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UFF – UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE QUÍMICA
GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM QUÍMICA
JANINY NUNES LACERDA
A IMPRESSÃO 3D COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM
EM QUÍMICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA
NITERÓI
2017
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JANINY NUNES LACERDA
A IMPRESSÃO 3D COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM
EM QUÍMICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Monografia apresentada ao Curso de
Graduação em Licenciatura em Química
da Universidade Federal Fluminense,
como requisito parcial para obtenção do
Grau de Licenciado em Química.
Orientador:
PROF. Dr. EDUARDO ARIEL PONZIO
Niterói
2017
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L13 Lacerda, Janiny Nunes
A impressão 3D como estratégia de ensino e aprendizagem em
química na educação básica./ Janiny Nunes Lacerda. – Niterói : [s. n.],
2017.
38 f.
Trabalho de Conclusão de Curso – (Licenciatura em Química) –
Universidade Federal Fluminense, 2017.
1. Ensino de química. 2. Educação inclusiva. 3. Processo ensi- no-
aprendizagem 3. Pessoa com Deficiência visual. 4. Sistema braile. 5.
imagem 3D. I. Título
CDD: 540.7
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A Deus e aos meus pais Lacerda e
Tânia, com todo amor e carinho.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus e aos grandes Mestres que sempre me iluminaram,
protegeram e deram força ao longo de minha trajetória.
Aos meus pais que sempre me apoiaram e incentivaram. Obrigada por serem
referência não só como seres humanos, mas como educadores.
A minha vó Alcídia e vô José (in memoriam) por terem passado em minha vida
de forma singular.
Ao meu tio Roberto, transbordo de admiração e agradecimentos.
Ao meu orientador Eduardo Ariel Ponzio, pela orientação.
Aos professores que conheci na faculdade de Educação e foram responsáveis
por eu ter uma visão completamente diferente da Educação e ainda fizeram-me
apaixonar pela docência.
Aos meus amigos e àqueles que contribuíram de alguma forma durante a minha
trajetória.
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RESUMO
Nos últimos anos, pesquisadores da área de Educação vem desenvolvendo
novas metodologias de ensino para permitir uma Educação Inclusiva a alunos
portadores de quaisquer tipos de deficiência. A deficiência não pode ser
encarada como incapacidade e sim uma limitação que não prejudica o ensino-
aprendizagem do discente, quando trabalhada pela comunidade escolar de
forma adequada. Uma área de ensino que possui certa complexidade é a
Química, pois é uma ciência, em muitas vezes, abstrata e que se utiliza de
modelos científicos. Neste contexto, procurou-se desenvolver modelos de
átomos inclusivos, para deficientes visuais, através da utilização da impressão
3D. A tecnologia 3D possibilitou a criação do modelo com linguagem braille e o
alfabeto comum, permitindo que, quando aplicados em salas de aula, alunos com
deficiência e normovisuais possam interagir entre si.
Palavras-Chave: Educação inclusiva, Química, impressão 3D, braille
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ABSTRACT
In recent years, researchers in the area of Education have been developing new
teaching methodologies to allow an Inclusive Education to students with any type
of disability. Deficiency can not be seen as an incapacity, but a limitation that
does not detract from the teaching-learning of the student when properly worked
by the school community. An area of teaching that has some complexity is
Chemistry, because it is a science, often abstract and using scientific models. In
this context, we sought to develop inclusive atom models for the visually impaired
through the use of 3D printing. 3D technology enabled the creation of the Braille
language model and the common alphabet, allowing students with visual
impairment and without impairment to interact with each other in classrooms.
Keywords: Inclusive education, Chemistry, 3D printing, Braille
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Conceitos de exclusão, segregação, integração e inclusão educacional
Figura 2. Tabela de Snellen
Figura 3. Exame de Campimetria
Figura 4. Cela braile
Figura 5. Alfabeto Braile
Figura 6. Zonas dos saberes pela teoria vygotskiana
Figura 7. Modelos de reglete de mesa (a) e reglete de bolso (b)
Figura 8. Ilustração da reglete negativa: como se escreve (a) e como se lê (b)
Figura 9. Soroban de 21 eixos e 7 classes
Figura 10. Máquina de escrever em braille
Figura 11. Impressora 3d da marca Seth 3D modelo aipA3
Figura 12. Chuck Hull à esquerda com o protótipo da impressora 3D
Figura 13. Etapas para a impressão 3D
Figura 14. Representação de um objeto em CAD e STL
Figura 15. Modelagem 3D para os átomos de H, C, N e O, respectivamente
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Tipos de processos de fabricação (adaptada)
Tabela 2: Comparação dos raios reais e dos protótipos dos átomos
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LISTA DE ABREVIAÇÕES
ABS Acrylonitrile Butadiene Styrene
CAD Computer Aided Design
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MDC Máximo Divisor Comum
MMC Mínimo Múltiplo Comum
MEC Ministério da Educação
NCE Núcleo de Computação Eletrônica
OMS Organização Mundial de Saúde
PNIPPD Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência
STL Standard Triangle Language
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
USB Universal Serial Bus
ZDP Zona de Desenvolvimento Proximal
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“Trate de aprender tudo o que puder. Saber
demais não ocupa lugar. Ignorância, sim. A
sabedoria anda solta por aí para a gente
aprender o que quiser. ”
Darcy Ribeiro
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Sumário
1. Introdução
2. Fundamentação Teórica
2.1. Pessoas portadoras de deficiência
2.2. Educação Especial
2.3. Educação Inclusiva
2.4. A educação para alunos deficientes visuais
2.4.1 Deficiência visual e panorama populacional
2.4.2. O sistema braille
2.4.3. O ensino para deficientes visuais à luz de Lev Vygotsky
2.4.3.1. Teoria Vygotskiana
2.4.4. Recursos didáticos para o ensino de deficientes
visuais
2.4.5. Adaptação de materiais didáticos no ensino de Química para
inclusão de alunos portadores de deficiência visual
3. Objetivos
3.1. Objetivo geral
3.2. Objetivo específico
4. Metodologia
5. Resultado e discussões
5.1. Revisão sobre a tecnologia de impressão 3D
5.1.1. Introdução e história
5.1.2. Processos de fabricação da impressão tridimensional por
adição de material
5.1.3. Princípios gerais
5.1.4. Aplicações da impressão 3D
5.2. Determinação de parâmetros para a modelagem 3D
5.3. Impressão dos átomos: parâmetros para impressão, fatiamento da
peça e impressão
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6. Conclusões
7. Referências bibliográficas
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1. Introdução
Nos últimos anos, pesquisas são realizadas na área do ensino da Química
e como resultados é possível observar que o ensino de Química geralmente vem
sendo estruturado de forma a obrigar o aluno à memorização de informações,
fórmulas e conhecimentos altamente teóricos. Essa conjectura, com um modelo
de educação bancária1, proporciona uma desmotivação em aprender e estudar
Química e, por conseguinte, dificulta e limita a aprendizagem. Essas limitações,
na maioria das vezes, estão relacionadas com as dificuldades de abstração de
conceitos e elaboração e compreensão de modelos científicos 2.
A fim de facilitar a compreensão conceitual no ensino da química, algumas
metodologias vêm sendo aplicadas durante as aulas para desenvolver ao
discente a habilidade de representação, melhor visualização tridimensional do
conhecimento químico e facilitar a compreensão dos conteúdos de forma
dinâmica e interativa3. Como exemplo, o uso de modelos moleculares surge
como uma ferramenta de grande utilidade: facilita o ensino-aprendizado de
conceitos que envolvam a ligações químicas, geometria molecular,
estereoquímica, estruturas cristalinas entre outros. No mercado, existem
disponíveis alguns kits com modelos atômicos. No entanto, além de muitas vezes
carecer na quantidade de peças, possui um custo elevado e, por isto, nem
sempre se torna acessível aos professores e alunos.
Uma alternativa para tal problemática é a confecção de modelos atômicos
a partir do uso da impressora 3D. A impressão 3D possui algumas vantagens
como: diminuir o desperdício de material na confecção de peças, é possível
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construir inúmeros materiais e peças e produtos podem ser impressos no local
de venda, eliminando custos de transporte4. Ao que tange à Educação, este tipo
de tecnologia além de permitir a modelagem de diferentes recursos didáticos,
permite a elaboração de ferramentas para a Educação Inclusiva. Como exemplo,
modelos utilizando método braille.
Nesta perspectiva, este projeto de monografia de final de curso propõe a
confecção de modelos moleculares com linguagem braille.
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2. Fundamentação Teórica
A fundamentação teórica incluiu uma revisão bibliográfica de forma
abrangente, assim como os conceitos necessários para o entendimento do
presente trabalho.
2.1. Pessoas portadoras de deficiência
A redação original da Lei 8.742/935 definia uma pessoa deficiente como
àquela incapaz para a vida independente e o trabalho por um “prazo longo” (a
partir de 2 anos). Infelizmente esta definição foi muito preconceituosa pois sabe-
se que a incapacidade pode ser consequência ou não de uma deficiência. Por
exemplo, uma pessoa tetraplégica tem a incapacidade de andar. No entanto, um
indivíduo que sofreu uma fratura grave em determinados ossos de sustentação
do corpo, enquanto enfermo, também será incapaz de andar. Outras palavras
pejorativas também foram empregadas durante muito tempo, a exemplo:
pessoas especiais, para se referir àqueles que tinham um comportamento que
se desviavam do considerado padrão. Ou ainda, pessoas excepcionais.6
Segundo pesquisadores7, as diretrizes dadas pelo Decreto n. 3.298/99,
que estabelece a Política Nacional de Integração da Pessoa com Deficiência,
alterado pelo Decreto nº 5.296/04, são as que melhor auxiliam na conceituação
de pessoa com deficiência. Portanto, é considerada pessoa com deficiência
quem se enquadre nas condições dispostas abaixo:
I - deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais
segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da
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função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia,
monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia,
triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência
de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade
congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não
produzam dificuldades para o desempenho de funções;
II - deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e
um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de
500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz;
III - deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou
menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa
visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho,
com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da
medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que
60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores;
IV - deficiência mental – funcionamento intelectual significativamente
inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações
associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais
como: a) comunicação; b) cuidado pessoal; c) habilidades sociais; d)
utilização dos recursos da comunidade; e) saúde e segurança; f)
habilidades acadêmicas; g) lazer; e h) trabalho;
V - deficiência múltipla – associação de duas ou mais deficiências.
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2.2. Educação especial
A educação especial é definida pela Lei n° 12.746/20138 como uma
modalidade da educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular,
para alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação.
A Lei n° 12.746/2013 também dispõe que deverá haver, quando
necessário, dispositivos que atendam as particularidades dos alunos pertinentes
a educação especial. Conforme o artigo 59 dessa mesma lei, os sistemas de
ensino assegurarão a estes educandos:
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades; II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
2.3. Educação Inclusiva
A educação inclusiva é considerada como a educação de todos para
todos, respeitando-se as características individuais de cada ser humano. Desta
forma, se opõe à ambientes educacionais de exclusão, segregação ou
integração9. Esses conceitos podem ser observados na figura 1.
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6
Figura 1: Conceitos de exclusão, segregação, integração e inclusão educacional
Portanto, é possível fazer algumas definições9:
Exclusão: ao aluno deficiente é negado o acesso a qualquer forma de
escolarização;
Segregação: o aluno deficiente tem acesso à escolarização apenas em
unidades conhecidas como especiais;
Integração: o aluno deficiente é integrado ao sistema regular de ensino,
no entanto fica restringido a salas de pessoas com deficiência;
Inclusão: o aluno deficiente é integrado de forma plena ao sistema
regular. Neste ambiente é necessário fornecer a todos os estudantes um
ambiente igualitário e participativo.
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7
O decreto n° 3.298/99 regulamenta a Lei n° 7.853/89 que dispõe sobre a
Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência
(PNIPPD). O artigo 5° dispõe sobre os princípios da PNIPPD, sendo eles:
I - desenvolvimento de ação conjunta do Estado e da sociedade civil,
de modo a assegurar a plena integração da pessoa portadora de
deficiência no contexto socioeconômico e cultural;
II - estabelecimento de mecanismos e instrumentos legais e
operacionais que assegurem às pessoas portadoras de deficiência o
pleno exercício de seus direitos básicos que, decorrentes da
Constituição e das leis, propiciam o seu bem-estar pessoal, social e
econômico; e
III - respeito às pessoas portadoras de deficiência, que devem receber
igualdade de oportunidades na sociedade por reconhecimento dos
direitos que lhes são assegurados, sem privilégios ou paternalismos.
Sendo assim, o ambiente escolar deverá considerar a diversidade dos
alunos, em suas características e perspectivas individuais, e gerar interações
verdadeiras.
O processo de inclusão social e educacional passou a ter relevância
internacional e a partir da década de 90 determinaram-se medidas por meio de
implementação de políticas públicas para combater a exclusão.10
A começar, em 1990 ocorreu a Conferência Mundial sobre Educação para
Todos, que elaborou um plano de ação para satisfazer as necessidades básicas
de aprendizagem11. Em 1994, foi realizada a Conferência Mundial de Educação
Especial, onde foi elaborada a Declaração de Salamanca sobre Princípios,
Política e Prática em Educação Especial12. Este documento trouxe orientações
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8
para um novo pensar sobre educação inclusiva. Ao que diz respeito sobre a
escola, propõe:
Princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças
devem aprender juntas, sempre que possível, independentemente de
quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter. Escolas
inclusivas devem reconhecer e responder às necessidades diversas de
seus alunos, acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem
e assegurando uma educação de qualidade à todos através de um
currículo apropriado, arranjos organizacionais, estratégias de ensino,
uso de recurso e parceria com as comunidades. Na verdade, deveria
existir uma continuidade de serviços e apoio proporcional ao contínuo
de necessidades especiais encontradas dentro da escola.
A existência da escola inclusiva, como exposto acima, implicaria na
reformulação de políticas educacionais, assim como na proposta de novos
projetos e metodologias educacionais de caráter inclusiva.
2.4. A educação para alunos deficientes visuais
Como exposto anteriormente, as pessoas portadoras de deficiência
podem ter condições diversas, conforme sua característica específica. Neste
trabalho, o objeto de interesse são os deficientes visuais. Portanto, serão
explorados a seguir alguns conceitos que permitirão maior compreensão sobre
o tema.
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9
2.4.1 Deficiência visual e panorama populacional
A deficiência visual é caracterizada pela perda parcial ou total, congênita
ou adquirida, da visão. Os componentes da função visual que são utilizados
como parâmetros para avaliar a deficiência visual são: acuidade visual (aptidão
do olho para distinguir dois pontos a uma determinada distância) e o campo
visual (amplitude da área espacial percebida pela visão).13
A acuidade visual é medida através da relação entre objetos de diferentes
tamanhos a uma mesma distância do indivíduo. Um teste padrão para avaliar a
acuidade visual em consultórios oftalmológicos é através da Tabela de Snellen,
vide figura 2.14
Figura 2: Tabela de Snellen2
Este teste consiste na leitura das letras que estão dispostas em linhas e
essas letras vão diminuindo sucessivamente a cada linha. Ao final das linhas
existirá uma fração que representa a acuidade visual. O numerador é a distância
entre o quadro e o indivíduo e o denominador é a distância que uma pessoa com
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10
visão normal é capaz de ler. Um indivíduo com visão normal possui acuidade
visual de 20/20.15
O campo visual é avaliado através de exame de Campimetria (figura 3).
Este exame consiste em avaliar os defeitos do campo visual e os escotomas
através de estímulos luminosos em diferentes regiões do campo de visão.16
Figura 3: Exame de Campimetria17
A portaria n° 3.128/2008 classifica um portador de deficiência visual
aquele que apresentar baixa visão ou cegueira. A baixa visão, ou visão
subnormal, é considerada quando o valor da acuidade visual corrigida no melhor
olho é menor do que 0,3 e maior ou igual a 0,05 ou seu campo visual é menor
do que 20° no melhor olho com a melhor correção ótica. A cegueira é
considerada quando esses valores se encontram inferiores a 0,05 ou o campo
visual for menor do que 10°.18
Segundo dados do Censo Demográfico 2010, divulgados pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a população era de 190.755.799
habitantes, onde 35.774.392 possuíam deficiência visual, representando
aproximadamente 20% total da população. Em termos mundiais, segundo
estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2010 a população
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11
mundial era de 6,9 bilhões e havia 285 milhões de pessoas com deficiência
visual: 39 milhões cegas e 246 milhões com baixa visão.19
2.4.2. O sistema braille
O sistema braille é um sistema de leitura e escrita para pessoas
cegas ou com baixa visão. Esse sistema foi inventado pelo francês Louis
Braille. A cegueira de Louis Braille ocorreu quando ele tinha 3 anos devido a
um acidente ocorrido na oficina de couro de seu pai: Louis feriu o olho
esquerdo com um objeto pontiagudo, o que provocou a perda de visão. O
olho direito ficou cego devido à uma inflamação que se alastrou do olho
esquerdo para o direito. Após anos de estudo, para levar uma vida mais
normal, Braille desenvolveu aos 15 anos de idade um sistema universal de
comunicação que, em sua homenagem, ficou conhecido como braile. 20
O braille é constituído por 63 sinais formados por pontos a partir de
um conjunto matricial [2x3]21, o qual é chamado de ‘cela braile’. As dimensões
usuais da cela braile são de seis milímetros de altura por dois milímetros de
largura. Os pontos da cela são numerados, para facilitar sua identificação, da
seguinte forma, vide figura 4:
Figura 4: Cela braile
1
2
3
4
5
6
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12
As dez primeiras letras do alfabeto braile, que coincidem com a
ordem do alfabeto romano (a-j), são formadas pela combinação dos quatro
pontos superiores (1-2-4-5); a combinação dos pontos (1-2-3-4-5) formam a
segunda linha de sinais e a terceira linha é composta pela combinação dos 6
pontos. Caso se queira expressar os numerais, utilizam-se os sinais da 1ª linha,
precedidos do sinal do número, formado pelos pontos 3-4-5-6. A linguagem
também contém os sinais de pontuação, notações musicais e científicas. O fato
mais interessante, diferente de outras linguagens, é a universalidade do Braille:
ela exprime línguas e escritas da Europa, Ásia e África.21,22 A figura 5 apresenta
o alfabeto Braille.
Figura 5: Alfabeto Braille
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13
A linguagem braille é muito importante no âmbito educacional pois permite
uma Educação Inclusiva. Através desta linguagem o aluno adquire maior
independência de escrita e leitura, e consequentemente facilita a comunicação,
socialização e aprendizado.
2.4.3. O ensino para deficientes visuais à luz de Lev Vygotsky
Lev Vygotsky nasceu no ano de 1896 em uma pequena cidade chamada
Orsche na Rússia. Foi graduado inicialmente em Direito pela Universidade de
Moscou e posteriormente em Medicina. No entanto, também participava de
cursos de História e Filosofia. Casou-se e teve duas filhas. Em 1934 viera a
falecer vítima de tuberculose.
Vygotsky foi um renomado pesquisador e teórico e ficou popularmente
conhecido como “o Mozart da psicologia”. Ele dedicou seus estudos de maneira
singular nas áreas de psicologia, distúrbios de aprendizagem e de linguagem e
das diversas formas de deficiências congênitas. 23
2.4.3.1. Teoria Vygotskiana
A teoria Vygostkiana é socioconstrutivista, também conhecida como
sociointeracionista. A ideia central é a aquisição de conhecimentos através da
interação do sujeito com o meio, diferindo do construtivismo puro que considera
a aquisição pela interação do sujeito com o objeto.
Para melhor compreensão da interação sujeito e meio, é necessário
remeter o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP).
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14
Segundo esse conceito24, a ZDP é o nível intermediário que um separa o
indivíduo do desenvolvimento real, ou seja, determinado pela capacidade de
resolver problemas por si só, e o nível de desenvolvimento potencial, o qual é o
saber a ser alcançado. As aprendizagens na ZDP ocorrem através da interação
de um parceiro que seja mais experiente (professor ou até mesmo colegas)
capacidade de solucionar problemas com ajuda de um parceiro mais experiente.
A figura 6 ilustra este conceito.
Figura 6 – Zonas dos saberes pela teoria vygotskiana
Neste contexto, Vygotsky propõe que o ensino para indivíduos deficientes
não deve ser realizado com desânimo ou complacência. Ao contrário, os
problemas devem ser vistos como uma possível fonte de crescimento. Ele crê
na capacidade do ser humano em criar processos adaptativos com o intuito de
superar suas limitações. No caso de pessoas com deficiência visual, sejam
cegas ou de baixa visão, o uso de estímulos exterior com a linguagem braille
permite a sociointeração.
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15
2.4.4. Recursos didáticos para o ensino de deficientes visuais
Existem vários recursos utilizados no ensino para deficientes visuais.
Através deles, os textos e materiais didáticos podem ser confeccionados em
braille, permitindo acessibilidade e inclusão ao aluno no ambiente escolar. A
seguir serão apresentados alguns destes.
i) Reglete e punção25
A reglete (do francês règle: régua) é um dos primeiros instrumentos
criados para a escrita braille. règle que significa régua. A reglete é composta por
uma régua-guia, onde a folha é colocada, e um punção, que corresponde a uma
caneta, com o qual o papel é pressionado. A parte superior da reglete contém
janelas com as celas braile, correspondendo cada uma, a um código em braille.
Existem alguns modelos, como pode ser visto na figura 7.
Figura 7: Modelos de reglete de mesa (a) e reglete de bolso (b)
O modo de escrita depende do tipo de reglete a ser utilizado: positiva ou
negativa.
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16
A reglete negativa é conhecida como a tradicional. Neste caso, a parte
inferior da régua é pela cela braille com os pontos em baixo relevo (também
conhecidos como pontos negativos). Os pontos negativos são côncavos e a
ponta do punção é convexa. Desta forma, a escrita em Braille é realizada em
baixo relevo, sendo necessária a inversão dos pontos. Logo, é necessário
escrever da direita para a esquerda. Por exemplo, para escrever a letra “a” é
necessário pressionar o ponto 4, para que quando haja a inversão este
represente o ponto 1, como ilustrado na figura 8.
Figura 8: Ilustração da reglete negativa: como se escreve (a) e como se lê (b)
A reglete positiva é semelhante à reglete negativa, porém, os pontos da
cela braille estão em alto relevo. Os pontos são convexos e a ponta do punção
côncava. A escrita é realizada em alto relevo, não sendo necessária a inversão
dos caracteres durante o processo de escrita. Logo, escreve-se de maneira
análoga ao uso de canetas.
ii) Soroban26
O soroban é um ábaco de origem japonesa muito utilizado para o ensino
de matemática a pessoas portadoras de deficiência visual. O modelo de soroban
mais utilizado no Brasil, é composto por 21 eixos e 7 classes, bastante eficaz
(a) (b)
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17
para realização de cálculos que exijam maior espaço, vide figura 9. Porém
também se comercializam sorobans com 13 ou 27 eixos.
Figura 9: Soroban de 21 eixos e 7 classes
A utilização do soroban viabiliza que os alunos façam registros numéricos,
realizem as quatro operações e até mesmo operações mais complexas com
números inteiros, racionais, raiz quadrada e cálculos de mínimo múltiplo comum
(MMC) e máximo divisor comum (MDC). Essa ferramenta, se bem utilizada,
contribui ao desenvolvimento do raciocínio, estimulando criação de habilidades
mentais.
iii) Máquina de escrever em braille27
A máquina de escrever em braille é utilizada para digitação de textos por
pessoas deficientes visuais, assim como videntes que conheçam o método de
escrita.
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18
A figura 10 é um modelo clássico deste tipo de máquina.
Figura 10: Máquina de escrever em braille
A máquina de escrever em braille nacional é constituída
fundamentalmente por um teclado com seis teclas (três do lado esquerdo e três
do lado direito), correspondendo a um ponto da cela braille. A tecla central mais
larga tem a função de marcar o espaço. Existem ainda mais duas teclas nas
extremas esquerda e direita. A do lado esquerdo serve para mudar de linha e a
do lado direito para retrocesso.
iv) Sistema operacional Dosvox28
O sistema operacional Dosvox foi desenvolvido pelo Núcleo de
Computação Eletrônica (NCE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ). Este software se comunica com o usuário a partir de sintetizador de voz,
viabilizando o uso de computadores por deficientes visuais e possibilitando maior
independência ao usuário.
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19
Atualmente o software está disponível em versões para Windows e Linux
e possui a filosofia Open Source. Borges29 destaca que as principais vantagens
do DOSVOX são sua simplicidade, custo e adequação à realidade educacional
dos deficientes visuais do Brasil.
2.4.5. Adaptação de materiais didáticos no ensino de Química para inclusão
de alunos portadores de deficiência visual
O ensino de Química para alunos com deficiência visual enfrente várias
dificuldades devido a essa área de conhecimento depender da visualização tanto
em níveis macroscópicos quanto a representação de estruturas. Na Química, em
particular, o uso de fórmulas, símbolos, gráficos e modelos espaciais são
elementos que tornam o processo de ensino-aprendizagem complexo.
A fim de permitir melhor entendimento nesta disciplina, o Ministério da
Educação (MEC) elaborou a grafia Química Braille30 que permite a
representação de vários conceitos como: números atômicos, estados físicos da
matéria, tipos de ligação, estruturas dos grupos funcionais, entre outras. No
entanto, outras metodologias utilizando braille vêm sendo desenvolvidas para
facilitar o aprendizado dos alunos.
No trabalho31 de Resende Filho et al, foram confeccionados kits didáticos
para trabalhar com conceitos de substâncias e misturas, utilizando bolas de
isopor. Em outro estudo32, Resende Filho et al desenvolveram modelos atômicos
a partir de arames, bolas de isopor, miçangas, alfinetes coloridos, espuma, entre
outros. Bertalli33 desenvolveu modelos moleculares com massa de biscuit e
palitos de plástico. Silva et al desenvolveram34 tabelas periódicas.
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20
Sob esta ótica, este trabalho de final de curso propõe o desenvolvimento
de materiais didáticos inclusivos na área de química utilizando a tecnologia 3D.
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21
3. Objetivos
3.1. Objetivo geral
- Elaborar recursos didáticos para o ensino da Química utilizando a impressão
3D.
3.2. Objetivo específico
- Compreender o funcionamento de uma impressora 3D
- Realizar modelagem em software de modelos moleculares;
- Realizar modelagem em software de modelos moleculares com linguagem
braille;
- Imprimir, utilizando impressora 3d, átomos de H, C, N e O.
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22
4. Metodologia
A metodologia deste trabalhado foi dividida em três etapas.
A primeira, foi uma revisão sobre a impressão 3D para que se
fosse compreendido, de forma minuciosa, os princípios de
funcionamento do equipamento;
A segunda, determinação de parâmetros de tamanho para a
modelagem em 3D, através de um software CAD, de átomos de
H, C, N e O;
A terceira, a impressão dos átomos. Nesta etapa, foram
escolhidos os parâmetros de impressão, assim como o polímero
que iria ser utilizado como filamento. Além do fatiamento das
peças e a impressão propriamente dita.
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23
5. Resultado e discussões
5.1. Revisão sobre a tecnologia de impressão 3D
5.1.1. Introdução e história35
A impressão 3D, conhecida como manufatura aditiva, é uma tecnologia
que realiza a construção de um modelo tridimensional através de deposição de
um material em camadas sucessivas, vide figura 11.
Figura 11: Impressora 3d da marca Seth 3D modelo aipA336
Essa tecnologia teve início na década de 80 com o trabalho de Kodama
que publicou um método de criar modelos plásticos pela solidificação de um
fotopolímero através da utilização de raios ultravioleta. Após, o norte-americano
Chuck Hull desenvolveu a tecnologia base da impressão ao projetar uma
máquina que possuía uma das funções principais a de criação de lâmpadas para
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24
solidificação de resinas e a de confecção rápida de plásticos, figura 12. E
baseado nesta tecnologia criou uma impressora 3D utilizando a estereolitografia.
Figura 12: Chuck Hull à esquerda com o protótipo da impressora 3D
Alguns anos depois, Chuck Hull fundou a empresa 3D system Corporation
e patenteou a criação da impressora, assim como várias formas de impressão
dessa tecnologia. Recentemente as impressoras 3D tornaram-se manufaturas
mais acessíveis a empresas de portes menores, assim como pessoas físicas.
Existe a possibilidade de comprar uma impressora de código fechado ou comprar
peças e, com noções de programação, montá-la.
5.1.2. Processos de fabricação da impressão tridimensional por adição de
material37
As impressoras 3D podem variar ligeiramente conforme o mecanismo e
material utilizados para a criação dos objetos. A tabela 1 descreve como o objeto
é formado e o tipo de material empregado.
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25
Tabela 1: Tipos de processos de fabricação (adaptada)
Tipo Processo de construção Materiais utilizados
Filamento Os objetos são construídos camada
por camada. O material que está na
forma de filamento é extrusado por um
motor aquecido (conhecido como
extrusora).
Polímeros, madeira,
nylon, entre outros.
Fio Um feixe de elétrons é usado para
aquecer o fio e formar, posteriormente
o objeto, camada por camada.
Ligas metálicas
Granular Vários processos utilizam o material
de forma “bruta” e através do uso de
luz, eletricidade ou luz fundem os
grânulos e constroem o objeto.
Ligas metálicas e
termoplásticos
Energia Processo no qual um energia focada
é utilizada para fundir os materiais por
derretimento conforme o material vai
sendo depositado.
Gesso e materiais
granulares similares.
Laminação
em folhas
Neste processo as folhas do material
são postas umas sobre as outras e
fundidas com um rolo aquecido. Um
laser é utilizado para cortar o objeto
conforme o formato desejado.
Papel, folhas metálicas
e filmes plásticos.
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26
5.1.3. Princípios gerais
As etapas fundamentais para a impressão 3D são três: modelagem (ou
prototipagem) em 3D, fatiamento da peça e a impressão da peça, como
esquematizado na figura 13.
Figura 13: Etapas para a impressão 3D
A seguir serão detalhadas cada etapa.
1°) Modelagem em 3D
O primeiro passo para a impressão 3D é transpor a ideia do objeto para
um software de computador que reproduza digitalmente formas em três
dimensões (altura, largura e profundidade). Esses softwares são conhecidos
como CAD (do inglês: computer aided design). Após realizar o projeto em CAD,
o arquivo deverá ser exportado no formato ‘*.STL’ (do inglês: Standard Triangle
Language), o qual apresentará o objeto nos tamanhos e escalas desejados.
O formato de arquivo STL é baseado em uma composição de triângulos
para criar a superfície de um objeto, como pode ser visto na figura 14. 37,38
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27
Figura 14: Representação de um objeto em CAD e STL39
A simplificação da peça por geometria triangular possibilita a
implementação de fatiamento de peças de modo mais fácil, além da orientação
do modelo e estruturas suportes.40
2°) Fatiamento da peça
Esta etapa é considerada a mais importante de todas, pois o software
SLICER (do inglês: fatiador) irá transformar o objeto 3D em uma linguagem que
a impressora 3D irá entender (‘*.GCODE). O fatiador irá literalmente fatiar a peça
em inúmeras camadas e o usuário também poderá definir alguns parâmetros
como: tipo de filamento, diâmetro do filamento, altura das fatias (camadas), total
de preenchimento, perímetros, colocação de suporte, entre outros. Um software
muito utilizado é o Slic3r41 por ser de código aberto.
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28
3°) Impressão da peça
Para poder imprimir a peça é necessário transferir o arquivo *.GCODE
para a impressora. Poder-se-á feito através de duas formas: através de um
cartão de memória ou pela conexão do computador/impressora via USB (do
inglês: Universal Serial Bus).
5.1.4. Aplicações da impressão 3D
A impressora 3D permite a pessoa criar qualquer objeto. Sendo assim,
suas aplicações são inúmeras tais como: itens médicos e hospitalares (como
implantes), produtos domésticos, itens de decoração, construção civil, protótipos
automobilísticos, arquitetura, moda, alimentos e materiais educativos.
A impressão 3D possui algumas vantagens como: diminuir o desperdício
de material na confecção de peças, é possível construir inúmeros materiais e
peças e produtos podem ser impressos no local de venda, eliminando custos de
transporte4. Ao que tange à Educação, este tipo de tecnologia além de permitir
a modelagem de diferentes recursos didáticos, permite a elaboração de
ferramentas para a Educação Inclusiva. Como exemplo, modelos utilizando
método braille, para deficientes visuais.
5.2. Determinação de parâmetros para a modelagem 3D
O software de modelagem 3D escolhido foi o Tinkercad por ser de código
aberto, interface amigável e com as ferramentas suficientes para modelar o que
foi proposto.
![Page 43: UFF UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE … 2017.1_Janiny Nunes... · A Lei n° 12.746/2013 também dispõe que deverá haver, quando necessário, dispositivos que atendam](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022042220/5ec5e8a058b9785858481d22/html5/thumbnails/43.jpg)
29
O modelo para ser considerado totalmente inclusivo, deverá permitir que
alunos deficientes visuais e alunos sem deficiência consigam utilizar. Além disso,
permitirá que os alunos possam interagir entre si, como proposto pela teoria de
aprendizagem vygotskiana. Por isso, foi proposto fazer um átomo onde existisse
a letra representativa do elemento químico em braille e do alfabeto latino de
forma extrusada, para que não atrapalhasse a leitura em braille.
A modelagem em 3D escolhida foi para átomos de hidrogênio (H), carbono
(C), nitrogênio (N) e oxigênio (O). Esses foram escolhidos por possibilitar a
construção de inúmeras moléculas orgânicas, assim como alguns compostos
inorgânicos. A fim de simplificar o modelo, foi considerada geometria esférica
para cada átomo. Outro detalhe importante é sobre o tamanho dos objetos a
serem projetados: foi criada uma dimensão para cada átomo, respeitando ao raio
atômico real, conforme tabela 2.
Tabela 2: Comparação dos raios reais42 e dos protótipos dos átomos
Átomo Raio real Raio do protótipo
H 53 pm 1,5 cm
C 77 pm 2,0 cm
N 74 pm 2,5 cm
O 66 pm 2,5 cm
Após a modelagem os arquivos foram salvos em formato STL para que
fossem posteriormente fatiados.
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30
A figura 15 apresenta a modelagem 3D feita para os átomos acima
especificados
Figura 15: Modelagem 3D para os átomos de H, C, N e O, respectivamente.
5.3. Impressão dos átomos: parâmetros para impressão, fatiamento da
peça e impressão
O processo de fatiamento foi realizado no fatiador Slic3r, um software
também de código aberto. Nesta etapa, foram escolhidos alguns parâmetros43
para a impressão. Alguns destes são importantes, como:
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31
Layer height: é a espessura de cada camada, que varia de 0.1mm à
0.3mm. É um parâmetro relacionado com a resolução do objeto e
velocidade de impressão.
Perimeters: define o número mínimo de “cascas” (ou seja, paredes) que
o objeto terá. Este parâmetro dará resistência ao modelo.
Solid layers: define quantas camadas solidas queremos na base e no
topo (fechamento) do objeto. Este fator está relacionado com a resistência
e a estética do objeto.
Fill density: é o parâmetro de configuração da quantidade de
preenchimento a ser impresso. Quanto maior o infill, mais demorada será
a impressão.
Support material: o material suporte é necessário quando se imprime um
modelo que possua saliências significativas. Caso não se utilize, as
saliências, as mesmas seriam impressas no ar, e, provavelmente, não
seria possível imprimir corretamente.
Pattern spacing: é o parâmetro que determina quão denso será o material
do suporte.
Brim: é a colocação de uma saia que fica em torno do objeto, evitando
que o objeto não empenar e/ou se solta / descole da mesa durante a
impressão.
Velocidade de impressão: é a velocidade que ocorre a impressão da peça
Além de definir os parâmetros de impressão, no Slic3r configura-se o tipo
de filamento e as temperaturas de extrusão e da mesa (que varia de acordo com
o filamento utilizado)
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32
No caso dos modelos de átomos a serem impressos, apenas os
parâmetros de filamento, infill e suporte foram alterados do que vinha como
configuração padrão. Estes parâmetros foram: filamento de ABS (do inglês:
Acrylonitrile butadiene styrene), infill de 20% e uso de suporte.
NOTA COM ARQUIVOS
6. Conclusões
O desenvolvimento deste trabalho permitiu maior compreensão sobre a
Educação Especial e a Educação Inclusiva, conforme o ordenamento jurídico
brasileiro. Dada a necessidade de metodologias que permitem a inclusão, a
utilização da impressão 3D mostra-se uma ferramenta eficaz na criação de
materiais didáticos inclusivos no ensino de Química. Como o modelo é criado de
maneira personalizada, constrói-se de maneira simples e com adequações aos
portadores de deficiência.
A partir desses conhecimentos foi possível propor a modelagem e realizar
a impressão 3D de átomos que possam ser futuramente disponibilizados para
utilização em salas de aula.
7. Referências bibliográficas
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