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--- -- -._-----".- -- - - ------- ----- -- PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5' REGIÃO GABINETE DO JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI El\'IBARGOS DE DECLARAÇÃO El\'I APELAÇÃO cívEL 468441 PE (2000:83.00.014864-7/01) . APTE : MENDES JUNIOR ENGENHARIA S/A ADVIPROC : JOÃO HuMBERTO DE FARIAS MARTORELLI E OUTROS AssisT : l\'IORRISONKNUDSEN ENGENHARIA S.A ADVIPROC : MARCOS LEANDRO PEREIRA ASSIST : BANCO ALFA S.A ADVIPROC : JOSE ALBERTO ALBENY GALLO E OUTROS APTE : CHESF - COMPANHIA HIDROELÉTRICA DO SÃO FRANCISCO ADVIPROC : JOSÉ PAULO CAVALCANTI FILHO E OUTROS APTE : UNIÃo APTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL APDO : OS l\'IESMOS APDO ADVIPROC : LUIZ FERNANDO VISCONTI E OUTROS EMBTE : MENDES JUNIOR ENGENHARIA S/A ORIGEM : 12' VARA FEDERAL DE PERNAl\'IBUCO -'PE RELATOR : JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI - Primeira Turma REI;ATÓRIO . O JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI: Trata-se de embargos de declaração opostos contra acórdão desta Primeira Turma, que recebeu a seguinte ementa: PROCESSUAL CIVIL, CONSTTIUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO DE RESSARCIMENTO. APELAÇÕES. PRELIMINARES. REJEIÇÃO. PREJUDICIAL DE MÉRITO. DESACOLHIDA, lvIÉRITO. AÇÃO DECLARATÓRIA. COISA JULGADA. MATÉRIA DE FATO. NÃO COMPROVAÇÃO DO PREJUÍZO. QUESTÃO FÁTICA SUFICIENTE PARA A IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO AUTORAL. I - PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE RECURSAL DO MINIsTÉRIo PÚBLICO. CONFIGURAÇÃO. INTERESSE PÚBLICO MANIFESTO. I. O Mi "tério Público Fedeml é parte legitima para interpor recurso conm sentenç e proce4ência parcial de pedidÇl de ressarcimento, que supostamente poderi..a aI ançar a estratosférica quantia de mais de um trilhão de reais, a ser . desem oIs da pelos cofres públicos federais, com atingimento, por óbvio e de modo ran bordante, da.coletividade. 2. eiç o da preliminar de ilegitimidade recursal do Parquet, manifesto o se úblico a resguardar. CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA AJUIZADA CONTRA J< ADE DE ECONOMIA MISTA FEDERAL. ·TRAMITAÇÃO I JUizo ESTADUAL. COMPETÊNCIA. SúMULAS 517 E 556, DO AC468441 PE M878

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PODER JUDICIÁRIOTRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5' REGIÃOGABINETE DO JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI

El\'IBARGOS DE DECLARAÇÃO El\'I APELAÇÃO cívEL N° 468441 PE(2000:83.00.014864-7/01) .APTE : MENDES JUNIOR ENGENHARIA S/AADVIPROC : JOÃO HuMBERTO DE FARIAS MARTORELLI E OUTROSAssisT : l\'IORRISONKNUDSEN ENGENHARIA S.AADVIPROC : MARCOS LEANDRO PEREIRAASSIST : BANCO ALFA S.AADVIPROC : JOSE ALBERTO ALBENY GALLO E OUTROSAPTE : CHESF - COMPANHIA HIDROELÉTRICA DO SÃO FRANCISCOADVIPROC : JOSÉ PAULO CAVALCANTI FILHO E OUTROSAPTE : UNIÃoAPTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALAPDO : OS l\'IESMOSAPDO :BANCOSANT~RADVIPROC : LUIZ FERNANDO VISCONTI E OUTROSEMBTE : MENDES JUNIOR ENGENHARIA S/AORIGEM : 12' VARA FEDERAL DE PERNAl\'IBUCO -'PERELATOR : JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI - Primeira Turma ~

REI;ATÓRIO

. O JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI: Trata-se de embargos dedeclaração opostos contra acórdão desta Primeira Turma, que recebeu a seguinte ementa:

PROCESSUAL CIVIL, CONSTTIUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AÇÃODE RESSARCIMENTO. APELAÇÕES. PRELIMINARES. REJEIÇÃO.PREJUDICIAL DE MÉRITO. DESACOLHIDA, lvIÉRITO. AÇÃODECLARATÓRIA. COISA JULGADA. MATÉRIA DE FATO. NÃOCOMPROVAÇÃO DO PREJUÍZO. QUESTÃO FÁTICA SUFICIENTE PARAA IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO AUTORAL.I - PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE RECURSAL DO MINIsTÉRIoPÚBLICO. CONFIGURAÇÃO. INTERESSE PÚBLICO MANIFESTO.I. O Mi "tério Público Fedeml é parte legitima para interpor recurso conmsentenç e proce4ência parcial de pedidÇl de ressarcimento, que supostamentepoderi..a aI ançar a estratosférica quantia de mais de um trilhão de reais, a ser

. desem oIs da pelos cofres públicos federais, com atingimento, por óbvio e demodo ran bordante, da.coletividade.2. eiç o da preliminar de ilegitimidade recursal do Parquet, manifesto o

se úblico a resguardar.J!:,:t.1~';';/,CESSUAL CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA AJUIZADA CONTRA

J< ADE DE ECONOMIA MISTA FEDERAL. ·TRAMITAÇÃO I

JUizo ESTADUAL. COMPETÊNCIA. SúMULAS 517 E 556, DO

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STf, E 42, DO STJ. AUSÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO DA UNIÃo NOSAmos. DESCONSTITUlÇÃO, NA AÇÃO CONDENATÓRIA, DECOMANDO JUDICIAL TRANSITADO EM JULGADO (E JÁULTRAPASSADO O PRAZO PARA O AJUIZAMENTO DE AÇÃORESCISÓRIA) EM AÇÃO DECLARATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. víCIOINSANÁVEL. EVlDENCIAÇÃO. COMPETllNCIA PARA APRECIARALEGAÇÃO DE EXISruNCIA DE INTERESSE DA UNIÃO. JUSTIÇAFEDERAL. REPERCUSSÃO NA AÇÃO CONDENATÓRIA QUANTO AOENTE PÚBLICO FEDERAL.1. "As sociedades de economia mista s6 têm foro na Justiça Federal, quando aUnião intervém como assistente ou opoente" (Súmula 517, do STF). "Écompetente na Justiça Comum para julgar as causas em que é parte sociedade deeconomia mista" (Súmula 556, do STF). "Compete à Justiça Comum Estadualprocessar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de- economia mista eos crimes praticados em seu detrimento" (Súmula 42, do STJ).2. No caso concreto, observa-se que a ação declaratória foi ajuizada, perante aJustiça Estadual, contra uma sociedade de economia mista federal (CHESF), nãotendo, a União, em qualquer momento daquele feito. fonnulado requerimentocom vistas ao seu ingresso na lide. O que aconteceu foi que a CHESF alegou quea União deveria ter sido intimada para ma,nifestar o seu interesse em integrar aIíde, o que não foi acatado pelo Julgador em decisão continnada pela instância adquem e.não conhecida quando a demanda chegou ao STJ. .3. É certo que configura vlCio insanável o fato de o Juízo Estadual ter decididosobre a (in)existência de interesse da União em integrar o presente feito, tendoindeferido pleito nesse sentido. Apenas a Justiça Federal pode deliberar sobre apresença Oltnão de fnteresse do ente público federál no prcx:esso. Entretanto. poroutro lado, não é juridicamente posslvel admitir que o acórdão estadual transitadoem julgado na ação declaratória venha aser invalidado ou desconstituido em sedede ação diversa, de cunho condenatório, em tramitação na Ju"stiça Federal, nessa,efetiva e finalmente, tendo vindo aos autos a União, asseverando seu interesse,incluslve de dupla natureza (jurldico e econôinico). Realce--se que, contra ocomando judicial transitado em julgado na ação declaratória poderia ter sidoajui~ada ação rescisória. o que não ocorreu.4. Embora reconhecido o vicio insanável e a despeito da impossibilidade deanulação do comando judicial da ação declaratória. com retirada dos seus efeitospara os fins desta ação condenatória, é certo que. quanto à União, deve serlembrada a dicção do art. 472, do CPC - ':a sentença faz coisa julgada às partesentre as quais é dada, não beneficianqo, nem prejudicando terceiros" -, de sorteque, com e limitador e observada a posição especifica da União na,Jide. terállqui reper u ão o decisum da ação declaratória.S. Rejeiç d preliminar de nulidade do acórdão da ação declaratória.li - STRATNO. PRETENSÃO DE RESSARCIMENTO CONTRASO DE ,ECONOMIA MISTA FEDERAL. PRESCRIÇÃO.IN C CIA.I A t edido fonnulado, não se está a postular a parcela acessória de juros,

as indenização por supostos danos decorrentes das consequências doI ij d cumprimento de relação contratual pela entidade da AdministraçãoÚ i In 'reta federal, de modo que não se aplica; in caso, o art. 178. § 10, li.

d C 19 6.

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2. Os prozos de prescrição, quando derpandada sociedade de econol1.1ia mista,ainda que 'concessionária de serviço público, são os do direito civil, não oquinquenal da legislação especial aplicãvel às entidades de direito público (leia­se: Decreto n" 20.910/32 e Decreto-Lei n" 4.597/42). Precedentes.3. Rejeição da'Prejudiclal de mérito de prescr:ição.IV - ADMINISTRATIVO. CONTRATO DE OBRA: ATRASOS NOPAGAMENTO DAS FATURAS EMITIDAS PELA CONTRATADA.INADIMPLÊNCIA DA ENTIDADE DA ADMINISTMÇÃO PÚBLICAlNDJRETA. DESCUMPRlMENTO CONTRATUAL. EXCEÇÃO DOCONTRATO NÃO CUMPRIDO. OPONIBILIDÁDE À .SOCIEDADE DEECONOMIA MISTA CONTRATANTE. DESEQUILíBRIO. ECONÔMICO-.FINANCEIRO DO AJUSTE. NÃO COMPROVAÇÃO ATRAVÉS DEDOCUMENTOS OU OUTROS MEIOS IDÔNEOS DA ocoRRÊNCIA· DEPREJUízO. QUITAÇÃO DOS ENCARGOS DECURSlVOS DA MORA.PRETENSÃO DE RESSARCIMENTO. CONSIDERAÇÕES.i. Se, entre ler por rescindido o contrato ~ recebendo o que lhe era devido,segundo a Donna contratual a que aderi~ livremente - e ter captado recursos nomercado financeiro para o empreendimento - o que se admite apenas paraargumentar, sequer existindo provas de realização desses supostos custeamentosobtidos junto ao mercado especificamente para a obra contratada ~, a empresaautora preferiu, ante a mora administrativa, segundo dito por ela, a segundaaUemativa (ajustar fmanciamentos sob juros de mercado), fê-lo sponte plopria,por ~&ua conta e risco,.. unilateralmente) sem qualquer ajuste administrativo nessadireção) não podendo, assim, transferir eventuais equivocos de estiatégia ouexcessos de sua ação empresarial ao erário público.2. Embora a sociedade de economia mista federal tenha confessado' que osatrasos de pagamento das faturai emitidas pela contratada efetivamenteocorreram,' pagando as penalidades previstas para a. hipóteSe de mora, não háprova de que, em algum momento, tivesse imposto ou chancelado medidae;ttrema' de captação de recun;os no mercado, em volwne ião grande, e a taxasexorbitantes e em condições tão 'agressivas, quais as afirmadas pela autora, nem"que tivesse se comprometido acompensar a empresa por esse tipo de despesa.3. Se, pelo contrato, o inadimplemento da cHEsF (assim entendido) inclusive etéxtualmente, o atraso no pagamento das faturas pelos serviços executados),poderia levar à rescisão contratual (bastando simples aviso da parte prejudicada),com os correspondentes efeitos dessa forma de extinção da relação contratual, éevidente que a empresa contratada poderia ter suscitado (com ap<>io também nadoutrina e na jurisprudência), na primeira oportunidade, contra a pessoa juridicade direito privado contratante. em mora, a t;xceptio non adimpleti contractus, sejana via administrativa, seja buscando, em sua proteção, a via judicial.4. Não se está diante' de alteração unilateral do contrato pela Administração'Pública (os acréscimos que houve foram favoráveis à empresa contratada, nãotendo havido modificações contratuais a ela prejudiciais), nem de fato do ptincipe(não houve exerclcio externo, de competências estranhas ao contrato,' comafl ão esse), nem de sujeições imprevistas ou fatos imprevislveis, passíveis de

ej esequillbrio econômico-fmanceiro da avença. Ademais, a violaçãocon hãbil a ensejar o direito à compensação pelo desequilibrio contratualget:'}frerfte, apenas pode ser a que diz com o desrespeito aos ditames contratuais,

o quais não se previu, no próprio instnlmento, a fonna de reparação, ou

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com anão efetivayão ou observância das penalidades previstas no caso da ofensa.Não é a hipótese dos autos. No caso concreto, é certo que houve a infraçãocontratual

Jmais especificamente p.o que atine ao prazo para pagamento das

faturas pela contratante. Mas é igualmente correlo que as punições previstas paraessa hipótese foram atendidas, plenamente, peJa contratante. Ou seja, respondeuela, segundo as nonnas contratuais firmadas livre e espontaneamente pelas partes,pelos encargos referentes à demora na qui'lflção das faturas atinentes à realizaçãodos serviços. Mais que isso, chegou-se à constatação (tal está em parecer doMinistério Público junto ao TCU, nos autos da Decisão nO 420/99-Plenáriol bemCOmo em parecer do MPF nestes autos) de que o particular contratado recebeu,em verdade, l\1llis do que lhe era devido (um plus indevido de mais deRS218.000.000,OO, em valores de 1998, segundo o MP do TCU, e de mais deRS350.000.000,OO, em montaule de 1997, segundo o MPF), porquanto parte dosvalores pagos como recomposição não encontravam respaldo na lei ou nocontrato, do que resulta o reposicionamento da CHESF, que passa da condição dedevedora, para a de credora.5. Confirmam a inocorrência de desequilíbrio econômico-financeiro do contratoas constatações (oriundas de análise contábil) de que: a) a autora" sempre tevecapital de giro liquido, ou seja, recursos para financiar o seu ciclo operacional i b)a ausência de capital de giro próprio em dado período resultou em maciçovolume de recursos destinados pela autora a investimentos em outras empresasdo mesmo grupo econômico que compunha, sem vinculação com a obra emdestaque; c) as faturas devidas pela CHESF não repercutiam significativamenteno ciclo operacional da autora e, quando eram, nesse ponto, um pouco maisexpressivas, mesmo assim não impactavam grandemente ante a existência derecursos suficientes para os gastos de curto prazo; d) comparativamente com ototal de contas a receber, os valores constantes nas faturas devidas pela CHESFnão eram significativos; e) o total de financiamentos tomados pela autora ~ repita~

se: sem vinculação Com a obra contratada - eram muito superiores aos valoresdevidos peia CHESF.V - PROCESSUAL ClVIL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO DECLARATÓRIA.NATUREZA JURÍD1CA. LlMITES PRÓPRlOS DA REPERCUSSÃO DACOISA JULGADA NA AÇÃO CONDENATÓRIA. lNTERPRETAÇÃOAUTOOICA DO TíTULO TRANSITADO EM JULGADO NO FElTODECLARATÓRIO. FATO CONSTITUTIVO DO DIRElTO ALEGADO.ALEGAÇÃO DE TOMADA DE FINANCIAMENTOS, DECURSIVOS DEDEMORA NO PAGAMENTO CONTRATUAL, VINCULADOS A OBRACONTRATADA E COM VALORES A ELA REVERTIDOS. ÔNUS DAPROVA. ART. 333, I. DO CPC. NÃO COMPROVAÇÃO. JUROS DEMERCAD IMPROPRIEDADE DE SUA CONSIDERAÇÃO ÇOMOINDEXAD DE CORREÇÃO MONETÁRIA. RESTRITlVIDADE DE SUAPRÁTIC INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. EQUlLÍBRIO ECONÔMICO- IFlj>tAtlCjEilJ.tO DO CONTRATO PELO SOMATÓRIO (ORlGINAL) DE

RODUÇÃO E LUCRO. IMPROCED!iliClA DO PLElTO.tou declarado, no acórdão trausitado em julgado da ação declaratória,

e a a existência de uma relação de crédito (porque o atraso no pagamentopelos serviços prestados teria o condão de ocasionar desequilibrio

co-financeiro do contrato, pelas providências a que tivesse sido levada ada a, adotar ante tal demora para dar prosseguimento à obra contratada).

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Tudo o mais, especialmente a identificação e a quantificação do dano a reparar eo critério de ressarcimento, estava a depender de ampla produção probatória, aser desenvolvida na seara adequada, qual seja, na ação condenatória.2. O 5TJ, a despeito de não conhecer do recurso especial manejado contra oacórdão da ação declaratória, procedeu à interpretação· autêntica do julgado,solidificando·a. Não por outro motivo, Tez inscrever na emenla do seupronunciamento: ''Em se tratando de ação de natureza meramente declaratória, adecisão vale.como preceito para a ação condenatória. se propostal onde a matériadeverá ser amplamehte debat~da". De se conferir, outrossim, os principais trechosdo debate travado entre os Ministros do 8T1, quãndo do julgamento do recurso

. manejado na ação declaratória, que dizem como o julgado deve ser lido: IlVOTO[do Relator]O S~ MINlSTRO JOSÉ DE JESUS FILHO; [...][...]É bom lembrar,corno fez o eminente Desembargador relator, ao final de seu voto. que a decisãoreconida lem natureza declaratória e não condenatória, valendo como p"receitopara a futura. ação onde a matéria poderá ser amplamente debatida.Com estasconsiderações, não conheço do recllISo.VOTO-VOGALO EXMO. SR.MINISTRO HÉLIO MOSIMANN;[...]Finalmeute, a alegação de astronômicacompensação pelo vulto da indenização poderia impressionar, mas na -verdadenão impressiona, simplesmente porque não está em discussão neste ensejo. Aação é declarat6ria da ex.istência de relação de crédito e o valor do eventualressarcimento, ainda a depender de prova, vjli ser fixado na ocasião oportuna enos seus verdadeiros pammetros.VOTOO EXMO. SR. MINISTRO PEÇANHAMARTINS:[...]A ação proposta é uma ação declaratória. Mas, itilo obstante isso,entendo que o acórdão desbordou dos limites da declaração, quando diz no seufinal 'que essa indenização há de ser calculada a juros de mercadó~Penso que nobojo desta ação não se poderia l e nem Se pode. chegar a essa conclusão. Aeqnação financeira do contrato é tese já assentada [...l.Não me comove, porexemplo, a argumentação da res comunis-omnium, porque, em verdade, o queficou patenteado é que a construtora CUI~priU as obrigações e .realizou a obrapública e [...] aceitar o argumento d~ que ela deveria parar a obra seria infringir oprinc1pio da continuidade e consagrar a inadimplência. Inadimplente. sem dúvida,foi o Estado braSileiro, e duplamente l porque o que se diz nos jornais e noscálculos dos econoniistas pátrios é que a simples forma de correção monetáriacom que se faz a correção dos valores depositados nas poupanças não é real. Ora,se assim é ou não, esta vai ser uma matéria que deve ser discutida - e largamente- no bojo dos autos, em outra ação tipicamente condenatória e nãodeclaratória.Neste ponto, assalta-se uma dúvida - pe.pso que comungo com osólJices postos pelo Eminente Ministro-Relator, de modo geral ~ e gostaria mesmode me socorrer do debate com os Eminentes Ministros: o simples nãoconhecimento da matéria nos termos em que lança o voto do Eminente Minislto-Relator, ou 3, frisando que se trata de uma ação declaratória, arastaria. porexemplo, a declaração de que se'deveria buscar os juros de mercado?O

STRO JOSÉ DE JESUS (APARTE): [...1Acredito que sim,zão uito simples: para chegar à essa afinnação, a Finna teria que ter

d que captou recursos no mercado a juros altos. Isso lI! urnaDesembargador fez isso num exercicio de memória. Não posso

ão havendo provaj .ele possa dizer que a conclusão é que se tem queur s e mercado. Será que foi captado ajuros de mercado? Esta é a grande

EXMO. SR. MINISTRO PEÇANHA MARTINS: É nesse ponto que

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reside a minha grande dúvida, porque) em verdade, o que se observa dos autos éque o Eminente Desembargador-Relator, como o Revisor, retratou, no seu voto, O

seu próprio sentimento diante da inflação que nos assola. porque os autos nãoconsta a prova de que essa equação financeira se fizesse dessa ou daquela fonna,e o que a Constituição detennina é que se restabeleça sempre essa equação ~ valedizer, em relação a contratos de empreitadas, seja de natureza cível ouadministrativa -, que o preço reflita custo mais lucro, mas aquele lucro obtido eaquele-çam que ela se awesentou à concorrência) porque [...] se admitirmos Q

contrário seria, inclusive; fraudar aqueles outros concorrentes. Essa é a equaçãoque se busca. Por isso é" que não posso, nessa p~rte do acórdão, admitir a·refenlncia a juros de mercado.[ ...]O EXMO. SR. MINISTRO JOSÉ DE JESUS(l\I'ARTE): Antes que o Sr. Ministro Pildua Ribeiro se pronuncie [...] Existe algoque não podemos negar. O desequillbrio da equação financeira eslá confessadapelo outro lado, que é matéria constitucional pacifica. V. E?{8. está dizendo que oentusiasmo do DeSembargador-Relator foi muito longe - ela faz uma observaçãosobre os efeitos e os beneficios que essa usina gerou na região: ressaltou mais quea CHESF passou a receber os rendimentos pela venda da energia. Tudo isso éromântico. Para mim, o caminho que realmente precisa ser definido é se existe .uma equáção financeira, e alguma dúvida a ser dissipada entre a CHESF e aMendes Júnior. Existe, porque, na verdade, já foí dito nos pareceres que há umainjustiça, Só que não há uma lei para respaldá-la.Eslá ai o preceito que serve debase para uma futura ação. Agora, não vamos dicutir se foram juros de mercadoon não, isso é ontro assunto.O EXMo. SR MINISTRO PEÇANHA MARTINS:[...] Mas a minha única. dúvida é que esse preceito 'contém uma declaraçãoexpressa já se referindo a juros de mercado; juros de mercado esses que não seise seriam os aplicáveis. porque o de que se cuida nesta caso é de restabelecer a ­equaçâó, e se ela vai ser afinal restabelecida com juros de mercado ou não équestão que vai ser, decidida no futuro. O que não'posso é antecipar e dizer queseriam juros de mercado [...J.COMPLEMENTAÇÃO DE VOTOO EXMO. SRMINISTRO PEÇANHA MARTINS: [...J juros de mercado s6 podem sercobrados nesse Pais por ·instituições financeiras. Somente banco pode cobraralélll da taxa legal eslabelecida.[...JO SENHOR MINISTRO ANTÔNIO ilEPÁDUA RIBEIRO: [...] não cabe, no ensejo, a meu ver, examinar a extensão dojulgado recorrido, porque não conhecendo do recurso, nlio podemos estabelecerqual a sua extensão, adentrar na sua essência, como se estivéssemos a examinarembargos declaratórios (...]lereio que nada obstará que, por ocasião dapropositu da ação própria, a ação executória, o Judiciário examine amplamenteessa mat a [...J.[ ...]O EXMO. SR. MINISTRO JOSÉ DE JESUS: SenhorMinistro anha Martins, se V. Exa., permite-me, a natureza jurídica da açãomerame te eclarat6ria não comporta. exceção. É preceito para uma futura ação.Da iJa, O que eslá aqui não é objeto de execução. Estamos dizendo qne háu aju te ser feíto.OEXMO SR. MINISTRO PÁDUA RIBEIRO: [...J Chego aa mitO U I futuramente, a matéria (alusiva à adoção dos juros de merca.do comoa r do ressarcimento] possa ser trazida à apreciação.do Judiciário, mas nãoe antecipar sobre ela. [:..]RETIFICAÇÃO DE vaIOO EXMO. SR

MJ)'fil/JlIRO PEÇANHA MARTINS: [...] enfatizando com o Relator e todos osos, de que há que se fazer \lma nova e completa instrução probatória para

elecer-se a equação financeira do cpntratotl•

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3. As ações declaratórias visam a instalar certeza jurídica quanto a uma dadasituação narra~a e ponto. Não trazem conteúdo mandamental ou executivo. SãoinexeqlÚveis, diversamente das ações condenatórias - subJinhando·s.e, que as I

ações condenatórias, de seu tumo, não po...dem ser tomadas como simples ações de .exécução do titulo alcançado nas declaratórias. Nas ações condenatórias, é qu~ o"efeito Donnal" da sentença é o executivo. exequi~ilidade que não se tem nasações declaratórias. Pontes de Miranda (Comentários ao Código de ProcessoCivil. Rio de Janeiro: Forense, 1947, v. \, p. \06, 117 e \2\) acrescentava:"Mediante a sentença'proft::óda na ação declaratória. nem se pode executar, nemconstituir. Nem por ela se pode pedir reconhecimento de obrigação [...]"', E mais

. adiante: liA sentença proferida na ação declaratória .escapa ao processo deexecução: apenas estabelece a claridade judicial do direito ou da relação jurldica[...]U, Ademais, enquanto a sentença' constitutiva altera a relação jurldica entre aspartes, "a sentença declaratória apenas fixa a existência ou inexistência des.sarelação, não allerando seu conteúdo (efeito 'certificativo~. A estabilidadeproveriiente da sentença declaratória recai sobre o juízo de existência ouinexistên~ia da relação, que não se confunde com a relação em si, pertencendo a;sístema distinto, como metaUnguagem", Sinteticamente: 11 A sentença de.claratóriapretenilida pelo autor não lhe traz segurança sobre qualquer situação juódica, massobre uma posição de vantagemll (Francisco Antônio de Barros e Silva Neto. Aantecipação de tutela nos processos declaratórios. Porto Alegre: Sérgio AntônioFabris, 2005, p. 73 e 82).4. Os danos alegados pela autora não foram comprovados; não se comprovou arealização pela autora de fínanctamentos no mercado para a captação de recutsOSdirigidos especificamente e alocados efetivamente à obra de Itaparlca; não secomprovaram os custos que a empresa autora teve que 8fC4r efetivamente emviSla desses financiamentos (quais os juros de mercado e encargos financeirosaplicados realmente em tais negócios); não se comprovou que e-sses custos foram

. superiores aos valores percebidos pelo particular, contratualmente previstos paraa hipótese de inadimplemento. Por outro lado, mostrou-se, com c.lareza, que acaptação de recursos no mercado não se apresentava como necessária para fins decobertura dos custos da obra de Itapanca. Evidenciou~se a ponca significânciados valores devidos peja CJIESF, sem repercussão em termos de impOsição debusca de recursos no mercado, Confinnou·se a inexistência de provas de que acaptação de recursos no mercado financeiro se fez, em especifico, para fins de darandamento às obras de constntÇão do sistema hidroelétrico de Itspsrica.5. Não omprovado prejuizo, não há o que reparar.6. Po tOI não se desincumbindo de ônus que é seu, de prova dos fatos

h '.os de seu direito (art. 333, l, do CPC), não há ·como se acolher oo autora. E, aqui, destaque-se: A INBX\STÊNCIA DE PROVA DOSS CONSTITUTIVOS DO DIREITO ALEGADO DÁ ENSEJO ÀO ÊNCIA DO PLEITO, não se podendo admitir o acolhimento do

pl t , a partir do adiamento ou postergação da apresentação de provas dosp óp 'os fatos constitutivos do direito à fase de liquidação,

-se completamente imprópria e injurldica a compreensão e a adoção dee mercado como indexador de correção monetária, pois não têm eles o

d o de refletir a variação do poder aquisitivo da moeda. Precedentedo STf.

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8. A referência a Iljuros de mercadou deve ser entendida como juros de mercadopara aquele tipo de operação de financiamento especifico, garantido) com spreadmuito menor que a operação de empréstimo, esse com custo bem maior.9. Apenas instituições financeiras podem praticar juros de mercado. A autora nãoé instituição financeira e, portanto, não poderia, simplesmente, eleger tal critériocomo fator de reparação.10. O direito ao reequilibrio contratual ou à compensação pelo desequilíbrioeconômico~financeiro do contrato não autoriza a modificação dos critériosestabelecidos no início do procFo de seleção do melhor contratante, queorientaram e obrigaram a atuação de todos os concorrentes que almejavamsubscrever o contrato em questão. O que está no cerne da noção de reequilibriocontratual são princípios como equidade, boa-fé, razoabilidade, que impõe amanutenção da equação econônúco-financeira originária do contrato celebrado,salvando-a de circunstâncias posteriores à lavratura do negócio jurídico,causativas de onerosidade excessiva imprevista e estranha à vontade das partes. Oreequilibrio contratual não pode ser invocado para justificar pagamento superior àsomatória das parcelas de custo de produção e lucro, É a expressão financeiradessa soma que deve ser garantida., não se podendo admitir valor superior sobpena de configuração de enriquecimento injustlficado. D~I a inadmissibiUdade deacolhimento da pretensão de ressarcimento por juros de mercado, Lembre-se, .inclusive, do alerta feito pelo Ministro peçanha Martins: "os autos não consta aprova de que essa equação financeira se flzesse dessa ou daquela forma, e o que aConstituição determina é que se restabeleça sempre essa equação - vale dizer, emrelação a contratos de empreitadas, seja de natureza cível ou administrativa ~, queo preço reflita custo mais lucro, mas aquele lucro obtido e aquele com que ela seapresentou à concorrência, porque (...] se admitlnnos o contrário seria, inclusive,fraudar aqueles outros concorrentes. Essa é a equação que se busca. Por isso éque não posso, nessa parte do acórdão, admitir a referência a juros de mercado".11. O qu~ os autos revelam é uma (inadmisslvel) tentativa de imposição depresunções: presuma-se a efetivação de financiamentos- para. a obra junto aomercado; presuma~se um montante finanCiado; presuma-se que a taxa de jurosaplicada às operações financeiras foram as identificadas pela postulante;presuma~se que LQS recursos captados foram destinados à obra; presuma~se queisso tenha gerado dano a ser ressarcido pelo Estado pelo desequiHbrio docontrato. É óbvio que não se pode' partir desse racioclnio, tratando-se de fatospassiveis de serem comprovados por documentação hábil. Destaque-se: se aprova e ossivel (e indispensável), mas a postulante dela não se desincumbiu,não é lic t chegar ao montante da reparação por arbitramento ou por simplóriaestimaç'" r presunção de valores.12. Imp oc ência do pedido autoral.VI· C S ERAÇÕES FINAIS.1. To me te despropositada se afigura a eleição (arbLtrária, diga-se) pela autora,a tu de 'juros de mercado", da taxa de captação de empréstimos para capital

e uivalente. Quanto à taxa de juros de mercado a ser adotada, o máximoe] eria a aplicação de taxa média concernente a. financiamentos para obras

porte, a exemplo de Itaparica. É prudente lembrar a diferença entre~'píi~llmo e financiamento. A vjnculação própria do financiamento se traduz

menores que os de empréstimos.

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2, Não se poderia confundir o hipotético IÍmlo judicial com o critério de correçãomonetária do título. Os "juros de mercádo" pagos seriam o titulo principal para ol'essaroimento, mas o critério de correção desse não é o do titulo. no que seimporia a observância do Manual de Cálculos da Justiça Federal.3. Para se ter uma idéia, aproximada, da repercussão financeira, no caso deprocedência do pedido formulado pelo particular (em valores de 2008, de mais deR$1.220.000.000.000,OO), é de se dizer que o. montante almejado seria suficientepara a aquisição pelo Governo brasileiro de mais de S,OOO caças franceses Rafale(cada um orçado em R$240,000.OOO,OO), tomando a Força Aérea Brasileira amais portentosa do mundo. Seria também suficiente para quitar, no minimo duasvezes) a divida externa brasileira (estimada, no final do ano de '2009, emUS$20S,S bilhões, considerando-se o dólar equivalente a R$I,74, em13,01.2010). Outrossim, esse quanlum corresponde a 17 vezes o valor dashidroelétricas de Belo Monte (que será a quinta maior do mundo), Santo Antônioe Jirau, atualmente em construção, ou seja, com o montante pretendido, construir­se-iam 51 hidroelétricas muito maiores que ltaparica ou, pelo menos, 'lOhidroelétricas de ltaipu. Corresponde, finalmente, em termos exemplificativos,\praticamente, ao valor total do Orçamento da União para o ano de 2010(R$1.860.000.000,.OOO,OO).

.Vil - DISPOSITNO E CONSECTÁRIOS.1. Prelim,inares e prejudicial de mérito rejeitadas. Provimento da apelação daCHESF, da UNIÃo e do MPF. Desprovimenlo da apelação da empresa autora,Improcedência do pedido autoral.2. Condenação da autora nas custas processuais e em honorários advocaticios quese arbitra, em vista do art. 20, do CPC e dos princfp~os da razoabilidáde e daproporcionalidade, e para não incidir no mesmo equivoco da parte autora, emR$IOO.OOO,OO, a ser rateado em favor da CHESF e da UNIÃo

A embargànte acentua, inicialmente, "a amplitude com que se devemapreciar os presentes embargos declaratórios", em vista das garantias da ampla defesa e dacompleta prestação jurisdicional. Diz que os embargos de declaração têm por objetivosatisfazer "requisito de recombilidade", não tendo feição protelat6ria. Acrescenta quebusca demonstrar "pontos omissos e contradit6rios do acórdão embargado", do que poderiaresultar, inclusive, efeito.~ modificativos, .

s arts. 302, caput, 334, fi e 468, do CPC, com a asseveração dosentido de que, "tendo a CHE8F efetuado o pagamento dos

rts. 467, 468,471,473 e 474, do CPC, e ao art. 5°, XXXVI,LIV e LV, da CF/88, p r e oac6rdão embargado teria maculado a coisa julgadaconcretizada nos autos, d a ão declarat6ria, proferindo novo julgamento daquela causaoriginária, ao desconsider que por ela teria sido alcançado com feição de imutabilidade,em vista do trânsito e 19 o;

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acórdão

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encargós moratórios contratuais Guros e con-eção monetária), não poderia a Mendes Jr.Pleite'ar novos acréscimos moratórios", em afronta ao perpetuado com a coisa julgadamaterial firmada na ação declaratória precedente;

c) necessidade de pronunciamento do órgão Julgador sobre os arts. 469, I, e474, do CPC, ante à invocação de "trechos esparsos representativos de meros comentários,obter dlctum, de alguns dos Ministros" que participaram do julgamento do recurso especialil\terposto nos autos da ação declaratória, com uitrapassagem da decisão [mal deinadmissão do recurso especial e com violação da coisa julgada material;

d) afronta aos arts. 131 e 458, lI, do CPC, e ao art. 93, IX, da CF/88, ante aausência de análise, pelo acórdão embargado, da prova pericial produzida nos autos e dosdocumentos que lhe serviram de base;

e) imprescindibílidade de que a Corte Julgadora esclarecesse porque nãoaplicou o regramel1to do art. 437, do CPC, na busca da verdade matelial, desprezada aperlcia que havia sido regularmente realizada;

f) vulneração do art. 20, do CPC, pe o acórdão embargado, ao condenar aembargante a pagar à União, na condição de assiste e da CHESF, honorádos advocatícios.

É o relatódo.

Dispensaôas a' revisão e a .natureza do incidente.

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pauta de julgamento, considerada a

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PODER JUDICIÁRIOTIUBUNAL REGIONAL FEDERAL DA s' REGIÃOGABINETE DO JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI

EMBARGOS DE DECI.;ARAÇÃO EMI APELAÇÃO CÍVEL N° 468441 PE(2000.83.00.014864-7101)APTE . : MENDES JUNIOR ENGENHARlA S/AADVIPROC : JOÃO HUMBER:rO DE FARIAS MARTORELLI E OUTROSASSIST. : MORRlSON KNUDSEN ENGENHARIA S.AADVIPROC : MARCOS LEANDRO PEREIRA

. ASSIST : BANCO ALFA S.AADVIPROC : JOSEtALBERTO ALBENY GALLO E OUTROSAPTE : CHESF - COMPANHIA HIDROELÉTRICA DO SÃO FRANCISCOADVIPROC : JOSÉ PAULO CAVALCANTI FILHO E OUTROSAPTE : UNIÃoAPTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALAPDO : OS MESMOS /APDO :BANCOSANTANDERADVIPROC· : LUIZ FERNANDO VlSCONTI E OUT~OSEMBTE : MENDES JUNIOR ENGENHARIA S/AORIGEM : 12' VARA.FEDERAL DE PERNAMBUCO - PE .RELATOR : JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI - Primeira Turma

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DEDECLARAÇÃO. PRESSUPOSTQS. ART. 535, DO CPC.INEXISTÊNCIA. REDISQUSSÃO. INADMISSWILlDADE. !

I. O inconfonnismo da recorrente não se amolda aos contornos davia dos embargos de declaração, porquanto o acórdão oracombatido não padece de vícios de omissão, contradição ouobscuridade,. não se prestando o manejo de tal recurso para o fimde rediscutir os aspectos fático-jurldicos anteriormente debatidos.2. Embargos declaratórios a que se nega provimento.

I

VOTO

O JUIZ F ISCO CAVALCANTI: Trata-se de embargos dedeclaração, opostos contra ac rdão, nos telmos do qual se deu provimento às apelações daCHESF, da União e do .stéri Público e se negou provimento à apelação da autora,afirmando-se a improc ên 1 do dido condenatório autoral.

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1'0DER JUDICIÁRIOTRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5' REGIÃOGABINETE DO JUIZFRANCISCO CAVALCANTl

o Código de Processo Civil, em seu art. 535, prevê que são cabíveisembargos. de declaraçãO quando houver, na sentença ou no acórdão, obscuridade oucontradição, ou ainda quando for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se o juiz outribunal. É de ser lido em sua restritividade ontológica, a dizer, de essência.

Por obscuridade, entenda-se a ausência de clareza com prejuízo para acerteza jurídica. Segundó José Carlos Barbosa Moreira, "a obscuridade tanto pode situar-sena fundamentação do acórdão quanto no decisum propriamente dito. Pode acontecer quefalte clareza na exposição das razões de decidir, que em acórdão bem redigido devem serenunciadas em termos nítidos e ordenadas em seqüência lógica, compondo um todosistemático e coerente; e' pode acontecer que falte clareza na própria parte decisória('dispositivo', conforme a dicção do art. 458, nO m, aplicável aos acórdãos por força do art.165)" '.

De sua vez, há omissão quando deixam de ser apreciadas questõesrelevantes ao julgamento· ou trazidas à deliberação judicial. Mais urna vez, mostra-seimprescindível transcrever as lições de José Carlos Barbosa Moreira: "Há omissão quandoo tribunal deixa de apreciar questões relevantes para o julgamento, suscitadas por qualquerdas partes ou examináveis de oficio [...], ou quando deixa de pronunciar-se sobre aígumtópico da matéria submetida à sua deliberação, em causa de sua competência originária;.ouobrigatoriamente sujeita ao duplo grau de jurisdição [...], ou ainda mediante recun;o,inclusive quanto a ponto acessório, como seria o caso de condenações em despesasproCessuais e honorários advocatícios [...] ou de sanção que devesse impor [...]. E segue:[...] é fora de dúvida que incumbe ao órgão judicial pronunciar-se sobre 'as questões de fatoe de direito' relevantes para o julgamento, sem que lhe seja licito discriminar,manifestando-se a respeito de alguma(s) e silenciando acerca de outra(s). Não tem ele, poroutro lado, o dever de expressar sua convicção acerca de todos os argumentos utilizadospelas partes, por mais impeltinentes e irrelevantes que sejam; mas, salvo quando totalmenteóbvias, há de declarar a razão pela qual assim os considerou'''.

Finalmente, a contradição se manifesta quando, na sentença ou noacórdão, são inseridas propo iço incompossfveis. Em outros termos: "a contradição existeem razão da incerteza an aos termos do julgado, pelo uso de proposiçõesinconciliáveis, podendo eta , inclusive, dificuldades a seu cumprimento,,3.

osa. omentárlos ao C6digo de Processo Civil Rio de Janeiro: Forense,

a Comentários ao Código de Processo Civil. Rio de Janeiro: Forense,

rd.). Código de I'ro.05'o Clv:lllnterpretado. São l'aulo: Atlas, 2004, p.

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PODER JUDICIÁRIOTRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5' REGIÃOGABINETE DO JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI

Sobre a finalidade dos embargos de declaração, observem-se os seguintesprecedentes colhidos no STJ (com negritos acr;;scidos):

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. DEMARCAÇÃO DETERRA INDíGENA. DILAÇÃO PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE.EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO,CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE.1. Todas 35 questões necessárias ao desate da cODtrovérsia foram apreciadas,só que de forma contrária aos interesses das partes, pelo que há de se afastara tese de violação do art. 535 do CPC, por inexistir omissão ou contradiçãono aresto. .2. Insurge~se a embargante contra a extinção do mandado de segurança semjulgamento do .mérito, sob o fundamento de que, nessa via estreita, a prova dodireito Hquido e certo deve ser manifesta, pré-constltuida, apta l assim, afavorecer, de pronto, o exame da pretensão deduzida em jufzo, sendo certo que aéxisrencia de: controvérsia acerca de questões que constituem a base fática dodireito vindicado pela parte é. bastante para inviabilizar o manuseio da viaexcepcional. Defende-se nos embargos aclaratórios que a validade do registro doimóvel no Cartório de Registro· de Imóveis é suficiente para demonstrar apropriedade, nos temos dos arts. 1.245, § 2', do Código Civil e 252 da Lei6.015n3.3. Não houve oRÚssão nojulgad~ pois a comprovação, de que o imóvel objelo dademarcação encontra-se registrado do Cartório de Registro de Imóvel em nomedo impetrante não é relevante para o deslinde da presente controvérsia. Istoporque a extinção do processo sem"julgamento do mérito teve por fundamento aexist€ncia de fatos controvertidos quanto à inobservância das regras legais que

.regem o procedimento administrativo demarc~t6rio. notadamente quanto àgarantia ~a ampla defesa, ao contraditório e àpublicidade na etapa antecedente àdemarcação. Tampouco no pertinente .à titularidade do bem" questiono~-se alegalidade do titulo de propriedade apresentado pelo impetrante, mas sim ainexistência de documenlação acerca da cadeiádominial particular desde a suaorigem, a.fim de se verificar se as terras objeto do processo de demarcação sãoefetivamente indígenas.4. O teJ.a em apreço (anUlação da Portaria n. 1.149/2002, que declarou de possepennanente de grupos indigenas a área de terras denominada "Terra IndígenaKayabjll) já oi objeto de apreciação pela Primeira Seção, no julgamento doMandado de egurança n. 8.882/DF, da relatoria do Ministro Luiz Fux, no qualse decidiu q lI[a] ausência de prova pericial que consubstanciaria o necessáriodireito líqu· e certo quanto à alegada inexistência de cultura indigena emconfronto as infunnações prestadas pela Douta Autoridade apontada comocoatora re l~quidoz e certez~ 40 direito, requisitos para a concessão do writ.11

5. ar s e declaração rejeitados.S 8.8731DF, ReI. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,

!j.UJ\1EjjMjSEÇÃO,julgado em 24/0312010, DJe 09/0412010)

OS DE DECLARAÇÃO. ALEGAÇÃO DE SUPOSTA VIOLAÇÃO.../1,(n/". 535 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. OMISSÃO. NÃO

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PODER JUDICIÁRIO·TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA s' REGIÃOGABINETE DO JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI

OCORRÊNCIA. ACÓRDÃO QUE EXPRESSAMENfE ADOTOUPOSICIONAMENTO A RESPEITO DO TEMA.1. A Embargante se limita a impugnar os fundamentos do acórdão oraempargado, sem demonstrar. nem ao largo, a existência de qualquer um dosvícios elencados no art. 535 do Código de Processo Civil, autorizadores dopresente recurso.2. A alegação da Embargante de que os acórdãos trazidos no recurso especialmilitam em seu favor não abala o entendimento firmado na decisão oraembargada. Restou evidenciada a atual e unIssona jurisprudência deste SuperiorTribunal de Justiça no sentido de que são devidos horários advocaUcios aoexcipiente vencedor, em sede de exceção de pré-executividade, quando há suaexclusão do p6lo passivo da execução) ainda que esta venha a prosseguir quantoaos demais executados.f Quando o acórdão embargado firmou posicionamento no sentido diversodo qual pretende ver prevalecer o "Embargante, não significa dizer queincorreu em omissão, contradição ou qualquer vício que justifique aoposição dos embargos de declaração.4. Embargos rejeitados.,CEDcl no REsp 784.370/RJ, ReI. Minislra LAJ;1RITA VAZ, QUINTA TURMA,julgado em 23/03/2010, Dle 1210412010)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NORECURSO ESPECIAL. APLICAÇÃO DA LEI N" 7.424/85 AO CASOCONCRETO. INOVAÇÃO RECURSAL. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO NOACÓRDÃO. TENTATIVA DE REJULGAMENTO DA LIDE. EMBARGOSREJEITADOS.1. O decis6rio embargado espelhou de maneira clara e coerente os seusfundamentos, abordando todos os pontos necessários à composição da lide, cnão incorreu em quaisquer dos vicias previstos no art. 535 do CP,C, a saber,omissãó, contradição e obscuridade.2. A matéria relativa à aplicação da Lei nO 7.424/85 ao c~o concreto constituiinovação recursal, uma vez que estranha às razões do especial e à motivàção doacórdão embargado.3. Embargos de declaração rejeitados.(EDcI no AgRg no REsp 1024344/SC, ReI. Ministro OG FERNANDES, SEXTATURMA, julgado em 18/0212010, DIe 19/0412010)

Lançam-se olhos ao caso concreto.

... Penso que o inconfurmismo da recorrente não se amolda aos contornos davia dos emb rgos de declaração, porquanto·o acórdão ora combatido não padece de víciosde omissão, ontradição ou obscuridade, não se prestando o manejo de tal recurso para ofim de redis tir os aspectos fático-jurldicos anterionnente debatidos.

De fato, para tal conclusão basta que se observem os argumentosela embargante:

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a) ofensa aos arts. 467, 468, 471,473 e 474, do CPC, e ao art. 5°, XXXVI,LIV e LV, da CF/88, porque o acórdão embargado teria maculado a coisajulgada concretizada nos autos da ação decLarat6ria, proferindo novojulgamento daquela causa originária, ao desconsiderar o que,por ela teriasido aLcançado com feição de imutabilidade, em vista do trânsito emjulgado; .b) mácuLa aos arts. 302, caput, 334, lU e 468, do CPC, 'com a asseveraçãodo acórdão embiugado, no sentido de que, "tendo a CHESF efetuado opagamento dos encargos morat6rios contratuais Ouros e correçãomonetária), não poderia a Mendes Jr. Pleitear novos acréscimosmoratórios", em afronta ao perpetuado com a coisa juLgada materialfirmada na ação deciaratária precedente;c) necessidade de pronunciamento do órgão julgador sobre os arts. 469, I, e474, do CPC, ante à invocação de "trechos esparsos representativos demeros comentários, obter dictum, de alguns dos Ministros" queparticiparam do julgamento do recurso especial interposto nps autos daação declarat6ria, com ultrapassagem da decisão final de inadmissão dorecurso especiaL e com violàção da coisa julgada material;d) afionta aos arts. L31 e 458,11, di> CPC, e ao art. 93, IX, da CF/88, ante aausência de análise, pelo acórdão embargado, da prova pericial prod1!zidanos autos e dos documentos que lhe serviram de base;e) imprescindibilidade de que a Corte Julgádora esclarecesse porque nãoaplicou o regramento do art. 437, do CPC, na busca da verdade material,desprezada a pelÍcia que havia sido reguLarmente realizada;f) vulperação do art. 20, do CPC, pelo ac6rdão embargado, ao condenar aembiirgante a ,pagar à União, na condição de assistente da CHESF,honorários advocatícios.

.Todos eles demonstram que, em verdade, a embargante não estáconformada com o r~tado do julgamento, simplesmente porque outra era a solução poreLa pretendida. ..

Quanto aos itens a, b e c, é de se dizer que a embargante, além de nãoapontar qualquer omissão, obscuridade ou contradição incorrida pelo ac6rdão embargado,ainda se equivocou nas suas considerações. É patente que O ac6rdão recorrido nãodesconsiderou ou viololl a coisa julgada material formada na ação declaratória. Tanto assimque não a eu a preliminar suscitada nos autos (veja-se a apelação do Ministério Público)de nulidad acórdão da ação declaratória. O julgamento transitado em julgado da açãodeclarató a oi preservado. O que o acórdão embargado fez foi julgar os recursosinterpost s nação corldcnatória; não rejulgar o que se debateu na ação declaratória. Nessetocant é se acrescentar que as referências feitas pelo acórdão embargado aoproc e o e ao julgamento da ação declaratória se deveram ao fato de a própriaemba ter invocado tal julgado em favor de sua pretensão condenatória. Então, o

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julgado recorrido teve que considerar, dentre outros aspectos, sob pena, ai sim, de omissão,a natureza jurldica da ação declaratória, para efeito de compreensão dos seus efeitos e doseu transbordamento para esta ação condenatória. E, nesse ponto, trouxe a" conbecimento asimportantes considerações (não "trechos esparsos representativos de meros comentários, obterdietum, de alguns dos Ministros", nas palavras da embargante com negritos nossos) tecidaspelos Ministros do STJ que julgaram o recurso especial processado nos autos da açãodeclaratória. Importante realçar que tais aspectos; dentre outros, detalhadamente analisadospor este Relator, em voto com quase IDO folhas, não poderiam ter sido omitidos, seja porapresentarem a \inba" de racioclnio para a solução de qnestão complexa, seja por suaessencialidade para a compreensão e o desate desta lide condenatória. Não significaramqualquer tipo de rejulgamento do feito declaratório, repita-se.

No peltinente ao item d da argumentação, diversamente do consideradopela embargante, as pericias que constaram nos autos foram," todas elas, não apenasalgumas, objeto de atenção, menção e análise expressas, inclusive transcrição lpsis literis,ocupando parte relevante da apreciação dos recursos interpostos, com longo comentário.Portanto, não há como se reconbecer omissão. Veja-se que essa análise das provas periciale documental realizou-se e culminou com o reconhecimento da improcedência do pedidoautoral. A insatisfação da embargante se deu exatamente pelo fato de tal conjuntoprobatório não ter sido lido na sua perspectiva de, obviamente, defesa do direito de que sediz titular e, pelo que restou comprovado nos autos, em verdade, não compõe o seupatrimônio jm1dico. Repita-se: os embargos de declaração não se prestam a obrigar o órgãojulgador a analisar as provas segundo a linha que a embargante queria ver escrita.

Sobre a suposta obrigatoriedade de manifestação sobre a possibilidade derealização de nova perlcia (item e da argumentação), é certo que não existe no ordenamentojurldico. O juiz pode (é uma faculdade), "quando a matéria não lhe parecer suficientementeesclarecida", determinar nova pericia, segundo o art. 437, do CPC. A questão, in easu,contudo, é que tanto o quadro fático, quando a matéria de direito, já estavam devida e"suficientemente esclarecidas, moslrando-se absolutamente desnecessária.

Finalmente, vê-se que, também quanto ao art. 20, do CPC (item 1), aembarg nte quer, pela via dos embargos de declaração, resultado que não é possívelalcança em tal seara recursal.

Note-se que é inadmissível o manejo de embargos de declaração compr ós t de rediscussão dos aspectos fático-jurldicos anteriormente debatidos: Se a

ti r a te pretende a modificação do entendimento que restou sufragado, deverá manejars i entos processuais adequados a tanto.

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Acresça-se que mesmo que os emlJargos de declaração tenham por escopoo prequestionamento, não se pode prescindir da existência de algum dos seus pressupostospróprios, a teor do art. 535, do-CPC.

Com essas considerações, nego r . ento aos embargos de declaração.

É como voto.

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TRlBUNAL REGIONAL FEDERAL DA QurNTÃ REGIAU-Esparta c TRF5 fLS.

Minuta de Julgamento de Sessão OrdináriaPrimeira Turma

2000.83.00.Q14864-7/01AC468441/01-PE

Julgado: 29104/201 O

Processo Orlginárlo:2000.83.00.D14864-7Origem: 12' Vara Federal de PernambucoRelator: Exmo. Sr.DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO CAVALCANTIPresidente da Sessão: Exmo. Sr. DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO CAVALCANTIProcurador da República: Exmo. Sr. Dr(a). Luciano Mariz Mala

o

APTEAPTEAPDOAPDOAPTEAPTEASSISTASSISTEMBTEADVlPROCADV/PROCADVlPROCADV/PROCADV/PROC

:MENDES JUNIOR ENGENHARIA S/A:CHESF - COMPANHIA HIDROELÉTRICA DO SÃO FRANCISCO:OS MESMOS:BANCO SANTANDER

. :UNIÃO:MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL:MORRISON KNUDSEN ENGENHARIA S.A:BANCO ALFA S.A:MENDES JUNIOR ENGENHARIA S/A:JOÃO HUMBERTO DE FARIAS MARTORELLI e outros:JOSÉ PAULO CAVALCANTI FILHO e outros:LUIZ FERNANDO VISCONTI e outros:MARCOS LEANDRO PEREIRA:JOSE ALBERTO ALBENY GALLO e outros

CERTIDÃO

Cermlco que a Egrégia Primeira Turma ao apreciar o processo em eplgrafe, em sessãorealizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO:A Turma, por unanimidade, negou provimento .aos embargos de declaração, nos termosdo voto do relator.Participaram do julgamento os Exmos. Srs.: DESEMBARGADORFEDERAL JOSÉ MARIA DE OLlVE;IRA LUCENA, DESEMBARGADOR FEDERALFRANCISCO CAVALCANTI e DESEMBARGADOR FEDERAL ROGÉRIO FIAU-iOMOREIRA.

---------_..._._--_._----~-----_._----------------Andrea Carvalho De Mello Rego

Secretário(a)

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PODER JUDICIÁRIOTRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5' REGIÃOGABINETE DO JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL N° 468441 PE(2000.83.00.014864-7/01)APfE : MENDES JUNIOR ENGENHARIA S/A .ADVIPROC : JOÃO HUMBERTO DE FARIAS MARTORELLI E OUTROSASSIST : MORRISON KNUDSEN ENGENHARIA S.AADVIPROC : MARCOS LEANDRO PEREIRA•ASSIST : BANCO ALFAS.AADVIPROC : JOSE ALBERTO ALBENY GALLO E OUTROSAPfE : CHESF - COMPANHIA mDROELÉTRICA DO SÃO FRANCISCOADV/PROC : JOSÉ PAULO CAVALCANTI FILHO E OUTROSAPfE : UNIÃoAPTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALAPDO : OS MESMOSAPDO :BANCOSANTANDER

- ADVIPROC : LUIZ FERNANDO VISCONTI E OUTROSEMBTE : MENDES JUNIOR ENGENHARIA S/AORIGEM : 12° VARA FEDERAL DE PERNAMBUCO - p.&,RELATOR : JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI - Primeira Turma

DECPC.

EMENTA: PROCESSUAL CNIL. EMBARGOSDECLARAÇÃO. PRESSUPOSTOS. ART. 535, DOINEXISTÊNCIA. REDISCUSSÃO. INADMISSIBILIDADE.I. O inconformismo da recorrente não se amolda aos contornos da via

dos embargos de declaração, porquanto o acórdão ora combatidonão padece de vícios de omissão, contradição ou obscuridade, nãose prestando (, -manejo de tal recurso para o fim de rediscutir -osaspectos fático-jurídicos anteriormente debatidos.

2. Embargos declaratórios a que se nega provimento.

ACÓRDÃO

VALCANTIJUIZ l'K"-!'I<:;ljll

AC468441 PEM878

I

Vistos e relatados os presentes autos, E IDE a Primeira Turma do- TribunalRegional Federal da 5' Região, por unanimidad, n ar provimento aos embargos dedeclaração, nos termos d~ relatório e voto anexos, qu pas a integrar o presente julgamento.

,Recife, 29 de abril de 2010.