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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO LIDIANE LIMA DE ALMEIDA MORTALIDADE POR ACIDENTES DE TRANSITO NA CIDADE DE BOA VISTA - RR MACEIÓ - AL 2013

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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO

LIDIANE LIMA DE ALMEIDA

MORTALIDADE POR ACIDENTES DE TRANSITO NA CIDADE DE

BOA VISTA - RR

MACEIÓ - AL

2013

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LIDIANE LIMA DE ALMEIDA

MORTALIDADE POR ACIDENTES DE TRANSITO NA CIDADE DE BOA VISTA - RR

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito. Orientador: Prof. Dr. Jorge Luís de Souza Riscado

MACEIÓ - AL

2013

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LIDIANE LIMA DE ALMEIDA

MORTALIDADE POR ACIDENTES DE TRANSITO NA CIDADE DE BOA VISTA -

RR

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.

APROVADO EM ____/____/____

________________________________________________________

PROF.DR. JORGE LUÍS DE SOUZA RISCADO

ORIENTADOR:

________________________________________________________

PROF. DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________

PROF. ESP. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA

BANCA EXAMINADORA

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia ao meu Deus que é fiel em tudo na minha vida; aos meus

pais e irmãs, Mirlane e Viviane, que sempre estiveram ao meu lado, me concedendo

ânimo para continuar e conquistar algo muito importante que é o conhecimento. E

também, dedico a uma pessoa muito especial em minha vida, que é o meu marido

Vitor, cujo amor, compreensão, paciência e persistência me impulsionam a continuar

lutando para crescer.

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AGRADECIMENTOS

Este momento ímpar de minha trajetória só foi possível graças ao somatório

de todas as pessoas que compartilharam momentos de minha vida, e de cada

minuto de caminhada. Ao longo da vida aprendi que são essas relações que

estabeleci que me fizeram ser quem sou: um ser em processo de transformação.

Agradeço ao meu esposo e a minha família pelas horas roubadas de seu

convívio em prol da dedicação ao curso de Especialização em Psicologia do

Trânsito.

E, agradeço a Deus por me cobrir de bênçãos, aproveitando também para

pedir-lhe que permita que eu me torne uma pessoa melhor a cada dia, ajudando no

desenvolvimento de minha profissão e, sobretudo, auxiliando as pessoas sempre

que possível.

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“O insucesso é apenas uma oportunidade para

recomeçar de novo com mais inteligência.”

( Henry Ford )

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RESUMO

O mapeamento das mortes por acidentes de trânsito dentro do Brasil mostrou que capitais de menor porte populacional são as que possuem as maiores taxas segundo a população. Boa Vista (Roraima) vem em primeiro lugar, seguida por Palmas e Campo Grande/MS. Objetivamos mostrar um perfil damortalidade por acidentes de trânsito na cidade de Boa Vista, em Roraima.A metodologia se configurou dentro de um estudo na série histórica – 2000/2011, transversal de abordagem quantitativa. A partir da consulta ao SIM do DATASUS, ao grupo CID-10 de óbitos por causas externas, de acidentes de trânsito, ancorando as variáveis sexo, raça/cor, faixa etária, causa de morte, ano de ocorrência e local de ocorrência. Os resultados apontaram que os homens morrem mais que em relação às mulheres, a população negra – pardos e pretos – é a mais acometida, a predominância se dá na faixa etária (20 – 39 anos) mais produtiva economicamente e estratégica para um País, que os motociclistas é o segmento mais verificado. Conclui-se que a morbibortalidade por acidentes de trânsito é um caso de saúde pública em Boa Vista, RR.

Palavras-chave: Acidentes de trânsito; Mortalidade; Óbitos.

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ABSTRACT

The mapping of deaths from traffic accidents in the capital of Brazil showed that smaller populations are those with the highest rates according to population. Boa Vista (Roraima) comes first, followed by Palmas Campo Grande / MS. We aim to show a profile of mortality from traffic accidents in the city of Boa Vista, Roraima. The methodology is configured within a study in historical series - 2000/2011, cross-sectional quantitative approach. From the consultation to the SIM DATASUS group ICD-10 external cause deaths, traffic accidents, anchoring gender, race / color, age, cause of death, year of occurrence and place of occurrence. The results showed that men who die more than women, the black population - brown and black - is the most affected, the prevalence occurs in the age group (20-39 years) more productive and economically strategic for a country that motorcyclists is the segment most checked. We conclude that the morbibortality by traffic accidents is a case of public health in Boa Vista, Roraima. Keywords: Traffic accidents; Mortality; deaths.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 – Distribuição de óbitos por acidentes de trânsito segundo sexo no

período 2000 a 2011. ............................................................................. 31

Gráfico 2 – Distribuição de óbitos por acidentes de trânsito segundo raça/cor no

período 2000 a 2011. ............................................................................. 32

Gráfico 3 – Distribuição de óbitos por acidentes de trânsito segundo faixa etária

no período 2000 a 2011. ........................................................................ 33

Gráfico 4 – Distribuição de óbitos por acidentes de trânsito segundo Grupo CID-10

no período 2000 a 2011. ........................................................................ 34

Gráfico 5 – Distribuição de óbitos por acidentes de trânsito segundo Local de

Ocorrência no período 2000 a 2011. ...................................................... 35

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 14

2. 1 Mortalidade e Acidentes no Trânsito em Roraima e no Brasil ..................... 14

3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 29

3.1 Tipo de Pesquisa ............................................................................................... 29

3.2 Universo ............................................................................................................. 29

3.3 Amostra .............................................................................................................. 29

3.4 Instrumentos da coleta ..................................................................................... 29

3.5 Procedimentos de Coleta de Dados ................................................................ 30

3.6 Procedimentos de Análise dos dados ............................................................. 30

3.7 Ética .................................................................................................................... 30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 31

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 36

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 37

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1 INTRODUÇÃO

O mapeamento das mortes por acidentes de trânsito dentro do Brasil mostrou

que capitais de menor porte populacional são as que possuem as maiores taxas

segundo a população. Boa Vista (Roraima) vem em primeiro lugar (34,2), seguida

por Palmas (31,4) e Campo Grande/MS (29,6). Capitais de estados mais

desenvolvidos apresentam taxas mais reduzidas, como São Paulo (14,6), Porto

Alegre (13,3) e Rio de Janeiro (14,4). No entanto, capitais do Nordeste lideram com

as menores taxas, como é o caso de Natal (8,5) e Salvador (10,6).

O número de mortes no trânsito aumentou 12,33% nos últimos dois anos,

segundo dados doInstituto Médico Legal de Roraima (IML/RR). Somente nos dois

primeiros meses deste ano, há registro de 27 casos – 16,47% de todos os óbitos de

2012 – conforme estatísticas mais atuais do IML. Em média, uma pessoa morreu no

trânsito a cada dois dias neste período.

Acidentes de trânsito (AT) são a segunda principal causa da morte de jovens

até 29 anos e a terceira causa entre pessoas de 30 a 44 anos de idade. Este quadro

ainda deve se agravar nos países de baixa renda até 2020 (ONU/BRASIL, 2008).

O reconhecimento do trauma como uma epidemia não resolvida da sociedade

moderna deve ser aceito pelo público, governo e profissão médica. O trauma é caro

e envolve toda a sociedade e não somente a pessoa afetada. Não obstante, a

sociedade continua a resistir às leis e normas para prevenção dos acidentes

(MATTOX, 2005).

Segundo o “Relatório Mundial sobre Prevenção de Acidentes no Trânsito”, da

Organização Mundial da Saúde (OMS), realizado em 2005, os acidentes nas

estradas mataram um milhão e duzentas mil pessoas em todo o mundo, no período

de um ano, deixando 50 milhões feridas, cujos cuidados médicos custaram US$ 65

bilhões (ONU/BRASIL, 2008).

No Brasil, conforme dados do DENATRAN, a cada ano 33 mil pessoas

morrem e aproximadamente 400 mil pessoas ficam feridas ou inválidas devido aos

acidentes de trânsito. Na grande maioria dos casos o trauma atinge indivíduos

jovens no seu momento mais importante como força de trabalho. Sua incapacidade

ou morte traz para a sociedade um custo social altíssimo (FRANÇA, 2013).

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Quanto às estatísticas de morbidade a subnotificação é bastante relevante.

Embora a OMS recomende que se incluam nas estatísticas as mortes em

decorrência de AT ocorridas após trinta dias do acidente, alguns países só

consideram os óbitos até o sétimo dia. A Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT) recomenda que a morte seja registrada até três dias após o acidente. Sendo

assim, no Brasil, muitas das vítimas vão a óbito sem que este seja registrado como

consequência de AT (MARRIN, 2000). A região de Boa Vista está localizada no

oeste do estado de Roraima, divisa com o estado da Bahia, região nordeste do

Brasil. Localizado no extremo norte do país, o estado de Roraima tem população

total, conforme contagem populacional realizada em 2010 pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), de 450.479 habitantes. Possui uma extensão

territorial de 224.301,040 quilômetros quadrados, divididos em 15 municípios.

Boa Vista, capital de Roraima, é a cidade mais populosa do Estado, com

284.313 habitantes em uma extensão territorial de 5.687 quilômetros quadrados,

concentrando mais da metade da população As cidades que possuem mais de 10

mil habitantes são: Rorainópolis (24.279), Caracaraí (18.398), Alto Alegre (16.448),

Mucajaí (14.792), Cantá (13.902), Bonfim (10.943) e Pacaraima (10.433).

O atendimento pré-hospitalar no caso de acidente de trânsito é realizado

conforme a gravidade, disponibilidade e acessibilidade ao local da ocorrência, sendo

efetuado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, SAMU, Corpo de

Bombeiros e Policia Rodoviária Federal ou Estadual.

No estudo foram considerados todos os óbitos relacionados com acidentes de

trânsito, ocorridos no período de janeiro 2000 a dezembro de 2011.

O objeto de pesquisa nesse trabalho se destaca pelo estudo da prevalência

de mortalidade por acidentes de trânsito, na cidade de Boa Vista/RR.

Entende-se por prevalência a casuística de morbidade que se destaca por

seus valores maiores do que zero sobre os eventos de saúde ou não-doença. Trata-

se de um termo descritivo da força com que subsistem as doenças nas

coletividades.

Quanto à mortalidade,: é a variável característica das comunidades de seres

vivos. Refere-se ao conjunto dos indivíduos que morreram num dado intervalo do

tempo. Representa o risco ou probabilidade que qualquer pessoa na população

apresenta de poder vir a morrer ou de morrer em decorrência de uma determinada

doença. Diversas vezes temos que medir a ocorrência de doenças numa população

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através da contagem de óbito e para estudá-las corretamente; estabelecemos uma

relação com a população que está envolvida. É calculada pelas taxas ou

coeficientes de mortalidade. Representam o “peso” que os óbitos apresentam numa

certa população. Compreende-se pelos óbitos em acidentes de trânsito enquanto um

problema epidemiológico complexo cujo crescimento das estatísticas denota que as

medidas pontuais de intervenção tem tido pouca eficácia.

Este trabalho se justifica no sentido da relevância pelas milhares de pessoas

que diariamente perdem suas vidas ou permanecem com sequelas, gerando um

custo socioeconômico imensurável. Com um estudo aprofundado sobre o momento

e a causa das mortes, através de um levantamento estatístico retrospectivo de

dados, pode ser possível interferir nos índices atuais de morbimortalidade desta

população, modificando condutas técnicas e operacionais do primeiro atendimento

realizado no momento pré-hospitalar e hospitalar.

Quanto ao ineditismo, a escassez de estudos municipais que há nesta área,

denota a importância da presente pesquisa, que tem por proposito obter informações

que mostrem a prevalência dos acidentes de trânsito em Boa Vista/RR.

Temos por Objetivo Geral determinar um perfil epidemiológico das vítimas

fatais de acidentes de trânsito, no período de 2000 a 2011, na região de Boa

Vista/RR. Em relação aos objetivos específicos buscamos: a) caracterizar os sujeitos

segundo as variáveis gênero, faixa etária, raça/cor, sexo, causa de morte, ano de

ocorrência e local de ocorrência; b) descrever os acidentes de trânsito segundo os

transportes automotores

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2. 1 Mortalidade e Acidentes no Trânsito em Roraima e no Brasil

A partir do novo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) este artigo tem como

objetivo de verificar a ocorrência de acidentes de trânsito e de vítimas no Município

de Londrina, Estado do Paraná, além de algumas características desses eventos. O

material de estudo de Barros; Andrade e Júnior (1999) foi composto por acidentes e

vítimas registrados pela Companhia de Trânsito de Londrina em dois períodos de

três meses cada, sendo o primeiro anterior à implantação do novo Código e o

segundo posterior à sua vigência. Observou-se uma redução média, no segundo

período, de 12,3% e 18,5% no número de acidentes e vítimas, respectivamente. No

entanto, essa redução foi mais acentuada nas primeiras semanas após a introdução

do novo CTB, tendência que diminuiu ao longo do tempo, principalmente nas duas

últimas semanas do período de observação.

“Segundo dados do Departamento de Trânsito do Paraná, o Município, em 1996, apresentava um índice de 335,2 veículos por mil habitantes, ou seja, um veículo motorizado para, aproximadamente, três habitantes, valor próximo ao observado em países industrializados

4. Nesta cidade, a

mortalidade por acidentes de trânsito apresenta tendência ascendente, com coeficientes passando de 25,9 por 100.000 habitantes no início da década de 80 para 37,2 por 100.000 habitantes em meados dos anos 90.

4 Além

disso, as causas externas de morte ocupam a terceira posição no Município, e os acidentes de trânsito correspondem a aproximadamente 40% do total dessas causas (primeiro lugar entre as causas externas). Em relação ao indicador Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP), os acidentes de trânsito aparecem como principal causa de morte, apresentando mais do que o dobro de anos em relação à segunda causa (homicídios), refletindo a importância dessa causa na mortalidade de jovens. Todos estes dados reforçam a importância dos acidentes de trânsito na mortalidade prematura em Londrina, como acontece no Brasil, e confirmam a necessidade urgente de estratégias intersetoriais e multidisciplinares que auxiliem no controle e redução destes índices”. (BASTOS, ANDRADRE, JUNIOR, 1999, pp. 38) “Uma legislação mais rigorosa, com punições severas aos infratores, tem sido apontada como fator decisivo na redução do número de acidentes de trânsito e conseqüente redução da mortalidade por esta causa em vários países como o Japão e Portugal.

5 Outros países, como a França, Grã-

Bretanha e Canadá, também conseguiram inverter uma tendência de crescimento do número de mortes por esses acidentes por meio de atos legislativos.

6 Na Hungria, a redução do número de acidentes e de vítimas,

ocorrida desde 1991, é atribuída às modificações feitas nas leis de trânsito”. (BASTOS, ANDRADRE, JUNIOR, 1999, pp. 38)

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Polli et al. (2013) focaliza o desenvolvimento moral como um dos fatores

relacionados ao comportamento inadequado no trânsito. O objetivo foi estudar a

relação entre o nível de desenvolvimento moral e o comportamento infrator dos

motoristas, partindo da hipótese que a infração estaria relacionada com os primeiros

estágios de desenvolvimento moral propostos por Kohlberg. Para esta pesquisa,

foram analisadas entrevistas qualitativas com 20 motoristas com mais de nove

multas por excesso de velocidade, das quais 49 respostas foram selecionadas, já

que as demais não possibilitavam análise do nível de desenvolvimento moral. O

estudo permitiu verificar que o estágio 1 de desenvolvimento moral predomina em

75,51% das respostas dos motoristas infratores entrevistados. A característica

principal desse estágio é a preocupação com a punição, expressa na resposta “eu

não sabia que ali tinha radar”. Essa resposta indica que, se não houvesse

fiscalização e, em consequência, punição, não haveria motivo para não infringir a lei.

Este estudo indica limitações na aplicação da teoria de desenvolvimento moral

baseada nas justificativas, pois estas se aplicam a ações infratoras ou não.

“O trânsito caracteriza-se por um conjunto de deslocamentos de pessoas e de veículos nas vias públicas, regulados por normas, que visam a garantir a integridade de seus participantes (Rozestraten, 1988). O trânsito no Brasil é um dos piores e mais perigosos do mundo, causando muitas mortes e deficiências físicas, além de gastos hospitalares com vítimas de acidentes (Marín& Queiroz, 2000). O relatório apresentado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2003) referente às aglomerações urbanas indica que a taxa de mortos/10.000 veículos no Brasil, em 2000, era de 6,80, enquanto no Japão era de 1,32, na Alemanha, de 1,46, nos Estados Unidos, de 1,93, e, na Turquia, de 5,36. O Relatório Estatístico referente a 2007 indica que ocorreram 151.186 acidentes com vítimas no Brasil, sendo 6.885 fatais (Departamento Nacional de Trânsito [DENATRAN], 2008). Levando em consideração que o Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) determina o registro de mortes apenas no local, a dimensão da violência é mais ampla que a indicada pelo Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito (RENAEST) do DENATRAN. O relatório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada/Departamento Nacional de Trânsito (IPEA/DENATRAN, 2006), referente aos acidentes em rodovias, indica um acréscimo de 66% aproximadamente, pois no segundo semestre de 2004 foram registradas 6.119 mortes no local e 4.067 mortes pós-acidente”. (POLLI et al., 2010, p.87) “Marín e Queiroz (2000) destacam que 2/3 dos acidentes de trânsito que causam ferimentos ocorrem em áreas urbanas, e indicam que o gasto dos países com nível de desenvolvimento intermediário com medidas resultantes de acidentes de trânsito representa cerca de 1% do produto nacional bruto. Os dados do IPEA indicam um custo de 1,2% do PIB brasileiro (IPEA/DENATRAN, 2006)”. (POLLI et al., 2010, p.88) “Rozestraten (1988) indica que o fator humano está relacionado a 85% dos acidentes e enumera três categorias de fatores humanos acidentogênicos:

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1) ligados a processos básicos (tomada de informação, processamento da informação, tomada de decisão, reação, feedback); 2) ligados à personalidade (propensão ao acidente, desajuste social, desajuste pessoal, estilo perceptivo, uso do veículo para fins secundários); e 3) fatores passageiros (fadiga, drogas, álcool”). )”. (POLLI et al., 2010, p.88)

Os acidentes de trânsito no Brasil, atualmente, fazem com que uma grande

quantidade de vidas sejam perdidas anualmente. Segundo dados do DENATRAN,

em 2005 foram mais de 26 mil mortos em acidentes, 513 mil feridos do total de

383.371 acidentes com vítimas. São números assustadores, maior do que sérias

doenças que atingem a população brasileira. Mas, infelizmente, esses números

parecem não atingir a sensibilidade e razoabilidade dos dirigentes dos órgãos de

trânsito e dos nossos governantes, no sentido de se combater veementemente e

com ações essa real guerra no trânsito.

Os acidentes de trânsito (AT) são um problema social e de saúde pública

global, que pode causar sérias consequências sobre as pessoas e geram altos

custos econômicos. Principais imprudências incluem velocidade excessiva;

inexperiência ou distração do condutor e distância insuficiente em relação ao veículo

dianteiro. Isto quer dizer, os acidentes de trânsito (AT) empreendem importante

problema de saúde pública pela elevada morbimortalidade e por ocasionarem altos

custos aos cofres públicos.

Com base nos dados sobre frota de veículos, população e óbitos por acidente

de trânsito, publicados no StatiscalYearbook (1999), DemograficYearbook (1997),

Denatran (1999), Ministério da Saúde (2000) e Fundação IBGE (2000), foram

estudados 61 países e 51 localidades brasileiras. A taxa de mortalidade específica

foi decomposta em número de veículos por habitante e número de óbitos por

veículo. Numa primeira aproximação, cada uma das amostras (internacional e

brasileira) foi subdividida em três grupos, de acordo com o número de veículos por

habitante, para estudo da relação entre os três índices. Para testar a significância

dessa relação, foi estimada uma função de regressão log-linear: Os resultados para

as estimativas internacionais, assim como as do Brasil, demonstraram que, quanto

maior o número de veículos por habitante, menor o número de óbitos por acidentes

de trânsito por veículo, tendo-se elasticidade da ordem de -1,067, para as

estimativas internacionais, e de -0,515, para as do Brasil. Conclui-se que para uma

política de prevenção dos acidentes de trânsito, os resultados encontrados indicam a

necessidade de estudar os fatores que possam explicar o maior número de óbitos

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por veículo nas regiões com menor número de veículos por habitante (KILSZTAJN et

al., 2001).

Acidente de trânsito é um problema grave, com grande impacto na

morbimortalidade da população, cuja taxa de mortalidade específica está entre as

mais altas do país, além de trazer transtornos às famílias envolvidas, à vida social e

econômica. Tem sido assim nas quatro últimas décadas. Este tipo de violência é

preocupante para a maioria dos países de média e baixa rendas per capita.

Iniciativas para enfrentamento do mesmo acontecem há 50 anos, primeiramente nos

países de alta renda, onde baixaram a taxa de mortalidade para atuais cinco óbitos

por 100.000 habitantes, na grande parte. A partir da última década, o Sistema ONU

e algumas organizações não governamentais vem delineando estratégias e

induzindo os demais países a implantarem políticas públicas que diminuam a taxa

de mortalidade, que se encontra em torno de 20 óbitos por 100.000 habitantes/ano.

Um estudo realizado por Dayer (2011) com base descritiva, seccional e

propositiva sobre acidentes de trânsito com vítimas em Goiânia, a partir de um

banco de dados desenvolvido para a pesquisa, reuniu informações de todos os

órgãos envolvidos e organizado pelo DETRAN de Goiás. Os dados foram analisados

sob três aspectos: o acidente em si, o condutor envolvido e a vítima. A Capital

goiana permanece com indicadores elevados, estando em destaque os acidentes

com motocicletas. As vítimas são jovens na grande maioria, bem como os

condutores, sendo que 40% destes têm menos de cinco anos de habilitação. O autor

aponta que Goiânia necessita sem demora de posicionamento político dos governos,

da sociedade e da academia para que seja estabelecido um observatório unificado

sobre trânsito. Por conseguinte, formulou-se ações permanentes, integradas e

intersetoriais de promoção/prevenção que interferiram no comportamento dos

cidadãos, estando estes como condutores ou pedestres.

O estudo de Morais Neto et al (2012), buscou analisar a tendência temporal

da mortalidade por Acidentes de Transporte Terrestre (ATT) e identificar a existência

e a localização de aglomerados de alto risco de mortes por ATT. Metodologicamente

ancorou-se num estudo descritivo de tendência da mortalidade por ATT, pedestre,

ocupante de motocicleta e de veículo, de 2000 a 2010 e análise espacial para 2000

e 2010. Os dados foram obtidos do Sistema de Informações sobre Mortalidade;

calcularam-se as taxas padronizadas por idade, para Unidades Federadas (UF) e

municípios por porte populacional. Os resultados apontaram para uma taxa de

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mortalidade por ATT entre 2000 e 2010 variando de 18 para 22,5 óbitos/100 mil

habitantes. O risco de morte para pedestre reduziu, os de ocupantes de veículos e

de motocicletas apresentaram crescimento. O maior risco de morte por ATT ocorreu

nos municípios com até 20 mil habitantes e nos de 20 a 100 mil. A análise espacial

mostrou os aglomerados de risco para ATT e para ocupantes de motocicletas com

aumento destes entre 2000 e 2010 e ampliação das áreas com maior risco na região

Nordeste. Concluíram que há um aumento das taxas de mortalidade por ATT

principalmente na região Nordeste. Reportam que há uma necessidade de uma

atuação coordenada do governo, da sociedade civil e dos próprios cidadãos no

enfrentamento desta realidade.

Essa preocupação também encontra eco no estudo de Silva, P H N V (2012)

quando aborda a morte por acidente de motocicleta em RORAIMA, um problema

epidemiológico complexo cujo crescimento das estatísticas denota que as medidas

pontuais de intervenção têm tido pouco resultado benéfico. Está estruturado em três

artigos: o primeiro é um estudo espacial da mortalidade por acidente de moto entre

2000 e 2005 que identifica as áreas de conglomerados onde a mortalidade é maior e

conclui que o risco de morrer por acidente de motocicleta é maior nas áreas de

conglomerado em regiões fora do eixo metropolitano. O segundo relaciona essas

mortes aos processos de reprodução social, concluindo que o caráter complexo dos

acidentes de moto é emblemático do modelo de desenvolvimento que considera

apenas o crescimento econômico orientado por uma globalização que ignora os

mínimos padrões de cidadania e direitos. O terceiro apresenta um modelo

explicativo de caráter ecossistêmico, baseado nos dois anteriores, que se propõe a

representar a complexidade do problema para subsidiar políticas de prevenção.

Inclui a guisa de esclarecimentos considerações sobre a teoria da reprodução social.

Critica a abordagem hegemônica da sistêmica da dinâmica do trânsito, para a

explicação dos acidentes reduzida à tríade: homem-veículo-via, que tem como

característica reduzir os fenômenos complexos às suas partes, sem lhes devolver

significado no contexto dos fenômenos que lhes dão origem. No problema em

questão, isto não é suficiente para sua compreensão e para nortear as práticas de

prevenção, não atentando para a busca de mudanças políticas, culturais, cognitivas

e tecnológicas que promovam impactos benéficos nos perfis epidemiológicos. Essa

forma de pensar remete as ações à outra tríade, educação, fiscalização e

engenharia de tráfego, mobilizadas de forma acrítica, pressupondo que a simples

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obediência a procedimentos normativos serão suficientes para prevenir acidentes de

trânsito, o que, ao final, apenas favorecem os interesses de mercado e transformam

a vítima em culpada.

Silva, S.R.R.C. (2010) buscou investigar mortalidade por acidente de trânsito

e teve por objetivo descrever o perfil de mortalidade por acidentes de trânsito (AT)

no município de Jequié – Bahia entre os anos 2000 e 2007. Numa abordagem

quantitativa, o estudo epidemiológico descritivo, lançou mão de dados provenientes

dos laudos de perícia médica do Instituto Médico Legal (IML) de Jequié, dos Boletins

de Ocorrência (BO) da Polícia Civil, do SIM e IBGE. Foram estudados os óbitos por

acidentes de trânsito segundo ocorrência e residência no município. As variáveis

relacionadas aos acidentes de trânsito e sociodemográficas das vítimas foram

estudadas após relacionamento entre os bancos de dados do SIM e IML/BO, através

do cálculo das proporções e distribuição espacial dos óbitos segundo ocorrência dos

acidentes e residência das vítimas. Foram utilizados os indicadores: Anos Potenciais

de Vida Perdidos (APVP), mortalidade específica por AT, índice de motorização,

mortalidade por frota de veículos e mortalidade proporcional por AT. A análise dos

dados foi feita utilizando o programa Stata®. Os resultados sinalizaram que só

atropelamentos foram o tipo de acidente mais frequente (43,7%), seguidos pelas

colisões (40,1%). Mais da metade dos AT ocorreram em rodovias, onde as vítimas

predominantes foram os ocupantes de veículo. O maior percentual dos

atropelamentos ocorreu em área urbana (72,3%), onde também as maiores vítimas

foram pedestres (71,2%) e motociclistas (67,6%). O local de ocorrência do óbito

mais frequente foi o hospital (65,2%). A maior parte dos AT com vítimas fatais

ocorreu durante o dia (52,3%) e nos fins-de-semana. As vítimas eram, em geral,

homens, solteiros, na faixa etária entre 25 e 50 anos, de cor pardo-preta. A pequena

escolaridade e ocupações de baixa qualificação predominaram entre as vítimas. O

maior APVP foi calculado para o sexo masculino, na faixa etária de 20 a 39 anos,

sendo que as mulheres morrem mais jovens que os homens. Houve, no período de

2001 a 2007, um aumento do índice de motorização com redução da mortalidade

por frota.

O estudo clínico-demográfico das fraturas expostas causadas por acidentes

de motocicletas em Nascimento & Matos, (2010), assinala-se que, na última década,

dentre os acidentes de trânsito, vem-se observando o aumento crescente do número

de acidentes envolvendo motocicletas, sendo este tipo de acidente causador de

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fraturas expostas, que são uma das principais causas de morbidade e mortalidade

no trauma ortopédico. Uma das principais consequências nesse tipo de fratura é a

infecção. Objetivou-se descrever o perfil clínico-demográfico dos pacientes vítimas

de fraturas expostas causadas por acidentes de motocicleta. Foi realizado um

estudo retrospectivo de prontuários em um hospital público no estado da Bahia no

período de março a dezembro de 2009, onde pesquisaram características

sociodemográficas e clínicas de todos os pacientes portadores de fraturas expostas

por acidente de motocicleta. Posteriormente, foi feita uma comparação entre o grupo

com infecção e o grupo composto das fraturas que não apresentaram infecção para

determinar os possíveis fatores de risco para o desenvolvimento desta complicação.

Os resultados apontam que na amostra de 81 pacientes revelou o perfil dos

pacientes com fraturas expostas decorrentes de acidente de motocicleta é composto

por homens, jovens, solteiros, procedentes da capital e região metropolitana. Estas

fraturas expostas são mais graves, acometem com maior frequência a tíbia/fíbula e o

tipo de estabilizador mais usado para o tratamento foi a fixação externa. O tempo

médio entre a fratura e a abordagem cirúrgica foi de 27,9 horas. O índice de infecção

foi de 24 por cento e os prováveis fatores de risco associados a esta complicação

foram: idade menor que 40 anos, sexo feminino, proveniência do interior do estado,

abordagem cirúrgica maior que 24 horas e maior gravidade de acordo com as

classificações propostas. Concluindo que a classificação de Tscherne mostrou-se

com boa sistemática na avaliação de fator prognóstico de infecção em fraturas

expostas, justificando seu uso na prática clínica, e um elevado tempo de exposição

está associado ao desenvolvimento de infecção.

Com a finalidade de identificar o perfil epidemiológico dos acidentes de

trânsito com vítimas motociclistas atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de

Urgência (SAMU) do município de Ipatinga, Freitas e ora (2012) compôs a amostra

529 relatórios médicos de atendimento médico do SAMU. Como resultado, o sexo

masculino prevaleceu com (77,7%) das vítimas em acidentes. As principais lesões

mais encontradas foram escoriações (64,1%), contusões (13,7%) e ferimentos corto-

contuso (10,1%). A prevalência dos acidentes no período vespertino ocorreu em

33,3 dos pesquisadores. Quanto a rede de assistência (92, 8%) das ocorrências

foram realizadas por unidades de suporte básico e (85%) em hospitais da região.

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“No ano de 2005, de acordo com o Departamento de Informática do Sistema

Único de Saúde (DATASUS), a mortalidade proporcional no Brasil registrou

36.611 óbitos por acidentes de trânsito, no qual 14.619 aforam na região

Sudeste, 3.509 em Minas Gerais e 64 na região metropolitana do Vale do

Aço. No decorrer de 2006 os índices aumentaram no país para 37.249

casos, na região Sudeste para 15.289, em Minas Gerais para 3.778 e no

Vale do Aço para 63. Na região Sudeste, a Taxa de Mortalidade Específica

(TME) por acidentes de transporte no ano de 2005 foi de 18,6 óbitos por

100.000 habitantes; apresentando em 2006 um acréscimo para 19,4

(BRASIL, 2008)”. (FREITAS & NORA, 2012, pp. 1009)

“O aumento do desemprego, principalmente entre os jovens trabalhadores

do país, nesta última década, pode ser um dos fatores que justifica a

crescente utilização da motocicleta. Os reflexos da estabilização da inflação

e a queda do nível de atividade econômica, a crescente informalidade e

flexibilidade do mercado trabalhador, procedentes das privatizações,

inovações tecnológicas e da abertura comercial contribuíram para o uso da

motocicleta nos negócios formais e informais atuais. Os serviços de tele-

entrega de mercadorias e documentos e os transportes de passageiros são

as principais causas inseridas na crescente taxa das vítimas motociclistas

segundo vários autores (SILVA et al., 2008). Os principais fatores

desencadeantes de acidentes, segundo a World Health Organization (2004),

que estão direta e indiretamente relacionados ao grau de letalidade das

vítimas, abrangem a exposição, progressão, gravidade e a falta de

atendimento emergencial qualificada”. (FREITAS & NORA, 2012, pp. 1009)

Mascarenhas et al. (2010) tem como objetivo descrever a mortalidade por

causas externas no Brasil. Trata-se de um estudo descritivo de séries temporais,

com dados referentes à mortalidade por causas externas (violências e acidentes) na

população brasileira, obtidos a partir do Sistema de Informações sobre Mortalidade

(SIM) gerenciado pelo Ministério da Saúde, no período de 2000 a 2009. Como

resultado verificou-se que no Brasil, as causas externas permanecem como

importante desafio imposto às autoridades de saúde, sendo que os indivíduos mais

vulneráveis à morte por essas causas são os homens, adultos jovens de 20 a 39

anos, principalmente quando se analisam os acidentes de transporte terrestre e as

agressões (homicídios). Deve ser considerado o incremento observado na

mortalidade entre os motociclistas. A análise da mortalidade por causas externas

permite identificar grupos de maior risco e tendências temporais para apoiar na

definição de ações preventivas voltadas a esses grupos.

“As causas externas de morbidade e mortalidade compreendem as lesões

decorrentes de acidentes (relacionados ao trânsito, afogamento,

envenenamento, quedas ou queimaduras) e de violências

(agressões/homicídios, suicídios, tentativas de suicídio, abusos físicos,

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sexuais e psicológicos), as quais impõem-se como importante desafio às

autoridades de saúde pública”. (MASCARENHAS et al. 2010, pp.227)

“Anualmente, essas causas são responsáveis por mais de cinco milhões de

mortes em todo o mundo, representando cerca de 9% da mortalidade

mundial. No mundo, as causas externas apresentam comportamento de

constante crescimento, ocupando usualmente as primeiras posições dentre

as mais frequentes causas de morte. Porém, esses agravos não afetam a

população de maneira uniforme. Evidências já demonstraram que há grupos

populacionais mais vulneráveis, o que pode ser percebido pela distribuição

desigual das mortes por causas externas, as quais atingem, sobretudo,

pessoas de cinco a 44 anos, do sexo masculino e residentes em países de

baixa e média renda, com diferentes gradações entre áreas pobres e ricas

de um mesmo país ou cidade”. (MASCARENHAS et al. 2010, pp.227)

“Diversas são as manifestações das causas externas. Dentre os eventos

ditos acidentais, destacam-se as mortes e hospitalizações decorrentes do

trânsito. Estima-se que ocorram, anualmente, 1,2 milhão de mortes e mais

de 50 milhões de feridos em decorrência das colisões no trânsito. A maior

parte dessas mortes ocorre entre os usuários mais vulneráveis da rede

viária, como pedestres, ciclistas e motociclistas, especialmente nos países

de baixa renda, enquanto os ocupantes de automóveis predominam entre

as vítimas residentes em países desenvolvidos”. (MASCARENHAS et al.

2010, pp.227-228)

Os estudos sobre motocicletas tem aumentado pelo país, como podemos

observar em Oliveira & Souza (2011), que objetivou pesquisar as características das

ocorrências de transito com motocicleta, segundo condições locais, dados

relacionados ao tipo de acidente, data e hora, além de identificar, entre essas

variáveis, aquelas que se associaram à morte das vítimas. Como método foi usado o

estudo retrospectivo, utilizando dados dos Boletins de Ocorrência de Trânsito,

referentes ao ano 2004, e os registros de óbito do Instituto Médico Legal. Teve-se

como resultados que 99,4 por cento das ocorrências aconteceram em área urbana,

em locais onde as condições de luminosidade (87,4 por cento), condição

meteorológica (80,6 por cento) e sinalização (70,6 por cento) eram satisfatórias.

Predominou a colisão de motocicleta com carro ou caminhonete (55,5 por cento) e

as quedas de motocicleta foram a seguir as mais frequentes (18,0 por cento). No

tipo de impacto, o maior percentual foi observado na categoria abalroamento

transversal (35,2 por cento). O grupo de mortos diferiu em relação aos sobreviventes

quanto à área e luminosidade do local da ocorrência, além do tipo de acidente e

impacto. Concluiu-se que as condições locais, tipos de acidente e impacto

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destacam-se entre as múltiplas dimensões que envolvem a gravidade das

ocorrências com motociclistas.

O presente artigo teve como objetivo verificar o perfil dos motociclistas

envolvidos em acidentes de motocicleta, identificar e calcular o número de frotas e

acidentes ocorridos em Rio Branco-AC no período de 2005 a 2008. Foi um estudo

tipo descritivo e transversal, os dados foram coletados no DETRAN-AC e

comparados aos dados de mortalidade dos registros de óbitos do Instituto Médico

Legal. O estudo trouxe resultados relevantes em vários aspectos, como, identificar o

tamanho da frota de motocicleta no Município de Rio Branco com um aumento

expressivo no período analisado, com uma elevação de 47,8%. Em relação aos tipos

de veículos, comparando automóveis e motocicletas (incluindo motonetas), foi

possível constatar que, em 2008, enquanto a proporção de automóveis era de 41%,

a de motocicletas era de 39,5 %, praticamente a mesma quantidade de automóveis

licenciados. As taxas relativas a acidentes de motocicletas projetaram uma elevação

de 42,2% ao passarem de 239,4 para 340,4 por 100.000 habitantes no período de

2005 a 2008. Em números absolutos, o crescimento foi de 294 ocorrências,

correspondendo a um aumento de 40,2%. O sexo masculino esteve envolvido no

maior número de acidentes. No que diz respeito ao grupo etário, o estudo encontrou

uma maior participação do grupo de adultos de 25 a 29 anos, seguido dos grupos de

20 a 24 anos e 30 a 39 anos. Quanto às características do acidente, o estudo

evidenciou maior ocorrência no período da tarde, seguido da noite.

“Dentre os acidentes de transporte terrestre é elevado o número de acidentes envolvendo motociclistas. Estudos realizados no Sul do país apontam para alta frequência de ocorrências e uma elevada morbimortalidade no público masculino. No Brasil, a proporção chega a ser de 8,1 homens mortos para cada mulher entre as vítimas motociclistas”. (ROCHA, 2013, pp. 722) “Além da mortalidade, é significante a morbidade apresentada por esse tipo de vítima, o que pode ser observado nas unidades de emergência, com o crescente número de atendimentos a motociclistas com lesões de pele e fraturas ósseas tendo as regiões dos membros inferiores, seguidos dos superiores, como as mais afetadas ou vice-versa quando, membros superiores, seguidos dos inferiores. Grande parte dos mecanismos de ação dos acidentes deve-se às colisões, que na avaliação da gravidade do trauma pela AbbreviatedInjuryScale(AIS) leva o indivíduo a apresentar lesões de severidade máxima”. (ROCHA, 2013, pp. 722) “É nesse contexto que os motociclistas vêm se apresentando como uma classe muito presente nas ocorrências de trânsito. Seu envolvimento deve-se, em parte, à sua alta vulnerabilidade, sobretudo em função das características de condução do veículo, sem dispor de qualquer estrutura

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metálica de proteção, contando apenas com o dispositivo capacete”. (ROCHA, 2013, pp. 722)

De acordo com Almeida (2006), a partir do aumento de número de acidentes

por motivos diversos, incremento da violência no trânsito e má conduta por parte dos

motoristas este estudo faz-se uma análise no que concerne aos motoristas, mais

especificamente, variados fatores podem contribuir para o surgimento de

comportamentos inadequados no trânsito, desde aqueles relativos à falta de

educação, responsabilidade e noções de direitos e deveres dos cidadãos, até os

relacionados às características de personalidade e às reações psicofisiológicas

decorrentes de situações estressantes. Sabe-se que o maior índice de causas dos

acidentes de trânsito refere-se à conduta do próprio motorista. Mais recentemente, a

responsabilidade dos profissionais envolvidos com a área da psicologia que trata

das questões do trânsito tem sido potencializada, principalmente nos últimos anos,

em que se observa um aumento de veículos sem a correspondente estrutura viária e

em que a utilização do veículo representa, em muitos casos, instrumento de poder.

Some-se a isso o incremento da violência, refletida também no trânsito.

“Assim sendo, ainda conforme afirma Rozestraten (1988), o trânsito é um

ambiente mais social do que físico, com pessoas estranhas umas às outras

formando um grupo efêmero, mas ainda assim um grupo, com interesses

diversos, muitas vezes opostos entre si, tendo que resolver problemas na

disputa do espaço físico da melhor maneira possível, de modo a preservar a

integridade física dos envolvidos, assim, “todo trânsito supõe deslocamento

de pessoas e veículos e todo deslocamento se realiza através de

comportamentos.O trânsito é um conjunto de comportamentos

deslocamentos num sistema de normas” (Rozestraten, 1988, p. 9)”.

(ALMEIDA, 2006, pp. 46)

“Em muitos países, os problemas causados pelo trânsito configuram-se na

perspectiva do meio ambiente, da saúde pública tamanho é o seu impacto

na qualidade de vida das pessoas (pedestres, motorista, ciclista e

motociclista). As discussões atuais sinalizam a urgente necessidade de

medidas educacionais como forma de responder à problemática gerada

pelo fenômeno trânsito em que, no Brasil, as vítimas de acidentes com

mutilações permanentes são bruscamente impedidas de levar uma vida

normal (Rozestraten, 2000a, 2001)”. (ALMEIDA, 2006, pp. 46)

O estudo espacial da mortalidade foca acidentes de motocicletas em Roraima

de Silva et al. (2011), objetiva analisar a distribuição espacial da mortalidade por

acidentes de motocicleta no estado de Pernambuco. Foi um estudo ecológico de

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base populacional, usando os dados de mortalidade por acidentes de motocicletas

ocorridos de 01 de janeiro de 2000 a 31 de dezembro de 2005. As unidades de

análise foram municípios. Para a análise da distribuição espacial dos óbitos foram

construídos coeficientes médios de mortalidade, tendo como numerador os óbitos

por acidentes de motocicletas registrados no Sistema de Informações sobre

Mortalidade e, como denominador, a população do centro do período. Utilizaram-se

técnicas de análise espacial, suavização do coeficiente pelo método bayesiano

empírico local e o diagrama de espalhamento de Moran, aplicados sobre a base

cartográfica digital do estado. Os resultados sinalizaram para o coeficiente médio de

mortalidade por acidentes de motocicletas em RORAIMA foi de 3,47/100 mil

habitantes. Dos 185 municípios, 16 faziam parte de cinco conglomerados

identificados com coeficientes de mortalidade que variaram de 5,66 a 11,66/100 mil

habitantes, considerados áreas críticas. Três dessas áreas localizam-se na região

de desenvolvimento sertão e duas no agreste. Os autores concluíram que o risco de

morrer por acidente de motocicleta é maior nas áreas de conglomerado em regiões

fora do eixo metropolitano, sugerindo medidas de intervenção que considerem o

contexto de desenvolvimento econômico, social e cultural.

Por atentar que os acidentes de trânsito tem sido considerados um dos mais

importantes problemas de saúde pública em vários países, inclusive no Brasil,

Dall’aglio (2010) buscou levantar aspectos epidemiológicos dos acidentes de trânsito

em Uberlândia, Minas Gerais. Detectou que nesta cidade os acidentes de trânsito

têm sido considerados um dos mais importantes problemas de saúde pública em

vários países, inclusive no Brasil. Em Uberlândia o número de óbitos e a morbidade

por AT vêm crescendo desde a década de 70. Com o objetivo de estudar aspectos

epidemiológicos de vítimas de AT, foram estudados 900 prontuários de vítimas de

AT atendidos no HCU, sorteados dos 3465 atendimentos realizados. Os

atendimentos mais frequentes foram os decorrentes de acidente com motocicleta

(37,67%), seguidos daqueles com veículos de quatro ou mais rodas (30,44). As

vítimas mais comuns foram as pessoas do sexo masculino (77,78%), jovens

(53,55% de 20 e 40 anos), solteiros (68,65%). Os acidentes com bicicleta ocorreram

mais frequentemente com as pessoas mais jovens (56,64% entre 10 e 30 anos). Os

atendimentos foram mais comuns entre as 18:00 e 24:00 horas (30,89%), e não

houve predominância notória de nenhum dia da semana. As lesões mais frequentes

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nas vítimas não fatais foram as fraturas (36,37% das lesões) seguidas pelas

escoriações e lesões corto-contusas (31,37% das lesões).

Nesse cenário epidemiológico, os jovens parece-nos que são os mais

acometidos pelos acidentes. Nota-se ainda, que o gênero masculino encontra-se

com maior prevalência. Partimos da premissa que a função identitária de gênero

esteja atrelada ao conceito hegemônico de masculinidade, ou seja, de que ser

homem é ser viril, impetuoso, desafiador e mostrar coragem (RISCADO, 2012).

Quanto ao fato de ser jovem, parece-nos que nas noções de temporalidade e

historicidade, a juventude não cabe tão somente dentro de uma faixa etária como

apregoa a OMS de 15 a 24 anos, ou como sintoniza a Organização Internacional da

Juventude (OIJ), que estende esse cabedal até os 29 anos. Juventude segundo

Riscado (2013), encontra-se ancorada num processo sócio-histórico-antropológico

em que num ciclo da vida aporta numa plenitude que vai da efervescência dos

hormônios, passando pelo desejo sexual e aglutinando varias esferas socioculturais,

como por exemplo, a independência familiar, emprego, renda, moradia própria,

constituição de família e outros.

Macedo, Camargo, Almeida e Rosa (2007) mostram que o trauma permanece

como uma das principais causas de morbidade e mortalidade no mundo ocidental,

especialmente entre os adultos jovens. A prevalência de lesões traumáticas na face

é alta devido à enorme exposição e a pouca proteção da região. Objetivaram avaliar

a etiologia, a idade, o gênero e a localização dos traumas de face dos pacientes

atendidos no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), Brasília, Distrito Federal.

Método: Trata-se de um estudo retrospectivo, realizado no pronto socorro do HRAN-

DF, visando a avaliar o perfil epidemiológico dos pacientes atendidos pela equipe da

Unidade de Cirurgia Plástica, vítimas de trauma de face no período de 1 de janeiro a

31 de dezembro de 2004. Os resultados do estudo compreenderam que 711

pacientes, destacando-se o sexo masculino 72,8 por cento. Quanto à causa,

predominou a agressão física, seguida por acidente com veículos/motos. As quedas

foram a causa predominante das lesões em crianças, mas se verificou a participação

cada vez maior da agressão física como mecanismo de trauma facial com o

aumento da idade. A relação de homem: mulher foi de 3:1. A principal faixa etária foi

de 21 a 40 anos, representando 52 por cento dos pacientes. As fraturas foram

encontradas em 24,9 por cento das lesões faciais. O nariz foi o local mais acometido

nas fraturas de face 76,8 por cento. Concluíram que a violência interpessoal foi a

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principal causa de trauma de face. A queda da própria altura mostrou-se como

importante mecanismo de trauma nos extremos de idade.

Ainda em cima dessas temáticas, trauma e jovens, Addoret al. (2007) dizem

que o trauma é uma doença que afeta predominantemente os jovens, sendo a

principal causa de morte nas primeiras três décadas de vida. O tórax instável é

observado em aproximadamente 10 por cento dos casos de trauma de tórax, com

mortalidade de 10-15 por cento. O caso clínico apresentado refere-se a uma

paciente, vítima de acidente automobilístico, com trauma de tórax, ocasionando

hemopneumotórax e fratura de múltiplos arcos costais, dor de difícil controle e

deformidade torácica. Foram discutidas as opções terapêuticas. No presente caso,

foram realizadas fixação cirúrgica, com bom resultado.

Os motociclistas vitimas de acidentes de trânsito foram motivo de

investigação por Soares & Soares (2003), em que objetivou conhecer as vítimas

motociclistas que sofreram acidente de trânsito no perímetro urbano de Maringá,

Estado do Paraná, em 1995. Foram analisadas 599 vítimas motociclistas registradas

nos Boletins de Ocorrência, fichas de atendimento ambulatorial, prontuários e

declarações de óbito. Os resultados evidenciam predominância do sexo masculino,

concentração na faixa etária de 20-29 anos, sendo em sua maioria residentes em

Maringá. Na avaliação da gravidade dos acidentes, verificou-se a letalidade de 3,2

por cento, com concentração dos óbitos nas primeiras 24 horas e um elevado

percentual de internação. A cabeça foi a região do corpo mais afetada, seguida dos

membros inferiores e superiores. Ferimentos e fraturas foram os tipos de lesão mais

frequentes. O estudo confirmou as informações descritas na literatura, que alertam

para a relevância dos acidentes envolvendo motociclistas jovens e aponta para a

necessidade de centrar esforços no sentido de adotar medidas preventivas e

melhorar a qualidade de assistência às vítimas de acidentes de trânsito.

Os acidentes de trânsito são um dos principais responsáveis pela mortalidade

de jovens brasileiros e alguns estudos ainda reportam para o diferencial no risco de

mortalidade, além de ser jovem, homem, aparece ainda segundo raça/cor e

condição social na esfera da escolaridade. Assim, Souza et al. (2007) analisaram a

mortalidade por acidentes de transporte terrestre no Brasil em 2003 e sua tendência

de 1980 a 2003. Utilizaram-se os óbitos por acidente de transporte terrestre

captados pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Para a análise de

tendência, adotaram-se taxas padronizadas, tendo, como referência, a população

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brasileira no ano 2000. Houve 33.182 óbitos em 2003 – 19 óbitos por 100 mil

habitantes. Atropelamentos e acidentes com motocicleta cresceram no período

estudado, com declínio dos primeiros a partir de 1998 e crescimento dos últimos,

principalmente, a partir de 1995. Houve diferencial no risco de mortalidade segundo

raça/cor e condição social – escolaridade. Indivíduos pretos associaram-se a pior

condição social e mortes por atropelamento, enquanto brancos, a melhor condição

social e mortes como ocupantes de veículo. Os autores citados colocam que os

resultados reforçam a importância da vigilância de acidentes de transporte no apoio

a políticas de promoção da saúde e prevenção desses eventos.

Ao verificar a prevalência de comportamentos de risco para acidentes de

transito em uma população jovem, particularmente estudantes de medicina na região

sul do Brasil, Andrade et al. (2003) encontraram a partir do uso do teste qui

quadrado, com um nível de significância de p> 0,05, que em comparação às jovens,

os rapazes relataram maior frequência, estatisticamente significativa, para:

locomoção como condutor de carro, possuir carteira de habilitação, ter aprendido a

dirigir automóvel com 16 anos ou menos e ter ingerido bebida alcoólica previamente

à direção de veículo nos últimos 30 dias. Entre os condutores regulares de

automóvel, observou-se também menor proporção de comportamentos desejáveis

entre os alunos do sexo masculino. Falta de atenção (59,3 por cento), desrespeito à

sinalização (33,5 por cento) e excesso de velocidade (22,5 por cento) foram os

fatores mais citados como determinantes para a ocorrência do último acidente, sem

diferença entre os sexos. Os resultados encontrados indicaram a necessidade de

medidas visando à redução de fatores que favorecem a ocorrência de acidentes de

trânsito entre esses jovens, especialmente os do sexo masculino.

Assim, o levantamento realizado nessa revisão de literatura mostra que os

acidentes de trânsito são um dos principais responsáveis pela mortalidade dos

jovens brasileiros.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Tipo de Pesquisa

A presente pesquisa foi um estudo epidemiológico, descritivo, transversal,

quantitativo, tendo como a base de dados do SIM do DATASUS do Ministério da

Saúde, sobre mortes por acidentes de trânsito.

3.2 Universo

Dados do DATASUS referente à mortalidade de acidentes de trânsito na

cidade de Boa Vista/RR.

3.3 Amostra

Deu-se por conveniência no período de 2000 a 2011, circunscrevendo as

variáveis sexo, faixa etária, raça/cor, causa de morte, ano de ocorrência e local de

ocorrência.

3.4 Instrumentos da coleta

Construiu-se um inquérito cuja variáveis a serem observadas no banco de

dados do DATASUS, incluíam gênero, faixa etária, raça/cor, causa de morte, ano de

ocorrência e local de ocorrência. Foram selecionadas para investigação junto ao

DATASUS as declarações de óbitos referentes ao intervalo de tempo – 2000 a 2011

– codificadas como eventos no CID-10 e os acidentes de trânsito no CID-10 foram:

Motociclista traumat em um acidente de transpo; Ocupante automóvel traumat

acidente transporte; Ocupante caminhonete traumat acidente transpor; Ocupante

veíctransp pesado traumatacidtrans; Ocupante ônibus traumat acidente de

transporte; Outros acidentes de transporte terrestre

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3.5 Procedimentos de Coleta de Dados

A partir do acesso ao site do DATASUS, buscou-se utilizar o Sistema de

Informações de Mortalidade (SIM) do estado de Roraima, acessando o município de

Boa Vista, onde foram cruzadas as variáveis ano de óbito e gênero, ano de óbito e

faixa etária, ano de óbito e raça/cor, ano de óbito e sexo, ano de óbito e causa de

morte e ano de óbito e local de ocorrência.

3.6 Procedimentos de Análise dos dados

Foram analisados dados sobre mortalidade por causas externas ocorridos no

período de janeiro de 2000 a dezembro de 2011 utilizando-se dados do Sistema de

Informação de Mortalidade (SIM). A análise foi feita com a utilização do programa

TABWIN, software e desenvolvido pelo DATASUS que facilita a construção de

indicadores de mortalidade. Para transformar essas tabelas em gráficos, utilizou-se

o software Microsoft Excel.

3.7 Ética

Embora tenhamos conhecimento da Resolução 196/96 do Conselho Nacional

de Saúde sobre ética em pesquisa com seres humanos o presente levantamento por

tratar-se de dados secundários, publicizados pelo Ministério da Saúde, a partir do

DATASUS, não verificou-se a necessidade de submeter este estudo a um Comitê de

Ética de Pesquisa com Seres Humanos.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados configurados abaixo com as respectivas representações gráficas,

na característica linear procuram trazer uma conformidade para a possibilidade de

se visualizar o fenômeno se comportando no campo e a permanente evidência ao

longo de mais de uma década.

Ao aprofundamos nosso olhar para a composição desse fenômeno

circunscrito nas variáveis diversas eleitas, somos capazes de relatar que se trata de

uma questão de saúde pública.

A seguir segue o Gráfico 1 que composto das variáveis óbitos, sexo e ano do

evento.

Gráfico 1 – Distribuição de óbitos por acidentes de trânsito segundo sexo no período 2000 a 2011.

Fonte: Dados da Pesquisa. Boa Vista – RR. 2013.

Podemos identificar no gráfico acima que há uma predominância do sexo

masculino nos óbitos por acidentes de trânsito que, devido ao aumento do fluxo de

veículos houve um crescente número de acidentes de trânsito na cidade de Boa

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Vista/RR. Observamos também que o sexo feminino houve um pequeno aumento a

partir do ano de 2008. O estudo de Macedo, Camargo, Almeida e Rosa (2007)

também apontaram que a predominância ocorre no sexo masculino. Andrade et al.

(2003) relatam que a falta de atenção, o desrespeito à sinalização e excesso de

velocidade, foram os fatores mais citados como determinantes para a ocorrência do

último acidente, sem diferenciação entre os sexos.

Gráfico 2 – Distribuição de óbitos por acidentes de trânsito segundo raça/cor no período 2000 a 2011.

Fonte: Dados da Pesquisa. Boa Vista – RR. 2013.

O gráfico acima demonstra que os óbitos tem acontecido com mais frequência

nas pessoas de cor parda e que com elevado índice a partir de 2008, o que vem a

corroborar com o estudo de Silva (2010).

Discrepâncias ainda são visíveis quando se trata da relação da população

negra – pardos e pretos – e branca (Riscado, 2012), como podemos observar no

trabalho de Souza et al. (2007) quando encontraram que há mais óbitos por

acidentes de trânsito na raça/cor preta. A população negra, constituída de pardos e

pretos, possui a pior condição social e, no que se refere à morbimortalidade por

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acidentes de trânsito, também são os mais acometidos, enquanto a população

branca, que normalmente possuem uma melhor condição social, como afere Souza

et al. (2007), provocam uma morbimortalidade na população, enquanto ocupantes

de veículo.

Gráfico 3 – Distribuição de óbitos por acidentes de trânsito segundo faixa etária no período 2000 a 2011.

Fonte: Dados da Pesquisa. Boa Vista – RR. 2013.

Podemos verificar no gráfico acima que há uma predominância na faixa etária

entre 20 a 29 anos e de 30 a 39 anos nos óbitos por acidentes de trânsito, Soares &

Soares (2003) também encontraram a mesma faixa etária em sua investigação, mas

que diferentemente do estudo de Silva (2010) que aponta a faixa etária

predominante entre 25 e 50 anos. Já no resultados de Rocha (2009) identificaram

que os óbitos em acidentes de trânsito ocorreram entre 30 a 39 anos. Macedo,

Camargo, Almeida e Rosa (2007), em sua investigação apontou que os óbitos

ocorreram na faixa etária de 21 a 40 anos. Mas devemos considerar que nesses

estudos há uma intersecção na faixa etária que é predominante nessa pesquisa, ou

seja, a juventude, período entre 15 a 29 anos conforme apregoa a Organização

Internacional de Juventude, está mais vulnerável aos acidentes de trânsito.

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Possivelmente isso esteja também atrelado por acometer em maior numero o

gênero a perspectiva identitária hegemônica de masculinidade, conforme Riscado

(2012)

Gráfico 4 – Distribuição de óbitos por acidentes de trânsito segundo Grupo CID-10 no período 2000 a 2011.

Fonte: Dados da Pesquisa. Boa Vista – RR. 2013.

Podemos identificar no gráfico acima que há uma ocorrência maior de

acidentes de trânsito entre motociclistas,assim como também, outros acidentes de

transporte terrestre, na cidade de Boa Vista/RR. O estudo de Silva (2102) identificou

que o risco de morte por acidente de motocicleta é maior nas áreas de

conglomerado em regiões fora do eixo metropolitano. Rocha (2009) apontou esse

meio de transporte como peça chave nos envolvimentos de acidentes de trânsito, e

identificam que por ter grande facilidade de movimentar-se durante o trânsito caótico

das grandes cidades. Nascimento & Matos, (2010), assinala que os acidentes de

motocicletas, quando não causam mortes, provocam fraturas expostas nas vítimas

acidentadas. Durante a pesquisa de Oliveira & Souza (2011), os autores

identificaram que predominavam a colisão de motocicleta com carro e as quedas de

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motocicleta eram muito frequentes e concluiu que as condições locais, tipos de

acidente e impacto destacam-se entre as múltiplas dimensões que envolvem a

gravidade das ocorrências com motociclistas.

Gráfico 5 – Distribuição de óbitos por acidentes de trânsito segundo Local de Ocorrência no período 2000 a 2011.

Fonte: Dados da Pesquisa. Boa Vista – RR. 2013.

O gráfico acima representa onde ocorreu o óbito dos acidentes de trânsito na

cidade de Boa Vista/RR. Podemos verificar que há uma maior incidência desses

óbitos em hospitais e vias públicas, enquanto que o estudo de Silva (2010) apontou

que o local de ocorrência de óbitos ocorreu no hospital.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os resultados acima descritos, apontamos haver uma

predominância do sexo masculino nos óbitos por acidentes de trânsito acontecendo

com mais frequência nas pessoas de cor parda, na faixa etária entre 20 a 29 e de 30

a 39 anos, entre motociclistas e maior incidência desses óbitos em vias públicas.

Concluiu-se que a partir deste estudo os acidentes de trânsito constituem uma

importante causa de morbimortalidade em Boa Vista/RR, exigindo que medidas

preventivas mais efetivas sejam adotadas, principalmente, no que se refere aos

acidentes por colisão e atropelamento.

A melhoria de qualidade das informações de mortalidade por causas externas

pode contribuir para o monitoramento da violência, como base à tomada de decisões

para sua redução e a necessidade de maior investimento preventivo dos órgãos

governamentais, adotando medidas preventivas e melhorando a qualidade de

assistência às vítimas de acidentes de trânsito e formulando ações permanentes,

integradas e intersetoriais de promoção à saúde, prevenção que interfiram no

comportamento dos cidadãos, estejam estes condutores ou pedestres.

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