um click no celular: um toque na poesia · imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a...
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UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA
Izadora de Souza Brugnago1
Martha Ribeiro Parahyba2
RESUMO: O celular pode ter despertado curiosidade em muitas pessoas há tempos atrás, hoje o que muda são os modelos e a utilidade, ele já não é mais uma novidade e podemos dizer que é uma necessidade, que faz parte do cotidiano de milhões de brasileiros. Diante das evoluções tecnológicas, faz-se necessário que a escola acompanhe essa evolução para que o educando sinta-se mais motivado para frequentar as aulas e para que o professor esteja atualizado com o mundo virtual. À vista disso, a implementação pedagógica teve como objetivo desenvolver atividades didáticas relacionadas à poesia com o uso do celular em sala de aula, com alunos matriculados no nono ano, do Colégio Estadual Carlos Drummond de Andrade, em Foz do Iguaçu (PR). A fim de atender ao objetivo, a metodologia aplicada foi de natureza bibliográfica exploratória e aplicada, a fim de coletar informação sobre o uso do celular em sala de aula; pesquisar aspectos introdutórios de noções de poesia que pudessem auxiliar os alunos a compreenderem as poesias a serem examinadas, e depois proporcionar condições para que pudessem produzir suas próprias experiências poéticas; pesquisar aspectos biográficos sobre os poetas brasileiros; e, por fim, aplicar os conhecimentos aprendidos em apresentação pública. Vários foram os estudiosos que nortearam a pesquisa, com destaque para Huidobro (1991), Paz (1996), Tedesco (2016). O resultado alcançado foi a organização de um evento – Sarau Tecnológico -, em que planejamento e organização foram realizados pelos alunos, com apresentação das poesias, que ao longo do projeto foram produzidas por eles mesmos. Palavras-chave: Tecnologia em sala de aula. Poesia. Celular.
1 – Introdução
1 Izadora de Souza Farias. Professora Licenciada em Letras Português – 40h., NRE – Foz do Iguaçu. 2Orientadora. Professora Doutora. Unioeste, campus – Foz do Iguaçu.
Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem.
Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito distante
do aluno, mas vivi a uma experiência que mudou minha forma de pensar.
Assisti a um sarau literário apresentado em outra escola, o encantamento foi
imediato, porque vi os alunos apresentando poemas, com entusiasmo para
uma plateia emocionada. E por muitos anos “sonhei” em realizar algo parecido
no colégio em que trabalho – Colégio Estadual Carlos Drummond de Andrade.
Para que esse “sonho” se tornasse realidade, participei da seleção do
PDE com um projeto de implementação que tivesse como objeto o estudo da
poesia em sala de aula com o uso do celular como instrumento de pesquisa
bibliográfica, para em seguida aplicar o conhecimento aprendido em uma
apresentação pública.
Aliar o celular como um instrumento de pesquisa na sala de aula, para
promover uma mudança na visão de que o celular só serve para mandar
mensagens, ouvir música na sala de aula, e muitas vezes, atrapalhar o
andamento da aula (como ainda pensa alguns professores, alunos e pais),
implica abrir caminhos de aprendizagem aliando os recursos tecnológicos que
as escolas já dispõem e muitos alunos possuem para uso privado.
Propor o exame da poesia em sala de aula tendo como recurso o uso do
celular pressupõe pensar a questão norteadora deste trabalho: É possível usar
o celular como recurso tecnológico para pesquisa de poesia em sala de aula?
A certeza de que o uso da tecnologia desperta o interesse dos alunos,
acarretou novas indagações: a) quais poetas podem atrair atenção do aluno?;
quais estão com acervo disponível na internet?; b) como organizar a atividade
de modo a contemplar a norma interna da escola, que proíbe o uso do celular
em sala de aula?; como organizar o sarau dos meus sonhos?
Diante disso, o objetivo geral deste trabalho consiste em descrever as
atividades propostas para atender ao projeto de implementação pedagógica
PDE e, principalmente, as ações que culminaram no sonhado “sarau
tecnológico”. E como objetivos específicos, destacam-se: a) elaborar uma
documentação que esclarecesse a todos os envolvidos no processo (Direção
da Escola, Pais, Coordenação Pedagógica, Professores, Alunos, Funcionários)
acerca do uso do celular na sala de aula; b) identificar poetas e poemas a
serem pesquisados; c) examinar os poemas selecionados de acordo com
alguns princípios básicos de teoria da poesia; d) discutir alguns textos que
trataram de uso do celular em sala de aula; e) planejar o sarau tecnológico.
Para as informações básicas sobre a teoria da poesia, os estudos de
poesias e haicais, foram essenciais para os alunos observarem o estilo de cada
poeta, os aspectos formais da composição e para o debate sobre o uso do
celular. Os textos dos poetas serviram de embasamento para que os alunos
produzissem o seu próprio texto para serem examinados para as
apresentações do “sarau”. Para o desenvolvimento da pesquisa bibliográfica,
os poetas selecionados foram Mário Quintana, Ferreira Gullar, José Paulo
Paes, Paulo Leminsky, Martha Medeiros , Helena Kolody, Alice Ruiz e Cora
Coralina.
Embasados nas pesquisas sobre esses poetas, os alunos puderam fazer
suas próprias poesias, declamá-las em sala de aula, e com o celular, fazer
pesquisas, ouvir suas declamações que eram gravadas e fazer as correções
necessárias.
Assim, o aluno teve papel ativo no processo de ensino e aprendizagem,
desenvolvendo todas as habilidades de leitura, escrita, audição e oralidade, em
um espetáculo como o “sarau tecnológico”, em que mostrou a emoção e
orgulho de cada um.
2 - O celular e a poesia na sala de aula
A poesia
Realizar um trabalho valorizando a realidade do aluno torna-se mais
fascinante para seus participantes e faz com que professores, alunos e toda a
comunidade escolar sintam-se parte dos acontecimentos da escola. Escrever
poesia não é uma tarefa muita fácil, mas pode vir a ser, quando pode
aproximar o aluno de seu mundo e de seu “eu”. Grandes poetas desafiaram a
linguagem e as regras, para fazer isso, Carlos Drummond de Andrade, Mario
de Andrade, Oswaldo de Andrade e Manuel Bandeira. Com uma poesia
simples, com traços do povo brasileiro, de seus costumes, crenças e cotidiano.
A poesia é um gênero textual aberto, rico, para expressar emoções. Em
um mundo praticamente dominado por “máquinas”, os alunos escrever sua
própria poesia, materializá-la em versos, permitir o transbordamento da
sensibilidade, do pensamento, da criatividade através das palavras é motivo de
grande emoção para o professor. Falar em poesia é fazer com que o aluno
tenha outra visão deste gênero, e aprenda, aos poucos, juntar palavras e
sentimentos, percebendo como as palavras poéticas podem expressar as
marcas da alma. A poesia dá asas a liberdade de escrever, e dá oportunidade
de escrever sem medo e com emoção sobre as coisas mais corriqueiras,
aproximando a arte poética do cotidiano de cada um, revelando novas
possibilidades de ver o mundo.
Lima 3 (2012) acredita que a poesia é capaz de transformar a
humanidade, os valores e o homem propriamente dito. Para o autor, a poesia
faz parte do cotidiano, da vida do sujeito e é passível de transformações ao
longo do tempo. Para esse mesmo autor, a poesia é algo muito natural,
incomparável e inexplicável, é uma forma muito além da linguagem e do
próprio conhecimento humano, pois é a maneira mais fácil de comunicar de
mostrar seus sentimentos.
Segundo Huidobro (1921, p.213), o poeta faz mudar de vida as coisas
da natureza, “recolhe com sua rede tudo aquilo que se move no caos do
inominado, estende fios elétricos entre as palavras e ilumina subitamente
rincões desconhecidos, e todo esse mundo estoura em fantasmas
inesperados.” Ele acredita que a poesia nasce no momento menos esperado
porque ela é espontânea, natural do sujeito, um acontecimento inexplicável e
inédito.
Paz (1966, p. 36) explica ainda que o modernismo abriu um espaço
entre a prosa e o verso, nos monólogos e nas conversações, abrindo caminhos
para dentro de si mesmo. Para ele “A poesia moderna de nossa língua é mais
um exemplo das relações entre prosa e verso, ritmo e metro”.
A poesia segundo Staiger (1969, p. 51):
Precisa, todavia, ser apreensível e confortar o leitor com a ideia
de que sua alma é mais rica do que ele mesmo supusera até
então. A poesia lírica tem, portanto, que satisfazer exigências
antagônicas. Por outro lado, leitores experientes consideram
quase tudo que lhes mostram ruim. Quando surpreendem uma
3 Revista Ícone Revista de Divulgação Científica em Língua Portuguesa, Linguística e Literatura Volume 09 – Janeiro de 2012 – ISSN 1982-7717. Disponível em Downloads/5071-17209-1-PB.pdf. Acesso em 29/06/2016.
boa poesia tem vontade de gritar: “milagre, milagre!”. Muito justo,
pois qualquer verso lírico autêntico que se sustenta por milênios
é um milagre inexplicável. Qualquer sentido de comunidade, de
verdade fundamentada, de força persuasiva ou de evidência,
escapa-lhe. É o que há de mais privado, e de mais peculiar
sobre o tema. E, contudo, consegue unir os ouvintes mais
intimamente que qualquer outra palavra.
Cândido (1995, p. 242) diz que leitura é um “desvendar de mundos, que
aguça o leitor, mexe com sua vontade interna, pela ficcionalidade e [...]
ninguém pode passar vinte quatro horas sem mergulhar no universo da ficção e
da poesia”. Desta forma, o ser humano necessita deste universo em sua vida,
de ficção e de poesia. Vários autores defendem a necessidade do ensino de
poesia na escola,
Segundo Barros (2010, p. 21),
Muitos professores não vêm na poesia nenhuma contribuição
para o aprendizado dos alunos, até mesmo por pensarem que
leitura de poesia é para pessoas letradas, com conhecimento
suficiente para interpretar. De certa forma, é verdade. Agora,
isso não os isenta da responsabilidade de ler e motivar os alunos
a lerem para obter bagagem suficiente para compreender um
texto literário.
De acordo com o autor é assim que a poesia tem sido vista nas escolas
por seus professores, não sabendo estes que a poesia faz parte do homem e
da sua formação pessoal, que ela ajuda a transformar o caráter humano. A
poesia é capaz de comover, de despertar emoções, de enlevar. Aqueles que
escrevem poesias dispõem de recursos diversos, haja vista que na linguagem
não há limites nem objeções e causam profundo impacto nos leitores-alunos.
Segundo Fleck (2003, P. 56):
Cabe ao professor à responsabilidade de despertar em seus
alunos uma atitude positiva em relação à poesia, e como não se
pode transmitir o que não se sente, o professor também deve
transmitir ao aluno seu sentimento verdadeiro pela poesia, sua
capacidade de sentir e compreender a intenção da poesia como
um sentimento verdadeiro.
Com essa citação, fica claro que os professores são mediadores do
conhecimento, fazendo-o acontecer de formas diferentes que leve o aluno a
pensar e agir dentro do contexto escolar, viajando no mundo tecnológico e das
fantasias, uma combinação perfeita para as aulas de língua portuguesa. No
contexto escolar, o trabalho desenvolvido com a poesia aliada à tecnologia e as
facilidades que os recursos tecnológicos oferecem, atende duas importantes
necessidades do aluno: uma delas, usar o celular como ferramenta
pedagógica, e sentir a evolução do ambiente escolar; a outra, escrever o que
sente, falar de si com as produções de poesias.
Sendo assim, o sentimento, o querer, o despertar emoções, são poesias,
escritas, cantadas, desenhadas e por fim encantadas. Desta forma, vale refletir
sobre o que Paz (1982, p.15) afirma:
A poesia é conhecimento, salvação, poder, abandono. Operação
capaz de transformar o mundo, a atividade poética é
revolucionária por natureza; exercício espiritual, é um método de
libertação interior. A poesia revela este mundo; cria outro. Pão
dos eleitos; alimento maldito. Isola; une. Convite à viagem;
regresso à terra natal. Inspiração, respiração, exercício
muscular. Súplica ao vazio, diálogo com a ausência, é
alimentada pelo tédio, pela angústia e pelo desespero. (PAZ,
1982, p. 15).
A poesia é capaz de modificar o indivíduo, de libertar suas ações,
inclusive no espaço escolar. Para tanto, é imprescindível, escrever poesia,
compartilhar em sala de aula, fazer desta atividade de criatividade, inspiração,
emoção, um exercício de liberdade intelectual, para que o aluno coloque suas
ideias, observe e examine as concordâncias e contradição entre colegas, e
assim crescer intelectual e espiritualmente.
Diante disse, torna-se indispensável uma reflexão sobre a abordagem da
poesia em sala de aula e compete à escola propiciar esse espaço de
conhecimento, auxiliando o aluno a aprofundar a relação afetiva e intelectual
com as obras, a fim de poder construir, progressivamente sua história de leitor
e poeta, desenvolvendo autonomia face ao conhecimento.
O celular
A invenção do telefone celular ocorreu em 1947 pelo laboratório Bell,
nos Estados Unidos. A partir de 1947 não havia muitos recursos de
comunicação, mas, para eles, era desenvolvido um sistema telefônico de alta
capacidade, interligado por várias antenas. Cada uma delas era considerada
uma célula, e por isso o nome de celular4. Os aparelhos eram pesados,
pesavam aproximadamente um quilo. Porém, com os celulares mesmo sem
tantos recursos como nos dias de hoje conseguia fazer a comunicação entre
pessoas da mesma cidade5.
Com a evolução tecnológica, o celular tornou-se digital, ou seja, com
mais recursos tecnológicos e seguros para o usuário. O celular analógico, com
a transmissão limitada, por meio de um rádio, enquanto o digital, é um aparelho
de comunicação por ondas eletromagnéticas possibilitando que a
comunicação ultrapasse além das cidades, surgindo então as mensagens de
texto e de voz e agora o viciante WhatsApp.
A telefonia celular foi introduzida “de fato” no Brasil apenas em 1984. A
primeira rede de telefonia celular do Brasil foi lançada pela TELERJ, na cidade
do Rio de Janeiro em 1990, seguida da cidade de Salvador.
Segundo a União Internacional das Telecomunicações, o Brasil é sexto
maior mercado do mundo em telefonia celular e atualmente, são 202,94
milhões de aparelhos em uso no Brasil, sendo assim o quarto país que mais
utiliza telefones celulares no mundo (perde apenas para China, Índia e Estados
Unidos).
Segundo Nicolaci-da-Costa6 (2004), a sociedade passa por uma
transformação tecnológica que pode possibilitar mudanças no comportamento
das pessoas. Para a autora, o uso do celular evolui muito e independe de sexo
ou profissão. Em sua pesquisa com jovens entre 18 e 25 anos, 14 mulheres e
seis homens, constata-se que o sexo feminino usa mais o celular que o sexo
masculino. Entre os adolescentes, por exemplo, as meninas usam mais porque
enviam mensagens para as amigas a todo momento e os meninos ficam mais
interessados em jogos.
Outro fato curioso aponta a autora, na sua pesquisa, é que os celulares
se tornaram companheiros, onde quer que a pessoa vá, leva seu celular
consigo. Principalmente porque ele se tornou mais íntimo e privativo. Os
4 Disponível em www.tecmundo.com.br/celular/75617-incrivel-surpreendentemente-longa-historia-telefones-celulares.htm acesso 20/10/2017 5 http://www.logicengenharia.com.br/mcamara/alunos/GSM&GPRS.pdf 6 Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/ptp/v20n2/a09v20n2.pdf acesso 13 de maio de 2016.
celulares possibilitam que as pessoas no meio da noite se comuniquem,
assistam a um filme, ouçam músicas etc., e quando se tem a necessidade de
estar “sozinho” fisicamente, a pessoa procura um determinado lugar, mais
reservado, onde o companheiro permitido é somente o celular. Com o celular
desligado os jovens se sentem fora do mundo, isolados. Com tantos recursos,
as pessoas estão sentindo cada vez mais a necessidade de ficar “conectados”
e informados o que caracteriza uma mudança social e comportamental.
A verdade é que o celular é um objeto encantador que fascina as
pessoas com tudo o que tem para oferecer, a praticidade dos recursos
tecnológicos, passa ser essenciais e cada dia mais comum na sociedade em
geral, e claro, o ambiente escolar não poderá ficar de fora dessa nova “era” e
deixar de propiciar ao educando um conhecimento facilitador que melhore a
qualidade da aprendizagem,
Uma perspectiva mais pedagógica, a centralidade do conhecimento também inspirou inicialmente algumas posturas otimistas sobre o futuro da sociedade, já que a ideia segundo a qual o desenvolvimento cognitivo tem alguma influência nas condutas e no comportamento das pessoas esteve sempre na base das propostas de mudança social. Ensinar a pensar bem, a pensar melhor, estava associado geralmente à ideia de formar um ser mais “humano”. As últimas versões deste enfoque provêm de pensadores vinculados ao desenvolvimento de enfoques interdisciplinares que permitam compreender adequadamente a complexidade dos fenômenos. O suposto básico deste enfoque é que as pessoas capazes de compreender a complexidade atuariam de maneira mais responsável e consciente. (TEDESCO, 2004, p. 2)
Percebe-se que o ambiente escolar é o lugar que o educando passa
uma parte considerada do seu tempo e não podemos deixar de levar esse fato
em consideração quando planejamos ações para desenvolver com eles
durante o ano letivo. Por este motivo, acredita-se que o professor é a peça
fundamental na elaboração de ações que faça a escola ser realmente viva.
Sabemos que não tem receita pronta, mas enquanto educadores também
sabemos que devemos ir além do livro didático, do quadro e giz, hoje, há
milhares de recursos e situações que pode oferecer uma aprendizagem mais
significativa.
A linguagem da escola para lidar com as novas tecnologias parece ser a do desconhecimento, traduzido em um processo de regulação que se desdobra na dificuldade de incorporar ao cotidiano escolar o uso das novas tecnologias, lidando com elas sempre na chave da proibição. Para os entrevistados isso ocorre devido ao choque de gerações. Professores e diretores pertencem a gerações que não veem no computador e na internet uma ferramenta central para a relação com o mundo (TORRES et al., 2013, p. 103).
E é exatamente, nessa resistência de mudança, de “medo” do novo que
não se pode deixar os obstáculos vencer, é o momento certo para utilizar os
recursos tecnológicos com responsabilidade e criatividade e neste caso, o
celular pode ser um aliado para a aprendizagem, pois ele estará trabalhando
com o interesse do educando.
Tudo que é novidade e desperta novas sensações, desperta o interesse,
isso também ocorre nas salas de aulas, e é inegável, que nos dias atuais, o
celular é uma ferramenta pedagógica presente nas salas de aulas, muitas
vezes, mais que o livro didático e que o professor pode utilizar-se desse fato
para que a aprendizagem aconteça utilizando diversos recursos disponíveis
nos aparelhos celulares.
O professor também necessita de atualização permanente, buscar sempre informações, saber o que está acontecendo, estar consciente da relação entre os diferentes saberes. Saber somente sobre a sua área de atuação não é mais suficiente para atender as necessidades dos alunos. Isto não quer dizer que o professor precise saber tudo, mas sim, saber o que o aluno quer conhecer. O processo educativo precisa estar vinculado ao contexto social, em que o sujeito - aluno - está inserido. Isso irá implicar em conhecer e usar instrumentação eletrônica, bem como outros recursos pedagógicos. (ANTONIO, 2010, S.P.)
Para Souza (2013) em seu artigo “Uso do celular em sala de aula:
otimizando práticas de leitura e estudo dos gêneros textuais”, 7a necessidade
dos professores se aperfeiçoarem é cada vez maior, pois as habilidades dos
alunos em manusearem o celular é impressionante, e tornou-se uma realidade
que tem que estar inserida no contexto escolar, também como uma ferramenta
motivadora de aprendizagem.
7Disponível em
http://www.ileel.ufu.br/anaisdosilel/wp-content/uploads/2014/04/silel2013_1925. Acesso em 16/06/2016
Lembrando que na definição de Kenki (2003), tecnologia é a junção de
conhecimentos e princípios da ciência que se destinam ao planejamento,
construção e utilização de um dispositivo, fazendo-se então necessário lembrar
que o giz, o lápis, o quadro negro, são também dispositivos tecnológicos. Na
verdade, é uma junção de materiais que possibilitam além da aprendizagem o
enriquecimento das aulas, a nova realidade social, propõe uma nova escola,
que motive e desafie professor e aluno.
Despertar a curiosidade no aluno, de maneira que ele busque novos
caminhos, novas alternativas e consequentemente resultados renovadores,
esse é um bom motivo para aceitar, de vez, que a tecnologia na atualidade é
um recurso pedagógico importantíssimos para o uso diário do professor. Para
Moran (2000), o professor que motiva, aguça a curiosidade, é a chave de tudo:
Alunos curiosos e motivados facilitam enormemente o processo, estimulam as melhores qualidades do professor, tornam-se interlocutores lúcidos e parceiros de caminhada do professor-educador. Alunos motivados aprendem e ensinam, avançam mais, ajudam o professor a ajudá-los melhor. (MORAN, 2000, p.17-18).
Segundo a explicação de Moran, o professor tem que ser o mediador do
conhecimento e o pesquisador das inovações, ampliando as oportunidades no
ensino aprendizagem qualitativas e não quantitativo. É evidente que as
tecnologias facilitam o aprendizado, motivam e confirmam que o celular faz
parte da vida do aluno, assim como a caneta, o caderno.
Entre os objetos de estudo, pode-se incluir o celular como parte deste
material do aluno e trabalhar com a realidade que ele vive.
3 – Metodologia
A metodologia para o desenvolvimento da atividade pedagógica com
alunos do 9º ano do Colégio Estadual Carlos Drummond de Andrade, com
carga horária de 32 horas/aula, em 5 unidades, foi dividida em três fases. A
fase inicial tratou da organização dos documentos necessários à permissão do
uso do celular em sala de aula, pois, de acordo com o regulamento interno do
colégio, é vedado o uso do celular no interior da escola, portanto a Direção do
colégio e os pais precisaram autorizar, por meio de documento assinado o seu
uso assim como o acesso à internet.
A fase posterior, ou média, mais intensa e longa, em virtude de tratar-se
da implementação do projeto PDE propriamente dita, desenvolveu-se com
pesquisa e seleção dos poetas a serem analisados. Durante a realização das
atividades, os alunos se reuniram várias vezes para ler poesias, entender e
relacionar a poesia com o que poderia ser uma possibilidade de interpretação e
uma possibilidade de criação. As atividades, de pesquisa, seleção, leitura,
análise, síntese e produção textual foram registradas em fotos, vídeos e em
relatos com o objetivo de apresentá-los no “sarau”.
É inegável que a poesia está em todos os lugares, nos olhares das
pessoas, nas atitudes, no cotidiano, mesmo estando no século XXI, em que a
tecnologia é muito valorizada pelos jovens, que querem estar “conectados” no
wifi e whatsapp. Por este motivo, a pesquisa, seleção e análise das poesias por
meio do uso de celular foi realizada com o planejamento de etapas e
procedimentos de avaliação, de modo a planejar também organização do
“sarau”
Por fim, a etapa final culminou como “sarau”, realizado no dia 07 de
Julho8, na quadra esportiva do Colégio Estadual Carlos Drummond. Após a
correção e elaboração definitiva dos poemas, o “sarau” aconteceu durante o
período noturno com a participação de convidados, professores, funcionários e
alunos de outras turmas.
Para apresentação do sarau, pais, professores, a direção do colégio,
todos os envolvidos no processo receberam cadernos confeccionado em EVA,
com as poesias produzidas e selecionadas pelos próprios alunos para a
apresentação (em anexo), a fim de que pudessem acompanhar as
apresentações e guardar como recordação um significativo momento, que
ficará na memória de todos os envolvidos. Ao final do evento foi oferecido aos
convidados e alunos um coquetel, obtido por meio das doações da
comunidade.
8 Ano de 2017.
4 – Discussão: GTR
O Grupo de Trabalho em Rede (GTR) foi uma experiência inovadora,
que propiciou uma troca de experiência com outros professores e acrescentou
informações importantes para a realização deste trabalho. O GTR foi realizado
de abril a junho, divididos em três módulos, de doze fóruns de discussão: o
primeiro módulo, de apresentação, cada professor cursista fez uma breve
apresentação do seu local de trabalho e suas expectativas sobre o curso; o
segundo módulo, abriu a discussão sobre a aplicação de implementação
pedagógica na sua escola de autuação; e o terceiro e último módulo, de
avaliação do projeto e sugestões sobre o item do projeto que poderia ser
utilizado no seu local de trabalho e o porquê de sua resposta.
O meu grupo constituiu-se de vinte professores: um professor da cidade
de Toledo e 19 professoras de língua de portuguesa; uma de Cascavel, seis de
Foz do Iguaçu, uma de Pato Branco, uma de Francisco Beltrão, uma de Campo
Mourão, uma de Ponta Grossa, uma de Cornélio Procópio, cinco de Curitiba e
uma de Ubiratã, núcleo da cidade de Goioerê.
O grupo de professores não tinha um horário específico para participar
dos fóruns, mas havia um prazo estabelecido para cumprir as tarefas no
momento mais oportuno. Este mesmo grupo encerrou as atividades propostas
no dia vinte e dois de junho com dezoito professores concluintes, duas das
professoras, um Cascavel e outra de Campo Mourão, não realizaram as
atividades propostas em nenhum dos módulos, por esse motivo foram
consideradas não concluintes.
Foi um grupo participativo, pontual, interessado pelo trabalho e que
ofereceu contribuições relevantes. Dois fatos curiosos chamaram atenção
neste grupo, duas das professoras, uma de Curitiba e outra de Pato Branco,
além de professoras de português, eram também professoras de História e
Matemática.
Um grupo formado por professores experientes, com mais de 10 anos de
experiências, pois, quatorze deles é concluinte do PDE e seis professores (três
de Foz do Iguaçu, uma de Ponta Grossa, uma de Cascavel e duas de Curitiba),
que não passaram pela experiência do PDE, mas oportunizou uma discussão
mais calorosa, com várias sugestões desafiadoras para trabalhar com o celular
em sala de aula.
Pelas discussões foi possível perceber que alguns professores ainda
resistem a aceitar o celular como uma ferramenta pedagógica. O uso da
tecnologia tão próxima do aluno foi considerado viável para a prática em sala
de aula devido à facilidade de acesso para as pesquisas dos poetas,
declamações e ensaios. Mesmo com as dificuldades de acesso, alguns
professores acreditaram que isso não impede de se renovar, de criar
possibilidades e que os obstáculos existiram sempre, porém, não devemos
deixar de fora do espaço escolar o uso dos recursos tecnológicos.
Como observam-se nos comentários da professora R.G.B de Curitiba,
que apoio o uso do celular em sala de aula:
Realmente o planejamento de nossas praticas são necessárias, costumo a falar que no planejamento temos que ver como iremos direcionar nosso trabalho bem como possíveis erros que poderão surgir pelo caminho e tem os que terem jogo de cintura e outra carta na manga para sanar o corrido. Mas que o celular veio só a acrescentar com certeza. (R.G.B., Curitiba, 2017).
Sobre a necessidade do uso do celular, uma das professoras escreveu
que é um momento apropriado para o uso do celular nas salas de aulas,
porque não devemos deixar de propiciar ao aluno a evolução do mundo, a
tecnologia está no seu dia a dia, na sua realidade, independente da situação
econômica:
Precisamos buscar estratégias e alternativas que motivem os alunos ao aprendizado. (M.C.D.A, Pato Branco).
O uso do celular precisa ser inserido em nossas aulas, porém, ainda é desafiador conseguir monitorar o bom uso (I.G, Foz do Iguaçu, 2017).
Sobre o desenvolvimento da implementação pedagógica, com uso do celular
os professores assim se manifestaram:
Este uso foi muito interessante e contribuiu para o nosso aperfeiçoamento em busca de alternativas possíveis de utilização desta ferramenta tão importante. Não é mesmo? (M.S. L, Foz do Iguaçu).
Olá! O celular vem de encontro para melhoria e adaptações de nossa praticas pedagógicas, isso faz com que nosso trabalho cada vez mais fique com modificações pedagógicas que enriquecem nosso trabalho.” (R.G.B. B, do Núcleo de Cascavel).
Por outro lado, houve professores que consideraram a proposta inviável,
devido às dificuldades de acesso que supostamente encontraria e da
indisciplina do aluno:
Os alunos não têm maturidade para trabalhar com celular em sala de aula, as aulas vão virar uma bagunça”. (N.S. R, Toledo).
Imagina? Vão pegar o celular do outro, vai dar a maior confusão com pais... de jeito nenhum. Não estamos preparados para isso. (V.C. M, Foz do Iguaçu).
Olá, colega! O que percebi na maior parte das escolas que trabalhei, foi a falta de conhecimento, por parte de alguns professores, sobre a utilização de celulares e tablets. Então, o uso do celular tornou-se motivo de indisciplina. Objeto visto como o responsável pela falta de interesse dos alunos. Mas, na verdade, acredito que seja a falta de uma metodologia de ensino que torne as aulas mais dinâmicas. ’ (G.M.C, Pato Branco).
Com essa internet que nunca funciona, será um verdadeiro caos. (M.S, Curitiba, 2017). Devemos lembrar que esse trabalho deve ser realizado com um acordo entre
professor e aluno, estabelecer regras para o uso do celular, para que o resultado seja positivo.
Para encerrar as observações sobre o GTR é preciso assinalar que
houve momentos em que deu vontade de desistir, a impressão de que as
discussões não estavam apresentando os resultados esperados, e que não
valeria a pena continuar com o trabalho. Uma sensação de vazio, de estar
navegando contra a maré, de que o desânimo de alguns professores que não
concordavam com o uso do celular em sala de aula estava tomando conta de
mim e de que tanto o projeto como o sarau seriam uma loucura e não dariam
certo. Porém, a atitude positiva dos alunos e a colaboração da professora
orientadora do projeto me convenceram a ideia de que a combinação de poesia
com celular, em um “sarau” era uma boa ideia.
5 – Considerações Finais
Com o propósito de realizar um “sarau” amparado sobretudo no uso do
celular como recurso tecnológico que permitisse coleta de informações sobre
poetas e poesias, o trabalho teve como objetivos específicos o
desenvolvimento de atividades que pudessem culminar na realização do
evento, o que aconteceu no Colégio estadual Carlos Drummond de Andrade,
em uma turma que intitulo aqui “maravilhosa”, o 9º ano C, turma de 2017.
As pesquisas de poetas, de suas biografias, de suas poesias, das
características temáticas e formais buscaram cumprir os objetivos
estabelecidos. No caso desta implementação, não só constituir um corpus de
poesias que servisse como um ‘modelo’ para orientar a produção escrita dos
alunos, mas também aprender a usar o celular como instrumento de pesquisa
para aprendizagem em sala de aula.
Durante as aulas, devido à dificuldade de acesso à internet, devido à
impossibilidade de alguns colegas estarem com um celular, devido ao manejo
inadequado do aparelho, foi possível perceber que as ações dos alunos
revelaram significativo avanço em relação à socialização e compartilhamento
de informações entre os grupos.
Por outro lado, sabia-se, desde o início, que trabalhar com tecnologia,
em especial com o celular, em sala de aula não seria uma tarefa fácil. A
pergunta que surgiu latente no comportamento e nas falas de diversos
professores – “O celular é uma ferramenta pedagógica de apoio ao professor?”
– mostrou-se ao longo da implementação, mesmo com os diversos problemas
com a navegação via internet, vazia de sentido, porque cada poesia produzida,
cada pesquisa realizada com sucesso no celular, durante a aula, era
imediatamente seguida de comentários de entusiasmo, de surpresa, e,
sobretudo, de novas tentativas de busca, com novas possibilidades criativas e
com alegria de quem estava fazendo descobertas de aprendizagem
significativa.
Os alunos aprenderam/ensinaram muitos recursos de utilização com o
celular (filmar, fotografar, usar wifi, drive, pesquisar, comunicar), e perceberam
que aprendizagem se constrói o tempo todo, quando se tem interesse. Apesar
de estarmos em um mundo cada vez mais tecnológico, precisamos de
criatividade, e criatividade é a essência da poesia. Desta forma, a poesia é
essencial para fazer com que as pessoas se aproximem mais, porque além de
escrever, declamar, interpretar, é capaz de transmitir sentimentos que podem
tocar o coração do outro.
Assim, objetivo principal foi alcançado, porque os alunos perderam o
“medo” de escrever, de falar e, também, de usar o celular para pesquisar sobre
poesia, na hora certa e de maneira certa. Cada poesia produzida revelou um
pouco da vida de cada um deles e tornou a aprendizagem significativa para
eles e para mim. É gratificante quando o aluno lhe pede para ler, para
declamar...
O livro de poesia confeccionado pelos alunos foi a lembrança mais
bonita que ficou, (o arquivo do livro de poesia encontra-se na biblioteca do
Colégio Carlos Drummond de Andrade e cada aluno levou o seu livro para
casa). Depois dos acontecimentos do sarau, pudemos debater sobre as
poesias em sala de aula novamente, ver os vídeos que foram feitos durante a
realização do trabalho e dar muita risada de tudo. O importante foi a satisfação
que todos sentiram em mostrar o trabalho para a comunidade escolar, e
acreditar que quando queremos podemos.
Senti a motivação da comunidade escolar, dos alunos e da equipe
diretiva para levar na vida profissional de que vale a pena arriscar. Acredito que
a partir deste momento, usarei ainda mais o celular em sala de aula, porque foi
uma atividade que fez com que os alunos se interessassem mais pelas aulas e
por si próprios.
Para encerrar, não imaginei que haveria tanta repercussão, que uma
simples metodologia envolvendo o uso do celular, fizesse despertar tanto
interesse nos alunos de forma respeitosa e consciente.
6 - Referências Bibliográficas
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Foto 1- Confecção do livro de poesia dos alunos Fonte: Celular da autora.
Foto 2- Confecção do livro de poesia dos alunos Fonte: Celular da autora.
Foto 3- Confecção do livro de poesia dos alunos Fonte: Celular da autora.
Colégio Estadual Carlos Drummond de
Andrade- Ensino Fundamental e Médio.
Ilusão? Minha vida é uma ilusão Onde o mar fez uma canção. Ondas vão ondas vem. Meu amor por você não tem. As pessoas vão as pessoas vem Os carros vão e vem, Você foi e eu fiquei sem ninguém, Você voltou e eu fiquei bem. Eu sonho ser feliz, Onde o mundo só me fez cicatriz. Cheiro de morte espalhada no ar, O amor verdadeiro veio me buscar. Minha vida é igual a o universo Cheio de mistérios, Cheio de descobertas, Mas nunca saberei a verdadeira criação. Guilherme Ramos / 9ºC Poesia escolhida pela turma e representada por Guilherme Ramos no dia 07/07/2017 no Sarau Tecnológico.
Foto 4- Confecção do livro de poesia dos alunos Fonte: Celular da autora.
Foto 5- Organização da quadra para apresentação do Sarau tecnológico em 07/07/2017. Colégio Estadual Carlos Drummond de Andrade-Foz do Iguaçu/PR. Fonte: Celular da autora.
Foto 6- Organização da quadra para apresentação do Sarau tecnológico em 07/07/2017. Colégio Estadual Carlos Drummond de Andrade-Foz do Iguaçu/PR. Fonte: Celular da autora
Foto 7- Organização da quadra para apresentação do Sarau tecnológico em 07/07/2017. Colégio Estadual Carlos Drummond de Andrade-Foz do Iguaçu/PR. Fonte: Celular da autora