um museu de indústria em são paulo

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Waldisa •ilNNl CAMARGO GUARNIERI UM MUSEU DE INDÚSTRIA EM SÃO PAULO M.09R1 916m P8Ü i ; V R O S - BC "? III 19878 Central l-ESPSP-Bibliotecas

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Folheto de Waldisa Russio

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  • Waldisa i l N N l CAMARGO GUARNIERI

    U M M U S E U DE INDSTRIA E M SO PAULO

    M.09R1 916m

    P8

    i ; V R O S - BC

    "? III 19878 Central l-ESPSP-Bibliotecas

  • Waldisa RUSSIO CAMARGO GUARNIERI

    UM MUSEU DE INDSTRIA EM SO PAULO B i b l K tecao

    FLNiJA,A ESCOLA D. S 0 C ; 0 L C G | . I POLITIC DE 3 *0 PALL0- Fcsrs?

    PDL30^ Museu de Arqueologia e Etnologia

    Universidade de So Paulo BIBLIOTECA

    MUSEU DA INDSTRIA, COMRCIO E TECNOLOGIA DE SO PAULO - SICCT 1980

  • APRESENTAO

    O Museu da Indstria, Comrcio e Tecnologia , antes de mais nada, um museu processo.

    um rgo que, tendo sua existncia prevista em esta-tuto legal, vem passando por uma longa discusso, de modo a instituir-se da periferia para o centro e instalar-se das bases para o ncleo central.

    Estas afirmaes constituem o cerne de uma proposta de trabalho e exprimem a verdade de um experimento prtico, o Projeto Museu da Indstria, Comrcio e Tecnologia.

    Caminhamos cautelosamente, calcados na experincia oferecida a cada dia e no apenas numa viso aprorstica que a realidade poder desmentir amanh.

    No acreditamos na eternidade e imutabilidade das estruturas tcnico-administrativas, mas confiamos na perenidade dos projetos pensados e experimentados, que tragam em si as condies de adaptao e ao sobre realidades.

    Por isso com grande prazer que oferecemos, hoje, leitura, a parte nodal do projeto elaborado pela Museloga e Tcnica de Administrao, DRA. WALDISA RUSSIO, elaborado por determinao nossa, aprovado em suas linhas mestras e peculiaridades organzatrias e estruturais.

    O texto ora apresentado faz parte, tambm, da tese de-fendida pela DRA. WALDISA RUSSIO para optar pelo grau de Doutora em Cincias (Museologia/Sociologia de Museu), pela Escola Ps Graduada de Cincias Sociais (FESP), diante de uma comisso examinadora do mais alto nvel, integrada, entre outros pela Museloga MARIA TERESA GOMES FERREIRA, Diretora do

  • Museu Calouste Guibenkian (Lisboa), Professor DR. GUILHERME FIGUEIREDO (UNIRIO), Professor DR. ODILON NOGUEIRA DE MATOS, Professor DR. BORIS KOSSOY, que substituiu o Pro-fessor DR. JOS FERREIRA CAR RATO e Professor DR. EROS ROBERTO GRAU, comisso esta que aps aprov-la unanime-mente com excelncia, sugeriu a imediata publicao do trabalho.

    Ele no surge na ntegra. Oferecemos aos leitores de Museu & Tcnicas apenas o captulo referente "proposta mu-seolgica", naturalmente com as adaptaes que a autora intro-duziu face s peculiaridades da publicao.

    bem possvel que ao chegar o texto ao leitor, tambm estejamos entregando ao pblico os primeiros "museus de f-brica" ou "de empresa"... cujas propostas e conceituao, atuais e avanadas, talvez constituam, tambm, uma das contri-buies da jovem museologia paulista e nacional Cincia Museolgica.

    OSVALDO PALMA Secretrio de Estado

    So Paulo

  • RESUMO

    Este trabalho o resultado da observao e da anlise de um grande nmero de museus de Histria Industrial e de Cincia e Tecnologia existentes em vrios pases, assim como de vrios projetos em estudo ou andamento em outros Estados, configurando, entretanto, uma proposta nova e original, ade-quada ao Estado de So Paulo, o mais industrializado do Brasil.

    A autora prope um museu-processo e obra-aberta, num estabelecimento de mltipla sede e abarcando diferentes uni-dades e nveis a saber:

    o museu de stio industrial, rea de produo mu-sealisada nas fbricas e empresas, preservando a memria de cada uma e contribuindo para o registro da memria local ou regional. Configuram, geralmente, museus filiados e assistidos pelo Museu da Indstria.

    os museus setoriais d indstria e/ou comrcio, que registram a contribuio de reas especficas, como a tece-lagem, a alimentao, a siderurgia, etc. Configuram, geralmente, organismos convenados com o Museu da indstria e podem assumir o aspecto de museus regionais.

    a sede central, que abriga exposies de longa du-rao e temporrias, temticas; um servio educativo com nfase no trabalho com crianas (oficinas infantis), um banco de dados da memria industrial e comercial (arquivo de multi-meios) e um centro de estmulo criao industrial.

    O projeto encontra-se em fase de implantao, da peri-feria para o centro, ou seja: os museus de stio e os setoriais sero os primeiros a serem institucionalizados e abertos ao pblico.

    Pretende sedimentar-se como um registro da Arqueo-logia e Histria Industriais, onde a tcnica e a tecnologia so dados referenciais e informativos, e proporcionar uma reflexo profunda sobre o prprio processo de industrializao.

  • RESUME

    This paper results from observation and analysis of a great number of Science, Technology and Industry History mu-seums of several countries, as well as from projects undergoing in other States, shaping, anyway, an original and new proposal more adequate to the State of So Paulo, the more industrialized State of Brazil,

    The author sugests a process-museum and an open-work, in a multi-seat stablishment comprehending diferent unities and levels, such as:

    industrial-seat museum, production areas turned into museum sites in plants and firms, thus preserving each one's memory and contributing for registration of the local or regional memory. This units would be filiated and assisted by the Industry Museum.

    sectorial museums of industry and/or commerce, which gather contribution from specific areas, like weaving, food, siderurgy, etc. This units would be in convention with the Industry Museum, nevertheless assuming the aspect of re-gional museums.

    central headquarters presenting long and short duration exhibits, serving a specific subject; and educational service with emphasis on work with children (infantile work-shops), a data center for industrial and commercial memory (multimedium file), and a center for development of industrial creation.

    This project undergoes implantation process at the moment, from the outskirts of the city towards downtown, that is to say, industrial seat and sectorial museums will be stablished first and opened to the public.

    It intends to stablish itself as a register of Industrial Archaeology and History, where technic and technology are data for reference and information, thus permiting a deep reflection on the industrialization process itself.

  • RESUME

    Ce travail est !e resultat de /'observation et de /'ana-lyse d'un grand numero de muses d'Histoire Industriei et de Sciences et Technologe existants dans plusieurs pays, ainsi que de nombreux projets en tude ou en phase d'institucionalisation dans d'autres tats Brsiliens, en configurant cependant une proposition nouvelle et original, ajuste t'Etat de So Paulo, le plus industrialise du Brsil.

    L'auteur propose un muse-processus et une oeuvre-ouverte, dans un tablissement de sige multiple et en remplan-ant de differentes unites et niveaux, savoir:

    les muses de site industriei, aire de production "musealise" dans les usines et les entreprises, en sauvetant Ia memoire de chacune et en enregistrant la memoire locale ou, mme regionale. Us configurent, en general, des muses afilies et assistes par le Muse de 1'lndustrie.

    les muses segments d'lndustrie et/ou du Com-merce, qui enregistrent la contribution des aires spcifiques, comme la tissulage, I'alimentation, la siderurgie, etc. Us confi-gurent, trs souvent, des organes engages par contrat ou par convention au Muse de 1'lndustrie et Us peuvent avoir la faon de muses rgionaux,

    l sige centraie, qui abrite les expositions de ton-gue dure et les temporaires, thematiques: un service educatif avec enphase dans le travail avec les enfants (les usines enfanti-nes), un bane de donnes de Ia memoire industriei (archive de moyens-multiples) et d'un centre de stymulation la creation industrielle.

  • Le projet est en phase d'implantation, de la periphrie vers le centre, c'est dire: ies muses de site et les muses-segments seront les premiers a tre institutionalises et ouverts au public.

    II a i'objectif de se "sedimenter" comme un enregis-trement de I'Archeologie et de I'Histoire industrielles ou la Technique et la Technologie sont des donnes de reference et informatives; au mme temps, il doit favoriser une reflexion prof onde ur le processus ^industrialisation, lui mme.

  • Vs no sois mquinas! No sois animais! Vs sois homens! Trazeis o amor e a humanidade em vossos coraes!

    Vs, o povo, tendes o poder de criar esta vida livre e esplndida... c/e fazer desta vida uma radiosa aventura.

    (Charles Chaplin - Discurso do "Grande Ditador")

  • INTRODUO

    Nenhum acontecimento histrico marcou tanto a vida de So Paulo como todos os eventos do cotidiano que constituem o processo de industrializao paulista e brasileiro. Neste, res-saltam figuras meritrias de pioneiros empresrios industriais; figuras annimas de trabalhadores vivenciam o processo.

    As atividades de comrcio crescem e evoluem: mas-cates e tropeiros vo sedimentar as bases dessas atividades, e, na prpria dinmica desse processo, iro, aos poucos, desem-penhar outros papis no "fazer" comercial, ao mesmo tempo em que o caf exige a criao de ferrovias, um modus Vivendi mais citadino, gerando tambm novas categorias, como a dos comis-srios de caf. Em funo da vida em aglomerados que se pretendem mais urbanizados, surgem novas reas de servios.

    A riqueza acumulada com o caf, a vinda dos imigrantes, a assuno do poder pela classe agrcola (notadamente dos ca-feicultores), a instalao das ferrovias, as fontes energticas [gs, luz eltrica), as c idades. . . forma-se todo um contexto propcio industrializao em So Paulo. Embora, surjam n-cleos no interior, principalmente de tecelagem e como uma evo-luo natural das indstrias caseiras, na Capital e nos seus arredores que se vo concentrar as instalaes industriais, num crescimento vertiginoso. O imigrante , a um s tempo, a mo-de-obra mais capaz, porque adestrada, e o consumidor.

    Depois de um perodo de fabricao de bens de consumo, coloca-se a oportunidade das substituies de importaes, um processo que se inicia de modo emprico e suti l durante a pri-meira grande guerra, quando tambm mal se inicia a industria-lizao; que se torna patente* durante a segunda grande guerra e, depois dela, vai se converter numa necessidade de indepen-dncia econmica que atinge os nossos dias.

    Polticas protecionistas, benefcios fiscais e de expor-tao, formao de consrcios exportadores, constituem um

    s-% n n ' J A r ) M O n

  • painel mais recente; mas, e o mercado interno? Onde, os con-sumidores dentro do Pas, que permanece numa estrutura agrria retrgrada, impeditiva da formao de grandes mercados de consumo? Uma parte da classe empresarial, mais consciente das necessidades mesmas das indstrias e do comrcio, e, con-seqentemente, das questes econmicas do Pas, coioca-se na vanguarda de um pensamento desenvolvimentista, que, final-mente, vai repercutir em reas governamentais.

    Entretanto, como esse desenvolvimento tentado ape-nas a nvel econmico, sem as necessrias reformas estruturais para que o Pas como um todo se desenvolva harmoniosamente, as contradies se aguam no grande parque manufaturero nacional.

    Numa concentrao excessiva no apenas de investi-mentos, mas de massas humanas e aglomerados em cidades no planejadas para um crescimento em espirais ciclpicas, a vida se deteriora.

    Da a necessidade de desconcentrar-se, mas ainda em polos regionais dentro do prprio Estado, onde vivel a rede de servios necessrios implantao industrial.

    Ao mesmo tempo, as questes regional e nacional devem ser vistas, mais do que nunca, dentro do contexto inter-nacional de crise energtica, de concentrao crescente de ca-pitais a exigir reas de investimento, fornecedoras de matria-prima e mo-de-obra barata; tempos sociolgicos desiguais. . .

    Um Pas que arrancou tri lhos de estradas de ferro, v-se agora na contingncia no de ampliar mas de refazer seu sistema virio; de voltar a pensar em sua imensa rede hidrogrfica nave-gvel como possvel caminho de escoamento de produtos, ao menos a nvel interno. Essa mesma rede hidrogrfica vem sendo j utilizada para obteno de energia.

    Paralelamente, outras fontes energticas passam a ser pesquisadas, ainda que com grande atraso.

    Simultaneamente, crescem as tenses sociais. Dentro desse contexto, como se pensar em um MUSEU

    DE INDSTRIA, que abarque tambm as atividades de CO-MRCIO e as conquistas da TCNICA, ou da TECNOLOGIA?

    Pois exatamente nesse momento em que os espritos se questionam que o Museu pode ter um papel profundamente vivificador.

  • A memria das lutas passadas e atuais, a noo clara de que o futuro tambm ser de luta, de necessidade absoluta de afirmao do processo de industrializao, dentro de um contexto nosso, cogitando no apenas da modernizao que pode no ser total izante e abragente, nem representar a adoo de padres mais avanados Necessariamente bons para o Pas], mas de desenvolvimento sistmico, quer no que diz respeito Industrializao, quer no que diz respeito ao processo de Huma-nizao como um todo.

    A Indstria uma das mais frteis criaes humanas e deve ser exercida humanamente em benefcio dos Homens.

    Da a razo porque adotamos o Discurso Chapliniano como tema bsico de todo o projeto. Dentro dessa projeo Humanista, a Histria da indstria no Brasil ser no apenas uma loa, mas uma anlise clara dos nossos acertos e dos nossos descaminhos.

    Uma anlise que pode facil itar o aprimoramento do pro-cesso de industrializao e de seu acompanhante, o processo de urbanizao, fazendo a ubiqao de nossa atividade de comr-cio e indstria e de nossas conquistas da tcnica, no apenas dentro do contexto internacional, mas sobretudo dentro da viso de uma realidade ecolgica, no apocalptica ou catastrfica, mas proftica e utpica na medida em que postule novos com-promissos do Homem para com a Vida.

    Que linguagem melhor que a dos objetos para narrar essa Histria e realizar esse questinamento?

    Uma museografia simples, sem rebuscamentos, ade-quada realidade dos nossos museus de pas pobre; uma mu-seografia clara, que fale ao erudito e ao homem sem escola-ridade, que sensibilize a empresrios e a empregados, ainda que em nveis e posies distintas: Essa Museografia pode ser a reveladora de uma Museologia que se proponha, alm dos con-ceitos de simples conservao e documentao, que se estenda para os domnios da eficiente Comunicao. (E a Comunicao um fato humano por excelncia, necessidade vital do Homem); uma Museologia que se situe no social e que dele no f u j a , . .

    Os museus so filhos da sociedade que os engendra.. , e, como todos os fi lhos, servem para ajudar os "pais" no seu processo de atualizao, de reciclagem do mundo.

    Os museus so micro-sistemas dentro do sistema social; interagem um com o outro. Podem e devem ser os grandes agentes dos processos ligados Humanizao e ao respeito Vida.

  • Um museu industrial no apenas um museu de m-quinas: um museu de mquinas feitas pelo Homem.

    Um museu industrial no apenas um museu de pro-dutos; um museu de bens produzidos pelo Homem e para consumo do Homem.

    Um museu industrial no apenas a epopia das cha-mins: o mundo subterrneo das casas de mquinas, o registro dos movimentos sociais e das lutas de empresrios que souberam pensar em seu Pas...

    d um museu dinmico pelas prprias tenses sociais que registra. Talvez seja dos poucos museus em que no se tenha a impresso de que a vida parou. A vida e suas angstias; a vida e suas alegrias; a vida e suas contradies; a vida pulsando, latejando como no sangue e nos coraes dos Homens. Os homens que no so mquinas... e que, contudo so ca-pazes de faz-las e, oxal, de construir um mundo melhor, em benefcio dos homens e de todos os seres vivos!

    "Vs no sois mquinas,, . sois homens capazes de fazer mquinas!"

  • PROPOSTA MUSEOLGICA

    Todo projeto museolgco vem calcado em um elemento de fato, que pretende documentar e divulgar, e em um suporte tico, que reger sua atuao.

    No caso especfico do MUSEU DA INDSTRIA, mais do que um fato, o museu procurar registrar um processo, o pro-cesso de industrializao do Brasil. Portanto, o museu ser, du-plamente, uma obra aberta:

    a) enquanto Museu-Processo, le prprio, Museu; bj enquanto o objeto de seu registro, tambm um pro-cesso considerado algo no-acabado, mas "em se fa-zendo".

    O processo, enquanto tema:

    Assim, a ao industrial ser pesquisada, documen-tada, preservada e comunicada enquanto processo, e conside-rada como resultado direto e material da inteligncia humana e do trabalho do Homem.

    Documentar-se-o a ao industrial e a atividade de co-mrcio como partes do contexto de urbanizao e modernizao, entendida, a prpria industrializao, sempre, como um pro-cesso social.

    Assim entendido, o MUSEU DA INDSTRIA no promo-ver apenas o registro do passado, mas objetivar preservar o do presente e antecipar prospectivas futuras.

    O processo, enquanto mtodo: i

    A metodologia do "MUSEU-PROCESSO", ou seja de obra aberta, inacabada e participatria, estar implcita em todo o

  • projeto museolgico, informando-o; est contida no apenas no carter de mltipla sede, no aspecto participatrio das expo-sies e no carter de conscincia crtica da prpria Industria-lizao. Este aspecto estar subjacente a todo o desenvolvi-mento do projeto.

    O suporte tico

    O suporte tico do MUSEU DE INDSTRIA est centra-lizado em alguns pontos bsicos, a saber:

    a) a anlise do processo industrial, mantendo uma conscincia crtica e humanista; b) um comportamento no aambarcador de objetos-testemunhos de outras regies que no So Paulo; Isto quer dizer que o MUSEU DE INDSTRIA toma So

    Paulo como o fulcro da histria industrial brasileira e amostra significativa de sua evoluo; que o processo no ser exami-nado dentro de uma perspectiva laudatria, mas objetiva e cientfica, mantendo, inclusive, em constante anlise, os vrios eventos em cadeia, sob prisma scio-econmico e histrico, aos quais no faltar um contedo tico-humanista [a Industriali-zao , em s i , um MEIO, no uma FINALIDADE; desejvel o bem-estar do homem e da sociedade).

    Tambm significa que o Museu no assumir o papel de antropfago, deglutindo tudo quanto seja registro da indus-trializao no Brasil e do Brasil; ao contrrio, procurar documentar os eventos isolados, as "manchas" de industriali-zao e as atividades de comrcio e indstria que se verificarem em outras regies que no a paulista, sempre que necessrio compreenso do processo como um todo. Jamais, entretanto, retirar de sua regio de origem os vestgios dessa industria-lizao. Poder eventualmente faz-lo a f im de preservar e sal-vaguardar no apenas o patrimnio mas a memria; mas ser, sempre, um depositrio, devolvendo regio de origem os objetos eventualmente arrecadados com esse propsito.

    Neste sentido (no aambarcador), alis, o Museu pre-tende muito mais ser um projeto piloto, inspirador de outros museus semelhantes a nvel nacional do que manter em depsito (aqui usado o termo em sua acepo jurdica), a ttulo precrio e talvez, nem sempre nas melhores condies, objetos que, correm o duplo risco: o de deteriorarem-se sem cuidados e sem

  • preservao permanecendo na regio de origem, ou o de dani-ficarem-se durante a remoo para So Paulo; ou, ainda, o de aqui virem a estar sem a necessria conservao (condies climticas diferentes, principalmente no que diz respeito a umi-dade relativa), pelo possvel acmulo de materiais procedentes de outras regies.

    Possuir sem manter e, sobretudo, retirar do contexto cultural, algo que no constitue, absolutamente, meta do Museu projetado.

    Os objetos-testemunhos:

    Consideram-se objetos-testemunhos do processo brasi-leiro de industrializao:

    a) mquinas utilizadas em fbricas, usinas e em suas dependncias administrativas e de ao social; b) objetos fabricados em So Paulo, eventualmente no Brasil; c) objetos importados que serviram como prottipos para a fabricao no Brasil, e em S. Paulo, ou geraram necessidades sociais a que a indstria teve de atender; d) catlogos, desenhos, projetos, marcas e patentes de objetos industriais produzidos em So Paulo e, even-tualmente, no Brasil; e) cartazes, folhetos, almanaques e qualquer outro ma-terial de divulgao e propaganda; f j registros e documentos, inclusive fotogrficos, das classes empresarial e operria, incluindo publicaes especializadas; g) registros referentes s condies de vida das per-sonagens envolvidas no processo de industrializao, in-clusive vilas operrias, habitao popular, e t c ; h) registros das atividades de comrcio, compreenden-do a preservao de estabelecimentos, acessrios, do-cumentao, material de propaganda e divulgao, etc. i) registros fi lmogrficos, flmicos e sonoros desses objetos e locais, assim como coleta de depoimentos de trabalhadores e empresrios, um e outro da Indstria e do Comrcio.

  • j) o registro das tcnicas nacionais primitivas, das tc-nicas assimiladas e da tecnologia criada, com nfase, na atual conjuntura, das tecnologias alternativas; k) modelos e representaes, estticos ou animados, documentadores das atividades de comrcio e de in-dstria, etc. Esta enumerao no esgota todas as possibilidades de

    coleta de objetos, constituindo-se apenas em um roteiro preli-minar para a sua arrecadao.

    A sede:

    Sabe-se que todos os museus de Indstria e Tcnica lutam sempre com dois problemas principais:

    a) o risco de acmulo de sucata; b) a questo do espao fsico, face s grandes dimen-ses e, quase sempre, o grande peso, do material a ser exposto. Um museu de porte razovel para abrigar de maneira

    adequada mquinas, equipamentos, modelos e representaes em exposio e em depsito, e contar ainda com biblioteca, loja de lembranas, pequeno restaurante ou lanchonete, e mais suas unidades tcnicas e administrativas, deveria ter, pelo menos 40.000 m2 (quarenta mil metros quadrados), ou seja, o porte de uma grande indstria.

    Muitos museus, no Exterior, optaram pelas construes modulares, prticas e econmicas, permitindo os acrscimos ne-cessrios; outros, preferem construir vrios edifcios prximos uns dos outros e h os que aproveitam velhos edifcios ligados Histria Industrial (quase sempre antigos locais de feiras industriais).

    Face s peculiaridades brasileiras e dentro da atual conjuntura de restrio de inverses em bens de capital e, por-tanto, de edifcios e construes (pelo menos no que diz respeito ao Governo do Estado de So Paulo), pensou-se na utilizao de edifcios historicamente ligados s origens e ao desenvolvimento do processo industrial.

    Uma das alternativas pensadas foi a de unir-se o com-plexo formado pelo Mercado Central, o Palcio das Indstrias (hoje ocupado com dependncias policiais) e o antigo Gasometro.

  • Neste complexo estariam documentadas as atividades de comrcio e indstria, estabelecendo-se, tambm, uma cono-tao com o problema energtico, mediante o uso do antigo edifcio do Gasometro, edifcios anexos [depsitos e adminis-trao) e rea vizinha (para exposies ao ar livre). O edifcio do Palcio das Indstrias abrigaria as exposies de objetos industriais paulistas e brasileiros e mostras temporrias diver-sas, alm de abrigar, tambm a biblioteca do Museu e a maior parte de sua administrao.

    O edifcio do Gasometro seria utilizado para mostras temporrias (um ou dois anos) sobre temas ligados Indus-trializao.

    O edifcio do Mercado seria dedicado ao registro das atividades de comrcio, mantendo-se parte dele prprio inalte-rado e, desta parte, uma frao em funcionamento.

    Este complexo no eliminaria a possibilidade de museus setoriais (vidro, cermica, tecelagem etc.) e dos museus de f-brica, mas se constituiria num ncleo central.

    Esta hiptese fica prejudicada pelas seguintes razes: 1) Os edifcios pertencem a diferentes pessoas jur-dicas de direito pblico (Estado e Municpio); 2) O Gasometro foi destinado, recentemente, s insta-laes de um departamento municipal dedicado pes-quisa e documentao artsticas. Todavia, em relao ao Gasometro, ao que tudo indica, as reformas introduzidas no edifcio no resolveram al-guns problemas ali existentes e que prejudica a util i-zao de todo o subsolo, onde, alis, esto as casas de mquinas, fornalhas e carrinhos que deveriam ser pre-servados, dentro de uma exposio destinada Energia e onde, uma outra zona poderia ser destinada aos ser-vios educativos ("Oficinas Infantis"), caso no subsis-tisse o problema.

    3) A rea do Gasometro e do Mercado so, ainda, v-timas das inundaes constantes por ocasio das cheias do rio Tamanduate, at hoje no resolvidas. 4) A prpria desocupao do Palcio da Indstria de-penderia de prvio alojamento das unidades policiais a localizadas; de limpeza, vrios restauros e reviso de toda a parte hidrulica e eltrica, adequao dos sis-

  • temas de iluminao e de preveno (fogo, roubo) e t c , o que tornaria problemtica a sua nova destinao no somente pela dificuldade em se obter outro local para as reparties a abrigadas como tambm pelo alto custo das mudanas e restaurao exigidas e sua cor-respondente morosidade habitual. Qual ser, pois, a soluo para se atender s necessi-

    dades de amplo espao, em termos de economia e de adequao as finalidades propostas? E, ao mesmo tempo, como evitar o acmulo de "sucata", ou seja, de peas significativas dentro de um contexto especfico, mas no suficientemente representa-tivas dentro de um processo global de histria industrial?

    A soluo encontrada foi , ainda, a de um museu de mltipla sede, porm com algumas peculiaridades a saber:

    a) a SEDE CENTRAL dever ser, de preferncia, uma antiga fbrica; b) Haver MUSEUS SETORIAIS, que tanto podero es-tar em antigas fbricas e usinas, como tambm em edi-fcios funcionais, construdos especificamente para esse f im, porm utilizando tcnicas e materiais extremamen-te simples e econmicos, procurando, inclusive, "des-sacralizar" as fachadas; c) Haver ainda e este o ponto nodal do projeto MUSEUS DE FBRICA, isto , setores de produo suscetveis de visitao pblica sem risco para o visi-tante, sem repercusses negativas na produo e sem permitir o novo "fantasma" da espionagem industrial. Essa visitao poder ser constante ou em dias de-terminados. Os museus de fbrica atendem ao velho axioma de que

    vivemos num mundo de museografia sem entretanto, nos darmos conta disso. Assim a fbrica , naquilo em que pode ser visi-tada e naquilo em que suscetvel de comunicao ao pbli-co D . um MUSEU. Um novo tipo de museu de stio, um museu de stio industrial.

    Dependendo do aglomerado que, eventualmente, se possa formar incluindo fbrica, ncleo de habitao operria e

    1) A rigor s no so possveis visitao pblica s reas de produo que impliquem em risco para o visitante e o operrio ou que sejam susce-tveis de "espionagem industrial".

  • seu centro de lazer (quando existente), poder-se- chegar, mes-mo, ao ECOMUSEU, na medida em que, para o projeto, venham a confluir o meio fsico, o meio urbano, os artefatos errados pelo Homem, as relaes de produo e as demais relaes so-ciais, em sua dinmica. (2)

    Junto rea de produo que vai ser visitada, dever-se- estimular o empresrio para a manuteno de um ambiente especial destinado ao registro da histria da empresa e de sua contribuio ao respectivo setor e Indstria Brasileira em geral.

    Este setor compreender desde as vrias geraes de mquinas utilizadas na fbrica, seus produtos, matrias-primas utilizadas e transformadas, catlogos, material publicitrio, documentos referentes empresa, seus empregados e seus pro-dutos, etc.

    Sempre que possvel, mesmo velhas mquinas devem estar em funcionamento, sendo substitudas por modelos e ma-terial flmico somente quando totalmente impossvel manter a pea original.

    Modelos, entretanto, sero recomendveis sempre que isto facil i te a sua manipulao, principalmente por crianas e jovens, ou "deficientes" fsicos.

    Os museus setoriais, como o prprio nome informa, sero dedicados a segmentos especficos da produo industrial; na sua institucionalizao sero observadas algumas normas estratgicas a saber:

    a) atender, sempre que possvel, a evoluo dos se-tores industriais, de acordo com sua histria e contri-buio formao ebonmica do Pas e de So Paulo; b) registro de setores em extino ou decadncia, de modo a preservar a sua memria e, eventualmente, at mesmo contribuir para a sua revitalizao; (3)

    2) No se pode esquecer que o EcoMuseu preserva o EcoSistema em sua Ecodinmica. 3) Uma aiuna do Curso de Museologia de So Paulo, entusiasmada com a proposta dos museus de fbrica, procurou adapt-la instrtuciolinazaco de um museu municipal de cuja organizao fora incumbida. Imaginou e pro-moveu o que velo a se chamar de "Foira Industrial" de sua cidade, realizada durante um determinado perodo em uma fbrica, de maneira que, pouco a pouco, todas as fbricas da cidade tivessem sido visitadas. A fbrica ini-cialmente visitada, que confecciona tapetes num sistema semj-manufaturado e sem-artesanal teve suas vendas sensivelmente aumentadas.

  • c) atender aos sindicatos de indstria que demons-trem interesse em rpida instalao dos museus (ou consrcios empresariais, ou cooperativas de produo, e tc ) ; d) estimular a formao de museus setoriais de reas de indstria de importncia vital para o pleno desen-volvimento do Pas (entenda-se aqui o desenvolvimento como processo gestltico, abrangente, totalizador e sis-tmico). A exposio na sede central ter duas reas: a pri-

    meira destinada ao registro da Histria Industrial de So Paulo e do Brasil (exposio de longa durao) e, a segunda, destinada a exposies transitrias, temporrias, apresentando temas de importncia vital para a indstria como processo econmico e, sobretudo, social. (Exemplo: A qualidade de vida em So Paulo; Formas Alternativas de Energia, e tc ) .

    Assim, teremos uma faceta da Histria em seu pro-cesso, numa rea e, na outra, os dados conjunturais em leitura atravs do tridimensional, da representao, do modelo, do audiovisual, etc.

    Somem-se a isto, a biblioteca especializada, os arquivos documentais, um Banco de Dados da Memria Industrial e um Centro de Estmulo Criao Industrial, alm dos servios espe-ciais para o pblico, restaurante, lojas de "souvenirs", etc.

    Sustentao do Sistema Museoigico Museu da Indstria:

    Estas trs modalidades de museus, integradas em sis-tema harmnico, tero diferentes meios de sustentao:

    A sede central ser sustentada pela Secretaria da Inds-tria, Comrcio, Cincia e Tecnologia do Estado de So Paulo. Eventualmente, poder-se- estudar convnios com rgos fe-derais, fundaes (inclusive internacionais) que se interessem pela preservao da memria industrial e da memria do sculo XX;

    Os museus setoriais podero ser resultado de convnio com os Sindicatos de Indstria (patronais), ou construdos por estes e administrados pelo Estado; ou, o que nos parece tambm adequado, totalmente construdos e administrados por estes, com assistncia tcnica do Estado;

  • Os museu de fbrica sero criados mediante assis-tncia tcnica do Estado e prvia solicitao dos senhores empre-srios; o Estado dever, por todos os meios, estimular a criao de tais museus e assisti-los efetivamente.

    O sistema poder incluir, ainda, museus fi l iados, inde-pendentes, sustentados por municpios, sindicatos ou associa-es locais, associaes de bairro e escolas profissionalizantes, e t c , aos quais a sede prestar toda assistncia tcnica.

    Deve-se lembrar, ainda, que, em havendo um fundo de receitas prprias, tanto a sede central como os museus setoriais podero ser sustentados por este Fundo. Dependendo da fora das verbas que lhe forem destinadas e das dotaes que receba, poder, ainda, haver a alternativa dos museus setoriais serem financiados apenas em parte pelo Fundo, mas recebendo assis-tncia tcnica efetiva do museu-sede. Os museus de fbrica podero receber subsdios para sua manuteno e funciona-mento, sempre que representem "momentos" vitais no processo de industrializao e que pelas suas peculiaridades histricas e necessidade de "perpetuao da memria", se justif iquem tais investimentos.

    De toda maneira, o sistema deve ser flexvel para per-mitir a participao e o investimento de todos os organismos interessados no mesmo problema.

    O "Sistema" ser caracterizado pela unidade de sua poltica cultural, a partir de exposies integradas ou comple-mentares, servio educativo, ao comunitria, etc.

    Localizao:

    Percebe-se, pela tentativa de sistematizao, que os museus de fbrica e, eventualmente, os setoriais, podero loca-lizar-se na Capital e no Interior e que a sede central, dever estar situada na Capital, bero da industrializao e "maior parque industrial da Amrica Latina" (apesar do surgimento, em termos cronolgicos, de algum empreendimento isolado no Inte-rior do Estado, nos primrdios da Industrializao).

    Localizao da sede central:

    Imagina-se que a sede central dever estar em um bairro operrio o que bvio, pois est previsto que o edifcio seja uma antiga fbrica, de preferncia nas reas de origem da

  • industrializao (Brs, Barra Funda, etc.) e, se possvel, onde no haja equipamentos culturais, ou estes existam em pequena quantidade.

    Caracterizao sugerida para o edifcio:

    Face aos objetivos do projeto, sugerem-se as seguintes caractersticas para o edifcio:

    a) significao histrica [ser caracterstico de uma poca, vinculada esta ao processo industrial); b) facilidade de acesso; c) segurana quanto vizinhana, (fogo, roubo, van-dalismo); d) segurana quanto a incndio, inundaes (sistema contra incndio, se possvel, j instalado ou em fun-cionamento); e) fiao eltrica e parte hidrulica em condies de funcionamento; f) diviso interna funcional, prevendo ou possibilitando a adaptao rpida e econmica de unidades de atendi-mento pblico, tais como pequena enfermaria, loja de souvenirs, restaurante, assim como locais para repouso dos guardas e pequenos funcionrios por ocasio de revezamento de turnos, horrios de almoo, e tc ; g) fcil manuteno; h) se possvel, que possua gerador; i) ainda se possvel, que tenha rea externa desco-berta para eventuais exposies ao ar livre.

    A comunicao museolgica:

    Alm de catlogos da exposio de longa durao, dos museus setoriais e de fbrica, sero feitos catlogos especiais para cada exposio temporria; roteiros; folhas comentadas, todo o material informativo de que se possa dispor.

    Entretanto, um dado muito especfico, caracterstico e essencial a este sistema museolgico reside no seu corpo de Monitores.

  • Dentro do projeto de trabalho relativo a um Museu de Indstria para So Paulo, para o qual admitimos uma sede-ml-tipla, h que se pensar na transmisso do sentido original dos objetos expostos. Como se far essa transmisso, como essa mensagem, contida em cada objeto, em cada conjunto, passar do objeto-emissor para o visitante-receptor?

    Alguns elementos so indispensveis, a saber: a) uma apresentao adequada; b) adoo de etiquetas ou comentrios sintticos e elucidativos, ou seja: concisos e precisos; c) o uso de catalogao cientfica que possibilite, to-davia, a elaborao de TIPOS DIFERENTES DE CAT-LOGOS, de acordo com os diferentes pblicos; d) estudos fotogrficos da pea de modo a explorar ngulos e pormenores que poderiam ficar desperce-bidos, vaiorizando-a e ressaltando suas caractersticas. Mas no podemos esquecer o elemento mais comum em

    todos os museus do mundo: o monitor. A palavra monitor, ern suas origens (latim monitor), sig-

    nifica aquele que adverte, ou admoesta; Pertence mesma famlia da palavra movimento, que,

    mais tarde, deu origem ao termo monumento e que designa cou-sa que lembra, excita a memria, ativa e avisa a lembrana.

    A estas significaes registradas pelo velho Dicionrio Morais, Aulete acrescenta o significado de "aluno mais adian-tado que cuida do comportamento dos demais ou lhes repete aulas", ou ainda, "escoteiro que chefia uma patrulha", etc.

    Francisco Ferreira dos Santos Azevedo, em seu Dicio-nrio Analgico da Lngua Portuguesa, correlaciona monitor com orculo e profeta, mas tambm com teoro e compreensor.

    Aurlio Buarque de Holanda, acrescenta, ainda, o termo como pertencente ao jargo militar: sargento ou praa que tem a seu encargo a instruo dos soldados; e, ainda, "indicador de um aparelho, que rege o funcionamento dos demais."

    Embora parea ocioso, interessante lembrar o signifi-cado do termo porque a museologia brasileira tem, de modo geral, preferido a palavra monitor (de museu) palavra guia,

  • usada pelos povos de lngua hispnica, pelos franceses, ingleses e norte-americanos. {4]

    Oue papel desempenha o monitor no museu? Ele no apenas um guia, que conduz o visitante atravs

    de um roteiro pr-fixado, nem o recitador de frases decoradas e apreendidas alhures.

    , sobretudo, um pesquisador: algum que conhece o acervo, os objetos, em sua intimidade. E que, conhecendo, tem condies de tornar mais evidentes as caractersticas dos obje-tos, com a linguagem verbal, a leitura objetual feita pelo visi-tante. Assim, ele realmente procura avisar e avivar a lem-brana, excitar a memria, procura compreender, teorizar, instruir o pblico, ao mesmo tempo que recolhe os elementos para obter um indicador das dificuldades, dos preconceitos, da estesia e da empatia do pblico.

    No deixa de ser curioso observar que, sendo o mo-nitor algum que faz uso da palavra oral, procura, ao mesmo tempo, em sua mediao, em sua ao de catalise, proporcionar aos visitantes melhores condies de fruio do objeto, um outro tipo de texto, de linguagem, de leitura.

    Talvez haja, nessa mediao, uma satisfao de atavis-mos: nossos primeiros contactos com o mundo se fazem atravs de sensaes trmicas, tteis e auditivas: vagos sons do mundo que chegam at a criana. Sons que, entretanto, so mais pre-cisos que as vises, imagens que s lentamente vo se tornando ntidas, com o desenvolvimento da prpria viso. Vozes, rudos, sons, so nossas primeiras impresses.

    Existe hoje, uma tendncia para substituir, sempre que possvel, o homem pela mquina. Assim, os monitores humanos tm sido, com freqncia, substitudos pelos monitores eletr-nicos, rdios e cassetes com auriculares para recepo individual da mensagem pelos visitantes.

    H vantagens e desvantagens nesse mtodo. Entre as vantagens, podemos citar: a) a possibilidade de o visitante desligar o aparelho em determinado ponto e demorar-se naquilo que mais lhe interessa ou sensibiliza;

    4) Muitos museus possuem guias e monitores. No Brasil, em geral, empre-gamos monitores.

  • b) nos centros mais avanados, onde os museus tm larga faixa de visitao, constituem elemento prtico e econmico (mesmo assim, lembro-me de ter visto, no Instituto de Artes, de San Francisco, em 1979, uma enorme fila de visitantes, que esperavam a vez de entrar no museu e servir-se dos dispositivos eletrni-cos que, apesar de numerosssimos, eram insuficientes para a grande massa que aguardava). Entre as desvantagens, h que considerar, a nossa

    realidade: a) o alto custo, que impediria os museus de terem tais equipamentos em nmero suficiente (sem considerar ainda uma certa tendncia predatria); b) em qualquer situao, aumenta a passividade pois elimina a possibilidade de indagao e de resposta, de dilogo, enfim; c) despreza a possibilidade de contato humano numa civilizao que j o reduziu a ndices mnimos; d) de acordo com seu formato e peso e, mais ainda, pela passividade a que obriga (hoje, entretanto, a maio-ria desses equipamentos pequena, leve e funcional), aumenta as condies para a fadiga de museu, ou doen-a de museu. Da porque preferimos o monitor humano. Deve-se, entretanto, lembrar que teremos um museu de

    sede mltipla, cada qual com um tipo de exposio, uma forma de apresentao e, portanto, a exigir diferentes frmulas de intermediao com o pblico em termos catalticos, em comu-taes eficientes, evitando bloqueios, tornando permevel a mensagem, estabelecendo a corrente entre o objeto emissor e o visitante receptor.

    Na sede centrai, teremos o ncleo de Histria Industrial e mais as exposies temporrias ligadas a questes especficas de cada conjuntura; seguem-se os museus setoriais, onde po-demos ter produtos, mquinas e produtos, mquinas e produtos e sua utilizao e conseqncias ao nvel social, e, finalmente, os museus de fbrica, que so os museus de tcnica industrial, mtodos de fabricao, etc. O processo industrial fica, assim, explicitado.

    Que guias, que monitores, exige cada tipo destes museus?

  • No caso dos museus de fbrica, em que se torna pos-svel a visitao pblica a uma rea de produo, os monitores sero os prprios operrios.

    Neste caso [o mais puro exemplo de museologia}, o museu/fbrica ou museu de fbrica mostra o prprio cenrio da produo, onde os operrios so os agentes, os atores, e sua monitoria vem carregada do fato vivncia! da produo.

    Pode, at, haver um trabalho combinado entre o mo-nitor (tradicional) e o ator ou monitor/ator, ou ainda, monitor/ agente; somente, no se pode esquecer que o monitor (tradi-cional) deve limitar-se ao estudo do processo industrial (e sua descrio), a explicao do cenrio em que se situa a fbrica. Porm, a explicitao dos fatos produtivos, da relao homem/ mquina e de relao homem/mquina/produto, ou ainda, homem/mquina/produto/homem, dever ser competncia do monitor ator operrio.

    Os museus setoriais podero servir-se de monitores do tipo tradicional, monitores atores e monitores intrpretes.

    No caso, o monitor intrprete seria, por exemplo, o aluno de escolas profissionalizantes ou operrio aposentado (desligado da produo), ou, ainda, algum que estudasse os mtodos, o comportamento e, at, a indumentria do operrio; neste caso, teramos o monitor intrprete: ele no vivncia o papel; ele representa, ele interpreta, ele finge viver, mas no vive realmente o fato da produo (pelo menos no aquele seg-mento que ele deseja lembrar e tornar ntido, memorvel).

    O espao no ser o da fbrica em funcionamento, mas um cenrio para o qual foram artificialmente trazidos os objetos-documentos. Porisso ele pode ter monitores intrpretes e moni-tores de tipo tradicional.

    Quando, para esses museus, se traz, por exemplo, no a reconstituio de uma sala de produo, mas se d, efetiva-mente, a transferncia de mquinas, equipamentos e pessoas, trazemos cenrios, elementos que o integram e os respectivos atores, envolvidos no processo.

    E poderemos, ter, ainda, os monitores ditos tradicionais, ou seja, os catalizadores, os compreensores, os teorizadores, que daro as informaes histricas e cientficas.

    Assim, na verdade, o monitor dito tradicional explica o fato da produo; o intrprete o representa e o ator ou agente, o vivncia.

  • Assim, se estabelece, desde o incio, a seguinte linha monitorial:

    a} MUSEUS DE FBRICA: Monitores-atores, os prprios operrios; b) MUSEUS SETORIAIS: Monitores-intrpretes e monitores ditos tradicionais, cabendo aos primeiros representar, interpretar, desem-penhar papis, como se fossem os produtores. c) MUSEU SEDE CENTRAL: Monitores ditos tradicionais (pesquisadores de scio-histria, de histria das cincias, etc.) e mais os moni-tores intrpretes e, eventualmente, monitores atores, quando se transladar uma rea de produo para o Museu, rea esta que ser mantida em funcionamento. Se o monitor, neste caso, no for operrio em atividade, mas aposentado (por exemplo), ou aluno do SENAI, te-remos intrpretes. A organizao das atividades educativas ser, em sua

    maior parte, orientada pela pesquisa feita com projetos pilotos do tipo "A FBRICA O MUSEU" (5). A partir da, se poder estabelecer bases slidas para a ao do servio educativo e de atividades culturais do MUSEU DE INDUSTRIA.

    As oficinas infantis:

    O Museu de Indstria, ora proposto, inclue, em seu bojo, as oficinas infantis, nada mais que um amplo servio educativo voltado para a faixa etria infanto-juvenil.

    Julgo importante frisar que o termo educao , aqui, usado em seu sentido de aprendizado constante para a vida e no, meramente, como "ensino acadmico" ou "educao for-mal" e que, portanto, fazer um servio educativo de museu no poder se restringir ao que se convencionou em nosso Pas at o momento: programa de integrao Museu/Escola. Entendo

    5) Sobre o projeto "A fbrica o museu" editaremos um texto brevemente. Trata-se de um projeto especial qu consiste em levar escolares em visita fbrica, considerada como universo museogrtico.

  • que a relao Museu/Escola aspecto do conspecto educao; e mais, que entre Museu e Escola deve existir interao e no integrao. (6)

    Dado o carter de m!tipla-sede do Museu, como sero tais Oficinas? Ser possvel a visitao de crianas aos "museus de fbrica?"

    Quanto sede centra! e aos museus setoriais, no, h, "a pr ior i " , qualquer impedimento quanto ao desenvolvimento de tais atividades. Pode-se mesmo imaginar tais servios centra-lizados na sede, ou ubicados mais fortemente na sede, mas sem prejuzo d existncia de unidades educacionais tambm nos chamados "museus setoriais" ( uma proposta em aberto, de-pendendo de dados conjunturais e mais as "constantes" da "viabilidade de manuteno" e "exiqibilidade financeira"). .

    Para a sede central, imaginaram-se oficinas infantis que: a) interliguem os processo de criao: ARTSTICA, CIENTFICA, INDUSTRIAL (tudo TRABALHO do Homem); b) sejam alicerados na LIVRE OPO DA CRIANA (ou do JOVEM) por determinada atividade, entre as v-rias que lhe pode, o Museu, oferecer; c) mostrem o trabalho intelectual e o manual como diferentes modalidades de exerccios da inteligncia humana, inter-relacionados, e no, divorciados; d) desenvolvam a CRIATIVIDADE e o SENSO CRTICO, despertando, na criana e no jovem, uma CONSCINCIA PROFUNDA quanto aos processos que dignificam e os

    6) Esta concepo, alis, vem sendo desenvolvida dentro da filosofia de trabalho do Curso de Museologia mantido pela Fundao Escola de Socio-logia e Poltica de S. Paulo, em nvel de psgraduao, e que s me foi possvel criar graas compreenso e irrestrito apoio do Prof. Antonio Rubbo Muler. Devo, tambm, ressaltar que esta viso impregna hoje o trabalho e a inquietao intelectual de muitos alunos da Escola, j em grande nmero desenvolvendo atividades profissionais em museu. Para mim, atividade cultural de museu toda aquela que se desenvolve assistemi-camente dentro do museu: um concerto no vinculado com os propsitos de uma exposio; uma conferncia isolada, etc. Embora assuma um carter de evento, pode ser extremamente enriquecedora. J o servio educativo pressupe atividade constante, sistmica mas em relao ao museu "em s i " . Tanto as atividades ditas "educativas" como as "cul turais" servem EDUCAO, como PROCESSO PERMANENTE e con-tribuem para a realimentao da CULTURA, entendida esta em seu sentido mais amplo e dinmico.

  • que degradam a vida, numa perspectiva ecolgico-huma-nista ditada pelas reais necessidades do Homem e dos seres da natureza. Isto eqivale a dizer que a criana e o jovem sero estimulados em sua moral fruitiva, de modo a desenvolver uma tica prestadia (7); de sua conscincia-crtica derivar a sua conscincia tica e ambas se inter-relacionaro.

    A faixa etria nas "oficinas" e no museu:

    A rigor, desde que os prprios "museus de fbricas" configuram reas delimitadas por aspectos de segurana, prin-cipalmente para os visitantes, no h limites de faixa etria: o museu visitvel por todos.

    Entretanto, quanto s oficinas infantis, ser pratica-mente impossvel (salvo muito raras excees, acredito) loca-liz-las junto aos museus de fbrica, o que, entretanto, no quer dizer que a exposio "em s i " no possa ser visitada por crianas.

    Mesmo dentro dos "museus de fbrica" (demarcados de acordo com a segurana do pblico em geral), podem-se de-finir reas particulares para a visitao infantil, sempre que necessrio ou aconselhvel.

    evidente que haver diferentes nveis de fruio de acordo com a idade, a classe social (face ao desigual acesso aos equipamentos culturais e devido s respectivas manifesta-es culturais) a motivao e, at, o " tema", sua apresentao pelo monitor-ator ou intrprete, etc.

    Nem se procurar, necessariamente, fazer com que crianas em idade muito tenra assimilem toda a complexidade do processo industrial; ser interessante despertar-lhes a curio-sidade e familaliz-las com esse universo grandemente desco-nhecido que o mundo da produo.

    As "oficinas", como exerccio e atividade, sero mais exeqveis, como foi dito, na sede central e, talvez, em alguns museus setoriais. Ser otimizar muito as conjunturas, afirmar-se que todos os museus setoriais tero necessariamente servios

    7) Cfr. Teoria da Organizao Humana de A. R. Muller, Editora Sociologia e Poltica.

  • educativos [exceto as prprias atividades de comunicao mu-seolgica ligadas exposio, bvio]. Esta limitao de-terminada por motivos econmico-financeiros e de espao f-sico; jamais pela "incapacidade" da criana, cuja inteligncia e sensibilidade no podem ser subestimadas.

    Para as oficinas, tambm se prev um grupo multipro-fissional formado pelo concurso de Especialistas em Museolo-gia [8), cuja formao psgraduada pressupe anterior muli-profissionalidade, como tambm representantes do SENAI (Formao Profissionalizante de 2.o grau voltada para a Inds-tria). SENAG (idem, do Comrcio), operrios e empregados do comrcio, psiclogos, professores de Educao Artstica, etc.

    A simples enumerao dos profissionais envolvidos pode dar uma idia do que seja o processo de educao perma-nente num Museu Industrial.

    8) Em So Paulo, atravs da Fundao Escola de Sociologia e Poltica e sua Escola Psgraduada, funcionam os Cursos de Museologia a nvel de Especializao com prospectiva de Mestrado dentro da prpria Escola Ps-graduada. Essa formao, que atende a determinaes do ICOM Conselho Internacional de Museu (02-10-1965), e cujo programa tem base no "syllabus" do mesmo organismo, recruta alunos e professores em sistema interdisciplinar e multiprofisslonal. Est sob fiscalizao federal do Ministrio da Educao e Cultura (Proc. DR 5-5551/78 e Of. 3144-DR.5-SP-MS-78) e regido pela Resoluo n. 14/77, MEC).

  • PROPOSTA MUSEOGRAF1CA

    A exposio: definio do tema e dos temas

    Em se tratando de um museu de sede mltipla, fica bem claro que no h uma exposio, mas vrias exposies simultneas e em processo, com a vida e o museu se desen-volvendo em sua multifsica apresentao.

    Assim, os museu de fbrica definem-se como "museus de stio industrial". Sempre que, pelas condies de proximi-dade fsica [geogrfica), pelas interaes sociais e pela repre-sentatividade histrica, se puder ter um complexo: Museu/Vila Residencial Operria ou Museu/Vias de Escoamento (Sistema Virio) s para citar alguns exemplos , em que o viver no se estratifique, mas continue a desenvolver-se mantendo as interaes do conjunto, procurar-se- o eco-museu industrial (9) Este eco-museu se caracterizar sobretudo pelas relaes sist-micas e pela participao comunitria no fazer o museu e no mant-lo.

    Os museus setoriais definem temas monogrficos espe-cficos: cermica, tecelagem, materiais de construo, cristais, etc. So museus de Tcnica e de Histria Industrial (abarcando as atividades de Comrcio) aos quais no faltar a viso de Arte e de Esttica.

    O museu-sede-central, imaginado prioritariamente den-tro de uma fbrica, pelas razes j expostas, manter uma exposio de longa durao de Histria Industrial Brasileira e exposies temporrias conjunturais, explorando temas de atua-lidade e auxiliando a populao, dentro de uma viso compreen-siva e crtica, a acompanhar os "passos" do processo industrial enquanto "se fazendo".

    A temtica proposta para a exposio de longa durao de sede tem alguns pontos centrais aqui sugeridos, que, entre-

  • tanto, podero ser alterados e enriquecidos mediante a parti-cipao, tambm a este nvel, do cientista social, do empre-srio e do operrio, de modo que a exposio tambm consi-derada "em s i " resulte de uma viso comunitria. Pode parecer " l r ico", num Pas em que as distncias sociais ainda so grandes e onde, se aguam contradies e antagonismos, mas no acre-dito que o dilogo seja impossvel. O museu , sempre, uma tentativa nesse sentido.

    A exposio de longa durao dever registrar a evo-luo industrial de So Paulo, Capital e Estado, e sua contri-buio ao Pas; mais do que uma sntese cronolgica, dever exprimir o processo de luta pela industrializao, pela formao de tecnologia prpria.

    Assim, apresento a proposta inicial para a exposio de longa durao, que, entretanto, constitue no mais que um bosquejo, uma vez que suscetvel de reformulao face s possveis contribuies dos historiadores, socilogos e das co-munidades empresarial e operria, notadamente. Alguns temas no podem deixar de ser tratados, como, por exemplo:

    A arqueologia industrial

    Esta rea expositiva dever cuidar das contribuies tcnicas, resultantes da mestiagem que, obviamente, no se limita aos padres tnicos, mas transita para usos, costumes, equipamentos, mquinas e as respectivas maneiras de faz-los, us-los ou apresent-los. (10)

    9) A proposta de ECOMUSEU, de Georges Henri Rivire e Hughes de Varine-Bohan tem sido, muito freqentemente, mal interpretada como "estra-t i f icao", tornar "perene e imutvel" um conjunto urbano. Na realidade, a proposta precisa ser interpretada dentro do seu contedo sociolgico, pois, a partir da concepo de "tnuseu-processo" avana para as idias de eco-sistema {e, portanto, conseqentemente, ecodinmica) e de profunda parti-cipao comunitria. H, no projeto museolgico, algumas linhas bsicas da participao de representantes da comunidade enquanto prestao de servios dentro do museu, considerado como organizao. Estas linhas NO PRESCINDEM, absolutamente, da participao comunitria na formao e manuteno do museu. 10) Lembrem-se, por exemplo, as "Sobrevi venci as de Tecnologia Arcaica Portuguesa nas Prensas de Mandioca Brasileira", de J. Loureiro Fernandes, publicao do Conselho de Pesquisas da Universidade do Paran Curitiba, Paran, 1964, um excelente trabalho que me foi dado a conhecer pela genti-leza e esprito de colaborao da Musetoga MARILIA DUARTE NUNES do Museu do ndio (FUNA! R.J.).

  • Histria industrial: Incios

    Esta parte da exposio dever cogitar de dois aspectos centrais: a primitiva indstria, caseira e as indstrias de

    "fundo de quintal" (embrio da empresa familiar) e a contri-buio do imigrante.

    Histria Industrial: Crescimento

    Dever fixar a Histria Industrial quanto aos seus fluxos fundamentais: a) indstria dpmstica subsistncia e con-sumo; b) incio da substituiro de importaes; c) os pio-neiros industriais e operrios; os movimentos operrios; d) tentativas de desenvolvimento e viso de atualidade. (11)

    A industrializao como processo:

    Este ncleo focalizar aspectos relativos Urbanizao e Modernizao, como paralelos Industrializao (12); dever enfrentar e apresentar realidades resultantes de um crescimento acelerado porm no planejado a nvel de contexto urbano e de qualidade de vida, ressaltando como o prprio processo gera a sua conscincia crtica, indagadora.

    Simultaneamente, dever mostrar as relaes entre os industriais, os operrios e o produto final, enfatizando a questo dos novos hbitos do consumidor.

    Todo o processo brasileiro de industrializao dever ser sempre estudado e apresentado levando em conta as rela-es: empresrio industrial/mo-de-obra operria; os materiais

    11) A viso de atualidade deve fornecer clara idia da evoluo da indstria de bens de consumo {fiao e tecelagem; alimentao; metalurgia e os setores afins ou associados) para as indstrias de servios, agro-indstria, extrativa e mineral e os aspectos da pequena e mdia empresa (incontes-tvel dominncia estatstica e de efetiva contribuio indstria nacional). 12) Cfr. Moore, Wilbert "O Impacto da Indstria"; Silva, Sergio "Expanso Cafeeira e Origens da Indstria no Brasi l" , Cano, Wilson "Raizes da Concentrao Industrial em So Paulo" e Silva, Milton "A Urbanizao Desigual".

  • disponveis/as tcnicas (inovaes do operrio e do empre-srio); os produtos industriais/novas relaes de produo/ estilo de vida; a qualidade de vida/os problemas emergentes.

    Dir-se-: e o Comrcio e suas atividades?

    Paralelamente s reas de Arqueologia Industrial e incios da Histria Industrial mostrar-se-o as atividades e as relaes de comrcio como relaes primrias (do produtor ao consumidor); ou seja, o produtor o comerciante e, pouco a pouco, evolve, para uma estrutura diversa, na qual produtor e comerciante no mais se confundem em uma s pessoa; as prprias atividades vo, pouco a pouco se sofisticando e, dos pequenos estabelecimentos passa-se s grandes lojas, embora subsistam as frmulas mais antigas; como, certa vez, observou o Prof. Cesarino Junior, os contratos de venda e compra (nos quais existe: uma coisa a ser vendida; um preo pelo qual se oferece venda; e um consenso entre as partes, mediante o qual se efetua), passaram a ser meros cont ra tos. . . de adeso.

    Finalmente, paralelamente "Histria industrial: Cres-cimento" e "Industrializao como Processo", h que se cuidar de mostrar, de incio, a sofisticao das lojas de departamentos que, no Brasil, aos poucos, tambm se deterioram, dando lugar aos centros de compra (shopping center). Neste setor, ser importante mostrar como a propaganda substituiu a "qualidade do produto" pelo "status (?) do consumidor".

    As exposies temporrias;

    Uma exposio temporria, no caso de um Museu de Indstria, no pode ter durao inferior a 6 meses, considerados os equipamentos e mquinas envolvidos quer no seu processo de montagem, quer na sua prpria apresentao. Mesmo que se trate de modelos (animados e inanimados), no vejo como se fazer exposies mais rpidas a menos que se trabalhe apenas com iconografia e material fotogrfico, o que, no pre-sente caso, no parece ser o melhor veculo de comunicao e, sobretudo, de adequao aos propsitos museolgicos (o tridi-mensional imprescindvel). Sobretudo, h que se dosar muito bem fotografia, sob pena de haver grande cansao visual.

  • RELEMBRANDO:

    Os museus setoriais:

    Os museus setoriais contaro a Histria de um seg-mento industrial de produo, abarcando desde o comportamento do setor dentro do processo brasileiro de industrializao, os primeiros estabelecimentos criados, sua evoluo, e t c , at a exibio do produto, em suas diferentes linhas e caractersticas, associado s respectivas tcnicas de fabricao.

    Os museus de fbrica:

    Tero dois temas centrais, principalmente: a Histria da Fbrica e de sua atuao na comunidade e sua contribuio ao setor e Indstria em geral e, de outro lado, a rea de produo transformada em museu.

    Com a descrio sumria da exposio permanente da sede central e com as exposies temticas que a se faam, relacionadas com temas conjunturais (exemplos atuais: descon-centrao industrial e urbana; a qualidade de vida nas grandes cidades industriais; indstria e ecologia, etc.), os trs ncleos constituiro o painel dinmico da histria passada e presente e a vitalidade com que a vida continua a se processar.

    A proposta museogrfica:

    Como no temos espao dimensionado a no ser em termos ideais, o que se segue nada mais seno um bosquejo de proposta museogrfica. Alm disso, entre as coisas proje-tadas e a data de sua fabricao (queira Deus no seja assim com este projeto!) medeia, freqentemente, tanto tempo, que foroso ser renov-lo, adapt-lo s novas realidades e, sobre-tudo, nova linguagem museolgica e tcnica museogrfica.

    Por isso, ofereo no mais que uma proposta sujeita s normais modificaes determinadas pela natureza do edifcio, por sua implantao no terreno e no espao urbano, suas vias de acesso, seu entorno, suas caractersticas internas.

  • Segurana:

    Num museu deste t ipo, a segurana condio "sine qua", a natureza mesma dos equipamentos em exposio (m-quinas, equipamentos e maquetas mecanizadas, o uso de energia eltrica e de leo diesel predominantemente, como em nossas fbricas (tais fontes de energia comeam a ser substitudas por formas alternativas, mas at hoje, todas so elementos infla-mveis), tudo exige cuidados muito especiais.

    Foi uma das razes que nos levaram a sugerir a uti l i -zao de um edifcio industrial, onde, normalmente, haver sis-temas de proteo contra incndio e a prpria estrutura, fachada arquitetnica e elementos divisrios funcionam no esquema de proteo contra possveis roubos.

    Segurana contra fogo:

    Alguns elementos da arquitetura mesma do edifcio podem auxiliar, desde o incio, no estabelecimento de uma pre-veno: pisos cermicos, ou, quando muito, de placas de bor-racha; utilizao de divisrias de material anti-fogo, ou pelo menos, de ti jolos (que resistem melhor ao e conduzem menos caor que o cimento) nas reas de exposio. Sobretudo, impe-se o estudo do sistema de ventos e da circulao de ar dentro do edifcio. Sugere-se o uso de sprinklers, detetores de fumaa e trmicos, conforme, a natureza do equipamento a ser exposto. Sobretudo, junto a mquinas e equipamentos que faam uso de eletricidade, deve-se lembrar que a gua seu condutor e o pessoal do museu deve estar alertado para pro-blemas dessa natureza em seu treinamento para a pronta inter-veno em eventual emergncia.

    Segurana contra roubo:

    Todo o museu (sede central e museus setoriais e mais os museus de fbrica) atendidas as peculiaridades de cada um dos seus ncleos deve ser objeto de cuidadoso exame e anlise das condies de segurana contra roubo, quer quanto a partes de equipamentos, quer quanto a produtos expostos, material administrativo e equipamentos de reposio ou de ma-nuteno. (13)

    13) Roubam-se hoje, desde lmpada e fios eltricos, principalmente a fiao de cobre, at material de escritrio o mais elementar (folha de carbono, lpis e borracha, canetas, e tc ) .

  • No basta a adoo de sistemas de alarme (deteco]; preciso que se adotem normas muito singelas e, por isso mesmo, quase sempre esquecidas referentes ao treinamento de pessoal na exposio e nas reas administrativas ou de ser-vios. O uso de identificao na lapela para funcionrios e visitantes eventualmente autorizados a entrar nessas reas [ou fornecedores, estagirios, e tc ) , questo fundamental, muitas vezes negligenciada.

    O treinamento eficiente de vigias ainda o melhor pois sugere preveno constante e interveno oportuna. No se crie porm, com isto, um ambiente que, longe de lembrar reas de produo possa parecer-se a um sistema penitencirio.

    A museografia:

    Museus setoriais e exposio central devem, na me-dida do possvel, expor mquinas em funcionamento ( bvio que o Museu de Fbrica, por sua prpria natureza, ser assim); todavia, considerando no apenas problemas ligados ao consumo de energia, como tambm os referentes a rudo que pode causar desconforto ao visitante i pode-se imaginar o funcio-namento alternado de mquinas e equipamentos, de modo a atender s duas questes.

    Introduo exposio:

    A introduo exposio pode ser formada por mon-tagens fotogrficas em painis em que se mesclem empresrios, operrios, chamins de fbrica, paisagens urbanas, incluindo fa-chadas de estabelecimentos comerciais, e t c , porm de modo harmnico e sem poluir a viso.

    Estes elementos podero tambm constar de visuais sonorizados apenas com msica de poca, jogados atravs de projetores simultneos sobre um muro lateral imitando facha-da de fbrica.

    entrada, uma figura de operrio e os dizeres do discurso Chapliniano (de "O Grande Ditador"):

    "Vs no sois mquinas, V$ sois homem capazes de fazer mquinas".

  • Poder-se- mesmo, estudar a possibilidade de se colocar entrada, a figura do prprio Chaplin, em trajes de operrio ("Tempos Modernos"); embora no se trate de um operrio brasileiro, a dimenso do artista e do discurso daro ao museu, desde a sua entrada, um carter profundamente Humanista, anun-ciando a sua viso crtica e desapaixonada do processo de Industrializao.

    Outros setores utilizaro painis e legendas com frases de pioneiros industriais ou dos primeiros historiadores e estu-diosos do nosso processo, como Roberto Simonsen e outros.

    Sempre que houver gravaes de discursos e pronun-ciamentos, estudar-se- a viabilidade de utiliz-los como ele-mento de apoio e de informao do materia! expositivo e exposto.

    Diviso do espado fsico:

    A diviso do espao dever ser estudada em funo das caractersticas do edifcio. No caso da sede central, caso venha a ocupar uma fbrica, ser preciso lembrar que os edi-fcios industriais so, em geral, enormes espaos contnuos. A utilizao de paredes fixas de ti jolos e paredes mveis, divis-rias, e t c , deve no apenas atender aos requisitos de segurana (notadamente contra fogo, mas tambm procurando facilitar a segurana contra roubo), como tambm os de mnima interve-nincia nas caractersticas da arquitetura do edifcio e sua signi-ficao dentro da Histria Industrial.

    Procurar-se- utilizar tambm, no caso dos grandes espaos contnuos, divisrias circulares, elpticas, e t c , para "suavizar" possveis "quadraturas" espaciais.

    A passagem de uma para outra rea expositiva pode ser feita atravs no apenas dos painis indicativos, como tam-bm de suaves desnveis de solo, interligados por rampas. Tais desnveis devem ser estudados pelo muselogo, pelo arquiteto e pelo engenheiro de manuteno, considerando-se no apenas os aspectos museogrficos mas os de peso dos materiais expos-tos, estabilidade. Deve-se ter especial ateno com determi-nadas reas e temas que possam ser vistos melhor do alto, ou valorizando-se uma perspectiva no espao plano como se fora a boca de um teatro , etc.

  • Sistema de iluminao:

    Utilizar-se- luz fixa e direcional mvel, esta atravs de trilhos eletrificados. A luz fixa no se localizar apenas nas reas de circulao, mas poder ser utilizada em ponto a partir do solo, como apoio da luz direcional mvel.

    imprescindvel que, nas reconstituies de ambiente, ou "manchas" que forneam idia das reas de produo, se observe a autenticidade e a fidelidade histricas tambm quanto a este item: ningum jamais dir que as primeiras tecelagens principalmente em suas reas de tinturaria e tingimento fossem varridas de luz.

    A luz poder, em verdade, ser um dos melhores pontos de apoio nas mostras em que se queira deixar evidente a evo-luo no apenas das tcnicas, mas das prprias instalaes industriais.

    Obedecida a regra bsica: "reduzir o Infra Vermelho e eliminar o Ultra Violeta", o resto Luminotcnica. E hoje, temos no Brasil, bastantes recursos na rea.

    Elementos de apoio:

    O musegrafo no pode temer as cores. A apresen-tao de mquinas e equipamentos isoladamente, e, por vezes, do produto da ao industrial, exige cor como apoio; e cor sob duplo aspecto: pigmento e luz.

    Parece-me, em princpio, que este museu no podendo prescindir da comunicao humana atravs do seu sistema de monitoria, dever uuiizar o mnimo de etiquetas; poder contar com o apoio de painis, sobretudo de ilustraes; utilizar o recurso da projeo simultnea na prpria rea de exposio, desde que se dose suficientemente a informao para no fa-tigar o pblico (AV e curta-metragem). t*.

    Sempre que houver condies de apresentao me-diante reconstituio de ambientes ou o uso de modelos (ma-quetas ou mecanizadas), o musegrafo no dever temer faz-lo.

    O importante se pensar que muitos dos visitantes no iro mais do que uma vez, um dia, ao Museu. preciso saber dosar os ingredientes de apresentao do modo a que fique uma sensao de desejo de estar um pouco mais, o que, entretanto, no pode eqivaler a que "algo ficou sem se dizer".

  • reas participatrias:

    Sobretudo, h que se pensar em reas participatrias, em que o visitante seja convidado pela prpria natureza da exposio a no apenas mover equipamentos ou divertir-se com eles, mas entender o significado da interao humana e da inter-ligao do processo dentro da diviso do trabalho gerando, tam-bm, relaes humanas.

    reas de repouso:

    A maioria de nossos museus tem esquecido a impor-tncia das reas de repouso, que, num Museu Industrial, so extremamente necessrias e a sua distribuio no espao fsico pode significar no apenas um intervalo na caminhada mas um descanso necessrio para os olhos e ouvidos.

    Estas reas de repouso no devem, a meu ver, estar ao f im de cada circuito expositivo; isto , entre a rea de Arqueologia Industrial e a de Histria Industrial, por exemplo. Isto porque, a narrativa quer tambm estabelecer conexes. Assim, recomenda-se que a rea de repouso se situe dentro dos prprios setores temticos, procurando alternar, por exemplo, com um segmento expositivo de grande movimentao, ou onde houvesse rudo, ou cor viva e quente, assim como, e princi-palmente, em relao a micro-reas climatizadas diferentemente.

    Os suportes:

    Os suportes para mecanismos inertes devem ser estu-dados diferentemente daqueles que eventualmente venham a estar sob as mquinas em funcionamento (neste caso, exceto quando a prpria natureza dos mecanismos e as condies de segurana o exigirem, dar-se- preferncia ao uso do SOLO, simplesmente). Trs requisitos fundamentais devem ser pen-sados: estabilidade da pea (segurana da pea e do pblico); adequao exposio como um todo e facilidade para a hi-giene e manuteno do ambiente e da mquina.

    Suportes extremamente simples como tri lhos de estrada de ferro sobre blocos de concreto, como os que sustentam algu-mas locomotivas no Museu da Indstria e Tecnologia de Chicago, tem de ser pensados, em So Paulo, tambm em funo da umidade relativa do ar.

  • A ao do musegrafo, aqui, deve estar em conso-nncia com as recomendaes do engenheiro (resistncia de materiais, capacidade de peso, dinmica e estabilidade, tre-pidao, e tc ) .

    Climatizao:

    O problema mais srio que provavelmente enfrentar a sede central o da climatizao. Sabe-se que algumas ativi-dades de produo exigem ambiente mido, enquanto outras, ao contrrio, requerem uso de desumidificao.

    Ao selecionar os temas e elementos de exposio, o profissional de museu dever levar em conta estas circunstn-cias, no apenas porque a extrema subdiviso e alternncia de microclimas diversos encarece o projeto, como tambm pelo desconforto causado ao pblico, podendo, mesmo, gerar mal estar fsico e adoecimento.

    Recomenda-se, pois, que, desde a diviso espacial se-gundo os temas a serem explorados, esteja presente esta preocupao.

    Se o processo de fabricao, como um todo, ou o processo industrial, globalmente considerado, no podem pres-cindir de determinado segmento e, se a sua introduo repre-sentar problema de climatizao que implique em grande e injus-tificvel acrscimo de gasto e desconforto para o visitante, h que se cogitar sua substituio por modelo, representao gr-fica ou pela documentao cinematogrfica ou audiovisiva. Entre-tanto, esta porta no pode constituir, tambm, um facilitrio, sempre que o problema se apresente e tenha condies de soluo econmica e cmoda.

  • FINALIZANDO:

    Mais do que um projeto, o que se oferece uma pro-posta de obra-aberta e museu-processo, atendendo s peculia-ridades de So Paulo e do pas, sem prejuzo de uma viso profundamente humanstica.

    Vs no sois mquinas. Vs sois homens capazes de fazer mquinas".

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  • WALDISA RUSSiO CAMARGO GUARNIERI

    coordenadora do Projeto Museu da Indstria, Comrcio e Tecno-logia da Secretaria de Indstria, Comrcio, Cincia e Tecnologia e Coorde-nadora do Curso de Museologia da Escola Ps-Graduada de Cincias Sociais, da Fundao Escola de Sociologia e Poltica de So Paulo; membro da Associao Americana de Museus (AAM) e do Comit Internacional de Museologia do ICOM, eleita para o trinio 1981/83.

    Mestre em Cincia, Com memria sobre "Museu, como organi-zao cultural num pais em desenvolvimento" e Doutora em Cincia, com tese sobre "Um Museu de Indstria em So Paulo", ambas pela Escola Ps-Graduada de Cincais Sociais da Fundao Escola de Sociologia e Poltica de So Paulo.

    Desde 1967 trabalha em planejamento cultural sendo responsvel pelos projetos de estrutura tcnico-administrativa do Museu de Arte Sacra de So Paulo, Museu da Casa Brasileira, da Casa do Poeta Guilherme de Almeida e Coordenadora do Grupo Tcnico de Museus que, em 1976/77, levantou as condies de funcionamento dos museus paulistas, propondo normas para a sua revitalizao. autora de um projeto especfico sobre Museu da Criana.

    Coordenadora desta Coleo Museu & Tcnicas.

  • OBRAS D O AUTOR

    Teses: RUSSIO, Waldisa Pinto. Museus: um aspecto das organizaes culturais

    num Dais em desenvolvimento. So Paulo, 1977. Tese (Mestrado) FESP.

    Um Museu de Indstria para a cidade de So Paulo. So Paulo, 1980. Tese (Doutoramento) FESP.

    Publicaes:

    RUSSIO, Waldisa Pinto. Museus, uma organizao em face s perspectivas do mercado atual. Boletim do Museu da Casa Brasileira, So Paulo, 1, 1974. -

    Museus. . . por qu? A necessidade da arte. Boletim do Museu da Casa Brasileira, So Paulo, 2, 1975.

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  • MUSEU DA INDSTRIA, COMERCIO E TECNOLOGIA DE SO PAULO

    Equipe de Pesquisa Montagem e Ao Cultural

    Tcnicos: Albany Armelin Alda Ribeiro Clarissa Yurgel Goienstein Eunice Arruda Marcondes Cesar Lucia Maciel Marques da Costa Maria Alice Fernandes Carreira

    Estagirios:

    Clarissa Lacerda Nazario Wilson Roberto Stanziani de Souza Ricardo Tagliapetria

    Apoio Administrativo:

    Catarina Miranda Ferreira Maria Damianina Cardoso Loureno Thereza Edul Porto Bastos

    Coordenadora: Waldisa Russio

  • Alm das pesquisas sobre o seu acervo e sobre si prprios como instituies, aos MUSEUS em geral cabe, ainda, a reflexo, o estudo e a investigao cientfica sobre a sua histria, seu desenvolvimento, sua insero no contexto social seus problemas e suas tcnicas.

    Cincia nova e ainda em construo, a MUSEOLOGIA se ressente de uma bibliografia no suficientemente rica a nvel internacional, e particularmente pobre entre ns, brasi-leiros. Por esse motivo, o MUSEU DA INDSTRIA, COMRCIO E TECNOLOGIA DE SO PAULO deliberou empreender a publicao, de incio bimestral, de textos bsicos para a for-mao ou informao dos tcnicos e dos estudiosos em geral.

    O MUSEU DA INDSTRIA, COMRCIO E TECNOLOGIA DE SO PAULO, ao apresentar a coleo MUSEU & TCNICAS, espera, tambm, estar oferecendo um conjunto de novas e teis ferramentas de trabalho a todos quantos se dedicam aos MUSEUS.

    SBD/MAE/USP

  • INVENTRIO Vv / o " V / Q g

    novembro/dezembro de 1981

    capa Mirtes Magalhes e diagramao Angela Magalhes ilustrao Augusto Cesar Costa nota bibliogrfica do Autor: Maria Alice F. Carreira resumo em ingls; Mrcio Moreira reviso: Eunice Arruda assessoria grfica Ernani Pereira de Castro

    Composts a Impresso no Sorvia Grafico da SECRETARIA DA INDSTRIA, COMRCIO, CINCIA E TECNOLOOIA

  • Waldisa Russio Camargo Guarnieri Coordenadora do Projeto Museu da Indstria, Comrcio e Tecnologia da Secretaria da Indstria, Comrcio, Cin-cia e Tecnologia do Estado de So Paulo e Coordenadora do Curso de Museologia da Escola Ps-Graduada de Cincias So-ciais, da Fundao Escola de Sociologia e Poltica de So Paulo. Vem realizando trabalhos em Planejamento Cultural e Museologia.