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TURMA 701 Aula 08 Beleza Beleza é uma característica ou conjunto de características que são agradáveis à vista e que cativam o observador Mas o “padrão” ou a ideia do que é belo mudou mito ao longo da história, e mesmo hoje a noção de beleza não é uma só, ela muda conforme a cultura de cada país. Desde a pré história o homem usa a arte para representar e ressaltar a beleza, principalmente a beleza feminina. Nesta época, a mulher considerada bela era aquela que tinha seios fartos e quadris largos, pois o padrão de beleza era ligado a questão da reprodução, e mulheres com estas características demonstravam estar aptas a reproduzir. Podemos observar estas características na escultura da vénus de Willendorf (22 mil anos) Para os Gregos, o padrão de beleza eram as medidas proporcionais e harmônicas era o padrão de beleza ligado aos deuses. Podemos ver um claro exemplo deste tipo de beleza pela obra Vênus de Milo.

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TURMA 701

Aula 08

Beleza

Beleza é uma característica ou conjunto de características que são agradáveis à vista e que cativam

o observador

Mas o “padrão” ou a ideia do que é belo mudou mito ao longo da história, e mesmo hoje a noção de

beleza não é uma só, ela muda conforme a cultura de cada país.

Desde a pré história o homem usa a arte para representar e ressaltar a beleza, principalmente a

beleza feminina. Nesta época, a mulher considerada bela era aquela que tinha seios fartos e quadris

largos, pois o padrão de beleza era ligado a questão da reprodução, e mulheres com estas

características demonstravam estar aptas a reproduzir.

Podemos observar estas características na escultura da vénus de Willendorf (22 mil anos)

Para os Gregos, o padrão de beleza eram as medidas proporcionais e harmônicas era o padrão de

beleza ligado aos deuses. Podemos ver um claro exemplo deste tipo de beleza pela obra Vênus de

Milo.

Na Idade média a beleza era o reflexo da beleza divina, e a mulher considerada ideal era a

personificação da imagem da virgem Maria, a pele clara, a face corada, os olhos negros seios

pequenos e barriga saliente (valorização da maternidade). Muitas mulheres nesta época passavam

fome, e para parecerem mais belas usavam enchimentos na barriga.

No Renascimento o padrão de beleza passa a ser a vida dos ricos, as mulheres ricas, com mais

acesso à boa alimentação, tinham as formas cheias, e eram o padrão de beleza.

No século XVII o ideal de beleza eram as formas delicadas e a cintura fina, o que trouxe o uso dos

espartilhos.

No século XIX voltam às formas avantajadas, as gordinhas com o rosto corado surgem como ideal

de beleza e riqueza, o corpo ideal tem que ter a forma de uma ampulheta e para isso as mulheres

usavam espartilhos cada vez mais apertados.

No século XX os espartilhos são substituídos pelo sutiã, o corpo ideal das mulheres fica mais fino,

sem destaque para a cintura.

Com o tempo o ideal de beleza ocidental foi mudando pouco, a valorização da magreza absoluta

dos anos 60/70, ao excesso de silicone de hoje em dia.

Mas mesmo hoje o conceito de beleza não é absoluto.

Na Mauritânia – África Ocidental – as mulheres consideradas belas são as obesas. As magras não

casam e são consideradas feias muitas jovens comem em excesso para atingir o padrão de beleza.

Em Miamar – Ásia – as mulheres da tribo Karenis usam argolas de metal no pescoço que força os

ombros para baixo, dando a sensação de alongar o pescoço ao ponto dos músculos do pescoço não

aguentarem peso da cabeça caso retirem as argolas.

Na tribo Mursi – Etiópia – as mulheres belas são aquelas que usam enormes discos de madeira ou

porcelana no lábio inferior.

Ainda na Etiópia, mas na tribo karo, as mulheres e os homens fazem cicatrizes no corpo, os homens

para representar os rivais mortos e as mulheres para arrumar um marido.

A tribo Moko – na Nova Zelândia – a beleza está tatuada no rosto dos habitantes. Os homens tatuam

no rosto, todo ou quase todo enquanto as mulheres tatuam os lábios e queixo, para eles as tatuagens

são símbolo de poder, status e beleza.

Aula 09

A Arte de Reutilizar.

A reciclagem e a reutilização são sempre confundidas por ser de modo geral uma forma de

reaproveitamento de materiais que seriam descartados. A diferença é que a Reciclagem é um

processo aplicado a um determinado material para que este volte ao seu estado original. Por

exemplo, uma garrafa pet usada, quando reciclada vira uma nova garrafa pet. Já a Reutilização é o

reaproveitamento de um determinado material seja na mesma função ou não. Como por exemplo,

reaproveitar a garrafa pet para fazer vasos.

Dentro da arte a reutilização é algo muito comum e não começou agora, na verdade já desde o

inicio do século XX artistas como o nosso já conhecido Pablo Picasso, começou a colar pedaços de

jornal, tecido, madeira e outros objetos em suas obras.

Como podemos observar na obra “Copo e garrafa de Suzie” onde Picasso colou pedaços de jornal e

tecidos no quadro.

HOJE NA ARTE:

Hoje em dia além de colar ou agregar diversos tipos de materiais diferente em quadros e esculturas,

é muito comum o uso de materiais como sucatas para criação de obras belas e inusitadas.

Muitos artistas trabalham com o lixo ou com sucatas, mas para esta aula escolhemos dois exemplos

um internacional e outro nacional.

Vamos começar pelo internacional, Jeremy Meyer é um artista californiano autodidata, que adora

transformar peças de antigas maquinas de escrever quebradas e descartadas como lixo em

magníficas obras de arte com formas humanoides e de animais.

Jeremy nunca se formou em artes ele estudou design, desenho hiper-realista, moldagem e fundição

de peças escultóricas até finalmente se fixar nas máquinas de escrever.

Jeremy primeiro desmonta um conjunto de máquinas de escrever, sem nenhuma ideia do que vai

fazer, ele observa as peças soltas, suas formas e assim, ele vai juntando essas peças até surgir a obra.

Vejam alguns exemplos de suas obras, observem bem os detalhes impressionantes que forma cada

uma das peças.

No Brasil o grande representante contemporâneo que reutiliza sucata e lixo para a criação de obras

de arte é o Vik Muniz. Vicente José de Oliveira Muniz, pernambucano tem como grande

característica o uso de materiais inusitados como xarope de chocolate, geleia, manteiga de

amendoim, açúcar, fios, arame, latas, objetos recicláveis e pasmem, até fumaça de avião (na série de

obras “imagens das nuvens”).

Como podemos observar nestas obras:

A Monalisa feita de Geleia e de Pasta de Amendoim.

O Autorretrato criado com comida e lixo.

Uma de suas obras mais comentadas e conhecidas foi o documentário “Lixo Extraordinário”, onde

mostra o seu trabalho com os catadores de recicláveis no lixão do Jardim Gramacho em Duque de

Caxias; este documentário foi premiado no festival de Berlim.

Para criar obras tão monumentais, Vik Muniz fotografava os catadores de lixo nas poses que ele

desejava representar, e com base nestas fotos cria ou recria as imagens em proporções gigantescas,

utilizando para isso o lixo do próprio lixão. Com a obra finalizada ela é novamente fotografada,

criando um efeito surpreendente, lindo e lúdico.

Vamos ver algumas dessas obras;

Como o retrato original dos catadores à esquerda e a obra criada com lixo a direita.

O retrato do carregador levando uma pilha de lixo, mostrando a realidade dos trabalhadores do

lixão.

O retrato das crianças do Lixão.

Vik Muniz utilizou a mesma técnica mostrada no documentário para criar as obras que apareceram

na abertura da novela Passione da Rede Globo.

VAMOS PRATICAR:

Trabalho em grupo de no máximo 4 alunos ou individual.

Inspirados nas obras com lixo do Vik Muiniz criem uma obra utilizando o lixo encontrado no pátio

do colégio ou em suas casas.

Façam um desenho e utilizem o lixo para preencher, dar cor e volume para o desenho criado.

Mãos a obra.

Aula 10

Museu da Imagem do Inconsciente.

Nise da Silveira, oposta aos tratamentos psiquiátricos vigentes na década de 1940 como

eletrochoque, lobotomia e insulinoterapia, implantou em 1946 no Centro Psiquiátrico .Pedro II, o

Serviço de Terapêutica Ocupacional, onde foram criados ateliês de pintura e modelagem permitindo

aos internos uma nova forma de expressão e tratamento psiquiátrico

Acontece que a produção destes ateliês foi tão abundante e revelou-se de tão grande interesse

científico e utilidade no tratamento psiquiátrico que pintura e modelagem assumiram uma posição

única. Daí nasceu a ideia de se organizar um Museu que reunisse as obras criadas nesses ateliês.

As pinturas e esculturas criadas nos ateliês já participaram de várias exposições tanto dentro quanto

fora do Brasil, e embora a Dra Nise tivesse o cuidado para não emitir juízo artístico sobre as obras

produzidas, e sim se concentrar nos problemas científicos levantados por essas produções, os

trabalhas realizados são acolhidos com entusiasmo pelo meio artístico.

O trabalho de Nise da Silveira à frente do Museu de Imagens do Inconsciente revela ao público uma

série de artistas e obras de valor inegáveis, embora muitas vezes difíceis de serem classificados do

ponto de vista do estilo, por não serem “filiados a quaisquer escolas”.

NA HISTORIA DA ARTE...:

Fernando Diniz (1918-1999), foi um dos artistas mais célebres do grupo, pintava letras, números,

paisagens, interiores e composições geométricas. O tema da casa – da casa onírica que jamais existe

– é uma constante em seu trabalho: os candelabros, poltronas, pianos, aquários, etc.

Diz ele: “Eu primeiro fiz um pedaço de cada canto e depois juntei tudo num quadro só... É como

aprender as letras “a, e, i, o, u”. A gente aprende uma por uma pra depois juntar e fazer uma palavra.

As letras são mais fáceis de juntar que as imagens. As figuras são mais difíceis para ligas. As letras

a gente sabe logo, as figuras nunca se sabe totalmente”.

Algumas obras de Fernando Diniz.

Aula 11

Arthur Bispo do Rosário.

Foi um artista plástico brasileiro, considerado por alguns como um Louco e por outros como um

Gênio. Sua figura o coloca no limite entre a arte e a insanidade.

Arthur Bispo do Rosário foi negro, pobre e nordestino, em sua vida foi marinheiro, boxeador,

biscateiro, trabalho no departamento de tração de bondes no Rio de Janeiro e por fim foi empregado

doméstico em Botafogo.

Na noite de 22 de dezembro de 1938, ele despertou com alucinações, Peregrinou pela rua Primeiro

de Março, subiu ao Mosteiro de São Bento, onde anunciou que era o enviado de Deus, encarregado

de julgar os vivos e os mortos. Foi detido e conduzido ao Hospício Pedro II, depois de um mês foi

transferido para a Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, onde foi diagnosticado com

esquizofrenia paranoica.

Dentro da Colônia, onde ficou por 50 anos, Bispo do Rosário passa a produzir objetos com diversos

tipos de materiais vindos do lixo e de sucatas. Sua arte, quando descoberta, foi classificada como

vanguardista e comparada as obras de Marcel Duchamp.

Entre os temas mais produzidos por Arthur, podemos destacar os navios, estandartes, faixas com

mísseis e objetos domésticos. A sua obra mais conhecida é o Manto da Apresentação, que o Bispo

deveria vestir até o dia do Juízo Final.

Bispo do Rosário se utilizou de objetos descartados pela sociedade de consumo para produzir obras

que mostram o cotidiano desta mesma sociedade, ele se utilizou da instituição que o abrigou lutando

contra o sistema ao se recusar a ser tratado, e ao mesmo tempo se aproveitando dos recursos que a

instituição lhe provia para criar.

Algumas obras do Bispo do Rosário.

“Veleiro”

“Fichários”

“O muro do fundo da minha casa”

“Congas e havaianas”; “Macumba” e “Botas”

“Retentor de óleo”, “Canecas” e “Confetes”

“Vinte e um veleiros” e “Pedras”

“O Manto da Anunciação” e o artista vestindo o seu manto.

Aula 12

Arte Popular Brasileira.

No Brasil, costuma-se chamar de “arte popular” as produções artísticas, feitas por homens e

mulheres que, sem jamais terem frequentado escolas de arte, criam obras de reconhecido valor

estético e artístico. Seus autores são gente do povo, o que, em geral, quer dizer pessoas com poucos

recursos econômicos, que vivem no interior do país ou na periferia dos grandes centros urbanos, e

para quem “arte” significa, antes de mais nada, trabalho.

Apesar de fortemente enraizada na cultura e no modo de viver das pequenas comunidades nas quais

tem origem, a arte popular exprime o ponto de vista de indivíduos cujas experiências de vida são

únicas. Apresenta como principais temas a criação de seres fantásticos ou de simples cenas do

cotidiano, numa linguagem em que o bom humor, a perspicácia e a determinação têm lugar de

destaque.

Talvez venha daí seu forte poder de comunicação, que ultrapassa as fronteiras de estilos de vida,

situação socioeconômica e visão de mundo, interessando a todos de maneira indistinta.

O mundo da arte popular brasileira — ou seja, o mundo dos costumes, das religiões e festas que se

revelam por seu intermédio e lhe servem habitualmente de tema — é bastante complexo e dinâmico.

As obras são feitas em todas as regiões do Brasil, e seus autores utilizam os materiais que têm à

mão, como barro ou madeira,

e ainda outros, como areia,

palha, contas, tecidos e penas de aves.

Para muitas pessoas, prestar atenção nos diversos estilos, cores e materiais que compõem as obras

dos artistas populares pode descortinar um mundo de arte desconhecido. Conhecer essa produção

também é conhecer melhor o Brasil e os brasileiros. E significa, sobretudo, empreender uma

fascinante aventura pelos caminhos da imaginação humana.