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ii UMA AVALIAÇÃO DO GERENCIAMENTO METROLÓGICO EM SETORES INDUSTRIAIS DA REGIÃO NORTE FLUMINENSE EDUARDO ABREU DA SILVA Dissertação apresentada ao Centro de Ciência e Tecnologia, da Universidade Estadual do Norte Fluminense, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Ciências da Engenharia – Produção. Orientador: Prof. Renato de Campos, D.Sc CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ MARÇO - 2003

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ii

UMA AVALIAÇÃO DO GERENCIAMENTO METROLÓGICO EM SETORES INDUSTRIAIS DA REGIÃO NORTE FLUMINENSE

EDUARDO ABREU DA SILVA

Dissertação apresentada ao Centro de Ciência e Tecnologia, da Universidade Estadual do Norte Fluminense, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Ciências da Engenharia – Produção.

Orientador: Prof. Renato de Campos, D.Sc

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ

MARÇO - 2003

iii

UMA AVALIAÇÃO DO GERENCIAMENTO METROLÓGICO EM SETORES INDUSTRIAIS DA REGIÃO NORTE FLUMINENSE

EDUARDO ABREU DA SILVA

Dissertação apresentada ao Centro de Ciência e Tecnologia, da Universidade Estadual do Norte Fluminense, como parte das exigências para obtenção do titulo de Mestre em Ciências da Engenharia – Produção.

Aprovada em 31 de Março de 2003

Comissão Examinadora:

Prof. Daniel Ignácio de Souza, D.Sc. - UENF

Prof. Helder Gomes Costa, D.Sc. – UFF

Prof. Renato de Campos, D.Sc. – UENF (Orientador)

Prof. Romeu e Silva Neto, D.Sc. - CEFET

iv

Resumo da dissertação apresentada ao CCT/UENF como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências da Engenharia

UMA AVALIAÇÃO DO GERENCIAMENTO METROLÓGICO EM SETORES

INDUSTRIAIS DA REGIÃO NORTE FLUMINENSE

Eduardo Abreu da Silva

31 de Março de 2003

Orientador: Renato de Campos

Área de Concentração: Engenharia de Produção

A metrologia é parte integrante do processo produtivo, sendo que para a indústria

atingir níveis de produtividade e competitividade levanta-se necessário o

desenvolvimento de um sistema metrológico consistente e que seja capaz de

fornecer medições confiáveis. Este trabalho tem por objetivo avaliar se o

gerenciamento metrológico utilizado nas empresas dos setores produtivos de

Petróleo e Gás Natural, Açúcar e Álcool, Cerâmico e na área de Laboratórios

Clínicos da região Norte Fluminense garante a confiabilidade dos resultados das

medições. Considerando essa ótica, então foram identificados pontos importantes na

gestão dos instrumentos de medição e a seguir realizou-se uma análise destes

setores produtivos. Posteriormente foram levantados dados abrangendo as áreas de

qualidade, normalização e metrologia.

O tratamento desses dados propiciou uma análise do nível de gestão metrológica

que é praticado pelos setores avaliados e a proposta de algumas ações de melhoria.

v

Submitted to the CCT/UENF as part of the necessary requirements for the degree of

Master in Engineering Science.

AN EVALUATION OF GERENCIAMENTO METROLÓGICO IN INDUSTRIAL

SECTIONS OF THE NORTH FLUMINENSE REGION

Eduardo Abreu da Silva

March,2003

Advisor: Renato de Campos

Major Subject: Industrial Engineering

The metrologia is integral part of the productive process, in this way for the industry

to reach productivity levels and competitiveness requests the development of a

system consistent metrológico and that is capable to supply reliable mensurations.

Considering that optics was identified important points in the administration of the

mensuration instruments. To proceed he/she took place an analysis of the sections

productive sucro-alcooleiro, clinical laboratory, potter and petroleum of the North area

Fluminense.

Later on they were lifted up data embracing the quality, normalization and metrologia

areas.

The treatment of those data propitiated an analysis of the level of administration

metrológica that is practiced by the appraised sections.

vi

DEDICATÓRIA

A minha esposa Adriana e minha filha Amanda, pela compreensão, colaboração e carinho.

Aos meus pais Edimar e Edith, por minha existência e orientação educacional.

As minhas irmãs Márcia, Cláudia e Cecile que compartilharam do meu

crescimento.

vii

AGRADECIMENTOS

A meu orientador, professor Renato de Campos, pela oportunidade e dedicação na

concretização deste trabalho.

Aos professores, colegas de mestrado e funcionários do CCT pela colaboração e

apoio.

Aos meus familiares pelo incentivo e compreensão

A todos aqueles que de alguma forma, contribuíram para a conclusão deste

trabalho.

A Deus, principalmente, por ter dado condições de alcançar mais um degrau na

minha caminhada.

viii

ÍNDICE

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ....................................................................................1

1.1 – APRESENTAÇÃO.............................................................................................1

1.2 – OBJETIVO.........................................................................................................4

1.3 – MOTIVAÇÃO PARA O TRABALHO .................................................................4

1.4 – METODOLOGIA................................................................................................5

1.5 – ESTRUTURA DO TRABALHO .........................................................................7

CAPÍTULO 2 – METROLOGIA ....................................................................................8

2.1 – EVOLUÇÃO DA METROLOGIA .......................................................................8

2.2 - ESTRUTURA METROLÓGICA .......................................................................10

2.3 – DISTRIBUIÇÃO DOS LABORATÓRIOS CREDENCIADOS..........................14

2.4 - GLOBALIZAÇÃO E A METROLOGIA .............................................................17

2.5 – BARREIRAS TÉCNICAS AO COMÉRCIO.....................................................18

CAPÍTULO 3 – QUALIDADE, NORMALIZAÇÃO E METROLOGIA ........................23

3.1 – BREVE HISTÓRICO DA QUALIDADE...........................................................23

3.2 - REQUISITOS NORMATIVOS RELACIONADOS COM A METROLOGIA .....27

CAPÍTULO 4 - GERENCIAMENTO DOS MEIOS DE MEDIÇÃO..............................29

4.1 - PLANO DE CALIBRAÇÃO...............................................................................30

4.1.1 – O QUE MEDIR .............................................................................................31

4.1.2 - CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO ......................................................................32

4.1.3 - FREQÜÊNCIA DE CALIBRAÇÃO................................................................32

4.1.4 - AÇÕES CORRETIVAS.................................................................................33

4.2 – PARÂMETROS QUE INTERFEREM NAS MEDIÇÕES.................................33

4.2.1 INCERTEZA DE MEDIÇÃO............................................................................35

CAPÍTULO 5 – AVALIAÇÃO DOS SETORES PRODUTIVOS .................................36

5.1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS..........................................................................36

5.1.1 – SETOR SUCRO-ALCOOLEIRO..................................................................36

ix

5.1.2 – SETOR CERÂMICO ....................................................................................40

5.1.3 – SETOR LABORATÓRIOS CLÍNICOS .........................................................45

5.1.4 – SETOR DE PETRÓLEO ..............................................................................47

5.2 NORMAS RELACIONADAS AOS SETORES ...................................................48

5.2.1 SETOR SUCRO-ALCOOEIRO.......................................................................48

5.2.2 SETOR CERÂMICO .......................................................................................49

5.2.3 SETOR PETRÓLEO .......................................................................................50

5.3 - ANÁLISE DOS RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO ....................................51

5.3.1 – SETOR SUCRO-ALCOOLEIRO..................................................................53

5.3.2 – SETOR CERÂMICO ....................................................................................58

5.3.3 – SETOR PETRÓLEO ....................................................................................63

5.4 - RECOMENDAÇÕES .......................................................................................69

CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES .................................................................................71

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................73

x

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Estrutura Internacional Metrológica. ..........................................................11

Figura 2 – Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial ...12

Figura 3 – Esquema de rastreabilidade metrológica (adaptado de Juran, 1992). .....14

Figura 4 – Barreiras ao Comércio ...............................................................................17

Figura 5 – Macrofluxo de um plano de calibração......................................................30

Figura 6 – Modelo para classificação de instrumentos críticos. .................................31

Figura 7 – Principais parâmetros que influenciam no resultado das medições .........34

Figura 8 - Fluxograma do processo de uma Usina (adaptado de Espinosa,2001). ...38

Figura 9 – Fluxograma de processo de um Laboratório PCTS. .................................39

Figura 10 – Fluxograma do processo de fabricação de revestimentos cerâmicos. ...41

Figura 11 – Armazenamento temporário de argila. ....................................................42

Figura 12 – Etapa de conformação da argila.............................................................42

Figura 13 – Medição de vácuo no processo de conformação. ...................................43

Figura 14 – Bicos alimentadores de gás.....................................................................44

Figura 15 – Ponto de medição de temperatura via termopar. ....................................45

Figura 16 – Fluxograma de processo de Laboratório de Análise Clínica...................46

Figura 17 – Esquema de uma planta de produção....................................................51

Figura 18 – Principais dificuldades relacionadas à contratação de serviços de

capacitação/treinamento (Setor Sucro-Alcooleiro). ..............................................54

Figura 19 – Demanda de calibração de instrumentos por áreas específicas (Setor

Sucro-Alcooleiro)...................................................................................................55

Figura 20 – Gasto anual das empresas com os serviços de metrologia (Setor Sucro-

Alcooleiro). ............................................................................................................56

Figura 21 – Evolução dos gastos com metrologia (Setor Sucro-Alcooleiro). .............56

Figura 22 – Principais dificuldades relacionadas a contratação de serviços de

metrologia (Setor Sucro-Alcooleiro). .....................................................................57

Figura 23 – Distribuição do nível de escolaridade (Setor Cerâmico). ........................59

Figura 24 – Principais dificuldades relacionadas a contratação de serviços de

capacitação/treinamento (Setor Cerâmico). .........................................................59

xi

Figura 25 – Demanda de calibração de instrumentos por áreas específicas (Setor

Cerâmico). .............................................................................................................60

Figura 26 – Gasto anual das empresas com os serviços de metrologia (Setor

Cerâmico). .............................................................................................................61

Figura 27 – Principais dificuldades relacionadas a contratação de serviços de

metrologia (Setor Cerâmico). ................................................................................62

Figura 28 – Distribuição do nível de escolaridade (Setor Petróleo). ..........................64

Figura 29 – Principais dificuldades relacionadas a contratação de serviços de

capacitação/treinamento (Setor Petróleo). ...........................................................65

Figura 30 – Demanda de calibração de instrumentos por áreas específicas (Setor

Petróleo). ...............................................................................................................66

Figura 31 – Gasto anual das empresas com os serviços de metrologia (Setor

Petróleo). ...............................................................................................................66

Figura 32 – Evolução dos gastos com metrologia (Setor Petróleo). ..........................67

Figura 33 – Evolução dos gastos com metrologia (Setor Petróleo). ..........................68

xii

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Evolução do número de laboratórios credenciados no período de 1992 a

2002.......................................................................................................................14

Tabela 2: Distribuição da quantidade de laboratórios credenciados na região sudeste

...............................................................................................................................15

Tabela 3 : Distribuição da quantidade de laboratórios credenciados no Estado do Rio

de Janeiro..............................................................................................................15

Tabela 4: Distribuição de laboratório de ensaio por área de credenciamento. ..........16

Tabela 5: Distribuição de laboratório de calibração por área de credenciamento. ....16

Tabela 6: Normas brasileiras aplicáveis à Telhas, Blocos e Tijolos..........................49

Tabela 7 : Percentagem por setor da população a ser analisada ..............................52

xiii

ÍNDICE DE ANEXOS

ANEXOS.....................................................................................................................77

Anexo 1: Formulário utilizado para coleta de dados do setor sucro-alcooleiro..........78

Anexo 2: Formulário utilizado para coleta de dados do setor de petróleo. ................82

Anexo 3: Formulário utilizado para coleta de dados do setor de cerâmica................86

Anexo 4: Formulário utilizado para coleta de dados do setor de laboratórios clínicos.

...............................................................................................................................90

Anexo 5: Recomendação para intervalo de calibração. .............................................94

xiv

ABREVIAÇÕES ANP – Agência Nacional de Petróleo

Aplac – Pacific Laboratory Accreditation Cooperation

AQAP - Allied Quality Assurance Procedures

BIPM - Bureau Internacional dês Poids et Mesures

BPLC – Boas Práticas de Laboratórios Clínicos

CC – Comité Consultatif

CGPM - Conférence Generale de Poids et Mesures

CIECC – Comissão Interamericana para a Educação, Ciência e Cultura

CIECC – Comissão Interamericana para a Educação, Ciência e Cultura

CIPM - Comité Internacional dês Poids et Mesures

CNI – Confederação Nacional das Indústrias

CONMETRO - Conselho Nacional de Metrologia Normalização e Qualidade

Industrial

DOU – Diário Oficial da União

EA – European Cooperation for Accreditation

EUA – Estados Unidos da América

GUM – Guide to the Expression of Uncertainty in Measurement

IEC – International Electrotechnical Commission

ILAC – International Laboratory Accreditation Cooperation

IMAM – Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais

INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

IPEM – Instituto de Pesos e Medidas

ISM - International Management Code for Safety Operation

ISO – International Organization for Standartization

LACTEC – Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento

LNM – Laboratório Nacional de Metrologia

MRA – Acordos de Reconhecimento Mútuo

NIST – National Institute of Standards and Technology

NMI – National Metrology Institute

xv

NR – Norma Regulamentadora

OEA - Organização dos Estados Americanos

OMC – Organização Mundial do Comércio

ONIP - Organização Nacional da Industria de Petróleo

OIML – Organização Internacional de Metrologia Legal

OTAN – Organização do Atlântico Norte

PBQP – Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade

PIB – Produto Interno Bruto

RBC – Rede Brasileira de Laboratórios de Calibração

RBLE – Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaio

SIM – Sistema de Metrologia Inter-Americano

SINMETRO – Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

TBT – Techinal Barriers to Trade

TECPAR – Instituto de Tecnologia do Paraná

VIM – Vocabulário Internacional de Medição

1

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

1.1 – APRESENTAÇÃO

O desenvolvimento e a implantação de modelos de gestão que possibilitem

maior competitividade às organizações tornou-se fundamental a partir da diminuição

das barreiras comercias e pela maior conscientização da sociedade dos seus

direitos, demandando por produtos e serviços com melhor qualidade e preços mais

competitivos. Buscar constantemente a melhoria dos índices de eficácia e eficiência

dos processos produtivos passou a ser vital neste processo de globalização da

economia.

As empresas e organizações que pretendem participar do mercado

globalizado precisam enfrentar muitos desafios, entre eles podemos citar: preços

competitivos, qualidade dos produtos, agilidade, flexibilidade e capacidade de

inovação. Para que estas dimensões sejam atendidas é necessário, entre outras

coisas, investir em qualidade, normalização e estabelecer uma base metrológica que

transforme medições, amostras, calibrações, e ensaios em informações confiáveis

para o processo de tomada de decisão.

A metrologia está diretamente relacionada com o processo produtivo. Desta

forma o gerenciamento da qualidade deve ser complementado por um sistema de

gestão metrológica. Segundo E. P. Neto (1993) o processo de medição é suporte

para a ciência, para identificação e solução de problemas, para controle da produção

e para avaliação de produtos e serviços em todas as áreas da vida humana.

Moscati (1998) cita que a metrologia facilita o comércio, a produção e os serviços,

possibilitando que a competição entre empresas e países, opere em bases mais

transparentes e justas, promovendo uma competição mais ética e sadia. Na área

científica, a metrologia se faz presente nos processos de pesquisas que envolvem

dados quantitativos, sendo que as medições obtidas através de sistemas de

medição devem ser tão confiáveis que não ponham em dúvidas os resultados

alcançados.

2

Na visão de Sturion (2003) a metrologia viabiliza o pleno desenvolvimento

científico e tecnológico; é um componente fundamental para a qualidade, avalia a

conformidade de produtos, processos e serviços; supera barreiras técnicas e protege

o consumidor e o meio ambiente.

A implementação de sistemas de gestão pela qualidade no setor produtivo

impulsionou maior demanda por serviços metrológicos, que refletiu no aumento do

número de laboratórios credenciados pelo INMETRO. Apesar deste fato, atualmente

na região norte fluminense não existe nenhum laboratório de natureza privada, que

esteja credenciado pelo INMETRO, para realizar serviços de calibração de

instrumentos de medição.

Segundo Melo (2000), estudo realizado junto às empresas do Estado do

Paraná diagnosticou que os serviços de calibração de instrumentos de medição

possuem uma importância elevada dentro da indústria, mas apresentam um

percentual inferior de grau de utilização, indicando que mesmo sendo de importância

elevada, os serviços deixam de ser utilizados. Entre os principais motivos apontados

para o baixo investimento em metrologia, destacam-se os preços elevados,

desconhecimento ou falta de informação sobre quem realiza os serviços e prazos

longos de execução.

No setor de Petróleo e Gás Natural, a Organização Nacional da Indústria de

Petróleo (ONIP) junto com Agência Nacional de Petróleo (ANP) realizaram um

trabalho que teve como objetivo principal pesquisar e diagnosticar junto a

fornecedores de bens e serviços para o setor de petróleo e gás natural, quais os

gargalos tecnológicos deste setor.

O trabalho de pesquisa foi realizado em vinte e uma empresas localizadas em

diversos estados da federação, sendo (57%) concentradas nos Estados de São

Paulo e Rio de Janeiro. A pesquisa avaliou pontos relacionados à capacidade da

empresa de competir, prioridades para alcançar o sucesso, principais inibidores para

manutenção ou melhoria do seu negócio e as principais fontes de conhecimento e

de tecnologia.

O citado trabalho definiu como gargalos tecnológicos, os fatores que inibem

tanto as atividades relativas a novos processos e produtos que cheguem ao

mercado quanto os processos e produtos existentes. Os resultados apontados no

trabalho indicam que as empresas pesquisadas não apresentam grandes problemas

3

ou gargalos tecnológicos graves. No entanto, relata-se a existência de alguns pontos

deficientes que estão relacionados com:

• Desenvolvimento de novos produtos e serviços: falta de recursos próprios,

indisponibilidade de financiamentos e pequeno relacionamento com os

centros de pesquisa e universidades, dependência do principal cliente

(Petrobras);

• Capacitação Empresarial: disponibilidade de recurso humano adequado às

necessidades das empresas, necessidade de mudanças nas instalações e

processos de produção;

• Fornecimento de materiais e componentes importados;

• Serviços metrológicos: carência de informações sobre laboratórios

credenciados em determinados segmentos, prazos elevados, preços

praticados considerados caros, calibração de instrumentos, disponibilidade

de padrões de rosca e padrões de dureza;

• Certificação de produtos, sistemas, recursos humanos, ensaios, análises e

testes.

Para os serviços de calibração de instrumentos a pesquisa evidenciou que as

empresas preferem os fornecedores que estejam geograficamente próximos a suas

instalações. Este fato também foi considerado como um fator crítico para solução de

problemas relacionados ao processo produtivo, nas áreas de solda, corrosão,

tratamento térmico, entre outras.

Na área de Recursos Humanos, o referido trabalho sugere a elaboração de

um perfil de conhecimentos e habilidades necessárias para as áreas críticas,

visando a oferta de cursos adequados às demandas do momento.

Finalmente, pode-se afirmar que as organizações por desconhecimento da

importância da metrologia para o processo produtivo e pelas dificuldades em

estabelecer um sistema de confirmação metrológica que atenda aos requisitos

normativos e às exigências legais relacionadas, não avaliam criteriosamente os

investimentos realizados em metrologia.

Conseqüentemente, muitos recursos que poderiam ser direcionados para

melhoria do processo, são alocados na área de medição sem uma análise

detalhada. O gerenciamento dos requisitos metrológicos relacionados com a

4

qualidade dos produtos requer qualificação técnica das pessoas envolvidas, mesmo

nos casos em que a organização decida pela terceirização dos serviços de

calibração.

1.2 – OBJETIVO

O presente trabalho tem como objetivo principal avaliar o gerenciamento dos

principais instrumentos de medição utilizados em empresas dos setores produtivos

de Petróleo e Gás Natural, Açúcar e Álcool, Cerâmico e na área de Laboratórios

Clínicos. Assim este trabalho possui os seguintes sub-objetivos:

• analisar e conhecer os processos produtivos;

• identificar os requisitos metrológicos legais relacionados;

• verificar a situação atual do setor, incluindo uma análise qualitativa da

demanda metrológica;

• propor ações relacionadas ao tema da pesquisa.

Simultaneamente, pretende-se abordar, neste trabalho, o campo da

metrologia como um dos principais fatores que contribuem para o controle eficiente

dos processos produtivos e tecer comentários a respeito do sistema de confirmação

metrológica.

1.3 – MOTIVAÇÃO PARA O TRABALHO

A região norte fluminense é composta pelos municípios de Campos dos

Goitacazes, Carapebus, Cardoso Moreira, Conceição de Macabu, Quissamã, São

Francisco do Itabapoana, São João da Barra e Macaé, ocupando uma área territorial

de 8.724 Km², ou seja, 15,7% do total do Estado. As atividades econômicas destes

municípios abrangem os setores das indústrias, comércio e serviços nas áreas

sucro-alcooleira, petrolífera, bebidas, cerâmica, laticínios, confecções, hospitalar,

dentre outras. Em alguns segmentos desenvolvidos na região, as medições

5

realizadas são de grande importância para o controle do processo produtivo,

podendo afetar a qualidade do produto final.

Nesta região não existe nenhuma empresa credenciada pelo INMETRO que

preste serviço de calibração ou ensaio para a comunidade, acarretando o aumento

dos custos de produção devido aos custos de transporte e tempo de deslocamento

até o fornecedor.

É senso comum que a implantação de sistemas de gestão da qualidade

requer o desenvolvimento da normalização e a implementação da confiabilidade

metrológica. As empresas que buscam competitividade e produtividade necessitam

investir em normalização, qualidade e metrologia de forma que os processos

produtivos permaneçam controlados e produzam com a qualidade requerida.

Convém reconhecer que a área metrológica apresenta requisitos técnicos

mais específicos que os relacionados com a qualidade. Este fato pôde ser

observado durante a implantação e adequação aos requisitos normativos, dos

laboratórios de metrologia da Petrobras instalados na cidade de Macaé. Outro fato

de relevância é a falta de conhecimento da importância da metrologia e dos seus

impactos no gerenciamento dos processos produtivos, apresentados pelos clientes.

A relevância do estudo se dá pelos fatos citados e culminaram na

necessidade de avaliar o estágio atual do gerenciamento metrológico na região e

disseminar os conhecimentos metrológicos relacionados com os requisitos

normativos para certificação de sistemas de qualidade.

1.4 – METODOLOGIA

Barbbie (1999), cita alguns métodos de pesquisas entre os quais destacam-se

experimentos controlados, análise de conteúdo e observação participante. O

primeiro método consiste em determinar ou isolar dois grupos que possuem

características semelhantes tanto quanto possível. Chama-se um grupo de

experimental e ao outro de grupo de controle. A hipótese a ser testada é aplicada ao

grupo experimental e após o teste, o resultado final é comparado ao grupo de

controle.

6

O método análise de conteúdo trabalha com exame sistemático de

documentos, tais como publicações, revistas, etc. Este método apresenta dois

pontos fracos. O primeiro relaciona-se ao fato que os dados analisados podem não

refletir a medida mais apropriada da variável estudada, e o outro se refere às

pontuações aleatórias que são atribuídas as variáveis.

Quando utiliza-se o método observação participante, o pesquisador integra-se

ao evento ou grupo social objeto de estudo. A vantagem neste caso é a

possibilidade de obtenção de informações detalhadas, mas necessita manter

procedimentos sistemáticos de pesquisa a fim de evitar o comprometimento dos

resultados.

Na visão Almeida (2002), pesquisa por amostragem tem por objetivo realizar

afirmações válidas para uma população a partir de uma parcela da população. O

tamanho da amostra contribui para a precisão da pesquisa, isto é, quanto maior

amostra, maior a confiabilidade dos resultados. Determinar a dimensão ideal da

amostra torna-se um fator relevante para o processo.

Ainda segundo o autor, os questionários utilizados no processo de pesquisa

são ferramentas que realizam medições de variáveis ou conceitos. Devem ser não

enviesados, isto é, não deve favorecer sistematicamente determinados resultados.

O trabalho de campo pode ser realizado através da utilização de entrevistador

ou por mala direta. Utilizando-se entrevistador, obtêm-se maior número de respostas

e um percentual menor de erros. Neste caso o treinamento da equipe de campo é

fundamental para o sucesso da pesquisa, possibilitando a ocorrência de poucos

erros de forma a não colocar em questão o resultado da pesquisa.

O tempo de duração da pesquisa de campo para coleta de dados deve ser

estabelecido em consonância com os propósitos do trabalho e considerando as

possíveis restrições de custo, tempo de execução e recursos disponíveis.

A abordagem metodológica utilizada no presente estudo reúne pesquisa

bibliográfica e trabalho de campo junto a setores produtivos da região. A pesquisa foi

desenvolvida a partir da definição dos objetivos, seguida de revisão da literatura,

onde os fatores relevantes para o gerenciamento metrológico foram estudados.

De modo complementar, realizou-se um diagnóstico setorial, onde levamos

em consideração trabalhos semelhantes que foram desenvolvidos por Melo (2000) e

7

pela ONIP (2001), adaptados às peculiaridades dos setores estudados e com

objetivo principal de uma análise qualitativa dos pontos avaliados.

Para a realização do trabalho de campo seguiram-se as etapas de definição

dos objetivos, análise prévia de cada setor a ser pesquisado, estabelecimento da

abrangência ou do tamanho da amostra e elaboração de questionário.

Posteriormente, foram coletados e analisados os dados, sendo identificado,

entre outros pontos, a demanda por serviços metrológicos, e sendo propostas

alternativas para melhoria da confirmação metrológica nos setores avaliados.

1.5 – ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho é composto por seis capítulos estruturados da seguinte forma:

O capítulo 1 trata da introdução, objetivos propostos, fatores que motivaram a

realização do trabalho e descreve os aspectos inerentes à metodologia utilizada na

realização da pesquisa.

O capítulo 2 descreve a evolução da metrologia, apresenta a estrutura

metrológica em nível internacional e nacional, ressaltando o papel do INMETRO no

contexto metrológico, a distribuição dos laboratórios credenciados, a relação entre

globalização e a metrologia e relata as principais barreiras técnicas ao comércio.

O capítulo 3 apresenta um breve histórico da qualidade e os requisitos

normativos relacionados com a metrologia.

O capítulo 4 trata do gerenciamento dos meios de medição e descreve em

linhas gerais as etapas que contemplam o plano de calibração, sendo abordado o

critério de aceitação, a freqüência de calibração e as ações corretivas. Neste

capítulo também são descritos os parâmetros que interferem nas medições.

O capítulo 5 descreve uma análise dos setores pesquisados, as normas

aplicadas aos setores, e os resultados das avaliações e recomendações.

O capítulo 6 apresenta as conclusões da dissertação.

8

CAPÍTULO 2 – METROLOGIA 2.1 – EVOLUÇÃO DA METROLOGIA

De acordo com vocabulário internacional de termos fundamentais e gerais de

metrologia, define-se metrologia como a ciência da medição; abrangendo todos os

aspectos teóricos e práticos relativos às medições, qualquer que seja a incerteza,

em quaisquer campos da ciência ou tecnologia.

Desde os tempos mais remotos, a humanidade tem contato com algum tipo

de metrologia e obtido benefícios na quantificação, observações e no uso de

medições para melhorar a qualidade de vida da população.

Estudos arqueológicos comprovam existência de instrumentos de medição

usados no passado. No ano 3000 ac, existia a unidade padrão cúbica, que foi

utilizada nas construções das pirâmides. O cúbico real egípcio foi estabelecido como

sendo o comprimento do antebraço do Faraó mais o comprimento da palma da mão

dele, que foram transferidas para um pedaço de madeira e tornou-se o primeiro

padrão na área de metrologia dimensional. Na construção da grande pirâmide de

Giza, foi utilizado este sistema de medição que proporcionou uma exatidão de

0,05% em uma distancia de 230 metros.

Moscati (1998) relata que a evolução da metrologia acompanhou as

mudanças que ocorreram na evolução da humanidade e com o desenvolvimento da

revolução industrial, surgiu a necessidade de unificação metrológica. O

estabelecimento da Convenção do Metro em 1875 marcou o início da cooperação

internacional no campo da Metrologia.

A metrologia atua em três grandes áreas, assim divididas: Metrologia Legal,

Metrologia Científica e Metrologia Industrial, com funções e responsabilidades

definidas.

De acordo com a Organização Internacional de Metrologia Legal (OIML), a

metrologia legal trata das unidades de medida, métodos e instrumentos de medição

utilizados nas transações comerciais, bem como os instrumentos de medição

9

relacionados com as áreas de saúde, segurança e meio ambiente. Estes devem ser

submetidos, obrigatoriamente, ao controle metrológico.

Na área de Metrologia Científica, o INMETRO é um dos principais

responsáveis pelo desenvolvimento de pesquisas e metodologias científicas

relacionadas ao mais alto nível de qualidade metrológica. Abrange também a

manutenção dos padrões de medição de referência nacional.

Os sistemas de medição responsáveis pelo controle dos processos produtivos

e pela garantia da qualidade dos produtos finais, incluindo-se a calibração, controle

e manutenção de todo equipamento de medição utilizado na produção, inspeção ou

teste, fazem parte da Metrologia Industrial.

Atualmente o avanço na ciência e na tecnologia, em setores da indústria, tais

como microeletrônica, aeroespacial, nanotecnologia, químico-farmacêutico, petróleo,

automobilístico, biotecnologia, entre outros, exigem o desenvolvimento de padrões

referenciados ao universo subatômico (SOUZA, 2000).

O investimento industrial na área de metrologia tem aumentado

substancialmente nos últimos anos. Semerjian e Watters (2000) afirmam que estudo

realizado na indústria norte-americana de semicondutores mostra que investiram

mais do que U$ 50 milhões em 1990 na área metrológica, em 1996 o valor foi de U$

2,4 bilhões e o investimento projetado para 2001 na faixa de U$ 3,5 à U$ 5,5

bilhões. Conforme o estudo, investimento em metrologia pode ter impacto

significativo, mas percebido em médio prazo. Desta forma, pesquisa e

desenvolvimento de novas tecnologias de medição devem antecipar-se às

necessidades futuras das indústrias.

Nos EUA, aproximadamente 13% do PIB são gastos na área de saúde, sendo

que 20% destes recursos são aplicados na melhoria da confiabilidade dos resultados

laboratoriais. Os reflexos destes investimentos são percebidos, por exemplo, na

diminuição da incerteza dos exames de medição de colesterol, que estava na ordem

de aproximadamente 18% e foi reduzida para faixa de 5,5% a 7,2% (SEMERJIAN;

WATTERS, 2000).

No Brasil, existe uma preocupação dos laboratórios em atender às exigências

do mercado quanto à formalização da credibilidade laboratorial e o entendimento por

parte dos mesmos que os benefícios do credenciamento ultrapassam a questão

10

comercial. Um indicador deste fato é que em 1998 a importação brasileira de

produtos metrológicos movimentou aproximadamente 1 bilhão de dólares.

Sturion (2003) cita que o Ministério da Ciência e Tecnologia destinou 60

milhões de dólares a serem utilizados no período de 1985 a 2004, em projetos

relacionados com o desenvolvimento da estrutura laboratorial, modernização dos

sistemas de metrologia e desenvolvimento de materiais de referência certificados.

Destacam-se ainda, os investimentos realizados pelos fundos setoriais que no

período de 2000 a 2002 investiram em metrologia 56 milhões de reais provenientes

do Fundo Verde e Amarelo e 35 milhões de reais dos Fundos Setoriais de Energia e

Petróleo e Gás.

2.2 - ESTRUTURA METROLÓGICA

Segundo Marban e Harasic (1999) não pode haver desenvolvimento

econômico e social sem desenvolvimento técnico e isto exige envolvimento direto

dos governos, setor privado e da população conjuntamente. Medições confiáveis

devem basear-se em padrões de referência confiáveis e conseqüentemente exigem

uma sólida infraestrutura baseada em um instituto nacional de metrologia que esteja

integrado a organizações internacionais de metrologia.

Os diversos institutos nacionais de metrologia estão interligados aos

organismos internacionais de metrologia conforme apresenta a Figura 1.

11

Figura 1 – Estrutura Internacional Metrológica.

(Fonte: Anais Metrologia 2000, 2000)

A Convenção do Metro estabeleceu a criação do “Bureau International des

Poids et Mesures” (BIPM) como responsável por guardar e manter os padrões

internacionais, coordenar o Sistema Internacional de Unidades (SI) e gerenciamento

internacional da pesquisa em metrologia. Essa convenção sistematizou a “General

Conference on Weights and Measures” (CGPM) e criou o “International Committe for

Weights and Mesures” (CIPM) encarregado de supervisionar os trabalhos do BIPM e

coordenar os trabalhos dos “Consultative Committees” (CCs), que são formados por

cientistas dos laboratórios nacionais que tem como objetivo principal a realização de

pesquisas visando aprimorar a metrologia mundial.

A integração entre os institutos nacionais de metrologia da América Latina

começou a ser discutida em 1971 na Conferência de Brasília, que teve como tema a

Aplicação de Ciência e Tecnologia na América Latina. Em 1972, o tema voltou a ser

discutido no Quarto Encontro da Comissão Interamericana para a Educação, Ciência

e Cultura (CIECC) em Mar Del Plata, Argentina. Neste encontro foi aprovada uma

resolução que convocava os Estados membros a conduzir um estudo sobre o

estabelecimento de um sistema regional de metrologia e calibração.

Convenção do Metro(1875)

General Conference on Weights and MesuresCGPM

International Committee for Weights and MeasuresCIPM

BIPM

Consultative Committees CCs

National metrology institutesNMIs

CIPM/MRA

12

A Organização dos Estados Americanos (OEA) com a colaboração do

Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST), promoveu em 1974 um encontro

internacional sobre metrologia. O resultado deste encontro foi a preparação de um

documento que continha os objetivos, princípios, direção, fundos e funções de um

sistema regional de metrologia e calibração. Participaram ativamente neste projeto a

Argentina, Bolívia, Brasil, Costa Rica, Equador, Jamaica, México, Panamá, Paraguai

e Uruguai. O projeto teve efeitos significativos que alcançaram outros países que

não eram participantes formais, tais como o Chile, Colômbia, Guatemala, Peru e

Venezuela. Ainda segundo Marban e Harasic (1999, p.64) como resultado das

atribuições deste projeto, e com a assistência do Escritório de Ciência e Tecnologia

da OEA, o Sistema de Metrologia Inter-Americano (SIM) constituído de 13 países da

região, foi criado em 1979.

A nível nacional, os diversos países organizam seus sistemas metrológicos

usando diferentes modelos. No Brasil foi instituído, em 1973, um sistema

denominado Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

(SINMETRO), para criar uma infra-estrutura básica de serviços tecnológicos capaz

de avaliar e certificar a qualidade de produtos, processos e serviços, por meio de

organismos de certificação, rede de laboratórios de ensaio e de calibração,

organismos de treinamento, ensaios, e inspeção. (Figura 2)

Figura 2 – Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

(Fonte: site do INMETRO)

INMETRO

DINQP DIMCIDIMEL

DIELEDIAVIDICRLA DITERDIOPT

IRD

LABORATÓRIOS DO INMETRO

ON

DIMEC

REDE BRASILEIRA DE CALIBRAÇÃO

LNMCONMETRO

SISTEMA NACIONAL DE NORMALIZAÇÃO METROLOGIA E QUALIDADE INDUSTRIAL

MICT

13

No Brasil, o Laboratório Nacional de Metrologia (LNM) assumiu a metrologia

industrial, científica e legal, sendo considerado guardião nacional e verificador dos

padrões de referência.

O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

(INMETRO) é o único organismo de credenciamento do SINMETRO, sendo

responsável pelo reconhecimento internacional do Sistema Brasileiro de

Laboratórios de Calibração e de Ensaio. Faz parte de suas funções e

responsabilidades:

• coordenar no âmbito do governo a certificação compulsória;

• articular, com os demais órgãos públicos, as ações que garantem o efetivo

cumprimento da certificação;

• exercer a secretaria executiva do CONMETRO;

• gerenciar o credenciamento de organismos de certificação;

• representar o sistema brasileiro nos foros nacionais e internacionais, visando

o reconhecimento internacional do sistema;

• estabelecer políticas para o credenciamento de organismo de certificação de

sistema da qualidade, produtos, pessoal e de laboratórios de ensaios.

Todo processo de medição deve estar relacionado a uma estrutura

hierárquica que demonstre a rastreabilidade das medições aos padrões primários.

De acordo com o Vocabulário Internacional de Medição (VIM), a rastreabilidade é

propriedade do resultado de uma medição ou valor de um padrão estar relacionado

a referências estabelecidas, geralmente padrões nacionais ou internacionais,

através de uma cadeia contínua de comparações, todas tendo incertezas

estabelecidas. Observa-se na Figura 3 o esquema ideal, em forma de pirâmide, da

rastreabilidade de um sistema de medição.

14

Figura 3 – Esquema de rastreabilidade metrológica (adaptado de Juran, 1992).

2.3 – DISTRIBUIÇÃO DOS LABORATÓRIOS CREDENCIADOS

Apesar do crescimento do número de laboratórios credenciados no Brasil

conforme se observa na Tabela 1, este fato não traz um benefício direto para a

região norte fluminense, uma vez que nesta região não existe nenhum laboratório

credenciado. Na região sudeste concentra-se a maioria das empresas prestadoras

de serviços laboratoriais, Tabela 2.

Tabela 1: Evolução do número de laboratórios credenciados no período de 1992 a 2002

1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Laboratórios de

Calibração credenciados

27 38 54 60 64 83 98 116 138 161 186

Laboratórios de Ensaio

credenciados

37 50 55 59 70 73 84 95 106 115 123

(Fonte: site do INMETRO – Março 2003)

Padrão Internacional BIPM

Padrão Primário INMETRO

Padrão de Referência Laboratórios

Padrão de Trabalho Usuários

15

Tabela 2: Distribuição da quantidade de laboratórios credenciados na região sudeste

Região Sudeste Lab. de Calibração Lab. de Ensaio Total

Rio de Janeiro 28 26 54

São Paulo 103 63 166

Minas Gerais 13 4 17

Espírito Santo 5 - 4

(Fonte: site do INMETRO - Março 2003)

No Estado do Rio de Janeiro encontram-se instalados um número significativo

de laboratórios, localizados geograficamente próximo dos grandes centros da região,

Tabela 3.

Tabela 3 : Distribuição da quantidade de laboratórios credenciados no Estado do Rio de

Janeiro

Cidade Lab. de Calibração Lab. de Ensaio Total

Rio de Janeiro 20 25 45

Petrópolis 5 0 5

São Pedro da Aldeia 2 0 2

Resende 0 1 1

Macaé 1 0 1

(Fonte: site do INMETRO - Março 2003)

Nas Tabelas 4 e 5, observa-se respectivamente a distribuição por área de

atuação dos laboratórios de ensaios e de calibração. Observa-se que o n° de

laboratórios credenciados é maior que o n° de empresas, ou seja, encontram-se

empresas com mais de um laboratório credenciado, este fato relaciona-se a

sistemática de credenciamento que é por tipo de serviço.

16

Tabela 4: Distribuição de laboratório de ensaio por área de credenciamento.

# # # # # # Cepel Senai INT INB IMECON -

CREMATBASF

S. CRUZ

UFRJ CENPES

Automobilístico 1 Clínica 1 1 1

Const. Civil 1 Eletro-Eletrônica 4 Físico/Química 2 1

Mecânico 1 1 1 Meio Ambiente 1 2

Metalurgia 1 Petrquímica 3

Químico 1 Saúde 1 1 Têxtil 1

# Centro Biomédico da Tijuca, # # Laboratório Dr. Sérgio Franco, # # # Laboratório Bronstein

(Fonte: site do INMETRO - Março 2003)

Tabela 5: Distribuição de laboratório de calibração por área de credenciamento.

Cepel Senai IFM RCQ BAENSPA LEKAS BALINORTE INT PUC * ** ***

Dimensional 1 1 1 1 1 1 Eletricidade 1 1 1

Força e Dureza 1 1 1 1 1 Massa 1 Óptica 1

Pressão 1 1 1 1 Temperatura e

Umidade 1 1

Tempo e Freqüência

1

Viscosidade 1 Volume e Massa

Específica 1 1 1 1

* Hexolab, ** Petrobras, *** Control-lab

(Fonte: site do INMETRO - Março 2003)

17

2.4 - GLOBALIZAÇÃO E A METROLOGIA

Na atualidade o comércio internacional vem sofrendo várias modificações,

sendo uma delas a queda das barreiras tarifárias e o incremento cada vez maior das

barreiras não tarifárias, que são constituídas por barreiras técnicas e não técnicas.

As barreiras técnicas compreendem as áreas de Normalização, Regulamentação

Técnica e Avaliação da Conformidade, sendo estas áreas fortemente relacionadas

com as questões metrológicas. A Figura 4 demonstra a estrutura de barreiras ao

comércio.

Figura 4 – Barreiras ao Comércio (Fonte: Kochsiek, M.,Odin, 2001)

As tarifas comerciais segundo Seiler (2000) vêm sendo derrubadas durante os

anos, sendo que a média aplicada para bens era de 40% em 1947 e em 1994 com a

Rodada do Uruguai, essa média caiu para menos de 4%. Praticamente todos os

produtos e serviços produzidos pelos 136 países membros da Organização Mundial

do Comércio (OMC) estão cobertos por algum tipo de acordo.

A OMC criou o Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio, conhecido como

TBT (Techinal Barriers to Trade). Conforme Seiler (2000) este acordo prevê regras

para assegurar que padrões, regulamentos técnicos e procedimentos para avaliação

da conformidade não sejam obstáculos para o comércio e devem ser transparentes,

Barreiras ao Comércio

Barreiras Tarifárias Barreiras não Tarifárias

Não Técnicas Técnicas

Unidades Físicas Especificação de Produtos Certificado de Teste Conformidade

18

não discriminatórios e, se possível, baseados em padrões internacionais. Estabelece

que cada país signatário deve criar um centro de informações sobre normas,

regulamentos técnicos e procedimentos de avaliação da conformidade, visando

eliminar as barreiras ao comércio internacional e sendo capaz de responder aos

questionamentos dos países signatários. Estes centros de informações são

chamados de Enquiry Point (ou Ponto Focal). No Brasil, o INMETRO é o

responsável por ser o Enquiry Point.

Bueno (1998) cita que os países desenvolvidos criam vários obstáculos para o

consumo de produtos oriundos dos países em desenvolvimento, questionando a

confiabilidade de seu sistema metrológico e em última análise a qualidade final do

produto. Como exemplo, pode-se citar a indústria aeronáutica brasileira, que vem

sendo obrigada a demonstrar nos Estados Unidos a confiabilidade do seu sistema

metrológico.

Souza (2000) afirma que à redução de tarifas comercias proporcionou um

progressivo crescimento de barreiras não-tarifárias, em particular de barreiras

técnicas que englobam um conjunto de funções tecnológicas (Metrologia,

Normalização e Avaliação da Conformidade) encadeadas entre si que necessitam

receber investimentos para aperfeiçoamento e capacitação, mas não serão capazes

de contribuir para a melhoria da capacidade competitiva das empresas e do país se

autoridades, empresários, acadêmicos, trabalhadores e consumidores não estiverem

atentos a esses processos.

Segundo Kochsiek e Odin (2001) a maioria dos serviços e produtos estão

sujeitos a barreiras comerciais, tais como produtos agrícolas, produtos industriais e

as diversas formas de comércio eletrônico. A redução destas barreiras é um objetivo

comum entre os diversos setores da economia mundial. Neste sentido, organizações

mundiais de metrologia têm discutido diversos pontos que possam contribuir para

minimizar os impactos causados pelas barreiras técnicas.

2.5 – BARREIRAS TÉCNICAS AO COMÉRCIO

A disponibilidade de serviços laboratoriais credenciados conforme a norma

ISO/IEC 17025, a qual diz que qualquer laboratório no mundo que atenda aos

requisitos desta norma pode ser considerado competente para produzir resultados

19

confiáveis no ponto de vista técnico, possibilita aos usuários a diminuição dos custos

e remoção de possíveis barreiras técnicas.

Outro fator importante que contribui para redução das barreiras técnicas é o

reconhecimento junto aos organismos internacionais, tais como BIPM, International

Laboratory Accreditation Cooperation (ILAC), European Accreditation (EA) da

estrutura de avaliação da conformidade existente no País. Estes reconhecimentos

tornam-se fundamentais para os exportadores e quando não existe, a

competitividade fica comprometida pelos custos associados a múltiplos ensaios e a

múltiplas certificações. Pesquisas realizadas mostram que o atendimento aos

requisitos de ensaios, certificação e adaptação de produtos para os diversos

mercados consumidores oneram os custos dos produtos na faixa entre 2 a 10% .

Os Acordos de Reconhecimento Mútuo (Mutual Recognition Agreement –

MRA) tem como pontos essenciais:

• reconhecimento mútuo de padrões de medida nacionais, calibração e

certificados emitidos pelos Institutos Nacionais de Metrologia;

• comparações chaves (estudo para determinar o grau de equivalência entre

padrões nacionais e capacidade de medição) disponíveis no BIPM;

• operação com base em sistema da qualidade conforme a norma ISO/IEC

17025.

O MRA evita que os produtos testados em laboratórios credenciados em

determinado país tenham que ser novamente submetidos a ensaios nos seus

mercados de destino. Estes acordos fundamentam-se na aceitação, por ambas as

partes, dos resultados apresentados, que tiveram os seus processos internos

avaliados e reconhecidos. O reconhecimento internacional traz ganhos para as

empresas e países através da redução do número de avaliações e

conseqüentemente do custo, possibilita produtos mais competitivos, aumento das

exportações, reconhecimento da infra-estrutura tecnológica e atendimento aos

princípios do acordo TBT da OMC.

H. R. Filho (2000) afirma que no Brasil, o INMETRO possui o reconhecimento

junto a European Cooperation for Accreditation (EA), International Laboratory

Accreditation Cooperation (ILAC) e Pacific Laboratory Accreditation Cooperation

(APLAC), como organismo de credenciamento de laboratórios de calibração e de

20

ensaios, possibilitando que as acreditações laboratoriais no Brasil sejam aceitas

pelos países signatários destes acordos.

Conforme citado por Sturion (2003), a aceitação de resultados, no âmbito dos

acordos de reconhecimento mútuo, não tem sido automática, principalmente nos

casos em que os requisitos provenientes de regulamentos técnicos são

compulsórios por força de uma agência de Estado, exigindo em geral que a

demonstração da conformidade a eles ocorra por organismos do próprio país.

Segundo Sturion (op. cit), os acordos de reconhecimento mútuo tem grande

importância na equivalência dos sistemas de medição e de credenciamento, o que

significa para o exportador que os ensaios dos produtos, quando repetidos no país

de destino, apresentarão resultados equivalentes. A base para esta garantia está

relacionada com a rastreabilidade internacional das medições e a demonstração de

competência técnica.

A implementação do Sistema Internacional de Unidades (SI) por todos os

países como padrão para determinação das unidades físicas não foi alcançado, o

que torna uma dificuldade para as organizações que pretendem exportar e

conseqüentemente uma barreira ao comércio. Kochsiek e Odin (2001) afirmam que

esta falta de padronização pode trazer sérios problemas. Como exemplo pode-se

citar o fracasso da missão Mart Climate Orbiter em 1999, na qual o satélite foi

lançado fora da órbita estável e conforme relatório de investigação a causa básica

do insucesso foi que os centros de controles localizados em Denver e Pasadena,

utilizaram-se de diferentes unidades de medida. Enquanto o primeiro usou metros e

quilograma, o outro usou pés e libras.

Conforme Kochsiek e Odin (2001) a implementação de um sistema de

medição global é um desafio que pode ser alcançado desde que algumas premissas

sejam atendidas, das quais citam-se:

1. Exista rastreabilidade metrológica Horizontal e Vertical

2. Estimativa da incerteza de medição com base na ISO GUM

3. Ocorram comparações interlaboratoriais

4. Sistemas da Qualidade de acordo com ISO/IEC 17025

5. Participação em comitês técnicos

6. Cooperação de informações a nível internacional

21

Dificuldades relacionadas à falta de recursos financeiros por parte dos

National Metrology Institute (NMI) e desinteresse por razões políticas e econômicas

são pontos que podem dificultar a implementação de um sistema de medição global.

Também se considera como barreira técnica à avaliação da conformidade,

que é um exame sistemático do grau de atendimento por parte de um produto,

processo ou serviço aos requisitos especificados. Ela contribui para o

desenvolvimento empresarial pelo aumento da competitividade e possibilita ao

consumidor maior segurança. Os sistemas de avaliação da conformidade existem

em nível regional, nacional e internacional. Quando trata-se de avaliação da

conformidade de produtos, vários métodos podem ser utilizados dependendo da

finalidade, tipo de produto, regulamentação legal ou requisito contratual.

Conformidade de sistemas é utilizado quando existe a necessidade de se

demonstrar que um sistema organizacional trabalha de acordo com os requisitos

especificados. A avaliação periódica de sistemas fortalece a melhoria contínua dos

processos empresariais. As normas NBR ISO 9000, NBR ISO 14000, QS 9000 e BS

8800 são utilizadas para avaliação de sistemas. Estas normas possuem

características e aplicações específicas, sendo que todos possuem requisitos que se

relacionam com a metrologia.

Segundo a literatura algumas áreas, tais como saúde, agricultura, nuclear e

aeronáutica, a nível nacional, utilizam-se de avaliações da conformidade. A nível

internacional os sistemas de avaliação mais relevantes são BPLC – Boas Práticas

Laboratórios Clínicos, Sistema da Comissão Econômica para a Europa, Sistema da

Associação Internacional de Ensaios de Grãos e Sistema da Organização Marítima

Internacional.

A Organização Marítima Internacional estabelece que as empresas devem

desenvolver, implementar e manter um Sistema de Gerenciamento de Segurança

(SMS) aplicável tanto para as companhias de navegação quanto para os navios e

plataformas de petróleo.

Cita-se como exemplo da utilização de sistemas de avaliação da

conformidade as unidades marítimas da Petrobras localizadas na Bacia de Campos

que foram certificadas no sistema ISM e nas normas NBR ISO 1400 e BS 8800,

atendendo desta forma requisitos contratuais e buscando a otimização do processo

22

gerencial, possibilitando a redução dos custos operacionais, ganhos de

produtividade, melhores condições de trabalho e maior proteção ao ambiente.

Segundo Frota (1999), a partir do estabelecimento dos acordos de

reconhecimento mútuo entre nações, as evidências técnicas de competência

metrológica passam a prevalecer em relação aos acordos políticos. O fortalecimento

da capacidade metrológica torna-se investimento para a competitividade. Nesta nova

ordem a metrologia passa a ser indutora do processo de qualidade.

No gerenciamento dos sistemas de produção, principalmente aqueles que

possuem como objetivo a certificação, tem-se continuamente a interação entre a

qualidade, normalização e metrologia. Identificar e compreender as exigências

normativas torna-se fator primordial.

23

CAPÍTULO 3 – QUALIDADE, NORMALIZAÇÃO E METROLOGIA

A contribuição do desenvolvimento da metrologia no gerenciamento dos

processos é um componente importante no aprimoramento da qualidade onde, de

acordo com a CNI, a gestão metrológica possibilita:

• Redução na variação das especificações técnicas dos produtos. Produtos

mais uniformes representam uma vantagem competitiva em relação aos

concorrentes.

. • Prevenção dos defeitos. A redução de perdas pela pronta detecção de

desvios no processo produtivo evita o desperdício e a produção de

rejeitos.

• Compatibilidade das medições. Quando as calibrações são referenciadas

aos padrões nacionais, ou internacionais, asseguram atendimento aos

requisitos de desempenho.

3.1 – BREVE HISTÓRICO DA QUALIDADE

O conceito de qualidade vem alterando-se nos últimas décadas. De acordo

com Almeida (1998), a partir da revolução Industrial surgiu a inspeção final do

produto acabado como forma de verificar a qualidade do produto. O inspetor

verificava 100% da produção e separava os produtos defeituosos direcionando-os

para retrabalho ou refugo. Na década de 30, a definição de qualidade estava

relacionada com o controle estatístico do processo, que teve como precursor os

estudos do norte-americano Walter A. Shewhart.

Para Bulgacov (1999), a qualidade dos produtos iniciou-se pela inspeção final

do produto acabado, sendo uma filosofia que evita perdas com a “não-qualidade”,

limitando-se apenas a corrigir os erros cometidos. Ainda segundo o autor, a

evolução do processo de qualidade passou a seguir pelo Controle Estatístico da

Produção, que tinha como foco principal o controle das pequenas variações do

processo para que o produto final estivesse conforme os requisitos estabelecidos.

24

Ainda segundo Almeida (1998), um dos grandes marcos da evolução da

qualidade foi o advento da Segunda Guerra Mundial onde o Governo dos Estados

Unidos devido à multiplicidade de fornecedores e a grande demanda por produtos

bélicos, definiu critérios de qualidade que o setor industrial norte-americano

deveriam atender.

Maranhão (1996) cita que o departamento de defesa dos EUA passou a exigir

em 1959 que os fornecedores das forças armadas atendessem aos requisitos da

norma MIL STD Q-9858 – Quality Program Requirements. Paralelamente a OTAN

desenvolveu grande esforço de normalização com objetivo de melhorar a

confiabilidade e eficácia do material bélico adquirido de diferentes fornecedores, o

resultado deste trabalho foi a publicação das normas AQAP (Allied Quality

Assurance Procedures – Procedimentos de Garantia da Qualidade da OTAN).

O novo marco da evolução da qualidade citado por Almeida (1998), surgiu na

década de 60, quando os consumidores dos países desenvolvidos passaram a

demandar produtos diferenciados. Nesta fase qualidade significava “satisfação dos

clientes” na visão japonesa e “adequação ao uso” na visão de Juran. A próxima fase

caracterizou-se pela garantia da qualidade e surgiram as normas de Sistemas de

Garantia da Qualidade.

Na visão de Bulgacov (1999), a competição mais severa entre as

organizações proporcionou uma mudança em relação à visão de qualidade,

passando a exigir um comprometimento de toda a estrutura organizacional, cabendo

liderança deste processo à alta administração e envolvendo os fornecedores, força

de trabalho e clientes. A Qualidade passa ser de responsabilidade de todos,

buscando sempre o aperfeiçoamento contínuo dos processos. Esta fase conhecida

como “Qualidade Total” não descarta as etapas anteriores de inspeção e controle

estatístico.

Ainda segundo Bugacov (1999) vários modelos de “Qualidade Total” foram

estabelecidos pelos governos e especialistas, e encontram-se disponíveis para as

organizações, podendo citar: Prêmio Nacional de Qualidade (Brasil), Malcolm

Baldrige National Award (EUA), Deming (Japão), entre outros. A organização que

implementa e mantém a filosofia da “Qualidade Total”, deve atender às

necessidades das partes interessadas (stakeholders), sejam elas, clientes,

fornecedores, acionistas, empregados e sociedade.

25

Cerqueira (1994) define qualidade sob dois pontos de vista: o primeiro do

cliente: Adequação ao Uso; e o segundo do fornecedor: Satisfação do Cliente. Para

o autor, para se atingir a satisfação do cliente é necessário o atendimento de um

conjunto de aspectos conhecidos como Dimensões da Qualidade que incluem

Qualidade Intrínseca, Custo, Atendimento, Moral e Segurança.

Davis (2001) cita que David Garvin identificou oito dimensões para a

qualidade: desempenho, características, confiabilidade, durabilidade, atendimento,

estética, qualidade percebida e conformidade.

Para Campos (1992) um produto ou serviço de qualidade é aquele que

atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no

tempo certo às necessidades do cliente.

A norma NBR ISO 9000 (2000) – Fundamentos e vocabulários – possui a

seguinte definição para qualidade: grau no qual um conjunto de características

inerentes satisfaz a requisitos. Ainda de acordo com a norma as características

podem ser de vários tipos, tais como físicas, sensoriais, comportamentais,

temporais, ergonômicas e funcionais.

O trabalho de Garvin (1990) descreve as definições para qualidade na visão

de Crosby, Deming, Juran:

• Crosby - Qualidade é a conformidade do produto às especificações.

• Deming – Qualidade é tudo aquilo que melhora o produto do ponto de vista

do cliente.

• Juran - Qualidade é adequação ao uso.

No Brasil a importância da qualidade passou a ter maior evidência a partir de

1990 com o lançamento do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade

(PBQP). Mascarenhas (2000) afirma que a adoção do programa pelo setor industrial

proporcionou um extraordinário crescimento da qualidade do produto brasileiro e da

produtividade nacional. O primeiro momento do PBQP focalizava a sensibilização da

classe empresarial para a qualidade que passava a ser uma questão de

sobrevivência. O segundo momento está relacionado à normalização, metrologia,

avaliação da conformidade e na busca de maior competitividade.

26

Este aspecto é ressaltado também por Kakuta (2000), afirmando que o PBQP

tem como meta para o futuro um trabalho intenso de normalização, desenvolvimento

metrológico e análise da conformidade que são importantes ferramentas para

eliminação de barreiras e facilitação de negócios.

Os consumidores possuem um papel fundamental no aprimoramento do

processo produtivo, pois sendo mais exigentes, fazem com que os setores

produtivos invistam cada vez mais na melhoria da qualidade dos produtos. Segundo

a Confederação Nacional das Industrias (CNI) os fatores que contribuíram para o

aperfeiçoamento nas relações comerciais são:

• A promulgação da Lei n° 8.078, de 11 de setembro de 1990,

estabelecendo o Código de Proteção e Defesa do Consumidor,

considerado um dos mais avançados do mundo;

• Processo de abertura política ocorrido no país, que induziu ao resgate da

cidadania, com maior clareza pelos cidadãos quanto aos seus direitos e

responsabilidades;

• Processo de abertura econômica que propiciou, com a entrada de

produtos importados, maiores e, em alguns casos, melhores alternativas

de escolha;

• A estabilização econômica, que propiciou ao cidadão maior noção de valor

do dinheiro, relativamente ao benefício do produto comprado, bem como a

escolha entre alternativas e priorização dos bens a serem comprados.

Segundo Bulgacov (1999), as mudanças nos padrões de exigências da

sociedade, nas tecnologias e nas condições políticas e geopolíticas, levam as

empresas a repensarem os modelos de gestão e almejar maior competitividade.

Ainda segundo o autor, no Brasil, o índice de rejeição de produtos na fabricação é

muito superior a média mundial, visão interna da organização. Em relação ao

percentual de produtos que apresentam defeitos durante o período de garantia,

visão externa da organização, é de 1,9%, enquanto a média mundial é 0,02%,

conforme estudo realizado pelo IMAM.

O desenvolvimento de ações que trilhem a competitividade tornou-se

fundamental neste cenário adverso. Fatores tais como: visão cliente por nicho de

27

mercado, redução de níveis hierárquicos, rapidez, qualidade, capacitação

tecnológica, inovação e redução de custos, devem ser trabalhados em prol do

sucesso empresarial. O desdobramento da Qualidade reflete na otimização dos

processos, valorização da mão de obra, monitoramento e medição, normalização e

desenvolvimento da metrologia.

3.2 - REQUISITOS NORMATIVOS RELACIONADOS COM A METROLOGIA

A partir da década de 90 um número cada vez maior de organizações tem

buscado através da implementação dos conceitos da qualidade a melhoria dos

processos, produtos e serviços, como forma de garantir a sobrevivência no ambiente

de negócio altamente competitivo.

Neste período, os clientes tornaram-se mais exigentes e em alguns casos,

requisitos contratuais relacionados com a certificação dos sistemas da qualidade dos

fornecedores passaram a existir. Segundo a International Organization for

Standartization (ISO) até dezembro de 2000 a certificação de sistemas da qualidade

com base nas normas da família ISO 9000, atingiu 408.631 organizações em setores

públicos e privados em pelo menos 158 países.

O atendimento aos requisitos de certificação tem como premissa alguns itens,

tais como, o desenvolvimento de procedimentos operacionais que possibilitem a

organização e padronização das atividades laborais, a identificação e mapeamento

dos processos, a qualificação das pessoas, o tratamento das não conformidades e o

controle dos instrumentos e sistemas de medição.

Para Theisen (2000), as calibrações periódicas permitem além de assegurar o

atendimento a requisitos contratuais, a redução das tolerâncias do processo,

permitindo produzir produtos mais uniformes o que representa uma vantagem

competitiva em relação aos concorrentes.

O controle metrológico é um dos itens que mais geram não-conformidade no

processo de auditoria de certificação, sendo conseqüência da falta de conhecimento

da importância que o mesmo traz para o controle efetivo dos processos. Todos

instrumentos utilizados e que impactam na qualidade dos produtos precisam ser

controlados, o que significa conhecer seus erros, possuir um certificado de

calibração que demonstre a rastreabilidade a padrões nacionais ou internacionais,

28

analisar os resultados e aplicar correções quando necessário. O controle destes

instrumentos se faz necessário para garantir que os produtos produzidos estejam de

acordo com as especificações.

O impacto da qualidade das informações é de vital importância para tomada

de decisão gerencial. Segundo Willian Edwards Deming “o que se registra ao final de

uma determinada operação de medição é o último produto de uma longa série de

operações, desde a matéria-prima até a operação de medição propriamente dita. A

medição é, pois, a parte final deste processo. Assim, do mesmo modo como é vital

controlar estatisticamente as outras partes deste processo, é vital controlar-se

estatisticamente o processo de medição; caso contrário, não há medida que tenha

significado comunicável”.

Os organismos de normalização nacional e internacional, (podendo citar:

INMETRO, International Organization for Standardization (ISO), International

Electrotechnical Commission (IEC), Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT)), enfocam através de normas especificas ( tais como: NBR ISO 9001, NBR

ISO 10012, NBR ISO 14001, NBR ISO 17025 e NR-13) o gerenciamento da

qualidade metrológica como um dos pré-requisitos para o reconhecimento da

qualidade dos processos e conseqüentemente a Certificação do Sistema da

Qualidade.

A norma NBR ISO 9001 (2000), no requisito 7.6, descreve que “a organização

deve controlar, calibrar e manter aqueles dispositivos de medição e monitoramento

usados para demonstrar a conformidade do produto e/ou serviço com os requisitos

especificados”. Na área ambiental, a norma NBR ISO 14001 (1996) no requisito

4.5.1, determina que a organização deve manter calibrados os equipamentos de

monitoramento das atividades que podem ocasionar um impacto significativo nas

condições ambientais.

O código de defesa do consumidor no Artigo 39 cita que “é vedado ao

fornecedor de produtos e serviços: colocar, no mercado de consumo, qualquer

produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais

competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de

Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de

Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO)”. Percebe-se que o

29

fornecedor necessita investir na qualidade do processo e desta forma em metrologia

para garantir a conformidade dos produtos aos requisitos especificados.

A grande dificuldade que ocorre nas empresas é como operacionalizar e

gerenciar os meios de medições disponíveis a fim de obter um melhor retorno dos

investimentos realizados.

CAPÍTULO 4 - GERENCIAMENTO DOS MEIOS DE MEDIÇÃO

O controle eficiente dos processos produtivos requer uma análise detalhada

dos instrumentos de medição utilizados. O desenvolvimento de um sistema de

confirmação metrológica que garanta que os sistemas de medições produzam

resultados confiáveis é fundamental para garantir a qualidade dos produtos,

segurança das instalações e das pessoas envolvidas, o controle operacional e a

proteção ao meio ambiente.

A confirmação metrológica é um conjunto de operações necessárias para

assegurar que um dado equipamento de inspeção, medição e ensaio, está em

condições de conformidade com os requisitos especificados para uso.

As organizações necessitam avaliar sobre a viabilidade de investir (pessoal

qualificado, equipamentos apropriados, ambiente adequado, etc) na implementação

de um laboratório de metrologia que atenda às suas necessidades ou optar pela

contratação destes serviços. Dependendo do quantitativo de instrumentos e das

características do processo produtivo, a segunda opção é a mais sensata. Neste

caso, o investimento está diretamente ligado à qualificação do recurso humano para

a gestão dos meios de medição e na difusão da cultura metrológica entre os seus

usuários.

Na visão de Beckert (2000), a opção pela terceirização requer a

disponibilidade de pessoal técnico qualificado para gerenciar o controle dos

equipamentos de medição, selecionar, monitorar e avaliar os serviços de calibração

contratados.

Segundo Silva e Campos (2002), a contratação dos serviços metrológicos

deve ser realizada junto a laboratórios credenciados pelo INMETRO. O

credenciamento é o instrumento que formaliza, perante o mercado, a credibilidade

30

de um laboratório de calibração e de ensaio. Este processo reconhece a

competência técnica do laboratório, através de uma avaliação independente,

(terceira parte), garantindo que os resultados dos serviços de calibração e de

ensaios sejam confiáveis. Possui um caráter voluntário e concedido para uma gama

de serviços.

4.1 - PLANO DE CALIBRAÇÃO

A base de um sistema de confirmação metrológica é a definição de um plano

de calibração que contempla todos os pontos necessários e relevantes, de forma a

garantir que os instrumentos estejam controlados. O macrofluxo da Figura 5

apresenta um exemplo que contempla as fases principais de um plano de calibração.

Nos próximos pontos tem-se um breve comentário sobre algumas etapas do plano

de calibração, tais como Critérios de aceitação, Frequência de calibração e Ações

corretivas.

Figura 5 – Macrofluxo de um plano de calibração.

Definir o que medir

Definir critérios de aceitação

Listar equipamentos

Definir fornecedores

Identificar equipamentos

Definir freqüência de

calibração

Enviar para calibração

Receber equipamento/

certificado

Avaliar resultados

Arquivar registros

Disponibilizar equipamento

Ação corretiva

FIM

Sim

Não

Equipamento conforme

31

4.1.1 – O QUE MEDIR

Uma avaliação do processo produtivo deve ser realizada para definir os

pontos críticos de controle (PCC), as características da grandeza a ser medida,

como medir, as tolerâncias do processo e a incerteza de medição dos equipamentos

utilizados.

Pontos críticos de controle (PCC), são locais onde existem equipamentos de

monitoração e controle de processo que impactam o Sistema de Gestão (Qualidade,

Meio-Ambiente, outros) Bureau Veritas (1994).

Neste trabalho propomos utilizar como definição para PCC o local, no

processo produtivo, onde requer que exista um sistema ou instrumento de medição

para garantir a conformidade de atendimento aos requisitos especificados nas

dimensões de Qualidade, Segurança, Meio-Ambiente e Saúde (QSMS).

Identificado os pontos críticos de controle deve-se classificar os instrumentos

de medição instalados nestes locais em críticos ou não críticos. Quando um

instrumento é classificado como instrumento crítico (IC), o mesmo deve ser sujeito à

confirmação metrológica. O fluxograma da Figura 6 apresenta uma sistemática para

classificação dos instrumentos.

Figura 6 – Modelo para classificação de instrumentos críticos.

Instrumento a ser classificado

Há exigência normativa ?

Instrumento impacta na QSMS ?

Instrumento impacta na produção ?

Instrumento Crítico

Instrumento Não Crítico

Sim

Sim

Sim

Não

Não

Não

32

O processo de avaliação de PCC possibilita obter um melhor resultado na

relação custo/benefício, pois quanto maior o número de instrumentos calibrados

maior o valor investido. Em casos específicos, algumas empresas consideram que

todos os instrumentos de uma determinada atividade são críticos.

4.1.2 - CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO

A definição de um critério de aceitação para utilizar como parâmetro de

avaliação dos resultados apresentados nos certificados de calibração dos

instrumentos de medição possibilita garantir a qualidade do processo de medição.

Não existe uma fórmula específica para estabelecer um critério, deve-se levar

em consideração a tolerância do processo que pode ser obtido com base em normas

e/ou especificações aplicáveis para o produto. Recomenda-se utilizar um fator de

segurança que normalmente varia entre 1/3 a 1/10 da tolerância. (NBR ISO 10012-1,

1993)

4.1.3 - FREQÜÊNCIA DE CALIBRAÇÃO

Os instrumentos de medição devem ser calibrados dentro de uma

periodicidade específica que pode estar relacionada a prazos fixos ou variados. Em

alguns casos a freqüência de calibração pode estar relacionada com requisitos

legais ou técnicos. A relação entre os prazos e os custos dos serviços de calibração

considera-se um fator importante, mas não deve expor a riscos a confiabilidade do

sistema de medição.

As condições de uso, propósito e estabilidade dos instrumentos de medição

são pontos básicos para determinar a freqüência de calibração. Estes pontos podem

ser desdobrados em diversos fatores tais como tipo de equipamento, recomendação

do fabricante, extensão e severidade de uso, condições ambientais e exatidão

requerida.

Atualmente, os prazos e ajuste de intervalos de calibração são definidos na

maioria dos casos por critérios de cada organização. Apesar de existir alguns

33

métodos padronizados, ainda não existe um consenso de qual é o melhor. O bom

senso, a boa prática e análise histórica dos resultados devem ser utilizados.

O trabalho de Novaski e Franco (2000), faz uma comparação entre os

métodos denominados pela literatura como A1, A2, A3, A4 e Schumacher. O

resultado apresentado diz que há divergência na determinação do ajuste do intervalo

de calibração e os métodos citados consideram apenas o estado de conformidade

dos instrumentos para estabelecer os intervalos, não podendo concluir se um

método é melhor em relação a outro.

Alguns laboratórios utilizam a determinação da periodicidade de calibração

por famílias de instrumentos e se considera inicialmente um prazo fixo até a 3ª

calibração, onde com base no histórico faz-se uma avaliação do comportamento do

instrumento podendo alterar o prazo inicial estimado.

O anexo II deste trabalho apresenta uma tabela de recomendação genérica

por tipo de equipamento.

4.1.4 - AÇÕES CORRETIVAS

O gerenciamento metrológico deve prever quais as ações corretivas que

devem ser tomadas quando ocorrem não conformidades. Esta prática aplica-se nos

casos em que os instrumentos não atende aos critérios de aceitação definidos ou

apresentam-se incompatíveis com possíveis modificações que ocorram nos

processos. Faz-se necessário tomar providências que em algumas situações

incluem direcionar o instrumento para manutenção e posterior calibração,

substituição, envio para alienação ou realocar para outro ponto do processo no qual

os critérios de aceitação sejam mais dilatados.

4.2 – PARÂMETROS QUE INTERFEREM NAS MEDIÇÕES

O resultado de uma medição pode ser influenciado por diversos parâmetros

conforme demonstra a Figura 7. Quando as medições são realizadas em

laboratórios de calibração primários ou secundários estes parâmetros são mais

34

exigentes, pois neste caso procura-se a menor incerteza de medição independente

da aplicação do instrumento de medição.

Figura 7 – Principais parâmetros que influenciam no resultado das medições

Avaliar cada um desses parâmetros requer um esforço concentrado que

resultará em maior confiabilidade do resultado da medição. Saber qual a grandeza

será medida é uma premissa básica para correta seleção do instrumento de

medição. O ambiente no qual o instrumento de medição ou sistema de medição está

ou será inserido não deve comprometer o resultado da medição. As pessoas devem

estar treinadas nos procedimentos e conhecer os métodos de medição utilizados.

Deve-se estabelecer método e procedimento de ensaio e/ou calibração que

preferencialmente tenha sido publicado em normas nacionais ou internacionais e

que seja compatível com as necessidades operacionais, conforme norma NBR ISO

17025. Os procedimentos devem ser documentados e mantidos atualizados,

estando disponível para os usuários, a fim de garantir a consistência de utilização

entre uma aplicação e outra.

Os equipamentos utilizados nos sistemas de medição devem possuir

características metrológicas específicas para aplicação requerida, tais como faixa,

resolução, exatidão e estabilidade. A documentação contendo os dados dos

equipamentos, instruções de operação, relatórios de verificação e os resultados de

ensaio e/ou calibração devem ser mantidos arquivados por um período especificado,

que pode depender de requisitos contratuais, legais ou conforme definido no sistema

da qualidade.

Resultado de medição

Equipamentos

Método de medição

Pessoas

Procedimentos

Ambiente

Incerteza de Medição

Grandezas de medição

35

4.2.1 INCERTEZA DE MEDIÇÃO

O parâmetro que normalmente apresenta maior dificuldade para as pessoas

que necessitam expressar o resultado de uma medição é o cálculo da incerteza

associada ao resultado da medição. De acordo com o Vocabulário Internacional de

Metrologia (VIM), incerteza de medição é um parâmetro associado ao resultado de

uma medição, que carateriza a dispersão dos valores que podem ser

fundamentadamente atribuídos a um mensurando. Ainda conforme o VIM,

mensurando é a grandeza específica submetida à medição.

A incerteza de medição associada às estimativas de entrada pode ser

agrupada em duas categorias baseadas no seu método de avaliação: Tipo A e Tipo

B. A incerteza de medição do Tipo A é estimada com base na distribuição estatística

dos resultados das séries de medições sob condições de repetitividade. Para

avaliação das incertezas do Tipo B, consideram-se outros meios que não a análise

estatística de uma série de observações, tais como dados das literaturas, das

medições anteriores, dos certificados dos padrões e características do fabricante.

Ambos os tipos de avaliação são baseados em distribuições de probabilidade

e os componentes de incerteza resultantes de cada tipo são quantificados por

variâncias ou desvios padrão. Na determinação da incerteza dos resultados de

medição é importante que se adote um procedimento único que tenha validade entre

as instituições nacionais e internacionais, ou seja, que esteja em conformidade com

o Guia para expressão da incerteza de medição (ISO GUM).

36

CAPÍTULO 5 – AVALIAÇÃO DOS SETORES PRODUTIVOS

Neste capítulo apresentamos os resultados deste trabalho. Inicialmente são

apresentadas considerações gerais dos setores a serem avaliados, e são

relacionadas as principais normas relativas. Após, são apresentados os resultados e

conclusões relativos à aplicação de um questionário, utilizado para apoiar uma

análise de questões relacionadas com as áreas de metrologia, qualidade e

normalização. Finalizando são realizadas algumas sugestões para os setores

considerados.

5.1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS 5.1.1 – SETOR SUCRO-ALCOOLEIRO

O setor sucro-alcooleiro da região norte–fluminense é composto atualmente

por oito usinas de açúcar, formando um parque industrial instalado que nos últimos

anos está com capacidade produtiva ociosa devido à escassez de matéria-prima,

segundo DIAS (2001). Apesar das dificuldades apontadas pelos gerentes destas

usinas, durante as entrevistas, verificou-se que algumas usinas estão investindo na

automação dos processos como forma de melhorar a produtividade e a qualidade

dos produtos.

Os principais produtos deste setor são açúcar e álcool e atualmente a

produção de açúcar desta região destina-se também ao mercado externo. Neste

caso, as usinas que produzem o açúcar tipo exportação necessitam atender a

requisitos muito mais exigentes do que aqueles referentes ao mercado nacional.

Estes requisitos normalmente definidos pelo comprador.

Segundo dados da Associação Fluminense dos Plantadores de Cana, a safra

2002/2003 teve um rendimento melhor que o período anterior. A produção de açúcar

aumentou em 42% e de álcool 59%. A comercialização de açúcar para o mercado

externo cresceu em 190% e no mercado interno 19%.

Para este setor, o trabalho de pesquisa foi realizado através de entrevista

com os Gerentes da área de manutenção das usinas. Além da aplicação do

37

questionário, em algumas usinas pôde-se acompanhar todo o processo de

fabricação, que é contínuo, observando-se que qualquer falha em uma das etapas

compromete o produto final. A Figura 8 apresenta o fluxograma resumido de uma

usina (ESPINOSA, 2001), onde o processo de fabricação de açúcar e álcool, o

laboratório de pagamento de cana por teor de sacarose (PCTS) e os processos de

suporte da produção, geração de energia, tratamento de água e geração de vapor,

podem ser observados.

38

Recebimentode Cana

Armazem deAçúcar

Moagem deCana

Preparo deCana

Fabricação deAçúcar

DestilariaTanques deÁlcool

LaboratórioPCTS

LaboratórioControleProdução

CaldeirasGeradores

Tratamento de Água

Captaçãode Água

Figura 8 - Fluxograma do processo de uma Usina (adaptado de Espinosa,2001).

Legenda:

Cana bruta, picada e desfibrada.

Bagaço de cana.

Vapor

Açúcar.

Álcool.

Água bruta.

Água tratada.Energia elétrica.

Amostra de cana. Amostra para

39

O laboratório de pagamento de cana por teor de sacarose (PCTS) tem como

função principal receber e analisar cada amostra retirada do carregamento de cana

que chega na usina. Esta análise da qualidade da matéria-prima subsidiará os

cálculos da remuneração do fornecedor. Neste setor alguns pontos críticos de

controle (PCC) foram identificados conforme pode ser observado na Figura 9.

Entre os diversos PCC, existentes no Laboratório de PCTS, cita-se a Prensa

Hidráulica, onde ocorre a prensagem da amostra de cana picada a 250 Kgf/cm²

( tolerância ± 10 Kgf/cm²) durante o tempo de um minuto, e a Balança que mede o

Bolo Úmido (resíduo da prensagem da amostra), que deve ter uma resolução de

0,5 g. Segundo os técnicos do setor, o valor medido deve ser 500 g com tolerância

de ± 1g.

Amostra deCana

PCCPrensa

Hidráulica

Forracheira

PCCPHmetro

PCCBalança

PCCRefratômetro

PCCSacarímetro

InformaçãoDisponível

Figura 9 – Fluxograma de processo de um Laboratório PCTS.

40

A qualidade dos produtos é monitorada por ensaios realizados no laboratório

de controle de qualidade, sendo que os resultados das análises servem para orientar

o controle nas diversas etapas do processo de fabricação. A confiabilidade dos

resultados está diretamente ligada aos instrumentos críticos de medição utilizados

neste laboratório, tais como Sacarímetro, Espectofotâmetro, Refratômetro entre

outros. Desta forma torna-se primordial a manutenção, o controle e calibração

destes instrumentos.

Na planta de processo as grandezas Pressão e Temperatura são as que mais

impactam, sendo importante identificar os pontos críticos de controle que interferem

no monitoramento e controle operacional e na qualidade do produto.

5.1.2 – SETOR CERÂMICO

Vieira (2001) destaca que o pólo de cerâmica vermelha, instalado no

município de Campos dos Goytacazes, é formado por aproximadamente 100

indústrias que produzem três milhões e meio de peças/dia, com 4500 empregos

diretos, constituindo-se numa importante atividade industrial para o município.

O principal produto fabricado pelas cerâmicas é o bloco de vedação, sendo

um produto com baixo valor agregado e uma pequena margem de lucro. Algumas

empresas estão buscando alternativas mais rentáveis como fabricação de telhas,

pisos rústicos, tijolos aparentes, estes produtos apresentam maior valor agregado.

Segundo o Sindicato da Indústria de Cerâmica para Construção de Campos,

os blocos de vedação fabricados pelo pólo ceramista são destinados para a região

do Grande Rio e 95% da produção dos produtos de maior valor agregado é

comercializada em outras regiões.

O processo de fabricação de revestimentos cerâmicos pode ser por extrusão

e/ou prensagem, sendo as principais etapas descritas no fluxograma da Figura 10.

41

Preparação daMassa

Corte

Prensagem

Queima

Secagem

Figura 10 – Fluxograma do processo de fabricação de revestimentos cerâmicos.

A extração de argila é a fase que antecede o processo de fabricação de

revestimentos cerâmicos. Esta etapa se caracteriza pela escavação da cava por

intermédio de retroescavadeira e pelo transporte da argila por caminhão até a

cerâmica, sendo exploradas jazidas próprias ou arrendadas.

Segundo Holanda e Vieira (2002) “a maioria das cerâmicas e olarias não

fazem uma extração racional com base em resultados de ensaios tecnológicos das

argilas”, tendo como uma das conseqüências a diminuição das reservas.

A qualidade das argilas, na maioria dos casos, é verificada apenas pela

análise visual do material extraído. Em algumas cerâmicas este material passa por

um processo natural de homogeneização antes da sua utilização. O tempo deste

processo é em função do estoque de argila disponível na cerâmica e da

necessidade do processo fabril.

Em seguida, em algumas cerâmicas, a argila passa por um processo de

mistura e laminação, sendo então armazenadas em silos cobertos por um período

em média de 36 horas, conforme Figura 11.

42

Figura 11 – Armazenamento temporário de argila.

A preparação da massa é a etapa inicial do processo de fabricação. Nesta

fase a argila passa pelo caixão dosador, misturador e laminador, com o objetivo de

se tornar granulada. O material granulado segue para a etapa de conformação ou

prensagem, que é realizada pelo equipamento maromba, onde ocorre a formatação

da massa. A Figura 12 apresenta esta etapa do processo.

Figura 12 – Etapa de conformação da argila.

43

Vieira (2001) diz que para a operação de prensagem ter eficiência, alguns

parâmetros devem ser controlados. Dos quais, destacamos a pressão, que no

interior da maromba deve ser negativa, ou seja, requer que ocorra um vácuo com

objetivo de eliminar a maior quantidade de ar possível introduzido durante o

preenchimento do molde. Nesta etapa do processo identificamos um ponto crítico de

controle: medição do vácuo no processo de prensagem, conforme a Figura 13.

Figura 13 – Medição de vácuo no processo de conformação.

A secagem, etapa posterior à prensagem, pode ocorrer de forma natural ou

artificial, sendo que o vapor proveniente dos fornos é reaproveitado nas estufas.

Este processo tem por objetivo reduzir o percentual de umidade das peças, tendo

como vantagem o aumento da resistência mecânica.

A etapa final do processo de fabricação é a queima. Perdas nesta fase não

serão reaproveitadas. O principal parâmetro que influencia na qualidade do produto

é o controle de temperatura tanto no aquecimento quanto no resfriamento do forno.

O tempo médio deste processo é de 48 horas.

Silvestre (2001) cita que o aquecimento deve ser gradual de forma a permitir

que a água presente em cada peça se transforme em vapor de água e chegue à

superfície. Posteriormente com o aumento da temperatura do forno, ocorre a

44

sinterização das peças. Na fase seguinte começa o resfriamento que deve ser

controlado a fim de evitar que ocorra choque térmico para o caso de resfriamento

muito rápido ou que o material fundido se cristalize, no caso de um resfriamento

muito lento.

As cerâmicas da região utilizam como combustível lenha e/ou gás natural. A

utilização do gás natural como combustível possibilita um controle melhor da

temperatura de queima e melhor qualidade dos produtos.

Nas duas situações, a medição da temperatura é realizada através de

termopares distribuídos pelo forno ou através de instrumentos portáteis, sendo a

medição da temperatura um ponto crítico de controle.

As Figuras 14 e 15 indicam respectivamente a disposição dos alimentadores

de gás no topo do forno e um ponto de medição de temperatura.

Figura 14 – Bicos alimentadores de gás.

45

Figura 15 – Ponto de medição de temperatura via termopar.

5.1.3 – SETOR LABORATÓRIOS CLÍNICOS

A área biomédica é fortemente impactada pelas questões relacionadas com a

metrologia, qualidade e normalização. Nesta área, lida-se diretamente com o bem

estar da população e falhas que ocorram nos processos operacionais podem

significar perdas de vidas humanas. Os laboratórios clínicos estão inseridos neste

contexto e prestam os serviços de análise e diagnóstico, onde o processo interno

inicia-se na coleta da amostra e termina na disponibilização do resultado final para o

solicitante. A qualidade deste resultado é fundamental, pois na maioria das vezes

utiliza-se este parâmetro para a tomada de decisões.

A normalização aplicável, conforme cada caso pode ser monitorada por

organismos de certificação, credenciamento e pelas secretarias de estado e de

município, da área de saúde. O INMETRO, em 1994, lançou o Programa de

Credenciamento de Laboratórios na Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaio –

RBLE, com objetivo de regulamentar a padronização dos serviços laboratoriais.

Ainda na área federal, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, atua

como órgão fiscalizador e credenciador dos laboratórios.

Segundo a Sociedade Brasileira de Análise Clínica (SBAC), o credenciamento

do sistema da qualidade de laboratórios clínicos possibilita o reconhecimento da

46

capacidade organizacional e técnica perante às autoridades sanitárias e à

comunidade. O credenciamento vai além do Programa Nacional de Controle de

Qualidade – PNCQ, desenvolvido por esta entidade com a finalidade de monitorar a

qualidade laboratorial. Na região norte-fluminense existe aproximadamente

laboratórios clínicos que atendem a demanda por exames laboratoriais provenientes

dos hospitais, clínicas e principalmente da comunidade (destes apenas um encontra-

se credenciado junto a SBAC).

O modelo de credenciamento de sistema da qualidade de laboratórios clínicos

proposto pela SBAC não é único. O INMETRO também atua como organismo

credenciador, sendo que neste caso o laboratório deverá atender aos requisitos da

norma NBR ISO 17025. Estes modelos de gestão são voluntários, mas de grande

importância para melhoria dos processos. A Figura 16 representa o fluxograma do

processo de realização de exame em um laboratório de análise clínica.

Figura 16 – Fluxograma de processo de Laboratório de Análise Clínica.

Recepção

(Cadastro)

Coleta

Separação e

Distribuição

Coleta de Material (Seringas/Agulhas)

1

Hematologia Imunologia Microbiologia Parasitologia Urinálise Bioquímica

Início

Emissão de Laudos

Análise e Assinatura

Entrega do Laudo

Lavagem e Esterilização

Descarte de Material 1

Fim

47

5.1.4 – SETOR DE PETRÓLEO

O cenário do setor petrolífero no Brasil mudou a partir de 1997 com a quebra

do monopólio do petróleo. As atividades de exploração e produção de petróleo, que

era de exclusividade da Petrobras, passaram a ser realizadas por outras

companhias petrolíferas. Esta mudança trouxe novas empresas e maiores

investimentos para o setor e conseqüentemente impactando toda a cadeia produtiva.

A Lei n° 9.478/97 estabeleceu novas participações governamentais: o bônus

de assinatura, os royalties, a participação especial e o pagamento pela ocupação ou

retenção da área, a serem pagas pelos concessionários das atividades de

exploração e produção de petróleo ou gás natural. Esta alteração beneficiou

diretamente o Estado do Rio de Janeiro, maior produtor nacional de petróleo e gás

natural, principalmente a região Norte Fluminense onde estão quatro dos cinco

municípios mais beneficiados.

Segundo o IBGE, em 1999, a produção industrial fluminense teve crescimento

de 6,5% e este resultado relaciona-se principalmente às atividades de exploração e

produção de petróleo e gás natural na Bacia de Campos. Os investimentos previstos

pela Petrobras para a Bacia de Campos até 2005 podem chegar a US$ 17,6 bilhões,

de acordo com o gerente geral de exploração e produção da Bacia de Campos

(Cadernos Petrobras, 2002).

No segmento dos fornecedores de bens e serviços para o setor do petróleo e

gás natural, percebe-se uma grande movimentação em função do novo cenário.

Segundo o jornal Folha da Manhã (12/02) no município de Macaé, o quantitativo de

empresas instaladas que prestam serviço nesta área encontra-se em torno de 250

empresas. A Petrobras, que está instalada no município, é a principal cliente deste

segmento, que além comprar, atua de forma pró-ativa em relação aos requisitos

relacionados com a gestão de qualidade, segurança, meio-ambiente e saúde

ocupacional. Cabe aos fornecedores atender às exigências contratuais relacionadas

com qualidade, normalização e metrologia.

A flexibilização do monopólio do petróleo em 1997 proporcionou um novo

cenário para o setor tornando-o muito mais competitivo. Um grande número de

empresas vieram para este mercado, contribuindo com maiores possibilidades de

negócio para as empresas de serviço da área metrológica ( Lei nº 9478, de 6/8/97 ).

48

Os processos produtivos do setor petrolífero são impactados de forma direta

pelas questões metrológicas, tanto na área de exploração como na área de

produção, em várias atividades, tais como: monitoramento e controle da temperatura

das turbo-máquinas, medição de parâmetros do processo produtivo, manutenção de

equipamentos, operação do sistema elétrico das plataformas de petróleo, calibração

dos instrumentos utilizados na área de saúde. Os benefícios alcançados com o

controle metrológico incluem: maior continuidade operacional, melhoria da qualidade

dos produtos, atendimento aos requisitos normativos, maior segurança dos

equipamentos, instalações e das pessoas envolvidas no processo.

O gestor do processo necessita adequar o parque de instrumentos de

medição existente aos requisitos legais. Os instrumentos e sistemas de medição

devem ser adequados para as medições, serem compatíveis com as condições

operacionais e serem calibrados periodicamente. A existência de um plano de

calibração torna-se uma ferramenta imprescindível para a eficácia do gerenciamento

metrológico.

Pode-se citar como exemplo de investimentos em metrologia, os realizados

pela Petrobras, localizada em Macaé, que ciente da importância da metrologia na

produção de petróleo e gás natural e após estudo de viabilidade econômica,

direcionou recursos para o desenvolvimento da confiabilidade metrológica e a

implantação de laboratórios de calibração nas áreas da metrologia dimensional,

elétrica, temperatura, força e pressão. Embora venha contribuir para a metrologia na

região norte fluminense, estes laboratórios atendem exclusivamente os instrumentos

da própria empresa.

5.2 NORMAS RELACIONADAS AOS SETORES 5.2.1 SETOR SUCRO-ALCOOEIRO

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) estabeleceu normas através da

portaria n° 12/2002 e do regulamento técnico n° 1/2002, relacionadas às

especificações para comercialização do Álcool Etílico Anidro Combustível (AEAC) e

do Álcool Etílico Hidratado Combustível (AEAC). As características destes produtos

devem ser medidas conforme determina as normas da ABNT e da American Society

49

for Testing and Materials (ASTM) que encontram-se relacionadas no referido

regulamento técnico.

Conforme pesquisa realizada junto às usinas, as principais especificações

inerentes à fabricação de açúcar são estabelecidas pelos clientes.

5.2.2 SETOR CERÂMICO

As normas NBR aplicáveis aos produtos do setor de cerâmica dos quais cita-

se Telhas, Blocos Cerâmicos e Tijolos Maciços, estão listadas na tabela 7. Estas

normas podem ser adquiridas junto a Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT).

Na área ambiental, existe a obrigatoriedade de se obter junto ao Instituto

Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) o licenciamento ambiental para as atividades

de extração de argilas e fabricação de revestimentos.

Os blocos cerâmicos de vedação ou estruturais devem atender aos requisitos

estabelecidos pelo regulamento técnico metrológico da portaria INMETRO nº 152.

Tabela 6: Normas brasileiras aplicáveis à Telhas, Blocos e Tijolos.

Telhas

NBR 8038 Forma e Dimensões de Telhas tipo Francesa

NBR 7172 Aceitação de telhas tipo Francesa

NBR 8947 Massa e Absorção de Água de Telhas

NBR 8948 Imperbeabilidade de Telhas

NBR 9598 Dimensões de Telhas Paulistas

NBR 9599 Dimensões de Telhas de Capa e Canal, Tipo Plana

NBR 9600 Dimensões de Telhas Coloniais

NBR 9601 Especificações de Telhas Capa e Canal

NBR 9602 Carga de Telhas Capa e Canal

NBR 13582 Especificação de Telha Romana

BLOCOS

NBR 7171 Bloco cerâmico para alvenaria

NBR 6461 Resistência a Compressão do Bloco Cerâmico

NBR 8042 Forma e Dimensões de Blocos

NBR 8043 Área Líquida de Blocos

50

TIJOLO

NBR 7170 Recebimento de Tijolo Maciço

NBR 5711 Padronização de Tijolo Modular

NBR 6460 Resistência a Compressão de Tijolo Maciço

NBR 8041 Forma e Dimensões de Tijolo Maciço

Apesar da existência destas normas, observa-se que a utilização das

mesmas, nas cerâmicas visitadas, não é uma prática. Este fato pode estar

relacionado à falta de um organismo fiscalizador, não obrigatoriedade do

atendimento aos requisitos normativos para fabricação dos produtos e

desconhecimento dos benefícios que podem ser obtidos com a fabricação produtos

padronizados.

5.2.3 SETOR PETRÓLEO

As normas aplicáveis na área produtiva de petróleo, que possuem relação

com a metrologia, estão definidas pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e tem

contribuído para movimentar a demanda por serviços metrológicos.

A ANP através da portaria nº 1 publicada no Diário Oficial da União em

20/06/2000, estabelecida numa ação conjunta entre ANP e INMETRO, especifica as

condições e requisitos mínimos que os sistemas de medição de petróleo e gás

natural devem atender.

Estas medições referem-se respectivamente: à medição do volume de

produção; medição para controle da produção; medição a ser utilizada para

determinar os volumes de produção a serem apropriados a cada campo em um

conjunto de campos com medição compartilhada ou a cada poço em um mesmo

campo.

O regulamento técnico determina que os instrumentos e os sistemas de

medição devem estar controlados e quando solicitado, deve-se comprovar a

rastreabilidade metrológica aos padrões do INMETRO. As calibrações devem ser

realizadas por pessoas ou entidades qualificadas.

Para ilustrar os três tipos de medição definidos pela portaria da ANP, na

Figura 17 onde encontra-se uma parte de um fluxograma de produção, pode-se

51

identificar a medição fiscal (MF), medição de apropriação (MA) e medição

operacional (MO).

MF

MF

MAMA

MA

MO

Figura 17 – Esquema de uma planta de produção.

Outros requisitos de medição aplicam-se à indústria petrolífera, sendo que

alguns estão relacionados com sistemas de certificação de qualidade, conforme a

norma NBR ISO 9001, e conforme a norma NBR ISO 14001 para certificação de

sistemas de gestão ambiental. Pode-se citar também os requisitos exigidos pela a

NR-13, aplicados para vasos de pressão e caldeiras.

5.3 - ANÁLISE DOS RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO

Na definição do tamanho da amostra para objeto de estudo desta avaliação,

procurou-se atingir um quantitativo de empresas que representasse a população de

cada setor. O percentual variou em função do número de empresas de cada setor,

do tempo disponível e dos custos envolvidos com a realização da pesquisa. A meta

estabelecida pode ser observada na tabela 7.

52

Tabela 7 : Percentagem por setor da população a ser analisada

SETOR N° absoluto de

empresas *

Meta a ser

atingida **

N° Absoluto de

questionários

enviados

Sucro-alcooleiro 8 75% 6 ***

Cerâmica 100 80% 80

Lab.Clínicos 20 100% 20

Petróleo 250 72% 180

* Quantidade estimada de empresas na região.

** Percentual do número absoluto de empresas a serem analisadas.

*** Questionário preenchido através de entrevistas com os responsáveis.

Foram selecionadas para o estudo de campo as seis usinas que tiveram

maior produção na safra 2001/2002, este quantitativo representa 75% das usinas

que funcionaram em 2002.

Nesta pesquisa, para o setor Sucro-Alcooleiro, a coleta de dados efetuou-se

através de entrevistas com dirigentes das usinas visitadas, momento no qual pôde-

se verificar in loco os principais pontos de interesse da pesquisa. Para os demais

setores, optou-se pelo envio do questionário via mala direta, para aquelas empresas

as quais se conseguiu o endereço.

O questionário utilizado neste trabalho foi elaborado tendo como premissas a

objetividade, simplicidade e praticidade, de modo a otimizar o tempo necessário para

respostas e com a preocupação de não fugir dos objetivos propostos. A partir de um

questionário padrão, ocorreram pequenas variações nas perguntas em função das

características específicas de cada setor a ser analisado (ver Anexos 1, 2, 3 e 4).

Perguntas relacionadas com os temas Metrologia, Normalização, Qualidade e

Gestão da Empresa totalizando em média 30 questões foram abordadas nos

questionários. Foi utilizado para maioria das questões, perguntas fechadas, o que

possibilita obter respostas uniformizadas, facilitando o processamento e tratamento

estatístico dos resultados.

53

Para atingir melhores resultados na implementação da pesquisa faz-se

necessário identificar as principais características operacionais dos setores. A seguir

apresentam-se os resultados do setor açucareiro, ceramista e petróleo.

Não foi possível tecer comentários para o setor de laboratórios clínicos porque

não houve retorno dos questionários enviados.

5.3.1 – SETOR SUCRO-ALCOOLEIRO Com relação a gestão da empresa, os resultados demonstram que as

empresas avaliadas pretendem investir nos próximos dois anos na aquisição de

máquinas e equipamentos, capacitação e treinamento de recursos humanos,

implantação de sistema de gestão da qualidade e estudos técnicos de viabilidade de

projetos. Não há previsão de investimentos para desenvolvimento de novos

processos e produtos, bem como implantação de laboratórios de calibração.

As organizações atribuem um grau de importância elevado para a gestão da

produtividade, mas com um grau de utilização médio. Na visão de alguns gerentes, a

melhoria da produtividade está relacionada com aquisição de novas tecnologias,

conforme os resultados, três empresas responderam que investiram nos dois últimos

anos, duas empresas pretendem investir nos próximos dois anos e uma empresa

considerou este item da pesquisa como não aplicável.

Na área de recursos humanos, existe necessidade de treinamentos

relacionados com qualidade, metrologia e normalização, sendo que

aproximadamente 66% das empresas pretendem investir nos próximos dois anos na

qualificação profissional. O setor emprega durante o período da safra uma média

260 pessoas trabalhando diretamente em cada usina, deste total 70% estão

relacionadas com o setor de produção.

A figura 18 apresenta o percentual obtido para cada tipo de resposta em

relação à pergunta de n° 2 do item VI do questionário aplicado, na qual tinha como

objetivo avaliar quais são as principais dificuldades encontradas pelas empresas na

contratação de serviços de capacitação/treinamento de recursos humanos. Os

resultados demonstram que o principal problema se relaciona com a distância das

prestadoras deste tipo de serviço (45%), seguido de preços elevados (27%). Outras

54

opções de respostas que foram pontuadas estão relacionadas à não ter havido

nenhuma dificuldade (18%) e outras dificuldades (9%).

Figura 18 – Principais dificuldades relacionadas à contratação de serviços de

capacitação/treinamento (Setor Sucro-Alcooleiro).

Com relação à metrologia não existe uma sistemática padronizada para

controle dos instrumentos de medição. Conforme entrevista com os gerentes, em

diversas partes do processo produtivo os resultados das medições impactam no

desempenho da empresa.

Do universo de instrumentos instalados nos processos, em média, 250

instrumentos são calibrados internamente, existindo um quantitativo maior de

instrumentos das áreas de pressão e temperatura. Pôde-se também observar uma

tendência de terceirização destes serviços.

Não foi identificado que exista um procedimento de calibração que oriente aos

executantes quanto ao tratamento de alguns parâmetros que influenciam no

resultado da calibração. Desta forma as calibrações que atualmente são realizadas

internamente podem contribuir negativamente para o controle efetivo do processo

produtivo.

Segundo os dados obtidos, em relação à pergunta de n° 8 do item II do

questionário aplicado, as empresas do setor enviam, anualmente, em média vinte e

0 5

10 15 20 25 30 35 40 45 50

% das empresas que assinalaram a alternativa

distância dasprestadoras de

serviço

preços elevados não temdificuldade

outras dificuldades

Principais dificuldades na contratação de treinamentos

45

27

18 9

55

cinco instrumentos padrões para calibração em laboratórios da Rede Brasileira de

Calibração, tais como Manômetros, Termômetros, Sacarímetros e Balanças. Esta

demanda distribui-se quantitativamente entre as áreas de Dimensional(24),

Temperatura(41), Pressão(51), Massa(14) e outros(24), conforme apresenta a

Figura 19.

Figura 19 – Demanda de calibração de instrumentos por áreas específicas (Setor

Sucro-Alcooleiro).

A distribuição dos valores gastos anualmente pelas empresas pesquisadas

com os serviços de metrologia pode ser identificado pela análise dos resultados das

respostas à pergunta de n° 9 do item II do questionário, conforme apresenta a

Figura 20.

0

10

20

30

40

50

60

Quantidade de instrumento

Dimensional Pressão Temperatura Massa Outros

Áreas

Demanda de calibração

51

24

14

41

24

56

Figura 20 – Gasto anual das empresas com os serviços de metrologia (Setor Sucro-

Alcooleiro).

Percebe-se que o gasto anual com serviços metrológicos na maioria das

empresas encontra-se na faixa entre 5.000 a 10.000 reais. As empresas que mais

gastam com metrologia, também apresentam um nível organizacional muito superior

aos seus concorrentes. Existe uma tendência no aumento da contratação dos

serviços de metrologia, conforme pode ser observado pela figura 21.

Figura 21 – Evolução dos gastos com metrologia (Setor Sucro-Alcooleiro).

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

Quantidade de empresas

1 a 2.500

2.501 a 5.000

5.001 a 10.000

10.001 a 20.000

acima de 20.000

Distribuição dos gastos com serviços metrológicos (mil reais)

0

1

2

Quantidade de empresas

não pretendeaumentar

aumentar 10% aumentar 20% aumentar 30%

Distribuição do aumento dos gastos com serviços metrológicos

57

A pergunta de n° 2 do item VI do questionário teve como objetivo identificar as

principais dificuldades que ocorrem na contratação de serviços de metrologia, os

resultados obtidos podem ser observados através da figura 22.

Figura 22 – Principais dificuldades relacionadas a contratação de serviços de

metrologia (Setor Sucro-Alcooleiro).

Preços elevados, distância das prestadoras de serviço e prazos de execução

longos são as três dificuldades sinalizadas pelos gerentes que mais ocorrem. Para

os serviços de ensaios e análises, implantação de sistemas de gestão e

normalização, não tem havido dificuldades.

As instituições prestadoras dos serviços nas áreas de metrologia, qualidade e

normalização estão localizadas na região Sudeste, sendo que os serviços de

calibração são contratados no próprio Estado.

Com relação à qualidade, as empresas pesquisadas atribuem grau de

importância elevado para certificação de sistemas da qualidade conforme as normas

NBR ISO 9001, porém atualmente não são implementadas ações voltadas para

atingir este objetivo. Pôde ser observado que a padronização das rotinas de

trabalho, na maioria da empresas, não ocorrem.

0

5

10

15

20

25

30

35

Distância das prestadoras de

serviço

Preços elevados

Prazos longos

Não tem dificuldade

Mau atendimento

Principais dificuldades na contratação de serviços metrológicos% das empresas que

assinalaram a alternativa

23

31

23

15

8

58

Na área ambiental não foi identificada empresa que possua certificação do

sistema de gestão ambiental. Nesta área, busca-se o atendimento à legislação

vigente e existe preocupação em minimizar os impactos relacionados à atividade

industrial junto à comunidade.

Duas empresas do setor não foram visitadas, este fato não influência de

forma significativa os resultados da pesquisa, uma vez que o processo produtivo é

bastante similar e as empresas que mais investem em gerenciamento e melhoria de

processos, segundo especialistas do setor, foram contempladas na avaliação.

5.3.2 – SETOR CERÂMICO Devido à pequena taxa de retorno (5%) dos questionários enviados,

representando em números absolutos quatro questionários recebidos, a partir de

entrevistas com especialistas do setor, selecionou-se para serem visitadas cinco das

principais cerâmicas da região que não haviam respondido o questionário,

totalizando nove empresas analisadas.

Considerou-se na seleção, empresas que possuem pelo menos uma das

seguintes características: produz produtos diferenciados (telhas coloridas,

revestimentos cerâmicos), utiliza gás natural, possui processo produtivo

automatizado e grande capacidade produtiva.

Pode-se dividir o setor em dois grupos no qual o primeiro está preocupado em

produzir produtos com qualidade, melhorar o controle do processo e em alguns

casos produzir produtos com maior valor agregado, tais como telhas coloridas,

revestimentos e piso; para o segundo grupo o foco é simplesmente produzir blocos

de vedação.

As cerâmicas instaladas na região de Campos dos Goytacazes possuem um

processo industrial que não apresenta alta complexidade tecnológica. O nível de

automação é muito baixo em relação ao quantitativo de empresas instaladas,

conseqüentemente em todas as fases do processo é necessária a participação

efetiva da mão-de-obra. Esta mão-de-obra utilizada no setor possui um baixo nível

de escolaridade, conforme pode ser observado pela Figura 23.

59

Figura 23 – Distribuição do nível de escolaridade (Setor Cerâmico).

Na maioria das empresas visitadas pôde-se verificar, pelas entrevistas com os

gerentes, que há necessidade de existir na região um curso específico para

qualificação da mão de obra deste setor. Esta carência foi apontada como sendo a

principal dificuldade existente na contratação de treinamentos, conforme respostas

obtidas da pergunta de n° 6 do item Gestão da Empresa do questionário. A Figura

24 apresenta o resultado consolidado das dificuldades apontadas pela pesquisa.

Figura 24 – Principais dificuldades relacionadas a contratação de serviços de

capacitação/treinamento (Setor Cerâmico).

Distribuição do nível de escolaridade da força de trabalho

Nível fundamental87,0%

Nível médio12,7%

Nível Superior0,3%

Nível fundamentalNível médioNível Superior

0

10

20

30

40

50

Distância das prestadoras de

serviço

Não tem dificuldade

Excesso de burocracia

Desconhecimento sobre quem

realiza o serviço

Principais dificuldades na contratação de treinamentos % das empresas que

assinalaram a alternativa46

36

9 9

60

Com relação a questões de metrologia confirmou-se que existe um

quantitativo muito pequeno de instrumentos de medição. Basicamente se resume em

termopares para medição da temperatura durante a queima, vacuômetros utilizados

no processo de conformação e manômetros utilizados para medir a pressão do gás

natural. Segundo o relato dos entrevistados estes instrumentos são importantes para

o controle do processo e conseqüentemente para a qualidade do produto; entretanto

verifica-se que não existe um sistema de confirmação metrológica que garanta a

qualidade das informações geradas pelos instrumentos.

A Figura 25 apresenta a demanda futura de calibração de instrumentos das

empresas avaliadas, ressalta-se que não existe atualmente uma prática de calibrar

os instrumentos de medição periodicamente.

Figura 25 – Demanda de calibração de instrumentos por áreas específicas

(Setor Cerâmico).

Existem em média cinco termopares por cerâmica, os termopares utilizados

são do tipo K, medindo temperaturas em média até 1000ºC, os mesmos não são

calibrados, sendo substituídos quando deixam de funcionar.

Para medição de vácuo no processo de conformação, existe normalmente um

vacuômetro instalado na maromba. Também neste caso se percebe que apesar da

0

10

20

30

40

Quantidade de instrumentos

Elétrica Dimensional Pressão Temperatura Massa Outros

Áreas

Demanda de calibração

2

10

38

4

61

importância do mesmo para a qualidade do produto este tipo de instrumento

encontra-se, na maioria das empresas visitadas, o instrumento encontra-se

danificado e/ou descalibrado.

Nas cerâmicas que possuem o gás natural como opção de combustível para

queima tem-se instalados manômetros em determinados pontos da rede que

monitoram a pressão do gás e um medidor de vazão que mede o consumo de gás.

Em relação aos pontos críticos de controle do processo produtivo onde devem

ser monitorados ou registrados valores que impactam na qualidade do produto,

podemos identificar o monitoramento do vácuo no processo de prensagem e o

controle da temperatura do forno.

A figura 26 apresenta o gasto anual com serviços metrológicos das empresas

que fizeram parte da pesquisa, os valores demonstram que não existe uma

preocupação relacionada à verificação periódica dos instrumentos de medição. Os

gastos apontados referem-se exclusivamente a compra dos sensores de medição.

Figura 26 – Gasto anual das empresas com os serviços de metrologia (Setor

Cerâmico).

0

1

2

3

4

5

6

Quantidade de empresas

zero 1 a 2.500

2.501 a 5.000

5.001 a 10.000

10.001 a 20.000

acima de 20.000

não informado

Distribuição dos gastos com serviços metrológicos (mil reais)

2

1

6

62

Em relação ao aumento dos gastos com metrologia, quatro empresas não

pretendem aumentar, três empresas pretendem iniciar a contratação e duas

empresas não responderam sobre este assunto que foi abordado na pergunta de n°

14 do item Metrologia do questionário.

As dificuldades relacionadas a contratação de serviços metrológicos podem-

se observadas na figura 27. Referem-se principalmente a distância das prestadoras

de serviço e desconhecimento sobre que realiza o serviço. Chama atenção o fato da

resposta não tem dificuldade, ter obtido um percentual maior, o que pode estar

relacionado a não contratação deste tipo de serviço.

Figura 27 – Principais dificuldades relacionadas a contratação de serviços de

metrologia (Setor Cerâmico).

Com relação à qualidade, o monitoramento do produto é realizado de forma

visual em todas as etapas do processo produtivo. Se identificada alguma peça com

problema, a mesma é retirada e volta para a etapa de preparação da massa (o

material argiloso só pode ser reaproveitado nas etapas do processo anteriores a

queima). Este tipo de inspeção não garante de forma eficaz a qualidade do produto

final e para esta prática, não existe uma rotina que garanta este processo.

0

10

20

30

40

50

60

Distância das prestadoras de

serviço

Não tem dificuldade

Desconhecimento sobre quem

realiza o serviço.

Principais dificuldades na contratação de serviços metrológicos

% das empresas que assinalaram a alternativa

30

10

63

63

As empresas pesquisadas que foram consideradas neste trabalho como parte

integrante do primeiro grupo, pretendem investir para obter a certificação de

sistemas da qualidade.

5.3.3 – SETOR PETRÓLEO

Podemos classificar as empresas desse setor em dois tipos, uma relacionada

ao processo produtivo de petróleo e outra a prestação de serviços. Em relação ao

gerenciamento metrológico dos instrumentos utilizados no processo produtivo de

petróleo, a Petrobras, principal operadora da região, implementa a confirmação

metrológica utilizando-se de serviços próprios de calibração de instrumentos de

medição e terceirizando uma pequena parcela dos serviços.

Os recursos aplicados pela Petrobras ultrapassam à U$ 400 mil, distribuídos

entre os Laboratórios de metrologia: Dimensional, Elétrica, Força, Temperatura e

Pressão, que ocupam uma área de 150 m². Os laboratórios possuem infraestrutura

apropriada para as suas atividades, tais como: controle de temperatura e umidade

de acordo com os parâmetros específicos de cada laboratório, áreas destinadas

para recebimento e triagem de material, mão de obra qualificada, padrões de

referência e equipamentos adequados aos serviços realizados.

As atividades dos laboratórios incluem a calibração de instrumentos de

medição, suporte técnico às unidades operacionais e controle dos instrumentos de

medição; o gerenciamento dos laboratórios segue as práticas de gestão da

qualidade, possuindo um sistema da qualidade implantado conforme os requisitos da

norma NBR ISO 17025 e credenciado à Rede Brasileira de Calibração.

A pesquisa realizada neste trabalho abrange as empresas que atuam como

prestadores/fornecedores de serviços para Petrobras. Obteve-se uma taxa de

retorno de 11% em relação ao total de questionários enviados para este setor. De

um total de 19 empresas que responderam ao questionário, 8 empresas são

certificadas, 9 estão em processo de certificação e 2 não possuem certificação de

sistema de gestão da qualidade e/ou ambiental.

Os resultados demonstram que em relação à gestão da empresa existe uma

conscientização maior sobre a importância do desenvolvimento de ações voltadas

para a qualidade, metrologia e normalização. Os investimentos realizados no

64

período de 2000 a 2002 tiveram como prioridades capacitação e treinamento,

implantação de sistemas de gestão da qualidade e aquisição de máquinas e

equipamentos. Para os próximos dois anos, foi identificado pela pesquisa, que a

área selecionada é a de desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental.

As áreas de Metrologia e Qualidade foram consideradas, pelas empresas,

como prioritárias em relação às questões de treinamento e capacitação de recursos

humanos. A escolaridade da força de trabalho, das empresas avaliadas, concentra-

se no ensino fundamental. A Figura 28 apresenta os resultados com relação a

distribuição dos níveis de escolaridade.

Distribuição do nível de escolaridade da força de trabalho

56%37%

7%

Nível FundamentalNível MédioNível Superior

Figura 28 – Distribuição do nível de escolaridade (Setor Petróleo).

Em relação à contratação de serviços de capacitação/treinamento de recursos

humanos, a Figura 29 apresenta as dificuldades indicadas pelas empresas. Pode-se

observar que à distância das prestadoras de serviço e os preços elevados,

representam mais de 50% das dificuldades que existe para contratação de serviços

de treinamento, entre as empresas avaliadas.

65

Figura 29 – Principais dificuldades relacionadas a contratação de serviços de

capacitação/treinamento (Setor Petróleo).

Na área de metrologia, existe o indicativo que os processos de medição

impactam nos serviços prestados. As calibrações são contratadas tanto quanto a

laboratórios credenciados, à Rede Brasileira de Calibração, quanto a não

credenciados, havendo dificuldades em analisar os resultados apresentados pelos

certificados de calibração. Estas contratações são realizadas no próprio Estado.

A demanda por serviços de calibração, nas empresas que responderam ao

questionário, está distribuída entre instrumentos da área de Pressão (49%),

Dimensional (24%) e Elétrica (11%), existindo um volume menor para Temperatura,

Massa e Torque, totalizando 1501 instrumentos, conforme apresenta a Figura 30.

Estes instrumentos são calibrados com uma periodicidade de calibração que

na maioria das empresas está estabelecido como sendo anual, embora existam

empresas que calibram seus instrumentos em intervalos menores que um ano.

0 5

10 15 20 25 30 35

Distância das prestadoras de

serviço

Preços elevados

Não tem dificuldade

Mau atendimento

Falta de credibilidade

Excesso de burocracia

Outras dificuldades

Principais dificuldades na contratação de treinamentos % das empresas que assinalaram a alternativa

32

24

12 128 8

4

66

Figura 30 – Demanda de calibração de instrumentos por áreas específicas

(Setor Petróleo).

O gasto anual, destas empresas, com serviços de Metrologia se distribui

conforme é demonstrado na Figura 31.

Figura 31 – Gasto anual das empresas com os serviços de metrologia (Setor

Petróleo).

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Quantidade de instrumentos

Elétrica Dimensional Pressão Temperatura Massa Torque Outros

Áreas

Demanda de calibração

161

359

739

7944 32

87

0

1

2

3

4

5

6

Quantidade de empresas

zero 1 a 2.500

2.501 a 5.000

5.001 a 10.000

10.001 a 20.000

acima de 20.000

Distribuição dos gastos com serviços metrológicos (mil reais)

2

4 4

3

6

67

A existência de empresas em que o gasto com metrologia é igual a zero,

justifica-se pelo fato desta área não ser aplicável ao tipo de serviço prestado por

essas empresas.

Percebe-se que o gasto de aproximadamente 33% das empresas encontra-se

na faixa de 5.000 a 10.000 reais. Outro fato revelado pela pesquisa é que as

empresas que gastam acima de 20.000 reais possuem um quantitativo maior de

instrumentos.

Em relação à intenção de aumentar a contratação de serviços de metrologia,

50% das empresas não pretendem aumentar. Faz parte deste percentual, as

empresas certificadas. A Figura 32 apresenta a distribuição do quantitativo de

empresas por faixas.

Figura 32 – Evolução dos gastos com metrologia (Setor Petróleo).

Observa-se que não existe uma faixa que concentre as empresas que

pretendem aumentar os gastos com metrologia. Ressaltamos que há duas empresas

onde os serviços de metrologia não são aplicáveis ao tipo de serviço prestado.

As principais dificuldades indicadas para contratação de serviços de

metrologia podem ser observadas na Figura 33, a pesquisa permitia escolha de mais

de um tipo de dificuldade.

0 1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Quantidade de empresas

Não aplicável Não pretende aumentar

Aumentar 10% Aumentar 20% Aumentar 30%

Distribuição do aumento dos gastos com serviços metrológicos

2

4

2

1

10

68

Figura 33 – Evolução dos gastos com metrologia (Setor Petróleo).

As três dificuldades que mais impactam na contratação dos serviços de

metrologia são a distância das prestadoras de serviço, os preços elevados e prazos

de execução. A falta de credibilidade teve um percentual significativo na avaliação

das dificuldades.

Para os serviços de ensaio e análise, a principal dificuldade na contratação se

relaciona à distância das instituições/organizações que executam estes serviços.

Entre os vários tipos de ensaios identificados pela pesquisa, cita-se análise de

materiais, partícula magnética, líquido penetrante, metalografia e ultrason.

Com relação à qualidade, as empresas consideram um grau de importância

elevado e um grau de utilização de médio a elevado para a certificação de sistemas.

As empresas que estão implementando a certificação do sistema de gestão

indicaram que a principal dificuldade está relacionada ao preço elevado para obter a

certificação.

0

5

10

15

20

25

30

35

Distância das prestadoras de serviço

Preços elevados

Prazos longos

Falta de credibilidade

Não tem dificuldade

Mau atendimento

Principais dificuldades na contratação de serviços metrológicos % das empresas que

assinalaram a alternativa

31

23

19

12

8 8

69

5.4 - RECOMENDAÇÕES

Para o setor sucro-alcooleiro recomenda-se que as ações de controle dos

instrumentos de medição sejam ampliadas e melhoradas. Os instrumentos

instalados nos pontos críticos de controle (PCC), tais como o Manômetro da prensa

hidráulica, sacarímetro e balança localizados no laboratório de pagamento de cana

por teor de sacarose (PCTS), sejam calibrados periodicamente a fim de garantir os

resultados das medições. Sugere-se que a metodologia de análise dos pontos

críticos de controle seja aplicada para as demais partes do processo.

As usinas que possuem equipes que realizam calibrações internamente

devem qualificar a mão de obra, a fim de que os serviços sejam executados dentro

das técnicas existentes.

Em relação ao desenvolvimento da gestão pela qualidade, torna-se

fundamental que as empresas que já investiram neste sentido, retomem as ações

que almejam a melhoria dos processos e que as outras iniciem este processo.

Para o setor cerâmico torna-se fundamental iniciar um controle efetivo dos

instrumentos de medição instalados nos pontos críticos de controle que foram

identificados neste trabalho (o monitoramento do vácuo no processo de prensagem

e o controle de temperatura no forno).

Os termopares utilizados para medir a temperatura dos fornos durante a

queima dos produtos cerâmicos são instrumentos de medição muito sensíveis,

portanto devem ser manuseados de forma a evitar choque mecânico e térmico,

preservando desta maneira as características construtivas.

De uma forma geral, tanto para o setor sucro-alcooleiro quanto para o

cerâmico, recomenda-se que seja implantado um sistema de confirmação

metrológica conforme descrito no Capítulo 4 deste trabalho e estabelecido parceria

junto a instituições de ensino existentes na região no sentido de promover o

desenvolvimento da capacitação dos empregados através do atendimento da

demanda por treinamentos específicos relacionados com a atividade industrial.

Para as empresas prestadoras de serviço do setor de petróleo recomenda-se

que sejam mantidos os controles dos instrumentos de medição e busquem a

melhoria do gerenciamento metrológico. Para atingir este objetivo, se aconselha que

os resultados das calibrações sejam analisados a fim de saber se algum serviço ou

70

produto foi liberado inadvertidamente a partir de informações errôneas, oriundas de

instrumentos que estavam dentro do período de validade da calibração.

Sugeri-se ainda, que as práticas de gestão almejem constantemente a

melhoria contínua dos processos e capacitação das pessoas envolvidas.

No geral recomenda-se que os serviços de calibração de instrumentos sejam

contratados apenas junto a laboratórios da Rede Brasileira de Calibração,

possibilitando obter serviços especializados e com credibilidade atestada por

organismo independente.

71

CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES

O desenvolvimento do setor industrial com objetivo de torná-lo competitivo é

fundamental para o crescimento de um País. Neste sentido as organizações devem

implantar modelos de gestão que não atendam somente a requisitos normativos ou

contratuais, mas que busquem a melhoria dos processos, produtos e almejem a

satisfação dos clientes, colaboradores e a sociedade.

Deste modo, desenvolver a qualidade, normalização e metrologia passa a ser

uma tarefa conjunta tanto para a área produtiva quanto para a área de serviços. O

gerenciamento dos meios de medição através de um sistema de confirmação

metrológica otimiza recursos disponíveis e garante a realização de medições

confiáveis.

Os aspectos abordados neste trabalho e que puderam ser avaliados a partir

dos dados referentes às empresas pesquisadas, apontam como principais

dificuldades para as empresas, os preços elevados e a distância das prestadoras de

serviços nas áreas de calibração, treinamento e ensaios. Outras dificuldades entre

as quais prazo de atendimento e falta de credibilidade são indicadas para a

contratação de serviços de metrologia.

Na área de recursos humanos, apontamos a necessidade de desenvolver

cursos que venham capacitar a mão-de-obra pouco qualificada do setor cerâmico.

Para os setores sucro-alcooleiro e de petróleo há demanda por treinamento

principalmente nas áreas de qualidade e metrologia.

Comparando os setores sucro-alcooleiro, cerâmico e petróleo sob a ótica da

qualidade, percebe-se que no setor de petróleo os esforços para a garantia da

qualidade e para estabelecer o controle metrológico têm como alavanca as

exigências dos clientes. Neste setor há um grande número de empresas certificadas

ou em fase de certificação.

Em relação à metrologia concluímos que os três setores avaliados

apresentam-se em estágios diferentes em relação à cultura metrológica. No setor

cerâmico existe o desconhecimento da importância da metrologia e dos seus

possíveis impactos no processo produtivo, apesar de possuir um processo

relativamente simples. No setor sucro-alcooleiro, com um processo mais complexo,

72

os responsáveis pelo gerenciamento produtivo reconhecem o papel relevante da

metrologia para o controle do processo, mas as ações implementadas, de uma

maneira geral, limitam-se na calibração dos instrumentos dos laboratórios. Num

estágio avançado encontram-se algumas empresas do setor de petróleo, onde já

ocorre o controle sistemático dos instrumentos de medição.

Além da necessidade do oferecimento de cursos (através de universidades ou

instituições como o SEBRAE), destaca-se ainda que a demanda atual por serviços

metrológicos na região, mais especificamente nas áreas de pressão, dimensional,

elétrica e temperatura, é significativa e com grande potencial de crescimento.

Não foram obtidas respostas do setor de Laboratórios de Análises Clínicas,

talvez por não se sentirem a vontade com trabalhos desta natureza, mas ressalta-se

aqui a importância de que as empresas do setor tenham uma capacitação adequada

nas áreas de metrologia e normalização.

Este trabalho apresenta um retrato do momento atual dos setores avaliados e

devido à dinâmica do ambiente, o mesmo deve ser realizado de forma sistemática

em intervalo de tempo pré-estabelecido.

Como proposta para trabalhos futuros, propõe-se uma análise semelhante à

realizada neste trabalho em setores onde os serviços metrológicos podem causar

impactos na região, como no setor de fruticultura, onde deve se respeitar

determinadas normas e requisitos caso as empresas queiram vender e exportar

produtos de maior valor agregado.

Também, é sugerido aplicar a sistemática de confirmação metrológica

apresentada neste trabalho no processo produtivo de alguma empresa do setor

açucareiro, para identificar os seus pontos críticos e estabelecer um controle efetivo

dos instrumentos de medição e controle.

73

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77

ANEXOS

78

Anexo 1: Formulário utilizado para coleta de dados do setor sucro-alcooleiro.

Pesquisa da Demanda por Serviços nas áreas de METROLOGIA,

QUALIDADE E NORMALIZAÇÃO aplicados em setores produtivos da Região Norte-Fluminense.

O questionário é auto-explicativo, devendo ser preenchido com os dados do estabelecimento e devolvido para a Coordenação o mais breve possível. Qualquer esclarecimento sobre a pesquisa ou sobre o preenchimento do questionário, favor contatar Eduardo Abreu, através do telefone (22) 27612111 , e-mail [email protected] ou [email protected] Em caso de extravio do envelope, favor encaminhar o questionário para: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE – UENF CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA LABORATÓRIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Av. Alberto Lamego, 2000, – Horto – CEP 28015-620 Campos dos Goitacazes - RJ As informações levantadas pela pesquisa são de caráter estritamente confidencial, estando vedada a divulgação ou acesso aos dados individuais da fonte informante para qualquer empresa, órgão público ou pessoa física. Atenção: Se a empresa possuir mais de um estabelecimento, informar apenas os dados referentes ao

estabelecimento de maior faturamento, no respectivo estado.

IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA: Razão Social: CNPJ: Endereço: Cidade: UF CEP: Pessoa de Contato: Cargo: Telefone: ( ) Fax: ( ) e-mail: _____________________@____________________________________ I – Caracterização da empresa: 01- Quantidade total de empregados no estabelecimento: em 31 de dezembro de 2002: ________ empregados. 02- Percentual de empregados ligados diretamente à produção: Percentual: _________ %

03- Principal produto :______________________________________________________________ 04- Quais são as áreas que sua empresa investiu e/ou pretende investir: (1= investiu nos últimos 2 anos; 2= pretende investir nos próximos 2 anos; 3= não pretende investir)

79

1 2 3 Aquisição de máquinas e equipamentos Implantação de Laboratórios de Calibração Desenvolvimento de processos e produtos Aquisição de tecnologia Estudos técnicos de viabilidade de projetos Capacitação e treinamento de recursos humanos Implantação de Sistema de Gestão da Qualidade Implantação de Sistema de Gestão Ambiental II – Questões referentes à Metrologia: 01- A empresa contrata serviços de calibração de instrumentos de medição? Sim ( ) Não ( ) 02- Os instrumentos de medição utilizados na empresa nas áreas PCTS, Laboratório de Controle de Qualidade,

Oficina de Manutenção, Controle do Processo tais como Manômetros, Balanças, Sacarímetros, Termômetros, Refratômetros são calibrados periodicamente? Sim ( ) Não ( )

03- Qual a periodicidade de calibração dos instrumentos? ____________________________ 04- Anualmente, quantos instrumentos de medição são enviados à Laboratórios para calibração?________ 05- Anualmente, quantos instrumentos de medição são calibrados na própria empresa? _______________ 06- A empresa conhece os requisitos metrológicos relacionados com o processo produtivo? Sim ( ) Não ( ) 07- A empresa encontra dificuldade para avaliar os Certificados de Calibração? Sim ( ) Não ( )

08- Se a empresa utiliza os serviços de Calibração de Instrumentos, informe a demanda estimada e a

quantidade efetivamente enviada para calibração, por tipo de instrumento: Tipo de Instrumento

Demanda Estimada

Quantidade Efetiva

Não Aplicável

Tipo de Instrumento

Demanda Estimada

Quantidade Efetiva

Não Aplicável

Multímetros Manômetros Paquímetros Termômetros Micrômetros Estufas Relógio Comparador Banhos Térmicos Centrífugas Colorímetros Vidraria Volumétrica Cronômetros Pipetas de Vidro Balanças Espectrofotômetros Refratômetros Sacarímetros Outros:

09-Quanto é aproximadamente o gasto anual da empresa com os Serviços de Metrologia: ( ) zero ( ) de R$ 1 a R$ 2.500 ( ) de R$ 2.501 a R$ 5.000 ( ) de R$ 5.001 a R$ 10.000 ( ) de R$ 10.001 a R$ 20.000 ( ) acima de R$ 20.000

80

10-Assinale se planeja aumentar a contratação destes serviços de Metrologia nos próximos dois anos: ( ) pretende iniciar a contratação destes serviços ( ) aumentar cerca de 10% ( ) aumentar cerca de 20% ( ) aumentar cerca de 30% ( ) aumentar cerca de 50% ( ) aumentar _________% ( ) não pretende aumentar 11-A empresa contrata serviços de Ensaios e Análises ? Sim ( ) Não ( ) Quais: __________________________________________________.

III – Questões referentes à Qualidade: 01- Qual é o grau de importância e qual é o grau de utilização na sua empresa dos Serviços de

certificação de: Grau de Importância Grau de Utilização elevado médio baixo nenhum elevado médio baixo nenhum

Sistemas (ISO 9001, ISO 14001, etc.) Certificação de produtos/equipamentos Certificação de pessoas 02-A empresa possui certificação de sistema pela norma: ( ) ISO 9001 ( ) ISO 14001 ( ) Outra (s) – Citar:____________________________ ( ) Não possui certificação de sistema ( ) Em implantação 03-A empresa pretende obter a certificação de sistema de gestão? Sim ( ) Não ( ) Em qual área: Qualidade ( ) Ambiental ( ) Outra ( ) _______________________ IV – Questões referentes à Normalização 01-A empresa necessita atender a algum requisito normativo específico para realização do seu negócio? Sim ( ) Não ( )

02-Cite quais são as principais normas que impactam na empresa? _________________________________________________________________________________________ 03 -Encontra dificuldade de consulta/aquisição destas normas? Sim ( ) Não ( )

04 -Tem dificuldade de entendimento? Sim ( )Não ( )

81

V – Questões referentes à Gestão da empresa 01- Qual é o grau de importância e qual é o grau de utilização na sua empresa dos Serviços de Gestão: Grau de Importância Grau de Utilização elevado médio baixo nenhum elevado médio baixo nenhum

Gestão ambiental Gestão tecnológica Gestão da qualidade Gestão da produtividade 02- A sua empresa investe anualmente no desenvolvimento do negócio? Sim ( ) Não ( ) Valor aproximado no último ano:_____________ 03- Existe a necessidade de treinamento na área de? Qualidade Sim ( ) Não ( ) Metrologia Sim ( ) Não ( ) Normalização Sim ( ) Não ( ) VI – Questões Gerais 01- Qual é a localização das instituições contratadas para executar os serviços nas áreas de Metrologia,

Qualidade e Normalização – (pode ser marcada mais de uma resposta): ( 1 ) no próprio Estado; ( 2 ) fora do Estado, mas na Região; ( 3 ) fora da Região, mas no Brasil; ( 4 ) no exterior 02- Quais têm sido as principais dificuldades enfrentadas na contratação de cada categoria de serviços: ( 1 ) desconhecimento/falta de informações sobre quem realiza estes serviços ( 2 ) distância das instituições/organizações que executam estes serviços ( 3 ) excesso de burocracia das instituições/organizações executoras ( 4 ) os preços são elevados ( 5 ) os prazos de execução são longos ( 6 ) mau atendimento pelas instituições que prestam estes serviços ( 7 ) falta de credibilidade/confiabilidade dos serviços realizados ( 8 ) outras dificuldades ( 9 ) não tem havido nenhuma dificuldade

1 2 3 4 5 6 7 8 9 Calibração de instrumentos Ensaios e Análises Implantação de Sistemas de Gestão Informação sobre Normalização Capacitação/Treinamento de recursos humanos

1 2 3 4 Calibração de instrumentos Ensaios e Análises Implantação de Sistemas de Gestão Informação sobre Normalização Capacitação/Treinamento de recursos humanos

82

Anexo 2: Formulário utilizado para coleta de dados do setor de petróleo.

Pesquisa da Demanda por Serviços nas áreas de METROLOGIA,

QUALIDADE E NORMALIZAÇÃO aplicados em setores produtivos da

Região Norte-Fluminense.

O objetivo deste questionário é realizar um levantamento de dados sobre as dificuldades e as potencialidades inerentes as áreas de Metrologia, Qualidade e Normalização. O questionário é auto-explicativo, devendo ser preenchido com os dados do estabelecimento e devolvido para a Coordenação o mais breve possível. O prazo limite é 17/01/2003. Sua Participação nesta etapa muito contribuirá para adequado diagnóstico. A UENF agradece sua dedicação. Qualquer esclarecimento sobre a pesquisa ou sobre o preenchimento do questionário, favor contatar Eduardo Abreu, através do telefone (22) 27261632, e-mail [email protected] ou [email protected] Em caso de extravio do envelope de retorno, favor encaminhar o questionário para: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE – UENF CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA LABORATÓRIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Av. Alberto Lamego, 2000, – Horto – CEP 28015-620 Campos dos Goitacazes - RJ IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA: Razão Social: CNPJ: Endereço: Pessoa de Contato: e-mail: Telefone: ( ) Fax: ( ) Atividade Principal: RECURSOS HUMANOS: 1. Total de empregados da Empresa: ___________ 4. Total de empregados c/ Nível Médio: ___________

2. Total de empregados não administrativos: _____ 5. Total de empregados c/ Nível Fundamental: ______

3. Total de empregados c/ Nível Superior: __________ METROLOGIA : OBS: N.A. = Não Aplicável 01- Os instrumentos de medição impactam na qualidade dos serviços prestados? Sim ( ) Não ( ) N.A. ( )

02- A empresa contrata serviços de calibração de instrumentos de medição? Sim ( ) Não ( ) N.A. ( )

03- Qual é a periodicidade de calibração dos instrumentos de medição? ________________________

04- Quantos instrumentos de medição são enviados para calibração externa? __________________

05- Quantos instrumentos de medição são calibrados na própria empresa? __________________

06- Existe um procedimento para controle dos instrumentos de medição? Sim ( ) Não ( ) N.A. ( )

83

07- Existe um critério de aceitação que sirva de parâmetro na análise dos erros de medição apresentados nos

certificados de calibração? Sim ( ) Não ( ) N.A. ( )

08- Os cálculos da incerteza de medição são realizados para os serviços prestados? Sim ( ) Não ( )N.A. ( )

09- A empresa encontra dificuldade para avaliar os Certificados de Calibração? Sim ( ) Não ( )N.A. ( ) 10- Se a empresa utiliza os serviços de Calibração de Instrumentos, informe a demanda estimada e a

quantidade efetivamente enviada para calibração, por tipo de instrumento, quando aplicável.

Tipo de Instrumento Demanda

Estimada Quantidade Efetiva

Tipo de Instrumento

Demanda Estimada

Quantidade Efetiva

Multímetros Manômetros Megômetros Peso Padrão Paquímetros Termômetros Micrômetros Estufas Relógio Comparador Centrífugas Banhos Térmicos Colorímetros Vidraria Volumétrica Cronômetros Pipetas de Vidro Balanças Espectrofotômetros Outros:

11- Quanto é aproximadamente o gasto anual da empresa com os Serviços da Metrologia: ( ) zero ( ) de R$ 5.001 a R$ 10.000 ( ) de R$ 1 a R$ 2.500 ( ) de R$ 10.001 a R$ 20.000 ( ) de R$ 2.501 a R$ 5.000 ( ) acima de R$ 20.000 12- Planeja aumentar a contratação destes serviços de Metrologia nos próximos dois anos: ( ) aumentar cerca de 10% ( ) aumentar _________% ( ) aumentar cerca de 20% ( ) não pretende aumentar ( ) aumentar cerca de 30% ( ) iniciar a contratação 13- A empresa contrata serviços de Ensaios e Análises ? Sim ( ) Não ( )

Quais: _______________________________________________________ QUALIDADE:

1. Qual é o grau de importância e qual é o grau de utilização na sua empresa dos Serviços de Certificação de: Grau de Importância Grau de Utilização elevado médio baixo nenhum elevado médio baixo nenhum

Sistemas (ISO 9001, ISO 14001, ISO 17025, etc.) Certificação de produtos/equipamentos Certificação de pessoas

84

2. A empresa possui certificação de sistema pela norma:

( ) ISO 9001 ( ) ISO 14001 ( ) SBAC ( ) ISO 17025 ( ) Outra (s) – Citar:____________________________ ( ) Não possui certificação de sistema ( ) Em implantação 3. A empresa pretende investir para obter a certificação de sistema de gestão?

Sim ( ) Não ( ) Em qual área: Qualidade ( ) Ambiental ( ) Outra (s) – Citar: _________________________ NORMALIZAÇÃO:

Questões referentes à GESTÃO DA EMPRESA: 1. Qual é o grau de importância e qual é o grau de utilização na sua empresa dos Serviços de Gestão: Grau de Importância Grau de Utilização elevado médio baixo nenhum elevado médio baixo nenhum

Gestão ambiental Gestão da qualidade Gestão da produtividade 2. A sua empresa investe anualmente no desenvolvimento do negócio? Sim ( ) Não ( ) Valor aproximado no último ano: R$_____________ 3. Existe a necessidade de treinamento na área de?

Qualidade Sim ( ) Não ( ) Metrologia Sim ( ) Não ( ) Normalização Sim ( ) Não ( )

1. As rotinas de trabalho da empresa estão descritas em procedimentos?

2. Há sistemática de elaboração, aprovação, implementação e monitoramento dos

procedimentos?

3. A padronização das rotinas de trabalho contribui para redução dos custos?

4. A Empresa implementa os requisitos da norma NBR ISO 9001?

5. Existe dificuldade para implementar estes requisitos?

6. O atendimento à normalização referente a Segurança, Meio Ambiente e

Saúde Ocupacional (SMS) contribui para o desenvolvimento da empresa.

7. A empresa implementa os requisitos normativos relacionados a SMS?

8. Existe dificuldade para implementar estes requisitos?

Sim ( ) Não ( )

Sim ( ) Não ( )

Sim ( ) Não ( )

Sim ( ) Não ( ) N.A. ( )

Sim ( ) Não ( ) N.A. ( )

Sim ( ) Não ( ) N.A. ( )

Sim ( ) Não ( ) N.A. ( )

Sim ( ) Não ( ) N.A. ( )

85

4. Quais são as áreas que sua empresa investiu e/ou pretende investir:

(1= investiu nos últimos 2 anos; 2= pretende investir nos próximos 2 anos; 3= não pretende investir) 1 2 3 Aquisição de máquinas e equipamentos Desenvolvimento de processos e produtos Aquisição de tecnologia Capacitação e treinamento de recursos humanos Implantação de Sistema de Gestão da Qualidade Implantação de Laboratórios de Calibração Implantação de Sistema de Gestão Ambiental 5. Qual é a localização das instituições contratadas para executar os serviços nas áreas de Metrologia,

Qualidade e Normalização – (pode ser marcada mais de uma resposta):

( 1 ) no próprio Município;

( 2 ) no próprio Estado;

( 3 ) fora do Estado, mas na Região

Sudeste;

( 4 ) fora da Região Sudeste, mas no Brasil; 6. Quais têm sido as principais dificuldades enfrentadas na contratação de cada categoria de serviços – (pode

ser marcada mais de uma resposta): ( 1 ) desconhecimento/falta de informações sobre quem realiza estes serviços ( 2 ) distância das instituições/organizações que executam estes serviços ( 3 ) excesso de burocracia das instituições/organizações executoras ( 4 ) os preços são elevados ( 5 ) os prazos de execução são longos ( 6 ) mau atendimento pelas instituições que prestam estes serviços ( 7 ) falta de credibilidade/confiabilidade dos serviços realizados ( 8 ) outras dificuldades ( 9 ) não tem havido nenhuma dificuldade

1 2 3 4 5 6 7 8 9 Calibração de instrumentos Ensaios e Análises Implantação de Sistemas de Gestão Informação sobre Normalização Treinamento de recursos humanos

1 2 3 4 Calibração de instrumentos Ensaios e Análises Implantação de Sistemas de Gestão Informação sobre Normalização Treinamento de recursos humanos

86

Anexo 3: Formulário utilizado para coleta de dados do setor de cerâmica.

Pesquisa da Demanda por Serviços nas áreas de METROLOGIA, QUALIDADE E NORMALIZAÇÃO aplicados em setores produtivo

da Região Norte-Fluminense. O objetivo deste questionário é realizar um levantamento de dados sobre as dificuldades e as potencialidades inerentes as áreas de Metrologia, Qualidade e Normalização. O questionário é auto-explicativo, devendo ser preenchido com os dados do estabelecimento e devolvido para a Coordenação o mais breve possível. O prazo limite é 21/01/2003. Sua Participação nesta etapa muito contribuirá para adequado diagnóstico. A UENF agradece sua dedicação. Qualquer esclarecimento sobre a pesquisa ou sobre o preenchimento do questionário, favor contatar Eduardo Abreu, através do telefone (22) 27261632, e-mail [email protected] ou [email protected] Em caso de extravio do envelope de retorno, favor encaminhar o questionário para: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE – UENF CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA LABORATÓRIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Av. Alberto Lamego, 2000, – Horto – CEP 28015-620 Campos dos Goitacazes - RJ IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA: Razão Social: CNPJ: Pessoa de Contato: e-mail: Telefone: ( ) Fax: ( ) Atividade Principal : RECURSOS HUMANOS: 1. Total de empregados da Empresa: ___________ 4. Total de empregados c/ Nível Médio: ___________

2. Total de empregados na produção: ___________ 5. Total de empregados c/ Nível Fundamental: ______

3. Total de empregados c/ Nível Superior: __________ METROLOGIA: 1. A qualidade da matéria prima é verificada antes da sua utilização? Sim ( ) Não ( )

2. Durante o processo de Prensagem a pressão de trabalho é medida? Sim ( ) Não ( )

3. Na etapa de queima dos revestimentos cerâmicos a temperatura do forno é medida? Sim ( ) Não ( )

4. Existe um controle dimensional dos produtos fabricados? Sim ( ) Não ( )

5. Os instrumentos de medição (manômetros, termômetros, termopares, balanças, etc) Sim ( ) Não ( )

utilizados na industria impactam na qualidade dos produtos?

6. A empresa contrata serviços de calibração de instrumentos de medição? Sim ( ) Não ( )

7. Qual é a periodicidade de calibração dos instrumentos de medição? ________________________

8. Quantos instrumentos de medição são enviados para calibração externa? __________________

9. Existe um procedimento para controle dos instrumentos de medição? Sim ( ) Não ( )

87

10. Existe um critério de aceitação que sirva de parâmetro na análise dos erros Sim ( ) Não ( )

de medição apresentados nos certificados de calibração?

11. A empresa encontra dificuldade para avaliar os Certificados de Calibração? Sim ( ) Não ( )

12. Se a empresa utiliza os serviços de Calibração de Instrumentos, informe a demanda estimada e a quantidade

efetivamente enviada para calibração, por tipo de instrumento, quando aplicável.

Tipo de Instrumento Demanda

Estimada Quantidade Efetiva

Tipo de Instrumento

DemandaEstimada

Quantidade Efetiva

Termômetros Manômetros Balanças Estufas Trena Paquímetros Termo-higrômetro Outros:

13. Quanto é aproximadamente o gasto anual da empresa com os Serviços da Metrologia: ( ) zero ( ) de R$ 5.001 a R$ 10.000 ( ) de R$ 1 a R$ 2.500 ( ) de R$ 10.001 a R$ 20.000 ( ) de R$ 2.501 a R$ 5.000 ( ) acima de R$ 20.000 14- Planeja aumentar a contratação destes serviços de Metrologia nos próximos dois anos: ( ) aumentar cerca de 10% ( ) aumentar _________% ( ) aumentar cerca de 20% ( ) não pretende aumentar ( ) aumentar cerca de 30% ( ) iniciar a contratação 15- A empresa contrata serviços de Ensaios e Análises ? Sim ( ) Não ( )

Quais: _______________________________________________________ QUALIDADE: 1. Qual é o grau de importância e qual é o grau de utilização na sua empresa dos Serviços de Certificação de: Grau de Importância Grau de Utilização elevado médio baixo nenhum elevado médio baixo nenhum

Sistemas (ISO 9001, ISO 14001) Certificação de produtos/equipamentos 2. A empresa possui certificação de sistema pela norma:

( ) ISO 9001 ( ) ISO 14001 ( ) Outra (s) – Citar:____________________________ ( ) Não possui certificação de sistema ( ) Em implantação 3. A empresa pretende investir para obter a certificação de sistema de gestão?

Sim ( ) Não ( ) Em qual área: Qualidade ( ) Ambiental ( ) Outra (s) – Citar: _________________________

88

NORMALIZAÇÃO:

Questões referentes à GESTÃO DA EMPRESA: 1. Qual é o grau de importância e qual é o grau de utilização na sua empresa dos Serviços de Gestão: Grau de Importância Grau de Utilização elevado médio baixo nenhum elevado médio baixo nenhum

Gestão ambiental Gestão da qualidade Gestão da produtividade 2. A sua empresa investe anualmente no desenvolvimento do negócio? Sim ( ) Não ( ) Valor aproximado no último ano: R$_____________ 3. Existe a necessidade de treinamento na área de? Qualidade Sim ( ) Não ( ) Metrologia Sim ( ) Não ( ) Normalização Sim ( ) Não ( ) 4. Quais são as áreas que sua empresa investiu e/ou pretende investir:

(1= investiu nos últimos 2 anos; 2= pretende investir nos próximos 2 anos; 3= não pretende investir) 1 2 3 Aquisição de máquinas e equipamentos Utilização de gás natural no processo de fabricação Desenvolvimento de novos produtos Aquisição de tecnologia Treinamento de recursos humanos Implantação de Sistema de Gestão da Qualidade Implantação de Sistema de Gestão Ambiental

1. As rotinas de trabalho da empresa estão descritas em procedimentos?

2. Há sistemática de elaboração, aprovação, implementação e monitoramento dos

procedimentos?

3. A padronização das rotinas de trabalho contribui para redução dos custos?

4. A Empresa implementa os requisitos da norma NBR ISO 9001?

5. Existe dificuldade para implementar estes requisitos?

6. A fabricação dos artefatos cerâmicos conforme as normas contribui para o sucesso

da indústria?

7. Existem dificuldades no atendimento as exigências destas normas?

8. A industria possui licenciamento Ambiental para exploração de jazidas de argilas?

Sim ( ) Não ( )

Sim ( ) Não ( )

Sim ( ) Não ( )

Sim ( ) Não ( )

Sim ( ) Não ( )

Sim ( ) Não ( )

Sim ( ) Não ( )

Sim ( ) Não ( ) N A ( )

89

5. Qual é a localização das instituições contratadas para executar os serviços nas áreas de Metrologia, Qualidade e Normalização – (pode ser marcada mais de uma resposta):

( 1 ) no próprio Município;

( 2 ) no próprio Estado;

( 3 ) fora do Estado, mas na Região

Sudeste;

( 4 ) fora da Região Sudeste, mas no Brasil; 6. Quais têm sido as principais dificuldades enfrentadas na contratação de cada categoria de serviços – (pode

ser marcada mais de uma resposta): ( 1 ) desconhecimento/falta de informações sobre quem realiza estes serviços ( 2 ) distância das instituições/organizações que executam estes serviços ( 3 ) excesso de burocracia das instituições/organizações executoras ( 4 ) os preços são elevados ( 5 ) os prazos de execução são longos ( 6 ) mau atendimento pelas instituições que prestam estes serviços ( 7 ) falta de credibilidade/confiabilidade dos serviços realizados ( 8 ) outras dificuldades ( 9 ) C

1 2 3 4 5 6 7 8 9 Fornecimento de gás natural Calibração de instrumentos Ensaios e Análises Implantação de Sistemas de Gestão Informação sobre Normalização Treinamento de recursos humanos

1 2 3 4 N. A. Calibração de instrumentos Ensaios e Análises Implantação de Sistemas de Gestão Informação sobre Normalização Treinamento de recursos humanos

90

Anexo 4: Formulário utilizado para coleta de dados do setor de laboratórios clínicos.

Pesquisa da Demanda por Serviços nas áreas de METROLOGIA,

QUALIDADE E NORMALIZAÇÃO aplicados em setores produtivos da

Região Norte-Fluminense.

O objetivo deste questionário é realizar um levantamento de dados sobre as dificuldades e as potencialidades inerentes as áreas de Metrologia, Qualidade e Normalização. O questionário é auto-explicativo, devendo ser preenchido com os dados do estabelecimento e devolvido para a Coordenação o mais breve possível. O prazo limite é 17/01/2003. Sua Participação nesta etapa muito contribuirá para adequado diagnóstico. A UENF agradece sua dedicação. Qualquer esclarecimento sobre a pesquisa ou sobre o preenchimento do questionário, favor contatar Eduardo Abreu, através do telefone (22) 27261632, e-mail [email protected] ou [email protected] Em caso de extravio do envelope de retorno, favor encaminhar o questionário para: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE – UENF CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA LABORATÓRIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Av. Alberto Lamego, 2000, – Horto – CEP 28015-620 Campos dos Goitacazes – RJ IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA: Razão Social: CNPJ:

Endereço:

Telefone: ( ) Fax: ( )

Pessoa de Contato: e-mail:

RECURSOS HUMANOS DA EMPRESA: 1. Total de empregados da Empresa: _____________ 4. Total de empregados c/ Nível Médio: __________

2. Total de empregados não administrativos: _______ 5. Total de empregados c/ Nível Fundamental: _____

3. Total de empregados c/ Nível Superior: _________

METROLOGIA: 1. Os instrumentos de medição impactam na qualidade dos serviços prestados? Sim ( ) Não ( )

2. A empresa contrata serviços de calibração de instrumentos de medição? Sim ( ) Não ( )

3. Qual é a periodicidade de calibração dos instrumentos de medição? __________________

4. Quantos instrumentos de medição são enviados para calibração? __________________

5. Existe um procedimento para controle dos instrumentos de medição? Sim ( ) Não ( )

6. Existe um critério de aceitação que sirva de parâmetro na análise dos erros de medição apresentados nos

certificados de calibração? Sim ( ) Não ( )

7. Os cálculos da incerteza de medição são realizados para os serviços prestados? Sim ( ) Não ( )

1/2

91

8. Se a empresa utiliza os serviços de Calibração de Instrumentos, informe a demanda estimada e a quantidade efetivamente enviada para calibração, por tipo de instrumento, quando aplicável.

Tipo de Instrumento Demanda

Estimada Quantidade Efetiva Tipo de Instrumento Demanda

Estimada Quantidade Efetiva

Termômetros Estufas Balanças Peso Padrão Banhos Térmicos Manômetros Centrífugas Colorímetros Vidraria Volumétrica Cronômetros Espectrofotômetros Outros:

9. Quanto é aproximadamente o gasto anual da empresa com os Serviços da Metrologia: ( ) zero ( ) de R$ 5.001 a R$ 10.000 ( ) de R$ 1 a R$ 2.500 ( ) de R$ 10.001 a R$ 20.000 ( ) de R$ 2.501 a R$ 5.000 ( ) acima de R$ 20.000

10. Planeja aumentar a contratação destes serviços de Metrologia nos próximos dois anos: ( ) aumentar cerca de 10% ( ) aumentar _________% ( ) aumentar cerca de 20% ( ) não pretende aumentar ( ) aumentar cerca de 30% ( ) iniciar a contratação

QUALIDADE: 1. Qual é o grau de importância e qual é o grau de utilização na sua empresa dos Serviços de Certificação de: Grau de Importância Grau de Utilização elevado médio baixo nenhum elevado médio baixo nenhum

Sistemas (SBAC, ISO 9001, ISO 14001, ISO 7025.)

Certificação de produtos/equipamentos Certificação de pessoas

2. A empresa possui certificação de sistema pela norma: ( ) ISO 9001 ( ) ISO 14001 ( ) SBAC ( ) ISO 17025 ( ) Outra (s) – Citar:____________________________ ( ) Não possui certificação de sistema ( ) Em implantação 3. A empresa pretende investir para obter a certificação de sistema de gestão? Sim ( ) Não ( ) Em qual área: Qualidade ( ) Ambiental ( ) Outra (s) – Citar: ___________________________ NORMALIZAÇÃO: 1. O conhecimento tecnológico da empresa está ordenado e registrado? Sim ( ) Não ( ) 2. Há sistemática de elaboração, aprovação, implementação e monitoramento dos Sim ( ) Não ( ) procedimentos? 3. Quantos procedimentos documentados existem na Empresa? ________________ 4. A padronização das rotinas de trabalho contribui para redução dos custos? Sim ( ) Não ( ) 5. A Empresa conhece os requisitos da norma NBR ISO 17025? Sim ( ) Não ( ) 6. Implementa estes requisitos? Sim ( ) Não ( ) 7. Encontra dificuldade para implementar esta norma? Sim ( ) Não ( )

92

Questões referentes a GESTÃO DA EMPRESA: 1. Qual é o grau de importância e qual é o grau de utilização na sua empresa dos Serviços de Gestão: Grau de Importância Grau de Utilização elevado médio baixo nenhum elevado médio baixo nenhum

Gestão da Qualidade Gestão Ambiental Gestão da Produtividade 2. A sua empresa investe anualmente no desenvolvimento do negócio? Sim ( ) Não ( )

Valor aproximado no último ano: R$___________________

3. Existe necessidade de treinamento na área de?

Qualidade Sim ( ) Não ( ) Metrologia Sim ( ) Não ( ) Normalização Sim ( ) Não ( )

4. Quais são as áreas que sua empresa investiu e/ou pretende investir:

(1= investiu nos últimos 2 anos; 2= pretende investir nos próximos 2 anos; 3= não pretende investir) 1 2 3 Aquisição de máquinas e equipamentos Desenvolvimento de processos e produtos Aquisição de tecnologia Capacitação e treinamento de recursos humanos Implantação de Sistema de Gestão da Qualidade 5. Qual é a localização das instituições contratadas para executar os serviços nas áreas de Metrologia,

Qualidade e Normalização – (pode ser marcada mais de uma resposta): ( 1 ) no próprio Município;

( 2 ) no próprio Estado;

( 3 ) fora do Estado, mas na Região Sudeste;

( 4 ) fora da Região Sudeste, mas no Brasil;

1 2 3 4 Calibração de instrumentos Implantação de Sistemas de Gestão Informação sobre Normalização Treinamento de recursos humanos

93

( 1 ) Prazos de execução são longos

( 2 ) Preços são elevados

( 3 ) Mau atendimento

( 4 ) Falta de credibilidade/confiabilidade

( 5 ) Distância das instituições/organizações

( 6 ) Excesso de burocracia das instituições/organizações executoras

( 7 ) Desconhecimento/falta de informações sobre quem realiza estes serviços

( 8 ) Não tem havido nenhuma dificuldade

05- Quais têm sido as principais dificuldades enfrentadas na contratação de cada categoria de serviços:

1 2 3 4 5 6 7 8 Calibração de instrumentos Implantação de Sistemas de Gestão Informação sobre Normalização Treinamento de recursos humanos

94

Anexo 5: Recomendação para intervalo de calibração.

INSTRUEMNTOS INTERVALO DE CALIBRAÇÃO

(meses)

Massa Padrão, Termopar Padrão, Bomba

de Peso Morto, Bloco Padrão.

24 a 36

Manômetros, Multímetros, Megômetros,

Banho Térmico, Estufa, Balança,

Espectrofotômetros, Década de

Resistência, Termopar, Torquímetros,

Vacuômetros, Alicate Amperímetro,

Anemômetro, Calibrador de Pressão,

Fonte de Alimentação, Higrômetro,

Vidraria Voumétrica, Esfignomanômetros.

12

Paquímetros, Micrômetros, Relógio

Comparador, Termômetros, Trenas.

3 a 6