turismo rural oportunidades de empreendimentos · gestão 2008-2011 fábio de salles meirelles ......

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PROGRAMA TURISMO RURAL “AGREGANDO VALOR À PROPRIEDADE” TURISMO RURAL Oportunidades de Empreendimentos SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL Administração Regional do Estado de São Paulo SENAR SÃO PAULO D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O F E D E R A Ç Ã O D A A G R I C U L T U R A FAESP

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PROGRAMA TURISMO RURAL

“AGREGANDO VALOR À PROPRIEDADE”

TURISMO RURALOportunidades de Empreendimentos

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURALAdministração Regional do Estado de São Paulo SENAR

SÃO PAULO

DO

ESTADO DE SÃO PAULO

FEDE

RA

ÇÃO DAAGRICULTURA

FAESP

FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA DO ESTADO DE SÃO PAULOGestão 2008-2011

FábIO DE SALLES MEIRELLESPresidente

AMAURI ELIAS XAVIERVice-Presidente

EDUARDO DE MESQUITAVice-Presidente

JOSÉ CANDÊOVice-Presidente

MAURÍCIO LIMA VERDE GUIMARÃESVice-Presidente

LENY PEREIRA SANT’ANNADiretor 1º Secretário

JOSÉ EDUARDO COSCRATO LELISDiretor 2º Secretário

ARGEMIRO LEITE FILHODiretor 3º Secretário

LUIZ SUTTIDiretor 1º Tesoureiro

IRINEU DE ANDRADE MONTEIRODiretor 2º Tesoureiro

ANGELO MUNHOZ bENKODiretor 3º Tesoureiro

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURALAdministrAção regionAl do estAdo de são PAulo

Conselho AdministrAtivo

FábIO DE SALLES MEIRELLESPresidente

DANIEL KLÜPPEL CARRARARepresentante da Administração Central

bRAZ AGOSTINHO ALbERTINIPresidente da FETAESP

EDUARDO DE MESQUITARepresentante do Segmento das Classes Produtoras

AMAURI ELIAS XAVIERRepresentante do Segmento das Classes Produtoras

MáRIO ANTONIO DE MORAES bIRALSuperintendente

SÉRGIO PERRONE RIbEIROCoordenador Geral Administrativo e Técnico

São Paulo, 2006

PROGRAMA TURISMO RURAL

“AGREGANDO VALOR À PROPRIEDADE”

TURISMO RURALOportunidades de Empreendimentos

Serviço Nacional de Aprendizagem RuralAdministração Regional do Estado de São Paulo SENAR

SÃO PAULO

DO

ESTADO DE SÃO PAULO

FEDE

RA

ÇÃO DAAGRICULTURA

FAESP

© SENAR-AR/SP – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional do Estado de São Paulo

Rua Barão de Itapetininga, 224 - CEP 01042-907 - São Paulo, SP - www.faespsenar.com.br

PROJETO DA OBRA

SENAR-AR/SP – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional do Estado de São Paulo

Idealização: Fábio de Salles Meirelles - Presidente do Sistema FAESP - SENAR-AR/SP

Supervisão Geral do Programa Turismo Rural: Jair Kaczinski - Chefe da Divisão Técnica do SENAR-AR/SP

Responsável Técnico: Teodoro Miranda Neto - Chefe Adjunto da Divisão Técnica do SENAR-AR/SP

Elaboração do Texto: Camila Bassi Teixeira, Carlos Eduardo Fonseca Bettin, Cintia Tomie Suguino, Mirian Rejowski,

Nicéia Gimenez Parreira e Sandra Maria Ramos

PRODUÇÃO EDITORIAL

FUNPEC – Fundação de Pesquisas Científicas de Ribeirão Preto

Coordenação Editorial: Mirian Rejowski

Revisão Técnica: Cristina Marques Gomes e Débora Cordeiro Braga

Revisão de Texto: Edison Mendes de Rosa

Projeto Gráfico: Janaina Britto

Editoração Eletrônica: Fernando Oki, Reynaldo Trevisan e Tathyana Borges

É proibida a reprodução total ou parcial deste manual por qualquer processo, sem a expressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.

T938

Turismo rural: oportunidades de empreendimentos / Serviço Nacional de Apren-dizagem Rural. Administração Regional de São Paulo. -- São Paulo : SENAR-AR/SP, 2006.

(Programa Turismo rural “Agregando valor à propriedade”, 1)

1. Turismo rural – Manual 2. Administração turística – Propriedade rural – São Paulo 3. Desenvolvimento turístico (Zona rural) - São Paulo 4. Empreendimentos turísticos (Zona rural) – São Paulo I. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Ad-ministração Regional de São Paulo II. Série

CDD 338.4791 910.98161

Ficha catalográfica elaborada por: Maria Elizabete de Carvalho Ota – CRB - 8/5050

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO, 5

CAPÍTULO 1 – TURISMO, 7

Cenários em Evolução, 8

Conceitos Gerais, 9

Turismo e Sustentabilidade, 11

Tipos de Turismo, 14

Segmentos de Turismo, 18

Características do Turismo no Meio Rural, 22

Produto Turístico, 25

Gestão do Turismo, 30

Cooperação e Integração, 32

Revisão, 34

CAPÍTULO 2 – POTENCIALIDADES TURÍSTICAS DO

MUNICÍPIO, 35

Inventário do Município, 36

Mapa Turístico do Município, 37

Revisão, 40

CAPÍTULO 3 – OPORTUNIDADES DE

EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS, 41

Inventário da Propriedade, 42

Pontos Fortes e Pontos Fracos, 43

Roteiro entre Propriedades, 45

Revisão, 45

BIBLIOGRAFIA, 46

APRESENTAÇÃO

Seja bem-vindo ao Programa de Turismo Rural “Agregando Valor à Propriedade” do SENAR-AR/SP.

Esse Programa visa a ampliar o olhar sobre a propriedade rural, fornecendo ferramentas para identificar e

implantar negócios de Turismo, de acordo com os recursos encontrados no meio, aliados às habilidades e

vocações do produtor rural e de sua família. Idealizado a partir de experiências no campo, direciona-se ao

objetivo final de fixar o homem à terra e de consolidar a agricultura no Brasil, país continental.

Esta Cartilha foi elaborada para lhe fornecer subsídios no que se refere às Oportunidades de Empreen-

dimentos no âmbito do Turísticos Rural. Nela, você conhecerá os aspectos gerais do Turismo, analisará as

potencialidades turísticas do seu município e, principalmente, identificará as oportunidades de empreendi-

mentos de Turismo Rural em sua propriedade.

Acreditamos que esta Cartilha, além de ser um recurso de fundamental importância para os profis-

sionais de Turismo Rural, constitui, certamente, um valioso instrumento para o sucesso da aprendizagem

proposta pelo SENAR-AR/SP.

Fábio de Salles Meirelles

Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP

1º Vice-Presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA

Neste capítulo, você vai:

• compreender o que é turismo e a importância do desenvolvimento sustentável na atividade turística;

• conhecer os diferentes tipos e segmentos do Turismo, especialmente o Turismo Rural;

• compor o produto turístico e identificar os principais aspectos da gestão e cooperação para o

desenvolvimento da atividade turística.

TURISMO

� FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos

CENÁRIOS EM EVOLUÇÃO

Terra, Máquinas, Internet e Sensações

O mundo está sempre mudando. Essas mudanças ocorrem tão rapida-

mente, que mal nos damos conta. Sem percebermos, o que era imprescindível

num dia torna-se obsoleto em outro. No entanto, mesmo algo obsoleto adquire

novo valor com o tempo. Veja as carruagens. Certamente, muitos proprietários

desse luxuoso meio de transporte trocaram, sem o menor pudor, seu veículo

puxado por cavalos por um belo automóvel que acabara de ser inventado.

Hoje, carruagens são peças valiosas e estão expostas nos mais impor-

tantes museus do mundo. Na verdade, geração após geração, as transfor-

mações mundiais alteram até mesmo o modo de pensar, viver e valorizar

a vida. Da terra ao asfalto, um longo caminho foi percorrido. Durante mi-

lênios, as sociedades organizaram-se com base em costumes e valores

agrários; um pedaço de chão, sementes e habilidades manufatureiras eram

suficientes para que o homem vivesse em harmonia com a sua época. A

humanidade mantinha uma ligação direta com a terra.

No século XVIII, porém, a Revolução Industrial iniciou um processo que

rompeu com esses valores. Surgiram as fábricas e a conseqüente transforma-

ção do camponês em assalariado na indústria. Para sobreviver, o homem do

campo viu-se obrigado a migrar, provocando uma desordenada concentração

da população nas cidades, isto é, nos centros urbanos.

Por um lado, a Revolução Industrial trouxe avanços à civilização, mas,

por outro, contribuiu para o aparecimento de metrópoles incapazes de

conciliar o crescimento econômico com a satisfação plena dos seus cida-

dãos. Tal contradição firmou-se no final do século XX, com o surgimento

do fenômeno conhecido como globalização.

A sociedade globalizada tem por característica principal a universali-

zação dos valores ligados ao consumo e ao acesso a novas tecnologias.

A insatisfação dos desejos consumistas, somada às atuais condições de

vida, em especial nas grandes cidades, “forma” indivíduos aprisionados

numa rotina estressante e massificante.

Essa situação tem provocado uma crescente necessidade de lazer, re-

lacionada ao desligamento da rotina e à busca pelas raízes, que valoriza o

equilíbrio e o modo simples de viver. Encontramos essa realidade em locais

onde a comunidade mantém a vida integrada à natureza e o convívio har-

monioso entre as pessoas. Desse modo, o turismo rural ganha forças, já que

proporciona ao visitante a sensação plena de bem-estar.

Sociedade Globalizada

Revolução Industrial

Atenção

O mundo está sempre mudando.

�FAESP SENAR-AR/SP Turismo

O Turismo está entre as atividades econômicas mais rentáveis dos úl-

timos tempos. Para ser um empreendedor do ramo turístico, é muito im-

portante entender os conceitos e as tendências do turismo mundial e saber

analisar as potencialidades regionais e locais.

A OMT – Organização Mundial do Turismo, que tem sede em Madri

(Espanha), publica estudos e pesquisas sobre o Turismo Mundial. Desta-

camos abaixo, com base nessas publicações, os segmentos mais promis-

sores e as tendências para os próximos anos.

Tendências do Turismo Mundial

Segmentos mais promissores:

• Turismo Cultural;

• Ecoturismo;

• Turismo de Aventura.

Característica das Viagens:

• Viagens para volta às raízes;

• Viagens para repouso, troca de idéias, reencontros familiares e amizade;

• Viagens mais freqüentes de portadores de necessidades especiais;

• Viagens a destinos que valorizem o meio ambiente e as questões sociais;

• Férias mais curtas em períodos diferentes do ano;

• Férias conjuntas entre as gerações de uma mesma família;

• Maior uso da Internet como instrumento de informação e marketing.

CONCEITOS GERAIS

Turismo

O Turismo compreende um conjunto de atividades que as pessoas rea-

lizam durante suas viagens a lugares diferentes do seu entorno habitual, por

um período de tempo inferior a um ano, com finalidades de lazer, negócios ou

outras (Organização Mundial do Turismo – OMT).

Assim, Turismo é o deslocamento de pessoas do seu local de mo-

radia com o objetivo de satisfazer necessidades, utilizando produtos e

serviços do local visitado.

O que é Turismo, afinal?

A OMT - Organização Mundial de Turismo foi criada em 1970. É a principal organi-zação internacional

em Turismo. Dedica-se à promoção do

desenvolvimento do Turismo responsável, sustentável e acessí-

vel para todos.

10 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos

Excursionista(visitante de um dia, que

não pernoita)

Turista(visitante que pernoita)

VISITANTE

Elementos do Turismo

Descrição

Deslocamento A pessoa desloca-se do núcleo de origem para o núcleo receptor

Permanência fora do domicilio

A pessoa permanece em um local distinto do seu local de residência fixa

Temporalidade A pessoa permanece temporariamente fora de seu local de residência

Motivação A pessoa viaja por uma ou mais razões, ou motivos

Turista Aquele que faz turismo e busca satisfazer suas necessidades

Serviços e Produtos O turista consome serviços e produtos turísticos

Elementos que caracterizam o Turismo

“Trade” Turístico

O Turismo é composto por diversos equipamentos e serviços destinados a

satisfazer as necessidades do cliente. O conjunto destes e as empresas e organi-

zações que os administram são chamados de “trade turístico” ou tripé de susten-

tação do Turismo.

O que mais compõe o Turismo?

TURISMO

Hospedagem e

Alimentação

Entretenimento

“Trade” Turístico

Tipos de Visitantes

Apesar desses nomes diferentes, em geral, utilizamos o termo turista para

englobar os dois sentidos. Há três condicionantes principais para o turista viajar:

o tempo, a renda disponível e o desejo de viajar.

Sem os sujeitos que se deslocam para visitar uma localidade turística, não

há Turismo. Estes podem ser considerados turistas ou excursionistas:

Transporte

11FAESP SENAR-AR/SP Turismo

Atores do Turismo: Turistas e Comunidade Local

Devemos ter sempre em mente as características, as motivações e as ex-

pectativas dos turistas e da comunidade receptora (residentes). Quando uma

pessoa viaja, ela normalmente o faz por algum motivo. Podemos classificar os

motivos de viagem em três grandes grupos:

• Lazer e recreação;

• Profissional e de negócios;

• Outros motivos (estudos, saúde, motivos religiosos etc.).

Os residentes, por sua vez, esperam que o Turismo traga benefícios à

comunidade, melhorando suas condições de vida, ou seja, promovendo o de-

senvolvimento econômico, social e ambiental.

A atividade turística pode atender tanto as necessidades dos turistas quanto

as da comunidade local, ao levar em consideração o conjunto de relações do

meio ambiente em geral. Estas envolvem aspectos ecológicos, sociais, econô-

micos e culturais, que ora se integram, ora se distanciam.

Tais aspectos tornam-se relevantes, pois é muito complicado desenvolver o

Turismo em uma localidade que se encontra em guerra ou que vive sérios pro-

blemas ambientais (terremotos, rios poluídos etc.) ou sociais (pobreza extrema,

epidemias etc.). Esses fatores, na verdade, limitam a atividade turística.

TURISMO E SUSTENTABILIDADE

Impactos do Turismo

As relações ambientais também devem ser consideradas no momento

em que a localidade decide explorar o turismo, pois essa atividade pode gerar

inúmeros benefícios para localidade, desde que seja planejada; caso contrário,

podem ocorrer vários problemas. As conseqüências positivas e negativas são

chamadas de impactos do Turismo nas localidades receptoras.

Malefícios(Impactos Negativos)

Benefícios(Impactos Positivos)

TURISMO

Motivação: Fator que faz com que a pessoa direcione uma atitu-de; razões que levam

um turista a viajar.

Atenção

O Turismo está vincu-lado à realidade local, regional, nacional e

internacional.

Mas, afinal, o Turis-mo traz coisas boas

ou coisas ruins?

12 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos

Tipo de Impacto

Positivo Negativo

Impacto Social

Envolve pessoas, suas formas de organização e seu comportamento, tanto da comuni-dade como dos turistas

Melhoria da infra-estrutu-ra, das instalações e dos serviços da comunidade

Melhoria da qualidade de vida

Diminuição do êxodo rural

Preparação e participação da mão-de-obra local no mercado de trabalho de Turismo

Conflito entre população local e visitantes, devido a diferenças de costumes, religião, linguagem

Problemas relacionados a dependência química, crime e prostituição

Impacto Econômico

Relaciona-se a efeitos financeiros sobre empreendi-mentos e localida-de de forma geral

Agregação de valor à propriedade rural e aos produtos oferecidos

Aumento da renda dos residentes

Geração de novos em-pregos para membros da família e/ou comunidade receptora

Estímulo a novos investimentos

Aumento do preço dos produtos oferecidos, em função da demanda

Centralização econômica

Especulação imobiliária

Impacto Cultural

Baseia-se nas raízes e nos costu-mes, no patrimônio e nas manifesta-ções populares

Valorização da identidade cultural local

Conservação e restauração de antigas construções

Resgate de acontecimen-tos culturais

Interesse maior pela men-talidade e pelos costumes dos turistas

Perda de autenticidade das manifestações culturais

Descaracterização da produção artesanal

Impacto na Natureza

Compreende elementos bióticos (seres vivos) e abi-óticos (elementos físicos e químicos – luz, calor etc.) do meio ambiente

Valorização das áreas naturais – flora e fauna

Preservação ecológica

Desenvolvimento de programas de conservação e preservação

Descoberta de novos recursos

Excesso de poluição

Contaminação dos recur-sos hídricos

Acúmulo de resíduos

Destruição da flora, da fauna e da paisagem

Alteração dos hábitos da fauna e da flora

Ocupação desordenada

Sobrecarga da infra-estru-tura turística

Impactos Positivos e Negativos do Turismo

13FAESP SENAR-AR/SP Turismo

Para trabalhar adequadamente a atividade turística, temos de pensar na

sua sustentabilidade, isto é, no seu desenvolvimento sustentável.

Desenvolvimento sustentável da atividade turística

O desenvolvimento sustentável está baseado num conceito amplo

que envolve aspectos do meio natural, sociocultural e econômico. Sus-

tentabilidade significa satisfazer as necessidades presentes sem com-

prometer a satisfação das gerações futuras. Daí a importância do pla-

nejamento, a curto, médio e longo prazos.

Essa noção de desenvolvimento leva à idéia de Turismo sustentável,

ou seja:

Turismo sustentável significa que os recursos naturais, históricos

e culturais para o turismo devem ser utilizados no presente, mas pre-

servados para o uso contínuo no futuro. Assim:

• a prática do Turismo não deve ocasionar sérios problemas am-

bientais, nem socioculturais;

• a qualidade ambiental da área deve ser preservada ou melhorada;

• a satisfação de todos os envolvidos no processo (turistas, comu-

nidade, empresários) deve ser mantida alta e equilibrada.

Para que a atividade turística seja promissora, em especial nos municí-

pios que ainda não têm o Turismo como setor de destaque ou têm caracte-

rísticas frágeis e suscetíveis a impactos negativos, é preciso levar em conta

as seguintes diretrizes:

• Viabilidade econômica;

• Respeito à cultura;

• Harmonia do espaço;

• Responsabilidade ecológica;

• Justiça social.

Uma das formas de estabelecer um plano de desenvolvimento turístico

sustentável é utilizar ferramentas para minimizar possíveis impactos negativos

da atividade turística, promovendo o equilíbrio do local. Algumas ferramentas

de sustentabilidade são as seguintes:

Mas, então, o que é desenvolvimento

sustentável?

Diretrizes: Linhas re-guladoras de um plano

ou de um negócio; elementos norteadores das ações planejadas.

Atenção

O tripé da sustenta-bilidade é composto por: sustentabilidade ambiental, sustenta-

bilidade sócio-cultural e sustentabilidade

econômica.

14 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos

• Plano de negócios – ferramenta de gestão que antecipa fatos que

ocorrerão no futuro, para uma tomada de decisão racional sobre a

viabilidade de implantação de um negócio turístico.

• Educação para o turismo – diferentes formas (cursos, oficinas, pa-

lestras etc.) de orientar a comunidade sobre a importância da cultura e

de suas raízes, incentivando o orgulho e respeito pelo patrimônio local

e alertando sobre os efeitos do Turismo.

• Plano de manejo – documento técnico que apresenta o planejamento

e as normas de uso de uma determinada área, considerando suas ca-

racterísticas originais; viabiliza a visitação de forma harmônica com o

dia-a-dia da propriedade rural ou da área de preservação ambiental.

• Estudos de impacto ambiental – estudos que prevêem as conse-

qüências ambientais associadas a qualquer projeto de empreen-

dimento; viabilizam a definição da capacidade de carga – número

máximo de visitantes que um atrativo turístico, ou um local, pode

suportar sem degradar o ambiente.

• Envolvimento da comunidade local – diferentes formas (workshops,

oficinas, exposições, seminários etc.) para engajar os residentes no

desenvolvimento turístico local, viabilizando a atuação destes como

mão-de-obra de empreendimentos turísticos e a sua participação na

gestão do Turismo.

TIPOS DE TURISMO

Com a evolução do Turismo, as viagens e os turistas foram sendo classi-

ficados com base em aspectos sociais, econômicos, políticos, administrativos,

comportamentais etc. Assim, surgiram vários tipos ou segmentos de Turismo,

cujos nomes e significados são apresentados com base em:

• procedência, classe social, faixa etária;

• viajante só ou acompanhado, forma de organização da viagem;

• espaço geográfico, meio de transporte, motivo de viagem;

• outras características.

Ferramentas de Sustentabilidade

Atenção

Os tipos de Turismo podem ser combinados

ou complementares. Exemplo: turistas que vão “descansar” no

meio rural, mas que se interessam pela história da fazenda ou da região onde se encontra. Te-mos, então, o Turismo de Lazer e o Turismo

Histórico juntos.

15FAESP SENAR-AR/SP Turismo

Tipo Descrição

Turismo Emissivo Quando o país ou a localidade envia turistas para outras cidades ou países

Turismo Receptivo Quando o país ou a localidade recebe turistas vindos de outras cidades ou países

Turismo Interna-cional ou Externo

Quando é realizado pelo turista que viaja para fora do seu país de origem

Turismo Domésti-co ou Nacional ou Interno

A pessoa viaja por uma ou mais razões, ou motivos, no próprio país de origem

Tipo Descrição

Turismo de Elite ou Turismo de Luxo

Viagens realizadas por pessoas de alto poder aquisitivo

Turismo de Classe Média ou Turismo de Massa

Viagens realizadas por pessoas de médio poder aquisitivo

Turismo Popular, Turismo Social

Viagens realizadas por pessoas de baixo poder aquisitivo (Turismo Popular) ou viagens subvencionadas por órgãos públicos ou privados (Turismo Social)

Tipo Descrição

Turismo Juvenil ou Turismo de Juventude

Viagens realizadas por jovens e estudantes que viajam, em geral, para comemorar o término de uma etapa escolar

Turismo de Adultos Viagens realizadas por pessoas adultas

Turismo de Terceira Idade

Viagens realizadas por pessoas consideradas na melhor ou terceira idade

Tipos de Turismo por Procedência

Tipos de Turismo por Classe Social

Tipos de Turismo por Faixa Etária

16 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos

Tipo Descrição

Turismo Organizado

Viagens individuais ou em grupos, realizadas por meio de agências de viagem e turismo

Turismo Não Organizado

Viagens individuais ou em grupos, não realizadas por meio de agências de viagem e turismo

Tipo Descrição

Turismo Individual Viagem realizada por uma pessoa, sem a intervenção de uma agência de viagens

Turismo em Grupo Viagens realizadas com a participação de diversas pesso-as num só programa (família, amigos, executivos, grupos de pessoas que compram um pacote turístico etc.)

Tipo Descrição

Turismo Marítimo, Turismo Fluvial

Viagens com utilização de transporte marítimo ou fluvial (barcos, navios etc.)

Turismo Aéreo Viagens com utilização de transporte aéreo (aviões, helicópteros etc.)

Turismo Rodoviário Viagens com utilização de transporte rodoviário (ônibus, automóveis, motocicletas etc.)

Turismo Ferroviário Viagens com utilização de transporte ferroviário (trens, composições etc.)

Tipo Descrição

Turismo de Montanha Viagens a destinos situados em serras, montanhas

Turismo de Litoral ou Turismo de Sol & Mar

Viagens a destinos situados na orla litorânea, nas praias

Turismo Urbano Viagens a destinos localizados no meio urbano, ou seja, nas cidades

Turismo Rural Viagens a destinos localizados no meio rural, ou seja, fazen-das, chácaras, sítios etc.

Tipos de Turismo por Viajante

Tipos de Turismo por Forma de Organização da Viagem

Tipos de Turismo por Espaço Geográfico

Tipos de Turismo Meio de Transporte

17FAESP SENAR-AR/SP Turismo

Tipo Descrição

Turismo de Lazer Praticado por quem viaja por prazer, para conhecer novos locais, mudar de ambiente, descansar, rever amigos, visitar parentes, sair em férias com a família etc.

Turismo de Negócios

Praticado por quem viaja a negócios (profissionais e executivos), com a utilização de equipamentos e serviços turísticos

Turismo de Eventos

Praticado por quem viaja para participar de congressos, seminários, convenções, feiras, exposições etc.

Turismo de Estu-dos, Turismo de Intercâmbio

Praticado normalmente por estudantes com o objetivo de realizar cursos ou aprender idiomas em outros países

Turismo de Esportes

Praticado por quem viaja para participar de eventos esportivos ou assistir a eles (Copa do Mundo, Olimpíadas, Jogos Interestaduais etc.)

Turismo Técnico-Científico, Turismo Científico

Praticado por estudiosos ou profissionais com interesses ligados à realização de estudos, pesquisas etc.

Turismo de Saúde Praticado por quem busca clínicas e serviços médicos especializados para tratamentos de saúde ou mesmo psiquiátricos.

Turismo Religio-so, Turismo de Peregrinação

Praticado por quem se interessa em visitar locais sagra-dos de determinadas religiões

Turismo Histórico, Turismo Cultural

Praticado por quem busca conhecer a história e cultura de um povo, procurando integrar-se ao processo cultural

Turismo Gastronômico

Praticado por quem viaja para conhecer e “saborear” comidas e bebidas locais

Turismo Ecológi-co, Ecoturismo

Praticado por quem aprecia a natureza e/ou busca conta-to com o meio ambiente (natural ou cultural), com mínima interferência neste.

Turismo de Aventura

Praticado por quem busca contato ativo com a natureza por meio de atividades variadas, que envolvem riscos controlados

Tipos de Turismo porMotivo de Viagem

Atenção

As denominações dos tipos de Turismo po-dem variar de acordo com os estudiosos ou o mercado. É o caso do Turismo Verde, do Turismo Natural, do

Turismo Ecológico e do Ecoturismo.

1� FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos

Tipo Descrição

Agroturismo Praticado no interior de propriedades rurais com ativi-dades agropecuárias produtivas, que continuam a fazer parte da rotina da família

Turismo de Incentivo

Viagens oferecidas como prêmio a funcionários de uma em-presa que atingem determinada meta de vendas, produção etc. e a consumidores (por meio de sorteios ou escolhas)

Turismo para Por-tadores de Neces-sidades Especiais

Praticado por pessoas que necessitam de equipamentos, serviços e/ou produtos especiais, em virtude de deficiên-cias físicas ou mentais

Assim, percebemos que alguns tipos de Turismo são voltados à oferta e

outros, direcionados à demanda. Para facilitar a comercialização de serviços,

podemos utilizar como estratégia a segmentação, para um melhor posiciona-

mento de mercado. Desse modo, a segmentação pode ser feita pela:

• demanda: agrupa os turistas de acordo com comportamento homogê-

neo quanto a gosto, características e/ou preferências;

• oferta: agrupa os destinos com características semelhantes em termos

de equipamentos, serviços e/ou produtos.

Segmentar significa definir características para se posicionar em um ou

mais segmentos e, então, direcionar ações para se especializar nessa cate-

goria. Diferentes segmentos de turistas demandam serviços e equipamentos

específicos. Agora, vamos detalhar os segmentos de Turismo que interessam

em especial aos nossos futuros empreendimentos.

SEGMENTOS DE TURISMO

Turismo Rural

O Turismo Rural envolve a oferta de cenários, instalações e vivências

rurais e agrícolas. Para alguns, a expressão correta é Turismo no meio rural,

que inclui vários tipos de Turismo e agrega, ainda, lazer e entretenimento.

Nesse segmento, podemos oferecer:

Tipos de Turismo por Outras

Características

Mercado: qualquer situação na qual

vendedores (oferta) e compradores (deman-

da) se relacionam.

Demanda: conjunto de consumidores, ou pos-síveis consumidores, de bens e serviços; procura por um bem ou serviço.

Oferta: conjunto de produtos, serviços e or-ganizações oferecidos

ou tornados disponíveis aos consumidores.

1�FAESP SENAR-AR/SP Turismo

• Serviços de Lazer e Hospedagem: utilização de instalações de hospedagem

em casarões antigos com valor histórico e cultural, meios de hospedagem

simples e confortáveis complexos turísticos e hotéis fazenda, direcionados

aos turistas que buscam lazer e recreação em atividades agropastoris;

• Processos Produtivos Agropecuários: vivência e participação em atividades

como ordenha; criação de animais de pequeno, médio e grande porte; fru-

ticultura; olericultura tradicional ou orgânica; pesca; produção de grãos e

cereais; viveiro de mudas; ervas medicinais; sistemas agroflorestais etc.

Ecoturismo

O Ecoturismo utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultu-

ral, incentiva a sua conservação e busca a formação de uma consciência am-

bientalista, por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem estar

das populações envolvidas (Embratur). Nesse segmento, podemos oferecer:

• Observação de fauna, flora, paisagem e outros recursos naturais; vivência

e participação em caminhadas; passeios ecológicos; cavalgadas etc.;

• Visita a áreas naturais protegidas: parques, reservas, monumentos etc.;

• Processo educacional: estudos e pesquisas do ambiente “in loco”, tais

como estudo da fauna, flora e aspectos geológicos e geográficos; ativi-

dades de educação ambiental.

Turismo de Aventura

O Turismo de Aventura acontece em áreas naturais com equipamentos

de suporte para a prática de diversas atividades de esporte e lazer. Nesse

segmento, podemos oferecer:

• Atividades terrestres: cavalgada, pesca, caminhadas etc.

• Atividades aéreas: asa delta, pára-quedismo, balonismo etc.;

• Atividades aquáticas: mergulho, “rafting”, bóia-cross etc.;

• Atividades verticais: escalada, “rappel”, tirolesa etc.

É sempre importante lembrar que para explorar as atividades turísticas ligadas

ao Ecoturismo e Turismo de Aventura é preciso atenção às condições de planeja-

mento, estruturação da atividade, segurança, conduta e legislação ambiental.

Alerta

Procure sempre profis-sionais capacitados e

habilitados para ajudá-lo a desenvolver esse

tipo de atividade.

Dica

O IEB - Instituto de Ecoturismo do Brasil, criado em 1995, pode

colocar você em contato direto com empresas de

ecoturismo(www.ecoturismo.org.br).

20 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos

Turismo Histórico-Cultural

O Turismo Histórico-Cultural ou Turismo Cultural possibilita ao turista estar

em contato com núcleos receptores que ofereçam aspectos histórico-culturais

do homem em distintas épocas. Esse tipo de Turismo utiliza recursos como:

• Museus - exposição de artefatos, objetos, utensílios, equipamentos

utilizados em diferentes épocas; exposição de aspectos da fauna e da

flora local e/ou regional;

• Construções históricas - casarões antigos, antigas colônias, sedes de

fazenda e casas de engenho, capelas, entre outras;

• Obras de arte - quadros, peças antigas, esculturas, pinturas, entre outras;

• Artefatos históricos: cruzeiros, moinhos, engenhos, monjolos, pilões,

terreiros de café, entre outros;

• Ruínas: sítios arqueológicos pré-históricos ou históricos;

• Folclore: apresentação de rituais, contador de casos e lendas, apresen-

tação de músicas etc.;

• Procedimentos de produção artesanal: cerâmica, olaria, moagem, doces, etc.

Turismo Religioso

O Turismo Religioso oferece espaços que disponibilizam recursos e/ou

estruturas com a finalidade de peregrinação, motivada pela fé ou por distintas

crenças. Caminhos, rotas e cidades são criados e/ou adaptados às necessida-

des dos peregrinos. Nesse segmento, podemos oferecer:

• Rota de Peregrinação, cujo percurso possa ser feito a pé, a cavalo, de

bicicleta, de motocicleta;

• Serviços de Apoio: hospedagem, alimentação, informação etc.

Turismo Gastronômico

O Turismo Gastronômico envolve núcleos receptores que oferecem uma

cultura específica, em que a gastronomia típica torna-se o diferencial, ou seja,

o principal atrativo. Deve-se ressaltar que o Turismo Gastronômico com foco

no meio rural ainda é uma atividade em desenvolvimento em muitas locali-

dades, cujas características gastronômicas locais mesclam-se com as das

regiões vizinhas. Nesse segmento, podemos oferecer:

Peregrino: Aquele que viaja ou visita locais san-tos por devoção ou para

cumprir promessas.

Atenção

A gastronomia típica é um importante atrativo

do Turismo Rural.

Atenção

O Turismo Cultural é um dos segmentos

mais promissores da atualidade!

21FAESP SENAR-AR/SP Turismo

• Comidas e bebidas típicas e especialidades do próprio local ou da região;

• Comidas e bebidas à base de produtos agrícolas cultivados no local ou na região;

• Aulas ou cursos de preparação de comidas e bebidas típicas;

• Visita guiada à cozinha do restaurante para observar como são feitas

comidas e bebidas típicas.

Turismo Técnico-Científico

O Turismo Técnico-Científico oferece possibilidades de estudos e proces-

sos de interesse técnico e/ou científico, voltados à evolução da pesquisa e do

desenvolvimento (P&D). Nesse segmento, podemos oferecer:

• Em áreas naturais protegidas - visita a parques, reservas, monumentos

e outras áreas;

• Em núcleos agropecuários - visita a feiras e festas agropecuárias, expo-

sições de produtos etc.;

• Em propriedades rurais - observação ou vivência em processos e méto-

dos agropecuários de produção, tais como ordenha mecânica, insemi-

nação artificial, colheita automatizada etc.

Turismo de Eventos

O Turismo de Eventos oferece estruturas para a realização de diferentes

tipos de eventos e estruturas de lazer, entretenimento e compra e venda de

produtos. Nesse segmento, podemos oferecer:

• Festas agropecuárias - Frutíferas, Floríferas, Rodeios;

• Festas típicas - Festa de São João, Festa do Divino, Festa da Primavera;

• Eventos programados - Congressos, Workshops, Conferências, Simpó-

sios, Treinamentos Empresariais.

Turismo de Saúde

O Turismo de Saúde oferece espaços com recursos adequados (serviços e

equipamentos) para fins terapêuticos, cura, estética e reequilíbrio (físico e/ou

psíquico), aliados a estruturas de lazer, entretenimento e compra e venda de

produtos. Nesse segmento, podemos oferecer:

Atenção

P&D também pode ser um atrativo turístico.

Dica

O Turismo de Eventos pode diminuir a sazona-lidade nos dias úteis da semana e nos períodos

de baixa estação.

22 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos

• Spas: auxílio à reeducação alimentar e trabalhos psicoterapêuticos;

• Balneários: consumo de água com valor medicinal; banhos hidroter-

mais, massagens;

• Centros alternativos ou holísticos: meditação, palestras esotéricas;

• Atividades físicas: caminhada, dança, fitness center.

A maioria dos segmentos do Turismo pode ser explorada tanto no

meio rural como no meio urbano. O que diferencia um do outro é a motiva-

ção que leva o turista a escolher um deles.

CARACTERÍSTICAS DO TURISMO NO MEIO RURAL

A vida estressante nas grandes cidades motiva as pessoas que nela resi-

dem a buscar espaços mais tranqüilos. O meio rural é fator motivador para as

pessoas se aproximarem das origens e romperem com a rotina da cidade, que

as afasta do contato com a natureza.

Meio Urbano Meio Rural

Congestionamento Passeio a cavalo

Poluição sonora, visual e ambiental Natureza

Conversa rápida ao celular

Prosa na varanda

Lanche rápido Comida da roça

Vida complexa Vida simples

Distanciamento das raízes

Retorno às raízes

Spa: no final do sé-culo XVIII, um centro

termal belga chamado Spa-Francorchamps tornou-se famoso. O seu sucesso foi tão

grande que passou a ser sinônimo de qual-quer centro termal ou estância hidromineral. No Brasil, o termo Spa indica meio de hospe-dagem comprometido com o bem-estar e a saúde dos hóspedes.

Turismo UrbanoX

Turismo Rural

23FAESP SENAR-AR/SP Turismo

Nesse segmento, podemos oferecer:

• fuga da rotina:

• volta às origens;

• contato com a natureza;

• novas amizades;

• confraternização com a família;

• aconchego;

• valores;

• paz e sossego.

Os turistas no meio rural podem realizar, ainda, diversas atividades que

expandem o seu conhecimento ou a sua vivência. Por exemplo:

• Ver a produção de alimentos (ordenha, horta, abate etc.);

• Compreender os ciclos produtivos (arado, semeadura, crescimento, colheita);

• Conhecer tipos de culturas (identificar um cafezal, um canavial, um

milharal etc.);

• Apreciar a geração de vida (partos, amamentação etc.).

• Ajudar na produção de alimentos (colher, cozinhar e servir);

• Valorizar o autêntico (privação de TV e/ou rádio em troca de ouvir con-

tadores de história, violeiros, apreciar o céu etc.);

• Conhecer técnicas simples (lampião, fogo a lenha, aquecimento com

lenha, água de bica etc.).

Turismo Rural é o conjunto de atividades turísticas desenvolvidas

no meio rural, que estão comprometidas com a produção agropecuá-

ria, agregam valor aos produtos e serviços e resgatam e promovem o

patrimônio natural, histórico e cultural.

Esse conjunto de atividades, suas relações e o deslocamento das pessoas

para o meio rural, se bem planejado e gerido, pode trazer os seguintes bene-

fícios para as localidades que se dispõem a implantá-lo:

• Nova fonte de renda;

• Resgate e valorização da cultura;

• Forma de desenvolvimento local;

• Diminuição do êxodo rural;

Motivações Turísticas do Turismo Rural

Atividades de Conhecimento e Vivência

Que benefícios a atividade de Turismo Rural pode trazer?

Conceito de Turismo Rural

24 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos

• Consciência ecológica;

• Satisfação de necessidades, tanto de quem está recebendo como de

quem está consumindo;

• Promoção da cultura.

Para que esses benefícios se tornem realidade, é muito importante

que todos os envolvidos entendam que o Turismo Rural depende de: pre-

servação de “raízes”, preservação de costumes, autenticidade, harmonia,

identidade e envolvimento familiar.

Ao lado dos benefícios do Turismo Rural, temos que pensar também

nos problemas que ele pode promover. Esses problemas acabam compro-

metendo a própria sustentabilidade da atividade turística. Os principais são

os seguintes:

• Deixar em segundo plano as atividades agropecuárias produtivas da

propriedade;

• Valorizar os hábitos e costumes dos turistas em detrimento da cultural

local da comunidade;

• Explorar de forma irresponsável o meio ambiente, comprometendo a

fauna, a flora local, os recursos hídricos etc.;

• Aumentar abusivamente os preços dos produtos e serviços ofereci-

dos aos turistas;

• Não apresentar criatividade na oferta de serviços e equipamentos, que

se complementem num produto turístico diferenciado;

• Não aproveitar os recursos da comunidade local na composição de

seu produto turístico (fornecedores de mercadorias, recursos huma-

nos etc.);

• Promover a especulação imobiliária, com o aumento dos preços de imó-

veis e impostos sobre eles;

• Desintegrar a união entre os prestadores de serviços, que ficam fragi-

lizados para defender seus interesses perante organismos públicos e

privados;

• Presença de pessoas de fora para desenvolver atividades turísticas ou

complementares na localidade;

• Desinteresse do Estado em atuar, apoiar e/ou regulamentar esse

segmento.

Que problemas a atividade do

Turismo Rural pode trazer?

Dica

Pense em explorar o Tu-rismo Rural a longo prazo sem cometer esses erros. Disso depende a própria sustentabilidade do seu

negócio!

25FAESP SENAR-AR/SP Turismo

PRODUTO TURÍSTICO

Para entender as características peculiares do produto turístico, vamos

compará-lo com os bens e produtos gerais.

Bens/Produtos Gerais Produto Turístico

São materiais, tangíveis e podem ser avaliados previamente por uma amostra.

É imaterial e intangível, podendo ser visto antes da compra, por meio de sua imagem.

A produção ocorre, em geral, ante-riormente ao consumo e em local distinto.

A produção e o consumo ocorrem no mesmo lugar e ao mesmo tempo.

Em geral, podem ser transportados. É necessário que o turista se deslo-que até o produto, que não pode ser transportado.

Podem ser estocados e vendidos posteriormente.

Não pode ser estocado. Se não for vendido, é perdido.

Passíveis de controle de qualidade. Dificilmente sua qualidade pode ser controlada.

Não há, necessariamente, comple-mentaridade entre os produtos.

Existe complementaridade entre os elementos que o compõem.

Demonstram ocorrência menor de sazonalidade.

É mais suscetível à sazonalidade.

São mais fáceis de ser adaptados às alterações do público consumidor.

É estático, ou seja, é impossível mu-dar sua localização e é difícil alterar suas características.

São passíveis de transferência por venda ou doação a outro consumidor.

Uma vez adquirido, não pode ser vendido novamente pelo turista.

Passam a ser propriedade do consumidor.

Não passa a ser propriedade do consumidor pela compra. O turista, por exemplo, não leva consigo o hotel, mas sim fotos e recordações.

Fonte: Ansarah (2001).

A composição de um plano de formatação de produtos turísticos

baseia-se no levantamento de uma cadeia de diversas informações, ou

seja, no Sistema Turístico:

Atenção

O produto turístico tem características

diferentes dos produ-tos industriais.

Intangível: que não se pode tocar ou pegar; intocável.

Sazonalidade: relati-vo às estações; esta-cionalidade; variação do fluxo turístico no

decorrer de um perío-do de tempo.

26 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos

Planejamento e Gestão do Produto Turístico

Todos

Infra-Estrutura BásicaPoder Público

Profissionais que Atuam no “Trade” TurísticoRecursos Humanos

Recursos + AtrativosTurísticos

Infra-Estrutura TurísticaEmpresários e Investidores

Comércio e Serviços Indiretamente Ligados

ao TurismoComunidade Local

Oferta Demanda

Mercado

Ecológico Social

Econômico Cultural

Sistema Turístico

Recursos e Atrativos Turísticos

Recursos turísticos são os bens naturais, históricos e culturais de um

local que ainda não são utilizados turisticamente. Os atrativos turísticos são

os recursos aproveitados turisticamente, que são o componente principal e

mais importante do produto turístico. Esses atrativos é que determinam a

seleção, por parte dos turistas, do destino de uma viagem, ou seja, geram

uma corrente turística para a localidade.

O Produto Turístico é composto de atrativos/recursos, infra-estrutura

básica e infra-estrutura turística (equipamentos e serviços).

Atrativo Turístico é todo local ou evento de interesse turístico que

motiva o deslocamento de pessoas para conhecê-lo, ou seja, aquilo

que atrai os turistas.

Utilizaremos o termo atrativo turístico tanto para atrativo quanto para re-

curso, que pode ser dividido em: natural, histórico-cultural, técnico-científico,

pedagógico e evento ou acontecimento programado.

Conceito de Produto Turístico

Conceito de Atrativo Turístico

27FAESP SENAR-AR/SP Turismo

Atrativos Naturais:

• Relevo montanhoso: picos, serras, colinas;

• Planaltos e planícies: chapadas, patamares, vales, rochedos;

• Litoral: praias; restingas, mangues, baías, dunas, falésias;

• Terras insulares: ilhas, recifes;

• Hidrografia: rios, lagos, represas;

• Quedas d’água;

• Pântanos;

• Fontes hidrominerais ou hidrotermais;

• Parques;

• Grutas, cavernas e furnas;

• Reservas de flora e fauna;

• Áreas de caça e pesca, entre outras.

Atrativos Histórico-Culturais:

• Monumentos: arquitetura civil, religiosa, funerária, industrial, agrícola,

militar; ruínas; esculturas; pinturas;

• Sítios: históricos, científicos;

• Instituições culturais de estudo, pesquisa e lazer: bibliotecas, arquivos,

institutos históricos e geográficos;

• Festas, comemorações e atividades: religiosas, populares, folclóricas, cívicas;

• Gastronomia típica;

• Artesanato;

• Feiras e mercados, entre outros.

Atrativos Técnico-Científicos:

• Exploração de minério;

• Fazendas-modelo;

• Estações experimentais;

• Exploração industrial;

• Centros científicos e técnicos;

• Zoológicos, aquários e viveiros;

• Jardins botânicos e hortos florestais;

• Planetários;

• Observatórios;

• Exploração agrícola/pastoril, entre outros.

Atrativos Pedagógicos:

• Visitas a processos produtivos: acompanhamento do plantio até a colheita;

• Visitas aos patrimônios histórico-culturais da propriedade;

Tipos de Atrativos Naturais

Tipos de Atrativos Culturais

Tipos de Atrativos Técnico-Científicos

Tipos de Atrativos Pedagógicos

2� FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos

• Vivência do modo de vida rural etc.

Eventos ou Acontecimentos Programados:

• Congressos e convenções;

• Feiras e exposições: comerciais, agropecuárias;

• Realizações diversas: desportivas, artísticas, culturais, sociais, gas-

tronômicas etc.

Infra-Estrutura Básica: Estrutura Municipal

Infra-estrutura básica envolve o conjunto de obras e instalações da lo-

calidade receptora, que atendem tanto os turistas quanto a comunidade.

As condições da infra-estrutura restringem ou facilitam o desenvolvimen-

to turístico em uma localidade. São elas:

• Abastecimento de água;

• Coleta e disposição de esgotos;

• Energia elétrica e iluminação pública;

• Limpeza pública;

• Transportes,vias e acessos;

• Comunicações;

• Abastecimento;

• Conservação de logradouros públicos;

• Poluição da água e do ar;

• Sistema de segurança;

• Sistema de saúde (hospitais, farmácias etc.);

• Sistema bancário (bancos, caixas eletrônicos, etc.).

É imprescindível saber de fato como está a infra-estrutura básica de um

município, para avaliar se esta terá capacidade para suportar um aumento

extra de pessoas, ou seja, de turistas.

Infra-Estrutura Turística: Equipamentos e Serviços

Infra-estrutura turística é o conjunto de instalações, edificações e serviços

necessários para o desenvolvimento da atividade turística em uma localidade.

Tipos de Eventos ou Acontecimentos

Programados

Conceito de Infra-estrutura básica

Conceito de Infra-estrutura Turística

Atenção

A infra-estrutura básica atende tanto a comunidade quanto

os turistas.

2�FAESP SENAR-AR/SP Turismo

Todos esses equipamentos e serviços são instalados em uma localidade para

que os turistas tenham facilidade de conhecer e visitar seus atrativos. São eles:

• Meios de Transporte (Caminho) – Como, para o Turismo, a condição

de deslocamento é imprescindível, são utilizados vários meios de trans-

porte, além de serviços e estruturas a eles relacionados:

- Automóveis, aeronaves, trens, embarcações, motocicletas, bicicletas,

jet skis, cavalos, charretes e outros;

- Vias de acesso e terminais, como estradas, rodoviárias, rios, portos,

ferrovias, estações de trem etc.;

- Empresas de transporte e locadoras de veículos;

- Atendimento a veículos: postos de gasolina, oficinas de serviços auto-

rizados, concessionárias;

- Informação turística: centrais ou locais de informação turística;

- Sinalização turística: tanto no meio urbano como no meio rural, para que

o turista possa identificar com facilidade os acessos e as localidades.

• Meios de Hospedagem (Cama) – Como o turista está fora de seu do-

micílio, ele necessita de um lugar para repor as energias e descansar.

Meios de hospedagem são os estabelecimentos que comercializam

hospedagem, desde os hotéis até os acampamentos de férias.

• Meios de Alimentação (Comida) – Para todo ser vivo, alimentar-se é

uma questão de sobrevivência. Além disso, no Turismo, é um grande

prazer conhecer os sabores do local visitado. Os meios de alimentação

compreendem os equipamentos que comercializam alimentos e bebi-

das: cafés, lanchonetes, restaurantes, etc.

• Atendimento (Carinho) – Esse item pode ser considerado um dos mais

importantes, pois ao adquirir uma viagem, o turista compra um sonho;

e nesse sonho há o desejo de ser bem recebido e acolhido por todos. O

atendimento é a base para um retorno ou não à localidade.

• Outros equipamentos e serviços – Quem viaja dificilmente volta de

mãos vazias. Na bagagem, sempre há alguma coisa comprada no lo-

cal ou alguma experiência vivida. O turista compra as lembranças por

meio de artesanato, doces etc., mas também adquire passeios a cavalo,

escaladas em pedras, banhos em cachoeiras etc. São estruturas turís-

ticas: lojas de artesanato, agências emissivas e receptivas, áreas para

recreação e entretenimento, etc.

Dica

Algumas vezes, o turista precisa se deslocar na

propriedade rural utilizan-do um meio de transporte. Use transportes adequa-dos, seguros e atraentes (típicos do meio rural).

Atenção

Lembre que o típico, o autêntico, o genu-íno do meio rural é o seu maior atrativo.

30 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos

GESTÃO DO TURISMO

Planejamento e Gestão

É muito importante que, além de identificar o potencial turístico do mu-

nicípio, a comunidade local se convença da importância do Turismo para o

seu desenvolvimento econômico, social, cultural e ambiental.

No entanto, não basta somente a comunidade estar envolvida. É preciso

vontade política, para que o Turismo aconteça. O poder público, por meio da

prefeitura e de suas secretarias, detém um papel importante na hora de pla-

nejar e gerir a atividade turística.

Nessa atividade, todos têm papéis importantes no planejamento e na

gestão: a comunidade, os trabalhadores, os empresários e os políticos. A

gestão pode ser pública, privada ou participativa.

• Gestão Pública: quando o gerenciamento é realizado somente pelo poder

público, como prefeituras municipais, secretarias estaduais, ministérios etc.

• Gestão Privada: é aquela em que o gerenciamento é realizado por meio

da iniciativa privada, como associações, organizações etc.

• Gestão Participativa, Compartilhada ou Cooperada: acontece quando o

poder público, a iniciativa privada e a comunidade local trabalham em

conjunto. Exemplo: Conselho Municipal de Turismo – COMTUR.

A gestão participativa é a mais indicada para o bom desenvolvimento

da atividade turística. Para isso, é necessário que o município tenha uma

Secretaria Municipal de Turismo e um COMTUR.

Conselho Municipal de Turismo - Comtur

O Conselho Municipal de Turismo – COMTUR é uma organização na qual a

iniciativa privada, o poder público e a comunidade local se integram para discutir

os assuntos relacionados ao Turismo local. É necessário haver uma diretoria

formada por presidente, vice-presidente, secretários, tesoureiros e conselheiros,

sendo 20 o número sugerido de representantes. O COMTUR é, principalmente:

• Paritário – deve ter o mesmo número de representantes do poder públi-

co e da comunidade, para que haja maior autenticidade e participação

comunitária nas decisões;

Planejamento: Pro-cesso a ser seguido

para avaliar o potencial atual e fazer propos-tas futuras; ação de elaborar um plano.

Gestão: Processo de conduzir ações admi-nistrativas e empreen-dedoras; ato ou efeito

de gerir negócios.

Dica

O sucesso de um destino turístico dependerá muito da integração entre poder público e iniciativa priva-da. A gestão participativa gera esforços convergen-tes – todos remando na

mesma direção.

Características do COMTUR

31FAESP SENAR-AR/SP Turismo

• Consultivo – relativo à consulta; emite parecer, como esclarecimento

e/ou orientação;

• Deliberativo – relativo à decisão ou resolução após discussão e exame;

o direito de resolver pressupõe e encerra o de deliberar.

No COMTUR, os integrantes devem ser de setores ligados direta ou

indiretamente ao Turismo. O Poder Público deve ser representado por fun-

cionários ligados às Secretarias de Obras, Educação, Segurança, Saúde

etc. A Iniciativa Privada pode ser representada por guias de turismo, pro-

prietários de pousadas e restaurantes, artesãos, agentes de turismo etc.

A Comunidade Local pode ser representada por associações, residentes,

empreendedores, líderes comunitários etc.

A participação do COMTUR na dotação orçamentária do município é

muito importante, pois é nesse momento que o Poder Público define a ver-

ba destinada à Secretaria Municipal de Turismo. A dotação orçamentária é

entregue à Câmara Municipal até 30 de setembro de cada ano.

Fundo Municipal de Turismo - Fumtur

O Fundo Muncipal de Turismo – FUMTUR é um fundo administrado pelo

COMTUR e gerado pela arrecadação de taxas e licenças diversas oriundas

das atividades turísticas. Esse fundo é destinado a investimentos que pro-

porcionem melhorias na área do Turismo no município.

No caso das Estâncias Turísticas que recebem verba do Estado, há

leis que regulamentam a sua aplicação; o COMTUR pode e deve agir, par-

ticipando nas tomadas de decisões.

Um exemplo dessa atuação ocorreu na cidade de Brotas (SP), onde foi

criada uma lei municipal denominada “voucher ambiental”. Essa lei prevê o

recolhimento de uma taxa de um real (R$ 1,00) por visitante, a ser revertida

para projetos de sustentabilidade ambiental. Quem faz esse recolhimento

são todos os operadores da área de Turismo – hotéis, pousadas, sítios tu-

rísticos e agências. Tais recursos são canalizados para o FUMTUR, que os

aplica de acordo com as decisões do COMTUR.

Integrantes do COMTUR

Estâncias: Municípios que, por suas condi-ções de lazer, recrea-

ção e recursos naturais e culturais específicos, devem dispor de infra-

estrutura e serviços dimensionados à ativi-dade turística, seguindo

legislação específica e pré-requisitos para classificação. Podem ser balneárias, climá-ticas, hidrominerais e

turísticas.

32 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos

Divulgação

Uma boa maneira de vender o município é realizar uma propaganda co-

operada. Assim, podemos fazer materiais publicitários com a participação do

Poder Público, da Iniciativa Privada e dos Patrocinadores.

Outra maneira de divulgar o produto turístico é a participação do municí-

pio em feiras e eventos específicos.

Por fim, é muito importante que o município possua um site na Internet,

de fácil navegabilidade, com informações precisas e objetivas.

COOPERAÇÃO E INTEGRAÇÃO

Todo e qualquer negócio tem de ser organizado. Em se tratando da ativi-

dade turística no meio rural, os interessados devem se organizar em grupos,

uma vez que, assim, terão mais condições e força no mercado com um produ-

to estruturado e com identidade.

Formas de Organização

Existem muitas formas de organização do Turismo no meio rural. As for-

mas de organização têm-se dado por meio da formação de corredores turísti-

cos, circuitos turísticos, rotas turísticas e roteiros.

Corredores turísticos

Vias que interligam dois ou mais pontos, onde se encontram os principais atrativos de uma região. Uma característica marcante é que o turista não precisa necessariamente passar por todos os pontos atrativos, mas escolhe alguns de acordo com sua motivação.

Circuitos turísticos

Conjunto de vias que possibilitam o acesso aos atrativos de uma região. Nesse caso, o turista não passa duas vezes pelo mesmo local, e a destinação passa a ser o circuito como um todo e não apenas um só destino. Uma característica marcante é a possi-bilidade de fazer visitas seqüenciais, em que um atrativo pode complementar o outro.

Rotas turísticas

São compostas por uma ou mais vias de acesso a um ou mais atrativos com começo, meio e fim, provocando uma seqüência de visitação que pode estar inserida em roteiros turísticos.

Site: Endereço na Internet, utilizado para visualizar um determi-nado conteúdo. “Home

Page” é a página principal do site.

Dica

1. Se você tem interesse em implantar um negó-cio de Turismo, procure saber se o seu município ou região já faz parte de

algum roteiro.2. É importante elaborar um roteiro dentro do seu município, incluindo to-

dos os atrativos e produ-tos turísticos existentes e agregando sempre os que

vierem a existir.3. Com um produto turís-tico formatado, aumen-tam as possibilidades de

atração de turistas ao município.

33FAESP SENAR-AR/SP Turismo

Roteiros É o produto final a ser consumido. Trata-se da união dos locais a ser visitados, dos serviços disponibilizados e das informações necessárias para atender as necessidades do cliente durante a realização da viagem.

Itinerário É o roteiro acrescido dos horários a ser seguidos.

No mercado, essas denominações são empregadas sob a ótica do

marketing, seguindo ou não o seu real significado. É o caso de rotas temáti-

cas serem chamadas de roteiros ou circuitos. Veja os exemplos a seguir:

Rota Caminho do Sol

Estrada Real

34 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos

Regionalização

A regionalização é a aliança que consolida a atividade turística a ser de-

senvolvida. Trabalhando de maneira conjunta, deve-se buscar uma alternativa

que promova a sustentabilidade econômica e a complementação do trabalho

desenvolvido com outras comunidades dentro do município e da região.

O aspecto fundamental da regionalização, que visa ao fortalecimento dos

representantes, é o reconhecimento de uma identidade e dos objetivos co-

muns, com a intenção de divulgar determinada região.

Quando trabalhadas em conjunto, as ações têm efeitos benéficos para

todos os envolvidos na atividade turística.

REVISÃO

• Cenários em Evolução

• Conceitos Gerais

• Turismo e Sustentabilidade

• Tipos de Turismo

• Segmentos do Turismo: o que oferecer ao Turista

• Turismo no Meio Rural e seus Benefícios

• Produto Turístico

• Desenvolvimento do Turismo

Até aqui, você conheceu a estrutura do sistema turístico. Daqui em diante,

você começará a colocar tudo isso em prática!

Aspecto Fundamental da Regionalização

35FAESP SENAR-AR/SP Turismo

Neste capítulo, você vai:

• aplicar os conceitos com a intenção de conhecer melhor as potencialidades do município;

• elaborar o inventário turístico e o mapa turístico do município.

POTENCIALIDADES TURÍSTICAS DO MUNICÍPIO

36 37FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos Potencialidades Turísticas do Município36 37FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos Potencialidades Turísticas do Município

INVENTÁRIO DO MUNICÍPIO

Importância

Para que o turista tenha suas necessidades e expectativas plenamente

atendidas, é necessária uma infra-estrutura que lhe dê segurança e apoio,

além dos atrativos turísticos. Portanto, é muito importante conhecer detalha-

damente as estruturas, os serviços e os equipamentos disponíveis no municí-

pio. Para isso, vamos elaborar o inventário do município.

O Inventário é muito útil para:

• tomar a decisão de investir ou não em determinado equipamento turístico;

• medir a oferta e a demanda turísticas do município;

• identificar os equipamentos deficitários e os que já se encontram satu-

rados no mercado;

• definir as parcerias a ser estabelecidas;

• eleger as prioridades de investimentos públicos e privados.

O inventário será a base dos cursos seguintes; portanto, fique atento

ao conteúdo deste capítulo.

Análise do Município

Com o objetivo de identificar todas as potencialidades, devemos elaborar o

inventário do município, analisando uma série de aspectos. Inicialmente, damos

uma visão geral do município, descrevendo sua localização, acessos, característi-

cas geográficas etc. Em seguida, tratamos em particular dos seguintes aspectos:

• Gestão e Divulgação – Descrever dados gerais do município (localização,

características geográficas, econômicas e turísticas), aspectos de gestão

pública relacionadas direta ou indiretamente ao Turismo (órgãos e respon-

sáveis, COMTUR, FUMTUR, dotação orçamentária, projetos de lei, plano di-

retor, incentivos, programas, legislação), formas de divulgação (promoção,

veículos de comunicação, participação em feiras e eventos, site oficial) e

fluxo turístico (procedência, permanência, motivação);

• Recursos e Atrativos Turísticos Naturais – Descrever todos os re-

cursos e atrativos naturais, técnico-científicos, pedagógicos e eventos

Mas para que serve o inventário

do município?

Inventário: Descrição minuciosa da área in-

vestigada; enumeração dos serviços e equipa-

mentos existentes.

Principais Tópicos do Inventário Turístico

36 37FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos Potencialidades Turísticas do Município36 37FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos Potencialidades Turísticas do Município

a eles relacionados, bem como sua localização - no meio urbano ou

rural. Quando tais atrativos se localizarem no meio rural, especificar as

propriedades a que pertencem e citar o que é necessário para que os

recursos se transformem em atrativos turísticos; ou, ainda, o que pode

ser realizado para agregar valor aos atrativos turísticos já existentes;

• Recursos e Atrativos Turísticos Histórico-Culturais – Descrever

todos os recursos histórico-culturais, técnico-científicos, pedagógi-

cos e eventos a eles relacionados, bem como sua localização – no

meio urbano ou rural. Quando tais atrativos se localizarem no meio

rural, especificar as propriedades a que pertencem e citar o que é

necessário para que os recursos se transformem em atrativos tu-

rísticos; ou, ainda, o que pode ser realizado para agregar valor aos

atrativos turísticos já existentes;

• Infra-Estrutura Básica – Descrever os elementos da infra-estrutura

básica tanto no meio urbano quanto no rural, tais como: transportes

em geral, vias e acessos, energia, água, saneamento, limpeza pública,

comunicação, saúde e segurança; destacar seus pontos fortes e fracos

e definir as prioridades;

• Infra-Estrutura Turística – Descrever os elementos da infra-estrutura

turística, tanto no meio urbano quanto no rural, tais como: sinalização

turística, agência de turismo, transportes turísticos, serviços de apoio

ao turista e equipamentos de hospedagem, alimentação e entreteni-

mento; destacar seus pontos fortes e fracos e definir as prioridades.

Atenção

No inventário, vamos descrever e analisar

os aspectos turísticos do município. Seja

objetivo, mas também crítico.

MAPA TURÍSTICO DO MUNICÍPIO

A elaboração de um mapa turístico pelo município é uma ação que contribui

significativamente para a divulgação dos atrativos e equipamentos disponíveis,

além de facilitar o acesso do turista às localidades. Existem várias maneiras de

elaborar um mapa turístico. Apresentamos, como exemplo, nas páginas 38 e 39,

os mapas urbano e rural de Itu (SP), elaborado no Projeto Piloto: Programa de

Turismo Rural – “Agregando Valor à Propriedade”, realizado naquele município

em 2005.

Dica

Nesses mapas, você pode desenhar corredores,

circuitos, rotas, roteiros e itinerários turísticos.

3� 3�FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos Potencialidades Turísticas do Município3� 3�FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos Potencialidades Turísticas do Município

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40 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos

REVISÃO

Até aqui, você compreendeu a estrutura do sistema turístico e conheceu

um pouco melhor o seu município. Agora, você terá um novo olhar sobre a sua

propriedade!

• Inventário do Município

• Mapa Turístico do Município

41FAESP SENAR-AR/SP Turismo

Neste capítulo, você vai:

• elaborar o inventário da propriedade;

• identificar os pontos fortes e os pontos fracos e definir o que explorar e o que melhorar;

• criar um roteiro entre as propriedades.

OPORTUNIDADES DE EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS

42 43FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos Oportunidades de Empreendimentos Turísticos42 43FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos Oportunidades de Empreendimentos Turísticos

INVENTÁRIO DA PROPRIEDADE

Neste momento, passamos a visualizar a propriedade como um empre-

endimento turístico. Nele, temos que ver claramente os recursos efetivamente

disponíveis, para investir na melhor utilização dos espaços e adequá-los ao tu-

rista. Além disso, é preciso conciliar a atividade turística e as outras atividades

da propriedade, respeitando a privacidade e o uso desta pela família.

É necessário analisar a propriedade em relação a atrativos, acesso, loca-

lização e outros aspectos, para conhecer o seu potencial turístico.

A mudança depende do esforço de cada um. Assim, devemos con-

siderar também:

• Estruturas desativadas que podem ser utilizadas;

• Recursos naturais, históricos e culturais;

• Potencialidades dos familiares;

• Conciliação entre as potencialidades e a vocação da propriedade.

Para identificar todas as potencialidades da propriedade, devemos

elaborar um inventário, analisando uma série de aspectos. Inicialmen-

te, damos uma visão geral da propriedade, descrevendo sua localização,

acessos, vizinhança, características particulares e legais. Em seguida, tra-

tamos em particular dos seguintes tópicos:

• Recursos e Atrativos Turísticos – Descrever todos os recursos e

atrativos, bem como sua localização. Citar o que é necessário para os

recursos se transformarem em atrativos turísticos, ou o que pode ser

realizado para agregar valor aos atrativos turísticos já existentes;

• Infra-Estrutura Básica – Descrever os elementos da infra-estrutura

básica, destacando seus pontos fortes e fracos e definindo prioridades;

• Infra-Estrutura Turística – Descrever os elementos da infra-es-

trutura turística, destacando seus pontos fortes e fracos e definindo

prioridades;

• Infra-Estrutura ligada à Produção Agro-silvo-pastoril – Descre-

ver os elementos da infra-estrutura agrícola e/ou pecuária, anali-

sando as possibilidades de visitação turística ou de integração à

atividade turística;

Propriedade como Empreendimento Turístico

Levantamento das Potencialidades da Propriedade

Dica

No meio rural, alguns recursos naturais per-tencem a mais de uma

propriedade. Cabe, então, uma colaboração entre

os proprietários, para sua exploração.

42 43FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos Oportunidades de Empreendimentos Turísticos42 43FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos Oportunidades de Empreendimentos Turísticos

• Recursos Humanos – Descrever os recursos humanos disponíveis, familia-

res ou não, e suas características potenciais para aproveitamento turístico;

• Recursos Financeiros – Descrever os recursos financeiros disponíveis

para investimento num empreendimento turístico.

PONTOS FORTES E PONTOS FRACOS

Após a descrição de todos os aspectos da propriedade, devemos identificar

seus pontos fortes e seus pontos fracos sob o ponto de vista turístico. Ao mesmo

tempo, é importante definir o que pode ser explorado e o que deve ser melhorado

para a implantação de um empreendimento turístico, ou seja, definir prioridades.

Quais são os pontos fortes e os pontos fracos da sua propriedade? Des-

creva-os num quadro.

Pontos Fortes O Que Explorar

Construções antigas – Senzala desativada

Montar um ponto de venda, aproveitando a estrutura da Senzala

Equipamentos e imple-mentos agrícolas antigos sem utilização

Usar os equipamentos e implementos agrícolas antigos para decoração do Hall de Recepção dos turistas

Pomar grande e com diver-sidade de frutas, para as diferentes estações do ano

Utilizar o pomar como atrativo turístico, permitindo que o turista colha as frutas e as deguste no local

Pontos Fracos O Que Melhorar

Cercas e porteiras sem manutenção

Arrumar as cercas e as porteiras de forma atrativa e em harmonia com a paisagem e a estrutura da propriedade

Falta de paisagismo e sinalização

Melhorar o paisagismo e pensar em uma sinaliza-ção de acordo com o conceito do empreendimento

Barracões e estruturas com equipamentos desati-vados e desorganizados

Organizar os barracões e as estruturas, aprovei-tando os equipamentos para outros fins de forma organizada, como, por exemplo, um museu

O que explorar com base nos

pontos fortes da propriedade.

O que melhorar com base nos

pontos fracos da propriedade.

44 45FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos Oportunidades de Empreendimentos Turísticos44 45FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos Oportunidades de Empreendimentos Turísticos

Analisando os dados dos quadros, vamos fazer um croqui da nossa pro-

priedade e listar as potencialidades que podem ser exploradas e os aspectos

a ser melhorados. Veja os exemplos a seguir:

Sede construída

Galinheiros em construção

Confinamento e curral a fazer

Colônia construída Estrebaria pronta

Dica

Capriche, pois o croqui será utilizado nos próxi-

mos treinamentos.

Atenção

Este é um croqui feito por técnicos. Você vai fazer um croqui

mais simples. Não se preocupe!

44 45FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos Oportunidades de Empreendimentos Turísticos44 45FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos Oportunidades de Empreendimentos Turísticos

ROTEIRO ENTRE PROPRIEDADES

Para ser bem-sucedidos como empreendedores no Turismo Rural, temos que

trabalhar em sintonia com a comunidade local. Isso quer dizer desenvolver o negócio

estando bem informado tanto em relação às nossas próprias potencialidades como

em relação às possibilidade de nossos vizinhos e do município como um todo.

Vamos desenhar um mapa com os potenciais parceiros existentes no entorno

da nossa propriedade.

Com base na cooperação e integração entre os empreendedores e com o

apoio do poder público e dos residentes do município, teremos certamente um

roteiro turístico competitivo.

REVISÃO

• Inventário da Propriedade

• Pontos Fortes e Pontos Fracos: o que Explorar e o que Melhorar

• Roteiro entre Propriedades

No próximo treinamento, você vai conhecer um pouco da história e das

manifestações histórico-culturais, e vamos, ainda, fazer o resgate da cultura

local.

Dica

1. Estimular os artesãos e artistas locais.

2. Estar sempre informado sobre os principais even-tos culturais da região.

3. Aliar-se à comunidade para diversificar o seu

negócio.4. Dar preferência a pro-

dutos locais.5. Valorizar o patrimônio

histórico da cidade.

Exemplo de Mapa das Propriedades Rurais nos Bairros

46 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos46 47FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos Bibliografia

Nesta Bibliografia, você vai:

• encontrar todas as fontes que foram consultadas para a elaboração desta Cartilha;

• selecionar as obras para aprofundar seus conhecimentos.

Bibliografia

46 47FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos Bibliografia

ALMEIDA, Joaquim Anécio; FROEHLICH, José Marcos, RIEDL, Mário (orgs.). Turismo rural e o desenvolvimento sustentável. Campinas: Papirus, 2000.

ALMEIDA, Joaquim Anécio; RIEDL, Mário (orgs.). Turismo rural: ecologia, lazer e desen-volvimento. Bauru: EDUCS, 2000.

ANSARAH, Marilia Gomes dos Reis (org.). Turismo: segmentação de mercado. 4ª ed. São Paulo: Futura, 2001.

BARRETTO, Margarita. Manual de iniciação ao estudo do turismo. 12ª ed. Campinas: Papirus, 2002.

BENI, Mário Carlos. Análise estrutural do turismo. 6ª ed. São Paulo: Senac, 2001.CAMPOS, Luiz Cláudio de A. M.; GONÇALVES, Maria Helena B. Introdução a turismo e

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São Paulo: Atlas, 2002.OMT - ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO. Guia de desenvolvimento do turismo sus-

tentável. Trad. Sandra Netz. Porto Alegre: Bookman, 2003.PEARCE, Douglas G. Geografia do turismo: fluxos e regiões no mercado e viagens. São

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citec, 1999.REJOWSKI, Mirian (org.). Turismo no percurso do tempo. 2ª ed. São Paulo:

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mento, estratégia e gestão. São Paulo: Atlas, 2003.EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo. RINTUR – Roteiro de informações turísticas

ano base 2000/2001. Instituto Brasileiro de Turismo – Embratur, 2001.RUSCHMANN, Doris van de Meene. Turismo e planejamento sustentável: a proteção do

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http://www.turismo.gov.brhttp://www.ciencia.sp.gov.br/turismo/http://www.turismorural.org.brhttp://www.wto.org.sphttp://www.ecoturismo.org.br

4� FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos

NÃO DESISTA NAS DIFICULDADES

Você deve conhecer o bambu chinês. Essa planta tem uma característica interessante. Depois de

plantada a semente, por quatro anos praticamente nada se vê de seu desenvolvimento, exceto o lento

desabrochar de um diminuto broto a partir do bulbo. Durante quatro anos, o crescimento da planta

se dá subterraneamente, numa maciça e fibrosa raiz, que se estende horizontalmente pela terra. Mas

então, no quinto ano, o bambu chinês começa a crescer, até atingir 24 metros. Muitas coisas na vida

pessoal e profissional são iguais a esse bambu chinês. Principalmente as mudanças para melhoria na

qualidade e na empresa. Você trabalha, investe tempo e esforço, faz tudo que pode para nutrir seu

crescimento, e às vezes nada se vê por semanas, meses ou mesmo anos. Mas, se tiver paciência para

continuar trabalhando e nutrindo, o “quinto ano” chegará e o crescimento e a mudança que vão se

processar o deixarão espantado.

O bambu chinês mostra que não podemos desistir facilmente das coisas. No trabalho, especial-

mente em projetos que envolvem mudança de comportamento, cultura e sensibilização para novas

ações, devemos nos lembrar do bambu chinês, para não desistirmos tão rapidamente diante das

muitas dificuldades que costumam vir pela frente.

Extraído do livro “O que podemos aprender com os gansos”,

de Alexandre Rangel, São Paulo: Original, 2003.

SENARSÃO PAULO

O SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural é uma entidade de direito

privado sem fins lucrativos. Criado pela Lei n.º 8.315, de 23 de dezembro de 1991, e

regulamentado em 10 de junho de 1992, teve a Administração Regional de São Paulo

criada em 21 de maio de 1993.

Instalado no mesmo prédio da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo,

o SENAR-AR/SP tem como objetivo organizar, administrar e executar, em todo o Es-

tado de São Paulo, o ensino da Formação Profissional e da Promoção Social Rurais,

dirigido a pequenos produtores, trabalhadores rurais e seus familiares.

PROGRAMA TURISMO RURAL “AGREGANDO VALOR À PROPRIEDADE”

1. Turismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos

2. Turismo Rural: Identidade e Cultura

3. Turismo Rural: Gestão de Empreendimentos

4. Turismo Rural: Ponto de Venda de Produtos

5. Turismo Rural: Meios de Hospedagem

6. Turismo Rural: Meios de Alimentação

7. Turismo Rural: Atividades Turísticas em Áreas Naturais

8. Turismo Rural: Atendendo e Encantando o Cliente

9. Turismo Rural: Resgate Gastronômico

10. Turismo Rural: Consolidação do Programa

SUPLEMENTOS

Roteiro de Inventário Turístico

Legislação e Turismo Rural

FAESP – FEDERAÇãO DA AGRICULtURA DO EStADO DE SãO PAULOSENAR-AR/SP – SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL

Administração Regional do Estado de São Paulo

MódulosIntrodutórios

MódulosEspecíficos

Módulos de Consolidação