tv do hiv

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FURG Tratamento e Prevenção da Transmissão Vertical do HIV Profa. Dra. Carla Vitola Gonçalves Faculdade de Medicina Universidade Federal do Rio Grande/FURG - RS Curso de Capacitação “Atendimento a Gestante e Humanização do Parto”

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Page 1: Tv do hiv

FURG

Tratamento e Prevenção da

Transmissão Vertical do HIV

Profa. Dra. Carla Vitola Gonçalves

Faculdade de Medicina

Universidade Federal do Rio Grande/FURG - RS

Curso de Capacitação “Atendimento a Gestante e

Humanização do Parto”

Page 2: Tv do hiv

PANORAMA DA EPIDEMIA do HIV

Boletim Epidemiológico AIDS/DST, 2008

Page 3: Tv do hiv

PANORAMA DA EPIDEMIA do HIV

71% das mulheres se encontram em idade reprodutiva. Prevalência de parturientes portadoras do HIV no Brasil foi

de 2,1/1000 nascidos vivos em 2007.

Boletim Epidemiológico AIDS/DST, 2008

Page 4: Tv do hiv

PANORAMA DA EPIDEMIA

Incidência gestantes HIV +/1000 nascidos vivos em

2007

Boletim Epidemiológico AIDS/DST, 2008

1,3

1,0

5,1

1,2

2,2

Page 5: Tv do hiv

PANORAMA DA EPIDEMIAIncidência do HIV em menores de 5 anos/100 mil

habitantes 2007

Boletim Epidemiológico AIDS/DST, 2008

2,3

2,2

5,1

1,8

2,5

Page 6: Tv do hiv

Diagnóstico do HIV no pré-natal

Testagem Anti-HIV (Elisa) como rotina do pré-natal

o 75% na região Sul

Gestantes testadas

Reagente IndeterminadoNão reagente

Re-testar no 3º trimestre

Encaminhar ao serviço de referência

Testar parceiro (S) e filhos menores de 10

anos

Encaminhar ao serviço de referência

Teste molecular e investigar HIV-2

Ministério da Saúde, 2009

Page 7: Tv do hiv

Avaliação nacional do Programa de Humanização do Pré-natal e NascimentoMinistério de Saúde. Rev Saúde Pública 2008;42(2):383-7

Page 8: Tv do hiv

Diagnóstico do HIV no pré-natal

Indicações do Teste rápido

o Serviços localizados em áreas de difícil

acesso

o Em populações de risco acrescido

o Para gestantes, parturientes e puérperas

o Não testadas no pré-natal

o Sem resultado do anti-HIV no 3º trimestre

Ministério da Saúde, 2009

Page 9: Tv do hiv

Riscos da Transmissão vertical do HIV

Momentos importantes

Intra-útero 25%

Intraparto 75%

Amamentação 7 a 22%

CDC, 2000

Page 10: Tv do hiv

Transmissão vertical do HIV

Na gestante não tratada o risco de TV é em

torno 25,5%

O uso do Protocolo ACTG 076 reduz a

transmissão vertical do HIV em 67,5%

Persistência de 8% de transmissão

Pediatric AIDS Clinical Trials Group Protocol 076. J Infect Dis, 1998

Page 11: Tv do hiv

Transmissão vertical do HIV

TV entre 0 e 2%

Uso de anti-retrovirais combinados

• Carga viral menor que 1.000

cópias/ml no final da gestação

Cesariana eletiva

Uso do AZT na parturiente e no RN

Substituição do aleitamento materno

CDC, 2000

Page 12: Tv do hiv

Abordagem da gestante infectada pelo HIV

Page 13: Tv do hiv

Avaliação Inicial

Aconselhamento sobre o risco de TV ao feto

Enfatizar o uso de preservativo

História de uso prévio de TARV

Encaminhar para consulta com Infectologista

Preparar a paciente para não amamentar

Ministério da Saúde, 2009

Page 14: Tv do hiv

Avaliação laboratorial

EXAME INICIO COMENTÁRIOS

Hemograma/plaquetas SIM DE 15 A 60 dias

Tipagem sanguínea SIM

Glicemia de jejum SIM Repetir com 20 sem

Função hepática Sim Mensal ou 2 meses

VDRL SIM Repetir com 30 sem

HBsAg SIM Imunizar se negativo

Anti-HCV SIM

Anti-HVA Sim Imunizar se negativo e HCV +

Toxoplasmose IgG/IgM SIM Trimestral se inicial negativo

Citomegalovírus SIM Trimestral se inicial negativo

Page 15: Tv do hiv

Avaliação laboratorial

EXAME INICIO COMENTÁRIOS

Urina tipo I SIM Repetir com 30 sem

Urocultura SIM Repetir com 30 sem

Citopatológico Indicado Se alterado colpo

Teste de PH e das aminas SIM Repetir se sintomas e no 3º trim

Swab vaginal e anal pesquisa de Estreptococo do Grupo B

A partir da 34ª semanaTratar com penicilina G cristalina no TP

Mantoux (PPD) SIM

Contagem de CD4+ SIM Repetir 4 a 6 semanas após TARV e com 34 semanas

Carga Viral SIM Repetir 4 a 6 semanas após TARV e com 34 semanas

Page 16: Tv do hiv

Manejo Antirretroviral na Gestação

Taxas de transmissão vertical

20% na ausência se TARV

10,4% com AZT monoterapia

3,8% na terapia dupla

1,2% na terapia tripla

Toda GESTANTE infectada pelo HIV deve receber TARV com

associação de três antirretrovirais independente da

situação virológica, clinica ou imunológica

Ministério da Saúde, 2009

Page 17: Tv do hiv

Manejo Antirretroviral na Gestação

Ministério da Saúde, 2009

Status Clinico laboratorial

Idade gestacional

Conduta

Assintomática com CD4 ≥ 350

Entre 14ª e 28ª Profilaxia com TARV comb

Assintomática sem CD4 Após a 28ª Coletar CV e CD4 e iniciar profilaxia com TARV comb

Assintomática com CD4 entre 200 e 350

< 14 semanas CD4 próximo de 350

Tratamento após 14ª semana

Assintomática com CD4 entre 200 e 350

< 14 semans Cd4 próximo de 200

Tratar

Assintomática com CD4 < 200

Independente da IG

Tratar + profilaxia IO

Sintomática Independente da IG

Tratar + profilaxia IO* Profilaxia para infecções oportunistas

SMZ+TMP (400mg/80mg) 2cp 3X semana

Page 18: Tv do hiv

Manejo Antirretroviral na Gestação

Ministério da Saúde, 2009

Grupo farmacológico

1ª escolha 2ª escolha

2 ITRN AZT + 3TC (Biovir)

ddI +3TCD4T + 3TC

IP LPV/r (Kaletra) SQV/r

ITRNN NVP

Biovir (AZT + 3TC): 1 cp 2XdiaKaletra (Lopinavir + Ritonavir): 2cp 2X dia

Page 19: Tv do hiv

Manejo da gestante em uso de TARV

Devem ser realizados pelo menos três exames de

carga viral e CD4

o Na primeira consulta

o Entre 4 e 8 semanas após a introdução da TARV

o Redução de 1 log (ou 90%)

o Queda da carga viral não alcançada

o Carga viral > 3.000

o A partir das 34º semana para escolha da via de

parto

Genotipagem

Ministério da Saúde, 2009

Page 20: Tv do hiv

Manejo da gestante com diagnóstico tardio

Diagnóstico após 36 semanas

o Coletar Carga viral e CD4

o Iniciar TARV imediatamente

o Priorizar a cesariana eletiva

Diagnóstico em trabalho de parto

o Usar AZT injetável

o Inibir lactação

o AZT xarope ao recém-nascido

Ministério da Saúde, 2009

Page 21: Tv do hiv

Imunização

VACINA INDICAÇÃO DOSE

Tétano-difteria Última dose + 5 anosNão vacinada/desconhece

1 reforço3 doses

Pneumococo Recomendado 0,5 ml IM

Hepatite B Anti-HBs negativo 4 doses

Hepatite A Anti-HAV negativo/Co-infectadas Hepatite B e C

2 doses

Imunoglobulina Varicela-zoster

Anti-VVZ negativo/exposição

96h

Imunoglobulina Hepatite B

Anti-HBs negativo/exposição

Primeiros 14 dias• Vacinar após inicio da TARV

• Não vacinar no final da gestação• Paciente sintomática ou com CD4 <200 células/mm3 – Nunca imunizar

Page 22: Tv do hiv

Escolha da Via de parto

Carga Viral Idade Gestacional

(na ocasião da aferição)

Recomendações

1.000 cópias/ml

ou desconhecida

34 semanas Parto por operação cesariana eletiva*

1.000 cópias/ml

ou indetectável

34 semanas Parto vaginal

Cesariana eletiva significa realiza-lá antes do início do trabalho de parto, com dilatação cervical em até 3 a 4 cm e as membranas amnióticas íntegras.

Ministério da Saúde, 2009

Page 23: Tv do hiv

Para as gestantes que chegam a maternidade em

trabalho de parto e que não fizeram uso de TARV no

pré-natal

o Está em franco trabalho de parto → Parto vaginal

o Trabalho de parto em fase inicial → Parto cesárea

(tentar fazer AZT IV 3h)

o 3-4 cm de dilatação

o Bolsa amniótica integra ou ruptura a menos de 2h

Escolha da Via de parto

Ministério da Saúde, 2009

Page 24: Tv do hiv

Uso do AZT endovenoso no parto

AZT injetável – ampola com 20 ml (10mg/ml) = 200mg

Preparar em 100ml de SG a 5%

Quantidade 40-49 50-59 60-69 70-79 80-89 90-99

ATAQUE

(2 mg/Kg)

Primeira hora

8 ml

36gts

10 ml

37gts

12 ml

37gts

14 ml

38gts

16 ml

39gts

18 ml

39gts

MANUTENÇÃO

(1mg/Kg/ hora)

Contínua

4 ml

35gts

5 ml

35gts

6 ml

35gts

7 ml

36gts

8 ml

36gts

9 ml

36gts

AZT 300mg oral de 3/3h a partir do início do trabalho de parto até o clampear o cordão.

Ministério da Saúde, 2009

Page 25: Tv do hiv

Administrar AZT IV do início do TP até o clampeamento do cordão

Evitar procedimento invasivo amniotomia, fórcepe ou vácuo

Evitar toques repetidos e manter a bolsa integra até o período

expulsivo

Evitar a bolsa rota por mais de 4 h ou o TP prolongado +6 h,

sendo indicado o uso de ocitocina

Evitar episiotomia se possível

Usar Cefalotina ou cefazolina 2g/dose única logo após expulsão

fetal

Parto Vaginal

Ministério da Saúde, 2009

Page 26: Tv do hiv

Idade Gestacional bem estabelecida entre 38 e 39 sem

o DUM, AU, USG (antes 20 semanas)

Administração do AZT injetável

o 3 horas antes ( 1h de ataque e 2h de manutenção)

o Mantido até a ligadura do cordão umbilical

o Se possível parto empelicado

Usar Cefalotina ou cefazolina 2g/dose única após

clampear o cordão

Parto Cesárea

Ministério da Saúde, 2009

Page 27: Tv do hiv

Manejo antirretroviral

o CD4 <350 céls/mm3 e/ou sintomática manter TARV

o CD4 ≥350 céls/mm3,assintomática e as que usaram

apenas AZT IV no parto suspender TARV

Suspensão da amamentação

o Cabergolina 0,5mg – 2 cp dose única

Orientar o acompanhamento clínico e ginecológico

Retorno no 5º-8º dia e no 42º dia pós-parto

Puerpério

Ministério da Saúde, 2009

Page 28: Tv do hiv

Mulheres que não amamentam podem voltar a ovular em 4

semanas após o parto

O preservativo não é indicado com ÚNICO método contraceptivo

Não existe restrição ao uso de anticoncepcionais hormonais

o Cuidar uso de TARV X alterações metabólicas X ACO

Pacientes assintomáticas ou em uso de TARV clinicamente bem

pode usar DIU

Os métodos cirúrgicos tem os mesmos critérios das mulheres

soronegativas

Puerpério e Anticoncepção

Ministério da Saúde, 2009

Page 29: Tv do hiv

Hiperemese

o Dieta fracionada em pequenas refeições entre 3 e 4 h

o Antieméticos: dimeticona e metroclopramida

o Vitamina B6, anti- histamínicos e doxicolamina com piridoxina

o Emese severa → Retirar TARV

Sangramento vaginal e Complicações clinicas (DHEG e

DMG)

o Manejo igual as soronegativas

Situações Especiais

Ministério da Saúde, 2009

Page 30: Tv do hiv

Trabalho de parto prematuro

Com IG < 34 semanas (expectante)

o Inibição do TP

o Usar corticóide

o Usar AZT IV até inibição do TP

Com IG > 34 semanas (ativa)

o Escolher via de parto baseada na carga viral

o Iniciar AZT IV

Pesquisa do Estreptococo do grupo B penicilina G cristalina

5 milhões IV (ataque) e 2,5 milhões IV 4/4h até o

nascimento

Situações Especiais

Ministério da Saúde, 2009

Page 31: Tv do hiv

Ruptura prematura das membranas (Ruprema)

Com IG < 34 semanas (expectante)

o Hiperhidratação

o Inibição do TP e uso corticóide

Com IG > 34 semanas

o AZT IV

o Resolução da gestação

Pesquisa do Estreptococo do grupo B penicilina G cristalina 5

milhões IV (ataque) e 2,5 milhões IV 4/4h até o nascimento

Situações Especiais

Ministério da Saúde, 2009

Page 32: Tv do hiv

Polidrâmnio

o Para drenar usar AZT IV 2mg/Kg 3h antes da punção

Coinfecções HIV/hepatite C

o Via de parto escolhida pelo HIV

Ulceras genitais

o Cesariana

Hemorragia pós-parto

o Não usar derivados da ergotamina

o Usar ocitocina e misoprostol

Situações Especiais

Ministério da Saúde, 2009

Page 33: Tv do hiv

9,0%

2,8%

0,0%0%

2%

4%

6%

8%

10%

2003-2005 2006-2008 2009

2003-2009 4,6%

1,8%10,5%

35,7%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

Outros locais PN Sem PN PN HU-FURG

Transmissão Vertical em Rio Grande

Page 34: Tv do hiv

Transmissão Vertical em Rio Grande

Nascimentos TV Local PN

2003 20 2 1 PNHU + 1PN desc

2004 26 2 1PN Sta Rosa + 1S/PN

2005 32 3 2 PNHU + 1 S/PN

2006 43

2007 35 1 1 PN Marinha

2008 29 2 1 PN Cassino + 1PN Sta Rosa

2009 31

Page 35: Tv do hiv

HIV-1 vertical transmission in Rio Grande,

Southern Brazil. International Journal of STD &

AIDS 2010; 00: 1–5

Page 36: Tv do hiv