um modelo dinÂmico de fragilidade financeira para economia aberta ricardo de f. summa ie-ufrj

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UM MODELO DINÂMICO DE FRAGILIDADE FINANCEIRA PARA ECONOMIA ABERTA Ricardo de F. Summa IE-UFRJ Trabalho para o Encontro Nacional de Economia, ANPEC-SUL, 23 de Setembro de 2005.

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UM MODELO DINÂMICO DE FRAGILIDADE FINANCEIRA PARA ECONOMIA ABERTA Ricardo de F. Summa IE-UFRJ. Trabalho para o Encontro Nacional de Economia, ANPEC-SUL, 23 de Setembro de 2005. Pontos Importantes. 1)Fragilidade Financeira 2)Economia Aberta 3) Modelo de Fragilidade Financeira. - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: UM MODELO DINÂMICO DE FRAGILIDADE FINANCEIRA PARA ECONOMIA ABERTA Ricardo de F. Summa IE-UFRJ

UM MODELO DINÂMICO DE FRAGILIDADE FINANCEIRA PARA ECONOMIA ABERTA

Ricardo de F. SummaIE-UFRJ

Trabalho para o Encontro Nacional de Economia, ANPEC-SUL, 23 de Setembro de 2005.

Page 2: UM MODELO DINÂMICO DE FRAGILIDADE FINANCEIRA PARA ECONOMIA ABERTA Ricardo de F. Summa IE-UFRJ

Pontos Importantes

• 1)Fragilidade Financeira

• 2)Economia Aberta

• 3)Modelo de Fragilidade Financeira

Page 3: UM MODELO DINÂMICO DE FRAGILIDADE FINANCEIRA PARA ECONOMIA ABERTA Ricardo de F. Summa IE-UFRJ

A Teoria da Instabilidade Financeira

• A Teoria da Instabilidade Financeira de Minsky depende da relação entre o investimento e o endividamento.

• O investimento depende de diversos fatores financeiros, monetários e reais. Está sujeito a variações súbitas e repentinas decorrente de variações nas expectativas e na avaliação de riscos.

Page 4: UM MODELO DINÂMICO DE FRAGILIDADE FINANCEIRA PARA ECONOMIA ABERTA Ricardo de F. Summa IE-UFRJ

A Teoria da Instabilidade Financeira

• A fragilidade financeira das unidades depende da relação entre os fluxos de caixa esperado de seus ativos e dos compromissos de pagamentos referentes ao endividamento (juros, dividendos, serviços da dívida, etc).

• A fragilidade financeira da economia como um todo depende da proporção de unidades frágeis(Ponzi e Especulativa).

Page 5: UM MODELO DINÂMICO DE FRAGILIDADE FINANCEIRA PARA ECONOMIA ABERTA Ricardo de F. Summa IE-UFRJ

• Em tempos de boom econômico, as expectativas tendem a se inflar e avaliações de risco (tomador e emprestador) tendem a se reduzir (convenção, passado recente, opinião média), e a economia é dirigida por situações de crescente fragilidade financeira.

A Teoria da Instabilidade Financeira

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• Uma vez que a economia se encontra em situação de elevada fragilidade financeira, um choque é capaz de desencadear uma situação de instabilidade financeira.

• Em geral, a instabilidade financeira aparece como um processo de debt deflation, com queda nos gastos em investimento e no nível de preço dos ativos de capital, defaults de dívidas e falências em cadeia, e recessão.

A Teoria da Instabilidade Financeira

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A Teoria da Instabilidade Financeira

• Em um contexto de economia aberta, as possibilidades de fragilidade e instabilidade financeira se ampliam.

• A movimentação de fluxos de capitais entre fronteiras são potenciais criadores de bolhas e expectativas eufóricas, impactando positivamente no investimento. Como conseqüência, ampliam o boom econômico e as possibilidades de instabilidade financeira (Dymsky, 1999).

Page 8: UM MODELO DINÂMICO DE FRAGILIDADE FINANCEIRA PARA ECONOMIA ABERTA Ricardo de F. Summa IE-UFRJ

A Teoria da Instabilidade Financeira

• Os fluxos de caixa decorrente dos ativos bom como os compromissos decorrente do endividamento podem ser denominados em moeda estrangeira. Dessa forma, valorizãções e desvalorizações na taxa de câmbio nacional podem alterar a situação de fragilidade financeira das diversas unidades, e até levar a instabilidade financeira.(Kregel,1998; Arestis et alli, 1999)

Page 9: UM MODELO DINÂMICO DE FRAGILIDADE FINANCEIRA PARA ECONOMIA ABERTA Ricardo de F. Summa IE-UFRJ

Tentativas de modelagem da Teoria da Instabilidade Financeira

• 1) Modelos de Instabilidade Dinâmica (FML)

• 2) a) Modelos de instabilidade dinâmica com regiões de fragilidade financeira

• b) Modelos com agentes heterogêneos

• c) Modelos de instabilidade estrutural

Page 10: UM MODELO DINÂMICO DE FRAGILIDADE FINANCEIRA PARA ECONOMIA ABERTA Ricardo de F. Summa IE-UFRJ

Modelos de instabilidade dinâmica com fragilidade

financeira• Explicitam uma série de possibilidades de

instabilidade dinâmica entre as variáveis.

• Leva em conta a passagem da economia por períodos de fragilidade financeira, aspecto central na teoria Minskyana para a eclosão de uma crise financeira.

Page 11: UM MODELO DINÂMICO DE FRAGILIDADE FINANCEIRA PARA ECONOMIA ABERTA Ricardo de F. Summa IE-UFRJ

Modelos de Instabilidade para Economia Aberta

• Taylor(1994,s.5); Cavallaro et alli(2004); Foley(2003)

• Modelos não esgotam as possibilidades de instabilidade financeira decorrente da introdução de fluxos de capitais entre economias nem da relação entre fragilidade financeira e variações na taxa de câmbio.

Page 12: UM MODELO DINÂMICO DE FRAGILIDADE FINANCEIRA PARA ECONOMIA ABERTA Ricardo de F. Summa IE-UFRJ

Modelo de Fragilidade Financeira com taxa de câmbio

• Modelo macroeconômico de instabilidade dinâmica com explicitação das regiões de fragilidade financeira.

• Busca captar a idéia de que, a situação de fragilidade financeira de uma economia aberta – a relação entre o fluxo de caixa gerado pelos ativos e do compromisso de pagamento do endividamento – pode mudar com variações na taxa de câmbio.

Page 13: UM MODELO DINÂMICO DE FRAGILIDADE FINANCEIRA PARA ECONOMIA ABERTA Ricardo de F. Summa IE-UFRJ

Estrutura do Modelo

• 1)

• 2)

• 3)

• 4)

• 5)

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Page 14: UM MODELO DINÂMICO DE FRAGILIDADE FINANCEIRA PARA ECONOMIA ABERTA Ricardo de F. Summa IE-UFRJ

Equilíbrio de CP

• 6)

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Page 15: UM MODELO DINÂMICO DE FRAGILIDADE FINANCEIRA PARA ECONOMIA ABERTA Ricardo de F. Summa IE-UFRJ

Endividamento e FF

• Endividamento da economia:

• Uma vez estabelecido o fluxo de caixa (taxa de lucro) e o endividamento e o serviço que recai sobe o endividamento, é possível estabelecer as situações de FF de acordo com as variáveis do modelo.

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Condições de Fragilidade Financeira

• Pela Taxonomia Minskyana:

• Endividamento Hedge:

• Endividamento Especulativo:

• Endividamento Ponzi:

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Page 17: UM MODELO DINÂMICO DE FRAGILIDADE FINANCEIRA PARA ECONOMIA ABERTA Ricardo de F. Summa IE-UFRJ

Regiões de Fragilidade Financeira

Page 18: UM MODELO DINÂMICO DE FRAGILIDADE FINANCEIRA PARA ECONOMIA ABERTA Ricardo de F. Summa IE-UFRJ

Desvalorização da taxa de câmbio

1)( pe 2)( pe

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• Uma desvalorização cambial pode aumentar ou diminuir as regiões de endividamento especulativo e Ponzi, dependendo dos parâmetros de importação, exportação e do estoque da dívida.

• desvalorização cambial aumenta tanto o valor do pagamento das dívidas quanto o vazamento de demanda agregada para o exterior via importações. Em contrapartida, aumenta o valor das exportação e assim a taxa de lucro.

Page 20: UM MODELO DINÂMICO DE FRAGILIDADE FINANCEIRA PARA ECONOMIA ABERTA Ricardo de F. Summa IE-UFRJ

Dinâmica do Modelo

• Atribuindo leis de movimento para as variáveis de estado:

• 1)

• O endividamento depende positivamente da taxa de juros.

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Page 21: UM MODELO DINÂMICO DE FRAGILIDADE FINANCEIRA PARA ECONOMIA ABERTA Ricardo de F. Summa IE-UFRJ

Dinâmica do Modelo

• condição de paridade de juros. A taxa interna equivale a taxa internacional de juros mais um prêmio de risco denominado por .

• O prêmio de risco varia de acordo com o estoque de endividamento em relação ao estoque de capital. A taxa de juros varia quando a relação dívida-capital está acima ou abaixo de um nível “aceitável”, fixado exógenamente.

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Análise da Estabilidade

• Ao contrário do modelo anterior, o traço da matriz não depende apenas dos valores dos parâmetros, mas da relação entre as variáveis:

• Dessa forma, é possível traçar uma linha de instabilidade, g=i, no gráfico.

gi

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Instabilidade e Fragilidade Financeira

i i

0

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ponzi

Page 24: UM MODELO DINÂMICO DE FRAGILIDADE FINANCEIRA PARA ECONOMIA ABERTA Ricardo de F. Summa IE-UFRJ

• Equilíbrio dinâmico em região instável.• Choque é capaz de levar a um processo

cumulativo de aumento de da relação dívida-capital, e conseqüente aumento no prêmio de risco, e assim na taxa de juros. O aumento na taxa de juros e na relação dívida capital tendem, no modelo teórico, a se reforçarem indefinidamente.

• Processo ocorre dentro de região de endividamento Ponzi. Em algum momento, espera-se que a economia entre em processo de debt-deflation.

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Relação entre FF e Instabilidade

• A relação entre a fronteira de estabilidade e as fronteiras de FF dependem da taxa de câmbio, além da relação divida-capital e taxa de juros.

• Isso equivale a dizer que é possível estar em um equilíbrio Ponzi à esquerda da região de estabilidade.

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Desvalorização da taxa de câmbio e Eq. Dinâmico

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0

ponzi

ponzi

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• Desvalorização da taxa de câmbio deteriora o balanço da economia.

• Equilíbrio Hedge pode se transformar em Ponzi.

• Equilíbrio em região Ponzi: divída deve ser constantemente refinanciada, uma vez que os compromissos de pagamento são maiores que o fluxo de caixa. O não refinanciamento pode levar a uma crise financeira.

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Mecanismos Estabilizadores

• Aumento das exportações depois de desvalorização cambial. Também pode alterar o parâmetro de importação.

• Existência de um sistema financeiro nacional, de tal forma que desvalorização cambial não atinja todas as formas de endividamento da economia.

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Pesquisas Futuras

• Introdução do Governo e avaliação do efeito “Big Government” sustentando a Demanda Agregada e a Taxa de Lucro em períodos de recessão.

• Efeito de desvalorização nos preços.• Tornar relação dívida-capital “de equilíbrio”

endógena. Prêmio de risco poderia depender também da própria taxa de juros.

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Conclusão

• Corrobora aspectos da Teoria Minskyana pra Economia Aberta (Kregel(1999),Arestis et alli(1999))

• Desvalorizações cambiais podem agravar a situação de fragilidade financeira ao aumentar o serviço do endividamento e diminuir o fluxo de caixa da economia.

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Conclusão

• Também existe possibilidade de instabilidade dinâmica quando a taxa de juros segue uma paridade com a taxa de juros internacional e o prêmio de risco depende positivamente da relação dívida-capital. Existe a possibilidade de um processo cumulativo entre taxa de juros e endividamento, que pode terminar em uma crise financeira.