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UFRRJ INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA DISSERTAÇÃO Efeito de Diferentes Níveis de Polpa Cítrica na Qualidade da Silagem do Capim Andropogon (Andropogon gayanus Kunth. cv. Planaltina) Pré-Emurchecido Everton da Silva Mattos 2003

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UFRRJ

INSTITUTO DE ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

DISSERTAÇÃO

Efeito de Diferentes Níveis de Polpa Cítrica na Qualidade da

Silagem do Capim Andropogon (Andropogon gayanus Kunth.

cv. Planaltina) Pré-Emurchecido

Everton da Silva Mattos

2003

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

EFEITO DE DIFERENTES NÍVEIS DE POLPA CÍTRICA NA QUALIDADE DA SILAGEM DO CAPIM ANDROPOGON (Andropogon

gayanus Kunth. Cv. Planaltina) PRÉ-EMURCHECIDO

EVERTON DA SILVA MATTOS

Sob a orientação do professor Nelson Jorge Moraes Matos

e Co-orientação dos professores

Antonio Pedro Muniz Malafaia João Carlos de Carvalho

Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciências no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Área de Concentração em Produção Animal.

Seropédica, RJ Fevereiro de 2003

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

EVERTON DA SILVA MATTOS Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciências no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Área de Concentração em Produção Animal. DISSERTAÇÃO APROVADA EM 28/02/2003.

____________________________________________________

Nelson Jorge Moraes Matos. Dr. UFRRJ (Orientador)

____________________________________________________ Julio César de Carvalho Balieiro. Dr. FEOB-SP

____________________________________________________ Heloisa Carneiro. Dra. EMBRAPA

AGRADECIMENTOS

Tão importante quanto à realização de um bom trabalho é reconhecer que sozinho todo caminho é mais árduo, e todo sucesso só se torna gratificante quando temos com quem dividir a nossa felicidade. Assim, aproveito este momento para externar o mais sincero e justo agradecimento a instituições e pessoas, que de variadas formas contribuíram para a realização deste trabalho. Sou grato à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, que me liberou de parte de minhas obrigações como servidor público, para treinamento em nível de Mestrado, e por ser também a instituição que me qualificou. À Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro – FAPERJ, pelo apoio financeiro ao projeto de pesquisa. Ao professor Nelson Jorge Moraes Matos, por ter confiança em me orientar. A ele sou especialmente grato pelo ensinamento, orientação e companheirismo, fruto de nossa eterna amizade. Ao professor Edinaldo da Silva Bezerra, pela imprescindível participação, tanto no apoio científico devido a sua enorme capacidade intelectual, como no apoio moral nos momentos mais difíceis. Ao professor Júlio César de Carvalho Balieiro, pela presteza e valoroso auxílio na análise estatística, além de outras sugestões de grande valor.

Ao professor José Paulo de Oliveira, pelas importantes sugestões incorporadas neste trabalho. À doutora Heloisa Carneiro, pela gentileza no atendimento ao nosso convite para participação na banca avaliadora, e nas valorosas sugestões implementadas neste trabalho. Aos alunos e bolsistas de nossa “equipe”: Luciana, Murilo, Claudia, Alda, Marco Aurélio, Raquel, Nívea, Ana Carolina e Janaína pela dedicação, empenho e amizade, durante as diferentes fases deste trabalho. Aos funcionários Marcos, Emanuel e Evandro do Laboratório de Bromatologia do DNAP/IZ. Aos funcionários Décio e Raul do Setor de Caprinocultura, pela dedicação, entusiasmo, empenho, responsabilidade e companheirismo em toda a fase experimental. Aos funcionários Guilherme e Frank, pela amizade e apoio em momentos importantes. Meu eterno agradecimento ao funcionário José Ricardo “Tinho”, que alem de ser meu melhor amigo, foi uma pessoa fundamental em todo desenvolvimento do equipamento para confecção da silagem. À amiga Janaína, pela amizade e apoio na fase final deste trabalho. À amiga Luciana, minha eterna gratidão por tudo o que fez de você meu braço direito nesta importante etapa da minha vida. A sua dedicação, não só despertou em mim uma sincera e eterna amizade, como também o reconhecimento de sua capacidade de realização, o que irá fazer com que seja solicitada para engrandecer outros trabalhos nesta instituição de ensino. Aos professores de graduação e de pós-graduação do Instituto de Zootecnia, tantas vezes prestativos e atenciosos. A todos os funcionários do Instituto de Zootecnia, meu sincero agradecimento.

À minha filha Kaíza, que é a minha razão de viver, a qual devo eterna gratidão e desculpas pelos momentos de ausência que a árdua tarefa em alguns momentos assim exigiu. Ao meu pai Isaac, e aos meus irmãos Doalcei, Alex e Elizete, por todo o incentivo, confiança e ajuda na execução deste trabalho. À minha mãe Hilda, “in memorian”, pelo que sou e pelo amor que sempre me dedicou. A Deus que sempre me deu força para a realização de todos os meus sonhos.

À minha adorável esposa, Jeovana, pelo apoio tão necessário nos momentos mais difíceis. À minha filha, Kaíza, razão de todo meu esforço.

BIOGRAFIA

EVERTON DA SILVA MATTOS, filho de Isaac da Silva Mattos e Hilda Marques de Mattos, nasceu em 24 de maio de 1966, na cidade de Rio de Janeiro-RJ. Fez o curso de Técnico em Agropecuária no Colégio Técnico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e o de Zootecnia na mesma universidade, tendo concluído a graduação em 1997. Em dezembro de 1991, prestou concurso público para servidor técnico administrativo, onde ao longo de 11 anos ocupou os cargos de chefia do Setor de Bovino de Leite, de Caprinocultura e de Gado de Corte da Fazenda do Instituto de Zootecnia da UFRRJ. Atualmente ocupa o cargo de coordenador da Fazenda do Instituto de Zootecnia, acumulando a chefia do Setor de Gado de Leite. Em 2000, iniciou o Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, em nível de Mestrado, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica-RJ, obtendo o título de Mestre em Zootecnia em fevereiro de 2003.

RESUMO

MATTOS, Everton da Silva. Efeito de diferentes níveis de polpa cítrica na qualidade da silagem do capim andropogon (Andropogon gayanus Kunth. cv. planaltina) pré-emurchecido. 2003. 46p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia). Instituto de Zootecnia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2003.

Este experimento teve como objetivo avaliar, por meio de um ensaio em quadrado latino, os efeitos da adição de níveis crescentes de polpa cítrica (PC) sobre a qualidade da silagem do capim andropogon (Andropogon gayanus Kunth. Cv. Planaltina) pré-emurchecido. Foram utilizados cinco ovinos machos da raça Santa Inês, castrados e alojados em baias individuais, onde receberam as seguintes dietas experimentais: 0 (T1), 15 (T2), 20 (T3), 25 (T4) e 30% (T5) de PC. A determinação dos coeficientes de digestibilidade aparente dos nutrientes foi feita pelo método coleta total de fezes. O consumo voluntário foi medido em cada período de adaptação, onde dietas experimentais foram oferecidas ad libitum. Os resultados mostraram que a adição de PC promoveu um aumento linear da matéria seca (MS) (P<0,05). Entretanto, foi observado um efeito (P<0,05) linear negativo com a inclusão de PC, com relação à proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), hemicelulose (HC), celulose (CEL), lignina (LIG) e matéria mineral (MM). Para os valores de pH, nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA) e nitrogênio amoniacal (N-NH3), foram observados efeitos quadráticos (P<0,05) com a inclusão de PC, ou seja, maiores participações de PC elevaram o pH, NIDA e N-NH3. Entretanto, todas as silagens apresentaram valores de pH, NIDA e N-NH3 característico de processo fermentativo adequado. Foi observado um efeito quadrático (P<0,05) sobre os coeficientes de digestibilidade da MS e PB, onde uma maior participação de PC contribuiu para o aumento da digestibilidade, e linear negativo para os coeficientes de digestibilidade da FDN, FDA, HC e CEL, onde o aumento da inclusão de PC contribuiu para queda nos valores de digestibilidade. Em relação ao consumo, observou-se um comportamento linear positivo da MS e PB, e quadrático para FDN, mostrando um aumento no consumo com a inclusão de PC, onde os níveis de 15% aquele que apresentou maior consumo desta fração. A inclusão de PC elevou o valor nutritivo da silagem principalmente com relação ao aumento da digestibilidade da MS, porém altas inclusões afetaram a digestibilidade da fração fibrosa. A participação de PC aumentou a qualidade da silagem principalmente com relação ao consumo de MS, o que demonstra não ter afetando o processo fermentativo. Palavras chave: Digestibilidade. Consumo. Ovino

ABSTRACT

MATTOS, Everton da Silva. Effect of diferent levels of citric pulp in the quality of andropogon grass silage (Andropogon gayanus Kunth. cv. Planaltina) pre wilted. Seropédica: 2003. 46p. Dissertation (Master Science in Animal Science). Instituto de Zootecnia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2003.

This experiment was conducted to evaluate, by means of an attempt in latin square, the effects of the addition of increasing levels of citric pulp (CP) about the quality of andropogon grass silage (Andropogon gayanus Kunth. Cv. Planaltina) prewilted. Five sheeps of Santa Inês breed were used, castred and camped in individual stalls, where they received the following experimental diets: 0 (T1), 15 (T2), 20 (T3), 25 (T4) end 30% (T5) of CP. The determination of the coefficients of apparent digestibility of the nutrients was accomplished through the method of total dregs collection. The voluntary consumption was measured in each adaptation period, where experimental diets were offered ad libitum. The results showed that the addition of CP promoted a lineal increase of the dry matter (DM) (P<0,05). However, a negative lineal effect (P<0,05) was observed with thr inclusion of CP, in relation to crude protein (CP), neutral detergent fiber (NDF), acid detergent fiber (ADF), hemicellulose (HC), cellulose (CEL), lignin (LIG) and mineral matter (MM). For the pH values, insoluble nitrogen in acid detergent (INAD) and ammoniacal nitrogen (N-NH3), quadratic effect (P<0,05) with the inclusion of CP were observed, it means that, greater CP participations raise the pH, INAD and N-NH3. However every silages shouved values of pH, INAD and N-NH3 which characterized an appropriate fermentative process. A quadratic effect (P<0,05) was observed about the digestibility coefficients of DM and CP, where a greater CP participation contributed for the increase of the digestibility, and negative lineal for the digestibility coefficients of the NDF, ADF, HC end CEL, where the increase of CP inclusion contributed for the digestibility values falling. In relation to the consumption, a positive lineal behavior of DM and CP, and quadratic for NDF was observed showing an increase in consumption, a CP inclusion, where the levels that presents the major consumption in this fraction is the levels of 15%. The CP inclusion raises the nutritive value of silage especially in relation to the DM digestibility increase, however higher inclusions affected the fiber fraction digestibility. The CP participation increases the silage quality especially wilth relation to the consumption of DM, which shows that it didn`t affect the fermentative process. Key words: Digestibility, Consumption, Sheep

LISTA DE QUADROS

1. Composição percentual média da matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), celulose (CEL), hemicelulose (HC), lignina (LIG) e matéria mineral (MM), dos ingredientes das silagens .........................................................................................................................

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2. Composição percentual média da matéria seca (MS), da proteína bruta (PB), da fibra em detergente neutro (FDN), da fibra em detergente ácido (FDA), da hemicelulose (HC), da celulose (CEL), da lignina (LIG) e da matéria mineral (MM) das silagens e suas respectivas equações de regressão .................................................

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3. Valores médios de pH, da relação percentual do N-NH3/Ntotal e do NIDA das silagens e suas respectivas equações de regressão .......................................................

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4. Coeficiente de digestibilidade da matéria seca (CDMS), da proteína bruta (CDPB), da fibra em detergente neutro (CDFDN), da fibra em detergente ácido (CDFDA), da hemicelulose (CDHC), da celulose (CDCEL) das silagens e suas respectivas equações de regressão...................................................................................................

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5. Consumo voluntário médio diário de matéria seca (MS), de proteína bruta (PB), de fibra em detergente neutro (FDN) das silagens e suas respectivas equações de regressão .......................................................................................................................

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LISTA DE FIGURAS Figura 1. Capim andropogon picado sendo emurchecido ao sol .................................. 12Figura 2. Equipamento para confecção das silagens ..................................................... 13Figura 3. Processo de remoção do ar da massa na ensilagem ....................................... 14Figura 4. Remoção do material ensilado da forma ....................................................... 14Figura 5. Coleta total de fezes ....................................................................................... 15

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 01 2 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................

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2.1 Silagem ........................................................................................................................ 03 2.1.1 Características fermentativas .................................................................................... 03 2.1.2 Fatores que influenciam a qualidade da silagem ...................................................... 04 2.2 Características das Plantas Forrageiras Tropicais ........................................................ 07 2.3 Capim Andropogon ...................................................................................................... 08 2.4 Uso de Aditivos e Inoculantes na Silagem de Plantas de Clima Tropical.................... 08 3 MATERIAL E MÉTODOS .........................................................................................

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3.1 Local e Instalações ....................................................................................................... 12 3.2 Animais ........................................................................................................................ 12 3.3 Composição da Dieta e Manejo Alimentar .................................................................. 12 3.4 Confecção da Silagem .................................................................................................. 12 3.5 Coeficiente de Digestibilidade ..................................................................................... 14 3.6 Procedimentos Laboratoriais ....................................................................................... 15 3.7 Delineamento Experimental e Análises Estatísticas .................................................... 16 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................

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4.1 Valor Nutritivo ............................................................................................................. 18 4.2 Características Fermentativas ...................................................................................... 21 4.3 Coeficiente de Digestibilidade ..................................................................................... 23 4.4 Consumo Voluntário .................................................................................................... 25 5 CONCLUSÕES .............................................................................................................

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................

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7 ANEXO ..........................................................................................................................

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1 INTRODUÇÃO

O Brasil possui o terceiro maior rebanho bovino mundial, com aproximadamente 160 milhões de cabeças, e aproximadamente 22,5 milhões de caprinos e ovinos, sendo 37% desse total composto de caprinos e o restante de ovinos. Entretanto, os índices de produtividade situam-se em níveis muito baixos. Dentre as várias causas para a obtenção de baixos índices zootécnicos, o item alimentação é o fator que mais exerce influência sobre o desempenho dos animais e no custo final da produção de leite e de carne. A distribuição sazonal da produção forrageira é responsabilizada por grande parte das dificuldades encontradas pelos criadores na exploração pecuária, gerando insuficiência quantitativa e qualitativa de forragens, tornando-se necessária à suplementação alimentar energética e protéica, o que aumenta os custos de produção. Deste modo, tornam-se importantes pela necessidade de redução de custo, que no estabelecimento de um programa de alimentação, sejam utilizadas forragens na forma “in-natura”, ou conservadas na maior quantidade e qualidade possível para o equilíbrio nutricional do animal. O armazenamento de forragens de boa qualidade pela técnica de ensilagem durante o período das chuvas para sua posterior utilização durante o período da seca, constitui-se em uma das alternativas para aumentar a eficiência produtiva dos rebanhos. O capim andropogon (Andropogon gayanus, Kunth, variedade bisquamulatus, cultivar Planaltina), é uma gramínea forrageira perene, originária da África tropical. Encontra-se amplamente distribuídos nos cerrados tropicais e em regiões onde a estação seca prolongada, bem como solos ácidos com baixa fertilidade impedem de certa forma, a implantação de cultivares mais exigentes. As forrageiras tropicais, normalmente possuem elevados teores de fibra e baixo de carboidratos solúveis, que refletem negativamente na sua digestibilidade, e da mesma forma, na digestibilidade da silagem. Geralmente o processo de conservação através da ensilagem, afeta mais o consumo do que a digestibilidade da forragem, onde os subprodutos da fermentação no silo correlacionam-se negativamente com o consumo de silagem (VILELA, 1998). O consumo de forragem, principalmente aquelas conservadas na forma de silagens, está mais relacionada à qualidade fermentativa, do que propriamente o valor nutritivo. Assim como a maioria das forrageiras tropicais, o capim andropogon possui baixo potencial para a sua conservação na forma de silagem, principalmente devido ao baixo teor de matéria seca e de carboidratos solúveis, o que dificulta a utilização desta técnica, bem como o seu máximo aproveitamento. O pré-emurchecimento da forrageira, tem como objetivo principal, elevar o teor de matéria seca. No capim-elefante, o pré-emurchecimento antes da ensilagem tem tornado a fermentação mais eficaz, embora o mesmo não permita a obtenção de material com 30 a 35% de matéria seca, níveis estes, considerados ideais para a confecção de boa silagem. A polpa cítrica é um valioso subproduto do suco de laranja concentrado, composto pelo bagaço, casca e sementes. Segundo a ABECitrus (2002), o Brasil tornou-se a partir da década de 80 o maior produtor mundial de laranja, concentrando-se no Estado de São Paulo 98% da produção. Do ponto de vista nutricional, a polpa cítrica e um suplemento altamente energético, com composição semelhante ao milho. A polpa cítrica tem sido usada como aditivo seco na ensilagem de forragens deficientes neste quesito e, por se tratar de um

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alimento concentrado energético, serve também como fonte de carboidratos solúveis, em torno de 25% na matéria seca, tão necessários ao processo fermentativo. Entretanto, sua utilização esbarra na questão custo-benefício, visto que seu uso onera o produto final. Esse estudo teve como objetivo, avaliar o efeito de diferentes níveis de polpa cítrica na qualidade da silagem do capim andropogon pré-emurchecido.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

A distribuição da produção forrageira nos trópicos é estacional, uma vez que, ao longo do ano, existem períodos favoráveis e desfavoráveis ao crescimento das forrageiras. Esta oscilação tem efeitos sobre a produção animal, sobretudo em sistema onde a forragem se constitui no principal alimento. Para minimizar estes efeitos, várias técnicas são utilizadas com o objetivo de conservar a forragem para o período de escassez, dentre elas a ensilagem, que pode ser definida como sendo uma técnica utilizada para conservar as forragens por meio de fermentação anaeróbica, sendo o produto final dessa fermentação denominado-se silagem. 2.1 Silagem O objetivo da ensilagem segundo Barnett, citado por VILELA (1998), é conseguir dentro da massa ensilada, alta concentração de ácido láctico, produzido como resultado da presença de microrganismos na cultura colhida, suficientes para inibir outras formas de atividades microbianas e, assim, preservar o material até que ele possa ser utilizado pelos animais. Segundo WILKINS et al. (1999), o objetivo da produção de silagem é ter alimento durante o inverno, quando as demandas de alimento pelos animais forem maiores que a capacidade de produção forrageira. O milho e o sorgo são as forrageiras mais utilizadas para a produção de silagens, em razão de seu elevado conteúdo de carboidratos solúveis e de boa produção de matéria seca, sendo que a primeira é considerada padrão para efeito de comparação quanto à qualidade e a segunda com valor nutricional equivalente a 85% da silagem de milho (ZAGO, 1992). Contudo, seus custos de produção, motivados principalmente pela necessidade de maiores gastos com correção do solo e fertilizantes em grandes proporções, têm sido o principal motivo que limita a utilização das mesmas por parte dos produtores. 2.1.1 Características fermentativas Estudo de fatores que determinam o padrão de fermentação, durante a ensilagem, têm se concentrado na inter-relação entre o teor de matéria seca, o de carboidratos solúveis e o poder tampão da planta (WILKINSON et al. 1982). A conservação por ensilagem influencia a composição química do produto final, com as maiores mudanças ocorrendo nas frações dos carboidratos solúveis e proteína, com a conversão dos mesmos em ácidos orgânicos e nitrogênio não protéico, respectivamente (VILELA, 1998). Para VAN SOEST (1994), o amido, a hemicelulose e a pectina não são degradados pelos microrganismos produtores de lactato, mas são por outras não produtoras de lactato, proporcionalmente às suas atividades no silo.

Os subprodutos da fermentação no silo correlacionam-se negativamente com o consumo de silagem. No que se refere à eficácia do processo de ensilagem, os parâmetros utilizados como critério de classificação abrangem o pH, cujos valores devem se situar abaixo de 4,2, os ácidos orgânicos, onde o valor de concentração do ácido butírico deve ser de zero a 0,1% da matéria seca e o nitrogênio amoniacal, entre 0 a 12,5% do nitrogênio

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total, VILELA (1998). Ainda de acordo com esse autor, uma boa fermentação é aquela em que os lactobacillus são estimulados a converter os açúcares presentes na planta em ácido láctico que, em razão da sua maior constante de dissociação, é responsável pela queda no pH para valores inferiores a 4,0. Segundo TOSI (1972), valores de pH entre 3,8 e 4,2 são os desejáveis em uma boa silagem. Neste pH, ocorrerá a inibição das bactérias do gênero Clostridium, que produzem ácido butírico como fermentação secundária, aumentando a proteólise e, conseqüentemente, reduzindo a ingestão da silagem pelos animais. 2.1.2 Fatores que influenciam a qualidade da silagem Os processos biológicos que afetam negativamente a silagem são: respiração da planta, atividade clostrídica, atividade enzimática e atividade de microrganismos aeróbios, como reportado por MUCK (1988). A oxidação de açúcares na planta inicia-se logo após o seu corte, mediante a respiração celular, atividades das enzimas oxidativas e dos microrganismos aeróbios. No armazenamento da forrageira em silos, o primeiro passo é manter as condições anaeróbias, uma vez que o processo aeróbio converterá açúcares em dióxido de carbono, água e calor, o que é uma forma de energia perdida. Este processo continuará até que todo o oxigênio do meio seja consumido ou até exaurir os açúcares (McDONALD et al. 1996). McDONALD et al. (1996), evidenciou que a respiração causa perdas principalmente nas frações composta de carboidratos rapidamente fermentáveis, ocorrendo queda do substrato para a fermentação láctica, não permitindo assim, uma rápida queda do pH e, conseqüente queda da qualidade da silagem em função de uma atividade microbiana indesejável. Por fim a respiração gera calor, o qual pode aumentar a formação de produtos de Maillard, incluindo o nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA) (RUXTON & McDONALD, 1974; VAN SOEST, 1994). Clostridium sp, são os principais microrganismos anaeróbios que afetam da qualidade da silagem, causando fermentações que resultam em perdas de matéria seca e energia e produção de ácido butírico, amônia e aminas, estando estes últimos relacionado à baixa ingestão voluntária de silagem pelos ruminantes (WILKINS et al. 1971; CONRAD et al. 1977). A maioria das enzimas que degradam as proteínas é ativa somente com pH acima de 5,0. A rápida acidificação da massa ensilada irá desnaturar essas enzimas, reduzindo as perdas de proteína das silagens. Deste modo, a presença de amônia na silagem é utilizada como parâmetro indicador de sua qualidade. A atividade enzimática resulta na hidrólise de amido e hemicelulose a monossacarídeos. Esta hidrólise proporciona açúcar adicional para fermentação láctica. Enzimas proteolíticas convertem nitrogênio protéico em não protéico, tais como peptídeos ou aminoácidos livres, os quais podem ser reduzidos à amônia e aminas pela atividade microbiana e serem perdidos (OSHIMA & McDONALD, 1978). A atividade de microrganismos aeróbios pode causar grande deterioração na silagem. Estes organismos usam uma grande variedade de substratos, mas degradam rapidamente carboidratos. Ácidos orgânicos são usados na respiração resultando em perdas de matéria seca e energia seguida da produção de calor, a qual pode acelerar a formação de produtos de Maillard (GOERING et al. 1973). As proteínas podem ser degradadas, produzindo principalmente amônia, o que pode levar a uma perda do valor nutritivo da silagem, além

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do que, certas espécies de microrganismos podem produzir micotoxinas (McDONALD et al. 1996). O teor de matéria seca da planta tem influência sobre a natureza da fermentação e conservação da massa ensilada. McCULLOGH (1977) indicou como teores ideais, os valores entre 28 a 34%. Estes valores estão próximos àqueles citados SILVEIRA, (1975), o qual sugeriu, para uma boa conservação da forragem, o conteúdo da matéria seca de 30 a 35%. Teores mais elevados de umidade favorecem o desenvolvimento de bactérias do gênero Clostrídium, produtoras de ácido butírico, resultando em silagem de baixa qualidade. De acordo com VILELA (1984), altos teores de matéria seca, dificultam a compactação e, conseqüentemente, a expulsão do ar. O conteúdo de matéria seca influencia tanto a fermentação como o consumo animal (FARIA, 1971; PIZARRO, 1978; LAVEZZO, 1981). O fator mais importante para determinar a qualidade da silagem, segundo ARCHIBALD et al. (1960), é o conteúdo de água da planta forrageira ensilada, pois altos teores de umidade (75–80% ou mais), são correlacionados positivamente com características indesejáveis, ou seja, ácido butírico e amônia. Limitações na atividade de bactérias produtoras de ácido butírico ocorrem quando o material a ser ensilado possui teor de umidade em torno de 70%, devido a sua sensibilidade ao aumento da pressão osmótica do meio, como relatado por EDWARDS et al. (1968) e VUYST & VANBELLE, (1969). A conversão de ácido láctico para butírico e a degradação protéica com formação de amônia, gás carbônico e aminas podem ocorrer devido ao excesso de umidade da forragem, não permitindo com isso um pH estável na silagem (OSHIMA & McDONALD, 1978). Altos teores de matéria seca, e baixos de proteína bruta na planta são fatores importantes para inibir a formação de amônia (BONA FILHO & LOPES, 1979). O teor de carboidratos solúveis na planta forrageira a ser ensilada é outro importante fator a ser observado por contribui para uma rápida fermentação, com produção de ácidos orgânicos, principalmente de ácido láctico (LOPES, 1975). O teor inicial mínimo de carboidratos solúveis capazes de garantir intensa fermentação láctica está em torno de 6 a 8%, conforme relatado por WOOLFORD (1972), e CATHPOOLE & HENZEL, (1971) recomendaram valores de 13 a 16% de carboidratos solúveis na matéria seca das plantas forrageiras como sendo os mínimos exigidos para que haja uma fermentação adequada da massa ensilada. Uma correlação alta e positiva foi encontrada entre o teor de ácido láctico da silagem e o teor de carboidratos solúveis das forrageiras (r = 0,81), indicando que a fermentação láctica está na dependência da disponibilidade destas substâncias (FARIA, 1971). Assim como a produção de ácidos orgânicos o teor de matéria seca e o teor de carboidratos solúveis, o poder tampão exerce uma grande importância no processo fermentativo, pois algumas plantas possuem essa característica bastante acentuada. O problema de se ensilar forrageiras com elevado poder tampão, encontra-se na dificuldade de reduzir o pH para valores adequados, sendo necessário maior teor de carboidratos solúveis. Na utilização de forrageiras com 20% de proteína bruta na matéria seca, no mínimo seriam necessários 2,5% de ácido láctico para atingir um pH em torno de 4,2, enquanto que em outra forrageira com 3% de proteína bruta, não mais que 0,5% de ácido láctico seria necessário, segundo VUYST & VANBELLE (1969). Entretanto, PLAYNE (1963) não encontrou correlação entre o teor de proteína e o poder tampão da planta.

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McDONALD et al. (1965) observaram redução na capacidade tamponante após o emurchecimento da forragem, o que revela a possibilidade do poder tampão da massa ensilada ser alterado também pelo teor de umidade da forragem no momento da ensilagem. O termo qualidade da silagem não deve ser usado para designar o seu valor nutritivo, mais sim a extensão pela qual o processo fermentativo da silagem tenha ocorrido de maneira conveniente, segundo Breirem & Ulvesli, citado por VILELA (1998). No que se refere à eficiência do processo de ensilagem, VILELA, (1998), citou os parâmetros normalmente utilizados como critério de avaliação que abrangem o valor de pH, os ácidos orgânicos e o nitrogênio amoniacal, como porcentagem do nitrogênio total (%N-NH3/NTOTAL). Os ácidos orgânicos inibem o crescimento de fungos (ENSMINGER et al. 1990), assim como reduzem a proteólise no silo (VAGNONI et al. 1997). Tem-se verificado que os comumente determinados são os ácidos, acético, propiônico, butírico, e láctico. É interessante ressaltar que todos estes ácidos contribuem para dar a acidez final da massa armazenada, porém, como ressaltou McDONALD & HENDERSON (1962), o ácido láctico, em face de sua maior constante de dissociação, possui papel capital no processo fermentativo da silagem, pois é o responsável pela queda do pH a níveis inferiores a 4,2. Conseqüentemente, ocorrerá a inibição das bactérias do gênero Clostridium, responsáveis pelas fermentações indesejáveis no produto (VILELA, 1998). A presença de ácido butírico na massa ensilada é sempre acompanhada de mudanças na qualidade do produto. SILVEIRA (1975), encontrou correlação entre o N-NH3/NTOTAL e ácido butírico de 0,88. O teor de ácido butírico deve ser menor que 0,1% da matéria seca. Porém, TOSI (1972), sugeriu que silagens de gramíneas com até 2% de ácido butírico na matéria seca poderiam ser consideradas como de qualidade razoável. O valor do pH é outro parâmetro empregado na avaliação da qualidade fermentativa da silagem. A acidez atua inibindo e/ou controlando o desenvolvimento de microrganismo, que podem deteriorar a silagem, tais como as bactérias do gênero Clostridium, sensíveis a pH menor que 4,0 (WHITTENBURY et al. 1967). Segundo TOSI (1972) uma silagem de boa qualidade é aquela, em que o pH encontra-se entre 3,8 a 4,2. Em razão da sua maior constante de dissociação, e por isso ser o mais forte, segundo SILVEIRA (1975), é o ácido láctico, o principal responsável pela queda do pH a valores em torno de 3,8 a 4,2. O aumento de teor de matéria seca da silagem tem ocasionado aumento no valor do pH (CALDWELL & PERRY, 1971; JONES et al. 1971). A presença de amônia, numa silagem também vem sendo utilizada como parâmetro de sua avaliação. OHSIMA & McDONALD (1978) afirmaram que a não obtenção de pH estável na silagem resultaria na transformação de ácido láctico em butírico e na degradação extensiva dos aminoácidos para amônia, gás carbônico e aminas. Segundo VILELA (1998), a relação N-NH3/NTOTAL, reflete a extensão da desaminação dos aminoácidos e outros materiais nitrogenados, como a produção de amônia e gás carbônico. À extensão da degradação dos aminoácidos na silagem com baixo pH depende, principalmente, do grau pelo qual a atividade clostrídica tenha sido suprida e isto está relacionado com a taxa de produção de ácido láctico e queda do pH. Quando o teor de ácido láctico diminui, o pH e os teores de ácido butírico e de amônia aumentam, isto porque as bactérias butíricas transformam o ácido láctico em butírico, havendo, concomitantemente, aumentos nos compostos nitrogenados que, por sua vez, neutralizam a acidez em virtude de sua ação básica (MILLER et al. 1966).

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2.2 Características das Plantas Forrageiras Tropicais O Brasil possui hoje algo em torno de 180 milhões de hectare de pastagens onde, aproximadamente, 100 milhões são formados por gramíneas tropicais cultivadas. À maioria dessas gramíneas foram introduzidas em cada região do nosso país, onde características como solos e distribuição de chuvas durante o ano, se encarregaram de indicar qual o potencial de cada espécie. A maior porção das áreas cultivadas é ocupada, segundo PEREIRA (2002), por espécies dos gêneros Brachiaria, Panicum, Pennisetum, Cynodon e Andropogon. Em geral, as forrageiras tropicais têm níveis elevados de fibra e baixos teores de conteúdo celular, o que se reflete negativamente na sua digestibilidade e, conseqüentemente na digestibilidade da silagem, limitando as produções de vacas de alto potencial leiteiro, e baixo ganho de peso em confinamentos, principalmente pelo baixo consumo (COWAN, 1996). A conservação por ensilagem normalmente afeta mais o consumo do que a digestibilidade da silagem (VILELA, 1998), onde os produtos da fermentação secundária no silo correlacionam-se negativamente com o consumo da silagem. O aumento da idade da planta é acompanhado pela elevação do teor de matéria seca e fibra nas gramíneas tropicais, afetando sua qualidade em razão da queda da digestibilidade e do valor nutritivo. O alto teor de umidade impõe certa desvantagem ao uso de forrageiras tropicais no processo de ensilagem, assim como baixos teores de carboidratos solúveis e elevado poder tampão (NUSSIO et al. 2002). Entretanto, características como alta produção de massa no período chuvoso, e alta produtividade em condições climáticas brasileiras, associado ao menor custo de ensilagem, quando comparado com silagem de milho e sorgo, fizeram com que vários autores buscassem formas de aumentar a possibilidade de sucesso na ensilagem de gramíneas tropicais (ANDRADE, 1995; BOIN, 1975; CARMO et al. 1996; EVANGELISTA et al. 1996; FARIA et al. 1972; LAVEZZO & CAMPOS, 1977; TOSI, 1973; VEIGA & CAMPOS, 1975; VILELA, 1984; VILELA & WILKINSON, 1987). A redução parcial da umidade da planta tem por finalidade, elevar o teor de matéria seca a níveis que possam, de modo satisfatório, restringir a extensão da fermentação no silo, reduzindo a ocorrência de fermentações secundárias, melhorando a qualidade, o consumo e a digestibilidade da silagem (VILELA & WILKINSON, 1987; LAVEZZO, 1985). Estudos da técnica do emurchecimento, após o corte do capim elefante na capineira, têm sido contraditórios. Em alguns trabalhos, não se verificaram vantagens na utilização desta prática; já em outros, os resultados apontam melhora nos aspectos qualitativos e nutricionais das silagens (VILELA, 1998). Morgan et al. citados por LAVEZZO & ANDRADE (1994), observaram que silagens obtidas a partir de plantas forrageiras após emurchecimento apresentaram aumento da matéria seca, podendo ocorrer redução dos teores de carboidratos solúveis, principalmente através da respiração celular, promovendo desta forma, uma queda no processo fermentativo, o que pode ser observado em função dos baixos teores de ácidos totais. Segundo FERRARI Jr. et al. (2001), a técnica do emurchecimento pela exposição do capim-elefante ao sol aumentou o teor de matéria seca da forragem, favorecendo o processo de ensilagem. VILELA et al. (2001) submeteram capim elefante paraíso a 0, 6 e 12 horas de pré-emurchecimento e observaram redução no nitrogênio amoniacal na silagem.

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2.3 Capim Andropogon O capim andropogon, (Andropogon gayanus, Kunth, variedade bisquamulatus), é uma gramínea forrageira originária da África, introduzida na Colômbia, em 1973 pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT). Esta forrageira destaca-se por sua adaptabilidade a solos ácidos e de baixa fertilidade e por apresentar resistência à cigarrinha das pastagens. Em 1980, o capim andropogon foi indicado para regiões dos cerrados, recebendo a denominação de capim andropogon, cultivar Planaltina. Segundo LEITE (1988), o capim andropogon pode ser classificado como de média qualidade, principalmente na sua fase inicial de rebrota, onde atinge valores de 10% de proteína bruta na matéria seca, e de 60 % de digestibilidade. É uma forrageira com alto potencial de rebrota no início do período chuvoso, associado a seu intenso perfilhamento (PAULINO et al. 2000). Segundo o mesmo autor, ganhos de peso de 1,15 kg/animal/dia, podem ser obtidos em pastos de Andropogon gayanus, manejados para possibilitar pastejo seletivo, sem uso de suplementação energético-protéica. Em estudo realizado por CARNEIRO et al. (2000), não foi observada diferença na produção de fitomassa do capim andropogon quando da utilização de 0, 25 e 50 kg N/ha/corte, porem as produções foram inferiores àquela adubada com 20t de esterco bovino/ha. HAGGAR (1975), em estudo sobre a época ideal para a adubação do capim Andropogon gayanus, encontrou produções razoáveis de fitomassa com aplicação de nitrogênio na estação seca. Por outro lado, WERNER (1986), sugere o final do período das chuvas, como época ideal para adubação nitrogenada, por proporcionar acentuado aumento na produção de forragem para o período da seca, e uma rebrota mais precoce no início da primavera. 2.4. Uso de Aditivos e Inoculantes na Silagem de Plantas de Clima Tropical Aditivos e inoculantes, são produtos comerciais ou não, que, aplicados à forrageira no momento da ensilagem, podem reduzir perdas de nutrientes, estimular ou inibir fermentações, ou ainda interagir no valor nutritivo da planta originariamente ensilada. Podem ser compostos por ácidos, sais, carboidratos fermentáveis ou cultura de bactérias lácticas, além de enzimas. Historicamente, têm sido apresentadas revisões sobre o uso destes produtos e o seu efeito no processo de ensilagem (McDONALD et al. 1996; VILELA, 1998; WEINBERG & MURK, 1996), com variação no modo de ação e demostrando que cada grupo de plantas exige uma característica de um determinado aditivo (NUSSIO et al. 2002). Vários fatores podem interferir na eficiência do uso de aditivos na ensilagem de plantas forrageiras de clima tropical, e a espécie a ser ensilada é, sem dúvida, um dos principais. Além da espécie, o teor de umidade, associado ao teor de carboidratos solúveis, quando em níveis adequados, é fundamental para se obter uma boa fermentação durante o armazenamento. Como o baixo teor de carboidratos solúveis é uma característica bastante acentuada na maioria das forrageiras tropicais, tal característica pode colocar em risco a

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conservação de forma adequada (VILELA, 1998), aumentando o risco de fermentações secundárias. Atualmente, grande variedade de aditivos e inoculantes estão sendo utilizados para melhorar a qualidade da silagem dentre os quais destacam-se o fubá de milho, o melaço, o nitrogênio não protéico, as enzimas, os ácidos orgânicos e inorgânicos, os inoculantes bacterianos e, os resíduos da agroindústria, como a polpa cítrica e a cama de frango (VILELA, 1998; WILKINSON, 1999). Um dos pontos a serem observados quando se avalia o efeito de um determinado aditivo é, sem dúvida, o consumo da silagem e a produção animal, verificando ainda se essa contribuição é economicamente viável. Contudo, são poucos os trabalhos na literatura que demonstram todos esses parâmetros, dando ênfase principalmente ao aspecto qualitativo da silagem. O mínimo que se pode esperar de um determinado aditivo, é que seja simples, fácil de aplicar e de baixo custo, (VILELA, 1998). Alguns aditivos têm como única finalidade reduzir levemente (ácidos orgânicos) ou drasticamente (ácidos inorgânicos) o pH, buscando diminuir as perdas de nutrientes e o aparecimento de mofos, prolongando também a utilização da silagem após a abertura do silo. Normalmente sua aplicação é recomendada quando o material a ser ensilado, apresenta-se com alto teor de umidade. Os ácidos orgânicos promovem a inibição do desenvolvimento fúngico (ENSMINGER et al. 1990), além de reduzirem a proteólise na silagem (VAGNONI et al. 1997). Ao utilizar o ácido fórmico em diferentes níveis, com ou sem emurchecimento do capim-elefente, VILELA (1984) não observou vantagens quanto aos aspectos qualitativos. O maior efeito do uso de inoculantes bacterianos está relacionado a uma queda mais acentuada do pH, com maior possibilidade de inibição de fermentações secundárias, entretanto não existe consistência desta resposta no controle de perdas da silagem, NUSSIO et al (2000). Em estudo com uso de inoculantes bacterianos (PATTERSON et al. 1997), observou-se reduções mais acentuadas do pH, para silagens recebendo inoculantes, quando comparados com a silagem controle; porem não houve diferenças nas taxas de recuperação de matéria seca. O efeito positivo ou não do uso de inoculantes bacteriano na silagem, vai depender da população de microorganismo presente nas plantas antes da ensilagem, pois são estas que determinam o padrão natural de fermentação (NUSSIO et al. 2002), uma vez que a elevada população deste, pode diminuir a eficiência do processo de inoculação, como é o caso do milho, que possui elevada população original de bactérias lácticas (KUNG Jr, 2000). Utilizando inoculantes enzimo-bacteriano em silagem capim-tanzânia e capim-mombaça com diferentes idades de corte, COAN et al. (2001) questionaram em que situação o uso do mesmo seria benéfico ou necessário, já que neste estudo, não observaram alterações qualitativas, fermentativas e nutricionais das silagens. A suplementação de silagens com concentrados são práticas comuns em arraçoamento dos animais. VILELA, (1998), relata que, como a silagem de milho caracteriza-se principalmente pelo baixo teor de nitrogênio e alto valor em energia, torna-se viável a utilização de fontes de nitrogênio não protéico como aditivo na ensilagem. O uso de nitrogênio não protéico como aditivo na silagem de milho ou de sorgo, têm como principal objetivo aumentar a porcentagem de proteína bruta, e também reduzir as perdas de matéria seca (VILELA, 1998). As fontes mais comuns de nitrogênio não protéico utilizadas têm sido a uréia e amônia. Segundo HARRIS (1984), deve ser recomendado esses aditivos, quando o teor de matéria seca para a silagem de milho e de sorgo for de 30 a 33 %, não devendo ultrapassar 38 a 40 %. O rolão de milho (ANDRADE, 1995), e o grão triturado

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(LOPES & MONKS, 1983), foram usados na silagem de capim-elefante, produzindo fermentações adequadas. Segundo McDONALD & WHITTMBERY (1973), o amido não corresponde a uma boa fonte de açúcar, uma vez que este não é fermentado pelas bactérias lácticas. A utilização de fubá como aditivo (ANDRADE, 1995; C0NDÉ, 1970; MUNIZ et al. 1972), não foi sinônimo de eficiência fermentativa devido, basicamente, a menor capacidade de utilização do amido pelas bactérias lácticas. Utilizando o melaço, BOIN, (1975); TOSI et al (1995) e UMANÃ et al. (1991) encontraram bons resultados na sua aplicação. A indústria de suco de laranja produz, como subproduto, o bagaço de laranja que corresponde a 50 % do total da fruta. Seu valor para a alimentação de ruminantes é alto, chegando a 88 % de NDT (ASHBELL, 1992). A polpa cítrica seca é considerada um alimento concentrado energético (CARVALHO & PEREZ, 1995), apresentando características peculiares como fornecimento de fibra efetiva em nível de rúmen. Deste modo, percebe-se, que mesmo substituindo um alimento nobre como o milho, a polpa cítrica seca contribui para o fornecimento de fibra efetiva. Estudos realizados por FARIA et al. (1972), indicam que a polpa há muito tempo já era vista como um bom aditivo para silagem de capim-elefante. As variações nas características químicas e físicas, o valor nutricional, a palatabilidade e a qualidade microbiológica da polpa cítrica seca dependem de vários fatores, sendo os mais destacáveis a variedade da laranja, os métodos de processamento e as condições e o tempo de armazenagem. De maneira geral, as polpas se destacam pelos altos conteúdos de carboidratos solúveis e de cinzas, caracterizando nesta ultima o elevado teor de cálcio. Por outro lado, não tem sido vista como fonte importante de proteína (GIRALDO & FERREIRA, 2000). O uso de polpa cítrica como aditivo na ensilagem de forrageira, tem permitido melhorar a fermentacão e aceitação da silagem pelos animais. A polpa apresenta uma grande capacidade absorvente, chegando a elevar seu peso em 145% quando em contato com forrageiras úmidas, preservando desta maneira os nutrientes que seriam perdidos pelos efluentes ou pela própria fermentação (CARVALHO & PERES, 1995). Segundo VAN SOEST (1994), em função do alto teor de pectina, a polpa cítrica é rapidamente degradada no rúmen, com a liberação de energia para um rápido desenvolvimento microbiano. Não foram observados problemas relacionados à ingestão e desempenho dos animais, quando novilhas receberam altos níveis de polpa cítrica na dieta (HENRIQUE et al. 1998). SANTOS et al. (1999) citaram a possibilidade de substituição do milho da dieta pela polpa cítrica sem alteração no desempenho e ingestão de matéria seca em cordeiros confinados. Em estudo realizado por BUENO et al., (2000), não se observou diferença no desempenho de caprinos em crescimento, após a substituição do milho pela polpa cítrica. Segundo EVANGELISTA et al. (2000), a adição de polpa cítrica, assim como a pré-secagem, constituiu-se em mais uma alternativa para conservação na forma de silagem do capim estrela roxa, assim como na silagem de coastcross (LIMA et al. 2000). Na literatura encontram-se registros do uso da polpa cítrica como aditivo em silagens de milho e sorgo (WING, 1992), com melhoras na fermentação e no consumo pelos animais. Em estudo desenvolvido com silagem-elefante, var. napier, EVANGELISTA et al. (1996) encontrou resultados favoráveis à inclusão de polpa cítrica na forma seca e triturada na melhoria das características qualitativas da silagem.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local e Instalações O experimento foi conduzido nas instalações do Setor de Caprinocultura do Instituto de ZOOTECNIA/UFRRJ, localizado no município de Seropédica-RJ, no período de janeirode 2000 a maio de 2001. As coordenadas geográficas locais são: 22° 46’S e 43° 42’W. O clima da região é caracterizado como quente e úmido no verão, sem invernos pronunciado e muito seco. Martorano et al., citado por BRASIL (2001) analisaram uma série de 37 anos de dados (1960-1996), obtidos junto à Estação Experimental de Itaguaí, da PESAGRO-RIO, distante aproximadamente 2 km da área experimental. Os resultados indicam uma precipitação média anual de 1224,9 mm, com as maiores precipitações ocorrendo no período verão-outono. Cerca de 43% das chuvas concentram-se nos meses de dezembro a fevereiro e apenas 8,4% da precipitação anual no trimestre junho, julho e agosto. A temperatura média no interior do aprisco no período experimental foi de 29,7ºC. O ensaio de digestão foi realizado em cinco baias individuais de 1,2m x 2,4m, com pé direito de 2,8m, de alvenaria, com pisos ripados, providas de cochos individuais para ração e bebedouros. 3.2 Animais Foram utilizados cinco ovinos da raça Santa Inês, machos, castrados, com peso vivo médio de 43 kg, apresentando idade média de 10 meses. No período pré-experimental os animais foram vacinados contra tétano e febre aftosa, vermifugados e identificados por meio de brincos numerados. 3.3 Composição da Dieta e Manejo Alimentar As dietas foram constituídas de silagem de capim andropogon pré-emurchecido e, acrescido de 0, 15, 20, 25, 30% de polpa cítrica seca e triturada (PCST) compondo, desta forma os tratamentos T1, T2, T3, T4 e T5, respectivamente. As silagens, em cada período de adaptação foram oferecidas ad libitum para a determinação do consumo voluntário e, no período de coleta, foram oferecidas em quantidade suficiente para obtenção de 10% de sobras. Os arraçoamentos foram realizados as 7:00 e às 16:00 horas. O sal mineral e a água, foram oferecidos a vontade. 3.4 Confecção das Silagens Para a confecção das silagens foi usado o capim, proveniente de uma capineira já estabelecida e localizada no Setor de Caprinocultura. Foi feito um corte de uniformização no capim, a uma altura média de 20cm do solo, em janeiro de 2000, quando então foi realizada à primeira adubação de cobertura, com 25 kg/ha de nitrogênio, 50 kg/ha de P2O5 e 20 kg/ha de K2O, usando-se, como fontes, a uréia,

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superfosfato simples e cloreto de potássio, respectivamente. Após 21 dias, foi realizada a segunda adubação de cobertura, repetindo-se, todos os procedimentos da primeira. Após 56 dias de rebrota, o capim andropogon foi cortado a 20 cm do solo e colhido manualmente, sendo picado em picadeira, exposto ao sol por cinco horas (figura 1). No processo de emurchecimento, o capim andropogon foi cortado e picado, e espalhado em uma lona plástica no solo, e após cinco horas de exposição ao sol, foi ensilado seguindo os tratamentos citados anteriormente.

Figura 1. Capim andropogon picado sendo emurchecido ao sol.

A polpa cítrica foi adquirida na Fazenda Três Morros, situada em Santa Cruz, na cidade do Rio de Janeiro, na forma peletizada, sendo posteriormente triturada, para facilitar a mistura com o capim. Durante a ensilagem, foram retiradas amostras do capim, na forma in-natura e na forma emurchecida, e da polpa cítrica, que foram então congeladas para posterior análises.

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O material foi ensilado em saco-silo, usando-se uma técnica especialmente desenvolvida para este trabalho. Uma forma feita em armação de ferro e elcatéx foi usada como estrutura para enchimento. Após a montagem da forma, um saco plástico preto foi posto em seu interior, onde recebeu o capim acrescido ou não de polpa cítrica em uma quantidade aproximada de 50 kg, sendo esta definida como padrão para se obter uma boa densidade e facilidade na manipulação e transporte do silo. Logo após, este material foi prensado usando-se uma prensa que teve como função promover a compactação parcial da massa ensilada expulsando o ar e diminuir, conseqüentemente, o volume do silo (Figura 2).

Figura 2. Equipamentos para confecção das silagens.

Após esta etapa, o ar remanescente foi retirado com o uso de aspirador de pó

doméstico, promovendo desta forma uma excelente compactação (Figura 3). O fechamento do silo ocorreu logo após esta etapa com o uso de barbante, de forma a não permitir a entrada de ar. Logo após, o silo foi retirado da forma e armazenado para posterior utilização (Figura 4).

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Figura 3. Processo de remoção do ar da massa na ensilagem

Figura 4. Remoção do material ensilado da forma

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3.5 Coeficiente de Digestibilidade dos Nutrientes Os coeficientes de digestibilidade aparente dos nutrientes das silagens foram estimados pelo método da coleta total de fezes, com o uso de sacolas feitas de lona e revestidas internamente com courvin, visando minimizar as perdas de umidade das fezes, possuindo ainda, um fecho-eclair para facilitar a retirada das fezes (COELHO da SILVA & LEÃO, 1979). A coleta de fezes foi realizada nos últimos seis dias de cada período experimental, após um período de adaptação de 16 dias dos animais às dietas. As fezes foram coletadas duas vezes ao dia, às 7:00 e às 16:00 horas (Figura 5). Após a coleta, foi realizada a pesagem individual das fezes, retiradas amostras em torno de 10% do peso total das fezes coletadas e congeladas a -10°C.

Figura 5. Coleta total de fezes

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Os coeficientes de digestibilidade (CD) foram determinados pela seguinte equação:

100××−×

×−×−×=

NSMSSNDMSINFMSFNSMSSNDMSICD

Onde: CD = coeficiente de digestibilidade (%); MSI = matéria seca ingerida (g); ND = nutrientes da dieta (%); MSS = matéria seca das sobras (g); NS = nutrientes das sobras (%); MSF = matéria seca fecal (g); NF = nutrientes das fezes (%). 3.6 Procedimentos Laboratoriais Ao término de cada período, as amostras foram descongeladas à temperatura ambiente, pré-secas em estufa de ventilação forçada a 65°C por 72 horas, posteriormente moídas e acondicionadas em sacos plásticos devidamente identificados. Amostras de silagem de cada tratamento utilizado, foram coletadas durante cada dia de coleta de fezes, ao final de cada período experimental, estas amostras foram homogenizadas, e retiradas duas alíquotas em torno de 700 gramas que foram congeladas a - 10°C, para posterior análise. Da mesma forma, as sobras, foram recolhidas, pesadas e armazenadas separadamente a - 10°C, para posterior análise. Todas as análises foram realizadas no laboratório de análises químicas e bromatológicas do DNAP/IZ da UFRRJ. Amostras de silagem, sobras e fezes, foram analisadas para determinação dos teores de matéria seca, proteína bruta, hemicelulose, celulose, lignina e matéria mineral, segundo as metodologias descritas por SILVA (1990), e fibra em detergente neutro (FDN), e fibra em detergente ácido (FDA), segundo a proposição de VAN SOEST & MERTENS (1984). A determinação do pH ocorreu mediante o uso de potenciômetros a partir de um extrato obtido do filtrado de 50 gramas de silagem triturada com 200ml de água destilada. Os teores de nitrogênio amoniacal, expressos como porcentagem do nitrogênio total, de acordo com TOSI (1973). 3.7 Delineamento Experimental e Análises Estatísticas Foi utilizado o delineamento experimental em quadrado latino com cinco tratamentos x cinco períodos x cinco animais. Cada período experimental teve duração de 22 dias, com 16 dias de adaptação às dietas e seis dias de coleta de fezes.

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O modelo estatístico adotado foi:

IJKKJIIJK eDAPY ++++= µ Onde: Yijk = corresponde à observação relativa à dieta k, no período i, para o animal j; µ = a média geral; Pi = o efeito do período i, sendo i = 1 a 5; Aj = o efeito do animal j, sendo j = 1 a 5; Dk = o efeito da dieta k, sendo k = 1 a 5; Eijk = o erro experimental associado a cada observação.

Os resultados foram submetidos ao procedimento ANOVAG e REGRELIN para tratamentos codificados, utilizando o programa SAEG – Sistema para Análises Estatísticas e Genéticas (UFV, 1997). Os modelos foram escolhidos com base na significância dos coeficientes de regressão, adotando o nível de 5% de probabilidade, pelo teste t, e por meio dos respectivos coeficientes de determinação associados a cada função.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Valor Nutritivo Na avaliação da qualidade dos volumosos considera-se de modo geral o valor nutritivo, o consumo voluntário e o desempenho animal. No primeiro caso, dá-se ênfase à composição química e a digestibilidade como índice de valor nutritivo. Os resultados das análises bromatológica do capim Andropogon na forma in natura, pré-emurchecido, e da polpa cítrica seca, encontram-se no Quadro 1. Quadro 1. Composição percentual média da matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), celulose (CEL), hemicelulose (HC), lignina (LIG) e matéria mineral (MM), dos ingredientes das silagens. Ingredientes1 MS

% PB %

FDN %

FDA %

CEL %

HC %

LIG %

MM %

Polpa Cítrica Seca 85,81 6,10 24,02 22,69 21,40 1,33 1,12 6,02

Capim Andropogon 26,22 8,12 72,31 40,42 30,01 31,89 8,9 7,47

Andropogon pré-emurchecido 37,18 8,03 70,06 39,01 29,86 31,05 8,2 7,26

1/ Valores expressos na matéria seca Os valores percentuais médios de matéria seca, proteína bruta, fibra em detergente neutro, fibra em detergente ácido, hemicelulose, celulose, lignina e matéria mineral das cinco silagens experimentais, com suas respectivas equações de regressão associados a cada fração da composição, encontram-se no Quadro 2. Quadro 2. Composição percentual média da matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), hemicelulose (HC), celulose (CEL), lignina (LIG) e matéria mineral (MM) das silagens e suas respectivas equações de regressão. Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 Equações de Regressão R2 (%)

MS (%) 35,26 40,13 41,94 44,65 45,47 Ŷ= 35,2089 + 0,3513X * 98,0 PB (%) 7,95 7,94 7,88 7,86 7,84 Ŷ= 7,9519 – 0,0035X * 46,0

FDN (%) 69,41 61,29 57,24 53,38 49,77 Ŷ= 69,8951 – 0,6537X * 99,0 FDA (%) 38,02 34,25 33,20 32,70 31,47 Ŷ= 37,8361 – 0,2159X * 98,0 HC (%) 31,39 27,03 24,04 20,72 18,30 Ŷ= 32,0583 – 0,4372X * 96,0 CEL (%) 29,14 25,32 23,90 23,46 22,72 Ŷ= 28,8600 – 0,2187X * 97,0 LIG (%) 6,69 5,08 4,73 4,46 4,25 Ŷ= 6,5694 – 0,0837X * 95,0 MM (%) 6,80 8,32 6,09 5,90 5,68 Ŷ= 6,8248 – 0,0372X * 94,0

* significativo ao nível de 5% de probabilidade. Houve efeito (P<0,05) da adição de polpa cítrica na silagem do capim andropogon em relação ao teor de matéria seca indicando um efeito linear positivo, ou seja, aumentou-se à

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matéria seca da silagem à medida que aumentou a participação de polpa cítrica. Esse resultado era esperado devido ao alto teor de matéria seca da polpa cítrica. O emurchecimento também contribuiu para elevar a matéria seca do capim em 11 unidades percentuais. A polpa cítrica contribuiu ainda mais para a elevação da matéria seca em função de seus elevados teores. Os níveis de matéria seca em todas as silagens situaram-se dentro da faixa considerada ideal para silagens de gramíneas tropicais, como recomendado por VILELA (1998). PEREIRA & REIS (2001) consideram que o ideal é que a forragem apresente teores de matéria seca entre 30 e 45%, o que sugere que a matéria seca neste trabalho após o pré-emurchecimento do andropogon foi adequado para a obtenção de boas silagens. A tendência de aumento da matéria seca observado neste trabalho, coincide com trabalho realizado por EVANGELISTA et al. (1996), que observaram elevação da matéria seca, quando da utilização de polpa cítrica como aditivo seco na confecção de silagem de capim elefante, a níveis considerados adequados para esta prática. LIMA et al. (2002), observaram aumento satisfatório na matéria seca em silagens de cana-de-açúcar enriquecida com farelo de trigo ou polpa cítrica, aumentos estes, de até 12 unidades percentuais. Em outro trabalho, LIMA et al. (2000), com uso de farelo de trigo ou polpa cítrica como aditivo em silagens de Coastcross, usando níveis de até 15%, observaram aumento linear da matéria seca. Comportamento semelhante foi observado por EVANGELISTA et al. (2000), em silagem de capim-estrela roxa colhido aos 45 dias de rebrota, e usando a pré-secagem e/ou 4% de polpa cítrica, no qual observaram aumento nos teores de matéria seca das silagens em função da pré-secagem e da adição da polpa cítrica. Considerando que é comum em época de maior produção de forragem, dias de temperaturas bastante elevada, um dia ou apenas algumas horas de exposição ao sol da forragem, seria suficiente para se obter um bom material para ensilagem. RODRIGUES NETO et al. (2001), estudando o efeito de aditivos no valor nutritivo de silagens confeccionadas com subprodutos da extração do palmito de pupunha, observaram aumento dos valores de matéria seca de 6,8 a 8,0 unidades percentuais com adição de 10% de polpa cítrica, ou milho moído. LIMA et al. (2002), concordam que a polpa e a pré-secagem elevam o teor de matéria seca, sendo desta forma um bom aditivo para silagem de forragens como aveia, utilizada em seu estudo. Contudo, o excesso de exposição ao sol do material a ser ensilado poderia elevar os valores de matéria seca bem acima dos 30 a 35% recomendados por SILVEIRA (1975), o que dificultaria a compactação. Devemos ressaltar que neste trabalho, o uso da técnica do saco-silo, facilitou a compactação do material com teores de matéria seca bem mais elevados, já que o uso do aspirador de pó exaure o ar de forma bastante eficiente, possibilitando uma excelente compactação. Outros autores (GONÇALVES et al. 2002; POMPEU et al. 2002), assim como neste trabalho, observaram o efeito crescente da matéria seca na silagem de gramíneas tropicais, quando da utilização da técnica da pré-secagem, e ou inclusão de subprodutos da agroindústria, principalmente aquelas destinadas à extração de suco. Verificou-se, por meio do teor de matéria seca da forma in natura do capim andropogon, que o pré-emurchecimento por si só, já seria suficiente para produzir uma silagem com os teores de matéria seca em torno de 30 a 35% como recomendado em citações anteriores. O efeito do pré-emurchecimento tem sido uma prática usada em vários estudos com objetivo único de elevar o teor de matéria seca, (SILVEIRA et al. 1979; LAVEZZO et al. 1990; VILELA, 1990; EVANGELISTA et al. 2000; FERRARI Jr. et al. 2001; LIMA et al. 2002). Contudo, o pré-emurchecimento excessivo (MUCK, 1996) favorece o surgimento de frações

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indigeríveis (NIDA), devido o aquecimento do material no interior do silo, o que não foi observado neste trabalho. Outra possibilidade é a perda de nutrientes em função da má compactação da forragem no interior do silo, o que pode retardar o processo anaeróbico e, conseqüentemente, reduzir a velocidade de queda do pH, o que também não foi observado neste trabalho devido, provavelmente, a eficiência da compactação nos silos experimentais utilizados. Com relação à proteína bruta, os dados indicam uma tendência (P<0,05) de queda nos seus teores, com a inclusão de polpa cítrica, onde os maiores valores foram observados na silagem sem PCS (T1 = 7,95) e o menor no (T5 = 7,84). Embora tenha sido constatada diferença significativa, a redução no teor protéico médio das silagens que receberam PCS, com relação à nutrição, não promoveriam mudanças substanciais devido a pequena diferença observada entre as silagens. O menor valor percentual de proteína bruta na matéria seca com a inclusão de polpa cítrica, provavelmente está relacionado a sua menor participação neste produto. Trabalho realizado por EVANGELISTA et al. (2000) com ensilagem de capim estrela roxa usando a polpa cítrica como aditivo, evidenciou a tendência de queda no valor da proteína bruta. Houve uma tendência de queda nos valores de FDN, FDA, hemicelulose, celulose, lignina e matéria mineral com a inclusão da polpa cítrica, por ela possuir na sua composição química, valores bem inferiores aos da forragem em estudo, o que justifica um efeito (P<0,05) linear negativo da sua inclusão. Comportamentos semelhantes foram observados por outros autores como LIMA et al. (2002), em investigações realizadas em silagens de aveia pré-seca e enriquecidas com farelo de trigo e polpa cítrica, observaram redução da fração fibrosa, em função da presença da polpa cítrica, justificada pelo menor teor de FDN na polpa cítrica (23,40%), quando comparado a da aveia (56%), além de obter, no geral, um aumento da fração fibrosa com o uso da pré-secagem. Da mesma forma, LIMA et al. (2002) trabalhando com silagem de Coastcross, constataram os mesmos efeitos na fração fibrosa. ARLINDO NETTO et al. (2002), testando o efeito de aditivos e pré-emurchecimento em silagens de capim-elefante, observaram queda no teor de FDN, com uso de 10% de polpa cítrica, porem, não houve efeito do mesmo material com relação a FDA. Tendência semelhante foi observada por LIMA et al. (2002), utilizando 12% de polpa cítrica como aditivo na silagem de cana-de-açúcar, observaram queda no teor de FDN e não observaram influência do material no teor de FDA. Houve diferença (P<0,05) entre os valores de hicelulose nas silagens, observando-se um efeito linear negativo, com a inclusão de polpa cítrica. Essa redução provavelmente está relacionada aos menores valores dos constituintes da parede celular, principalmente da FDN da polpa cítrica, quando comparado à forragem, o que determinou os menores valores para hemicelulose, através de um efeito diluitivo desta fração. O uso do pré-emurchecimento elevou os valores de hemicelulose da silagem, sendo observado tendência semelhante aos obtidos em outros estudos (FERRARI Jr. et al. 2001; LIMA et al. 2002). Outros autores (FERREIRA et al. 2002; GONÇALVES et al. 2002; POMPEU et al. 2002), verificaram a queda nos valores percentuais da hemicelulose, quando do uso de subprodutos oriundos das indústrias de sulco como aditivo. À diminuição nos valores da celulose, com inclusão da polpa cítrica, acompanha a lógica dos dados apresentados neste trabalho com relação a FDA, e não poderia ser diferente, visto que a celulose corresponde a maior fração da FDA. A importância da queda da celulose se resume no fato desta ser um dos componentes da parede celular de menor

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digestibilidade e que, em grandes quantidades na dieta, pode contribuir para uma baixa qualidade da mesma. Os valores percentuais médios de lignina das silagens variaram (P<0,05) entre os tratamentos, ocorrendo queda com a inclusão da polpa cítrica, apresentando um efeito linear negativo. Observando-se os resultados da análise química do material usado neste estudo, a queda dos valores percentuais de lignina das silagens, deve estar relacionada aos menores valores desta fração na composição da parede celular da polpa que, segundo DURAND et al. (1988), é pouco lignificada. Os teores médios percentuais de matéria mineral, obtidos neste trabalho, apresentaram um comportamento (P<0,05) de queda com inclusão de polpa cítrica, devido aos menores teores de minerais na amostra de polpa cítrica utilizada, quando comparado com o capim andropogon pré-emurchecido, observando-se um efeito linear negativo. A polpa cítrica se destaca pela grande variação do teor de matéria mineral, que variam entre 3,85% (VELLOSO, 1985) a 11,4% Leto et al., citado por GIRALDO & FERREIRA (2000). Contudo, ARLINDO NETTO et al. (2002), observaram efeito contrário com a adição de polpa cítrica em relação à matéria mineral, onde a silagem de capim-elefante acrescido de 10% de polpa apresentou valor superior ao tratamento pré-seco no mesmo estudo. Esta diferença poderia estar relacionada, às possíveis diferenças nas amostras de polpa cítrica utilizadas nos dois estudos. 4.2 Características Fermentativas Os valores médios de pH, da relação percentual N-NH3/Ntotal e do nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA) em relação ao nitrogênio total das cinco silagens experimentais, com suas respectivas equações de regressão associados a cada fração, encontram-se no Quadro 3. Quadro 3. Valores médios de pH, da relação percentual de N-NH3/NTOTAL e NIDA das silagens e suas respectivas equações de regressão. Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 Equações de Regressão R2

(%) pH 3,95 3,98 4,01 4,11 4,17 Ŷ= 3,9498 - 0,0040X + 0,0004 X² * 90,0

N-NH3/Ntotal (%) 6,30 6,37 6,68 7,16 7,96 Ŷ= 6,3062 - 0,0539X + 0,0036 X² * 84,0

NIDA (%) 5,25 5,47 5,69 5,87 6,08 Y= 5,2417 + 0,0129X + 0,0185X2 * 98,0

* significativo ao nível de 5% de probabilidade. Todas as silagens apresentaram parâmetros físicos e químicos indicadores da qualidade, que se enquadram na classificação sugerida por PUPO (1981) como boa. Contudo, a inclusão de polpa cítrica no momento da ensilagem produziu aumento (P<0,05) nos teores de pH, mas ainda assim, o maior valor médio ficou dentro da faixa de 3,8 a 4,2, indicada como ideal segundo TOSI (1972). Entretanto, isoladamente, o pH não pode ser considerado como critério seguro para avaliar o processo fermentativo, pois seu efeito inibidor sobre as bactérias dependeria da velocidade de declínio da concentração iônica e do grau de umidade do meio (WOOLFORD, 1984). Assim, a avaliação de outros

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parâmetros como %NNH3/NTOTAL e a concentração de ácidos orgânicos, como os ácidos láctico, acético, propiônico e butírico, se faz necessária para que se possa fazer uma avaliação mais segura (TOSI, 1973). Embora se tenha observado diferença nos teores de %NNH3/NTOTAL (P<0,05), observando-se efeito quadrático com a inclusão de polpa cítrica, os valores médios em todas as silagens estão dentro da faixa (0 a 12,5% de %NNH3/NTOTAL) considerado como muito boa, segundo PUPO (1981). Isso possibilita afirmar que a desaminação obtida por meio da atividade clostrídica, está dentro do normal para esta prática, que segundo OSHIMA & McDONALD (1978), a não obtenção de pH estável na silagem resulta na transformação de ácido láctico em butírico e na degradação extensiva dos aminoácidos para amônia, gás carbônico e aminas. A tendência de pequena elevação nos valores de pH obtidos neste trabalho, são semelhantes àqueles observados em estudos realizados com polpa cítrica como aditivo em silagens de forragens com ou sem pré-secagem (EVANGELISTA et al. 1996; EVANGELISTA et al. 2000; LIMA et al. 2000; RODRIGUES NETO et al. 2001; LIMA et al. 2002; ARLINDO NETTO et al. 2002). O comportamento do pH apresentado por este estudo, apresenta as mesmas tendências de trabalhos onde o pré-emurchecimento foi usado para promover o aumento da matéria seca (TOSI et al. 1997; LIMA et al. 2002 e ARLINDO NETTO et al. 2002). A tendência de aumento nos níveis de %NNH3/NTOTAL, com a inclusão da polpa cítrica diferem daqueles obtidos por EVANGELISTA et al. (1996), que observaram queda mais acentuada nos valores de %NNH3/NTOTAL, a partir da inclusão de 15% de polpa no capim elefante na forma in natura. O aumento de %NNH3/NTOTAL neste trabalho pode estar relacionado ao pré-emurchecimento, como ocorreu em trabalho realizado por FERRARI Jr. et al. (2001), onde no tratamento com pré-secagem e 4% de farelo de mandioca, foi observado aumento nos valores de %NNH3/NTOTAL. Resultados obtidos por DEMARCHI et al. (1998), indicaram um aumento no teor de %NNH3/NTOTAL com a inclusão de farelo de milho úmido em silagens de capim-elefante. Os valores de nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA) apresentaram tendência de aumento com a inclusão de polpa cítrica através de um efeito quadrático. Embora este fato tenha ocorrido, os valores obtidos por todas as silagens experimentais que variaram de 5,25 a 6,08% são considerados baixos, já que o perfil típico da fermentação de uma silagem de milho bem preparada, indica valores de NIDA (%NTOTAL) < 12,0 (ROTH & UNDERSANDER, 1995). Segundo OLIVEIRA (1998), se a fase aeróbia da fermentação for muito extensa, a temperatura interna do material ensilado é acrescida e quando acima de 490C, contribui para aumento do teor de nitrogênio insolúvel aderido a FDA. Sendo o pH, NIDA e %NNH3/NTOTAL parâmetros importantes na avaliação de silagem, os resultados obtidos nesse trabalho com relação a todos os tratamentos, indica a obtenção de silagens de boa qualidade, no qual a participação de polpa cítrica não promoveu grandes alterações no processo fermentativo, de forma a desqualificar a sua inclusão.

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4.3 Coeficiente de Digestibilidade Os coeficientes médios de digestibilidade da matéria seca, proteína bruta, fibra em detergente neutro, fibra em detergente ácido, hemicelulose e celulose das cinco silagens experimentais, com suas respectivas equações de regressão associados a cada fração, encontram-se no Quadro 4. Quadro 4. Coeficiente de digestibilidade da matéria seca (CDMS), da proteína bruta (CDPB), da fibra em detergente neutro (CDFDN), da fibra em detergente ácido (CDFDA), da hemicelulose (CDHC) e da celulose (CDCEL), das silagens e suas respectivas equações de regressão. Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 Equações de Regressão R2(%)

CDMS (%) 57,86 58,51 58,96 59,90 59,05 Ŷ = 57,7946 + 0,0800X – 0,0009X² * 68,0

CDPB (%) 51,26 51,82 52,35 54,08 55,64 Ŷ = 51,2742 - 0,0926X + 0,0079X² * 97,0

CDFDN(%) 59,71 58,05 57,87 56,36 55,58 Ŷ = 59,9500 – 0,1354X * 92,0

CDFDA(%) 50,21 49,35 48,34 47,36 46,79 Ŷ = 50,5204 – 0,1172X * 91,0

CDHC (%) 66,81 62,38 60,13 55,34 54,63 Ŷ = 67,5530 – 0,4274X * 94,0

CDCEL (%) 50,12 49,54 47,07 46,66 45,35 Ŷ = 50,6658 – 0,1621X * 85,0* significativo a 5% de probabilidade. Houve efeito (P<0,05) dos tratamentos em todos os coeficientes de digestibilidade estudados. Foi observado um efeito quadrático no coeficiente de digestibilidade da matéria seca (CDMS), onde evidenciou-se um aumento do coeficiente de digestibilidade com inclusão de polpa cítrica. TEIXEIRA et al. (1998), trabalhando com polpa cítrica como aditivo seco em silagem de capim-elefante ao nível de até 30%, observaram aumento da degradabilidade potencial e efetiva da matéria seca. HENRIQUE et al. (2002), trabalhando com dietas para ovinos contendo até 55% de polpa cítrica em substituição ao milho, observaram aumento nos valores de digestibilidade. O valor médio do CDMS do T1(0%), é próximo aquele citado por PAULINO et al. (2000), em pastagem de andropogon gayanus. Para os coeficientes de digestibilidade da proteína bruta (CDPB), foi observado um efeito quadrático, com uma tendência de aumento na digestibilidade com a inclusão de polpa cítrica. A mesma tendência foi observada por HENRIQUE et al. (2002), que obtiveram melhora no aproveitamento da proteína com aumento da polpa cítrica na dieta, assim como TEIXEIRA et al. (1998) utilizando-se de vacas Nelore e por meio da técnica de incubação in situ, observaram em silagens de capim-elefante com até 30% de polpa cítrica como aditivo, um aumento da degradabilidade potencial e efetiva da proteína bruta da silagem, onde os maiores níveis de inclusão responderam pela maior degradabilidade efetiva. Entretanto, BHATTACHARYA & HARB (1973), verificaram em seu trabalho, que a menor digestibilidade encontrada em dietas com altos níveis de polpa cítrica, está relacionado com a menor digestibilidade da proteína bruta da polpa cítrica, devido ao alto teor de nitrogênio retido na parte fibrosa (N-FDA). Resultados semelhantes foram obtidos por BRUNO FILHO et al. (2000), que observaram diminuição na digestibilidade da proteína bruta, com inclusão de polpa cítrica em rações experimentais com 40 e 60% na dieta.

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Para o coeficiente de digestibilidade da fibra em detergente neutro (CDFDN), observou-se um efeito linear negativo (P<0,05) com redução dos valores médios com a inclusão de polpa cítrica nas silagens, com maior valor do CDFDN para o tratamento com 0% de polpa cítrica e o menor para o tratamento com 30%. Essa tendência assemelha-se àqueles obtidos por TEIXEIRA et al. (1998) que observaram queda na degradabilidade potencial e efetiva e aumento da fração solúvel. O maior CDFDN em dietas com maiores proporções de componentes fibrosos ocorreu, possivelmente, pelo maior tempo de permanência da dieta no rúmen, o que poderia possibilitar um maior ataque dos microrganismos responsáveis pela degradabilidade da parede celular. Comportamentos semelhantes foram encontrados por SIGNORETTI et al. (2000) e BURGER et al. (2000), que observaram redução na digestibilidade da matéria seca, e aumento na disgestibilidade da FDN, quando dietas experimentais apresentaram maiores porcentagens de FDN. Com relação ao coeficiente de digestibilidade da fibra em detergente ácido (CDFDA), observou-se um comportamento semelhante à da fração FDN. À participação crescente de polpa cítrica promoveu uma diferença (P<0,05) no percentual de digestibilidade desta fração da parede celular, com um efeito linear negativo, ou seja, à medida que aumentou a sua participação, diminuiu os percentuais médios do CDFDA. Houve um efeito (P<0,05) linear negativo com a inclusão de polpa cítrica, no coeficiente de digestibilidade da hemicelulose (CDHC) e do coeficiente de digestibilidade da celulose (CDCEL). Novamente esse fenômeno poderia estar relacionado às maiores taxas de passagem, que a substituição (30%) de parte do material mais fibroso pode ter proporcionado. Deve ser lembrado, que as partículas de forragem utilizada nesse estudo, possuíam tamanho maior que o habitualmente usado em confecções de silagens, e isso poderia representar uma maior efetividade física da fibra, favorecendo a digestibilidade dessa fração, pelo maior tempo de permanência no rúmen, o que contribuiria para a ação de microrganismos especializados em degradar esses constituintes da parede celular, alem de promover maior equilíbrio do ambiente ruminal. BEZERRA et al. (2002), observaram um maior tempo de permanência no trato gastrointestinal de ruminantes, das dietas com maior proporção de partículas mais grosseiras, verificando-se que as partículas da dieta com menor efetividade física ficou um tempo significativamente menor. Resultados semelhantes também foram observados por Dixon e Milligam, Bosch e Bruining, citados por BEZERRA et al. (2002) que demonstraram claramente ser o tamanho da partícula dietética, um dos principais fatores a determinar a velocidade de trânsito da digesta no trato gastrintestinal. HENRIQUE et al. (2002), observaram aumento da digestibilidade da fração fibrosa, de dietas ricas em concentrados (80%), com inclusão crescente de polpa cítrica em substituição do milho em grão, tanto para hemicelulose como para FDA, o que provavelmente está relacionado a um possível aumento da digestibilidade da celulose, por ser esse, o componente da fração fibrosa, mais passível de ser afetado por mudanças no ambiente ruminal, promovidas pelo uso da polpa cítrica. Com o aumento da participação de polpa cítrica na dieta com níveis elevados de concentrados, houve um aumento da degradabilidade da fração fibrosa, como ocorreu em estudo realizado por FEGEROS et al. (1995). Este fato é, possivelmente, reflexo da melhora nos padrões de fermentação ruminal. Contudo, o efeito da inclusão de polpa cítrica em grandes proporções em dietas ricas em fibras afeta, sobretudo, a degradabilidade da fração fibrosa, devido principalmente ao possível aumento da taxa de passagem, ou à substituição da ação de microrganismos nas partículas de fibra por outros mais degradáveis.

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4.4. Consumo Voluntário Os valores médios de consumo voluntário por ovinos em g/utm/dia (grama por unidade de tamanho metabólico) e em %PV (percentagem do peso vivo) de matéria seca, proteína bruta e FDN das cinco silagens experimentais, com suas respectivas equações de regressão associados a cada fração, encontram-se no Quadro 5. Quadro 5. Consumo voluntário médio diário de matéria seca (MS), de proteína bruta (PB) e de fibra em Detergente Neutro (FDN), das silagens e suas respectivas equações de regressão.

Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 Equações de Regressão R2

(%)

MS (g/UTM/dia) 58,05 68,04 71,52 73,45 74,04 Ŷ= 58,9511 + 0,5595X * 96,0

MS (%PV) 2,27 2,66 2,80 2,88 2,90 Ŷ= 2,3042 + 0,0220X * 81,0

PB (g/UTM/dia) 4,63 5,34 5,70 5,79 5,71 Ŷ= 4,7118 + 0,0400X * 90,0

PB (%PV) 0,182 0,215 0,222 0,229 0,231 Y= 0,1845 + 0,0017X * 94,0

FDN (g/UTM/dia) 40,30 41,70 40,93 38,73 36,86 Ŷ= 40,2878 + 0,3119X – 0,0142X2 * 99,0

FDN (%PV) 1,56 1,63 1,60 1,53 1,45 Ŷ= 1,5619 + 0,0130X – 0,0006X2 * 59,0

* significativo a 5% de probabilidade. O consumo vem sendo apontado como fator mais importante que a digestibilidade. Essa consideração é muito própria para as forragens conservadas, especialmente as silagens que freqüentemente apresentam problema de restrição de consumo pela má qualidade do alimento O consumo voluntário diário da matéria seca, proteína bruta e FDN em g/UTM/dia e em %PV, diferiu (P<0,05) entre as silagens, em função da inclusão de polpa cítrica. Com o aumento da participação de polpa cítrica na sialgem, nota-se uma tendência de aumento do consumo de matéria seca e proteína bruta, entretanto o mesmo não foi observado com relação a FDN, quando o aumento da participação de polpa cítrica contribuiu para um menor consumo deste constituinte da fração fibrosa. A inclusão de polpa cítrica proporcionou um efeito (P<0,05) linear positivo do consumo de matéria seca das silagens, com maior consumo relacionado a maior participação de polpa cítrica. O consumo de matéria seca deste trabalho, quando comparados com os valores estabelecidos pelo NRC (1985) de ovinos, mostrou-se adequado ao atendimento de suas exigências. Entretanto, com relação à proteína bruta o mesmo não aconteceu, o que sugere uma suplementação protéica quando da utilização destas dietas para que os valores sugeridos pelo NRC (1985) com relação a esse nutriente sejam atendidos. O consumo de matéria seca, obtido nesse trabalho, indica uma aceitabilidade satisfatória de silagem, tendo em vista o consumo de matéria seca em outros trabalhos em que silagens foram oferecidas a ovinos, com os realizados por FERREIRA et al. (2002) em silagem de capim-elefante, com níveis crescentes de subprodutos da indústria do suco de caju, SOUZA et al. (2000), em silagem de sorgo, PINTO et al. (1998), em silagem de capim Sudão, milheto, teosinto e milho, MANNO et al. (2002), silagem de capim elefante

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tratados com inoculantes microbianos, MIZUBUTI et al. (2002), em silagem de milho, girassol e sorgo, RODRIGUES NETO, et al. (2001), com uso de polpa cítrica, e milho moído em silagens confeccionadas com subproduto da extração do palmito de pupunha. As variações no consumo de matéria seca, entre os diferentes trabalhos podem estar relacionadas, de certa forma, às diferentes densidades energéticas, que provavelmente existem entre as silagens, pois quando rações são formuladas para apresentar elevado teor de fibra, ou baixa densidade energética em relação às exigências dos animais, o consumo poderá ser limitado pelo efeito de “enchimento“ do rúmen-retículo. Entretanto, se a densidade energética da ração for elevada, ou a concentração de fibra for baixa em relação aos requerimentos dos animais, a ingestão passa ser limitada pela demanda fisiológica de energia. Admite-se que as rações ricas em alimentos rapidamente fermentáveis no rúmen podem sobrepujar o sistema tampão do animal, fazendo com que este seja incapaz de manter os valores de pH dentro de limites adequado à digestão de fibra. A correlação existente entre ingestão de FDN, ruminação e salivação é indispensável para manter a atividade ruminal e o consumo de alimentos em bovinos (VAN SOEST & MERTENS, 1984; MERTENS, 1988; MERTENS, 1994). O consumo de proteína bruta em g/UTM/dia e %PV, apresentaram efeito linear positivo a inclusão de polpa cítrica, onde observou-se uma tendência de aumento na ingestão de proteína. A baixa ingestão de nitrogênio exige uma suplementação protéica quando se busca um maior desempenho dos animais, porém, nota-se que a exigência mínima de nitrogênio no rúmem foi atendida, ao nos basearmos na digestibilidade dos nutrientes das silagens. A ingestão de proteína nesse trabalho mostrou-se inferior a outros como as silagens de milho e girassol, e próximos a de sorgo em trabalho realizado por MIZUBUTI et al. (2002); próximos aos valores obtidos em silagem de capim-sudão, teosinto , superiores a silagem de milheto e, inferior a silagem de milho, em trabalho realizado por PINTO et al. (1998); e acima dos valores obtidos por FERREIRA et al. (2002) com o uso de subprodutos da indústria de sulco de caju, em silagem do capim-elefante. A inclusão de polpa proporcionou um efeito quadrático, para o consumo de FDN, tanto para g/UTM/dia, como para %PV, onde nota-se uma tendência de queda na ingestão, sendo o consumo máximo desta fração fibrosa, observado com a inclusão de 15% de polpa cítrica, onde a diminuição da ingestão de FDN acompanhou o aumento da participação de polpa nas silagens. O mesmo comportamento foi observado em trabalho realizado por SILVA et al. (2002), que observaram um consumo crescente da FDN, conforme o aumento de FDN na dieta e em trabalho realizado por SOUZA et al. (2000), em silagem de sorgo.

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5 CONCLUSÕES

Em razão dos resultados alcançados e nas circunstâncias em que este trabalho foi

desenvolvido, puderam-se extrair as conclusões que se seguem. O pré-emurchecimento do capim picado mediante exposição ao sol por cinco horas,

foi suficiente para elevação dos teores de matéria seca, a níveis recomendados pela literatura.

A polpa cítrica mostrou-se um bom aditivo, com sua importância no processo de ensilagem, não só voltado para sua principal característica de aditivo seco, mas também como excelente fonte de carboidratos solúveis.

Os valores de pH, NIDA e %N-NH3/NTOTAL de todas as silagens foram satisfatórios, mostrando que o padrão de fermentação desejado provavelmente foi alcançado.

Houve um efeito positivo da inclusão da polpa cítrica no coeficiente de digestibilidade da matéria seca e da proteína bruta. Porem, altas inclusões diminuiu o coeficiente de digestibilidade da fração fibrosa.

O consumo voluntário médio de matéria seca em g/UTM/dia e em %PV foi satisfatório no atendimento as exigências estabelecidas pelo NRC (1985) de ovinos. Porem, a baixa ingestão de proteína bruta sugere a necessidade de uma suplementação protéica, quando se usa esta dieta.

Observa-se, de modo geral, um efeito positivo com a inclusão de polpa cítrica. No entanto, deve ser levado em conta a relação custo/benefício do uso deste aditivo em níveis acima de 15%, quando da utilização do emurchecimento.

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41

7 ANEXOS

Valores de digestibilidade

45

50

55

60

65

70

1 2 3 4 5

Tratamento

Coe

ficie

nte

de d

iges

tibili

dade

(%)

DMS DPB DFDN DFDA DHC DCEL

42

Composição bromatológica

0

20

40

60

80

1 2 3 4 5

Tratamento

Com

posi

ção

na m

atér

ia s

eca

(%)

MS PB FDN FDA LIG CEL HC MM

43

Características fermentativasAcidez

3,8

3,9

4

4,1

4,2

1 2 3 4 5

Tratamento

pH

44

Características fermentativasNitrogênio amoniacal

6

6,4

6,8

7,2

7,6

8

1 2 3 4 5Tratamento

% N

-NH

3/N

Tota

l

45

Características fermentativasNitrogênio insolúvel em detergente ácido

5,0

5,2

5,4

5,6

5,8

6,0

6,2

1 2 3 4 5Tratamento

Nid

a (%

)

46

Consumo voluntário

0

10

20

30

40

50

60

70

80

1 2 3 4 5

Tratamento

g/ut

m/d

ia

CVMS CVPB CVFDN