unicef angola relatÓrio anual 2010 · a má nutrição, afectando uma em cada três crianças, e a...

24
UNICEF ANGOLA RELATÓRIO ANUAL 2010 Uma Angola melhor para TODAS as crianças

Upload: ngolien

Post on 12-Nov-2018

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Uma Angola melhor para TODAS as crianças 1

UNICEF ANGOLARELATÓRIO ANUAL 2010Uma Angola melhor para TODAS as crianças

PREFÁCIO 04

SOBREVIVÊNCIA INFANTIL E DESENVOLVIMENTO 06

EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO 08

ALCANÇAR OS 11 COMPROMISSOS COM EQUIDADE! 10

PROTECÇÃO DA CRIANÇA 14

PROGRAMAS TRANSVERSAIS 16 COMUNICAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO 16 VIH/SIDA 17 POLÍTICA SOCIAL 18 PLANEAMENTO, MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO 20

INFORMAÇÃO FINANCEIRA 21

PERSPECTIVAS PARA O FUTURO 23

ÍNDICE

AGRADECIMENTOS © UNICEF AngolaDesign: Julie Pudlowski Consulting/Rita Branco • Fotografia: UNICEF Angola

UNICEF ANGOLARELATÓRIO ANUAL 2010Uma Angola melhor para TODAS as crianças

4 UNICEF ANGOLA

Apesar do elevado crescimento económico, devido principalmente às receitas provindas do petróleo, Angola mantém-se em 146 entre 169 países que constam do Índice de Desenvolvimento Humano 2010 do PNUD. A Pesquisa de 2009 do Agrupamento de Indicadores Múltiplos e a Pesquisa sobre Rendimentos e Despesas das Famílias (conhecidas conjuntamente como IBEP- Inquérito do Bem-Estar da População), apoiadas pela UNICEF e pelo Banco Mundial respectivamente, facultaram um melhor retrato da situação das crianças angolanas. Embora tenham sido efectuados progressos em áreas como a sobrevivência infantil e a educação, a maioria dos indicadores encontra-se ainda muito aquém das metas definidas nos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) e nos compromissos da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança. Angola continua a ser um dos poucos países no mundo onde a poliomielite não foi ainda erradicada.

As crianças angolanas são afectadas por grandes disparidades e desigualdades com base no sexo, na localização, e nos rendimentos, como é demonstrado pelo índice de Gini de 0,55 e uma incidência de pobreza de mais de 37 por cento. A maioria dos indicadores de bem-estar das crianças que vivem em zonas rurais ou entre os quatro quintis de rendimento mais baixo é três a dez vezes pior do que as suas homólogas urbanas ou o quintil de rendimentos mais elevado. Além disso, a igualdade de género continua a ser um grande desafio a nível nacional, sobretudo em termos de acesso à escola secundária (com um ratio de cinco meninos para cada menina) e às oportunidades de trabalho.

Em 2010, a UNICEF continuou a fortalecer sua parceria com o Governo no que respeita os 11 Compromissos para as Crianças implementado através do Conselho Nacional para a Criança (CNAC), especialmente para assegurar o acesso universal a um pacote essencial de serviços, conhecimento e bens. Continuámos a apoiar o desenvolvimento de políticas, a geração do conhecimentos novos, a capacitação para ampliação das experiências, o trabalho conjunto e a alavancagem de recursos para a aceleração dos ODM em todo o país, enquanto apoiámos os 16 municípios “de aprendizagem” nas províncias de Luanda, Moxico, Huila, Bié e Cunene (ver mapa).

Simultaneamente demos continuidade ao desenvolvimento de parcerias com participantes da sociedade civil, nomeadamente com as organizações religiosas e não-governamentais, de modo a promover práticas domésticas essenciais, a protecção das crianças e dos direitos da criança, em geral. A UNICEF continua empenhada na iniciativa Delivering as One conjuntamente com as agências irmãs da ONU e em melhorar a eficácia da ajuda em coordenação com a comunidade de doadores, bem como em granjear novas parcerias com o sector privado em expansão em Angola.

PREFÁCIOAlcançar os 11 compromissos com equidade

Uma Angola melhor para TODAS as crianças 5

PREFÁCIO

PREFÁCIO

• A nova Constituição, em consonância com a Convenção da ONU sobre os Direitos da Criança

• Quase seis milhões de menores de cinco anos com acesso a um pacote essencial de intervenções de alto impacto na saúde e nutrição

• Lançamento da Política do Sistema Municipal de Saúde para revitalizar os serviços de saúde

• Integração do conceito das escolas amigas da criança (CFS) para melhorar o acesso e a qualidade do ensino primário

• Apoio à apresentação do relatório nacional ao Comité sobre os Direitos da Criança

• Desenvolvimento do Plano Estratégico Nacional VIH/SIDA 2011-2014

• Lançamento de uma parceria entre o Governo e as igrejas para promover práticas domésticas fundamentais

• Lançamento do relatório IBEP mostrando os progressos e identificando lacunas sobre os indicadores principais da criança

PRINCIPAIS RESULTADOS PARA AS CRIANÇAS ANGOLANAS EM 2010

MUNICÍPIOS DE APRENDIZAGEM APOIADOS PELA UNICEF: A UNICEF trabalha em 16 municípios de cinco províncias para demonstrar o impacto, aprender com a experiência e documentar as melhores práticas para a realização dos 11 compromissos a nível local.

LUANDA

CUNENE

HUILA

MOXICOBIE

6 UNICEF ANGOLA

Angola possui uma das mais altas taxas de mortalidade de menores de cinco anos no mundo (194 por 1000 nados vivos). Cerca de 80 por cento da mortalidade infantil é causada pela malária, diarreia, infecções respiratórias agudas e complicações neo-natais. A má nutrição, afectando uma em cada três crianças, e a falta de acesso à água potável e ao saneamento básico contribuem para quase metade dessas mortes. A prevalência da infecção pelo VIH é relativamente baixa, estimada em 1,9 por cento. Embora existam grandes disparidades a nível rural e de rendimentos no acesso aos serviços sociais básicos e, em particular no acesso ao atendimento especializado no parto, a mortalidade infantil não parece estar correlacionada com a distribuição de rendimentos, provavelmente devido à falta generalizada de recursos infra-estruturais e humanos, comuns num país pós-conflito.

Ao longo do ano, a UNICEF apoiou o Ministério da Saúde na elaboração de políticas amigas da criança e no desenvolvimento de estratégias para a concretização do direito das crianças à saúde. Com o apoio conjunto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), foi desenvolvido o Plano Estratégico Nacional de Saúde Reprodutiva, com uma provisão no orçamento nacional para 2010-2015. Este foi seguido pelo lançamento do Plano Nacional para Acelerar a Redução da Mortalidade Materna e Infantil em Agosto de 2010 e pelo trabalho para fortalecer o sistema municipal de saúde, grandemente baseado na experiência da UNICEF.

Através do apoio da UNICEF à implementação a nível nacional, quase seis milhões de crianças menores de cinco anos de idade receberam um pacote básico de intervenção vital, composto por vacinas, vitamina A, mosquiteiros tratados com insecticida e desparasitação. Pela primeira vez em muitos anos, a cobertura de vacinação nos dias municipais dedicados à saúde chegou a 90 por cento das crianças menores de um ano de idade. A cobertura da vacinação contra a poliomielite durante os dias nacionais de vacinação atingiu também mais de 93 por cento das crianças menores de cinco anos, em todo o país.

Mais ainda, a UNICEF apoiou o Governo na revitalização dos serviços de saúde em 16 municípios de aprendizagem de cinco províncias, tendo aumentado o acesso à água potável nas zonas rurais e periurbanas em 20 por cento. Graças a estes esforços, 198 áreas de saúde alargaram o acesso a cuidados e serviços de qualidade a quase 3 milhões de pessoas (66 por cento da população nas cinco províncias destacadas). Mais 21 mil crianças do ensino primário tiveram acesso às instalações de água e saneamento.

SOBREVIVÊNCIA INFANTIL E DESENVOLVIMENTO Revitalização dos serviços de saúde

SOBREVIVÊNCIA

Uma Angola melhor para TODAS as crianças 7

Angola está na vanguarda dos esforços globais na erradicação da poliomielite. Em 2010, foram declarados 33 novos casos da doença, uma reviravolta decepcionante desde 2004, altura em que o país lograra três anos consecutivos livre do vírus. O Governo reiterou o seu firme compromisso de interromper a transmissão, declarando a poliomielite como estado de emergência nacional. O seu plano assenta em quatro objectivos estratégicos: reforço da vigilância; garantia de 80 por cento da vacinação de rotina em cada município; garantia de que pelo menos 95 por cento das

crianças sejam vacinadas durante as actividades suplementares de vacinação; e aumento em 70 por cento do acesso à água potável e saneamento. A UNICEF apoia estes esforços, conjuntamente com parceiros, através da aquisição de vacinas, apoio na comunicação e assumindo a liderança na mobilização de recursos e de água e saneamento. No final do ano, embora a poliomielite ainda não tivesse sido erradicada, uma nova estratégia posta em prática mostrava já resultados promissores, graças à liderança nacional e ao incremento da mobilização social.

A ÚLTIMA FASE NA ERRADICAÇÃO DA POLIOMIELITE

SOBREVIVÊNCIA INFANTIL E DESENVOLVIMENTO

CHILD INFANTIL

Em 2011, o programa continuará a incidir no desenvolvimento de políticas e na defesa da revitalização do sistema municipal de saúde, com base em documentação de experiências e lições aprendidas; no apoio à ampliação de intervenções de alto impacto na saúde, nutrição, água e saneamento; e na contribuição para a interrupção da transmissão da poliomielite.

E DESENVOLVIMENTO

8 UNICEF ANGOLA

O sistema de educação angolano foi dizimado pela guerra civil durante 30 anos. Apesar das grandes melhorias alcançadas desde o final do conflito armado em 2002, restam ainda fortes desafios. Menos de 10 por cento das crianças entre os 3 e os 5 anos de idade têm acesso à pré-primária, apenas 76 por cento das crianças dos seis aos 11 anos estão na escola primária e, em geral, mais de um milhão (21 por cento) das crianças dos seis aos 17 anos está fora da escola. As disparidades são alarmantes: 65 por cento das crianças de seis anos de idade no quintil mais abastado vão à escola, enquanto apenas 38 por cento nos quintis mais pobres estão matriculadas. As principais razões pelas quais as crianças não se encontram matriculadas ou desistem da escola são a falta de acesso ao ensino e a deficiente qualidade deste. A falta de programas da primeira infância e de preparação para o sistema de ensino leva a que as crianças não cheguem à escola prontas para aprender. Na escola, as crianças encontram superlotação crónica nas salas de aula, professores com formação limitada, falta de materiais e um acesso débil à água e saneamento. Ao mesmo tempo, devido à guerra ou por outras razões, muitos dos jovens não concluíram o ensino primário, tendo poucas oportunidades de completar a sua educação.

Reconhecendo que as bases para o sucesso tanto na escola como na vida são estabelecidas durante os primeiros anos de existência, com o apoio da UNICEF, o Governo de Angola iniciou a elaboração de uma Política Nacional de Desenvolvimento da Primeira Infância). Esta política irá promover uma melhor coordenação dos programas e serviços destinados às crianças e respectivas famílias, e identificar as áreas críticas para o aumento do investimento. Terá como sílaba tónica a melhoria da equidade, identificando lacunas de serviços dirigidos a crianças vulneráveis e garantindo o melhor começo de vida para TODAS as crianças angolanas.

O Governo está actualmente a implementar uma reforma do sistema de ensino, tendo identificado o acesso à escola e a qualidade de ensino como questões fulcrais. Dentro deste contexto, o Ministério da Educação elaborou um enquadramento para as Escolas Amigas da CriançaB (EAC)), destinado a orientar o planeamento e a orçamentação e a tornar o sistema educacional como um todo mais “amigo da criança”. A Formação de professores, o projecto da escola, a educação para a higiene, a equidade e a participação dos pais são apenas alguns exemplos de questões que irão receber uma nova atenção, como resultado da adopção do enquadramento EAC.

O Ministério da Educação, com apoio da UNICEF e de outros parceiros, apoia um Programa de Aprendizagem Acelerada destinado a proporcionar aos adolescentes uma segunda oportunidade de regressarem ao sistema escolar e completarem o ensino básico num período reduzido de tempo. Uma iniciativa piloto do Programa de Aprendizagem Acelerada na província do Kwanza Sul melhorou tanto as competências como os conhecimentos, quer

EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTOGarantia de escolas amigas da criança

Uma Angola melhor para TODAS as crianças 9

SISTEMAS ESCOLARES AMIGOS DA CRIANÇA

EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

EDUCAÇÃO

Em Kapango, Moxico, a escola mais próxima encontra-se a vários quilómetros de distância, por estradas de terra que podem tornar-se intransitáveis durante as chuvas. Algumas crianças percorrem a longa distância sempre que podem. Mas a escola está sobrelotada e é incapaz de oferecer um ambiente de aprendizagem positivo, oferecendo pouco incentivo ou poucas oportunidades a muitos de lá poderem ir todos os dias. O quadro conceptual das Escolas Amigas da Criança tem sido desenvolvido segundo os seguintes princípios: (i) Formação baseada nos direitos da criança, (ii) Qualidade do ensino e da

aprendizagem, (iii) Ambientes escolares seguros e protectores, (iv) Igualdade de oportunidades para raparigas e rapazes; (v) Práticas saudáveis e higiénicas, e (vi) Participação da Comunidade. Está já a ser aplicado como guia de planeamento na província de Moxico, onde o Governo está a construir escolas com planos amigos das crianças, a formar professores e a tentar alcançar as inúmeras crianças que não frequentam a escola. Quando pediram a opinião às crianças em Kapango sobre terem uma boa escola com professores simpáticos, na própria comunidade, os seus rostos iluminaram-se e gritaram, “Sim! A essa escola, vamos!”.

dos rapazes quer das raparigas, demonstrando o potencial para atingir um maior número de crianças fora da escola no futuro. Permitiu também a melhoria da qualidade de educação para crianças mais jovens, uma vez que as mais velhas foram transferidas para o programa ALP. As lições desta experiência contribuirão para a expansão e melhoria do programa.

Numa perspectiva de futuro, o Governo de Angola poderá contar com o apoio contínuo da UNICEF na conclusão da Política Nacional de Desenvolvimento da Primeira Infância e sua prática na melhoria do planeamento e orçamentação dirigidos às crianças menores de cinco anos, bem como um apoio específico para o aperfeiçoamento da qualidade e do acesso dos serviços da primeira infância em cinco províncias. A integração contínua dos princípios das EAC (Escolas Amigas da Criança) no planeamento e orçamentação da educação guiará nas melhorias reais de acesso à escola e de qualidade para crianças em toda a Angola, através da formação reforçada de professores e padrões melhorados para a contrução das escolas. As melhores práticas e lições aprendidas informarão a revisão da Estratégia Nacional do Programa de Aprendizagem Acelerada, de modo a que tanto as crianças fora da escola como as crianças com mais idade possam continuar a ter uma segunda oportunidade na educação e no acesso a um futuro melhor.

E DESENVOLVIMENTO

10 UNICEF ANGOLA

Alcançar as crianças mais vulneráveis e desfavorecidas e as suas famílias tem sido sempre o âmago da missão da UNICEF. As crianças constituem uma grande fatia do número de pobres, sendo as que mais sofrem com as disparidades de acesso aos serviços sociais básicos. A pobreza sustenta a maioria dos problemas que afectam as crianças - seja directamente, pela falta de rendimento disponível; ou indirectamente, devido aos seus efeitos inter-geracionais no desenvolvimento do capital humano, ou devido ao aumento das vulnerabilidades à violência, negligência e abuso.

Em Angola, 37 por cento da população em geral e 58 por cento da população rural vive abaixo do limiar da pobreza nacional (IBEP). Mais ainda, o coeficiente de Gini de medição da disparidade, está entre mais altos do mundo, com 0,55. Basicamente isto quer dizer que os 20 por cento dos angolanos mais ricos fruem de 59 por cento da riqueza disponível, enquanto os 20 por cento dos mais pobres têm acesso a apenas três por cento. Embora a situação tenha melhorado desde o fim da guerra em 2002, Angola poderia alcançar melhores resultados nos indicadores sociais, se o acesso aos serviços sociais e aos meios de rendimento fosse mais equitativo.

Os resultados do IBEP confirmam este facto. Como seria de esperar, muitos indicadores de acesso a serviços sociais básicos, a conhecimentos e a bens, tais como acesso à escola, cobertura de vacinação, uso de mosquiteiros, uso de contraceptivos, conhecimento sobre VIH/SIDA e as taxas de alfabetização dos 15-24 anos etc., estão claramente relacionados com as disparidades na distribuição de rendimento e com outros critérios de vulnerabilidade (i.e., de género, separação urbana/rural, nível de escolaridade da mãe, etc.) (ver gráficos nas páginas seguintes). Os problemas estão estreitamente relacionados com o acesso e a capacidade de poder de compra dos serviços e produtos.

ALCANÇAR OS 11 COMPROMISSOS COM EQUIDADE!

Uma Angola melhor para TODAS as crianças 11

EQUIDADE

EQUIDADE

FAMÍLIAS COM ACESSO A ÁGUA POTÁVEL POR QUINTIL DE RENDIMENTO, IBEP 2009

COBERTURA DE VACINAÇÃO PARA CRIANÇAS DOS 12 AOS 23 MESES DE IDADE POR QUINTIL DE RENDIMENTO, IBEP 2009

Cobe

rtur

a de

vac

inaç

ão (

%)

Fam

ílias

com

ace

sso

a ág

ua p

otáv

el (

%)

Primeiro Segundo Terceiro Quarto Quinto

Primeiro Segundo Terceiro Quarto Quinto

Quintil (quinto quintil = os mais ricos)

Quintil (quinto quintil = os mais ricos)

12 UNICEF ANGOLA

A aceleração do progresso para os ODM (Objectivos de Desenvolvimento do Milénio) e os direitos da criança irá depender da forma e da intensidade com que as disparidades forem abordadas. Isto implicará um esforço concertado em três áreas: a actualização das políticas em áreas ainda atrasadas em todo o país, tais como a Política Nacional de Desenvolvimento da Primeira Infância e o registo de nascimento; o desenvolvimento de estratégias para melhorar o acesso dos mais vulneráveis aos serviços sociais essenciais, informação e bens; a defesa de uma política nacional de protecção social para reduzir as vulnerabilidades.

No entanto, vários outros indicadores, tais como registo de nascimento, acesso à educação pré-escolar, o acesso a profissionais qualificados no parto e até mesmo a mortalidade infantil e gravidez precoce, NÃO estão, ou estão apenas ligeiramente relacionados com a distribuição de rendimento (ver gráficos). Tal parece ser causado por lacunas em todo o país relativamente ao acesso a serviços básicos de qualidade e a preços acessíveis.

Os principais sectores sociais ainda se debatem com uma grave falta de recursos humanos e de infra-estruturas, tanto em termos de quantidade como de qualidade, ou sofrem de ausência integral de políticas ou devido a existência de políticas e procedimentos ultrapassados.

EQUIDADE

POPULAÇÃO COM 15-24 ANOS CIENTES DAS MEDIDAS DE PREVENÇÃO DO VIH POR QUINTIL DE RENDIMENTO, IBEP 2009

Quintil (quinto quintil = os mais ricos)

Primeiro Segundo Terceiro Quarto Quinto

Conh

ecim

ento

das

med

idas

de

prev

ençã

o (%

)

Uma Angola melhor para TODAS as crianças 13

EQUIDADE

EQUIDADE

TAXAS DE MORTALIDADE DE MENORES DE 5 ANOS E INFANTILPOR QUINTIL DE RENDIMENTO, IBEP 2009

CRIANÇAS DOS 0 AOS 59 MESES DE IDADE COM REGISTO DE NASCIMENTO POR QUINTIL DE RENDIMENTO, IBEP 2009

Quintil (quinto quintil = os mais ricos)

Primeiro Segundo Terceiro Quarto Quinto

Quintil (quinto quintil = os mais ricos)

Primeiro Segundo Terceiro Quarto Quinto

Cria

nças

com

reg

isto

de

nasc

imen

to (%

)Ta

xas

de m

orta

lidad

e po

r cad

a 1,

000

nasc

imen

tos

TMI

TMM5

14 UNICEF ANGOLA

Todas as crianças são vítimas potenciais de exploração e abuso. A UNICEF apoia parceiros locais na garantia do crescimento das crianças angolanas livres de violência e para que usufruam dos seus direitos de forma a evitar a vulnerabilidade infantil. Apesar dos progressos substanciais neste sentido, persistem enormes desafios. Apenas 32 por cento das crianças foram registadas aos cinco anos de idade, facto que tem pouca correlação com a distribuição dos rendimentos. A guerra e a doença resultaram em 10 por cento de órfãos menores de 18 anos, sendo maior a prevalência entre os pobres. A exploração, o trabalho infantil (20,4 por cento) e o abuso constituem ainda riscos substanciais para os mais vulneráveis. Além disso, o sistema de justiça tem ainda em curso reformas para o tornar mais favorável à criança.

Ao longo de 2010, a UNICEF continuou a defender a melhoria dos sistemas de registo de nascimento. As crianças angolanas sem comprovativo de idade e identidade continuam a ter um acesso reduzido à educação de qualidade, à saúde, bem como a outros serviços. Poderão ter dificuldades em obter a cidadania (cartões de identidade e passaportes), estando em alto risco de entrar em situações de exploração, abuso e casamentos forçados. Poderão igualmente ser enviadas para a prisão em caso de conflitos menores com a lei.

Cerca de 10 por cento dos jovens angolanos são órfãos de guerra ou devido ao HIV, e 28 por cento de todas as crianças estão entregues a alguém que não os seus pais biológicos. As províncias mais afectadas pela guerra (como Bié e Malange) e as mais afectadas pelo VIH/SIDA (como Kuando e Cunene) apresentam a maior prevalência de órfãos. Em 2010 o Ministério da Assistência e Reinserção Social, com apoio da UNICEF, desenvolveu um programa nacional para promover e fortalecer o papel das famílias alargadas, das comunidades locais e famílias de acolhimento na prestação de cuidados alternativos. A UNICEF apoiou modelos experimentais em Luanda, como as Mães de Acolhimento, geridos pelo Ministério da Assistência e Reinserção Social e pela Igreja Católica, bem como as Casas de Família, coordenadas pelos Salesianos. As boas práticas e lições aprendidas estão a ser utilizadas para alargar esta estratégia a outras províncias.

As redes de protecção da criança angolana, envolvendo organizações não-governamentais, igrejas e instituições do Governo são os principais pilares de um sistema de garantia dos direitos da criança baseado na comunidade. Estas são muito eficazes para abranger os meninos e meninas mais vulneráveis, e reportar os casos de violência aos serviços sociais e instituições de justiça. A UNICEF apoiou o Instituto Nacional da Criança na melhoria da protecção e capacidade de resposta das redes de protecção à criança para salvaguardar as crianças da violência, exploração e abuso, principalmente na província da Huíla.

PROTECÇÃO DA CRIANÇAAtraso no Registo de Nascimentos

PROTECÇÃO

Uma Angola melhor para TODAS as crianças 15

PROTECÇÃO DA CRIANÇA

À CRIANÇA

Os dados oficiais de registo de nascimentos em Angola em 2009 indicam que apenas 31 por cento das crianças menores de cinco anos têm registo civil, o que significa que mais de 2,5 milhões de crianças dessa faixa etária não existem perante a lei. Há poucas diferenças consoante os níveis de rendimento e de educação parental, o que é indicativo de que se trata de um problema estrutural. Menos de um por cento dos pais está ciente do

procedimento correcto para registo e apenas 70 por cento dos municípios têm serviços de registo, sendo que os que os possuem revelam falta de pessoal qualificado, bem como falta de infra-estruturas e materiais adequados. As crianças acima dos cinco anos de idade têm de pagar pesadas multas (equivalente a 23 dólares EUA) para efectuarem o registo tardio e superar os desafios culturais, administrativos, económicos e estruturais.

REGISTO DE NASCIMENTO

Enquanto vítimas de violência, exploração ou abuso, ou tendo entrado em conflito com a lei, os rapazes e as raparigas angolanos precisam de um sistema de justiça adequado e amigo da criança. Ao longo dos últimos anos, o Governo tem vindo a investir no desenvolvimento de um quadro jurídico e na construção de infra-estruturas para lidar com as necessidades específicas das crianças em conflito com a lei. Em 2010, a UNICEF trabalhou com os Ministérios da Assitência e Reinseção Social e do Interior sobre o reforço da implementação de medidas sociais e pedagógicas, e não apenas e encarceração, de forma a garantir a reintegração de infractores menores. Os esforços foram dedicados às províncias de Huíla e Luanda, em especial, envolvendo os governos provinciais e parceiros locais na elaboração e orçamentação de um plano operacional para a defesa continuada, criação de competências e apoio técnico à execução de penas não privativas de liberdade.

Numa perspectiva mais longa, a UNICEF permanecerá comprometida no: reforço da eficácia do sistema de protecção à criança; no apoio ao desenvolvimento de uma linha de telefone de apoio à criança; no aumento da disponibilidade de dados sobre a violência contra as crianças; e garantindo a acessibilidade ao registo de nascimento e à assistência social. Por fim, a assistência técnica a todos os sectores envolvidos na implementação do compromisso do Governo para com a justiça juvenil continuará a ser uma das prioridades da UNICEF.

16 UNICEF ANGOLA

PROGRAMAS TRANSVERSAIS

COMUNICAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO: “A RECEITA DA FELICIDADE”O Programa para a Comunicação da UNICEF foi concebido para promover a mudança de comportamento, defender políticas amigas da criança, criar parcerias e mobilizar recursos para as crianças, no contexto dos 11 Compromissos para as Crianças em Angola.

Existe uma forte relação entre o nível de educação das mulheres e indicadores como a mortalidade e morbilidade materna e infantil, e o acesso a serviços sociais básicos. Em parte, tal deve-se ao facto de a pobreza reduzir o acesso das raparigas à educação, mas também porque os prestadores de cuidados não possuem competências e conhecimentos adequados. Para fortalecer o conhecimento das mulheres e dos prestadores de cuidados, o Ministério da Família e Promoção da Mulher, com apoio da UNICEF, lançou uma aliança com todas as organizações religiosas angolanas para promover “competências familiares” adequadas. Com base na Estratégia Global Factos para a Vida (Facts for Life Global Strategy) e em resposta aos 11 Compromissos, esta estratégia de comunicação visa a criação da procura e a promoção de práticas a nível dos lares que sustentem a sobrevivência o bem-estar, o desenvolvimento e a protecção das crianças.

Adicionalmente, a UNICEF contribuiu significativamente para a erradicação da poliomielite, apoiando a melhoria da advocacia, da comunicação, mobilização social e mobilização de recursos. A campanha Cartão Vermelho organizada durante a Taça Africana das Nações em Futebol contribuiu para a sensibilização sobre o VIH/SIDA e exploração sexual de crianças, atingindo 60 por cento do grupo-alvo. Por fim, promovemos o uso de mosquiteiros tratados com insecticida bem como de práticas relativas à lavagem das mãos e saneamento em todo o país.

Em estreita coordenação com o CNAC (Conselho Nacional para a Criança), continuamos a fortalecer as parcerias para as crianças, para garantir a cobertura e a eficiência melhoradas e o apoio ao desenvolvimento e ao trabalho das políticas a montante, construindo alianças com a sociedade civil, igrejas, ONGs e redes de protecção à criança. Este trabalho foi complementado pela melhoria da participação das crianças na sociedade através de uma rede nacional de 21 emissoras de rádio infantil em todas as províncias de Angola.

Durante o próximo ano, continuaremos a desenvolver parcerias para as crianças, a promover práticas familiares e a intensificar a participação das crianças, designadamente através do 5º Fórum para a Infância, a ser realizado em Junho de 2011. Este Fórum fará um balanço das realizações relativas aos 11 Compromissos nos últimos dois anos e definirá o rumo para o próximo plano bianual.

PROGRAMAS

Uma Angola melhor para TODAS as crianças 17

PROGRAMAS TRANSVERSAIS

TRANSVERSAIS

VIH/SIDA: PROTEGER OS MAIS VULNERÁVEISAngola tem uma prevalência relativamente baixa de VIH, estimada em 1,9 por cento. Contudo, menos de 40 por cento dos indivíduos entre os 12-49 anos com múltiplos parceiros sexuais usam preservativo, e apenas 23 por cento dos indivíduos entre os 15-24 anos têm conhecimento correcto sobre o VIH/SIDA, havendo grandes disparidades entre os quintis de rendimento. Determinados grupos populacionais estão em maior risco, embora a dinâmica da epidemia não seja totalmente compreendida. Entretanto, o país está ainda longe de alcançar o acesso universal à prevenção, tratamento e cuidados. As áreas rurais e remotas encontram-se particularmente atrasadas neste aspecto.

O trabalho da UNICEF sobre o VIH/SIDA ficou em 500.000 dólares americanos, integrados em programas de educação da criança, sobrevivência e protecção à criança. Esta abordagem transversal concentra-se nos “4 pês”: prevenção do VIH entre os jovens; prevenção da transmissão vertical; pediatria e cuidados em relação à SIDA; e protecção das crianças infectadas e afectadas pelo VIH. A UNICEF apoia também as políticas de diálogo e presta assistência ao Instituto Nacional de Luta Contra a SIDA (INLS) e a outros ministérios cruciais.

Por exemplo, a UNICEF apoiou o desenvolvimento do Plano Estratégico Nacional de Luta contra a SIDA 2010-2014 e a actualização do Plano de Acompanhamento e Avaliação do VIH. Foram desenvolvidas e implementadas em Luanda ferramentas de monitoria e de reportagem dos pacientes para os serviços clínicos. A UNICEF prestou também apoio no desenvolvimento de Propostas à 10ª Ronda para o Fundo Global com um forte enfoque na prevenção da transmissão mãe-bébé.

Foi ainda iniciado o trabalho sobre a estratégia de comunicação relativamente à mudança de comportamento, adaptado às situações as reveladas pelos dados do IBEP, com enfoque sobre os grupos de maior risco e vulnerabilidade enquanto “condutores” da epidemia. Foram também recolhidas experiências no que concerne as crianças afectadas pelo VIH/SIDA, juntamente com a Acção de Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA) no Cunene. A defesa da protecção social permitirá uma resposta nacional fortalecida.

O apoio prestado continuará a incidir na orientação estratégica para reforçar a resposta nacional; na assistência técnica para efectuar a integração acelerada de serviços em saúde materna e infantil, com particular ênfase nos municípios de “aprendizagem”; no desenvolvimento de uma estratégia de comunicação e prevenção voltadas para os grupos de maior risco; na contribuição para a política de protecção social; na melhoria da coordenação de doadores.

18 UNICEF ANGOLA

POLÍTICA SOCIAL: PARA UMA POLÍTICA DE PROTECÇÃO SOCIAL Com 37 por cento de incidência de pobreza e um coeficiente de Gini de 0,55, a pobreza e as disparidades económicas são os principais factores que afectam a vulnerabilidade das crianças e o suporte ao seu acesso aos serviços sociais básicos, bens e conhecimentos. Os principais eixos da estratégia do Governo para a erradicação da pobreza são as políticas de crescimento económico, a diversificação da economia e a promoção do emprego para os jovens, havendo também a necessidade de desenvolver redes de segurança e um enquadramento integrado de protecção social, em particular para abordar a vulnerabilidade infantil.

A UNICEF deseja assegurar que as discussões em torno das questões de política social, incluindo o enquadramento de protecção social, estejam no topo da ordem do dia dos parceiros da ONU, do Executivo e do Parlamento. Os deputados angolanos, em conjunto com os países da Comunidade de Desenvolvimentoda Africa Austral, assumiram um compromisso político em Windhoek para o desenvolvimento de um patamar de protecção social às crianças, e o Ministério da Assistência e Reinserção Social solicitou a parceria da UNICEF para odesenvolvimento de uma Lei de Assistência Social, juntamente com o Banco Mundial.

Vários meses de advocacia e de intercâmbio de experiências com outros países resultaram na consagração dos direitos das crianças na nova Constituição de Angola, publicada em Fevereiro de 2010, que destaca os melhores interesses da criança e coloca uma ênfase particular sobre os direitos à saúde, educação, protecção e participação. O apoio prestado ao CNAC (Conselho Nacional para a Criança) na apresentação do relatório de Angola ao Comité sobre os Direitos da Criança também contribuiu para a crescente consciencialização das lacunas em matéria de direitos da criança.

Em conclusão, a fim de construir sobre os consideráveis recursos do sector privado para a responsabilidade social das empresas, foi dado início ao trabalho de reflexão sobre um Fundo Para as Crianças Angolanas - como um meio de melhorar a coordenação estratégica e reduzir os custos de transacção para as organizações da sociedade civil.

O trabalho futuro continuará a centrar-seno desenvolvimento de políticas e de legislação de protecção social a fim de garantir redes de segurança para as crianças mais vulneráveis.

PROGRAMAS TRANSVERSAIS

PROGRAMAS

Uma Angola melhor para TODAS as crianças 19

De acordo com um programa nacional para evitar a institucionalização de crianças, a UNICEF está a apoiar um projecto-piloto de protecção social na província do Cunene, liderado por uma organização não-governamental nacional (ADRA - Acção de Desenvolvimento Rural e Ambiente) em colaboração com o Ministério da Assistência e Reinserção Social. Esta iniciativa ajuda as famílias vulneráveis a lidar com a

instabilidade causada pela pobreza e pelo VIH/SIDA e a evitar a separação das crianças das respectivas famílias. A iniciativa baseia-se na criação de rendimentos, através da agricultura e de mercearias da comunidade, e na redução de vulnerabilidades através de transferências de dinheiro para os mais vulneráveis dentro da comunidade. As lições aprendidas com esta experiência irão servir de base para o desenvolvimento da política de protecção social.

TRANSFERÊNCIAS MONETÁRIAS NO CUNENE

TRANSVERSAIS

O aperfeiçoamento da base de dados tornará possível vincular as medidas de protecção social àqueles que são mais vulneráveis. Adicionalmente irá começar o trabalho sobre a análise de orçamentos do Estado para garantir os gastos adequados em serviços sociais básicos e bens essenciais, e vincular este trabalho ao desenvolvimento do Fundo Para as Crianças Angolanas.

PROGRAMAS TRANSVERSAIS

20 UNICEF ANGOLA

PROGRAMAS TRANSVERSAIS

PLANEAMENTO, MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO: HARMONIZAÇÃO COM OS PROCESSOS NACIONAIS O acesso e utilização dos dados são fundamentais para o desenvolvimento e implementação de políticas amigas da criança baseadas em evidências. A publicação do IBEP pelo Instituto Nacional de Estatística tem servido de linha divisória na análise das relações entre vulnerabilidades e os resultados para as crianças, já que este foi o primeiro inquérito representativo a nível nacional abrangendo ambas as variáveis sociais e económicas ao nível familiar. Estes dados foram utilizados para informar sobre o progresso das metas dos ODM e continuarão a impulsionar o desenvolvimento de políticas sociais e melhorar o planeamento descentralizado.

O apoio da UNICEF está cada vez mais harmonizado com os 11 Compromissos para as Crianças. Procuramos reforçar a capacidade do Governo, da sociedade civil e dos parceiros para planificar, orçamentar e proporcionar um pacote de serviços essenciais, conhecimento e bens para a sobrevivência, desenvolvimento e protecção das crianças, de uma forma integrada e sustentável. A apreciação conjunta dos progressos realizados em 2010 sobre o plano bianual do CNAC (Conselho Nacional para a Criança) permitiu uma melhor harmonização e identificação de prioridades para 2011.

A UNICEF visa igualmente reforçar as capacidades do Governo para monitorizar os principais indicadores sociais para formulação de políticas baseadas em evidências. Foram estabelecidas as bases para medir o desempenho dos municípios em alcançar resultados para as crianças, no contexto da descentralização em curso e na gestão baseada em resultados, de acordo com o conceito dos Municípios Amigos da Criança a ser medido por um Sistema Integrado de Indicadores relativos às crianças.

O trabalho futuro terá como objectivo proporcionar ao Governo e aos parceiros dados desagregados para acelerar a concretização dos ODM, com equidade; utilizar o 5º Fórum para a Infância como base de um plano de trabalho bianual harmonizado para 2011-2013, financiado pelo Governo; e implementar a estratégia dos Municípios Amigos da Criança.

Uma Angola melhor para TODAS as crianças 21

DESPESA POR PROGRAMA, 2010 (MILHÕES DE DÓLARES AMERICANOS)

Embora a UNICEF continue a alternar a execução directa de programas com o apoio à formação de políticas baseadas em evidências e o reforço da implementação nacional, o total de financiamento e das despesas tem vindo a diminuir lentamente, de 42,1 milhões de dólares americanos em 2009 para 39,1 milhões de dólares americanos em 2010. Como mostra o gráfico, enquanto a sobrevivência infantil representa quase 60 por cento do total das despesas, uma grande parte delas destina-se à aquisição de bens essenciais (especificamente mosquiteiros tratados com insecticidas), à revitalização dos serviços de saúde e à implementação das intervenções de saúde, tais como a estratégia de alavancagem , da apropriação e do financiamento do Governo. Um exemplo específico disso é a erradicação da poliomielite, que absorve quase 7 milhões de dólares americanos, incluindo na compra de vacinas pela UNICEF, no qual está incluída a contribuição do Governo nos custos operacionais que é já da ordem de dos 89 por cento. A UNICEF também apoiou o Governo a garantir - 64 milhões dólares americanos durante cinco anos da parte do Fundo Global para apoiar os seus programas nacionais de VIH/SIDA. Os Programas que produzem valor acrescentado substancial ou representam uma considerável influência a nível dos recursos nacionais, como os de comunicação, da política social, protecção à criança ou planeamento, monitorização e avaliação, representam uma parte bastante menor das despesas, em parte porque não proporcionam de facto os serviços, excepto para fins de demonstração.

INFORMAÇÃO FINANCEIRA

SOBREVIVÊNCIA INFANTIL

ERRADICAÇÃO DA POLIOMIELITE

EDUCAÇÃO

POLÍTICA SOCIAL E PROTECÇÃO DA CRIANÇA

PLANEAMENTO, MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO

COMUNICAÇÃO

CUSTOS DE SECTORES TRANSVERSAIS E OPERACIONAIS

INFORMAÇÃOFINANCEIRA

TOTAL 39.1 MILHÕES DE DÓLARES AMERICANOS

22 UNICEF ANGOLA

FONTES DE FINANCIAMENTO DAS DESPESAS, 2010(MILHÕES DE DÓLARES AMERICANOS)

INFORMAÇÃO FINANCEIRA

A UNICEF Angola continua a depender quase exclusivamente do financiamento suplementar, dado que os seus recursos regulares e fundos temáticos representam apenas 24 por cento do total dos 39,1 milhões dólares americanos. O apoio dos governos do Canadá, EUA, Japão, Reino Unido, Países Baixos e da Comissão Europeia é crucial para atingir as nossas metas, pois juntos representam mais de 17,5 milhões de dólares americanos, ou seja, 45 por cento do financiamento. Os Comités Nacionais para a UNICEF, como um todo, representam a terceira fonte de recursos, com 14 por cento. Os países incluídos neste grupo são os EUA, Alemanha, Reino Unido, Espanha, Austrália, Polónia, Itália e Noruega. Infelizmente, em termos de financiamento do sector privado, muito pouco foi angariado em 2010, apesar de esforços consistentes.

RECURSOS REGULARES DA UNICEFUNICEF – FUNDOS TEMÁTICOSUNICEF – COMITÉS NACIONAISGOVERNO DOS EUAGOVERNO DO REINO UNIDOGOVERNO ESPANHOLCIDA CANADÁ COMISSÃO EUROPEIAGOVERNO JAPONÊSGOVERNO DOS PAÍSES BAIXOS FUNDO GLOBAL PARA O ATMROTARY INTNLFUNDOS ODM (ESPANHA)FUNDAÇÃO BILL E MELINDA GATESOUTROS

TOTAL 39.1 MILHÕES DE DÓLARES AMERICANOS

(IDRC - INTERNATIONAL DEVELOPMENT RESEARCH CENTRE, DOAÇÃO EM GÉNEROS, GAVI – GLOBAL ALLIANCE FOR VACCINES AND IMMUNISATION)

Uma Angola melhor para TODAS as crianças 23

PERSPECTIVAS

No final de 2010, foram alcançados progressos significativos em muitas áreas que afectam os direitos da criança à sobrevivência, ao desenvolvimento, à protecção e participação, graças ao facto de o Governo e os parceiros terem incrementado os seus compromissos para convergirem com os 11 Compromissos para as Crianças. Vislumbram-se todavia, grandes desafios, sobretudo no que concerne a redução das disparidades.

A UNICEF continuará a apoiar o Governo de Angola ao longo de 2011 para fazer face a esses desafios. De modo a acelerar o progresso, estabelecemos uma série de prioridades, sendo a principal a interrupção da transmissão de poliomielite até meados de 2011. Iremos também aproveitar a oportunidade do 5 º Fórum para a Infância para continuar a defender a aceleração da implementação nacional de um pacote básico de serviços, informação e suprimentos, enquanto reunimos esforços para atingir os ODM com equidade, incidindo sobre os mais vulneráveis de modo a obter um maior impacto. Para concretizar tais ambiciosos objectivos, a UNICEF continuará a angariar novos parceiros para as crianças, colaborando simultaneamente de perto com o Governo angolano. Em colaboração com os nossos parceiros, continuaremos a acompanhar o Governo e o povo Angolano na sua procura de melhoria das condições de vida e do bem-estar de TODAS as crianças do país. Acreditamos que, ao contribuirmos para a formulação, implementação e monitorização de políticas e estratégias amigas da criança, seremos capazes de garantir os direitos de todas as crianças angolanas.

FUTUROPERSPECTIVAS PARA O

PARA O FUTURO

24 UNICEF ANGOLA

Unicef Angola C.P. 2707Luanda, República de AngolaTel +244 226 430870Fax +244 222 337037Email: [email protected]/angolaEncontre-nos no Facebook: UNICEF Angola

A UNICEF trabalha com o Governo de Angola no sentido de fortalecer e apoiar as leis favoráveis à criança, as estratégias e os orçamentos. Através deste apoio, o nosso objectivo é ajudar Angola a valorizar os direitos de cada criança a um pacote básico de serviços, bens e práticas que garantam a sobrevivência, o desenvolvimento e o bem-estar geral.

A presença da UNICEF em Angola remonta a 1976. Orgulhamo-nos de ser um parceiro de confiança na missão de tornar o país num lugar seguro, saudável e protector para o crescimento e desenvolvimento das suas crianças. Acreditamos, como o Governo de Angola, que as crianças são uma prioridade absoluta!