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UFOP - CETEC - UEMG REDEMAT REDE TEMÁTICA EM ENGENHARIA DE MATERIAIS UFOP UEMG Dissertação de Mestrado Caracterização de Areias Silicosas e de Rejeitos de Mineração para Uso em Processos de FundiçãoAutor: Ricardo Augusto Martins Figueiredo Orientador: Prof. Cláudio Batista Vieira, Dr. Co-Orientadora: Profª. Maria Aparecida Pinto, Drª. Maio de 2017

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UFOP - CETEC - UEMG

REDEMAT REDE TEMÁTICA EM ENGENHARIA DE MATERIAIS

UFOP – UEMG

Dissertação de Mestrado

“Caracterização de Areias Silicosas e de Rejeitos de

Mineração para Uso em Processos de Fundição”

Autor: Ricardo Augusto Martins Figueiredo

Orientador: Prof. Cláudio Batista Vieira, Dr.

Co-Orientadora: Profª. Maria Aparecida Pinto, Drª.

Maio de 2017

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UFOP - CETEC - UEMG

REDEMAT REDE TEMÁTICA EM ENGENHARIA DE MATERIAIS

UFOP – UEMG

Ricardo Augusto Martins Figueiredo

“Caracterização de Areias Silicosas e de Rejeitos de Mineração para

Uso em Processos de Fundição”

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós- Graduação em Engenharia de

Materiais da REDEMAT, como parte integrante

dos requisitos para a obtenção do título de Mestre

em Engenharia de Materiais.

Área de concentração: Análise e Seleção de Materiais

Orientador: Prof. Cláudio Batista Vieira, Dr.

Co-Orientadora: Profª. Maria Aparecia Pinto, Drª.

Ouro Preto, Maio de 2017

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Catalogação: www.sisbin.ufop.br

F475c Figueiredo, Ricardo Augusto Martins. Caracterização de areias silicosas e de rejeitos de mineração para uso emprocessos de fundição [manuscrito] / Ricardo Augusto Martins Figueiredo. -2017. 92f.: il.: color; grafs; tabs.

Orientador: Prof. Dr. Cláudio Batista Vieira. Coorientador: Profa. Dra. Maria Aparecida Pinto.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Pró-Reitoria dePesquisa e Pós-Graduação. REDEMAT. Programa de Pós-Graduação em Engenhariade Materiais. Área de Concentração: Análise e Seleção de Materiais.

1. Mineração - Rejeito. 2. Areia - Silica. 3. Areia - Fundição. I. Vieira,Cláudio Batista. II. Pinto, Maria Aparecida. III. Universidade Federal de OuroPreto. IV. Titulo.

CDU: 620

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i

AGRADECIMENTOS

A Deus pela vida.

A minha família e aos meus amigos, em especial minha mãe, minha avó e minha tia pelo

amor, compreensão e apoio de sempre.

Aos meus orientadores prof. Cláudio Batista Vieira e profª. Maria Aparecida Pinto pela

amizade, oportunidade de realização deste trabalho e pelos ensinamentos.

Aos meus primos Célia Corcini e Júlio Fortes por todo apoio e suporte concedidos em

Ouro Preto.

Aos amigos do laboratório de caracterização de areias Denílson Pereira de Melo,

Guilherme Francisco de Sales Silva, Leandro Moreira Carneiro, Raphael França e Sávio

José de Oliveira pela amizade e parceria nos trabalhos realizados.

À REDEMAT pelo programa de mestrado e pelas amizades construídas em especial ao

Leandro Augusto de Souza, Marcella Rocha Franco e Maria Luíza Seixas.

Aos amigos do laboratório de Hidrometalurgia do DEMET, em especial ao prof. Versiane

Albis Leão, à Andréia De-Lazzari Resende, Angélica Martins, Felipe Avelino de Carvalho,

Flávio Luiz Martins, Liliane Coelho de Carvalho e Lucas Sanches Magalhães.

Ao DEMET, em especial à Ana Maria Coelho Neves, Anísio Martins, Graciliano Dimas

Francisco e Paulo Sérgio Moreira, pelo grande e valioso suporte.

À Samarco Mineração S.A. pelo projeto e confiança na realização deste trabalho, em

especial aos Srs. Denílson Rodrigues de Araújo e Gil Ribeiro Vilela Neto e à Srta.

Alessandra Prata de Almeida.

À Srta. Andreia Carolina Rosa por todo o suporte inicial.

À Siderúrgica Itabirito S.A. pela parceria.

À Mineração Jundu S.A. pela doação das amostras.

Ao Senai de Itaúna pela colaboração nos ensaios.

À Fundação Gorceix pela bolsa.

À FEOP pelo apoio do projeto.

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ii

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1

2 OBJETIVOS................................................................................................................... 3

2.1 Objetivo Geral ......................................................................................................... 3

2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................. 3

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 4

3.1 Areia de Fundição ................................................................................................... 4

3.1.1 Areia base ........................................................................................................ 5

3.1.1.1 Areia de sílica .............................................................................................. 6

3.2 Aglomerantes .......................................................................................................... 8

3.2.1 Bentonita ........................................................................................................ 10

3.2.1.1 Inchamento ................................................................................................. 12

3.2.1.2 Umidade ..................................................................................................... 13

3.2.2 Resinas ........................................................................................................... 13

3.2.2.1 Resina Fenólica-Uretânica ......................................................................... 14

3.2.3 Silicato de Sódio/CO2 .................................................................................... 14

3.3 Óxido de Ferro ...................................................................................................... 16

3.4 Itabirito .................................................................................................................. 17

3.4.1 Beneficiamento do itabirito ........................................................................... 18

3.4.2 Rejeito arenoso .............................................................................................. 20

3.5 Ensaios de Areia de Fundição ............................................................................... 21

3.5.1 Ensaios analíticos .......................................................................................... 21

3.5.1.1 Espectrometria por fluorescência de raios X (FRX) .................................. 21

3.5.1.2 Difratometria de raios X (DRX) ................................................................ 22

3.5.1.3 Forma e estrutura dos grãos ....................................................................... 23

3.5.1.4 Distribuição granulométrica, módulo de finura e teor de finos ................. 25

3.5.1.5 Umidade ..................................................................................................... 26

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iii

3.5.1.6 Permeabilidade ........................................................................................... 27

3.5.1.7 Perda por calcinação .................................................................................. 28

3.5.1.8 Demanda ácida ........................................................................................... 29

3.5.1.9 Potencial hidrogeniônico (pH) ................................................................... 30

3.5.2 Ensaios Tecnológicos .................................................................................... 31

3.5.2.1 Compactabilidade ...................................................................................... 31

3.5.2.2 Resistência à compressão a verde .............................................................. 31

3.5.2.3 Resistência à tração .................................................................................... 32

3.5.2.4 Resistência à flexão ................................................................................... 32

3.6 Avaliação Estatística pelo Teste de Tukey ........................................................... 32

4 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................ 34

4.1 Materiais ............................................................................................................... 34

4.2 Caracterização Analítica ....................................................................................... 35

4.2.1 Análise química semiquantitativa por fluorescência de raios X (FRX) ........ 36

4.2.2 Análise mineralógica por difratometria de raios X (DRX) ........................... 36

4.2.3 Verificação da forma e da estrutura dos grãos .............................................. 37

4.2.4 Análise de distribuição granulométrica, módulo de finura e teor de finos .... 37

4.2.5 Umidade ........................................................................................................ 38

4.2.6 Permeabilidade .............................................................................................. 38

4.2.7 Perda por calcinação ...................................................................................... 38

4.2.8 Demanda ácida .............................................................................................. 39

4.2.9 Potencial hidrogeniônico (pH) ...................................................................... 39

4.3 Caracterização Tecnológica .................................................................................. 39

4.3.1 Areia verde .................................................................................................... 41

4.3.1.1 Compactabilidade ...................................................................................... 41

4.3.1.2 Permeabilidade ........................................................................................... 42

4.3.1.3 Resistência à compressão a verde .............................................................. 42

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iv

4.3.2 Areia de cura a frio ........................................................................................ 43

4.3.2.1 Resistência à tração .................................................................................... 44

4.3.2.2 Resistência à flexão ................................................................................... 44

4.3.3 Areia com silicato de sódio/CO2 ................................................................... 45

4.3.3.1 Resistência à tração .................................................................................... 46

4.3.3.2 Resistência à flexão ................................................................................... 46

4.3.4 Análise estatística pelo teste de Tukey .......................................................... 46

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................. 47

5.1 Caracterizações Analítica e Tecnológica .............................................................. 47

5.1.1 Caracterização analítica ................................................................................. 47

5.1.2 Caracterização Tecnológica ........................................................................... 55

5.1.2.1 Areia verde ................................................................................................. 56

5.1.2.2 Areia de cura a frio com resina fenólica-uretânica .................................... 57

5.1.2.3 Areia com silicato de sódio/CO2 ................................................................ 60

5.2 Caracterização Tecnológica da Areia AM02: variação do teor dos aglomerantes 62

5.2.1 Areia verde .................................................................................................... 62

5.2.2 Areia de cura a frio com resina fenólica-uretânica ........................................ 64

5.2.3 Areia com silicato de sódio/CO2 ................................................................... 67

5.3 Caracterização Analítica e Tecnológica dos Blends ............................................. 70

5.3.1 Caracterização analítica ................................................................................. 70

5.3.2 Caracterização tecnológica ............................................................................ 73

5.3.2.1 Areia verde ................................................................................................. 73

5.3.2.2 Areia de cura a frio com resina fenólica-uretânica .................................... 74

5.3.2.3 Areia com silicato de sódio/CO2 ................................................................ 77

6 CONCLUSÕES ............................................................................................................ 80

7 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ....................................................... 82

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 83

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v

LISTA DE FIGURAS

Figura 3.1- Areias base de fundição ............................................................................... 5

Figura 3.2- Campos de estabilidade dos principais polimorfos naturais do SiO2 em

função da temperatura e pressão .................................................................................... 8

Figura 3.3- Estrutura da Esmectita ................................................................................. 10

Figura 3.4- Veiamento .................................................................................................... 17

Figura 3.5- Itabirito ........................................................................................................ 18

Figura 3.6- Fluxograma simplificado di processo de beneficiamento do minério e

geração de resíduos da Samarco Mineração S.A. .......................................................... 19

Figura 4.1- Ensaios de caracterização analítica .............................................................. 36

Figura 4.2- Permeâmetro modelo PER ........................................................................... 38

Figura 4.3- Ensaios de caracterização tecnológica ......................................................... 40

Figura 4.4- Misturador de laboratório modelo ML ........................................................ 41

Figura 4.5- Martelete mecânico modelo MM ................................................................ 42

Figura 4.6- Máquina universal de resistência para areia modelo MRUD ...................... 43

Figura 4.7- Batedeira planetária modelo BP-05 ............................................................. 43

Figura 4.8- Máquina de ensaios modelo DAP com acessórios para ensaio de

resistência à tração .......................................................................................................... 44

Figura 4.9- Máquina de ensaios modelo DAP com acessórios para ensaio de

resistência à flexão ......................................................................................................... 45

Figura 5.1- Análises mineralógicas por difratometria de raios X das amostras

AM01(a), AM02 (b), NOV (c), PRO (d) e PAD (e) ...................................................... 48

Figura 5.2- Imagens de microscopia óptica com aumentos respectivos de 8x, 30x e

100x das areias AM01 (a; b; c), AM02 (d; e; f), NOV (g; h; i), PRO (j; k; l) e PAD

(m; n; o) .......................................................................................................................... 50

Figura 5.3- Distribuição granulométrica das areias em relação ao material passante .... 52

Figura 5.4- Distribuição granulométrica das areias em relação ao material retido ........ 53

Figura 5.5- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à compressão a verde ............. 57

Figura 5.6- Resistência à tração em função do tempo das areias de cura a frio ............. 58

Figura 5.7- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à tração: areia de cura a frio .. 58

Figura 5.8- Resistência à flexão em função do tempo das areias de cura a frio ............. 59

Figura 5.9- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à flexão: areia de cura a frio .. 60

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vi

Figura 5.10- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à tração: areia com silicato

de sódio/CO2 ................................................................................................................... 61

Figura 5.11- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à flexão: areia com silicato

de sódio/CO2 ................................................................................................................... 62

Figura 5.12- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à compressão a verde

variando o teor de bentonita ........................................................................................... 63

Figura 1.13- Resistência à tração em função do tempo: variação do teor de resina da

areia AM02 ..................................................................................................................... 64

Figura 5.14- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à tração com a variação do

teor de resina da areia AM02 ......................................................................................... 65

Figura 5.15- Resistência à flexão em função do tempo: variação do teor de resina da

areia AM02 ..................................................................................................................... 66

Figura 5.16- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à flexão com a variação do

teor de resina da areia AM02 ......................................................................................... 67

Figura 5.17- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à tração com a variação do

teor de silicato de sódio da areia AM02 ......................................................................... 68

Figura 5.18- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à flexão com a variação do

teor de silicato de sódio da areia AM02 ......................................................................... 69

Figura 5.19- Distribuição granulométrica do blend BL01 e das areias AM02 e PAD ... 70

Figura 5.20- Distribuição granulométrica do blend BL02 e das areias AM02 e NOV .. 71

Figura 5.21- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à compressão a verde dos

blends e suas areias de origem ....................................................................................... 74

Figura 5.22- Resistência à tração dos blends e suas areias de origem em função do

tempo .............................................................................................................................. 74

Figura 5.23- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à tração dos blends e suas

areias de origem: areia de cura a frio ............................................................................. 75

Figura 5.24- Resistência à tração dos blends e suas areias de origem em função do

tempo .............................................................................................................................. 76

Figura 5.25- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à flexão dos blends e suas

areias de origem: areia de cura a frio ............................................................................. 76

Figura 5.26- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à tração dos blends e suas

areias de origem: areia com silicato de sódio/CO2 ......................................................... 78

Figura 5.27- de Tukey para o ensaio de resistência à flexão dos blends e suas areias

de origem: areia com silicato de sódio/CO2 ................................................................... 79

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vii

LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1- Características básicas das diversas areias utilizadas em fundição .. 6

Tabela 3.2- Forma dos grãos e respectivos coeficientes de angularidade ........... 25

Tabela 3.3- Classificação da areia pelo módulo de finura .................................. 26

Tabela 4.1- Materiais e blends estudados ............................................................ 35

Tabela 4.2- Variação do teor dos aglomerantes para os ensaios tecnológicos da

areia AM02 .......................................................................................................... 40

Tabela 5.1- Análise química das amostras por fluorescência de raios X ............ 47

Tabela 5.2- Forma e estrutura dos grãos ............................................................. 52

Tabela 5.3- Parâmetros granulométricos das amostras de areia .......................... 53

Tabela 5.4- Parâmetros físico-químicos das amostras de areias ......................... 54

Tabela 1.5- Resultados dos ensaios das amostras de areia verde ........................ 56

Tabela 5.6- Resultados dos ensaios das amostras de areia com silicato de

sódio/CO2 ............................................................................................................ 60

Tabela 5.7- Resultados dos ensaios de areia verde com variação dos teores de

bentonita .............................................................................................................. 63

Tabela 5.8- Resultados dos ensaios das amostras de areia AM02 variando os

teores de silicato de sódio .................................................................................... 67

Tabela 5.9- Parâmetros granulométricos dos blends e suas areias de origem ..... 71

Tabela 5.10- Parâmetros físico-químicos dos blends e suas areias de origem .... 72

Tabela 5.11- Resultados dos ensaios de areia verde para os blends e suas

areias de origem .................................................................................................. 73

Tabela 5.12- Resistência à tração e resistência à flexão dos blends e suas areias

de origem ............................................................................................................. 77

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viii

LISTA DE NOTAÇÕES

Siglas e abreviações:

ABIFA Associação Brasileira de Fundição

AFS American Foundry Society

CEMP Comissão de Estudos de Matérias Primas

DRX Difratometria de raios X

FRX Fluorescência de raios X

mA Massa da amostra

mB Massa do resíduo

N Normal

Nanolab Laboratório de nanotecnologia

pH Potencial hidrogeniônico

PPC Perda por calcinação

REDEMAT Rede Temática em Engenharia de Materiais

ROM Run of mine

SR Superfície específica real

ST Superfície teórica

Símbolos:

α Fase alfa

β Fase beta

λ Comprimento de onda

ϴ Ângulo de difração

d Distância entre os planos

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ix

RESUMO

A fundição consiste na fabricação de peças metálicas por meio do preenchimento de um

molde com metal líquido que contém o formato da peça que se deseja fabricar. Dentre os

mais variados processos de fabricação de moldes, os de areia têm importante destaque e

são os mais difundidos, destacando-se os confeccionados com areias silicosas. Este

trabalho apresenta um estudo de caracterização analítica e tecnológica de diferentes

amostras de areias silicosas e de rejeitos de mineração para uso dos rejeitos em processos

de fundição. Os ensaios foram realizados variando-se os teores padrões de aglomerante e

também com a realização de blends entre as areias. Com relação às técnicas analíticas,

foram realizados os ensaios de distribuição granulométrica, módulo de finura, teor de

finos, umidade, permeabilidade, perda por calcinação, demanda ácida e pH. Ademais, as

análises químicas globais das amostras de areias foram realizadas via espectrometria por

fluorescência de raios X, as análises mineralógicas via difratometria de raios X e as

análises morfológicas para a verificação da forma e estrutura dos grãos por microscopia

óptica. Com referência à caracterização tecnológica, foram realizados os ensaios de

resistência à compressão, resistência à tração, resistência à flexão, permeabilidade e

compactabilidade. Nesses ensaios as amostras foram ensaiadas simulando os processos de

areia verde, areia de cura a frio com resina fenólica-uretânica e areia com silicato de

sódio/CO2. Os resultados dos ensaios analíticos e tecnológicos mostraram que a amostra de

rejeito arenoso denominada AM02 apresentou melhores respostas aos testes quando

comparada à areia padrão (PAD). Ainda assim, é recomendável que sejam realizados testes

em escala de bancada com diferentes ligas antes de seu emprego na indústria.

Palavras chave: Caracterização Tecnológica, Areias Silicosas, Rejeitos de Mineração,

Areias de Fundição.

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x

ABSTRACT

Casting consists in manufacturing metallic parts by filling a mold with the shape of the part

desired, with molten metal. Among the several mold manufacturing processes, sand molds

are the most important being the most widespread, especially the molds made by siliceous

sands. This work presents an analytical and technological characterization of different

samples of siliceous sands and mining tailings to use in casting processes. The tests were

carried out by varying the standard content of binders and also with the confection of

blends among the sands. With regard to analytical techniques, were performed the

following analysis: size distribution, fineness modulus, fines content, moisture,

permeability, loss on ignition, acid demand and pH. Additionaly, the global chemical

analysis of the sand samples were performed by X-ray fluorescence spectrometry,

mineralogical analysis by X-ray diffraction and morphological analysis to check of shape

and grain structure of the particles by optical microscopy. With reference to technological

characterization the following tests were held: compressive strength, tensile strength,

bending strength, permeability and compactability. The technological tests were performed

simulating the processes of green sand, cold set with phenolic-urethane resin and sodium

silicate/CO2. The results of the analytical and technological tests showed that AM02

mining tailing presented the best outcomes when compared to PAD sand. It is

recommended to conduct bench scale tests with different alloys prior to application in the

foundry industry.

Keywords: Technological characterization, Siliceous sands, Mining Tailings, Foundry

Sands.

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1

A areia silicosa, muitas vezes também denominada areia industrial, é um dos

minerais mais abundantes no mundo, tendo suas reservas de melhor qualidade situadas no

Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Brasil e França, sendo que no Brasil, os estados de São

Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais têm importante destaque. É, possivelmente, o

mineral não-metálico que apresenta a maior variedade de aplicações, principalmente nas

indústrias de vidros, fundição e cerâmicas. Suas características químicas e físicas são

determinantes para definir seu melhor aproveitamento. Para o seu uso na fabricação de

machos e moldes na indústria de fundição alguns parâmetros, como, por exemplo, uma

estreita faixa granulométrica, um alto grau de refratariedade, o formato e estrutura dos

grãos adequados, permeabilidade suficiente para a vazão dos gases do interior dos moldes

e alta resistência à umidade são condições essenciais que a areia deve propiciar

(SUNDARARAJAN et al., 2009; LUZ e LINS, 2005, STAUDER, et al., 2016).

De acordo com o Anuário Mineral Brasileiro (2010) a produção beneficiada de

areia industrial no ano de 2009 foi de 4.926.239 toneladas, sendo que 24,77% deste total,

ou seja, 1.220.229 toneladas, foram destinados à indústria de fundição. Os estados de São

Paulo e Santa Catarina foram os maiores produtores e a Mineração Jundu destacou-se com

uma participação de 45,23% no valor da comercialização de areias industriais. As areias

destinadas ao uso como agregados na construção civil diferem bastante em termos de

qualidade quando comparadas às areias industriais, que apresentam certo grau de pureza

em sua composição além de propriedades padronizadas, por englobarem usos mais

restritos. Por este fato estes dois materiais são abordados separadamente (LUZ e LINS,

2005; GWP CONSULTANTS, 2010).

O itabirito é um tipo de rocha metamórfica caracterizado por camadas alternadas de

sílica e óxido de ferro que, após beneficiado, extrai-se o minério de ferro (MENDES et al.,

2016). O processo de beneficiamento do itabirito gera, além do concentrado de ferro, o

rejeito arenoso e a lama, que são materiais normalmente depositados em barragens

(FREIRE, 2012). O aproveitamento do rejeito arenoso para uso nas indústrias de

construção civil, cerâmicas, pavimentação, dentre outras aplicações, vem sendo bastante

estudado (FREIRE, 2012; TOLENTINO, 2010; PEREIRA JR, 2011; NOCITI, 2011). Esta

prática diminui a quantidade de materiais direcionados às barragens, amenizando o

1 INTRODUÇÃO

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2

impacto ambiental, além de tornar-se uma alternativa de aproveitamento econômico dos

rejeitos em suas novas aplicações. Não existem na literatura estudos de aproveitamento de

rejeito arenoso como areia de fundição.

Os moldes e machos para fundição podem ser preparados por diversos processos,

que variam em decorrência das características do produto e da liga metálica a ser fundida.

Os mais usuais no Brasil são os moldes preparados com areia, evidenciando-se o uso de

areias silicosas para a confecção dos mesmos, principalmente devido à sua grande

disponibilidade, seu baixo custo e suas propriedades (CASOTTI et al., 2011). Na grande

maioria dos processos de moldagem as areias podem ser recicladas e reutilizadas por

múltiplas vezes, até certo ponto em que ainda tenha um mínimo de resistência. Na

macharia o uso de areias novas é sempre necessário devido ao alto nível de solicitação que

o macho deve suportar exigindo-se altas resistências (SIKCHI, et al., 2015).

Os processos de moldagem em areia verde, areia de cura a frio e silicato de

sódio/CO2 estão entre os mais comuns utilizados nas fundições. Cada processo apresenta

suas particularidades. O processo de moldagem em areia verde (areia, bentonita e aditivos)

é o mais usado no mundo. O processo de areia de cura a frio é bastante eficiente quando se

tem um sistema automatizado de produção de moldes e machos. O processo de silicato de

sódio/CO2 a cada dia está sendo menos utilizado devido a impossibilidade de reutilização

da areia de moldagem (KHANDELWAL e RAVI, 2016; ZARETSKIY, 2016; STAUDER

et al., 2016).

Os trabalhos de caracterização de areias industriais brasileiras para uso em

processos de fundição são escassos na literatura. Muchon (1988) apresenta um dos mais

completos estudos neste assunto, voltado para as propriedades analíticas de areias de

fundição do estado de Minas Gerais.

Diante disso, essa pesquisa visa realizar a caracterização analítica e tecnológica de

areias silicosas de diferentes fontes e de rejeitos de flotação da Samarco Mineração S.A.

para que se avalie a possibilidade do uso desses rejeitos como areia base em processos de

moldagem para fundição.

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Realizar um estudo de caracterização analítica e tecnológica de amostras de areias

silicosas e dos rejeitos de mineração para uso em processos de fundição.

Enumeram-se os seguintes objetivos específicos deste trabalho:

Realizar a caracterização física, química e granulométrica das amostras

selecionadas;

Realizar estudo das características morfológicas das amostras via microscopia

óptica;

Realizar análises químicas das amostras via espectroscopia por fluorescência de

raios X e mineralógicas via ensaios de difratometria de raios X;

Realizar caracterização tecnológica das amostras por meio de análises técnicas

empregando os ensaios de resistência à compressão, resistência à tração, resistência

à flexão, permeabilidade e compactabilidade de corpos de provas (feitos com as

amostras selecionadas puras e com seus blends) empregando diferentes teores dos

aglomerantes bentonita, resina fenólica-uretânica e silicato de sódio;

Comparar os resultados obtidos dos ensaios de caracterização para avaliar o uso das

amostras de rejeito de mineração nos processos de moldagem em fundição.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

2.2 Objetivos Específicos

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Fernandes (2006) define areia de fundição como um material heterogêneo

constituído essencialmente por um elemento granular refratário, dito areia base, e um

elemento aglomerante, seja mineral (argila) ou orgânico (óleos, aglomerantes derivados de

cereais, polímeros, etc.) usado para a confecção de moldes monolíticos de fundição,

designados mais comumente como moldes refratários. Pode ocorrer a presença ou não de

água, bem como de algum aditivo que tenha por função atuar na melhoria de alguma

propriedade do molde e/ou do macho.

Cilla e Morelli (2012) afirmam que o processo de fundição mais rápido, econômico

e convencional é o de moldagem em areia verde, onde o principal ligante é uma argila

umedecida (bentonita). Entretanto, devido a exigências tecnológicas, são utilizados

também outros ligantes como resinas furânicas, fenólicas e uretânicas.

A moldagem em areia responde pela maior quantidade de produtos fundidos. A

importância desse material na indústria de fundição mundial é muito grande,

principalmente, pelo custo, relativamente baixo, considerando os outros métodos. Se a

moldagem for com areia verde, este custo fica ainda menor, considerando a utilização de

areia natural e o não requerimento de secagem do molde (COUTINHO NETO, 2004).

As areias utilizadas na moldagem podem ser consideradas como um subproduto da

indústria de fundição, pois as mesmas são reutilizadas diversas vezes antes de serem

removidas do processo descartadas em local apropriado. As características químicas e

físicas destas areias vão depender do tipo de processo de moldagem utilizado e de sua

origem (GURUMOORTHY e ARUNACHALAM, 2016).

As areias de fundição podem ser classificadas de acordo com vários critérios, como

quanto a sua origem (natural, sintética e semissintética), ao seu uso (nova ou usada), a sua

granulometria, ao teor de argila, à sua aplicação na moldagem, dentre outros.

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Areia de Fundição

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3.1.1 Areia base

A areia base é o principal insumo no processo de confecção de moldes de areia para

a conformação do metal na fundição. Segundo Muchon (1988) ela é um material refratário

granular e não consolidado. As principais variedades de areia base utilizadas com

aglomerantes são as areias de sílica, as de cromita, as de zirconita e as areias de olivina.

Sendo que, a areia de sílica é a mais empregada devido a sua abundância, ao seu baixo

custo e sua qualidade obtida nos moldes e nas peças fundidas, o que leva, a cada dia, serem

desenvolvidas inovações tecnológicas nesta área com o objetivo de se melhorar a qualidade

e a resistência final dos moldes (FERNANDES, 2006).

A areia base para a confecção de um molde influencia diretamente na qualidade

final da peça fundida, por isso, a escolha do tipo de areia, que varia de acordo com suas

características e também com as características do metal ou liga metálica a ser fundida,

torna-se fundamental para o sucesso do processo de fundição. Sun et al. (2012) diz que

como a temperatura de vazamento do metal normalmente é fixa, as condições de

resfriamento, que influem na qualidade da peça fundida, normalmente está relacionada aos

materiais de moldagem e na espessura das paredes do molde. A Figura 3.1 ilustra alguns

exemplos de areias base de fundição.

Figura 3.1 - Areias base de fundição (MINERAÇÃO JUNDU, 2013)

De acordo com Ferreira (2007), as areias devem apresentar algumas características

para que possam ser usadas como areia base, dentre elas: estabilidade térmica e

dimensional a elevadas temperaturas, distribuição de forma e tamanho das partículas

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adequadas, não apresentar reatividade química com o metal fundido, não apresentar uma

molhabilidade fácil com o metal fundido, estar livre de partículas de baixo ponto de fusão,

estar livre de produtos que gerem gases às altas temperaturas envolvidas, composição

química uniforme, ter compatibilidade com o aglomerante, de preferência de baixo custo.

Além dessas características Polzin et al. (2015) incluem os baixos impactos ambientais que

os materiais de moldagem devem gerar, como, por exemplo, o controle de emissões de

gases, a capacidade de regeneração e reaproveitamento das areias usadas e seu

comportamento quanto à disposição em aterros.

Romanus (1991) apresenta características básicas de algumas areias utilizadas em

fundição listadas na Tabela 3.1.

Tabela 3.1 - Características básicas das diversas areias utilizadas em fundição

Características Areias

Sílica Zirconita Cromita Olivina

Granulometria Qualquer faixa Geralmente fina Média e Fina Média e Fina

Peso Específico

(g/cm³) 2,65 4,6 4,5 3,2

Densidade Solta a Seco

(g/cm³) 1,57 - 1,74 2,90 - 3,20 2,50 - 2,70 1,80 - 2,10

Expansão Linear (%) e

Refratariedade a

1150°C

6,0 (Alta) 0,0 (Alta) 2,0 (Alta) 15,0 (Moderada)

Expansão Linear (%) e

Refratariedade a 900°C 1,56 (Alta) 0,25 (Muito baixa) 0,65 (Baixa) 1,02 (Moderada)

Coeficiente de Difusão

Calorífica 0,027 0,036 0,031 0,031

Resistência à

Penetração Metálica Boa Boa Excelente Moderada

Comportamento frente

aos Aglomerantes

Excelente com

todos os tipos de

aglomerantes

Excelente com todos

os tipos de

aglomerantes

Geralmente bom

com qualquer tipo

de aglomerante

Satisfatório, exceto

com sistemas de

catalisadores

ácidos

Fonte: Romanus (1991)

A areia de sílica é amplamente utilizada nos processos de moldagem e macharia por

sua abundância na natureza, facilidade de extração e beneficiamento (ROMANUS, 1991),

o que acarreta baixo custo comparado a outros tipos de areia base, além de suas boas

3.1.1.1 Areia de sílica

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propriedades tecnológicas. Ela consiste em dióxido de silício (SiO2), com uma estrutura

molecular de redes tridimensionais de SiO2 (WALLENHORST, 2012).

A areia tem sempre origem secundária, ou seja, é formada pela desagregação e

decomposição de rochas ricas em quartzo, sobre as quais atuaram agentes químicos e

mecânicos (MUCHON, 1988). Fernandes (2006) cita que elas podem ser encontradas em

jazidas, em rios, em lagos e em praias, mas que no Brasil o maior consumo das areias para

a indústria de fundição é proveniente de jazidas, onde são extraídas por métodos de lavra

convencionais, como o de bancadas e o de tiras, por exemplo.

O processo de beneficiamento da areia de sílica normalmente é empregado visando

desagregar as partículas, individualizando-as, lavando-as, removendo a cobertura de

materiais pulverulentos e possíveis argilominerais, desagregando as partículas mais frágeis

e separando os tamanhos desejados (CHAVES e WHITAKER, 2009).

Existem alguns metais que reagem com a areia de sílica a elevadas temperaturas,

como o magnésio. Por este motivo deve ser evitada a confecção de moldes e machos com a

areia silicosa, optando-se por outro tipo de areia base. Outros metais, como é o caso do

ferro, não apresentam esta reatividade em condições normais de utilização (FERNANDES,

2006).

Quando levada em consideração a fundição de peças com elevada temperatura de

fusão, como no caso do aço, a areia de sílica, comparada a outros tipos de areia base,

apresenta uma resistência à penetração de metal fundido superior às demais, porém, em

relação à estabilidade térmica, sob as mesmas condições, seu comportamento é inferior

devido à mudança de fase (Figura 3.2) que ocorre em sua estrutura quando a mesma atinge

a temperatura de 573°C, passando de quartzo-α (quartzo de baixa) para quartzo-β (quartzo

de alta) o que acarreta um aumento de volume em sua célula unitária.

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Figura 3.2 - Campos de estabilidade dos principais polimorfos naturais do SiO2 em função da temperatura e

pressão (KLEIN e HURLBUT Jr., 1993)

Fernandes (2006) define aglomerante como o produto adicionado à massa de areia

que possibilita a coesão entre os grãos de areia base, permitindo seu uso em fundição.

A natureza do aglomerante vai depender do processo escolhido para a moldagem da

areia. No caso de areia verde, o aglomerante é a bentonita, que se apresenta em

porcentagens variando entre 5% a 7%. Outros processos utilizam diferentes tipos de

aglomerantes como, por exemplo, as resinas líquidas com catalisadores que, dependendo

do processo, podem ser gasosos ou líquidos. O silicato de sódio é outro importante insumo

utilizado como aglomerante nos processos de moldagem em areia.

De acordo com Coutinho Neto (2004) os aglomerantes orgânicos podem ser óleos

secativos ou semi-secativos (óleos de linhaça, mamona, oiticica), farinhas de cereais

(dextrina, mogul, breu) e produtos sintéticos (resinas furânicas e fenólicas, por exemplo).

Enquanto que, os principais ligantes inorgânicos são a argila, o cimento Portland e o

silicato de sódio/CO2.

3.2 Aglomerantes

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As argilas são alumino-silicatos hidratados constituídos por vários minerais

denominados argilominerais, os quais apresentam como seus principais componentes a

sílica (SiO2) e a alumina (Al2O3), porém, podem também apresentar em menor proporção

outros constituintes como a hematita (Fe2O3), o óxido de magnésio (MgO), o óxido de

cálcio (CaO), dentre outros, além da água de constituição.

As argilas são formadas por lamelas e distinguem-se entre si pela espessura de cada

lamela. As que apresentam lamelas com espessura de 7Ǻ são pertencentes ao grupo

composto pela caulinita (principal elemento das argilas refratárias), haloisita e

metahaloisita. As argilas que têm lamelas um pouco mais espessas, de 10Ǻ, são as

pertencentes ao grupo das montmorilonitas (principal elemento das bentonitas) e das ilitas

(encontrada nas terras de barranco). Por último, as argilas de lamelas mais espessas, 14Ǻ,

são as mais raras, pouco empregadas na fundição e são compostas pelas cloritas e

pseudocloritas (FERNANDES, 2006).

Dentre os aglomerantes orgânicos, a resina sintética é um dos mais utilizados

(GONZÁLEZ, et al., 2011). A resina sintética é um produto obtido pela condensação e

polimerização de duas ou mais substâncias, com aspecto resinoso e propriedades

mecânicas que possibilitam uma ampla gama de aplicações.

Tanto a natureza da resina quanto a do catalisador a serem utilizados no processo de

confecção do molde serão definidos de acordo com o processo escolhido. A Associação

Brasileira de Fundição (ABIFA), por meio da CEMP-185 (2015v) enumera alguns

exemplos de resinas utilizadas em vários processos: resina fenólica-uretânica, utilizada

tanto para o processo de cura a frio quanto para o processo de caixa a frio; resina fenólica

alcalina e resina furânica, ambas destinadas ao processo de cura a frio; resina de caixa

quente, utilizada para o processo de mesmo nome, dentre outras.

Segundo Mariotto (1989) o processo que usa como aglomerante silicato de sódio

com CO2 teve seu maior desenvolvimento após a Segunda Guerra, juntamente com outros

processos baseados em ligantes químicos, sendo que tal processo é o mais antigo dos que

envolvem gasagem. O silicato de sódio deve ser capaz de formar um reticulado polimérico

ao redor do material de moldagem, com o intuito de consolidar o formato do molde

(WALLENHORST, 2012).

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3.2.1 Bentonita

Dentre os processos de fundição utilizados, o processo de areia verde é o mais

praticado no mundo devido a disponibilidade de areia e bentonita, às práticas já

estabelecidas e a facilidade de reciclagem dos materiais de moldagem (KHANDELWAL e

RAVI, 2016). No Brasil, prevalece esta situação nas fundições nacionais que utilizam este

processo na elaboração dos moldes (PABLOS, 2008).

As bentonitas são as argilas mais utilizadas como aglomerante para a obtenção de

areias de fundição. Uma bentonita é composta por cerca de 80% do argilo-mineral

montmorilonita e pode conter alguns elementos e impurezas como metais alcalinos,

matérias orgânicas e areia silicosa de grãos finos (PABLOS, 2008). A montmorilonita é

uma das espécies minerais que pertencem ao grupo das esmectitas, que é uma das classes

de argilo-minerais que tem suas lamelas constituídas basicamente por três camadas, como

exemplificadas na Figura 3.3, sendo duas camadas tetraédricas envolvendo uma camada

octaédrica.

Figura 3.3 - Estrutura da Esmectita (NEUMAN et al., 2002)

Schillinger et al. (2011) explica que as esmectitas, principal componente das

bentonitas, estabilizam e dão características plásticas aos moldes de areia. As esmectitas

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possuem uma grande área superficial, capacidade de troca de cátions e habilidade

reversível de absorver e liberar água entre suas camadas que são responsáveis pela

expansão e contração da bentonita.

As bentonitas podem ser classificadas, de acordo com sua origem e composição, em

cálcicas naturais e sódicas naturais. As bentonitas cálcicas naturais são aquelas que têm a

predominância de cátions Ca2+

ou cátions Mg2+

e são encontradas principalmente na Itália,

na França, na Alemanha, no Marrocos e no estado da Paraíba, no Brasil. As bentonitas

sódicas naturais apresentam predominância do cátion Na+ e possuem melhores

propriedades para fundição que as cálcicas naturais devido ao seu melhor inchamento.

Suas jazidas são raras e encontram-se, em sua maioria, na região de Fort Benton, estado de

Wyoming nos Estados Unidos, de onde se origina o nome (FERNANDES, 2006).

Existem ainda as bentonitas sódicas ativadas, que são bentonitas cálcicas naturais

que passam por um tratamento que consiste em uma troca de cátions (Ca ou Mg por Na),

cuja função é melhorar suas características de inchamento. Este tratamento tem o nome de

ativação e é realizado à temperatura ambiente. Consiste na agitação de um meio aquoso

contendo um sal de sódio, geralmente Na2CO3 (carbonato de sódio), e a bentonita cálcica.

Esta reação é espontânea- porém não acontece a completa troca de cátions- e tem como

produtos a bentonita sódica artificial (ativada) e o sal CaCO3 (carbonato de cálcio).

Podem ser encontrados dois tipos de água na bentonita, a água de adição e a água

de constituição ou água rígida. Durante a etapa de mistura da areia base com a bentonita é

necessário que se adicione certa quantidade de água que irá alojar-se entre as lamelas da

bentonita, provocando o seu inchamento. Esta água adicionada à mistura é denominada

água de adição. Para a sua eliminação é necessário que a bentonita seja aquecida a uma

temperatura de aproximadamente 250°C e sua perda não é prejudicial à bentonita, sendo

reversível à medida em que se adiciona mais água à mesma. A água de constituição ou

água rígida é aquela que está inserida naturalmente na bentonita, ou seja, que faz parte de

sua constituição. Ela está presente sob a forma de hidroxilas (OH-) e sua eliminação, que é

irreversível e acontece quando aquecida a temperaturas acima de 380°C, acarreta a perda

de importantes propriedades como sua plasticidade e coesão (FERNANDES, 2006).

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Segundo Tilch e Flemming (1983, apud ROMANUS, 1991) as principais

características devido às quais as bentonitas são industrialmente utilizadas são pela sua

superfície específica alta e ativa, elevada capacidade de adsorção, elevada capacidade de

inchamento, facilidade de manter-se em suspensão, formação de suspensões tixotrópicas,

capacidade de troca de cátions e elevada capacidade aglomerante das partículas.

Fernandes (2006) explica que, quando aquecida a temperaturas superiores a

1000°C, a bentonita começa a passar pelo processo de sinterização, transformando-se em

uma estrutura cerâmica, amorfa. Pode ocorrer então a oolitização, que é a adesão de uma

camada de argila sinterizada em torno do grão de areia base, fazendo com que o grão perca

suas propriedades.

Chang e Hocheng (2001) afirmam que o controle das propriedades da areia verde é

uma das tarefas mais importantes nas linhas atuais de produção em série. As bentonitas

ativadas com água ligam os grãos de areia desenvolvendo a resistência necessária para

manter a geometria do molde de areia.

De maneira geral, a resistência dos materiais aglomerados com bentonita aumenta

com a elevação da compactabilidade. Com uma densidade maior, é possível prevenir a

ocorrência de defeitos, como por exemplo, rugosidades e penetrações (POLZIN et al.,

2015).

O inchamento das argilas, em especial no que diz respeito às bentonitas, pode ser

definido como a capacidade de expandir-se quando umedecida ou contrair-se quando

secada (ROMANUS, 1991).

De acordo com Tonnesen et al. (2012) dois fatores importantes que contribuem

para o inchamento da bentonita são o forte potencial repulsivo na superfície das lamelas,

resultante do seu desbalanceamento elétrico, e a fraca ligação entre as camadas devido às

folhas de tetraedros de lamelas diferentes encontrarem-se adjacentes, enquanto os átomos

de oxigênio localizam-se em posições opostas.

3.2.1.1 Inchamento

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Segundo Oliveira (2009) as bentonitas sódicas possuem melhores propriedades para

fundição que as cálcicas por apresentarem um melhor inchamento, que pode ser atribuído à

menor interação eletrostática entre as lamelas e o íon Na+, de menor valência que o íon

Ca2+

.

O teor de umidade representa a quantidade em massa de água, eliminável por

vaporização, contida na amostra em relação à sua massa total (ABIFA, 2015w).

Como já mencionado anteriormente, as bentonitas tornam-se anidras somente em

temperaturas próximas a 250°C. Devido a este fato, alguns autores acreditam que um

ensaio de umidade válido deveria ser realizado a temperaturas mais elevadas, ao contrário

dos 110°C que recomendam as normas mais conhecidas.

Os materiais de moldagem com aglomerantes, que efetuam o endurecimento de

modo completo ou parcial por meio da hidratação, são sensíveis à elevada umidade do ar

(ZYCH, 2009).

3.2.2 Resinas

As resinas sintéticas são responsáveis pela aglomeração da areia base em alguns

dos processos de areia de fundição mais utilizados nos dias atuais. Elas são capazes de

produzir moldes e machos com uma cadeia entrelaçada bem forte que chegam a um estado

rígido e quebradiço com alta resistência mecânica, permitindo que os produtos sejam

transportados para estocagem e vazamento sem perda de suas propriedades (BERNDT,

1989).

As matérias-primas empregadas na produção de resinas sintéticas para moldagem

em areia são basicamente metanol, formaldeído, fenol, ureia e álcool furfurílico

(GIANNINI, 1989 apud TEIXEIRA, 1993). As resinas para fundição são classificadas

como tóxicas quando possuem teores de álcool furfurílico livre de pelo menos 25% (BENZ

e FOURBERG, 2014).

3.2.1.2 Umidade

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Coutinho Neto (2004) enfatiza que as resinas sintéticas são usadas principalmente

para a confecção de machos, devido à sua alta resistência, dureza superficial, etc. Uma das

resinas mais utilizadas nesse caso é a resina fenólica, que apresenta preços mais acessíveis.

De acordo com Ferreira (2007), estes aglomerantes foram introduzidos no início

dos anos 1970 e são indicados para a produção de peças em ligas ferrosas e não-ferrosas.

Peixoto (2003) afirma que a principal aplicação das areias ligadas quimicamente em

fundição está relacionada à fabricação de machos. O autor ainda diz que é a química dos

sistemas ligantes que determina as propriedades de ligação, as técnicas de macharia e as

possibilidades de aplicação, sendo que o ligante, quando curado, deve formar estruturas

altamente ligadas em cadeias.

O processo de moldagem com resina fenólica-uretânica se dá por um aglomerante

composto de duas partes, sendo a primeira uma resina fenólica e a segunda parte um

isocianato polimérico, além de um catalisador amínico (GONZÁLEZ et al., 2011). Ferreira

(2007) cita os três componentes deste sistema de aglomerante, sendo a parte I uma resina

fenol-formaldeído dissolvida numa mistura de solventes, a parte II um isocianato

polimérico dissolvido numa mistura de solventes e a parte III um catalisador de amina.

A utilização da resina fenólica-uretânica, comercialmente conhecida como resina

“Pep-Set”, apresenta alguns inconvenientes em sua utilização. Um destes problemas é o

forte odor da resina e do catalisador amínico (PEIXOTO, 2003). Outro problema bem

comum é em relação ao descarte do resíduo. Em relação à toxicidade do resíduo de uma

areia ligada quimicamente com a resina fenólico-uretânica, Albuquerque (2000) alega que

a periculosidade do resíduo de moldagem é justificada pela presença de teores de fenol

livre na mistura da areia com a resina fenólica-uretânica.

3.2.3 Silicato de Sódio/CO2

O processo de confecção de moldes e machos utilizando silicato de sódio e gás CO2

foi desenvolvido na Europa. Este processo está vinculado a diversas aplicações, que variam

3.2.2.1 Resina Fenólica-Uretânica

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com o tipo de metal ou liga a ser fundido, devido a sua elevada resistência aos esforços

mecânicos.

As técnicas tradicionais de moldagem e macharia de areias aglomeradas com

silicato de sódio utilizam catalisadores gasosos ou líquidos. Comparando com ligantes

orgânicos, os moldes e machos aglomerados com silicato de sódio apresentam menores

valores de resistência mecânica após a cura, além de apresentar menor fluidez

(ZARETSKIY, 2016). O silicato de sódio é geralmente utilizado variando-se o teor entre

3% e 5% em relação à quantidade de areia, e seu processo de cura mais comum é realizado

pela gasagem com gás CO2 no molde/macho. A quantidade de CO2 gasado vai depender da

massa do molde ou corpo de prova e do teor de silicato de sódio na mistura com areia,

como explicado na norma CEMP-88 (ABIFA, 2015i).

Wallenhorst (2012) cita que o silicato de sódio/CO2 tem uma história muito longa

como aglomerante e que ele é utilizado com sucesso em muitos processos, tanto na

fabricação de machos quanto na moldagem. Porém, os machos e moldes fabricados por

este processo possuem propriedades muitas vezes incompatíveis com os requisitos atuais,

como baixos níveis de resistência, propriedades de colapsibilidade moderadas, e o grau

restrito de reutilização das areias regeneradas.

Segundo Zych (2009) e Zaretskiy (2016) em ambientes onde a umidade do ar é alta,

os aglomerantes hidrófilos, como os de silicato de sódio, de fosfato ou de sais minerais,

podem ficar submetidos a uma segunda hidratação que resulta em perdas das resistências

finais alcançadas. Pabel et al. (2011) também enfatiza que os silicatos de sódio clássicos

são usados no caso de geometrias relativamente simples, em função da fluidez inferior da

mistura de areia e do processo de cura com CO2, ocasionando baixa resistência final e

colapsibilidade inferior durante a desmoldagem.

De acordo com Coutinho Neto (2004), no processo de CO2, o molde executado em

areia é submetido a tratamento com CO2, com a passagem de uma corrente do gás através

do molde. O gás reage com o silicato de sódio hidratado, absorvendo sua água e

produzindo ácido carbônico e silicato de sódio (Equação 3.1). Em seguida, o ácido

carbônico retira o sódio do silicato, formando sílica-gel e carbonato de sódio (Equação

3.2), resultando no endurecimento do molde em curto espaço de tempo.

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16

(3.1)

(3.2)

Ferreira (2007) cita diversas vantagens da utilização do processo de silicato de

sódio com CO2, dentre as quais a alta disponibilidade de matéria-prima aliada ao baixo

custo; os aglomerantes não são tóxicos, não são inflamáveis e são laváveis com água; uma

quantidade de gás mínima é liberada durante o vazamento das ligas fundidas, dentre

outros. Em contrapartida, o autor cita como desvantagens a necessidade de um controle

rígido das variáveis do processo, como a temperatura e o tempo de insuflação, a

dificuldade de colapsabilidade para a ruptura da areia aglomerada após a solidificação da

peça e a redução da refratariedade na areia reciclada, devido aos componentes residuais de

sódio.

Zaretskiy (2016) ainda diz que existem novas tecnologias para areias ligadas com

silicato de sódio baseadas na combinação de métodos de cura físicos e químicos. Os

componentes adicionados aos novos sistemas de aglomeração, juntamente com a mudança

no processo de cura, aumentam a fluidez e melhoram outros parâmetros necessários para a

produção de diversos tipos de machos, inclusive os de geometria mais complexa como os

usados na fabricação de blocos motores.

Sanders (1971, apud ROMANUS, 1991) cita que os principais óxidos de ferro

utilizados em fundição são a hematita (Fe2O3), a magnetita (Fe3O4), a limonita

(2Fe2O3.3H2O) e a siderita (FeCO3).

No geral, ao ser adicionado, o óxido de ferro provoca um aumento da resistência à

compressão a verde pois aumenta o número de pontos de contato entre o aglomerante e os

grãos de areia, maior superfície específica, ocorrendo uma queda da permeabilidade

(FERNANDES, 2006). Porém, a quantidade de óxido de ferro a ser adicionada na areia vai

depender do efeito que se espera obter. Essa quantidade, segundo Romanus (1991), varia

entre 0,5% e 5%.

3.3 Óxido de Ferro

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Fernandes (2006) ainda diz que a adição do óxido de ferro é para evitar os defeitos

de erosão, os quais a porcentagem entre 2% e 4% de óxido de ferro combatem a

friabilidade, defeito de veiamento e penetração metálica, que deve conter 4% de óxido de

ferro em areia além de 2% a 8% de pó de carvão, os pinholes de nitrogênio (1,5% a 2%) e

penetração metálica(3,5% a 5%).

O veiamento (Figura 3.4) é o principal defeito a ser evitado pela atuação do óxido

de ferro no macho ou no molde. As causas deste defeito, segundo Fernandes (2006), são: a

alta densidade do molde ou macho, devido a boa fluidez da mistura, a dilatação da sílica

durante sua transformação alotrópica de quartzo-α para quartzo-β, e o amolecimento da

ligação aglomerante.

Figura 3.4 - Veiamento (BRAGA JR, 2012)

Uma quantidade excessiva de óxido de ferro na areia pode ocasionar vários

problemas ao processo de fundição como, por exemplo, a geração de gases, enchimento

incompleto do molde, movimentação das paredes do molde, aumento do teor de umidade,

aumento da deformação a quente, dentre outros (ROMANUS, 1991).

3.4 Itabirito

De acordo com Mendes et al. (2016) e Hagemann et al. (2015) os itabiritos são

formações ferríferas metamórficas e fortemente oxidadas que apresentam descontinuidades

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de corpos de minério de alto teor de ferro, de morfologia mais ou menos lenticular e

dimensões variáveis.

O itabirito é uma rocha com intercalações de bandas constituídas por minerais

óxidos de ferro (hematita, magnetita e goethita) e por outros minerais (quartzo, dolomita,

tremolita, etc.) com teor máximo de ferro em torno de 64% (ROSIÈRE et al., 1993), sendo,

a hematita, o principal óxido de ferro presente. O itabirito pode apresentar predominância

de camadas de sílica ou óxido de ferro (TOLENTINO, 2010). Este tipo de formação é

conhecido como formação ferrífera bandada (Banded Iron Formation- BIF) e recebe o

nome de itabirito somente no Brasil (FREIRE, 2012). A Figura 3.5 mostra um exemplo de

itabirito, em que as camadas mais escuras são compostas pelo óxido de ferro e as mais

claras pela sílica.

Figura 3.5- Itabirito (MACHADO, 2010)

Processos sedimentares e metamórficos foram responsáveis pelo arranjo de

estruturas e texturas apresentados pelos itabiritos e corpos de minério do Supergrupo

Minas, no Quadrilátero Ferrífero, com o desenvolvimento de várias gerações de óxidos de

ferro (ROSIÈRE et al., 1993).

3.4.1 Beneficiamento do itabirito

O aprisionamento de parte do mineral de ferro na rocha pode ser um problema no

momento de separação do quartzo presente na rocha. Porém, isto pode ser solucionado,

com eficiência, com a redução granulométrica da rocha, possibilitando satisfatória

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liberação dos minerais férricos (TOLENTINO, 2010). Segundo Gaudin (1939), o processo

de concentração mineral exige três condições básicas: a liberação das fases constituintes do

minério, a existência de uma propriedade diferenciadora dos minerais e a separabilidade

dinâmica. A Figura 3.6 apresenta um fluxograma simplificado com a rota de

beneficiamento de itabirito da Samarco Mineração S.A.

Figura 3.6- Fluxograma simplificado do processo de beneficiamento do minério e geração de resíduos da

Samarco Mineração S.A. (SAMARCO, 2009 apud TAVARES, 2012)

Como apresentado no fluxograma, o minério proveniente da mina, também

chamado de ROM (Run of mine), é direcionado ao processo de britagem, primeiro estágio

de fragmentação mineral, cujo objetivo é a adequação de tamanho para os estágios

subsequentes. O produto da britagem passa por uma etapa de peneiramento, em que o

mesmo será classificado e somente os de granulometria adequada irão alimentar a

moagem, que é o último estágio da fragmentação. O objetivo da moagem é proporcionar a

redução do tamanho das partículas de modo que as mesmas estejam adequadas,

granulometricamente, para a flotação.

Antes da etapa de flotação é realizada a deslamagem, na qual são removidas as

partículas ultrafinas e, consequentemente, é gerado o primeiro produto do processo de

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beneficiamento, o rejeito argiloso ou lama. Efetuada esta etapa, o restante das partículas

segue para a flotação reversa. O objetivo da flotação é fazer a separação dos minerais-

minério (hematita, goethita e magnetita) dos minerais de ganga (quartzo, caulinita, gibsita)

por características de superfície. Tal processo é feito em meio aquoso e com o uso de

reagentes denominados coletores e depressores que têm como função atuar nas

características de hidrofobicidade e hidrofilicidade das partículas. Do processo de flotação

obtém-se os outros dois produtos do beneficiamento do minério de ferro, o concentrado,

composto principalmente pelo óxido de ferro, e o rejeito arenoso, composto, em sua

maioria, pela sílica (VALADÃO e ARAÚJO, 2007).

Tolentino (2010) enfatiza que os resíduos provenientes do beneficiamento do

itabirito são denominados de arenoso e argiloso quando se utiliza o processo de flotação

para a concentração do minério de ferro. O autor ainda explica que o resíduo arenoso

(granulometria majoritária entre 100µm a 150µm) é constituído, aproximadamente, de

83% de sílica e de 13% de ferro. O resíduo argiloso é constituído de goethita, sílica e

alumino silicato de fina granulometria e de partículas de sílica e hematita com maior

granulometria.

3.4.2 Rejeito arenoso

Segundo Valadão e Araújo (2007), rejeito é o material proveniente dos processos

de beneficiamento mineral formado pelas partes não úteis do minério. Nociti (2011) diz

que o rejeito arenoso é proveniente da flotação, onde ocorre a separação sílica-minerais de

ferro. A autora afirma que as características dos rejeitos variam em função do material

lavrado e dos processos empregados no beneficiamento do mesmo. De acordo com Freire

(2012), o processo de exploração de minério de ferro contido no itabirito gera, durante a

etapa de flotação, grande quantidade de resíduo com características arenosas.

A grande produção de rejeitos no Brasil vem provocando problemas ao meio

ambiente. Com isso, uma alternativa adotada pelas mineradoras para disposição dos

rejeitos consiste na execução de barragens de contenção de rejeitos (GUMIERE et al.,

1995). Porém, as barragens configuram situações de risco, sendo necessário o

desenvolvimento de uma política de gestão de resíduos com o intuito de maximizar o

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aproveitamento dos rejeitos e minimizar os riscos e impactos ao meio ambiente (FREIRE,

2012).

O rejeito arenoso possui algumas aplicações no próprio empreendimento minerário

como, por exemplo, na estabilização/recomposição ambiental e aterro de reforço para a

desativação da barragem (NOCITI, 2011). Existem vários outros estudos para sua

aplicação na indústria de cerâmicas, construção civil, estradas, vidros, dentre outros

(GOMES et al., 2011; TOLENTINO, 2010; PEREIRA Jr., 2011).

Benedict Jr. (1947) afirmou que o princípio pelo qual é assegurada a alta qualidade

do produto, resume-se simplesmente em especificar e controlar qualquer operação e

material que tenha importância em seus efeitos sobre a qualidade. Segundo Brosch (1952)

o controle das areias de fundição pode ser realizado por meio de ensaios de laboratório que

se distinguem quanto à natureza em duas espécies, ensaios analíticos e ensaios

tecnológicos.

3.5.1 Ensaios analíticos

Os ensaios analíticos são aqueles responsáveis pela caracterização dos componentes

da areia de fundição como, por exemplo, ensaio de determinação da umidade, ensaio de

determinação de argila e ensaio granulométrico (FERREIRA, 2007).

A fluorescência de raios X (FRX) consiste em se utilizar um feixe de radiação

eletromagnética para induzir os elementos químicos que compõem uma determinada

amostra, de um determinado tipo de matriz, a emitirem raios X característicos (GALVÃO,

2010).

De acordo com Carneiro e Nascimento Filho (1996), a fluorescência de raios X é

uma técnica instrumental e não destrutiva, que permite determinar a concentração de

elementos em uma amostra utilizando as intensidades dos raios X característicos emitidos.

3.5 Ensaios de Areia de Fundição

3.5.1.1 Espectrometria por fluorescência de raios X (FRX)

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Zambello (2001) explica que a espectrometria de fluorescência de raios X baseia-se na

excitação da amostra por um feixe primário proveniente de um tubo de raios X. O autor

ainda diz que, durante a reorganização orbital causada por esta excitação, são emitidos

feixes secundários de raios X característicos à transição ocorrida e ao elemento.

Costa (2010) enfatiza que as amostras são embutidas em pastilhas que são

bombardeadas com raios X primários fazendo com que a amostra emita raios X

secundários de comprimentos de onda específicos cujo espectro corresponde ao elemento

químico.

Almeida (2011) destaca a técnica de espectrometria de fluorescência de raios X por

ser uma técnica multielementar, não destrutiva, com custo e tempo de análise aceitáveis,

apresentando versatilidade e fácil automação. Melo e Souza (2015) ainda complementam

dizendo que a principal vantagem desta técnica em relação às demais é não necessitar de

preparo prévio das amostras, dispensando diluições ou mineralização. No entanto, esta

técnica é mais susceptível a interferências por efeito matriz, que afetam a seletividade dos

métodos de análise. A correção do efeito matriz pode ser feita por procedimentos

matemáticos (ZAMBELLO, 2001).

Ulsen (2011) cita a difratometria de raios X (DRX) como uma das técnicas mais

utilizadas para determinar a composição mineralógica. Bish e Reynolds (1989) afirmam

que a difração de raios X é uma técnica instrumental que permite a identificação de fases

cristalinas, análise quantitativa das fases presentes, o cálculo das dimensões da célula

unitária, determinação da cristalinidade, dentre outras propriedades de materiais cristalinos.

A difração de raios X resulta de um processo em que os raios X são dispersos pelos

elétrons dos átomos sem mudança de comprimento de onda e que a combinação coerente

destas ondas é denominada difração. Este método realiza a caracterização dos minerais

presentes na amostra por meio da medida das distâncias interplanares de cada mineral. A

condição que deve ser obedecida é a da Lei de Bragg, descrita na Equação 3.3

(FORMOSO e GOMES, 1984):

3.5.1.2 Difratometria de raios X (DRX)

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23

(3.3)

onde,

λ é o comprimento de onda dos raios X;

ϴ é o ângulo de difração e;

d é a distância entre os planos.

Algumas vantagens da técnica de difração de raios X são a simplicidade e rapidez

das análises, a confiabilidade dos resultados, pelo fato do perfil de difração obtido ser

característico de cada fase cristalina do mineral e ainda haver a possibilidade de analisar

materiais compostos por uma mistura de fases e quantificá-las (FREIRE, 2012).

As propriedades das areias de moldagem também são influenciadas pelo formato

dos grãos (PEIXOTO, 2003). A forma dos grãos pode ser descrita como angular,

subangular, arredondada e agrupada, existindo ainda algumas formas intermediárias.

Certas areias consistem quase que inteiramente de uma só forma de grãos, outras são

misturas de grãos de configuração variada (MUCHON, 1988).

Muchon (1988) descreve as quatro classificações de grãos de areia, a se saber,

angulares, subangulares, arredondados e agrupados.

Os grãos angulares possuem arestas vivas ou muito pouco desgastadas e

proporcionam a melhor amarração do molde, porém, com a compactação as arestas tendem

a se desgastar ou quebrar, produzindo finos que abaixam o ponto de sinterização da areia e

diminuindo a permeabilidade do molde. Por apresentarem superfícies específicas

relativamente maiores, eles necessitam de maiores quantidades de aglomerantes.

Os grãos subangulares são os de arestas semidesgastadas, mas preservando a face e

grande parte de sua forma original, apresentando, assim, características intermediárias

entre as areias angulares e redondas. De acordo com Peixoto (2003) os grãos subangulares

são os mais indicados para areia de fundição.

3.5.1.3 Forma e estrutura dos grãos

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Os grãos arredondados são aqueles cujas arestas foram bastante desgastadas pelos

processos geológicos e que adquiriram formas próximas às esferas. Eles possuem maior

acomodação, facilitando a compactação, têm menor superfície específica, o que se traduz

em uma menor quantidade de aglomerante requerida e, de acordo com Peixoto (2003),

tendem a ser cobertos uniformemente pelas resinas. Dão maior colapsabilidade ao molde e

sua permeabilidade não é muito afetada quando compactados, porém, eles têm maior

tendência à expansão, o que pode causar defeitos de veiamento, além de poderem

apresentar menor amarração e resistência mecânica.

Os grãos agrupados são agregados formados por grãos menores e que podem

apresentar as formas já citadas. Este tipo de material não é recomendado para a fundição,

principalmente por não apresentar resistência mecânica satisfatória e pela baixa

permeabilidade após a compactação, devido ao afinamento causado pela desagregação dos

grãos.

Com relação à integridade dos grãos, os fraturados ou que apresentem planos de

clivagem são desaconselhados pelos mesmos motivos alegados no caso dos grãos

agrupados (MUCHON, 1988).

A maneira mais adequada de se observar a forma e a estrutura dos grãos de uma

amostra de areia é por meio da análise visual com o auxílio de uma lupa estereoscópica,

mas, além desta maneira, Mariotto (1981) diz que a caracterização do formato dos grãos

pode ser realizada por meio do cálculo do coeficiente de angularidade, o qual consiste na

relação entre a superfície específica real (SR), determinada por meio de permeâmetro, e a

superfície teórica (ST). A equação 3.4 apresenta a fórmula:

(3.4)

Este parâmetro dá uma ideia quantitativa do desvio que a forma dos grãos de uma

dada areia apresenta em relação à forma esférica (Mariotto, 2000). A Tabela 3.2 apresenta

a correspondência aproximada entre as formas típicas (observação visual) e os valores de

coeficiente de angularidade:

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Tabela 3.2- Forma dos grãos e respectivos coeficientes de angularidade

Forma SR/ST

Arredondada < 1,25

Subangular 1,25 < 1,65

Angular > 1,65

Fonte: Mariotto (2000)

Rubio et al.(2006) definem granulometria como a composição, em porcentagem,

dos diversos tamanhos de partículas em uma amostra. A granulometria também pode ser

definida como o estudo do comportamento de um conjunto de partículas de diferentes

tamanhos por referência a uma série de aberturas padronizadas, nas quais passa ou fica

retida uma determinada classe de tamanho (OLIVEIRA e SOUZA, 2008). Os três

principais aspectos a serem analisados para areia de fundição são: a distribuição

granulométrica, o módulo de finura e o teor de finos (MUCHON, 1988).

As areias para fundição devem apresentar uma distribuição granulométrica estreita

(LUZ e LINS, 2005), ou seja, sua concentração granulométrica deve ter o valor máximo

percentual retido em três peneiras consecutivas da série padrão (MUCHON, 1988). Areias

com alta concentração granulométrica apresentam alta permeabilidade, devido ao grande

número de espaços intergranulares, geralmente vazios (RUBIO et al., 2006).

Muchon (1988) diz que a distribuição granulométrica deve ser tal que a areia tenha

alta permeabilidade e baixa expansão, características obtidas da melhor forma com uma

distribuição granulométrica com mais de 70% dos grãos retidos em três peneiras

consecutivas da série padrão.

Corral (2012) afirma que o módulo de finura é um índice para determinar as

características granulométricas dos agregados. A norma CEMP-81 (ABIFA, 2015g) define

o módulo de finura como o número que se obtém ao realizar a soma dos produtos da massa

de material retido em cada peneira pelo seu fator, dividido pelo somatório de todas as

retenções.

3.5.1.4 Distribuição granulométrica, módulo de finura e teor de finos

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Muchon (1988) esclarece que o módulo de finura representa o tamanho médio

virtual dos grãos, dado pelo número de malhas por polegada linear da peneira cuja abertura

de malha corresponderia a este tamanho. A Tabela 3.3 apresenta a classificação da areia de

acordo com seu módulo de finura.

Tabela 3.3- Classificação da areia pelo módulo de finura

Módulo de Finura Classificação

20 - 50 Areia Grossa

50 - 70 Areia Média

70 - 100 Areia Fina

100 - 150 Areia Muito Fina

>150 Areia Finíssima

Fonte: MUCHON, 1988

Um módulo de finura elevado, devido a uma areia mais fina, será traduzido em um

melhor acabamento superficial da peça, porém, a permeabilidade do molde será menor e a

quantidade de aglomerante utilizado deverá ser maior, pelo fato de uma areia mais fina

apresentar uma área específica maior (MUCHON, 1988).

O teor de finos de uma areia pode ser denominado como o valor percentual do

material retido nas duas últimas peneiras da série padrão Tyler acrescido do material que

passa pela última peneira, portanto é o material menor que 105µm (ABIFA, 2015g). O

peneiramento a úmido é realizado com o propósito de facilitar a passagem dos finos

através das telas de peneiramento (CARRISSO e CORREIRA, 2004). Segundo Stahl

(1994) é desejável que o teor de finos não exceda 5%, visto que reduz a permeabilidade

dos gases gerados na etapa de vazamento.

Ferreira (2007) elucida que a água contida numa areia de fundição pode estar sob

três formas: quimicamente combinada, denominada “água de composição”; ligada às

superfícies das partículas, dita “água de adsorção”; e oclusa mecanicamente nos poros de

areia, conhecida como “água de absorção”, sendo que o ensaio de determinação de

umidade representa a soma das águas de adsorção e absorção. A ABIFA (2015l) define

como teor de umidade o teor de água contido no material eliminável por vaporização.

3.5.1.5 Umidade

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A realização do ensaio de umidade é importante devido à influência da quantidade

de água contida na areia de fundição sobre o molde ou a peça fundida. Esta influência se dá

pelo efeito da própria água sobre o molde/peça e por meio da variação das características

da areia de moldagem (FERNANDES, 2006).

Ziegler (1994) recomenda que o controle da umidade em uma areia de fundição

visa mantê-la abaixo de 0,1%, pois a umidade prejudica reações químicas entre resinas e

catalisadores. Carey e Lott (1995) explicam que a umidade dilui o catalisador ácido e

diminui a reação de cura do tipo condensação.

Os defeitos mais comuns causados por excesso de umidade são o aparecimento de

cavidades e a superfície grosseira da peça. O aparecimento de cavidades ocorre devido às

bolhas que são geradas durante o vazamento do metal líquido, que entra em contato com o

molde bastante úmido, fazendo com que a água (geralmente de absorção) transforme-se em

gases e ocupe espaços que deveriam ser preenchidos pelo metal. A superfície da peça

grosseira é geralmente ocasionada pela aderência que a areia muito úmida tem pelo modelo

durante a sua retirada do molde, ocasionando, assim, uma aspereza superficial. O principal

defeito devido à deficiência de umidade no molde é a baixa resistência das superfícies à

erosão causada pelo jato metálico durante o vazamento do molde (BRAGA JR, 2012).

Ferreira (2007) define permeabilidade como a capacidade que a areia de moldagem

apresenta de ser permeável, isto é, de deixar atravessar os gases pelos poros. E ainda

completa dizendo que, se o ar não sai na sua totalidade, pode haver uma falta de metal

vazado na peça originando defeitos de fundição. Ademoh (2008) salienta que um molde

refratário deve permitir, durante o vazamento, que o ar existente na cavidade do molde, os

gases gerados no metal e os gerados na própria areia atravessem sua estrutura. Dessa

forma, a permeabilidade é considerada também um parâmetro tecnológico, pois é

monitorada nas misturas utilizadas para a confecção dos moldes (ABIFA, 2015f).

O valor numérico da permeabilidade determinado expressa o volume de ar em cm3

que, sob uma pressão de 1g/cm2, passaria em um minuto em um cubo de 1cm

3 de areia

(ROMANUS, 1991).

3.5.1.6 Permeabilidade

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Segundo Oliveira (2007), o teor de finos tem relação inversa com a permeabilidade

dos gases na etapa de vazamento do metal líquido, sendo desejável um maior teor de finos

quando a areia é aplicada na confecção de machos, uma vez que esses devem apresentar

menor permeabilidade.

A permeabilidade deficiente das areias de fundição pode ocasionar o aparecimento

de um tipo de defeito nas peças fundidas denominado bolha, que são cavidades redondas,

aparentes ou localizadas próximas da superfície da peça, e são provocadas por um surto de

gases da areia introduzidos no metal durante o resfriamento da peça. As bolhas causadas

pelos gases dos machos são conhecidas como sopros (BRAGA JR, 2012).

A perda por calcinação (PPC), também conhecida como perda ao fogo, é a

determinação da porcentagem de materiais eliminados por calcinação (ABIFA, 2015m).

Pode também ser entendida como a diminuição de peso, até um valor constante, que indica

uma perda de material devido ao aumento de temperatura. Ela basicamente indica o teor de

matéria orgânica presente e água intercristalina (NOCITI, 2011). Segundo Carey e Lott

(1995), o valor ideal para perda ao fogo é 0%, porém valores menores que 2% são

aceitáveis. Valores elevados de perda ao fogo podem causar a geração de gases do

conjunto molde/macho/metal líquido e provocar defeitos nas peças fundidas (D’ELBOUX,

2001).

De acordo com Hoogsteen et al. (2015) o ensaio de perda ao fogo é um dos

utilizados para mensurar a quantidade de material orgânico contido em solos, porém ele

não apresenta uma padronização em sua execução. Alguns fatores atuam nessa

variabilidade como o tipo de forno, a massa da amostra, a duração e a temperatura de

calcinação.

Souza (2012) aponta que o resultado do ensaio de PPC pode ser usado como

parâmetro de determinação da quantidade de resina existente em areias que passam pelo

processo de recuperação térmica. De acordo com Peixoto e Guesser (2003), testes apontam

que a quantidade de material carbonáceo da areia regenerada chega a atingir valores

inferiores de areias de processo e até mesmo areias novas. Bengtsson e Enell (1986)

3.5.1.7 Perda por calcinação

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29

afirmam que o ensaio é um método rápido, barato e, portanto, útil para a análise de um

grande número de amostras.

A demanda ácida em areia base para fundição é a quantidade, em milímetros de

solução de ácido clorídrico (HCl) 0,1N, necessária para solubilização de determinados

componentes em uma quantidade padronizada de areia num tempo pré-estabelecido

(ABIFA, 2015k), ou seja, o valor da demanda ácida quantifica a quantidade de material

solúvel em ácido na areia (CAREY e LOTT, 1995).

Carey e Lott (1995) afirmam que se o meio de realização do ensaio for água, o

resultado será dado somente em relação aos materiais solúveis em água. Os autores ainda

dizem que resultados negativos de demanda ácida apontam a presença de elementos ácidos

na areia que atuam como um catalisador adicional no sistema, podendo resultar em um

excesso de catalisador para determinada quantidade de resina.

Areias com pH básico, com elevado valor de demanda ácida, contêm contaminantes

que utilizam parte da ação do catalisador ácido para neutralizar-se e, somente depois, o

mesmo começa a realizar a cura da resina (CAREY e LOTT, 1995).

No caso de areias regeneradas, a demanda ácida é uma informação adicional

importante para estabelecer uma menor quantidade de resina/catalisador necessária para

uma nova utilização, evitando fragilidades entre as ligações químicas que podem resultar

em moldes e machos com deficiência em resistência mecânica (PEIXOTO, 2003).

De acordo com Barbosa (2009), o valor ideal para a demanda ácida de uma areia é

zero, porém areias com valores de demanda ácida até 6ml podem ser utilizadas. O

problema de areias com demandas ácidas acima deste valor é que as mesmas exigem altos

níveis de catalisador ácido. Areias com valores entre 10ml e 15ml não devem ser utilizadas

em sistemas de catálise ácida.

3.5.1.8 Demanda ácida

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30

O potencial hidrogeniônico (pH) é a medida da concentração do hidrogênio iônico

por diferença de potencial entre o meio líquido do material (areia) em análise e o cátodo de

calomelano, representada em uma escala de 0 a 14 cujo valor indica acidez ou alcalinidade.

O pH 7,0 é neutro, valores abaixo de 7,0 indicam grau de acidez e acima grau alcalina

(ABIFA, 2015n).

O ensaio de determinação do valor do pH permite avaliar o comportamento

químico da areia quanto a sua acidez ou alcalinidade. Segundo Bastian e Alleman (1998), o

valor do pH para uma areia nova é de aproximadamente 6,9, enquanto que os resíduos

associados a essas areias apresentam uma variação entre 6,8 e 7,3, podendo, em média,

serem considerados neutros. Lopes (2009) contextualiza citando que quimicamente a sílica

comporta-se como um ácido muito fraco, com pH em torno de 6, mas seu pH é

influenciado pelo processo de beneficiamento.

A grande importância do valor de pH para o processo de moldagem é devido à

reação que pode ocorrer dos íons H+ e OH- com os componentes das resinas, o que pode

gerar uma mudança de comportamento que, muitas vezes, é indesejada, principalmente no

processo de aglomeração (BASTIAN e ALLEMAN, 1998). Margotti (2008) afirma que o

pH é muito importante na areia para verificar o tempo de cura da mesma. Se a areia tiver

um pH muito básico, seu tempo de cura aumentará, exigindo um consumo maior de

catalisador, pois uma parte do mesmo é neutralizada pela areia.

De acordo com Ferreira (2007), a presença de materiais com pH alcalino na areia

poderá neutralizar a catálise ácida utilizada nos processos de aglomeração a frio com resina

autossecativa e uma areia de pH ácido poderá afetar o aumento de resistência mecânica nos

processos de aglomeração com Silicato de Sódio/CO2. De acordo com Zanetti e Fiore

(2002), o valor do pH mostra se a areia e a resina podem trabalhar juntas, no que diz

respeito à aplicação da areia para a confecção de machos.

3.5.1.9 Potencial hidrogeniônico (pH)

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31

3.5.2 Ensaios Tecnológicos

Os ensaios tecnológicos são aqueles que determinam as propriedades da areia de

fundição (areia base + aglomerante), resultando características que exprimem seu

comportamento nas condições requeridas para uso. Os ensaios de resistência mecânica

como resistência à tração e resistência à flexão exemplificam esta classe de ensaios.

Ferreira (2007) cita que a areia, por si só, não apresenta uma estrutura aglomerada.

Em geral é adicionado um aglomerante em função da granulometria da areia para

proporcionar resistência mecânica à moldagem de areia.

O ensaio de compactabilidade é realizado para saber se a mistura entre a areia e a

bentonita está em proporções adequadas para os demais ensaios. A compactabilidade é a

redução percentual da altura sofrida por uma determinada massa de areia, sob influência de

compactação (ABIFA, 2015d).

De maneira geral, a primeira propriedade do molde que se caracteriza por um

ensaio de resistência da areia misturada com aglomerante é correspondente à consistência

do molde, ou seja, a qualidade de autossustentação do mesmo (FERNANDES, 2006).

Fernandes (2006) resume o ensaio de resistência dizendo que, para determiná-la, a

amostra de areia é removida do tubo cilíndrico, após o enchimento do mesmo e

compactação da mistura, colocada no recipiente do aparelho de ensaio de resistência e

comprimida até romper-se. Ferreira (2007) completa dizendo que a resistência da areia

aglomerada à compressão é obtida pela razão entre a força que atua sobre o corpo de prova

para vencer a coesão e a seção do corpo de prova.

Dentre os ensaios de resistência, o que oferece maior precisão, isto é, cujos valores

resultantes apresentam menor dispersão em relação à média aritmética, é o de resistência à

3.5.2.1 Compactabilidade

3.5.2.2 Resistência à compressão a verde

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32

compressão. No caso de dúvida ou comparação de valores, recorre-se a este ensaio

(ROMANUS, 1991).

Quando o ensaio de resistência à tração é realizado com resina de cura a frio, é

recomendável que se repita o ensaio em determinados intervalos, para se avaliar a vida útil

da mistura, ou seja, o período em que a mistura permanece com características satisfatórias

de fluidez e trabalhabilidade para a confecção de moldes e machos. Se o ensaio for

realizado com mistura de silicato de sódio curada com gás CO2, após a confecção, o corpo

de prova deve ser estocado, sob condições pré-estabelecidas, por um período de 5 horas

antes do ensaio (ABIFA, 2015q; ABIFA, 2015s).

Por meio da realização de experimentos Torrance e Stefanescu (2009) constataram

que após a aplicação da pintura em um molde aglomerado com resina fenólica-uretânica, a

resistência à tração aumentou e o alongamento à ruptura diminuiu.

A resistência à flexão reflete-se na máxima tensão de flexão que um corpo de prova

padronizado é capaz de suportar após ter sido confeccionado com mistura padrão. Seu

princípio baseia-se na aplicação de uma carga contínua e progressiva no meio de um corpo

de prova alongado, assentado sobre dois apoios, até a sua ruptura. (ABIFA, 2015r).

De acordo com Stauder et al. (2016) o ensaio de resistência à flexão são os mais

amplamente aplicados para o controle de qualidade da areia de fundição utilizada na

macharia, devido os tipos de esforços sofridos durante a fundição do metal.

3.6 Avaliação Estatística pelo Teste de Tukey

O teste de comparação múltipla de Tukey é um teste utilizado juntamente com uma

análise de variância que permite verificar os intervalos prováveis das diferenças e avaliar a

significância prática dessas diferenças por meio de dados de determinadas populações,

3.5.2.3 Resistência à tração

3.5.2.4 Resistência à flexão

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33

geralmente num intervalo de confiança de 95% (MINITAB, 2016; CONAGIN et al.,

2008).

Segundo Freire (2012) é provavelmente um dos testes mais conhecidos para

comparação de médias duas a duas, onde calcula-se a diferença mínima que deve haver

entre duas médias para que elas possam ser consideradas diferentes em um determinado

nível de significância. Este valor, denominado de “diferença honestamente significante”,

indicado por HSD (Honestly Significant Difference), pode ser calculado de acordo com a

Equação 3.5 (VIEIRA, 2006).

(3.5)

onde,

q é um valor tabelado no nível estabelecido de significância;

QMR é o quadrado médio do resíduo da análise de variância;e

r é o número de repetição de cada um dos tratamentos.

Segundo o teste, duas médias são estatisticamente iguais toda vez que o valor

absoluto da diferença entre elas for igual ou menor que HSD (FREIRE, 2012).

De acordo com Cargnelutti Filho e Storck (2007) a HSD também é adequada para

medir a precisão de experimentos com médias semelhantes, sem, contudo, ter estudado a

adequabilidade dessas estatísticas em cenários formados pela combinação de número de

tratamentos e de repetições.

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34

Os materiais de estudo foram avaliados quanto às suas características analíticas e

tecnológicas.

Os ensaios para caracterização das amostras foram realizados nos laboratórios do

Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais (DEMET) da Escola de Minas da

UFOP, a saber, os laboratórios de caracterização de areias de fundição, de geometalurgia,

de hidrometalurgia e de nanotecnologia (Nanolab). Também foram realizados ensaios no

laboratório de caracterização de materiais do Centro de Tecnologia de Ferrosos (CTF) da

Vale S.A e no laboratório químico da Samarco Mineração S.A (Unidade Germano).

Foram utilizados cinco tipos distintos de materiais como areia base para a

realização dos ensaios de caracterização. Duas amostras foram provenientes de rejeito

arenoso de mineração da Samarco Mineração S.A, sendo uma amostra (AM01) composta

pelo rejeito arenoso natural e outra amostra (AM02) composta pelo rejeito arenoso

beneficiado. Duas amostras de areia base foram provenientes da empresa de fundição

Siderúrgica Itabirito S.A, sendo uma amostra de areia nova (NOV) e outra de areia de

processo (PRO). Uma amostra de areia base padrão (PAD) foi fornecida pela Mineração

Jundu S.A.

A partir das areias AM02, NOV e PAD foram produzidos dois tipos de blends em

um misturador mecânico de mós. O primeiro blend (BL01) foi elaborado com 50% em

massa de AM02 e 50% em massa de PAD. O segundo blend (BL02) foi feito com 50% em

massa de AM02 e 50% em massa de NOV.

A Tabela 4.1 apresenta os materiais e os blends estudados neste trabalho.

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Materiais

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35

Tabela 4.1- Materiais e blends estudados

Material Estudado Amostra Porcentagem em massa das amostras

AM01 AM02 NOV PRO PAD

Rejeito arenoso natural AM01 100%

Rejeito arenoso

beneficiado AM02 100%

Areia base nova da

Siderúrgica Itabirito NOV 100%

Areia base de processo

da Siderúrgica Itabirito PRO 100%

Areia base padrão da

Mineração Jundu PAD 100%

Blend 1 BL01 50% 50%

Blend 2 BL02 50% 50%

Os resultados dos ensaios de caracterização da areia PAD foram tomados como

referência a ser alcançada pelos demais materiais, devido a mesma ser uma areia nova

padrão.

Foram empregados três tipos de aglomerantes no estudo de caracterização dos

materiais e dos blends. No processo de areia verde foi utilizada uma bentonita sódica

ativada da marca Bun- Bentonit União, tipo Brasgel. O processo de areia de cura a frio foi

simulado com uma resina fenólica-uretânica e catalisador amínico fabricados pela

Buntech. No processo de areia com silicato de sódio/CO2 foi utilizado um silicato de sódio

com relação SiO2/NaO entre 2,1 e 2,2 da fabricante Sulfal Química Ltda. e gás CO2

fornecido pela White Martins.

O fluxograma da Figura 4.1 apresenta os ensaios de caracterização analítica

realizados para todas as amostras estudadas.

4.2 Caracterização Analítica

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36

Figura 4.1- Ensaios de caracterização analítica

4.2.1 Análise química semiquantitativa por fluorescência de raios X (FRX)

A análise química semiquantitativa foi realizada pelo método de espectrometria por

fluorescência de raios X (FRX) com um espectrômetro modelo EDX-720, da marca

Shimadzu no laboratório de nanotecnologia do DEMET.

4.2.2 Análise mineralógica por difratometria de raios X (DRX)

A análise mineralógica por determinação de fases cristalinas foi realizada por

difratometria de raios X com um equipamento da marca Shimadzu, modelo XRD-6100,

com tubo de Cu. Os espectros de raios X foram obtidos utilizando um monocromador de

grafite, filtro de níquel, na faixa de varredura (2Θ) de 8º a 80º e passo de 0,02º/2Θ por

minuto. A interpretação das fases cristalinas foi realizada pelo software

“X’PertHighScore”, versão 1.10. O ensaio foi realizado no laboratório de geometalurgia do

DEMET.

Ensaios Analíticos

Análise química semiquantitativa

Fluorescência de raios X (FRX)

Análise mineralógica Difratometria de raios X (DRX)

Forma e estrutura dos grãos

Análise de distribuição granulométrica

Módulo de finura

Teor de finos

Umidade

Permeabilidade

Perda por calcinação (PPC)

Demanda ácida

Potencial hidrogeniônico (pH)

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37

4.2.3 Verificação da forma e da estrutura dos grãos

A verificação da forma e estrutura dos grãos foi realizada por meio de microscopia

óptica no laboratório de Caracterização de Materiais do CTF da empresa Vale S.A.

Utilizou-se uma lupa estereoscópica da marca Carl Zeiss, modelo Discovery V12 e

iluminação com lâmpadas de LED. As imagens foram capturadas por uma câmera modelo

MRc5 da AxioCam. Foram obtidas imagens com aumento de 8x, 15x, 30x, 70x e 100x.

4.2.4 Análise de distribuição granulométrica, módulo de finura e teor de finos

O ensaio de distribuição granulométrica foi realizado no laboratório de fundição do

DEMET. Foram utilizadas peneiras números: 6, 12, 20, 30, 40, 50, 70, 100, 140, 200 e 270

da série padrão ABNT, juntamente com recipiente coletor e tampa, da marca Solotest, além

de um peneirador mecânico da marca Kohlbach. A partir do resultado do ensaio de

distribuição granulométrica, obteve-se o módulo de finura e o teor de finos do material

ensaiado.

O módulo de finura foi calculado por meio da soma dos produtos da multiplicação

da porcentagem de material retido em cada peneira pelo seu fator correspondente, que é

específico de cada peneira, dividido por 100, como mostrado na Equação 4.1.

(4.1)

O teor de finos, em porcentagem, foi calculado pela relação entre a soma de todo o

material passante na peneira com abertura de 105µm e a soma da amostra total, como

indicado na Equação 4.2.

∑ (4.2)

Para a realização dos ensaios de distribuição granulométrica, módulo de finura e

teor de finos foram seguidas as recomendações da norma CEMP-81 (ABIFA, 2015g).

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38

4.2.5 Umidade

O ensaio de determinação da umidade dos materiais foi realizado no laboratório de

caracterização de areias do DEMET, seguindo as especificações da norma CEMP-105

(ABIFA, 2015l).

4.2.6 Permeabilidade

O ensaio de determinação da permeabilidade foi realizado seguindo as

recomendações da norma CEMP-80 (ABIFA, 2015f). Os ensaios foram feitos por meio de

um permeâmetro (Figura 4.2), modelo PER da Tecnofund no laboratório de caracterização

de areias.

Figura 4.2- Permeâmetro modelo PER

4.2.7 Perda por calcinação

A determinação da perda por calcinação das amostras foi realizada no laboratório

químico da Samarco Mineração S.A, onde cada material foi previamente secado

(temperatura de 110ºC por 4 horas) e aquecido a uma temperatura de 950ºC por 2 horas. O

índice da perda por calcinação, em porcentagem, foi calculado pela Equação 4.4.

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39

(4.4)

onde:

Perda por calcinação, em %;

Massa da amostra, em g; e

Massa do resíduo, em g.

4.2.8 Demanda ácida

A determinação da demanda ácida foi feita de acordo com as recomendações da

norma CEMP-101 (ABIFA, 2015k). Os ensaios foram realizados no laboratório de

hidrometalurgia do DEMET com o auxílio de um pHmetro da marca Digimed, modelo

DM22.

4.2.9 Potencial hidrogeniônico (pH)

A determinação do pH das amostras foi realizada de acordo com as recomendações

da norma CEMP-121 (ABIFA, 2015n) no laboratório de hidrometalurgia do DEMET. Para

a realização do ensaio foi utilizado um pHmetro modelo DM22 da marca Digimed.

A caracterização tecnológica foi realizada empregando corpos de prova padrões

confeccionados com os materiais estudados e diferentes tipos de aglomerantes conforme

fluxograma apresentado na Figura 4.3.

4.3 Caracterização Tecnológica

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40

Figura 4.3- Ensaios de caracterização tecnológica

Realizou-se ensaios de resistências mecânicas variando o teor dos aglomerantes nas

misturas com a areia AM02 para que se pudesse avaliar maneiras de aumentar a o valor de

resistência da mesma. Tal variação se deu de acordo com a Tabela 4.2.

Tabela 4.2- Variação do teor dos aglomerantes para os ensaios tecnológicos da areia AM02

Aglomerante Teor de aglomerante (% em massa)

1º ensaio 2º ensaio 3º ensaio

Bentonita 5,0% 5,5% 6,0%

Resina 0,7% 1,0% 1,3%

Silicato de sódio 3,5% 4,0% 4,5%

Os ensaios de caracterização tecnológica das amostras estudadas foram realizados

no Laboratório de Fundição do DEMET. As metodologias para a preparação das misturas e

de execução dos experimentos seguiram as recomendações das normas da ABIFA.

Os resultados dos ensaios de resistência mecânica das amostras com seus teores

padrões, com a variação do teor dos aglomerantes e com os blends foram analisadas

Caracterização Tecnológica

Areia verde

Teor de bentonita:

5%; 5,5%; 6%

Compactabilidade

Permeabilidade

Resistência à compressão a verde

Areia de cura a frio

Teor de resina fenólica- uretânica:

0,7%; 1,0%; 1,3%

Resistência à tração

Resistência à flexão

Areia com silicato de sódio/CO2

Teor de silicato de sódio:

3,5%; 4,0%; 4,5%

Resistência à tração

Resistência à flexão

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41

estatisticamente pelo teste de Tukey, no intuito de avaliar se o comportamento das mesmas

apresenta ou não semelhanças entre si.

4.3.1 Areia verde

Neste processo as misturas das areias com bentonita foram caracterizadas

tecnologicamente empregando a norma CEMP-68 (ABIFA, 2015e) para a determinação

dos valores de compactabilidade, permeabilidade e resistência à compressão a verde.

As misturas de areia verde foram realizadas em um misturador de mós de

laboratório fabricado pela Tecnofund, modelo ML (Figura 4.4).

Figura 4.4- Misturador de laboratório modelo ML

O ensaio de compactabilidade foi realizado de acordo com a norma CEMP-65

(ABIFA, 2015d). A compactabilidade foi obtida por meio de um martelete mecânico

modelo MM da Tecnofund (Figura 4.5).

4.3.1.1 Compactabilidade

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42

Figura 4.5- Martelete mecânico modelo MM

O ensaio de permeabilidade para mistura de areia com bentonita foi realizado de

acordo com a norma CEMP-61 (ABIFA, 2015b). A permeabilidade das misturas foi

medida por meio de um permeâmetro da Tecnofund, modelo PER.

O ensaio de resistência à compressão a verde foi realizado de acordo com o método

descrito na norma CEMP-60 (ABIFA, 2015a). Foram confeccionados 3 corpos de prova

para cada areia analisada e o valor da média entre os resultados foi apresentado como o

valor de resistência à compressão a verde. Os resultados foram obtidos por meio de um

equipamento (máquina universal de ensaios) fabricado pela Tecnofund, modelo MRUD

(Figura 4.6).

4.3.1.2 Permeabilidade

4.3.1.3 Resistência à compressão a verde

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43

Figura 4.6- Máquina universal de resistência para areia modelo MRUD

4.3.2 Areia de cura a frio

Os corpos de prova das areias de cura a frio com resina fenólica-uretânica foram

caracterizadas tecnologicamente para a avaliação dos valores de resistência à tração e

resistência à flexão.

Foram utilizados oito tempos de cura para cada corpo de prova (0h, 1h, 2h, 4h, 6h,

8h, 12h e 24h).

A preparação da mistura padrão de resinas e catalisadores para o processo de cura a

frio foi feita de acordo com a norma CEMP-182 (ABIFA, 2015u), utilizando uma batedeira

planetária (Figura 4.7).

Figura 4.7- Batedeira planetária modelo BP-05 (GASTROMAQ, 2016)

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44

O ensaio de resistência à tração foi realizado de acordo com o método descrito na

norma CEMP-162 (ABIFA. 2015p). Os ensaios foram realizados em triplicata e a média

dos valores foi adotada como o valor de resistência à tração para cada intervalo testado. O

equipamento utilizado para a realização dos ensaios foi uma máquina universal de ensaios

modelo DAP, da Tecnofund (Figura 4.8).

Figura 4.8- Máquina de ensaios modelo DAP com acessórios para ensaio de resistência à tração

O ensaio de resistência à flexão foi feito de acordo com o método descrito na norma

CEMP-181 (ABIFA. 2015t). Os ensaios foram realizados em triplicata e a média dos

valores foi adotada como o valor de resistência à flexão para cada intervalo testado. A

máquina de ensaios DAP, juntamente com os acessórios para o ensaio de flexão (Figura

4.9) foi utilizada nestes experimentos.

4.3.2.1 Resistência à tração

4.3.2.2 Resistência à flexão

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45

Figura 4.9- Máquina de ensaios modelo DAP com acessórios para ensaio de resistência à flexão

Especificamente para o ensaio de resistência à flexão, o manual do equipamento de

resistência de areia modelo DAP oferece um fator de multiplicação para o resultado

mostrado no visor do aparelho. Tomando-se em conta o sistema da Associação Brasileira

de Normas Técnicas (ABNT), o fator de multiplicação do resultado para tal ensaio é igual

a 5,00 (TECNOFUND Ltda., 2015).

4.3.3 Areia com silicato de sódio/CO2

As misturas das areias com silicato de sódio/CO2 foram caracterizadas

tecnologicamente sob o ponto de vista de dos parâmetros de resistência à tração e de

resistência à flexão.

A preparação da mistura padrão de areia com o silicato de sódio para o processo de

silicato de sódio/CO2 foi feita de acordo com a norma CEMP-87 (ABIFA, 2015i),

utilizando um misturador de mós.

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46

O ensaio de resistência à tração foi realizado de acordo com o método descrito na

norma CEMP-175 (ABIFA, 2015s). Os corpos de prova foram gasados com CO2 e

ensaiados após 5 horas de estocagem em ambiente de laboratório. O resultado obtido

corresponde à média aritmética dos valores obtidos de 3 corpos de prova. Os ensaios de

resistência à tração foram executados com o auxílio de uma máquina universal de ensaios

modelo DAP, da Tecnofund.

O ensaio de resistência à flexão foi realizado de acordo com o método descrito na

norma CEMP-173 (ABIFA. 2015r). Os corpos de prova foram gasados com CO2 e

ensaiados após 5 horas de estocagem em ambiente de laboratório. O resultado obtido

corresponde à média aritmética dos valores obtidos de 3 corpos de prova. Utilizou-se uma

máquina universal de ensaios da Tecnofund, modelo DAP.

O resultado deste ensaio foi multiplicado pelo fator de multiplicação (5,00)

especificado no manual do equipamento.

4.3.4 Análise estatística pelo teste de Tukey

As análises estatísticas pelo teste de Tukey foram realizadas com os resultados dos

ensaios de resistência à compressão a verde (areia verde), resistência à tração e resistência

à flexão (areia de cura a frio e areia com silicato de sódio/CO2). Os resultados foram

analisados com o auxílio do software Minitab® 17.

4.3.3.1 Resistência à tração

4.3.3.2 Resistência à flexão

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47

Os resultados da caracterizações analítica e tecnológica são apresentados em três

módulos diferentes. No primeiro módulo estão os resultados dos ensaios da caracterização

analítica e tecnológica das areias segundo as normas da ABIFA. No segundo módulo,

apresentam-se os resultados dos ensaios de caracterização tecnológica da areia AM02 com

as variações de teores dos aglomerantes. No terceiro módulo estão os resultados da

caracterização analítica e tecnológica dos blends produzidos.

Apresentam-se os resultados das caracterizações analíticas e tecnológicas das areias

de acordo com as normas da ABIFA.

5.1.1 Caracterização analítica

O resultado da análise química semiquantitativa via espectroscopia por

fluorescência de raios X está disposto na Tabela 5.1.

Tabela 5.1- Análise química das amostras por fluorescência de raios X

Elemento Químico AM01 AM02 NOV PRO PAD

SiO2 85,82% 93,35% 98,30% 82,48% 98,81%

Fe2O3 13,83% 6,20% 0,19% 6,35% 0,65%

CaO 0,20% 0,05% 0,10% - -

WO3 0,12% 0,31% 0,35% 0,30% 0,37%

MnO 0,02% - - - -

Au2O 0,01% 0,02% 0,01% 0,02% 0,01%

Sm2O3 - 0,05% - - 0,07%

SeO2 - 0,01% - - -

Ag2O - 0,01% 0,01% 0,02% -

SO3 - - 0,94% - -

TiO2 - - 0,06% 0,37% 0,06%

Co2O3 - - 0,02% - -

ZrO2 - - 0,01% 0,12% 0,01%

CuO - - 0,01% - -

Cr2O3 - - - 10,22% -

NiO - - - 0,04% -

V2O5 - - - 0,04% 0,02%

NbO - - - 0,02% -

ZnO - - - 0,02% -

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Caracterizações Analítica e Tecnológica

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48

As areias AM01 e AM02 apresentam os respectivos teores de óxido de silício,

85,82% e 93,35%. O segundo elemento de maior representação nas areias AM01 e AM02

é o óxido de ferro, com teor de 13,83% e 6,20%, respectivamente. As areias PAD, NOV e

PRO são compostas por 98,81%, 98,29% e 82,48% de SiO2, respectivamente. A areia PRO

apresenta uma considerável quantidade de Cr2O3, 10,22%.

O teor mínimo de sílica varia de acordo com o metal a ser fundido, podendo ser

tanto de 80% para ligas de ponto de fusão mais baixos quanto acima de 90% para ligas de

aço e ferro fundido (WINKLER e BOL’SHAKOV, 2000). A areia AM02 possui um teor

de sílica que permite sua utilização em uma variedade maior de ligas que a areia AM01,

que além de apresentar um teor de sílica menor, possui um elevado teor de Fe2O3. As

areias PAD e NOV são as que possuem a maior pureza dentre as analisadas, podendo ser

utilizadas em praticamente todos os tipos de ligas. A areia PRO possui uma grande

quantidade de óxido de cromo devido à areia de cromita utilizada no faceamento das peças

fundidas que permanece no processo.

O resultado das análises mineralógicas das areias via difratometria de raios X está

apresentado na Figura 5.1.

(a)

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49

(b)

(c)

(d)

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50

(e)

Figura 5.1- Análises mineralógicas por difratometria de raios X das amostras AM01(a), AM02 (b), NOV (c),

PRO (d) e PAD (e)

As análises realizadas confirmam a presença de quartzo (SiO2) e óxido de ferro

(Fe2O3) em todas as amostras de areia. Esta análise vem a contribuir com o resultado da

análise por fluorescência de raios X, que aponta que os principais constituintes das areias

são os óxidos citados. Na areia PRO também ocorre a presença de óxido de cromo (Cr2O3),

que é referente à areia de cromita adicionada como areia de faceamento durante o processo

de fundição.

As imagens da análise da forma e estrutura dos grãos via microscopia óptica com

aumentos de 8x, 30x e 100x está apresentada na Figura 5.2.

(a) AM01- 8x (b) AM01- 30x (c) AM01- 100x

(d) AM02- 8x (e) AM02- 30x (f) AM02- 100x

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51

(g) NOV- 8x (h) NOV- 30x (i) NOV- 100x

(j) PRO- 8x (k) PRO- 30x (l) PRO- 100x

(m) PAD- 8x (n) PAD- 30x (o) PAD- 100x

Figura 5.2. Imagens de microscopia óptica com aumentos respectivos de 8x, 30x e 100x das areias AM01 (a;

b; c), AM02 (d; e; f), NOV (g; h; i), PRO (j; k; l) e PAD (m; n; o)

As imagens mostram que as areias apresentam coloração bem distinta uma das

outras, o que está associado à sua composição química e aos processos submetidos. A areia

AM01 apresenta uma coloração mais rosada devido a grande presença de óxido ferro e

argilominerais. Na areia AM02 a quantidade de argilominerais é praticamente nula, sendo

uma areia mais translúcida com alguns pontos mais escuros decorrentes da presença de

partículas de hematita, principalmente. A areia NOV apresenta certa opacidade em seus

grãos. Observa-se na superfície da areia PRO uma camada remanescente de resina, devido

ao processo de queima durante a fundição. A areia PAD tem uma coloração mais rósea

devido ao seu ambiente geológico de formação.

A Tabela 5.2 fornece as classificações dos grãos de areia em relação às imagens da

Figura 5.2.

(b)

(c)

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52

Tabela 5.2- Forma e estrutura dos grãos

Amostras AM01 AM02 NOV PRO PAD

Forma dos grãos Angular Angular Subangular Subangular Subangular

Estrutura dos grãos Fraturados Fraturados Compactos Compactos Compactos

As areias AM01 e AM02 apresentam grãos angulares com grande incidência de

arestas vivas e superfície bastante rugosa com a presença de fraturas superficiais

características do quartzo, denominadas de fraturas conchoidais. As areias PAD, NOV e

PRO apresentam grãos compactos e subangulares. De acordo com Peixoto (2003), os grãos

subangulares são os mais adequados para a confecção de moldes de areia.

A angularidade e as fraturas presentes nos grãos das areias AM01 e AM02 são

decorrentes da etapa de moagem em seu processamento mineral. A presença das arestas

vivas aumenta a fragilidade do molde, além de gerar uma grande quantidade de finos

durante o processo que pode interferir, principalmente, na diminuição da permeabilidade

do molde.

As Figuras 5.3 e 5.4 apresentam o resultado da distribuição granulométrica das

areias em diferentes perspectivas.

Figura 5.3- Distribuição granulométrica das areias em relação ao material passante

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

10 100 1000 10000

Pa

ssa

nte

(%

)

Abertura (micrometros)

Análise Granulométrica

AM01 AM02 NOV PRO PAD

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53

Figura 5.4- Distribuição granulométrica das areias em relação ao material retido

A areia AM01 possui uma ampla faixa de distribuição granulométrica, com

concentrações de materiais em várias peneiras. As areias AM02, PAD, NOV e PRO

apresentam concentrações de areia em poucas peneiras, sendo que as areias NOV e PRO

possuem uma semelhança muito grande na distribuição de tamanho de suas partículas.

Uma ampla distribuição granulométrica, como ocorre na areia AM01 pode gerar problemas

de permeabilidade e defeitos nas peças (LUZ e LINS, 2005). As demais areias apresentam

a concentração de seus grãos acima de 70% em três peneiras consecutivas, como

recomendado por alguns autores (MUCHON, 1988; LUZ e LINS, 2005; JI e FAN, 2001).

A Tabela 5.3 apresenta os valores de módulo de finura, classificação da areia em

relação ao módulo de finura e teor de finos.

Tabela 5.3- Parâmetros granulométricos das amostras de areia

Amostra AM01 AM02 NOV PRO PAD

Módulo de finura (AFS) 164,45 68,17 50,47 46,34 67,27

Classificação da areia Finíssima Média Média Grossa Média

Teor de finos (%) 61,52 0,95 2,97 0,59 0,64

As areias NOV e PRO apresentam módulos de finura menores que as demais, sendo

classificadas como areia média (50,47 AFS) e grossa (46,34 AFS), respectivamente. As

areias AM02 e PAD são classificadas como areias médias e têm módulos de finura

próximos 68,17 AFS e 67,27 AFS, respectivamente. A areia AM01 apresenta o maior

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

6 12 20 30 40 50 70 100 140 200 270 Prato

% R

eti

da n

as p

en

eir

as

Abertura da peneira (AFS)

Ditribuição Granulométrica

AM01 AM02 NOV PRO PAD

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54

módulo de finura, 165,45 AFS, sendo uma areia finíssima. O teor de finos das areias

AM01, AM02, NOV, PRO e PAD é, respectivamente, 61,52%, 0,95%, 2,97%, 0,59% e

0,64%.

Quanto maior o módulo de finura de uma areia, menor é o tamanho médio de seus

grãos, portanto a areia AM01 é a mais fina. As areias AM02 e PAD apresentam uma

distribuição média de tamanho de grãos próxima. As areias mais grosseiras são a NOV e a

PRO, que também apresentam tamanho médio dos grãos semelhantes. Em relação ao teor

de finos, a única amostra que apresentou valor superior a 5%, como recomendado

(STHAL, 1994), foi a AM01, com 61,52%.

A Tabela 5.4 apresenta os resultados dos ensaios de umidade, permeabilidade,

perda por calcinação, demanda ácida e pH das amostras de areia.

Tabela 5.4- Parâmetros físico-químicos das amostras de areias

Ensaios AM01 AM02 NOV PRO PAD

Umidade (%) 0,05 0,04 0,03 0,20 0,02

Permeabilidade (AFS) 8 122 161 190 103

Perda por calcinação (%) 0,52 0,35 0,01 2,23 0,07

Demanda ácida (ml) 6,95 0,75 13,30 18,85 5,95

pH 6,72 6,61 5,81 7,08 5,65

O teor de umidade das areias AM01, AM02, NOV, PRO e PAD foi,

respectivamente, 0,05%, 0,04%, 0,03%, 0,20% e 0,02%. É recomendado que a umidade

não exceda valores acima de 0,1% (ZIEGLER, 1994), de modo a evitar defeitos nas peças.

A areia PRO (0,2%) foi a única que excedeu o valor permitido.

As areias AM01, AM02, NOV, PRO e PAD apresentam permeabilidade de 8 AFS,

122 AFS, 161 AFS, 190 AFS e 103 AFS, respectivamente. Os valores de permeabilidade

estão diretamente relacionados ao tamanho médio dos grãos e com o teor de finos do

material. A areia AM01 obteve um valor de permeabilidade muito baixo, (8 AFS), devido,

principalmente ao seu elevado teor de finos. Em contrapartida, as areias NOV e PRO

foram as que apresentaram as maiores permeabilidades, pois possuem grãos mais

grosseiros e um baixo teor de finos. A areia AM02 atingiu valores de permeabilidade

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55

próximos à areia PAD. A permeabilidade da areia deve ser suficiente para permitir a saída

dos gases do molde e seus valores mínimos variam de acordo com a liga a ser fundida

(ADEMOH, 2008).

A perda por calcinação (PPC) das areias AM01, AM02, NOV, PRO e PAD foi de

0,52%, 0,35%, 0,01%, 2,23% e 0,07%, respectivamente. O PPC deve apresentar o menor

valor possível, porém valores de até 2% são aceitáveis (CAREY e LOTT, 1995). Todas as

areias apresentaram valores de PPC abaixo de 1%, com exceção da areia PRO que

apresentou 2,23%. Nota-se que as areias novas (NOV e PAD) apresentam valores de PPC

muito abaixo das outras. A areia AM02 apresenta um valor de PPC cinco vezes maior que

a areia PAD.

A demanda ácida das areias AM01, AM02, NOV, PRO e PAD foi de 6,95ml,

0,75ml, 13,30ml, 18,85ml e 5,95ml, respectivamente. A areia AM02 apresenta o melhor

valor de demanda ácida. As areias PAD e AM01 estão próximas do valor máximo ideal,

que é de 6,0ml. Em contrapartida, as areias NOV e PRO apresentaram valores de demanda

ácida muito elevados, o que pode gerar um consumo excessivo de catalisador durante a

reação de cura da areia.

As areias AM01, AM02, NOV, PRO e PAD atingiram os respectivos valores de

pH: 6,72; 6,61; 5,81; 7,08;e 5,65. O ideal é que a areia apresente o pH sensívelmente ácido,

em torno de 6,5 (LOPES, 2009; BASTIAN e ALLEMAN, 1998). As areias PAD, NOV,

AM02 e AM01 apresentam os menores valores de pH ácido em ordem crescente. Enquanto

que a areia PRO tem seu valor de pH sensivelmente básico, o que pode levar a uma demora

maior no tempo de cura da areia (MARGOTTI, 2008).

5.1.2 Caracterização Tecnológica

São apresentados os resultados das areias estudadas para os processos de areia

verde, areia de cura a frio com resina fenólica-uretânica e areia com silicato de sódio/CO2.

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56

Os resultados dos ensaios das amostras do processo de areia verde estão

apresentados na Tabela 5.5.

Tabela 2.5- Resultados dos ensaios das amostras de areia verde

Amostra AM01 AM02 NOV PAD

Compactabilidade (%) 47 48 47 47

Permeabilidade (AFS) 18 147 268 144

Res. à compressão a verde (N/cm²) 10,8 7,3 12,1 13,0

A compactabilidade das areias AM01, NOV e PAD foi de 47% enquanto que a

AM02 foi de 48%. O valor da compactabilidade de uma areia verde é uma medida que

avalia as condições de trabalhabilidade da mesma e seu valor ideal é de 47% ± 1%

(ABIFA, 2015e). Desta forma, todas as areias estavam dentro dos padrões.

As areias AM01, AM02, NOV e PAD alcançaram, respectivamente, os seguintes

valores de permeabilidade, 18AFS, 147AFS, 268AFS e 144AFS. Tais resultados foram

coerentes com os resultados de permeabilidade de suas respectivas areias base. A areia

AM01 foi a única a apresentar um valor baixo de permeabilidade, 18 AFS (ADEMOH,

2008). Novamente as areias AM02 e PAD apresentaram permeabilidades próximas,

147AFS e 144AFS, respectivamente. A areia NOV foi a que apresentou o maior valor de

permeabilidade, 268AFS.

A resistência à compressão a verde das areias AM01, AM02, NOV e PAD foi de

10,8N/cm², 7,3N/cm², 12,1N/cm² e 13,0N/cm², respectivamente. Este ensaio está

diretamente relacionado à autossustentação do molde entre as etapas de manipulação e

vazamento do metal (FERREIRA, 2007). A areia AM01 apresentou valor superior à AM02

(10,8N/cm² e 7,3N/cm², respectivamente), o que pode estar relacionado à presença de

algum argilomineral em sua constituição que tenha agido como aglomerante, além de

apresentar uma maior compactabilidade em decorrência de sua ampla distribuição

granulométrica (CONCEIÇÃO, 2011; BERNARDES, 2006; PRADO et al., 2008). As

areias PAD e NOV apresentaram os maiores valores de resistência à compressão a verde,

13,0N/cm² e 12,1N/cm², respectivamente.

5.1.2.1 Areia verde

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57

A Figura 5.5 apresenta o resultado da análise dos dados de resistência à compressão

a verde pelo teste de Tukey.

Figura 5.5- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à compressão a verde

As análises estatísticas realizadas pelo teste de Tukey mostraram que para o ensaio

de resistência à compressão a verde somente dois pares de amostras podem ser

considerados iguais (NOV-AM01 e PAD-NOV). Isso implica que tais amostras tendem a

apresentar um comportamento semelhante quando expostas às estas condições. As outras

comparações realizadas indicam que o comportamento das demais amostras tende a ser

diferente quando sujeitas às condições exigidas no processo de areia verde.

O resultado dos ensaios de resistência à tração está disposto na Figura 5.6.

5.1.2.2 Areia de cura a frio com resina fenólica-uretânica

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58

Figura 5.6- Resistência à tração em função do tempo das areias de cura a frio

A areia PAD obteve os maiores valores em todos os intervalos. Em contrapartida, a

areia AM01 foi a que obteve os piores valores de resistência à tração. As areias AM02,

NOV e PRO alcançaram valores intermediários. A areia NOV atingiu valores expressivos

nas duas primeiras horas e, em seguida, seus valores mostraram-se próximos às areias PRO

e AM02. A areia AM02 apresentou valores medianos a baixos quando comparada à PAD,

sendo que seus resultados mais expressivos ocorreram nos intervalos de 1h e 6h, os quais

estiveram próximos aos valores da areia NOV.

O resultado do teste de Tukey para os valores de resistência à tração das amostras

do processo de areia de cura a frio está apresentado na Figura 5.7.

Figura 5.7- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à tração: areia de cura a frio

0,00

50,00

100,00

150,00

200,00

Imediato 1h 2h 4h 6h 8h 12h 24h

Res

. à

Tra

ção

(N

/cm

²)

Tempo

Resistência à Tração

AM01 AM02 NOV PRO PAD

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59

Para o ensaio de resistência à tração, a análise pelo teste de Tukey mostrou que as

amostras PRO e NOV não apresentam comportamento significativamente diferente neste

teste. O mesmo pode ser afirmado para as amostras PRO e AM02, sendo consideradas

equivalentes neste aspecto. As amostras NOV e AM02 apresentam certa diferença de

comportamento, mesmo com seu intervalo de comparação estando muito próximo do eixo

zero. As demais amostras apresentam diferenças significantes de comportamento.

A Figura 5.8 apresenta o resultado dos ensaios de resistência à flexão das areias.

Figura 5.8- Resistência à flexão em função do tempo das areias de cura a frio

A areia PAD obteve os maiores valores de resistência à flexão, enquanto que a

areia AM01 obteve os mais baixos. As areias NOV e AM02 apresentaram valores bem

próximos nas primeiras 2 horas de ensaio, sendo que, a partir deste intervalo, os valores de

resistência da primeira mostraram-se superiores aos da segunda, que praticamente

estabilizou-se nos intervalos posteriores. No intervalo de 24 horas os valores de resistência

à flexão das areias AM02, NOV, PRO e PAD atingem valores bem próximos. Para avaliar

o comportamento de areias com aglomerantes orgânicos, os ensaios de resistência à flexão

são os mais amplamente aplicados para o controle de qualidade da areia de fundição

(STAUDER et al., 2016). Quando comparada à areia PRO, a areia AM02 apresentou, na

maioria dos intervalos, valores mais elevados.

A Figura 5.9 apresenta a análise estatística, pelo teste de Tukey, dos resultados do

ensaio de resistência à flexão para o processo de areia de cura a frio.

0,00

50,00

100,00

150,00

200,00

250,00

Imediato 1h 2h 4h 6h 8h 12h 24h

Res

. à

Fle

o (

N/c

m²)

Tempo

Resistência à Flexão

AM01 AM02 NOV PRO PAD

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60

Figura 5.9- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à flexão: areia de cura a frio

De acordo com o teste de Tukey os pares de amostras NOV-AM02, PRO-AM02 e

PAD-NOV têm comportamento semelhante para o ensaio de resistência à flexão no

processo de areia de cura a frio. Os resultados do par PRO-NOV apontaram uma diferença

no comportamento das duas, porém, pelo fato das mesmas apresentarem a mesma origem,

a realização de mais ensaios pode contribuir para uma melhor discussão a respeito destes

comportamentos. As demais amostras comportam-se de maneira significativamente

diferente.

O resultado dos ensaios de resistência à tração e resistência à flexão para as areias

com silicato de sódio/CO2 estão apresentados na Tabela 5.6.

Tabela 5.6- Resultados dos ensaios das amostras de areia com silicato de sódio/CO2

Amostra AM01 AM02 NOV PAD

Res. à tração (N/cm²) 19,40 25,97 27,77 33,57

Res. à flexão (N/cm²) 65,50 67,83 55,17 89,33

Para o ensaio de resistência à tração o maior valor foi obtido pela areia PAD

(33,57N/cm²) e o menor pela areia AM01 (19,4N/cm²). As areias AM02 e NOV

alcançaram valores próximos, 25,97N/cm² e 27,77N/cm², respectivamente. O valor de

5.1.2.3 Areia com silicato de sódio/CO2

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61

resistência à tração obtido pela areia AM02 representou aproximadamente 77% da

resistência alcançada pela areia PAD.

A Figura 5.10 apresenta a comparação estatística entre os valores de resistência à

tração realizada pelo teste de Tukey.

Figura 5.10- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à tração: areia com silicato de sódio/CO2

A análise realizada pelo teste de Tukey mostrou que praticamente todos os pares de

amostras ensaiados são apresentam diferença significativa em seu comportamento para o

teste de resistência à tração no processo de silicato de sódio/CO2. As únicas amostras com

diferença significativa foram as amostras PAD e AM01. As amostras NOV e AM02

obtiveram uma semelhança muito significativa.

A resistência à flexão das areias AM01, AM02, NOV e PAD alcançaram os

respectivos valores de 65,50N/cm², 67,83N/cm², 55,17N/cm² e 89,33N/cm². Os valores de

resistência à flexão das areias AM01 e AM02 ficaram bem próximos, sendo que a areia

AM02 alcançou aproximadamente 76% do valor de resistência da areia PAD, que obteve o

maior valor de resistência. A areia NOV foi a que apresentou o menor valor de resistência

à flexão.

A Figura 5.11 apresenta a comparação estatística entre os valores de resistência à

flexão realizada pelo teste de Tukey.

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62

Figura 5.11- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à flexão: areia com silicato de sódio/CO2

A análise do teste de Tukey mostrou que todas as amostras, com exceção das

amostras PAD e NOV, são estatisticamente iguais, ou seja, apresentam o mesmo

comportamento levando-se em conta os resultados dos ensaios de resistência à flexão no

processo de silicato de sódio/CO2. O par PAD-AM01 analisado está no limite do eixo zero,

porém apresenta igualdade estatística entre seus valores. Este resultado, juntamente com o

resultado da análise do ensaio de resistência à tração, infere que existem grandes

possibilidades de aplicação da amostra AM02 no processo de silicato de sódio/CO2.

Os resultados dos ensaios de caracterização tecnológica da areia AM02 com a

variação dos teores dos aglomerantes em cada processo simulado estão apresentados nesta

parte.

5.2.1 Areia verde

A Tabela 5.7 apresenta os valores de compactabilidade e resistência à compressão a

verde da areia AM02 referentes às variações dos teores de bentonita.

5.2 Caracterização Tecnológica da Areia AM02: variação do teor dos aglomerantes

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63

Tabela 5.7- Resultados dos ensaios de areia verde com variação dos teores de bentonita

Amostra AM02- 5,0% AM02- 5,5% AM02- 6,0%

Compactabilidade (%) 48 46 48

Res. à compressão a verde (N/cm²) 7,3 7,9 8,7

A areia AM02 com os teores de bentonita de 5% e 6% obtiveram 48% de

compactabilidade enquanto a areia AM02 com o teor de 5,5% alcançou 46%. Dessa forma,

todas as misturas feitas estão de acordo com as condições de trabalhabilidade requeridas

(ABIFA, 2015e).

O valor da resistência à compressão a verde com 5,0%, 5,5% e 6,0% de bentonita

foi de 7,3N/cm², 7,9N/cm² e 8,7N/cm², respectivamente. O aumento de 5,0% para 5,5% no

teor de bentonita representou um acréscimo de 8,06% de resistência (7,3N/cm² para

7,9N/cm²). Quando aumentou-se de 5,0% para 6,0%, o acréscimo de resistência foi de

19,40% (7,3N/cm² para 8,7N/cm²). Tais informações inferem que o aumento de 1% na

quantidade de aglomerante refletiu em aproximadamente 1% no aumento de resistência da

areia AM02.

A Figura 5.12 apresenta a análise pelo teste de Tukey dos resultados de resistência

à compressão a verde com os diferentes níveis de bentonita testados.

Figura 5.12- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à compressão a verde variando o teor de bentonita

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64

A análise realizada pelo teste de Tukey mostrou que tanto a variação de bentonita

na amostra AM02 de 5,0% para 5,5% quanto a variação de 5,5% para 6,0% apresentam

comportamento estatístico igual. A variação de 5,0% para 6,0% apresenta uma diferença

significativa de comportamento, possivelmente devido ao incremento na resistência ser

muito elevado quando comparado com os demais.

5.2.2 Areia de cura a frio com resina fenólica-uretânica

O resultado do aumento de resina fenólica-uretânica para a areia AM02, juntamente

com a curva de resistência à tração da areia PAD, está apresentado na Figura 5.13.

Figura 2.13- Resistência à tração em função do tempo: variação do teor de resina da areia AM02

À medida que se aumenta a quantidade de aglomerante na areia AM02 (0,7%, 1,0%

e 1,3%), aumenta-se a resistência à tração dos corpos de prova. Observa-se que na maioria

dos intervalos os valores de resistência à tração da areia AM02 com 1,3% de aglomerante

está próximo e em alguns superior ao da areia PAD. A areia AM02 com 1,0% de

aglomerante apresenta certa semelhança nos valores de resistência à tração com a areia

NOV, atingindo valores superiores, como nos intervalos de 1h e 4h. O aumento de teor de

aglomerante de 0,7% para 1,0% representou um aumento médio na resistência à tração de

58% enquanto que a variação de 0,7% para 1,3% aumentou em média 143% o valor de

resistência à tração da areia AM02.

A Figura 5.14 apresenta a análise estatística realizada pelo teste de Tukey dos

resultados do ensaio de resistência à tração com a variação dos teores de resina fenólica-

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

160,00

Imediato 1h 2h 4h 6h 8h 12h 24h

Res

. à

Tra

ção

(N

/cm

²)

Tempo

Resistência à Tração

AM02- 0,7% AM02- 1,0% AM02- 1,3% NOV-0,7% PAD- 0,7%

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65

uretânica da areia AM02 em comparação com as areias NOV e PAD para o processo de

areia de cura a frio.

Figura 5.14- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à tração com a variação do teor de resina da areia

AM02

A análise de Tukey para o ensaio de resistência à tração indica que as amostras

AM02- 0,7% e AM02- 1,0% apresentam comportamento semelhante, sendo consideradas

iguais num intervalo de 95% de confiança. O mesmo acontece com os pares de amostras:

AM02- 0,7% e NOV-0,7%; AM02-1,0% e NOV-0,7%; e AM02-1,3% e PAD-0,7%. Esta

análise infere que a areia AM02 nos teores de resina fenólica-uretânica de 0,7% (padrão) e

1,0% apresenta comportamento semelhante com a areia NOV e que, além disso, a areia

AM02 com 1,3% de aglomerante comporta-se da mesma maneira que a areia PAD. As

demais análises mostraram que as areias têm comportamentos significativamente

diferentes entre si.

Os valores de resistência à flexão com o aumento do teor de resina na areia AM02

são apresentados na Figura 5.15.

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66

Figura 5.15- Resistência à flexão em função do tempo: variação do teor de resina da areia AM02

O aumento do teor de resina na areia AM02 culminou no aumento médio da

resistência à flexão das mesmas. Este aumento mostrou-se eficiente quando comparado aos

valores atingidos pela areia PAD. Na maior parte dos intervalos a areia com 1,3% de

aglomerante apresenta valores de resistência superiores à areia PAD. A areia com 1,0% de

aglomerante apresenta valores próximos à areia PAD nos dois primeiros intervalos e, em

relação à areia NOV, apresenta valores superiores nos intervalos de 1h, 2h e 4h. A areia

com 0,7% de aglomerante apresenta valores próximos à areia NOV nos dois primeiros

intervalos. A variação de 0,7% para 1,0% de aglomerante aumentou o valor de resistência

em média de 6% enquanto que a variação de 0,7% para 1,3% aumentou em média 77% o

valor médio de resistência à flexão.

A Figura 5.16 apresenta a análise estatística realizada pelo teste de Tukey dos

resultados do ensaio de resistência à flexão com a variação dos teores de resina fenólica-

uretânica da areia AM02 em comparação com as areias NOV e PAD para o processo de

areia de cura a frio.

0,00

50,00

100,00

150,00

200,00

250,00

300,00

Imediato 1h 2h 4h 6h 8h 12h 24h

Res

. à

Fle

o (

N/c

m²)

Tempo

Resistência à Flexão

AM02- 0,7% AM02- 1,0% AM02- 1,3% NOV- 0,7% PAD- 0,7%

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67

Figura 5.16- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à flexão com a variação do teor de resina da areia

AM02

O teste de Tukey indica que os pares de amostras que apresentaram comportamento

estatístico igual em relação ao ensaio de resistência à flexão foram: AM02-0,7% e AM02-

1,0%; AM02-0,7% e NOV-0,7%; AM02-1,0% e NOV-0,7%; AM02-1,3% e NOV-0,7%;

AM02-1,3% e PAD-0,7%;e NOV-0,7% e PAD-0,7%. As demais se comportaram de

maneiras significativamente diferentes. Os resultados desta análise, juntamente com os da

análise do ensaio de resistência à tração, mostram que a areia AM02, com teor padrão de

aglomerante e com a variação do teor de aglomerante, apresenta comportamento

semelhante a areias utilizadas na indústria de fundição e até mesmo com a areia PAD.

5.2.3 Areia com silicato de sódio/CO2

Na Tabela 5.8 estão os resultados das variações do teor de silicato de sódio para os

ensaios de resistência à tração e resistência à flexão com a areia AM02.

Tabela 5.8- Resultados dos ensaios das amostras de areia AM02 variando os teores de silicato de sódio

Amostra AM02- 3,5% AM02- 4,0% AM02- 4,5% NOV- 3,5% PAD- 3,5%

Res. à tração

(N/cm²) 25,97 32,53 40,77 27,77 33,57

Res. à flexão

(N/cm²) 67,83 74,00 81,00 55,17 89,33

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68

O valor da resistência à tração com o teor padrão (3,5%) de silicato de sódio foi de

25,97N/cm². Com a variação do teor de silicato da areia AM02 de 4,0% e 4,5%, os valores

das resistências à tração foram de 32,53N/cm² e 40,77N/cm², respectivamente. A areia

AM02 com 4,0% de aglomerante atingiu valores superiores à areia NOV (27,77N/cm²) e

muit próximos à areia PAD (33,57N/cm²). A areia AM02 com 4,5% de aglomerante supera

o valor de resistência da areia PAD em 21,4%. O aumento do teor de silicato de sódio de

3,5% para 4,0% representou um incremento no valor da resistência à tração da areia AM02

de 25,3%. Quando a variação do teor foi de 3,5% para 4,5% o aumento de resistência foi

de 57,0%. Com estes dados, infere-se que cada 1% de aglomerante foi responsável por um

aumento aproximado de 2% na resistência à tração.

A análise estatística realizada pelo teste de Tukey em relação aos valores

encontrados de resistência à tração das amostras AM02 com suas respectivas variações de

silicato de sódio, comparados aos valores das areias NOV e PAD são apresentados na

Figura 5.17.

Figura 5.17- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à tração com a variação do teor de silicato de sódio

da areia AM02

O teste de Tukey mostrou que os valores de resistência à tração das amostras de

AM02 com as variações dos teores de silicato de sódio de 3,5% para 4,0% e de 4,0% para

4,5% apresentaram o mesmo comportamento. A amostra AM02- 3,5% ainda apresentou

comportamento semelhante às amostras NOV e PAD. A análise também indicou que a

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69

amostra AM02- 4,0% apresenta comportamento melhor que a areia NOV e praticamente

semelhante à areia PAD. Já a amostra AM02- 4,5% apresentou o melhor comportamento

dentre às analisadas.

Variando-se o teor de silicato de sódio na areia AM02 em 4,0% e 4,5%, os

respectivos valores de resistência à flexão foram de 74,00N/cm² e 81N/cm², enquanto que,

com o teor padrão de silicato de sódio, o valor de resistência à flexão foi de 67,83N/cm². A

areia NOV foi a que apresentou o menor valor de resistência, 55,17N/cm². A areia AM02

com 4,5% de aglomerante foi a que apresentou valor mais próximo à areia PAD

(89,33N/cm²). Com a variação de teor de silicato de sódio para a areia AM02 de 3,5% para

4,0% a resistência à flexão aumentou cerca de 9,1% enquanto que para a variação de 4,5%

de silicato de sódio o aumento foi de 19,4%.

A análise estatística realizada pelo teste de Tukey em relação aos valores

encontrados de resistência à flexão das amostras AM02 com suas respectivas variações de

silicato de sódio, comparados aos valores das areias NOV e PAD são apresentados na

Figura 5.18.

Figura 5.18- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à flexão com a variação do teor de silicato de sódio

da areia AM02

O teste de Tukey para os valores do ensaio de resistência à flexão mostrou que a

areia AM02 com 3,5% de aglomerante apresenta comportamento estatisticamente igual em

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70

relação às suas variações de teor de silicato e também em relação às areias NOV e PAD. A

areia AM02- 4,0% apresentou comportamento semelhante, porém melhor que a areia

NOV. Em relação à areia PAD seu comportamento não apresentou diferenças

significantes, estatisticamente. A areia AM02 com 4,5% de silicato de sódio foi a que mais

se aproximou do comportamento da areia PAD.

Os blends BL01 e BL02 foram produzidos com 50% em massa das areias PAD e

NOV, respectivamente, e com 50% em massa da areia AM02.

5.3.1 Caracterização analítica

As Figuras 5.19 e 5.20 apresentam, respectivamente, a distribuição granulométrica

dos blends BL01 e BL02, juntamente com a distribuição granulométrica das areias de

origem dos blends.

Figura 5.19- Distribuição granulométrica do blend BL01 e das areias AM02 e PAD

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

6 12 20 30 40 50 70 100 140 200 270 Prato

% R

etid

a n

as

pen

eira

s

Abertura (AFS)

Distribuição Granulométrica

AM02 PAD BL01

5.3 Caracterização Analítica e Tecnológica dos Blends

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71

Figura 5.20- Distribuição granulométrica do blend BL02 e das areias AM02 e NOV

Observa-se que no caso de ambos os blends as curvas granulométricas dos mesmos

estão entre as curvas granulométricas das areias de origem. No caso do blend BL01, como

as areias AM02 e PAD já apresentavam similaridade na distribuição granulométrica de

seus grãos, a curva do blend apresentou-se bem parecida com as curvas das areias de

origem.

A Tabela 5.9 apresenta o módulo de finura, a classificação quanto ao módulo de

finura e o teor de finos dos blends e das areias de origem dos mesmos.

Tabela 5.9- Parâmetros granulométricos dos blends e suas areias de origem

Amostra BL01 BL02 AM02 PAD NOV

Módulo de finura (AFS) 71,57 68,90 68,17 67,27 50,47

Classificação da areia Fina Média Média Média Média

Teor de finos (%) 3,63 5,15 0,95 0,64 2,97

O blend BL01 apresentou módulo de finura de 71,57AFS, correspondendo a uma

areia classificada como fina e com 3,63% de teor de finos. O blend BL02 apresentou

módulo de finura de 68,90AFS, sendo uma areia média e teor de finos de 5,15%.

Quando comparados às areias de origem, tanto o blend BL01 quanto o BL02

apresentaram módulos de finura e teores de finos maiores que suas areias de origem. As

misturas das areias deram origem a duas novas areias com tamanho médio dos grãos mais

finos que as mesmas. Esta diminuição no tamanho dos grãos e aumento do teor de finos

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

6 12 20 30 40 50 70 100 140 200 270 Prato

% R

etid

a n

as

pen

eira

s

Abertura (AFS)

Distribuição Granulométrica

AM02 NOV BL02

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72

pode estar associada ao processo de mistura utilizado. Por se tratar de um misturador

mecânico de mós, as areias certamente passaram por atrição durante a mistura, gerando

assim partículas menores que as das areias de origem.

A Tabela 5.10 apresenta os resultados dos ensaios de umidade, permeabilidade,

demanda ácida e pH dos blends e suas areias de origem.

Tabela 5.10- Parâmetros físico-químicos dos blends e suas areias de origem

Ensaios BL01 BL02 AM02 PAD NOV

Umidade (%) 0,03 0,02 0,04 0,02 0,03

Permeabilidade (AFS) 100 117 122 103 161

Demanda ácida (ml) 2,30 8,95 0,75 5,95 13,30

pH 6,32 6,60 6,61 5,65 5,81

O teor de umidade do blend BL01 foi de 0,03%, enquanto que do blend BL02 foi

de 0,02%. Os valores dos teores de umidade apresentados pelos blends BL01 e BL02 estão

abaixo de 0,1%, como recomendado.

A permeabilidade dos blends BL01 e BL02 foi de 100AFS e 117AFS,

respectivamente. As areias de origem dos blends apresentaram valores de permeabilidade

mais elevados. O declínio na permeabilidade dos blends pode estar associado ao aumento

do teor de finos nos mesmos.

A demanda ácida dos blends BL01 e BL02 foi de 2,30ml e 8,95ml,

respectivamente. Seus valores foram intermediários entre as areias de origem. O blend

BL01 apresenta um valor de demanda ácida aceitável. Já o blend BL02 apresenta um valor

acima do ideal, o que pode ocasionar em um consumo de catalisador maior que o esperado

durante o processo de cura da resina.

Os blends BL01 e BL02 atingiram os respectivos valores de pH, 6,32 e 6,60. Tais

valores demonstram que as areias apresentam um caráter sensivelmente ácido, como é

esperado para que não ocorra um acréscimo no tempo de cura das misturas das mesmas

com os aglomerantes, principalmente com as resinas.

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73

5.3.2 Caracterização tecnológica

A caracterização tecnológica dos blends BL01 e BL02 foi realizada com os valores

padrões de aglomerantes referentes a cada processo testado.

Os resultados de compactabilidade, permeabilidade e resistência à compressão a

verde dos blends e das areias de origem dos mesmos estão apresentados na Tabela 5.11.

Tabela 5.11- Resultados dos ensaios de areia verde para os blends e suas areias de origem

Amostra BL01 BL02 AM02 PAD NOV

Compactabilidade (%) 47 46 48 47 47

Permeabilidade (AFS) 146 178 147 144 268

Res. à compressão a verde (N/cm²) 9,0 9,8 7,3 13,0 12,1

A compactabilidade dos blends BL01 e BL02 foi de 47% e 46%, respectivamente.

Tais valores demonstram que as misturas de areia verde realizadas foram feitas

corretamente e que podem ser testadas nos demais ensaios.

Os valores de permeabilidade dos blends BL01 e BL02 foram, respectivamente, de

146AFS e 178AFS. O valor da permeabilidade do blend BL01 ficou entre os valores das

areias de origem. O blend BL02 também obteve um valor entre os valores das areias de

origem, porém em relação à areia NOV (268AFS), a redução da permeabilidade foi em

torno de 33%.

O valor da resistência à compressão a verde do blend BL01 foi de 9,0N/cm² e do

blend BL02 foi de 9,8N/cm². Ambos os blends obtiveram valores mais elevados de

resistência que a areia AM02 (7,3N/cm²). O blend BL01 obteve cerca de 22% a mais de

resistência que a areia AM02, enquanto o blend BL02 alcançou 34% a mais de resistência.

A Figura 5.21 apresenta o resultado das análises estatísticas pelo teste de Tukey dos

valores de resistência à compressão a verde dos blends e de suas areias de origem.

5.3.2.1 Areia verde

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74

Figura 5.21- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à compressão a verde dos blends e suas areias de

origem

A análise dos valores de resistência à compressão a verde pelo método de Tukey

mostrou que os blends BL01 e BL02 comportam-se de maneira igual estatisticamente. O

blend BL01 não apresenta diferença significativa de comportamento em relação à areia

AM02, enquanto que, em relação à areia PAD, seus intervalos são significativamente

diferentes. Já o blend BL02 comporta-se de maneira distinta, tanto em relação à areia

AM02 quanto em relação à areia NOV.

A Figura 5.22 apresenta os valores de resistência à tração em função do tempo para

o processo de areia de cura a frio dos blends e das suas areias de origem.

Figura 5.22- Resistência à tração dos blends e suas areias de origem em função do tempo

0,00

50,00

100,00

150,00

200,00

0h 1h 2h 4h 6h 8h 12h 24h

Res

. à

Tra

ção

(N

/cm

²)

Tempo

Resistência à Tração

AM02 NOV PAD BL01 BL02

5.3.2.2 Areia de cura a frio com resina fenólica-uretânica

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75

A curva de resistência à tração em função do tempo do blend BL01 se apresenta

entre as curvas das areias AM02 e PAD, que são as areias de origem do blend. O blend

BL01 apresenta seu maior valor no intervalo de 4 horas, no qual sua curva encontra-se

próxima à da areia PAD. O blend BL02 também tem seus valores de resistência entre as

areias AM02 e NOV, que são suas areias de origem. Ele apresenta seu maior valor de

resistência à tração no intervalo de 2 horas, porém, no intervalo de 6 horas pode-se

observar que seus valores praticamente coincidem com os de suas areias de origem.

A Figura 5.23 apresenta o resultado das análises estatísticas pelo teste de Tukey dos

valores de resistência à tração dos blends e de suas areias de origem.

Figura 5.23- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à tração dos blends e suas areias de origem: areia de

cura a frio

O teste de Tukey realizado para avaliar o comportamento dos blends e de suas

areias de origem em relação ao ensaio de resistência à tração mostrou que os blends BL01

e BL02 apresentam comportamentos semelhantes. O blend BL01 apresenta comportamento

significativamente diferente em relação às suas areias de origem, AM02 e PAD. O blend

BL02 apresenta comportamento estatisticamente igual em relação às suas areias de origem,

AM02 e NOV, para o ensaio de resistência à tração.

A Figura 5.24 apresenta os valores de resistência à flexão em função do tempo para

o processo de areia de cura a frio dos blends e das suas areias de origem.

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76

Figura 5.24- Resistência à tração dos blends e suas areias de origem em função do tempo

O blend BL01 apresenta valores de resistência à flexão superiores à areia PAD nas

duas primeiras horas, porém, a partir de 4 horas seus valores começam a cair e

praticamente estabilizam-se a partir do intervalo de 6 horas, chegando a valores inferiores à

AM02 no intervalo de 8h. O blend BL02 apresenta valores de resistência à flexão

superiores às areias AM02 e NOV nas primeiras 2 horas de ensaio. A partir deste intervalo

seus valores de resistência à flexão caem, ficando próximos e abaixo dos valores da areia

AM02.

A Figura 5.25 apresenta o resultado das análises estatísticas pelo teste de Tukey dos

valores de resistência à flexão dos blends e de suas areias de origem.

Figura 5.25- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à flexão dos blends e suas areias de origem: areia de

cura a frio

0,00

50,00

100,00

150,00

200,00

250,00

0h 1h 2h 4h 6h 8h 12h 24h

Res

. à

Fle

o (

N/c

m²)

Tempo

Resistência à Flexão

AM02 NOV PAD BL01 BL02

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77

A análise do teste de Tukey do ensaio de resistência à flexão dos blends e suas

areias de origem mostrou que o blend BL01 comporta-se de maneira igual estatisticamente

que suas areias de origem AM02 e PAD. Em relação ao blend BL02 suas areias de origem

(AM02 e NOV) também apresentam comportamento semelhante. Além disso, os blends

BL01 e BL02 comportam-se de maneira significativamente iguais.

A Tabela 5.12 apresenta os valores de resistência à tração e resistência à flexão dos

blends e suas areias de origem para o processo de silicato de sódio/CO2.

Tabela 5.12- Resistência à tração e resistência à flexão dos blends e suas areias de origem

Amostra BL01 BL02 AM02 PAD NOV

Res. à tração (N/cm²) 21,43 19,17 25,97 33,57 27,77

Res. à flexão (N/cm²) 69,67 83,00 67,83 89,33 55,17

Os valores de resistência à tração dos blends BL01 e BL02 foram de 21,43N/cm² e

19,17N/cm², respectivamente. O valor de resistência à tração do blend BL01 foram

menores que os valores de suas areias de origem. O blend BL01 obteve 82,5% do valor de

resistência à tração alcançado pela areia AM02 e 63,8% do valor de resistência à tração em

relação a areia PAD. Da mesma forma, o blend BL02 também obteve valores inferiores às

suas areias de origem, sendo que, em comparação à areia AM02 obteve 73,8% do valor de

resistência à tração, enquanto que para a areia NOV obteve 69,0%.

A Figura 5.26 apresenta o resultado das análises estatísticas pelo teste de Tukey dos

valores de resistência à tração dos blends e de suas areias de origem.

5.3.2.3 Areia com silicato de sódio/CO2

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78

Figura 5.26- Teste de Tukey para o ensaio de resistência à tração dos blends e suas areias de origem: areia

com silicato de sódio/CO2

O teste de Tukey mostrou que os blends BL01 e BL02 apresentaram

comportamento semelhante em relação ao ensaio de resistência à tração com silicato de

sódio/CO2, sendo que o blend BL01 apresentou melhores valores em comparação ao BL02.

As areias AM02 e PAD, que são as de origem do blend BL01 apresentaram

comportamentos semelhantes estatisticamente ao blend. O blend BL02 apresentou

comportamento estatístico semelhante às suas areias de origem, AM02 e NOV.

Os valores de resistência à flexão alcançados pelos blends BL01 e BL02 foram de

69,67N/cm² e 83,00N/cm², respectivamente. O blend BL01 teve um aumento em 2,7% no

valor de resistência à flexão quando comparado à areia AM02, entretanto, quando a

comparação é realizada com a areia PAD, observa-se um decréscimo de 22% no valor de

resistência à flexão. No caso do blend BL02, sua resistência à flexão é 22,4% mais alta que

a areia AM02 e 50,4% mais alta que a areia NOV.

A Figura 5.27 apresenta o resultado das análises estatísticas pelo teste de Tukey dos

valores de resistência à tração dos blends e de suas areias de origem.

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79

Figura 5.27- de Tukey para o ensaio de resistência à flexão dos blends e suas areias de origem: areia com

silicato de sódio/CO2

Em relação ao ensaio de resistência à flexão, os blends BL01 e BL02 apresentaram

valores iguais estatisticamente. O blend BL01 comportou-se de maneira semelhante às suas

areias de origem, AM02 e PAD. O blend BL02 comportou-se de maneira semelhante em

relação à areia AM02, porém de maneira significativamente diferente em relação à areia

NOV.

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80

A caracterização de um material com potencial de emprego na indústria é

imprescindível para conhecer, avaliar e prever o seu comportamento, além de ser uma das

etapas mais importantes para a sua aceitação.

Em relação à caracterização analítica, a areia AM02 obteve resultados de análise

granulométrica e permeabilidade semelhantes à areia PAD. Os valores de pH e demanda

ácida da areia AM02 mostraram-se os mais adequados dentre todas as areias estudadas. Em

alguns parâmetros como a morfologia e estrutura dos grãos a areia AM02 não oferece as

características desejadas, porém, suas demais propriedades ainda qualificam-na para sua

utilização como areia base de fundição. A areia AM01 apresentou características como, por

exemplo, ampla distribuição granulométrica, baixa permeabilidade e elevado teor de finos

que tornam inadequada sua utilização como areia de fundição.

Em relação à caracterização tecnológica, a areia AM01 apresentou resultados não

satisfatórios para os três processos estudados. No ensaio de areia verde obteve valores de

permeabilidade muito baixos, no processo de areia de cura a frio os resultados dos ensaios

de resistência à tração e flexão foram os mais baixos dentre todos os estudados e no

processo de areia com silicato de sódio/CO2 o resultado de resistência à tração foi o mais

baixo de todos.

Em relação à caracterização tecnológica e do ponto de vista da análise estatística

(Teste de Tukey) a areia AM02 apresentou resultados inferiores à amostra PAD para os

processos de areia verde e areia de cura a frio. Para os ensaios do processo de areia com

silicato de sódio/CO2 os resultados da areia AM02 foram estatisticamente semelhantes aos

da amostra PAD.

Em relação ao processo de areia verde e de acordo com as análises estatísticas

(Teste de Tukey), os incrementos dos teores de bentonita não foram suficientes para

aumentar significativamente os valores de resistência à compressão a verde. Em todas as

condições estudadas e do ponto de vista estatístico os resultados da areia AM02 foram

sempre inferiores aos da areia PAD.

6 CONCLUSÕES

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81

Para chegar a valores próximos aos das areias PAD e NOV, a melhor alternativa

encontrada para o processo de areia de cura a frio foi o aumento do teor dos aglomerantes.

A variação dos teores dos aglomerantes em relação ao valor de referência no processo de

areia de cura a frio mostrou-se uma maneira eficaz de viabilizar o uso industrial da areia

AM02.

Em relação aos blends, os resultados indicaram que as misturas promoveram certa

melhora em relação aos resultados de caracterização tecnológica da areia AM02, porém

não foram suficientemente expressivos a ponto de atingirem os valores equivalentes aos

das areias PAD e NOV nos ensaios de areia verde e areia de cura a frio. Estudos

complementares são necessários para uma melhor compreensão do comportamento dos

blends. Os resultados estatísticos dos blends em relação ao processo de silicato de

sódio/CO2 mostraram que o comportamento dos mesmos foi semelhante ao

comportamento de suas areias de origem e em relação às areias de referência, o que

indicam boas perspectivas do uso industrial dos mesmos em plantas com o processo de

silicato de sódio/CO2.

Em relação às amostras de rejeito de mineração estudadas, a amostra AM02 foi a

que apresentou o melhor potencial de uso como areia base para a indústria de fundição,

sendo uma alternativa às areias atualmente utilizadas, principalmente no processo de

silicato de sódio/CO2 e quando ocorre a variação dos teores dos aglomerantes no processo

de areia de cura a frio.

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82

Os conhecimentos obtidos por meio da realização desta dissertação podem ser

expandidos por meio de trabalhos que venham a complementar o estudo aqui realizado,

tornando-se, desta maneira sugestões para trabalhos futuros.

São sugeridos os seguintes tópicos de estudo:

Realizar testes com a areia AM02 em escala de bancada com o uso de diferentes

ligas para melhor avaliação de seu uso industrial.

Elaborar uma planta de beneficiamento de rejeito arenoso de mineração para a

obtenção de vários subprodutos, dentre eles o AM02, em escala industrial.

Realizar uma análise de custo, desde o custo de produção até o custo de transporte,

do material AM02, para comparação com os produtos usuais.

Estudar o comportamento do material AM02 em um circuito fechado de fundição

por meio de sua reutilização.

Aprofundar o estudo dos blends dos materiais, variando-se as proporções dos

materiais e a quantidade dos aglomerantes.

Estudar o comportamento mecânico dos moldes realizados pelo processo de silicato

de sódio/CO2 com a introdução de nanomateriais na matriz de silicato de sódio.

7 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

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83

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1980. Rev. 2015a.

ABIFA. Comissão Estudos de Matéria-Prima – CEMP-61. Bentonita para fundição-

Determinação da permeabilidade da mistura padrão. São Paulo, 1980. Rev. 2015b.

ABIFA. Comissão Estudos de Matéria-Prima – CEMP-62. Bentonita para fundição-

Determinação da resistência à tração a úmido da mistura padrão. São Paulo, 1980.

Rev. 2015c.

ABIFA. Comissão Estudos de Matéria-Prima – CEMP-65. Bentonita para fundição-

Determinação da compactabilidade da mistura padrão. São Paulo, 1980. Rev. 2015d.

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Preparação da mistura padrão. São Paulo, 1981. Rev. 2015e.

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