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UNIVERSIDADADE DE CUIABÁ
PROGRAMA DE POS GRADUAÇÃO EM
CIÊNCIAS AMBIENTAIS
AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS GLOBAIS: UM ESTUDO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DOS FORMANDOS DE ENGENHARIA
CIVIL DA UNIVERSIDADE DE CUIABÁ
CATIA BALDUINO FERREIRA
JOSÉ DE SOUZA NOGUEIRA
Orientador
CARLO RALPH DE MUSIS
Coorientador
CUIABÁ, MT
Abril/ 2016
UNIVERSIDADE DE CUIABÁ
PROGRAMA DE POS GRADUAÇÃO EM
CIÊNCIAS AMBIENTAIS
AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS GLOBAIS: UM ESTUDO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DOS FORMANDOS DE ENGENHARIA
CIVIL DA UNIVERSIDADE DE CUIABÁ
CATIA BALDUINO FERREIRA
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Ciências Ambientais da
Universidade de Cuiabá/UNIC como parte
dos requisitos para obtenção do título de
Mestre em Ciências Ambientais.
JOSÉ DE SOUZA NOGUEIRA
Orientador
CARLO RALPH DE MUSIS
Coorientador
CUIABÁ, MT
Abril/2016
FICHA CATALOGRÁFICA Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)
CRISTIANE BIANCHI
Ficha Catalográfica Valéria Oliveira dos Anjos Bibliotecária – CRB1/1713
F383m Ferreira, Catia Balduino Ferreira.
As mudanças climáticas globais: um estudo das representações sociais dos formandos de Engenharia Civil da Universidade de Cuiabá. / Cátia Balduino Ferreira - Cuiabá- MT, 2016.
97 f. : il.
Dissertação (Mestre em Ciências Ambientais) -Programa de Pós-Graduação em
Ciências Ambientais, Universidade de Cuiabá – UNIC.
Orientador: Prof. Dr. José de Souza Nogueira
Co-Orientador: Prof. Dr. Carlo Ralph de Musis
1. Climatologia. 2. Mudança Climática. 3. Meio Ambiente – Aspecto social. I. Título.
CDU 551.588
DEDICATÓRIA
E Deus na sua infinita bondade me presenteou, me
dando uma família. Ao meu esposo Luciano, meu
ajudador, companheiro de todas as horas; aos meus
filhos Lucas e Thiago, minha riqueza, razão da minha
luta;
Aos meus pais, Divino e Iracina (in memorian), que
foram a base da minha educação desde a infância e
que permanece até os dias atuais.
Aos meus irmãos e minhas irmãs que em diversas
situações da minha vida me deram o apoio que
precisei.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por esta conquista e por ele ter colocado pessoas no meu
caminho, que foram fundamentais nesta etapa da minha vida.
Ao meu orientador Prof. Dr. Jose de Souza Nogueira, pelo seu apoio, no
momento em que surgiram as dificuldades para continuar os estudos, esteve pronto
para nos ajudar.
Ao Prof. Dr. Carlo Ralph De Musis, co-orientador, pela sua paciência,
generosidade, além de sua imensa capacidade, inteligência, é uma pessoa de coração
bondoso que esteve presente em todas as minhas dificuldades, apontado soluções para
que eu continuasse.
Ao coordenador do Curso, Prof. Dr. Osvaldo Borges Pinto Junior, pelas
contribuições não só como membro da banca, mas também como professor no decorrer
do curso.
A Profa. Dra. Sandra Francisca Marçal, que não poderia deixar de agradecer,
pessoa querida, admirável, pela sua grande contribuição como membro da banca e
como amiga, companheira.
Aos professores do curso, Dr. Léo Adriano Chig, Dra. Francieli Bomfiglio
Santana, Dr. Higo José Dalmagro , Dr. Osvaldo Alves Pereira, Dra. Júlia Arieira e Dr.
Jonathan Willian Zangeski Novais, pela dedicação e competência.
Aos Professores Dr. Marcelo Diniz dos Santos, Coordenador do Curso de
Mestrado em Biociência Animal e Dr. Álvaro Henrique Borges, Coordenador do
Curso de Mestrado em Ciências Odontológicas Integradas, pessoas competentes e
admiráveis, pela amizade, pelo apoio na minha decisão de fazer este curso e pelos
conhecimentos que me transmitiram no período em que estava na secretaria de
pesquisa e pós-graduação
“Precisamos dar um sentido humano às nossas
construções. E quando o amor ao dinheiro, ao
sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos
fazer pausas e olhar os lírios do campo e as aves
do céu”. (Érico Verissimo)
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1
1.1 PROBLEMÁTICA..................................................................................................... 1
1.2 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 2
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 4
2.1 TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ................................................................ 4
2.2 TESTE DE ASSOCIAÇÃO LIVRE DE PALAVRAS..........................................................10
2.3 MUDANÇAS CLIMÁTICAS GLOBAIS.........................................................................11
2.4 MUDANÇAS CLIMÁTICAS GLOBAIS: REPERCUSSÕES NO BRASIL E NO MUNDO ........ 20
2.5 O SABER AMBIENTAL NA OCUPAÇÃO DO ESPAÇO: A EDUCAÇÃO COMO MEDIDA
MITIGATÓRIA......................................................................................................... 28
3 CURSO ENGENHARIA CIVIL – UNIC ............................................................ 34
4 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................ 38
5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................... 41
5.1. CATEGORIAS: CAPITALISMO E CRESCIMENTO URBANO ....................................... 43
5.2. CATEGORIAS: EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DESMATAMENTO ................................. 49
5.3. CATEGORIAS: DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E POLUIÇÃO...........................54
5.4. AQUECIMENTO GLOBAL E EFEITO ESTUFA .......................................................... 59
6 CONCLUSÃO.........................................................................................................66
BIBLIOGRAFIAS .................................................................................................... 68
BIBLIOGRAFIA CONSULTADAS. ......................................................................72
LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIMBOLOS
AG – Aquecimento global
BSC – Balanced score card (Indicadores balanceados de desempenho)
C - Capilatismo
CCE – Climate change education (Eduação para mudanças climáticas)
CH4 - Metano
CIMGC – Comissão interministerial de mudanças climáticas globais
CNUMAD – Conferencia das nações unidas sobre meio ambiente
COP – Conferência das partes
CO2 – Dioxido de carbono
CO3 - Ozônio
CQNUMDC - Convenção-quatro das nações Unidas sobre Mudança do Clima
CU – Crescimento urbano
D - Desmatamento
DS – Desenvolvimento sustentável
EA – Educação ambiental
EE – Efeito estufa
ESD – Education for sustainable development (educação para o desenvolvimento
sustentável
GEE – Gases de efeito estufa
IALEI – International aliance of learding eduation institutes
NIPCC - Painel internacional não governamental sobre Mudanças Climáticas
IPCC - Intergovernamental Panel on Climate Change (Painel Intergovernamental de
Mudanças Climáticas)
MDL – Mecanismo de desenvolvimento limpo
N2O – Oxido nitroso
OE – Ordem das evocações
OI – Ordem de importância
ONGS – Organização não governamental
P – Poluição
10
PNMA – Política nacional de meio ambiente
PNUMA – Programa das nações unidas para o meio ambiente
PPC – Projeto pedagógico do curso
TALP – Técnica de associação livre de palavras
TECLE – Termo de consentimento livre e esclarecido
TRS – Teoria das representações sociais
RESUMO
FERREIRA, C.B. As mudanças climáticas globais: um estudo das representações sociais
dos formandos de engenharia civil da Universidade de Cuiabá. Cuiabá, 2015, 96f.
Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais) – Departamento de Ciências
Ambientais, Universidade de Cuiabá.
As mudanças no clima nos grandes centros urbanos provocadas pela
substituição da cobertura vegetal pelo concreto e asfalto, associado ao aumento da
atividade industrial e da poluição de veículos automotores têm provocado a formação
de ilhas de calor, com temperaturas até 10° C mais elevadas nas zonas centrais das
cidades em relação as áreas periféricas ou rurais. O crescimento acelerado dos grandes
centros urbanos exige neste âmbito a formação de profissionais da engenharia civil
com capacidade de planejar e adotar medidas que visem minimizar estes efeitos. O
objetivo do trabalho foi estudar a percepção de discentes do décimo semestre do curso
de Engenharia Civil da Universidade de Cuiabá sobre Mudanças Climáticas Globais.
Em 2014, 51 acadêmicos de engenharia civil responderam questionários estruturados
sobre dados demográficos e relacionados ao tema Mudanças Climáticas Globais.
Utilizando a Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), os discentes evocaram
5 expressões que deram origem a 8 categorias denominadas: 1 - Aquecimento Global
(AQ), 2 - Capitalismo (C), 3 - Crescimento Urbano (CU), 4 - Desenvolvimento
Sustentável (DS), 5 - Desmatamento (D), 6 - Educação Ambiental (EA), 7 - Efeito
Estufa (EE) e 8 - Poluição (P). A categoria de maior relevância foi o Aquecimento
Global (AQ), com 79 evocações, representando 82,7% dos discentes; e a menor foi o
Crescimento Urbano (CU) com 9 evocações representando 15,4% dos discentes
entrevistados. Face ao Projeto Pedagógico do Curso (PPC), apesar da grade curricular
conter disciplinas que contemplam questões ambientais como a Gestão Ambiental na
Construção Civil e Saneamento Ambiental, os discentes sujeitos desta pesquisa
apresentaram representações sobre as mudanças climáticas globais aninhadas ao senso
comum e com baixa criticidade.
Palavras-Chaves: Representações sociais, Teste de Associação Livre de Palavras,
Mudanças Climáticas.
ABSTRACT
FERREIRA, C.B. Global climate change: a study of social representations of civil
engineering graduates from the University of Cuiabá. Cuiabá, 2015, 96f. Dissertation
(master in Environmental Sciences) – Department of Environmental Sciences, University of
Cuiabá.
The changes in climate in major urban centers caused by the increasing
replacement of vegetation cover by concrete and asphalt, associated with the increase
in concentration of buildings, industrial activity and pollution of motor vehicles have
caused the formation of heat islands with temperatures up to 10° C higher in the central
areas of cities against the peripheral or rural areas, The accelerated growth of large
urban centers requires the formation of civil engineering professionals with ability to
plan and adopt measures to minimize these effects. The objective of this work was to
study the perceptions of students of the tenth semester of the year 2014, Civil
Engineering course at the University of Cuiaba on global climate change. The survey
was conducted academic 51. Structured questionnaires were applied to issues related
to the demographic data and the issue of global climate change. Using the technique
of free association of Words (TALP), the students mentioned 5 expressions that have
resulted in 8 categories called: 1-Global warming (AQ), 2-capitalism (C), 3-urban
growth (CU), 4-sustainable development (SD), 5-Deforestation (D), 6-environmental
education (EA), 7-greenhouse effect (EE) and 8-pollution (P). The most important
category was Global warming (AQ), with 82.7% of the 79 evocations representing
students and the smallest was the urban growth (CU) with 9 15.4% of students
representing evocations interviewed. Comparing the results obtained with the
pedagogic project of the course (PPS), although the curriculum contain subjects
covering environmental issues such as the environmental management in construction
and environmental sanitation, the subject of this research, students have
representations about the global climate change nested to common sense and with low
criticality.
Key words: Social Representations, Free Word Association Test, Climate change.
1
1. INTRODUÇÃO
1.1 PROBLEMÁTICA
As mudanças climáticas globais se tornaram grande preocupação no meio
científico, sendo um tema bastante discutido por diversos pesquisadores, governo e
pela sociedade em geral.
O Painel intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPPC), define
mudanças climáticas como mudança no estado do clima que podem ser identificadas
(isto é, pelo uso de testes estatísticos) por mudanças na média, ou na variação de suas
propriedades, e que persistem por um extenso período, geralmente décadas ou mais.
Estas mudanças podem ser derivadas tanto de causas naturais quanto antrópicas.
Diversos estudos apontam o aquecimento global como o principal responsável
pelas alterações climáticas, através do incremento antrópico de gases de efeito estufa
(GEE), como dióxido de carbono (CO2), ozônio (O3), metano (CH4) e óxido nitroso
(N2O) na atmosfera. Diante destas preocupações, vários eventos foram realizados a
nível mundial com a finalidade de reduzir a emissão destes gases.
Entre estes eventos, destacam-se: a Primeira Conferência das Nações Unidas
em 1972, que resultou na elaboração da Declaração do Meio Ambiente Humano; a
Conferência Rio-92, um marco importante nas discussões feitas pela comunidade
internacional , que tinha por objetivo alcançar a estabilização das concentrações de
Gases de Efeito Estufa (GEEs) na atmosfera para reduzir os impactos da ação antrópica
no sistema climático, onde foi elaborada a Agenda 21 (Programa de Ação Global
adotada por 182 países) e a Convenção sobre mudanças climáticas em 1997, que deu
origem ao Protocolo de Quioto.
Um aumento na temperatura ambiente tem sido observado na zona urbana, com
a formação das ilhas de calor resultantes do processo de ocupação antrópica, maior
número de edificações e elevação na emissão de poluentes dos veículos automotores.
Na zona rural, alterações climáticas estão relacionadas ao desmatamento para
agricultura e criação de gado. O uso de fertilizantes nitrogenados na agricultura
demanda elevado gasto energético na sua produção, e aplicado no solo libera
2
nitrogênio na atmosfera que combinado com oxigênio, origina o óxido nitroso - um
poderoso gás de efeito estufa (Ecycle, 2015).
1.2. JUSTIFICATIVA
Em áreas urbanas, dentre os principais impactos da ação antrópica, destacam-
se o aumento da temperatura e a diminuição da umidade, os quais são desencadeados
pela redução da cobertura vegetal, aumento de edificações, de cobertura asfáltica,
atividade industrial e de poluição por veículos automotores. Estes fatores contribuem
para formação de ilhas de calor.
Uma ilha de calor urbana proporciona temperaturas até 10° C mais elevadas
nas zonas centrais das cidades comparando com as áreas periféricas ou rurais, e ocorre
basicamente devido às diferenças de irradiação de calor entre as regiões edificadas e
as áreas com cobertura vegetal.
O crescimento acelerado das cidades aliado a necessidade de um planejamento
adequado de suas edificações tem sido e será nos próximos anos um dos principais
desafios para diversos profissionais. Neste sentido, as discussões acerca das mudanças
climáticas globais deverá ser uma constante no meio acadêmico nos cursos que
envolvem a questão climática como eixo de desenvolvimento, principalmente no que
diz respeito a atuação do futuro profissional frente à essas mudanças refletindo nos
conteúdos programáticos.
O engenheiro civil é um profissional com grande responsabilidade para
minimizar os efeitos deste crescente aumento do calor na zona urbana .De acordo com
a Resolução 1002 do código de ética do CREA, no que se refere ao meio ambiente,
orienta o exercício das atividades profissionais pelos preceitos do desenvolvimento
sustentável e na elaboração de projetos e execução de obras ou criação de novos
produtos atendendo aos princípios e recomendações de conservação de energia e de
minimização dos impactos ambientais .
Segundo o Projeto Pedagógico do Curso de Engenharia Civil/PPC (2014), o
egresso da Universidade de Cuiabá, tem como perfil, o engenheiro com formação
generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a absorver e desenvolver novas
tecnologias, estimulando a sua atuação crítica e criativa na identificação e resolução
3
de problemas, considerando seus aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais
e culturais, com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade.
Neste sentido, torna-se necessário visualizar a compreensão dos acadêmicos e
sua representação social a respeito das mudanças climáticas globais que, por princípio,
remetem a um pensar sobre as práxis conduzidas nos cursos de engenharia civil.
Frente a este propósito, esta pesquisa partiu do conceito de Representações
Sociais proposta por Moscovici (1978) que estudou como o conhecimento científico
afeta o senso comum, compondo uma forma de conhecimento de grupos que parte das
relações interpessoais e pode ser definida como conjunto de explicações que vem do
cotidiano do indivíduo.
O presente trabalho tem como objetivo geral analisar a percepção dos alunos
do 10º semestre de Engenharia Civil da Universidade de Cuiabá – UNIC, quanto às
mudanças climáticas globais sob a ótica da teoria das representações sociais.
Os objetivos específicos foram estudar as evocações reveladas pelos alunos
sobre o meio ambiente; compreender qual o papel atribuído às MCG (mudanças
climáticas globais) na formação profissional do grupo dos alunos pesquisados por
meio de entrevistas utilizando a técnica de associação livre de palavras (TALP) - para
técnica para produção de dados em estudos de representações sociais.
4
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
A Teoria das Representações Sociais surgiu na década de 60, a partir do
trabalho de Serge Moscovici, sobre a difusão da psicanálise entre a população de Paris,
tanto na sua apropriação e transformação pela mesma ou por outras funções sociais.
Segundo Moscovici (1978) apud Alves-Mazzotti (2008), o autor iniciou esse
processo de elaboração teórica retomando o modelo de representação coletiva,
proposto por Durkheim, onde este se referia a uma classe genérica de fenômenos
psíquicos e sociais, englobando entre eles os referentes à ciência, aos mitos e à
ideologia, sem a preocupação de explicar os processos que dariam origem a essa
pluralidade de modos de organização do pensamento.
Ainda, a representação tem, em sua estrutura, duas faces: a face figurativa e a
face simbólica, onde os processos envolvidos na atividade representativa tem a função
de destacar uma figura e ao mesmo tempo atribuir um sentido, integrando-o ao nosso
universo. Tem, sobretudo, a função de objetivar e consolidar os materiais que entram
na composição de determinada representação.
Jodelet (2001) caracteriza a representação como forma de conhecimento,
socialmente elaborado e partilhado, com um objetivo prático e que contribui para a
construção de uma realidade comum a um conjunto social. Igualmente designado
como saber do senso comum ou ainda saber ingênuo, natural. Esta forma de
conhecimento é diferenciada entre outras do científico.
Para Moscovici (1978), apud Alves-Mazzoti (2008), a representação social,
corresponde a busca de elementos que possam estar adequados às características da
sociedade contemporânea onde ocorre a multiplicidade dos sistemas políticos,
filosóficos e artísticos, bem como a rapidez na circulação das representações. Sua
dinâmica poderia ser trabalhada através da elaboração de um conceito verdadeiramente
voltado para as questões sociais, envolvendo as relações entre indivíduo e sociedade,
distinguindo inicialmente o conceito de representação social dos mitos, da ciência e da
ideologia.
5
As representações sociais procuram explicar algo que nos remete a um objeto,
a uma pessoa ou acontecimento, aos fenômenos do homem, das interações sociais,
partindo do coletivo sem desconsiderar o individual. Para Campos (2005) a teoria das
representações sociais nos permite compreender a dimensão normativa e os processos
de transformação dos conhecimentos partilhados por um dado grupo, acerca da
realidade social.
Para Reis et al. (2011), as representações sociais partem do pressuposto de que
há duas formas de estruturar conhecimentos. Conforme Moscovici: a consensual e a
reificada (científica), cada qual gerando seu próprio universo, que para Arruda (2002)
podem ser detalhadas da seguinte forma:
1. O universo consensual constitui-se na conversação informal, na vida cotidiana.
As representações sociais constroem-se mais frequentemente na esfera
consensual, embora as duas esferas, o senso comum e o científico, não sejam
totalmente isoladas. As sociedades são representadas por grupos de iguais,
todos podem falar com a mesma competência. As representações sociais é o
senso comum, acessível a todos;
2. O universo reificado se cristaliza no espaço científico, com suas regras de
linguagem e sua hierarquia interna;
Segundo Abric (2008), as representações têm papel fundamental na dinâmica
das relações e nas práticas sociais e respondem a quatro funções que as sustentam:
1 Funções de saber: permitem compreender e explicar a realidade, definem
o quadro de referência comum que permite as trocas sociais, a transmissão
e a difusão deste saber ingênuo;
2 Função identitária: definem a identidade e permitem a proteção da
especificidade dos grupos, além da função cognitiva de compreender e de
explicar;
3 Função de orientação: guiam os comportamentos e as práticas, define o
que é licito tolerável ou inaceitável em um dado contexto social;
4 Função justificadora: permitem a priori, a justificativa das tomadas de
posição e dos comportamentos. A representação tem por função preservar
e justificar a diferenciação social, e ela pode estereotipar as relações entre
6
os grupos, contribuir para a discriminação ou para a manutenção da
distância social entre eles;
Nobrega (2001) afirma que as representações, sendo elaborada através e nas
dinâmicas de comunicação, são responsáveis pelo duplo papel na sua própria
formação, de tornar estranho o familiar e o invisível perceptível, o que implica em
dominar a realidade pela integração cognitiva no novo. A comunicação é o veículo que
permite a formação das representações de modo que estas se exercem na regulação da
dinâmica relacional entre atores sociais.
Ainda para o mesmo autor a representação torna possível a reconstrução do
real através da interpretação dos elementos constitutivos do meio ambiente, em uma
dimensão ordenada e significativa para os membros de uma sociedade, comunidade
determinada. Esta interpretação da realidade é traduzida em um conjunto lógico do
pensamento que vai construir a visão de mundo para uma coletividade.
Para Nobrega (2001) a elaboração e funcionamento de uma representação
podem ser compreendidos através dos processos de formação: objetivação e
ancoragem.
A objetivação consiste em materializar as abstrações, corporificar os
pensamentos, tornar físico e visível o subjetivo, transformar em objeto o que é
representado. Os objetos percebidos tornam-se intercambiáveis, as palavras são
acopladas às coisas, o abstrato é tornado concreto, o conceito transformado em uma
imagem e um núcleo figurativo. Objetivação é como uma atividade que dá forma e
estrutura ao processo da representação e pode ser classificada em três fases:
1. Construção seletiva: que é o mecanismo utilizado pelo grande público
consumidor dos meios de comunicação de massa para se apropriar de
determinado corpus teórico-científico, retirando os elementos dos quais as
informações em circulação são formadas enquanto fatos próprios ao universo
do senso comum;
2. Esquematização estruturante ou núcleo figurativo: Segundo Abric (1998), toda
representação é organizada em torno de um núcleo central. Este núcleo central
é o elemento fundamental da representação social, pois determina ao mesmo
tempo a significação e a organização da representação. Possui duas funções,
geradora e organizadora, atribuindo sentido e determina os elos de unificação
7
entre os outros elementos (periféricos) que se entrelaçam na formação do
tecido representacional. O elemento do núcleo central é determinado pela
finalidade e condições onde se produz representação;
3. Naturalização: confere uma realidade ao que era uma abstração.
Posteriormente Moscovici, a fim de mostrar como a representação do dinheiro
é partilhada socialmente, acrescentou quatro momentos ao processo de objetivação:
1. Desejo: provocado pelo que se faz recusar, resistir, furtar-se, é proibido,
tornado ausente, encontrar-se distante, enfim transformar-se em diferente;
2. Avaliação: situa os objetos numa escala de desejabilidade ou aversão;
3. Demanda: focalizado numa escolha sobre uma diversidade de desejos
necessários, é, portanto, caracterizado pela incerteza ou tensão do que se
pretende superar;
4. Troca: é o que cria o laço entre os indivíduos, atrai o que os faz pertencer a um
grupo, a uma sociedade, ou instituição.
A ancoragem, segundo Nobrega (2001), está articulada à objetivação, possui
três funções fundamentais da representação social, são elas: incorporação do estranho
ou do novo, interpretação da realidade e orientação dos comportamentos. A ancoragem
também é organizada estruturalmente sobre três condições:
1. Atribuição de sentido: segundo Jodelet (2001), por um trabalho da memória, o
pensamento constituinte se apoia sobre o pensamento constituído, a fim de
ordenar a novidade nos moldes antigos, no que já é conhecido;
2. Instrumentação do saber: dá um valor funcional à estrutura imaginaria da
representação, à medida que esta se torna uma teoria de referência que permite
aos indivíduos compreenderem a realidade;
3. Enraizamento no sistema: permite a coexistência de dois fenômenos opostos
no interior do processo formativo das novas representações. É o movimento de
incorporação social da novidade atrelada a familiarização do estranho.
Portanto, segundo o autor, a objetivação e a ancoragem são aparentemente
opostas, uma cria verdades evidentes para todos e independentes de todo determinismo
social e psicológico, a outra ao contrário, designa a intervenção de tais determinismos
na sua gênese e transformação.
8
Para Abric (1998), sendo uma representação social constituída de informações,
crenças, opiniões e de atitudes, a propósito de um dado objeto, este conjunto de
elementos organizados, constitui um sistema sociocognitivo com um tipo especifico.
A organização de uma representação social apresenta características específicas,
organizadas em torno de um núcleo central onde ao seu redor estão os elementos
periféricos.
O núcleo central, também chamado de núcleo estruturante, é determinado pela
natureza do objeto representado e pelo tipo de relações que o grupo mantém com este
objeto, assumindo assim duas funções fundamentais:
1. Função geradora: elemento através do qual se cria, ou se transforma o
significado dos outros elementos constitutivos da representação. É através dele
que os elementos ganham um sentido, um valor;
2. Função organizadora: é o elemento unificador e estabilizador da representação
social.
Além destas funções, Abric (1998) também aponta que o núcleo central se
constitui o elemento mais estável, que resiste às mudanças, permite um estudo
comparativo das representações sociais e toda modificação que ocorre no núcleo
central, provoca transformação completa da representação. Para que duas
representações sejam diferentes, elas devem ser organizadas em torno de dois núcleos
centrais diferentes.
Os elementos periféricos estão organizados em torno do núcleo central,
constituem o conteúdo da representação. Segundo Abric (1998), os elementos
periféricos possuem três funções primordiais:
1. Função de concretização: constituem interface entre o núcleo central e a
situação concreta na qual a representação é elaborada ou colocada em
funcionamento. Permite sua formulação em termos concretos, imediatamente
compreensíveis e transmissíveis;
2. Função reguladora: os elementos periféricos têm papel essencial na adaptação
da representação às evoluções do contexto. As informações novas ou as
transformações do meio ambiente podem ser integradas na periferia da
representação. Face a estabilidade do núcleo central, os elementos periféricos
constituem o aspecto móvel e evolutivo da representação;
9
3. Função de defesa: como o núcleo central de uma representação resiste a
mudança, posto que sua transformação provocaria uma alteração completa, o
sistema periférico funciona como o sistema de defesa da representação.
Flament (1994), citado por Abric (1998), diz que os elementos periféricos são
esquemas organizados pelo núcleo central, sendo estes importantes para o
funcionamento da representação, o que resulta em três características:
1. Primeiramente: prescritores de comportamentos, indicam de fato o que é
normal de se fazer ou de se dizer em uma dada situação, considerando o
significado e a finalidade desta função;
2. Em seguida, permite a modulação personalizada das representações e das
condutas a elas associadas. Uma representação única – logicamente organizada
em torno de um núcleo central – pode-se assim dar lugar a diferenças aparentes;
3. Finalmente, os esquemas periféricos protegem o núcleo central em caso de
necessidade, ou seja, função de defesa.
Segundo Moscovici (2001), reconhecendo que as representações sociais são ao
mesmo tempo construídas e adquiridas, tira o lado preestabelecido, estático, que as
caracterizava na visão clássica. O que conta são as relações entre os indivíduos e suas
interações.
Conforme Abric (1998), as representações sociais e seus componentes, os
elementos periféricos, funcionam exatamente como uma entidade, onde cada parte tem
um papel especifico e complementa a outra. É a existência destes duplos sistemas que
permite compreender uma das características básicas das representações, que pode
parecer contraditória, ou seja, elas são simultaneamente estáveis e móveis; rígidas e
flexíveis.
Para este autor, sendo as representações sociais estáveis e rígidas ao mesmo
tempo, posto que determinados por um núcleo central profundamente ancorada no
sistema de valores partilhado pelos membros do grupo; móveis e flexíveis, posto que
alimentando-se da experiência dos indivíduos, elas integram os fatos da vida cotidiana
e de cada indivíduo diante e uma determinada situação específica, buscando uma
integração com as mudanças nas relações e nas práticas sociais onde estão inseridos
os indivíduos ou grupo de pessoas.
10
Portanto a vivência e experiência de cada indivíduo, adquirida no
enfrentamento dos fatos reais ocorridos durante sua trajetória dentro da sociedade em
que atua ou participa, contribui para uma atuação coletiva e dinâmica dentro das
estruturas de representação existentes. A consolidação desse processo permite a
construção de grupos sociais sólidos em sua estrutura, porém com caráter dinâmico e
flexível diante da tentativa de resolução dos problemas da sociedade em que vive.
Para Nobrega (1998), as representações sociais agem enquanto guia das
condutas que modelam as formas e entrelaçam as redes das relações sociais, sendo que
estas últimas formam, por sua vez, e as estruturam.
2.2 TESTE DE ASSOCIAÇÃO LIVRE DE PALAVRAS
O Teste de Associação Livre de Palavras/ALP, é uma técnica elaborada por
Jung que considerava que a estrutura psicológica do sujeito poderia ser desvelada
mediante a análise de uma rede simbólica manifesta em evocações livres.
Segundo Abric (1998) a ALP em pesquisa de representações sociais, permite
evidenciar universos semânticos comuns a determinado grupo, o que pode viabilizar a
identificação de elementos estruturais de uma representação – núcleo central e
elementos periféricos.
Para Bardin (2009), consiste em um conjunto de técnicas de análise das
comunicações, visando obter por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição
do conteúdo das mensagens indicadores (quantitativos ou não) que permitam a
inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis
inferidas) desdás mensagens.
Tavares et al (2014) considera ALP, associação livre de palavras, como uma
técnica que se apresenta como sendo do tipo projetiva, à medida que atua diretamente
sobre a estrutura psicológica dos indivíduos por meio de estímulos indutores, que
podem ser verbais (frases, palavras, expressões) ou não verbais (figura, imagens fixas
ou em movimentos) que respondem às induções, evidenciando aspectos de sua
personalidade ou suas representações acerca do objeto indutor.
11
2.3 MUDANÇAS CLIMÁTICAS GLOBAIS
As mudanças climáticas globais tem sido um tema bastante discutido por
pesquisadores e pela sociedade em geral no mundo inteiro, destacando principalmente
o aquecimento global, pela emissão antrópica de gases de efeito estufa (GEE), como
o dióxido de carbono (CO2), ozônio (O3), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) na
atmosfera.
De acordo com Jacobi (2011), as mudanças climáticas globais aceleradas pelo
efeito estufa, segundo a ciência e tecnologia tem como agente principal o aquecimento
global derivado do aumento da concentração de GEEs, provenientes da queima de
combustíveis fósseis, desde a revolução Industrial.
Os gases de efeito estufa são responsáveis pela absorção de parte da radiação
emitida pelo planeta, impedindo assim que esta se escape para o espaço mantendo a
terra aquecida, possibilitando a vida na terra.
Segundo Nunes (2003), é importante lembrar que o efeito estufa ocorre
também por meios naturais, sempre existiu e é primordial para manutenção das formas
animadas e inanimadas do planeta. Entretanto, uma maior concentração de gases de
efeito estufa na atmosfera levaria ao rompimento do equilíbrio radiante.
O crescimento urbano, um dos fatores mais comumente evocados como
responsável pelo aquecimento global, ocasionado pelo aumento da população
originaria da migração tanto do campo como de outras localidades, exige
transformações do espaço. A cobertura vegetal dá lugar às praças, ruas pavimentadas,
moradias, comercio, indústrias, etc. Tudo isso traz consequências prejudiciais ao meio
ambiente, como a poluição do ar e da água.
A comunidade científica alerta que a ação humana está interferindo no balanço
de radiação. Mudanças no uso do solo e atividades diversas têm aumentado a
proporção de gases que absorvem a radiação reemitida pelo planeta, aprisionando-a
próxima a superfície terrestre, elevando a temperatura, ou seja, provocando efeito
estufa antropogênico.
Em detalhe, para Nunes (2003), as ilhas de calor são investigadas pelo mundo
todo pelas consequências tais como, a necessidade de refrigeração nos centros urbanos,
12
aumento das doenças respiratórias, transferência da população de classe alta para
periferias o que leva a mudança no preço da terra e das características das habitações.
Moreira et al. (2008), aponta que com o aumento significativo da temperatura
da terra, o aquecimento global proveniente da concentração de gases de efeito estufa,
ganha espaço nas negociações internacionais, o aumento da temperatura se
intensificando pode provocar eventos climáticos cada vez mais extremos como
amplitude das ondas, derretimento de geleiras, aumento do nível do mar, alteração no
suprimento de água doce, maior número de ciclones, tempestades, enchentes secas,
ressecamento do solo dentre outros.
Além dos fatores acima citados, Nunes (2003) destaca as chuvas ácidas
provocadas pela presença de poluentes, causando acidificação de lagos, diminuição da
visibilidade, problemas de saúde e corrosão do patrimônio público e monumentos
históricos. Seus efeitos podem se estender para muito além de suas áreas de origem
por causa dos sistemas atmosféricos.
Outro fator de grande relevância é a destruição da camada de ozônio,
provocados pelo gás CFC (clorofluorcarbono), utilizado nas embalagens de aerossóis,
refrigeradores e aparelhos de ar condicionados. O papel da camada de ozônio é
proteger o planeta contra os raios ultravioletas emitidos pelo sol e também ajudam
controlar a temperatura média no planeta.
Na concepção de Soares et al. (2004), temos hoje a destruição da camada de
ozônio, atribuída ao acúmulo de clorofluorcarbonos (CFCs) na estratosfera, originado
em nossas atividades industriais poluentes; o aumento das taxas de dióxido de carbono
na atmosfera, motivado pelo uso crescente de combustíveis fósseis e pela eliminação
da cobertura florestal, como também a perda da diversidade biológica (extinção de
espécies e de seus habitats), em razão da derrubada crescente de áreas tropicais de
florestas úmidas para fins de exploração agrícola não planejada e predatória.
Estes processos gerados por ação antrópica são provenientes, na luta pela
sobrevivência, da falta de conscientização do homem sobre o meio ambiente. Soares
et al. (2004) afirma que nas últimas décadas, o conceito ecológico vem se ampliando
dentro de um modelo de desenvolvimento que busca uma relação de equilíbrio, sob
uma nova perspectiva na relação do homem com a natureza.
13
Ainda segundo Soares et al. (2004), a consciência de que é necessário tratar
com racionalidade os recursos naturais, uma vez que estes podem se esgotar, mobiliza
a sociedade no sentido de se organizar para que o desenvolvimento econômico não
seja predatório, mas sim, sustentável.
A preocupação com meio ambiente, desta forma vem crescendo tanto no meio
científico como na sociedade em geral, ainda que, para Nunes (2003), o planeta
permanece no equilíbrio radiante disposto nos últimos séculos, onde a quantidade de
energia que entra e que sai do sistema terra seja igual, por outro lado ela estaria se
aquecendo e ou resfriando, comprometendo a continuidade dos processos bióticos e
abióticos adaptados às condições climáticas globais.
De acordo com Soares et al. (2004), atualmente, a preocupação mundial com a
biodiversidade pede maior compromisso dos cientistas na luta pela preservação dos
recursos naturais e pelo planejamento de programas ligados às questões sociais.
Na busca pela sobrevivência, o crescimento acelerado da cidade impulsiona
também o crescimento da industrialização, segundo Nunes (2003), a relação entre a
urbanização e a indústria é fundamental para explicar parte dos problemas ambientais
urbanos. Se, no início as cidades tinham funções voltadas ao comércio e à distribuição
de mercadorias, a presença de indústrias alterou esse quadro. A cidade passou a
desempenhar a função produtora de mercadorias.
Segundo Satherwaite (2008), uma questão ainda mais fundamental seria se as
emissões de gases do efeito estufa relacionadas a produção de bens ou serviços são
alocadas para produção ou para consumo. Se as emissões tiverem como referente à
residência do consumidor final, a maioria das emissões provenientes da agricultura,
desmatamento e indústria poderiam ser computadas às cidades onde são consumidos
as mercadorias industriais, os produtos de madeira e os alimentos.
A industrialização por si só também provoca impactos no meio ambiente, pois
exige infraestruturas para sua instalação, gera o aumento da população. E esta, por sua
vez, por falta de opção e condições financeiras, vão ocupar os lugares menos
privilegiados da cidade, aumentando assim os impactos socioambientais.
Portanto, com a chegada da indústria, há uma transformação do espaço, que
segundo Ribeiro (2008) serão necessárias vias projetadas, sistemas integrados de
14
distribuição de energia e a construção de conjuntos habitacionais, inicialmente, pelas
próprias indústrias para alojar os trabalhadores.
Assim os principais impactos nas áreas urbanas tem sido o aumento da
temperatura e a diminuição da umidade tendo como fatores responsáveis já citados
anteriormente, a redução da cobertura vegetal, o aumento da cobertura da superfície
do solo com concreto e asfalto, pelo aumento da alta concentração das edificações
impedindo a ventilação e o aumento da atividade industrial e da poluição de veículos
automotores.
Ribeiro (2008) acredita que mesmo que as emissões caiam rapidamente, o que
é muito pouco provável, os efeitos do aquecimento global serão sentidos pela
população das cidades e metrópoles brasileiras por muito tempo. Eles resultam de
gases de efeito estufa lançados no passado, em especial pelos países que se
industrializaram inicialmente.
Segundo Freitas (2004), uma das causas do aumento da temperatura é a
formação da ilha de calor urbana, sendo mais elevadas nas zonas centrais das cidades
em comparação com as áreas periféricas ou rurais, podendo chegar até 10° C e ocorre
basicamente devido às diferenças de irradiação de calor entre as regiões edificadas e
não edificadas com cobertura vegetal.
Outro fator decorrente do crescimento rápido da cidade, segundo Ribeiro
(2008), é o aumento no preço do solo urbano e como as unidades fabris necessitam de
vastas áreas, muitas cidades deixaram de ser opção para plantas industriais pelo custo
do terreno.
O encarecimento do solo urbano também provoca o aumento das desigualdades
sociais. A população de baixa renda ocupa as áreas periféricas de menor valor, os
loteamentos feitos pelo poder público, sem planejamento adequado, com infraestrutura
precária. Enquanto isso, as classes de maior poder aquisitivo ocupam as regiões mais
privilegiadas.
Para Soares et al. (2004) a relação campo e cidade, as desigualdades sociais, a
consolidação de uma sociedade excludente estão associadas à corrupção ambiental,
cujo resultado visível está nas favelas, na devastação ambiental, nas cidades
problemáticas, nos refugiados ambientais, na violência urbana, no desemprego, na
15
perda de valores associados ao trabalho e a construção de benefícios coletivos, dentre
outros.
Conforme Sattherwaite (2008) a principal fonte das emissões de gases do efeito
estufa nas cidades seria o uso de energia – na produção industrial, nos transportes e
nos prédios residenciais, comerciais governamentais (aquecimento ou resfriamento,
iluminação e aparelhos elétricos).
O transporte, segundo o autor, tem uma contribuição importante para as
emissões de gases do efeito estufa na maioria das cidades. Apesar de sua contribuição
relativa variar muito – por exemplo, cerca de 11% em Xangai e Pequim em 1998
(nessas cidades, a indústria é a maior geradora de emissões de gases do efeito estufa)
20% em Londres, Nova Iorque e Washington DC e 30% a 35% no Rio de Janeiro,
Barcelona e Toronto.
Apesar de a cidade ser considerada a maior contribuinte com as mudanças
climáticas globais, com percentual de 75% a 80% de todos os gases de efeito estufa
decorrentes da atividade humana, segundo Satherwaite (2008), entre 40% e 60% foram
gerados fora dos centros urbanos, através de atividades agrícolas, desmatamento, da
indústria pesada, usinas de geração de energia movida por combustíveis fósseis, etc.
Ainda segundo o mesmo autor, algumas cidades da América Latina, África e
Ásia, tem baixas emissões de gases do efeito estufa por morador e acomodam centenas
de milhões de pessoas que correm risco de enfrentar os perigos decorrentes do aumento
na frequência ou intensidade de inundações tempestades e ondas de calor, restrições
no fornecimento de água decorrentes da mudança do clima. Estas vivem geralmente
em locais de risco, informais, sem infraestrutura, sujeitas a inundações ou
deslizamentos de terra.
De acordo com Bonatti et al. (2011), o fórum global humanitário, no relatório
Human Impact report, Climate Change – the anatomy of a Silent Crisis (GLOBAL
HUMANITARIAN FORUM, 2009), que fala sobre os riscos das mudanças climáticas
para a humanidade, aponta que os efeitos destas mudanças se transformam em uma
crise silenciosa que assume, não só as formas de fome ou de doenças, mas também se
mostram em ciclones, inundações ou ondas de calor, impactando mais fortemente as
populações economicamente desfavorecidas.
16
Diante destas afirmações, segundo Bonatti et al. (2011), as mudanças
climáticas de origem antropogênicas afetarão a vida de milhões de pessoas nas mais
distintas comunidades, e por isso ações voltadas para atuar sobre o impacto destas
mudanças são fundamentais.
Criar medidas para enfrentar ou até mesmo corrigir os impactos ambientais,
exige mudanças socioambientais e distribuição de renda que não são tarefas fáceis, diz
respeito à igualdade de acesso a serviços públicos. No Brasil, por exemplo, é evidente
o desequilíbrio social percebido nas formas de moradia na segregação social, no modo
de vida das pessoas na cidade.
De acordo com Ribeiro (2008), no Brasil o quadro social desigual, mesmo que
atenuado nos últimos anos, ainda está longe de uma situação de equilíbrio. Por isso é
preciso aproveitar todas as oportunidades que surgem para resolução de problemas e
implementar medidas socioambientais que corrijam paulatinamente as discrepâncias
de renda e de acesso a serviços no país.
Os impactos ambientais não são problemas atuais, estão em evidências aos
longos anos, e são percebidos principalmente nas regiões onde vivem a classe menos
favorecida a cada chuva intensa, nos alagamentos dos bairros, desmoronamento de
morros. É preciso agir no sentido de corrigir os impactos antigos e se preparar para
enfrentar os novos.
Ribeiro (2008) acredita que na dúvida quanto aos impactos socioambientais
nas cidades brasileiras, é preciso agir para enfrentar problemas antigos que resultaram
do processo rápido e particular de urbanização no Brasil e atacar, com determinação,
principalmente, a má condição de moradia da maioria da população que vive em
grandes cidades e metrópoles brasileiras.
Os problemas socioambientais são históricos. Ao longo dos anos percebemos
a separação das classes sociais, de um lado a população de maior poder aquisitivo que
ocuparam áreas mais favoráveis, bem planejadas, melhor refrigeradas, e de outro lado
classes menos favorecidas, que sofrem com a elevação da temperatura devido às
condições de moradia.
A elevação da temperatura nas cidades repercute na qualidade de vida e exige
uma revisão do uso das edificações, bem como seu redimensionamento. (RIBEIRO,
2008).
17
A qualidade de vida pode ser pessoal e pode também não estar apenas na
cidade, mas também na maneira como as pessoas se alocam, na localização e nas
condições de moradias. A maneira como vivem podem contribuir de forma expressiva,
não só para qualidade de vida, mas também para saúde.
Além das condições de moradias inadequadas, a maioria da população das
grandes cidades e metrópoles sofrem com a formação de ilhas de calor que agravam a
saúde de hipertensos e podem aumentar o número de óbitos (Ribeiro, 2008). Para
solução deste problema é preciso utilizar da regulamentação das construções, por meio
do Código de Obras e do Plano Diretor.
A normatização e o planejamento urbano melhoram a qualidade de vida nas
grandes cidades, porém não resolvem problemas ambientais, decorrentes da relação
homem e meio ambiente.
Segundo Jacobi (2011) a influência da atividade humana sobre o clima é
complexa e diz respeito ao que consumimos, ao tipo de energia que produzimos e
utilizamos, se vivemos na cidade ou em uma fazenda, em um país rico ou pobre, se
somos jovens ou velhos, o que comemos e, a relação com a igualdade de direitos e
oportunidades desfrutada por mulheres e homens.
A maneira como as pessoas vivem nas cidades, o que elas utilizam para
sobrevivência, o tipo de moradia, os tipos de transporte, determinaram o grau de
participação nas emissões de gases de efeito estufa.
Para Sattherwaite (2008) na maioria das cidades nos países de baixa renda, as
emissões de gases do efeito estufa por pessoa não podem ser altas simplesmente
porque usam pequenas quantidades de petróleo, carvão e gás natural; os demais fatores
capazes de gerar outros gases importantes do efeito estufa são de pouca monta, a
indústria é escassa, poucas pessoas andam em carros particulares, os equipamentos
elétricos em residências e estabelecimentos comerciais são poucos, e de uso limitado.
As relações sociais são estabelecidas nas cidades onde estão concentradas as
atividades comerciais, sociais, econômicas e políticas, portanto são geradoras de
serviços e consumidoras de materiais, que podem contribuir com as emissões de GEE.
Sattherwaite (2008) caracteriza as cidades como centralizadora daquilo que
contribui para uma alta qualidade de vida, o que não implica em altos níveis de
consumo de materiais (e, portanto, em altas emissões de gases do efeito estufa) –
18
teatro, música, artes plásticas e dança... E também têm sido locais de inovação social,
econômica e política. Em relação ao aquecimento global, em muitos países de alta
renda, os políticos que atuam nos municípios têm maior comprometimento com
redução das emissões de gases do efeito estufa em comparação com políticos que
atuam em nível nacional.
Historicamente, os problemas sociais e ambientais, aumentam ao longo dos
anos. A relação homem natureza continua problemática e para tanto é preciso criar
meios para atenuar estes problemas decorrentes do uso e ocupação do solo nos centros
urbanos. As decisões não dependem só do poder público, são necessárias ações
conjuntas, que envolvam a sociedade de maneira geral.
Portanto, segundo Ribeiro (2008), com o aumento dos problemas
socioambientais urbanos se multiplicando pelo território nacional não será possível
atenuar impactos socioambientais apenas por medidas de adaptação às mudanças
climáticas, por meio de políticas públicas municipais, serão necessárias diversas ações
conjuntas, ministérios como de Meio Ambiente, o de cidade e o de Saúde, sabendo
que algumas metrópoles onde ocorrem o inchaço, não tem recursos suficientes para se
adaptarem às mudanças climáticas.
As ações sim, precisam ser conjuntas, partindo do micro para o marco. Não
serão os ministérios nem a União que resolvem problemas como por exemplo a falta
de água em São Paulo e a falta de chuva em Mato Grosso, as enchentes no sul do pais,
ou as queimadas de maneira geral. A legislação pode ser uma luz, mas lei sem ação e
fiscalização são apenas papel. O fato é que ações individuais ou de pequenos grupos
são força motriz de grandes mudanças.
Segundo Martins (2010), apesar das incertezas científicas, é cada vez mais
claro que a sociedade não pode esperar para adotar medidas efetivas para mitigar o
aquecimento global e adaptar as cidades para uma nova realidade.
Diversas ações podem ser tomadas para melhorar a temperatura nas cidades.
Ribeiro (2008) acredita que para atenuar a temperatura da superfície da terra das
cidades e metrópoles brasileiras, é fundamental estimular o abandono dos veículos ou
alterar rapidamente o padrão dos motores para deixarem de emitir calor, tarefa que
para o autor vai levar tempo para ser cumprida.
19
Outra alternativa seria o plantio de árvores, que ainda, segundo Ribeiro (2008),
pode ser realizada em larga escala e rapidamente, atenuando a temperatura da
superfície terrestre das áreas urbanas no Brasil, sendo fundamental consultar
especialistas para indicar o plantio de espécies originais de acordo com tamanho das
vias e calçadas do sistema viário.
Para Sattherwaite (2008), se a cidade contar com um bom sistema de transporte
público, evitar expansão em baixa densidade, terá menores níveis de emissões de gases
de efeito estufa por pessoa do que as cidades sem estas facilidades. Nas cidades mais
ricas do mundo as áreas residenciais mais desejadas têm altas densidades, construção
que minimiza a necessidade de aquecimento ou refrigeramento maior que as áreas do
subúrbio e rurais.
Ao ver as cidades como “o problema”, o autor acredita que isto pode desviar a
atenção do fato de que o principal responsável pelos altos níveis de emissão de gases
do efeito estufa são os padrões de consumo dos grupos de média e alta renda dos países
mais ricos.
Portanto culpar apenas as cidades como focos de grandes emissões de gases do
efeito estufa concede excessiva importância à eficiência energética dentro da questão
da mitigação das alterações climáticas, e às estratégias de adaptação para as nações de
baixa renda, cujas cidades, na maioria, usam muito pouco combustível fóssil (e cujo
escopo para agir sobre a respectiva redução seria muito menor).
Ainda, para esse autor ver as cidades como "o problema" também omite a
extensão do papel primordial desempenhado pelas cidades bem planejadas e bem
governadas na desconexão entre altos padrões de vida e altos níveis de emissões de
gases do efeito estufa. Isto pode ser visto, em parte, nos enormes diferenciais entre
cidades ricas, em termos de uso de gasolina por pessoa.
Neste contexto a difícil tarefa de identificar as reais causas e seus responsáveis
pelas emissões de gases do efeito estufa não tem sido muito fácil na opinião de vários
estudiosos no assunto. Assim, apesar da ação de atribuir as emissões de gases do efeito
estufa parecer um pouco pedante, ela tem um significado muito importante para a
atribuição das responsabilidades pela redução destes entre e dentro dos países, cidades
e outros assentamentos.
20
2.4 MUDANÇAS CLIMÁTICAS GLOBAIS: REPERCUSSÕES NO BRASIL E NO
MUNDO
Vários eventos foram realizados a nível mundial no sentido diminuir a emissão
destes gases de efeito estufa na atmosfera. Foram propostos incentivos e medidas aos
países que acalmarem as metas de redução de suas emissões.
Em 1972, foi realizada em Estocolmo, a Conferência das Nações Unidas Sobre
o meio Ambiente Humano, com objetivo de mostrar a necessidade dos países,
principalmente os industrializados, tomar decisão frente ao modelo de
desenvolvimento econômico que consideravam os recursos naturais inesgotável,
propiciando a degradação ambiental e humana.
Subsidiado pela Ciência, segundo Soares et al. (2004), o capitalismo
consolidou os processos de desumanização da natureza e desnaturamento do homem.
O homem passou a ser excluído do conceito de natureza, pela sua superioridade
racional, esta, por sua vez, degradada e considerada como fonte inesgotável de seus
recursos, como máquina com capacidade de reprodução eterna.
A conferência das Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente Humano, foi
marcada pelo confronto entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento. Os
países desenvolvidos preocupados com os efeitos da degradação ambiental
propuseram programa internacional para conservação dos recursos naturais e
genéticos, alertando a necessidade de se tomar medidas preventivas para evitar grandes
catástrofes.
Os países em desenvolvimento mostraram a preocupação com as questões
sociais como a miséria, problemas de moradias, saneamento básico, doenças
infecciosas, necessitando desta forma se desenvolverem economicamente de forma
mais rápida.
A conferência resultou na Declaração do Meio Ambiente Humano, com
princípios de comportamento e responsabilidades de governar as decisões
concernentes a questões ambientais e na elaboração de um plano de Ação que convoca
todos os países, organização internacionais a cooperar nas soluções para um series de
problemas ambientais.
Segundo Moreira et al. (2008), os problemas ambientais globais começaram a
fazer parte da agenda internacional com a Conferência de Estocolmo, em 1972, mas a
21
questão do aquecimento global só começou a adquirir uma maior importância com a
realização da Primeira Conferência Mundial sobre o Clima, em 1979, pela
Organização Meteorológica Mundial das Nações Unidas.
A conferência Mundial sobre o clima ocorreu em Genebra. O tema deste evento
foram os efeitos das emissões antropogênicas de dióxido de carbono a longo prazo
sobre o clima. Esta conferencia teve como resultado o Programa Mundial sobre o
Clima em 1980, que oferece estrutura e base para pesquisas sobre questões climáticas,
como a destruição da camada de ozônio e o aquecimento global.
Em 1992 ocorreu no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre o
Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) - Rio-92. Esta conferência foi
considerada um marco importante nas discussões da comunidade internacional com
objetivo de alcançar a estabilização das concentrações de GEEs na atmosfera para
reduzir os impactos da ação antrópica no sistema climático. Foram apresentados um
balanço dos problemas existentes e os avanços obtidos.
A Rio-92, ou Eco-92, também ficou conhecida como Cúpula da terra, teve uma
presença maciça de líderes internacionais. Participaram também um grande número de
Organizações Não Governamentais (ONGs), que realizaram em paralelo o Fórum
Global no qual foi aprovado a Carta da Terra que estabeleceu que os países mais ricos
têm maior responsabilidade na preservação do planeta.
A conferência resultou na aprovação das convenções sobre a biodiversidade e
mudanças climáticas, também foi criada e assinada a Agenda 21, um plano onde é
estabelecido metas para alcançar melhores condições ambientais no planeta.
A agenda 21 (Programa de Ação Global adotada por 182 países) está dividida
em quatro temas:
1. Dimensões econômicas e sociais: Cooperação internacional para acelerar o
desenvolvimento sustentável dos países em desenvolvimento e políticas
internas correlatas; combate à pobreza; mudanças dos padrões de consumo;
dinâmica demográfica e sustentabilidade; proteção e promoção das
condições da saúde humana; promoção do DS dos assentamentos humanos
e integração entre meio ambiente e desenvolvimento na tomada de
decisões;
2. Conservação e gerenciamento de recursos para o desenvolvimento:
proteção da atmosfera; abordagem integrada do planejamento e do
gerenciamento dos recursos terrestres; combate ao desflorestamento;
manejo de ecossistemas frágeis (a luta contra a desertificação e a seca);
gerenciamento de ecossistemas frágeis (DS das montanhas); promoção do
desenvolvimento rural e agrícola sustentável; conservação da diversidade
biológica; manejo ambientalmente saudável da biotecnologia; Proteção de
oceanos, de todos os tipos de mares - inclusive mares fechados - e das zonas
22
costeiras e proteção; uso racional e desenvolvimento de seus recursos
vivos; proteção da qualidade e do abastecimento dos recursos hídricos
(aplicação de critérios integrados no desenvolvimento, manejo e uso dos
recursos hídricos); manejo ecologicamente saudável das substâncias
químicas tóxicas, incluída na prevenção do tráfico internacional dos
produtos tóxicos e perigosos; manejo ambientalmente saudável dos
resíduos perigosos, incluindo a prevenção do tráfico internacional ilícito de
resíduos perigosos; manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos
e questões relacionadas com esgotos; Manejo seguro e ambientalmente
saudável dos resíduos radioativos;
3. Fortalecimento do papel dos grupos principais: ação mundial pela mulher,
com vistas a um desenvolvimento sustentável equitativo; a infância e a
juventude no desenvolvimento sustentável; reconhecimento e
fortalecimento do papel das populações indígenas e suas comunidades;
fortalecimento do papel das Organizações Não-Governamentais; parceiros
para um DS; iniciativas das autoridades locais em apoio à Agenda 21;
fortalecimento do papel dos trabalhadores e de seus sindicatos;
fortalecimento do papel do comércio e da indústria; comunidade científica
e tecnológica; fortalecimento do papel dos agricultores;
4. Meios de implementação: recursos e mecanismos de financiamento;
transferência de tecnologia ambientalmente saudável, cooperação e
fortalecimento institucional; a ciência para o DS; promoção do ensino, da
conscientização e do treinamento; mecanismos nacionais e cooperação
internacional para fortalecimento institucional nos países em
desenvolvimento; arranjos institucionais internacionais; instrumentos e
mecanismos jurídicos internacionais; informação para a tomada de
decisões;
Durante a Conferência Rio-92 ocorreu a Convenção-Quatro das nações Unidas
sobre Mudança do Clima (CQNUMC). Segundo Moreira et al. (2008), foi um passo
importante dado pela comunidade internacional para atingir o objetivo de estabilizar
as concentrações de GEEs na atmosfera em nível que impeça uma interferência
antrópica perigosa no sistema climático.
Em 1997 na Convenção sobre mudanças climáticas, foi adotado o Protocolo de
Quioto, que estabelece metas para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e
mecanismos de implementação para que estas metas sejam atingidas.
O Protocolo de Quioto surge então como uma grande oportunidade, para que o
mundo comece a agir efetivamente em prol do meio ambiente e como um meio dos
países em desenvolvimento buscar o desenvolvimento sustentável, estimulando a
produção de energia limpa para a redução das emissões de GEEs e, com base na
cooperação internacional com países desenvolvidos, para que estes beneficiem-se com
a transferência de tecnologia e com o comércio de carbono.
Um dos mecanismos propostos pelo Protocolo de Quioto denomina-se
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que é o único que permite a
participação de países em desenvolvimento em cooperação com países desenvolvidos.
23
Através de projetos desenvolvidos para redução das emissões dos gases de
efeito estufas, países em desenvolvimento poderão atingir os objetivos propostos,
reduzindo a emissão de CO2, investindo em tecnologias mais eficientes como, por
exemplo, a substituição de fontes de energia fósseis por renováveis.
De acordo Moreira et al. (2008), o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
para o Brasil, gera expectativas pelos benefícios que poderá trazer. Os projetos a serem
realizados o âmbito do MDL, por um lado, representam uma de fonte recursos
financeiros para projetos de desenvolvimento sustentável e, por outro, deverão
incentivar o maior conhecimento científico e adoção de inovações tecnológicas
Possibilitando assim que os países em desenvolvimento participem como
países receptores de projetos para redução das emissões de gases de efeito estufa,
adquirindo novas tecnologias e gerando divisas como comércio de carbono, além de
estes projetos terem a obrigação de contribuir para o desenvolvimento sustentável.
Este trabalho teve continuidade, onze anos depois, em 1990, com a elaboração
do Primeiro Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental de Mudanças
Climáticas (Intergovernamental Panel on Climate Change - IPCC). Esse esforço foi
traduzido politicamente na constituição do Comitê Negociador Internacional para uma
Convenção sobre Mudança do Clima, conforme aponta Moreira et al. (2008).
Esta convenção teve como princípio as responsabilidades comuns,
estabelecendo compromissos para cada grupo de países baseados na ideia de que
somente com a cooperação internacional será resolvido o problema do aquecimento
global. Cada país de acordo com suas condições sócio econômicas tem capacidade de
resposta diferenciadas sobre este fenômeno. Os países desenvolvidos são os maiores
responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa (GEEs) na atmosfera, portanto
devem tomar medidas mais eficientes para amenizar o problema.
De acordo com Moreira et al. (2008), o processo negociador que levou à adoção
do Protocolo de Quioto começou na Primeira Conferência das Partes (COP1),
liderados pelos Estados Unidos da América (EUA), com a finalidade de estabelecer
metas obrigatórias de redução de GEEs para os países desenvolvidos, e metas de
redução da taxa de crescimento futuro das emissões para os países em
desenvolvimento.
24
A COP 1 foi realizada em Berlin (Alemanha) em 1995, o principal ponto
discutido foi a adequação das obrigações estabelecidas na Convenção, onde foi
adotado o Mandato de Berlim que elaborou um protocolo que estabelece mecanismos
obrigatórios de redução de emissões a fim de estabilizar a concentração de GEEs.
Realizada em julho de 1996 em Genebra (Suíça) a segunda Conferência das
Partes (COP2), conforme descrito por Moreira et al. (2008) os EUA, introduziu a ideia
de criar cotas comercializáveis de emissão de carbono para reduzir a emissão de GEEs,
por partes dos países. Foi criada então a Declaração de Genebra, que estabelece
obrigações legais para redução de emissões de CO2. A partir daí iniciou-se a
elaboração do Protocolo de Quioto e apresentado Segundo Relatório de Avaliação
IPCC.
A COP 3, realizada em 1997 em Quioto (Japão), foi a mais significativa.
Reuniram-se cerca de 160 países com a finalidade de cumprir o Mandato de Berlim.
Ao adotar o Protocolo de Quioto, são estabelecidos metas e prazos para a redução ou
limitação das futuras emissões de GEEs. Nas Conferências das Partes, COP 4 em 1998
Buenos Aires; COP5 em Boon 1999 e COP 6, realizada em Haia no ano de 2.000,
formaram regiões com interesses diversos. Conforme Moreira et al (2008) são elas:
1. A União Europeia (UE): favorável ao Protocolo de Quioto;
2. Grupo Guarda-chuva: EUA, Canadá e Austrália, com dificuldades em reduzir
suas emissões e com alto índice de carbono por habitante;
3. Países Desenvolvidos com média intensidade de carbono por habitante e
dificuldades de reduzir emissões, (Japão, Nova Zelândia e Noruega) e que
possuem responsabilidade global (Suíça, Islândia);
4. Países industrializados ex-comunistas que já haviam sofrido redução de CO2
pelo colapso de suas economias (Rússia, Ucrânia, Bielo-Rússia, Bulgária e
Romênia);
5. G7 (China), formado pela maioria dos países em desenvolvimento: que
apoiam o Protocolo;
6. Colisão aliança de Pequenos Estados-Ilha, pequenas ilhas muito vulneráveis
às mudanças climáticas: que apoiam o aumento dos compromissos de redução
de emissões.
25
Desta forma, o Protocolo de Quioto, segue dois princípios segundo Moreira et
al. (2008): das responsabilidades comuns, porém diferenciadas e o da abordagem
abrangente do compromisso de redução para todos os gases de efeito estufa.
Portanto, o compromisso assumido por todos os países participantes em reduzir
a emissão de gases de efeito estufa, foi o principal resultado do Protocolo.
Na Conferência das Partes (COP 7), que ocorreu em Marraqueche, no ano de
2001, Segundo Moreira et al. (2008), foram detalhadas as regras do Protocolo de
Quioto através dos Acordos de Marraqueche o que trata da determinação dos
princípios da natureza e dos mecanismos estabelecido no Protocolo. De acordo com o
Protocolo, os países desenvolvidos aceitaram compromissos diferenciados de redução
ou limitação de emissões entre 2008 e 2012. Isso representa redução em pelo menos
5% das emissões combinadas de gases de efeito estufa de 1990.
Segundo o autor, partindo do pressuposto de que o efeito estufa é um fenômeno
global e que as reduções obtidas por qualquer país do mundo também contribuem para
a redução total das emissões de GEEs, ou seja, de que essa redução pode ocorrer em
qualquer lugar, o Protocolo de Quioto encontrou uma forma de diminuir o impacto
econômico que essas reduções podem causar nos países desenvolvidos.
Esta medida encontrada pelo Protocolo de Quioto, consiste na criação de
mecanismos como a Implementação conjunta, o Comércio de Emissões e o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que permite a cooperação entre os
países desenvolvidos e em desenvolvimento.
A ideia de cooperação incorpora a noção de “salto tecnológico”, na qual o
processo de desenvolvimento desses países não ocorreria da mesma forma que ocorreu
nos países desenvolvidos, ou seja, os países desenvolvidos ajudariam aqueles em
desenvolvimento a saltarem algumas etapas neste processo por meio de
financiamentos e transferência de tecnologias, para que eles seguissem um caminho
mais curto em direção a uma economia menos intensiva em relação a emissões de
GEEs.
Moreira et al. (2008) acredita que o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
(MDL), é considerado uma grande oportunidade para o Brasil promover o
desenvolvimento sustentável e melhorar sua capacidade tecnológica e financeira,
atraindo recursos para desenvolvimento de projeto limpos.
26
De acordo com Moreira et al. (2008), o Brasil tem grande potencial para
desenvolver energias limpas ou renováveis, principalmente pela sua vocação
agroindustrial para o cultivo de produtos como a cana-de-açúcar, usada para produção
do álcool combustível, e as plantas oleaginosas (mamona, soja etc.), que podem ser
utilizadas para a produção de biodiesel, e ainda pelo uso de resíduos agrícolas
(madeira, casca de arroz etc.) e industriais (lixo municipal).
O Brasil possui atualmente quinze projetos aprovados pela Comissão
Interministerial de Mudança Global do clima (CIMGC) dentre eles destaca-se:
1. Projeto NovaGerar: com oito projetos com energia a partir de gases de aterro
sanitário;
2. Biogás: quatro projetos utilizam a biomassa como geração de eletricidade
através de resíduo de madeira como combustível, evitando emissão de
toneladas CO2.
Destaca-se ainda a instalação de centrais termoelétricas a partir do uso da casca
de arroz, como é o caso da termoelétrica São Gabriel (RS), a energia eólica que é pouco
aproveitada, devido à boa velocidade dos ventos, como na Bahia, Minas Gerais e
Paraná; as pequenas centrais hidrelétricas (IPCH), que é uma boa alternativa para
locais isolados, como na região norte subsidiada pelo governo seria economicamente
viável.
Em 2002, na África, ocorreu a Rio+10, da Cúpula Mundial para o
Desenvolvimento Sustentável. O evento contou com a participação de empresas
multinacionais e ONGs, que tentou relançar as cinco propostas prioritárias: água,
energia, saúde, agricultura e biodiversidade. Segundo Soares (2004), o encontro não
atingiu suas expectativas de encarar os desafios da sustentabilidade.
A Conferências das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Humano a Rio
+20, aconteceu em junho de 2012 no Rio de Janeiro, após 20 anos da Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento a Rio -92 e 10 anos após a
Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável a Rio +10.
Durante a Rio +20, foram abordados os temas: a economia verde no contexto
do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza e a estrutura institucional
para o desenvolvimento sustentável.
27
Segundo Guimarães et al. (2012), a Rio +20 apresentou objetivos pouco
ousados. Os governos deveriam renovar os compromissos com o desenvolvimento
sustentável firmados anteriormente, avaliar o progresso, avaliar lacunas na
implementação das decisões adotadas e estabelecer novos compromissos.
Mais de 190 países participaram da conferência, assim também como a
sociedade civil global (ONGS, Cooperativas, Comunidades Indígenas, Quilombolas,
Grupos Religiosos e demais movimentos sociais. Além de cientistas de diversas áreas;
comunidades epistêmicas, políticos e representantes do setor privado, como descrito
por Guimarães et al. (2009).
Segundo Guimarães et al. (2009), o “resultado”, mais importante da Rio+20, o
chamado “Zero Draft” da declaração política “O Futuro Que Queremos” enfrentou
tantas dificuldades que terminou desprovido de conteúdo. Portanto, observamos que a
Rio +20, foi a conferência que menos avançou nas questões ambientais. Os líderes
representantes da ONU não fracassaram em responder os três primeiros desafios para
enfrentar as mudanças climáticas globais: antecipar, perceber e comunicar, mas foram
incapazes “atuar” consequentemente com o discurso.
Por outro lado, segundo Guimarães et al. (2009), os resultados da conferência
evidenciam a incapacidade da cúpula de “agir” efetivamente, pois há um conflito de
interesses na atual governança ambiental global, onde cada um busca seus próprios
interesses.
2.5 O SABER AMBIENTAL NA OCUPAÇÃO DO ESPAÇO: A EDUCAÇÃO COMO
MEDIDA MITIGATÓRIA
A educação tem grande importância como mediadora das relações do homem
com o meio ambiente, porém como descrito por Freire (1999), é evidente que a
educação sozinha não é suficiente para mudar os rumos do planeta, mas certamente é
condição necessária para tanto.
O saber ambiental contribui para a mudança de comportamento do homem com
o meio em que vive, provocando uma interação menos agressora à natureza. Oferece,
portanto, as condições necessárias para transformação da realidade, baseada no
conhecimento do espaço, das suas populações e das interações entre estes.
28
Segundo Leff (2009), o saber ambiental muda o olhar do conhecimento e com
isso transforma as condições do saber no mundo na relação que estabelece o ser com
o pensar e o saber, com o conhecer e o atuar no mundo.
O saber ambiental na apropriação do espaço tem papel fundamental para
avaliação dos eventos climáticos, que podem afetar uma área, o grau de importância
deste evento de um lugar para o outro. Segundo Leff (2009), o saber ambiental constrói
estratégias de reapropriação do mundo e da natureza.
Segundo Jacobi (2011), a Aliança Internacional dos Principais Institutos de
Educação (em inglês - International Alliance of Leading Education Institutes – IALEI)
produziu em 2009, um relatório global onde destacou quatro questões estruturais. Três
diziam respeito à educação para o desenvolvimento sustentável de maneira mais
ampla, mas uma em especial procurava abordar o papel desta perante a urgência das
alterações do clima, tendo sido formulada da seguinte maneira:
1. Pode a educação contribuir com o desafio de lidarmos com a necessidade de
mitigação e adaptação às mudanças climáticas?
2. Se sim, como se daria tal contribuição e como esta influenciaria a educação
para o desenvolvimento sustentável e vice-versa?
Diversos aspectos influenciam no grau de vulnerabilidade de uma comunidade
frente a um evento climático, como citado por Bonatti (2011), entre eles a localização
geográfica e as condições de infraestrutura. A educação tem como papel formar
pessoas capazes de apontar estas condições, e questionar o poder público e cobrar
mudanças de atitudes, no planejamento urbano.
Além do saber, conforme este autor, estudos de percepção são importantes para
as questões de mudanças climáticas, pois ajudam compreender os comportamentos e
as precauções dos indivíduos frente as alterações climáticas. Existem ainda modelos
mentais que poderiam ser caracterizados como uma percepção coletiva de um
determinado grupo social. Neste caso, implicariam em aspectos sociais comuns que
condicionam as formas de perceber de grupos e atores sociais.
Segundo Moscovici (1979), pode-se denominar uma percepção comum-
coletiva de representação social, sendo este um conjunto organizado de conhecimentos
e uma das atividades psíquicas graças às quais humanos fazem tangível a realidade
29
social, se integram a um grupo ou em uma relação cotidiana de intercâmbio e
imaginação.
Para Bonatti et al. (2011), entende-se que o estudo de percepções humanas
sobre mudanças climáticas e estratégias de adaptação, bem como de suas
representações sociais, pode, por um lado, ajudar na construção de projetos de
desenvolvimento que integrem diferentes visões da realidade e, por outro, preparar
para mudanças globais futuras.
Ainda segundo o autor, estudos de percepção são ferramentas que podem ser
úteis em programas de desenvolvimento rural que consideram a necessidade de
desenhar estratégias de adaptação às mudanças climáticas, pois perceber que alguma
coisa está acontecendo é condição necessária na adoção de medidas preventivas
antecipadas.
Nos relatórios produzidos nos países desenvolvidos, CCE (Climate change
Educatiom, Educação para Mudanças Climáticas), tem assumido um caráter próprio e
revela o quanto esta questão está no início e tem como responsável o poder público.
Segundo Jacobi et al. (2011), independentemente do nível de envolvimento e
centralização pelos governos, os relatórios frisam que a CCE segue sendo um tema
periférico na área da educação, tanto no âmbito das pesquisas acadêmicas quanto na
prática cotidiana escolar.
Por outro lado, o autor, aponta que de acordo com os relatórios nacionais
existem três possibilidades de desenvolvimento que indicam os caminhos mais
prováveis para o seu desenvolvimento, são eles: forte tendência que nos países da
China e EUA de que a CCE seja independente da Educação Ambiental; já na Austrália,
Reino Unido, Coreia do Sul e Cingapura, a tendência da CCE, é desenvolver como
parte integrante da EA, tornando-se um tema interdisciplinar que se apoia nas distintas
abordagens conforme cada país. Na Dinamarca a CCE se estabeleceria como elemento
independente, mais ainda localizado no campo da EA.
Observa-se com isso que não há entre os países desenvolvidos um consenso
em relação à influência da educação ambiental para as mudanças climáticas globais, o
que tem dificultado na maioria das vezes ações conjuntas para minimizar este
problema a nível mundial. Uma vez que cada país aborda de forma distinta o problema
torna-se mais difícil ainda uma ação conjunta no campo da educação ambiental.
30
Entretanto para Jacobi et al. (2011), ainda existem barreiras para
implementação e desenvolvimento da CCE como da ESD (Education for Sustainable
Development, Educação para o Desenvolvimento Sustentável), tais como: a educação
privilegia as disciplinas cientificas em detrimento de temas ambientais; a distância
entre o que as políticas públicas determinam e a prática concreta no ambiente escolar;
a falta de preparo dos docentes diante de temas tão complexos quanto a CCE; e por
fim, o fato de se trabalhar a ESD numa perspectiva estritamente científica e
comportamentalista.
No Brasil, a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) de 1981 e a
Constituição Federal de 1988, segundo Jacobi et al. (2011), estabeleceram a
necessidade da promoção da educação ambiental em todos os níveis de ensino, tendo
como princípio um enfoque humanista, holístico, democrático e participativo,
enfatizando uma concepção de meio ambiente baseada na interdependência entre o
meio natural, o socioeconômico e o cultural.
Em junho de 2009 ocorreu em Brasília um encontro com educadores e
educadoras ambientais das diversas regiões do país com o intuito de contribuir para
um grande debate nacional sobre a interface Educação Ambiental / Mudanças
Climáticas.
O encontro enfatizou o engajamento da sociedade, disponibilização de
subsídios teóricos aos educadores e agentes sociais, para qualificação no combate ao
aquecimento global, no plano educativo e na implementação de agendas ambientais e
projetos práticos na redução de impactos no meio ambiente e na influência de políticas
públicas na construção de sociedades sustentáveis.
Segundo Jacobi et al. (2011) também foram estabelecidas, ações prioritárias
como: mapeamento de ações, projetos e programas de EA no país e o estabelecimento
de conexões entre resultados e mitigação do aquecimento global; formação de
formadores; inserção da EA em documentos, programas, fóruns e negociações que
definem as políticas públicas de Mudanças Climáticas nacional, estadual e municipal.
No Brasil, de acordo com este mesmo autor, a pesquisa científica ligada à
Mudança Climática está adquirindo posição estratégica nos programas de ciência e
tecnologia onde há uma combinação original entre educação e conhecimento
31
científico, entendendo assim, que existe uma necessidade de pensar sobre o papel da
educação para promoção da aprendizagem social construída ambientalmente.
Para tanto há necessidade de enfatizar a necessidade de mudanças de atitudes
e práticas individuais e sociais; o resinificado de valores dentro de uma base
cooperativa próxima ao pensamento crítico; habilidade para resolução de problemas;
adaptação à vulnerabilidade das populações e da nossa espécie aos efeitos das
mudanças climáticas, conscientizando para o futuro de mudanças incertas”.
Para alcançar esse propósito, há necessidade de uma instrumentalização teórica
e metodológica do educador no processo de formação inicial e continuada, nas
diferentes áreas de formação, para poder desenvolver as potencialidades do educando
no que diz respeito ao conhecimento sobre as mudanças climáticas e às atitudes e
valores envolvidos nesse processo, desde a educação infantil até a educação superior.
A educação tem papel fundamental na formação de pessoas capazes de
enfrentar os impactos decorrentes das mudanças climáticas, despertando habilidades
tanto em sua adaptação como na contribuição para tomadas decisões para implantação
de medidas mitigatórias.
Para Martins et al. (2010), com ações de mitigação pode-se reduzir
substancialmente o impacto ambiental das áreas urbanas e, consequentemente,
transformar infraestruturas e padrões de consumo melhorando o meio ambiente de
forma geral. Porem estudos que levam em consideração às realidades de várias cidades
ao mesmo tempo são ainda mais escassos nos círculos acadêmicos, bem como a
presença de abordagens comparativas no nível internacional que incluam o contexto e
os desafios de países em desenvolvimento.
Define assim que existem diferenças significativas em termos de mitigação e
adaptação. Ao invés de ser influenciado por pressões ou incentivos externos ao local,
como no caso de mitigação, onde há forte presença e atividade de redes transnacionais
e do regime internacional do clima, a análise mostra que medidas de adaptação são
principalmente impulsionadas pela ação local e contam com características específicas
do ambiente físico e construído da cidade, além de uma percepção da vulnerabilidade
e dos riscos por parte de cidadãos e políticos.
O Ministério do Meio Ambiente, de acordo com Martins et al. (2010), define a
mitigação como intervenção humana para reduzir os impactos ambientais através da
32
ação humana para reduzir as emissões por fonte de gases de efeito estufa e fortalecer
as remoções por sumidouros de carbono, tais como florestas e oceanos. Porém,
projetos de mitigação ou adaptação, só serão possível se houver recursos financeiros
ou humanos disponíveis, que são fundamentais para planejamento e implementação
de ações governamentais ao nível local.
Para Soares et al. (2004) o conceito de ambiente, ao contemplar com relevância
o homem, deve ser entendido como sendo também uma categoria sociológica, segundo
o autor, relativa a um ambiente sem o uso de instrumentos econômicos. Afirma, ainda
que o meio ambiente sempre fora abordado de maneira subordinada e suplementar nos
estudos.
Para o autor a consciência ambiental é estruturada, na atualidade, sobre fatos
reais e confiáveis: a existência do chamado “efeito-estufa”, por exemplo, confirmada
por meteorologistas e cientistas renomados, assim como outros problemas ecológicos
de natureza global, vem sendo enfocados por organismos de credibilidade
internacional como a ONU, que notabilizou o seu Programa de Estudos Ambientais
(PNUMA), cuja importância vem sendo acolhida inclusive pelas classes empresariais
dos países em desenvolvimento.
Assim, as novas proposições para relação ambiente/gestão ambiental, constata
que existe uma convergência no sentido de se valorizar as intenções e tentativas de
valoração dos recursos naturais, uma vez que as preocupações são fundamentadas em
fatos inegáveis.
As estratégias criadas para um desenvolvimento econômico focado nas
necessidades de proteção do meio ambiente deveriam levar em consideração a classe
social menos favorecida, visando a melhoria das condições de vida. No entanto, para
Soares et al. (2004), vale dizer que, para um país em desenvolvimento, um estatuto de
proteção ambiental e a avaliação ambiental como fórmula estratégica não são luxos,
mas parte de um projeto de sustentação da vida humana, melhoria social e de qualidade
de vida para muitos segmentos de população desassistidos.
O mundo através de diversos segmentos sociais vem mudando então a maneira
de pensar as questões ambientais, assim como os empresários e industriais que
segundo Soares et al. (2004), compreendendo a perspectiva de que os problemas
ambientais globais são, agora, de responsabilidade não mais de unidades isoladas
33
(instituições, empresas, comunidades científicas ou governos), mas sim de toda a
sociedade. A economia ambiental, recentemente formada, apresenta elementos das
teorias que a precederam, incorporando elementos de outras áreas de conhecimento,
como a biologia e a ecologia.
Soares et al. (2004) aponta ainda que as respostas dadas pela economia
neoclássica, dominante no mundo ocidental até como uma espécie de “pensamento
único”, não são suficientes para resolverem os problemas universais de escassez de
recursos, mudanças climáticas globais, perdas significativas na camada de ozônio,
extinção de espécies essenciais ao equilíbrio ecológico, efeito-estufa, etc.
Acredita-se que quando o homem procura compensar a sua “falta de ser” pelo
conhecimento, procura ideias ordenadoras e absolutas sobre si mesmo e sobre a
natureza, o que faz uma obstrução de sua capacidade de escolher e respeitar a
diversidade.
34
3.CURSO ENGENHARIA CIVIL - UNIC
De acordo com Projeto Pedagógico do Curso/PPC (2014), o curso de
Engenharia Civil da Universidade de Cuiabá foi criado em 2008, inicialmente
vinculado à Faculdade de Arquitetura. Semestralmente são ofertadas 240 vagas e a
primeira turma colou grau em 2014.
O aluno é colocado como sujeito, apoiado pelo professor que tem o papel de
agente facilitador e mediador do processo ensino-aprendizagem, buscando com isso
formar profissionais aptos para atuar na construção civil de forma crítica e analítica.
O tempo de integralização do curso é de 5 anos, tendo como carga horária 3600
horas. Segundo o PPC (2014), a missão do curso é: “formar profissionais generalistas,
humanistas, críticos e reflexivos, capacitados a absorver e desenvolver novas
tecnologias, estimulando a sua atuação crítica e criativa na identificação e resolução
de problemas, considerando seus aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais
e culturais, com visão ética, em atendimento às demandas da sociedade”.
De acordo com PPC (2014), partindo da teoria de Jacques Delors (1999), que
diz que o conhecimento é constituído sobre quatro pilares: SABER, FAZER, SER e
CONVIVER, os cursos da Universidade de Cuiabá, são constituídos de dois conjuntos
de conteúdo:
1. Profissionalizantes Essenciais: Servem de suporte para o desenvolvimento de
competências;
2. Conhecimentos Prévios Essenciais.
Para Jacques Delors (1999) apud Rodrigues (2015) a prática pedagógica
deve preocupar-se em desenvolver quatro aprendizagens fundamentais, que serão para
cada indivíduo os pilares do conhecimento: aprender a conhecer indica o interesse, a
abertura para o conhecimento que verdadeiramente liberta da ignorância; aprender a
fazer mostra a coragem de executar, de correr riscos, de errar mesmo na busca de
acertar; Aprender a conviver traz o desafio da convivência que apresenta o respeito a
todos e o exercício de fraternidade como caminho do entendimento; e, finalmente,
aprender a ser, que, talvez, seja o mais importante por explicitar o papel do cidadão e
o objetivo de viver.
35
Deste modo, o profissional formado pela UNIC em Engenharia Civil, pode
atuar em todas as fases da construção civil. Sendo este campo de atuação bastante vasto
são habilitados para atuar em grandes e pequenas empresas, na produção de pequena
e grande escala.
Devido a um cenário promissor de acordo com PPC, seu trabalho não se
restringe à construção civil, mas também é parte essencial da logística de produção e
distribuição da indústria de alimentos e biocombustíveis, da definição de políticas, da
fiscalização, projetos de ensino e extensão civil.
O curso é composto por disciplinas institucionais e disciplinas do curso que
são:
1- Disciplinas Institucionais:
1. Homem, Cultura e Sociedade (HCS): Objetivando eliminar conceitos,
ideias, comportamentos veiculados pela ideologia do branqueamento;
2. Ética, Política e Sociedade (EPS): O objetivo principal é trabalhar o
comportamento utilizando como meio os conteúdos de filosofia,
sociologia e antropologia;
3. Metodologia Científica: possibilita a análise e a compreensão das mais
variadas formas de estudo e pesquisa, oportunizando a compreensão do
conhecimento e da ciência enquanto eixo norteador de intervenção
social.
2- Disciplinas do curso:
1. Estágio Supervisionado: Está organizado para promover o
desenvolvimento das competências e habilidades relacionadas ao
engenheiro civil, e também oferece estagio extracurricular a partir do 3º
semestre visando o aprendizado, associando à iniciação profissional.
2. A estrutura curricular possui três núcleos denominados: núcleo de
conteúdos básicos que é composto pelas disciplinas metodologia científica
e tecnológica, informática, matemática, física, fenômenos de transporte,
mecânica dos sólidos, instalações elétricas, química, administração,
economia para engenharia, ciência do ambiente, humanidades.
3. Estudos Dirigidos (ED): Objetiva desenvolver habilidades requerias pela
dinâmica existente em todas as áreas de conhecimento. São baseadas em
36
três eixos de habilidades, compreender e expressar, raciocinar de forma
crítica e analítica, lidar com pessoas.
a. ED 01 a 03: desenvolver capacidade de se comunicar e interpretar de
forma eficaz, raciocinar de forma crítica e analítica e de saber conviver
com pessoas;
b. ED 04 (língua portuguesa): tem como objetivo propiciar o
desenvolvimento de revisões de conhecimentos prévios da língua
portuguesa.
c. ED 05 ao 10: tem como meta levar os alunos refletir e discutir questões
referentes à moral, ética, liberdade, responsabilidade, necessárias à
formação de todas as áreas, possibilitando aos alunos tomadas de
posições, decisões e ações diante de situações morais/éticas
controversas na vida cotidiana e futuramente.
Deste modo, conforme PPC (2014), para atingir este propósito, dentro dos EDs,
são propostos os temas: Democracia, Ética e Cidadania; Políticas Públicas; Ciência,
Tecnologia e Sociedade; Educação Ambiental; Sociodiversidade; Responsabilidade
Social.
Além das aulas teóricas, o curso possui aulas práticas que tem como objetivo o
exercício e aplicação do aprendizado.
De acordo com PPC (2014), sendo Mato Grosso o maior produtor de grãos,
fibras e carnes do Brasil, a demanda de Engenheiros Civis cresce a cada dia. Mesmo
com crescimento econômico acelerado, tanto do estado de Mato Grosso, como das
demais regiões centrais do pais, ainda há falta de profissionais capacitados, falta de
infraestrutura de transportes e saneamento, as altas desigualdades sociais, além da
devastação ambiental, que podem comprometer a sustentabilidade das futuras
gerações.
No curso de Engenharia Civil, há também integração entre a educação
ambiental e as disciplinas de modo transversal, contínuo e permanente, sendo abordada
nas disciplinas Ciência do Ambiente, Gestão Ambiental na Construção Civil e
Saneamento Ambiental. Deste modo são desenvolvidas ações com os objetivos:
1. Desenvolver a compreensão integrada do meio ambiente para fomentar
novas práticas sociais e de produção e consumo;
2. Garantir a democratização e acessos às informações referentes à área
socioambiental;
37
3. Estimular a mobilização social e política e o fortalecimento da consciência
crítica;
4. Incentivar a participação individual e coletiva na preservação do equilíbrio
do meio ambiente;
5. Estimular a cooperação entre as diversas regiões do País, em diferentes
formas de arranjos territoriais, visando à construção de uma sociedade
ambientalmente justa e sustentável e;
6. Fortalecer a cidadania, a autodeterminação dos povos e a solidariedade, a
igualdade e o respeito aos direitos humanos.
Reconhecendo assim que a Educação Ambiental, conforme descrito no PPC
(2014), tem papel transformador cada vez mais, dentro do contexto regional, nacional
e mundial, onde a preocupação com as mudanças climáticas, a degradação da natureza,
a redução da biodiversidade, os riscos socioambientais locais e globais, as
necessidades planetárias são evidenciadas na prática social atual.
38
4. MATERIAIS E MÉTODOS
O presente trabalho de caráter exploratório foi realizado com 51 discentes do
10º semestre do Curso de Engenharia Civil da Universidade de Cuiabá. Os sujeitos da
pesquisa foram questionados quantos aos seus conhecimentos referente Mudanças
Climáticas Globais. A coleta de dados foi realizada durante o semestre letivo, em
outubro de 2014 e foi restrita a alunos formandos considerando que nesta fase já
tinham passado por disciplinas que contemplam questões ambientais.
Para avaliar a percepção dos alunos quanto às Mudanças Climáticas Globais,
foi utilizado um questionário semiestruturado (anexo II) organizado da seguinte forma:
na primeira parte contendo dados demográficos e na segunda parte contendo questões
abertas ordenadas com clareza.
Para responder ao questionário, os discentes assinaram um Termo de
Consentimento Livre Esclarecido – TCLE (Anexo I), garantindo que as informações
prestadas serão sigilosas.
Segunda a Anvisa, o consentimento livre e esclarecido é baseado no princípio
de que indivíduos competentes têm o direito de escolher livremente se querem
participar da pesquisa; protege a liberdade individual de escolha e respeita a autonomia
do indivíduo. O TCLE deve ser aplicado sempre antes do início de qualquer
procedimento do estudo, incluindo os testes de diagnóstico ou outros que são
realizados exclusivamente para determinar a elegibilidade do indivíduo para participar
da pesquisa.
Desta forma a decisão de participar do estudo deve ser voluntária, isto é, ser de
livre e espontânea vontade. Caso concorde em participar do estudo, o indivíduo passa
a ser um “sujeito de pesquisa”.
Como forma de treinamento, foi criado um pré-teste, para facilitar a
compreensão dos discentes na elaboração das respostas, utilizando-se a técnica de
Associação Livre de Palavras. Esta técnica consiste na proposição de um estímulo
indutor, que possibilita apreender as revelações dos alunos quando inquiridos sobre as
palavras ou expressões; neste trabalho “Mudanças Climáticas Globais”.
Também foram consideradas os conhecimentos adquiridos durante o curso. A
grade curricular apresentou disciplinas que contempla questões ambientais conforme
39
descritos no PPC (Projeto Pedagógico do Curso). Porém estas questões são trabalhadas
como temas transversais, nas disciplinas como Gestão Ambiental (5º semestre) e
Saneamento Ambiental (8º semestre), o que justificou a escolha do 10º semestre como
objeto de estudo.
A segunda parte do questionário apresentava questões abertas. A primeira delas
solicitava aos discentes elencar palavras ou expressões sobre Mudanças Climáticas
Globais.
Em seguida os discentes foram convidados hierarquizar as palavras evocadas
colocando-as em uma ordem de importância e justificar suas escolhas. Esta etapa foi
importante para se obter a Ordem de Importância das evocações (OI) do grupo.
Através do questionário um banco de dados com as evocações dos discentes
foi construído em uma planilha do Microsoft Excel. As evocações foram organizadas
de acordo com suas similaridades semânticas e de sentido para extração de categorias.
A categorização das evocações foi baseada na análise de conteúdo conforme
descrito por Popping (2000), Krippendorff (1980) e Bardin (2009) e avaliação de
saturação de acordo com De Musis et al. (2002).
Segundo Bardin (2009), a categorização constitui-se em uma prática cotidiana.
Como um processo sistemático, é uma classificação de elementos que constituem um
conjunto; portanto as categorias são classes que reúnem um grupo de elementos sob
um título genérico, com características comuns, objetivando fornecer através da
concentração, uma representação significativa dos dados.
A análise dos resultados e a discussão das prevalências obtidas foram
realizadas a partir das categorias obtidas (OE e OI) para encontrar representações dos
discentes. Neste sentido, a média da Ordem de Evocações (OE) e a média da Ordem
de Importância (OI) das categorias obtidas possibilita avaliar o grau de
compartilhamento das opiniões.
A Ordem de Evocação (OE) é dada por qual palavra vem à mente primeiro e
Ordem de Importância (OI) é dada por uma hierarquização dessas palavras. O paralelo
entre estas duas categorias mostra o que ele associa de imediato ao assunto mudanças
climáticas e o que ele pensa ser relevante no contexto.
Uma análise de similaridade utilizando o método de Ward e distância
euclidiana quadrática como medida de associação foi utilizada para agrupar as
40
evocações dos indivíduos. Os grupos foram determinados para obter-se
homogeneidade dentro do grupo e heterogeneidade entre os mesmos.
Através do método de Ward foi gerado uma estrutura em forma de árvore
denominada dendrograma, onde as evocações foram agrupadas de acordo com o
padrão de respostas dos indivíduos.
41
5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Neste capitulo serão apresentadas as análises dos resultados obtidos a partir das
palavras evocadas pelos discentes.
Para avaliar a representatividade dos dados obtidos foi aplicada uma análise de
saturação utilizando o software Oracle Crystal Ball.
O resultado obtido, conforme a curva de saturação entre os números de
questionários e de categorias (figura 1) apresenta o grau de saturação das palavras e
justificativas dos sujeitos, indicados para 38 indivíduos com 8 categorias, um valor
compatível com o tamanho das amostras coletadas (51 questionários).
Figura 1 - Curva de saturação entre os números de questionários e de categorias
Na tabela 1 observa-se os rótulos das categorias mais expressivas apresentando
também o grau de compartilhamento das opiniões, através, tendo como resultado a
média da Ordem da Evocações (OE) e média da Ordem de Importância.
Assim:
Assim as categorias com maior número de evocações foram: aquecimento
global (82,7%), desenvolvimento sustentável (61,5%) e efeito estufa (53,8%) dos
discentes inquiridos (Tabela 1). Em média, uma maior ordem de evocação foi atribuída
as palavras efeito estufa e aquecimento global ao passo que uma maior ordem de
importância foi dada as palavras educação ambiental e ao capitalismo.
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51
Nú
mer
o d
e C
ate
gori
as
Número de questionários
42
Tabela 1 – Estatísticas descritivas das categorias para as evocações Livres
Categoria
Número de
evocações
Média da
ordem de
Evocação
(OE)
Média da
ordem de
importância
(OI)
%
Indivíduos
Aquecimento global 79 2,8 2,9 82,7%
Capitalismo 9 3,0 2,7 13,5%
Crescimento urbano 9 3,3 4,3 15,4%
Desenvolvimento sustentável 43 3,0 2,9 61,5%
Desmatamento 19 3,5 3,4 23,1%
Educação Ambiental 13 3,2 2,1 21,2%
Efeito estufa 38 2,3 2,9 53,8%
Poluição 21 2,9 3,1 38,5%
As relações entre as evocações podem ser observadas no dendrograma (Figura
2), onde as categorias foram agrupadas de acordo com as suas similaridades, formando
os grupos homogêneos e heterogêneos entres eles.
Capitalismo
(C)
Políticas ambientais,
Consumismo,
Efeito estufa, Ostentação,
Crise mundial
Educação
Ambiental
(EA)
Conscientização,
Educação,
Conhecimento,
Mudanças
culturais,
Mudanças
comportame
ntais
Crescimento
Urbano (CU)
Redução das
áreas florestais,
Falta de água,
Desequilíbrio,
Queimadas,
Desmatamen
to (D)
Diminuição
das áreas
verdes,
Seca, Destruição
dos animais,
Falta de chuva,
Estiagem,
Desenvolvi
mento
sustentável
(DS)
Desenvolvi
mento
tecnológico,
Desenvolvi
mento
sustentável,
Economia,
Produção
mais limpa, Sustentabilid
ade
Poluição
(P)
Camada de
ozônio,
Poluição,
Desaparecimento de
espécies
marinhas, Morte,
Aqueciment
o Global
(AG)
Aumento da temperatura,
Aqueciment
o global, Aquecimento
,
Inundações, Catástrofes,
Efeito Estufa
(EE)
Calor,
Efeito estufa, Dióxido de
carbono,
Emissão de
poluentes,
Desconforto
Figura 2 – Dendrograma do sistema de categorias
Conforme a análise de agrupamento hierárquico, foram gerados dois blocos e
quatro arranjos (Figura 2):
Bloco 01: Arranjo 1 - Capitalismo e Crescimento Urbano (C – CU)
43
Arranjo II - Educação Ambiental e Desmatamento (EA – D);
Bloco 02: Arranjo III - Desenvolvimento Sustentável e Poluição (DS – P);
Arranjo IV - Aquecimento Global e Efeito Estufa (AQ – EE).
Portanto de acordo com os dados apresentados pelos blocos, as evocações e
justificativas dos discentes, evidencia que os grupos formados refletem a percepção
dos alunos sobre a temática – esta percepção apresenta um viés carregado de
conhecimento não cientifico, superficial e relacionado a realidade do aluno (o que
define a Representação Social). Contudo, este saber se aproxima de certa forma do
saber cientifico porque é elaborado com base em informações de diferentes fontes,
como a mídia, as construções escolares.
Desta forma, as categorias foram discutidas de acordo com os arranjos obtidos,
apresentando as palavras evocadas seguidas de suas justificativas, comparado as
percepções dos discentes com conceitos científicos, fundamentados na literatura
disponível
5.1 CATEGORIAS: CAPITALISMO E CRESCIMENTO URBANO
De acordo com dendrograma, o primeiro arranjo (I) com características
similares foi formado pelo Capitalismo (C) e Crescimento Urbano (CU), estes
apresentaram menor resultado no que se refere a frequência das evocações (tabela I).
O capitalismo foi a menor categoria evocada com 13,5 das evocações porem
em termos Ordem de Importância (OI) ocupou o segundo lugar com 2,7, porem o
Crescimento Urbano ocupa o sétimo lugar obtendo 15,4%, das evocações, ou seja, não
houve expressividade tanto na Ordem de Evocação (OE) como Ordem de importância
(OI).
Neste escopo, os discentes apresentam questões próximas da realidade
vivenciada e se aproximam das causas e consequências decorrentes da apropriação
inadequada da natureza, no uso do solo urbano.
O homem se apropria do meio ambiente para manter suas necessidades, como
consequência há um crescimento urbano desordenado, alavancado pelo capitalismo
que tem como objetivo o lucro acima de tudo, colocando em segundo plano os recursos
naturais.
44
De acordo com Jardim (2009), as questões ambientais começaram a surgir
devido ao conjunto de mudanças ocorridas pelo mundo, principalmente sob o
argumento da industrialização acelerada em que teve como consequência, a
necessidade de apropriação cada vez maior e mais rápida dos recursos naturais e
humanos, determinando amplas e profundas mudanças nas relações sociais e
econômicas.
Diante desta transformação, é preciso que haja um melhor entendimento sobre
as questões ambientais no sentido de amenizar os efeitos da ação humana sobre a
natureza, propiciando uma relação entre sociedade e natureza de forma mais
harmônica.
Segundo Jacobi et al. (2011), o grande desafio cultural para mobilização ante
as mudanças climáticas está na não percepção das conexões existentes entre percepção
cotidianas de locomoção, a emissão de gases de efeito estufa e o consequente aumento
da temperatura da terra; entre o desmatamento da Amazônia e da Mata atlântica e a
desertificação em partes do sul do pais; quantidade de resíduos produzidos e o aumento
do nível dos oceanos; assoreamento dos rios, a impermeabilização de solos e as
enchentes; o consumo desenfreado e o esgotamento dos recursos naturais.
A intensidade das transformações ocorridas nas sociedades derivadas do
advento do capitalismo industrial, segundo Gavardi (2009), foi acompanhada pelo
processo de degradação dos recursos naturais, criando uma dinâmica de
desenvolvimento em que a perseguição do lucro vinha associada à absorção pelas
sociedades e o meio ambiente dos efeitos negativos do processo.
Desta forma, há um aumento populacional nas grandes cidades,
proporcionando uma ocupação desordenada, sem planejamento que, segundo Paulo
(2010), este aumento se deu devido também à falta de perspectivas do trabalho no
campo, proporcionando a migração dos trabalhadores rurais em busca de melhores
condições de vida.
Com crescimento desordenado das cidades, com aumento populacional, a
classe de menor poder aquisitivo, ocupa as áreas de riscos, que são de menor valor,
sem infraestrutura adequada, e acabam sendo as principais vítimas dos eventos
climáticos.
45
Já na primeira metade do século XIX, segundo Sposito (1997), percebia-se a
quebra de uma certa homogeneidade do padrão arquitetônico da cidade, e o fim da
cidade como ambiente comum. O desenvolvimento capitalista e os inúmeros
“problemas” urbanos advindos da rápida industrialização incentivaram o
comportamento individual e a separação espacial das classes sociais dentro da cidade:
os bairros de pobres, os bairros de ricos. Ter uma residência individualizada cercada
de espaços era sinal de prestígio social, só possível para os mais ricos.
Segundo Braga (2012), as alterações previstas no clima global, devem impactar
fortemente os assentamentos humanos, sobretudo os urbanos e sendo assim, espera-se
um aumento de desastres naturais associados a eventos climáticos extremos, como
inundações e deslizamento de terra; aumento da incidência de doenças infecciosas
ligadas a água; impactos negativos das ondas de calor sobre a saúde dos mais
debilitados; sendo a população de baixa renda mais vulneráveis.
Assim, a sociedade humana destaca-se pela sua peculiar capacidade de unir
esforços e agregar-se social e economicamente em torno de sistemas produtivos, que
conforme Pereira et al. (2007), resultou na constituição das cidades, no aumento da
população e a partir de então começam a surgir problemas ambientais provenientes
das atividades produtivas, residenciais e sociais dos seres humanos.
Paulo (2010) aponta como consequências desta ocupação, as construções
irregulares nas áreas de riscos, bem como o consumismo descontrolado, contribuintes
significativos para deterioração do solo.
Concordando com o autor acima, o consumismo, incentivado pelo capitalismo,
também é apontado é pelos acadêmicos, conforme a exposto na fala:
Necessidade de consumir. (Id50)
O autor, afirma que as cidades cada vez maiores e mais populosas, tendo como
base o consumismo desenfreado, acabam desencadeando uma excessiva acumulação
de lixo por todo território, poluindo seu ar e seus rios, fazendo mau uso do solo,
contribuindo para o impacto ambiental.
Percebe-se que neste aspecto houve coerência no apontamento das queimadas
como uma pratica participante das mudanças climáticas, de acordo com alguns autores
citados:
46
Queimadas: emissões de gases poluentes, devastação total com o meio
ambiente, um dos fatores mais influentes às mudanças climáticas. (id12)
Alcoforado (2009), em sua obra “alterações climáticas e desenvolvimento
urbano”, diz que a influência das cidades sobre o clima, evidencia na composição da
atmosfera, sobretudo da emissão de poluentes, provocando várias modificações
climáticas, sendo as mais importantes o aumento da temperatura (ilha de calor), a
redução da velocidade média dos ventos e a possibilidade de ocorrência de acelerações
indesejáveis e perigosas e, em certos casos, o aumento da precipitação.
As principais emissões de poluentes que ocorrem nas cidades, segundo este
autor, estão associadas ao tráfego de automóveis e às atividades industriais e
domésticas.
Ainda de acordo com Alcoforado (2009), as ilhas de calor são decorrentes das
modificações dos balanços radiativo e energético no espaço urbano. A temperatura da
superfície do ar no interior da cidade, é mais elevada do que aos redores, formando
uma ilha mais quente, rodeada de áreas mais frias.
A ilha de calor é um fenômeno que ocorre principalmente nas cidades,
observadas ao anoitecer. Segundo Barros (2014), a ação humana nos centros urbanos
traz como consequência este fenômeno de aquecimento das cidades.
De acordo este autor, as grandes construções de edifícios, pavimentação,
deficiência arbórea, baixa umidade e os elevados teores de poluição do ar, propiciam
a retenção de calor formando as ilhas de calor, havendo o decréscimo desse evento nas
partes mais extremas da cidade.
Uma opção para amenizar a temperatura na cidade seria então o
reflorestamento, que pode contribuir com o clima local, divergindo do exposto pelo
acadêmico que se referiu ao clima global.
[Ambiente] projetos de reflorestamento para melhorar os climas globais.
(id27)
Alcoforado (2009) elenca algumas medidas e mitigação e de adaptação às
alterações climáticas que incorporadas ao planejamento e à gestão urbana,
possibilitarão um aumento da resiliência das cidades no cenário futuro, reduzindo as
perdas humanas e materiais e os custos envolvidos na reparação de danos como:
1. Aumentar a superfície ocupada por vegetação;
47
2. Reduzir o trafego de automóveis;
3. Aumentar superfícies permeáveis;
4. Criar sistemas de armazenamento de água;
5. Renaturalizar os rios para melhorar a retenção de água e evitar cheias;
6. Adequar a ocupação do solo e as infraestruturas a fenômenos hidrológicos
extremos;
7. Adequar à geometria urbana às necessidades de arrefecimento e ventilação;
8. Aumentar e melhorar os espaços públicos abertos;
9. Aumentar o albedo das superfícies urbanas (através de cores mais claras);
10. Utilizar materiais de construção de baixa condutividade.
De acordo com o autor, o IPCC (2007), definiu resiliência urbana como sendo
a capacidade de uma cidade absorver perturbações, mantendo seu funcionamento
normal, sem entrar em colapso.
Criar sistemas de armazenamento de água, uma das medidas de mitigação
citadas vem de encontro com um dos problemas decorrentes das mudanças climáticas
indicado pelos acadêmicos.Com crescimento das cidades e o consequente aumento
populacional, aumentou do consumo de água, levando ao seu racionamento.
Com as mudanças climáticas e o aumento proporcional da utilização de
água, entraremos em um processo obrigatório de racionamento. (Id35)
Para confirmar a fala acima, Beyruth (2008), aponta segundo os documentos
do IPCC de 2007, até 2080, é possível que 1,1 a 3,2 bilhões de pessoas sofram de falta
de água; 200 a 600 milhões, de fome; 2 a 7 milhões de pessoas por ano padecerão dos
efeitos das enchentes, sendo que também pode-se esperar, portanto o aumento do preço
da água e dos alimentos e redução da segurança alimentar.
A autora, ao apresentar os dados do IPCC de 2008, diz que a população mundial
teve um crescimento explosivo no último século, onde há cerca de 6 bilhões e meio de
seres humanos em 2008, quando foi publicado o trabalho. Ainda cita que de acordo
com os autores Cotton e Pielke (1995), esta população é quatro vezes maior que há um
século, e as estimativas de crescimento indicam uma população de nove bilhões de
pessoas na terra em 2050.
Portando, à medida que aumenta a população nas cidades, as pessoas ficam
condicionadas a depender de um volume cada vez menor de água.
48
Assim, a apropriação do espaço de forma irregular e sem planejamento
adequado, visando os interesses de uma classe dominante, onde a busca incessante
pelo lucro prevalece, não se importando como a natureza vai reagir, e qual a classe de
pessoas será mais afetada.
Conforme Paulo (2010), o homem se apropriou do meio ambiente visando
sempre ao enriquecimento e ao crescimento material da sociedade, pouco se
importando também com a exploração predatória que isso estava desencadeando sobre
o meio ambiente, acreditando que esses meios seriam inesgotáveis.
Sposito (1997), em seu livro “capitalismo e urbanização”, diz que: as
transformações, que historicamente se deram permitindo a estruturação do modo de
produção capitalista, constituem consequências contundentes do próprio processo de
urbanização. A cidade nunca fora um espaço tão importante, e nem a urbanização um
processo tão expressivo e extenso a nível mundial, como a partir do capitalismo.
Ainda que haja plano diretor, estatuto das cidades, legislação ambiental, dentre
outas legislações de ordenamento do solo urbano, faltam ações do poder público, que
impeça a especulação imobiliária e invasões de locais de riscos por uma parcela da
população menos favorecida.
Precisamos repensar a maneira de viver em cidades, segundo Alcoforado
(2009), de forma a continuar aproveitando os benefícios da vida comunitária que só a
cidade permite, mas minimizando os impactos das aglomerações urbanas. Os recursos
são inesgotáveis, e a natureza tem limites em sua capacidade de absorção dos resíduos.
Assim observadas pelas falas dos acadêmicos é preciso fazer valer as
legislações, visando atender não uma classe ou outra da população, mas sim as
alterações climáticas decorrentes das atitudes poluentes do homem e de forma a
adaptar-se aos processos de causas naturais.
As políticas ambientais me referem como as medidas que podem ser
aprovadas, que delimitam, indicam e tornam compromisso que visam o
comprometimento com: meio ambiente, em vários âmbitos, tal como uma
legislação ambiental de uma cidade, união, ou encontros políticos como o
G-8, G-20 (id28)
As políticas ambientais nos dias de hoje onde a corrupção prevalece e as
leis são na maior parte das vezes para beneficiar grandes produtores rurais,
não levando em conta ou não dando importância as mudanças climáticas.
(id30)
49
Várias conferências, eventos, desde o Protocolo de Quito conforme discutido
anteriormente, vem sendo realizados, sobre as mudanças climáticas causadas pelo
aquecimento global, enfocando o efeito estufa dos gases poluentes. Os acadêmicos
assim acreditam que o efeito estufa pode acabar com planeta, portanto ainda há
controvérsias, sobre as causas deste aquecimento.
[Efeito estufa] os homens estão acabando com o planeta. (id32)
Segundo Barros (2014), a ilha de calor é o único evento do aquecimento global,
ocasionada pela atividade humana direta, e mesmo assim sua existência compromete
apenas o clima local, ocasionado principalmente nos centros urbanos das cidades com
grandes fluxos de atividades humana e poluição atmosférica.
Portanto, segundo Braga (2012), ainda há necessidades de estratégias de
planejamento capazes de orientar as políticas urbanas tanto no sentido da mitigação da
emissão de GEE, quanto da adaptação das cidades aos impactos inevitáveis das
mudanças climáticas, visando envolverem aspectos relativos à forma urbana, ao
ambiente construído, e as políticas fundiárias e habitacionais voltadas às populações
mais vulneráveis.
5.2 CATEGORIAS: EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DESMATAMENTO
O segundo arranjo formado pela Educação Ambiental e Desmatamento, obteve
pouca representatividade, 21,2% e 23,1% das evocações, respectivamente.
Por outro lado, a Educação Ambiental obteve a maior ordem de importância,
comparando com todas as categorias (tabela I)
A categoria Educação Ambiental é reportada pelos discentes como forma de
conscientização da sociedade sobre as consequências da ação humana sobre o meio
ambiente, que pode contribuir com as mudanças climáticas. É uma forma de obter
conhecimento para mudanças de comportamento, isto evidenciadas nas palavras em
destaques: conscientização, educação, conhecimento, mudanças culturais e mudanças
de comportamentos.
50
Por outro lado, a Categoria Desmatamento aponta as ações humanas que
podem contribuir com as Mudanças Climáticas, observadas nas palavras: diminuição
das áreas verdes, seca, destruição dos animais, falta de chuva e estiagem.
Conforme descrito por Pereira (2007), a atuação da educação, e mais
especificamente da educação ambiental assume papel fundamental, uma vez que
promove a construção de conhecimentos e a efetivação de ações em prol da qualidade
de vida e preservação do meio ambiente e dos seus recursos.
Nas falas dos discentes fica claro este entendimento, visto que apontam que a
educação ambiental seria uma forma de amenizar e até diminuir os gastos com
correção dos possíveis danos causados pela população, como forma de prevenção:
Educação ambiental se refere a um trabalho menos remediável a longo
prazo que funcionaria com prevenção, enterrando a população e evitando
gastos com remediações. (Id28)
Pois sem a educação não podemos pensar em mudanças climáticas. (id29)
[Morte] ninguém vê que as nossas vidas estão em risco. (id32)
[Morte] é o resultado da não conscientização da população com a natureza.
(id41)
Segundo Rua (2010), a constatação de que o avanço tecnológico tem sido
associado à degradação do meio ambiente faz crescer o interesse mundial pela EA,
tentando resgatar a participação dos cidadãos na solução dos problemas ambientais, já
que o futuro da humanidade depende da relação estabelecida entre a natureza e o uso
pelo homem dos recursos naturais disponíveis.
Segundo Loureiro (2004), educar é transformar pela teoria em confronto com
a prática, com a consciência adquirida na relação entre o eu, o outro, nós (em
sociedade) e no mundo. Em concordância com autor, a busca por uma melhoria nas
condições de vida e um melhor entendimento das questões ambientais, apontam a
necessidade da Educação ambiental, neste processo.
Porém, segundo Loureiro (2004), a educação não é o único, mas certamente é
um dos meios de atuação pelos quais nos realizamos como seres em sociedade – ao
propiciarmos vivencias de percepção sensível e tomamos ciência das condições
materiais de existência; ao exercitarmos nossa capacidade de definirmos
conjuntamente os melhores caminhos para sustentabilidade da vida; e ao favorecermos
51
a produção de novos conhecimentos que nos permitam criticamente sobre o que
fazemos no cotidiano.
Enquanto educando exposto ao painel das mudanças climáticas apresentadas
pela mídia, os indivíduos entrevistados evocaram assim o tema Educação Ambiental
em 21,2% do corpus. Conforme descrito abaixo a poluição aparece como fonte da
degradação ambiental nas vias urbanas, sem menor preocupação por parte da
sociedade:
[Poluição] falta de consciência da população jogando lixo nas ruas em
qualquer lugar sem pensar onde esse lixo pode ir parar, trancando bueiros
sujando rios. (id27)
Há também destaque nas evocações dos discentes para a flora e a fauna, como
sendo vítimas das mudanças no clima:
Com certeza a fauna também é amplamente prejudicada com estas
mudanças, toda uma rotina que os animais tinham em seu habitat está sendo
interferido. (id22)
A flora vem sendo amplamente atacada com essas mudanças, a falta de
chuva, o forte calor, e de umas irresponsabilidades dos seres humanos vem
afetando diretamente nessa questão. (id22)
Entre as atividades do homem, o desmatamento, seja por queimadas ou
pela derrubada de arvores, está entre os principais responsáveis pela alteração
do clima, conforme apontado por diversos autores.
Segundo Oliveira et al. (2009) a suposta causa desta recente mudança
climática global é atribuída às atividades antrópicas emissora de gases de efeito estufa
(GEE), notadamente o dióxido de carbono (CO2), cuja concentração na composição
da atmosfera tem sofrido progressivo incremento, decorrente principalmente do
crescente uso de combustíveis fosseis, da pratica do desmatamento e das queimadas.
De maneira geral o lexema desmatamento foi a evocação que mais se destacou,
sendo vista como uma das maiores responsáveis pelas alterações climáticas, sem que
haja compromisso da sociedade, conforme as frases abaixo:
Com o desenvolvimento do planeta, sobra menos espaços, fazendo com
que aumente o desmatamento para instalação de indústrias e crescimento
de cidades, aumentando assim a poluição. (id7)
52
O desmatamento abusivo das nossas florestas para produção de lavoura e
criação de gado, tudo que seja abusivo gera uma consequência desfavorável
a nosso sistema climático. (id27)
Nas áreas rurais, a agricultura e a pastagem, substitui a vegetação nativa, sendo
desmatada ou até mesmo queimada, em função do crescimento econômico, também
ligado ao avanço do agronegócio.
Segundo Vezzali (2006), em uma matéria no jornal Repórter Brasil, mostra que
o agronegócio avança na trilha do desmatamento e da superexploração do meio
ambiente, onde a floresta é substituída por grandes pastos para receber gado, lavouras
de soja e algodão. E o que restou de árvores, alimentaram madeireiras e carvoarias ou
que serviram de insumo para a construção civil das grandes cidades.
Esse é o alto preço que paga o país por apostar na grande propriedade rural
como alavanca para o desenvolvimento econômico. As ameaças ao Pantanal, Cerrado
e Amazônia são apenas a face mais conhecida da destruição ambiental provocada
também por grandes projetos de infraestrutura que obedecem às demandas da indústria
e da agricultura exportadora.
Outra forma de contribuição da agricultura com aquecimento global segundo o
Ecycle (2015), é o uso maciço de fertilizantes nitrogenados que é um forte
amplificador do efeito estufa, por exigirem grandes quantidades de energia em sua
produção e ao ser aplicado no solo, desprende nitrogênio na atmosfera. Combinando
o gás nitrogênio com o oxigênio, origina o oxido nitroso, que é um poderoso gás de
efeito estufa, cujo potencial de retenção de calor na atmosfera de ordem de 300 vezes
superior à do dióxido de carbono (CO2).
Segundo Feldmamn et al. (2001), as atividades do homem que está aumentando
efeito estufa são:
1. Queima de carvão, petróleo e gás natural pela indústria e sistema de transporte
que causam importantes emissões de gases de efeito estufa;
2. Destruição das florestas e diferentes formações de vegetação e as mudanças no
uso do solo, pois o carbono armazenado no solo e na vegetação escapa para
atmosfera;
3. Criação de gado e cultivo de arroz, as atividades que emitem metano, óxido
nitroso e outros gases de efeito estufa;
4. Degradação de resíduos em aterros sanitários que emitem metano no espaço.
53
Concordando com as informações acima, Joly (2007) diz que no Brasil a
questão das mudanças climáticas está fortemente associada com o uso sustentável da
biodiversidade, pois, conforme o autor, 75% das nossas emissões de gases do efeito
estufa (GEE) vem do desmatamento e da queima de nossa biodiversidade.
Outro ponto levantando pelos discentes refere-se as alterações nos períodos
chuvosos e às secas prolongadas, classificados como consequência das mudanças
climáticas.
A classificação para o item chuva, o item veio ser avaliado com uma
nota alta a respeito de o ano de 2014 para nossa região ter sido um
período de muitas chuvas, nos meses característicos das secas, ter sido
a ocorrência de várias chuvas, em outros Estados como São Paulo quase
não choveu. (id4)
[Seca] Causado pelas mudanças climáticas. (id25)
[Chuva] causados pelas mudanças climáticas. (id25)
Com as mudanças climáticas pode haver chuvas demais. (id39)
[Destruição dos animais] por falta de lugar para seu habitat. (id41)
[Seca] mudança de clima falta chuva. (id41)
[Fome] por falta de chuva e mudança de clima prejudica a plantação.
(id41)
As falas acima aproximam do exposto por Marengo (2006), que cita como
exemplo que anualmente observa-se como consequência as mudanças climáticas, as
enchentes e ondas de calor da Europa em 2002 e 2003, os invernos intensos da Europa
e Ásia nos últimos anos; o furacão Catarina no Brasil em 2004; os intensos e
devastadores furacões (Karina, Rita, Wilma, etc.) no Atlântico Tropical Norte em
2005, as secas no Sudeste do Brasil em 2001, no Sul em 2004, 2005 e 2006, e na
Amazônia, em 2005.
Segundo o autor estes fenômenos têm sido atribuídos à variabilidade natural do
clima, mudanças no uso da terra (desmatamento e urbanização), aquecimento global,
aumento da concentração de gases de efeito estufa e aerossóis na atmosfera.
Braga (2012) também aponta que as mudanças climáticas estão associadas ao
aumento da ocorrência de eventos climáticos extremos, como inundações e secas, o
aumento de epidemias, o aumento do nível do mar e crises na produção de alimentos,
54
que afetarão desigualmente as diversas partes do globo, em prejuízo principalmente
das regiões pobres.
A relação homem natureza se tornou complexa ao longo dos anos, as formas
predadoras na ocupação do espaço trouxeram grandes problemas ambientais tanto no
meio natural como no meio urbano. Com o avanço da industrialização, cresceram os
problemas ambientais nas cidades.
Diante deste cenário, conforme descrito por Jardim (2009), o início da
modernidade no século XVIII, ocasionou inúmeras mudanças políticas culturais,
sociais e econômicas, além de inúmeros acontecimentos perturbadores dos costumes
e hábitos, o que, por sua vez, proporcionou outras regulamentações regendo o convívio
dos habitantes, iniciando uma reestruturação do processo de cidadania, um moderno
contrato social.
5.3 CATEGORIAS: DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E POLUIÇÃO
O terceiro arranjo foi formado pela segunda categoria mais frequente com
61,5% das evocações e com 2,9 na Ordem de Importância o Desenvolvimento
Sustentável e pela Poluição quarta categoria mais evocada correspondente a 38,5% e
2,9 na Ordem de Evocação.
O Desenvolvimento Sustentável, na percepção dos discentes é uma das formas
se de combater a poluição. Neste escopo podemos observar que há uma certa
compreensão referente este tema pois aponta técnica viável para diminuir ou até
combater a poluição como é o caso da energia mais limpa, uma das evocações aqui
presente.
As falas dos entrevistados reportam que ainda não há comprometimento da
sociedade em geral quanto a importância de se praticar a sustentabilidade. Esta
percepção se aproxima do conceito descrito pelo Autor abaixo.
O conceito de “desenvolvimento sustentável”, conforme afirma Barbosa
(2008), surge como um termo que expressa os anseios coletivos, tais como a
democracia e a liberdade, muitas vezes evocadas como utopias.
[...] já passou da hora de ser obrigatório o desenvolvimento sustentável,
pois a terra está em constante crescimento populacional e crescimento das
55
construções também e esse crescimento sem os devidos controles não faz
bem para o clima. (Id2)
De acordo com Barbosa (2008), na Rio 92 foi desenvolvido um relatório
conhecido como “Nosso futuro”, onde estão informações colhidas pela comissão ao
longo de três anos de pesquisa e análise, destacando-se questões sociais,
principalmente de uso e ocupação da terra, suprimento de agua, abrigo e serviços
sociais, educativos e sanitários, além de administração do crescimento urbano,
expondo ainda a definição do conceito de desenvolvimento sustentável como aquele
que “atende as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das
gerações futuras atenderem suas próprias necessidades”.
Portanto, o crescimento econômico deve garantir a preservação do meio
ambiente e o desenvolvimento social, não só para a geração presente, mas também
para geração futura.
Porém, segundo Oliveira (2007) a fragilidade de valores humanos envolvidos
para a cooperação e preocupação com as gerações futuras, assim como a pouca
existência de políticas sociais constantemente avaliadas e continuamente ajustadas às
novas necessidades emergentes acaba por dificultar a construção de perspectivas de
desenvolvimento sustentável.
Desta forma, ainda segundo a autora, em certa medida a ideia de
desenvolvimento sustentável pode, então, ser considerada como utópica, mas as
utopias são capazes de guiar novos projetos de vida, novas ideias de sociedade e rumos
bem mais humanos para os tempos vindouros.
Porém, conforme descrito por Hoppe et al. (2011), referente a tecnologia para
redução dos GEE, seria o sequestro geológico de carbono, uma das alternativas
promissora para captura de CO2, principal causador do efeito estufa. Estes
armazenamentos consistem capturar fontes estacionárias como indústrias,
termoelétricas, etc., e seu transporte e injeção em formações geológicas, sendo que os
possíveis locais de armazenamento desse gás seriam aquíferos salinos profundos,
reservatórios de óleo e gás e em camadas de carvão.
Contudo, conforme aponta Oliveira et al. (2009), os custos para implementação
de medidas para redução de emissões e ou captura do gás carbônico são altos, sendo
necessário gastar cerca de 1% do PIB de acordo com relatório de Stern, para assim
56
poder evitar a perda de 20% do mesmo PIB nos próximos 30 anos, devido aos impactos
das alterações Climáticas.
Outros projetos que visam a redução das emissões dos gases de efeitos estufa
foram propostos em 1987, o Protocolo de Quioto. Dentro do proposto está o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que tem como objetivo promover a
cooperação conjunta entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento,
viabilizando o desenvolvimento sustentável através de incentivos para implantação de
projetos visam a redução de emissões de GEE.
O Protocolo de Quioto é uma oportunidade, para que o mundo comece a agir
em prol do meio ambiente e conforme Moreira et al. (2008), é como um meio para que
os países em desenvolvimento busquem o desenvolvimento sustentável estimulando a
produção de energia limpa para redução das emissões de GEEs, e com base com base
na cooperação internacional com países desenvolvidos, se beneficiem com a
transferência de tecnologia e com o comercio de carbono.
O mercado de carbono, de acordo com Hoppe al et (2011), funciona através da
comercialização de Certificados de Emissões, também conhecidos como créditos de
carbono, obtidos por reduzirem as emissões de GEE. Os créditos são comercializados
em mercados como bolsa de valores, fundos de investimentos, em que os países que
têm o compromisso com a redução da emissão destes gases, conforme assinado no
Protocolo de Quioto, possam comprar os créditos gerados por algum dos mecanismos
de flexibilização em diferentes partes do mundo.
O que vem de encontro com a preocupação na utilização consciente dos
recursos naturais, no âmbito do Desenvolvimento Sustentável, dentro das evocações
são propostas práticas econômicas dos recursos conforme descrito na fala:
[...] Economia dos recursos utilizados no dia-a-dia evitando o desperdício.
(id13)
Desta forma é preciso agir de forma a preservar os recursos naturais, visto que
estes são finitos.
Conforme aponta Soares et al. (2004), a consciência de que é necessário tratar
os recursos naturais com racionalidade, uma vez que estes podem se esgotar, mobiliza
a sociedade, no sentido de se organizar para que o desenvolvimento econômico não
seja predatório, mas sim “sustentável”.
57
Neste sentido, Barbosa (2008), em seu trabalho sobre Desenvolvimento
Sustentável, observou que apesar do conceito de desenvolvimento sustentável firmado
na Agenda 21 e em outras conferências, este conceito ainda está em construção e
apesar de ser questionável por não definir quais são as necessidades do presente e quais
serão as do futuro, o relatório de Brundtland, chamou atenção do mundo sobre a
necessidade de se encontrar novas formas de desenvolvimento econômico, sem
redução dos recursos naturais e sem danos ao meio ambiente.
Ainda segundo Barbosa (2008), foram definidos neste relatório três princípios
básicos para serem cumpridos: o desenvolvimento econômico, proteção ambiental e
equidade social. Porém, para atingir estes objetivos a indústria deveria produzir mais,
utilizando menos recursos.
Neste aspecto ainda, foi evocada a expressão produção mais limpa, como
necessária para amenizar os impactos causados pela poluição:
[...] a necessidade da produção mais limpa está cada vez maior, pois a cada
ano que passa devido a poluição geral, levando o mundo a estar cada ano
mais quente e a necessidade de amortecer esses impactos são realmente
necessários. (id30)
O que seria esta produção mais limpa? A produção mais limpa (P+L), segundo
Rensi et al. (2006), sugere modificações instigando empresas a pensar em alternativas
mais inteligentes e econômicas de produzir, tendo como metodologia tentar integrar
os objetivos ambientais aos processos de produção, a fim de reduzir os resíduos e as
emissões em termos de quantidade e periculosidade.
Em outras palavras, ainda segundo Rensi et al. (2006), a produção mais limpa
objetiva usar com mais eficiência materiais e energias não renováveis, não-nocivos,
conservando ao mesmo tempo a biodiversidade. Questiona ainda a real necessidade do
produto ou procura outras formas pelas quais esta necessidade poderia ser satisfeita ou
reduzida.
O desenvolvimento sustentável é um instrumento que pode reduzir os impactos
ambientais, mas é necessário que haja comprometimento tanto do poder público,
fazendo valer as leis de proteção ambiental, como empresas cumprindo seu papel (em
alguns casos utilizando a produção mais limpa) e a sociedade de maneira geral. Cada
58
um tem um papel importante se cumprido requisitos básicos pode trazer benefícios ao
meio ambiente. Para os discentes:
Produção mais limpa é referente as atividades, mais poluidoras, como
geração de energia, construção civil [...] não só a tecnologia menos
poluidora, mas também a redução. ( id28 )
Segundo Barbosa (2008), a conferência de Ottawa em 1986 propôs cinco
requisitos básicos para alcançar o desenvolvimento sustentável: integração da
conservação e do desenvolvimento humano; satisfação das necessidades básicas
humanas; alcance de equidade e justiça social; provisão da autodeterminação social e
da diversidade cultural; manutenção da integração ecológica.
Assim ainda se espera medidas e atitudes mais eficazes direcionadas às
mudanças climáticas e às possível e controversas causas. Falta tecnologia adequada?
Esta é uma questão que também é presentada aqui, que pode revelar a falta de
conteúdo, de informação para abordar o assunto.
Provavelmente [pela] criarão soluções tecnológicas para o problema” (id8)
Associada ao Desenvolvimento Sustentável a Poluição, quarta categoria aqui
classificada, foi representada por 21 evocações, como também uma das principais
causas das alterações do clima conforme abaixo:
Poluição - um dos principais causadores das mudanças climáticas globais
(id7)
São destacadas diversas formas de poluição sendo uma dela a poluição do ar,
pelas emissões de gases poluentes provenientes das queimadas:
Poluição através das diversas empresas globais que geram gases que
agravam o efeito estufa como metano. Queimadas, gases, lixo fazem mal à
saúde e ao meio ambiente, como doenças, enchentes, secas, temperaturas
altas, entre outros.
De acordo com Melo (2012), o crescente aumento da população, da
industrialização e do consumismo trouxeram junto riscos e alterações no sistema
ambiental, devastando ecossistema, poluição do ar, do solo e das águas, ocasionando
perdas, algumas irrecuperáveis como centenas de espécies de mamíferos e de aves
extintas, e além do grande impacto devastador provocado na flora e nos próprios seres
59
humanos, através da poluição dos rios, desmatamentos, degradação do solo, que
causam a destruição da biodiversidade.
A percepção do discente nesta categoria, ao evocar a poluição, está de acordo
com as afirmações acima, sendo a poluição prejudicial não só ao meio ambiente como
também a saúde:
Poluição, é ocasionada pela emissão de gases poluentes na atmosfera, onde
ocasionam problemas de saúde (id5)
Contudo, as evocações se diferem em alguns momentos de acordo com as
justificativas:
Poluição: coopera negativamente com as mudanças climáticas, acabando
com os rios, com o meio ambiente e com nossa fauna (id12)
A poluição é um dos principais causadores das mudanças climáticas (id9)
A poluição interfere diretamente nas mudanças climáticas (id2)
Portanto, a poluição ao mesmo tempo que coopera negativamente, é uma das
principais causadora e interferente nas mudanças climáticas. Assim podemos dizer que
dentro do grupo pesquisado, ainda não há uma representação coerente para este
escopo.
5.4 CATEGORIAS: AQUECIMENTO GLOBAL E EFEITO ESTUFA
Formado pelo Aquecimento Global e Efeito Estufa, este arranjo apresenta
dentre as categorias mais prontamente evocadas, sendo que o Aquecimento Global se
destaca como a primeira com 82,7% das evocações, destacando também a segunda
maior Ordem de Evocações (OE) 2,8 e terceira Ordem de Importância 2,9.
A categoria Efeito Estufa foi a terceira mais frequente com 53,8% porém foi a
mais prontamente evocadas com Ordem de Evocação de 2,3.
Para o corpus analisado, o Aquecimento Global teve maior número da
evocações, com 79 evocações, representando 82,7% dos indivíduos entrevistados,
segundo Oliveira et al. (2009), atualmente, quando se fala em mudanças climáticas,
remete-se o conceito de aquecimento global, aumento da temperatura média próximo
da superfície terrestre desde a metade do século passado.
60
De modo geral, os discentes evocaram eventos ambientais propagados pela
imprensa como associados ao tema:
Com as mudanças climáticas as chuvas estão mais fortes e o calor mais
intenso entre outros fatores. (Id1)
Com as mudanças climáticas globais aqui na cidade onde mora, cada ano
está fazendo mais calor. (Id2)
[O] derretimento das calotas polares devido as mudanças fazendo aumentar
o nível de Água e fazendo que os animais percam seus habitats. (Id3)
[O aquecimento global] se torna um grande problema para as regiões
litorâneas e locais em baixo nível de altitude próximos a oceanos. Sua
consequência pode trazer extinção de regiões habitáveis. (Id5)
Geleiras: o derretimento das mesmas gera um aumento no nível de água
dos oceanos podendo ocorrer as ondas tsunamis. O aumento excessivo da
temperatura do planeta, devido ao aquecimento global, causado pelo
homem acarreta a tal catástrofe. (Id11)
Há ainda controvérsia sobre as verdadeiras causas do aquecimento global, se
são provenientes da ação antrópica, ou de causa natural.
Segundo Oliveira et al. (2009), a suposta causa desta recente mudança
climática global está atribuída às atividades antrópicas emissoras de gases de efeito
estufa (GEE), notadamente o dióxido de carbono (CO2), cuja concentração na
composição da atmosfera tem sofrido progressivo incremento, decorrente
principalmente da crescente queima de combustíveis fósseis, da pratica do
desmatamento e das queimadas.
A preocupação com as mudanças climáticas, foi destacada em 1979 na
Primeira conferência Mundial do clima, esta conferencia segundo Oliveira et al.
(2009), teve caráter essencialmente cientifico, alertando que a expansão das atividades
humanas na terra poderia ser a causa das mudanças a nível regional e até mesmo
globais no clima.
Este mesmo autor acredita que há uma estrita relação entre a Ciência e a
Política, onde a ciência fornece conclusões e evidencias científicas através de
pesquisas e a Política utilizando e baseando-se nesse resultado para tomada de
decisões, onde implica em estabelecimentos de tratados e acordos internacionais, que
refletem em diretrizes de leis nacionais, e finalmente afetam o modo de viver da
sociedade em geral.
61
Neste sentido o autor aponta dois órgãos, como atores envolvidos neste
processo: O IPCC que representa a atuação Política, juntamente com o respaldo dos
cientistas favoráveis ao aquecimento global antropogênico e NIPCC (Painel não
governamental sobre mudanças climáticas globais) representando e centralizando a
opinião dos cientistas céticos e contrários ao “consenso científico” do aquecimento
Global.
Segundo Marengo et al. (2008), o IPCC (Painel Intergovernamental sobre
mudanças climáticas) foi criado em 1988 pela OMM (Organização Meteorológica
Mundial) e pela PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), e
ficou encarregado de apoiar os estudos científicos nas avaliações do clima e o cenário
de mudanças climáticas para o futuro.
De acordo com Oliveira et al. (2009), o IPCC não conduz nenhuma pesquisa
nem monitora dados ou parâmetro relacionados, seu papel é avaliar de forma
compreensiva, objetiva, aberta e transparente uma base com as literaturas cientifica,
técnica e socioeconômicas produzidas mundialmente, e pertinentes para o
entendimento do risco das mudanças climáticas induzidas pelo homem.
Em oposição ao IPCC, o NIPCC (Painel Não-Governamental sobre mudanças
Climáticas), segundo o autor, foi criado em 2007 por cientistas e estudiosos não-
governamentais unidos no entendimento das causas e consequências das mudanças
climáticas. Não estarem ligados a nenhuma agencia ou órgão governamental, e pelo
fato de seus membros não estarem predispostos a acreditar que as mudanças climáticas
são causadas pelos GEE antropogênicos, se dispõe a oferecer uma “segunda opinião”
das evidencias revisadas e utilizadas pelo IPCC.
Deste modo conforme aponta Oliveira et al. (2009), o segundo relatório do
NIPCC, editado por Singer, representa uma crítica cientificamente embasada ao
conteúdo apresentado no AR4 do Grupo de Trabalho (GT1) do IPCC, nesse trabalho
foram examinadas uma série de artigos de pesquisa ignorados pelo IPCC. De acordo
com Singer (2008):
O AR1 ignorou completamente os dados de satélite, já que estes não
apresentaram nenhum aquecimento
O AR2 sofreu alterações significantes no seu texto após aprovação dos
cientistas, sugerindo uma manipulação pelos representantes
governamentais a fim de transmitir a impressão de uma influência humana
no aquecimento Global.
62
O AR3 alegou que o século 20 apresentou um aquecimento incomum,
usando um gráfico desacreditado para justificar esta alegação.
O AR4 é jugado por desvalorizar completamente as contribuições das
mudanças na atividade solar, que segundo Singer, são predominantes sobre
qualquer influência.
Mesmo com que haja vários estudos que apontam que o aquecimento global é
causado por ações antrópicas, provenientes principalmente da queima de combustíveis
fosseis, ainda não há um consenso entre a ciência e a política, ou mesmo entre os
cientistas.
Parte dos discentes apresentaram conceituações equivocadas a respeito do que
seria um fenômeno de aquecimento global e suas consequências. Termos associados a
mudanças imediatas e fenômenos pontuais podem ser associados a uma visão
reducionista da interação atmosfera biosfera, onde há mais um certo alarmismo, pela
sua força psicológica, carregaria a semblância da verdade.
A instabilidade climática traz diversos incidentes da natureza, o que agrava
áreas habitáveis. (Id6)
[...] mudanças bruscas nas temperaturas, devido a diminuição da camada
de ozônio. (Id15)
Inconstância do clima, a cada ano vemos como o clima está mudando, e
época que é de chuva não chove, e época que é de calor chove, essa
mudança acaba quebrando uma fase e/ou ciclo. (Id19)
[...] com o clima em mudanças pode ocorrer um furacão devido as
repentinas mudanças climáticas. (Id39)
Estas afirmações podem ser explicadas conforme Souza (2012) onde diz que
visões apocalípticas podem ser cotidianamente observadas no media mass (meios de
comunicação em massa), que tem tratado o aquecimento global de forma alarmista e
tendenciosa, reduzindo as mudanças climáticas a um consenso científico, além de
trazerem em suas edições previsões catastróficas, sobre o futuro da humanidade na
terra.
Ainda segundo este autor, isto é alarmante, na medida que a mídia é o
instrumento mais usual com o qual a população em geral se inteira de uma série de
eventos ocorridos distante da sua localização geográfica ou ainda distantes das suas
capacidades intelectuais de compreensão, estes últimos relacionado especificamente a
fenômenos e pesquisas científicas.
63
Amiúde, o aquecimento Global, segundo Costa (2015), refere-se às alterações
climáticas que provocam um aumento da temperatura média da atmosfera, está
associado ao aumento dos gases de efeito estufa como o Metano (CH4), o vapor de
água e outros citados anteriormente. Estes gases permitem que a radiação emitida pelo
sol incida sobre a terra, mas impede que o calor escape pelo espaço.
Parte das falas se aproximaram do conceito de aquecimento global, contudo
com associações estranhas, reforçando a hipótese de que o seu universo nocional segue
próximo o propagado pela mídia. Tivemos associações com temas de saúde pública,
poluição, contaminação da camada de ozônio, saúde mental.
[O] carbono que fica na atmosfera ocasionando várias consequências a terra
e ao ser humano, um exemplo são os raios solares que muitos não são
filtrados. (Id1)
[O aumento da temperatura] causado pela poluição do ambiente e pelo
efeito estufa, que trouxe diversos transtornos para a sociedade
principalmente para a saúde da população, ocasionando desidratação,
fadiga entre outros. ” (Id5).
[...] causaria alteração na qualidade de vida atual, transformando o fator
psicológico da população, acarretando em um estado de caos na sociedade.
(Id35)
Diminui a qualidade da vida da população, pois o calor exorbitante,
deixando as pessoas cansadas; faz mal à saúde, causa fadiga, desidratação
e até morte. (Id6)
O efeito estufa é um fenômeno causado pelo acumulo de gases tóxicos na
camada de ozônio, ocorrendo assim um maior aquecimento do planeta.
(Id18)
Segundo Ribeiro (2008), a poluição do ar é uma das mais graves consequências
das emissões, causando aumento de internações de doentes por problemas respiratórios
em período de estiagem, no inverno quando há maior frequência da inversão térmica,
os poluentes deixam os olhos irritados, acelera o desenvolvimento de tosse, gripe e
resfriado.
Não obstante tivemos falas que reportaram uma conceituação de efeito estufa
muito próxima da aceita nos meios científicos:
Ao agravar o efeito estufa que é de extrema importância para manter o
planeta aquecido e garantir a manutenção da vida, o equilíbrio energético é
perdido pelo fenômeno do aquecimento global. (Id6)
64
As inundações, tsunamis, tempestades e furacões são eventos associados as
mudanças climáticas, contudo não há consenso sobre o mecanismo, assim como até
que ponto esses fenômenos não são naturais, assim também como os vulcões.
De acordo com Marengo (2008), apenas no ano de 2007, segundo a ONU, 117
milhões de pessoas em todo mundo foram vítimas de cerca de trezentos desastres
naturais, incluindo secas devastadoras na China e na África e inundações na Ásia e na
África - em um prejuízo total de U$$ 15 bilhões.
Segundo Conti (2005), o agravamento do efeito estufa poderia, também,
vincular a baixa atividade vulcânica dos últimos 15 anos, e isto tenderia a elevar a
temperatura média do globo já que o inverso, conforme se demonstra sempre que há
uma grande erupção, produz o efeito contrário.
Segundo Oliveira et al. (2009), a concentração de gás carbônico atmosférico
teve suas primeiras medições somente em 1958, realizadas pelo cientista norte-
americano Charles David Keeling, no vulcão de Mauna Loa, na grande ilha do Hawai.
O gráfico que mostra a variação da concentração de CO2 desde o início das medições
ficou conhecido como a “Curva de Keeling”, tornando-se crucial nos estudos do
monitoramento deste gás.
Para Conti (2005), há uma especulação sobre a retomada das atividades
vulcânicas, que ao lançar poeira e aerossóis na atmosfera, poderia neutralizar o efeito
estufa e concorrer para um abaixamento da temperatura média do planeta, porém esta
avaliação deve ser feita de forma cuidadosa, e em diferentes escalas, sendo plausível
a hipótese de uma oscilação climática de grande amplitude, porém manifestando-se
diferentemente nos diversos pontos do globo.
Segundo Molion (2008), o clima da terra variou naturalmente ao longo de sua
existência, seja por forças de agentes externos ao sistema, como oscilações da
atividade solar e dos parâmetros orbitais, seja por força de agentes internos, como
atividade vulcânica e das placas, sendo que existe evidencias, por exemplo de que o
clima esteve mais quente do que o atual entre os anos 800 a 1350 dC – o chamado
“período quente medieval, onde os vikings colonizaram e praticaram agricultura na
regiões no Norte do Canadá e em uma ilha que foi denominada Groelândia (Terra
Verde) que hoje está coberta de gelo.
65
É questionável o aumento de CO2 ser atribuído exclusivamente às atividades
humanas, ainda segundo Molion (2008), uma vez que os oceanos constituem um
grande reservatório de carbono e existe uma grande ignorância em relação aos fluxos
de carbono entre eles e a atmosfera.
Para Braga (2012), há que ser considerada, que a antropocidade das alterações
climáticas é menos certa do que a sua efetividade, ou seja, há mais certeza entre a
comunidade cientifica de que o clima esteja mudando, do que qual seria o efetivo grau
de contribuição das emissões antrópicas de GEE nesse processo. Assim,
eventualmente, os efeitos esperados pelas ações de redução de emissão de GEE,
mesmo que efetivados, podem não surtir completamente o efeito esperado.
O vapor da água também é indicado como principal gás de efeito estufa, visto
que 71% da superfície terrestre é composta por água. Portanto segundo Barros (2014),
o principal responsável por esse efeito são os oceanos e os grandes espelhos de água
da superfície.
Segundo o autor, isto descreve a baixa interferência humana tanto no efeito
estufa como no aquecimento global, sendo estes fenômenos de caráter natural,
ocasionados pelos fenômenos planetários, constatando a baixa influência das emissões
antrópicas no clima do planeta, e que considerar o aquecimento global antropogênico
é um equívoco.
66
6. CONCLUSÃO
As mudanças climáticas globais ainda apresentam controvérsias quanto as
causas e consequências.
Alguns autores apontam a ação antrópica como principal responsável pelas
mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global, como, por exemplo, os dados
apresentados nos relatórios do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas), contrapondo as opiniões do INPCC (Painel Não Governamental sobre
Mudanças Climáticas).
Observou-se que apesar de ser um tema bastante discutido tanto na mídia como
na sociedade como um todo ainda há necessidade de maior atenção no meio acadêmico
quanto ao conteúdo dos cursos de graduação, como mostra os resultados deste trabalho
que teve como objeto de estudo o curso de Engenharia Civil.
A técnica utilizada de Associação Livre de Palavras tendo como estimulo
indutor o tema Mudanças Climáticas Globais e considerando os conhecimentos
adquiridos pelos alunos do 10º semestre do curso de Engenharia Civil da Universidade
de Cuiabá, possibilitou apreender as revelações dos alunos quando inquiridos sobre as
palavras ou expressões que vieram em mente sobre as questões ambientais e Mudanças
Climáticas Globais.
A partir das evocações dos alunos, dos dados tabulados e organizados de
acordo com as similaridades semânticas e sentidos, obteve-se 8 categorias que foram
nomeadas de acordo com as palavras que mais se aproximaram, denominadas:
Aquecimento Global (AQ) que apresentou maior prevalência, Desenvolvimento
Sustentável (DS), Efeito Estufa (EE), Poluição (P), Desmatamento (D), Educação
Ambiental (EA) Crescimento Urbano (CU) e Capitalismo (C).
Os resultados obtidos possibilitaram concluir que os indivíduos estudados
possuem uma representação social difusa sobre o estimulo indutor “Mudanças
climáticas Globais”, demonstram em suas falas conceitos confusos.
Houve uma prevalência em falas sobre os temas que permeiam a mídia geral
conforme descrito na teoria da representação social, onde há duas formas de adquirir
conhecimento a consensual e a científica, que neste caso prevalece a consensual. Isto
67
se percebe nas falas onde mencionam as grandes catástrofes como os furacões,
tsunamis, vulcões, que são propagados pela imprensa, que estão longe da sua realidade.
Observou-se que de acordo com o Projeto Pedagógico do Curso as questões
ambientais são trabalhadas como temas transversais dentro das disciplinas da grade
curricular, como Gestão Ambiental e Saneamento Ambiental justificando portanto, a
escolha do 10º semestre como objeto de estudo.
Dentre estas disciplinas, a Gestão Ambiental apresentou em seu conteúdo
programático uma ementa que comtempla questões ambientais mais relevantes como:
Educação Ambiental, Poluição, Riscos Ambientais, Avaliação de Impactos
Ambientais Provocados pela Construção Civil, Recursos Naturais e Energéticos e
Desenvolvimento, Legislação Ambiental, Desenvolvimento Sustentável (Edificações
e Comunidades Sustentáveis).
A pesar do currículo do Curso de Engenharia Civil mencione a questão
ambiental no seu PPC (Projeto Pedagógico do Curso), possua disciplinas e atividades
prestantes, não efetivou uma formação crítica dos discentes a respeito do tema.
Em se tratando de uma questão de extrema importância seriam necessárias
políticas que contemplam as questões ambientais nos currículos escolares como
disciplinas obrigatórias.
Portanto há necessidade repensar as práxis conduzidas no curso, entendendo-
se que na construção civil, a melhor compreensão dos aspectos climáticos e suas
mudanças, proporcionará a formação de profissionais que sejam capazes de criarem
soluções para os problemas das cidades buscando a sustentabilidade econômica, social
e ambiental tão discutida nos dias atuais, mas que ainda não praticado como deveria.
Os problemas ambientais nas cidades são provocados pelas formas de uso
ocupação do solo. Construções de casas, comércios, a retirada da cobertura vegetal
para dar lugar ao concreto, ao asfalto são fatores impactantes no clima local, e
colaboram com os eventos climáticos que colocam em risco a vida da população
mesmo assistida.
É neste sentido que a engenharia civil, com profissionais que pensem
ecologicamente poderão contribuir para amenizar os riscos ambientais adotando
medidas que proporcionem principalmente a redução do aquecimento global nas zonas
urbanas.
68
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contribuição do grupo de trabalho 1 do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas
ao Primeiro Relatório da Avaliação Nacional Sobre Mudanças Climáticas
Globais. Universidade Federal do Rio de Janeiro, v. 1, 464 p, 2014.
73
ANEXOS
ANEXO I. TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO
Nome do (a) Pesquisador (a): Cátia Balduino Ferreira.
Universidade de Cuiabá – Campus Barão
Curso: Engenharia Civil
Você está sendo convidado (a) a participar desta pesquisa. Ao integrar este estudo
estará permitindo a utilização dos dados fornecidos. Você tem liberdade de se recusar
a participar e ainda se recusar a continuar participando em qualquer momento da
pesquisa, sem qualquer prejuízo pessoal.
Todas as informações coletadas neste estudo, são estritamente confidenciais, você não
precisará se identificar. Somente o (a) pesquisador (a) terá acesso às suas informações
e após o registro destas, o documento será destruído.
Consentimento Livre e esclarecido: Tendo em vista os esclarecimentos acima
apresentados, eu, manifesto livremente meu consentimento em participar da pesquisa.
Nome do participante Assinatura do participante
74
ANEXO II. QUESTIONÁRIO
Universidade de Cuiabá
Mestrado em Ciências Ambientais
Questionário aplicado aos alunos do 10º semestre do curso de
Engenharia Civil da Universidade de Cuiabá
I. Dados demográficos
Data de Nascimento (dia/mês/ano): _______/________/________
Sexo: ( ) masculino ( ) feminino
Estado Civil: ( ) solteiro (a) ( ) casado (a) outros: ( )
Ano de ingresso do Curso de Engenharia Civil: __________________
Qual o motivo da escolha do curso de Engenharia Civil para sua formação
profissional?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
Você trabalha? ( ) sim ( ) não
Se trabalha em que área atua? ___________________________________________
Qual a função desempenhada? ___________________________________________
75
II. Questionário sobre Mudanças Climáticas Globais.
1. Como as questões ambientais são trabalhadas em seu curso?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
2. Quais as mudanças e quais os impactos naturais e sociais provocariam as mudanças
climáticas globais?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
3. Para você, o que é desenvolvimento sustentável?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
76
Treino
4. Escreva, por favor, as primeiras cinco palavras ou expressões que lhe vêm à mente
quando você pensa sobre: CHOCOLATE
A. ( ) – 2 – 1 0 + 1 + 2 ___________________
B. ( ) – 2 – 1 0 + 1 + 2 ___________________
C. ( ) – 2 – 1 0 + 1 + 2 ___________________
D. ( ) – 2 – 1 0 + 1 + 2 ___________________
E. ( ) – 2 – 1 0 + 1 + 2 ___________________
Explique as palavras ou expressões fornecidas na página anterior:
A) ____________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
B) ____________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
C) ____________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
D) ____________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
E) ____________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
77
4. Escreva, por favor, as primeiras cinco palavras ou expressões que lhe vêm à mente
quando você pensa sobre: Mudanças Climáticas Globais.
A. ( ) – 2 – 1 0 + 1 + 2 _______________________
B. ( ) – 2 – 1 0 + 1 + 2 _______________________
C. ( ) – 2 – 1 0 + 1 + 2 _______________________
D. ( ) – 2 – 1 0 + 1 + 2 _______________________
E. ( ) – 2 – 1 0 + 1 + 2 _______________________
Explique as palavras ou expressões fornecidas na página anterior:
A) ____________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
B) ____________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
C) ____________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
D) ____________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
E) ____________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Obrigada pela participação
78
ANEXO III: Estrutura curricular e ementas das disciplinas (PPC,
2014):
DISCIPLINAS EMENTAS
Desenho Técnico
Introdução ao Desenho Técnico e sua simbologia e Normas ABNT;
Retas, círculos e tangências; Desenho projetivo: perspectiva
axonométrica e oblíqua; Projeções ortogonais. Cortes, seções,
encurtamento, hachuras e cotagem.
Homem, cultura e
sociedade
A formação do pensamento ocidental. O homem e a sociedade. O
homem como produto e produtor da cultura. As relações étnico-raciais
e a luta antirracista do movimento negro do Brasil.
Introdução à
Engenharia
Definindo Engenharia. História da Engenharia. O engenheiro e suas
competências. As áreas de atuação do engenheiro. Projeto de
Engenharia. A utilização de modelos na engenharia. A contribuição da
Simulação. Otimização em Engenharia. Lógica Matemática
Computacional. O curso de Engenharia Civil da UNIC (Histórico,
organização, estrutura curricular, recursos disponíveis, laboratórios,
áreas e formas de realizar pesquisa); Pesquisa bibliográfica e
comunicação científica. Apresentação de projetos como a principal
ferramenta usada em Engenharia. História da Engenharia. Perfil do
Engenheiro ao longo da história e campo de atuação. Função do
Engenheiro na sociedade. Áreas da Engenharia. Evolução e
perspectivas da Engenharia. Integração entra as áreas da Engenharia.
O ensino da Engenharia no Brasil e no Mundo, desenvolvimento do
conhecimento nas áreas do CREA-CONFEA e MUTUA, NRs e
ABNT.
Matemática Funções e gráficos do 1º e 2º grau. Função Exponencial e Função
Logarítmica. Funções Trigonométricas.
Metodologia
Científica
Leitura, Interpretação e Produção de Textos. Estrutura e Organização
de trabalhos acadêmicos. Pesquisa cientifica. Elaboração de Projeto de
Pesquisa.
Algoritmos e
Programação
Representação de Processos e Fluxogramas. Introdução a uma
linguagem de programação (software Scilab): comandos seqüenciais,
estruturas condicionais e múltipla escolha. Estruturas de repetição.
Módulos de programas e aplicações.
Cálculo I
Limites e continuidade; Derivadas e regras de derivação; Otimização
de funções; Teorema Fundamental do Cálculo.
Desenho
Auxiliado por
Computador
Apresentação do software gráfico, configuração do ambiente de
trabalho, traçados básicos, desenho de primitivas geométricas planas,
comandos do software, sistemas de coordenadas, criação de camadas,
criação de estilos de linhas e de textos, cotagem, desenho em
perspectiva isométrica, hachuras, impressão (software Autocad).
Ética, Política e
Sociedade
Formação da moral ocidental. Formação da política ocidental. A
explicação sociológica da vida coletiva. A construção da sociedade
global.
Geometria
Analítica e
Álgebra Linear
Vetores e operações com vetores. Produto Escalar e Vetorial. Retas e
Planos. Sistemas Lineares, Matrizes e Determinantes. Transformações
Lineares. Autovalores e Autovetores.
Arquitetura
Introdução à arquitetura. Noções de composição: algumas
propriedades de forma, elementos definidores do espaço. Sistemas de
79
Representação: plantas, cortes, fachadas, códigos e simbologia.
Arquitetura e Meio ambiente: conforto, fatores climáticos, iluminação,
acústica, construções sustentáveis - Green Building. Projeto:
legislação e fases do projeto arquitetônico.
Cálculo II
Métodos de Integração; Integrais: Conceito. Integrais imediatas.
Integrais por substituição. Integrais por partes. Integrais definidas
Integrais trigonométricas. Integrais por substituição trigonométrica.
Teorema Fundamental do Cálculo. Áreas e volumes.
Estatística e
Probabilidade
População e Amostra. Medidas de Tendência Central e Dispersão.
Correlação. Experimentos Aleatórios. Teoria das Probabilidades.
Variáveis Contínuas e Discretas. Modelos Probabilísticos Contínuos.
Modelos Probabilísticos Discretos.
Física: Mecânica
Movimento retilíneo uniforme, movimento uniformemente variado,
cinemática angular, leis de Newton, centro de massa, torque, e
quantidade de movimento.
Química Geral
Introdução ao estudo da Química, Estrutura atômica, Propriedades da
matéria, Propriedades periódicas, Ligações Químicas, Funções
Inorgânicas, Soluções e solubilidade, Reações Químicas, Corrosão,
Introdução a Química Orgânica e Macromoléculas. Experimentação e
aplicações para a Engenharia Civil.
Cálculo III
Funções de duas ou mais variáveis e gráficos; Derivadas parciais e
superiores; Derivadas das funções na forma implícita. Integrais
múltiplas, Equações diferenciais ordinárias de primeira ordem.
Ciência dos
Materiais
Estudo da estrutura dos materiais. Classificação dos materiais e estudo
de suas propriedades, formas de processamento e aplicações.
Física: Energia
Trabalho realizado por uma força, potência, teorema do Trabalho-
Energia, Lei de Hooke, forças conservativas, Lei da Conservação de
Energia, energia mecânica, energia cinética, energia potencial
gravitacional, energia potencial elástica, movimento circular (revisão),
energia cinética rotacional, momento de inércia, Teorema dos eixos
paralelos, conservação de energia (considerando a rotação), momento
angular, conservação do momento angular (colisões envolvendo
rotação), temperatura, transferência de calor e dilatação térmica.
Mecânica
Aplicada
Princípios e conceitos fundamentais da mecânica. Estática dos pontos
materiais, Sistemas equivalentes de forças, Equilíbrio de corpos
rígidos, Centros de massa e centróides, Momentos de inércia, Método
dos trabalhos virtuais.
Topografia I
Introdução ao estudo da Topografia, Planimetria, estudos dos ângulos,
estudo das distâncias, taqueometria. Métodos de levantamento
topográfico. Altimetria. Técnicas de nivelamento. Curvas de nível,
declividades, pontos cotados. Instrumentos topográficos. Plantas
Topográficas.
Estruturas
Isostáticas
Morfologia das estruturas; Graus de liberdade; Classificação das
estruturas quanto à estaticidade; Sistemas de carregamentos; Reações
externas; Solicitações internas; Vigas; Pórticos planos; Treliças.
Física:
Eletromagnetismo
Composição da Matéria. Lei de Coulomb. Campo elétrico. Lei de
Gauss. Potencial elétrico. Capacitância. Corrente e resistência. Força
eletromotriz e circuitos elétricos. Campo magnético. Lei de Ampère.
Lei da indução de Faraday. Ótica geométrica
Mecânica dos
Fluidos
Introdução a Mecânica dos Fluidos, Sistemas de Unidades,
Fundamentos de Fluidostática, Fundamentos de Escoamentos dos
80
Fluidos, Equação de Bernoulli, Análise Dimensional e Semelhança,
Escoamento Interno de Fluidos Viscosos e Incompressíveis, Medidas
de Escoamento e Perda de Carga, Fundamentos de Escoamento
Externo.
Resistência dos
Materiais
Tensões e deformações, lei de Hooke e Poisson. Lei de Hooke
generalizada, ensaios de materiais, tensões limites, coeficiente de
segurança. Variações das tensões no entorno de um ponto. Critérios de
resistência. Esforço normal axial. Torção. Flexão. Esforço normal
excêntrico. Cisalhamento. Dimensionamento e verificação.
Topografia II
Medidas de áreas e volumes. Locação de Obras. Terraplenagem para
plataformas. Traçado de estradas: curvas horizontais e verticais de
concordância; superelevação e superlargura nas curvas; locação de
taludes.
Técnicas Cartográficas, Sistemas de coordenadas geodésicas,
Referenciais, Sistema Geodésico Brasileiro e Internacional, Sistema
Global de Navegação por Satélite (GNSS), Sensoriamento Remoto,
Sistema de Informação Geográfico.
Estruturas
Hiperestáticas
Introdução ao estudo de estruturas hiperestáticas lineares. Estudo do
método das forças. Estudo do método dos deslocamentos. Análise
computacional de estruturas hiperestáticas.
Geologia Geral
Estrutura do Planeta Terra e Suas Origens. Tempo Geológico/Formas
e Métodos de Datação de Rochas e Fósseis. A Água na Terra
(Superfície e Subsuperfície). Ciclo Hidrológico. Ação Geológica das
Águas. Minerais (Constituintes das rochas). Rochas Ígneas/Rochas
Metamórficas/Rochas Sedimentares/Intemperismo. Feições e
Estruturas Geológicas nas Rochas/ Intemperismo e Formação do Solo.
Estudo de Agregados/ Análise Granulométrica / Intemperismo e
Formação do Solo/Pedologia (Formação dos Solos). Geomorfologia
(Formas de Relevo) /Solos/ Estudos dos Maciços para Fins de
Prospecção de Materiais de Construção/Classificação dos Materiais
Rochosos para Engenharia Civil. Utilização das Rochas e dos Solos
como Material de Construção e Material Industrial. Resistência
Mecânica dos Minerais e Rochas. Materiais de Construção de Origem
Geológica. Resistência Física de Minerais e Rochas.
Hidráulica Geral
Escoamento em condutos forçados: perda de carga, influência da linha
piezométrica com relação ao perfil da tubulação, condutos
equivalentes, redes de condutos. Instalações elevatórias: altura
manométrica, potência, rendimento, diâmetro econômico da tubulação
de recalque; classificação e tipos de bombas; escolha de bombas
centrífugas, curva de bombas e curva dos sistemas, operação de
múltiplas bombas, cavitação em bombas. Escoamentos livres:
conceitos fundamentais, energia nos escoamentos livres; escoamento
uniforme, fórmula de Manning. Vertedores, orifícios, comportas.
Escoamento permanente uniforme. Energia específica. Ressalto
hidráulico. Escoamento permanente variado.
Materiais de
Construção I
Desenvolvimento histórico. Atuar aos estudos dos materiais.
Normatização. Estrutura dos materiais. Comportamento mecânico dos
materiais. Tecnologia dos materiais de construção: metais e ligas;
materiais e produtos cerâmicos; vidros; tintas e vernizes;polímeros,
madeiras e derivados. Aglomerantes: tipos e características principais;
cal e gesso; cimento portland. Pedras naturais: classificação, obtenção
e caracterização; agregados.
81
Resistência dos
Materiais
Avançado
Análise e projeto de vigas em flexão. Tensões de cisalhamento em
vigas e barras de paredes finas. Transformações de tensão e
deformação. Tensões principais sob determinado carregamento.
Deflexão de Vigas. Colunas. Métodos de Energia. Carregamentos de
Impacto.
Estruturas de
Concreto Armado
I
Histórico; Propriedades dos materiais; Ações e segurança no projeto
das estruturas de concreto armado; Estados limites últimos por
solicitações normais; Estado limite último por solicitações tangenciais;
Estados limites de serviço.
Instalações
Hidrossanitárias
Instalações prediais de água fria: estimativa de consumo diário;
alimentador predial; reservatório inferior; perda de carga; instalação
elevatória; reservatório superior; dimensionamento de tubulações;
ramal de alimentação; coluna de água; barrilete; materiais
empregados; projeto de instalação predial. Instalação predial de água
quente: estimativa de consumo diário; aquecedores; dimensionamento
de tubulações; materiais empregados; isolamento térmico; projeto de
instalação predial. Instalações Prediais de Esgotos Sanitários: fecho
hídrico, sifão, caixa sifonada e ralo; aparelhos sanitários; ramais de
descarga, de esgoto e de ventilação: dimensionamento; tubo de queda
e coluna de ventilação: dimensionamento; sub-coletor e coletor
predial: dimensionamento; materiais empregados; caixa retentora de
gordura, de inspeção e coletora; fossas sépticas; filtro anaeróbico;
sumidouro e vala de infiltração; projeto de instalação predial.
Instalações Prediais de Esgotos Pluviais: estimativa de precipitação
pluvial; calha dimensionamento; condutores pluviais:
dimensionamento; coletores pluviais: dimensionamento; ralo; caixa de
areia; projeto de instalação predial. Instalação Predial de Prevenção
contra incêndio: classificação das edificações; sistema preventivo por
extintores; sistema hidráulico preventivo; instalação de gás; projeto de
instalação predial. Instalação de central de gás.
Materiais de
Construção II
Argamassas. Concretos: caracterização dos materiais componentes do
concreto, classificação dos aglomerantes, características da água de
amassamento, aditivos para concreto, técnicas de dosagens, controle
tecnológico do concreto no estado fresco e endurecido, transporte e
lançamento. Ensaios de laboratório.
Mecânica dos
Solos I
Introdução à Ciência da Mecânica dos Solos/ Formação de Solos:
Compreensão dos estudos dos solos e dos conceitos de rocha-mãe/
Diversidade de solos/ Formas de desagregação de rochas
(Intemperismo e Pedogênese)/ Origem e formação (Tipos, Química e
Mineralogia, Solos Residuais e Transportados)/ Solos grossos/ Solos
finos./ Propriedades Físicas dos Solos: Textura e Estrutura/ Partículas
dos solos (forma e granulometria)/ Porosidade/ Índice de Vazio/ Grau
de Saturação/ Peso Específico real e unitário/ Lei de Bernoulli/ Lei de
Darcy/ Plasticidade (relação entre composição e formas)/ Percolação/
Capilaridade/ Compactação /Tamanhos e Formas/ Composição
mineral e conteúdo orgânico/ Constituintes dos Solos: Minerais de
Argila/ Minerais Silicatados/ Fração Orgânica./ Água no solo:
Hidráulica/ Permeabilidade e Capilaridade/ Percolação de água no
solo/ Permeâmetro de Carga Constante e de Carga Variável./ Índices
Físicos dos Solos e Expressões Matemáticas: Consistência,
Compactação/ Plasticidade/ Prática de Análise Granulométrica./
Limites de Atterberg: Determinação do limite de liquidez de solos pelo
82
aparelho de Casa Grande/ Determinação do limite de plasticidade/
Ensaio de LL NBR 6459 e LP NBR 7180 (laboratório de solos)./
Granulometria dos Solos: Teoria sobre a importância da classificação
granulométrica dos solos; peneiramento grosso e peneiramento fino
dos solos; sedimentação das partículas menores que 0,075 (Lei de
Stokes)/ Ensaio de granulometria do solo por peneiramento e
sedimentação NBR 7181 (laboratório de Solos)./ Permeabilidade dos
Solos: Influência da permeabilidade do solo nas obras de engenharia;
fatores que influenciam a permeabilidade (granulometria, índices de
vazios, composição mineralógica, estrutura, fluido, macroestrutura,
temperatura); ensaios de permeabilidade a carga constante NBR 13292
e a carga variável NBR 14545 (laboratório de Solos)./ Índice de
Suporte Califórnia (CBR): Determinação da resistência à penetração e
expansão de amostra de solos para utilização em obras de engenharia;
ensaio de CBR conforme a DNER-ME 049/94.
Tecnologia da
Construção I
Introdução a Construção Civil. Locação de Obra: Construção de
Gabarito,pelo metodo convencional e por aparelho topografico, aula
de campo. Movimentação de terra: Cortes, aterros, fator de
empolamento, rebaixamento de lençol freatico, drenos e desvios -
dreno cego. Fundações; Fundações rasas e profundas - brocas, blocos,
sapatas, radiers, grelhas, estacas (strauss, franki, hélice), tubuloes a ceu
aberto e sob pressão). Estruturas de concreto armado, aço e formas.
estruturas pre moldadas (Em concreto e em aço). Revestimentos:
argamassas (chapisco e reboco) e outros. Alvenarias estrutural e de
vedações.
Construções
Metálicas
Aço: propriedades e produtos; ações e segurança; dimensionamento a
solicitações simples e combinadas; ligações. Concepção e projeto de
edifícios em aço e normas técnicas. Projeto e cálculo de edifícios
industriais, residenciais e comerciais em estruturas de aço. Perfis
Estruturais Formados a Frio. Definições e generalidades. Conceitos e
Critérios. Barras Tracionadas. Barras Comprimidas. Barras Fletidas.
Projeto de almas. Vigas-coluna. Ligações.
Estruturas de
Concreto Armado
II
Princípios gerais do detalhamento de vigas de concreto armado. Flexão
composta: normal e oblíqua. Pilares. Torção.
Instalações
Elétricas
Instalações Elétricas: Monofásicas, bifásicas e trifásicas em baixa
tensão. Luminotécnica. Inst. de pára-raios prediais. Circuitos de
Comando. Instalações Telefônicas e Lógicas.
Mecânica dos
Solos II
Contextualização: Tensões iniciais e induzidas. Círculo de Morh,
Diagrama p x q.. Poropressão sob condição hidrostática e de fluxo
permanente. Introdução. Resistência ao cisalhamento dos solos.
Compressibilidade e adensamento. Compressibilidade primária e
secundária. Cálculo de recalques. Teoria do adensamento Ensaios de
laboratório. Drenos Verticais. Aceleração de Recalques. Resistência
ao Cisalhamento. Mecanismos de resistência de solos. Critérios de
Ruptura. Envoltória de Resistência. Ensaios de Laboratório.
Solicitações drenada e não-drenada. Comportamento de areias e
argilas. Equilíbrio limite. Empuxos de Terra. Teoria de Rankine.
Teoria de Coulomb. Método das Cunhas. Dimensionamento de Muro
de Peso Exploração e amostragem do solo com vistas a projetos
geotécnicos. Estabilidade de taludes e obras de contenção em solos.
83
Tecnologia da
Construção II
Cobertura. Impermeabilização: sistemas e aplicações. Esquadrias:
tipos e formas de instalações. Pinturas: tipos e técnicas de execução.
Pisos: tipos e formas de execução. Instalações: hidrossanitárias e
pluviais, elétricas, incêndio e ar condicionado (técnica de execução e
conceito sobre leitura de projetos). Patologias: causas e soluções.
Estradas e
Pavimentação
Estudos de tráfego. Dimensionamento de pavimentos. Drenagem de
pavimentos. Projeto. Visitas de Campo.
Conceitos e Parâmetros Básicos em Pavimentação: Introdução – Tipos
– Classificação. Estudos de Tráfego: Cargas – fatores de equivalência.
Materiais Usados em Pavimentação: Agregados, Ligantes, Solos.
Projeto e Construção de Pavimentos Flexíveis: Dimensionamento
Fundações
Tipo e terminologia das fundações. Investigação do subsolo.
Capacidade de carga de fundações superficiais. Recalques.
Dimensionamento e detalhamento de fundações rasas: blocos, sapatas
e radiers; Dimensionamento e detalhamento de fundações profundas;
tubulações e estacas. Escolha do tipo de fundações. Estruturas de
contenção: Empuxos ativos e passivos; muros de arrimo e cortinas
Saneamento
Ambiental
Sistemas de abastecimento de água: Captação de águas superficiais,
Captação de águas subterrâneas, Qualidade de água bruta e água
tratada, Padrões de potabilidade, Adução, Tratamento, Reservação e
Distribuição.
Sistemas de Águas Residuárias: Coleta, Transporte, Tratamento,
Destinação Final. Corpos receptores, Noções de estações de
tratamento de esgoto. Resíduos sólidos: Origem e classificação dos
resíduos, Coleta, Transporte e Destinação final. Poluição ambiental:
Poluição da água, do solo e do ar. Aproveitamento das águas Pluviais
e Reuso da água.
Tópicos em
Engenharia Civil I
Introdução à hidrologia; ciclo hidrológico; bacias hidrográficas;
precipitação; estudo de chuvas intensas; interceptação; evaporação e
evapotranspiração; infiltração, águas subterrâneas; escoamento
superficial; medição e estudo de vazões. Introdução aos sistemas de
Drenagem. Sistemas de Drenagem Urbana: Microdrenagem e
Macrodrenagem Sistema de Drenagem Viária. Drenagem superficial
de talvegues, pontes e do subsolo.
Trabalho de
conclusão de
curso
Gestão Ambiental
na Construção
Civil
Ecologia, Educação Ambiental, Poluição, Riscos Ambientais, Gestão
Ambiental Empresarial, Avaliação de Impactos Ambientais
Provocados pela Construção Civil, Recursos Naturais e Energéticos e
Desenvolvimento, Legislação Ambiental, Desenvolvimento
Sustentável (Edificações e Comunidades Sustentáveis).
Logística e
Transportes
Conceitos fundamentais de logística. Custos logísticos e nível de
serviço: custo total e qualidade total. Redes logísticas de suprimentos
e de distribuição física. Canis de suprimentos e de distribuição,
dimensionamento e configuração de terminais, depósitos e centros de
distribuição. Distribuição física de produtos. Dimensionamento de
frotas e roteirização de veículos. Aplicações de pesquisa operacional e
de informática no planejamento e na operação de sistemas logísticos.
Optativa -
Estruturas de
Madeira
Madeiras na Construção Civil ; Classificação das Madeiras,
Propriedades Físicas e Mecânicas; Estados Limites Últimos e de
Serviços; Sistemas Estruturais em madeira; Dimensionamento de
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Peças comprimidas, tracionadas e fletidas; Vigas de madeira;
Ligações; Peças compostas; Produtos de Madeira; Projeto;
dimensionamento e detalhamento de telhado.
Optativa –
LIBRAS –
Linguagem
Brasileira de
Sinais
Educação inclusiva. Conceito de Libras, Fundamentos históricos da
educação de surdos. Legislação específica. Aspectos Linguísticos de
Libras.
Planejamento e
Orçamento de
Obras
Introdução. Licitações e contratações. Planejamento e gerenciamento:
conceitos, esquema organizacional de uma empresa da construção
civil. Planejamento e gerenciamento de obras: Gestão da qualidade,
gestão de suprimentos, gestão de recursos humanos, gestão de
equipamentos. Planejamento e gerenciamento de projetos. Orçamentos
e custos: memoriais descritivos e especificações técnicas,
quantificação de serviços, planilha de composição de custo unitário,
leis sociais e encargos trabalhistas, BDI, equipamentos, cronograma
físico-financeiro.
Pontes e
Estruturas
Especiais
Introdução às pontes e grandes estruturas. Noções de concepção.
Superestrutura das pontes. Tipos estruturais. Métodos construtivos.
Materiais de construção. Comportamento estrutural e teorias de
cálculo. Pontes em viga simples e múltiplas. Estruturas de concreto
protendido. Tipos de protensão e sua representação no projeto. Noções
sobre perdas. Estados limites. Noções sobre esforços hiperestáticos e
fluência. Projeto de uma superestrutura em grelha com vigas
protendidas. Meso e infraestruturas de pontes. Tipos e métodos
construtivos. Teorias usuais de cálculo.
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ANEXO IV: Balanced Score Card (BSC), PPC (2014)
ÁREA DE
ATUAÇÃO
COMPETÊNCIAS HABILIDADES DISCIPLINAS
Construção civil,
Atuar em
construções em
geral, gestão,
construção e
manutenção de
edificações, obras
de infraestruturas e
no estudo das
propriedades dos
materiais utilizados
em obras de
engenharia,
buscando novas
técnicas, tecnologias
de execução, novos
produtos, sendo
mais econômicos e
mais eficientes.
Conhecer os Sistemas,
Métodos, Processos,
Tecnologia e
Industrialização da
Construção Civil.
Conhecer os conceitos
e assuntos relacionados
a Edificações,
Impermeabilização,
Terraplenagem,
Compactação,
Pavimentação,
Estradas, Rodovias,
Patologia e
Recuperação
das Construções.
Conhecer conceitos de
propriedades dos
materiais utilizados na
Construção Civil,
Arquitetura,
Planejamento Urbano,
Topografia.
Analisar e Interpretar
Liderar,
Ser criativo
Relacionamento
interpessoal,
Trabalhar em equipe
multiprofissional,
Tomar decisão,
Raciocinar de forma
lógica Raciocinar de
forma crítica e
analítica
Comunicar,
•Desenho
Arquitetônico
• Ciências do
Ambiente
• Estradas e
Pavimentação
• Instalações
Elétricas e
eletricidade
aplicada
• Materiais de
Construção
• Mecânica
Aplicada
• Planejamento
e Orçamento de
Obras
• Topografia
Hidráulica e Saneamento
Atuar na produção e distribuição de água, coleta, transporte e tratamento de águas pluviais e resíduos sólidos de forma a contribuir para o desenvolvimento econômico com o menor custo ambiental
Conhecer conceitos de instalações hidro-sanitárias, de gás, prevenção e combate ao incêndio, elétricas em baixa tensão para fins residenciais e comerciais de pequeno porte. Conhecer os conceitos relacionados à Hidráulica, captação e adução de água para abastecimento, barragens, diques, sistemas de drenagem, irrigação, canais, hidrologia aplicada, controle de enchentes. Conhecer conceitos e técnicas de saneamento básico:
Analisar e Interpretar, Liderar, Ser criativo, Relacionamento interpessoal, Trabalhar em equipe multiprofissional, Tomar decisão, Raciocinar de forma lógica Raciocinar de forma crítica e analítica Comunicar,
• Hidráulica Geral • Instalações Hidro-Sanitárias • Mecânica dos Fluídos • Saneamento Ambiental
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abastecimento e tratamento de água, coleta e destinação final de esgoto, águas pluviais e resíduos sólidos.
Sistemas Estruturais e
Geotecnia Atuar em projeto e
construção de estruturas e
fundações para edificações como prédios, pontes,
barragens, plataformas, entre
outros.
Conhecer os conceitos, aplicações e dimensionamento de estruturas de concreto e metálicas. Conhecer os conceitos e técnicas sobre pontes, grandes estruturas, estruturas especiais, pré-moldados. Conhecer sistemas, métodos e processos da Geotecnia, Mecânica dos Solos e Mecânica das Rochas. Conhecer sobre os conceitos e técnicas de sondagens, fundações, obras de terra, contenções, taludes, túneis, poços.
Analisar e Interpretar, Liderar, Ser criativo, Relacionamento interpessoal, Trabalhar em equipe multiprofissional, Tomar decisão, Raciocinar de forma lógica Raciocinar de forma crítica e analítica Comunicar,
•Construções Metálicas • Estruturas de Concreto • Estruturas Madeira • Estruturas Metalicas • Fundações • Geologia Geral • Mecânica dos Solos I Mecânica dos Solos II • Pontes e Estruturas Especiais • Resistência dos Materiais