um espectáculo inesquecível…teatro que na sua...

20

Upload: habao

Post on 09-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Um espectáculo inesquecível…Teatro que na sua ...loja.ispa.pt/sites/default/files/users/3/d-joao-vi.pdf · cional para o compromisso, a hesitação, ... convidado tem a seu cargo

Um espectáculo inesquecível…Teatro que na sua concepção global resulta, como espectáculo, numa pequena obra-prima do nosso teatro contemporâneo

Jorge Serrão –Jornal Novo, Lisboa, Portugal

Este “Don João”, que obtuvo el pasado año el premio Santiago Rusiñol destinado al texto más importante, y que el próprio autor, Hélder Costa, há puesto en pie, viene a aportar

una visión critica sobre un determinado momento de la Historia de Portugal.(…) Inteligente comedia, intencionado montage y excepcional labor interpretativa del

grupo que si ya habia dejado constância de su trabajo en los años anteriores – “A BARRACA” há sido el único grupo invitado en Sitges en três años consecutivos –, ahora

ha puesto la pica definitiva de su calidad.La Vanguardia, Barcelona, Espanha, 1979

Hélder Costa, attraverso i suoi testi dove prevale una visione “assurda del mondo”, oltrepassa la tragedia com l'utilizzo della parodia.

L'opus teatrale di A BARRACA é una costante ricerca verso l'essenza dell'uomo, é un viaggio verso la sua origine e la sua memoria, origine storica e memoria storica.

Stefania Pizzamiglio, tese Doutoramento, Un. Veneza, Itália, 2004

“D. João VI”, um momento perfeito de teatralidadeSabato Magaldi – Jornal da Tarde, S. Paulo, Brasil

“D. João VI”, um exemplo de drama moderno: Sintetismo da linguagem dramática e economia da exposição temporal na representação ficcional.

Hélder Costa estabelece uma ressonância direta com Roland Barthes, posto que a sua concepção histórica não exclui a contrariedade (...)Jorge Valentim, UFScar, S. Paulo, Brasil, 2008

Page 2: Um espectáculo inesquecível…Teatro que na sua ...loja.ispa.pt/sites/default/files/users/3/d-joao-vi.pdf · cional para o compromisso, a hesitação, ... convidado tem a seu cargo

HÉLDER COSTA

D. JOÃO VI

ISPA / 2008

DomJoaoVI.qxp 17-10-2008 17:06 Page 1

Page 3: Um espectáculo inesquecível…Teatro que na sua ...loja.ispa.pt/sites/default/files/users/3/d-joao-vi.pdf · cional para o compromisso, a hesitação, ... convidado tem a seu cargo

TÍTULO: D. JOÃO VIAUTOR: HÉLDER COSTA

© INSTITUTO SUPERIOR DE PSICOLOGIA APLICADA-CRLRUA JARDIM DO TABACO, 34, 1149-041 LISBOA

1ª EDIÇÃO: NOVEMBRO DE 2008TIRAGEM: 500 EXEMPLARES

COMPOSIÇÃO: INSTITUTO SUPERIOR DE PSICOLOGIA APLICADAIMPRESSÃO E ACABAMENTO: SERSILITO – EMPRESA GRÁFICA, LDA.

DEPÓSITO LEGAL: 283923/08ISBN: 978-972-8400-87-3

DomJoaoVI.qxp 17-10-2008 17:06 Page 2

Page 4: Um espectáculo inesquecível…Teatro que na sua ...loja.ispa.pt/sites/default/files/users/3/d-joao-vi.pdf · cional para o compromisso, a hesitação, ... convidado tem a seu cargo

ÍÍNNDDIICCEE

“D. João VI” – A grande aventura deste espectáculo 5Hélder Costa

A 1ª viagem ao Brasil – 1980 6

O rei D. João foi envenenedo? 6

Transmissão pela RTP 7

Prémios e críticas 9

Ficha artística e técnica 11

AACCTTOO II

01. D. João canta o canto-chão 17

02. D. Maria I, com o seu confessor 17

03. D. João e a mãe 18

04. D. João aprende uma parte da vida 20

05. Casamentos ibéricos 21

06. D. Carlota Joaquina com as suas damas de honor 24

07. Aula política (1791) 26

08. Confissão de D. Maria I 29

09. D. João é investido como administrador 31

10. O país a mando de D. João 32

11. A doença de D. Maria I 34

12. Luís Pinto de Sousa Coutinho 35

13. D. João VI em Mafra. Baptizado de D. Miguel (1802) 41

14. Chegada de Junot embaixador 45

15. Histórias de D. Carlota Joaquina 47

16. Conselho de ministros com o embaixador Inglês 50

17. A fuga 52

DomJoaoVI.qxp 17-10-2008 17:06 Page 3

Page 5: Um espectáculo inesquecível…Teatro que na sua ...loja.ispa.pt/sites/default/files/users/3/d-joao-vi.pdf · cional para o compromisso, a hesitação, ... convidado tem a seu cargo

AACCTTOO IIII

01. A corte no Brasil – 1810 57

02. Negócios na corte do Brasil 59

03. O conde Palmela 64

04. No barco, em direcção a Lisboa 69

05. D. João VI presta juramento 75

06. D. Carlota Joaquina 78

07. A independência do Brasil 80

08. A reacção conspira 83

09. D. Carlota Joaquina e D. Miguel 86

10. A libertação de D. João VI 93

11. A morte de D. João VI 95

AAnneexxooss

O regresso de D. João VI 101Hélder Costa

D. João VI no Brasil 102Luiz Fernando Lobo

Diálogo 104Centro Cultural Banco de Brasil

D. João VI, de Hélder Costa ou O Universo da corte no universo do teatro 105Jorge Valentim

DomJoaoVI.qxp 17-10-2008 17:06 Page 4

Page 6: Um espectáculo inesquecível…Teatro que na sua ...loja.ispa.pt/sites/default/files/users/3/d-joao-vi.pdf · cional para o compromisso, a hesitação, ... convidado tem a seu cargo

““DD.. JJOOÃÃOO VVII”” –– AA GGRRAANNDDEE AAVVEENNTTUURRAA DDEESSTTEE EESSPPEECCTTÁÁCCUULLOO

Encafuado no bafio e na frigidez dos conventos e do canto-chão, D. João – para usara expressão de um seu cronista – empanturra-se de beatice e de medo. A suainfância assiste à “despombalização” do país, o seu beiço Bourbónico tremelicadiante das lutas políticas, conspirações e assassinatos em que a Corte é fertil.Acolhe-se à protecção de Pina Manique e dos Cardeais inquisidores, procurandonão ter a mesma sorte de Luís XVI. A loucura da mãe empurra-o para o trono,o casamento com Carlota Joaquina para a infelicidade, a diplomacia interna-cional para o compromisso, a hesitação, a indefinição. O Brasil será o Paraísoonde o Rei irá descansar. Longe do campo de batalha em que se transformou aEuropa, sente-se tranquilo e seguro, próspero e compensado.Mas em Portugal, o povo agita-se e derrota o ditador inglês.Em pânico, as velhas famílias recordam-se do seu país de origem, das terras e dospalácios abandonados, e obrigam o Rei a voltar. Para que tudo regresse à ordem,para que o país não caia em excessos.

Recomeçam as lutas da sua infância. Agora já não se fala do tenebroso Marquês.Chegou a hora de combater as “forças do mal”, jacobinas e maçónicas. O símboloé 1820, trata-se de iniciar a “desvintização”. Mas a arte da política evoluiu, eperfila-se uma figura de um político moderno, o Conde de Palmela. ConvenceD. João a jurar a Constituição, “para depois mais facilmente a poder trair”. D.João jura a Constituição e começa a assinar a sua sentença de morte. CarlotaJoaquina junta à sua volta as forças mais reaccionárias, sucedem-se os golpesmilitares e as conspirações, D. João é salvo pelo corpo diplomático e refugia-senuma quinta, fora do Poder e das suas responsabilidades.

Felicidade efémera. Meses depois, morre envenenado. Morreram também o médi-co, o cirurgião e o cozinheiro. Para não ficar testemunha.

Com “D. João VI” eu tento dar um empurrão para que as pessoas se sintam mais livresde ideias e conceitos atrasados; tento pôr as pessoas contra a política de conciliação ehesitação que conduz à perda da dignidade e da independência nacional; tento criarum sentimento de repugnância e alerta contra os que manipulam os hesitantes paradepois os trairem; tento que se fique livre de D. João VI, mas que se fique a odiarquem o envenenou.

HÉLDER COSTA

Maio de 1979

5

DomJoaoVI.qxp 17-10-2008 17:06 Page 5

Page 7: Um espectáculo inesquecível…Teatro que na sua ...loja.ispa.pt/sites/default/files/users/3/d-joao-vi.pdf · cional para o compromisso, a hesitação, ... convidado tem a seu cargo

6

““AA 11ªª VVIIAAGGEEMM AAOO BBRRAASSIILL –– 11998800

A dada altura esteve em Lisboa uma delegação do Ministério da Cultura do Brasilintegrando o Serviço Nacional de Teatro. Assistiram ao “D. João VI”, felicitaram-nose, meses depois, convidaram-nos para ir apresentar o espectáculo ao Brasil.Propusemos enriquecer a viagem levando mais 3 espectáculos – “É menino, oumenina?” sobre teatro de Gil Vicente, “Zé do Telhado”, de Hélder Costa comencenação de Augusto Boal e Preto no Branco (Morte acidental de umAnarquista), de Dario Fo.

Proposta aceite, encetaram-se as “manobras burocráticas”.

Nas relações internacionais, o país que convida paga estadia e cachet, e o paísconvidado tem a seu cargo as viagens.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros declarou, para enorme surpresa nossa,que nos felicitava por irmos ao Brasil, mas que não podíamos levar “D. João VI”,porque “era uma ofensa para o povo português e para o Brasil”!!!

É evidente que levámos a peça – para alguma coisa existiu o 25 de Abril e o fimda Censura! –, e o seu enorme êxito junto do público e dos meios artísticos eintelectuais brasileiros, deu mais uma bofetada de luva branca nas concepçõesretrógradas que nos dirigiam.

OO RREEII DD.. JJOOÃÃOO FFOOII EENNVVEENNEENNAADDOO??

Também houve quem não gostasse da tese de o Rei ter morrido envenenado.Porque, evidentemente, esse crime só interessava a Carlota Joaquina, a esposainimiga e porta-estandarte da extrema direita da época.

Ora acontece que, às vezes, Deus não dorme. E em Junho de 2000 o jornal“Público” informou que D. João VI tinha sido envenenado com arsénio, conclusãoa que tinha chegado, após o exame das vísceras, a Associação dos ArqueólogosPortugueses e o médico Santinho Cunha do Instituto de Medicina Legal de Lisboa.

E onde estavam as vísceras, com bocadinhos do intestino delgado e talvez do fígado?

Dentro de um pote chinês, guardado num pequeno caixão de madeira no chãoda capela dos Meninos de Palhavã, no Mosteiro de S. Vicente de Fora, em Lisboa.Que foi descoberto, acidentalmente, pelo Arqueólogo Rodrigues Ferreiraresponsável por obras de restauro no Mosteiro.

Afinal, tinha mesmo havido um crime repelente.

DomJoaoVI.qxp 17-10-2008 17:06 Page 6

Page 8: Um espectáculo inesquecível…Teatro que na sua ...loja.ispa.pt/sites/default/files/users/3/d-joao-vi.pdf · cional para o compromisso, a hesitação, ... convidado tem a seu cargo

TTRRAANNSSMMIISSSSÃÃOO PPEELLAA RRTTPP

Dado o êxito do espectáculo, a RTP decidiu gravar a peça para a transmitir no1º canal. Depois de adiamentos de transmissão e de mudança para o 2º canal,manobras desmascaradas por partidos, sindicatos, opinião pública, e Sindicatodos Actores do Rio de Janeiro, a Barraca foi informada que a transmissão seria nodia 16 de Outubro de 1980, e que haveria um debate no dia seguinte à noite,para o qual convidavam Hélder Costa.

A Barraca respondeu instalando 5 televisores na sua sede e na rua, convidandointelectuais, partidos, sindicatos, e protagonistas do debate do dia seguinte naTV, para visionamento e posterior debate sobre a peça.

Cerca de 200 pessoas participavam nesse acto cívico, e exprimiram o maior receiopelo debate televisivo do dia seguinte, dada a composição da mesa: Vasco PulidoValente, então Secretário de Estado da Cultura, José Carlos Amado, historiador,Padre Artur Roque de Almeida em representação do Patriarcado, Hélder Costa emoderador Miguel Sousa Tavares.

Receava-se, logicamente, um linchamento da peça e do autor, com as inevitáveisrepercussões no panorama cultural português.

Afinal, o debate correu favoravelmente à Barraca.

No início, Hélder Costa lamentou-se que, tratando-se de uma questão de teatro,não estivesse ali ninguém que perspectivasse um debate nesse sentido.

Afinal, os outros participantes acabaram por elogiar a peça, o próprio PulidoValente declarou “há muito tempo que eu não via teatro que me interessassetanto” e que “aquele debate era uma homenagem a Hélder Costa”.

O que motivou o comentário gozado de Sousa Tavares: “principiou por se lamentare acabou homenageado”.

Frase que o “homenageado” aproveitou para recordar o muito que a culturaportuguesa deve aos grupos independentes de teatro, aos seus inúmerossacrifícios, propondo a continuação de outros debates com outros grupos.

Até hoje...

Toda a imprensa foi testemunho desse verdadeiro tiro no pé que a RTP deu coma organização do debate:

Mário Castrim – Diário de Lisboa: Magia do teatro, magia da televisão; Debate –O teatro ganhou

7

DomJoaoVI.qxp 17-10-2008 17:06 Page 7

Page 9: Um espectáculo inesquecível…Teatro que na sua ...loja.ispa.pt/sites/default/files/users/3/d-joao-vi.pdf · cional para o compromisso, a hesitação, ... convidado tem a seu cargo

8

Jorge Leitão Ramos – Expresso: O menino Hélder Costa passou no exame.

Jorge Serrão – A Tarde: D. João VI é ou não é?

O Diário: O teatro saiu vencedor.

A Tribuna: D. João VI incomoda a valer.

Mas a saga não terminava aqui.

Meses depois, televisões de Dinamarca, Suécia, Noruega e Suiça quiseram comprar apeça à RTP.

Não foi possível, porque já a tinham desgravado!

Que dizer deste acto cobarde de lesa-cultura?

DomJoaoVI.qxp 17-10-2008 17:06 Page 8

Page 10: Um espectáculo inesquecível…Teatro que na sua ...loja.ispa.pt/sites/default/files/users/3/d-joao-vi.pdf · cional para o compromisso, a hesitação, ... convidado tem a seu cargo

PPRRÉÉMMIIOOSS EE CCRRÍÍTTIICCAASS

PORTUGAL

ATADT – melhor texto 1978 – “D. João VI”

Diário de Notícias – 1 dos 10 melhores espectáculos da década 1970/80Um espectáculo inesquecível... Teatro que na sua concepção global resulta, como espec-táculo, numa pequena obra-prima do nosso teatro contemporâneo.Jorge Serrão – Jornal Novo

A História no palco... pormenores admiráveis de invenção e humor…Carlos Porto – D. de LisboaQue espantosa reconstituição histórica... que espantosa actualidade... que espantosainterpretação... que espantosa encenação...Raul Calado – Sete

“D. João VI” pela BARRACA, uma reconciliação com o Teatro.Manuela de Azevedo – D. de NotíciasUm belo exemplo do que é um teatro popular ou melhor, um belo exemplo daquiloque deve ser um teatro concebido para o povo.Tomás Ribas – A CapitalOs trabalhos da BARRACA constituem uma corrente estético-técnica, autónoma, suigeneris.Jorge Listopad – Expresso

ESPANHA

Sitges 78 prémio CAU FERRAT – melhor espectáculo “Zé do telhado” de HélderCosta, encenação de Augusto Boal.

Sitges 78 prémio SANTIAGO RUSIÑOL – melhor texto inédito “D. João VI”

Sitges 79 melhor actor – Mário Viegas em “D. João VI”

Este “Don João”, que obtuvo el pasado año el premio Santiago Rusiñol destinado altexto más importante, y que el próprio autor, Hélder Costa, há puesto en pie, viene aaportar una visión critica sobre un determinado momento de la Historia de Portugal.(…) Inteligente comedia, intencionado montage y excepcional labor interpretativadel grupo que si ya habia dejado constância de su trabajo en los años anteriores – “ABARRACA” há sido el único grupo invitado en Sitges en três años consecutivos –,ahora ha puesto la pica definitiva de su calidad.La Vanguardia, Barcelona, 1979

9

DomJoaoVI.qxp 17-10-2008 17:06 Page 9

Page 11: Um espectáculo inesquecível…Teatro que na sua ...loja.ispa.pt/sites/default/files/users/3/d-joao-vi.pdf · cional para o compromisso, a hesitação, ... convidado tem a seu cargo

10

BRASIL

Jornal do Brasil – 1 dos 10 melhores espectáculos de 1980

“D. João VI”, um momento perfeito de teatralidadeSabato Magaldi – Jornal da Tarde

“D. João VI”, uma verdadeira aula de teatro, divertindo e fazendo pensar, comdespojamento mas sem “pobreza”Cláudio Pucci – Folha de S. Paulo

DomJoaoVI.qxp 17-10-2008 17:06 Page 10

Page 12: Um espectáculo inesquecível…Teatro que na sua ...loja.ispa.pt/sites/default/files/users/3/d-joao-vi.pdf · cional para o compromisso, a hesitação, ... convidado tem a seu cargo

DD.. JJOOÃÃOO VVII Estreia em Maio de 1979 no Centro Cultural de S. Mamede/TeatroA BARRACA

FFIICCHHAA AARRTTÍÍSSTTIICCAA EE TTÉÉCCNNIICCAA

Texto e Encenação: Hélder Costa Guarda-roupa: Maria do Céu GuerraCenografia e Cartaz: Rui Pimentel Fotografias: Carlos Gil e Jorge BarrosColaboração musical: Luís Pedro Faro Luminotecnia: Paulo Graça

EELLEENNCCOO

António Cara d’Anjo Maria do Céu GuerraJoão Maria Pinto Mário ViegasJoão Soromenho Paula GuedesLuís Lello Paula SóManuel Marcelino Santos ManuelMargarida Carpinteiro

PPEERRSSOONNAAGGEENNSS

D. João VI José AnastácioArcebispo de Tessalônica João dos SantosD. Maria I Embaixador FrancêsConfessor D. José Embaixador InglêsCarlos IV AlferesD. Carlota Joaquina D. MiguelLuís Pinto D. PedroSeabra da Silva D. RodrigoPina Manique PalmelaAntônio Araújo Freire de CarvalhoDuque de Lafões Silvestre P. FerreiraFrancisco Lobato ConselheiroJunot Nobres, Aias, EmbaixadoresLaura Junot Deputados, Ministros, PadresJardineiro Médicos, Beatas, etc.

A peça “D. João VI” foi traduzida em castelhano e publicada no nº5 da revista “Pipirijaina” – ESPANHA

11

DomJoaoVI.qxp 17-10-2008 17:06 Page 11

Page 13: Um espectáculo inesquecível…Teatro que na sua ...loja.ispa.pt/sites/default/files/users/3/d-joao-vi.pdf · cional para o compromisso, a hesitação, ... convidado tem a seu cargo

DomJoaoVI.qxp 17-10-2008 17:06 Page 12

Page 14: Um espectáculo inesquecível…Teatro que na sua ...loja.ispa.pt/sites/default/files/users/3/d-joao-vi.pdf · cional para o compromisso, a hesitação, ... convidado tem a seu cargo

DD.. JJOOÃÃOO VVII

TEATRO

Prémio Santiago Rusiñol, Sitges, Barcelona, 1978Prémio ATADT, Portugal, 1978

Prémio Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 1980

DomJoaoVI.qxp 17-10-2008 17:06 Page 13

Page 15: Um espectáculo inesquecível…Teatro que na sua ...loja.ispa.pt/sites/default/files/users/3/d-joao-vi.pdf · cional para o compromisso, a hesitação, ... convidado tem a seu cargo

15

AACCTTOO II

01. D. João canta o canto-chão

02. D. Maria I, com o seu confessor

03. D. João e a mãe

04. D. João aprende uma parte da vida

05. Casamentos ibéricos

06. D. Carlota Joaquina com as suas damas de honor

07. Aula política (1791)

08. Confissão de D. Maria I

09. D. João é investido como administrador

10. O país a mando de D. João

11. A doença de D. Maria I

12. Luís Pinto de Sousa Coutinho

13. D. João VI em Mafra. Baptizado de D. Miguel (1802)

14. Chegada de Junot embaixador

15. Histórias de D. Carlota Joaquina

16. Conselho de ministros com o embaixador Inglês

17. A fuga

DomJoaoVI.qxp 17-10-2008 17:06 Page 15

Page 16: Um espectáculo inesquecível…Teatro que na sua ...loja.ispa.pt/sites/default/files/users/3/d-joao-vi.pdf · cional para o compromisso, a hesitação, ... convidado tem a seu cargo

HHÉÉLLDDEERR CCOOSSTTAA – Escritor, Dramaturgo, Encenador e Actor

Estudos de Direito em Lisboa e Coimbra.

Licenciatura da Faculdade de Letras / Institut d’Études Théatrales – Sorbonne, Paris.

Director do grupo de teatro A BARRACA (Lisboa, Portugal).

Participou no CITAC (Coimbra), e foi presidente do Cénico de Direito (duas menções honrosasno Festival Mundial de Teatro Universitário de Nancy – 1966/67).

Fundador do Teatro Operário de Paris (1970).

Assistente de encenação e co-autor com Luís de Lima e Luiz Francisco Rebello do 1º espectáculocriado a seguir ao 25 de Abril: “Liberdade, Liberdade” (1974).

Encenador no Grupo de Acção Teatral A BARRACA (Prémio Unesco 92), dirigiu vários espec-táculos em Espanha, Brasil, Dinamarca e Moçambique.

Dirigiu cursos e participou em congressos, festivais e filmagens em França, Suécia, Alemanha, Suíça,Holanda, Argentina, Cabo Verde, México, Bolívia, Chile, Inglaterra, Colômbia, Venezuela, E.U.A.,U.R.S.S., Bélgica, Itália, Macau, Cuba, Nicarágua, Uruguai e Azerbeijão.

TTEEXXTTOOSS OORRIIGGIINNAAIISS,, DDRRAAMMAATTUURRGGIIAASS,, TTRRAADDUUÇÇÕÕEESS

Mais de 30 peças editadas e montadas em vários grupos de cidades Portuguesas e outros países.

Algumas peças abordam situações e personagens da História e Cultura de Portugal (sem histori-cismo, e com a preocupação de se tirarem lições úteis para o presente).

Outras peças incidem, de forma absurda e satírica, sobre situações da política internacional contem-porânea e comportamentos individuais e colectivos.

PPEEÇÇAASS CCOOMM MMOONNTTAAGGEENNSS IINNTTEERRNNAACCIIOONNAAIISS

O Príncipe de Spandau – teve estreia mundial em Viena de Áustria e foi montado na Dinamarca,na Bolívia, em Madrid, Paris, Bruxelas, Noruega, Suécia, Roménia, Lisboa, Suiça e Londres. Estáem nova montagem na Suiça. Em fase de preparação na Grécia.

Zé do telhado (França, Canadá).

D. João VI (Centro Cultural do Banco do Brasil – RJ, Brasil).

Calamity Jane (Espanha, Dinamarca, México).

Mi Rival (Espanha).

O Incorruptível (França, Brasil, Espanha, Madrid – Teatro Español). Em fase de montagem naArgentina.

Marilyn, meu amor – preparação em Espanha, Argentina e Brasil.

117

DomJoaoVI.qxp 17-10-2008 17:07 Page 117

Page 17: Um espectáculo inesquecível…Teatro que na sua ...loja.ispa.pt/sites/default/files/users/3/d-joao-vi.pdf · cional para o compromisso, a hesitação, ... convidado tem a seu cargo

TTRRAADDUUÇÇÕÕEESS // EEDDIIÇÇÕÕEESS

El Principe de Spandau y otras piezas – castellano – Hiru Teatro.El incorruptible – castellano – Hiru teatro.O Príncipe de Spandau – traduzido em castelhano, catalão, francês, dinamarquês, inglês, alemão,romeno, grego, sueco e norueguês.Mi Rival – traduzido em castelhano e inglês.Parabéns a você – traduzido em castelhano e inglês.O Incorruptível – traduzido em castelhano e francês.Fernão, mentes? – traduzido em Italiano.D. João VI – traduzido em castelhano.Calamity Jane – traduzido em castelhano, catalão e dinamarquês.Sexo, nunca mais! – traduzido em Francês e Inglês.A Estátua de Saddam – traduzido em Inglês.

OOUUTTRRAASS OOBBRRAASS ((PPRROOSSAA))

O Incorruptível – ed. Caminho.Queres ser ministro? – ed. ASA.Conversas com gente famosa – ed. Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA).Ódio no palácio Real – ed. Campo das Letras.O Saudoso tempo do Fascismo – ed. Parvoíces.Além dos seus textos dirigiu Gil Vicente, Chiado, Dário Fo, Brecht, Mrozeck, Fassbinder, WoodyAllen, Lope de Vega, Ettore Scola, Ionesco, Molière, Eça de Queiroz, Cândido Pazó, Luís de SttauMonteiro, Augusto Boal, Murilo Dias César, entre outros.

PPRRÉÉMMIIOOSS

PPoorrttuuggaall –– TTeexxttooss ee eenncceennaaççããooTeve vários prémios de que se destacam: Grande Prémio de Teatro da RTP (“Damião de Góis”),Associação de Críticos (“É menino ou menina”), Casa da Imprensa (“Fernão Mentes?”), Associação 25de Abril, revistas “Sete”, “Mulheres”, “Nova gente” e vários Festivais de Teatro.

EEssppaannhhaaFestival de STIGES – Barcelona(“Zé do Telhado”, melhor espectáculo, e “D. João VI”, melhor texto).Associação de Actores e Directores da Catalunha (“Dancing”).Sevilha – EXPO 92 – Prémio Unesco.

CCoollôômmbbiiaaMelhor espectáculo, Fest. Internacional de Teatro – (“Dancing”).

MMééxxiiccoo1º Prémio do 1º Festival Internacional da Ciudad de México (“Dancing”).

VVeenneezzuueellaa“Fernão, mentes?” – melhor espectáculo, Festival Internacional de Teatro.

118

DomJoaoVI.qxp 17-10-2008 17:07 Page 118

Page 18: Um espectáculo inesquecível…Teatro que na sua ...loja.ispa.pt/sites/default/files/users/3/d-joao-vi.pdf · cional para o compromisso, a hesitação, ... convidado tem a seu cargo

BBrraassiill

Jornal do Brasil (D. João VI e Preto no Branco).Revista VEJA (Morte Acidental de um anarquista).

CCIINNEEMMAA

“Bom povo português” de Rui Simões, “Vidas” de Cunha Telles, “Saudades para D. Genciana” deEduardo Geada, onde além de actor foi co-argumentista (Prémio do Instituto Português de Cinema),“Love Actually” de Richard Curtis e “Absurdistan” de Veit Helmer.

TTEELLEEVVIISSÃÃOO

Em televisão foi autor dos textos e dirigiu “Entrevistas Históricas” dos programas “Tal e Qual” deJoaquim Letria, e “1,2,3” e “Ideias com História” de Carlos Cruz, e participou nas séries televisivas deJosé Carlos de Oliveira “O dragão de Fumo” (co-argumentista e actor) e “O Crime” (co-argumentistae actor), e foi protagonista do telefilme “Ici-peut-être” de Gerard Chouchan para a ORTF (Paris).

PPEEDDAAGGOOGGIIAA

Pertence ao corpo pedagógico da Escuela Internacional de Teatro da América Latina y Caribe.Ministrou cursos em Tlaxcala (México), Buenos Aires, Teatro San Martin (Argentina), Teatro CarlosGomes, Rio de Janeiro (Brasil).Santiago de Compostela, Cáceres, Mérida, Cadiz, Zaragoza, San Sebastien (Espanha).Nápoles (Itália), Maputo (Moçambique), etc.

OOBBRRAASS DDOO AAUUTTOORR ((PPUUBBLLIICCAADDAASS))

O incorruptível – ed. Caminho.Queres ser ministro? – ed. ASA.Conversas com gente famosa – ed. ISPA.Ódio no palácio real – ed. Campo das Letras.O saudoso tempo do fascismo – ed. Parvoíces

TTEEXXTTOOSS PPUUBBLLIICCAADDOOSS // TTEEAATTRROO

Liberdade, Liberdade (com Luis de Lima e Luiz Francisco Rebello) – Prelo, 1974.Histórias de fidalgotes e alcoviteiras, pastores e judeus, mareantes e outros tratantes, sem esquecer as mulherese amantes (dramaturgia sobre textos de Gil Vicente e Ruzante) – Coop. de Acção Cultural (GAC), 1976.O Congresso dos Pides e um Inquérito (inseridos na obra colectiva Ao qu’isto chegou!) Estampa, 1977e em “Dramaturgia de Abril” – SPA, 1999.A camisa vermelha – Centelha, 1977.3 histórias do dia a dia (O jogo da bola, A sorte grande, A vaca prometida) – SPA, 1977.Zé do Telhado – Centelha, 1978.D. João VI – Centelha, 1979.Um homem é um homem – Damião de Góis – Centelha 1979.Teatro Operário (estudo teórico e textos colectivos do Teatro Operário de Paris) – Centelha, 1980.É menino ou menina? – Didáctica Editora, 1980.

119

DomJoaoVI.qxp 17-10-2008 17:07 Page 119

Page 19: Um espectáculo inesquecível…Teatro que na sua ...loja.ispa.pt/sites/default/files/users/3/d-joao-vi.pdf · cional para o compromisso, a hesitação, ... convidado tem a seu cargo

Preto no Branco (adaptação de Morte acidental de um Anarquista, de Dario Fo) – A Barraca, 1980.Fernão, Mentes? – A Barraca,1981.A viagem – Camões, poeta prático – Centelha, 1982.Uma floresta de enganos – A Barraca, 1991.O Príncipe de Spandau, Mi Rival, Parabéns a Você – SPA, 1997.Marylin Meu Amor – Colibri, 1997.O mistério da camioneta fantasma – Colibri, 2001.A Farsa (adapt. da obra de Raul Brandão, workshop na Biblioteca Raul Brandão, Guimarães) –Biblioteca Raul Brandão, 2002.O Incorruptível (1 actor, 1 actriz) – A Barraca, 2003.Os Renascentistas – ISPA, 2004.Bushlândia (Sexo, nunca mais!, A estátua de Saddam, Rato Mickey) – Parvoíces, 2004.4 Comédias em 1 Acto (A Borbulha, Que bom cu que ele tem, A Pessimista, As aventuras do meninoPaulinho) – Parvoíces, 2006.Obviamente demito-o! – ISPA, 2008.D. João VI – ISPA, 2008.

TTEEXXTTOOSS NNÃÃOO PPUUBBLLIICCAADDOOSS // TTEEAATTRROO

António Aleixo-este livro que vos deixo, 1977.Santo operário, 1982.Um dia na capital do Império (sobre o Chiado), 1983.Viva a Republica, 1986.Pata de Leão, 1986.Calamity Jane, 1986.O Diabinho da mão furada, 1987.O Baile, 1988.Dancing, 1988.O Azeite, 1989.Pimenta, cravo e canela, 1990.Cartas de amor, 1991.A balada da margem sul, 1994.O abrigo, 1995.Viva la vida!, 1996.Gulliver, 1996.Queres ser ministro?, 1996.A Barca do Mundo, 1998.Abril em Portugal, 1999.Lampião encontra Zé do Telhado, 2003.Encontro de Poetas, 2004.Foral de Vila Nova de Famalicão – 800 Anos, 2005.

120

DomJoaoVI.qxp 17-10-2008 17:07 Page 120

Page 20: Um espectáculo inesquecível…Teatro que na sua ...loja.ispa.pt/sites/default/files/users/3/d-joao-vi.pdf · cional para o compromisso, a hesitação, ... convidado tem a seu cargo

Um espectáculo inesquecível…Teatro que na sua concepção global resulta, como espectáculo, numa pequena obra-prima do nosso teatro contemporâneo

Jorge Serrão –Jornal Novo, Lisboa, Portugal

Este “Don João”, que obtuvo el pasado año el premio Santiago Rusiñol destinado al texto más importante, y que el próprio autor, Hélder Costa, há puesto en pie, viene a aportar

una visión critica sobre un determinado momento de la Historia de Portugal.(…) Inteligente comedia, intencionado montage y excepcional labor interpretativa del

grupo que si ya habia dejado constância de su trabajo en los años anteriores – “A BARRACA” há sido el único grupo invitado en Sitges en três años consecutivos –, ahora

ha puesto la pica definitiva de su calidad.La Vanguardia, Barcelona, Espanha, 1979

Hélder Costa, attraverso i suoi testi dove prevale una visione “assurda del mondo”, oltrepassa la tragedia com l'utilizzo della parodia.

L'opus teatrale di A BARRACA é una costante ricerca verso l'essenza dell'uomo, é un viaggio verso la sua origine e la sua memoria, origine storica e memoria storica.

Stefania Pizzamiglio, tese Doutoramento, Un. Veneza, Itália, 2004

“D. João VI”, um momento perfeito de teatralidadeSabato Magaldi – Jornal da Tarde, S. Paulo, Brasil

“D. João VI”, um exemplo de drama moderno: Sintetismo da linguagem dramática e economia da exposição temporal na representação ficcional.

Hélder Costa estabelece uma ressonância direta com Roland Barthes, posto que a sua concepção histórica não exclui a contrariedade (...)Jorge Valentim, UFScar, S. Paulo, Brasil, 2008