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Funções
A função é um modo especial de relacionar grandezas. Por exemplo, como escrevemos
o deslocamento de um móvel em movimento retilíneo variado dependendo do tempo?
E se o móvel está em movimento retilíneo uniformemente variado? Como representar
o número de habitantes de uma cidade em função do tempo? E a quantidade de calor
transferido entre duas superfícies com temperaturas diferentes? Podemos
relacionar essas grandezas na forma de funções, o que nos permitirão traçar e
analisar gráficos, aprofundando o conhecimento sobre as grandezas que se
relacionam e como se relacionam. Estudaremos apenas as funções que relacionam
duas variáveis, geralmente usaremos x e y. Em que a variável x é chamada de
independente e y de dependente.
1. Definição de função.
Duas grandezas, x e y, em que x A e y B, A e B conjuntos não vazios, se relacionam como uma função se:
I – Todo x se relaciona com algum y B.
II – Cada x se relaciona com exatamente um y B.
O conjunto A chamamos de domínio da função, B contradomínio e se existir uma
expressão que relacione y a x, chamamos de lei da função.
Notação: f: A B
y = f(x)
Exemplos: 1. Seja A o conjunto dos triângulos no plano e B o conjunto dos
números reais. Se f relaciona o triângulo com a sua área, f: A B é função?
2. Seja A o conjunto das mulheres e B o conjunto dos homens. Se f associa a
mulher com quem possui relacionamento romântico, f: A B é função?
3. Seja A o conjunto das pessoas e B o conjunto dos números naturais. Se f
associa cada pessoa com sua idade em anos, f: A B é uma função?
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4. Seja A o conjunto das equações de segundo grau e B o conjunto dos números
reais. Se f associa cada equação com suas soluções, f: A B é uma função?
Observação:1 - O conjunto dos y B, tais que existem algum x relacionado a eles chama-se conjunto imagem. 2. Nosso objeto, nessa disciplina, é estudar funções
cujo domínio e contradomínio são conjuntos numéricos.
Exemplo: 1. Determine o conjunto imagem das funções entre os itens 1 a 4,
anteriores?
2. Considere A o conjunto das equações de segundo grau e B o conjunto dos números
inteiros. Se f relaciona cada equação de segundo grau com o número de soluções
reais, f: A B é função? Caso afirmativo determine o conjunto imagem.
3. Defina a função que relaciona a área de um quadrado com o seu lado. Determine
o conjunto imagem da função.
4. Defina a função que relaciona cada número real com o seu dobro. Determine o
conjunto imagem.
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5. Defina a função que relaciona a ordenada com a abscissa dos pontos do plano
que pertencem à reta que passa pela origem e faz um ângulo de 45º com o sentido
positivo do eixo x. Determine o conjunto imagem da função.
2. Gráficos de funções.
Nesta disciplina estudaremos o gráfico de algumas funções especiais. Não
esboçaremos gráficos de outras funções. Aqui o objetivo é reconhecer o gráfico
de uma função e reconhecer quando temos gráficos que não são de funções. Também
poderemos definir domínio e imagem a partir do gráfico.
(a)
Domínio?
Imagem?
É função?
(b)
Domínio?
Imagem?
É função?
(c)
Domínio?
Imagem?
É função?
(d)
76
Domínio?
Imagem?
É função?
(e)
Domínio?
Imagem?
É função?
(f)
Domínio?
Imagem?
É função?
Observação: Passaremos a estudar funções específicas focando um maior número de
detalhes. Geralmente se nada for dito, assume-se que o domínio e contradomínio
da função são os reais.
3. Domínio de uma função.
Se conhecemos apenas a lei de uma função podemos definir o domínio da mesma,
pensando qual o maior subconjunto dos reais que torna a expressão uma função.
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Exemplo: Defina o conjunto A, maior subconjunto dos reais, para que f seja função.
(a) f: A ℝ (b) f: A ℝ
xy x
1y
Se pensarmos em domínios como subconjuntos dos números reais só existem duas
restrições:
I – Divisão por zero;
II – Radicando negativo em raiz de índice par.
Podemos ter combinações dessas restrições.
Exemplo: Defina o conjunto A, maior subconjunto dos reais, para que f seja função.
(a) f: A ℝ (b) g: A ℝ
2xy 1²x
1y
(c) f: A ℝ (d) h: A ℝ
4x42xy
5x3
1y
(e) f: A ℝ (f) g: A ℝ
1x2²x
3xy
2x
1
1x
1y
Observação: Após estudar as funções básicas voltaremos a determinar domínios com
outras combinações destas restrições.
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4. Função afim.
É todo função que pode ser escrita na forma:
f: ℝ ℝ y = ax + b
Em que a e b são constantes reais.
Já estudamos esta função como a equação reduzida da reta. Sabemos o significado
de a, coeficiente angular e b, coeficiente linear. Para completar o estudo desta
função veremos: estudo do crescimento, raiz da função e o estudo do sinal.
4.1. Estudo do Crescimento.
Estudar o crescimento de uma função é indicar os valores de x em que a função é
crescente, decrescente ou constante.
Estudo do crescimento da função f, cujo gráfico está
ao lado:
f crescente:
f decrescente:
Agora, se a função for afim, ela não terá mudança no comportamento, ou ela é
sempre crescente, sempre decrescente ou constante.
Função crescente Função constante Função decrescente
0 < < 90º = 0 90º < < 180º
tan > 0 tan = 0 tan < 0 a > 0 a = 0 a < 0
Resumindo:
a > 0 função afim crescente x ℝ
a = 0 função afim constante x ℝ
a < 0 função afim decrescente x ℝ
Exemplo: Determine o crescimento das funções afim, cujas leis são:
(a) 6x4
3y (b) 7xy
80
4.2 Raiz da função afim.
Em geral, raiz de uma função, é o valor de x em que y = 0. Assim se a função é
a afim:
y = ax + b ax + b = 0 a
bx
Não precisamos ter isso como uma fórmula. Apenas sabendo a definição de raiz,
chegamos na equação muito simples de resolver.
Exemplo: Determine a raiz das funções abaixo:
(a) f: ℝ-{2} ℝ (b) f: ℝ ℝ
2x
7x3y
y = 4x - 10
4.3. Estudo do sinal.
Estudar o sinal de uma função é indicar os intervalos
do domínio, ou seja, valores de x, em que a função,
ou seja, y, assume valores positivos, negativos ou
nulos. Observe o gráfico abaixo. As regiões em rosa
correspondem aos valores de x em que o gráfico está
acima do eixo ox, ou seja, y>0. As regiões em azul
correspondem aos valores de x em que o gráfico está
abaixo do eixo ox, ou seja, y < 0. E os pontos estão
no eixo ox, ou seja, y = 0.
Exemplo: Estudo do sinal da função do gráfico acima:
y > 0
y = 0
y < 0
Se a função é afim, temos quatro possibilidades:
(a) a > 0 (b) a < 0
81
(c) a = 0 e b > 0 (d) a = 0 e b < 0
Exemplos: 1. Estude o sinal de cada função afim abaixo:
(a) y = 2x – 4 (b) y = 4 – 8x
2. Defina o conjunto A, maior subconjunto dos reais, para que f seja função.
(a) f: A ℝ
x3
1xy
(b) g: A ℝ
8x31x4y
82
3. Resolva as inequações abaixo, em ℝ:
(a) 2 < 2x – 6 < 10
Interpretação geométrica da solução deste tipo de inequação.
1x36
5x4
(b)
5. Função Quadrática
É todo função que pode ser escrita na forma:
f: ℝ ℝ y = ax² + bx + c
Em que a, b e c são constantes reais e a 0, caso contrário a função seria afim.
Já estudamos um tipo de função quadrática. A que b = c = 0, como a equação
da parábola, cuja diretriz é horizontal e o vértice é o ponto V(0,0), pois nesse
caso a equação é y = px². Aqui temos uma diversidade maior. Descubra qual as
coordenadas do vértice, foco e reta diretriz para esses casos.
83
5.1. Raízes e intersecção com o eixo oy.
As raízes são os valores de x em que a função assume y = 0 e vemos esses pontos
no gráfico como intersecções com o eixo ox. Já que o gráfico é uma parábola,
podemos ter no máximo duas raízes.
Duas raízes. Uma raiz. Nenhuma raiz.
Raízes: Soluções de ax²+ bx + c = 0.
Intersecção com o eixo oy: Substituindo x = 0 na lei da função quadrática:
y=a.0² + b.0 + c y = c.
Na maioria dos casos, apenas com as raízes e a intersecção com o eixo oy
traçamos um bom esboço da função quadrática.
Exemplo: Esboce o gráfico da função quadrática: y = 2x² - 10x + 12.
5.2. Forma fatorada da função quadrática.
Podemos escrever a lei da função quadrática sendo conhecidos as raízes, x1 e x2
da função:
y = a(x – x1)(x – x2)
Exemplo: Determine a forma fatorada da lei da função quadrática:
(a) y = 2x² - 10x + 8
84
(b) y = 3x2 – 18x + 27
5.3. Vértice.
Para a função quadrática o vértice agrega outro caráter, é o
ponto de máximo ou mínimo da função e a partir daí podemos
determinar o conjunto imagem da função e a reta de simetria
do seu gráfico. Pela simetria, podemos pensar que a abscissa
do vértice é o ponto médio entre as raízes da função.
Sabemos da fórmula de Bhaskara, que as raízes da função
quadrática são:
a2
b'x
e
a2
b''x
Para definirmos a abscissa do vértice, façamos o ponto médio
das raízes:
2
a
b
2
a2
b2
2
a2
b
a2
b
xv
a2
bxv
Para encontrarmos a ordenada do vértice, substituímos xv na
equação da função quadrática:
a4
ac4²b2²bc
a2
²b
²a4
²bac
a2
bb
a2
bay
2
v
a4a4
²bac4yv
.
Logo o vértice tem coordenadas:
a4,
a2
bV
Observação: Mesmo que não existam raízes reais o modo de calcular as coordenadas
do vértice serão as mesmas, pois para a abscissa do vértice as raízes quadradas
que não seriam números reais sempre se anulam e sempre existe, já que na ordenada do vértice não é necessário extrair sua raiz quadrada.
Exemplo: Determine as coordenadas do vértice da função quadrática, o conjunto
imagem desta função e a equação do eixo de simetria do seu gráfico:
(a) cuja lei é y = 2x² – 10x + 12
85
(b) cuja lei é y = -3x² + 27x – 24.
5.4. Concavidade.
A parábola da esquerda (roxa) tem
concavidade para cima e a parábola da direita
(verde) tem concavidade para baixo. Como
diferenciar a concavidade conhecido a lei da
função quadrática y = ax² + bx + c?
Notamos que se determinarmos as raízes da
função e a intersecção com o eixo oy a
concavidade fica automaticamente
determinada. Podemos analisar diretamente
pelo sinal do coeficiente a.
Colocando a em evidência, obtemos:
a
cx
a
b²xay
Fazemos um processo chamado de “Completar
quadrados1” e assim podemos reescrever a lei
da função como:
a4a2
bxay
2
chamada de forma canônica da função quadrática.
Entendemos que para valores de x + ou x -, temos
a4a2
bx
2
+ ,
pois
2
a2
bx e
a4
é constante, mesmo que este número seja negativo.
Assim, se a > 0, então y + , na condição de x + , fazendo com que a
concavidade da parábola seja para cima. Se a < 0, então y , na condição de
x + , fazendo com que a concavidade da parábola seja para baixo.
Se a > 0, então o gráfico tem concavidade para cima.
Se a < 0, então o gráfico tem concavidade para baixo.
5.5. Estudo do Crescimento.
Independente do número de raízes, o estudo do crescimento é definido pela
concavidade e o vértice do gráfico da função quadrática.
1 Procedimento bastante importante para o cálculo de Integrais, vistos na disciplina de
Matemática II.
86
Com a concavidade para cima, a > 0, tem-se:
f é crescente: x ]xv, + [
f é decrescente: x ] , xv[
Isso faz com que o vértice seja um Ponto de Mínimo.
Com a concavidade para baixo, a < 0, tem-se:
f é decrescente: x ]xv, + [
f é crescente: x ] , xv[
Isso faz com que o vértice seja um Ponto de Máximo.
5.6. Estudo do Sinal.
Para determinarmos os intervalos de x em que a função assume valores
positivos, negativos ou nulos, necessitamos saber a concavidade do gráfico e as
raízes da função. Com isso temos seis possibilidades.
a > 0 a < 0
Duas raízes. Duas raízes.
a > 0 a < 0
Uma raiz. Uma raiz.
a > 0 a < 0
Nenhuma raiz. Nenhuma raiz.
Exemplos: 1. Estude o sinal de cada função afim abaixo:
(a) y = -x²+ 3x + 4
87
(b) y = x² + 2
2. Defina o conjunto A, maior subconjunto dos reais, para que f seja função.
(a) f: A ℝ
2x
6x5²xy
(b) g: A ℝ
4x3²x3xy
88
(c) h: A ℝ
2x3²x16²x
x3²xy
3. Resolva as inequações abaixo, em ℝ:
(a) 3 < x² – 4x < 0
Interpretação geométrica da solução deste tipo de inequação.
90
6. Função Composta
A ideia geral das funções compostas é aplicar duas funções consecutivamente.
Considere f: A B e g: C D.
y= f(x) y= g(x)
Para podermos aplicar a função f primeiro, e no seu resultado a função g, o
conjunto B deve estar contido no conjunto C, pois caso contrário, existirá x
A que não possua y D relacionado a ele.
f g
A B C D
g(f(x))= gof(x)
gof: A D
y = g(f(x))
Para podermos aplicar a função g primeiro, e no seu resultado a função f, o
conjunto D deve estar contido no conjunto A, pois caso contrário, existirá x
C que não possua y B relacionado a ele.
g f
C D A B
f(g(x))= fog(x)
fog: C B
y = f(g(x))
Exemplo: Verifique a existência das funções compostas fog e gof, no caso
afirmativo determine também a lei da função composta.
(a) f: ℝ ℝ g: ℝ ℝ y = 2x y = x²-3x+2
91
(b) f: ℝ-{1} ℝ* g: [2,+[ ℝ+
1x
1y
2xy
(c) f: ℝ [2,+[ g: [2,+[ ℝ+
y = x² + 2 2xy
(d) f: ℝ ℝ g: [5,+[ ℝ+
y = 2x + 1 xy
92
7. Função inversa.
Seja f: A B. Dizemos que a função f possui inversa, função g: B A,
y=f(x) y= g(x)
se para todo par (a,b) f, ou seja, b=f(a); tem-se (b,a) g, ou seja, a = g(b) e g ser uma função. De modo simples o domínio de uma é imagem da outra e a
imagem da outra é domínio da uma. Os papéis de x e y se invertem.
f: ℝ ℝ g: ℝ ℝ
y = 2x y = 2
x
(1,2) f (2,1) g
(3,6) f (6,3) g
1,
2
1 f
2
1,1 g
...
Ambas são funções, os gráficos de ambas são retas. Podemos dizer que f e g são
inversas entre si, ou g = f-1.
Até a lei faz uma alusão ao inverso: a operação inversa de multiplicar por 2 é
dividir por 2. Infelizmente a maioria das funções não são tão simples para
enxergarmos esta correlação.
O gráfico de funções inversas possuem simetria em relação à reta y = x. Enxergamos
a simetria se “dobrarmos” o gráfico na reta y = x os gráficos da função f e g se
sobrepõe.
h: ℝ ℝ g: ℝ ℝ y = x² x = y²
(2,4) h (4,2) g
(3,9) h (9,3) g
4
1,
2
1 h
2
1,
4
1 g
...
Só que neste caso, g não é
função!!!
h é função, g satisfaz o critério da operação inversa, mas g não é função, então
não podemos dizer que g É FUNÇÃO INVERSA de h.
O critério da inversa faz com que os gráficos, mesmo neste caso que a g não é
função, é a simetria dos gráficos em relação à reta y=x.
Em consequência da definição, se f e g são funções inversas entre si, temos:
fog: B B e gof: A A
y=fog(x)=x y=gof(x)=x
93
Exemplo: 1. Verifique se as funções abaixo são inversas entre si:
(a) f: ℝ ℝ g: ℝ ℝ
3
x21y
2
1x3y
(b) f: [1,+[ ℝ+ g: ℝ+ [1,+[
1xy 1²xy
2. Verifique a existência da função inversa de f, apenas baseado em seu gráfico.
Se existir, esboce seu gráfico e determine domínio e imagem.
(a) (b)
94
(d) (e)
3. Determine a função inversa das funções abaixo, se existirem.
(a) f: [-2,+[ [2,+[ (b) g: ℝ-{2} ℝ-
2
1
x22y 4x2
1xy
96
8. Função Exponencial
É todo função que pode ser escrita na forma:
f: ℝ ℝ+∗
y = ax
Em que a é um número real tal que 0 < a 1. Observação:
1. Se a < 0, com x ℝ, poderíamos ter, por exemplo, a = -2 e x = 2
1 e assim teríamos
y = 22 2
1
ℝ, ou seja, f não seria função.
2. Se a= 0, poderíamos ter x = -1. Assim y = 0-1=0
1, que não existe.
3. Se a = 1, teríamos y = 1x = 1, independente do valor de x, logo seria uma função
afim e não exponencial.
8.1 Gráfico da função exponencial e exemplos.
O gráfico ao lado é o gráfico da
função exponencial, cuja lei é y= 2x.
Para fazer seu gráfico incialmente
podemos obter alguns pontos e depois
passar uma linha por estes pontos.
Será que a função intersecciona o
eixo ox? Para isso deveríamos achar
resposta para 2x = 0 e de fato não
existe x para que isso ocorra. No caso da função ser crescente, podemos dizer
que quanto mais x se aproxima de , mais y se aproxima de zero, mas nunca
será zero. E quanto mais x se aproxima de + , mais y vai a + . Esse comportamento da função exponencial é de extrema importância. Vejamos um outro
gráfico.
O gráfico ao lado é o da função, cuja
lei é
x
2
1)x(g
.
Podemos fazer este gráfico
analogamente ao anterior.
Desta vez, nos deparamos com uma
função decrescente.
O comportamento da função g se
inverte em relação ao crescimento e
assim podemos dizer que quanto mais
x se aproxima de , mais y se aproxima de + . Assim como quanto mais x se
aproxima de + , mais y se aproxima de zero. Dessa forma o eixo ox é uma assíntota da função exponencial.
Tanto na função exponencial crescente, quanto na decrescente o gráfico da função
intersecciona o eixo ox no ponto (0,1).
x y
-3 0.125
-2 0.25
-1 0.5
0 1
1 2
2 4
x y
-2 4
-1 2
0 1
1 0.5
2 0.25
3 0.125
97
8.2 Crescimento.
Com a função exponencial básica, ou a função é apenas crescente, ou apenas
decrescente. Como diferenciar os dois casos?
Tiramos esta resposta da aritmética e das regras
de potenciação.
Analisamos dois casos: Se 0 < a < 1 e se a > 1.
Se a > 1, à medida que aumentarmos o x, maior
ficará o y, isso significa que a função é
crescente.
Ao lado, os gráficos bordô, azul e verde são
respectivamente das funções exponenciais, cujas
leis são:
y= 3x, y = 2x e y = 1,5x.
Por exemplo, considerando a = 2:
-1 < 0 < 1 2-1 < 20 < 21
Se 0 < a < 1, à medida que aumentarmos o x, menor ficará o y, isso significa que
a função é decrescente.
Ao lado os gráficos verde, vermelho e azul
são respectivamente das funções exponenciais
h, g e p, cujas leis são:
x
3
2y
,
x
2
1y
e
x
3
1y
Por exemplo, considerando a = 2
1
-1 < 0 < 1
101
2
1
2
1
2
1
Se 0 < a < 1, então a função exponencial é decrescente.
Se a > 1, então a função exponencial é crescente.
Exemplo: Determine o crescimento das funções abaixo:
(a) f: ℝ ℝ+∗
x
3y
(b) g: ℝ ℝ+∗
x
3
2y
(c) h: ℝ ℝ+∗
x4
7
5y
98
8.3 Estudo do Sinal
A função básica f: ℝ ℝ+∗ não intersecciona o eixo ox e está toda acima
y = ax
deste eixo, logo é sempre positiva. Agora quando compomos a função exponencial
com outras tudo pode acontecer. Isso requer que saibamos resolver equações e
inequações envolvendo expressões exponenciais.
8.4 Equações exponenciais.
Qual é a raiz da função 93y
lRlR:f
2x5
? Sabemos que a função exponencial básica não
tem raiz, mas esta é o resultado da composição da função x
*
3y
lRlR:g
,
9xy
lRlR:h
e 2x5y
lRlR:p
.
Descobrir a raiz da função f requer que resolvamos a equação 35x-2- 9 = 0. Outras
composições exigirão resolver outras equações, então passamos agora a resolvê-
las. Para isso vamos retomar algumas propriedades da potenciação:
1 - yxyxaaa
xxx)ab(ba 2 -
3 - yx
y
x
aa
a , se a 0.
4 -
x
x
x
b
a
b
a
, se b 0.
5 - yxyxaa
6 - y
x
y xaa
7 - yxaayx
8 - x
x
a
1a
, se a 0.
9 – a0 = 1 , se a 0.
10 – a1 = a.
A fim de resolver uma equação exponencial podemos aplicar estas propriedades e
somente estas, além das manipulações algébricas conhecidas.
Exemplo: Resolver as equações abaixo:
(a) 4x = 32 (b) 813
1x
(c) x1x525
(d) 35x-2- 9 = 0
99
(e) 5x+3 – 9.5x+1 + 5x = 2025
(f) 4x = 2x + 12
8.5 Inequações exponenciais.
Para que valores do domínio 93y
lRlR:f
2x5
assume valores positivos ou
negativos? Sabemos que a função exponencial básica não tem raiz e é apenas
positiva, mas e esta? Determinar em que valores de x, f é positiva requer que
resolvamos 35z-2- 9 > 0 e para valores negativos, 35z-2- 9 < 0. Para isso além de
considerar as propriedades de potenciação e as manipulações algébricas já
conhecidas, devemos considerar as propriedades abaixo relacionadas com o
crescimento de uma função exponencial:
11 – Se a > 1, então: 12 – Se 0 < a < 1, então:
ax1 < ax2 x1 < x2. ax1 > ax2 x1 < x2.
100
Exemplo: Resolver as equações abaixo:
(a) 3x-1 > 27 (b) x
1x
16
18
(c)
2xx
3
1
3
12
(d) 35x-2- 9 > 0
(e) 3x+1 + 3x+2 < 108
(d) 52x+2 – 5x+3 > 5x - 5
101
9. Função inversa da função exponencial.
Sendo f: ℝ ℝ+∗ função exponencial, então g: ℝ+
∗ ℝ é sua inversa, desde y = ax x= ay
g seja função. Não esqueça, a é um número real tal que 0 < a 1. Como conhecemos o gráfico da função f
e que gráficos de funções inversas
entre si são simétricos em relação à
reta y = x, podemos verificar s g é
função.
Ao lado a curva azul é o gráfico de
uma função exponencial em que a >
1. A curva vermelha foi produzida pela
simetria. Nota-se que é uma função e
que, identicamente a f, g é crescente.
Lembramos que pela definição de função
inversa:
(a,b) f (b,a) g Podemos já fazer o estudo do sinal da
função g:
y > 0 x > 1
y = 0 x = 1
y < 0 0 < x < 1
Também podemos estudar o sinal da função
inversa da exponencial quando 0 < a < 1.
y > 0 0 < x < 1
y = 0 x = 1
y < 0 x > 1
Ambas são decrescentes nas mesmas
condições.
Devemos obter um modo de explicitar y na
lei de g e a função estará definida.
Na lei da função inversa da função
exponencial: x = ay, para explicitar y que
está no expoente, temos a definição de
LOGARITMO! Que nada mais é do que o
EXPOENTE! Logaritmo é o expoente!!!!!
Agora podemos definir a função logarítmica básica:
g: ℝ+∗ ℝ
y = logax
Em que: 0 < a 1 e só está definido para x > 0. Qualquer alteração na função logarítmica básica requer minucioso estudo, por isso
estudaremos o logaritmo como algo independente da definição de função,
resolveremos equações e inequações logarítmicas.
9.1 Logaritmo.
Se 0 < a 1, o resultado de ax é estritamente positivo, assim se ax = b, temos b > 0. Logaritmo é o expoente de uma equação exponencial.
ax = b x = logab
102
Desde a sua criação, no século XV, foram criadas tabelas indicando alguns
valores de logaritmos na base 10. Felizmente hoje não necessitamos destes
artifícios devido ao amplo uso das calculadoras, mas não pense que tu poderá usá-
la na prova. Precisamos desenvolver as propriedades dos logaritmos, assim como
temos as propriedades de potenciação. E por exemplo se uma resposta resultar em
log23, deixamos assim, da mesma forma que se o resultado é 2, na matemática,
não dizemos que o resultado é 1,41, deixamos 2.
9.2 Propriedades dos logaritmos.
Mostraremos as propriedades de logaritmos juntamente com as propriedades de
potenciação, pois são INVERSAS uma da outra.
a0 = 1 loga1 = 0
a1 = a logaa = 1
ax.ay = ax+y loga(x.y) = logax + logay
yx
y
x
aa
a ylogxlogy
xlog
aaa
yxyxaa
logaxy = ylogax
f(x)=ax g(x)=logax f(g(x))= x xaxlogz
ax = ay x = y logax = logay x = y
Exemplo: 1. Sabendo que logbx = -2 e logby = 3, calcule
3
2
b
y
xlog .
2. Se logE = 1 + loga + 2logb – logc, então calcule E.
3. Se log8 = a e log3 = b, calcule:
(a) log2 (b) 3 18log
103
9.3 Fórmula de mudança de base.
Caso queiras alguma explicação adicional a como se chega a fórmula da mudança de
base, procure atendimento.
xlog
ylogylog
a
a
x
Em que a é a nova base.
Exemplo: Resolver as equações abaixo e calcule aproximadamente o valor de x:
(a) 2x = 3 (b) 5x = 7
(c) 8x = 32
9.4 Equações exponenciais e logarítmicas.
Nos exemplos anteriores já conseguimos resolver algumas equações exponenciais
que somente com o conhecimento de exponencial não conseguiríamos. Agora
incrementaremos estes casos e resolveremos equações logarítmicas, com base nas
suas sete propriedades e mais na fórmula da mudança de base. Bastante importante,
pois a maioria das propriedades de logaritmação só são válidas quando estão na
mesma base.
Exemplo: Resolver as equações abaixo e deixe as respostas com os resultados
logarítmicos mais simples possíveis:
(a) 31-x = 4 (b) 2x = 3x
(c) log4(3x+2)=log4(2x+5) (d) logx(4x-3)=logx(2x+1)
104
(e) log3(2x-11)= 3 (f) log4(log2x)=1
(g) 06xlog7xlog2
2
2 (h) log(x+1) – log(2x) = 2
(i) log3x = 1 + log9(2x-9)
9.5 Inequações logarítmicas.
Ao resolver inequações logarítmicas devemos ter o mesmo cuidado do que com as
equações exponenciais, pois se estamos comparando desigualdade de potências
devemos saber como comparar os expoentes. Tudo depende da base ser de uma função
exponencial ser crescente ou decrescente lembram-se? O mesmo caso agora, com o
agravante que ainda temos as condições de existência do logaritmo, ou seja a base
0<a1 e logaritmando estritamente positivo. Exemplo: Resolver as inequações abaixo:
(a) log4x < log45
105
(b) )2x(log²xlog
2
1
2
1
(c) log3(x²-8x) < 2
(d) )3x(log)1x(log xlog
3
1
3
1
3
1
(e) 2ln2 x – lnx > 6
106
(f) 028logxlogx
2
1
10. Exercícios.
1- Determine o maior subconjunto dos reais que torna as expressões abaixo em
funções:
a 4x)x(f
lRA:f
b
1x2
3x2)x(g
lRA:g
c x212x)x(h
lRA:h
d
1²x
3xx)x(g
lRA:g
24
2- Determine o domínio de cada gráfico abaixo. Analise se os gráficos abaixo ;são
referentes a funções, considerando o seu domínio. Justifique sua resposta. No
caso de função determine o conjunto imagem.
a b
107
c d
3 Responda:
a. Uma função afim pode não ter raiz? Em que situação?
b. O gráfico de uma função afim é uma reta. E toda reta pode ser definida como
uma função afim?
4 Resolva as inequações abaixo, em ℝ:
a.
b.
c.
d.
e.
f.
g.
h.
11. Exercícios.
Esboce o gráfico das funções f:ℝ ℝ abaixo, determinando as raízes, o vértice, a
intersecção com eixo oy e a concavidade da função.
1- y=x²-2x+4
2- y=3x-x²
3- y=2x²-10x+7
4- y=4x-x²
Resolva, em ℝ, as inequações abaixo:
5- (2x-3)(x²-7x+10) < 0 6- 20x-4x²-25 < 0
7- 0 < x² - 3x + 2 < 6 8- (1-4x²)(2x²+3x) > 0
9- (x²-2x+8)(x²-5x+6) < 0
02x3²x2
5x²x4
10- 0
2x3²x2
x32
11-
01x
x
1x
x
12- 1x
2x
3x
13-
108
12. Exercícios.
Determine as funções compostas fog ou gof, se existirem:
1x3)x(f
lRlR:f
1- e
1x3)x(f
lRlR:f
³x)x(f
lRlR:f
2- e
3x)x(g
lRlR:g
2
1x
x)x(f
1lR1lR:f
3- e
1x)x(g
lR,1:g
4 1x)x(f
lR,1:f
4- e
1x)x(g
,1lR:g
6
Determine a função inversa de cada função abaixo. Em caso negativo, justifique:
1xy
lRlR:f
5
5-
1x3y
lRlR:g
6-
x
2x4y
4lR*lR:f
7-
3x
3xy
1lR3lR:h
8- 3
2x4y
lRlR:g
9-
34xxy
lRlR:f
10-
1x
x)x(f
1lR1lR:f
11-
Verifique se existe a função inversa das funções representadas pelos gráficos abaixo.
Em caso afirmativo, esboce o gráfico da inversa, em caso negativo, justifique:
12- 13- 14-
10- 11- 12-
13 Exercícios.
Classifique as funções exponenciais, cujas leis estão abaixo segundo seu
crescimento.
(a)
x
2
2y
(b)
x
e
3y
(c) x
ey
109
(d) y = -x (e)
x24
y
Compare as potências abaixo, colocando entre elas os sinais adequados de <
ou >:
(a)
73
3
3___
3
3
(b) (0,9)4 ____ (0,9)-5
(c) 3___3
2 (d)
10e
2___2
Resolva as equações exponenciais abaixo:
(a) 2x = 64 (b) 3x-2 = 9 (c) 1255x2x
2
(d) 32
12
5 x (e) 2x + 2x-1 = 12 (f) 3x-2 + 3x+1 = 84
(g) 22x – 9.2x = - 8 (h) 4x+2 – 3.2x+3 = 160
Resolva as inequações exponenciais abaixo:
(a) 25x > 23x+10 (b) 1xxx01,001,0
2 (c)
x3
1x2
2
22
(d) (0,5)x-1 + (0,5)x-2 > 48 (e) 4x+1 + 4x+2 – 1280 < 0
Determine o maior subconjunto A dos reais que tornam as expressões abaixo em
leis de uma função f: A ℝ.
(a) y = 2xxx77 (b)
x
2
1
64
1
xy
(a) Estudo o sinal da função f: ℝ ℝ em que f(x) = 13
11x3
.
(b) A função f intersecciona a reta y = -1? Justifique.
(c) Qual a imagem da função f?
(d) Em que ponto o gráfico de f intersecciona o eixo oy?
(e) Esboce o gráfico da função f.
14 Exercícios.
Determine o maior subconjunto dos reais que torna a equação abaixo na lei de uma
função:
x5
3xlogy
21- 6x5xlogy
2
3
12- ²xx23logy
x2 3-
Determine a função inversa das leis abaixo, incluindo seu domínio.
93y2x5 4- 5- 4
8
13y
5x
Resolva as equações abaixo, em ℝ:6- 3x = 2x + 2x+1
7- 43x-1 = 3x+2
6log4x5log
3
1
3
18-
9- logx(6x-5) = logx(2x-1)
10- log(4x-3) = - 1
110
0xlogloglog25
5
111-
xlog52xlog24
2
412-
13- log3(x²-x-5)-log3x = 1
14- logx2 = log2x
Resolvas as inequações abaixo, em ℝ: 15- 3x > 7
16- log9x < log9 (2-5x)
x5log3xlog
5
4
5
417-
18- log2x > 3
19- Estude o sinal da função abaixo:
f: ℝ+∗ ℝ
y = 4xlog3xlog
2
1
2
2
1
139
15. Trigonometria no triângulo retângulo, resolução de triângulos
quaisquer.
Todos os resultados da trigonometria do triângulo retângulo continuam válidos.
Por exemplo:
Por definição se +=90º :
(a) senAC
BCcos
(b) cosAC
ABsen
(c)
tan
1ancot
BC
ABtan
E também por definição:
(d)
cos
sentan (d)
sen
cosancot (e)
cos
1sec (f)
sen
1seccos
Alguns resultados consequências dessas definição:
(a) sen² + cos²=1
(b) tan² + 1 = sec²
(c) cotan² + 1 = cossec²
Alguns resultados bastante importantes são as leis dos
cossenos e senos, que basicamente resolvem triângulos
quaisquer, além do Teorema de Pitágoras, que só se aplica
aos triângulos retângulos e seno e cosseno dos arcos soma.
(a) Lei dos Senos: sen
c
sen
b
sen
a
(b) Lei dos Cossenos: c² = a² + b² - 2ab.cos
(c) Seno da adição/subtração:
sen(a b) = sena.cosb senbcosa
(d) Cosseno da adição/subtração:
cos(a b) = cosacosb senasenb
Muitos outros resultados podem ser concluídos a partir deste, por exemplo: sen2x,
tan(a+b), etc.
16. Circunferência trigonométrica.
Se inserirmos numa circunferência de raio unitário (r = 1) os eixos do
sistema cartesiano ortogonal, de maneira que a origem do plano cartesiano coincida
com o centro da circunferência, que seja fixado um
ponto A (1,0) chamado de origem dos arcos, de onde,
como o nome sugere, são determinados arcos com início
nesse ponto. Podemos visualizar os arcos com o ponto
A fixo e o ponto P móvel. Se o ponto P se desloca no
sentido anti-horário o arco AP é positivo e se o ponto
P se desloca no sentido horário o arco tem medida
negativa.
Para as funções trigonométricas precisamos de domínio
real, assim, os ângulos serão convertidos em radianos
para equivaler a uma unidade de medida, ou seja, um
número real.
Para medir o comprimento de um arco de círculo
subentendido por um ângulo, , em radianos:
S= r Se r = 1, tem-se, S = .
140
OP = r = 1
=
4 rad med(𝐴𝑃)̂ =
comp(𝐴�̂�) = med(𝐴𝑄)̂=
Observações:
Todos os arcos têm origem em A, o que determinará se o arco determinado no
sentido anti-horário ou horário é o sinal do arco;
Para converter um ângulo em graus em radianos ou vice-versa, basta uma regra
de três simples, fazendo a correspondência rad – 180º;
Os eixos coordenados dividem a circunferência (e o plano) em quatro quadrantes,
numerados segundo o sentido positivo dos arcos. Os limites dos arcos de acordo
com os quadrantes estão dispostos na figura a seguir (complete):
Em graus: Em radianos:
IQ: ____ < < ________ IQ: ____ < < ________
IIQ: ____ < < ________ IIQ: ____ < < ________
IIIQ: ____ < < ________ IIIQ: ____ < < ________
IVQ: ____ < < ________ IVQ: ____ < < ________
Atribuindo sentido a arcos positivos e negativos atribuímos sentido também
a arcos maiores que 360º ou 2 rad, basta imaginarmos o ponto P "móvel"
completando mais de uma volta.
A todo arco maior que uma volta corresponde a um arco da primeira volta.
Arcos que começam e terminam no mesmo lugar, diferenciando-se apenas por um
número inteiro de voltas, chamam-se de arcos côngruos. Se e são côngruos:
Em radianos: - = 2n , n ℤ.
Em graus: - = 360ºn , n ℤ.
17. Função Cosseno.
Para determinar a função cosseno:
f: ℝ ℝ y = cosx
Façamos uma perpendicular do ponto P até encontrar o
eixo ox. A intersecção da perpendicular com o eixo ox,
será o ponto C. A medida do cosx é a abscissa do ponto
C, ou seja,
cosx = xc
A definição de cosseno na circunferência trigonométrica
não contradiz a definição no triângulo retângulo, mas
torna esse conceito mais abrangente. No triângulo retângulo só aparece ângulos
agudos, só existia sentido cosseno de ângulos entre 0º e 90º. Agora podemos
definir cosseno para qualquer arco, seja positivo ou negativo, maior que 360º ou
menor que 360º, ou melhor, qualquer ângulo em radianos. Assim o valor de cosseno de um ângulo pode assumir o sinal positivo se o ponto
C estiver a direita da origem ou negativo se o ponto C estiver à esquerda da
origem.
Quadrante I II III IV
Sinal
Crescimento
Variação
II
III
I
IV
O
141
Exemplo: Determine o valor dos cossenos abaixo em relação a arcos do primeiro
quadrante na primeira volta do sentido positivo. Trabalharemos em graus para
facilitar o processo, mas para as funções trigonométricas é importantíssimo que
arcos sejam em radianos.
(a) cos120º (b) cos245º
(c) cos278º (d) cos335º
Observação: Todas as relações trigonométricas válidas no triângulo retângulo,
vistos no arquivo H, continuam valendo.
17.1. Gráfico Função Cosseno.
As funções trigonométricas são ditas periódicas, pois existe um número real
p, tal que: f(x)=f(x+p), já que ao completar uma volta a função passa a assumir
os mesmos valores da primeira volta, o mesmo acontece com o sentido horário.
O menor valor de p possível, válido para todo x é chamado de período.
A metade da maior variação horizontal do gráfico é chamada de amplitude.
Frequência de uma função periódica é o número de ciclos numa determinada unidade
de tempo.
Na função cosseno básica:
p = 2 A = 1 f = 1
Qualquer variação na função cosseno, esses parâmetros são alterados:
142
f: ℝ ℝ y = acos(bx+c)+d
Período Amplitude Frequência Imagem
y = acos(x)
y = cos(bx)
y = cos(x+c)
y = cos(x) + d
y = acos(bx+c)+d
Exemplo: Esboce o gráfico da função
f: ℝ ℝ
24
x2cos3y
18. Função Seno.
Para determinar a função cosseno:
f: ℝ ℝ y = senx
Façamos uma perpendicular do ponto P até encontrar o eixo
oy. A intersecção da perpendicular com o eixo oy, será o
ponto S. A medida do senx é a abscissa do ponto S, ou seja:
senx = ys
A definição de seno na circunferência trigonométrica não contradiz a
definição no triângulo retângulo, mas torna esse conceito mais abrangente, assim
como na função cosseno. Assim o valor de seno de um ângulo pode assumir o sinal
positivo se o ponto S estiver acima da origem ou negativo se o ponto S estiver
abaixo da origem.
143
Quadrante I II III IV
Sinal
Crescimento
Variação
Exemplo: Determine o valor dos senos abaixo em relação a arcos do primeiro
quadrante na primeira volta do sentido positivo. Trabalharemos em graus para
facilitar o processo, mas para as funções trigonométricas é importantíssimo que
arcos sejam em radianos.
(a) sen145º (b) sen205º
(c) sen238º (d) sen345º
18.1. Gráfico Função Seno.
Na função seno básica:
p = 2 A = 1 f = 1
144
Observe a diferença entre os gráficos da função seno e cosseno na imagem
abaixo.
Dizemos que há uma diferença de fase em relação aos gráficos das funções
seno e cosseno, fazendo c = 2
em uma das funções, os gráficos coincidem.
Qualquer variação na função seno, esses parâmetros são alterados:
f: ℝ ℝ y = asen(bx+c)+d
Período Amplitude Frequência Imagem
y = asen(x)
y = sen(bx)
y = sen(x+c)
y = sen(x) + d
y = asen(bx+c)+d
Exemplo: Esboce o gráfico da função
f: ℝ ℝ
232
xsen2y
145
Deveríamos estudar tão profundamente como as funções seno e cosseno, as funções
tangente, cossecante, secante, cotangente. Pela escassez de tempo, deixamos a
cargo do estudante usar os conhecimentos aqui vistos para deduzir as propriedades
destas outras funções.
19 Exercícios.
1- Um dos catetos de um triângulo retângulo mede 10 cm e a hipotenusa mede 12
cm. Determine o valor do cosseno de cada ângulo agudo do triângulo.
2- Seja o ângulo agudo x tal que cosx =25
7, determine senx, cossecx, secx, tanx
e cotanx.
3- Calcule o comprimento da sombra projetada por um poste de 6 metros de altura
no instante em que os raios solares que incidem sobre ele formam com o solo,
horizontal, um ângulo de 60º.
4- Uma telha de um galinheiro quebrou. Em dias chuvosos,
uma goteira produz no chão, embaixo da telha quebrada,
uma pequena poça de água a 1,85 metros de uma das paredes
do galinheiro, conforme a figura. Considerando que a
espessura dessa parede é de 15 cm e que d é a distância
entre o ponto mais alto do telhado e a quebra da telha,
calcule, d em metros.
5- Um túnel reto AB deverá ser construído a partir da perfuração de uma montanha.
De um ponto C – situado a 65 metros de A, na perpendicular ao traçado do túnel
– avistam-se as futuras extremidades do túnel sob ângulo de 60º. Qual o
comprimento do túnel a ser construído?
6- Dois homens, H1 e H2, com 2 metros e 1,50
metros de altura, respectivamente, estão em pé
numa calçada, em lados opostos de um poste de
5 m de comprimento, iluminados por uma lâmpada
desse poste, como mostra a figura. Determine a
distância entre os homens.
20. Exercícios.
1- Dê o sinal de cada um dos seguintes números reais:
(a) cos 99º
(b) cos301º
(c) cos
18
17
(d) cos195º
(e) cos
5
7
(f) cos610º
(g) cos
2
21
146
2-Preencha a tabela abaixo:
x
(rad)
0
6
3
4
3
6
7
4
5
3
5
2
x
(º)
45º
90º
120º
150º
240º
270º
315º
330º
cosx
senx
3- Verdadeiro ou Falso? Corrija os falsos:
(a) cos310º cos50º = 0 (b) cos66º = 2cos33º
(c) cos 955º > cos 235º
(d) cos 31º < cos 49º
(e) cos 128º < cos179º
(f) cos 203º > cos 261º
(g) cos
7
3= cos
7
31
(h) cos33º = cos147º
(i) cos161º = cos19º
(j) cos358º = cos2º
4- Dê o sinal de cada um dos seguintes números reais:
(a) sen345º
(b) sen 127º
(c) sen 256º
(d) sen 872º
5- Associe o valor de cada seno, com um arco do primeiro quadrante:
(a) sen234º
(b) sen 156º
(c) sen283º
(d) sen301º
(e) sen120º
(g) sen135º
(h) sen 150º
(i) sen 210º
(j) sen 225º
(k) sen 240º
(l) sen300º
(m) sen315º
(n) sen 330º
6-Preencha as lacunas com >, < ou = :
(a) sen 15º ___ sen 67º
(b) sen 125º ___ sen 186º
(c) sen 231º ____ sen 129º
(d) sen 171º ____ sen 305º
147
(e) sen
3
5 ____ sen
6
5
(f) sen 123º ___ sen 690º
(g) sen
6
11 ____ sen
3
5
(h) sen 123º ____ sen 843º
(i) sen 234º ____ sen 280º
(j) sen 79º ____ sen 101º
(k) sen
4
5 ____ sen
4
7
7- Determine amplitude, frequência, período e imagem das funções reais de variável
real abaixo:
(a) y = 5cos(2x) +3
(b) y = 6sen(5x)-6
(c)
37
xcos2y
(d) 44
5
3
x2sen7y
166
21. Respostas dos exercícios item 10.
1-
(a) A = [4,+[
(b) A =
,
2
1
2
1,
2
3
(c) A =
2
1,2
(d) A = ℝ
2-
(a) A = ℝ. É função, porque qualquer reta vertical interseciona o gráfico apenas
uma vez, satisfazendo a definição de função. Im = ]0,+[.
(b) A = [6,6[. É função, porque qualquer reta vertical em A intersecciona o
gráfico apenas uma vez, satisfazendo a definição de função. Im=[4,7[.
(c) A = ℝ. Não, há três intersecções com o eixo oy, ou seja, para x = 0 existem três valores de y relacionado a ele.
(d) A = ℝ - {1}. É função, porque qualquer reta vertical em A intersecciona o
gráfico apenas uma vez, satisfazendo a definição de função. Im= ℝ.
3-
(a) Sim, no caso em que a = 0 (reta horizontal).
(b) Não, uma reta vertical não é função.
4-
(a)
3
1x/lRxS ou
3
1,S
(b)
5
3x ou 1x/lRxS ou
,
5
31,S
(c)
2x ou 2
5x/lRxS ou
,22
5,S
(d)
6x ou 3
4x
3
2/lRxS ou
,6
3
4,
3
2S
(e)
2
1x ou 2x/lRxS ou
,
2
12,S
(f)
2
3x ou
3
2x/lRxS ou
,
2
3
3
2,S
(g) 1x/lRxS ou ,1S
(h)
3x ou 2x2
3 ou 1x/lRxS ou
,32,
2
31,S
22. Respostas dos Exercícios item 11.
1- 2- 3- 4-
167
5x2 ou 2
3lR/x xS5- ou 5,2
2
3,S
6-
2
5 x lR/ xS ou
2
5lRS
4,21,1S 7-
2
1,0
2
1,
2
3S8-
9- S = [2,3]
,21,
2
1
4
5,S10-
,
3
2
2
1,2S11-
1x0 ou 1-lR/x xS 12- ou 1,01,S
,2S13-
23. Respostas dos exercícios do item 12.
1- ∄ gof e
x
3xy
lR*lR:fog
642
xx9x2727y
lRlR:fog
2- e
6x3y
lRlR:gof
3- ∄ gof e ∄ fog
11xy
,1,1:gof
3
4- e
3xy
lRlR:fog
5
1
1xy
lRlR:f
5-
3
1xy
lRlR:g1
6-
4x
2y
lR4lR:f*1
7-
1x
3x3y
3lR1lR:h1
8-
4
2xy
lRlR:g
3
1
9-
168
10- Não existe a inversa, pois para f, por exemplo, y=0, está relacionado com x= 0 e x
= -1. (0,0) f e (-1,0) f, ou seja, (0,0) f-1 e (0,-1) f-1, para f-1 temos dois y
para o mesmo x, logo não é função.
11- f=f-1
12 a 14 e 17- Não existe, pois há mais de um x para o
mesmo y, assim na inversa teria mais de um y para o
mesmo x, não sendo função.
15- Existe, e o gráfico é idêntico.
16- Existe, gráfico em vermelho.
24. Respostas dos exercícios do item 13.
1 - (a) Decrescente (b) Crescente (c) Crescente (d) Decrescente (e) Crescente
2 – (a) > (b) < (c) < (d) <
3 – (a) S = {6} (b) S = {4} (c) S = (d) S = {-25} (e) S = {3} (f) S = {3} (g)
S = {0,3} (h) S = {2}
4 – (a) S = ]5, +[ (b) S = ℝ-{1} (c) S = ]-4, +[ (d) S = ]-,-3] (e) S = ]-,
3[
5 – (a) A = ]-, 0] [2,+[ (b) A = ]6, +[
6 –
(a) y > 0 x
3
1, ; y = 0 x =
3
1 e y < 0 x
,
3
1
(b) Não, pois depende da solução da equação 03
11x3
, que não existe.
(c) A reta y = -1 é assíntota da função (resultado de (b), poderemos generalizar
o conceito de assíntota quando estudarmos limites), desta forma Im = ]-1, +[ (d) P(0,2)
(e)
169
25. Respostas dos exercícios do item 18.
1- A = ]3, 5[ 2- A=]-,2[]3,+[ 3- A = ]-1,1[]1,3[
4- 5-
f: ]-9,+[ ℝ g: ]4,+[ ℝ
9xlog5
1
5
2y
3
3
4xlog
3
15y
2
3logx
2
36-
36logx
3
647-
8- x = 2
9- S=
40
31x 10-
11- x = 32
12- S = {2,16}
13- S = {-1,5}
2,2
1S14- 15- S = ,7log
3
16- S=
3
1,0
17- S=
18- S= ]8,+[
19- f>0 x
,2
16
1,0 ; f=0 x =
16
1 ou x = 2; f<0
2,
16
1
26. Respostas dos exercícios do item 19.
1-6
11e
6
5
2- senx = 25
24, cossecx =
24
25, secx =
7
25, tanx =
24
7, cotanx =
7
24
3- 32
4- 2 2
5- 65 3
6- 3 3+7
27. Respostas dos exercícios item 20.
1- (a) – (b) + (c) – (d) – (e) – (f) – (g) 0
170
2- x(rad)
0
6
4
3
2
3
2
4
3
6
5
6
7
4
5
3
4
2
3
3
5
4
7
6
11
2
x(º)
0
30º
45º
60º
90º
120º
135º
150º
180º
210º
225º
240º
270º
300º
315º
330º
360º
cosx
1
2
3
2
2
2
1 0 -
2
1 -2
2 -2
3
-1
-2
3 -2
2 -2
1 0 2
1
2
2 2
3 1
senx
0 2
1 2
2
2
3
1
2
3 2
2 2
1 0
2
1 -2
2 -2
3
-1
-2
3 -2
2 -2
1 0
3-
(a) V (b) F, cos2x 2cosx (c) F cos955º=cos235º (d) F, cos31º > cos49º. No IQ, cosseno é decrescente.
(e) F, cos128º > cos179º. No IIQ, cosseno é decrescente.
(f) F, cos203º < cos261º. No IIIQ, cosseno é crescente.
(g) V, arcos congruentes.
(h) V, 180º - 147º = 33º.
(i) F, cos161º= - cos19º, 180º - 161º = 19º.
(j) V, 360º - 358º= 2º.
4-(a) – (b) + (c) – (d) +
5-(a) sen234º= - sen54º (b) sen156º = sen24º (c) sen283º = - sen77º
(d) sen301º = - sen59º (e) sen120º = sen60º (f) sen135º = sen45º
(g) sen150º = sen30º (h) sen210º = - sen30º (i) sen225º = - sen45º
(j) sen210º = -sen30º (k) sen240º = - sen60º (l) sen300º= - sen60º
(m) sen315º = -sen45º (n) sen330º = - sen30º
6-(a) < (b) > (c) < (d) > (e) < (f) > (g) > (h) = (i) > (j) = (k) =
7-
Amplitude frequência período Imagem
(a) 5 2 [-2,8]
(b) 6 5
5
2
[0,12]
(c) 2
7
1
14 [-2,2]
(d) 7
3
2
3 [-11,3]