unidade f limites -...

22
91 Unidade F Limites Débora Bastos IFRS – CAMPUS RIO GRANDE FURG

Upload: tranbao

Post on 14-Dec-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

91

Unidade F

Limites

Débora Bastos IFRS – CAMPUS RIO GRANDE FURG

92

1. Noção de limites

Quando queremos saber a ordenada do ponto em uma função, cuja lei é y= f(x), em

que x = a, basta calcularmos f(a). O ponto (a,f(a)) pertencerá ao gráfico de f.

Agora é muito diferente querer investigar qual a tendência das ordenadas da

função quando x se aproximam cada vez mais de um determinado valor a. O primeiro

implica que a pertença ao domínio da função, o segundo não.

Exemplo1: Seja f: ℝ ℝ, cuja lei é

3x,1

3x,3x

9x6²x

)x(f .

Tem-se f(3) =1, agora quando x se aproxima cada vez mais de 3, o que acontece

com os f(x)? Acompanharemos o raciocínio completando a tabela abaixo.

x 1 2 2,5 2,9 2,99 2,999 x 3-

f(x)

x 5 4 3,5 3,1 3,01 3,001 x 3+

f(x)

Isso tudo nos dá a ideia ou intuição de que cada vez que nos aproximamos mais do

x = 3, mais os f(x) se aproximam de ______.

Notação:

)x(flim3x

Observação: 1)Esse processo não nos dá garantias do resultado do limite, pois

para ter essa certeza deveríamos testar todas as formas de nos aproximarmos de

x = 3. E quantas formas existem de fazer isso? Infinitas. Por isso, para o cálculo

dos limites vamos nos basear em teoremas que nos garantam certos resultados.

2)O gráfico desta função está abaixo. Com o gráfico pronto conseguimos associar

o comportamento do gráfico com o limite. Os

f(x) tendem a zero quando x tende a 3, mas

f(3)=1.

3) Vemos também a noção de limites

laterais. Se analisarmos a tendência dos

f(x) quando x se aproximam de a, mas por

valores menores que a, definem o limite

lateral a esquerda. Denotamos por )x(flimax

.

Se analisarmos a tendência dos f(x) quando

x se aproximam de a, mas por valores maiores

que a, definem o limite lateral a direita.

Denotamos por )x(flimax

.

Exemplo2: Seja f: ℝ ℝ, cuja lei é

2x,1x

2x,1²x)x(f .

Tem-se f(2) = 3, agora quando x se aproxima cada vez mais de 2, o que acontece

com os f(x)? Acompanharemos o raciocínio completando a tabela abaixo.

x 1 1,5 1,9 1,99 1,999 1,9999 x 2-

f(x)

x 3 2,5 2,1 2,01 2,001 2,0001 x 2+

f(x)

Isso tudo nos dá a ideia de que se nos aproximamos de x = 2, não há um

comportamento único dos f(x), assim não há limite.

Notação: )x(flim2x

93

Note como faz diferença nos aproximarmos de 2

pela esquerda ou pela direita.

Trabalharemos mais adiante com a definição de

função contínua. A função do exemplo 1 e este

nos diz que a função é descontínua, pois em uma

valor do seu domínio o gráfico é “partido”.

Proposição 1: Se o limite de uma função existe, então ele é único.

Isso significa que, se ao nos aproximarmos de um certo valor de x de maneiras

diferentes e os f(x) se aproximarem de valores distintos o limite não existe.

Essa proposição é importante para provarmos quando um limite não existe.

Corolário 2: )x(flimL)x(flimL)x(flimaxaxax

Qualquer maneira que nos aproximemos de a, ou por valores maiores que a, ou

valores menores que a, se o limite existe (e é único) o resultado deve ser o

mesmo.

Exemplo 3: Seja f: ℝ ℝ, cuja lei é

0x,3

0x,x

senx

)x(f .

Tem-se f(0) = 3, agora quando x se aproxima de 0, o que acontece com os f(x).

Acompanharemos o raciocínio completando a tabela abaixo. Observação, como

dependemos da função seno, x deve ser em radianos.

x 1 0,5 0,1 0,01 0,001 0,0001 x 0+

f(x)

x -1 -0,5 -0,1 -0,01 -0,001 -0,0001 x 0-

f(x)

Isso tudo nos dá a ideia ou intuição de que cada vez que nos aproximamos mais do

x = 0, mais os f(x) se aproximam de ______.

Notação:

)x(flim0x

Essa função também não

seria contínua.

Exemplo 4: Seja f: ℝ ℝ, cuja lei é f(x) = x². Investigaremos o limite quando x -1. Tem-se f(-1) = 1, agora quando x se aproxima de -1, o que acontece com

os f(x)? Acompanharemos o raciocínio completando a tabela abaixo.

94

x -2 -1,5 -1,1 -1,01 -1,001 -1,0001 x -1-

f(x)

x 0 -0,5 -0,9 -0,99 -0,999 -0,9999 x -1+

f(x)

Isso tudo nos dá a ideia ou intuição de que cada vez que nos aproximamos mais do

x = -1, mais os f(x) se aproximam de ______.

)x(flim1x

=

Podemos observar que a tendência dos f(x) é a mesma

que f(-1).

Observação: A diferença do exemplo 4 para os

anteriores é que esta função é continua em x = -1,

onde o limite é investigado

2. Noção de função continua

Todas esses gráficos são de funções de domínio real. Analisando seu domínio o

gráfico das três primeiras são formadas pelo conjunto de duas ou mais linhas. Já

o quarto, formado de uma linha só. Isso dá a ideia que as três primeiras são

descontínuas e a quarta é contínua. Isso por si só não constitui a definição de

continuidade porque pode haver caso que a função tenha alguma restrição no domínio

95

e consequentemente terá seu gráfico formado

por mais de uma linha. Por exemplo, a função:

f: ℝ* ℝ*, cuja lei é x

1)x(f .

Não há divisão por zero, logo x = 0 não está

definido para esta função. Não há gráfico em

x = 0 (eixo oy). Assim obrigatoriamente o

gráfico da função será formado por duas

linhas. Uma para x < 0 e outra para x > 0.

Em cada parte do seu domínio a função é

contínua. Formada por uma linha, assim a

função no seu domínio é contínua.

Só há sentido em definir continuidade dentro

do domínio da função. Não há sentido analisar

a continuidade de x = 0 na função citada

acima. Já sabemos que, considerando todos os

reais, ela “falha” porque não existe divisão

por zero. Não há dúvida sobre isso. Analisar

a continuidade é verificar DENTRO DO DOMÍNIO

da validade da função, se há a característica de partes desconexas do gráfico.

Definição 3: Dizemos que uma função é contínua em x = a se, e somente se:

)a(f)x(flimax

.

Isso nos dá uma vantagem automática. Conhecendo o gráfico de uma função, se

quisermos investigar o limite em um certo x = a, em que a D(f), sabemos o resultado do limite, é f(a). Então no caso de funções contínuas, sabemos CALCULAR

LIMITES E NÃO APENAS A NOÇÃO de que valor os f(x) se aproximam quando x se

aproxima de um a.

Exemplo: Calcule:

a)

²)x3(lim1x

b)

)x(senlim

2x

c)

x

3x

5lim

d)

)xln(lim0x

3 Noção de limite infinito e no infinito

Limites no infinito são investigações sobre o comportamento dos f(x) quando x

aumenta sem limitação e assim dizemos que x + , ou quando x diminui sem

limitação e assim dizemos que x - . Inicialmente para termos a ideia,

voltaremos às tabelas. Já podemos dizer que o resultado do limite é , se os

f(x) aumentarem sem limitação f(x) + , ou diminuírem sem limitação

f(x) - .

96

Exemplo 1: Seja a função f: ℝ ℝ cuja lei é f(x) = 2x. Já sabemos qual é o comportamento dessa função, pois estudamos o seu gráfico.

Sabemos que o gráfico é crescente (a>1), cresce

muito a medida que x cresce. O eixo ox é assíntota

do gráfico, pois os valores de y se aproximam de

zero quanto menor o x (negativos).

Nessas duas características do gráfico podemos

observar o que constataremos nas tabelas.

x 10 15 20 50 100 x +

f(x)

x -10 -15 -20 -50 -100 x -

f(x)

Há a ideia que quando x - , f(x) 0 e quando x + , f(x) + .

Exemplo 2: Seja a função f: ℝ ℝ definida pela lei f(x) =

0x,3

0x,x

1x3

.

Investigaremos o limite quando x 0. Não sabemos se essa função é contínua,

então não podemos calcular seu limite.

x 1 0,5 0,1 0,01 0,001 x 0+

f(x)

x -1 -0,5 -0,1 -0,01 -0,001 x 0-

f(x)

a) Noção de

)x(flim0x

b) Noção de

)x(flim0x

c)

)x(flim0x

x 10 15 20 50 100 x +

f(x)

x -10 -15 -20 -50 -100 x -

f(x)

d) Noção de

)x(flimx

e) Noção de

)x(flimx

f) Gráfico: Considerando que as intuições estão certas podemos ter a ideia de

como é o gráfico da função e já sabemos que é descontínua no x = 0.

97

Observação: Reforçando: preencher tabelas não nos garante o resultado do limite.

Nos dá apenas uma ideia. A única vantagem é quando o limite não existe, pois se

temos maneiras diferentes de nos aproximarmos de um mesmo valor, tendências

distintas seriam impossíveis se houvesse o limite.

Exemplo 3: Seja a função f: ℝ ℝ definida pela lei f(x) =

0x,0

0x,x

sen

.

Investigaremos o limite quando x 0

x 0,1 0,01 0,001 0,0001 0,00001 x 0+

x

f(x)

x -0,1 -0,01 -0,001 -0,0001 -0,00001 x 0-

x

f(x)

Noção de

)x(flim0x

x 2/3 2/31 2/303 2/3003 2/30003 x 0+

x

f(x)

x -2/3 -2/31 -2/303 -2/3003 -2/30003 x 0-

x

f(x)

Ou seja, )x(flim0x

.

4 Definição e cálculo de limites

98

Temos que ver resultados que nos possibilitem calcular limites. A definição

demanda conhecimento básico matemático muito maior. Mostraremos em nível de

curiosidade.

Definição 4:

L)x(flimax

Existe tal que |x – a| < implique |f(x)– L| < , para tão pequeno quanto se queira.

Proposição 5: axlim

ax

Demonstração: Basta tomar = , pois | x – a| = |f(x) – L|.

Considerando |x – a| < , temos |x- a| = |f(x) – L| < = , logo implica que |f(x) – L| < e assim axlimax

.

Observação: Para resolvermos um limite por definição temos que ter um candidato a solução o que não ajuda no seu cálculo. Assim, veremos alguns resultados e toma-los como base.

Proposição 6: kklimx

A função f: ℝ ℝ, cuja lei é f(x) = k é uma função contínua, pois é uma função afim, cujo gráfico é uma reta paralela ao eixo ox. Assim, k)(flim)x(flim

xx

.

Os limites podem ser até no infinito, o resultado é o mesmo.

Proposição 7: (i) xlim

x

(ii) xlim

x

Proposição 8:

0)x(f,

0)x(f,

)x(f

1lim0)x(flimxx

Exemplos: Calcule os limites abaixo:

a) x

1lim

0x

b) x

1lim

0x

c) x

1lim

0x

d) x

1limx

e) x

1limx

Gráfico da função f: ℝ* ℝ*, cuja lei é f(x) = x

1 é:

99

Teorema 9: Álgebra dos limites. Se L)x(flimax

; M)x(glimax

e c ℝ, então:

(a) ML)x(g)x(flimax

(b) ML)x(g)x(flimax

(c) M

L

)x(g

)x(flim

ax

desde que g(x) e M 0

(d) cL)x(cflimax

Exemplo:

a)

5xlim3x

b)

²xlim5x

c)

x

senxlim

2x

Proposição 10: Se p é polinômio qualquer, para todo a ℝ:

)a(p)x(plimax

Exemplo: Calcule os limites abaixo:

(a) x²x7xlim4

2

1x

(b)

x7²x6x9x3

x8²x5x2lim

34

3

0x

(c)

3x

9²xlim

3x

100

Proposição 11: Teorema da raiz: Se p(x) é um polinômio e a é uma raiz deste

polinômio, ou seja, p(a)=o, então p(x) é divisível por x - a.

Exemplo: p(x)= x³ - 2x +1

No que isso pode ajudar a calcular limites? Ajuda nos casos de

indeterminação 0

0.

Exemplos:

(a)

1²x

1x2³xlim

1x

(b)

1³x

3

1x

1lim

1x

(c)

1x

1xlim

1x

101

Proposição 12: Considere k um número inteiro maior que 1, L um número real.

(a) Se k for ímpar e L)x(flimax

, então kk

ax

L)x(flim

.

(b) Se k for par e L)x(flimax

, então kk

ax

L)x(flim

para L > 0.

(c) Se k for par e 0)x(flimax

, então 0)x(flim k

ax

para f(x) > 0.

Proposição 13: Considere L um número real. Se L)x(flimax

, então L)x(flimax

.

Exemplo: Calcules os limites abaixo:

(a) 4²xlim1x

(b) 4²xlim3x

(c)

1x

4

1x 2

1xloglim

5 Limites Laterais, continuidade e mais alguns resultados de limites finitos

Se no exemplo (c) anterior, o limite lateral não fosse definido, não

determinaríamos o resultado do limite com tanta facilidade, ou ainda, o limite

poderia não existir se os laterais fossem diferentes. Nos casos que não é tão

fácil saber o resultado de um limite lateral podemos usar o velho recurso de

troca de variável.

Considere h 0, sempre com h > 0.

Limite lateral à esquerda: Trocar x por a – h, então:

)ha(flim)x(flim0hax

Observação: Se h 0+ e x = a – h, então x a-

Limite lateral à direita: Trocar x por a + h, então:

)ha(flim)x(flim0hax

Observação: Se h 0+ e x = a + h, então x a+

Exemplo 1: Calcule os limites indicados fazendo a troca de variáveis

correspondente.

(a.1) 2xlim2x

(a.2) 2xlim2x

102

(a.3) 2xlim2x

(b.1) ²x9lim3x

(b.2) ²x9lim3x

(b.3) ²x9lim3x

(c) 16x8²xlim4x

Exemplo 2: Calcule os limites laterais indicados e conclua se a função é contínua.

(a) Em relação a f: ℝ ℝ, cuja lei é f(x) =

0x,x

x

0x,0

(a.1) x

xlim

0x

(a.2) x

xlim

0x

(a.3) É contínua em x = 0?

(a.4) Esboce seu gráfico:

103

(b) Considere f(x)=

1x,1²x

1x,1x, calcule os limites laterais:

(b.1) )x(flim1x

(b.2) )x(flim1x

(b.3) A função é contínua em x = 1?

Atenção: Funções definidas apenas por uma sentença são sempre contínuas no seu

domínio. Há perigo de uma função ser descontínua se for definida por mais de uma

sentença. Nesse caso os pontos suspeitos são os pontos em que há a mudança na

lei de formação.

Exemplos: Verifique a continuidade das funções abaixo em seu domínio.

(a)

2x²,x

2x,1x2)x(f

104

(b)

1x,1²x2

1x,2x)x(f

Proposição 14: Se L)x(flimx

e n uma constante natural, então nn

x

L)x(flim

Exemplos: a)

5

x x

1lim

b) xsenlim2

3x

Proposição 15: Se L)x(flimx

e M)x(glimx

, então M)x(g

x

L)x(flim

, desde que L e M

não sejam nulos ao mesmo tempo (indeterminação 00) ou L = 0 e M < 0 (proposição 8).

Exemplos: a) x2x

1xlim

b) xcos

3x

senxlim

c) xlog

2x

21x2lim

Observação: O limite lateral a direita do exemplo c não existe, pois o domínio

da função é D=],1[]1,2[.

6 Limites infinitos e no infinito

Já trabalhamos com a noção de limites infinitos e no infinito e alguns resultados.

Agora trabalharemos algumas proposições em decorrência do que estudamos e sabemos

de funções e a importante álgebra dos limites infinitos.

Proposição 16: São verdadeiras, em decorrência das funções exponencial e

logarítmicas estudadas:

(a)

0alim

x

x e

xloglima

0x

se a > 1

(b)

x

x

alim e

xloglima

x

se a > 1

(c)

x

x

alim e

xloglima

0x

se 0 < a < 1

(d)

0alim

x

x e

xloglim

ax

se 0 < a < 1

105

Proposição 17: Álgebra dos limites infinitos: Se

)x(flimx

;

)x(glimx

; c e

d constantes reais em que c > 0 e d < 0, então:

(a)

)x(flimx

(b)

)x(g)x(flimx

(c)

)x(cflimx

(d)

)x(dflimx

(e)

)x(g)x(flimx

(f)

)x(flimc

x

Proposição 18: Álgebra dos limites infinitos: Se

)x(flimx

;

)x(glimx

; c e

d constantes reais em que c > 0 e d < 0, então:

(a)

)x(flimx

(b)

)x(g)x(flimx

(c)

)x(cflimx

(d)

)x(dflimx

(e)

)x(g)x(flimx

Observação: Descrever todas as combinações possíveis de limites infinitos com

constantes e limites finitos geraria uma lista muito longa. Podemos deduzir o

resultado desde que não caíamos numa indeterminação:

, - , 0, 0, 1, 0.

ou 0

0. Aqui, quando se fala em 0 ou em 1 está subentendido que são funções que

possuem este limite, não o próprio número 0 ou o próprio número 1, neste caso

não há indeterminação.

Exemplos:

a) x4

x

x 2

3lim

b) ²xlogxloglim22

0x

c) )x²x(limx

d) )x²x(limx

e) )3x8²x³x3(limx

106

f)

27x9x2x

14x2x3xlim

24

34

x

g)

2070xx22x

13x6x3xlim

23

35

x

²x4

h)

13x1x2x

13x6x2xlim

456

67

x 4

x4 3

i)

13x41x2x

13xx46x2xlim

456

234

x

107

j)

6x3

2²xlimx

k) 6 5

3

1x

xxloglim

l) xx

x

x2lim

Observação: Os infinitos são infinitos de formas diferentes. Existem infinitos

que diante de outros infinitos se comportam como se fossem constantes. Para ter

ideia do tamanho dos infinitos preencheremos a tabela abaixo:

x x2 log2x 2x x! xx

1

2

3

10

100

1000

10000

Colocando em ordem crescente:

Exemplos: Calcule os seguinte limites:

(a) x

2lim

x

x

(b) !x

2lim

x

x

108

7. Limites Fundamentais

Os limites fundamentais resolvem algumas indeterminações importantes, que não

teríamos artifícios para chegar nos mesmos resultados, então tomamos como

verdades. Aproveitamos para trabalhar outras indeterminações:

0

0,

,

1 , 0 ,

0 ,

Antes de passar ao estudo dos limites fundamentais, veremos mais dois resultados

de limites que nos ajudarão a compreender mais os limites assim como os

fundamentais.

Teorema 19: Teorema do Confronto: Se f(x), g(x) e h(x) são funções tais que f(x) < g(x) < h(x) para todo x e

L)x(hlim)x(flimxx

, então L)x(glimx

.

Exemplo: x

senxlim

0x

Usaremos o teorema do confronto, ou seja, encontraremos funções f, g, h que satisfaçam o teorema e ao mesmo tempo que

x

senxg(x) .

Relacionaremos o triângulo OAP, o setor circular OAP e o triângulo OAT. Observe na figura que:

Área(OCP) < Àrea(S(OAP)) < Área(OAT) Assim, considerando x em radianos:

2

PCOA <

2

OAx <

2

TAOA

2

senx1 <

2

1x <

2

tanx1

Multiplicando tudo por 2 e substituindo tanx: senx < x < cosx

senx

Dividindo tudo por senx, considerando senx>0, x IQ: 1 < senx

x <

cosx

1

Invertendo os membros da desigualdade: cosx < x

senx < 1

Tudo isso para definirmos f(x) = cosx, g(x) = x

senx e h(x) = 1.

Pelo teorema do confronto com a condição: 1)x(hlim)x(flimox0x

, tem-se 1)x(glimox

. cqd

Para chegarmos ao resultado do primeiro limite fundamental, precisaríamos fazer esse limite pela esquerda. Todo o procedimento é semelhante e chegaríamos ao mesmo resultado.

Proposição 20: Se f(x) é uma função limitada, ou seja, para todo x D(f), tem-

se |f(x)| < k, sendo k uma constante positiva, e:

(a) 0)x(glimx

, então 0)x(g)x(flimx

.

(b)

)x(glimx

, então

)x(g)x(flimx

.

Exemplos:

a)x

senxlimx

109

b) xcosxlimx

Proposição 21: 1x

senxlim

0x

Indeterminação 0

0.

Exemplos:

a) x

x3senlim

0x

b) x5sen

x3senlim

0x

c)

xsenx

xcos1lim

0x

d)

x

)x(senlimx

Proposição 22: k

x

x

ex

k1lim

Indeterminação 1.

Exemplos:

a)

x

x x

21lim

b)

x

x x3

21lim

c)

xln)1xln(xlimx

110

d)

x

x 3x2

1x2lim

Proposição 23: kx

1

0x

ekx1lim

Indeterminação 1.

Exemplos:

a)

x2

1

0x

x31lim

b)

senx

1

0x

senx41lim

c)

3

0x x1

x1ln

x

2lim

Proposição 24: alnkx

1alim

kx

0x

Indeterminação

0

0.

Exemplos: 1. Calcule os limites abaixo:

a)

x

1alim

x3

0x

b)

x

balim

xx

0x

111

c)

ax

1elim

ax

ax

2. Verifique a continuidade da função:

x,x

1e

x,)x(sen

x

)x(fx

8. Exercícios.

Calcule os limites abaixo:

9x7xlim45

0x

1- x1lim0x

2-

3- 34

1x

x2xlim

2x

4xlim

2

2x

4-

²2x3xlim2

4x

5-

16²x

4x7²x10x3lim

3

16x6-

1²x

1x3x3xlim

23

1x

7-

16²x

2

4x

5lim

4x

8-

3x

9xlim

9x

9-

8x6

5x3limx

10-

5³x2

x²x4limx

11- x31x5²x9lim

x

12-

xsecxtanlim

2x

13-

10x3

2²xlimx

14-

112

²x

1

x

1lim

0x

15- x

24xlim

0x

16-

x

x2tanlim

0x17- )xcotansenx(lim

2x

18-

x

xcos1lim

0x

19-

x

x x

3xlim

20-

1x

x 7x5

4x5lim

21-

2x

110lim

2x

2x

22-

3x

82lim

x

3x

23-

senbxsenax

eelim

bxax

0x

24-

Calcule os limites laterais das funções abaixo; nos valores indicados. Determine se o

limite para a tendência indicada existe.

25-

0x,1

0x,1)x(f ,para x 0

2x

1)x(g

26- , para x 2

²x

1)x(h 27- , para x 0

1²x

1x)x(f

28- , para x 1

)²1x(x

1x)x(g

29- , para x 1

Examine a continuidade das funções com domínio ℝ, nos pontos indicados:

2x,3

2x,)²2x(

1

)x(f30-

0x,0

0x,x

x

)x(g31-

1x,1x

1x,3x)x(h32-

2x,3

2x,2x

1

)x(f33-

0x,x2

1e

0x,1

0x,x

senx

)x(g

x2

34- 35-

2x,

2xsen

2x,

2x

1sen

2x

)x(h

2