERREIRA, L.L.; DONA, F.; KASSE, C.A. Avaliação funcional do

equilíbrio postural e do risco de queda em pacientes idosos – revisão de literatura,

Ribeirão Preto – SP. 15º CONIC - Congresso de Iniciação Científica e Pesquisa da

UNAERP, 2014.

PUBLICAÇÃO DE RESUMOS EM ANAIS DE CONGRESSO

ALVES, A.M.; de CARVALHO, W.A.; FORESTI, B.B.; TOMAZINI, G.G.G.; de

CARVALHO, P.K.; BARBOSA, D. Efetividade da realidade virtual na reabilitação dos

distúrbios do equilíbrio corporal em pacientes de diversas faixas etárias - revisão de

literatura. In: 11º Congresso de Iniciação científica da UNIVAS, 2014, Pouso Alegre.

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Anais do 11º Congresso de Iniciação Científica da Univás. Pouso Alegre:

Universidade do Vale do Sapucaí, 2014. v. 3. p. 203-203.

ALVES, A.M.; MARTINS, C.A.; KASSE, C.A.; DONÁ, F. Eficácia da manobra de

Epley na vertigem posicional paroxística benigna bilateral pós neurite viral: relato de

caso. In: 11º Congresso de Iniciação científica da UNIVAS, 2014, Pouso Alegre.

Anais do 11º Congresso de Iniciação Científica - Univás. Pouso Alegre: Universidade

do Vale do Sapucaí, 2014. v. 3, p. 202.

ALVES. A.M; FERREIRA, L.L.; KASSE, C.A.; DONÁ, F.; DORIGUETO, R.S.

Recorrência da vertigem posicional paroxística benigna em idosos: manobra de

Epley modificada ou Semont?. In: 11º Congresso de Iniciação científica da UNIVAS,

2014, Pouso Alegre. Anais do 11º Congresso de Iniciação Científica - Univás. Pouso

Alegre: Universidade do Vale do Sapucaí, 2014. v. 3. p. 206-206.

ALVES, A.M.; FERREIRA, L.L.; DONA, F.; KASSE, C.A. Avaliação funcional do

equilíbrio postural e do risco de queda em pacientes idosos – revisão sistemática. In:

15º CONIC - Congresso de Iniciação Científica e Pesquisa da Unaerp, 2014,

Ribeirão Preto/SP. Anais do 15º CONIC - Congresso de Iniciação Científica e

Pesquisa da Unaerp, 2014, v.15, p. 142-143

PUBLICAÇÃO DE ARTIGO CIENTÍFICO

DONÁ, F.; ARAÚJO, J.P.F.; MAIA, D.A.R.; ALVES, A.M.; KASSE, C.A. Jogos

eletrônicos na reabilitação do equilíbrio corporal em idoso com doença vestibular:

caso clínico. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, v. 12, p. 693-702, 2014.

ALVES, A.M.; KASSE, C.A.; DONÁ, F. Manobra de Epley na vertigem posicional

paroxística benigna (VPPB) bilateral pós neurite viral: relato de caso. Revista da

Universidade Vale do Rio Verde, v. 12, n. 2, 2014.

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ALVES, A.M.; TATEYAMA, T.; JAKAITIS, F.; SILVA, R.C.; KASSE, C.A.;

DORIGUETO, R.S. Potenciais evocados miogênicos vestibulares: métodos de

registro e aplicações clínicas. Revista Equilíbrio Corporal e Saúde, v. 6, p. 67, 2014.

PUBLICAÇÃO DE CAPÍTULO DE LIVRO

ALVES, A.M.; TATEYAMA, T.; DORIGUETO, R.S.; KASSE, C.A. Vertigem

Posicional Paroxística Benigna: Relato De Caso, Cap. 18, In: Equilíbrio Humano e

Seus Distúrbios. Do estilo de vida à reabilitação. ISBN: 978-85-87686-89-3 (versão

online); e 978-85-87686-88-6 (versão impressa).

PALESTRA MINISTRADA

Cinesiologia – Métodos de Avaliação do Equilíbrio Postural, realizado no 1º

Congresso Sul Mineiro de Fisioterapia: Novos desafios da Fisioterapia Moderna, do

Grupo Educacional UNIS – Varginha/MG, 2014, com duração de 2 horas.