uma nova maneira de caminhar - paralerepensar · a serenidade de espírito nasce da atenção com...

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Título:

Uma Nova Maneira de Caminhar

Direitos desta edição cedidos para:

ENGEMASA - Engenharia de Materiais Ltda.

Direitos Autorais:

Joaquim Saturnino da Silva

Revisão:

Professora Vera L. Barrionovo Méo

Capa:

Juca

1a. Edição - Maio/1993

2a. Edição-e - 2001

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CONSTRUINDO UM FUTURO MELHOR !

Dedicamos esta pequena obra a todos aqueles que descobriram a impossibilidade de existir vida digna sem trabalho e solidariedade.

Aos que lutam dia a dia dentro de uma empresa e já sabem que o maior objetivo do trabalho é o homem, sendo o lucro e o crescimento econômico apenas uma conseqüência lógica dessa dinâmica.

Aos que trabalham, nos mais variados lugares e fazem do trabalho objeto de grande dedicação, construindo sem questionar. Cumprindo aquilo que assumiram para cumprir sem se lastimar, lutando contra o pessimismo que "virou moda".

Criamos e desenvolvemos uma empresa com alicerces sustentados pela fé na solidariedade humana e no desejo de crescer que cada um tem dentro de si.

E contrariando a crença de que isso é impossível, vencemos grandes desafios e sobrevivemos.

Mais que isso, construímos uma empresa da qual todos se orgulham, pois se sentem parte dela, sabem que fazem parte, realmente, do sucesso alcançado.

Mantivemos sempre em vista nossa função social, jamais deixando que as metas econômicas nos fizessem esquecer que a empresa é feita, antes e acima de tudo, de seres humanos.

Procuramos dar a cada um o motivo certo para o trabalho, o desenvolvimento de potenciais e o direito de falar, participando de fato.

E ao contrariarmos as expectativas pessimistas dos arautos da crise e da miséria, descobrimos que, graças a Deus, ganhamos muito, ao renegarmos a hipocrisia e optarmos pela realidade de uma terra riquíssima e um povo que ama o trabalho.

Colocamo-nos como ponto de apoio e cada um fez de seu trabalho uma alavanca para mover barreiras.

Acreditamos no homem e ele devolveu um trabalho dedicado como resposta.

Uma participação alegre e uma produção motivada.

E para aqueles que também desejam desenvolver seus potenciais, que desejam acreditar novamente na capacidade humana do trabalho gratificante, temos uma boa notícia: nada os impede.

Basta que mantenham a fé em si mesmos e permaneçam "surdos e cegos" para a síndrome da catástrofe que abala o mundo.

Aqueles que pregam o derrotismo só lucram com ele se colocarmos nosso medo a seu serviço. Nem sempre aqueles que falam muito estão com a razão. Ela pertence ao homem empenhado em construir e não ao que se dedica à destruição.

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Existem mais pessoas e lugares, neste país, muito melhores para exemplos de como vencer com o trabalho, do que os "abutres sociais" que jamais abandonaram o vício do favoritismo.

Somos, afinal, companheiros em uma mesma caminhada!

E por mais que não queiramos admitir, nossas vidas estão interligadas e só nos sentimos realmente felizes, quando podemos tornar os outros felizes.

ENGEMASA - Engenharia de Materiais Ltda.

Eng. Paulo R. Altomani Diretor Superintendente

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G R A T I D Â O

Quando decidi caminhar de uma nova maneira, passei a aprender cada dia mais nesta fantástica escola chamada vida. Muita coisa modificou-se em mim. Uma infinidade de amigos e mestres fazem parte, hoje, desta experiência.

Mentiria se dissesse que deixei de ter decepções nesta caminhada, porém, como cada acontecimento infeliz trás escondido uma dádiva, aprendi como tirar pacientemente deles as minhas dádivas.

Como o espaço não me permite, não posso enumerar aqui todos que amo e aos quais devo tudo. Correria o risco de deixar alguém "fora da lista".

Não poderia, no entanto, deixar de agradecer aos meus pais que me ensinaram tanto, mas tanto e, talvez, nem saibam disso. Por serem responsáveis diretos pela doce criança que carrego em mim e que me ensina resignadamente que nem tudo pode ser da forma que desejamos. Agradeço a liberdade, que me livrou de um condicionamento perverso e permanece respeitosamente praticada como o bem maior dado a um filho.

Além e acima de tudo, agradeço a Deus a oportunidade de existir e aprender. De me enviar torrentes de lições simples, carregadas da mais autêntica sabedoria.

De poder observar Sua obra e tentar, sempre, na medida das minhas forças, colaborar com ela.

De encontrar sempre os melhores amigos que alguém possa ter e que transformam nossa caminhada num exercício mais ameno.

A gratidão é um sentimento que consolida a paz na consciência, uma certeza de que as dádivas vieram e continuam a vir, por mérito.

Ela ajuda a suportar a tristeza de assistir a dor nos semelhantes que escolheram caminhos diferentes e a respeitar as suas escolhas. Ensina-nos ver a alegria como um teste, um ensinamento a mais, algo a compartilhar.

Não há orgulho em nada. Ninguém fez tudo o que devia, entretanto, existe nessa gratidão uma indicação de que nem tudo está perdido.

Que os caminhos não foram todos desbravados e os pioneiros continuam chegando.

Aos mestres nossas mais calorosas boas vindas!

Que continuem despertando, renascendo, dentro de cada um e traduzindo as lições que a vida distribui o tempo todo.

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Um dia comum, levado por uma amigo, entrei no IBPA - INSTITUTO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIA AUTÓGENO. Era um prédio localizado na Rua Voluntários da Pátria, em Santana, São Paulo.

Devia assistir a um curso. E assisti. Mais que isso: participei realmente!

Ao entrar, pude ler no quadro negro uma frase: "um novo caminho, não conhecemos, o que descobrimos é uma nova maneira de caminhar".

Descobri não ser um dia comum!

O mestre, Dr. Osvaldo Sibinelli, tornou-se o amigo além do mestre.

Passei a freqüentar o Instituto. Cresci muito ali, apesar de permanecer ainda espiritualmente muito pequeno.

Aprendi a respeitar mais os outros e a mim mesmo. A respeitar meu corpo como um instrumento para o aprendizado. Nosso corpo, nosso laboratório.

Do Dr. Osvaldo colhi não só lições, mas também o nome deste trabalho. Vem daquela frase o nome deste pretensioso ensaio.

Ele é um dos mestres especiais que alguém possa ter.

Obrigado mestre!

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I N TRODUÇÃO

Depois de passar alguns anos ministrando cursos de motivação ao auto-conhecimento e conseqüente crescimento pessoal, passando as experiências adquiridas – enquanto trabalhava na área de Recursos Humanos – não havia, ainda, conseguido a paz interior que sempre desejei ao longo da vida.

Pregava eloqüentemente a caminhada em direção ao sucesso. Sentia-o por perto, mas não conseguia sentir que o tinha alcançado. Era um profissional reconhecido procurado por diversas empresas, porém, algo me faltava.

No passado, acalentara o sonho de formar-me em direito e advogar. Uma paixão antiga, que se me apresentava como algo muito além de minhas possibilidades econômicas, dado o custo dos estudos.

Em 1996, então com 44 anos, retornei à faculdade. Foi um belo desafio. Homéricas lutas para não sucumbir ao sono nas aulas, depois de dias estafantes. Dias em que a exigência de dedicação plena define um profissional, ou ele sucumbe. E, ainda, de quebra o enfrentamento da situação financeira.

Juntando todas as peças do “quebra-cabeça” e olhando para o passado recente, parece incrível que tenha conseguido. Mas formei-me. Advogo agora, com uma grande paixão pela justiça, abraçado à ética indispensável a todo profissional que se preze, consigo conciliar sonho e realidade.

Mas não bastou. Acalento o sonho da Magistratura ou Ministério Público. Ainda é projeto, por enquanto estou nos estudos necessários, preparando-me adequadamente para enfrentar os novos desafios. A vida se confirma um estudo continuado. Não há pausas, mas um constante trabalho na busca de mais conhecimentos.

De tudo que passei, uma lição ficou: venci a mim mesmo. O maior obstáculo que se pode ter nessa vida.

Venci a tendência ao comodismo que surgia, nos momentos em que o cansaço e a desesperança me envolviam. E viver é uma tarefa estimulante, afinal de contas.

Depois dessa lição, hoje, quando o cansaço e os problemas tentam me convencer a escolher o descanso ou a fuga, prefiro escolher a luta. Continuo removendo, dia a dia, as pedras de meu caminho.

Exatamente aquelas pedras que coloquei lá no passado, para que viessem a valorizar as pequenas conquistas de hoje. Sei que as encontrarei futuramente, pois as espalhei ao longo do tempo que me foi dado viver sobre este planeta.

Sempre faço referência ao “meu Mestre”. As pessoas perguntam quem é ele. Mas é algo difícil de explicar.

Pode ser um de meus incontáveis professores e amigos, uma nuvem que passa e se dilui no céu. Uma folha que cai de uma árvore.

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Na verdade, ele não possui forma definida e, ao mesmo tempo, possui todas as formas.

Mas sua voz é sempre clara em minha mente: “PRESTE ATENÇÃO!”

Ensinou-me “ele”, ao longo do tempo, que todos os meus sonhos sempre foram uma tentativa da vida, em me alertar de tudo que me foi dado, mas que eu não estava conseguindo receber e realizar de forma plena, produtiva e prazerosa.

Aprendi que, por mais que corresse, por mais que o cotidiano me envolvesse, era preciso sempre PRESTAR ATENÇÃO, pois as soluções dos mais variados problemas estão contidas nos próprios problemas. Descobri que bastam apenas poucos minutos por dia, para contemplar e meditar, que a verdade aparece.

A serenidade de espírito nasce da atenção com os grandes milagres da vida que, comumente, esquecemos de observar: a transformação da semente em flor; o sorriso de uma criança; o nascer ou o por do sol; o ar que nos alimenta a vida; a chuva, etc..

Não, não são coisas comuns, entre tantas outras. São verdadeiros milagres ocorrendo à nossa volta o tempo todo. É a vida se revelando constantemente.

Este livro não conta uma trajetória, mas procura despertar em cada um suas próprias realizações. Elas são personalíssimas. Acredite!

Ele não conta notícias sobre novos caminhos, mas foi concebido para informar que, embora os caminhos sejam sempre os mesmos, existem novas maneiras de caminhar. Que cada um pode – e deve – descobrir a sua maneira e seguir realizando seus sonhos.

As realizações já estão em cada um, como um pomar está numa única laranja.

A vida nos dá amigos, muitos relacionamentos que, se prestarmos atenção, serão as lições vivas de que precisamos. Bastará prestar atenção e desejar, acima de tudo, ser uma pessoa que faça diferença. Alguém que, por onde quer que passe melhore o ambiente, acrescente algo bom, dê alegria, estimule o bem estar, a paz interior em cada um.

Preste atenção!

E as escolhas serão as melhores, sempre, para a realização de seus sonhos. A vida é um presente que vale – e muito – a pena receber e exercitar!

Lentamente vamos deixando a velha mania de concentrarmos nossa energia

nos lamentos por pontos negativos, esquecendo de observar os positivos. Livramo-nos da preguiça, esquecemos o cansaço e conseguimos reconquistar aquele velho encanto que possuíamos na infância.

E no resgate daquela criança que fomos, surge uma visão diferente de tudo, mudando o caminhar e conseqüentemente a vida.

Concentre-se no seu sonho, no seu objetivo. Ninguém poderá tirar de você a realização, a não ser você mesmo. Pense nisso. (o autor)

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"PLACA UM"

“Aquilo que você acreditar que é, será exatamente aquilo no que se tornará”.

Essa é a regra básica. A número um, aquela escrita na primeira placa que o mestre me apontou.

Quando você acredita que é um sucesso, torna-se um sucesso. Quando acredita que é um fracasso, embora não seja, tornará a vida naquilo que acredita ser possível: um "fracasso".

Existem muitas formas de você não aceitar que é resultado direto do que acredita, uma delas é dizer que são "os outros" que impedem você de agir, crendo que as coisas acontecem "além de sua vontade", fora do âmbito de suas escolhas.

Você pode achar mil desculpas, mas nada serão além de, rigorosamente, des-culpas.

Na realidade, tudo que acontece em sua vida, de uma forma ou de outra é sempre reflexo (resultado) de seus atos passados. Os outros são para você aquilo no que você os tornou. E não adianta mais mentir para si mesmo, pois lá no fundo de você existe um ser consciente da verdade. E é exatamente "ele" que vez ou outra te incomoda com perguntas estranhas ao seu modo de pensar cômodo.

Foi esse "eu", que mora dentro de você que o levou a ler estas palavras. E por mais que você fuja, não admita, trapaceie, "ele" vai passar sua vida toda tentando te acordar para a realidade.

Você é exatamente hoje, aquilo que você sempre acreditou que seria.

Porém, agora você pode mudar isso. Só depende de você, de ninguém mais.

Acredite na maravilha que você é. Observe o quanto a Natureza foi criativa em seu próprio corpo.

Observe o funcionamento de sua mente, o mais perfeito computador jamais inventado. Conte suas dádivas e pare de fixar seus pensamentos nas falhas que todos possuem. Agora é hora de você assumir seu Livre Arbítrio, o poder de escolher ser você mesmo.

O que você está buscando? A pena dos outros? Você quer que tenham dó de você???

A pobreza de um ser humano não se conta naquilo que ele não é, mas naquilo que ele pode, mas NÃO QUER ser! Numa sincera auto-análise, você poderá descobrir o que realmente pensa de si mesmo. Pode ser dolorosa a consciência de certas coisas, no entanto, que mérito haveria na facilidade que tens tanto buscado?

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Nada nos proíbe de conhecer as crenças das outras pessoas, mas são as crenças delas. Se você viver de acordo com a crença de uma outra pessoa, correrá o risco de apenas passar pela vida tentando ser alguém que não é.

Quem você é? O que você busca?

Além da superstição existe algo mais vivo e pulsante. Sob as mentiras que soterraram sua infância, o ser pulsa, aguardando o momento de ser reconhecido. De ter, enfim, sua oportunidade de observar a luz de frente. Traga-o para fora. Deixe-o revelar sua maravilha criadora e brilhar!

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"PLACA DOIS"

(O trabalho é a alavanca que remove os obstáculos entre nós e a realização de nossos sonhos).

O trabalho é o modelador definitivo do caráter. Ame-o, viva-o com carinho, ou há que se sofrer por um caráter aleijado. Sua palavra mágica é a dedicação.

E assim como uma bela música, o trabalho deve dar prazer.

Vivido dessa forma, ocorre um aumento daquilo que chamamos comumente de auto-conhecimento.

Se você não gosta do que faz, por mais que ganhe, por maior que seja a quantia que te paguem para fazê-lo, será sempre um mal pagamento.

Quando você colocar a remuneração como um subproduto do trabalho ela será maior, será gratificante, pois tem uma qualidade nova que a torna milagrosa e sempre eficaz. Será mais gratificante e não mais apenas um fator de geração de ansiedade.

Quando você faz o que gosta, faz mais do que aquilo que ganha para fazer, naturalmente. Dessa forma seu crédito futuro estará garantido.

Não pense que ninguém observa seu modo de ser.

Esta vida possui mais olhos do que possamos imaginar.

Os melhores são sempre procurados, raramente necessitam procurar. E me-lhores são aqueles cujo trabalho carrega a marca de sua personalidade, criativa e positiva.

Observe que maus patrões são exatamente o resultado de maus empregados. A razão comum diz que a maioria é negligente, prove que você não é. Senso de responsabilidade é coisa rara, prove que você não é apenas mais um irresponsável.

Jamais trabalhe para algo ou alguém em quem não acredite.

Busque razões para acreditar. Elas podem estar "submersas" numa postura falsa, gerada por acontecimentos passados.

Persevere, mas não se acomode. Quando a resposta brilhar dentro de você, siga o seu caminho, suas indicações.

Nunca permita a desmotivação. Mude tudo o mais, menos o espírito entusiasmado pelo que faz. Só assim se faz bem feito.

Por que você acredita, que algumas pessoas chegaram a altos postos em seu trabalho? Sendo negligentes?

Por exibirem ostensiva preguiça?

Por adiarem tarefas e negarem respostas criativas e boa vontade? Não!

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As pessoas que "venceram" são aquelas que se dedicaram.

Que transformaram seu trabalho numa espécie de "religião".

São pessoas cujo sucesso não permaneceu apenas no âmbito profissional.

Tornaram-se melhores pais, melhores maridos, melhores esposas, melhores mães, melhores filhos, melhores amigos.

Seu sucesso não conhece limites.

A única coisa que os controla é a humildade que foi necessária para conseguir o que conseguiram. Aqueles que usam o tempo pelo qual são pagos, para fazer outra coisa, não são menos desonestos que o ladrão de arma em punho que assalta por aí.

Talvez, até, o ladrão seja mais "digno" de confiança, pois não está escondendo o que é, ao passo que, o empregado relapso está escondido sempre. O assaltante pode até ter uma máscara no rosto, porém, não usa uma máscara na alma.

A sua recompensa pelo trabalho executado sem ser pedido, está caminhando na sua direção na razão direta de seu esforço. Faça o que tiver que fazer e mais ainda, porém, com o corpo e a alma leves.

Sinta a alegria de saber fazer. A alegria de poder aprender mais e mais.

Conheça as exatas dimensões e limitações de seu corpo, o que já sabe e o que falta aprender. Sinta o poder que emana da boa vontade. Observe as coisas que fez. Sinta o orgulho legítimo de ser capaz e nunca mais a vergonha de um trabalho mal executado.

Sua vida se transformará numa sinfonia em que cada acontecimento estará afinado com os outros. Sua harmonia criará em volta de você uma força que captará colaborações, sucesso!

Não inveje ninguém. Poderá vir a invejar alguém muito pior que você. Deixe a inveja para os incapazes, um dia aprenderão a ver de forma diferente.

Lembre-se, graças ao seu trabalho, tudo que tens é direito seu.

Nada deves a ninguém. E embora tenhas que ajudar os que desejarem aprender, jamais deverás sentir remorsos em relação aos que não conseguiram coisa alguma na vida, por optarem pela inveja e pela preguiça apenas.

A honestidade de seus atos deporá a seu favor sempre. A segurança da verdade habitará sua alma e você poderá constatar que a felicidade é possível, desde que você faça a sua parte.

Conte suas dádivas e esqueça a miséria. Ela é própria daqueles que adormecem na preguiça, esperando que outros façam o que deveriam fazer.

Afinal, você não está em um leito de hospital, com os membros amputados, chorando por não poder mais trabalhar.

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"PLACA TRÊS"

"O tempo não necessita de nós para executar suas tarefas, nós, porém, estamos sujeitos à sua ação".

Um dia chega em que você percebe que está farto de esperar que alguma coisa aconteça.

Este dia é hoje, agora, já !

Agora você sabe que nada acontece por si só. Sabe que é preciso agir e parar de perder tempo.

Hoje você lavará a preguiça que te consome as estranhas da mesma forma que a ferrugem consome o ferro.

Não haverá outro dia para mudar, o dia é hoje!

Se você deixar para amanhã, sabe que jamais fará coisa alguma. Pois sabe que, a prorrogação de uma decisão tende a se repetir e repetir...

Portanto, o dia é hoje. A hora é agora, já ! Ou nunca mais.

Hoje você olha para si mesmo e pergunta: "o que quero da vida?"

Invariavelmente a resposta será : a piedade alheia!

Com verdadeira sinceridade, ela não poderá ser outra.

Por que será "invariavelmente" esta?

Ora, porque na verdade estamos "morrendo de pena de nós mesmos".

Nosso comportamento medíocre está sempre perseguindo como objetivo, que os outros percebam os "coitadinhos" que somos.

E hoje não há mais tempo para a auto-piedade.

Por isso a hora de mudar é agora, já .

Como mudar? Você pergunta.

Então a resposta virá sozinha de dentro de você. Ela te habita, pois é parte integrante da própria pergunta. É personalizada, única para cada um.

Uma coisa é certa: você sempre desejou aproveitar, construtivamente, o tempo que te foi dado viver sobre esta terra.

Transformando-o em tempo útil, construtivo e não apenas um tempo de la-mentações pelo que passou, ou de angústia pelo que virá .

O passado é composto pelas lições que devemos ter aprendido, deve ser o "ponto de referência", nada mais. O futuro é o que é construído hoje e será um tempo estéril quando chegar, se nada for feito agora.

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Sonhar é preciso, lembrar também é preciso, pois somos feitos de sonhos e lembranças.

Porém, somos feitos muito mais por atos concretos no presente.

Não existe possibilidade para se viver o ontem, podemos, apenas, lembrá-lo.

Não podemos viver o amanhã. Podemos apenas gerar hoje as metas a serem cumpridas lá. Podemos trabalhar por essas metas hoje e confiar em suas realizações por vir.

Mentalmente vivemos no passado, ou no futuro. Nossa mente vive "pulando" de um para o outro e raramente se detém no presente.

Dedicamo-nos à perda de tempo, pura e simples.

E a vida está gritando à nossa frente, para ser vivida agora, hoje, já.

Cada dia que chega é um novo HOJE.

O que faremos com ele é um problema nosso. Pode ser o "último hoje", logo, seria ideal que fosse melhor que ontem.

Cada dia que chega é nossa nova oportunidade, é nosso tempo dado pelo tempo. A vida não volta atrás, deixemos o arrependimento para aqueles que adoram "matar o tempo".

Viva, ame, sorria, chore, tudo o que for de hoje, no hoje. Cada dia traz uma nova exigência para você.

Recorde-se sempre que, você pode enganar a quem quiser, mas jamais poderá enganar a si mesmo.

Deixe portanto o sorriso explodir na hora de sorrir e a lágrima rolar na hora de chorar. São coisas que não se adiam, perdem a autenticidade.

Essa vida é feita de "altos" e "baixos", porém o tempo só nos deixa viver um de cada vez.

Por pior que tudo pareça, irá melhorar. Por melhor que pareça, mantenha em mente que tudo é cíclico, não durará para sempre.

Quem não construir uma casa sólida durante os bons tempos, não terá onde abrigar-se com segurança durante as tempestades.

Só existe um ladrão capaz de roubar o seu tempo: você mesmo!

Tenha sempre o espírito preparado para o perdão, pois o ser humano possui uma estranha característica: magoar os que mais ama. Isso, no entanto, não é o fim do mundo. O tempo sempre vem provar que há espaço para o exercício do perdão em nosso coração.

Lembre-se do ontem como lição.

Lance as metas para amanhã, porém, trabalhe no hoje.

Construa no tempo de construir e você terá e, principalmente, será o que quiser.

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Isso faz parte do poder que sempre teve.

Use-o com responsabilidade e o tempo não cobrará dívidas.

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“PLACA QUATRO”

"A humildade não é um adorno que se ostenta, tampouco um sentimento de inferioridade que se oculta. É a qualidade maior da vida que expressa nossa igualdade."

A humildade, para maior "saúde" de seu sucesso, deve crescer sempre com ele. Observe que todas as pessoas REALMENTE bem sucedidas, têm como marca maior a humildade.

O orgulho, a arrogância, a vaidade, a "posse da razão em tudo", a "vantagem em tudo", não só é a marca de um falso sucesso, como a causa de uma solidão cruel, espiritualmente dolorosa. Há uma estranha expressão no rosto daquele que parece ter tudo (pois assim tenta fazer crer), que revela uma profunda tris-teza a quem aprendeu um pouco sobre a alma humana.

Ser sábio na vida é reconhecer a grandeza do outro, antes que qualidades em si mesmo. O otimismo sem humildade é na verdade um pessimismo com "roupas diferentes".

Existe uma necessidade de vencer que está mais voltada para o bem comum que a interesses exclusivos. É o que podemos chamar de um bom desejo.

Uma vontade de ser útil, construtivo, de crescer junto com os outros. É a boa vontade. Esse sentimento, na sua legitimidade, está sempre guiado pelo coração. Seu caminho tem coração. Se você trabalhar esse sentimento de doação, a criatividade explodirá como mágica.

Deixe-o crescer, auto estimular-se e cairão um a um todos os limites que impôs a si mesmo.

Porém, jamais esqueça a humildade. Ela é a chave que abre todas as portas do conhecimento. Na medida em que avançar pela estrada descobrirá cada vez mais o tão pouco que sabe. Sua resistência aumentará gradativamente, tanto, que sentirá a sensação de "nascer de novo".

O primeiro trabalho realizado pela humildade será o de você admitir os próprios erros e, a partir daí, aprender com eles. A vantagem de reconhecer os erros é não repeti-los mais. Deste momento em diante não haverá mais retorno.

Será só e inevitavelmente, o que sempre desejou ser.

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"PLACA CINCO"

"O corpo é um templo onde o espírito faz suas orações, respeite-o e ele não imporá limites às suas realizações".

O crescimento do SER não conhece limites, a menos que você os imponha. E uma forma de impor limites e, depois, estupidamente obedecê-los, é prostrar-se em lamentações auto piedosas, com frases do tipo: "não posso", "não sei", "ninguém me entende", "para mim tudo é difícil", "nunca fui muito inteligente mesmo", "não tenho sorte", "todos obtém ajuda, a mim, ninguém jamais ajudou", "isso tinha de acontecer comigo!", etc.

Amarre uma venda em seus olhos e permaneça "voluntariamente cego" por uma semana. Descobrirá o valor de seus olhos.

Cale-se completamente por outra semana. Descobrirá o valor de sua voz. Tape completamente os ouvidos e reconhecerá o valor da audição. Amarre um braço apenas às costas e saberás que falta te faria ele.

Aprenda de uma vez por todas o valor daquilo que tens para que não seja necessária uma tragédia para lembrá-lo disso. É urgente perder a mania de vítima, a roupa do incapaz.

Seu corpo é a mais completa dádiva que recebeu. Nada falta, nada sobra, tudo é completo, perfeito.

Observe aqueles a quem a vida privou de algo importante em seus corpos. Observe e verás um brilho diferente em seus olhos. Um entusiasmo especial pela vida. Uma criatividade que lhe parece estranha. Veja a fibra de verdadeiros seres humanos que lutam e sobrevivem, apesar de tudo.

Se observar bem, sentirás vergonha pelas lamentações. Observe bem, pois é preciso que você identifique cada engano que o agarra e arrasta para o "fundo do poço". Para o fundo de uma cova repleta de desculpas por nada ter feito. Livre-se do costume de esconder seu amor. Grite-o enquanto tens voz. Enquanto aqueles que você ama existem para poder ouvi-lo.

Olhe nos olhos e humildemente diga "eu te amo", "eu preciso de você". Abrace, pois tens braços. Caminhe junto, pois tens pés e pernas. Os momentos felizes somos nós quem construímos e são esses momentos que fazem do nosso corpo um lugar agradável "para se viver".

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"PLACA SEIS"

"A constante presença de leviandade nos desejos, a inconstância, transforma a maravilha poderosa do QUERER, na fraqueza do não saber o que se quer."

Quantas vezes os desejos foram substituídos em seu coração?

Quantas vezes você desistiu diante do primeiro obstáculo, do primeiro desafio a caminho do objetivo?

Quantas vezes a preguiça teve total liberdade para reinar em sua mente?

Muitas vezes na vida, de dentro de cada um, brotam desejos autênticos de progresso, com qualidades voltadas para o bem comum. Sonhos de uma paz possível para todos. Mas, ao encontrar-se com a má vontade da superfície, sucumbem e são enterrados no cemitério das idéias não realizadas.

Olhando para você mesmo, verifique quantas vezes voltou atrás, por preconceito, medo, preguiça, por não assumir de vez sua maravilha realizadora.

Se você já desistiu de algo alguma vez, saiba que desistiu a poucos passos de conseguir. Saiba que as dificuldades que enfrentou, não foram colocadas lá para te proibir de realizar, mas para que tuas realizações tivessem a qualidade necessária pelo valor correspondente.

Existe uma vontade interna que está sempre te empurrando para a luta, mas você não a ouve. Prefere ouvir pregações negativas daqueles que já não têm mais sonhos e nem coragem para seguir em frente.

Prefere acreditar naqueles que amam o fracasso por não terem coragem de viver e passam o tempo desestimulando os outros, para justificarem não ter conseguido.

A inveja nunca foi boa conselheira. Prefira, de ora em diante, ouvir com sinceridade e atenção suas próprias respostas.

Só você pode saber o que é bom para você. Só você poder sentir dentro de seu coração o eco honesto da verdade.

Não empreste mais a "verdade" dos outros, conheça mais de perto a sua.

Não aguarde as ações dos outros para um trabalho seu. Realize o seu trabalho, pois se o realizar com trabalho alheio, o mérito também será alheio.

Nunca foi proibido ouvirmos conselhos dos outros, mas é interessante notar que, o que serve para os outros, pode não servir para você. Além dos conselhos, "ouça" também as intenções.

Para cada "palpite alheio", haverá , ou não, uma ação sua. Preste atenção nisso: a ação é sempre SUA.

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"PLACA SETE"

"O compromisso com a mentira substitui a possibilidade da ação com a verdade."

Não creia na mentira.

Seu reinado é pobre e cheio de desgostos. Tanto da mentira que dizes, quanto das mentiras que ouves.

Observe que as mentiras que ouve tem uma vida efêmera, curta demais para que se possa construir algo com base nelas. Estão irremediavelmente fora dos planos para as grandes realizações que você pretende.

Quanto às mentiras que você já disse, observe-as caminhando em sua direção, sempre cobrando algo incompleto, falso, de má qualidade.

É muito triste descobrir que se acreditou em uma mentira. Mais triste ainda, é acreditar como verdade uma mentira, ao dize-la. A verdade pode retardar sua viajem no tempo, porém, um dia surgirá radiante e assumirá seu direito, doa a queiramos ou não.

Como saber se é uma mentira o que ouvimos? Pergunta você.

Mas a resposta é simples: olhe nos olhos!

A verdade se revela no olhar. Quando a boca disser algo e os olhos "disserem" o contrário, creia neles. Aí está uma mentira. Se, ao ouvir, não puder ver os olhos do mentiroso, por estes terem "fugido" do seu olhar, aí está outra mentira.

Um mentiroso nunca falará claro, alto e de bom tom. Sabe que é mentira e isso o torna frágil, vacilante, soturno.

Também nunca olhará nos olhos, olhará para o próprio umbigo, para o sapato, para a parede, menos para os seus olhos.

Você, por ser livre, porém, poderá mentir sempre. Poderá transformar a vida numa ficção apenas. Porém um dia, a verdade cobrará sua existência. A sua e a dela. Triste dia esse!

Admitir os próprios erros, a bem da verdade, não é fácil. Mas você não almeja pequenas coisas.

Quer a vida plena, pulsante, carregada de realizações.

Deixe a mentira para aqueles que adotam uma vida pequena, mesquinha, miserável. Você jamais se contentaria com a vida medíocre de um mentiroso. Pois dentro de você pulsa um ser maravilhoso que ama, que deseja sinceramente e cuja honestidade só se harmoniza com a verdade.

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"PLACA OITO"

"A palavra é uma arma poderosa. Pode construir ou destruir com a mesma intensidade."

Ao se iniciar numa “nova maneira de caminhar”, haverá uma irresistível dilatação no poder de "visão".

Ver, passa a ser um fenômeno completo, não mais puramente físico. Você começará a "ver" com sua totalidade, começará a exercitar uma visão holística, que engloba tudo. Não se vê mais simplesmente com os olhos, passa a ver com o pensamento, com a imaginação, com os sentimentos, com o coração...

Surgem as primeiras idéias, nem sempre agradáveis, do que se é realmente.

Sua sensibilidade capta as lições com mais intensidade, já se pode pressentir uma maravilha intraduzível pelas palavras.

As palavras têm seu poder, porém!

E, ao prosseguir, à medida da evolução, haverá cada vez mais poder em suas palavras. Se o objetivo delas forem o bem comum, serão infalíveis.

Seus frutos serão dádivas carregadas de prazer e alegria que distribuirá aos outros. Haverá maior inclinação ao elogio sincero que à crítica destrutiva. As boas coisas começam a encontrá-lo na seqüência da caminhada.

Porém, se restar egoísmo no que for dito, tudo escurecerá e passará a ter sabor amargo.

A palavra deve nascer no coração e carregar consigo o sentimento que lhe é próprio. Dessa forma serão mais "sentidas" que ouvidas. A responsabilidade por suas palavras é só sua. Não há mais inocência onde há conhecimento.

Não pense que elas se perderão ao vento. Não!

Elas estarão à espreita, para cobrarem pela energia que as emitiu.

O poder que cresce dia a dia nas suas palavras, deve ser doado, antes que ser usado em objetivos egoístas disfarçados. Sua alma caminha com elas e depois retornará com os frutos da caminhada.

Lembre-se que o homem que sabe alguma coisa está mais atento ao OUVIR, que ao FALAR.

Ele segue um recado lógico da Natureza.

Se ela nos quisesse mais falantes que ouvintes, teria nos dado duas bocas e somente um ouvido.

Escolha, porém, suas palavras. Elas serão gravadas no eterno.

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Estarão no inconsciente de seus filhos, amigos e pessoas que lhe são próximas. E o que você ouvir deles será normalmente uma resposta daquilo que você já lhes disse.

A palavra de perdão, carinho, amor, amizade, carregam a beleza por estarem voltadas para os outros. Procure dizê-las com a maior sinceridade e freqüência.

Procure dizer, dentro do possível, o que gostaria de ouvir, evite dizer o que detestaria ouvir. Não se furte, porém, em ser verdadeiro.

Essa é apenas uma outra fórmula do "amai-vos uns aos outros".

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"PLACA NOVE"

"A amizade é o dom maior que se pode desenvolver, seu outro nome é: amor."

Você ama muito seus amigos. Faz tudo o que pode e o que não pode para a felicidade deles. Dedica-lhes a atenção carinhosa de ouvidos atentos, sem julgamentos hipócritas, sem recriminação.

Você está sempre atento às suas necessidades, não porque alguém assim o determinou, mas porque você mesmo deseja. Então você é um amigo.

Se assim não for, você não é e não tem amigos.

Se nada foi dado, espontaneamente doado. Se nenhum carinho houve, pelo simples prazer de ser carinhoso, essa esterilidade não permitiu o nascimento de uma amizade.

O irmão só pode ser irmão se for amigo. O pai só é pai depois de ser o amigo. E assim todos.

A amizade é a qualidade maior do ser humano, sua marca é o desprendimento, seu outro nome é amor.

Quando erramos o caminho, ouvimos palavras duras vindas de um amigo. Se não tivermos a humildade de reconhecer suas razões e aceitá-las, desmerecemos o amigo e perdemos as lições.

Assim como ouvimos os amigos, devemos ouvir também os inimigos, pois, quase sempre, dizem mais verdade de nós que todos os nossos amigos juntos teriam coragem de dizer.

Nossos amigos sentem medo da nossa mágoa, não nos querem tristes. Os inimigos não. Dizem nossos defeitos com toda a clareza.

E se já existe um desafio em ouvir e compreender os amigos, desafio maior é ouvir e compreender os inimigos. Estes merecem nosso respeito, pois também são amigos de alguém.

E assim como não desejamos ver nossos amigos ofendidos, seus amigos também não desejam vê-los ofendidos por ninguém. Como a dor de um amigo nos atinge, nossa dor também o atinge. Da mesma forma a alegria.

Nunca deixe a amizade morrer. Ela é a mais bela forma de amar.

Coloque sempre a sinceridade como porta voz do seu coração e seus amigos terão a felicidade que só, e unicamente, dependeu de você.

Só a amizade realiza a troca sem premeditação, a troca natural de bons sentimentos entre as pessoas.

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Experimente imaginar-se sem nenhum amigo e terás uma amostra do que significa em seu sentido último a palavra solidão. Nenhum bem é maior que aquele que caminha em nossa direção, espontaneamente, através da amizade. É o melhor, que não se pode comprar, apenas conquistar sem pensar em.

Quem é sincero tem amigos sinceros e jamais terá as mãos vazias de realizações.

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"PLACA DEZ"

"Quando o sucesso chega, deve ser compartilhado. Pois a alegria dessa

divisão, provoca sua geométrica multiplicação."

A marca de uma verdadeira realização é a alegria compartilhada com os outros. A felicidade é o estado de espírito que podemos ver brilhar nos olhos.

Se ocorresse um sucesso "solitário", sua tristeza seria a grade de uma prisão invisível que o arrastaria para a inutilidade e insatisfação total.

Compartilhe suas alegrias da mesma forma que compartilha suas tristezas. Compartilhe das tristezas e alegrias dos outros, sem piedade pela tristeza, sem inveja pela alegria. A vida é uma constante troca. Uma constante simbiose.

O egoísmo não é uma qualidade de vida, é antes, um defeito.

Você, quando dá algo a alguém, um objeto, um carinho, um sentimento, um gesto de atenção, seja lá o que for, de onde você tirou para dar haverá muito mais do que havia antes de você ter tirado.

Reparta seu sorriso e muitas razões mais existirão para sorrir. Seu gesto deixará de ser isolado. Será o exemplo silencioso que irá construir a felicidade dos outros. Há pessoas que para serem felizes, precisam apenas aprender a sorrir.

A solidariedade é um sentimento inerente ao homem, embora seja sempre reprimido. Ao ser bloqueado, no entanto, transforma-se numa angústia cruel, num sentimento de perda incompreensível.

A sensação de vazio, deixada por algo que não se compartilhou, é que torna triste um momento de solidão. Ela deveria ser alegre e cheia de boas recordações, para que fosse construtiva nos momentos de paz interna.

Mas, como haver paz, quando, por egoísmo tentamos manter posse absoluta de algo. Quando não multiplicamos nossa realização e ela murchou pela falta de festividade por sua existência.

Você pode ser triste se quiser.

Muitos irão perder com sua tristeza, porém. Mas, inegavelmente, o maior perdedor será você. Você pode, também, arrastar-se na auto-piedade, cheio de um "sucesso" triste e só, ou, alegrar-se em dividi-lo com os outros, com quem você escolher.

A escolha é sempre sua.

É como a culpa, algo que se escolhe ter, pela opção de um ato e não algo que se tem "por obrigação".

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Compartilhe suas conquistas com os outros e elas crescerão tanto que não terás mais como medi-las.

Compartilhar, é a "divisão que multiplica".

Tome cuidado, porém, com a "armadilha da felicidade", aquela sensação de vazio que sentem as pessoas que pensam que já fizeram tudo. Que já têm tudo.

Jamais compartilhe esse vazio com as pessoas, sob pena de torná-las tão infelizes quanto você está neste momento. Compartilhar isso é praticar o inverso do que se quer. É a "subtração" que apenas divide, separa, aniquila. Trocar a ilusão pela realidade.

É preciso lembrar que tudo ainda não foi realizado.

Que cada minuto é novo e cada tempo trás sempre uma nova tarefa.

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"PLACA ONZE"

"A consciência é um tribunal com poderes para julgamentos, apenas de si mesma."

No silêncio da noite que chega, deixe a mente visitar os jardins da consciência, instalados na memória. Uma consciência metade mente, metade coração.

Quantas frases foram ditas nesse dia? Quantas revelam um ou outro julgamento feito?

Quantos "réus" passaram por seu tribunal hoje? Qual a severidade das "sentenças"? Com quais "direitos" elas foram emitidas?

Verifique seus sentimentos com relação aos julgamentos a que foi sujeito. Lembre-se do que sentiu ao ser levianamente "julgado" pelos outros. Imagine o que devem ter sentido aqueles que você "julgou".

O “seu tribunal" é imparcial? Ou pertence ao jogo comum que "governa" o caos atual?

Releia a placa oito.

Identifique as sementes plantadas e poderás antever a qualidade dos frutos a serem colhidos.

Recorda-se de quando era criança?

Ouvia dizerem a você: "faça um exame de consciência".

E você fazia.

Lembra-se? Como você era honesto naqueles tempos!

Que beleza de SER que você era. Onde está ele?

Se os julgamentos que te fazem são amargos, duros de "engolir". Se há recusas em ouvirem suas razões, observe se você deu oportunidade para exporem suas razões, aqueles a quem julgou.

Quando estamos, em silêncio, dentro de nós, não há para onde fugir. Estamos sujeitos ao único "tribunal pessoal" com poderes para nos julgar.

Impossível escapar, inútil tentar qualquer tipo de jogo de palavras, só a verdade fala aí.

Pode parecer demasiado simples para você. Porém, pode ser comprovado que, à medida que menos julgamos, menos somos julgados pelos outros.

Aqui, o "amai-vos uns aos outros" de mais uma maneira.

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"PLACA DOZE"

"Há uma medida de equilíbrio em tudo. Os opostos se harmonizam no meio do caminho entre um e outro. O caminho do meio"

Existe uma máxima bem conhecida que afirma: "os extremos opostos são semelhantes".

Assim, poderíamos afirmar que todo remédio além da dose se transforma em veneno.

É inegável que o melhor funcionamento, seja do que for, é um funcionamento em equilíbrio. Um funcionamento simétrico. É curioso como a Natureza trabalha simetricamente, como se buscasse sempre um equilíbrio, uma harmonia em tudo.

Estas e outras coisas, parecem nos indicar que o equilíbrio seja o melhor caminho. Que reduz o impacto do encontro de opostos.

Em qualquer situação conflitante, existem duas posturas que se chocam, em posições diametralmente opostas.

Com uma paciente análise, pode-se descobrir que nenhuma possui a razão absoluta. E, também, pode-se verificar que existe entre ambas as posturas, uma outra que anula o conflito: a "postura do meio". O caminho do bom senso, da razão, da inteligência.

Na sua bondade o Criador nos dotou de inteligência.

Qual a razão desta diferença entre nós e os animais ditos irracionais?

Uma coisa é evidente: com a inteligência podemos identificar os procedimentos capazes de gerar o equilíbrio, a harmonia. Encontrar o caminho do meio. Identificar o exato ponto onde o pêndulo não está indo para a direita e nem para esquerda.

O instante que anula todos os choques, que apara magicamente todas as arestas.

A inteligência é um "instrumento" poderoso.

Exatamente entre a razão de um e a razão de outro, precisamente no meio do caminho, existe uma razão comum a ambos.

A busca e o encontro desse ponto, em cada momento que seja necessário ser encontrado, é um dos mais belos desafios.

E essa parece ser uma das finalidades da inteligência: aprender a descobrir a paz, construir a paz, identificando ponto comum por ponto comum, no momento certo.

Quando fazemos as coisas por amar fazê-las, estamos trabalhando dentro do ponto de equilíbrio.

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Neste estado influenciamos beneficamente as pessoas, da mesma forma que as influenciamos maleficamente num momento ruim, de polaridades sem equilíbrio.

Por quê fazer coisas tristes, descontroladas, que provocam e inspiram acontecimentos sempre dolorosos?

Por quê arrastar-se no lodo dos leitos de rios poluídos, se podemos navegar junto às estrelas? Por que a tristeza, se nosso espírito ama a alegria?

Tudo indica ser impossível o bem estar, a alegria, o aprendizado produtivo, a criatividade, em alguém desequilibrado.

O mais belo nisso tudo, é a escolha ser sempre nossa.

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"PLACA TREZE"

"O medo é uma inútil bagagem que apenas ocupa espaço e atrasa a viagem."

Não importa quais medos insistimos em carregar conosco, são todos inúteis. Fardos dispensáveis que levamos com a finalidade de nos proporcionar mais sofrimento. Livrar-nos deles, é mais um trabalho para Hércules, porém, não é impossível.

Evidentemente que fingimos não saber disso.

Dificilmente admitiremos nossa tendência masoquista.

Muitos temem a morte, mas como temer a morte se nem chegamos a viver realmente?

O medo, qualquer que seja ele, transforma o tempo numa espécie de "conta gotas" que vai dosando tudo, castrando tudo. Nada vem inteiro, completo. A metade é sempre devorada pelo medo.

O medo de amar nos dá um amor pequeno, comedido, reticente, cheio de meias-palavras.

O medo de sorrir só permite risos forçados, por obrigação ou educação, talvez. Jamais aquelas gargalhadas da infância.

Há quanto tempo você não ri daquele jeito?

O medo de caminhar de uma nova maneira, força-nos a tentar sempre uma "carona" no sucesso de alguém.

A maioria das pessoas de sucesso têm uma razoável quantidade de pessoas "a reboque".

O medo da amizade nos leva à solidão.

Não à solidão meditativa que optamos, vez ou outra, para um "exame de consciência", mas a solidão dos que não têm coragem de pisar seu medo e ser amigo, com todos os riscos que isso implica.

A vida só será plena se nenhum medo estiver à espreita, podando sempre as realizações. Com medo não temos condição de identificar o momento presente, pois o medo se baseia no passado e sofre ansiedade pelo futuro.

A beleza do agora escapa e só é percebida quando não é mais, quando já se foi.

E, ao transformar-se em passado, os belos momentos se transformam também em motivos para lamentos. Mais auto piedade.

Só nos resta viver o que é, sem medo. Jogar o medo fora e, responsavelmente, tirar da vida as lições que ela nos oferece. Os riscos de se ferir não se reduzem com o medo, aumentam.

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As crianças não sentem medo, elas têm uma espécie de proteção mágica. Depois, por uma questão de sobrevivência, nós ensinamos o medo a elas. Chamando a atenção para as coisas menos, desviando a atenção das coisas mais. Matematicamente: é assim que subtraímos as vidas, ao invés de somá-las umas às outras.

Temos passado para as crianças as mesmas cargas que recebemos. Esquecemo-nos, porém, de ensiná-las depois como se livrarem delas.

Confundimos instinto de preservação com medo. A pior parte da história, é que a vida não faz "videotape", não nos reapresenta as oportunidades que, por medo, perdemos.

A memória, quando transformada num "bagageiro cheio de quinquilharias", só nos faz atrasar a viagem. Pesa nossos passos e arca nosso corpo ao peso do inútil.

Existem novas maneiras de caminhar, leves e livres.

Cada um pode descobrir a sua maneira. O caminho pode ser o mesmo, não importa, o que muda é o caminhante.

Sem o medo poderemos ver melhor a paisagem. Sentir melhor os momentos, a sensação de existir de fato.

Poderemos sentir na brisa o cheiro das estações. A chuva no rosto. A terra sob os pés descalços.

Sem o medo podemos ser novamente totais. Olhar o presente como um presente e não mais como um castigo.

Ter em cada amigo uma extensão de nós mesmos. Em cada próximo uma companhia desejada.

Nunca foi desejado nosso temor. Numa tentativa de contenção de nossa criatividade nos foram dados limites falsos.

E cada limite foi fixado com um medo específico. Tirar um a um esses medos, é a "descrucificação" necessária para remissão das "culpas".

O que existe é vida. E a vida jamais poderá ser contida impunemente.

A cada tentativa de contenção nasceu um filho bastardo do medo. O ciúme descende do medo de perder. A inveja, do medo de conquistar. A arrogância, do medo de parecer inferior. A miséria, do medo/preguiça de trabalhar.

Carregamos tempo demais essa "família" cruel dentro de nós.

Já atrasamos demais nossa viagem. Já perdemos muito, sempre com a ilusão idiota de que ganhávamos, enquanto perdíamos. Como crianças desejamos apenas, agora, viver!

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"PLACA QUATORZE"

"O que segue à escolha, é a decisão. Uma vez decidido, as coisas acontecem."

A todo ser humano foi dado tudo. Poucos, porém, conseguem receber da vida suas dádivas, pois, embora às vezes escolham recebê-las, por elas não decidem.

De nada adianta viver escolhendo, mudando de sonho mais que de roupa e jamais tomar a decisão de realizar. Há um trabalho decisivo a ser realizado. Um tanto de passos a serem dados em direção às próprias realizações. São os passos da decisão.

Quando se tem um sonho e por ele se decide, o homem possui o poder de realizá-lo. E decisão, implica em caminhar seguro e firme em direção ao objetivo, ignorando todas dificuldades emergentes. Decidir, é ser teimoso o suficiente, para vencer quaisquer obstáculos, artificiais ou naturais, no caminho.

Todos aqueles que, de uma forma ou de outra, começaram vários projetos durante a vida, mas os abandonaram, na verdade jamais decidiram pelos seus sonhos. Escolheram, deram início ao trabalho necessário, mas em algum ponto do caminho, mudaram as prioridades, trocaram de sonho.

Esse comportamento típico da indecisão, é o que tem acumulado uma quantidade deprimente de desilusões, pois ao efetuar-se uma escolha e não decidir por ela, nada mais se criou do que mera ilusão.

Não importa o tamanho do sonho, seu destino é a realidade. Não importa o tempo, suores e lágrimas para isso, noites insones, trabalhos extras, dedicação extrema, necessários à realização. Ela será um fato, porque assim foi decidido.

Grandes homens já passaram pelo mundo, decidindo mudá-lo. E o fizeram, porque foram decididos, “turrões”, nunca abrindo mão dos atos necessários para sua obra. Num dado momento de suas vidas, tiveram um sonho e decidiram realizá-lo. Nunca foi um simples “vou fazer”, mas um definitivo “farei”.

Quando uma decisão é tomada, com a plena consciência da responsabilidade pelos resultados, ocorre uma aglutinação de forças que passam a “conspirar” em favor daquele que decidiu fazer, realizar. E, quanto mais útil for para a humanidade a realização do sonho, maiores serão as forças em tandem.

Assim, mesmo nos momentos mais difícil da caminhada, alguma coisa interna conduz o caminhante em sua jornada, sua aventura sobre esta Terra. Em seu dicionário, a palavra desistir foi eliminada. E quanto mais perto do objetivo, mais coisas foram construídas, êxitos acumulados, numa espécie de “subprodutos” dos trabalhos realizados. Portanto, vale a pena escolher e decidir. Seguir em frente e realizar.

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"PLACA QUINZE"

"A verdade, numa espécie de mimetismo, é óbvia. Muitas vezes é uma imensa placa com letras garrafais, à nossa frente, mas não a lemos. Preste atenção!”

Muitas vezes nos surpreendemos com o fato de que a solução de um problema estava à nossa frente, o tempo todo e não a percebemos de pronto.

Somos de certa forma, infelizmente, treinados para a complicação e perdemos a natural capacidade de perceber o simples. Isso raramente acontece quando se é criança. Tudo que era observado era visto. Depois, com tempo, as coisas importantes foram se tornando “invisíveis”.

O essencial é simples. Quer algo mais importante que a vida? No entanto, busca-se muita coisa hoje em dia, que vão diretamente contra ela. Sonhos se transformam em pesadelos. A superficialidade forma uma certa camuflagem na verdade óbvia e ela não é mais vista ou sentida.

A atitude de seguir apenas por inércia, fazer por fazer, é altamente perigosa não só para o corpo, mas, principalmente para a mente. Referências reais, comprovadas pela experiência humana são perdidas. Idéias prontas “comercializadas” por interesses duvidosos assumem o lugar. Pronto! A receita da infelicidade fica completa.

É certo que a felicidade, da forma que comumente se entende, não existe. A vida é feita de momentos bons e ruins. Ser feliz então, é entender cada um desses momentos e tirar deles as lições. Estar ali, cem por cento presente, aprendendo e nunca fugindo para o passado ou para um hipotético futuro. Pois só existimos onde estamos.

Criar metas é uma coisa. Tentar “vivê-las” antes da hora, é outra. Desta forma perde-se o momento presente e a vida se esvai sem ser vivida.

Olhar para o passado, utilizando a experiência armazenada é uma coisa. Tentar viver tudo de novo é impossível. Da mesma forma, perde-se a vida presente.

Livre arbítrio implica no poder de fazer tudo que se deseja. Porém, cada ação traz consigo uma reação, ou seja, cada ato tem, implícita, a responsabilidade que lhe é própria. E toda tentativa de “contornar” isso, sempre leva a fracassos e prejuízos. A pergunta que devemos nos fazer é a seguinte: estamos realmente fazendo o que queremos de nossa vida ou apenas fazendo por fazer?

Tudo isso é óbvio demais. Mas a pressa é mais forte. Arrasta-nos para a ansiedade pelo futuro ou para a nostalgia do passado. E a necessária atenção, não aplicada, é o que torna a verdade invisível.

Por isso, é aconselhável que se leia a enorme placa à nossa frente dizendo: “PRESTE ATENÇÃO! VOCÊ EXISTE ONDE VOCÊ ESTÁ!!!!

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"ÚLTIMA PLACA"

Diante da última placa, percebe-se que nada há para ler. Que não existem "regras".

Assim mesmo, dentro de nós, lemos as palavras desta última placa.

São as palavras que recusamos ouvir no passado. Elas vêm daquele "eu" que nós próprios não conhecemos.

Esse é o poder da última placa.

Ela é a "alfa" e "ômega" das placas, a primeira e a última.

Traduz-nos ela, que na verdade nunca existiram "regras".

As regras que seguimos, fomos nós que determinamos, ou, deixamos que determinassem para nós, nos omitindo, simplesmente, em assumir a vida.

Se nos sentimos felizes, seguimos regras positivas, se, ao contrário, nos sentimos infelizes, seguimos regras negativas.

Não somos inocentes, porém, pelas regras que seguimos e assim havemos pagado dia após dia o preço por nossa desatenção.

As pessoas mais felizes que o comum das pessoas, são aquelas que ouviram mais seu próprio coração e seguiram um caminho mais suave, aprendendo sempre, sem, no entanto, tornar seu aprendizado um castigo.

Desse grupo fazem parte os mestres, os humildes, que não aceitaram a intoxicação de conceitos artificiais para suas vidas.

Nesse grupo podem se incluir todos aqueles que decidirem caminhar de uma nova maneira. Acreditando mais em si mesmo que nas "convenientes" receitas prontas.

Quando, desorientado, falei ao mestre que aquilo era um absurdo, ele me respondeu dizendo que absurdo era o que eu acreditava normal.

Quem possuía o direito de dizer-me o que fazer e como fazer?

Por que fazer?

Por que eu não poderia pensar por mim mesmo?

Por que temer a responsabilidade?

Qual a verdadeira razão para esse temor?

Medo? Preguiça? Ignorância? Superstição?

Ele foi fazendo as perguntas e me "encostando na parede".

- "Você leu a última placa?" - me perguntou.

- "Mas não tinha nada escrito lá! " – respondi.

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Então ele me disse que, se realmente, não houvesse "lido" nada na última placa, deveria voltar e começar tudo de novo, pois não havia entendido nada.

Comentei então que me ocorrera alguns pensamentos ao ver aquela placa vazia.

Ele riu e começou a ir embora.

Desesperado, na minha confusão, gritei.

Queria saber o que fazer, ao que ele respondeu: "volte ao começo, ou acredite um pouco mais em você. Não se esqueça de que as contradições são apenas produto da falta de bom senso e atenção. Dúvida exagerada é sinal de insegurança, apenas. O mundo não precisa de mais um São Tomé".

Até agora ainda ouço o eco de suas gargalhadas, enquanto desaparecia na primeira curva do caminho...

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A TÍTULO DE CONCLUSÃO *

Quando mudei–me de São Paulo (1989) para São Carlos/SP, tudo era novo e diferente, pois uma cidade do interior possui uma estrutura de comportamento diferente da "cidade grande".

Rapidamente tive de abandonar a pressa característica que adotara em São Paulo e "reprocessar" minha antiga alma de "bicho-do-mato" que tive, até os 18 anos, no interior do Paraná.

E foi assim que, numa noite em que sobrava tempo, de uma só vez , escrevi tudo que se pode ler da "Placa Um" até a "Última Placa".

As palavras surgiam, da máquina de escrever, como se tivessem vida própria, como se escrevesse um ditado.

Mas a influência dos mestres é mesmo assim. Suas lições nos habitam a alma, germinam, desenvolvem-se e um dia exigem suas parcelas de "ar para respirar".

Mestres são lições vivas que nos podem ser passadas pelas mais inusitadas formas de vida neste planeta.

Apenas segui o impulso e escrevi.

Feito isso, havia realizado uma etapa de um sonho antigo. Escrever um segundo livro que pudesse retratar minhas experiências com os cursos de motivação ministrados. Assim, depois de “UNIDADE DIVIDIDA” nasceu “UMA NOVA MANEIRA DE CAMINHAR”.

Isso não foi um fato isolado, pois em muitas outras oportunidades a vida havia me ensinado a prestar atenção aos desejos, pois estes possuem uma energia peculiar que os leva, dia mais, dia menos, à sua realização.

Existe uma frase, cuja autor desconheço, dizendo, mais ou menos, o seguinte: “sorte é o encontro da oportunidade com a competência”.

Embora concorde com ela, em meus pensamentos acrescento alguma coisa mais e ela fica assim: “sorte é o encontro da oportunidade criada, com quem a criou no tempo”.

Outra frase fantástica, atribuída à sabedoria oriental, nos dá conta que: “quando o discípulo estiver pronto, o mestre surgirá”.

Esta segunda frase sempre foi, desde a juventude, o Norte, a razão íntima, irremovível, para a constante busca da preparação, até encontrar o mestre. Ainda hoje, acredito que estarei pronto um dia!

A experiência, por outro lado, ensinou-me, também, que deveria manter as mãos sempre limpas, custasse o que custasse.

Pois em muitas vezes as "curvas da estrada" nos levam a passar no mesmo ponto em que passamos um dia.

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Ou seja, que a vida procura sempre nos "empurrar" para a verificação de nossos atos passados. Sejam estes bons, ou ruins.

Outra lição importante, foi a de que: quanto mais corretos os atos e desejos, a quantidade de amigos e colaboradores aumenta. Pois, assim como os maus atos atraem desgraças, os bons atraem graças. Tão simples como "arroz com feijão".

O importante em tudo, é que há uma certeza de que o bom Deus jamais dá a inteligência sem o sentimento da responsabilidade por ela.

Assumir e obedecer as exigências dessa responsabilidade é uma escolha de cada um. E quando o coração a percebe e obedece, nada há para lamentar ou temer.

Pois todo aquele que sabe em que (e por quê) acredita, é sempre mais forte, pois o seu travesseiro jamais será depósito de remorsos. Seu sono será sempre reparador e seu trabalho sempre produtivo.

Aprender a perceber a vida dessa forma deixou-me livre de preocupações materialistas e com a mente voltada para a procura da essência, pois não são as "embalagens" que determinam a qualidade do conteúdo. Só ele pode revelar a si mesmo.

Em resumo é um belo caminho essa vida. Uma escola insubstituível, pródiga em lições fantásticas, o tempo todo. Somos “matriculados” no instante atômico da nossa concepção e passamos a freqüentá-la a partir do dia de nosso nascimento.

Hoje, seguramente, posso dizer que conheço o amor. Ele me leva em suas asas, ensina-me suas lições, colocando-me diante da dor e do prazer, alternadamente, para que possa avaliar e valorizar minhas conquistas. Para que não perca a fé necessária para seguir meu caminho e jamais esquecer-me de seu dom maior: amar!

E assim, enquanto trabalho e observo as maravilhas que se revelam no mundo à minha frente, vou aprendendo a cada dia, cada vez mais, que tudo sempre vale a pena.

37

RR ee gg ii ss tt rr oo ::

À página 6, deste trabalho, fiz uma homenagem a meu querido mestre e amigo Dr. Osvaldo Sibinelli. Na época em que o livro foi editado pela empresa, levei-lhe um exemplar. Ficou encabulado, sem jeito e ao mesmo tempo feliz.

Era minha forma de tentar retribuir sua dedicação a todos nós que havíamos passado pelo seu Instituto, repleto de tantas lições e vivências, por ele nos endereçadas com o maior carinho e sacrifícios até.

Hoje, revendo este trabalho, com objetivo de uma nova edição, sou tristemente forçado (pela saudade) a registrar que meu querido amigo e mestre assumiu sua imortalidade em fevereiro deste ano (1999).

Depois de muito tempo afastado, devido minha residência em outra cidade e, ao retornar, estar demasiadamente envolvido na maratona entre casa, trabalho e escola, fui surpreendido com a notícia.

Por uma estranha e premente necessidade de entrar em contato, liguei para o Instituto e soube da notícia. Meu amigo se fora destas aulas para outras, com certeza, melhores ainda. De lá, espero que continue nos dirigindo seus pensamentos sempre repletos de paz, tranqüilidade e sabedoria.

Até um dia meu amigo, mestre e irmão!!!

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ESPAÇO PARA SEUS REGISTROS ESCOLHIDOS

Anote aqui, aquilo que você entendeu como “pontos a ponderar”, coisas para pensar mais tarde:

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Joaquim Saturnino da Silva, 58, natural de Paranavaí/PR, formado pela

FIG – Faculdades Integradas de Guarulhos.

É advogado e administrador de Recursos Humanos de empresa em São

Carlos/SP

Livros publicados e outras atividades :

“Unidade Di-vi-di-da” - 1979 - Crônicas e Poesias

“Uma nova maneira de caminhar” - 1993 - Incursão na auto-ajuda, com raiz nas palestras ministradas desde 1984 em diversos locais, tais como: São Paulo/SP; Araraquara/SP; São Carlos/SP; Arujá/SP; Santa Isabel/SP; Taquara/RS; Igrejinha/RS; Ouro Branco/MG, entre outros.

Autor com publicações no site:

www.paralerepensar.com.br

Instrutor voluntário de motivação do “IBPA - INSTITUTO DE PSICOTERAPIA AUTÓGENA”, Rua Ana Benvinda Siqueira, 93 – Santana

São Paulo/SP.

Informações sobre palestras no e-mail: [email protected]

ou telefone: (16) 9601-0835