tutoria em educação a distância: didática e competências do novo “fazer pedagógico”

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Rev. Diálogo Educ., Curiba, v. 13, n. 38, p. 203-223, jan./abr. 2013 ISSN 1518-3483 Licenciado sob uma Licença Creave Commons [T] doi: 10.7213/dialogo.educ.7642 Tutoria em Educação a Distância: didáca e competências do novo “fazer pedagógico” [I] Tutorship in distance educaon: didacc and competencies of new ‘pedagogical work’ [A] Eloiza da Silva Gomes de Oliveira [a] , Lázaro Santos [b] [a] Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), diretora do Instuto Muldisciplinar de Formação Humana com Tecnologias da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IFHT/Uerj), professora do Programa de Pós-Graduação em Polícas Públicas e Formação Humana (PPFH/Uerj), Rio de Janeiro, RJ - Brasil, e-mail: [email protected] [b] Mestre em Polícas Públicas pelo Programa de Pós-Graduação em Polícas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPFH/Uerj), assistente educacional da Gerência de Educação do Senac Rio (Geduc/Senac-RJ), Rio de Janeiro, RJ - Brasil, e-mail: [email protected] [R] Resumo A Educação a Distância destaca-se no contexto educacional atual. A pesquisa que deu origem a este artigo, realizada pelo Laboratório de Estudos da Aprendizagem Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, investigou o processo de tu- toria do curso de Pedagogia a distância dessa Universidade. Procuramos conhecer as dificuldades encontradas e as competências necessárias para o exercício da tutoria.

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Os problemas enfrentados no cotidiano de tutores de cursos a distancia.

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  • Rev. Dilogo Educ., Curitiba, v. 13, n. 38, p. 203-223, jan./abr. 2013

    ISSN 1518-3483Licenciado sob uma Licena Creative Commons

    [T]

    doi: 10.7213/dialogo.educ.7642

    Tutoria em Educao a Distncia: didtica e

    competncias do novo fazer pedaggico[I]

    Tutorship in distance education: didactic and

    competencies of new pedagogical work[A]

    Eloiza da Silva Gomes de Oliveira[a], Lzaro Santos[b]

    [a] Doutora em Educao pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), diretora do Instituto

    Multidisciplinar de Formao Humana com Tecnologias da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

    (IFHT/Uerj), professora do Programa de Ps-Graduao em Polticas Pblicas e Formao Humana

    (PPFH/Uerj), Rio de Janeiro, RJ - Brasil, e-mail: [email protected]

    [b] Mestre em Polticas Pblicas pelo Programa de Ps-Graduao em Polticas Pblicas e Formao Humana da

    Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPFH/Uerj), assistente educacional da Gerncia de Educao do

    Senac Rio (Geduc/Senac-RJ), Rio de Janeiro, RJ - Brasil, e-mail: [email protected]

    [R]

    Resumo

    A Educao a Distncia destaca-se no contexto educacional atual. A pesquisa que

    deu origem a este artigo, realizada pelo Laboratrio de Estudos da Aprendizagem

    Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, investigou o processo de tu-

    toria do curso de Pedagogia a distncia dessa Universidade. Procuramos conhecer as

    dificuldades encontradas e as competncias necessrias para o exerccio da tutoria.

  • OLIVEIRA, E. S. G. de; SANTOS, L.

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    A necessidade da construo de uma Didtica para cursos no presenciais levou-nos

    a estudar os processos que ocorrem no interior das prticas pedaggicas virtuais,

    objetivando aprimorar os processos de ensino e aprendizagem. Diante desse qua-

    dro, verificamos que muitos tutores ou docentes frente do cenrio da educao a

    distncia no tiveram na sua formao experincias em tal modalidade. Quando se

    veem trabalhando nesse ambiente, configura-se um campo de novas descobertas e

    desafios, mas com o enfrentamento de algumas dificuldades. Os tutores que entre-

    vistados destacaram o desenvolvimento de competncias tutoriais como forma de

    superar tais dificuldades. Portanto, na tenso entre as dificuldades e as competn-

    cias dos tutores que acontece o surgimento do novo fazer pedaggico necessrio

    educao a distncia.[P]

    Palavras-chave: Tutoria. Educao a distncia. Didtica. Competncias docentes.

    [B]

    Abstract

    Distance education stands out in the current educational context. The research that led to this article, conducted by the Laboratory for the Study of Human Learning of the State University of Rio de Janeiro, investigated the process of tutoring of a Pedagogy online course of this University. We seek to understand the difficulties encountered and the skills necessary for the exercise of tutorship. The need to develop a teaching prac-tice for courses at distance led us to study the processes occurring within the virtual teaching practices, aiming to improve the teaching and learning. Given this frame-work, we found many mentors or teachers who are ahead of the scenario of distance education in their training had no experience in this modality. When they work in this environment, they find a new field of discoveries and challenges, but facing some dif-ficulties. The tutors interviewed mentioned that the development of tutorial skills as a way to overcome these difficulties. So it is in the tension between the difficulties and responsibilities of tutors that the emergence of new pedagogical procedures necessary for distance education happens. [K]

    Keywords: Tutoring. Distance education. Didactics. Teaching skills.

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    Introduo: conceito e bases da Educao a Distncia

    A Educao a Distncia (EAD) uma modalidade de ensino que envolve fatores que transcendem a relao triangular docente-conhecimen-to-discente. Apresentamos, ao iniciar este artigo, dois conhecidos concei-tos dessa modalidade de educao. O primeiro foi enunciado por Malcom Tight (1991), em obra que trata principalmente da aplicao da EAD ao Ensino Superior.

    O autor apresenta a educao a distncia como um conjunto or-ganizado de formas de aprendizagem, em que h separao fsica entre os que aprendem e os que organizam as situaes de aprendizagem. Podem coexistir formas presenciais e a distncia, mas as primeiras suplementam ou reforam a interao estabelecida a distncia. Nesse conceito, alm da nfase aprendizagem mediada, encontramos a referncia ao termo in-terao, importante para nossa abordagem.

    de Michael G. Moore, conhecido pela ideia de distncia tran-sacional, o segundo conceito. Afirma o autor:

    Educao a distncia uma relao de dilogo, estrutura e autonomia que requer meios tcnicos para mediatizar esta comunicao. Educao a dis-tncia um subconjunto de todos os programas educacionais caracteriza-dos por: grande estrutura, baixo dilogo e grande distncia transacional. Ela inclui tambm a aprendizagem (MOORE, 1983, p. 137).

    A distncia transacional no apenas uma separao geogrfica entre aluno e professor. Envolve uma srie de importantes relaes que se estabelecem nesse espao, constituindo-se em marcante vetor pedag-gico. H trs componentes na EAD que definem tal distncia: a estrutura dos programas educacionais, a interao entre os alunos e professores e a natureza e o grau da autonomia do aluno.

    Fatores de ordem subjetiva como a motivao para o estudo, a autoestima, a adaptao a um estudo predominantemente individual, as formas de interao com o docente (tutor) que, muitas vezes, no se conhece pessoalmente , a construo da autonomia, a metacognio, por

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    exemplo, podem tornar-se vantagens para aqueles aprendizes que facil-mente se adaptam a tal realidade. Em caso contrrio, pode tornar-se um empecilho para a aprendizagem.

    Os recursos materiais formam o segundo pilar de sustentao para o sucesso ou no de um curso a distncia. O terceiro ponto de susten-tao da EAD a logstica que d a base para o seu bom andamento. Com isso, deve-se ter em mente que um ambiente virtual claro, objetivo, de fcil entendimento e regido pelos princpios ergonmicos, que atenda s necessidades de seu pblico-alvo, to importante quanto a comunicao entre tutor e aluno, ou o acesso a um microcomputador.

    A comunicabilidade envolvida entre os atores desse processo re-quer grande ateno, pois ser a partir dos diversos meios de interao que a aprendizagem, a construo do conhecimento, ser compartilhada por tutores e alunos.

    Com isso, estabelecemos a espinha dorsal da EAD: os recursos materiais, a logstica empregada, os valores/fatores subjetivos e a comu-nicao. Mas existem dificuldades que demandam as prticas de supe-rao a que nos referimos no ttulo deste artigo, com relao ao fazer pedaggico dos tutores, importante instrumento para minimiz-las.

    Em pesquisa desenvolvida com tutores do curso de Pedagogia a distncia, na modalidade semipresencial, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, pudemos perceber alguns entraves e peculiaridades rela-cionados ao desenvolvimento do processo tutorial.

    Alguns aspectos do estudo desenvolvido

    Entrevistamos 25 tutores que atuam no curso e, dentre as per-guntas elaboradas, uma contemplava as dificuldades encontradas por eles, e outra, as competncias necessrias a um bom tutor. Escolhemos essas duas questes para ilustrar este artigo.

    No Grfico 1, sintetizamos as principais dificuldades menciona-das pelos tutores, ao avaliar a prpria prtica.

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    Didtica

    Em relao s mdias utilizadas (TV,vdeo, livros)

    Em relao aos veculos utilizados parao contato com os alunos

    Falta de apoio, segurana ou comunicao comos coordenadores de disciplinas

    Plataforma CEDERJ

    Quanto procura dos alunos, sejapresencial ou no

    Outros

    17%

    6%

    21%

    11%

    17%

    11%

    17%

    Grfico 1 - Principais dificuldades encontradas na ao tutorial

    Fonte: Dados da pesquisa.

    Analisaremos cada um desses elementos que se constituem em dificuldades para os tutores, relacionando tais aspectos importncia da didtica para os cursos na modalidade a distncia.

    Os recursos didtico-miditicos: caminhos ainda incertos para a aprendizagem

    A principal dificuldade se d, segundo os tutores entrevistados, em relao s mdias utilizadas, por falta de recursos nos polos onde o curso desenvolvido, por falta de leitura do material solicitado aos alu-nos, ou ainda, por impossibilidade de acesso aos materiais indicados.

    Quanto leitura do material didtico pelos alunos, conforme podemos analisar no Grfico 2, h predominncia dos que a consideram suficiente (11,8%) e boa (47,1%). A diferena, no entanto, pequena se comparamos queles que consideram esse ndice negativo regular (35,3%) e insuficiente (5,88%).

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    suciente

    boa

    negativo-regular

    insuciente

    47%

    12%6%

    35%

    Grfico 2 - Leitura do material didtico pelos alunos

    Fonte: Dados da pesquisa.

    A plataforma utilizada

    Chamamos de plataforma o ambiente na internet que possui diversas ferramentas de navegao, onde so colocados cursos. Envolve aspectos pedaggicos e ergonmicos. Quando avaliamos uma platafor-ma de EAD, tm relevncia fatores como tecnologia, acesso, contedo, padres de desenvolvimento de software. O ponto principal, no entanto, deve ser a forma como esses fatores atuam, de forma sinrgica, para pro-piciar aprendizagens significativas e prazerosas.

    Costumam-se considerar, para a avaliao de plataformas para a educao a distncia, sete caractersticas: interface, navegao, avaliao, recursos didticos, interao, coordenao e apoio administrativo.

    A plataforma utilizada no curso pesquisado tambm se cons-titui, segundo os tutores, em uma dificuldade significativa, seja por seu acesso ou pela forma como est organizada. O ciberespao deve ter uma ateno muito especial no contexto de um curso na modalidade a distn-cia, pois ser como um ponto de encontro, onde informaes imprecisas podem levar a uma srie de equvocos e at mesmo falta de estmulo do aluno para acess-lo.

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    Falta de apoio do coordenador de disciplina e demanda de capacitao contnua

    As atividades dos tutores do curso so acompanhadas pelos co-ordenadores das disciplinas, responsveis pelo planejamento pedaggico, pelo desenvolvimento do contedo e pela gesto do processo de avaliao da aprendizagem dos alunos.

    Dessa forma, a proximidade entre tutor e coordenador deve ser a maior possvel, fato de, segundo os tutores, s vezes no aconte-cer satisfatoriamente.

    A baixa procura dos alunos pela tutoria

    A pequena procura da tutoria por parte de muitos alunos do curso tem se constitudo em mais uma dificuldade, afinal essa uma das interaes mais privilegiadas do curso, requerendo grande ateno.

    As respostas dos tutores esto representadas no Grfico 3. Podemos notar que 82% dos tutores consideram a frequncia regular, e 12% insuficiente, enquanto apenas 6% consideram-na boa e nenhum tu-tor cr que tal ndice seja suficiente.

    82%

    12%6%

    boainsucienteregular

    Grfico 3 - Frequncia da procura dos alunos pela tutoria

    Fonte: Dados da pesquisa.

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    Nas entrevistas, os tutores apresentaram algumas das explica-es cabveis para essa pequena procura pelos alunos. So elas:

    a) O sentimento de autonomia dos alunosEmbora intensamente buscada na Educao a Distncia, s ve-

    zes ocorre uma sensao precoce de autonomia dos alunos, acreditando cedo demais que conseguem dar conta do curso sem que haja um contato mais constante com o tutor.

    b) Dificuldades de horrioOutra questo que pode dar resposta pequena procura da tu-

    toria a divergncia de horrios, embora para essa questo existam ou-tras possibilidades, tais como o agendamento de um horrio comum ao tutor e ao aluno, a realizao de encontros mais curtos e a intensificao do uso das ferramentas de interao assncronas, por exemplo.

    A flexibilizao caracterstica da Educao a Distncia pode ser evidenciada nessa questo do horrio: de acordo com as demandas trazidas pelos alunos, h a possibilidade de adequar o atendimen-to s suas necessidades no s de horrio, mas de ritmo e estilo de aprendizagem.

    c) Estudo dirigido apenas s provasA baixa procura do atendimento tutorial pode ser estudada por

    outro aspecto, comum em cursos presenciais e transportado para aque-les realizados a distncia: a ausncia de contato/estudo prvio durante o perodo anterior avaliao e, quando ela se aproxima, maior interesse para dar conta das dvidas que surgiram ao longo do curso. Essa cultura de estudo na vspera da prova deve ser modificada, pois um curso de Graduao no deve ser entendido como uma simples certificao, mas como um momento prprio de formao. A EAD facilita a feitura cuida-dosa de um cronograma de estudos, acompanhado pelo tutor, que evite

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    a ansiedade e as prticas de memorizao inerentes ao estudo realizado imediatamente antes de uma avaliao.

    d) Desconhecimento do papel do tutorH outra vertente, de ordem mais estrutural, que pode estar

    relacionada baixa procura da tutoria no curso pesquisado. Trata-se do no conhecimento, pelo aluno, do papel e das funes do indiv-duo nessa posio. Isso se evidencia se compararmos a frequncia dos alunos s atividades de tutoria presencial, com a recorrncia tutoria realizada a distncia. Verificamos que a busca da primeira bem maior que a da segunda.

    Essa questo pode ser minimizada atravs de aes como as in-formaes no momento da matrcula, os esclarecimentos oferecidos pelo Guia do Aluno, disponibilizado a todos no incio do curso, e pela prpria ao dos tutores no contato com os estudantes, por exemplo.

    A complexa questo dos meios de comunicao

    Nas entrevistas, os tutores apontaram uma quinta dificuldade: os meios de comunicao disponveis para o contato com os alunos. A questo se d de forma bem objetiva e lgica: como entrar em contato com os alunos e promover maior procura pelos tutores, se as condies materiais para tais contatos so precrias?

    Ao ingressar em um curso nessa modalidade, o aluno adquire maior familiaridade e agilidade no uso das tecnologias de informao e comunicao (TICs); alm disso, o tutor passa a ser tambm aquele que auxilia na iniciao tecnolgica de diversos alunos.

    preciso, segundo indicam os tutores, criar novas abordagens pedaggicas, prprias para o curso em EAD, e nesse sentido, a didtica tem um papel fundamental.

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    Por uma didtica para a Educao a Distncia: um novo fazer pedaggico

    Deixamos para o fim a necessidade de uma didtica, de um con-junto de metodologias especficas para a Educao a Distncia.

    Os tutores apontaram a necessidade do desenvolvimento de modelos pedaggicos especficos para a EAD, j que aprender de forma colaborativa, em rede, completamente diferente de aprender sozinho, ou de forma cooperativa em ambientes presenciais. O professor da EAD no precisa apenas saber mexer no computador competncia tec-nolgica , mas manter uma sala de aula virtual motivada e atenta em relao aprendizagem.

    Quanto s caractersticas atribudas pelos entrevistados did-tica na Educao a Distncia, podemos destacar diversos aspectos interes-santes, que lhe conferem um carter peculiar, enquanto outras respostas a aproximam da didtica da educao presencial. Tivemos, nas respostas dos tutores, diversos sentidos da didtica:

    1) permite a existncia de mltiplas linguagens para comunicar-se com os alunos;

    2) coloca nfase nos materiais didticos, de preferncia naqueles que levem os alunos a buscar novas fontes de conhecimento;

    3) utiliza meios eletrnicos, fazendo com que as formas de intera-o pessoal sejam diferenciadas;

    4) possibilita a flexibilidade, adequando-se ao tempo de cada alu-no, que aprende de forma individualizada e organiza seu tempo e disponibilidade;

    5) como em todo processo efetivamente educativo, colabora para que o aluno construa sua autonomia, chegue a uma postura au-tnoma, crtica, curiosa e investigadora, e, sobretudo, estimu-la a pesquisa.

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    Bolzan (1998) destaca que a maior vantagem da EAD que a re-lao professor-aluno horizontal, recproca e dialtica ambos so pes-quisadores. O professor ouve, observa, reflete, problematiza os contedos e prope atividades e situaes-problema, responde s perguntas, analisa os erros, formula e sistematiza hipteses. Ele faz a mediao entre o texto, aquele que o produz e o contexto, ao mesmo tempo que estimula a interao e o dilogo que levam produo do conhecimento.

    A autora prope um ciclo didtico para a Educao a Distncia, que compreende oito etapas: motivao; apresentao do problema; primeira so-luo; aprofundamento; soluo ampliada por meio da aprendizagem cola-borativa; exerccios para fixao dos contedos; sntese; e abertura de novas perspectivas (transferncia ou aplicao do contedo a novos contextos).

    Segundo Peters (2003, p. 12), o surgimento da Educao a Distncia foi marcado por princpios didticos e modelos pedaggicos destinados a criarem um clima de proximidade humana e conforto psi-colgico. Prope a combinao de componentes das duas modalidades de educao presencial e a distncia , provocando uma virada coper-nicana para a didtica da possibilitao (PETERS, 2003, p. 163).

    Verificamos nas entrevistas realizadas que os tutores destaca-ram a importncia da didtica para a superao das dificuldades descritas anteriormente. Ao mesmo tempo, apresentaram um elenco de competn-cias que acreditam ser necessrias para o sucesso nesse fazer pedaggico inovador, proposto pela Educao a Distncia.

    Pelo fato de o termo ser polmico, aqui utilizamos o conceito de competncias como uma capacidade de agir eficazmente em um determi-nado tipo de situao, apoiada em conhecimentos, mas sem limitar-se a eles (PERRENOUD, 1999, p. 7). Assim, deve-se reconhecer a importncia dos conhecimentos, inclusive os escolares, sem deixar de lig-los ordem prtica da vida e do cotidiano escolar.

    Dessa forma, reconhecem os tutores do curso que, a partir de seus conhecimentos, fazem a mediao entre os alunos e o conhecimento a ser construdo. Isso se faz por meio das competncias docentes. Afinal,

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    o fazer dirio que dita a forma de superao das dificuldades, sejam essas citadas ou outras que se deem no dia a dia.

    Para esse fazer, necessrio que sejam respeitadas as particu-laridades, principalmente em um curso a distncia, no qual tanto alunos quanto professores tm sua subjetividade e histria de vida e, como nos diz Nvoa (1992, p. 16, grifo do autor), cada um tem seu modo prprio de organizar as aulas... de se dirigir aos alunos, de utilizar os meios peda-ggicos, um modo que constitui uma espcie de segunda pele profissional.

    Nesse aspecto reside, ento, a necessidade de, no prprio fazer docente, serem criadas as estratgias para uma aprendizagem significati-va do aluno. Entendemos que a formao, tanto do tutor quanto do aluno, deve propiciar uma vinculao entre teoria e prtica, e que esses sujeitos devem ter suas competncias desenvolvidas ao longo do curso em uma experincia que proporcione a articulao conhecimentos-competn-cias, tal como enfatiza Perrenoud (1999).

    Para concluir, queremos analisar essas competncias destacadas pelos tutores que responderam pesquisa e de que forma elas podem co-laborar para a diminuio das dificuldades levantadas.

    Competncias: o como fazer da tutoria

    A anlise das entrevistas confirmou o que diz Libneo (2002, p. 36) sobre a tarefa de ensinar a pensar (aprender a aprender). Ela requer dos pro-fessores o conhecimento de estratgias de ensino e o desenvolvimento de suas prprias competncias de pensar. Se o professor no dispe de habilidades de pensamento, se no sabe aprender a aprender, ser impossvel ajudar os alunos a potencializarem suas capacidades cognitivas.

    Os tutores afirmaram que fundamental ter, como uma espcie de base, competncias tcnicas simples como escrever um texto, por exemplo. A clareza do texto, a sua escrita, podem determinar uma melhor comunicao com os alunos. Da mesma forma, no vlido ter o conhecimento se esse

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    permanece restrito, reservado apenas para o prprio indivduo, pois precisa ser compartilhado por meio do dilogo mediador.

    O conhecimento de informtica, por tudo que j foi falado, tam-bm classificvel como uma competncia de carter mais tcnico e bsi-co e que deve ser levada em considerao, j que um dos meios cruciais para a ligao tutor-aluno-tutor.

    Devemos entender que, por mais que os tutores estejam lidando com conhecimentos mais instrumentais a princpio, eles no tm a menor importncia nem devem ser deixados de lado, pois so vrios os elemen-tos que constituem a docncia. Vamos, ento, conhecer as competncias docentes enfatizadas pelos autores entrevistados.

    Domnio do contedo a ser ministrado

    Os tutores consideraram que ter o domnio dos contedos uma competncia fundamental para o exerccio da tutoria e, consequen-temente, elemento para que o curso tenha maior qualidade.

    Se grande parte do papel do tutor est relacionada funo aca-dmica, no sentido de orientar o aluno, esclarecer suas dvidas, indicar certas leituras, como podemos entender que tais aspectos sejam bem de-senvolvidos se no h segurana em relao aos contedos? Por estarmos lidando com um curso a distncia, fundamental que os tutores estejam seguros daqueles conhecimentos que esto mediando junto aos alunos, pois tratamos de aprendizagens que ocorrem em ambientes virtuais, mui-tas vezes com interaes assncronas, e o tutor deve estar pronto para indicar os melhores caminhos assim que acionado.

    Outro aspecto a ser observado que somente o domnio do con-tedo permite ao tutor pensar se as decises didticas sendo tomadas esto corretas ou no, lanando mo de outras opes se for necessrio, retomar o rumo para cooperar com a aprendizagem do aluno. Se no h o domnio substancial do contedo, corre-se o risco de desenvolver a aula

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    de uma nica forma, repetidamente, independente de fatores que possam se dar ao longo do processo.

    Somente a segurana permite que sejam feitas as escolhas pelos melhores caminhos, que se abra a possibilidade do dilogo com os alunos, enfim, por meio da competncia de domnio dos contedos que os tu-tores podem ou no colaborar efetivamente para uma aprendizagem do sujeito que aprende.

    Viso sociointeracionista da educao

    Quando o tutor entende como competncia necessria para sua atuao o emprego de uma viso sociointeracionista, est nos mostrando no somente a concepo de educao que tem, mas tambm aquela que entendemos fundamental para um curso em EAD.

    Reconhece, dessa forma, que os novos ambientes de aprendi-zagem, os fazeres docentes e as demandas cognitivas dos educandos no esto includos em um processo de transmisso-recepo, no qual os pro-fessores so aqueles que dominam os contedos e os repassam para os alunos que, por sua vez, captam essas informaes e as acumulam.

    Essa nova epistemologia reconhece no educando o sujeito ati-vo na construo de seus saberes e, assim, o tutor tambm se percebe como mediador, facilitador e catalisador do processo de aprendizagem (MORETTO, 2004, p. 38). Logicamente, isso no diminui o seu papel nesse processo, somente reconhece o lugar, a cultura e os saberes do outro na aprendizagem.

    Essa competncia, diretamente relacionada prpria concep-o do curso, foi apontada como a mais importante para o exerccio da tutoria. Em razo dos vrios desafios ligados questo da aprendizagem a distncia, essencial que se rompa com a ideia do ensino tradicional, baseado na transmisso de contedos por uma metodologia pratica-mente inflexvel.

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    Assim, a relao que se estabelecia entre um aluno solitrio e seu material de estudo, quase sempre unicamente um texto, amplia-se, pelos caminhos da interao com o tutor, com outros alunos e com o prprio material, fa-zendo com que o sentido gerado na leitura inicial de cada um ultrapasse seus limites, circule e retorne ao aluno, mais rico de influxos e possibilida-des, com um sentido, agora vivenciado, que permitir a transformao da informao em conhecimento, de modo que cada professor aluno, sub-metido a uma outra forma de pensar e de aprender, possa faz-la chegar escola (VILLARDI; OLIVEIRA, 2005, p. 47).

    Uso flexvel das prticas e recursos pedaggicos

    Conforme j afirmamos, uma das principais caractersticas na Educao a Distncia a necessidade de um atendimento especial, flexvel em todos os aspectos, para atender s demandas trazidas pelos alunos.

    A EAD possibilita o atendimento a alunos em situaes espe-ciais, como falta de tempo, acmulo de afazeres, distncia geogrfica em relao aos campi onde poderiam cursar uma graduao, ou preferncia por estudarem sem a presena de outras pessoas, seja por questes rela-cionais ou metodolgicas. exatamente a flexibilidade encontrada nessa modalidade de curso que permite a incluso desses sujeitos e, ao mesmo tempo, que possam prosseguir com tranquilidade na sua formao.

    A adaptabilidade temporal e metodolgica permite que os tuto-res possam acompanhar a aprendizagem dos alunos, a partir das deman-das que apresentam, e realizar a mediao entre eles e o conhecimento, possibilitando-lhes percorrer os caminhos que considerarem convenien-tes e significativos.

    A estrutura muitas vezes fechada dos cursos tradicionais ou pre-senciais torna-se um empecilho para a expanso do nmero de alunos que necessitam ingressar no Ensino Superior. As experincias em EAD demonstram que a flexibilizao estrutural pode ser um dos caminhos viveis para a insero de um contingente potencial que se encontra fora dos bancos escolares das universidades.

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    De nada adianta a flexibilidade da educao a distncia, no en-tanto, se o professor/tutor se mantiver preso s prticas da educao pre-sencial frequentemente a modalidade em que realizaram os estudos an-teriores , subutilizando os recursos e a diversidade que a EAD permite.

    Esprito investigativo

    O conceito de educao continuada, ou educao para toda a vida, vem se destacando cada vez mais. Sabemos que no h como parar de estudar em uma sociedade como a nossa, em que o conhecimento ve-loz e efmero, e exige uma formao maior. Alm disso, procurar saber um processo inerente ao prprio ser humano que, segundo Piaget (1976), est sempre buscando novos conhecimentos.

    Para o autor, a aprendizagem pressupe sempre uma atividade inteligente, por meio da descoberta (abstrao emprica) ou da inveno (abstrao reflexionante). Os interesses espontneos das crianas refle-tem um desequilbrio, constituem fonte de motivao e desencadeiam operaes mentais equilibradoras.

    Os tutores, como os professores da educao presencial, tm a responsabilidade de estar sempre estudando, por diversas vias, para que melhor possam atender s questes colocadas durante a tutoria.

    O esprito investigativo torna-se, portanto, a mola-mestra para que esses tutores possam continuar na sua formao, e assim trabalhar com os alunos, no sentido de despertar neles o desejo de aprender a aprender permanentemente.

    Comprometimento e responsabilidade

    De acordo com os tutores, outros atributos importantes para o bom desempenho so o comprometimento e a responsabilidade. Conforme observamos, um dos desafios desse curso a aceitao por

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    parte dos alunos da figura e do papel dos tutores, de tal forma que se deve estimular ao mximo a relao interpessoal entre ambos, baseada na con-fiana e na responsabilidade.

    Como o relacionamento entre tutor e aluno baseia-se em acor-dos ou contratos pedaggicos, estes devem ser respeitados. Assim, ao perceber que um aluno enviou uma dvida para o ambiente virtual, es-perando por resposta, cabe ao tutor, com mxima presteza, responder a essa questo. Da mesma forma, se marcarem algum encontro virtual ou presencial para a orientao, os parmetros acertados devem ser cumpri-dos ao mximo.

    Alm disso, existem fatores emocionais envolvidos, pois o aluno precisa manter, com o tutor, uma relao de confiana e auxlio mtuo. inevitvel que o trabalho seja levado com muita seriedade, a fim de que esse suporte da tutoria no se torne uma causa de afastamento e, conse-quentemente, de evaso do curso.

    Outros fatores

    Alguns outros fatores foram levantados pelos tutores entrevis-tados, no que diz respeito s competncias. Podemos citar: esprito de li-derana; dinamismo; entretenimento; criatividade; comunicao; conhe-cimento do seu papel de tutor, dentre outros.

    Concluso

    Procuramos, no decorrer deste artigo, descrever algumas difi-culdades normalmente encontradas pelo professor/tutor nos processos de ensino e aprendizagem a distncia. Os tutores entrevistados destaca-ram o desenvolvimento de competncias tutoriais como forma de superar essas dificuldades.

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    Entendidas as competncias como um conjunto de conhecimen-tos, habilidades e atitudes que capacitam um profissional a desempenhar as suas tarefas de forma satisfatria, tomando como critrio avaliativo os padres esperados em um determinado momento histrico, em uma determinada cultura, conclumos apresentando um estudo sobre o tema que delineia algumas competncias necessrias ao tutor na Educao a Distncia. Oliveira et al. (2004) chegaram ao levantamento das seguintes competncias tutoriais:

    interesse pela Educao a Distncia; formao mnima, em nvel de graduao, compatvel com a

    rea de conhecimento em que a tutoria ser desenvolvida; conhecimento do projeto poltico-pedaggico do curso e do ma-

    terial didtico da disciplina, de forma a dominar o contedo es-pecfico da rea;

    familiaridade com os recursos multimdia, para estimular o alu-no a criar o hbito da pesquisa bibliogrfica e da utilizao dos recursos multimdia;

    disponibilidade para a interao mediada com os alunos, atenden-do s suas consultas seguindo o modelo de tutoria estabelecido;

    disponibilidade para orientar os alunos a respeito da utilizao dos recursos para a aprendizagem, tais como textos, material em web, CD-ROM, atividades prticas de pesquisa bibliogrfica, dentre outros;

    observao de critrios ticos que permitam estabelecer uma perspectiva relacional positiva com os alunos e com os demais colegas de trabalho, a fim estimular a criao de um ambiente que favorea o processo de aprendizagem de todos.

    Diante desse quadro, verificamos que muitos tutores ou do-centes que esto frente do cenrio da Educao a Distncia no tive-ram em sua formao experincias em tal modalidade. Quando se veem

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    trabalhando nesse ambiente, configura-se um campo de novas descober-tas e desafios, mas com o enfrentamento de algumas dificuldades.

    O fato de os alunos terem vindo, em sua maioria, de uma cultura de ensino presencial, constitui-se em uma dificuldade a mais para o pro-cesso, seja na aceitao da interveno do tutor, seja no gerenciamento de seus estudos, de seu tempo ou em outras particularidades para as quais no tiveram uma vivncia anterior.

    No caso especfico do curso que avaliamos, essas dificuldades so tanto operacionais como interpessoais e, como temos percebido, o tu-tor tem um importante papel na resoluo desses problemas, por abrirem a porta de entrada para o curso.

    Ao darmos voz a esses sujeitos para que reflitam sobre a pr-pria prtica, a partir de entrevistas, examinando as dificuldades que en-frentam e as competncias que acreditam serem necessrias para superar esses problemas, possibilitamos que esses profissionais estabeleam uma avaliao da prpria atuao e ajudem a melhor encaminhar os processos de ensino e de aprendizagem.

    Entendemos que a prtica tutorial que desencadeia os aconte-cimentos relevantes para o entendimento do contexto do curso, e assim, ningum melhor do que eles para relatarem suas dificuldades.

    Contudo, medida que so coparticipantes na construo do co-nhecimento pelo aluno, fundamental que entendam suas competncias, e assim, mobilizem os recursos adequados para que, mesmo enfrentando dificuldades, possa ser alcanada a aprendizagem significativa.

    no centro da relao tutor-aluno que se d boa parte dessa aprendizagem. Acreditamos, tal como os tutores, que o fato de terem uma concepo clara e reflexiva de Educao j um passo bastante significati-vo para o sucesso na Educao a Distncia. Portanto, na tenso entre as dificuldades e as competncias dos tutores que acontece o surgimento do novo fazer pedaggico necessrio educao a distncia.

    Esperamos que uma viso cooperativa e colaborativa do pro-cesso de tutoria possa apresentar aos tutores e aos demais envolvidos na apaixonante temtica da EAD, a plena abrangncia do seu papel

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    como mediadores efetivos dos contedos a serem ensinados e dos chamados contedos tecnolgicos, inerentes s tecnologias educa-cionais empregadas.

    E que possa trazer luz outro importante papel do tutor: o do en-corajamento aos que aprendem a distncia, muitas vezes inseguros e frgeis diante das dificuldades encontradas e da pequena familiaridade com os am-bientes virtuais de aprendizagem. Uma ao tutorial competente e coope-rativa poder minimizar um dos maiores riscos dos cursos ministrados a dis-tncia: o da evaso dos alunos, fator preocupante e que leva ao esvaziamento de projetos extremamente ricos e interessantes em EAD.

    Se, no entanto, tivssemos que destacar uma competncia, den-tre tantas aqui apresentadas, optaramos pela ousadia. ela que permite ao professor/tutor superar as inseguranas e dificuldades, construindo no cotidiano da EAD o fazer pedaggico de que falamos.

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    Recebido: 21/05/2012Received: 05/21/2012

    Aprovado: 21/07/2012Approved: 07/21/2012