uma avenida, cinco grandes problemas...2016/07/13  · em obra há cinco anos, via é alvo de...

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3 QUINTA-FEIRA, 17 DE OUTUBRO DE 2013 A GAZETA EDITORA: ANDRÉA PIRAJÁ [email protected] Tel.: 3321.8446 agazeta.com.br/cidades gazetacidades Fim do mistério em Camburi A mancha vista no mar de Camburi, em Vitória, na semana passada, foi causada pela proliferação de uma espécie de algas, diz professor da Ufes. Página 7 REPORTAGEM ESPECIAL LINDENBERG UMA AVENIDA, CINCO GRANDES PROBLEMAS Em obra há cinco anos, via é alvo de críticas de quem passa ali CARLA SÁ [email protected] Iniciadas em maio de 2008, as obras na Avenida Carlos Lindenberg, em Vila Velha, andam a passos de tartaruga e não têm previ- são para serem finalizadas. Enquanto isso, motoristas não sabem por onde seguir – já que faltam sinalização no asfalto e placas –, pedes- tres ficam sem faixas para atravessar, e passageiros esperam ônibus em pontos sem abrigo e praticamente no meio da via. São três etapas de obras na avenida, de quase 10km. A primeira foi fina- lizada em meados de 2012; a segunda está em anda- mento e deve ser entregue entre dezembro deste ano e janeiro de 2014. Já a tercei- ra e última fase não tem previsão para começar. “A sinalização é muito confusa, e quase todo dia vemos acidentes aqui. Veí- culos de grande porte pas- sam em alta velocidade, junto de carros, motos e bi- cicletas, um perigo”, conta o comerciante Roberto Ien- sen. A lanchonete dele fica em frente a um cruzamento na entrada de Santa Inês, onde muitas pessoas atra- vessam nos horários de pi- co e os sinais têm proble- mas de sincronização. Muitos pontos de ônibus também não possuem abri- go, sem contar outras difi- culdades que a população enfrenta para pegar os cole- tivos. “É a maior dificuldade pegar um ônibus: os cami- nhões param aqui, fazem FOTOS: EDSON CHAGAS Na entrada dos bairros Santa Inês e Aribiri, não há faixas de pedestres, pintura no asfalto, nem placas uma fila e não conseguimos enxergar o que vem atrás”, reclama o pintor Pedro Ra- mos, que trabalha em uma obra próxima à via. ATRASOS As obras, feitas pela pre- feitura com recursos do Es- tado, sofreram atrasos principalmente porque, além dos problemas com as chuvas que atingem Vila Velhasazonalmente,houve ações não previstas. Uma delas foi a interven- ção em uma adutora da Ce- san para redestribuir o sis- tema de abastecimento de água, processo que já foi fi- nalizado neste ano. A outra é a inclusão do BRT, progra- ma do governo do Estado que cria pistas para passa- gem exclusiva de ônibus. “A terceira fase de obra será para implantar esse corredor exclusivo para ôni- bus. Vai demandar uma grande desapropriação, e o governo do Estado ainda es- tá terminando o projeto. Por isso não temos previsão de quando começaremos, mas provavelmente será no ano que vem”, explica o subse- cretário de Infraestrutura, Projeto e Obras de Vila Ve- lha, Angelo Cunha. As entradas dos bairros que a avenida corta tam- bém não contam com pla- cas de indicação e só de- vem ser ajustadas com o corredor de ônibus. “As faixas e as placas terão o modelo do BRT. Quando o projeto for concluído, es- sas sinalizações serão con- templadas”, diz Cunha. AS PRINCIPAIS RECLAMAÇÕES NOS 10KM DA AVENIDA 1 Faltam faixa de pedestre e divisão entre pistas: Em toda a avenida, a sinalização horizontal, pintada no asfalto, é falha. Faltam faixas dividindo as pistas e faixas de pedestres. Entre o viaduto da Rodovia Darly Santos, que atravessa a Lindenberg, e o bairro Nossa Senhora da Penha, não há pintura no asfalto 2 Falta placa de indicação na entrada de bairros: Desde Cobilândia, não há sinalização vertical da entrada de vários bairros, entre eles Ibes e Aribiri. Somente na chegada da Glória há placas 3 Falta sincronização entre os sinais: Em alguns pontos, como em Cobilândia e no cruzamento em frente a Santa Inês, os semáforos não são sincronizados. Enquanto um abre num sentido da via, o outro fecha, e os pedestres têm que atravessar aos poucos, com atenção para não passar direto e ser atingido por algum veículo 4 Falta abrigo de pontos de ônibus: Em diversos trechos, os pontos são precários e sem abrigo. Sinalizado apenas por uma placa, um deles, próximo ao bairro Nossa Senhora da Penha, oferece mais dificuldade aos usuários do transporte coletivo: caminhões de grande porte estacionam perto dali, fazendo com que pedestres não vejam se o ônibus está chegando. Outro ponto, pouco mais à frente em direção ao Centro, está em meio a obras, e a calçada confunde-se com a via 5 Falta ciclovia: chegando à Glória há faixa vermelha delimitada e sinalizada corretamente. No restante da via, os ciclistas arriscam-se entre veículos Ciclovias também são raridade na avenida Em alguns locais, o ponto de ônibus é no meio da via

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Page 1: UMA AVENIDA, CINCO GRANDES PROBLEMAS...2016/07/13  · Em obra há cinco anos, via é alvo de críticas de quem passa ali CARLA SÁ carla.sa@redegazeta.com.br Iniciadas em maio de

3QUINTA-FEIRA, 17 DE OUTUBRO DE 2013 A GAZETA

EDITORA:

ANDRÉA PIRAJÁ[email protected]

Tel.: 3321.8446

agazeta.com.br/cidades

gazetacidades

Fim domistério emCamburi

A mancha vista no mar deCamburi, em Vitória, nasemana passada, foi causadapela proliferação de umaespécie de algas, dizprofessor da Ufes. Página 7

REPORTAGEM ESPECIAL

LINDENBERGUMA AVENIDA, CINCOGRANDES PROBLEMASEm obra há cinco anos, via é alvo de críticas de quem passa ali

CARLA SÁ[email protected]

Iniciadas em maio de2008, as obras na AvenidaCarlosLindenberg,emVilaVelha, andam a passos detartaruga e não têm previ-sãoparaseremfinalizadas.Enquanto isso, motoristasnãosabemporondeseguir– já que faltam sinalizaçãonoasfaltoeplacas–,pedes-tres ficam sem faixas paraatravessar, e passageirosesperamônibusempontossem abrigo e praticamenteno meio da via.

São três etapas de obrasna avenida, de quase10km. A primeira foi fina-lizadaemmeadosde2012;a segunda está em anda-mento e deve ser entregueentredezembrodesteanoejaneirode2014.Jáatercei-ra e última fase não temprevisão para começar.

“A sinalização é muitoconfusa, e quase todo diavemos acidentes aqui. Veí-culos de grande porte pas-sam em alta velocidade,junto de carros, motos e bi-cicletas, um perigo”, contaocomercianteRoberto Ien-sen. A lanchonete dele ficaemfrenteaumcruzamentona entrada de Santa Inês,onde muitas pessoas atra-vessam nos horários de pi-co e os sinais têm proble-mas de sincronização.

Muitos pontos de ônibustambémnãopossuemabri-go, sem contar outras difi-culdades que a populaçãoenfrentaparapegaroscole-tivos.“Éamaiordificuldadepegar um ônibus: os cami-nhões param aqui, fazem

FOTOS: EDSON CHAGAS

Na entrada dos bairros Santa Inês e Aribiri, não há faixas de pedestres, pintura no asfalto, nem placas

umafilaenãoconseguimosenxergar o que vem atrás”,reclama o pintor Pedro Ra-mos, que trabalha em umaobra próxima à via.

ATRASOSAs obras, feitas pela pre-

feitura com recursos do Es-tado, sofreram atrasosprincipalmente porque,alémdosproblemascomaschuvas que atingem VilaVelhasazonalmente,houveações não previstas.

Umadelasfoiainterven-çãoemumaadutoradaCe-san para redestribuir o sis-tema de abastecimento deágua, processo que já foi fi-nalizadonesteano.AoutraéainclusãodoBRT,progra-ma do governo do Estadoque cria pistas para passa-gem exclusiva de ônibus.

“A terceira fase de obraserá para implantar essecorredorexclusivoparaôni-bus. Vai demandar umagrande desapropriação, e ogovernodoEstadoaindaes-táterminandooprojeto.Porisso não temos previsão dequando começaremos, masprovavelmente será no anoque vem”, explica o subse-cretário de Infraestrutura,Projeto e Obras de Vila Ve-lha, Angelo Cunha.

As entradas dos bairrosque a avenida corta tam-bém não contam com pla-cas de indicação e só de-vem ser ajustadas com ocorredor de ônibus. “Asfaixas e as placas terão omodelo do BRT. Quando oprojeto for concluído, es-sassinalizaçõesserãocon-templadas”, diz Cunha.

AS PRINCIPAIS RECLAMAÇÕES NOS 10KM DA AVENIDA

1 Faltam faixa depedestre e divisão

entre pistas: Em toda aavenida, a sinalizaçãohorizontal, pintada noasfalto, é falha. Faltam faixasdividindo as pistas e faixasde pedestres. Entre oviaduto da Rodovia DarlySantos, que atravessa aLindenberg, e o bairro NossaSenhora da Penha, nãohá pintura no asfalto

2 Falta placa deindicação na entrada

de bairros: DesdeCobilândia, não hásinalização vertical daentrada de vários bairros,entre eles Ibes e Aribiri.Somente na chegada daGlória há placas

3 Falta sincronizaçãoentre os sinais: Em

alguns pontos, como emCobilândia e no cruzamentoem frente a Santa Inês, ossemáforos não sãosincronizados. Enquanto umabre num sentido da via, o

outro fecha, e os pedestrestêm que atravessar aospoucos, com atenção paranão passar direto e seratingido por algum veículo

4 Falta abrigo depontos de ônibus:

Em diversos trechos, ospontos são precários e semabrigo. Sinalizado apenaspor uma placa, um deles,próximo ao bairro NossaSenhora da Penha, oferecemais dificuldade aosusuários do transporte

coletivo: caminhões degrande porte estacionamperto dali, fazendo com quepedestres não vejam se oônibus está chegando. Outroponto, pouco mais à frenteem direção ao Centro, estáem meio a obras, e a calçadaconfunde-se com a via

5 Falta ciclovia: Sóchegando à Glória há

faixa vermelha delimitada esinalizada corretamente. Norestante da via, os ciclistasarriscam-se entre veículos

Ciclovias também são raridade na avenida Em alguns locais, o ponto de ônibus é no meio da via

Documento:AG17CACI003;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:16 de Oct de 2013 22:30:05

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4 CIDADESA GAZETA QUINTA-FEIRA, 17 DE OUTUBRO DE 2013

REPORTAGEM ESPECIALAVENIDA LINDENBERG

De 14 semáforos, só seistêm faixa de pedestres

FOTOS: EDSON CHAGAS

Pessoas de todas as idades arriscam-se para atravessar a Avenida Lindenberg, em vários trechos

Duas delas estãoapagadas; num dostrechos, não há sinalnem pintura no asfalto

ENTENDA A OBRA

ComeçoA obra foi iniciadaem maio de 2008,como um projeto dereforma da avenida.Houve uma paralisaçãocom a mudança degestão da cidade, e aintervenção foi reiniciadaem 2009. Nessa época,chegou a ter entregaprevista para 2010

Pedestres ebicicletaEstavam previstasinicialmente reformasnas calçadas parapadronizá-las, além deum canteiro centrale uma ciclovia

BRTEntre o final de 2010e o início de 2011,o projeto do BRT(Bus Rapid Transit) –corredor exclusivo paraônibus –, do governodo Estado, foi incluídono programa daobra da avenida

CesanIntervenções que nãoestavam previstas nocomeço do projetoforam realizadas naadutora da CompanhiaEspírito-Santense deSaneamento (Cesan).As obras foram feitasno ano passado e neste

OPINIÕES

“É a maior dificuldadeatravessar. Se a gentenão correr, não chegado outro lado. Esselugar é esquecido,é uma vergonha”MARIA CRISTINA SANTOSAUX. DE SERVIÇOS GERAIS

CARLA SÁ[email protected]

A falta de faixa de pedes-tresnaAvenidaCarlosLin-denberg, em Vila Velha,chamaaatenção.DeCobi-lândia até a entrada dobairro da Glória são 14 se-máforos, e em apenas seisdelesháa faixa, sendoqueduas estão apagadas. Oproblema é maior no tre-cho entre o viaduto da Ro-dovia Darly Santos e obairro Nossa Senhora daPenha, que não tem sinalnem pintura no asfalto.

Em toda a via, pessoasarriscam-se, atravessandono meio da pista sem sina-lização,especialmentenes-sapartedaavenida. “Aquiémuito perigoso. Trabalhonesta região há 20 anos,nunca houve faixa. E sem-pre há atropelamentos”,diz o assistente de manu-tenção Rogério Leal.

ACABAMENTOO subsecretário de In-

fraestrutura, Projeto e

ObrasdeVilaVelha,Ange-lo Cunha, diz que nessaárea é preciso aguardarque seja passada a capa fi-nalizadora, última cama-da de acabamento no as-falto. “Até o final de no-

vembro, devemos apli-cá-la, e automaticamentea sinalização horizontalserá feita”, afirma.

Sobre os demais trechosonde falta faixa de pedes-tres,osubsecretárioexplica

que houve uma reuniãonesta semana para que aspinturas sejam feitas embreve. “DeCobilândiaatéoviaduto, vamos começar arealizar a pintura no máxi-mo em dez dias. Acredito

que inicie jánasemanaquevem”, diz Cunha.

Nos demais pontos, seráprecisoaguardarqueaobrade revitalização seja con-cluída antes de sinalizarcorretamente o asfalto.

ano já foram finalizadas.Isso, no entanto,também atrasou arevitalização da via

CustoOs repasses para a obra,vindos da Secretaria deEstado de Saneamento,Habitação e

Desenvolvimento Urbano(Sedurb) do Estado,são efetuados deacordo com a prestaçãode contas apresentadapela prefeitura.O valor total pararevitalização é deR$ 34 milhões. Já foramrepassados pouco mais

de R$ 29 milhões

Três etapast Primeira

Compreende trechosde Cobilândia até oviaduto da RodoviaDarly Santos e do bairroNossa Senhora da Penhaaté o início da Glória.Foi terminada emmeados 2012

t SegundaVai do viaduto daRodovia Darly Santos atéo Supermercado Makro.Está em andamento edeve ser concluída ementre dezembro e janeiro

t TerceiraA última etapa, que vaido Posto Sete, em SantaInês, até a entrada daGlória, ainda não temprevisão de começar.Mas há probabilidade dea ordem de serviço serfeita no ano que vem

“Para uma fila decaminhão na avenidae tapa a visão dequem está no ponto.Para não perder oônibus, esperamosno meio da pista”PEDRO RAMOS PINTOR

“Aqui, em Santa Inês, asinalização na via estáapagada há muitotempo. E os sinais docruzamento nãoestão sincronizados”WESLEY BARBOSATÉC. DE INFORMÁTICA

“A sinalização daLindenberg é confusae falha. É um perigoandar de bicicleta e demoto aqui. E a calçadadeveria ser maior”ROBERTO IENSENCOMERCIANTE

Documento:AG17CACI004;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:16 de Oct de 2013 22:31:25