um clipe ao vivo

1
Jornal do Comércio - Porto Alegre 8 MÚSICA Quarta e quinta-feira, 1 e 2 de fevereiro de 2012 LANÇAMENTOS DVD CD l Produzido de forma independente, China teve todo o tempo que precisou para trabalhar no novo álbum. Enquanto em outros trabalhos o processo de gravação e produção levou poucos meses, no Moto Contínuo foi mais lento, demorando um ano para deixar o disco pronto. Sem banda fixa, China decidiu convidar um grupo para tocar em cada música para não ter formato específico. Segundo o músico, este é seu CD mais pop. Trama. l Quando lê um artigo que a leva a acreditar que vai ficar sozinha para sempre, Ally Darling começa uma busca insana pelo melhor “ex” da sua vida em Qual seu número?. Contudo, a busca para reencontrar seus antigos namorados sai bem diferente do que ela imaginou e é divertida: de um ventríloquo que é mais irreal do que seu boneco a um ginecologista com uma memória para “locais específicos”. Mas apesar de tudo, Ally pode acabar encontrando o homem de seus sonhos. FOX. l A minissérie Chico Xavier conta com cerca de uma hora a mais do que o conteúdo editado para o longa- metragem. Além das gravações, dirigidas por Daniel Filho, os DVDs apresentam um conteúdo especial sobre Chico Xavier e psicografia, uma entrevista com o diretor, a leitura de uma carta psicografada com a voz de Paulo Goulart e uma mensagem de Chico lida pela equipe e elenco. Sony Pictures. l Em agosto de 2005, R$ 164 milhões foram roubados do Banco Central em Fortaleza, Ceará. Sem dar um único tiro, os bandidos entraram e saíram por um túnel de 84 metros, carregando três toneladas de dinheiro. Foi o segundo maior assalto a banco do mundo. Um dos crimes mais sofisticados e bem planejados de que já se teve notícia no Brasil. Quem eram essas pessoas? E o que aconteceu com elas depois? São as perguntas que o filme Assalto ao banco central responde. FOX. l O show Cristo Redentor 80 anos ao vivo no Aterro do Flamengo, no Rio, reuniu nomes como Zeca Pagodinho, Beth Carvalho e Arlindo Cruz. No repertório visto por mais de 50 mil pessoas, há clássicos como Garota de Ipanema e Aquarela do Brasil . Além dos artistas da música popular brasileira, a apresentação contou com as participações da norte-americana Stacey Kent, de um coral de 800 vozes e do padre Omar Raposo, reitor da Igreja Nossa Senhora da Aparecida, localizada aos pés do Cristo Redentor. EMI. Vencedor do Pulitzer de ficção e do National Book Critics Circle Award, de Londres, o livro A visita cruel do tempo (336 págs., R$ 29,00) ganha versão nacional pela editora Intrínseca. Além da obra física, a narrativa também tem lançamento em e-book (R$ 19,90). Escrita pela jornalista Jennifer Egan, reconhecida diversas vezes por seu trabalho de não ficção, a trama acompanha as histórias de diferentes pessoas em momentos distintos de suas vidas. Dentre os personagens estão Sasha, uma jovem cleptomaníaca de passado desregrado; Bennie, um executivo da indús- tria fonográfica que toma seu café misturado a flocos de ouro; Jules Jones, um repórter de celebridades preso por atacar uma entrevista- da; e Lou, um produtor musical viciado em cocaína. A obra foi desenvolvi- da a mão por Egan, em uma tentativa de deixar sua intuição guiá-la e de não ficar presa às facilidades da edição no computador. Se depen- der da HBO, os lapsos temporais criados pela autora terão ainda mais sucesso: a produtora está realizando uma série baseada no livro. Mariana Amaro, especial JC Bolhas de sabão, grupos sentados em roda em cima de toalhas laranja. enquanto ao lado pessoas com roupas coloridas dançam alegremente em um bosque. Parece um clipe de música indie, mas essa era a imagem que o Meca Festival proporcionou àqueles que, no sábado passado, chegaram à fazenda isolada na estrada RS-407, onde a trilha sonora cumpriu seu dever com louvor. A porto-alegrense Wannabe Jalva abriu o palco para os shows, perto das 18h, quando o público ainda chegava ao local. Poucos dançavam e muitos preferiram curtir o som senta- dos perto do palco. O alto astral ficou por conta do produtor da banda que, fantasiado de coe- lho, arriscou passos de dança - no mínimo curiosos -, no palco. Após a apresentação (morna) da Penguin Prison, os america- nos do The Rapture dominaram o palco e levantaram a galera. A banda foi a única que levou para o Meca guitarras pesadas em músicas como In the grace of your love e Echoes, trilha de abertura do seriado inglês Misfits. Na sequência, Mayer Hawthorne surgiu trajando um terno branco e, de cara, saudou o público com “love, peace and soul”. Simpático, pediu a parti- cipação dos fãs nas dançantes Long time e No strings attached e, a cada três músicas, declara- va, erroneamente, seu amor a Porto Alegre, enquanto o público avisava: estavam em Xangri-Lá. A última banda a balançar o Litoral foi a paulista Cansei de ser Sexy que, após a meia- -noite, fez todo mundo cantar os hits Alala, Music is my hot hot sex e Hits me like a rock. Luísa Lovefoxxx, em performance inspirada, citou Xuxa, pediu um cinto emprestado a um fã (que devolveu depois) e arrancou risadas do público ao anunciar que a sua última passagem pelo Rio Grande do Sul teria sido em “uma gruta, pintada de azul por fora”. Os fãs da batida eletrônica fecharam as portas da Fazenda do Pontal curtindo as discotecagens de Breakbot e The Twelves até as 4h. Enquanto isso, os desertores lutavam para encontrar seus veículos na escu- ridão do estacionamento, que só contava com iluminação nas pri- meiras fileiras. Alipas, a organi- zação do evento - muito eficiente ao administrar as apresenta- ções musicais -, esqueceu-se de planejar as outras necessidades do público. A falta de sinalização adequada no acesso à fazenda e dentro da pista dificultou a vida de quem passou mais de dez horas em função do agito. O bá- sico, como alimentação, trans- formou-se em dor de cabeça. A tenda de comida não conseguiu acompanhar a demanda após as 23h e registrou filas de mais de 50 minutos para aquisição de uma empanada - única opção de comida salgada no evento. O Meca mostrou que é sim, um evento para celebrar a boa música indie, mas esqueceu que um festival com cinco mil pessoas precisa de, no mínimo, uma estrutura adequada para que o público possa acompa- nhar o ritmo das bandas sem preocupações. Um clipe ao vivo na praia Sobre o tempo e sonhos LITERATURA Livro vencedor do Pulitzer ganha edição brasileira INTRÍNSECA/DIVULGAÇÃO/JC RODRIGO ESPER/DIVULGAÇÃO/JC Coelho animou a apresentação da Wannabe Jalva

Upload: mariana-amaro

Post on 15-Mar-2016

218 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Matéria sobre o Meca Festival publicada no Caderno Panorama do Jornal do Comércio - Porto Alegre.

TRANSCRIPT

Page 1: Um clipe ao vivo

Jornal do Comércio - Porto Alegre8

MÚSICA

Quarta e quinta-feira, 1 e 2 de fevereiro de 2012

LANÇAMENTOS

DVD

CD

l Produzido de forma independente, China teve todo o tempo que precisou para trabalhar no novo álbum. Enquanto em outros trabalhos o processo de gravação e produção levou poucos meses, no Moto Contínuo foi mais lento, demorando um ano para deixar o disco pronto. Sem banda fixa, China decidiu convidar um grupo para tocar em cada música para não ter formato específico. Segundo o músico, este é seu CD mais pop. Trama.

l Quando lê um artigo que a leva a acreditar que vai ficar sozinha para

sempre, Ally Darling começa uma busca insana pelo melhor “ex” da sua vida em

Qual seu número?. Contudo, a busca para reencontrar seus antigos namorados

sai bem diferente do que ela imaginou e é divertida: de um ventríloquo que

é mais irreal do que seu boneco a um ginecologista com uma memória para

“locais específicos”. Mas apesar de tudo, Ally pode acabar encontrando o homem

de seus sonhos. FOX.

l A minissérie Chico Xavier conta com cerca de uma hora a mais do que o conteúdo editado para o longa-metragem. Além das gravações, dirigidas por Daniel Filho, os DVDs apresentam um conteúdo especial sobre Chico Xavier e psicografia, uma entrevista com o diretor, a leitura de uma carta psicografada com a voz de Paulo Goulart e uma mensagem de Chico lida pela equipe e elenco. Sony Pictures.

l Em agosto de 2005, R$ 164 milhões foram roubados do Banco Central em

Fortaleza, Ceará. Sem dar um único tiro, os bandidos entraram e saíram por um

túnel de 84 metros, carregando três toneladas de dinheiro. Foi o segundo

maior assalto a banco do mundo. Um dos crimes mais sofisticados e bem planejados de que já se teve notícia no Brasil. Quem

eram essas pessoas? E o que aconteceu com elas depois? São as perguntas

que o filme Assalto ao banco central responde. FOX.

l O show Cristo Redentor 80 anos ao vivo no Aterro do Flamengo, no Rio, reuniu nomes como Zeca Pagodinho, Beth Carvalho e Arlindo Cruz. No repertório visto por mais de 50 mil pessoas, há clássicos como Garota de Ipanema e Aquarela do Brasil. Além dos artistas da música popular brasileira, a apresentação contou com as participações da norte-americana Stacey Kent, de um coral de 800 vozes e do padre Omar Raposo, reitor da Igreja Nossa Senhora da Aparecida, localizada aos pés do Cristo Redentor. EMI.

Vencedor do Pulitzer de ficção e do National Book Critics Circle Award, de Londres, o livro A visita cruel do tempo (336 págs., R$ 29,00) ganha versão nacional pela editora Intrínseca. Além da obra física, a narrativa também tem lançamento em e-book (R$ 19,90).

Escrita pela jornalista Jennifer Egan, reconhecida diversas vezes por seu trabalho de não ficção, a trama acompanha as histórias de diferentes pessoas em momentos distintos de suas vidas. Dentre os personagens estão Sasha, uma jovem cleptomaníaca de passado desregrado; Bennie, um executivo da indús-tria fonográfica que toma seu café misturado a flocos de ouro; Jules Jones, um repórter de

celebridades preso por atacar uma entrevista-da; e Lou, um produtor musical viciado em cocaína.

A obra foi desenvolvi-da a mão por Egan, em uma tentativa de deixar sua intuição guiá-la e de não ficar presa às facilidades da edição no computador. Se depen-der da HBO, os lapsos temporais criados pela autora terão ainda mais sucesso: a produtora está realizando uma série baseada no livro.

Mariana Amaro, especial JC

Bolhas de sabão, grupos sentados em roda em cima de toalhas laranja. enquanto ao lado pessoas com roupas coloridas dançam alegremente em um bosque. Parece um clipe de música indie, mas essa era a imagem que o Meca Festival proporcionou àqueles que, no sábado passado, chegaram à fazenda isolada na estrada RS-407, onde a trilha sonora cumpriu seu dever com louvor.

A porto-alegrense Wannabe Jalva abriu o palco para os shows, perto das 18h, quando o público ainda chegava ao local. Poucos dançavam e muitos preferiram curtir o som senta-dos perto do palco. O alto astral ficou por conta do produtor da banda que, fantasiado de coe-lho, arriscou passos de dança - no mínimo curiosos -, no palco.

Após a apresentação (morna) da Penguin Prison, os america-nos do The Rapture dominaram o palco e levantaram a galera. A banda foi a única que levou para o Meca guitarras pesadas

em músicas como In the grace of your love e Echoes, trilha de abertura do seriado inglês Misfits. Na sequência, Mayer Hawthorne surgiu trajando um terno branco e, de cara, saudou o público com “love, peace and soul”. Simpático, pediu a parti-cipação dos fãs nas dançantes Long time e No strings attached e, a cada três músicas, declara-va, erroneamente, seu amor a Porto Alegre, enquanto o público avisava: estavam em Xangri-Lá.

A última banda a balançar o Litoral foi a paulista Cansei de ser Sexy que, após a meia--noite, fez todo mundo cantar os hits Alala, Music is my hot hot sex e Hits me like a rock. Luísa Lovefoxxx, em performance inspirada, citou Xuxa, pediu um cinto emprestado a um fã (que devolveu depois) e arrancou risadas do público ao anunciar que a sua última passagem pelo Rio Grande do Sul teria sido em “uma gruta, pintada de azul por fora”. Os fãs da batida eletrônica fecharam as portas da Fazenda do Pontal curtindo as discotecagens de Breakbot e The

Twelves até as 4h. Enquanto isso, os desertores lutavam para encontrar seus veículos na escu-ridão do estacionamento, que só contava com iluminação nas pri-meiras fileiras. Alipas, a organi-zação do evento - muito eficiente ao administrar as apresenta-ções musicais -, esqueceu-se de planejar as outras necessidades do público. A falta de sinalização adequada no acesso à fazenda e dentro da pista dificultou a vida de quem passou mais de dez horas em função do agito. O bá-sico, como alimentação, trans-formou-se em dor de cabeça. A tenda de comida não conseguiu acompanhar a demanda após as 23h e registrou filas de mais de 50 minutos para aquisição de uma empanada - única opção de comida salgada no evento.

O Meca mostrou que é sim, um evento para celebrar a boa música indie, mas esqueceu que um festival com cinco mil pessoas precisa de, no mínimo, uma estrutura adequada para que o público possa acompa-nhar o ritmo das bandas sem preocupações.

Um clipe ao vivo na praia

Sobre o tempo e sonhosLITERATURA

Livro vencedor do Pulitzer ganha edição brasileira

INT

RÍN

SE

CA

/DIV

ULG

ÃO

/JC

RODRIGO ESPER/DIVULGAÇÃO/JC

Coelho animou a apresentação da Wannabe Jalva