turismo pelo brasil

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Dos Anais do Conselho de TDos Anais do Conselho de TDos Anais do Conselho de TDos Anais do Conselho de TDos Anais do Conselho de Turismo da CNCurismo da CNCurismo da CNCurismo da CNCurismo da CNC

PRESIDENTEOswaldo Trigueiros Jr.

VICE-PRESIDENTEHélio Carlos de Souza

SECRETÁRIO-EXECUTIVOJosé Maria Mendes Pereira

CONSELHEIROSAlfredo LauferAndrea NakaneAngelo Muniz Freire VivacquaAyrton BaffaAylton CostaBayard do Couto BoiteuxBeatriz Helena Biancardini ScvirerCarlos Alberto de Andrade PintoCarlos Américo Sampaio ViannaCarlos Augusto Guimarães FilhoCarmem Fridman SirotskyCleber Brisis de OlivieraCristiano Rodrigues Teixeira da SilvaCristóvão Leite de CastroDaltro Assunção NogueiraDarcy Daniel de DeusDécio CamõesDirceu Ezequiel de AzevedoEduardo Jenner Farah de AraujoElza Soares Costa MarquesEnrico LavagettoFrancisco Inácio HavasGenaro CesárioGeorge IrmesGilson CamposGilson Gomes NovoGlória de Britto PereiraGlória Konrath NabucoGontijo José Theodoro

Harvey José SilvelloHélio AlonsoHomero Henrique Rosa RangelHorácio NevesJoana PalharesJoandre Antonio FerrazJoão Augusto de Souza LimaJoão Portella Ribeiro DantasJoaquim Xavier da SilveiraJomar Pereira da SilvaJosé Carlos TedescoLia Márcia Ribeiro da SilvaLuiz Carlos BarbozaLuiz Guilherme Neiva CartolanoMargaret Rose de Oliveira SantosMaria Eliza de MattosMaria Ercília Leite de CastroMário SaladiniMaureen FloresMaurício de Maldonado Werner FilhoMauro José de Miranda GandraMilton Calheiros de BritoMurillo CoutoNadir Regina Titton Parigot de SouzaNely Wyse AbaurreNilson Guilhem GuilhemO. Mário BragaOlavo Lyra MaiaOrlando Machado SobrinhoOrlando Kremer MachadoPaulo Barreto de AraujoPaulo PizãoRicardo Frazão do NascimentoRoque Vicente FerrerSandra Tavares da RosaSérgio Ricardo Martins de AlmeidaTânia OmenaWaldir de Araujo Castro

Membros do Conselho de TMembros do Conselho de TMembros do Conselho de TMembros do Conselho de TMembros do Conselho de Turismourismourismourismourismo

Turismo pelo Brasil

Rio de Janeiro, 2001

Confederação Nacional do ComércioConfederação Nacional do ComércioConfederação Nacional do ComércioConfederação Nacional do ComércioConfederação Nacional do Comércio

BrasíliaBrasíliaBrasíliaBrasíliaBrasília

SBN Quadra 1 Bloco B - no 14, 15o ao 18o andar

Edifício Confederação Nacional do Comércio

CEP 70041-902 - Brasília

PABX (61) 329-9500 | 329-9501

E-mail: [email protected]@[email protected]@[email protected]

Rio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroRio de Janeiro

Avenida General Justo, 307

CEP 20021-130 - Rio de Janeiro

PABX (21) 3804-9200

E-mail: [email protected]@[email protected]@[email protected]

Web site: wwwwwwwwwwwwwww.cnc.com.br.cnc.com.br.cnc.com.br.cnc.com.br.cnc.com.br

Confederação Nacional do Comércio Turismo pelo Brasil/Confederação Nacional do Comércio, Conselho de Turismo. – Rio deJaneiro : CNC, 2001.

172 p.

1. Turismo. 2. Brasil. I. Título.

Projeto Gráfico: Projeto Gráfico: Projeto Gráfico: Projeto Gráfico: Projeto Gráfico: SG | DAD | CAA | SDI - Unidade de Programação Visual

Apresentação Antonio Oliveira Santos

A Política Nacional de Turismo Caio Luiz de Carvalho

A Nova Visão Turística de São Paulo José Maria Mendes Pereira

O Turismo no Rio de Janeiro Roberto Gherardi

Turismo no Rio Grande do Norte Ivanaldo Bezerra Araújo Galvão

Turismo Ecológico no Amazonas Paulo Roberto dos Santos Corrêa

Desenvolvimento do Turismo no Rio Grande do Sul Günther Staub

A Estratégia de Desenvolvimento do Paulo Renato Dantas Gaudenzi

Turismo da Bahia – 1991–2002

O Ceará Caminhando para o Novo Século Anya Ribeiro

O Pará e seu Potencial Turístico Adenauer Góes

Rio de Janeiro: o Plano Maravilha Gérard Bourgeaiseau

Pernambuco: Turismo Indutor de Desenvolvimento Frederico Loyo

Plano de Desenvolvimento Integral do Turismo do Kátia Lima

Maranhão – Plano Maior

Cruzeiros Marítimos Flávio de Almeida Coelho

Mato Grosso no Contexto do Turismo Mundial Ezequiel José Roberto

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Apresentação

TTTTTurismo pelo Brasilurismo pelo Brasilurismo pelo Brasilurismo pelo Brasilurismo pelo Brasil é mais uma contribuição da Confederação Nacional do Co- mércio ao processo de desenvolvimento do turismo neste País. É, também, o

reconhecimento do esforço feito na área governamental, em colaboração com a ini-ciativa privada, para consolidar a atividade turística.

Divulgando projetos e realizações dos Organismos Oficiais de Turismo do Brasil, tra-zidos ao plenário do nosso Conselho de Turismo pelos seus dirigentes, a CNC realça assuas estratégias de trabalho e manifesta o seu objetivo de manter o diálogo construti-vo e permanente com o governo, confirmando a sua vocação para apoiar e fortalecera evolução do turismo nacional.

Antonio Oliveira Santos

Presidente da CNC

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A Política Nacional de Turismo

Caio Luiz de CarvalhoCaio Luiz de CarvalhoCaio Luiz de CarvalhoCaio Luiz de CarvalhoCaio Luiz de CarvalhoPresidente da Embratur

É para mim uma honra muito grande estar aqui hoje com vocês. A última vez que estive aqui foi no final de 1993 ou no início de 1994, quando eu ainda era secre-

tário nacional de turismo, e o ministro era o Sr. José Eduardo Andrade Vieira. Eu melembro do carinho com que a Confederação Nacional do Comércio me recebeu na-quela ocasião, e fiquei impressionado com a organização que vocês demonstraram:foi a primeira vez que estive num local, falando de improviso, conversando com espe-cialistas e com companheiros que dominam este segmento, e logo em seguida recebios anais da reunião contendo as notas taquigráficas de tudo o que eu falei – enfim, éuma organização ímpar. De lá para cá, muita coisa aconteceu, graças a Deus. Quemler aquelas notas taquigráficas, tão bem elaboradas sob a supervisão do nosso JoséMaria, vai poder comparar e ver que as coisas começaram a acontecer.

Eu sempre fui uma pessoa muito cética com relação a uma explosão da indústria deviagens e turismo, de uma hora para outra neste País, pois este é um segmento econô-mico que exige ponderações e reflexões. A complexidade e o entendimento desse seg-mento cada vez mais me fascinam, pois constitui um desafio para todos nós quetrabalhamos neste setor, principalmente num País como o Brasil. Mas hoje eu souum otimista, não porque trabalho no governo, mas porque estou convencido de que oproblema maior que atingia o nosso segmento, que era a falta de conscientização dasautoridades, já não é um problema tão grave. Porque já foi muito pior. Nós avança-mos muito nesta área. Eu, como paulista, quero fazer uma ponderação aos compa-nheiros do Rio de Janeiro: nós, que vivemos em São Paulo e no Rio de Janeiro, àsvezes não nos apercebemos do que é o Brasil. Esta é uma realidade sobre a qual eutenho falado, e tenho sofrido muitas críticas dos meus companheiros de São Paulopor falar isso. Brasília é uma cidade que nos ensina muito nesta questão; lá vocêaprende a entender o Brasil, a despir a camisa do seu Estado de origem, e aí receber ascarências, as demandas, vendo que as demandas que você menos recebe são justa-mente as desses dois Estados líderes, que são o Rio de Janeiro e São Paulo. Isso é umfato que a gente tem que analisar.

Por outro lado, a conscientização hoje já existe entre os governantes. Em geral nós

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saímos muito nas colunas sociais. Não que eu seja contra as colunas sociais, mas o fatopositivo é que cada vez mais nós aparecemos nos cadernos econômicos, o que nãoacontecia no passado. Hoje é possível um prefeito de uma cidadezinha do Rio Grande doNorte chamada Ceará Mirim fazer um concurso público para contratar um bacharelem Turismo. E o mesmo está acontecendo em muitas outras cidades do País. Nossaimprensa especializada está procurando cada vez mais se aprimorar e fazer a leitura decases que acontecem em outros destinos. Agora, que tem muita coisa para acontecer,tem.

Hoje, aqui, mais do que ter a pretensão de fazer uma palestra ou conferência, que não éo meu forte, eu adoraria tomar conhecimento daquilo que vocês gostariam de saber, edas experiências de quem está vivendo esse momento muito rico na história deste País.Ainda que haja muitos que não se adequaram à estabilidade financeira e têm saudadeda ciranda financeira, o fato é que nós estamos evoluindo, e nosso País está partindopara um cenário extremamente otimista. Esse cenário otimista nos permite adquirircredibilidade no exterior, o que acaba beneficiando, de forma direta, o cenário futuropara o nosso segmento, que é o Turismo. Com a estabilidade, temos a vinda de investi-dores estrangeiros, de pessoas que querem fazer joint ventures no Brasil, ou de pessoasque estão interessadas em conhecer um pouco do que é o Mercosul.

Neste setor estamos tendo um grande crescimento mas temos tido também erros deestratégia. Há pouco eu conversava com o embaixador João Dantas sobre o perfil doturista que nós estamos procurando buscar. Isso nos custou muito no passado e, noNordeste, está custando até agora. Como eu sempre digo, no turismo nós estamossempre aprendendo. Ainda hoje mesmo, no elevador, o embaixador me falava sobre oTurismo de Negócios. É claro que o Turismo de Eventos e Negócios é hoje um seg-mento em que nós temos que investir cada vez mais. São Paulo, que tem todos os seusproblemas sociais e estruturais, problemas de segurança, está com sua hotelaria comalta taxa de ocupação, devido ao Turismo de Negócios. Eu não aceito quando meusamigos hoteleiros se queixam, porque não dá para se queixar com as maiores taxas deocupação hoteleira da América Latina e com a maior diária per capita da AméricaLatina, que estão em São Paulo, por mais que as pesquisas não o digam. Eu melembro de que, quando eu estava em São Paulo, em 1985 e 1986, a taxa de ocupaçãodos hotéis de Guarujá, em pleno mês de fevereiro, apontavam em 10%, quando oshotéis estavam lotados.

Aqui no Rio é diferente, porque o Rio é o maior portão de entrada de nosso País. Se oturismo do Rio de Janeiro vai bem, o turismo do Brasil cresce, e as coisas começam a

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acontecer. O nosso querido embaixador João Dantas fez uma ponderação que nuncatinha me passado pela cabeça, sobre o fato de o Rio de Janeiro ser a Cidade Maravilhosae ser o maior destino turístico do País, sendo talvez até maior do que o Brasil, em termosde conhecimento – porque lá fora muitas vezes os estrangeiros só falam do Rio deJaneiro, não falam do Brasil. Há pouco tempo foi feita uma pesquisa em Nova Iorquepor um especialista em marketing, Cid Pacheco, sobre o que os americanos pensavamdo Rio de Janeiro. E o embaixador João Dantas há pouco me chamava a atenção paraisso: em geral as pessoas não vêem o Rio de Janeiro como um destino para Turismo deNegócios. Mas acho que isso vai começar a mudar. Na verdade, já está começando amudar. O Sr. Ronaldo Cesar Coelho vem fazendo um trabalho muito bom neste sentido,e acho que o próprio Mercosul, a Firjan ou a CNC podem contribuir para isso.

Agora, eu gostaria de mostrar a vocês um vídeo que talvez alguns já tenham visto. Essevídeo, que apontava caminhos, foi feito em março do ano passado, mas depois eu voupassar a apontar os resultados concretos que aconteceram desde aquela época até hoje.

O vídeo é um pouco longo, mas é bem didático e nos poupa uma palestra, que seria umpouco chata. Gostaria de fazer algumas observações pontuais sobre o vídeo que acaba-mos de ver.

Quanto ao Projeto “Visite o Brasil”, nós não conseguimos fazê-lo decolar, porque depen-dia muito de o embaixador local vestir a camisa do Projeto. Na verdade ele só existe emLondres, por conta do nosso embaixador Rubens Barbosa, que, com muita competência,talento e amor à causa está fazendo com que melhore o fluxo turístico da Inglaterrapara o Brasil. Outro lugar onde esse projeto está tendo sucesso é a Alemanha.

Outra coisa curiosa é a questão das feiras. Sabíamos que todos criticavam a Embratur,porque se apresentava mal nas feiras internacionais. Nós encontramos um modelo,junto com a Fenactur, que está sendo elogiado por todos. A partir do momento em quenós terceirizamos para a Fenactur, está sendo possível contratar profissionais lá fora aum preço menor, sem aqueles problemas de burocracia que acabavam inviabilizandoa participação do Brasil. Então eu convido os companheiros a conversarem com osoperadores do Rio de Janeiro que participaram das feiras. Tenho certeza de que aresposta certamente vai ser positiva, pois já melhorou muito a imagem do Brasil.

Gostaria de abordar rapidamente quatro pontos que foram colocados no vídeo, quesão as políticas macroestratégicas. É óbvio que não vou descer aos chamados objetivosestratégicos, porque eu costumo dizer que, objetivo, a gente só tem um: aumentar ofluxo de turistas no mercado interno, e captar turistas de outros mercados para o País.

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Este é o objetivo maior de qualquer órgão de Turismo e de qualquer pessoa que estejatrabalhando com Turismo. Mas as estratégias para que a gente chegue a isso são de doistipos: as macroestratégias e aquelas 10 estratégias que foram colocadas no vídeo. Dentreessas macroestratégias eu gostaria de falar rapidamente sobre coisas importantes queestão acontecendo.

Primeiro, a questão da infra-estrutura básica. Está sendo feito um trabalho muito fortee hoje existe uma consciência de que não é possível o turista ir para uma região ondehaja esgotos a céu aberto. Quem achar que isso é possível deve mudar de ramo, senão vaià falência. Porque hoje a concorrência cada vez mais se prepara, se embeleza, se veste; e,por mais que tenhamos recursos naturais e culturais, não vai ser só por isso que osturistas virão aqui. Certa vez ouvi uma colocação muito interessante feita pela prefeitade um pequeno Município brasileiro, que me dizia: “Doutor, não acredito nessa históriade cidade turística; acho que cidade boa para o turista é aquela que é boa para o cidadão;se ela não for boa para o cidadão, não vai ser boa para o turista.” É por isso que eu faloque a gente está aprendendo sempre. Quando eu repeti essa colocação para o nossoquerido prefeito Luiz Paulo Conde, na última sexta-feira, ele gostou muito, porque nãoexiste uma frase mais verdadeira do que esta, para quem trabalha com turismo. Se vocênão se sente bem na sua cidade, como é que o turista vai se sentir bem nela? É fantásticoo que se aprende trabalhando com Turismo. Então, a infra-estrutura básica é um setorem que o governo Fernando Henrique Cardoso está investindo muito. Mas está investin-do não só em projeto; está in-vestindo em ações, em aeroportos, em rodovias, em saneamento básico das cidadesturísticas. Isso é uma realidade, onde estão sendo investidos US$ 800 milhões. Naregião da Amazônia Legal começam a ser investidos US$ 30 milhões. Estamos traba-lhando com o Prodetur Sul, por conta do Mercosul, com a Organização dos EstadosAmericanos e com o próprio BID e com o Banco Regional de Desenvolvimento Econô-mico e Social. E aqui, na nossa Região Sudeste, em boa hora eu vi que o nosso queri-do Roberto Gherardi se uniu ao presidente da Turminas, e os governadores MárioCovas, Eduardo Azeredo, Marcello Alencar e Victor Buaiz se uniram, e nós estamosfazendo um programa de obras e infra-estrutura básica para a Região Sudeste. Existeaí uma questão que nós temos que entender: são programas de médio e longo prazos.O programa do Nordeste demorou quatro anos para acontecer. Só que, se ninguémtivesse começado há quatro anos, não teria acontecido nem agora.

Essa é uma questão pela qual eu me bato muito. Acho que a nossa geração, nesteponto – não que nós tenhamos errado, porque aqui estou vendo uma elite diante de

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mim – na teoria nós sabíamos tudo o que tinha que ser feito, mas infelizmente nãolevamos em conta as questões estruturais do País, as questões políticas. Eu me lembroque, em 1983, falar de turismo no Estado de São Paulo, era falar em concurso de miss,era dar banda e fanfarra para cidades do interior. Isso é que era Turismo. Hoje as coisasmudaram, e muito. Vocês podem encontrar às vezes alguém que foi colocado na direçãode um órgão de turismo porque é amigo de um político poderoso e achava que naquelecargo poderia viajar e participar de coquetéis, mas isso é uma exceção, e esse cara não vaiagüentar o tranco. No passado havia toda essa mentalidade, caracterizada peloimediatismo dos políticos, da qual nós fomos vítimas, mas as coisas melhoraram. Eugosto de repetir uma frase do governador do Rio Grande do Norte, Garibaldi Alves, quediz que se deve governar para as próximas gerações, não para as próximas eleições. O queaconteceu sempre na história deste País é que na hora em que alguém começava aocupar um cargo público, ele já estava preocupado em ganhar as próximas eleições. Nãoestou generalizando, o que seria leviano, mas estou dramatizando, porque nós chegamosonde chegamos porque aconteceu alguma coisa.

Pois bem, acho otimista o cenário de hoje. Temos uma convivência muito saudávelcom uma estabilidade em que ninguém acreditava, e que, ainda, hoje alguns achamque não vai dar certo. Porque aqui no Brasil a gente tem que, primeiro, fazer com quedê certo e, depois, torcer para que não venha algum desesperado débil mental estra-gar tudo. Porque existe uma tendência a torcer pelo naufrágio, segundo a tese do“quanto pior, melhor”. Isso é uma coisa que nós temos que extirpar deste País. Nós,que estamos aqui, e que somos uma Elite com E maiúsculo, uma elite pensante, umaelite idealista, temos que enfrentar isso. Nesse sentido, acho que o cenário é muitopositivo, porque hoje temos a preocupação de que Turismo se faz com infra-estruturabásica, com programas de capacitação profissional, com uma busca da melhoria daqualidade dos serviços, com legislação moderna competitiva diante de mercados con-correntes, e, também, com muito marketing promocional. Como é que nós vamosser conhecidos se não investirmos em marketing promocional? Essa parceria que foifeita nesses três anos, foi um trabalho de formiga, um trabalho que não aparece paraa imprensa.

Eu me revolto muito quando a mídia começa a divulgar algumas coisas da Embraturque estão começando a sair do forno, e dizem: “Puxa, agora você está trabalhando,está de parabéns.” E pouca gente sabe que custou dois anos de trabalho para que esseproduto fosse uma realidade. Foram necessários dois anos de trabalho para viabilizar omaior orçamento da história da Embratur. Antes, em cada congresso da ABAV, meus

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companheiros e muitas pessoas idealistas faziam palestras e diziam: “no ano que vemvamos ter US$ 14 milhões para investir em marketing e promoção”, e nós nuncativemos dinheiro. A média da Embratur, nos últimos 10 ou 15 anos, era de US$ 3milhões por ano para investir em marketing e promoção, para reverter percepções,reverter tendências. E nós achávamos que com isso seria possível resolver todos osproblemas. Agora, não adiantava você achar que iria resolver porque você era amigodo presidente, ou porque você era uma pessoa séria, ou porque o setor privado estavado seu lado, e os jornalistas do setor estavam do seu lado. Você tinha que ir lá, perderum ano com planejamento estratégico que tivesse pé e cabeça, para convencer otécnico lá de baixo do Ministério do Planejamento, para mostrar a ele que aqueledinheiro iria ser aplicado dentro de um planejamento. E isso foi feito. Mas não foifeito só por mim; foi feito por todos os companheiros da Embratur, pelas pessoas quetrabalhavam no Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo.

Sem dúvida – neste ponto eu sou realmente cabotino – o presidente Fernando HenriqueCardoso é uma pessoa que acredita realmente no Turismo. Ele acredita mesmo. Infe-lizmente eu não tive a oportunidade de falar com ele aqui no Rio, mas estive com eleem sete ou oito eventos, em dois anos, onde ele presidiu eventos da Embratur, o que éuma coisa inédita neste País. Há pouco tempo, o jornalista Horácio Neves, do Brasilturis,perguntou ao presidente se ele podia fazer uma mensagem, e ele falou para a AnaTavares: “Manda uma foto de quando eu estava na Amazônia, pescando de barco.”Isso quer dizer que ele acredita nessa indústria.

Agora, é claro que isso passou também por um processo profundo e muito dramáticode nós sacrificarmos amigos e pessoas muito competentes, que trabalhavam naEmbratur. Eu peguei a Embratur com 260 funcionários e ela está hoje com 162.Houve uma mudança para Brasília, feita de uma forma burra, e que acabou dandoproblemas para o turismo brasileiro, pois acabou fazendo com que os melhores técni-cos da Embratur, que estavam aqui – a cultura da casa estava aqui – acabassemsendo massacrados. E sem alternativa. Ninguém poderia resolver esse problema. Eusofri muito porque tive amigos meus que hoje até se aposentaram, que saíram duran-te a minha gestão. Muitos técnicos saíram durante a minha gestão. Mas o fato é oseguinte: a lei foi mudada. E mudar essa lei parecia impossível.

Eu acho que, como eu disse, isso é passado. Temos aqui o Nilo, que é um profissionalda área, um companheiro de vocês, pois o ministro Dornelles fez questão de manter oNilo como chefe do escritório da Embratur aqui. Ele é um hoteleiro, uma pessoa que

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conhece vocês, e eu queria que cada vez mais vocês o utilizassem. Virão muitas boasnotícias para o Rio de Janeiro, entre elas, 17 eventos por todo o País para vender a idéia“O Rio é de Vocês”, como ele começou um projeto-piloto no ano passado e vai continuareste ano. Nós vamos investir muito no Mercosul.

Voltando à questão do marketing e promoção, devo dizer que todo esse trabalho acaboudesembocando em US$ 24 milhões para investirmos em marketing e promoção, o queé algo real. Então, nós estamos começando a aparecer na mídia, vamos aparecer cadavez mais na mídia internacional. Está aí o Roston, nosso diretor de marketing, que estáacompanhando a veiculação durante o ano inteiro, pela CNN, de um clipe de umminuto em âmbito mundial, sobre o Brasil. Isso vai ajudar a reverter a percepçãodaquelas questões que sempre macularam a imagem do Brasil. Isso não significa quenós não vamos ter ações pontuais em mercados principais da Europa, como Alema-nha e França, além dos Estados Unidos e o Mercosul.

Há uma outra coisa que é muito importante. O maior programa que está se fazendoneste País, hoje, é um programa que não aparece, e que talvez alguns de vocês conhe-çam: é o Programa Nacional de Municipalização do Turismo. Alguns empresáriosacham que municipalização não tem nada a ver com eles, mas como os senhoresviram, o vídeo mostrado há pouco dizia que o Brasil tinha 1.400 municípios compotencial turístico, dos quais 600 já tinham aderido à metodologia da OrganizaçãoMundial de Turismo. Hoje nós temos 1.580 municípios com potencial turístico, dosquais 800 já aderiram àquela metodologia. Como na nossa área nós temos muitodaquela história de São Tomás de Aquino – o boi que voava – eu gostaria de apresen-tar agora um outro vídeo que mostra o que está acontecendo. Nós temos, espalhadospor todo o País, 236 agentes multiplicadores formados, isto é, professores; além disso,nós temos 1.200 monitores treinados, que podem dar aulas, depois de aprender aaplicação dessa metodologia através de um método alemão – está aqui o Rizzotto,que conhece bem o assunto – pelo qual, através de divergências, se chega a um obje-tivo comum, e se vai buscar aquele objetivo com metas definidas, e executar essasmetas. Posso citar o caso de um rapazinho que chegou ao Ministério como digitadorcontratado por uma empresa de segurança, e hoje dá palestras por aí, falando sobreplanejamento turístico municipal; ele não tem nem curso superior, mas é uma pes-soa que encanta prefeitos, secretários e empresários locais. Eu acho que esse progra-ma é um modelo para o País, e vai ter uma interferência profunda num País como oBrasil, no maior mercado de turismo, que é o Rio de Janeiro, porque ele está melho-rando a qualidade do produto turístico nacional a partir do núcleo, da base, que é o

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Município. Na hora em que você mexe com o núcleo e com a base, você acaba fazendocom que melhore o produto turístico nacional como um todo. Esse programa trata,primeiro, de conscientizar a comunidade. Por exemplo, conscientizar o dono de umasapataria de que o turismo é bom para ele, não porque o turista vai chegar no municípioe comprar sapatos, mas porque vai injetar dinheiro no município, e os cidadãos daquelemunicípio vão poder comprar mais sapatos. Isso faz com que haja todo um engajamentoda sociedade local. Isso muda o método de gestão do prefeito com as coisas do turismo,faz com que o setor privado tenha assento paritário no Conselho Municipal de Turismo,e mais: dá o caminho das pedras para que esse Município possa, por exemplo, criar umfundo de marketing e promoção com receitas próprias, como aconteceu, por exemplo,com a Foztur, em Foz do Iguaçu, onde criaram um mecanismo pelo qual o ônibus deixaum pedágio, e assim por diante, de modo que o Município acabou criando o seu própriofundo. Por isso foi que eu disse que a partir de 1998 vamos ter um cenário extraordiná-rio, porque está vindo uma geração que nós não tínhamos no passado, ou seja, umageração consciente de que turismo é fato econômico e social, e que o turismo pode sertalvez o instrumento maior para nós gerarmos empregos e diminuirmos as nossasdiferenças regionais.

Março de 1997

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A Nova Visão Turística de São Paulo

José Maria Mendes PereiraJosé Maria Mendes PereiraJosé Maria Mendes PereiraJosé Maria Mendes PereiraJosé Maria Mendes PereiraSecretário de Turismo da Cidade de São Paulo

Atendendo convites e convocações, tenho percorrido este País falando sobre Turis- mo e seus reflexos nos programas do governador Laudo Natel, interessado em

transformar o fenômeno turístico na nova variável do processo de desenvolvimento deSão Paulo.

Essas andanças não decorrem de méritos pessoais, mas da condição de ser uma voz deSão Paulo, representante de sua força e de sua liderança no País como fator de êxitoseconômicos e de avanços tecnológicos e científicos. É um dever profissional que cum-pro prazeirosamente e honrado, sobretudo, como no caso presente, em que me curvoà imposição afetiva desse grande amigo, o Dr. Corintho de Arruda Falcão, que presidecom tanto brilho este Conselho e é o grande boss da atividade hoteleira e turística noBrasil.

Envolvido pela máquina da comunicação, o faço com humildade e cautela, reconhe-cendo os riscos e inconvenientes dessa exposição. Se fosse apenas trocar idéias e trans-mitir experiências, tudo bem. Seria mais um neste País de especialistas em turismo,com a verdade individual querendo ser a verdade universal. Um cenário para impro-visações e espertezas, um palco nem sempre atento às perspectivas e realidades doturismo.

Apesar de tudo, a verdade é que o turismo nacional está caminhando bem. Sua posi-ção na estrutura governamental é boa, se bem assimilado o processo geral do plane-jamento oficial, cujos objetivos nacionais, entre os quais ele não se encontra, sãoprioritários e centralizam todo o esforço do governo.

Atente-se para a política dos transportes, com a implantação, melhoria e conservaçãodos equipamentos; para os programas de defesa de meio ambiente; para os projetosde saneamento e educação; para o crescimento econômico do País e a projeção daimagem do seu progresso no exterior; para os planos regionais, estaduais e munici-pais de avaliação e levantamento de recursos – e teremos uma boa visão do Turismo,que vive e se expande em função desses indicadores, constatando que a atividadeconsolida-se como fator de desenvolvimento.

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Estamos queimando etapas para colocar o setor como prioridade nacional, para atransformação deste País em potência turística, situação da qual ainda estamos longe,ao contrário do que muitos afirmam, e o fazem por ignorância, desconhecendo os fatose a verdade.

Poderemos ter o turismo, e o teremos, certamente, como alternativa econômica, comoinstrumento de aceleração do nosso crescimento, uma contribuição valiosa ao nossoprogresso, mas nunca como fator básico, preponderante de nossa riqueza, cuja estru-tura e fundamentos são de outra ordem e origem.

E não vejam heresia nesta minha afirmação. Trata-se apenas de colocar o problemanos seus devidos termos. De racionalizar o assunto. Entendendo, sem afoitezas e oba-oba, a inter-relação entre política geral de desenvolvimento e política setorial de turis-mo. Constatando a existência de metas prefixadas mais importantes, planos estabele-cidos mais convenientes e objetivos programados mais urgentes e preferenciais, pos-tergando projetos setoriais, por mais bem situados que sejam, para oportunidadesfuturas.

Em função disso é que a elaboração turística concentra-se, cada vez mais, nos órgãoscentrais de planejamento. Aos organismos turísticos delega-se a função de acompa-nhar o fenômeno, medindo-o, avaliando-o, determinando as normas da sua oferta eativando a comercialização dos seus produtos, tendência apontada por Giovanni Frescono I Seminário de Turismo, promovido pelo BID, em julho de 1971, em Washington.Tendência absorvida pela legislação brasileira, reservando ao Ministério do Planeja-mento, através do IPEA, órgão do Sistema Nacional de Turismo, a atribuição de reali-zar estudos, pesquisas e análises turísticas.

O I Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, aliás, refere-se ao turis-mo, como de resto toda a legislação brasileira, sem o entusiasmo fácil de certos círcu-los da atualidade turística brasileira, recomendando o essencial:

“O Plano deve incluir medidas que visem ao incremento do turismo, tanto de corren-tes turísticas internacionais como internas, dotando-se as regiões propícias de condi-ções favoráveis.”

Maior síntese, impossível. Esse enfoque parcimonioso do PND resulta da colocação deoutras metas, mais ambiciosas e coerentes com a conjuntura nacional atual, tal comomanter o Brasil, até 1994, entre os 10 países de maior nível global e Produto InternoBruto no mundo ocidental, passando de nono para o oitavo lugar, bem como ultra-

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passar a casa dos 500 dólares de renda per capita ainda em 1994. Com esse objetivoprevê investimentos conjuntos do setor público e do setor privado da ordem de 180bilhões de cruzeiros (a preços de 1972), considerados suficientes para assegurar umataxa de crescimento de oito a 10% ao ano.

A se confirmarem essas previsões, o Brasil chegará ao final do próximo ano com umPIB superior a 300 bilhões de cruzeiros, equivalentes a 54 bilhões de dólares, a preçosatuais.

Esta digressão confirma com os argumentos do PND o que venho expondo: o turismono modelo brasileiro de desenvolvimento não é atividade prioritária, como muitospensam, razão pela qual não lhe são alocados recursos maiores para expansão.

Essa não-prioridade, no entanto, não impede que se opere o setor visando o seu me-lhor aproveitamento no panorama estrutural do País. Tarefa a que devemos estarvoltados, com criatividade e poder de aglutinação, os homens que estudamos e traba-lhamos o turismo nos organismos oficiais e na iniciativa privada, está tão bem ebrilhantemente representada neste Conselho.

Angelo Mariotti indica, nessa linha, que uma Política Nacional de Turismo deve preo-cupar-se em estruturar apoio contínuo e construtivo à iniciativa privada através deuma tríplice função de promoção, impulsão e dissuasão:

“Estimulando as energias potenciais, favorecendo as realizações em andamento e,eventualmente, opondo-se ou desviando as manifestações para outros objetivos quandoos previstos resultam evidentemente antieconômicos.”

O mestre italiano ensina, também, que promoção é uma ação geral de estímulo àiniciativa privada no campo turístico, ação de natureza complexa e com base nainformação estatística do fenômeno.

E no desconhecimento estatístico está o “calcanhar-de-aquiles” do turismo brasilei-ro. A essencialidade estatística ainda não está resolvida. E com o desconhecimentodos números, estamos, em muitos casos, vivendo de profecias e palpites. Ainda nãodimensionamos o turismo internacional que interessa ao Brasil (permanência, per-noites por categoria de alojamento, distribuição geográfica de fluxos e gastos ou in-versão pessoal). Nossa oferta é aleatória, quando já deveria ser precisa: alojamentos,com localização, categoria, capacidade e índice de ocupação sazonal, equipamentoturístico complementar e inventário turístico. Somos carentes de estudos e análisesestruturais, de avaliações econômicas, sociais e administrativas.

2020

O Conselho Econômico e Social das Nações Unidas editou Resolução no 469-E, em 27 deabril de 1953, estabelecendo a classificação básica da estatística turística. O ConselhoNacional de Turismo baixou a Resolução no 71, de 10.04.1969, estabelecendo normaspara a pesquisa turística. Não as transcreverei, são longas e detalhistas, não cabem nestapalestra. Mas, faço a menção visando mostrar que o assunto é importante, que a maté-ria não pode mais ser ignorada, que o tema deve estar presente na preocupação dosestudiosos, ficando sua responsabilidade executiva com o governo.

Encarando essa deficiência, o governo paulista está implantando o Sistema Estadual deEstatística Turística, cujos estudos deflagrei quando Diretor-geral de Turismo do Estado.Silenciosamente, longe dos holofotes da mídia, estamos procedendo os primeiros levan-tamentos e analisando os elementos inerentes ao movimento turístico paulista.

Ao transferir-me este ano da Diretoria de Turismo da Secretaria de Estado para o cargo deSecretário de Turismo da capital paulista, trouxe o mesmo espírito de realização, amesma vontade de criar um núcleo técnico voltado para esses estudos e pesquisas,nascendo daí a Central de Documentação e Informação Turística – Ceditur, encarre-gada da coleta, classificação, tabulação e distribuição das informações. A Ceditur, quepretendo instalada em quatro meses, permitirá a exposição e venda em melhorescondições de comercialização do produto turístico paulistano como um conjunto debens e serviços de boa apresentação e qualidade.

Possibilitando o conhecimento dos recursos paulistanos e sua exploração racional, aCeditur dirigirá sua ação para o empresário do setor, abastecendo-o com informaçõestécnicas sobre o mercado, provendo-o de elementos objetivos para estruturar suasoperações e planos econômicos.

O que estamos fazendo em São Paulo poderá ser um exemplo para outras cidades ouestados. Seremos um laboratório para outros organismos oficiais, já que atingimosum ponto ideal na conjugação de esforços do Estado, do Município e da iniciativaprivada no ânimo de criatividade e realização.

O nosso plano é simples, com princípios funcionais de Política Turística englobadosna Política Municipal de Turismo do prefeito Miguel Colasuanno, visando:

I.I.I.I.I. Reconhecer o Turismo como atividade privada, cabendo ao governo a orienta-ção normativa, de disciplina e estímulo.

II.II.II.II.II. Integrar as atividades de turismo no plano geral de desenvolvimento municipal,

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como negócio de todo mundo, envolvendo todos os setores do governo.

III.III.III.III.III. Criar um sistema de informações básicas sobre as atrações turísticas, sua identifi-cação e aproveitamento.

IVIVIVIVIV..... Implantar o Sistema Municipal de Estatísticas Turísticas, permanente e sistema-ticamente atualizado, que permita o conhecimento e exploração dos recursosexistentes e potenciais.

VVVVV..... Estimular as atividades da iniciativa privada, fornecendo-lhe informações sobre omercado com dados objetivos e aptos à estruturação do seu plano econômico.

VI.VI.VI.VI.VI. Incentivar a instalação de infra-estrutura básica que atenda às necessidades darecepção turística e à estrutura da recreação popular.

VII.VII.VII.VII.VII. Conquistar o mercado turístico, doméstico e internacional, além da correntede negócios, mediante estratégia de marketing montada sobre novos equipa-mentos urbanos, levantamento da potencialidade, inventário de recursos epromoção.

VIII.VIII.VIII.VIII.VIII. Aproveitar o parque de lazer para a recreação organizada e adequação das aco-modações públicas para a sua prática: estádios, ginásios, parques, praças, repre-sas, auditórios, bibliotecas, mirantes e casas de espetáculos, racionalizando ouso da folga da população permanente e incluindo este equipamento nos proje-tos turísticos para os visitantes.

Para desenvolver esta política, a Secretaria esta voltada para os seguintes projetos:

I.I.I.I.I. Pesquisa de mercado e de opinião.

II.II.II.II.II. Inventário turístico.

III.III.III.III.III.Instalação da Ceditur, com escritório central e postos periféricos e nas áreas deacesso à cidade.

IVIVIVIVIV..... Criação de uma imagem turística para São Paulo, acionando esquema de propa-ganda, publicidade e relações públicas.

VVVVV..... Conscientização turística da comunidade (hábitos de hospitalidade), criação ecoordenação de eventos com projeção nacional e internacional, incentivo à apre-sentação decorativa de estabelecimentos comerciais, prédios públicos e logradouros,

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em parceria com a iniciativa privada; campanha educacional na rede municipal deensino sobre as vantagens e benefícios do turismo; abertura de clubes e agremiaçõesfechadas à visitantes e freqüência de viajantes.

VI.VI.VI.VI.VI. Descentralização da rede hoteleira, com sua expansão para novas áreas, aliviando apressão hoje existente no centro da cidade.

Política e projetos, como vocês podem ver, sintetizando uma programação de curtoprazo, vinculado à recomendação do PND no sentido de “dotar as regiões propícias decondições favoráveis ao incremento do Turismo”.

Apesar de uma certa tendência, especialmente aqui no Rio, de menosprezar as possi-bilidades turísticas de São Paulo, trabalhamos para reverter esse quadro. Sua condi-ção de megalópole, seu paisagismo austero, a carência de recursos naturais clássicosno turismo de lazer, levam a essa observação equivocada.

Hoje mesmo, ao chegar aqui, informaram-me que alguém, no Congresso de Hotelariada semana passada, teria declarado que “em São Paulo não existe turismo e ninguémlá sabe o que é turismo”. Não é bem assim. Não somos gênios, como alguns se consi-deram, mas trabalhamos com seriedade para incorporar à imagem tradicional dopoderio industrial e da grandiosidade econômica essa nova variável, o turismo, noseu processo de desenvolvimento.

O Turismo de Negócios, em que somos imbatíveis, mostra-nos indicadores satisfatóriospara a atividade em geral: chegada de viajantes, hospedagem hoteleira, destino prefe-rencial e inversão pessoal em taxas de alto nível.

Outra razão do estímulo que o turismo está recebendo em São Paulo é que a ninguémé dado desconhecer, nos dias atuais, do seu papel como acelerador do movimentoeconômico, em razão dos fluxos monetários e de bens e serviços que produz, além dasvantagens humanas provenientes do intercâmbio entre pessoas e povos.

Por outro lado, organizando, facilitando, complementando e adaptando o lazer àsinjunções da sociedade, cada vez mais carente de liberdade para a prática de ativida-des extraprofissionais, de apelos para o desenvolvimento do senso artístico e para asoportunidades de aperfeiçoamento da personalidade – o Turismo ocupa lugar de des-taque como vetor de negócios no destino e no preenchimento das necessidade dapersonalidade.

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Daí, o engajamento de São Paulo no processo de desenvolvimento turístico deste País.Sendo o maior Estado da Federação e sua capital a maior cidade do Brasil comopopulação e poderio econômico, sua participação no movimento turístico seria inevi-tável, porque não iria parar exatamente diante da indústria do momento, quando emoutros setores avança e destaca-se.

Por isso propusemos, o Secretário do Estado Pedro Padilha e eu, o projeto do RoteiroTurístico Integrado Rio-São Paulo. A proposta de três meses atrás, ainda não evoluiu,por falta de retorno. Mas continua de pé. Agora desdobrada para toda região Sudeste.Levaremos o assunto à Reunião Nacional de Turismo, a iniciar-se amanhã, esperan-do sua adoção pelos estados interessados, já que se trata de mecanismo ideal para opleno desenvolvimento turístico da região.

Regionalizando a ação em torno dos recursos e atrativos de toda a região, estaremosbeneficiando diretamente a todos os estados interessados e indiretamente a atividadeem todo o País. O fortalecimento do produto assim realizado atrairá visitantes commais facilidade.

Todos sabemos que a oferta não é tudo em turismo. Não é nada, se não existir umademanda nela interessada. Transformado em princípio, Tagliacarne enunciou: é pre-ferível dominar a demanda do que possuir uma boa oferta.

O Roteiro Integrado é a ferramenta apropriada para esse trabalho, ao reunir em ummesmo pacote apelos diversificados, atrativos diferentes e motivações desiguais, faci-litando a atração como somatório de recursos regionais ao invés da limitação doproduto local de um destino isolado.

Em outra oportunidade que me for dada, alongarei este tema. No limite do tempopara esta fala, ficarei por aqui.

Resta-me agradecer a honra do convite da CNC, possivelmente influenciada por essegrande amigo, o presidente Corintho de Arruda Falcão.

No debate a seguir, conforme a regra da Casa, além de esclarecer questões e responderperguntas, espero receber de vocês as lições que ainda me faltam para melhor conhe-cer o fenômeno do turismo e das viagens.

Novembro de 1973

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O Turismo no Rio de Janeiro

Roberto GherardiRoberto GherardiRoberto GherardiRoberto GherardiRoberto GherardiPresidente da Turisrio

Nos últimos quatro meses, o turismo do Estado identificou um quadro, em termosrealistas, do Estado do Rio de Janeiro. Ou seja, o que temos? Na realidade, temos

um belíssimo cenário, com grandes virtudes, mas precisamos colocar um palco, re-fletores, móveis, para começar o show porque temos muito pouca coisa. Eu diria, até,em termos estruturais, começar do zero. A avaliação que fizemos – em termos demunicípios turísticos, de proporção, de PIB turístico proporcional no Estado, enfim deresultados de ações isoladas de todos esses municípios turísticos – nos deixou bastantesurpresos e, definitivamente, chegamos à conclusão de que precisamos fazer um tra-balho de curto, médio e longo prazos para que, provavelmente, esses quatro anosseriam muito curtos. Mas, o que podemos fazer é tentar estabelecer um patamar mí-nimo de largada para as próximas administrações.

Nesse sentido, a idéia foi estabelecer um plano macro, que tivesse três objetivos fun-damentais: a edição do produto, o desenvolvimento desse produto a nível de marketingde divulgação e, principalmente, o desenvolvimento estrutural do nosso Estado.

Nesse desenvolvimento estrutural pensamos que talvez o melhor caminho fosse ini-ciar pelas estradas turísticas. Entendemos que o Estado do Rio de Janeiro tem umadiversificação muito grande de destinos turísticos. Temos, numa extensão próximados 200 quilômetros de raio de ação, diferentes tipos de atrações em termos de serras,montanhas, praias, ilhas, como é o caso da região da Costa Verde e que são totalmenteisolados, quer dizer, cada um por si e Deus por todos. Foi exatamente a filosofia queencontramos no Estado, no momento em que assumimos a Turisrio.

Na verdade, a Turisrio não é absolutamente nada em termos do produto turístico. 0dono do produto turístico é o Município turístico, é a prefeitura do Rio, é o destinoturístico. A Turisrio, se for competente, pode transformar-se num grande consultordeste Estado, tanto a nível técnico como a nível promocional.

Nessa filosofia, estabelecemos um primeiro passo. O primeiro passo foi a união detodas essas forças que, provavelmente, não sabem como usar seus conhecimentos ounão conseguem passar esses conhecimentos adiante. Chegamos à conclusão de que o

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mais importante seria tentar unir as forças em torno de um projeto comum que pudesseviabilizar todas essas ações tanto a nível de cumplicidade com o desenvolvimento estru-tural, como para a edição de um produto conjunto que pudesse privilegiaro produto Rio de Janeiro e o Rio de Janeiro, como grande gateway grande cidade,pudesse privilegiar o produto interior. Conseguimos, através de um diálogo bastantefranco com todos os órgãos governamentais – tanto os municipais como a União, aEmbratur – criar o que eu chamaria de um time do Rio. Daí nasceu uma uniãomuito importante que está conseguindo viabilizar alguns projetos que eu gostaria de lhespassar.

O primeiro deles foi a ordem que recebemos quando entramos na Turisrio, de fecharo escritório de Nova Iorque. Ora, aquele escritório, pelo que entendemos, foi a únicarepresentação oficial do turismo, não digo do Rio de Janeiro, mas do País no exterior.E, talvez, seja a única entidade que represente apenas uma cidade. Na verdade, todasas outras Tourism Authorities em Nova Iorque são de países e não de cidades. Todosvocês sabem muito bem que o Rio vende o Brasil. O grande trade mark internacio-nal do nosso País é o Rio de Janeiro, como a grande marca é o Corcovado, como aTorre Eiffel da França e a Estátua da Liberdade nos Estados Unidos. Enfim, o Rio deJaneiro é o que conhecem. Todos sabem o que é o Rio. E o Rio, sem dúvida alguma, éum portão natural de entrada, tanto para as cidades históricas mineiras como paraqualquer outro tipo de destino turístico no Brasil. Sempre foi. O Rio de Janeiro, semcomplexos, sempre alimentou o Brasil inteiro com turistas e até criou estruturas,hoje, que são competitivas, com o próprio destino Rio.

Com o escritório de Nova Iorque resolvemos fazer um condomínio que passaria achamar-se Rio Brazilian Tourist Authority que teria como condôminos o RioConvention Bureau, representando a iniciativa privada, a Riotur, representando o PIBturístico mais importante do Estado e o portão de entrada, a Turisrio, enquanto em-presa do Estado do Rio de Janeiro, e a Embratur. Por que, na realidade, mais de 80%das consultas que pudemos verificar no escritório de Nova Iorque são sobre o Brasil.Ou seja, sobre Foz do Iguaçu, sobre Minas, sobre o Pantanal e a Amazônia e que nós,naturalmente, respondemos mal, porque não estamos nem equipados nem prepara-dos para isso, e ocupa muito tempo do nosso staff de Nova Iorque, que já não é gran-de. Então, resolvemos solicitar ao Caio, como Secretário Nacional de Turismo e Presi-dente da Embratur, que ele participasse desse condomínio do escritório de Nova Iorque.Por quê? Não só para viabilizar o custeio de US$ 40 mil por mês, que era absurdo, atéporque o contrato do escritório de Nova Iorque, da nossa representação – falo “nossa”porque, no fundo, todos vocês estão envolvidos, até porque é o único escritório inter-

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nacional que existe, até prova em contrário. Dividimos, não só o custeio, mas o custeioe a constituição desse condomínio estabeleceram um challenge para nós, de poder agir.Por que não adianta só pagar as contas e não ter dinheiro para estabelecer um plano deação. De fato foi o que aconteceu. Pudemos desenvolver um marketing plan para oescritório de Nova Iorque. Em todos os sentidos, tanto naquele institucional, naqueleque neutraliza as imagens negativas, naquele que divulga o produto, como, principal-mente, um plano que, provavelmente, vai poder constituir uma coisa que nunca tive-mos, que é uma rede de distribuição. Na verdade, até hoje todo o nosso produto foitrabalhado através das companhias aéreas. Tenho aqui o Trigueiros ao meu lado, nãocomo tio mas como ex-dirigente da nossa querida Varig. Ele é testemunha. Sempreusamos as companhias aéreas, os sales reps das companhias aéreas faziam os callsjunto aos agentes de viagens, eventualmente esses sales reps não conheciam bem oproduto, agentes de viagens menos ainda, a não ser em caso específico de produtos ou deeventos em centers, congressos, coisas que eram fechadas isoladamente. Mas, o produtoall year round que podia ser vendido no exterior, nunca conseguimos essa performanceexatamente porque não temos uma rede de especia-listas em venda de Brasil. Muitomenos porque o produto Brasil não tem credibilidade. Na verdade – e eu me penitencioem parte por isso, porque faço parte da iniciativa privada como operador de incoming– nunca tivemos um produto linear constante com um preço que pudesse ser mantidode forma constante para que os operadores internacionais pudessem colocar isso em seuscatálogos. Vocês sabem melhor do que eu que eles trabalham com muita antecedência,colocam esse produto e precisam confiar nesse produto, não só em seus preços comotambém nas suas reservas. E há uma alternativa de produto. Na verdade, o nosso produtofoi sempre um produto que veio como conseqüência de um destino condominial. Anossa estrutura hoteleira do Rio de Janeiro foi montada em função da herança de umacapital federal. Não falo isso como pretenso jovem, porque já não sou mais, estouchegando aos 50 anos mas, tenho conhecimento que toda a nossa estrutura hoteleira doRio de Janeiro particularmente e do resto do Estado foi sempre de destinos condominiaisque, depois, se transformaram em destinos turísticos, até por coincidências. Mas, a doRio de Janeiro, por exemplo, foi montada como uma estrutura de negócios porque o Riode Janeiro era um centro de negócios importante, era um centro de cultura importanteque foi perdendo essa força, tanto em termos de centro de negócios como de centro decultura e de acontecimentos, foi caindo no esquecimento, foi sendo dilapidado emoci-onal e moralmente. O que aconteceu? Hoje, o nosso parque hoteleiro está quebrado evive com uma média de 55%. Pelo menos é o que revelam os dados e os empresários. Poressa razão eles não têm tráfego de baixa estação. No outro dia fiquei muito feliz até,porque não sabia que era um grande conhecedor do nosso ramo; ouvi o embaixador

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fazendo um pronunciamento, na posse do Alvaro Bezerra de Mello. Ele lembrou quetemos que dinamizar o Turismo de Negócios para o Rio de Janeiro, transformar o Riode Janeiro de novo num grande centro de negócios para que possamos melhorar onosso aproveitamento médio anual. É verdade. Não temos o nosso year roundbusiness exatamente porque vivemos de turismo. Nem vivemos de turismo sadio, emminha opinião. Acho que vivemos de um turismo praticamente atávico, daquilo quefoi criado e que vem sendo comprado por curiosidade sociocultural. Na verdade, te-mos que trabalhar essa baixa estação da hotelaria em termos de incentives. Só paravocês terem uma idéia, acho que a maioria conhece esses números, nos Estados Uni-dos os incentive tours são, hoje, da ordem de US$ 40 bilhões e menos de 1% vem paraa América do Sul. Esse é um cliente fantástico, porque é um público-alvo que temtodas as funções pagas, portanto, é extremamente favorável economicamente. E umpúblico-alvo que consome. Precisamos de consumo, gente que venha, pague e fiquepor, no mínimo, cinco noites nesta cidade. Por outro lado, a nossa preocupação comrelação ao escritório de Nova Iorque não foi só a de estabelecer esse produto linear, emque temos, hoje, uma grande vantagem, como toda essa cumplicidade dos órgãospúblicos em estabelecer uma certa confiança na iniciativa privada de poder tambémse unir. Fiz uma proposta, eles entenderam, espero que seja aceita. Chama-se ProdutoRio, estabelecendo um tour de force que seria em cima do erro deles de 55%, umpercentual que seria estabelecido em allotments vamos dizer, uns dois mil on nightsque pudessem ser vendidos o ano inteiro, garantindo ao operador estrangeiro que eleteria um Produto Rio garantido, com preço que não seria mexido, onde ele pudessetrabalhar em cima. Independente desse fato, tínhamos, dentro da estrutura hoteleira,um grande trauma. O hotel, depois de cerca de 10 anos, perde a sua competitividade,principalmente nos últimos tempos, quando temos um desenvolvimento rápido datecnologia. A questão da Informática. Os hotéis dependem fundamentalmente disso.Eles dependem de uma informatização adequada up-to-date para serem competiti-vos, para terem agilidade.

Na realidade, com a situação catastrófica dos últimos anos e com um aproveitamentotão baixo, eles não têm work up para se reerguerem e se tornarem competitivos outravez, seja para o mundo dos negócios, como target, seja para os incentives, seja paraos congressos, seja até para o travel planning de um modo geral.

Nesse sentido, uma das primeiras coisas que fizemos, sempre pensando no desenvol-vimento estrutural, que é fundamental, nos cinco segmentos, o de parque temático,como eles chamam, são os entretenimentos turísticos como wet´n wild coisas dessetipo; o turismo náutico, o transporte rodoviário, os hotéis com custo operacional baixo

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que apresentamos como conceito, com duas ou três estrelas que, na realidade, são agrande demanda mundial. Naturalmente, faltava a linha de crédito para reforma, queé a grande aflição não só do Rio de Janeiro como de todo o interior do Estado, dosremanescentes que o vento não levou, do interior do Estado. Temos o caso do SansSouci em Friburgo, alguma coisa no gênero em Cabo Frio, a própria Petrópolis eassim por diante.

Esta é uma notícia nova, que não comentamos para não ficar low profile e não preju-dicar a redação da lei que regulamenta esse novo critério dentro do BNDES: recebi anotícia agradável, depois de várias gestões e alguma indelicadeza da minha parte –porque não estou muito acostumado com os trâmites oficiais, e eu tinha pressa emanunciar ao mercado, porque os hotéis, se não tivessem essa notícia, muitos deles quejá estão à venda estariam falidos – que foi aprovada pelo BNDES a reforma de hotéis;chama-se modernização. Esse é um item importante. Todos estão profundamenteentusiasmados. Faremos esse anúncio oficial no Palácio, o Governador fez questão defazer. Pensei em fazer um pequeno broad-side para anunciar uma espécie de quickreference para todos os setores do turismo, porque não é só o setor de hotelaria. En-tão, vamos apresentar para que todos saibam a que têm direito, que não é nenhumfavor o que o governo está fazendo para o setor privado. Apresentar-lhes o que têmdireito, como podem solicitar qual o agente financeiro, enfim, toda a regra do jogo vaiser apresentada oficialmente pelo Governador, no Palácio. Será feito, talvez, umbreakfast meeting ou um coquetel no início da outra semana, onde será anunciadoinclusive esse item que afligia; apesar de que os presidentes de associações de hotéis,seja AHT seja ABIH, já sabem que foi aprovado porque lhes comuniquei em caráterurgente; estão todos encantados com isso.

Com tudo isso quero dizer o seguinte: não é só gastar dinheiro em publicidade, fazerfolheto. Percebi que a grande aflição de todos os órgãos de Turismo, seja, municipais– e eu digo até, com todo o respeito, do Rio de Janeiro também – não é participar emeventos, feira. Isso é muito importante. O que não é visto não é lembrado, sem dúvidaalguma, é uma forma de se exibir, uma forma econômica de atingir o maior númerode alvos possíveis, mas, também, não é a única maneira ou único projeto importante.Percebi que todos eles se preocupam muito em fazer o guia turístico, em fazer folhetoinstitucional, em conseguir verba para divulgar, “Temos que fazer publicidade, o ne-gócio é fazer publicidade, o Brasil está sendo atingido com a péssima imagem do Riode Janeiro” etc. Na verdade, publicidade informa, não vende. Para vender algumacoisa temos que ter um grande produto.

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Acho que, infelizmente, temos um grande potencial mas não temos um grande produ-to. Não temos uma estrutura hoteleira que mereça ser chamada de grande produto. Nãotemos estradas turísticas; é o primeiro sinal de civilização de um destino turístico. Nãotem sinalização turística; é 26% da queixa do turista internacional. Não temos comu-nicação adequada. Não temos portos turísticos para pretender que a lei de cabotagemfosse aprovada, apesar de ter sido, graças a Deus, mas sem os portos eles não vão descertenders seguramente. Não temos aeroportos turísticos. Enfim, não temos um circuitorotativo ou algumas opções de circuito rotativo no Estado que estabeleçam possibilida-de de vender o interior o ano inteiro, ligado. Quando falamos em interior, parece que éuma coisa, assim meio caipira. Quando falamos em interior, digo que, para mim, oRio é um Estado. Costumo dizer que um Estado de virtudes, não é uma cidade virtuosa.Temos que lembrar que isso privilegia o Produto Rio, que não é apenas a praia, umaplataforma da vida ou um tour ao Corcovado, uma churrascaria. Acho que o Rio émuito mais do que isso em termos de produto turístico e nós vamos editar esse produto.Aí, sim, desenvolver esse produto a nível de marketing e, naturalmente tentar oferecerum palco de operações muito mais adequado do que aquele que temos.

Nesse sentido de estradas, a idéia que sugerimos ao Governador foi a de criar um fundode desenvolvimento turístico, cuja mensagem está sendo elaborada pelos nossos advo-gados, para ser enviada à Câmara dos Deputados, no sentido de que esse fundo sejaaprovado.

Na verdade, o Turismo não tem um tostão. O Estado do Rio de Janeiro, como todo o País,não tem um tostão. Mas, o Turismo nunca teve um tostão. Como dizia esse técniconorte-americano que esteve em São Paulo, Peter Kregg, considerado um grande admi-nistrador, talvez um dos maiores do mundo, tudo tem limites em termos de adminis-tração. Acontece que nunca tivemos esse limite. Acho que chegamos ao limite, como eledisse, em fazer com que o turismo tenha fase em capítulo e para isso o turismo tem queencontrar as próprias formas de estabelecer receita.

A Turisrio, eu lhes disse, é um órgão consultor, se tiver competência, e nada mais. É umaempresa extremamente enxuta, com poucos funcionários. Efetivamente temos 78 cola-boradores. Temos um pouco mais, mas foram cedidos à Câmara dos Deputados e outrosórgãos públicos. Não temos receita, portanto, vivemos de dotação orçamentária doEstado, que paga esse orçamento com muita raiva porque considera uma despesa afundo perdido sem uma idéia precisa de taxa de retorno, de custo-benefício.

Então, chegamos à conclusão que, para não viver às custas do povo sem prestar contas,teríamos que estabelecer uma performance positiva, concreta e sólida para apresentar.Nesse sentido, estabelecemos uma série de projetos. Um deles prevê, inclusive – não

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quero parecer muito negativo e muito menos indelicado, mas temos uma péssimaqualidade de mão-de-obra – a criação de um centro de excelência. A idéia foi fazer emFriburgo. Estivemos com o Governador no Instituto Politécnico de Friburgo, que é umaobra de arte abandonada, que é da Fundação Getúlio Vargas e que a própria FGV podetocar para a frente como sua própria universidade. Até porque, pelo que eu entendi, peloque me consta, ela precisa faturar. O que podemos fazer é apoiar, através de organismosde turismo, a própria Embratur, convênios com organismos internacionais que possamestabelecer um currículo compatível com o nosso objetivo, de excelência não só emníveis superiores mas em todos os setores e em todos os níveis. Porque, na verdade, somosmal-atendidos em termos de qualidade de mão-de-obra em todos os níveis. O que maisme surpreendeu, que de certa forma me tirou os complexos, acabei de dizer isso para oTrigueiros, o que mais me entusiasma não é que eu ou nós na Turisrio sabemos muito.Fiquei muito triste porque os outros sabem muito pouco e parecem órfãos. Quandoapresentamos projetos e fizemos pela primeira vez, depois dessa união, um primeiroencontro em Petrópolis – escolhemos aquele fantástico monumento histórico, que narealidade não é bem utilizado, que é o Quitandinha, uma coisa fantástica, maravilho-sa – até para levar essa idéia de fazer os meetings no interior, fizemos um brain stormcom os representantes dos 23 municípios preparados e com desejo de participar. Elesficaram surpresos porque nunca tinham tido uma conversa desse tipo – aliás, nemsabiam o que era isso – onde a Turisrio levou idéias. A idéia de criar uma marca comumpara o Estado, a idéia de estabelecer uma programação visual para o Estado... Estadoporque eu disse que somos uma coisa única, inclusive presente a Riotur e cúmplicenesse conceito e nessa nova filosofia – espero que permaneça como filosofia. Estavampresentes, também, criações promocionais, como Vita Rio, campanhas... Inclusive deci-dimos que seria a hora de parar com a campanha “Vem para o Rio” e criamos umacampanha, cuja decisão é do nosso próprio público-alvo, chamada “Vou para o Rio”.Ou seja, o nosso público-alvo tomando essa decisão. É uma campanha muito interes-sante que depois posso fazer chegar às mãos de todos vocês. Aliás, vocês verão porque, seDeus quiser, vamos concretizar.

Uma coisa importante é o povo, a população. A população do Rio de Janeiro não tem amenor idéia da importância do turismo. Até da importância que o Estado dá ao turis-mo. Não acredito que ela tenha visto alguma vez alguma referência à Companhia deTurismo do Estado. Ou seja, que nível de importância o Estado dá ao turismo ou aqualquer outro setor e que nível de importância a população vai dar. Provavelmente elavai dar muito mais importância à CEG do que ao turismo.

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Então, pensamos em fazer um grande rally turístico, que entusiasmou a todos osmunicípios. Serão 28 eventos durante três ou quatro fins de semana, nos meses desetembro e outubro. Na realidade, é uma campanha de motivação subliminar aopovo do Estado do Rio de Janeiro, fazendo com que o Rio conheça o Rio, que a popu-lação crie uma interdependência sociocultural artística, contemplando cinco funda-mentos de civilização, que são preservação do meio ambiente, seguranca, lazer, es-porte e cultura, bem-estar social. Então, todas as tarefas de todas essas competiçõesculturais, esportivas, artísticas vão ser feitas em torno desses temas e nos municípiosturísticos, para chamar a atenção, de forma subjetiva, que temos várias atrações tu-rísticas, temos várias virtudes turísticas diferenciadas, fato incomum inclusive emnosso próprio País. Não acredito que exista outro Estado com tantas alternativas dife-rentes de destinos.

Enfim, foi apresentada uma série de projetos. Projetos dos portos turísticos. Projetosdos terminais turísticos rodoviários. Projetos dos aeroportos turísticos. Nesse particu-lar, a Companhia de Turismo do Estado, como consultora, ajudando a viabilizar. Tí-nhamos o projeto do aeroporto de Angra, que é um aeroporto turístico importante,que não foi possível contemplar com a verba do Confan, essa verba das taxas da Infraero,uma lei sancionada pelo ex-Presidente Collor em 1992, que estabelece que um deltax dessa taxa vá para investimentos em aeroportos turísticos, onde a Aeronáutica entracom 77% e o Estado, com 23%.

O aeroporto de Angra infelizmente não foi contemplado porque a concessão dada pelaSecretaria de Transportes ao empresário foi em 1991. Ele se comprometia a fazer aextensão da pista a 300 metros. Custa cerca de R$ 800 mil, algo assim. Há três anos emeio, o Estado, na figura da Feema, enrolava esse pobre empresário sem dizer sim ounão. E ele nunca pôde iniciar a obra da pista e muito menos construir um empreen-dimento de serviços. Isso é uma vergonha. Graças a esse novo time posso falar semparti pris porque não conhecia o Governador Marcello Alencar e hoje posso dizer-lhesque ele me seduz a cada reunião e a cada iniciativa que tem... Mais importante:coincidiu com a nossa iniciativa; a filosofia de um time, de um staff unido, de evitarfeudos, de evitar que cada um tivesse a sua importância isolada e cada um pensasseem competir em cima do seu status individual. Na verdade, todas as secretarias deEstado do Governo Marcello Alencar são fantásticas. Mas, particularmente, aquelas amim ligadas, Secretaria de Transportes, Secretaria de Obras, que por acaso é doVice-governador, Secretaria do Meio Ambiente, com uma pessoa fantástica, o embai-xador Flávio Perry, Secretaria de Finanças, de Cultura e a minha, naturalmente, In-

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dústria, Comércio e Turismo. Todas são extremamente generosas, gentis e compreensi-vas com relação a todos os problemas do turismo.

Para falar a verdade, acho que todos eles entenderam que o turismo é um setorinterdependente com ardor. Há poucos dias ouvi uma coisa muito engraçada de umtécnico, assessor do Dr. Raphael de Almeida Magalhães, que disse: “O turismo é tãofantástico que é a única possibilidade de preservação do meio ambiente, economica-mente falando; é o único setor econômico que pode preservar o meio ambiente”.Porque, afinal de contas, o mico-leão-dourado não vai ser preservado se alguém nãocuidar dele. E esse alguém tem que treinar para isso. O único setor econômico quepode criar empreendimentos que preservem o meio ambiente e que evitem inclusivefavelizações ou coisa desse tipo é o turismo.

Então, acho que o governo, como um todo, não só estadual como municipal e federal,se conscientizou, já é um primeiro passo, da importância do turismo. Tanto é verdadeque eles autorizaram a formação desse Fundo de Desenvolvimento Turístico que seriauma forma de estabelecer uma receita para realizações de curto, longo e médio pra-zos. Esse fundo viria, em função de concessões que seriam dadas em todos os empreen-dimentos turísticos, a começar pelas estradas turísticas. Estamos pensando em criarum edital à parte, específico para concessões de estradas turísticas. Disse para a secre-taria competente que, infelizmente, o edital que ela fizera para privatizar novas estra-das não interessava para as estradas turísticas. Até os próprios fundos de pensão nãoquiseram investir porque não contemplam, nada mais, do que a taxa de pedágio ealgum merchandising na estrada; na realidade, o empresário é responsável por qual-quer coisa que acontece na estrada, qualquer dano. As companhias de seguro nãoquerem fazer seguro, enfim, não é um negócio que estabeleça uma vantagem. Então,as estradas turísticas, como prevêem uma concessão feita pela Companhia de Turis-mo do Estado e empresários que possam editar essa estrada, estabelecer um nível derentabilidade, um custo-benefício, parte desse benefício iria para esse Fundo de De-senvolvimento Turístico para que se pudesse contemplar projetos futuros em todas asáreas e em todos os setores.

Num primeiro plano, essa idéia básica foi evitar que enveredasse por um ProdeturNordeste, que é um megaprojeto, que levaria anos para ser desenvolvido e, provavel-mente, seria mais do que o custo previsto para o Nordeste; são oito estradas, US$ 1,300milhão. Então, a nossa visão foi a de realização de curto prazo, inclusive com a parti-cipação da iniciativa privada. Nesse sentido, criamos alguns projetos minimumminimorum, como das estradas, portos, aeroportos, sinalização turística. Isso, pelo

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menos, permite um palco inicial de operações em que se pode começar a destacar odesenvolvimento do turismo no Estado. Se fizermos grandes projetos, provavelmentedaqui a quatro anos ainda se estaria discutindo em cima deles.

Outro projeto importante é o da revitalização da Gamboa até a Praça XV. Está sendoapresentado a nível federal, mas sendo refeito e apresentado pelo Governador MarcelloAlencar e pelo Prefeito César Maia. Talvez consigamos viabilizar recursos no BID paraque ele possa ir em frente. Esse projeto não revitaliza apenas a Gamboa e, sim, todo ocentro da cidade. Em nossa visão, revitalizar o centro do Rio é um pouco revitalizar aimagem da própria cidade do Rio de Janeiro. É todo um centro histórico e cultural,profundamente abandonado desde o Paço até a Praça XV, passando pelo Teatro Muni-cipal e pela Escola de Belas Artes. Enfim, é todo um corredor cultural que precisa serrevitalizado.

Mas, voltando à questão dos projetos, a nossa idéia foi pensar em todos os setores quepudessem abranger o desenvolvimento, que não fosse apenas a questão de promover,divulgar, enfim, procurar verbas de publicidade para fazer campanhas no exterior. Anossa idéia é pensar de forma um pouco mais abrangente no que diz respeito a essapalavra produto, no que diz respeito à palavra target. Na minha opinião, independen-te da procura do target internacional, temos uma capacidade interna muito forte.Vejo o desenvolvimento do turismo auto-sustentado do Rio de Janeiro um grandeexemplo para o País. Temos uma responsabilidade na presidência da CTI/Sudeste,que é a Comissão de Turismo Integrado à Região Sudeste. São Paulo, Minas, EspíritoSanto e Rio de Janeiro. Acho que o Rio de Janeiro poderia começar esse projeto deauto-sustentação porque é o nosso grande mercado, nosso mercado de curto prazo.Uma vez editada essa base minimum minimorum que seriam as estradas, essasoito costuras turísticas que pretendemos fazer, podemos criar um turismoauto-sustentado com público interno. Acho que o nosso grande alvo é o mercadointerno. Primeiro, o Rio conhecer o Rio. Segundo, o interior de São Paulo, Minas, areciprocidade que queremos criar, com as pontes turísticas na Dutra e na auto-estradaJuiz de Fora, que vem de Belo Horizonte, são duas pontes turísticas, um pouco maissofisticadas e estruturadas do que aquelas pontes que vocês devem conhecer na Itáliaou na Alemanha, porque estamos trabalhando num programa muito importante queé de informatização turística do Estado.

Na verdade, nunca tivemos uma referência. Não temos um dado. Começamos o censode informações e dados por Friburgo, levantamento de todos os dados, porque nin-guém tem dados, nem o IBGE principalmente tem dados que interessam ao turismo.

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É incrível dizer isso, mas é a verdade. Não existem dados. E dado é a base de qualquerprograma de inteligência. Se não, não podemos desenvolver absolutamente nada.Precisamos desse software de inteligência para agilidade do nosso escritório interna-cional, para interligar todos os nossos clientes nesse programa de consolidação deuma distribuição de especialistas no exterior, particularmente nos Estados Unidos, e,também, para colocar o produto. E essas pontes turísticas, terminais turísticos rodoviá-rios, enfim, todos os nossos clientes no Brasil e no mundo teriam acesso a esse disquete,teriam todo um programa de informações, dados, som e imagem, porque seriam CDstambém, e também o produto, que é muito importante. Então, queremos fazer já, emcumplicidade com São Paulo e Minas essas duas pontes turísticas, que teriam essecentro de informações, um acesso do nosso público interno, sejam os ônibus, seja oturismo de carro (os fly and drive) teriam essas pontes, onde parariam num autopostode primeiro mundo, com coffee-shop, mini market tudo isso teria uma central deinformações turísticas onde poderiam obter todas, as informações sobre seu destino,seja os que vêm para o Rio e vice-versa, e podem também fazer suas reservas e opagamento dessas reservas. Então, esse programa precisa ser trabalhado, natural-mente com esse nosso excesso de dinheiro, em colaboração com a UERJ, que estáfazendo praticamente de graça e que tem grandes craques em informática, é umprivilégio que o Estado tem, que talvez não usasse antes e nós estamos usando.

Então, em termos de projetos do Estado nesses primeiros três/quatro meses, realiza-mos uma grande análise da situação, tentamos estabelecer uma filosofia de açãocomum, imaginamos de que forma poderíamos começar o desenvolvimento do turis-mo a curto prazo, sem deixarmos de participar de todos os eventos e feiras. Agorativemos o privilégio e até o orgulho de participar da Feira de Geneve que, em si não foium grande sucesso, mas nós fizemos um grande sucesso. Apresentamos, talvez deforma inédita em termos de Brasil, um material incentive do destino Angra dos Reis,apresentado pelos decision makers industriais, 2.500, que participaram da feira, comum stand já dentro da cumplicidade, em conjunto com Embratur, Riotur, Rio,Convention. Portanto, pôde ser possível essa nossa participação e a construção dessestand lindíssimo, que foi um grande sucesso. E a distribuição desse material específi-co e inédito no Brasil porque nenhum outro destino turístico do Brasil tem; o Rio deJaneiro tem o privilégio de ter Angra com esse material profissional, promocionalmentefantástico, que vai ser repetido, provavelmente, em Chicago em setembro. Tanto éverdade que a Riotur quer fazer um material desse para a própria cidade do Rio deJaneiro, para lançarmos também em Chicago.

Enfim, estamos participando das feiras, estamos com projeto de participação vibrante eexpressiva no congresso nacional da ABAV. São coisas tradicionais que a Turisrio como

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empresa de turismo do Estado, não pode deixar de participar. Vamos ter uma participa-ção diferente daquelas convencionais, com um grande cenário do Estado – a idéia é essa– com ruas que permitam visitar o Estado do Rio de Janeiro, é uma coisa emocional-mente muito bonita, com material muito bem-feito, com profissionais preparados e,principalmente, com a participação de todos aqueles que compõem o produto Rio deJaneiro.

Na Itália diz-se que é melhor ficar vermelho uma vez, do que pálido para o resto da vida.Estamos jogando bola para o campo, tentando jogá-la para a área, naturalmente devehaver cerca de 48 bolas na área, não são todas que vão entrar, mas se não estiverem 48bolas na área, ou mais, não entrará nenhuma.

Maio de 1995

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Turismo no Rio Grande do Norte

Ivanaldo Bezerra Araújo GalvãoIvanaldo Bezerra Araújo GalvãoIvanaldo Bezerra Araújo GalvãoIvanaldo Bezerra Araújo GalvãoIvanaldo Bezerra Araújo GalvãoSecretário de Turismo do Rio Grande do Norte

Doutor Oswaldo Trigueiros, nosso digno presidente do Conselho de Turismo daConfederação Nacional do Comércio, demais diretores, conselheiros, meus cum-

primentos. Eu queria, apenas, estender esses cumprimentos e, talvez, até assim numaversão especial, aos meus conterrâneos que aqui estão, alguns na mesa, alguns quechegam agora, como a professora Selma, e pedir permissão ao presidente para passarum vídeo, no início, porque nós entendemos que o turismo é, também, uma atividadeeconômica; é uma atividade de lazer; é uma atividade até cultural, mas, também,uma atividade econômica. O turismo gera empregos, gera renda e se não houvercuidado das autoridades gera também outras coisas ruins, ele é predador por excelên-cia, principalmente quando é turismo de massas e precisa alguns cuidados. Vendodentro desse prisma, de que é também uma atividade econômica, nós resolvemostrazer aqui, presidente, um vídeo recente sobre o Rio Grande do Norte, que nós cha-mamos “Diferencial RN” seria: “Diferencial Rio Grande do Norte”, mostrando o Es-tado de hoje. Como eu morei muitos anos aqui, um pouco em São Paulo e um poucono exterior, quando a gente olha de fora o Rio Grande do Norte, nem consegueencontrar no mapa da cabeça, na geografia cerebral, “onde é? Será que é Paraíba?”,realmente é difícil. Este vídeo, que nós vamos apresentar aqui, é sobre a economia emgeral. Por que nós apresentamos? Primeiro para dizer que o Rio Grande do Nortemudou. O Rio Grande do Norte é uma grande realidade econômica no Brasil. E, comono final do filme, diz: “Agora o diferencial plus, depois de tudo isso que vocês viram éo turismo, é a qualidade de vida.” Depois da exibição do vídeo nós apresentaremosalgumas transparências, para podermos depois, talvez, trocar algumas idéias sobre anossa realidade.

Nós apresentamos esse vídeo num data show, na Fiesp, em São Paulo, há uns trêsmeses. Fomos aplaudidos de pé, não pelo vídeo, mas pela realidade do Rio Grande doNorte. Realmente ninguém imagina, por exemplo, que o Rio Grande do Norte seja osegundo maior produtor de petróleo do Brasil e o terceiro ou quarto maior produtor degás natural, e que possa levar para lá agora, uma fábrica de magnésio metálico que

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dá um investimento de mais de US$ 1 bilhão. Peço licença ao presidente para apresentaresse vídeo, que dá uma visão geral do Rio Grande do Norte.

Agora apresentaremos algumas transparências sobre o desenvolvimento do turismo noEstado.

Nossas transparências, como os senhores verão, apresentam alguns dados gerais sobre oTurismo. Ano passado, tivemos 738 mil turistas. É um número em termos comparativosdo Nordeste grande; o Ceará, que é um Estado vizinho e que está investindo maciçamen-te em turismo, recebeu o ano passado pouco mais do que isto. Então, Rio Grande doNorte, depois de Fortaleza, está muito bem posicionado.

TTTTTempo de permanência média sete dias.empo de permanência média sete dias.empo de permanência média sete dias.empo de permanência média sete dias.empo de permanência média sete dias. É pouco, alguns Estados já estão conse-guindo 13 ou 14 dias, devido a alguns atrativos, como, por exemplo, um parque temáticoque nós ainda não temos nenhum concluído.

Capacidade hoteleira.Capacidade hoteleira.Capacidade hoteleira.Capacidade hoteleira.Capacidade hoteleira. São mais ou menos 15 mil leitos. Aí não está escrito, mas euposso informar, são seis mil quartos, de todas as categorias, desde hotéis 5 estrelas atémuitas pousadas.

A ocupação em 1992, que foi o pior ano dos últimos 10 anos, com a média de 38%, em1996, 50%, que é a média dos últimos cinco anos: 50,5%. É uma ocupação que pode-ria ser bem melhor, mas é bom que se diga que os vôos nos últimos anos não cresce-ram, está havendo dificuldades de lugares na rede aérea, e os hotéis estão crescendo.Então, precisaria que o fluxo crescesse quase geometricamente para acompanhar oritmo dos equipamentos turísticos/hoteleiros que estão sendo implantados no Estado.

Diferencial turístico do Rio Grande do Norte, qualidade de vida, que o vídeo já mos-trou. A Via Costeira, e eu gostaria de aqui pedir para se levantar só para ser conhecido,Mário Barreto, está conosco, um grande empresário de turismo do Estado, e para osque conhecem a Via Costeira, ele é o proprietário do hotel talvez mais charmoso, queé o Vila do Mar, aquele que tem uma cobertura de palha e como ex-secretário deIndústria, Comércio e Turismo do Rio Grande do Norte, estava conosco, nós pedimospara Mário vir até aqui.

Então, a Via Costeira, como nós dissemos, tem 10 hotéis e mais 15 a construir.

O ar mais puro da América Latina, realmente foi a Nasa que atestou isso.

Povo hospitaleiro, eu acho que além do nordestino ser muito amistoso, muito recep-tivo, talvez a presença maciça dos americanos na Segunda Guerra Mundial, em

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Natal, de 1940 até 1946, depois da guerra eles ainda ficaram, alguns até um ano, emilhares de jovens americanos passaram por Natal durante a guerra, fizeram amiza-de, alguns casaram por lá e isso, talvez, tenha influenciado na maneira mais aberta,mais franca, mais cordial de se receber a pessoa que vem de fora.

Dunas moles e fixas.Dunas moles e fixas.Dunas moles e fixas.Dunas moles e fixas.Dunas moles e fixas. As dunas de Jenipabu são, com certeza, as dunas mais interes-santes do Brasil. Eu conheço todas as dunas do Brasil, eu acho que nada é tão impor-tante, tão motivador como um passeio de bugre nas dunas, tanto que os guias turísti-cos perguntam: “com ou sem emoção?” e, realmente você faz looping como se esti-vesse numa montanha russa.

Infra-estrutura adequada, o filme, também, já mostrou, várias estradas, inclusive ogoverno está construindo a continuação da BR-101, que vai de Natal até a curva doBrasil, como eu chamo, ao Norte de Natal, que é a Cidade de Touros, são 80 quilôme-tros, na BR, e essa estrada será talvez o mais importante eixo de desenvolvimentoturístico do Nordeste nos próximos dois ou três anos.

Infra-estrutura.Infra-estrutura.Infra-estrutura.Infra-estrutura.Infra-estrutura. O Prodetur é um programa que o governo federal criou para desen-volver o turismo do Nordeste inteiro. A nossa primeira parcela é de US$ 45 milhões.Há uma grande parcela para desenvolvimento institucional de todos os órgãos queatuam, direta ou indiretamente, no turismo; obras múltiplas que são rodovias, trans-portes; saneamento e abastecimento d’água. Por exemplo: Cancun. Há 30 anos, ogoverno mexicano decidiu investir, maciçamente, em infra-estrutura e transfor-mou uma aldeiazinha de nativos num dos maiores centros de interesse turísticodo mundo, porque investiu em infra-estrutura. Se você faz a sua parte comogoverno, o empresário chega. Realmente, você criando estradas, comunicações,sinalizações, saneamento, abastecimento d’água, telefonia etc. o empresáriochega, o capital chega.

Tem tratamento de resíduos sólidos que é lixo, proteção e recuperação ambiental,ampliação e reforma do aeroporto de Natal, fica pronto o ano que vem, podendoreceber 1.500 milhão de turistas por ano, e aí não está na transparência, a Infraero, ogoverno federal, estão iniciando a construção, um pouco ainda sigilosamente, mas osjornais de Natal já estamparam, de um superaeroporto no Município de São Gonçalodo Amarante, próximo a Natal, que seria um grande gate way da América Latina;prevê duas grandes pistas de quatro mil metros, maiores do que a do Galeão hoje;pode receber mais de 20 milhões de passageiros/ano, ou seja, maior que o Galeãotambém, e fala-se até, vamos dizer, seria até uma alternativa para os ônibus espaciais

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em emergência porque são pistas gigantescas. O governo do Estado não tem nenhumcompromisso com outro aeroporto – esse que eu falei agora – no momento, porque ogovernador pretende concluir o Augusto Severo, que é onde a gente trabalha hoje,mas o governo já desapropriou 1.500 hectares nessa nova região e o Exército brasilei-ro está com as máquinas fazendo toda a parte de geofísica, terraplenagem etc. É bomsó que se registre a notícia, mas é um negócio que poderá transformar Natal, talvez,numa Cancunzinha da América do Sul.

Ampliação da BR-101, já falamos, Natal-Touros.

Unidade Operativa do TUnidade Operativa do TUnidade Operativa do TUnidade Operativa do TUnidade Operativa do Turismo Hotelaria.urismo Hotelaria.urismo Hotelaria.urismo Hotelaria.urismo Hotelaria. Como nós acreditamos que a qualidadeé fundamental nos serviços turísticos, apesar de termos cursos superiores de Turismo,um curso médio de Turismo e vários cursos profissionalizantes feitos pelo Sebrae,Senac, Sine etc. o Governo do Estado fez uma grande parceria com o Sebrae, que estáinvestindo US$ 5 milhões num hotel que pertencia ao Estado, chamado Barreira Roxa,na Via Costeira, e ali será implantado, até o final do ano estará já quase concluído,um Centro de Excelência em Turismo para todo o Nordeste, que treinará todos ossegmentos, do empresário até o funcionário mais humilde, por exemplo, um porteirode hotel. Isso é um começo de revolução pela indução que a qualificação profissionalgera mais na frente, já na atividade.

Integração do fluxo turístico regional/nacional/internacional.Integração do fluxo turístico regional/nacional/internacional.Integração do fluxo turístico regional/nacional/internacional.Integração do fluxo turístico regional/nacional/internacional.Integração do fluxo turístico regional/nacional/internacional. No fluxo regio-nal nós temos trabalhado na melhoria da malha viária e, também, nos pólos do Nor-deste. As pousadas e pequenos hotéis recebem muitos hóspedes da região do Nordeste,como de Caruaru de Pernambuco, Campina Grande da Paraíba, do interior do Cearáe das próprias capitais. Nós estamos fazendo divulgações específicas para os pequenosempreendedores da área de turismo, pois há um fluxo espontâneo de pessoas, quecom suas famílias, se deslocam de ônibus ou de carro para esse tipo de equipamento.

Fluxo nacional.Fluxo nacional.Fluxo nacional.Fluxo nacional.Fluxo nacional. Os principais mercados agentes hoje são, pela ordem: São Paulo,Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiânia e Brasília, embora de todos os estados receba-mos alguns segmentos de mercado; na abertura de novos mercados, o estímulo aoturismo rodoviário já falamos; vôos charters: o ano passado nós conseguimos, e aquiesse jovem que está ao lado do Dr. Trigueiros, é o meu secretário adjunto de Turismo– Edson Fernandes Ferreira – e luta muito para obtenção de vôos charters no RioGrande do Norte. Ano passado, no final do ano, com a Companhia de Aviação LaudaAir, do piloto Nick Lauda, nós conseguimos o primeiro vôo charter internacional paraNatal. Foi Milão/Natal/Milão, foi absolutamente bem-sucedido e já vários outros vôos ago-

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ra estão sendo negociados, aí nós falamos vôos charters com pacotes incluídos, vôos regu-lares com tarifas acessíveis. Hoje mesmo tivemos uma reunião muito boa com a Varig.

Vôos charters regulares, eu falei: Milão/Natal/Milão.

Vôo regular: Buenos Aires/Natal/Buenos Aires.Vôo regular: Buenos Aires/Natal/Buenos Aires.Vôo regular: Buenos Aires/Natal/Buenos Aires.Vôo regular: Buenos Aires/Natal/Buenos Aires.Vôo regular: Buenos Aires/Natal/Buenos Aires. A partir do mês passado passamos ater um vôo diário Buenos Aires/Rio/Natal e volta no mesmo dia, então, tanto osnatalenses podem dançar tango argentino, como os argentinos tomar sol e mar boni-to em Natal.

Abertura de novos mercados.Abertura de novos mercados.Abertura de novos mercados.Abertura de novos mercados.Abertura de novos mercados. Chileno, nós estamos tentando consolidar um vôoagora do Chile. A Espanha, estamos tentando esse vôo charter com essa operadora. EPortugal, há bastante chance de até o final do ano também se conseguir um vôo dePortugal, não direto, mas para chegar em Portugal com a conexão.

Promoções e eventos.Promoções e eventos.Promoções e eventos.Promoções e eventos.Promoções e eventos. Parceria com prefeituras, aqui como é uma casa de empresá-rios, é importante, eu acho que talvez seja o mais importante, essa parceria. O MárioBarreto aqui presente, que é do trade turístico do Estado, ele é um atestado de que nósestamos com a parceria além dos partidos políticos. A gente, em tom de brincadeira,fala muito que o nosso partido é o “PT”, “Partido do Turismo”, no primeiro momentohá um certo susto, no segundo momento uma compreensão. Então não há esse pro-blema de partidarismo político; Mário foi secretário do governador anterior – adver-sário do meu governador – e nós andamos de mãos juntas. Os três Senadores do RioGrande do Norte estão sempre batalhando pelos assuntos do Estado, independente-mente das cores partidárias.

Então o Conetur é o Conselho Nacional de Turismo. Nós nos reunimos com todos osempresários do trade uma vez por mês, onde se debate as coisas, se discute, se propõe;a participação em eventos e feiras, sempre vamos com os empresários a tiracolo, oueles com a gente a tiracolo. Contribuição voluntária para o turismo; aqui no Rioalguns hotéis já estão cobrando uma contribuição espontânea para o turismo, que jávem na nota fiscal do hotel. É mais ou menos na ordem de R$ 1,00, R$ 1,20 para hotel5 estrelas e cai um pouco para hotéis menos qualificados. E nós agora fechamos umacordo com todos os hoteleiros, passaremos a recolher essa taxa-contribuição, se houveralguma reclamação do hóspede, devolve-se o dinheiro, no ato, porque é espontâneo,mas isso ajudará, em muito, a promover o turismo do Estado fora, inclusive no Rio eSão Paulo. Os hotéis aqui, vários já estão com o Convention Bureau cobrando, emSão Paulo também.

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A mídia institucional nos principais pólos emissores. Ainda agora, na semana passa-da, as Revistas Veja e IstoÉ publicaram numa página inteira, uma senhora com aboca bem aberta gritando: “Não diga que não vai passar as suas férias em Natal.”Página inteira e é parceria com os empresários do Rio Grande do Norte.

Com a Embratur nós temos também uma boa parceria, embora ela ande muito curta dedinheiro e constituímos agora, mês passado, também o nosso Natal Convention Bureau.

EventosEventosEventosEventosEventos: foram listados aqui, com participação em promoshopping, workshops, rea-lização de noites potiguares – há uns 20 dias o governador e a prefeita – adversáriospolíticos ferrenhos – vieram a São Paulo e fizeram uma belíssima noite potiguar,com cerca de 800 agentes de viagens de São Paulo, num dos ambientes mais sofistica-dos que é o Bar das Artes, e foi muito bem-sucedido, elogiado, todo o empresariado,vários secretários, o governador e a prefeita lutando para atrair turistas para o RioGrande do Norte.

Organização do 1o Fórum de Turismo que vai ocorrer talvez em setembro, em Natal, éum fórum nacional.

Projeto Boca Noite, eventos locais. Boca Noite promove artistas do Rio Grande doNorte nas principais ruas à noite, no bairro boêmio da Ribeira. Então, no ano passadodeu muito certo e nós estamos trabalhando nessa linha.

Marketing.Marketing.Marketing.Marketing.Marketing. Estão salientadas pesquisas de demanda turística, que nós temos siste-maticamente feito. Nós somos delegados da Embratur, cada Estado é delegado, e nóstemos que fazer essa pesquisa também para fornecer ao Serviço de Estatística Nacional.

Informações turísticas também. Cartilha com índice de preço. Ano passado nós bola-mos uma cartilha, como se fora esta que está aqui na mesa dos senhores, mas só queera de duas folhas, uma coisa simples como “ovo de Colombo”: indicação de preçospara o turista. Corrida de táxi do aeroporto/Natal para a Via Costeira, tanto; um filé norestaurante classe A... umas 40 ou 50 informações, foi excelente. E na contracapa, osórgãos de fiscalização, para qualquer reclamação. Foi um sucesso. O presidente daEmbratur queria apresentar isso, e apresentou, em conferências, em várias partes doBrasil. Uma idéia simples, baratíssima e de extrema utilidade para o turista. Você só éenganado se quiser, está ali a indicação. Não é uma tabela de preços, mas é umindicativo de preços.

Criação de CD-Rom. Fizemos agora um CD-Rom sobre o turismo do Rio Grande doNorte, está muito bem-feito, um trabalho muito bom, ainda está em fase de abertura

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para a área comercial. Quer dizer, foi um grupo privado que fez, qualquer hotel ouequipamento turístico pode anunciar naquele vídeo. Então, nós não trouxemos, por-que, ainda, está em fase de conclusão.

Campanha nacional de divulgação na revista. Eu já falei.

Patrocínio do filme For All. Esse filme foi feito em Natal, com um grande elenconacional, está para ser lançado em grande rede e conta um pouco a história do ame-ricano na segunda Guerra Mundial. O folclore em torno desse filme, embora o filmeseja muito bem-feito, é meio documentário até, é que dizem que For All teria origina-do a palavra forró, porque no sábado eles faziam festa só para os americanos e nodomingo abriam para os natalenses e colocava para todos. Então se perguntava: “vãopara onde? Vamos para o for all, forró e pegou o forró. Mas isso é só folclore, oshistoriadores desmentem.

Finalmente: geração de emprego e renda. Num Estado ainda atrasado, embora rico,nós temos necessidade urgente de gerar emprego. Criamos esse programa muito sim-ples que está sendo lançado agora em julho, depois de seis meses de trabalho, deparceria e estudo. Basicamente é isso: o objetivo é o ordenamento da orla com gera-ção de emprego e renda. Em todas as orlas principais do Estado. Empresa de pequenoe médio porte com finalidade turística. Empresa ou não. Empreendedor. Até um bar-raqueiro, sem ter empresa, pode se credenciar a ter um financiamento, ou para am-pliar ou para modernizar, ou para construir; uns 20 ou 30 segmentos podem ser abran-gidos, por exemplo, locadora de jet-sky, balsa, enfim qualquer coisa, tendo um em-preendedor, há dinheiro e assistência técnica. A operacionalização, agora em julho,vai começar na Praia da Pipa, provavelmente no dia 28 de julho; cadastramento écom o Sebrae e o Banco do Nordeste; projeto arquitetônico é com a Secretaria deTurismo; projeto de viabilidade é com o próprio Sebrae; capacitação é com o Sine e oSebrae; financiamento, com o Banco do Nordeste. Linha de financiamento já hojedisponível: Profat, Proje, Minifunjetur, Balcão de Ferramentas – que já existe hoje eFundo de Aval do Sebrae.

Então, com isto nós estamos gerando dezenas, ou centenas, ou milhares de empregosna orla do Rio Grande do Norte, apenas com o trabalho de coordenação, já que não sereinventou a roda, simplesmente, aproveitando os vários agentes que já hoje atuam, epolarizando um pouco, através da mídia e fazendo com que as coisas aconteçam.

Julho de 1997

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Turismo Ecológico no Amazonas

Paulo Roberto dos Santos CorrêaPaulo Roberto dos Santos CorrêaPaulo Roberto dos Santos CorrêaPaulo Roberto dos Santos CorrêaPaulo Roberto dos Santos CorrêaSecretário de Estado da Indústria e Comércio do Amazonas ePresidente da Empresa Amazonense de Turismo – Emamtur

A pós a exibição do vídeo sobre o Amazonas, o meu grande desafio aqui, hoje, éprovar para os senhores que ao contrário do dito popular, bom mesmo é progra-

ma de índio.

Vamos dar uma revisada aqui sobre as informações básicas do Estado. Informaçõesque eu acho que são absolutamente interessantes.

O nosso Estado tem 1.500 milhão de quilômetros quadrados; ocupa 18% do territóriobrasileiro, é o maior Estado da Federação; responsável por 20% da reserva de águadoce de todo o globo terrestre. Até queria fazer um comentário, que me foi feito porum representante da Força Sindical. Houve uma reunião internacional e esse repre-sentante começou a falar, dando um depoimento, e o cidadão que estava comandan-do a reunião pediu para ele falar em inglês. Aí ele ficou irritado, continuou falandoem português, houve aquela discussão, aí ele pediu o microfone e disse para ele:“olha, avisa a esse cidadão e a quem está aqui, a nível internacional, hoje você mepede para falar inglês, daqui a 100 anos você vai me pedir por água!” Acho que ébaseado nessa perspectiva que nós temos lá.

Uma outra coisa que é um mito também: é que o Estado do Amazonas tem 98,7% dasua floresta intocada. Somente foi retirado, para construir cidades, para construir azona industrial e para construir a agricultura, que vocês viram aí, do terceiro ciclo,que é um projeto do governador para manter o homem no interior e não emigrar paraManaus. Então, o que se fala de queimadas, de depredação da natureza, no Estado doAmazonas, nós não temos esse problema. E nós temos uma população, no Estado, deaproximadamente três milhões de habitantes, o que dá dois habitantes por quilôme-tro quadrado, fortemente concentrado em Manaus, como vocês vão ver aqui agora.

Manaus fica localizada à margem esquerda do Rio Negro, tem 11.684 de quilômetrosquadrados e possui 1.500 milhão de habitantes. Um milhão e meio em Manaus e

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1.500 milhão espalhado por todo o Estado. Então, um Estado que tem dois habitantespor quilômetro quadrado, em Manaus passa a ter 128 habitantes por quilômetro qua-drado, uma profunda concentração de renda, porque lá nós temos a zona industrial,então, Manaus é responsável por 99,8% da arrecadação de ICM do Estado. Volto a falarnesse projeto do governador, do terceiro ciclo, que é a idéia de manter o homem nointerior, através da agricultura e, com certeza, num projeto que nós estamos queren-do fazer, também através do turismo.

Nós temos um parque industrial com 552 empresas, assim distribuídas:

� pólo eletroeletrônico, 202 empresas;

� termoplástico, 37 empresas;

� químico, 29 empresas;

� metalúrgico, 26 empresas, e assim sucessivamente.

Então, nós temos hoje 552 empresas atraídas para a Zona Franca de Manaus, não sópela estrutura que o Estado oferece, com algumas limitações, mas ele oferece umaestrutura básica razoável, mas, também pelo pacote de incentivos fiscais que nóstemos.

No ano de 1996, essas 552 empresas faturaram US$ 13 bilhões. Hoje, o Estado doAmazonas, apesar de lutar com dificuldade, apesar de fazer os seus investimentoscom dificuldade, fica entre o oitavo e o 10o estados arrecadadores de ICMS do País.

Estas são as 25 principais empresas por faturamento: Philips, Coca-Cola, Honda, Gra-diente, Evadin, Semp, CCE etc., ou seja, principalmente eletroeletrônica; hoje, todasas empresas que fazem televisão no Brasil estão conosco. Todas as empresas que fa-zem relógio no Brasil estão lá na Zona Franca de Manaus.

Por que elas vão para lá?

Se a estrutura de negócios de uma determinada indústria não tiver como pontoimportante o custo do frete para levar sua matéria-prima para a Região Norte omercado fornecedor é Sul/Sudeste e trazer o seu produto acabado para o grandemercado consumidor, ou seja, se o frete não for um item absolutamente funda-mental no custo, não há outro Estado no Brasil que ofereça benefícios fiscais comonós oferecemos. Nós temos uma redução substancial de ICMS, pode chegar a 100%.Se uma empresa produz um produto que não existe na Zona Franca de Manaus, no

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momento, se ela por exemplo, vai para o interior, até próximo de Manaus, ela podeter 100% de ICMS de incentivo. E ela, no mínimo, terá 45% de ICMS de incentivo apagar como redução. E lá a gente não devolve o dinheiro para o empresário. Porexemplo, se o empresário tem a pagar 100 e tem um incentivo de 60, ele cobra doseu consumidor, em qualquer lugar do País os 100, recolhe aos cofres do Estado doAmazonas, 40 e mantém no seu bolso os 60, não tem nenhuma paga para receberno futuro, não existe nada disso.

Pela lei federal a Zona Franca de Manaus foi criada em 1967; ela foi renovada a partirde 1988, por 25 anos, portanto, ela existe no momento até 2013. Pela lei federal éisento de IPI, não há custo de IPI, para a empresa que vende a partir da Zona Francade Manaus e o Imposto de Importação é reduzido em 88%. Se você importa aqui noRio pagando 20%, lá você vai pagar 2,4%, é uma redução substancial. Essa Suframa ésó para o Amazonas Ocidental, Manaus está localizada no Amazonas Ocidental.

A Sudam cobre toda a Amazônia e lá não se paga imposto de renda por 10 anos e issoé renovado.

Portanto, volto a dizer aos senhores, se uma indústria tem uma fábrica em qualquerlugar do Brasil, e que o seu custo de frete para comprar matéria-prima e o seu custode frete para levar o seu produto acabado, não for algo muito forte no seu processoprodutivo, não há outro pacote de benefícios fiscais a ser oferecido, exceto do Estadodo Amazonas.

Como eu fui chamado para falar de turismo, já falei de indústria, vamos falar umpouco agora de turismo. Os senhores são especialistas nisso, então eu vou começar,rapidamente, a falar do cenário mundial e depois falar do cenário estadual. É claroque para nós do Amazonas, turismo é uma atividade econômica absolutamente har-moniosa e que tem muito a ser feito. Esse negócio que faturou, de acordo com infor-mações recentes, US$ 3,6 trilhões no ano passado, e um dos negócios que mais cres-cem no mundo na medida em que o homem procura cada vez mais lazer e menostrabalho, ele é responsável por 204 bilhões de empregos diretos e indiretos, um emcada nove trabalhadores do mundo está na atividade turística, portanto, é altamenteempregador e essa é uma atividade que utiliza todos os setores da economia: agricul-tura, indústria e, claro, serviço. Portanto, é algo que cresce, é importante, uma de-manda muito grande futura e estando no Estado do Amazonas é algo que tem que ser,sem dúvida, desenvolvido.

No caso brasileiro, os senhores também são especialistas, sabem que nós somos ca-

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rentes na atividade econômica de turismo, faturamos em 1994, eu não tenho dado maisrecente, possivelmente os senhores tenham, US$ 45 bilhões, 8% do PIB, quadragésimosétimo País no cenário mundial a nível de turismo, atrás da Colômbia, que não é umdado bom, portanto, sem dúvida, o País precisa de uma política mais agressiva deturismo.

Agora, só uma pequena evolução de faturamento do turismo no Brasil, que vem de1987, de US$ 25 bilhões, chegando a 1994 com US$ 45 bilhões.

Agora, vamos falar sobre o nosso caso específico.

O Estado do Amazonas, hoje, não investe um centavo mais em nenhuma atividadeque tenha por objetivo vender o nome institucional do Estado. A gente sabe que Ama-zonas é o nome institucional mais conhecido no mundo. Eu trabalhei 10 anos naCoca-Cola e dizia até, quando eu entrei lá no Estado, que eu defendia oito letras –Coca-Cola –, e passei a defender uma outra marca de conhecimento mundial tãogrande como Coca-Cola que é o Estado do Amazonas. Então, a gente não investe umcentavo em imagem institucional. O que nós queremos agora é fazer com que essaimagem do Amazonas, a nível mundial e a nível nacional, traga negócios para oAmazonas e negócio de turismo é absolutamente fundamental.

Nós também entendemos, por alguma razão, que não é do nosso conhecimento, queo brasileiro não tem por hábito o turismo de floresta. Estou cansado de receber pes-soas no Estado, no início você fica muito empolgado e feliz; você leva para visitar afloresta e o cara diz: “Fantástico, inacreditável!”. No início a gente fica muito feliz,mas com o passar do tempo a gente começa a se irritar, porque se a pessoa diz isso éporque ela foi com uma expectativa muito pequena, que ela não foi comunicada e elase surpreende, se se surpreende é porque não foi comunicada adequadamente. Então,é uma missão nossa, como presidente da Emamtur, o governador deixa isso muitoclaro no seu plano de governo, de tentar entender primeiro e depois fazer com quemudemos esse conceito, principalmente do brasileiro, que não tem o hábito de turis-mo de floresta. Esse termo ecoturismo, é um termo que eu não gosto muito de usar,porque geralmente ecoturismo parece aquele cidadão americano, em final de carrei-ra, que faz cafuné em onça. Na verdade, o que nós precisamos é desenvolver o turis-mo de lazer, turismo de convenção, turismo de parceria, por exemplo, com a praia,por que não fazer uma parceira com Rio, Salvador? Mas, realmente o brasileiro estáhabituado, pelo que a gente percebe, ao turismo de praia, nós não queremos quediminua o turismo de praia, mas queremos que ele passe a conhecer, passe a gozar e

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trazer negócios para o nosso Estado, porque nós somos o Estado que pode oferecer amelhor condição, a melhor qualidade do turismo de floresta.

Com relação a nossa infra-estrutura nós recebemos hoje 72 vôos semanais da Varig,116 como um todo, 13 da Vasp, 31 da Transbrasil. A nível internacional, recebemospor semana somente nove vôos semanais, mesmo assim são vôos complicadíssimos.Todo mundo que vai para os Estados Unidos saindo de São Paulo ou do Rio de Janeiropassa em cima de Manaus, por que não parar em Manaus? Mas isso é uma discussãoque nós estamos tendo e vamos falar lá na frente.

A nossa estrutura hoteleira classificada conta com 3.784 leitos, sendo dois hotéis 5estrelas: o Tropical, que é o nosso melhor hotel e o Tajmahal e tem outros hotéis, seisde 4 estrelas, seis de 3 estrelas e assim sucessivamente. A hotelaria não classificadaoferece 1.553 leitos. Nós temos alojamentos turísticos ambientais, ecológicos, setehotéis de selva, com 534 leitos. Na frente de cada um dos senhores tem um panfletofalando sobre o nosso hotel de selva, que é algo que vende muito para nível de turismointernacional.

O cenário hoje no Amazonas é o seguinte: no ano passado, nós recebemos 155.749turistas que entraram por Manaus. O que dá uma média mensal de 13 mil turistas aomês. O Brasil recebeu o ano passado dois milhões de turistas. Então, nós recebemos7% do turismo nacional. O que é muito, muito pouco. Desses 13 mil hóspedes, 25%deles são turistas internacionais, na sua grande maioria americanos, alemães e japo-neses. Nós temos 2.500 turistas, três mil hóspedes por mês. Os 75% restantes, vão lá,fazem compras e até apreciam um pouco o nosso turismo, mas eles não vão, funda-mentalmente, por serem turistas; o perfil deles: são paulistas, predominantemente dosexo masculino, 86% masculino, 14% feminino, turismo nacional, idade média de 39anos, engenheiros, portanto, a missão deles é trabalhar na zona industrial, não são neces-sariamente turistas, passam a ser turistas quando estão lá e nós temos coisas boas a oferecer.

Algumas pessoas acham que o Estado do Amazonas é muito longe, eu costumo dizerque ele é eqüidistante, porque ele fica a 2.865 quilômetros do Rio, vôo direto são3:30h; hoje nós não temos vôo direto, temos que parar em Brasília, mas se fosse diretoseriam 3:30h; São Paulo, 3.100 quilômetros, também 3:30h, já existe o vôo diretopara São Paulo de Manaus; Miami quatro mil quilômetros e Nova Iorque sete milquilômetros. Miami dá 4:30h e Nova Iorque dá 6h. Portanto, somos eqüidistantes degrandes centros, tudo para estourar a nível de turismo. Temos agora uma estrada quefoi feita pelo governador, a BR-174, vai ser inaugurada muito breve, está praticamen-

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te concluída, que vai nos ligar até Caracas e América Central. Hoje, nós ainda nãotemos uma ligação via rodoviária com o Sul/Sudeste. Vai ser feito agora um trabalhona BR-319, possivelmente, dentro de um prazo razoável nós vamos ter condições denos ligar via rodoviária com o Sul/Sudeste, ainda hoje não temos essa ligação.

A conclusão a que nós podemos chegar é a seguinte: apesar de termos a marcainstitucional mais conhecida do mundo, temos como retorno um inexpressivo turis-mo receptivo. Nós estamos cientes e conscientes de que precisamos tomar medidas, acurto, a médio e a longo prazos, para incrementar o nosso fluxo de turismo. O nossoobjetivo hoje, no plano estratégico que nós montamos, estabelecido pelo governador,é triplicar o número de turistas em três anos. É um plano estratégico que eu diriaotimista, mas razoável se considerarmos, por um lado, o que a gente tem, a nível deestrutura, para oferecer, já hoje, e o que vai ser construído e, por outro lado, o nívelainda pequeno de turistas que nós recebemos. Quer dizer, temos um potencial enor-me para atacar, se soubermos atacar.

O Estado ainda é um Estado pouco conhecido. Eu estava comentando ainda há pou-co, eu tive a oportunidade de levar a Manaus o presidente da Confederação Brasileirade Remo, com quem nós vamos fazer um evento. Esse homem viajou o mundo todo,viajou o Brasil todo, e quando nós estávamos discutindo a ida desse evento para Manaus,para o Rio Negro, mais ou menos com 15 minutos de conversa eu percebi que ele nãotinha idéia do que era o Estado, nem do que era a Capital, mais ou menos como há 40anos atrás, o americano achava que a capital do Brasil é Buenos Aires. Começamos aconversar e eu perguntei: o senhor tem idéia do que é o Estado? Qual é o potencial doEstado? Da Capital? Ele disse: “Olha vocês devem ter umas 150 mil pessoas.” Eu falei:a Capital tem 1.500 milhão de pessoas. Então, o que nós estamos fazendo agora, sãoeventos de primeiro nível, com transmissão a nível nacional, começando com a tele-visão a cabo, que é a Sport TV, para comunicar ao Brasil o que o Estado é capaz defazer e todo evento a gente coloca dentro de uma hora de programa, 20 minutosfalando do Estado, de outros eventos, falando de nossos eventos folclóricos, exata-mente para começar a comunicar. Nós fizemos uma agenda, porque é fundamentalque tenha uma agenda, não pode ser uma coisa pontual. Então, no mínimo, de doisem dois meses, os senhores que têm, por exemplo, a Sport TV, hoje nós estamos usan-do a Sport TV como canal de comunicação, os senhores vão ver algum evento, deprimeiro nível, do Estado do Amazonas, sempre em parceria com a iniciativa privada.Eu venho de iniciativa privada, o governo, a estrutura estatal, tem sempre muitadificuldade de arrecadar fundos, então, todos os nossos eventos são feitos com a ini-

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ciativa privada e o Estado entra como facilitador do processo. Todo custo é pago pelainiciativa privada. Como eu falei, projetos nacionais, o que a gente pretende e estáfazendo é se comunicar. O primeiro que nós fizemos foi um vôlei; nós levamos ascampeãs olímpicas. No dia 25 de junho, nós fizemos uma partida, no Sambódromode lá, montamos uma arena, com areia, e fizeram uma partida lá com transmissãopela Sport TV abrindo com uma música, que é a nossa música, música de Parintins,o espetáculo sempre abre com a música e fecha com um espetáculo esportivo deprimeiro nível. Depois, nós tivemos o Festival Folclórico de Parintins, eu espero quepelo menos os senhores já tenham ouvido falar nele, no final da apresentação voupassar uma fita que fizemos na época em que eu trabalhava na Coca-Cola, que atétem um pouquinho de merchandising, mas que é uma festa que considero hoje, semnenhuma, digamos, demagogia, por ser secretário de Estado ou presidente do órgãodo Turismo, uma das melhores festas folclóricas do Brasil. Dito isso também pelopessoal da Globo que esteve com a gente lá, fazendo a cobertura para o Fantástico,eles que cobrem o carnaval, aqui do Rio há 15 anos disseram: “Realmente, essa festaé de primeiro nível.” Então, essa é uma festa que ajuda a promover o Estado, ela éfeita no meio da floresta, a 450 quilômetros de Manaus, é a terceira cidade em núme-ro de habitantes do Estado, 80 mil pessoas, uma cidade que é carente, como todacidade do interior do Estado, mas que consegue fazer uma festa, com uma belezaplástica, com uma beleza musical, uma participação efetiva porque são só dois gru-pos, de uma beleza muito grande. Todo mundo que vai lá se encanta, se entusiasma pelafesta. E não podemos esquecer que essa festa é feita numa arena para 40 mil pessoas, dentroda floresta amazônica, que é algo também que tem uma energia diferente.

Estamos tentando fazer uma parceria com a Globo para tentar colocar o que a gentepuder do Estado, abrir brechas para oportunidades.

Na sexta-feira passada, dia 25 de julho, nós conseguimos um bloco, pelo trabalho quefoi feito pelo Fantástico conosco, botar um bloco falando sobre essa festa de Parintinsnesse programa Criança Esperança, que é capitaneado pelo Renato Aragão que, se-gundo a Globo, é um dos três maiores programas a nível de audiência nacional,atingindo 80 milhões de pessoas. Estou sempre com o pessoal da Globo, tentandocolocar, onde puder, o Estado através de seus eventos.

No dia 21 de setembro nós vamos ter uma regata internacional. Os senhores sabemque existe uma prova centenária entre Oxford e Cambridge, e nós conseguimos, atra-vés de contato com a embaixada inglesa, trazer essa prova, pela primeira vez, para oRio Negro, ela já veio quatro ou cinco vezes ao Brasil, Rio e São Paulo, então, vamos

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fazer uma regata de 12 quilômetros, que é algo que está sendo discutido ainda, porquetecnicamente eles não estão querendo muito. Os ingleses estão um pouco preocupadosporque é uma prova de 12 quilômetros contra a correnteza, vindo da Manaus velha paraa Manaus nova. Eles estão tão preocupados que vinham aqui para o Rio passar dois, trêsdias, depois eles iam para Manaus; eles não querem mais ir ao Rio, querem ir diretopara Manaus, para treinar. Essa prova vai ter a cobertura da Sport TV, patrocinada pelainiciativa privada, e nós estamos conversando com a BBC de Londres que, na últimaprova, transmitiu para 400 milhões de pessoas e, como é uma prova centenária, Oxfordversus Cambridge, e no Rio Negro, no Amazonas, tem um apelo que os está sensibili-zando; a CNN também está interessada. Nós estamos conversando, é tudo de graça,façam a transmissão que quiserem.

Então, é uma forma também de se promover o Estado de forma positiva, não só a nívelnacional como internacional, e outros eventos estão por aí, todos os eventos possíveis deprimeiro nível, nós vamos estar trabalhando sempre com um período máximo de doismeses. Tudo o que a gente faz a gente cria a logomarca, para poder vender depois.

Outro ponto importante: todo patrocinador de um evento passa a ser o padrinho daqueleevento ad ceternum, ou pelo menos enquanto o governador Amazonino for governa-dor. No ano que vem, em junho, haverá outro evento de vôlei pago pelas mesmasempresas. Este ano foram a Sharp, Honda, Gillette e Shell.

Esse aí é o da regata, Inglaterra versus Brasil, esse é o tema da regata e nós convidamosseis empresas para patrocinar e elas ficaram de nos responder na próxima sexta-feira.Enquanto elas não dizem sim, não posso promover o nome.

Com relação ao longo prazo nós estamos contatando uma série de empresas nacionaise multinacionais, com experiência, por exemplo: Arthur Andersen, Price, Trevisan, estamoscontatando essas empresas que têm experiência, porque a gente ouve muito falar emconversas, em reuniões que nós temos tido lá, eu tentei fazer alguns workshops, por quea gente não tem o turismo mais agressivo? Por que a gente não recebe mais o brasileiro?Por que o brasileiro não tem o hábito de turismo de floresta? E as respostas são as maisdiversas possíveis. Por exemplo: me dizem muito que é o preço da passagem. O preço dapassagem é caro para qualquer lugar do Brasil. Um carioca sai do Rio de Janeiro, deixaa Praia da Barra, de Búzios, paga 12% mais barato na Varig do que pagaria para ir paraManaus e vai para Fortaleza, para a praia. Eu não quero que ele deixe de ir a Fortaleza,mas o que faz esse cidadão tomar essa decisão e não ir um pouco mais à frente, com umcusto um pouco menor e ver algo que ele não vê aqui.

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Então, o que nós estamos fazendo? A gente está contratando uma empresa de consultoriapara fazer um plano estratégico do Estado, já tivemos várias conversas, é um projeto de10 meses no mínimo, um projeto caro, nós temos um Fundo de Turismo e Interiorizaçãodo Estado, que foi criado pelo secretário da fazenda, há cerca de dois anos, e tem fundospara pagar isso. Então, nós estamos pesquisando porque queremos um projeto estratégi-co para o Estado e queremos que esse projeto esteja pronto até março do ano que vem, sobo ponto de vista do que investir, quem vai investir, iniciativa privada, iniciativa pública,de que forma, onde, em que momento, quem chega primeiro, onde é que a gente sentacom as empresas de aviação para discutir esses vôos internacionais, isso tudo tem que serfeito de uma forma profissional, analisada, profunda, não pode ser uma coisa de ama-dor. Então, nós vamos investir, não tenha a menor dúvida. Esse é o projeto mais impor-tante que nós temos hoje lá. Entender porque o turismo de floresta não é uma realidadea nível nacional e a nível internacional.

E, a médio prazo, não precisa de nenhum projeto para entender que, por exemplo,parque temático, que é algo que está estourando no mundo todo, por que não noEstado do Amazonas? Então, nós estamos conversando com algumas empresas, entreelas, Terra Encantada, que estará inaugurando o parque temático aqui em 12 deoutubro, é a nossa idéia. E se os senhores tiverem contato com empresas que queiramfazer esse investimento, por favor me procurem, eu vou deixar meu telefone, nósqueremos fazer um Centro Integrado na Ponta Negra. Ponta Negra, para quem co-nhece Manaus, fica numa região que vai ser o futuro, tipo Barra da Tijuca, ondeaparece no filme o Hotel Tropical. Queremos fazer lá um Centro de Convenções, quenós não temos, para quatro mil pessoas, queremos fazer uma marina estruturada,porque nós somos uma grande Veneza, queremos fazer um free shop, porque nóstemos um pacote de incentivos fiscais em que o cidadão pode entrar nesse free shop epagar isento de imposto. Nós queremos fazer um hotel, para que seja competidor doTropical; Tropical é o melhor hotel que nós temos, precisamos um pouco de competi-ção com o Tropical, de 600 quartos e um parque temático com várias estruturassegmentárias, como a parte da água, onde o cidadão vai poder pescar, vai poder mer-gulhar, vai conhecer a parte da floresta, a parte de estudo daquela estrutura toda quenós temos lá, de plantas, de animais e convidando universidades internacionais, enacionais para irem lá e fazer seu estudo. Uma parte de folclore, onde nós temosfestas para colocar lá dentro. Enfim, essa é a nossa idéia e queremos uma grandeestrutura que coordene isso tudo. Terra Encantada está se mostrando interessada, háoutras empresas e nós queremos, até o final do ano, já ter um termo de compromissoentre o governo do Estado, que vai ter que investir em infra-estrutura, e a iniciativa

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privada, um representante da iniciativa privada que queira fazer esse investimento ou,mesmo que não faça tudo, que queira capitanear essa estrutura de investimento. Issonão precisa de muito estudo para saber que é uma realidade. Como eu disse aos senhoresnós somos eqüidistantes, é um projeto que pode receber tanto turista nacional, como a4:30h receber de Miami, como a 2:30h receber da América Central. Hoje, a Região Norteé uma grande exportadora de turismo para Cancun, Margarita, eu tenho vários agentesde turismo a quem eu disse que não os recebo mais na Emamtur, pois 99,9% dosnegócios deles é vender para fora. Falei: recebo, quando vocês tiverem um projeto paratrazer turista para cá. Nós vamos ter que inverter, sem dúvida, porque nós temos poten-cial para isso.

Basicamente, o que eu tinha a falar para vocês sobre o que nós estamos fazendo noEstado é isso. Eu vou passar, agora, para finalizar a minha apresentação, um filmeque mostra essa fantástica festa que nós temos, a do boi do mar, em Parintins, querogravá-la na memória de vocês.

Julho de 1997

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Desenvolvimento do Turismo no Rio Grande do

Sul

Günther StaubGünther StaubGünther StaubGünther StaubGünther StaubSecretário de Estado de Turismo do Rio Grande do Sul

Eu tenho o prazer muito grande de estar aqui. É uma honra. O nosso queridoTrigueiros estava preocupado com a ausência do Mór. Eu disse-lhe que o Mór

deve ter vindo a cavalo, por isso é que chegou atrasado. O Trigueiros foi tão competente nasua gestão na Varig que trouxe a matriz operacional de Porto Alegre para o Rio de Janeiro.

Eu vou pedir licença para ficar de pé, eu vou falar lá da frente, por causa da passagemdas transparências.

Senhoras e senhores, jornalistas: o senhor governador, Antônio Brito, consciente daimportância do turismo no mundo, criou a Secretaria de Turismo no Rio Grande doSul. Portanto, a nossa Secretaria tem um pouquinho mais do que dois anos e meio, eao criar essa Secretaria, nós passamos a ter um corpo técnico, passamos a ter algumtipo de recurso e passamos, evidentemente, a ordenar o trabalho da Secretaria.

Ela tem uma estrutura simples, ela é pequena; nós temos 40 funcionários. Tem, natu-ralmente, um Diretor-geral, uma Assessoria Jurídica, uma Assessoria Técnica, a partede Comunicação e Marketing, e depois nós temos uma Área de Desenvolvimento doTurismo que é assistência aos municípios, Divisão de Informações, Divisão de Plane-jamento e um Departamento de Relações com o Mercado, Parcerias, Área de Convê-nios, Promoções e Eventos e Área Administrativa.

Ela é simples, não tem maiores complicações.

Como primeiro ponto da nossa atividade, nós começamos a realizar uma pesquisa dademanda turística emissiva e receptiva internacional, por causa da nossa fronteiracom Uruguai, Argentina, proximidade com o Chile e o Paraguai. Esses pontos depesquisa são os Aeroportos de Porto Alegre, Livramento, Chuí e Uruguaiana, nas divi-sas com Argentina e Uruguai. O período de realização é o ano inteiro e os resultadossão atualizados e permanentes.

Quero lembrar o seguinte: todo o trabalho que vamos apresentar representa ações queestão sendo desenvolvidas, nada disso é só parte de algum projeto, são realizações, são

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trabalhos que nós estamos executando.

Estamos fazendo um projeto Portais do Rio Grande, que visa criar um local de acessocom serviços diretos, informações turísticas com auxílio de emergência para a saúde,um abrigo, sanitário público, telefone público, serviços de comércio (pequeno comér-cio), lancheria, tabacaria, revistas, produtos regionais, caixas automáticas bancáriase assim por diante, com tratamento paisagístico, estacionamento etc. São 10 portõesprincipais de entrada, quero lembrar que não são pórticos em cima de rodovias, é umlocal com prédio etc. Em Chuí, Jaguarão, Magé, Livramento, Uruguaiana, São Borja,Iraí, Marcelino Ramos, Vacaria e Torres.

Aqui está no mapa uma localização das principais entradas do Rio Grande do Sul,seja pelo Brasil ou seja pelo exterior.

Temos vários Centros de Informações Turísticas: aeroporto, rodoviária e em váriascidades do interior do Estado, coincidindo praticamente com os Portais; esses Centrosde Informações Turísticas que estão funcionando e lá nós fazemos pesquisa de mer-cado. Alguns desses Centros funcionam 24 horas por dia, muitos funcionam 18 horaspor dia e o que menos tempo funciona – 12 horas.

Um dos projetos que nós entendemos como importante para o turismo do Rio Grandedo Sul é a sinalização turística. Todos os senhores que viajam, já viajaram pela Euro-pa, Estados Unidos e outras partes desenvolvidas do mundo, sabem que a gente recebena portaria do hotel um material, mapas etc. ou compra e começa a andar e coincidea sinalização com os fatos, direitinho, com o que está no mapa. E nós sabemos que asestradas brasileiras, tanto estaduais como federais, são bastante mal sinalizadas, sãoprecárias. Então, um dos nossos projetos é a sinalização turística. Nós estamos fazen-do em conjunto com o Departamento do Estado de Rodovias, com o DNER e com osmunicípios. É sinalização em estradas federais e estaduais, não entra no Município.Nós já temos sinalizadas dos 1.230 quilômetros de estradas, especialmente no princi-pal eixo de entrada de turistas, sejam brasileiros ou do Mercosul, que é o eixo Torres-Uruguaiana-Livramento.

Um outro projeto que nós executamos, com grande resultado (diz o meu amigo CaioLuíz de Carvalho, presidente da Embratur, que é a única rota que aconteceu no Brasilpor enquanto): nós dividimos o Estado em 13 rotas e estamos criando rotas turísticas.É um trabalho importante que nós fazemos. Uma das rotas que está pronta é a “RotaRomântica”, está ali o símbolo, é uma folha de plátano e abrange 13 municípios. Nós

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constituímos uma Associação de Municípios, daí fizemos um inventário completo emtodos os municípios, discutimos esse inventário com as comunidades, eles foram cor-rigidos, retificados e depois nós partimos para a impressão de uma espécie de lista, comonós temos aqui, o calendário da “Rota Romântica” com todos os fatos do Município,depois então partimos para a sinalização turística, aqui tem uma placa mostrando isso.É um roteiro de 230 quilômetros. Depois nós entregamos para o Trade Turístico, para asAgências de Viagens promoverem esse roteiro.

Estradas. Estamos construindo ou reformando cerca de quatro mil quilômetros deestradas no Estado do Rio Grande do Sul, porque as estradas são precárias, como noresto do Brasil, e nós estamos fazendo um investimento de US$ 1,100 bilhão, mais osrecursos próprios do governo do Estado.

Estamos construindo aeroportos em região turística, como na região de Canela/Gra-mado e, no litoral, o aeroporto de Torres. Estamos ampliando aeroportos e estamosiluminando aeroportos no interior do Estado, porque no dia 12 de dezembro passadofoi assinado pelos presidentes do Mercosul o programa de Viação Aérea Sub-regional enós estamos nos preparando para isso.

O Rio Grande do Sul viveu um longo período de mais de duas décadas de quase desca-so com o assunto de turismo. Os governos não davam bola para o assunto de turismo,os governos não colocaram profissionais e muitas vezes era assim: “fulano, a gentetem dívida política com ele, onde é que bota? Bota na Delegacia de Polícia, bota nãosei onde? Lá no Turismo tem uma vaga, então põe lá.” Então, foi um setor que nãorecebeu recursos, não recebeu um apoio aos recursos humanos lá existentes e assimpor diante. Então nós tivemos um período muito grande de falta de consciência turís-tica, de descaso no turismo gaúcho. Por que isso? E devo lembrar que foi o primeiroEstado brasileiro que criou uma Secretaria de Turismo no passado e, no entanto, lápelas tantas um governador resolveu extinguir a Secretaria de Turismo, o que foilamentável. Por que isso aconteceu? Por uma coisa lamentável chamada “ausênciade consciência turística”. Então, um dos nossos principais programas na Secretaria étentar criar, em todo o Estado do Rio Grande do Sul, uma consciência turística.

Então, o nosso esforço, talvez o principal programa da Secretaria, seja criar umaconsciência turística. Para isso nós temos feito um trabalho por todo o interior doEstado, porque um outro problema que a área de turismo tinha é que ela se dedicava,basicamente, à região de Canela e Gramado. Nós estamos desconcentrando, nós esta-mos fazendo uma ação por todo o Estado do Rio Grande do Sul. Dentro desse progra-

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ma de conscientização turística, como eu disse, eu acho que certamente é o principalprograma nosso, porque quando nós sairmos, se o Estado tiver consciência turística,mesmo se os governantes não quiserem apoiar o turismo, a sociedade vai se mobilizar evai, possivelmente, exigir dos futuros governantes que dêem atenção ao assunto doturismo.

Dentro disso nós temos uma série de trabalhos. Nós fazemos para a rede escolar ascartilhas turísticas para ensinar turismo nas escolas primárias; nós estamos treinan-do a Força Militar Pública porque é, provavelmente, um dos principais contatos que opúblico tem com uma comunidade, os empresários do setor, ambulância, trabalha-dores em hotéis, restaurantes, casas de espetáculos etc.

Temos um programa muito grande de treinamento de “Táxi Turismo” e nós temostreinado muita gente nessa atividade.

Temos uma série de cursos: Guia de Turismo Regional; Guia de Turismo Especializa-do em Atrativos Naturais, um curso com 554 horas, 490 horas-aula; Recepcionista deEventos e Informações; Espanhol – porque para nós é importante; Gestão de Empreen-dimentos do Turismo Rural 144 horas, que para nós também é importante; Produtorde Ecoturismo, que são projetos que nós desenvolvemos muito.

Este ano estamos investindo US$ 3 milhões em treinamento. Na primeira etapa com3.185 pessoas, envolvendo 69 municípios com 120 cursos. Na segunda etapa, 173municípios com 9.165 treinandos num total de 12.300 e poucos treinandos.

Estamos fazendo um treinamento espalhado pelo Estado todo, não concentrado numaregião, para que o Estado inteiro seja preparado para receber o turista.

São cursos internos, não têm problema nenhum, temos um programa interno dequalidade total, em que estamos bem avançados, com excelentes resultados. Na se-mana passada, um técnico espanhol, fazendo uma espécie de auditoria na nossa ati-vidade, ficou surpreso que às oito horas da noite tinha gente trabalhando, à uma horada tarde, às oito da manhã, sábado e ele me disse: “Isso aqui não parece repartiçãopública, isso aqui tem conceito de iniciativa privada.” E é verdade. É assim que nóstrabalhamos na secretaria.

Temos um grande programa de assessoria aos municípios. Fazemos pesquisa comple-ta no Município, na sede e no interior do Município. Nós implantamos o Sistema deFluxo Turístico Municipal Permanente; nós elaboramos os Planos Municipais e Regio-nais de Desenvolvimento Turístico através de um planejamento participativo com a

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participação das comunidades. Nós temos 173 municípios no Estado do Rio Grande doSul credenciados como municípios prioritários para o desenvolvimento do turismo noEstado. Estamos bem espalhados e só estamos esperando que a Embratur reabra esseprograma de classificação, eu acho que nós incluiremos mais uns 30municípios.

Temos uma área de fiscalização que nós reforçamos bastante, através de um convê-nio com a Embratur, que fiscaliza agências de viagens, transportadoras turísticas,empresas organizadoras de eventos, empresas de serviços especiais, empresas explo-radoras de meio de hospedagem, guias de turismo, habilitação e estímulos financei-ros etc. Então, nós fiscalizamos toda a atividade turística, cadastrada ou não, porqueo que nós estamos percebendo no Rio Grande do Sul, é que como o governo estámovimentando o turismo evidentemente está surgindo uma série de atravessadoresnão registrados e assim por diante; essa atividade é para proteger a empresa legal-mente instituída, que paga impostos etc.

Temos um projeto chamado “Prodetur/Sul”, a exemplo do projeto “Prodetur/Nordes-te”, em que nós estamos trabalhando, envolve quatro estados: Rio Grande do Sul,Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul e, agora, o BID entendeu que deviaincluir a Argentina, o Uruguai e o Paraguai, o que complicou um pouco a nossa vida,mas nós estamos trabalhando forte nesse sentido, nessa direção; há duas semanasesse projeto teve um apoio político na Câmara de Deputados, que ele não tinha atéentão – era um projeto apenas técnico, nosso, nós estamos tocando – e ele é umprojeto mais ou menos de US$ 600 milhões, mas o governo do Estado do Rio Grandedo Sul, independentemente da aprovação ou não desse projeto, está fazendo um tra-balho de infra-estrutura em rodovias, em saneamento básico, em aeroportos etc.,independentemente da aprovação ou não dos recursos do BID para o projeto Prodetur.

Já foi terminada a primeira fase desse projeto, está na fase da Carta de Intenção,encaminhada ao BID.

Um segmento importante que nós estamos trabalhando, com grande resultado, é oEcoturismo. Nós fazemos a pesquisa, fazemos palestra de conscientização, visitas àsáreas de interesse, preparação de mão-de-obra especializada para o Ecoturismo,integração do projeto de turismo rural e cultural.

A conscientização da comunidade envolve guias, treinamento de guias, a parte dehospedagem e lazer, produtores turísticos, a parte de alimentação, depois a integração

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do projeto e a divulgação.

Ainda no Ecoturismo nós temos um projeto chamado “Caminhos Verdes do Rio Grande” quetem o objetivo de criar 10 caminhos de Ecoturismo no Estado do Rio Grande do Sul,envolvendo áreas de interesse ecológico, aliás, há projetos de Turismo Rural, TurismoSaúde e Turismo Cultural, abrangendo 10 regiões do Estado.

Esse projeto de Turismo Rural é um projeto muito importante porque nós temos a áreanorte do Estado, área nordeste, que é composta por miniportos, basicamente de coloni-zação italiana e alemã, propriedades pequenas, então nós treinamos os pequenos pro-prietários rurais para receberem, em suas propriedades, o turista da cidade e assim oturista da cidade ter a oportunidade de se hospedar numa casa de colônia, descendentede italiano ou alemão, ou polonês e assim por diante, e nós estamos tendo um excelenteresultado com o Turismo Rural.

O Turismo Saúde é a área das hidrotermais, que lá no Rio Grande do Sul se isolaram umpouco, a área de Iraí no norte do Estado, nós estamos mexendo nisso, nós estamosreativando essa área, melhorando os equipamentos, treinando as pessoas e assim pordiante.

A parte de Turismo Cultural, cujo ícone no Rio Grande do Sul é a Região das Missões,que nós estamos revitalizando com grandes resultados, acho que têm saído matériasna grande imprensa brasileira sobre as Missões Gaúchas.

Parque Nacional dos Parados da Serra e Itaibezinho. Nós, governo do Estado, juntocom o Ibama, fechamos este parque. Nós estamos investindo US$ 2 milhões nareformulação deste parque. É um parque nacional e nós estamos asfaltando a rodoviade acesso a este parque; nós queremos reabri-lo este ano, estamos fazendo umtrabalho, eu diria, inédito – esse espanhol que está aí está muito surpreso de encon-trar nessa parte do mundo um trabalho desse tipo. Quando nós reabrirmos esse par-que, que até agora nunca foi muito explorado e divulgado, lá tem uma comunidadede cinco mil habitantes chamada Cambará do Sul, esta comunidade, esta região vaireceber um grande fluxo turístico, então, nós, preocupados com a preservação dacultura, da arquitetura e do Plano Diretor dessa cidade, porque provavelmente essefluxo turístico vai representar um tumulto na cidade, nós estamos desde o mês passa-do fazendo um grande plano de treinamento de toda a comunidade para receber essefluxo turístico. Nós estamos fazendo reuniões semanais com o Ibama, com a Prefei-tura, nós temos feito enormes reuniões, nós temos feito um grande programa de trei-

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namento, de cursos, das mais variadas ordens, nós estamos trabalhando com a Prefeitu-ra no sentido de que o Plano Diretor seja preservado, de que a especulação imobiliárianão destrua casas, ou que de repente surja lá um grupo muito grande de pessoas, hojenós temos os “sem-tudo, sem-terra” e assim por diante, ou seja, que a cidade não sofraum inchaço e nós estamos preparando esta comunidade, que é uma comunidade paca-ta, para receber um novo fluxo turístico.

Depois desse projeto, existe uma outra cidade para onde nós vamos construir umarodovia, chama-se Taquara – Santo Antônio da Patrulha. Essa cidade, Santo Antônioda Patrulha, é uma cidade de origem açoriana, ela receberá um grande fluxo turísti-co e nós, então, vamos fazer para essa comunidade o mesmo trabalho que nós estamosfazendo em Cambará do Sul.

TTTTTurismo Náuticourismo Náuticourismo Náuticourismo Náuticourismo Náutico. O Rio Grande do Sul tem a maior lagoa de água doce do mundo.Tem outras lagoas menores. Na parte do litoral norte nós temos 42 lagoas. Nós temosuma bacia hidrográfica, temos uma quantidade enorme de rios e o esporte náutico épouco praticado. Estamos desenvolvendo eventos para estimular o esporte náutico,porque isso não exige investimentos em infra-estrutura e nós temos equipamentosprontos, com baixa taxa de utilização.

Baseados nisso, já fizemos seminários, incrementamos já nesse verão uma série deregatas, que antes não se realizavam lá, uma delas, Porto Alegre-Pelotas-Rio Grande,com 330 quilômetros de rota, deu inclusive uma grande matéria na SPM, divulgadaem 72 países do mundo.

TTTTTurismo Religioso.urismo Religioso.urismo Religioso.urismo Religioso.urismo Religioso. Nós temos várias manifestações religiosas importantes no RioGrande do Sul e estamos preocupados com isso, porque esse é um assunto que precisaser bem cuidado se não a gente sofre uma série de problemas. Vejam que a nossapreocupação é sempre com a preservação da identidade cultural do pessoal. Nós te-mos, na Região de Missões, um local chamado “Caró”, onde vem muito turistaparaguaio; nós temos em Santa Maria, no centro do Estado, um cidadão que é umdiácono, um beato, e há um grande fluxo de turistas argentinos que vão a SantaMaria para vê-lo e assim por diante. Nós estamos cuidando disso.

Clube da Melhor Idade, que é a terceira idade. Nós temos 26 clubes no Estado do RioGrande do Sul, já superou 3.640 associados. A sede nacional é lá na Secretaria. Nósdoamos um espaço para esse pessoal, que é um turista que cada vez mais vai crescer,porque cada vez as pessoas vivem mais e, portanto, cada vez têm mais condições defazer turismo. São grupos muito alegres e fizeram um Congresso em Recife o anopassado com cinco mil participantes.

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Publicamos semestralmente calendários de eventos, são cerca de 400 eventos por se-mestre, nós temos um calendário nacional, interno, do Rio Grande do Sul e fizemosjunto com o Ministério do Turismo do Uruguai um calendário de eventos uruguaio/rio-grandense, em espanhol e em português, distribuído tanto no Uruguai como no RioGrande do Sul, com grandes resultados. Estamos trabalhando para a emissão do segun-do calendário de eventos combinados, que foi a primeira ação turística promocionalintegrada dentro do Mercosul. Agora nós estamos dentro do Mercosul. Hoje se realiza aRET, que é a Reunião Especializada em Turismo, eu não pude ir porque tinha assumidocompromisso aqui e eles marcaram esse encontro depois, nós estamos trabalhandonuma parte promocional junto com a Embratur para a promoção das Missões, asMissões brasileiras, argentinas e paraguaias, estamos imprimindo material promocional,que será a segunda ação e a terceira ação, nós estamos desenvolvendo junto com osargentinos, uruguaios e paraguaios, é uma coisa que é comum a nós que é o “MundoGaúcho”, o “Mundo Gaúcho” que tem nesses quatro países. Nós estamos trabalhandodentro da RET para fazer um produto integrado: Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai.

Participamos em eventos estaduais, em eventos nacionais/internacionais com sentidode, internamente, apoiar eventos locais e, externamente, promover o turismo para o RioGrande do Sul.

Essa é a nossa programação para participar em projetos promocionais no segundosemestre deste ano, com investimento de US$ 345 mil, há também uma série deworkshops que nós vamos fazer, em várias partes do mundo, com investimentos deUS$ 377 mil. Isso para nós é importante porque o nosso orçamento é pequeno.

Aí estão os roteiros turísticos. Como eu disse no início, nós estamos trabalhando emvárias rotas, rota das missões, da uva e do vinho etc. e hoje, com a divulgação daprimeira rota, existe uma verdadeira fé em volta do Rio Grande do Sul. Isso é bomporque as comunidades que estão se organizando estão interessadas em tocar oturismo.

Devo dizer qual o nosso conceito de trabalho na Secretaria: nós não entendemos odesenvolvimento do turismo sem uma participação estreita, em primeiro lugar daSecretaria do Turismo do Rio Grande do Sul com a Embratur, com os municípios ecom a iniciativa privada. Sem essa participação, sem essa ação conjugada dessas qua-tro partes, não se faz turismo no Brasil. E graças a Deus nós temos uma excelenterelação com a Embratur, uma excelente relação com os municípios, uma excelenterelação com o trade turístico do Rio Grande do Sul e com a iniciativa privada.

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Temos, evidentemente, uma Assessoria de Comunicação e Marketing que faz toda aparte de divulgação do Estado do Rio Grande do Sul, e aqui estão ações que nós estamosdesenvolvendo no momento, trabalhos que nós estamos realizando, isoladamente oucom outras entidades.

Tivemos uma dificuldade muito grande para criar o Comitê Executivo de Promoção eCapacitação de Eventos, que todos os senhores sabem que é o que traz o principalturista, porque é o que mais gasta, o que mais tempo fica etc. e nós temos procuradoatrair eventos para o Rio Grande do Sul, não só para a região de Canela e Gramado,mas para o Estado todo e com excelentes resultados. Nós tivemos uma grande resis-tência do trade turístico gaúcho, que era contra isso, porque dizia que nós íamosacabar com a ABAV, com a ABIH, enfim com todas aquelas entidades ligadas ao turis-mo e não era este o nosso objetivo, o nosso objetivo era atrair eventos para reforçarexatamente o trade turístico gaúcho.

Criamos o “Sábado”, projeto lançado este ano. Criamos o Centro de Gastronomia doEstado, no sentido de aprimorar e melhorar a gastronomia gaúcha, que é rica, evariada, porque a nossa população se compõe de mais de 20 etnias e nós, então,estamos interessados em aperfeiçoar a gastronomia que se pratica no Rio Grande edar a ela uma qualificação e um desenvolvimento, conscientes de que as pessoas queviajam, quando vão a um lugar, querem conhecer as coisas mas também querem sealimentar. Nós fizemos um trabalho e, no dia 15 de março, levamos 15 chefes decozinha internacional, que trabalharam alguns dias conosco, elaborando o currícu-lo, que depois foi encaminhado à Secretaria de Educação para transformar isso emdoses de ensino, é um curso com duração de dois anos. Isso é um investimento gran-de, mais de US$ 1 milhão. Sábado nós lançamos, na cidade de Bento Gonçalves, naSerra Gaúcha, na colônia italiana, este Centro Gastronômico.

Temos divulgado o Rio Grande por duas campanhas, por duas manifestações. Umacampanha que acabamos de realizar chamada o “Inverno Mais Quente do Brasil” eoutro, no verão, chamado “Verão Numa Boa”. Bem que gostaríamos de ter recursospara divulgar o Rio Grande nas quatro estações e até já tenho a campanha pronta,pegar as quatro estações de Vivaldi e fazer uma campanha de comunicação. Por queo inverno? Porque o Nordeste, com muita competência, tem divulgado o verão e nósestamos acostumados a ver o verão extremamente divulgado e como nós temos verão,mas, também temos o inverno e eles não têm, então nós resolvemos, como temospouco dinheiro, divulgar o inverno. Acho que com excelentes resultados.

Também temos uma campanha mais modesta, durante o verão, chamada “Verão

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Numa Boa” para o turismo mais regional.

Resultados não só dessa campanha, mas dessa ação. A área das Missões está lotada, faltahotelaria. A área da Serra de Caxias do Sul com mais 20% de ocupação hoteleira. A áreade Bento Gonçalves, na serra, 22,9% a mais. A área de Canela, Gramado e Nova Petrópolismais 20%. A área de Porto Alegre mais 10% e as outras regiões do Estado aumentaramem 10% a ocupação hoteleira este ano sobre o ano passado. Portanto, o governo doEstado está estimulando o trade e a minha tese é de que primeiro nós precisamos levaro mercado e depois então, ou paralelamente, buscar os investimentos. Eu sempre digoque se uma região tiver passageiros as companhias aéreas vão botar 10, 20 vôos diaria-mente, se não tiver não põem nenhum.

Acabamos de inaugurar o grande Centro de Convenções da Federação das Indústrias, oSesi. Porto Alegre tinha uma deficiência muito grande, faltava um Centro de Conven-ções. Foi um investimento de US$ 50 milhões e hoje eu acho que nós podemos acolher,com certo conforto, congressos de três, quatro mil pessoas, o que antes nãopodíamos.

O Centro de Convenções da Pontifícia Universidade Católica também acolhe um nú-mero expressivo de eventos, porque nós estamos perdendo eventos de maior porte;está em construção, aprovamos o financiamento semana passada, de um Centro deEventos em Gramado, um investimento de US$ 6 milhões e um investimento menorem Nova Petrópolis. Também na cidade de Bento Gonçalves um investimento em umCentro de Convenções de US$ 10 milhões.

Parques TParques TParques TParques TParques Temáticosemáticosemáticosemáticosemáticos. Nós acabamos de aprovar um projeto de US$ 127 milhões de umparque temático, no litoral norte do Rio Grande do Sul, na cidade de Tramandaí,numa área de 180 hectares; um parque temático, já uma ampliação do atual parqueque existe há cerca de 25 anos.

Ainda próximo do litoral, um pequenino parque está sendo ampliado, nós estamosapoiando.

Em Canela e Gramado também existe um pequeno parque chamado “Mundo a Va-por”, recebe 160 mil pessoas por ano, onde nós estamos apoiando uma ampliação novalor de US$ 3,8 milhões e o “Minimundo”, que é um pequeno parque também, cujaampliação nós estamos apoiando.

HotelariaHotelariaHotelariaHotelariaHotelaria. Existem hoje vários empreendimentos de construção hoteleira. Só em Gra-

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mado são quatro hotéis em construção. Depois de amanhã nós vamos inaugurar umhotel da rede Parthenon, do grupo Accord, na cidade de Santa Cruz do Sul, que é nocentro do Estado, um investimento de US$ 8 milhões e nós, hoje, estamos assistindovários empreendimentos hoteleiros em várias partes do Estado do Rio Grande do Sul.

Então, o que nós fizemos foi criar uma demanda, ocupar a capacidade instalada dosequipamentos turísticos do Rio Grande do Sul e ao lado disso nós fomos buscar inves-timentos. É uma coisa muito difícil, aqui quem trabalha com turismo sabe, porquenós trabalhamos simultaneamente com 12 redes hoteleiras internacionais, e a pri-meira coisa que todos eles me perguntam: “Tem hotel de rede lá?” Não, não tem. Ah!então vamos conversar. A não ser que o empresário venha aqui, construa, e a genteentre com o know-how e assim por diante.

Foi uma coisa muito difícil romper isso e segunda-feira próxima nós estaremos anun-ciando um empreendimento do Sheraton, lá no Rio Grande do Sul, associado comum grupo local.

Acabamos de fazer a campanha de propaganda “Inverno Mais Quente do Brasil”,como mostrei aí nós participamos de eventos nacionais/internacionais, uma estraté-gia bem definida, só mudamos essa estratégia agora, porque o nosso amigo Luiz Móre nosso querido presidente da Varig, junto com o diretor regional, lançaram um vôoPorto Alegre/Nova Iorque, no mês de junho, então nós incluímos a área de NovaIorque e Filadélfia na nossa atividade promocional. Em novembro, vamos fazer umevento promocional na área de Nova Iorque, junto com a Varig, no sentido de queessa linha seja viável e funcione.

Nós também vamos fazer o lançamento das Missões, vamos dizer assim, praticamentenão teve um lançamento ainda, porque as Missões são consideradas patrimônio dahumanidade pela ONU, vamos levar para lá o José Carreras, vamos fazer um grandeempreendimento promocional, lançando então as Missões Gaúchas.

Eu trouxe aqui dois trabalhos, um comercial da última campanha do “Inverno MaisQuente do Brasil”, um comercial pequeno, de 30 segundos, onde nós falamos emvários produtos do Rio Grande do Sul, não falamos só na Serra Gaúcha. É um comer-cial extremamente emocional, bastante envolvente que nós vamos apresentar.

Ainda tenho mais dois vídeos, com um total de 15 minutos, que não é apropriadopassar agora. Um é sobre a Rota Romântica e um é sobre Atração de Investimentos.

Agradeço a atenção que vocês me deram até aqui, a grande oportunidade de aqui

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conversar com os senhores. Devo repetir: todos esses pontos que nós apresentamos sãoprojetos que estão em andamento, não é nada que nós vamos fazer, está acontecendolá no Rio Grande, estamos trabalhando em cima disso, isso são fatos, porque eu enten-do, como profissional de comunicação, que as palavras só têm valor à medida quecorrespondem a fatos e não adiantaria eu vir aqui e falar em projetos. O único que éprojeto é o Prodetur, cuja execução está em andamento, pois estamos investindo emestradas, em rodovias, saneamento básico, telefonia etc. Só em telefonia nós estamosinvestindo US$ 800 milhões este ano, triplicando, por exemplo, a planta de telefoniacelular e assim por diante; ontem, assinamos a interligação dos telefones celulares doRio Grande do Sul com o Uruguai. Portanto, pode-se falar do Uruguai com o RioGrande do Sul e vice-versa com telefonia celular, o que foi um grande avançotecnológico para nós.

Por enquanto, é isso. Agradeço a atenção.

Agosto de 1997

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A Estratégia de Desenvolvimento do Turismo

da Bahia

1991–2002

Paulo Renato Dantas GaudenziPaulo Renato Dantas GaudenziPaulo Renato Dantas GaudenziPaulo Renato Dantas GaudenziPaulo Renato Dantas GaudenziSecretário de Estado da Cultura e Turismo da Bahia

Presidente Oswaldo Trigueiros, senhores diretores do Conselho de Turismo, da Con-federação Nacional do Comércio, meus amigos conselheiros, senhoras e senho-

res: eu me sinto muito à vontade em aqui estar, por vários motivos. O presidente doConselho, Oswaldo Trigueiros Júnior, quando era diretor da Varig, eu dizia que ele erao meu irmão mais velho; um baiano que nos ajudou muito, não só do ponto de vistado apoio, mas, também, das considerações e dos aconselhamentos, que nós fazíamosquestão de ouvir, sobre o assunto em que trabalhávamos, para conduzir as atividadesda nossa Bahiatursa, que eu tive a honra de presidir por 14 anos.

Hélio de Souza também, àquela altura, era um companheirão, irmão, que muito nosajudou.

Hoje, vejo aqui reunidas várias pessoas, um grupo enorme de companheiros, de diver-sas lides, da Abav, Skal, hotelaria, companheiro secretário Gérard, amigo meu delonga data, do início da Bahiatursa, na época ele na Varig; Glória, na Embratur na-quele momento; Cartolano, Gilson, todos companheiros com quem tive oportunidadede trabalhar, juntos fizemos muitas peripécias pelo mundo, fazendo com que o mun-do ficasse menor.

Um outro ponto importante nesta Casa, é que eu tive oportunidade de duas vezes aquiestar para fazer, como hoje, apresentações; Nevinha me deu a informação que eu nãotinha mais, fiz aqui umas considerações sobre o turismo na Bahia em 1980, quandonós iniciávamos a primeira administração na Bahiatursa; depois em 1982 tambémfizemos aqui umas considerações sobre os caminhos da Bahia, que era um programaque o governo do Estado instituiu a partir de 1992 e que hoje nós temos muito orgu-lho de ver todo realizado. Àquela altura, na minha primeira administração, o gover-nador do Estado era o atual Senador Antônio Carlos que, sem dúvida nenhuma, nosseus três governos foi quem deu à atividade do turismo na Bahia a sua cara, ao acre-

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ditar e ao se empenhar, de forma absoluta, tendo essa atividade como uma das suasprioridades, em todos os seus governos, por entender que turismo, como nós entende-mos, é uma atividade econômica, e das mais importantes quando levada a sério,geradora de emprego e renda.

Então, nesses anos todos em que eu tenho trabalhado, nesses períodos em que eutrabalhei, por três vezes, a Bahia foi governada por Antônio Carlos. Tivemos a volta,em 1991, do governo Antônio Carlos, quando se retornou toda essa atividade turística.Tivemos a sucessão com Paulo Souto, que tinha sido antes vice-governador e secretá-rio da Indústria, Comércio e Turismo, e com isso a nossa atividade sempre teve umpapel importante dentro do governo. Eu costumo dizer que temos consciência de quea Bahia fez muito, e hoje estou aqui mais uma vez para mostrar essa estratégia.Temos orgulho, alguma vaidade, mas a Bahia fez muito porque sempre entendeu quea continuidade era muito importante para o Estado do ponto de vista econômico, esempre houve interesse governamental para que isso se realizasse. E as coisas só serealizam quando há definição política. Quando existe definição política as coisas sãomais fáceis de serem feitas. Só para exemplificar isso: quando a Bahiatursa fazia parteda Secretaria da Indústria e Comércio, que depois tornou-se Indústria, Comércio eTurismo, tinha mais de 40%, ela sozinha do orçamento da secretaria. Claro que essasecretaria tinha uma série de outras empresas, outros órgãos da área comercial, daárea industrial, da área de mineração, mas isso era uma amostra que o governo dava,prestigiando com recursos às necessidades que deviam ser executadas, para que aatividade do turismo tomasse corpo.

Eu vou iniciar a minha apresentação com uma consideração finalística. Nós nãotemos dúvidas de que a Bahia, é isso que eu vou tentar mostrar, se prepara, vem sepreparando, para tornar-se, sem nenhuma dúvida, o grande pólo do turismo brasilei-ro, quer do ponto de vista do turismo interno, e isso não vai demorar muito, nós jáestamos por aí, e no turismo internacional nós temos uma longa batalha ainda pelafrente, mas, seguramente, hoje nós somos, depois do Rio de Janeiro, o grande pólo deatração de estrangeiros. Vamos crescer muito mais com a infra-estrutura que estamosmontando.

O que eu vou apresentar, está sendo chamado “A estratégia de desenvolvimento doturismo da Bahia”.

Em 1991, o Senador Antônio Carlos, ao voltar ao governo, pediu que a Bahiatursafizesse um novo estudo. Nós tínhamos ultrapassado aquilo que já apresentamos nestaCasa em 1992, que foram os caminhos da Bahia, que eram algumas cidades do inte-

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rior, que nós incorporamos ao turismo, e em 1991 nós fizemos um programa, ousado, de12 anos, quatro já se foram, mais quatro já estão indo, e nós vamos ganhar a eleição em4 de outubro e vamos fazer mais quatro anos de turismo forte; fizemos um programaousado, porque entendíamos também que as coisas de turismo não podiam ser feitas emcurto prazo, num médio prazo é como nós estamos trabalhando. Então, esse programa quenós vamos apresentar é um programa de 12 anos, que vai de 1991 a 2002.

O primeiro trabalho foi refazer a geografia turística da Bahia. Então, nós dividimos oEstado; nós temos 1.100 quilômetros de costa, seguramente desses 1.100 quilômetrosnós devemos ter 800 e tantos de praia mesmo, então definimos a Costa dos Coqueiros,que é a parte norte acima de Salvador até o limite com Sergipe; a Bahia de Todos osSantos, em Salvador; a Costa do Dendê, que é a região em torno de Valença e Morro deSão Paulo; a Costa do Cacau, que é em torno de Ilhéus; a Costa do descobrimento, queé em torno de Porto Seguro e a Costa das Baleias, que é no extremo Sul da Bahia, emtorno de Caravelas, abrangendo o Parque Nacional Marinho de Abrolhos. E, bem nocoração do Estado, nós elegemos uma área, que é a Chapada Diamantina, a regiãoem torno da cidade de Lençóis. Quando eu estou dizendo cada uma dessas regiões, eutenho citado uma cidade e essas cidades são o que nós chamamos os high lights decada uma dessas regiões. Na Costa dos Coqueiros, no Norte, é a Praia do Forte, quenão é nem uma cidade, é um distrito, depois tem Salvador, depois Valença, com Morrode São Paulo, depois nós temos Ilhéus, depois Porto Seguro e, lá embaixo, Caravelas.Estou reafirmando esses nomes porque nós vamos ver depois que estrutura vai sermontada em cima dessa divisão.

O governo montou três estratégias básicas. Infra-estrutura, ou seja, aprimorar e fazercrescer o produto turístico da Bahia. Uma estratégia de marketing para esses produ-tos e formação de recursos humanos, principalmente para reforço dessas áreas infra-estruturadas.

O governo definiu um programa de 12 anos, em torno de US$ 2 bilhões.

Quando a gente fala isso as pessoas se assustam, mas a gente vai ver que, com umbilhão, do que já foi executado, e US$ 650 milhões do que está sendo executado hoje,a soma disso aí já ultrapassa bem mais da metade do programa.

É um programa, volto a repetir, de 12 anos, de 1991 a 2002. O primeiro ano nós,praticamente, consumimos na elaboração de projetos iniciais, estratégias, buscas deparceiros. É um programa tido, por muita gente, como ambicioso, mas é um progra-ma factível. O governo próximo, nesses próximos quatro anos, vai investir esse restode US$ 700 milhões, já com a programação quase toda ela prevista.

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Para vocês terem uma idéia, há um mês, entreguei ao Governador Cesar Borges, que erao vice-governador, e hoje é o governador do Estado, porque o Paulo Souto saiu para sercandidato ao Senado, o programa dos próximos quatro anos dele, que é candidato àreeleição. Não é coisa extraordinária, porque se nós tínhamos uma programação até2002, nós já sabíamos o que era e o que nós precisávamos, é claro que no correr disso aíalgumas coisas vão ser ajustadas, novidades aparecem, outras coisas podem ser modifi-cadas, mas a programação básica do governo, entregamos ao governador, candidato àreeleição, em mãos, inclusive com valoração daquilo que poderá ser executado, paraconcluirmos esta programação.

O que representam US$ 2 bilhões? Representam recursos que foram, estão sendo e serãodispendidos na área de saneamento básico, que é o ponto mais forte para a melhoria doproduto, e nós temos US$ 788 milhões, que estão sendo investidos em água, drenagemetc.

Segundo ponto é transportes. Nós temos uma série de rodovias já executadas, sendoexecutadas e que serão executadas, interligando áreas de interesse turístico.

Depois nós temos uma parte forte também dos aeroportos.

A parte de patrimônio histórico, com 160 milhões.

A parte de energia e outros. Em outros, entram problemas de recuperação ambiental,hospitais, Corpo de Bombeiros, Batalhão de Polícia etc. E uma série de outros custosque importam muito na composição e melhoria do nosso produto turístico.

Das áreas que recebem os recursos, é claro que a área de Salvador e da Baía de Todosos Santos é aquela que recebe a maior quantidade. E se a gente imaginar que desseUS$ 1 bilhão, US$ 640 milhões representam a despoluição da Baía de Todos os Santose o saneamento básico da cidade de Salvador e de mais 10 cidades em torno da Baía deTodos os Santos. Nós estamos fazendo isso porque acreditamos, piamente, que o futu-ro do turismo só acontecerá se não houver poluição, onde tiver poluição, degra-dação ambiental, não vai continuar no mapa das áreas de interesse turístico domundo.

Então o governo teve muita coragem de empregar US$ 640 milhões. Poucos governostêm coragem de fazer isso, porque é dinheiro enterrado que o povo não vê. Mas, gra-ças a Deus, isso tem que ser mostrado, mostrando a prática do que deve ser o discurso,e o povo passa a entender; a gente já sente no País essa consciência contra a poluição,contra a degradação ambiental etc. O governo da Bahia está investindo só na região

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metropolitana, Salvador e o entorno da Baía de Todos os Santos, US$ 640 milhõesvieram para esgotamento sanitário. Salvador, que hoje tem 26% da cidade atendida,vai passar, com esse projeto, que já está executado na sua quase totalidade, para 84%,e todas as cidades, são 10, no entorno da Baía de Todos os Santos. São cidades que hojetêm seus esgotos jogados nos rios, rios esses que desembocam na Baía de Todos osSantos.

Esse é um trabalho de muita profundidade, para o qual nós temos, seguramente, umaresposta forte.

O governo da Bahia imaginou que a melhor fórmula que ele teria para comemorar os500 anos do Descobrimento do Brasil, o encontro das raças, que foi em Porto Seguro,era preparar aquela região para a sua população e para os turistas, que são habitantestemporários de qualquer lugar. Nós não estamos preocupados com festas, festas exis-tirão certamente, a iniciativa privada vai fazer, a Globo vai fazer festa, outras entida-des vão fazer festa, nós estamos preocupados em preparar isso. Na chamada Costa doDescobrimento, áreas como o Município de Cabrália, Porto Seguro, Belmonte, os dis-tritos de Trancoso, Arraial da Ajuda, Coroa Vermelha, está se investindo uma coisanunca vista neste País, se a gente for fazer uma relação habitantes/investimentos,não tem nada igual ao que nós estamos fazendo na Costa do Descobrimento, inclusi-ve nós estamos mostrando isso ao governo federal, ao presidente Fernando Henrique,aos ministros, antes ao ministro Kandir e agora ao ministro Paiva, do Planejamento,que o governo federal também tem que fazer alguma coisa, tem que ajudar, acabarcom o analfabetismo na região do descobrimento, que é a melhor forma de presen-tear o Brasil ao comemorar os 500 anos, nós achamos que estamos corretos.

Nós estamos investindo US$ 242 milhões em cidades que, conjuntamente, três ouquatro reunidas, não chegam a 200 mil habitantes. É muito dinheiro numa área depopulação pequena para esses recursos, mas não tenham dúvida de que são áreas damaior importância para a atividade do turismo e é o rosto do Brasil, os 500 anos.

Outro fato também importante é a região da Chapada, onde nós temos um investi-mento, também, forte e esse investimento passa muito pela preservação ambiental. Apreocupação que nós temos com a Chapada Diamantina é por ser ela uma região,parecida com a Chapada dos Guimarães, Barra dos Viadeiros, e que tem uma vanta-gem já hoje comparativa, tem aeroporto, que nós acabamos de inaugurar, no dia 6 dejunho. É um aeroporto para jato, para Boeing 737, é no caminho de Brasília, o quevai facilitar a gente ter vôos regulares e várias empresas de São Paulo, pelo menos trêsoperadoras, já estão se preparando para fazer os fretamentos para a região da Chapada.

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Nós partimos do pressuposto de que tinha que haver não só rodoviárias, mas, acimade tudo, aeroportos. Nós só acreditamos nessas possibilidades.

Nós estamos preparando a Bahia, como eu disse, para receber turistas de qualquerparte do Brasil e nessas áreas de interesse turístico, tudo através de avião a jato, pelomenos o 737. Nós não acreditamos em turboélice e não estamos para brincadeira.Esses dois pontos, Salvador e Porto Seguro, onde nossos aviões maiores chegaram a ir,são aeroportos que hoje estão recebendo vôos internacionais. Em Porto Seguro, paravocês terem uma idéia, desde que nós retomamos, o aeroporto foi feito e, depois dedois anos, teve que ser ampliado. Porto Seguro merece uma consideração muito espe-cial, eu acho que é um fenômeno nacional do Turismo. A cidade tem 75 mil habitan-tes e recebeu, no ano passado, 600 mil; o aeroporto recebeu quase 500 mil passagei-ros. Nós fizemos o aeroporto em 1993, eu fui voto vencido, àquela altura, numa reu-nião com o secretário de Transportes e de Planejamento e o secretário de Indústria eComércio, que depois veio a ser o governador, que era o Paulo Souto, eu tomei três aum na reunião porque eu dizia para eles que o aeroporto tinha que ser feito já prevendo oAirbus e o 767. E eles não quiseram fazer em 1993. Não levamos dois anos para ampliar oaeroporto para receber o Airbus e o 767. Desde que fizemos essa reforma, no ano passado,nós temos dois vôos semanais da Argentina para Porto Seguro, e na estação de julho e apartir de outubro até março, nós temos tido seis a nove vôos, por semana, da Argentina.

Nós temos hoje dois aeroportos; tivemos que provocar com isso a Polícia Federal, aReceita, que não existia por lá, e isso teve que ser provocado, hoje existe, e hoje temosdois aeroportos recebendo vôos internacionais.

Temos o aeroporto de Ilhéus que é da Infraero.

Temos o aeroporto de Lençóis, que nós também construímos todo com recursos doEstado, como foi o caso do de Porto Seguro, é bom ver que nós não temos recursosfederais. Esse dinheiro todo vem de recursos do orçamento do Estado e empréstimosque o Estado tem feito com organizações bancárias: Banco Mundial, Banco In-teramericano, bancos japoneses, com KFW da Alemanha e temos tido empréstimos doBNDES. Mas, dinheiro do governo federal, nós ainda estamos esperando. Vamos ter,porque nós já gastamos mais com o descobrimento, aliás, o descobrimento não é daBahia, é do Brasil, nós estamos gastando 200 e tantos milhões e o governo federal temque botar alguma coisa. Isso não é choro, porque no Sul o pessoal tem mania deachar que somos chorões, mas nós fazemos e mostramos.

Nós temos um Estado organizado, que cumpre a Lei Camata, por isso é que o Estado

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pode gastar, como gastou ano passado, US$ 1 bilhão de recursos, de investimento.Gastou, no ano retrasado, 700. Nos outros anos, 400. O governador da Bahia, AntônioCarlos, colocou o Estado no lugar certo, fez as reformas que os outros estão fazendohoje, desde 1991; o Estado da Bahia paga 56% da sua receita líquida ao pessoal, querdizer, não chega nem aos 60% que a Lei Camata prevê, eu acho que no Brasil só temnós e mais um Estado ou dois, no máximo, que cumprem a lei. O Estado da Bahiapaga com 15% dos seus ganhos os empréstimos, em termos de longo prazo. Não temosempréstimos de curto prazo. Não temos dívida imobiliária, dívida equacionada para20, 30 anos. Gastamos 12% a 13% de custeio da máquina administrativa e sempresobram 12%, 13% e 15% de recursos próprios para investir. Então, nós somos umEstado organizado, e por isso somos penalizados; quando vamos ao BNDES, quandovamos aos bancos federais, a primeira coisa que eles perguntam é: “O que vocês pre-cisam aqui para se ajustar na Lei Camata?” Nós não precisamos, estamos ajustados.“Então, não tem linha de crédito para isso.” Por isso é que nós podemos recorrer aoBanco Mundial, ao Banco Interamericano, porque o Estado é organizado, paga, temdespesa e compromissos, nós não temos dívidas. Então, nós estamos investindo. Euestou fazendo questão de dizer isso, porque a gente abrir a boca para dizer que nóstemos um programa de turismo, claro que passa por tudo, porque turismo mexe comtudo. Agora mesmo ficou todo mundo: secretário de Transporte, de Administração, deSaneamento, então, nós conseguimos esse dinheiro para eles gastarem nas suas áreasespecíficas, dentro de um programa, que aí é que está a força da atividade Turismo. Ogoverno entendeu, fez um programa infra-estrutural que é para o Estado cumprir. ASecretaria de Transportes tem que cumprir; Secretaria de Saneamento tem que cum-prir, porque o governo acha que isso é prioridade e por aí vai chegar dinheiro. Comcerteza vai chegar.

Então, temos outros aeroportos. O aeroporto de Caravelas, que é um aeroporto que foiconstruído na guerra e em que também desce Boeing.

Temos o aeroporto de Morro de São Paulo, eu falei, Morro de São Paulo/Valença. Oaeroporto que nós estamos construindo para essa região que é a Costa do Dendê, quehoje é um ponto importante para nós, vai atender a Ilha de Itaparica; para vocêsterem uma idéia, esse aeroporto fica a 97 quilômetros da porta do Clube Med. O ClubeMed hoje, desembarca seus passageiros em Salvador, leva pelo menos 30 a 40 minutospara chegar ao ferry, mais uma hora de ferry, mais 15/20 minutos para chegar aohotel; eles vão chegar em uma hora do aeroporto ao hotel. Claro que nós temos outrosinvestimentos nessa área.

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Aeroporto 2 de Julho, Aeroporto de Salvador. Esse é um caso interessante. Hoje euvinha conversando com o Dr. Percy, presidente da Nordeste, sobre a Infraero. Esse éum aeroporto interessante, e é um aeroporto de propriedade da Infraero. Esse aeropor-to que aí está hoje, 25% dele foram pagos pela Bahiatursa, quando eu era presidente,na minha segunda administração, e agora, o governo está fazendo, com a Infraero,uma ampliação desse aeroporto. Nós vamos fazer toda a pista, mudança de toda aárea de administração, de cargas, de prestação de serviços, para poder ampliar o ter-minal. Vamos modernizar e ampliar o terminal. Nós vamos mais do que duplicar. Oaeroporto vai sair da capacidade de atendimento de 1.500 milhão de passageiros paraquatro milhões. O interessante é a gente ver que isso é uma grande proposição, quevai custar US$ 140 milhões, o aeroporto Infraero, também está incluído o sistemaviário. Nós vamos fazer uma nova pista para chegar ao aeroporto de um determinadoponto, para facilitar e não ter problema de engarrafamento. A Infraero vai ganhar umnovo aeroporto, ampliado sem botar dinheiro. Vamos ter alguma ajuda do governofederal. A Embratur assinou conosco e vai nos dar US$ 50 milhões. Os outros US$ 90milhões nós vamos botar. Já estamos botando US$ 45 milhões de dinheiro e estamostomando US$ 45 milhões no Banco Interamericano de Desenvolvimento. Então, ogoverno faz isso porque entende que esse negócio tem que ir para a frente.

EstradasEstradasEstradasEstradasEstradas. Nós só vamos falar do sistema viário básico que o governo construiu paraligar as áreas de interesse turístico. É interessante a gente mostrar que praticamentetoda a costa está ligada por uma via paralela à BR-101, que é uma estrada federal. Nósfizemos na costa todas as ligações, faltam dois ou três pontos, que são grandes traves-sias de risco em que nós estamos fazendo serviços de balsas ou pontes, para fechar os1.100 quilômetros da costa interligados.

É importante também a gente mostrar a ligação Vitória da Conquista-Itapetinga, BR-101, a estrada que nós construímos para Porto Seguro, para facilitar o acesso de quemvem de Brasília e Goiás a Porto Seguro e mais lá no Oeste, entre Correntina até Goiás,cidade de Posse. Essa estrada fez diminuir em 300 quilômetros a distância entre Brasíliae Porto Seguro, entre Goiânia e Porto Seguro. Resultado fantástico, porque a cada diaaumenta o turismo de automóvel nessa área do Sul da Bahia e que foi facilitadoatravés desse conjunto de estradas construídas pelo governo.

Então, essa preocupação é muito grande, nós temos mil e tantos quilômetros de estra-das construídos, para atender a atividade.

É interessante um fato: Caravelas tem um aeroporto, que foi construído na guerra e

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nós construímos entre Caravelas, Prado, Alcobaça e mais para o Sul outras ligações, quefacilitam a chegada das pessoas por avião. Ou seja: os aeroportos são um canal dedistribuição do tráfego para nós. Isso faz parte dessa estratégia: como chegar maisrapidamente e com isso nós vamos alcançar o que nós imaginamos, é o nossodesiderato.

Nosso Centro de Convenções sofreu uma grande reforma em 1973, quando foi feita aReunião Ibero-americana. Nós já estamos agora desenvolvendo o projeto do segundogrande pavilhão. Já construímos um, temos mais dois para construir. Vamos construirum para o ano 2000, porque nós estamos querendo fazer o Congresso da Abav 2000 naBahia e queremos ampliar ainda, aproveitar essa oportunidade, e ampliar, também, osistema viário em torno do Centro de Convenções.

O meio ambienteO meio ambienteO meio ambienteO meio ambienteO meio ambiente. Como eu já disse, a nossa crença é isso, hoje nós temos, pratica-mente 4% do território do Estado sob o controle ambiental, através de áreas de prote-ção ambiental e de parques. Ora, o Estado da Bahia é um pouco maior do que aEspanha e um pouquinho menor do que a França.

Demos essa amostra, a primeira parte da estratégia, que é a criação das estruturas. Ouseja, melhorar e fazer crescer o produto.

A estratégia de marketing está baseada em quatro mercados alvos prioritários: o Bra-sil, mercado interno, depois o mercado da América do Sul, do Cone Sul, depois omercado da Europa e o mercado dos Estados Unidos. Não por último os Estados Uni-dos, mas porque aquele em que nós tínhamos a maior dificuldade de investir, não sópor causa de recursos, o mercado americano é muito caro, mas também porque é ummercado em que nós tivemos menos sucesso até então na conquista de uma coisaimportante que são os lucros.

Vocês viram na infra-estrutura a nossa preparação de aeroportos. Nós só acreditamosno turismo porque o Turismo é no mundo o resultado da aviação. O Turismo nomundo cresceu no momento em que a aviação cresceu e chegou. Então a nossa estra-tégia vem em cima disso.

Em 1997 nós trabalhamos 46 eventos nacionais. No mercado varejo e no mercadoatacado.

No mercado do varejo, nós fizemos o ano passado uma experiência que nos deu umresultado fantástico. Nós imaginamos que poderíamos alcançar muita gente traba-

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lhando no varejão. Escolhemos 20 eventos de grande porte no Brasil; eventos esses cujaspublicidades diziam que iam receber 7,5 milhões de pessoas, com a capacidade dearrendar, que eram feiras. Nós nunca tínhamos feito isso, nunca tínhamos visto nin-guém fazer. Já tínhamos participado de feira da Abav, mas nós resolvemos participar defeira que não tinha a ver com o turismo. Fomos participar da UD, da Feira de Esportes,de Comércio, de Informática, tentando atingir o público que vai para essas feiras, derepente encontra um stand da Bahia, com baiana, com fitinha do Bonfim, com acarajé,e com operadores vendendo pacote de turismo. Nós tivemos um resultado muito bomcom isso. Então na Feira de Informática a Bahiatursa estava lá, com alguns operadores;nós procuramos todos, mas poucos são os que se interessam, e esses conseguem vender osseus pacotes dentro da própria feira, não só fazer publicidade do seu negócio, da Bahia,até vender lá, na própria feira de Utilidades Domésticas vendendo pacote de turismo. Foiuma estratégia usada ano passado; nós passamos um ano estudando, o ano passadocomeçamos e está dando muito certo.

Usamos esses atributos com reforço a essa política de vendas: Festival de Gastronomia,de Música, Folclore e Artes Plásticas.

Nós introduzimos muito nas nossas coisas a parte cultural, e agora que a secretaria éuma só, Cultura e Turismo, tem nos facilitado muito esse trabalho.

Nós participamos de 26 eventos no Brasil, onde nós tentamos atingir 16 mil empresá-rios de atividade turística: operadores e agentes de viagem nesses estados, que mais oumenos coincidem com o das grandes feiras, porque é onde pode-se buscar pessoalcom maior poder aquisitivo.

A Bahiatursa tem uma tradição de fazer eventos próprios, com parceiros, normal-mente companhias aéreas.

No mercado internacional nós temos uma participação muito ativa, sendo que esseseventos são quase que exclusivamente ligados à própria área de turismo. Sempre par-ticipamos de todas as feiras de que o Brasil participa; participamos de tantas outrasfeiras em que o Brasil não participa e criamos os nossos eventos, junto comcompanhias aéreas, nossos workshops. Inclusive nós evoluímos ultimamente, de 1995para cá, para uma coisa diferente: nós compramos sempre um stand nessas feirasinternacionais, ao lado ou em frente ao stand do Brasil, para aumentar o espaçobrasileiro, assim como a gente tem uma cara própria da Bahia, porque nós somos umproduto conhecido como Bahia e nós não podemos perder isso. Então nós ficamossempre junto ao Brasil, em frente ao Brasil. E nós temos defendido isso – eu sou

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muito franco no que digo – com a Embratur, com o trade brasileiro, de que nósdevíamos definir os stands brasileiros com quatro ou cinco caras; não adianta a genteimaginar que vai ter 26 estados, 26 caras no stand. Se a gente pegar o Brasil Expressnós vamos ver o que vende e definir essas caras para o stand brasileiro. A cara daBahia, a cara do Rio de Janeiro, a cara da Amazônia, a cara do Pantanal, Foz doIguaçu, Recife, Santa Catarina, Rio Grande, que esses são os pontos nacionais maisrequisitados, mas até hoje isso não pôde ser composto, existem, claro, problemas,porque a autoridade federal tem que ver todos, é a mãe de todos, é o pai de todos, oupelo menos, o parceiro de todos, que é o mais bonito, que é o mais correto.

Então, para não penalizar as coisas, resolvemos fazer uma política ao lado. Então,compramos o nosso, ao lado, aumentamos o lado brasileiro, mas mostramos a nossacara, o nosso stand, onde fixamos a nossa imagem, com a nossa baiana característi-ca etc.

Na parte de recursos humanos nós temos duas vertentes do trabalho. Uma própria nossa,do governo, e uma da iniciativa privada que é importantíssima hoje para a Bahia.

Hoje nós temos um batalhão da Polícia Turística. Nós temos a Delegacia de Proteçãoao Turista. Para isso a gente teve um trabalho muito grande, específico para essepessoal, um trabalho permanente, gastamos muito dinheiro com isso, mas tem queser feito, porque só batendo é que as coisas vão melhorar.

Temos formação de mão-de-obra, trabalhamos também no interior, nessas áreas to-das definidas naquela nova geografia. Nós temos um apoio muito grande da Secreta-ria do Trabalho. São muitos recursos e graças a Deus eles não são nossos, são doFundo do Trabalhador, do FAT. A Secretaria do Trabalho investe nisso conosco.

Investimos também dinheiro em ações de suporte técnico. Isso é uma coisa que gostode mostrar, porque a Bahiatursa sempre teve uma posição, ela nunca foi omissa emnada e a Bahiatursa, quando fala, não fala porque acha que é, a gente pode até errar,e erra também, nós somos humanos, somos iguais a todo mundo, não somos diferen-tes de ninguém, mas procuramos ter uma base científica. Então nós investimos mui-to em indicadores econômicos, indicadores estatísticos, em pesquisas. E não é fazeruma vez por ano, ou uma vez a cada dois anos, nós fazemos quase que mensalmenteas pesquisas, para a gente ter séries históricas que possam, cientificamente, nos daruma informação mais próxima da realidade.

Trabalhamos muito em cima daquilo que a gente acredita que é o receptivo especial.

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É uma forma de atendimento a pessoas de uma importância adicional do ponto devista da promoção, que vai desde imprensa especializada a determinados tipos deoperadores, agências, companhias aéreas, autoridades, nós somos muito usados paraessa área também.

A Bahiatursa faz também um pouco de relações públicas do governo.

Nós temos uma produção jornalística muito interessante. Estamos sempre abastecen-do os órgãos de imprensa. Nós fazemos 164 matérias/mês para distribuição nacional.

O empresariado que está na Bahia, que está indo para a Bahia, tem dado uma respos-ta muito interessante à ação do governo, porque não adiantava a gente fazer, porquenós não vamos chegar ao fim da linha, o fim da linha não é nosso, o fim da linha éempresarial, assim entende o governo baiano, que faz parte da Frente Liberal.

Nós temos hoje já em investimentos executados, em execução e em projetos nestasáreas que nós apresentamos anteriormente, que nós estamos infra-estruturando, US$1,6 bilhão de investimentos privados. É interessante a gente ver que essa relação, 1991a 2002: nos primeiros anos nós fizemos projetos, começamos a executar, os empresá-rios ficaram esperando para ver se era verdade, no momento em que eles começarama sentir que isso era para valer, os projetos começaram a aparecer, de melhoria, deampliação, de novos negócios, só que o nosso projeto, o nosso grande plano foi de 12anos, esse plano já está, como foi mostrado logo no começo, nós já estamos executan-do mais, em torno já de 1.300 bilhão, entre executado e executando, faltando, até2002, setecentos e poucos milhões de dólares. Então, nós já estamos na curva descen-dente desse plano, enquanto que a iniciativa privada tem tudo para continuar nacurva crescente, e a gente vai infra-estruturando os locais, nós vamos abrindo espaçopara que a iniciativa privada possa atuar. Então, nós temos informações, na nossacarteira de projetos nós temos um setor específico de captação e investimentos nasecretaria, que dá orientação empresarial, de estudos e nós temos hoje, já registrados,projetos que chegarão a 4,5 bilhões até o ano de 2012. O nosso trabalho vai diminuin-do e o dos empresários vai crescendo. Isso nos dá uma relação hoje muito interessantede 2,1 dólar privado por cada dólar investido pelo governo.

Eu estou trazendo uma informação adicional muito interessante também. Nós acom-panhamos, semanalmente, a mídia turística nacional. E a mídia turística nacional,não podia ser diferente, se a gente trabalha a partir do grande mercado emissor, que éSão Paulo, Rio, Minas, Paraná e Rio Grande do Sul, principalmente São Paulo e Rio,

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São Paulo interior e capital, o interior de São Paulo é fortíssimo, 70% dessa mídia hojeem jornais, mídia que eu estou falando aí não é nossa, é do governo, mídia privada,de operadores e agentes, é jogada hoje em cima do Nordeste.

Nós estamos trabalhando, pelo que foi apresentado até agora, com 14 produtos. Hojea Bahia tem, se a gente se der ao trabalho de pegar os quatro jornais brasileiros: OGlobo, Jornal do Brasil, a Folha e o Estadão, pegar as informações e as propagandasde venda de turismo, nós vamos achar, seguramente, o que a Bahia tem que são os 14produtos na prateleira dos operadores brasileiros: Itaparica, Salvador, Praia do Forte,Comandatuba, Ilhéus, Porto Seguro, Arraial d’Ajuda, Cabrália, Trancoso, Prado, Abro-lhos, Lençóis. Nós temos 14 produtos hoje, por isso nós estamos trabalhando; nósestamos fortalecendo isso porque queremos crescer e crescer com o Estado todo; agente tem possibilidade disso, de ser o grande pólo de turismo nacional. O que nósqueremos ser? O ponto de referência dos brasileiros passarem as suas férias e poder irà Bahia várias vezes, passar muitos mais dias, porque nós temos produtos a oferecer.

Então, Pernambuco tem cinco produtos normais nas prateleiras: Olinda, Recife, CaboSanto Agostinho, Porto de Galinhas etc. São Paulo tem cinco produtos: Campos doJordão etc. Alagoas, normalmente, três; Santa Catarina – três, Ceará – dois; Rio Gran-de do Norte – dois e o Rio de Janeiro, todo brasileiro vem, mas não vem preocupadocom apresentação de venda do turismo; nós vamos para o Rio porque o Rio é umamanifestação, e nós participamos, todo mundo gosta de participar de manifestação,então nós vamos para o Rio, nós estamos no meio da manifestação. O Rio é umamanifestação que todo brasileiro tem. Mas, uma coisa interessante: o Rio começou aanunciar também o seu litoral: Búzios. Você via as publicações do Turismo e você nãovia as praias, a região dos Lagos, ninguém vendia e é uma coisa importante, porquena medida em que a gente cresça os produtos, que a nossa estratégia é essa – é decrescer a apresentação dos produtos, para que eles possam ser vendidos em maiorquantidade. Isso tem nos dado 29% da mídia do Nordeste. Porto Seguro tem variadoentre 9,8 para 10,2 da mídia nacional do turismo.

Eu costumo dizer, e gosto de afirmar isso, Porto Seguro é o maior produto turístico doBrasil, porque em Porto Seguro ninguém vai fazer turismo de visitar parente e amigo,turismo de negócio, turismo de congresso, só se vai lá para fazer lazer, recreação, 600mil pessoas assim, não tem outro tipo; qualquer outro ponto turístico brasileiro tem oturismo de congresso, tem o turismo de visitar parente, tem o turismo de negócio, lánão tem, só tem turismo de lazer, só vai para lá o pessoal para fazer recreação, lazer,distrair, turismo mesmo. Então, como disse antes, o aeroporto de Porto Seguro, no

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ano passado, teve quase 500 mil passageiros. Nós já estamos preocupados porque nósnão temos mais como expandir o aeroporto; com mais 10 anos a gente vai ter queconstruir, em um outro lugar, o aeroporto de Porto Seguro.

A Soletur anuncia página inteira nos domingos nos jornais, e Porto Seguro está logona “cabeça de chave”. A Soletur hoje é proprietária de quatro hotéis em Porto Seguro,sendo que dos quatro, um deles é hoje o melhor hotel de Porto Seguro. Ela se dedicouao Sul da Bahia muito mesmo; é uma empresa carioca que, com muito orgulho paranós, é grande parceira nossa. Inclusive o Hotel do Prado ela comprou da Bahiatursa,porque a Bahiatursa, no passado, eu mencionei isso na palestra eu fiz aqui em 1982,quando o governo não acreditava nos produtos da Bahia e não tinha, em muitoslocais, empresários dispostos a investir, nós chegamos a construir 11 hotéis, já quasetodos vendidos hoje, um deles foi o do Prado. O outro na região de Lençóis, comaeroporto e tal. O Estado sentia a necessidade de fazer esse investimento e hoje foi sedesfazendo e está quase tudo na mão da iniciativa privada.

Nós hoje trabalhamos no mercado nacional com 1.170 agências e operadores. Quan-do falo isso aí, são aqueles que têm folhetos que falam da Bahia, que vendem Bahia eno mercado internacional com 312, que têm os seus folhetos, nos seus catálogos devenda está a Bahia.

Um outro detalhe também importante para nós. O governo da Bahia sentiu que o seuponto fraco era, ainda, a parte de capital humano e hoje conta o início do Instituto deHospitalidade, que é uma coisa que para nós tem uma importância acentuadíssima.O grupo Odebrecht, que é baiano, estudou durante muito tempo o que devia fazerpara a Bahia do ponto de vista mais afirmativo, mais profundo, e chegou à conclusãode que era criar um instituto. Deram esse nome, Instituto da Hospitalidade, que éresponsável pela formação de mão-de-obra, inclusive, tem hotel-escola, a certificaçãoocupacional, eles já estão autorizados pelo ministério para dar qualificação de pes-soas e de serviços; eles fizeram contratos que já estão sendo operacionalizados parafazer processos e produtos educacionais, ou seja, material didático para turismo, jun-to com a Universidade de Cornell dos Estados Unidos; fecharam contrato com a Esco-la de Hotelaria de Lyon, na Suíça, e estão iniciando a montagem na Bahia; trabalhan-do com os modificadores de qualidade e criando um espaço cultural no Centro Histó-rico de Salvador. A Fundação Odebrecht criou esse instituto e já conseguiu trazer,como seu principal parceiro, a Fundação Banco do Brasil. Eles estão em pé de igual-dade; conseguiram uma participação com recursos a fundo perdido do Banco In-teramericano de Desenvolvimento, porque nesses nossos processos todos de turismo,

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de infra-estrutura, para vocês terem uma idéia, o Banco Interamericano, diretamentea nós, financiou US$ 130 milhões e financiou de corredores rodoviários e algunsoutros processos, ou seja, o BID nos emprestou quatrocentos e poucos milhões dedólares, então ele se convenceu de que era importante mandar dinheiro na área derecursos humanos, já que estão botando dinheiro para a infra-estrutura turística. Eisso eles estão fazendo junto com a Fundação Odebrecht e com a Fundação Banco doBrasil; os três juntos é que estão financiando, custeando e vamos manter esse Institu-to de Hospitalidade, que era uma grande preocupação do governo a gente não ter umaescola de hotelaria, a gente não ter um processamento, é muito pobre no Brasil aindahoje material didático sobre turismo, e isso está começando com esse contrato com auniversidade americana. Eu gosto sempre de chamar a atenção porque nós temoshoje uma convicção muito forte de que nós estamos conseguindo fazer um cercoabsoluto daquilo que é importante para que essa atividade seja crescente, permanen-temente forte, porque ela está sendo feita do ponto de vista profissional.

O nosso Centro de Convenções, quando foi construído, muita gente dizia que ia serum “elefante branco”. Agora já vamos partir para o segundo pavilhão e tem mais umterceiro para construir no futuro. No próprio Centro já estamos remanejando áreaspara aumentar o número de salas.

Estamos trabalhando, fortemente, numa coisa que é muito importante, que é o seg-mento de cruzeiros marítimos. Nós podemos dizer que nos dois últimos anos o portode Salvador foi aquele que mais recebeu navios no País.

Nós estamos recebendo muitos navios já em Ilhéus. A gente faz uma política, aí eudigo pragmática, com esse pessoal.

Em Porto Seguro a gente tem a vantagem dos portugueses toparem parar lá, é o navioFunchal, e nós estamos trabalhando agora em Morro de São Paulo. Fizemos umaexperiência, deu certo, e no próximo verão nós vamos investir forte, também, emMorro de São Paulo. Já estamos começando na baía de Camambu. Nós vamos discutirjá com esse pessoal que participa do Sea Trade nos Estados Unidos, esse pessoal denavio que participa dessas feiras e seminários. Baía de Camambu é a terceira maiorbaía do País; a maior baía é a de Todos os Santos, a segunda é de São Luís do Maranhãoe a terceira maior é a baía de Camambu, na Bahia. Nós estamos já trabalhando comesse pessoal, é uma área que nós deixamos por último, não foi falado em nenhummomento, nós achamos que é uma coisa muito importante para o futuro. Mas, emtermos de navio o pessoal do Funchal descobriu e eles passaram por lá, já foram de

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lancha e, por incrível que pareça, existe lá um antigo porto, uma empresa america-na, por causa de minérios, construiu lá um porto, está lá e ninguém usa. Nós nãoquisemos que ninguém visse ainda. Vamos esconder um pouco mais essa área para agente planejar melhor a área da baía de Camambu. Mas, seguramente daqui a doisanos, a gente não vai poder segurar nada disso e isso vai começar a acontecer tam-bém. Isso é um fato importante porque são quatro pontos do Estado em que naviosparam, é dinheiro que vai ficando, compras que vão sendo feitas etc.

Nós temos trabalhado muito também nesse programa das regatas internacionais. Éum público que não é grande mas é um público consumidor forte; os barcos chegamlá e passam dois meses, muda a tripulação, o cara vem de avião, outros voltam, elesgastam, consertam barco, e depois são pessoas que têm influência, falam bem dolugar. Então é um negócio meio elitizado, mas, ao mesmo tempo, eles têm capacida-de de expandir a informação.

Nós gostamos de mostrar que, em 1991, quando voltamos para o governo, nós sótínhamos três vôos internacionais por semana saindo de Salvador. Hoje nós temos 23vôos semanais, nós somos o terceiro aeroporto do País, não em número de vôos inter-nacionais porque Porto Alegre está na nossa frente, é São Paulo, Rio, Porto Alegre enós, em número de vôos, nós estamos empatados com Santa Catarina, mas nós somoso terceiro no País e bem distante do quarto e do quinto em número de cidades estran-geiras ligadas, de países ligados. Porto Alegre tem quatro países de ligação, mas temmais vôos do que nós. Nós hoje estamos ligados a 12 países e a 18 cidades. Isso éimportantíssimo para nós naquele problema do mercado.

Qualquer dia a gente pode ir para a Europa por algum país com que a gente temligação.

Montevidéu, Buenos Aires, nos Estados Unidos nós temos Miami e Orlando e, a partirde agora, dia 21, nós temos Nova Iorque e Toronto, no Canadá. Esse vôo de NovaIorque foi uma luta. Nós estamos há cinco anos lutando por esse vôo porque, como eudisse no começo, quando falamos de marketing, o mercado americano é muito grandee muito caro, então nós incluímos um nicho de mercado, Trigueiros me ajudou mui-to já naquela época, que era o mercado dos afro-americanos. Nós temos 75% de mu-latos e pretos em Salvador. Então nós começamos a investir nos afro-americanos daregião em torno de Nova Iorque, Atlanta, Chicago, e esse mercado vem crescendoanualmente, e nós estávamos lutando para ter um vôo de Nova Iorque para Salvador,e seguramente agora vai explodir. Nós estamos trabalhando há cinco anos,

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crescentemente, sem ter o vôo, conseguimos o vôo, dia 21, com uma tarifa excelente,US$ 660, preço de público, ida e volta; estamos trabalhando com as igrejas Batistas,com Centro de Negócios e já em centenas de igrejas; conseguimos fazer isso através deuma igreja de Nova Iorque, aquela igreja onde o Nelson Motta tem amigos, por elesnós entramos ali, com Mister Feldman, fizemos um vídeo da Bahia, apresentado peloPastor, ele que apresenta a Bahia como um bom lugar, nós temos participado nosúltimos três anos de seus congressos nacionais, então a gente consegue conversarcom quatro mil e tantas igrejas; estamos trabalhando com Mister Feldman, que fezuma agência de viagens, e o bureau de vendas nessas igrejas vem se ampliando; nósestamos muito esperançosos, a partir de agora, de conseguir multiplicar muito a vin-da dos nossos companheiros do mercado afro-americano. Temos participado, anual-mente, de uma feira de produtos e de coisas negras em Nova Iorque, chama-se“Kuanza”, no Lincoln Center, onde estamos juntos com ele, nós temos a nossa cor e anossa cultura e eles estão interessadíssimos sempre em ver onde as pessoas de corconseguiram participar, fortemente e bem, no processo civilizatório.

Chegamos em 1997 a quase três milhões de visitantes na Bahia, foi um crescimentopara nós muito grande, se a gente lembrar que nós tivemos quatro anos de dificulda-des absolutas na Bahia, de 1987 a 1991, os malfadados governos, contra nós, coloca-ram o Turismo para baixo, tivemos que recomeçar e hoje temos computados já 206mil estrangeiros; eu estou fazendo essa ressalva de computados porque a gente nãotem como controlar, pelos nossos cálculos de pesquisa secundária, já estamos emtorno de 350 mil estrangeiros, mas a gente não tem como calcular os estrangeiros emuma série de áreas, por exemplo, o extremo Sul da Bahia, região do Morro de SãoPaulo, por quê? Por mais que a gente crescesse em número de vôos, a maioria donosso negócio estrangeiro é via Rio de Janeiro. E Rio para nós é uma coisa importan-tíssima, sempre foi e continua sendo um pólo importantíssimo, não só de emissoresbrasileiros, mas é o nosso maior parceiro, porque a maior entrada dos estrangeiros,para nós, continua sendo via Rio de Janeiro. Então, nós não temos como computar, apartir de determinado momento, a entrada na Bahia dos estrangeiros, por isso eudisse que nós temos ali, computados na ponta do lápis 206 mil, mas nós achamos, porpesquisas secundárias, mas aí nós não usamos essas informações porque não temos,cientificamente, uma prova do que estamos dizendo, logo preferimos não botar nopapel, que já estamos em torno de 350 mil estrangeiros. Isso vai crescer muito, prin-cipalmente nesses dois últimos anos em que nós demos um salto muito grande doponto de vista dos vôos. E a nossa malha, a cada dia, com relação a Rio e São Paulo,melhora. Para vocês terem idéia, hoje depois da cidade de São Paulo, onde a Vasp tem

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mais vôos é em Salvador. E nós crescemos muito, nós temos uma malha da Varigfantástica para Rio/São Paulo com vôos non-stop. Isso facilita muito para nós e nósagora vamos começar uma política, discuti hoje numa reunião com a diretoria daBahiatursa sobre o aumento de vôos nacionais, vamos começar a ver os internos,principalmente para toda essa malha de aeroportos que nós estamos criando. Vai ter ovôo direto Brasília/Porto Seguro. Nós estamos aqui com o presidente da Nordeste, jáconversamos com ele há algum tempo atrás, vamos esperar, um dia desses chega oBahia Express, a nossa Nordeste seguramente vai fazer isso. A gente vai usar toda essamalha. E se a gente imaginar que tem no mercado argentino uma grande possibilida-de disso, que é o mercado estrangeiro mais difícil da gente computar, porque ele vemde carro, vem de ônibus, vem de avião, via Rio, via São Paulo e vai entrando pelointerior e a gente não tem capacidade de contá-los. Mas a gente vai crescer muitoagora com a Pluna, que é do grupo Varig, nós vamos ter a possibilidade forte de teresse casamento Santiago/Buenos Aires/Montevidéu/Salvador, porque nós já temos ovôo para Salvador, uma vez por semana, e eles vão passar para três. E seguramenteisso vai acabar juntando com as possibilidades que a Nordeste vai nos oferecercrescentemente, que é uma empresa baiana, com muito orgulho nosso.

Do ponto de vista do turismo interno, São Paulo é o maior emissor, Rio de Janeiro,Sergipe ao lado, Pernambuco excelente emissor, as pessoas, historicamente, não sepreocupavam em trabalhar Pernambuco, Pernambuco é um excelente emissor.

Nós também estamos trabalhando muito para que os baianos façam as suas férias naprópria Bahia. Se nós achamos que é o melhor lugar do mundo, tem que ficar lá.

Um dado importante também são as receitas, os ganhos da atividade do turismo, queé a receita global e nós temos um dado também do impacto dessa receita no PIB daBahia, que é de US$ 1,600 bilhão. Isso representa hoje, imaginamos nós, em torno de4% do PIB do Estado. Atividade cultural na Bahia, hoje, já representa um pouco maisdo que o turismo, no impacto do PIB do Estado.

Bom, nosso cenário futuro. Nós vamos trabalhar com hipóteses: fraca – 4% de cresci-mento, para chegar a quatro milhões de visitantes em 2005 e uma hipótese médiapara 4.700 milhões em 2005. Nós não queremos trabalhar com hipóteses fortes. Nósacreditamos na hipótese forte, que será mais de 8% ao ano. Por quê? Não é difícil dagente entender se a gente fizer algumas considerações: primeiro, estamos aumentan-do o espaço turístico com os produtos; estamos aumentando a nossa capacidade deligações aéreas; o brasileiro passa a ter uma nova política de férias com barateamento

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das passagens, então acreditamos que essas coisas juntas vão fazer com que a gente possacrescer na hipótese forte, que não está aí, mas seguramente a gente pode chegar a maisde cinco milhões de visitantes no ano 2005.

Isso é o que eu queria mostrar como a nossa estratégia nesse plano de 1991 para o ano2002. Muito obrigado.

Junho de 1998

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O Ceará Caminhando para o Novo Século

Anya RibeiroAnya RibeiroAnya RibeiroAnya RibeiroAnya RibeiroSecretária de Estado do Turismo do Ceará

Para nós é uma honra estar aqui na Confederação Nacional do Comércio, no Esta-do do Rio de Janeiro, no Conselho do Turismo, com um público de tão alto nível,

formador de opinião, que para nós é, dentro da metodologia e do processo de traba-lho que temos procurado desenvolver, uma instância de monitoramento do nossotrabalho.

Quero dizer aos senhores e senhoras que são importantíssimas as avaliações, as críti-cas, as observações, porque esse é o nosso processo de construção; é fazendo, refazen-do, reavaliando, monitorando e definindo novas metas, novas estratégias, a partir daexperiência dos senhores, que é riquíssima, e que nós viemos aqui muito mais paraaprender do que ensinar. Essa é uma possibilidade que nós temos de aprender, ouvin-do os senhores e as observações que forem feitas, a partir do que nós vamos apresentar.

Com o retroprojetor, e as transparências que usarei pretendo que os senhores possamentender essa nova política do Turismo.

A idéia de colocar o “Ceará caminhando para o novo século” é porque toda essa açãotem uma visão prospectiva até o ano 2020. Todo esse projeto, toda essa política temuma visão de ações de curto, médio e longo prazos. Ao falarmos aqui da questão dosportões de entrada do Brasil para o Turismo, é muito importante termos em mente aquestão de uma visão prospectiva e uma visão de século XXI.

O Ceará, hoje, trabalha dentro desse conceito que é conceito de clusters econômico. Oque é um cluster econômico? É a capacidade de uma região, estado, país, ou blocoeconômico, por exemplo, o Mercosul, de posicionar e manter seus produtos ou servi-ços competitivos nos mercados nacionais e internacionais estratégicos. Então, é issoque nós, dentro dessa visão, também trabalhamos; é de formatar, constituir produtosturísticos com capacidade de competir em mercados estratégicos definido por umaestratégia de turismo.

A visão prospectiva do Plano de Desenvolvimento do Ceará, e estou falando aí Cearácomo um Estado, essa região que procura tornar-se uma região competitiva dentro do

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Nordeste, dentro do Brasil, competindo com outras regiões do mundo, tem cinco vetorespara o desenvolvimento sustentável do Estado. Quando a gente fala em desenvolvi-mento sustentável parece uma palavra meio gasta, mas é o desenvolvimento econô-mico e social, visando gerações futuras, essa prospecção do ano 2020. Por isso essesvetores são: a conservação da natureza, a capacitação da população, o desenvolvi-mento da economia, a aplicação da ciência, da tecnologia e da inovação, e oreordenamento do espaço físico.

Tradicionalmente e historicamente, o Turismo é trabalhado nas regiões de sol e praia,no litoral dos estados do Nordeste. Os senhores vão ver como nós estamos trabalhandoesse reordenamento do espaço físico dentro da política de turismo.

O Turismo no plano do desenvolvimento sustentável do Ceará se caracteriza por seruma atividade econômica estruturadora para o Estado. Até cerca de 10 anos atrás, aindústria e a agricultura eram as atividades estruturadoras do Estado. O Turismo hojeexerce uma função, por decisão do Governador Tasso Jereissati, desde o seu primeirogoverno, em 1986, prioritária dos investimentos econômicos do Estado.

É uma atividade impactante do espaço físico, porque todos os investimentos feitospara o Turismo são investimentos que beneficiam diretamente a população, mas aomesmo tempo, o maior impacto no espaço físico é pelo fato de que o turismo nãoexiste sozinho, a indústria do turismo, para resultar em fatos, em ações, em projetos,agrega uma série de outras indústrias, uma série de outros conceitos, que estão emoutras políticas: na política de recursos hídricos, na política de desenvolvimento in-dustrial, na política cultural. Então, a política de turismo é um aglutinador. Ela exer-ce um papel aglutinador de todas as políticas. E entendida dessa forma, vai-se traba-lhando para garantir o desenvolvimento sustentável. Aí a gente fala de ordenamentourbano, ambiental, recursos hídricos, administrativos, funcional.

É uma atividade de grande efeito multiplicador na economia, o que justifica a alocaçãode recursos. No Estado do Ceará, em 1995, quando começamos, fizemos um estudoque, a partir da matriz insumo/produto das atividades econômicas do Estado, ficamosconhecendo quais eram os setores-chave da economia do Estado que mais eramimpactados pelo Turismo e que, portanto, mais internalizariam recursos de gastos daindústria do turismo. Esse conhecimento é fundamental para que você, no desenvol-vimento da cadeia produtiva do Turismo, tenha os resultados e os efeitos dainternalização desse recurso.

É uma atividade determinante do bem-estar social, na medida em que, se bem pro-

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gramada, proporciona lazer e recreação para a sociedade, valoriza bens culturais dapopulação e das diversas regiões do Estado.

A nossa meta é um desafio. É colocar o Ceará no mapa do mundo como destinoturístico. É situar o Estado, e não somente sua capital, que é portão de entrada nacio-nal e internacional, nesse mapa do mundo turístico.

E, agora, vamos falar um pouco dessa experiência que temos feito.

Informo que a Secretaria do Turismo tem papel e competência definidos em lei. Foicriada em junho de 1995, portanto, fizemos três anos. Anteriormente, o órgão gestordo turismo no Estado do Ceará estava no nível de terceira instância, não permitindo odesenvolvimento da indústria nesse papel prioritário que lhe foi dado. Foi necessárioo governo criar um agente institucional público, com a capacidade de estrutura e desuporte que pudesse planejar, coordenar, executar, promover, informar, integrar asatividades pertinentes ao turismo, fomentar o seu desenvolvimento através de investi-mentos locais, nacionais, estrangeiros, bem como realizar a capacitação e a qualifi-cação dos segmentos envolvidos, implantando a política do governo para o setor.

Este trabalho que estamos mostrando é resultado de três anos de luta em um projetoplanejado, trabalhado em uma estrutura adequada, montada na secretaria com ummodelo novo, de estrutura horizontal, sem departamentos, divisões, unidades, setorese seções. Somos 14 gerências de projeto com equipes próprias para desenvolverem osobjetivos de cada projeto. Aproveitando técnicos e pessoas em diferentes situações. Onosso papel nessa política de aglutinar os setores, não só os setores públicos, as secre-tarias ao nível do Estado que estão interligadas através das diversas políticas que inte-gram a política do Turismo. A integração a nível público é com o setor federal, no casoa Embratur, o Instituto Brasileiro do Turismo e também a integração com a baselocal, que é a responsável pelo desenvolvimento das regiões turísticas, que são osmunicípios. Mas nada resulta integrar setores públicos se não tivermos, absoluta-mente integrados com o setor privado, que é quem operacionaliza o Turismo. Nósplanejamos, fomentamos, criamos os instrumentos, os regulamentos, as normas, masa operacionalização é toda feita pelo setor privado. Então, nesse papel de formatar oproduto turístico, de integrar cada setor da cadeia produtiva na ação de qualificar,informar cada setor, de promover, de fomentar mercados, fluxos, investimentos, numaação de marketing estratégico, para consolidar o Ceará como destino turístico, ofazemos numa ação de parceiros, envolvendo companhias aéreas, Associação Brasi-leira da Indústria de Hotéis, agentes de viagens, equipamentos de entretenimento e

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lazer, pequenos e médios hotéis, imprensa, comunicação e setor do turismo, locado-ras de automóveis, enfim, todas as associações que trabalham no setor. Isso, lhes digo,é fundamental. Os nossos resultados passam por essas parcerias, tanto a nível dosinvestimentos e dos planejamentos que fazemos, como a nível do monitoramento dosresultados e do seqüenciamento.

Apresentado esse panorama, aqui uma síntese do que nós vamos falar, detalhando umpouco mais a política do Turismo, os programas estratégicos, as metas já alcançadasde 1995 a 1998, as metas programadas para 2002 e os desafios para o ano 2010, 2020.

Como lhes falei, o Estado tem um plano de governo nessa visão de cluster econômico.E a política do Turismo também tem uma visão de cluster econômico. Precisamosentender e situar que a nossa base de apoio, de infra-estrutura, superestrutura, atrati-vos turísticos, recursos humanos, fomento a negócios, as parcerias, tudo faz a baseeconômica para desenvolver o produto turístico. O desenvolvimento dessa base eco-nômica vai sendo acionado pelos três setores de atividades econômicas: setor primá-rio, secundário e terciário, encadeando efeitos para frente e para trás, que colocam nomercado os produtos, os chamados produtos turísticos, através dos promotores quevendem esses produtos, que são as organizações turísticas, as operadoras, agentes etransportadoras, de forma a que esses produtos tenham uma capacidade de com-petitividade para, nos mercados, serem os produtos desejados, almejados e vendidos.

Com isso estou querendo mostrar o panorama no qual trabalhamos. É conciliando eaglutinando os secretários da Agricultura, de Cultura, da Infra-estrutura e o de Políti-ca de Recursos Hídricos, de tal forma que todos projetos estejam criando o espaço turís-tico que essas ações de governo deixem de ser setoriais e pontuais e passem a ser gerado-ras de resultados integrados e, conseqüente, dentro desse conceito de cluster econômico.

Dentro daquelas cinco vertentes existem cinco princípios básicos do turismo no plano degoverno.

No mapa do Estado do Ceará mostro para os senhores a localização da cidade deFortaleza e o litoral, que são 573 quilômetros de praia; do lado Oeste o nosso limitecom Piauí, que é a Serra da Ibiapaba, ao Sul com Pernambuco, que é a Chapada doAraripe e a Chapada do Apodi com Rio Grande do Norte e a Paraíba está aqui embaixo.A intenção de mostrar esse mapa do Ceará é porque nós trabalhamos para resultadospor todo espaço do Ceará naquele princípio de reordenamento do espaço, o desenvol-vimento econômico reordenando o espaço, para gerar desenvolvimento social e eco-nômico com base sustentável.

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O princípio do reordenamento do espaço, a descentralização e a participação, como jáme referi, a sustentabilidade, o desenvolvimento social, científico, tecnológico, e semprea visão de longo prazo. Mostrando para os senhores que essa preocupação da integraçãoda atividade do turismo com as outras atividades econômicas está sempre presente.Está presente na medida em que aquela indicação, que foi o primeiro estudo que nósfizemos, para procurar impactar a economia do Estado cada vez mais através do Tu-rismo, identificado que hospedagem, alimentação, têxtil, vestuário, calçados, produ-ção de bens e serviços para empresas são setores-chave da plataforma de atividadeseconômicas do Estado impactadas pela indústria do Turismo, então localizamos den-tro das diversas regiões de litoral, serras e sertões, onde estão localizadas essas ativida-des, para que possamos repassar para os outros setores de atividade governamental,como conduzir atividades que venham a agregar a nossa atividade da indústria eturismo resultados mais concretos e mais imediatos.

Nossa missão é, como disse, tornar o Ceará um destino turístico consolidado. Comessa base de turismo com conservação de natureza, turismo como aglutinador e gera-dor de negócios econômicos no desenvolvimento social, turismo com preservação deuma imagem própria e memorável, isso é externamente importante, nós não procu-ramos copiar modelos – e aí falo como arquiteta – de projetos de arquiteturas, deimagens, de espaços, de ninguém; estamos buscando, na nossa paisagem, seja elacortada transversalmente, aquilo que está acima do solo que é visto como paisagem,aquilo que está abaixo do solo que tem a riqueza do solo, da terra local, as própriasespecificidades para constituirmos a imagem turística do Ceará, para que o diferen-cial seja a partir da sua própria imagem, sem copiar modelos, seja na área do desen-volvimento de regiões, do desenvolvimento de roteiros turísticos, do desenvolvimentode equipamentos turísticos, de hotéis, até mesmo contactando com investidores inter-nacionais, procuramos colocar no uso do material da construção, no uso da arquite-tura, da linguagem da arquitetura, do urbanismo, a própria paisagem da referênciade cada uma dessas regiões, geoambientais, seja a região do litoral, seja a região dosertão, seja a região da serra.

O marco referencial é o produto Ceará turístico considerado nos aspectos de naturezaambiental, histórico, sociocultural, da hospitalidade, da segurança, da infra-estrutu-ra turística de apoio, a implantação de uma infra-estrutura básica, e aí me refiro asaneamento, água, esgoto, comunicação, energia, toda infra-estrutura necessária paradesenvolver a indústria e infra-estrutura turística, os equipamentos de entretenimen-to, da hospitalidade e da alimentação e serviços. A qualificação, a gestão em parceria,a captação de negócios e investimentos turísticos.

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Uma linha de marketing estratégico com ações estruturantes é a diretriz do nosso ca-minho. Essa diretriz parte por essa especificidade que é: onde estamos e quem somos hoje.

O Ceará é talvez de todos os Estados do Nordeste, o que tem a maior relação com aregião amazônica, e isso é importante para um produto turístico, cujo todo fluxo vemdo hemisfério norte, portanto, vem da Europa e da América, então não vem daquidebaixo, passa por cima do Ceará.

Historicamente nós estamos assistindo, ainda no século XX, que esse fluxo turístico,que vem de transporte aéreo ou marítimo, sempre passou por cima do Nordeste paraadentrar aqui no Sul, via Sudeste, Rio e São Paulo, e retornar para o Nordeste. Querqueiramos ou não, temos que nos preparar para a inversão que vai acontecer nessefluxo no século XXI. Os novos portões de entrada internacional, construídos no Nor-deste do Brasil, a decisão dos seus governantes, governadores do Nordeste, em infra-estruturar o Nordeste, priorizando para o turismo, tem indicado, claramente, que ascompanhias aéreas, os operadores de turismo, procuram o Nordeste para adentrar oBrasil do Mercosul, do Cone Sul, também pelo Nordeste. Uso muito forte a palavra“também”, porque o Centro-Sudeste-Sul, evidentemente, continuará no seu desen-volvimento, mas nossa região se apresenta como uma nova entrada. Há 10 anos, eutive uma reunião com 12 operadoras dos Estados Unidos, ainda no primeiro mandatodo Governador Tasso, e procuramos os governadores do Nordeste para que eles traba-lhassem os portões de entrada do Nordeste. Isso é um dos fatores que deram um certoentusiasmo para essas decisões.

Afora essa questão de localização e as condições dessa extensão de praia, temos 300dias de sol por ano, mas temos problemas históricos com estiagem, que todo mundosabe, mas estamos também trabalhando para resolver essa questão hídrica, com qua-tro grandes programas de construção de açudes, barramentos, interligação de baciashídricas, com investimento de mais de um bilhão, trabalhando para que no séculoXXI essa questão hídrica também esteja resolvida no Estado.

O desenvolvimento do produto e do marketing turístico está baseado em três linhasde ação. Uma ação territorial, uma ação institucional e uma ação de fomento.

Essa ação territorial é onde fazemos todo o planejamento; do ordenamento territorial,da questão ambiental, da definição das infra-estruturas básicas e de apoio, das su-perestruturas, dos equipamentos âncoras, das legislações e dos regulamentos necessá-rios para o desenvolvimento do território de uma forma conservada e com visão delongo prazo.

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A ação institucional para a formatação do produto Ceará turístico passa por ações degestão, promoção, informação, capacitação.

A ação de fomento envolve toda a comercialização de produtos, fluxos e mercadosdesenvolvendo o pequeno, o médio e o grande investimento.

Isso é só o panorama das três áreas do território sobre o qual trabalhamos. A criaçãode âncoras para o Turismo, para formatar roteiros turísticos e aí está todo o Ceará comuma diversidade de segmentação de turismo, desde o sol, a praia, até rural, recompo-sição, religioso, cruzeiro, científico, negócios, cultural, esportivo, turismo de eventose de lazer, percorrendo todo o Estado, essas diversas regiões, e todos os investimentosque hoje são feitos, não só os investimentos diretos dos recursos turísticos, mas osinvestimentos em estradas, por exemplo, há uma tendência muito comum que umaSecretaria de Obras vai trabalhar estradas e faz o plano rodoviário do Estado. E nóstentamos maximizar todos os investimentos, seja do plano rodoviário, que tem o ob-jetivo de ligar dois pontos, duas cidades, dois distritos, maximizar esses investimentos,para que eles também venham a beneficiar a estruturação do turismo no Estado.

Dos 184 municípios do Estado do Ceará, temos hoje reconhecidos pela Embratur, como selo turístico já entregue, 71 municípios turísticos em seis macrorregiões turísticas.Tem região, por exemplo, que pega uma parte de litoral e uma área que é a Serra daIbiapaba. Isso é proposital. É a integração da região litorânea com a região serrana, aserra com o sertão, com o objetivo de aumentar a estadia do turista no destino, e comobjetivo de oferecer um produto turístico mais rico pela diversidade de componentesdo produto ofertado. Além do sol e praia, além da natureza e da cultura que está napraia, no litoral tem a produção artesanal, as olarias, as casas de farinha, a artesã, arenda de birro, o labirinto; na serra, a produção artesanal é virada para os cipós, paraos trançados, para a fruticultura, então você complementa e enriquece o produtointegrando através de quê? Às vezes é uma via que precisa de 50 quilômetros, queprecisa estabelecer essa ligação e essa estruturação é feita.

Então, esse conceito de integração de regiões, é trabalhado para que se possa desen-volver os roteiros turísticos temáticos baseados em romarias, cultura, arquitetura,ecoturismo, negócios e esportes. São roteiros que serão promovidos ao longo do Estado.

A nossa situação hoje de ligação com o mercado internacional: Vasp, Varig, Transbrasile TAP voam Europa e Estados Unidos, alguns, no máximo, dois vôos semanais, outrosapenas um vôo semanal; a oferta de ligação com a Região Nordeste tem esse patamar,evidentemente que a Região Sudeste e Nordeste ocupam a primeira posição, é com

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quem temos mais interligações aéreas, e também é de quem recebemos o maior fluxoturístico. Essas interligações permitem a inserção de produtos turísticos regionais,então, ultrapassamos o Estado do Ceará para constituir produtos mais fortes, maisfortalecidos, interligando desde o Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba,com quem estamos mais diretamente interligados, dentro daquela segmentação, e aípode ser esporte, pode ser ecoturismo, pode ser eventos, são produtos turísticos quevão se complementando.

Dentro do conceito de ecoturismo especificamente, estamos desenvolvendo um gran-de programa com seis pólos de ecoturismo no Estado. Esse programa tem Fortalezacomo portão de entrada mas para distribuir, passando por São Raimundo Nonato eDelta, de Piauí; até Lençóis Maranhenses, e para o lado do Rio Grande do Norte; indopara Lajedo, Soledade e Sousa, na Paraíba, onde podemos constituir, dessa forma, umproduto mais forte.

São programas estratégicos que estão funcionando e alavancando. Esses programasdizem respeito à implantação da infra-estrutura, a gestão em parceria, a capacitaçãoe qualificação, a informação para o turismo, a promoção e fomento a mercados efluxos, e a fomento a negócios. Então trabalhamos, ao mesmo tempo, com essas 14gerências de atividades, uma equipe de 50 técnicos, a secretaria toda tem 100 funcio-nários, o peso da área de apoio administrativo ainda é grande, não conseguimos re-duzir isso, imagino que o ideal era ter 30 apoios administrativos para 50 técnicos, mashá uma cultura do técnico de pedir as coisas, em vez de levantar e tirar uma xerox, elepede a alguém para tirar uma xerox; em vez de levantar e fazer a ligação que precisa,não, ele pede a alguém para fazer a ligação, e com isso a gente aumenta essa massaque vai demorando, o processo fica mais lento. Tem uma meta que é tentar diminuir isso.

Agora o segundo ponto, falando de resultados: a inauguração do aeroporto em feve-reiro. A construção desse aeroporto é um projeto que vem desde o primeiro governoTasso Jereissati, e sabíamos que ele iria alavancar, enormemente, o Turismo no Esta-do, porquanto o terminal de passageiros anterior era um gargalo enorme para o de-senvolvimento do turismo e dos negócios no Estado e a inauguração gerou um fato decrescimento, de entrada via aeroporto, pós-fevereiro – março, abril, maio, junho –com crescimento de 35% mês a mês. Esse mês de julho a Varig teve uma entrada viaaeroporto internacional de Fortaleza, 60% a mais do que julho de 1997. E todas ascompanhias aéreas também.

EstradasEstradasEstradasEstradasEstradas. Outro componente importantíssimo de infra-estrutura para quem quer des-

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centralizar, interiorizar. Então o Estado tem criado essas infra-estruturas e as macro-infra-estruturas para que possamos fazer essa descentralização para as outras regiões.

Qualidade de vida da populaçãoQualidade de vida da populaçãoQualidade de vida da populaçãoQualidade de vida da populaçãoQualidade de vida da população. Não é só saúde e educação, passa por saneamen-to. O desenvolvimento sustentável passa por saneamento. Antes de levarmos as estra-das, temos que primeiro levar esgoto, água e coleta de lixo, porque senão a estradatraz o público e o público vem e degrada, impacta negativamente a região, e aí nãotem mais retorno. Então, o componente estrada busca e procura sempre vir associadode água e esgoto.

Meio ambienteMeio ambienteMeio ambienteMeio ambienteMeio ambiente. O projeto, por onde vão passando as estradas, vai se obrigando arecuperar áreas ambientais, seja de praia, a construir e urbanizar lagoas, a criar asunidades de conservação, as estações ecológicas, regulamentando, para que a ques-tão sustentável, a palavrinha sustentável não fique no papel, seja realmente, de fato,praticada.

TTTTTurismo de eventosurismo de eventosurismo de eventosurismo de eventosurismo de eventos. Estamos ampliando o Centro de Convenções de Fortaleza emcerca de 30% da área, com um diferencial que é climatizar. Estamos climatizandotodo o Centro de Convenções. Todos os pavilhões têm ar-condicionado, porque é ne-cessário, é fundamental. Para nós mesmos, nordestinos, eu sou nordestina. Quandovamos a eventos em outros Estados do Nordeste, faz pena ver os estrangeiros, essesentão morrem de calor, o pessoal do Sul também, então o diferencial é climatizar. Issoé uma primeira etapa. Tem também construção de um grande parque de exposições econgressos. O governador acabou de inaugurar um Centro Cultural e Turístico, que éuma estrutura de apoio ao programa da indústria cinematográfica, indústriaaudiovisual do Estado do Ceará. Nós temos hoje, além do Instituto Dragão do Mar,que é um instituto de formação, uma lei que se chama Lei Jereissatti, que é uma lei deincentivo, onde do setor privado são repassados recursos de ICMS para o setor cultu-ral, dos impostos estaduais para o setor cultural, para viabilizar projetos na área decinema, de teatro, de grupos, enfim, existe o instrumento financeiro, o instrumentoda formação, o instrumento da infra-estrutura, que é esse equipamento, para que seprogrida com esse projeto.

Coloquei aqui a questão do pólo, porque esse programa do roteiro do ecoturismo é umprograma muito importante para estados como os estados do Nordeste, aí volto aquestão das nossas especificidades, o homem sertanejo, em períodos de estiagem, agrideo meio ambiente com a foice, tira a mata, corta o mato, para simplesmente ter lenhae isso é uma agressão ao meio ambiente, que vai secando e fazendo um semi-árido doNordeste, que cada vez está maior. Então o ecoturismo e o turismo rural no Nordeste

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passam a ser opções viáveis para postos de trabalho, geração de emprego para essapopulação que hoje agride o meio ambiente por uma questão de sobrevivência.

Outros programas importantes: a estação de passageiros no Porto do Mucuripe. OEstado hoje constrói um novo porto, que é um porto offshore, moderno, distante doisquilômetros da linha de costa, e distante 30 quilômetros a Oeste da cidade de Fortale-za, e esse porto Mucuripe é um porto dentro da cidade de Fortaleza, que vai ter toda asua área de tancagem repassada para o novo porto, com isso transferindo 60% dasatividades do porto atual. Então, estamos fazendo todo um estudo em cima da área doporto, para inserir novos negócios e atividades de comércio e serviços, aí esse projetode turismo para essa região.

Na área de parcerias, vou colocar só um exemplo que é fundamental. É o que seconseguiu fazer nesses três anos. Vocês vêem já aí uma disseminação no litoral, na-quelas áreas de serras, aqui a parte do Sul do Estado é a área mais importante, deforça econômica, o centro, aquela área verde, e a outra área da serra. Então já se vêcomo nós estamos tendo apoio de estruturas de turismo, assessorias de turismo, secre-tarias de turismo, órgãos de turismo, que estão aumentando a nossa equipe de traba-lho, criando mais pessoas, projetando, pensando, tendo idéias, exercendo atividades,usando os seus recursos humanos, os seus recursos financeiros e aí a parceria vai seconstituindo. Com isso nós temos conseguido criar um início de uma nova cultura dodesenvolvimento do turismo, descentralizando da ação estadual, da Secretaria do Tu-rismo, mas fazendo junto. Há três anos, quando comecei, antes de assumir, em julhode 1995, realizei 25 seminários em municípios no Estado do Ceará. Em todos essesseminários, os prefeitos só faziam pedir. Eles chegavam: “Eu preciso de estrada. Eunão posso desenvolver turismo se não tiver estrada. Eu preciso que faça um terminalturístico...” tudo era: “preciso, preciso, preciso”. Hoje nós temos a maior satisfação dereceber todos esses prefeitos, de 70 municípios turísticos, e nenhum deles vem pedirnada, todos eles vêm apresentar projetos, idéias e convocar para fazer junto, para serparceiro. Então isso é uma mudança que é muito importante nesse projeto.

Área da capacitaçãoÁrea da capacitaçãoÁrea da capacitaçãoÁrea da capacitaçãoÁrea da capacitação. É um programa permanente. Objetivando diferentes públicos,desde a capacitação, da iniciação escolar, aí nós estamos fazendo com os municípiose com apoio da Embratur dentro desses 70 municípios turísticos, colocando a questãoda conscientização do turismo, da importância do turismo naquela região, desde aquelemenino pequenininho, na cabeça dele.

Depois tem uma área de capacitação para linhas de frente, aquilo que eu chamo de“a brigada”, já dentro da indústria do Turismo.

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Uma outra formação para o setor institucional público e a última para gestores daindústria do turismo.

Nós fizemos, também, qualificar os nossos gestores da indústria do turismo, do setorprivado, no sentido de que se atualizem para o mercado e as tendências do mercadofuturo. Então, esse programa que estou mostrando aqui, que é um caminhão, que éum projeto, é outra parceria, é uma unidade móvel, é um braço da Secretaria doTurismo que percorre o ano inteiro o Estado, ao mesmo tempo é um elemento depromoção, porque ele é esse outdoor ambulante, são oito metros, ele circula o Estadotodo fazendo promoção e colocando os parceiros, aqui tem a Embratur, o Banco doNordeste, o Sebrae e a Mudança Confiança, que é uma empresa cearense de mudan-ça, que nos cedeu esse baú, e esse baú nós construímos, dividimos em duas salas deaula, e trabalhamos três programas: capacitação, gestão e formação. É a base parafazer pesquisas, os programas de capacitação, e a gente vai circulando, resolvendoquestões de municípios que, às vezes, não tinham nem locais adequados para chegar-mos e cada vez era um problema encontrar um local para dar aula.

Na área de informação também é importante ver como está descentralizando a açãoda informação; essa área é onde nós fazemos todas as nossas pesquisas e os resultadosdesses números que os senhores têm visto em relação a Fortaleza, é o trabalho dessagerência que faz.

O movimento do Aeroporto Pinto Martins entre 1994 e 1997 teve uma média anual decrescimento de 8% a 10%. A interiorização da demanda turística cresceu de 43% para57%, ou seja, pessoas que chegavam e ficavam entre Fortaleza e os dois municípiosmais próximos, para quem conhece o Estado, de um lado, é onde está a Praia doCumbuco, que é mais conhecida, do outro lado, é onde está a Praia do Porto das Dunas, doBeach Park, todo mundo concentrava nessa área. Então, agora já começou a sair.

O fluxo turístico do Mercosul cresceu 254% em dois anos. Os mercados emissores doCeará também cresceram; hoje, os principais são: Itália, Estados Unidos, Argentina,Portugal, Espanha e Alemanha.

Um dado importantíssimo, que mostra o crescimento da indústria e não o crescimen-to de fluxo, é o crescimento dos meios de hospedagem, serviços de alimentação, servi-ços de transporte, casas de diversão e serviços auxiliares, variando de 22% a 29%. Ataxa de ocupação da rede hoteleira está aumentando. A demanda turística passou de1994 para 1997 com crescimento de 35%, equivalente a 10% ao ano. A receita cresceu,aumentando o impacto no Produto Interno Bruto do Estado de cerca de três para 4,9%.

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Vou passar rapidamente, aqui tem o impacto da demanda turística via Fortaleza, omovimento no aeroporto Pinto Martins, o gráfico desse movimento, que vinha numatendência histórica e, de repente, subiu de uma vez.

A receita direta e indireta passou de 650 milhões para 909 milhões, em dois anos,evidentemente criando um impacto no Estado.

Os principais emissores que hoje temos no mercado nacional são Nordeste e Sudeste.No Sul, a partir deste ano, nós começamos a fazer um trabalho mais agressivo àmedida que a nova política tarifária aérea permitiu, com a redução dos preços, entãono primeiro semestre nós já fizemos duas ações na Região Sul e já temos resultadospositivos acusados agora em julho.

O mercado internacional, um grafismo. Esse resultado foi colocado em outubro doano passado. A Veja pesquisou e publicou em junho, antecedendo as férias de julho,uma matéria sobre essa preferência de destino dentro do Brasil.

Agora, 1998, a variação positiva na demanda turística de 1997 a 1998, em julho, nessemês que nós fechamos, 18% dentro da demanda hoteleira 22%, isso é muito impor-tante a gente conhecer a demanda turística o que cresceu e a demanda hoteleira,porque se nós estamos conseguindo subir a demanda hoteleira, tem mais gente fican-do em hotel e saindo das residências dos amigos, dos parentes e isso é importante, e oque nós cada vez mais queremos: é que o investimento da hotelaria, que é quemsustenta o ano inteiro e que tem custos, que ela tenha a maior ocupação. A taxa deocupação, crescimento de 9%, a receita turística cresceu 66%, julho desse ano emrelação a julho de 1997, a renda gerada também, o impacto sobre o PIB cresceu 20%e o movimento no aeroporto cresceu 32%.

Aqui é um cenário de 1998 que nós estimamos fechar. Esse cenário de 1998 significaum crescimento estimado para 1998 de 36% em relação a 1997. Em 1997 tivemos umcrescimento de 25% em relação a 1996. E o de 1998, com certeza, nós vamos fechar,porque como viram na entrada do aeroporto já deu 32% e de janeiro a junho nós jáfechamos com crescimento de 32%. Então a meta de crescimento de 36%, conside-rando que agosto a dezembro sempre foi um semestre melhor do que o primeiro, nóstemos quase a absoluta certeza de que, em continuando essa política agressiva demarketing, de promoção, nós chegaremos lá.

Na área da promoção, nós temos feito muitas ações que permeiam todos os targets dosetor, desde o público consumidor, o agente de viagem, a operadora, o investidor e os

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instrumentos e meios para essa promoção variam desde a mídia impressa, a mídiaeletrônica, a mídia especializada, a mídia alternativa, como o apoio que, em parce-ria, estamos fazendo agora com uma novela que está sendo rodada no Ceará, que jáestá sendo anunciada, “Meu bem querer”; essa novela é toda produzida no Estado doCeará. Isso é uma mídia alternativa que entendemos que faz parte da nossa estraté-gia, e o fazemos em parceria com os hoteleiros. São seis mil room-nights que oshoteleiros estão dando; oito mil cafés da manhã que o setor privado está dando; aVarig é parceira com desconto de 60% nas passagens e setores de pequeno apoio, pre-feituras, pequenas empresas, desde arranjar jangada, arranjar carro de boi, seja o quefor que a estrutura da Rede Globo requer e solicita, os parceiros estão alocando.

Trabalho junto com operadoras de turismo nacionais e internacionais, com compa-nhias aéreas.

A força de mídia de pessoas específicas ou de pessoas que têm mídia específica como éo caso da Xuxa, que escolhe o Ceará para fazer suas férias, e sai em todas as revistas ejornais. Isso é uma mídia alternativa que para nós tem dado resultado e funcionadomuito bem, sem haver investimento, mas aí eu estou dando um exemplo, se quise-rem dizer sorte ou coincidência, a palavra que seja.

Na área de promoção, ainda falando dessa promoção agressiva. Os eventos são, anível de promoção local, também a promoção na área dos esportes, é um segmentoque temos conseguido uma alavancagem muito resultante pelas condicionantes doEstado do Ceará, de 300 dias de sol, porque não chove, porque temos 573 quilômetrosde praia, então, na verdade, não precisamos de Centro de Convenções com ar-condicio-nado e iluminação artificial, temos um grande litoral e as serras em que se podemfazer os eventos. E dentro dessa compreensão é que estamos realizando nesse segundosemestre oito eventos internacionais na área de esporte: campeonato internacional devôo livre, que não sai de Fortaleza, sai do sertão central, eles saltam de uma pedra nosertão central e vão para outra serra; uma etapa do campeonato internacional dewindsurf; campeonato internacional de surf; etapa internacional de vôlei de praia;etapa internacional de futebol de areia e mais rally internacional, passagem de barco.

Então, essa condição que já foi uma condição inóspita na história do Ceará, nós estamostentando, através do turismo, dela fazer uma condição de desenvolvimento econômi-co: a estiagem, o excesso de sol.

Ações como todos os senhores têm visto, dentro do Brasil inteiro. Fizemos nesses trêsanos um total de 106 mil atendimentos isso é contabilizado realmente, porque nós

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usamos um brinde que é um chapéu de palha, tanto como os que chegam para o Cearácomo nas feiras a que nós vamos, nacionais/internacionais, então, no mínimo, nóscontabilizamos pelo chapéu que é entregue e que isso é feito com licitação, é feitoapropriado, feira a feira, 44 eventos e 52 mil profissionais atendidos, esse atendimentoé controlado através do material que nós fazemos imprimir para os agentes de via-gens e os operadores, e a cada projeto de investimento de cada evento, isso no final écontabilizado, até mesmo para que possamos estar sempre repondo o material e ten-do o material base de estoque, para quando somos solicitados, termos paraatender, para apoiar os eventos; existe um público que é de captação de eventos, quefoge até da alçada da Secretaria do Turismo, mas que são todas as associações médi-cas, científicas, tecnológicas, que levam eventos para o Estado. O mercado internacio-nal, a promoção é muito forte, tendo em vista que o conhecimento do Ceará no mer-cado internacional era insignificante, eu diria, hoje já temos alguns mercados comalguns resultados.

Na área do fomento aos negócios, eu só estou aqui querendo mostrar que também osnegócios estão saindo da área de Fortaleza e fazemos esse negócio através de eventose de incentivos a investimentos, com instrumentos de incentivos, instrumentos físi-cos, financeiros e tributários.

Os investimentos físicos, o Estado apóia com a questão da infra-estrutura de acesso,de energia, de comunicação. O investimento tributário: na isenção dos impostos mu-nicipais e estaduais, com benefício. Os incentivos financeiros, em algumas isençõestambém de aporte, de investimentos, não que o Estado entre com recursos diretos,mas são estudados, caso a caso, o valor do investimento e qual o incentivo que pode-mos dar para atrair esse investidor.

As metas programadas para o ano 2002As metas programadas para o ano 2002As metas programadas para o ano 2002As metas programadas para o ano 2002As metas programadas para o ano 2002. A linha de planejamento estratégico dosprogramas exige toda uma programação, eu vou me deter mais na questão das metas,dos indicadores de turismo, para atingirmos uma demanda turística de dois milhões,com impacto da receita do Estado para 7,9, hoje nós temos 4,9, então em dois anos,essa é uma meta que é um desafio; e a criação de equipamentos, unidades de habita-ção, ampliar em 8.900 leitos para 20 mil, para poder essa infra-estrutura que estásendo trabalhada ir também sendo alavancada.

Existe um cenário que é muito interessante: a nossa hotelaria hoje está concentradana cidade de Fortaleza, praticamente nós não temos resorts nem hotéis de praia, eestamos fazendo um trabalho de atração desses hotéis de praia. Ao mesmo tempo,

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48% da nossa demanda é voltada para o turismo e lazer e 25% para negócio. Entãovejam: se eu crio hotéis nas praias e 48% é lazer, esse fluxo irá todo para a praia edeixará o hotel do centro da cidade vazio. Então estamos trabalhando a recomposiçãodesse fluxo através do segmento de eventos. Então, nesse segmento de eventos, seja decongressos técnicos, ou eventos esportivos, ou feiras e exposições de qualquer nature-za, voltando e dotando a hotelaria de Fortaleza para esse mercado e criando a hotelariamais adequada para o lazer porque essa não está em Fortaleza.

Eu estou passando muito rapidamente, porque já me alonguei bastante no tempo, sómostrar os desafios para o ano 2010, 2020, que é ter o Turismo com a geração deemprego e desenvolvimento da economia; o Turismo sustentável como marco da di-mensão do progresso social do Estado; a excelência da qualidade do serviço turístico;a excelência na qualidade da informação para o Turismo; os gestores da indústriacomprometidos com o desenvolvimento e o Ceará inserido no mapa do mundo.

Para finalizar, eu quero afirmar que nada disso seria possível, não fosse o esforço daequipe dos técnicos da Secretaria do Turismo e o apoio da parceria com os empresá-rios do turismo, ABIH, Beach Park, Convention Bureau, Abrasel, Embratur, Sebrae,Banco do Nordeste e as companhias aéreas: Vasp, Transbrasil, destacando a Varig. Aestes os nossos agradecimentos e a vocês obrigada pela paciência e atenção com quenos escutaram. Muito obrigada.

Agosto de 1998

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O Pará e seu Potencial Turístico

Adenauer GóesAdenauer GóesAdenauer GóesAdenauer GóesAdenauer GóesPresidente da Companhia Paraense de Turismo – Paratur

Inicialmente, meu presidente, eu gostaria de agradecer. Agradecer em nome do Go-verno do Estado do Pará, agradecer em nome do nosso Governador Almir Gabriel,

a oportunidade que o Pará e o turismo paraense estão tendo de poder vir falar umpouco sobre o nosso Estado, mas, com toda certeza, também usufruir deste conheci-mento que, seguramente, todos vocês são possuidores, e que nós, lá no Estado, preci-samos, para realmente tocarmos este projeto turístico, e termos, na realidade, o Esta-do do Pará inserido no turismo brasileiro, e quiçá, no turismo internacional.

Fazendo breve introdução: o Governador Almir Gabriel em seu primeiro Governo –pois, ele foi reeleito agora no último pleito –, em janeiro de 1995, definiu três verten-tes, as quais o Estado assumiu e vem trabalhando, no sentido de poder ter o seu desen-volvimento, de olho, principalmente, na questão da geração de trabalho, conseqüen-temente de emprego e de melhoria de qualidade de vida do povo paraense.

Estas três vertentes são: a primeira, a agroindústria. Nós temos, na realidade, o segun-do Estado Brasileiro em dimensões geográficas, são 1.250.000 quilômetros quadrados, e, logicamente, não poderíamos deixar de ter em vista a questão da agroindústria.

A segunda vertente, é a da verticalização mineral. Ao longo do tempo, todos nós sabe-mos que o Estado do Pará vem sendo, cultural e historicamente, um Estado extrativista.Tivemos, na realidade, a época da borracha, no início deste século, da qual temosainda demonstrações do fausto desse período, chamado belle époque, inclusive com oTeatro da Paz e vários casarios que lá foram construídos. Depois tivemos a época doouro, principalmente do garimpo manual, do extrativismo da madeira, onde aindanos encontramos, e, novamente, no extrativismo mineral, mas já desta vez sendorealizado do ponto de vista mecanizado, principalmente através dos grandes projetoscapitaneados pela Vale do Rio Doce, Albrás, Alunorte, Mineração Rio do Norte, por aíassim. E o Governo está no firme propósito de que esse minério, ao ser retirado de lá,também possa ter a sua produção verticalizada no próprio Estado, para que se possaagregar, aí também, a questão a que me referi ainda há pouco, da geração de traba-lho, de emprego e de renda para a nossa gente.

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A terceira vertente é a do Turismo. Dentro destes três aspectos a que acabei de mereferir, seguramente creio que concordaremos que, aquele que lida com os sonhos,aquele que lida com a felicidade, aquele que, poderíamos dizer, seria a tarefa maisfácil de ser cumprida, aquele que precisaria, na realidade, do menor quantitativo deinvestimento financeiro, aquele que, seguramente, seria capaz de dar um retornomais rápido, através desta questão do trabalho, do emprego e da renda, é, sem dúvidanenhuma, o turismo, que tem como fulcro maior, aqui, na Confederação Nacional doComércio, este Conselho, que no momento tenho o privilégio de visitar.

Então o turismo e, particularmente, o ecoturismo que é um dos segmentos que maiscresce no mundo, ganhando cada vez mais a nível mundial essa conotação talvez atémovido por dificuldades, como o estresse, insegurança e por toda uma gama de situa-ções que todos nós, que moramos nos grandes centros somos forçados a passar, fazen-do com que o meio ambiente ganhe, na realidade, uma perspectiva toda especialcomo fator de diminuição dessa insegurança, desse estresse.

Este é o principal capital que o Estado do Pará tem, a natureza. Aí reside, na realidadenosso grande potencial, pois é a atividade que necessita de um investimento menor, jáque o seu maior investimento já está feito através da natureza, que temos de sobra, eque cabe ao Pará saber usufruir. E aí eu poderia avançar mais, no sentido de quelevantamentos recentes de instituições idôneas, como é o caso da Organização dosEstados Americanos (OEA), mostram, de forma inequívoca, que o Estado do Pará,dentro da Amazônia brasileira, dita legal, constituída de nove estados, é detentor de,praticamente, 50% de todos os atrativos dessa região. São 1.084 atrativos catalogados,e eu disse, atrativos, potencial, catalogados pela OEA, colocando, na realidade, o Paránuma situação privilegiada, tanto do ponto de vista de ser possuidor deste manancial,como do ponto de vista da sua situação geográfica, como ponto mais próximo daEuropa. Do ponto de vista geográfico mas também histórico-cultural, porque foi porlá, na realidade, que em 1616, com a fundação de Belém, através de Francisco Caldei-ra Castelo Branco, que tudo começou. Dando ao Pará a dimensão continental do Brasil.

Agora, passamos a fornecer indicações sobre alguns números do Pará, a fim de quepossamos entrar melhor nesse tema do turismo, até porque ele significa, na realidade,negócio, comércio que se traduzem em números. Hoje somos 5.650 milhões de habi-tantes no Pará, com uma população urbana de 53,51% e rural de 46,49%. Gostaria dedeixar claro que quando me refiro à urbana me refiro aos grandes centros, às cidadespropriamente ditas. Quer dizer, nós temos hoje a população de Belém com 1,35 mi-lhão de habitantes e temos a grande Belém, como a sua área metropolitana, com algoem torno de um milhão e oitocentos mil habitantes.

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O que nos leva a levantar esses dados populacionais?

É que nós temos hoje uma população melhor distribuída. Algo em torno de 25% dessapopulação residindo em Belém, e os restantes 75% distribuídos ao longo do Estado, oque nos possibilitou na realidade, trabalhar algumas estratégias de pólos, como va-mos ver em seguida. Temos um PIB de 12.863 bilhões, em reais. Agricultura, pecuá-ria, responsável por 20,86% deste PIB. A indústria com 41,14%, baseada, principal-mente na questão da extração mineral e dos grandes projetos a que me referi ainda hápouco. Serviços com 37,97%, e um PIB per capita de 2.276 mil. População economi-camente ativa de 21,4%. O Estado do Pará é detentor de 2,241% do poder de compradas famílias brasileiras, o que representa, por ano, 15.344 bilhões. Lá nós não temosuma Secretaria de Turismo, temos uma empresa de economia mista, que é a Paratur,que como instituição é a responsável pelo Turismo, é nosso órgão oficial de turismo,criado em 1971. Tendo como principal missão promover o Estado, tornando-o umdestino turístico consolidado no mercado nacional e internacional.

Tenho absoluta certeza que, se não a unanimidade, a grande maioria deste Conselhoconcordará que a questão da divulgação e da promoção é fator fundamental para que sepossa ter o turismo acontecendo na prática; e muito provavelmente alguns dos senhores atépoderiam dizer que ao longo do tempo, e até de um tempo mais recente, muito provavel-mente não têm visto o Pará participando com assiduidade maior na mídia nacional e,conseqüentemente, até na mídia internacional. E eu lhes diria que isso é verdade.

Nós tivemos, na realidade, nos últimos quatro anos, duas fases muito bem definidas eque eu gostaria de expor aqui aos senhores.

A primeira destas fases, no período de 1995 e de 1996, quando o Governo Almir Gabrielteve preocupação muito grande no sentido do equilíbrio do Estado como um todo.Havia dificuldades orçamentárias muito grandes. Só para os senhores terem umanoção disso: o Pará, em janeiro de 1995, tinha comprometido 92% da sua arrecada-ção com folha de pessoal; de custeio eram 11%, aí nós já tínhamos 103% e de paga-mento de dívidas, de situações de compromisso anteriores, em torno de 30%. Entãoera um Estado completamente ingovernável, porque de cada cem reais que arrecada-va, já na “boca do cofre”, tinha 133 comprometidos com o pagamento: o que faziacom que tivesse, quando o governador assumiu, três meses de salários atrasados, efosse considerado dentro do País como um Estado inadimplente, e que não honravaos seus compromissos. Porque, na realidade, não tinha como honrá-los, pois arreca-dava menos do que precisava para pagar.

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Então nós tivemos, em um período de dois anos, que fechar o “ralo”. Era meta, dimi-nuir-se despesas. Foi necessário, além de demitir pessoal, sacrifícios do ponto de vistapolítico para que se pudesse alcançar esse equilíbrio.

A partir de 1997, o Estado passou a ter condição de poder respirar, e, respirando, fazerparcerias com vários segmentos: com o Governo Federal; com a iniciativa privada ecom os organismos internacionais, como é o caso do BID e do BIRD.

E a segunda palavra de ordem, o segundo momento então surgiu no Estado do Pará,o momento da infra-estrutura. Foram investimentos maciços. O Governo foi reeleito.Nós, então, estamos tendo condições, agora, de ter uma seqüência administrativa,situação que o Estado nunca havia tido oportunidade de experimentar antes, e destaforma, estamos tendo continuidade de planejamento e de organização, e uma tercei-ra ordem que se chama produtividade.

Nas primeiras etapas, dos últimos quatro anos, não cabia à Paratur a operacionalizaçãodo turismo, porque na realidade nós estávamos com muitos problemas para ter umproduto efetivamente preparado e pronto para ser colocado e consumido no mercado,cumpriu etapas e, agora, começa, vejam bem, começa a caminhar utilizando infra-estrutura implantada. Inclusive, há 10 dias atrás, tivemos o nosso aeroporto interna-cional inaugurado, que era antigo sonho da nossa capital, de Belém do Pará, que é,sem dúvida, um portão importante e necessário para o turismo. Foi inaugurado àsvésperas do Círio de Nazaré. É por isso que agora começamos a trabalhar no sentidoda divulgação e da promoção do Pará.

Recentemente tivemos oportunidade de divulgar matérias, em cadernos especializados,não sei se alguns dos senhores leram, mas tivemos publicações no Brasil Turis, naÍcaro, na Veja, no Caderno de Turismo do O Globo e várias outras matérias que foramsaindo, e que nós pretendemos se tornem cada vez mais freqüentes, para que nóspossamos, gradativamente, na medida em que as possibilidades permitam, com serie-dade, trabalhar a operacionalização do nosso turismo.

O planejamento que está sendo feito contempla, na realidade, várias interfaces doturismo, com órgãos e entidades federais. Estamos trabalhando isso muito bem com oMinistério do Turismo, com a Embratur, e há, aproximadamente, 45 dias, tive a opor-tunidade, de aqui mesmo, na Confederação Nacional do Comércio, estar em umareunião, com o Ministro do Trabalho, com o Ministro do Turismo e com o Presidenteda Embratur, tratando de assuntos relativos à questão do Turismo, com órgãos e enti-dades estaduais e municipais, da qual saímos com uma grande esperança em relação

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ao turismo paraense, através do programa nacional chamado PNMT (Programa Naci-onal de Municipalização do Turismo).

Dos 143 municípios do Pará, temos 53 municípios que já fizeram adesão a esse progra-ma, que consta de várias etapas mediante oficinas, e que mostra a sensibilização pelaimportância do Turismo para o Município, que é na realidade onde tudo ocorre, e esseMunicípio precisa dizer que assume a sua responsabilidade em relação ao Turismo,porque daí vem a questão de limpeza urbana, dos Conselhos Municipais de Turismo, daquestão do Fundo Municipal do Turismo, e nós depositamos nessa relação com osmunicípios, que hoje são 53, volto a referir, um crédito muito grande, no sentido defazer o turismo acontecer.

Os Conselhos Municipais, juntamente com as comunidades, são fundamentais, porexemplo, nessa questão da limpeza, que serve para nós entendermos a importânciadessa parceria, desse comprometimento da comunidade para com a questão do Turis-mo. Nós podemos ter a prefeitura que tivermos, o melhor prefeito que tivermos, com-prometido com a questão da limpeza urbana, investindo na limpeza urbana, se nósnão tivermos, uma comunidade, uma sociedade consciente de que precisa dar umaparcela de colaboração, muitas vezes poderia até se dizer, não limpando a cidade, masevitando sujar a cidade. Nós podemos ter o prefeito melhor que tivermos, que nóssempre sujaremos muito mais do que qualquer um tenha condição de limpar. Essa éa verdade.

O lixo é produto do homem. E nós precisamos aprender a administrá-lo, a controlá-lo, bem mais do que já fizemos até agora. As organizações não-governamentais tam-bém são importantes. Os agentes institucionais privados, nacionais. O turismo fazinterface com praticamente todas as atividades. O Governo entende que ainda temuma administração extremamente lenta, paquidérmica, poderíamos dizer assim, quedá respostas com uma falta de agilidade impressionante. Entendendo isso, meus con-selheiros, o Governo está fazendo no Pará uma reforma administrativa.

Em síntese o que é essa reforma administrativa? Havia no Estado, aproximadamente,70 instituições, entre secretarias, entidades de economia mista, autarquias, fundaçõesetc. O Governo do Estado criou sete secretarias apenas, ditas Secretarias Especiais ecolocou nessas secretarias as instituições que têm afinidades, com finalidades seme-lhantes. Como a palavra de ordem no Pará, hoje, chama-se produtividade, foi criadaa Secretaria Especial de Produção, assim como foram criadas outras Secretarias Espe-ciais, a de Proteção, de Promoção e de Defesa Social e outras. A Secretaria Especial de

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Produção acomodou aqueles órgãos que têm a ver com setor produtivo. Ou porquefinanciam ou legalizam, ou porque têm a ver, diretamente, com a produção.

Então, nós estamos locados na Secretaria Especial de Produção, que tem, como jádisse, a principal finalidade de encontrar o caminho, todos conversando, para se en-tenderem, falando a mesma língua, inclusive para evitar que um puxe para umlado, outro puxe para o outro, e com a finalidade de potencializar os recursos tam-bém. É assim que o Estado está pensando hoje essa questão da administração esta-dual, fazendo a reforma a que estou me referindo.

O Turismo no plano do Governo constitui-se em prioridade no Estado e o governadornos seus pronunciamentos não diz três palavras em que uma delas não seja turismo,na medida em que esta atividade se apresenta como estruturadora para a economiado Estado, aglutinadora e de grande efeito modificador, sendo, determinante do bem-estar social, geradora de renda e distribuidora de riqueza, impactante no espaço físi-co, social, ambiental e cultural.

É objetivo geral do plano de Governo priorizar o Pará como um destino turísticonacional, numa primeira etapa, e posteriormente internacional, compreendendo açõesvoltadas para o desenvolvimento do turismo nos quatro pólos atrativos.

Nós temos os princípios básicos que são: o desenvolvimento social, dentro da linha aque já me referi, no sentido da geração de emprego, da geração de renda; a descentra-lização, e o turismo é realmente uma atividade descentralizadora e a sustentabilidade,porque na realidade o nosso maior produto é o ecoturismo, e nós precisamos ter avisão bem nítida, preparada realmente, do desenvolver sem devastar. Isso tudo trazen-do resultados positivos para o Estado do Pará.

A sustentabilidade, com resultados permanentes no processo de desenvolvimento, pre-servando a capacidade produtiva, compreendendo a natureza, a cultura e a popula-ção, para que nós não acabemos botando a perder aquilo que podemos chamar de “agalinha dos ovos de ouro”. A descentralização, ampliando a capacidade de ação, re-duzindo custos operacionais e motivando a participação do poder público e da comu-nidade. O desenvolvimento social científico e tecnológico, ampliando a base econô-mica do Estado, com geração de emprego e distribuição de renda, visando resultadossociais.

Aqui eu queria interromper para passarmos o nosso vídeo. Assistiremos a um vídeo,visando entrar ainda mais no clima paraense, vamos dizer assim: no visual paraense.

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Depois, então, encerraremos com mais alguns comentários.

O vídeo que vamos ver contempla os pólos a que ainda vou me referir. São quatropólos turísticos: o pólo Belém-Costa Atlântica, pólo Marajó, pólo Tapajós e o póloAraguaia-Tocantins. Vocês assistirão a uma coletânea, que nós chamamos “É ParáIsso”.

São vários clipes, que foram passados apenas no Pará. Com uma finalidade principal:durante algum tempo, convivemos com pessimismo em relação ao nosso Estado. Al-gumas pessoas, dizendo que o Pará era a “terra do já teve”. Esta é uma estratégia quepassa pelo sentido de resgatarmos a auto-estima, o amor pelo Pará, entendendo quena realidade, aquele que precisa divulgar, de forma mais consistente, de forma real-mente mais viva, é o próprio paraense. Então, foi uma estratégia utilizada no sentidode mostrar as coisas bonitas, belas, que nós temos, e no sentido de incentivar o paraensea conhecer a sua própria terra, e conhecendo sua própria terra, poder resgatar esteamor pelo Pará, o “paraensismo”, como nós chamamos.

Achei interessante trazer esses clipes para vocês pelo seguinte: vocês viram que alémde dizer “É Pará Isso”, fala-se “Dê Viva aos Turistas”. Estes clipes estão sendo passadosdesde o início do ano no Estado, com a finalidade do resgate do “paraensismo”, doamor pelo Pará e de desenvolver em cada paraense a vontade de conhecer o seu pró-prio Estado, para poder falar bem dele, para poder divulgá-lo, para poder trabalhá-lo,mas, também, tem a mensagem bem clara da importância do Turismo, da importân-cia de se receber e tratar bem o turista, porque no duro nós todos sabemos que amelhor propaganda, é, na realidade, aquela que se faz boca a boca.

Podemos fazer a melhor divulgação, a melhor campanha promocional, mas se nãosoubermos receber, se não formatarmos o nosso produto realmente em condiçõesideais para ser consumido, não conseguiremos manter o processo. Poderemos atéencher o Estado do Pará num determinado momento, mas, depois, ele não se mante-rá nos níveis que nós gostaríamos e estamos trabalhando no sentido de conseguir,para fazer uma situação que seja efetiva, concreta, trabalhadora.

Então estamos trabalhando muito essa questão da comunidade, da sociedade, paraque entendam a importância do compromisso com o turismo. Estamos trabalhandomuito a questão da qualificação profissional, e o Senac tem dado uma contribuiçãomuito grande.

O Senac vai inaugurar, brevemente, em seu prédio em Belém, uma ala completa-

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mente ligada apenas ao turismo. O Sebrae também tem dado uma ajuda muito gran-de nesse processo de formação de mão-de-obra, de qualificação de recursos humanos.Nós temos lá a Secretaria do Trabalho e estamos, depois dessa reunião a que me referino princípio de minha fala, com a expectativa de termos inclusive o próprio FAT, queé o Fundo de Amparo ao Trabalhador, sendo encaminhado numa situação mais espe-cífica para o turismo, não apenas no Pará, mas no Brasil inteiro, porque o turismo éprioridade no Brasil todo. Então, estamos, na realidade, tentando preparar essa basede olho na questão da qualificação profissional também.

Falei nos pólos prioritários, no sentido de planejamento e de estarmos trabalhando oTurismo no Estado, inclusive em relação aos 53 municípios que fazem parte do nossoPrograma Municipal de Turismo, nós temos então quatro pólos. Esses pólos são: Belém/Costa Atlântica, com entrada por Belém do Pará, e priorizando os municípios do Nordes-te paraense, e que fazem frente, vamos dizer assim, para o Oceano Atlântico. E oGoverno, então tem pensado uma série de atividades infra-estruturais, para me-lhorar este pólo turístico, entre elas, o aeroporto de que falei ainda há poucopara vocês.

Nós temos um outro projeto governamental, chamado Estação das Docas, em Belém,e que revitaliza parte do antigo Cais do Porto, que começa a ser gradativamente desativa-do, dentro daquele princípio, que já norteou outras cidades, por este mundo afora,como é o caso de Lisboa, de São Francisco, de Buenos Aires, nós devemos estar inau-gurando a nossa revitalização do Cais do Porto no início do ano 2000. Então vamoster um novo ponto de atração turística para Belém do Pará, com a Estação das Docas,que inclusive será aberta 24 horas por dia, e que terá uma estação de passageirosespecífica para receber os turistas de cruzeiros que lá chegarão.

O segundo pólo seria o pólo Marajó, dentro de todo esse ecossistema especial, quecontempla essa que falei ser a maior ilha fluviomarítima do mundo, que, de um lado,tem o espetáculo do Amazonas e, do outro, na chamada contracosta, é banhada peloOceano Atlântico. É uma ilha que tem uma situação bem definida, durante seis me-ses, áreas alagadas, à semelhança de pantanal, e durante outros seis meses, no verão,a região seca cria um outro tipo de paisagem. Um ecossistema maravilhoso, comuma quantidade impressionante de pássaros, de muitas espécies.

Só para vocês terem uma idéia: tivemos semana passada, durante quatro dias, umadezena de operadoras de turismo, das maiores do Brasil, e eu ouvi, de pessoas expe-rientes, com mais de 35 anos de turismo no “costado”, os maiores elogios à Ilha do

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Marajó, num determinado momento, em que o caboclo lançou a rede no lago e trou-xe um pirarucu de mais de 20 kg, que é um peixe bonito de ver e gostoso de provar.

Porque as iguarias paraenses, na realidade, são um outro produto, com todo respeitoa todos os demais estados brasileiros, mas nós temos um quê de especiaria, não éverdade?

Quando a gente fala no Pará, parece que tem um cheiro, é um mato, é uma fruta, nãoé verdade?

Parece-me ser aquele Estado mais tipicamente ligado a essa questão da especiaria, e anossa comida é uma comida realmente muito típica. É uma atração turística, quenós estamos vendo de que maneira podemos trabalhar de forma objetiva, mais con-creta ainda.

E estive conversando até com o nosso Ministro de Turismo, que diz muito claramente:“Curitiba inventou um bairro chamado Santa Felicidade”, não é verdade? Há 50 anosatrás não havia, e hoje, na realidade, são mais de 40 mil empregos, por causa deSanta Felicidade, e o ICMS que deixa para o Estado é uma coisa que o governador lá,com toda a certeza, não reclama!!! Seguramente, nós temos uma tradição e nós te-mos um conteúdo muito maior, para podermos na realidade, não sei nem se a palavraseria criar, inventar, mas de juntar essa questão toda, da comida paraense, e torná-la,realmente, um produto que todo mundo reconheça ser da melhor qualidade.

Eu falava do Marajó e falava que essas 10 operadoras foram fazer um famtour naIlha, assistindo uma pesca de rede que apanhou um pirarucu de mais de 20 kg, con-siderado dos pequenos, pois já pegaram com mais de 60 kg. Eu ouvi de pessoas, commais de 35 anos de turismo no “costado”, que diziam para mim: “Adenauer, eu nun-ca tinha passado, eu nunca tinha tido uma experiência desse tipo, do contato com anatureza”.

Acordamos às cinco e meia da manhã, tomamos café e fomos ver o ninhal dos pássa-ros. É uma quantidade impressionante de pássaros. Depois, fomos fazer essa pescarialá com o caboclo, para mostrar o peixe, o pirarucu e mostrar o jacaré, que tambémexiste em quantidade. Depois, vejam bem, fomos fazer um passeio de lancha, até a fozdo rio Amazonas. Quem é que pode, de repente, trabalhar um atrativo desse: a foz dorio Amazonas? Olha, o que significa isso de potencial, se for devidamente traba-lhado? E fomos lá e ficamos, pegando aqueles fluidos positivos em plena foz doAmazonas.

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O terceiro pólo, o Tapajós, que contempla uma entrada pelo aeroporto de Santarém,ou pelo porto e que, na realidade, reúne aquela que nós consideramos a região maisbem protegida do Estado, por causa das reservas florestais, que são várias, que con-templam aquela região, e onde nós vamos ter o investimento de um programa quepara nós também é muito importante, chamado Proecotur, que vocês tiveram aqui,com toda a certeza, uma belíssima fala sobre este assunto, através do professor Álvarodo Espírito Santo, que tem cabedal e competência para falar de turismo e do Proecotur.

O quarto pólo seria o pólo Araguaia/Tocantins, contemplando um eixo de desenvolvi-mento do Estado, e que privilegia também a questão do ecossistema, do ecoturismo,das praias de rios, na época do verão, e a questão da pesca esportiva. Este é um produ-to no qual nós paraenses estamos depositando expectativa muito grande, por se tratarde produto que tem uma quantidade muito grande de aficcionados, não sei se ossenhores têm esta informação mas só perde para o futebol no Brasil, e não apenas noBrasil, mas que mexe também com milhões de dólares, tanto nos Estados Unidoscomo na Europa e nos países desenvolvidos.

Estes são os quatro pólos em que o Pará está trabalhando a questão do Turismo, como Governo direcionando toda a sua força, em termos de infra-estrutura, aquilo que épossível fazer, está sendo pensado, dentro de etapas gradativas, nessa linha dos quatropólos. Já estamos trabalhando com o Programa de Desenvolvimento de Ecoturismona Amazônia Legal, que é Proecotur, o início do processo; o Programa Estadual dePesca Esportiva; o Programa de Desenvolvimento no Turismo Cultural, principal-mente através do projeto Feliz Lusitânia, que engloba a questão dos museus e dasigrejas; o Programa Básico de Investimentos para Dinamização do Turismo no Pará eo Programa de Promoção e Divulgação do Turismo.

Aqui vemos os principais mercados emissores para o destino Pará! Nacionais: SãoPaulo, Rio de Janeiro e Ceará. Inclusive estamos trabalhando uma parceria comple-mentar com o Estado do Ceará.

Sei que a secretária Anya Ribeiro já esteve neste Conselho, e nós já estivemos lá noCeará dizendo assim, de forma bem clara como estou dizendo para vocês: secretária,vim aqui para aprender com o Ceará, porque, efetivamente, o Ceará tem dado umaaula de como se deve fazer Turismo neste País. Vim aqui dizer que o Pará quer apren-der com o Ceará, e vim aqui lhes dizer também que, dentro desse aprendizado, nósgostaríamos de trabalhar com o Ceará ações complementares.

O que nós sabemos hoje em dia?

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Que as pessoas querem, normalmente, sair de onde estão para visitar mais de umdestino. Isso é pesquisa inclusive. Se você pode agregar dois, três destinos, é melhor doque trabalhar só um. Uma outra questão que sabemos: é de que, se nós não diversifi-camos, nós cansamos aquele produto que nós trabalhamos. E os exemplos estão tam-bém aí.

Então nós sabemos que o Ceará, por exemplo, trabalha muito a questão do sol, da luz,do mar. E nós não queremos competir com o Ceará nisso. Levei uma proposta para asecretária Anya bem clara, bem objetiva, que eu vou repetir aqui para vocês, que elaachou graça e topou a parada.

Eu disse: os turistas vêm aqui ao Ceará, para se queimarem, para se bronzearem, evão para o Pará para despelarem, debaixo das nossas mangueiras, da nossa floresta,na sombra e água fresca. Estamos trabalhando isso, e acredito que essa idéia vaivingar, e vamos associar as duas questões.

Os mercados Internacionais visados são a Alemanha, a França, os Estados Unidos e oCaribe. Eu estou indo inclusive ao Caribe, agora no início de novembro, começandopela Guiana Francesa, com os países de língua francesa.

Temos alguns indicadores turísticos comparando 1997 com 1998.

Quanto ao fluxo nacional, nós tivemos em 1997, em real, 118 milhões, 186 mil; em1998, 130 mil, dando um acréscimo de 10,37%. Estrangeiros deixaram 10 milhões dereais, 299 mil reais, em 1997; passamos para12 milhões, 482 reais em 1998, com umavariação de 21,20%. Total: 128 milhões de reais em 1997, 142 milhões em 1998, comuma variação de 11,23%.

A oferta hoteleira, por unidades habitacionais e leitos nos estabelecimentos de hospe-dagem: tínhamos uma estimativa de 119 estabelecimentos, hoje estamos com 127, atendência é crescente para se construir no Estado. Unidades habitacionais: 4.084 em1997, 4.285 em 1998; leitos: 7.711 em 1997, 8.405 em 1998. Fluxo de hóspedes nahotelaria. Em 1997, 347 mil; em 1998, 374 mil. Estrangeiros: 24 mil, em 1997; em1998, 27 mil. Total: 371 mil em 1997, 401 mil em 1998, com crescimento de 8,26%.

Vocês receberam materiais de divulgação do Estado do Pará. Nesse material, existemduas folheteiras que falam sobre a questão comercial propriamente dita, incluindoincentivos fiscais com legislação específica, que tenta contemplar motivação maiorpara aquele empresário que quiser ir investir no Pará. E, também, foi distribuída umacoletânea de 20 cartazes, sobre pontos especiais do nosso Estado que, na medida do

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possível, nós ficaríamos muito honrados realmente se pudessem, em algum momento,ornamentar a parede, ou um local especial, no trabalho ou na casa de vocês.

As informações econômicas visam a industrialização do Estado nas áreas agrícola,pecuária, florestal, minerária, agropecuária, agroindustrial, tecnológica e empreen-dimentos voltados ao comércio e ao turismo.

Essa é Lei no 5.493 de 1996, que tem por base, incentivar a produtividade no Estado.Através de que incentivos? Fiscais, financeiros, infra-estruturais para instalação ourelocalização de empreendimentos em pólos de desenvolvimento e compensação deinvestimentos privados na realização de obras de infra-estrutura pública.

Só para se ter mais uma noção do que o Estado fez ou está fazendo em termos deinfra-estrutura turística, e sem a qual nós não podemos colocar esse produto formatadopara ser consumido. Temos o aeroporto internacional, que foi reinaugurado na se-mana retrasada, temos o projeto Estação das Docas, que é a revitalização do cais doporto, o compromisso da construção do centro de convenções para cinco mil pessoas,que é um ponto de estrangulamento que nós ainda temos, só para vocês terem umaidéia, está no Pará o maior projeto energético do Brasil, chamado “Projeto Tramoeste”,que leva energia de Tucuruí para toda a região Oeste do Pará.

Este é o maior projeto energético do País. E está também no Pará aquele que é consi-derado hoje o maior projeto de saneamento da América Latina, que é o projeto demacrodrenagem da Bacia do Una. A Bacia do Una é o principal dos igarapés queentram na cidade de Belém. Belém é, vamos dizer assim, a cidade das águas, água porum lado, água pelo outro e água por dentro. São seis Bacias, a maior é a Bacia doUna, e que motivou a retirada de 2.500 famílias, para que esse projeto pudesse serfeito, hoje ele está com 80% das obras construídas.

Construção de rodovias. Parceria com o BIRD e Governo federal. O Estado do Parátem, aproximadamente, 7.000 quilômetros de rodovias estaduais. Destes 7.000 quilô-metros estaduais, nós tivemos aproximadamente, 5.000 quilômetros de rodoviasreconstruídas até agora, e vão continuar a ser reconstruídas.

O que consta na realidade do plano plurianual do Estado para o período 2000/2003?Nós chamamos de programa Beija-Flor. Esse programa Beija-Flor é um compromissodo Governo, é compromisso de campanha do Governador Almir Gabriel, inclusive,através do qual, ações que possam propiciar o desenvolvimento do turismo e devemgerar 40.000 empregos até o ano 2003, com investimentos na ordem de 250 milhões,

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não diretamente em turismo, mas em atividades, em ações, em obras que possamtambém indiretamente alavancar o projeto, provocando dessa forma a elevação dofluxo turístico no Estado do Pará.

Dentro desse planejamento nós temos pesquisas e planejamentos, consolidação denovos destinos, elaboração de novos produtos, marketing turístico institucional einfra-estrutura. E para o conhecimento e acompanhamento de vocês, nós estamosem vias de fechar contrato com uma das empresas consideradas top de linha emtermos de consultoria, planejamento e marketing de turismo no mundo, que é umaempresa espanhola que entrou no Brasil há questão de uns seis meses atrás, tem sedeem São Paulo, está também com excelentes técnicos brasileiros e se tropicalizando,vamos dizer assim. Trazendo experiência espanhola que todos nós sabemos que émuito grande na questão do turismo, o Estado do Pará está fechando um contratocom esta empresa, no sentido de que possamos ter, na realidade, um planejamentofirme, concreto, que defina ações e estratégias de curto, médio e longo prazos para oturismo paraense.

O que nós queremos alcançar?

Em 2003 ter a satisfação de poder voltar aqui com vocês, para uma nova conversa,quem sabe, se aquele lá de cima assim nos permitir, e termos o Pará reconhecidocomo um destino turístico consolidado, seja no lazer, seja no ecoturismo, em eventos,no religioso, que eu disse que é muito forte, ou no rural, onde também temos umgrande potencial.

Eu queria aproveitar e dizer do meu agradecimento. Estou à disposição, mas queriadizer para vocês que alguns momentos a gente, com toda certeza, reconhece comomomentos especiais e os guarda de um modo também muito especial aqui dentro docoração e aqui na cabeça; com toda certeza, este é um desses momentos que eu guar-darei de uma forma muito especial.

Muito Obrigado.

Outubro de 1999

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Rio de Janeiro: o Plano Maravilha

Gérard BourgeaiseauGérard BourgeaiseauGérard BourgeaiseauGérard BourgeaiseauGérard BourgeaiseauSecretário Especial de Turismo da Prefeitura do Rio de Janeiro

O Plano Maravilha foi uma vontade política do Prefeito da Cidade do Rio de Janei- ro. Quando ele me convidou, no dia 17 de novembro de 1996, quando ele foi

eleito, eu nem tive tempo de agradecer ao Prefeito Luiz Paulo Conde o convite paraser Secretário de Turismo e Presidente da Riotur, acumulando o Riocentro, que ele jádeu a idéia que queria que se fizesse uma política para o Turismo para a Cidade doRio de Janeiro.

Ele tinha tido uma grande experiência como Secretário de Urbanismo, quando idea-lizou o Plano Estratégico da Cidade, que ele presidiu durante os anos de 1993 até sereleito prefeito da cidade.

E a cidade tinha muitas políticas, em vários campos, no campo social, de transporte eoutros, mas para o turismo não tinha. Por que não tinha política? Porque a gentesempre viveu em cima da beleza da cidade do Rio de Janeiro, a infra-estrutura doturismo, os seus grandes profissionais, que são altamente criativos e, principalmente,pelos cariocas que sabem receber, como ninguém, todos os turistas, brasileiros e es-trangeiros. Mas, no mundo competitivo, no mundo onde a tecnologia está cada vezmais avançada, que é um mundo difícil, nós não poderíamos continuar a ser amadores.

Então, foi uma vontade política da gente fazer o Plano Maravilha. Foi um instrumen-to agregador de esforços, em que mais de 1.500 pessoas da sociedade carioca foramconsultadas. Nessas 1.500 pessoas, nós tínhamos pessoas, obviamente, ligadas direta-mente ao Turismo, mas muitas não tinham nada a ver com o Turismo. Foram mesas-redondas, foram pesquisas feitas na chegada e na saída de turistas, pesquisas feitas naArgentina, Estados Unidos, Inglaterra, França, Espanha, Itália, Alemanha, porque háum grande contingente de turistas que fazem viagens de longa distância, mas quenão vêm para o Brasil. E nós queríamos saber dessas pessoas, que têm poder aquisiti-vo, por que não querem vir ao Brasil, quais as razões. Então, essas pesquisas forammuito importantes e a gente conseguiu fazer um diagnóstico e desenvolver uma es-tratégia de desenvolvimento durante esse primeiro semestre. O trabalho demorou dejaneiro a agosto de 1997. Em cima do diagnóstico, nós elaboramos o plano operacional,

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que ficou pronto em novembro, e passamos a implantar o plano de ação, Plano Mara-vilha, a partir de janeiro de 1998.

Os objetivos do Plano Maravilha são:

1) Incrementar os fluxos turísticos para o Rio, consolidando sua liderança no turismoreceptivo.

2) Criar uma nova imagem no Brasil e no exterior, como referência na América Latina.

3) Geração de renda e emprego.

Em 1997, nós tínhamos 4.042.000 turistas internacionais e brasileiros, domésticos, enós estamos vislumbrando para o ano 2000, 7.000.000; isso quer dizer 73% de aumen-to de turistas. E todo mundo achou que era uma meta que não seria atingida, que agente estava exagerando, como muita coisa não tem credibilidade, e nós falamos quenós tínhamos uma receita de 1,18 bilhões, em 1997, e que a gente poderia ter umincremento de 125% na receita, chegando a 2,65 bilhões, no ano 2000. Posso assegu-rar que no ano de 2001, quando eu terei o prazer de voltar aqui, é sempre um prazervoltar aqui, eu já fiz duas ou três palestras aqui, e não fiz antes, apesar do convite doSr. Oswaldo Trigueiros e do Hélio, insistentemente, porque não queria vir, para umplenário tão importante, com pessoas que conhecem tão bem o turismo, com promes-sas, porque eu acho que todo mundo está farto de promessas. Então, esse tempo queeu demorei a vir aqui é para poder apresentar resultados concretos. Vocês podem tercerteza que em 2001 nós vamos ultrapassar essas metas, largamente.

Esse é o resultado do Turismo, que em 1996, o Rio de Janeiro recebia 813 mil turistasestrangeiros, passou para 1.100.000 em 1997; 1.455.000 em 1998, e atingimos 1.724.000turistas em final de 1999, e o Brasil atingindo 5.300.000, de acordo com os dados daEmbratur.

Não se enganem quanto a essa subida, aparente, maior que a do Brasil, isso é o con-trário, o Rio de Janeiro está crescendo mais do que o Brasil. Por quê? Porque tem umproblema da escala que a gente não conseguiu resolver e está aqui a subida do Rio deJaneiro em termos de turismo. O Rio de Janeiro cresceu mais do que o Brasil nessesúltimos três anos graças a Deus, e é muito bom para o Brasil, porque o Rio de Janeirose desenvolvendo nós vamos ter a possibilidade de beneficiar o Brasil todo.

A participação que já foi no passado do Rio de Janeiro de 37%, passou para 30%, osalunos podem olhar as estatísticas e dados, é que houve uma mudança de metodologia

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na Embratur em 1996 para 1997, redistribuindo o aumento desses percentuais, e oRio de Janeiro ficou com 30%. Quer dizer, nós não baixamos, é devido a uma mudan-ça de metodologia, ficamos com 30,2%, e passamos para quase 33% em 1999, e tenhocerteza que no ano de 2000 nós vamos estar em torno de 35% a 36%.

Florianópolis passou de 14,0% para 17,69%; e a razão desse segundo lugar é por causado tráfego de fronteira, por causa do tráfego da Argentina, que tem esse fluxo muitogrande no Sul do Brasil.

São Paulo passou de 18,4% para 13,74%, porque São Paulo não tem um mercado deturismo, e como o Brasil todo cresceu muito, São Paulo perdeu participação em vista disso.

Salvador, que estava com quase 11%, ficou com 12,67% na participação.

Foz de Iguaçu, de quase 9% passou para 11,78%, no turismo internacional.

Os resultados da área internacional.

A Argentina, que é realmente o gerador maior de turismo para o Brasil, seguido daEuropa e depois dos Estados Unidos. A Europa traz o dobro de turistas dos EstadosUnidos.

No primeiro café da manhã que eu pude oferecer à indústria, no mês de março de1997, coloquei que a Europa era o nosso mercado mais promissor, que era o mercadoque a gente teria maior possibilidade para trazer turistas, ao contrário do que todomundo achava que são os Estados Unidos. E eu fui realmente criticado na época,diziam que eu estava totalmente enganado, que os Estados Unidos eram o mais im-portante. E aqui está a comprovação de que a Europa é o mais importante. Por quê?Porque a Europa tem laços culturais conosco. O europeu tem muita mais facilidadede viajar para o exterior, descobrir novas culturas, enquanto os Estados Unidos nãotêm quase nenhuma relação com o Brasil. As relações entre o Brasil e os EstadosUnidos são relações comerciais. As relações culturais dos Estados Unidos são com oPacífico, devido a Segunda Guerra Mundial; com a Europa; com a Irlanda; com assuas origens na Polônia, na Alemanha, na Itália e em outros países europeus, e conosco,América do Sul, não têm nenhuma relação cultural. E nós temos inúmeras colôniaseuropéias estabelecidas aqui, só os portugueses vieram colonizar, o resto veio se esta-belecer, e o europeu gosta de descobrir novos destinos. Então, eu digo que cada vezque gasto um dólar na Europa eu tenho que gastar cinco nos Estados Unidos, porqueé muito mais difícil atrair o americano que, primeiro, não conhece geografia.

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Um dia, eu estava num evento no exterior, promovendo o Rio de Janeiro, e umasenhora falou: “meu filho trabalha no Departamento do Estado e disse para eu nãovender nada abaixo do Rio Grande, devido às revoluções”. Então, eu perguntei: querevoluções? “Nicarágua, Guatemala e tudo”. E eu disse isso é tão longe do Brasil.

E alguns anos atrás, quando houve a Guerra das Malvinas, que já foi bem mais recen-te, nós sofremos um imenso cancelamento, porque todo mundo na Europa pensavaque em Copacabana você podia botar a cadeira e assistir à Guerra das Malvinas. Equando aquele avião inglês, que devia sobrevoar a Ilha de Santa Helena, do outrolado do Atlântico, veio pousar em Recife, por um problema técnico, então, realmente,nós ficamos no “coração da guerra”.

Então, a idéia de geografia é um negócio tremendo. Por isso eu acredito muito naEuropa e na Europa a gente tem as subdivisões com a Alemanha, Itália, França, e estánum crescimento muito bom.

Então, o verão começou no dia 21 de dezembro e terminou no dia 21 de março.

O reveillon trouxe esse ano 272.695 turistas, e o impacto econômico do reveillon nacidade, valor estimado que circulou pela cidade, foi de 278.930 milhões de reais.

O carnaval do ano 2000 trouxe 320.137 turistas, gerando um dinheiro circulandopela cidade de quase 350 milhões de reais.

E, tirando esses dois eventos, nós temos o verão, de dezembro a março, são 75 dias,nós tivemos 1.568.688 turistas, gerando uma receita de 2.520 bilhões de reais. E nóstivemos o melhor verão, eu acho, de toda a história do Rio de Janeiro, que totalizou2.164.731 turistas, gerando 3.146 bilhões de reais.

Esses dados foram obtidos em cima de pesquisas controladas, isso não foi feito no“olhômetro”. E vocês podem calcular tudo isso com os dados. A gente tem que ver queseria impossível o parque hoteleiro poder acolher todo esse número de turistas. Masnós temos um grande contingente de pessoas que alugam apartamentos, ficam emresidências de amigos aqui no Rio de Janeiro. E nós fizemos pesquisa, inclusive, emtodos os pedágios, em todas as estradas de entrada no Rio de Janeiro, na Rodoviária,nos Aeroportos Internacional Tom Jobim e no Santos Dumont. Agora, nós vamos co-meçar pesquisas mensais, para ver o que anda no Rio de Janeiro.

Então, isso é um recorde, e isso prova que aquele total de dois milhões de turistas, quenós estamos esperando no final do ano, em termos internacionais, e sete milhões nototal, vai ser ultrapassado.

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Quais são os enfoques do Plano Maravilha?

O desenvolvimento de novos produtos, porque você tem que ser criativo, você tem queoferecer cada vez mais produtos, para interessar os possíveis turistas brasileiros e in-ternacionais. Melhorar os nossos produtos atuais. Ter um sistema de informação paraa indústria de turismo saber como elaborar os seus planos de marketing e sabercomo estamos realmente, e, também, atrair investidores para, obviamente, investirna cidade. O nosso plano de marketing turístico é qualidade na prestação de serviçoem todos os fornecedores de serviço, que é o novo profissionalismo.

O Macroprograma 1O Macroprograma 1O Macroprograma 1O Macroprograma 1O Macroprograma 1: desenvolvimento de novos produtos.

É a criação de novos produtos para melhorar a atratividade do Rio, tanto para o cario-ca, que é muito importante, que nós temos que visar primeiro o carioca, primeiro ocidadão, para o turista usufruir aquilo que o carioca vai gostar, porque se nós fizer-mos alguma coisa que não satisfaz o cidadão, que não satisfaz o carioca, nós nãovamos ter sucesso com os turistas. Devido ao desenvolvimento de novos produtos teveum investimento de US$ 2,500 milhões, que é o City Rio, os ônibus turísticos, o que éalgo extraordinário – vocês devem ter visto os ônibus maravilhosos, com ar-condi-cionado, janelas panorâmicas, que têm um sistema hidráulico, eletrônico, eu não seibem, que nivela a entrada do ônibus ao nível da calçada, para permitir o pessoal da“melhor” idade ter facilidade em subir nos ônibus, não ter o constrangimento dassenhoras subirem nesses ônibus que precisam de uma escada para subir e, para osportadores de deficiência, tem o sistema de poder entrar e fazer os passeios. O númerode usuários está cada vez mais aumentando. São 13 ônibus que circulam, de meia emmeia hora, tem horário prefixado, o que é extremamente interessante; eu recomendoa todos conhecerem.

A Lagoa Rodrigo de Freitas, que virou um point no Rio de Janeiro, com os quiosques,com a diversidade que existe. Antigamente na Lagoa, à noite, não acontecia nada e,hoje, a gente fica na Lagoa até às duas, três, quatro horas da manhã, bebericando,com comida árabe, ouvindo uma boa música, num lugar absolutamente extraordi-nário que cinco anos atrás, ninguém imaginava que podia se transformar no que é.

Na Baía da Guanabara, depois do problema do Bateau Mouche, nós não tivemos maisnenhum investidor para oferecer passeios marítimos. Afinal de contas, nós vivemos àbeira do oceano. Hoje, nós temos, novamente, saveiros, que estão oferecendo passeiospela Baía de Guanabara e para fora dela.

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O nosso prefeito tem muito carinho pela história, pela cultura, e está desenvolvendouma revitalização do Centro Histórico, como a que foi feita em Paris – a gente nãoestá fazendo de novo, mas, pelo menos, hoje em dia, a gente está passando à ação –que é revitalizar os pontos importantes desta cidade, como a Praça XV, onde já foi feitauma parte, e outras vão ser feitas, como a Praça Tiradentes, o Morro da Conceição,Santa Teresa e “n” outros projetos de revitalização da cidade.

Centros de Lazer e Entretenimento – mostrando confiança na cidade, investimentoscomo a Terra Encantada, o Rio Water Planet, Wet & Wild, NY City Center, GamesWorks, Parque da Mônica, que vai abrir agora, e o GloboPark, que vai ser um parquetemático sobre comunicação, feito pela Globo, que vai começar a ser construído noano que vem; esses investimentos são da ordem de US$ 560 milhões.

RestaurantesRestaurantesRestaurantesRestaurantesRestaurantes. Também há uma rede interessada na nossa culinária. Hoje nós nãoprecisamos mais pensar que só São Paulo oferece. Hoje em dia nós podemos ofereceraos paulistas restaurantes do maior gabarito, da maior sofisticação; podemos ofereceruma diversidade de botequins extraordinários e aqui nós temos empresários, como ogrupo do Porcão, que investiu no Porcão Rio’s, que tinha entrado em decadência;hoje o Porcão Rio’s, no Flamengo, novamente virou um ponto de encontro dos cario-cas. O Marius, quem diria, investiu num super-restaurante no centro da cidade, estálotado no almoço e lotado de noite. Em Copacabana, ele reformulou o seu restaurantee, amanhã, está inaugurando, onde era o Guimu, o Marius Peixes e Crustáceos, por-que ele teve um problema de acústica e não queria incomodar os vizinhos. Então,para não incomodar os vizinhos, ele preferiu mudar a figura do Guimu, e passar a serum restaurante especializado em peixes, que amanhã ele vai dar de presente para acidade.

O Hard Rock Café vai ser um lugar extraordinário, no Citá América. Eu fui no lança-mento do lugar, que vai abrir daqui a algumas semanas, e eu lhes digo que é imperdívelo lugar. Tem um terraço absolutamente deslumbrante; no final da tarde, para ver opôr-do-sol lá na Barra, vai ser algo bárbaro. Vocês vão ver a Lagoa, a Floresta daTijuca, é um lugar realmente encantador, extraordinário; escolheram um lugar quesó o Rio oferece. Aliás, hoje eu fui descobrir um restaurante de 360 graus do HotelEverest, que oferece uma vista que, nós, que recebemos turistas, homens de negócios,temos que levar lá, para eles ficarem “babando” vendo essa beleza que é esta cidadedo Rio de Janeiro. Mas isso são investimentos caros, são investimentos sofisticados,que mostram muita confiança na cidade do Rio de Janeiro.

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O Macroprograma 2O Macroprograma 2O Macroprograma 2O Macroprograma 2O Macroprograma 2: melhoria dos produtos atuais, diversificando seus serviços emelhorando sua qualidade, para consolidar o destino do Rio de Janeiro.

Hotelaria, com uma ocupação de 63,07% em 1996; 63,14% em1997; 66,20% em 1998;68,44% em 1999; janeiro fechou com 77%, reveillon estava 100%, carnaval também,e eu acho que essa ocupação é ainda superior, porque, para a gente achar vaga emhotel hoje no Rio está difícil, graças a Deus, então, eles estão podendo fazer umareforma em todos os hotéis. Não há nenhum hotel no Rio de Janeiro que não passoupor uma reforma profunda. Nos últimos anos, a hotelaria, devido à ótima ocupação,devido a essa retomada, devido a essa subida e ocupação constante, investiu US$ 135milhões em renovação. E quando faz renovação é mudança de elevador, mudançasestruturais. Há hotéis que foram totalmente dissecados e refeitos. Agora, o Miramarvai passar pelo mesmo processo, acabou de ser comprado pelo grupo Windsor. O HotelNacional, se Deus quiser, vai a leilão daqui a algumas semanas, e seria o último a serreaberto.

Novos hotéisNovos hotéisNovos hotéisNovos hotéisNovos hotéis. Nós temos investimentos na ordem de US$ 332 milhões em novos ho-téis. Se vocês me chamassem há cinco, seis, sete anos, e me dissessem: “vamos fazerum hotel no centro da cidade”. Eu diria: “não, vamos para outro lugar, porque ocentro da cidade não dá”. E o grupo Windsor está investindo no Guanabara, comprouo prédio do lado, vai passar de 260 apartamentos para 460 apartamentos, vai ser todorefeito. E aí perguntei: que tipo de hotel vai ser esse? É para um pessoal que vem demanhã, trabalha até altas horas da noite, na cidade, precisa voltar para o quarto,trocar de roupa, dormir; no dia seguinte voltar a trabalhar e ir embora para a suacidade. Em geral são pessoas que ficam uma noite ou duas. Há uma grande demandadisso no centro da cidade. Em Copacabana, temos o Marriott, que vai abrir agora emdezembro. Hotel Riviera, que está sendo totalmente refeito. Luxor também, com umnovo hotel. Em Ipanema temos o Star Properties, que comprou aquele hotel que nun-ca abriu, na esquina da Prudente de Moraes, se não me engano, com Farme de Amoe-do. Na Barra, nós temos o Royalty, que está construindo um hotel em que 200 aparta-mentos já ficam prontos daqui a um mês ou dois meses, e assim que acabar o de 200,eles vão fazer a segunda obra com mais 80 apartamentos. Renaissance, que vai terum hotel de 510 apartamentos, Pousadas vai ter um investimento lá. Rio Office Parktambém vai ter um hotel. Rede Windsor está construindo o Mar da Barra Palace, com450 apartamentos. O Barra First Class é um apart-hotel que já foi lançado e já come-çou a construção. O Blue Tree, com a Wrobel, já está em construção, na Sernambetiba.O Grupo Accor vai ter um hotel de 200 apartamentos, o Water Planet vai desenvolver

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vários hotéis, de diferentes módulos, até 800 apartamentos, e a GloboPark vai ter trêshotéis com 600 apartamentos. Isso vai gerar em torno de 4.000 apartamentos que vãogerar 4.000 novos empregos.

(Então, o pessoal da Faculdade de Turismo, de olho na hotelaria, que eu acho que éum grande filão para o futuro, porque o que está se construindo de hotéis no Rio e noBrasil, é algo para vocês tomarem nota. Isso é a única nota que vocês têm que tomar,porque o resto está escrito, mas é um conselho de um tio mais velho.)

Temos a melhoria de produtos atuais, lei de apart-hotéis, que passou para facilitar odesenvolvimento, não como os apart-hotéis eram feitos, mas, agora, tem uma certarestrição, que “X” apartamentos têm que ser colocados à venda para o turismo. E aLei de Incentivos Fiscais para o Turismo, lazer e entretenimento, está em tramitaçãona Câmara de Vereadores.

A melhoria de produtos atuaisA melhoria de produtos atuaisA melhoria de produtos atuaisA melhoria de produtos atuaisA melhoria de produtos atuais. Há cadeias internacionais investindo no Rio. OGrupo Accor, com o Sofitel Rio Palace; Pestana com Carlton Rio Atlântica; o Pousadascom o Caesar Park; o Marriott; o Meliá; o Star Properties; isso dá um plus para acidade do Rio de Janeiro em termos internacionais, e isso também atrai outras cadeiasinternacionais, vendo que seus concorrentes estão se estabelecendo aqui, talvez che-guem atrasados, mas serão bem-vindos.

O Rio de Janeiro investiu, em 1998, em sua manutenção e limpeza – US$ 723,3 mi-lhões, o que não é pouca coisa; e, ainda, não temos os números do que foi investidoem 1999.

Uma das razões da melhoria da cidade são os aspectos sociais, e o Favela-Bairro, deque foi desenvolvido o primeiro projeto e agora o segundo, nesses dois projetos nósvamos atingir 40% das favelas, e nós vamos atingir com isso 75% da populaçãofavelada na cidade do Rio de Janeiro, com um investimento de quase 700 milhões.O que é o Favela-Bairro? O Governo Carlos Lacerda foi o último governador quetransferiu uma favela, não sei se foi a favela da Catacumba ou da Praia do Pinto,naquela época, e foi para a Cidade de Deus. E dali, todos os outros governos sonha-ram que bastava ir em todos os morros, transportar para alguma área longe, naZona Oeste, enfim, nessas áreas. Mas, por falta de dinheiro, vontade política, “n”outras razões, nada disso foi feito. Então, o Prefeito Conde, como Secretário deUrbanismo, deu a idéia, porque essas pessoas estão morando nas favelas há déca-das; são pessoas que criaram as suas raízes, têm as suas famílias, os seus amigos hámuito tempo. Como tirá-los de lá? Expatriá-los para uma outra parte da cidade!

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Então, criou-se o Favela-Bairro para dar uma atenção maior e para abrir ruas. Abrirruas, quer dizer, você pode ter ambulâncias que passam para buscar doentes, você temo serviço de limpeza que pode passar, você tem creches, que estão sendo feitas, quadraspara as crianças poderem fazer esporte, ali também a segurança tem mais facilidadee aí a comunidade não fica sob o domínio de certas gangues; a comunidade se sentemais à vontade, se sente mais livre, porque a maioria da população quer estar do ladoda lei, então tira essa pressão. E uma coisa muito interessante que aconteceu, e quecom essas melhorias, que vocês podem ver como era e como ficou, as próprias pessoas,que moram nessas comunidades, estão investindo para melhorar as suas moradias,porque o seu em volta está melhorando. Então você tem um investimento, dos pró-prios moradores investindo, e com isso está gerando uma outra economia para acidade; inclusive, o Favela-Bairro vai ser a estrela da Feira de Hannover, no ano de2000, que abre de junho até outubro, na Alemanha, porque o Banco Interamericanode Desenvolvimento elegeu o Favela-Bairro como o programa número 1, que tem queser copiado por outros países que têm os nossos problemas, porque é um programa damaior importância, ele tem que ser exportado e já estamos exportando o modelo paraoutros países.

Isso é o Rio Cidade que vocês conhecem, com as obras que estão em andamento nos maisdiversos bairros.

Riocentro é outro fator de melhoria. Eu assumi o Riocentro, Oswaldo já era Diretor doRiocentro, em 1993. Nós duplicamos a área do Riocentro, passamos de três para cincopavilhões e de 50.000 m2, de área de exposição, para 100.000 m2. Hoje em dia, oRiocentro é o maior Centro de Convenções da América Latina, sob todos os pontos devista.

E aqui mostra uma mudança do Rio. Por mais que eu seja, talvez, razoavelmentebom, em termos de marketing, em termos de venda, eu não poderia ter atingido essesresultados se a cidade do Rio de Janeiro não tivesse tido uma mudança positiva nessesúltimos anos, porque quando a economia melhora, quando uma cidade melhora, oseventos voltam, e criar “n” eventos. Então, em 1993 eu tinha 22 eventos realizadospor ano, e, agora, passamos a 100 eventos, por ano, realizados no Riocentro. O calen-dário, em termos de reserva para o futuro, em 1993, tinha 30 eventos para a frente,que ia de 1993 até 1996/1997/1998. E agora, nós temos 289 eventos reservados até oano de 2006. Está certo que nós temos um tremendo pavilhão, tremendo Riocentro,uma equipe extraordinária para prestação de serviços, temos a liderança do Oswaldo,que conhece e é Diretor há 20 anos, que formou uma equipe; até os paulistas, que

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agora estão vindo fazer evento aqui, ficam abismados com a qualidade da prestaçãode serviços, que eles não recebem em outros lugares.

Nós temos a melhoria do produto atual, Floresta da Tijuca, que era uma guerra que oSecretário de Urbanismo e atual Prefeito Luiz Paulo Conde fez para a gente recon-quistar as áreas federais, para a gente administrar a nossa cidade, porque vocês co-nhecem a história da cidade, ela foi capital durante 197 anos, em 1961 a capital foipara a Brasília, mas tinha “n” prédios do Governo federal. Aí viramos cidade-estado,aí o Estado tomou conta de uma outra parte da cidade. Em 1982, virou Município, e aío Município fica, com o grupo federal de um lado, o estadual do outro, e fica de “saiajusta” para poder dirigir, porque interfere gente que está em Brasília, em outros luga-res, e que não moram na cidade.

Então, isso foi uma disputa que a gente conseguiu, graças ao Ministro Sarney Filho,que é o Ministro do Meio Ambiente, que concordou em fazer a co-gestão. Isso querdizer que, hoje, a cidade do Rio de Janeiro tem uma co-gestão com o Ibama, sobre aFloresta da Tijuca, sobre o Corcovado. Aí nós podemos entrar. Tiramos toneladas delixo que estava na Floresta, recompuzemos os pontos turísticos e históricos da Florestae duplicamos a freqüência; e temos a Guarda Municipal, hoje em dia, que oferecesegurança.

Museu de Arte Moderna que estava decadente, nós tivemos a oportunidade da Cimei-ra, podia ter acontecido no Riocentro. Devido à Rio-92, o prefeito falou: “nós vamosfazer no Museu”. Com isso, nós tínhamos uma possibilidade de investir dinheiro noequipamento decadente. E, hoje, o Museu de Arte Moderna tem filas para as exposições.

Parque do Flamengo, também, está sendo totalmente revitalizado; estava num aban-dono muito grande.

Corcovado, nós conseguimos, devido a essa co-gestão, criar um clima de confiança dainiciativa privada, que está investindo no Corcovado, e nós já tivemos essa primeiraparte com essa nova iluminação. Agora, começa a segunda fase, onde nós vamos terdois elevadores e escada rolante, para o pessoal da “melhor” idade, os deficientes, ouaqueles que estão sem preparo físico, mesmo os mais jovens que, muitas vezes, nãoestão com aquele preparo físico, não ter que subir aqueles 300 degraus. Vocês vão ficarsurpresos, mas eu subi duas vezes esta semana e o pessoal mais jovem estava com a“língua de fora”.

Riomar, que é o cartão-postal que o prefeito está completando até esse final do ano

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2000, que é transformar do Santos Dumont até São Conrado, o Rio de Janeiro numcartão-postal. E tem tido melhoria, vocês podem ver os ombrelones dos restaurantesda Avenida Atlântica, estão mudando a cara da Avenida Atlântica, nova iluminação.Os letreiros também vão ser padronizados para melhorar a visualização.

TP2, o Novo Terminal do Tom Jobim, que foi extraordinário.

E o Mobiliário Urbano, que foi uma concorrência internacional, e nós estamos come-çando a colocar nos pontos de ônibus, bancos, e vai ter banheiros públicos, em toda acidade, que vai ser um processo de dois anos, mas que já começou a implantação.

SegurançaSegurançaSegurançaSegurançaSegurança. A Guarda Municipal passou de 500 homens para 6.000 homens, o que foium avanço muito importante. O Conselho de Segurança Turística, que é a PolíciaMilitar e a Guarda Municipal. Nós temos que agradecer ao Governador Anthony Ga-rotinho e ao Secretário de Segurança, Coronel Josias Quintal, pelo acolhimento que oTurismo teve junto a eles. Hoje, nós podemos conversar, a gente consegue avanços, eeu sei que nós temos dois problemas de segurança no Rio, aquele que nós, cidadãos,sentimos e outro que o turista sente, que é totalmente diferente. Então, o problemaque nós estamos sentindo é um problema que vai levar algum tempo, que eu não vouentrar no mérito da questão, porque isso é mudança de mentalidade, uma mudançaestrutural, é muita coisa. Mas, o que estão fazendo a favor da área de Turismo é muitogrande. Quer dizer, hoje continuam os assaltos, mas, a gente está vendo gente serpresa. Quer dizer, há um avanço muito forte, muito importante, a gente vê maisPolícia na rua, quer dizer, talvez os tempos sejam outros, talvez haja mais dinheiroagora, eu não sei, mas isso tem sido benéfico, e nós temos um aumento de turismo eo número absoluto de assaltos baixou, mas, devido a ter muito mais turista, a gentetem também muito mais assalto, mas, relativamente, está melhorando. E nós temosreuniões, a cada três semanas, com esse Conselho de Segurança, onde se reúnem aSecretaria de Segurança do Estado, Polícia Militar, Guarda Municipal, Bombeiros,Defesa Civil, Desenvolvimento Social do Estado, Desenvolvimento Social do Municí-pio, por causa das populações que ficam nas ruas, isso é um problema social muitograve.

Então, a gente está indo, não se faz de um dia para o outro, mas a gente sente umavanço muito positivo.

Um dos grandes eventos no Rio de Janeiro, que é o reveillon, eu não vou descreverpara vocês, o que é, e como dizem os estrangeiros: é um evento, que ninguém podepassar a vida sem ver, porque, ver os cariocas de branco, o congraçamento que existe

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na Praia de Copacabana, em Ipanema, na Barra, em todas as praias; essas milhares depessoas, de todas as classes sociais, estão na praia, do mais rico ao mais humilde. Vocênão tem isso em Nova Iorque, no Times Square. Você tem no Times Square, algunsfanáticos, alguns turistas que gostam. Champs Elysées também, porque a alta socieda-de, realmente os parisienses não estão lá, enquanto aqui, nós, cariocas, estamos lá e éum momento, realmente, de muita paz, de muita harmonia, de muito amor, e que estávirando um produto; quando me dizem que o evento mais importante é o carnaval eudigo: não; porque o carnaval vem sendo vendido há 50 anos.

(Eu me lembro, quando entrei na Wagons Lits, em 1958, tinha 14 anos, era boy, aprimeira coisa que me disseram, logo no primeiro carnaval, foi para eu tomar contada arquibancada dos turistas, na esquina da Santa Luzia com Av. Rio Branco, emfrente à loja da Boac. Então, eu estava lá, desde as duas horas da tarde tomando contada arquibancada, até às oito horas da noite, quando os turistas iam chegar.)

Então, o carnaval vem sendo vendido há muitos e muitos anos com sucesso. Eu nãopodia saber, quando cheguei ao Brasil, em 1956, que 41 anos depois eu ia ser o Diretorde Carnaval, encarregado da grande festa. E o carnaval é outro evento extraordinário,está solidificado.

O reveillon, é um produto relativamente novo, que vem sendo vendido, profissional-mente, nos últimos cinco anos. E a gente tem tido ótimo diálogo com a ABIH, a Bito,para fazer o produto cada vez melhor, com preços acessíveis, e o reveillon está setransformando, cada vez mais, num grande produto.

Eu queria agradecer, de viva-voz, ao Sr. Oswaldo Drummond, meu vice-presidente,pois é ele que organiza o reveillon, é ele que organiza o carnaval e o sucesso, todos oslouros que eu levo, eu tenho que agradecer à sua competência e ao seu savoir-fairepolítico e administrativo para conduzir essa grande festa.

O sistema de informação, eu já falei para vocês, é dispor de forma permanente eatualizada da informação da atividade turística, útil para sua gestão como atividadeeconômica e suficiente para os turistas, que eu falei que é importante. Para nós daindústria saber como vai o nosso marketing e também atrair investidores.

O que nós tínhamos no passado 38,8% de problemas com segurança, e hoje em dia,em 1998, somente 8,4% dos turistas, não era mais o item número 1 se preocupar coma segurança. Não temos ainda os números de 1999. Limpeza era 36%, passou para3%, comunicação 21%, passou para 13%.

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Agora, vamos examinar uma coisa. Todo ano quando a Embratur dá os dados, diz oseguinte: o que o turista acha ruim? Vamos ter que convencer o Caio para mudar essaterminologia. Porque se a gente examinar todos os itens que os turistas elogiam, etodos os itens que os turistas criticam, os elogios só estão subindo, e as críticas só estãodescendo, porque jamais nós vamos ter o número zero, isso é impossível, não existe autopia. Então, vocês têm que ter certeza, de que todos os itens, se vocês examinaremo relatório da Embratur, que é muito bem-feitinho, vocês vão ver que todos os índicesde elogios estão melhorando, e todos os índices de críticas estão descendo.

Se você pensa em voltar? Os brasileiros: em 1997, 100%; em 1998, 100%; em 1999,97,9%. Os estrangeiros: em 1997, 92%; em 1998, 94,4%; em 1999, 94%.

Recomendarão o Rio a seus familiares, seus amigos? Os brasileiros: em 1997, 100%;em 1998, 95,7%; em 1999, 96,6%. Os estrangeiros: em 1997, 95%; em 1998, 96,6%; em1999, 97,5%.

Então, isso mostra a melhoria da cidade do Rio de Janeiro pelos olhos dos turistasinternacionais e brasileiros.

O Marketing Turístico, é melhorar a estrutura da oferta, da comercialização, da co-municação e da prestação de serviços turísticos da cidade, assim como a capacitaçãoe competitividade do setor.

Investimentos públicosInvestimentos públicosInvestimentos públicosInvestimentos públicosInvestimentos públicos. O que nós fizemos. No primeiro ano, foram US$ 15 milhõesque nós investimos e ano passado 6,6 milhões. Por quê? Nosso orçamento é em reais,tivemos a desvalorização e nós perdemos a metade do nosso orçamento. Então essa éa razão, e isso só vai poder corrigir com o tempo, porque nós não podemos acompa-nhar a desvalorização do dólar. Mas, assim mesmo, nós estamos atingindo todas asmetas.

A nova imagemA nova imagemA nova imagemA nova imagemA nova imagem: Rio Incomparável. Por que ele é incomparável? Foi perguntado aosturistas: como é que vocês olham para o Rio de Janeiro? Com quem vocês comparama cidade? É incomparável, igual a Nova Iorque, Paris e Londres, tem personalidadeprópria, tem uma diversidade tão rica, uma cidade tão extraordinária, não se compa-ra, ela é uma cidade única, uma cidade incomparável, devido à sua beleza natural,devido ao jeito carioca de viver e à sua modernidade.

Quando a gente fala de modernidade, eu tenho participado com o Governo do Estadoem seminários de investimento no exterior, o que a gente quer focar? Que o Rio de

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Janeiro não é somente uma cidade para passar férias, mas uma cidade para trabalhar,onde se trabalha muito, onde tem um grande retorno econômico e que você podefazer as duas coisas; porque, nas outras cidades, você pode trabalhar, e, talvez, vocênão tem o prazer de poder se divertir e passar o jeito carioca, como só o carioca sabefazer, depois de trabalhar muito, ele sabe contrabalançar e oferecer esses dois lados.

No No No No No marketingmarketingmarketingmarketingmarketing no Rio no Rio no Rio no Rio no Rio: inserir o turismo na vida cotidiana da cidade para conscientizara população sobre a importância do turismo para o Rio de Janeiro. É importanteconscientizar o carioca. Nós temos um longo caminho nisso, mas, está indo, eu achoque em três anos está bom. O marketing é: população do Rio, que é fundamental,devolver orgulho ao carioca, trabalhar a mídia, para que tenha informações contí-nuas, ativas.

No setor turístico, melhoria da prestação de serviço; procurar melhorar a sinalização;sistema de informação; a gente reabriu todos os postos, agora a gente abriu mais umno TP2, nós temos sete postos; e uma coisa que queria dizer: todo mundo quer botarum poste de informação turística em qualquer esquina da cidade. Isso não existe emParis e não existe em Nova Iorque. Nova Iorque tem um ponto no New York ConventionBureau, perto do Times Square; em Paris, tem no Champs Elysées, um escritório só.Aqui, no Aeroporto TP1 nós temos dois, no TP2, dois, na Rodoviária um, na rua daAssembléia e em Copacabana. O que a gente precisa é desenvolver um novo tipo defolheteria, inclusive na Europa, que a gente vai trabalhar este ano, que é poder distri-buir aos milhares os folhetos em tudo quanto é lugar, para que o turista possa teracesso às informações.

As ações promocionais, estão sendo feitas nos países, em regiões selecionadas; primei-ro o Brasil, com São Paulo, que é o mercado doméstico mais importante, que trazmais turista; depois, Argentina, que traz o maior número de contingentes de turistasinternacionais; Los Angeles, Nova Iorque, Londres, Paris, Frankfurt, onde nós temosrepresentações, pequenos escritórios de marketing, que fazem uma função muitoimportante junto aos jornalistas. No ano passado, graças à colaboração da Varig e dahotelaria, nós pudemos trazer 416 jornalistas. O que escreveram, positivamente, so-bre a cidade, é uma coisa extraordinária. A TAM tem colaborado, também, na vinda.A Continental fez alguma coisa. A gente está precisando de mais ajuda.

Uma jornalista dos Estados Unidos, que nós convidamos, disse: o Rio de Janeiro nãopresta, é ruim; tem aquela imagem. Nós a bombardeamos com 48 e-mails. Vocêsimaginam para os Estados Unidos mandar 48 e-mails, é uma loucura! No final, ela

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desistiu e falou: “Vocês são chatos, então eu vou para o Rio”. Veio com má vontade.Quando ela voltou, escreveu uma página e meia sobre o Rio de Janeiro, encantada,maravilhada, com fotografias a cores. Hoje em dia é o consumidor quem decide suasviagens, o consumidor liga para a sua agência de viagem e diz: “o que você acha, euouvi falar que o Rio melhorou, está bem”?. Se o agente de viagem não tiver confiançano produto, ele vai dizer: “O Rio ótimo, mas eu tenho um produto que eu indico: vaipara a Indonésia que é fabulosa, deixa o Rio para o ano que vem”. Então, nós estamosfazendo seminários educativos, workshop, para mostrar aos agentes de viagens, ope-radores, que eles podem ter confiança nos nossos produtos, porque nós não queremosque o agente de viagem venha a perder o seu cliente, tenha receio de perder o cliente.

Então, 416 jornalistas, 47 workshops, 28 no Brasil e 19 no exterior.

Novo profissionalismoNovo profissionalismoNovo profissionalismoNovo profissionalismoNovo profissionalismo: melhorar a capacitação, de que eu já falei; em 1999 nóslançamos o Brite, que no tempo passado, o Coronel Vieira Ferreira e o Hélio LimaDuarte vieram falar comigo: “olha a gente tem uma idéia de fazer um BTM, assim,assado, o que você acha, vamos levar para o Trigueiros”?. Aí eu me encantei com onegócio; nós invadimos a sala do Trigueiros e dissemos: está aqui uma idéia. Triguei-ros, que é um homem de visão, na mesma hora aprovou, e desenvolvemos 3 BTM’s.Infelizmente, esse evento depois foi embora para o Nordeste.

Eu acho que o Rio de Janeiro não podia deixar de ter o seu evento internacional,trazendo operadores do exterior. No ano passado, trouxemos 423 profissionais da in-dústria do turismo mundial. Quem está trazendo é a Varig junto com ABIH. Nós achá-vamos, como era o primeiro ano, que só viriam 180, 200 no máximo, porque a pri-meira vez que tem um evento eu não vou, segundo ano também não vou, espero oterceiro para poder, justamente, ver se deu certo. Mas foi uma enxurrada e trouxemos423 profissionais e 22 jornalistas. Resultado. Novas perspectivas de negócios: 87%vislumbraram que iam fazer negócios rapidamente. Outra pesquisa: qual é a imagemque eles tinham do Rio de Janeiro? Na chegada boa, 66,7%, na saída, 96,8% boa.Imagem na chegada, regular, 22,2%, na saída somente 3,2% tinha uma imagem re-gular. Péssima imagem, ruim, 11,1%, na saída 0,0%, era imagem desses profissionaisque vieram.

Eu estou repetindo, agora, para esse ano, nós temos 415 e nós temos 600 operadoresem lista de espera querendo vir, devido ao sucesso do ano passado, devido ao produtoRio de Janeiro, ao produto Brasil ser importante. Mas nós não vamos aumentar. Nósqueremos fazer um evento pequeno, onde nós vamos manter uma organização muito

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boa, oferecendo alta qualidade, poder dar atenção aos 400 agentes de viagem, não viraruma “badalação”, e poder ter as reuniões, a cada 20 minutos, de uma maneira séria.Nós não temos intenção de crescer. Nós queremos manter esse número, que é um núme-ro muito bom, razoável, e que vai ser mantido assim para os próximos anos. Então,estamos com o Brite do ano que vem já lotado.

Tudo isso foi possível, primeiro e o mais importante pelas mudanças da Cidade do Riode Janeiro.

Eu agradeço à minha equipe, que tem trabalhado comigo nesses últimos três anos,que tem feito um trabalho extraordinário. Eu agradeço à indústria do Turismo quetem dado apoio, como, ABIH, ABAV, Bito, enfim, a todos os componentes, a imprensatem sido altamente positiva junto ao nosso trabalho. Mas uma coisa temos que reco-nhecer, que o fator do nosso sucesso é a mudança positiva que essa cidade está tendohá alguns anos. Segundo, nós temos, hoje em dia, uma política do Turismo que é oPlano Maravilha. É importante, nós sabemos para onde nós queremos ir, nós sabemoscomo atingir os objetivos; é um plano para os próximos 10 anos, e conforme foi pro-metido, a cada três anos, teria uma reavaliação. Nós estamos fazendo uma reavaliaçãoagora, então nós vamos divulgar daqui a dois ou três meses. Reavaliando o trabalho,por quê? Como hoje nós estamos num mundo dinâmico, onde as mudanças são mui-to rápidas, você tem que estar sempre pronto a fazer pequenas mudanças ou mudan-ças de rumo significativas. É o que nós estamos fazendo agora e, novamente, nóstemos tido uma grande receptividade da indústria, das pessoas, de como eles estãoenxergando o turismo. E, terceiro, a desvalorização cambial tem sido um fator positi-vo, mas não foi o fator de desenvolvimento. Ele vai ajudar, por que nesse primeiro anotudo foi dolarizado e, agora, com essa estabilidade, com as coisas entrando nos eixos,a desvalorização será positiva, por que o Brasil começa a ficar um pouco mais barato,mas ainda tem um caminho longo, e nós estamos conversando com a indústria, parafazer, justamente, tarifas diferenciadas de baixa e alta estação, tarifa para congressos,para tornar o produto Rio de Janeiro cada vez mais atraente.

E o Plano Maravilha, meus amigos, é para um turismo novo, sério e de futuro.

Abril de 2000

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Pernambuco: Turismo Indutor de Desenvolvi-

mento

Frederico LoyoFrederico LoyoFrederico LoyoFrederico LoyoFrederico LoyoPresidente da Empresa Pernambucana de Turismo – EMPETUR

ONordeste é uma região muito carente de oportunidades econômicas, mas sem-pre teve no turismo uma das suas grandes potencialidades, o que até pouco

tempo atrás não era encarado com a seriedade e a responsabilidade necessáriaspelos seus dirigentes, de uma maneira geral. Até 10/15 anos atrás, falar em turismono Nordeste sempre era tocar numa área para a elite. O presidente de uma empresade turismo, nas décadas de 1980 e 1970, era tido como uma pessoa que ali estava àprocura de viagens, de coquetéis e de outras coisas. Todos os que são ligados aoturismo sabem que há essa pecha naqueles que o dirigem. Graças a Deus, ao longodesse tempo, essa área vem sendo encarada com maior responsabilidade. E encara-da, sim, como uma forma de encontrar soluções para os grandes problemas sociaisde uma região carente, por meio da atividade turística, pois se deu certo em todos ospaíses do mundo, sem dúvida nenhuma dará certo no Nordeste brasileiro, tendo emvista que temos, no Brasil como um todo, várias vocações turísticas.

Eu sempre digo que temos uma vocação para cada gosto e em cada região do Bra-sil. Portanto, hoje é muito difícil se ver um político que seja contra o Turismo.Alguns não têm mais a coragem de dizer que são contra, apenas eles não reverbe-ram, quando estão no poder, aquilo que deveriam fazer, mas jamais, de público,serão contra, como tivemos um ex-governador de Pernambuco, que disse que turis-mo em Pernambuco era trazer o homem do interior para a Capital, ou seja, para olitoral. Essa é uma visão curta de dirigentes que já estão ultrapassados.

Ditas essas primeiras palavras, eu gostaria de falar um pouco das vocações turísticasde Pernambuco e do que vem sendo feito pelo Governador Jarbas Vasconcelos, ho-mem que desde a primeira vez como prefeito de Recife, e todos os senhores sabemque ele foi prefeito duas vezes e é agora governador, sempre teve no Turismo e sem-pre deu ao Turismo o destaque que ele merecia.

A atividade turística é uma das mais dinâmicas do mundo, apresentando maiores

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índices de crescimento, à frente das exportações de petróleo, veículos automotores eequipamentos eletrônicos. Além disso, muitos países ou localidades têm no Turismo asua maior fonte de renda. Desta forma, torna-se importante analisar as principaiscaracterísticas deste investimento como:

� ótimo empreendimento para economias em crescimento;

� distribuição de renda mais democrática;

� indústria que mais cresce no mundo;

� incentivo à produção de outros setores da economia: industrial; agrícola; energético;florestal; financeiro; informações; comunicações; comércio e serviços; setor de trans-portes aéreos doméstico e internacional, ferroviários de cargas, ferroviários de passa-geiros, hidroviários de cargas, hidroviários de passageiros, rodoviários de cargas, ro-doviários de passageiros, marítimos de cargas, marítimos de passageiros; máquinasem geral e equipamentos de transporte; transporte de pequeno porte para passageiros;

� geração de milhares de empregos, contribuindo na fixação das pessoas (atual-mente, o turismo emprega 10% da força de trabalho global);

� aumento das receitas dos municípios;

� melhora da infra-estrutura local;

� proteção e preservação do patrimônio natural e cultural;

� permissão ao intercâmbio cultural etc.

O turismo é, portanto, um fenômeno social, complexo e diversificado, e, de acordocom os interesses dos turistas, criou-se uma variedade de tipos de turismo, tais como:turismo de férias, de lazer, científico ou educativo, de saúde, de gastronomia, de cul-tura, de eventos, de feiras e convenções, de compras, esportivo, de negócios, religioso,ecoturismo, aventura, rural, agroturismo, arqueológico e geocientífico, jovem, da“melhor” idade etc.

A Empetur S/A – Empresa de Turismo de Pernambuco é o órgão oficial de turismo doGoverno do Estado, responsável pela organização, promoção e divulgação do produtoturístico “Pernambuco” nos mercados nacional e internacional, assim comofomentador de projetos que visem o desenvolvimento da indústria do turismo. Seutrabalho é desenvolvido em parceria com empresas públicas e privadas, destacando-

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se as empresas que representam o Trade Turístico de Pernambuco e a Comissão doTurismo Integrado do Nordeste (CTI-NE), a Embratur, a Sudene e o Banco do Nordeste.

A Empetur é um dos mais antigos órgãos oficiais de turismo do Brasil, fundada em 03de novembro de 1967, um ano após a criação da Embratur, e está ligada, desde a suacriação, ao Instituto Brasileiro de Turismo (principal órgão oficial do turismo noBrasil), de quem recebe apoio institucional do Governo Federal para o desenvolvi-mento do turismo no nosso Estado.

Assim é Pernambuco: um Estado de diversificadas atrações naturais, culturais, his-tóricas, unidas ao estado de espírito de um povo alegre, criativo, acolhedor e hospitaleiro.

Por sua privilegiada posição geográfica com relação a diversos países, Pernambucotem em sua Capital – Recife – um dos principais portões de entrada do turismo inter-nacional no Nordeste brasileiro.

Estado de configuração alongada no sentido leste/oeste, apresenta três regiõesfisiográficas bem definidas: o litoral-mata, o agreste e o sertão, todas oferecendo umsignificativo número de atrativos turísticos.

Clima tropical, verão o ano inteiro, todo dia é dia de praia em Pernambuco. Ostentauma rica paisagem litorânea de 185 quilômetros de praias paradisíacas de águas mor-nas, com piscinas naturais formadas pelos arrecifes, além de ilhas, bancos de areia,baías, enseadas, coqueirais, e tantos outros atrativos naturais, varridos pela brisa cons-tante e suave vinda de um mar, ora azul-turquesa, ora verde-esmeralda, com a delicio-sa temperatura de 26 graus centígrados. Praias delineadas por areias brancas, suavese macias, deixando o turista relaxado pela beleza da mais pura paisagem tropical eenergizado com os sabores da variada culinária pernambucana refrescada pela docee saudável água-de-coco gelada.

São praias que oferecem uma enorme multiplicidade de aspectos para o lazer doturista, reunindo os mais variados tipos de pesca, mergulhos submarinos, esportesnáuticos, passeios de barco ou jangada etc.

A 510 quilômetros do Recife (apenas 50 minutos de vôo) em meio ao profundo azuldo Oceano Atlântico, está o Arquipélago de Fernando de Noronha, parte integrante doEstado de Pernambuco, formado por 21 ilhas. Noronha é, acima de tudo, paisagemnatural, santuário ecológico, marco zero da poluição mundial, cercado de águaslímpidas que chegam a apresentar 40 metros de visibilidade, um mundo de corais,

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mirantes para contemplação do infinito, piscinas naturais nas rochas de origem vulcâ-nica, peixes multicores, reduto de espécies únicas da fauna e flora no planeta, é área depreservação ambiental obrigatória. Vale ressaltar a beleza do gracioso balé dos golfinhosrotadores, a leveza das grandes tartarugas marinhas, o fulgor de seus pássaros encanta-dos, seus dias ensolarados, noites estreladas de puro romantismo.

Fernando de Noronha vem, ano após ano, melhorando sua infra-estrutura receptiva e jáé grife nacional e internacional do turismo ecológico.

Mas nem só de praia vive o homem e Pernambuco ainda tem muito a oferecer, com osseus inúmeros atrativos históricos. Afinal, modéstia à parte, a sua própria história é aHistória do Brasil.

A História registra que Pernambuco foi um dos pontos mais tocados no Novo Mundopor portugueses, espanhóis, holandeses e franceses. Nas várias construções – casas,fortes, igrejas, praças, ruas, monumentos e detalhes das cidades como Recife, Olinda,Jaboatão dos Guararapes, Cabos de Santo Agostinho, Igarassu, Itamaracá e Goiana –é possível experimentar as sensações de uma volta ao passado. Um harmonioso mistode passado e presente desfila aos olhos dos visitantes.

A riqueza cultural deixada pela mescla étnica formada pelo encontro das culturaseuropéia, africana e ameríndia, torna Pernambuco um encontro inesquecível comuma cultura plural de múltiplas tendências e de singular diferencial competitivo parao desenvolvimento do turismo.

Todo este traçado histórico/cultural reserva a Pernambuco uma das mais ricas, atraen-tes e expressivas manifestações humanas em forma de folclore e cultura popular doBrasil.

Não é à toa que o movimento cultural de Pernambuco é um dos mais atraentes doPaís. Seu cenário revela tendências, as mais variadas, fazendo brotar em cadapernambucano seu potencial criativo. Pintores, escultores, artesãos, poetas, roman-cistas, escritores e teatrólogos, em Pernambuco, produzem as mais belas manifesta-ções artísticas e culturais.

As festas em Pernambuco são inumeráveis (Carnaval, São João, Semana Santa, Cir-cuito de Vaquejada, Festival de Inverno, Circuito do Frio, dentre tantas outras). Acon-tecem quase todos os dias, varam as noites, prolongam-se pelas madrugadas, com-provando que este é o “Estado da Felicidade”. São festas folclóricas, populares, cívi-

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cas, artísticas e religiosas, algumas até improvisadas, pois o que não falta aopernambucano é o espírito de descontração e alegria.

No criativo mundo do artesanato, o homem pernambucano usa sua criatividade devárias formas, unindo sons, cantos, movimentos, cores, alegria, multiplicidade deexpressões – principalmente nos trabalhos realizados em palha, couro, corda, fibra,metal, ferro, flandre, chifre, fio, concha, osso, pedra, tecido, madeira, barro, cerâmi-ca, vidro – nada passa despercebido à força criadora da gente de Pernambuco.

A Cidade de Caruaru, neste particular, destaca-se como o “Maior Centro de Arte Figu-rativa das Américas”, conforme título outorgado pela Unesco, pela diversificada artede moldar o barro, eternizando os bonecos do Mestre Vitalino.

Recife, cidade das águas, banhada pelo mar e entrecortada por rios e pontes, destaca-se como a capital do Turismo de Negócios do Nordeste, por sua característica de arro-jada metrópole nacional.

Sua infra-estrutura, privilegiada posição geográfica no Nordeste do Brasil, é idealpara a realização de congressos, convenções, feiras profissionais e similares, lideran-do este segmento turístico na região.

Além disso, ainda é o principal pólo médico do Nordeste, importante pólo deinformática, pólo gastronômico, pólo artístico-cultural, maior centro distributivo domercado atacadista e varejista da região, sede de grandes empresas públicas e priva-das que estimulam um fluxo natural e sistêmico de turistas para a capitalpernambucana.

Sua rede hoteleira é a maior concentrada em área urbana do Nordeste, com infra-estrutura para eventos de pequeno e médio portes. Tudo isso aliado à beleza naturalda praia urbana mais bonita do Nordeste (Praia de Boa Viagem), dos pólos diversionaise gastronômicos do Pina, Bom Jesus, de importantes centros de compras (ShoppingCenter Recife, considerado um dos maiores centros de compras do Brasil), dos par-ques aquáticos, temáticos e de diversões, beneficiam a consolidação do turismo deeventos e negócios, ao mesmo tempo em que reforçam a indústria do lazer, indispen-sável para a maior permanência do turista no Estado.

Olinda (cidade tombada pela Unesco como “Patrimônio Cultural da Humanidade”)que pelo seu privilegiado patrimônio histórico e cultural, enriquece, ainda mais, aspotencialidades turísticas do Estado, próxima da Capital Recife (apenas seis quilôme-

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tros de distância) seus mirantes, sua tradição, cantos, recantos e encantos transforma oTurismo de Negócios e lazer num grande fator para o desenvolvimento dessas duascidades, que, gêmeas, nasceram e juntas convivem. Estrategicamente, na Cidade deOlinda, fronteira com o Recife, está localizado um dos maiores e mais modernoscentros de convenções do Brasil – o Centro de Convenções de Pernambuco – sala devisita do povo pernambucano, tem grande destaque e importância pelo que represen-ta no setor de congressos, convenções e feiras, contribuindo, hoje, com mais de 50%do fluxo turístico.

As belas praias urbanas e virgens do litoral pernambucano já dispõem de razoávelinfra-estrutura de lazer e meios de hospedagem, a exemplo de Maria Farinha,Itamaracá, Cabo de Santo Agostinho, Tamandaré, Complexo Guadalupe, Carneiros,Porto de Galinhas, São José da Coroa Grande, dentre outras, tornando Pernambucobastante competitivo, nesta área, com relação aos demais Estados nordestinos.

Sem dúvida nenhuma, para que isso fosse possível o grande marco foi a inauguração,no Município do Cabo de Santo Agostinho, do Resort Blue Tree Park, apontado comoum dos mais completos na categoria no Brasil.

Por tudo isso Pernambuco se consolida como um grande pólo de turismo de lazer quereserva aos amantes dos esportes náuticos expressiva quantidade de escombros denaufrágios que proporciona ao turista a aventura de mergulhar até esses atrativos,forte diferencial competitivo do turismo em Pernambuco.

Pernambuco ainda oferece inúmeras opções turísticas no seu interior – microclimade montanha, festas regionais, eventos culturais, reservas ecológicas e belas paisagens.

O Governador do Estado de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, sensível ao desenvolvi-mento da indústria do turismo como importante fonte de emprego e renda para aeconomia do Estado, vem realizando concretas e coerentes ações de incremento nosetor, a exemplo da ampliação do Aeroporto Internacional dos Guararapes (que será omaior Aeroporto Internacional do Norte e Nordeste do Brasil); a duplicação da BR232; ampliação e modernização do Centro de Convenções; recuperação, ampliação emelhorias em toda a malha viária do litoral; dotando os principais pólos turísticos deinfra-estrutura de água, esgoto e limpeza; melhorando a segurança e sinalização; eincentivando a capacitação de mão-de-obra, fatores importantes para a consolidaçãode um destino turístico. Vem investindo, por meio do Prodetur, mais de US$ 300,000.00(trezentos milhões de dólares), em quatro anos, com a finalidade de conseguir odesenvolvimento sustentável do turismo no Estado, além da promoção do produto

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turístico “Pernambuco” nos principais mercados emissores de turistas no Brasil e noExterior, dentre outras ações realizadas pela Secretaria de Desenvolvimento Econô-mico, Turismo e Esportes e pela Empetur, faz crer que teremos ao final do ano 2002 aconsolidação definitiva de Pernambuco como o grande pólo turístico da região Nordeste.

O Estado de Pernambuco – que já alcançou no ano de 2000 a cifra de 2.650.000 deturistas –, vem sendo o segundo Estado mais visitado no Nordeste do Brasil, com umaumento acumulado de 40% em relação ao ano de 1998, e estima-se, para os próxi-mos anos, aumento médio crescente em torno de 15% a 20%. Seus principais merca-dos emissores são: o próprio mercado brasileiro, onde se destacam São Paulo e osdemais estados do Sul, Sudeste e o Centro-Oeste, importante demanda turística queprocura em nossas paragens o turismo de sol e mar. Contamos, ainda, com os turistasdos outros estados do Nordeste, que, possuindo os mesmos atrativos (sol e mar), pro-curam as diversas atrações, principalmente as festividades do nosso movimentadocalendário de eventos, além dos demais atrativos do interior, a exemplo das cidadespernambucanas de microclima.

Enfim, a proximidade de Pernambuco com a Europa é muito positiva para o cresci-mento do fluxo de turistas internacionais no Estado, pois, como bem sabemos, é otempo de vôo um dos principais fatores para a definição do destino turístico nos im-portantes pólos emissores europeus. Além do mais, o fantástico e paradisíaco litoralpernambucano está próximo ao aeroporto, ou seja, os principais pólos de praia estãotodos a aproximadamente uma hora de distância do Aeroporto Internacional dosGuararapes.

O produto “Pernambuco” vem melhorando a cada dia que passa e tem muito o quemelhorar pois o desenvolvimento da indústria do turismo está sempre em evolução,levando-nos a realizar um trabalho constante, sistêmico, na tentativa de rapidamentesuprir e perenizar a renovação do produto turístico Pernambuco, colocando-o nomerecido lugar de destaque no turismo nacional e internacional.

Março de 2001

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Plano de Desenvolvimento Integral do Turismo

do Maranhão – Plano Maior

Kátia LimaKátia LimaKátia LimaKátia LimaKátia LimaSubgerente de Turismo do Governo do Maranhão

A gradeço pela oportunidade de vir a esta Casa falar de um plano de desenvolvimen-to do Turismo, que o Governo do Estado do Maranhão executa desde 1995, e que,

em janeiro de 2000, foi apresentado à sociedade.

Desde os primeiros desenhos do Plano de Trabalho da Governadora Roseana Sarney –1995/1998, o Turismo foi apresentado como um dos setores prioritários para a reto-mada do desenvolvimento econômico e social do Maranhão, tendo como ponto departida a grandeza e potencialidade das riquezas naturais, a diversidade cultural e orico acervo histórico-arquitetônico. Mas era necessário juntar todas estas potencialida-des, aliá-las à infra-estrutura em implantação e montar uma estratégia de marketingnuma ação consistente com base num planejamento sustentado em dados precisos,que possam garantir a implementação de uma política de investimentos no setor,visando, sobretudo, à solução dos problemas sociais, através da geração de emprego erenda. Para isso, o Governo do Estado, através da Gerência de Planejamento e Desen-volvimento Econômico, elaborou o Plano de Desenvolvimento Integral do Turismodo Estado – Plano Maior.

Na elaboração desse plano, a primeira demanda a ser respondida referia-se ao que oGoverno deseja para o futuro do Turismo no Estado – questionado o planejador, nocaso a chefe do executivo estadual, a Governadora Roseana Sarney, determinou que oTurismo de Qualidade é a meta a ser alcançada.

Óbvio que, com a diretriz dada, o fazer tornou-se muito mais fácil. Não se perdeutempo na montagem de opções de planejamento, foi-se direto ao ponto.

Para iniciar, foi realizado o diagnóstico: um levantamento, em todo o Estado, daspotencialidades turísticas existentes, dos recursos naturais e culturais e, acima detudo, daqueles atrativos com peso, tanto para o mercado nacional quanto internacio-

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nal. Identificados os recursos naturais existentes no Maranhão, buscando aqueles degrande unicidade, como o Delta do Rio Parnaíba – delta oceânico cuja configuraçãogeográfica só é comparável a de dois outros em todo o mundo – e o Parque Nacionaldos Lençóis Maranhenses – fenômeno paisagístico único, com 155 mil hectares deárea formada por dunas de areias alvíssimas e lagoas de águas cristalinas, apresen-tando, no seu entorno, toda uma biodiversidade de fauna e flora – que, segundo osespecialistas e ambientalistas que avaliaram os atrativos, no mundo, não existe nadacomparado. Há ainda o Parcel de Manuel Luís – área de mergulho que fica a 179quilômetros da ilha de São Luís. É uma formação coralina de uma beleza cênicainvejável e de grande poder de atração para mergulhadores.

O Maranhão dispõe do segundo maior litoral do Brasil, com 640 quilômetros de costa,em linha reta. Possui ainda um conjunto arquitetônico, reconhecido pela Unescocomo Patrimônio Cultural da Humanidade, que é o Centro Histórico de São Luís, comcinco mil edificações de valor inestimável da arquitetura civil portuguesa.

Uma grande floresta de mangue, talvez a maior área de manguezal da costa brasilei-ra, está no Maranhão. É um grande viveiro para a flora e a fauna marinha e a garan-tia da sobrevivência de grande parcela da população costeira do Estado. Como atrati-vo turístico, dispensa apresentação pelas inúmeras oportunidades de negócios para osetor que pode gerar.

Reconhecidos os recursos existentes e a sua valoração, partiu-se para analisar o que oGoverno e a iniciativa privada estavam fazendo com esses atrativos em termos deoferta de produtos. Era necessário discutir o que realmente dispunha o Estado, emtermos de produto, e aquilo que estava sendo comunicado ao público, através dascampanhas, dos anúncios, dos folders etc. Descobriu-se que o que se estavacomercializando no mercado turístico, até então, não era aquilo que se deveria. Porexemplo: o atrativo Festas Populares, como potencial contava com 11% de interessedentre os demais, e estava tendo 31% do espaço na comercialização. Ou seja, estavasendo dada uma importância excessiva a um atrativo que não correspondia ao pesoreal dentro dos recursos do Estado. No final, era isso. Precisava-se redirecionar toda acomunicação para que se atendesse ao mercado, de forma a dar a cada atrativo a suareal importância.

Fez-se então uma análise desse mercado com a participação de representantes dosetor, no Estado, e também com aqueles que não têm nenhuma atividade voltadapara o Turismo, mas que sofrerão direta ou indiretamente pela ação predatória ou

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não que o Turismo possa gerar, se for mal planejado e administrado. Enfim, procu-rou-se fazer com que todos participassem do processo.

Analisou-se quais eram as oportunidades e ameaças do mercado local, regional enacional, assim como os pontos fortes e fracos do Maranhão. Entre as oportunidades,a proximidade com a Europa e os EUA foi considerada como um dos pontos positivos,pois se está a sete horas e meia de vôo de Portugal, uma distância muito curta emrelação a outros destinos no Brasil, e cinco horas e meia dos Estados Unidos. Outrasoportunidades são representadas pelos recursos naturais, únicos e preservados, emtodo território maranhense.

Entre as ameaças, o acesso é o maior problema, principalmente porque, hoje, o maiorcentro emissor de turismo no Brasil é São Paulo muito distante do Maranhão, o queconstitui uma dificuldade a mais para o turista chegar, pois está, em média, distanteseis ou até sete horas de São Luís. Esse é um desafio que se tem que enfrentar: melho-rar a malha aérea para o Estado, diminuindo o tempo de percurso, reduzindo assimos custos de viagem.

Outra ameaça é a falta de planejamento integral de marketing na região Nordeste eAmazônica. Os estados estão executando ações de forma isolada, não existindo o con-ceito de integração das regiões. A Floresta Amazônica é o atrativo mais conhecido nomundo. Todos sabem onde fica, mas não se consegue apresentar a região de formacorreta, em termos de turismo, para o mercado nacional e internacional. Para oMaranhão, que está a meio caminho, entre o Nordeste e a Amazônia, esta falta deplanejamento prejudica, uma vez que estas duas regiões podem ser o maior portão deentrada do Brasil, se houver planejamento e integração em produtos, criando corre-dores culturais, ecoturísticos, de aventura etc. numa ação conjunta de marketing.

Na análise do mercado interno, os recursos naturais preservados são apresentados,em todas as comissões de discussão, como um dos itens mais importantes.

Outro ponto forte é a diversidade dos recursos: áreas de cerrado, de cachoeiras, demanguezais e um deserto. O Maranhão tem um pouco de cada região do Brasil, e essadiversidade faz com que, dentro do próprio Estado, se possa ter um circuito devisitação.

A cultura popular é apontada pelas pesquisas realizadas no mercado nacional e, prin-cipalmente, na Europa e Estados Unidos, como o ponto forte, e isto chamou a atençãopara que o mercado colocasse a identidade cultural como o ponto forte. De fato, o

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Maranhão tem uma cultura viva, uma cultura popular ativa e dinâmica, não degra-dada e não explorada ainda comercialmente. A manutenção dessa cultura é umaação que devemos buscar. Mas o desafio é ainda maior, pois não basta só mantê-la,mas fazer dela um instrumento de desenvolvimento sustentado.

Como pontos fracos, foram diagnosticados: a oferta de vôos, a infra-estrutura turísticaprecária, o pouco conhecimento do público nacional e internacional sobre o Maranhão,a pouca consciência da sociedade sobre o turismo – uma realidade que requer açõesimediatas para modificá-la. É necessário mudar tudo isso. A população, de um modogeral, não sabe o que é a atividade turismo nem o que pode ganhar com essa atividadeeconômica. E esse é o maior desafio. A falta de consciência leva à falta de qualidade,que leva à falta de oferta de bons produtos.

Para resolver todos esses problemas, seria necessário montar uma estratégia em quetoda a equipe de planejamento respondesse a alguns questionamentos: qual é a visãode futuro? O que se quer do Maranhão? etc...

A primeira ação é a definição de horizonte de tempo para a execução do Plano Maior.É necessário lembrar que a elaboração do Plano começou em 1999, visando a conse-cução dos objetivos até o ano de 2010 e, o que se deseja ao chegar lá, é que, quando sefalar turismo esteja consolidado o conceito de que “o Maranhão é um Estado do Nor-deste (hoje muita gente sequer sabe onde fica o Maranhão), ao qual agrupa umconjunto de belezas naturais e culturais únicas e diferenciadas. Por isso, ele estáincorporado à primeira linha dos destinos culturais e ecoturísticos do Brasil”.

O objetivo do Plano Maior é, em primeiro lugar, conscientizar a sociedade. Não épossível desenvolver o turismo numa localidade se a população não for a parceiraprincipal a ela cabe a responsabilidade de gerenciar todos os impactos, positivos ounão, que o turismo trouxer. Todos deverão estar preparados para cobrar do governo,dos empresários e do turista uma ação correta, que não gere degradação, que nãogere impactos muito negativos na região.

Criar uma imagem do Maranhão é outro objetivo a alcançar. O Maranhão ainda éum Estado desconhecido. É necessário criar uma imagem que reflita a oferta de atra-tivos dos pólos e o que estamos dispostos a colocar nas prateleiras das operadoras.

A qualidade no serviço é outro objetivo do qual, por definição do Plano, não se podeabrir mão de alcançá-lo: A diretriz do Plano é trabalhar qualidade sempre.

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É óbvio que ampliar fluxos turísticos para o Maranhão também compõe o quadro deobjetivos.

A partir desses e outros objetivos e das estratégias iniciais definidas, foram traçadas asmetas, lembrando sempre que o horizonte é o ano de 2010, quando se espera receberum milhão e meio de turistas, que estarão circulando entre os pólos (pelo menos pordois deles), e quando for totalizada a entrada nos pólos, alcançaremos a meta de ummilhão e meio de visitantes.

Para alcance dessa meta foi estimado um investimento de 814 milhões de reais, sendoque, desse total, 475 milhões são recursos do Governo, esperando gerar uma oferta de,aproximadamente, 130.000 empregos, neste período de implantação. E, quando im-plantado todo o processo de estruturação, serão gerados mais 10.300 no setor. Comisso, espera-se uma receita direta de, aproximadamente, 610 milhões de reais. Isso,contando com um tempo de permanência entre 10 e 14 dias no Maranhão.

Para atingir esses objetivos, é necessário desenvolver um plano de estruturação quepriorize os investimentos necessários.

Esse é o desafio. O Maranhão é um Estado muito grande, o oitavo do Brasil em exten-são territorial. Então, foi necessário dividi-lo em pólos de atração, tendo como pres-suposto os recursos culturais e naturais existentes e suas características geográficas esocioculturais: áreas que possibilitassem um rápido desenvolvimento e que pudessemgerar um retorno mais rápido, dentro desses 10 anos. Foram selecionados cinco pó-los: quatro no litoral e um no sudoeste do Maranhão.

O primeiro pólo é São Luís, com todos os seus atrativos históricos e culturais. Nessepólo estão os quatros municípios que compõem a Ilha de São Luís e mais Alcântara.O que se deseja para este pólo é que seja reconhecido como um centro histórico ecultural dinâmico no Maranhão, principalmente, nas áreas históricas de São Luís eAlcântara. Deseja-se apresentar aos operadores o turismo cultural, apesar da capitaldo Estado dispor da estrutura para o Turismo de Negócios, convenções, congressos efeiras. São Luís, além de tudo, será o centro receptor e distribuidor de todo o turismopara o Maranhão.

O segundo pólo, o Parque dos Lençóis, composto por quatro municípios, dispõe de umespaço ecoturístico único e de qualidade. Poucas pessoas, mas um turismo de altíssimaqualidade, com visitantes que, realmente, entendam a biodiversidade, a fantásticanatureza que tem no Parque Nacional, além de toda a beleza cênica criada pela natureza.

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O Delta do Rio Parnaíba, juntamente com a área de preservação ambiental dos Peque-nos Lençóis, formam o Delta das Américas, o terceiro pólo. O grande atrativo é a área demanguezais, com praias, muitas aves, muita vida. O que se deseja para este pólo é aformação de um conjunto de centros ecoturísticos para entender a biodiversidade que omangue oferece.

A outra área é a Floresta dos Guarás, dentro do que se chama de Amazônia Legal. Aqui oconceito a ser trabalhado é o conjunto de ilhas, as mais oceânicas do Maranhão, afloresta de manguezais, os barcos artesanais, a vida no mar e a observação de pássa-ros. O que se quer é fazer com que todos compreendam a vida nesta região cheia debarcos, de observação de pássaros e da forma de existir das pessoas que vivem emfunção das águas do mar e rios.

No sudoeste do Maranhão existe a Chapada das Mesas, uma região de cachoeiras, decerrado, de chapadas, apropriada para o esporte, para a aventura e para o lazer. Aquio turista é quem decide se vai praticar o esporte, a aventura ou o lazer.

Para a melhor compreensão, o Plano Operacional foi dividido em duas fases. A pri-meira, até o ano de 2002, é a de estruturação, e trata daquilo que o governo pode fazerindependente de qualquer outro segmento. Ou seja, o que será feito, em termos deestrutura e organização. Esse período é chamado de estruturação da qualidadeMaranhão. O segundo período, o da consolidação da qualidade, vai até 2010. Paraesta fase espera-se que os empresários já estejam investindo na melhoria e na im-plantação de novos equipamentos.

Na primeira fase, que o governo está trabalhando agora, o objetivo é investir. Investirem infra-estrutura básica e de serviços públicos. Investir em equipamentos de hospe-dagem, alimentação, lazer e tudo mais que possa atender bem ao turista. É também afase de investir em marketing, na criação de uma imagem do Maranhão e tambémna sensibilização e na qualidade, que é um trabalho muito interno, voltado para apopulação desses cinco pólos.

O Plano Operacional conta com cinco macroprogramas, abrangendo as áreas críticaspara o desenvolvimento turístico no Estado, atendendo às demandas de investimento:os Macroprogramas de Maior Qualidade, de Desenvolvimento, de Sensibilização daSociedade, de Marketing e de Comunicação.

O primeiro programa é fundamental, o “Maior Qualidade”, que tem como objetivopreparar os serviços e os produtos turísticos para a nova realidade do turismo que sepretende alcançar com a implantação do Plano Maior.

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Para o programa Maior Qualidade,,,,, foram criados projetos de treinamento para atenderàs áreas que, no diagnóstico, se apresentara como mais sensíveis a mudanças e aquelasnecessárias de melhorias. Os segmentos que estão sendo trabalhados são:

Sagrado e Profano, com o objetivo de melhorar a qualidade na oferta dos nossosatrativos e manifestações culturais.

Sabores do Maranhão, o treinamento ocorre no próprio estabelecimento de alimen-tação e são atendidos do dono, se quiser, até aquele que põe o lixo na rua. Todos sãoinformados sobre o que é qualidade, o que se pode fazer para melhor atender, a impor-tância do sorriso, do cartão de visita, do bem entender, do informar, do saber como é oprato que vai ser servido, quais os ingredientes que constam dele, além de conhecer ocardápio, para poder bem atender o cliente.

Pousadas do Maranhão, destinado ao setor de hospedagem. É o mesmo programafeito nos restaurantes, adequado às pousadas.

Arte nas Mãos, programa aplicado em parceria com o Sebrae, voltado, exclusiva-mente, para o artesanato, com o objetivo de melhorar a estrutura do artesanato noMaranhão e fazendo com que o artesão tenha condições de produzir e vender bem oseu produto, e que evite a produção de um artesanato descaracterizado, para que aidentidade cultural continue autêntica.

Percorrer o Maranhão. Este programa está voltado para todo o segmento de trans-porte e informação: os guias de turismo, os motoristas de ônibus, de táxis, das trans-portadoras, enfim, todos aqueles que prestam informações ao turista.

Os Azulejos de São Luís e Casarões de Alcântara, programa voltado para os CentrosHistóricos de São Luís e Alcântara. Pretende fazer com que a população entenda queeste espaço representa toda uma herança de nossos antepassados: um acervoarquitetônico dos séculos XVIII e XIX, cuja preservação é imprescindível para a am-pliação da oferta de trabalho e renda no Estado, e que este espaço deve ser utilizadocomo alavancador da atividade turística no Maranhão.

O Maranhão Bonito se resume no resgate da cidadania, no gosto pela sua cidade. Oobjetivo é fazer o cidadão compreender a importância da manutenção de sua rua, doseu bairro e por isso estará trabalhando para melhorar a sua cidade. Deseja-se a com-preensão de que o Turismo pode gerar recursos para o cidadão, para o governo, para oempresário, enfim para todos que estão investindo e para os que serão indiretamentebeneficiados.

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Outro macroprograma é o de “Desenvolvimento”. O desenvolvimento turístico sus-tentável dos pólos só tem sucesso se proporcionar a melhoria da qualidade de vida deseus habitantes. O Plano Maior tem por base a visão de que um destino turístico sóserá bom a seus visitantes se primeiramente for bom para a comunidade. Todo oesforço para a melhoria e estruturação do produto Maranhão traduz a idéia de pros-peridade para toda a sociedade maranhense. Neste macroprograma pretende-se tra-balhar o desenvolvimento integrado dos aspectos sociais, econômicos, urbanos e apreservação dos recursos naturais e culturais. Nesse sentido, o Governo do Estadoinvestiu, em 1999/2000, aproximadamente 45 milhões de reais, no Centro Históricode São Luís, na instalação da rede subterrânea de água, de energia, de telefonia, emcalçadas, nas ruas, voltando-as à configuração de como eram quando este centro foiconstruído, recuperando edificações próprias do Governo, para transformá-las emhabitação, em escolas, como a de música, que possui 1.100 alunos e de arquitetura,com mais de 400 alunos. Com este investimento, espera-se a dinamização deste espa-ço, pois, diferentemente de outros Centros Históricos, este é destinado, em sua maio-ria, ao comércio e prestadores de serviços. O que se deseja é transformá-lo numespaço dinâmico, com comércio, serviços e residências, que possibilitarão vida com acobrança de serviços essenciais ao seu dia-a-dia.

O Macroprograma de Desenvolvimento é subdividido em cinco programas básicos:infra-estrutura básica e de suporte, planejamento, formação de mão-de-obra,reestruturação de produtos e estruturação de novos produtos. A maioria dos pro-gramas aqui relacionados dispensa apresentação. No de Planejamento o que se pre-tende é a normatização dos espaços, com a elaboração de planos diretores, planos dedesenvolvimento locais e normas para os espaços de conservação, como o ParqueNacional dos Lençóis, as áreas de proteção ambiental etc.

Um outro programa é o da Sensibilização. Este programa trata da Educação Ambiental,do Lixo (a Campanha: lugar de lixo é no lixo) e da Conscientização sobre o turismo.

O outro programa é o de Marketing. Este foi subdividido em quatro segmentos:

Investidores – a campanha “O Maranhão é uma grande oportunidade” destinadaexclusivamente a empresários e formadores de opinião.

Para o segmento trade tem a campanha: “O Maranhão está perto de você”. O Maranhãoestá distante do maior centro emissor de turismo do Brasil, que é São Paulo e paraevitar ou minorar esse problema foram criados escritórios de representação em SãoPaulo – para atender o centro-sul, e outro em Buenos Aires para o Mercosul.

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O marketing para a imprensa é “Descubra o Maranhão”, deseja-se que a imprensaconheça o Maranhão. O processo definido é Educar. É necessário informar ou educarsobre o Maranhão, seja através dos escritórios ou de visitas ao Estado esperando-seque compreendam e conheçam como é a vida, os atrativos, para que quando se ini-ciar as campanhas destinadas ao consumidor elas possam refletir nos veículos decomunicação.

E o marketing para o consumidor, com a campanha “Maranhão. O Segredo doBrasil”. Sempre com a parceria dos escritórios, essa campanha não começou ainda,será iniciada com o São João.

O resultado, para o Maranhão, destas ações já é visível; pois, até março, abril de 2000não havia um único anúncio de venda do Produto Maranhão. Após a implantação doPlano Maior, as operadoras começaram a conhecer o Maranhão e criar pacotes eroteiros em que estão sendo divulgadas campanhas em veículos de comunicaçãoespecializados do Brasil. O Governo apóia, mas quem está fazendo a venda são asoperadoras, que acreditaram nas potencialidades do Estado e nas ações que o Governoestá desenvolvendo.

O macroprograma de “Comunicação” envolve todos os outros macroprogramas doPlano Operacional, porque, em todos, existe público-alvo, e a este se pretende fazercompreender, criar atitudes e motivações e mudar comportamento.

Além da comunicação interna, cada um dos segmentos do macroprograma demarketing pretende-se trabalhar para públicos específicos, como: investidoras queserão trabalhadas no Cone Sul, no mercado nacional e no regional; o trade e a im-prensa que serão trabalhados em todos os mercados, incluído o europeu; e o marketingdo turista para o mercado do Cone Sul, nacional e regional.

Em síntese, esse é o plano e como qualquer processo de planejamento está sempredisponível para receber contribuições, alterações e melhorias, sempre. Obrigada.

Maio de 2001

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Cruzeiros Marítimos

Flávio de Almeida CoelhoFlávio de Almeida CoelhoFlávio de Almeida CoelhoFlávio de Almeida CoelhoFlávio de Almeida CoelhoPresidente da Santa Catarina Turismo – SANTUR

1 – Quando assumi a Presidência da Embratur, em 1963, estabeleci para mim mesmouma meta, inserida no esforço para viabilizar a entrada do Brasil no mundo doscruzeiros marítimos. Na verdade, o Brasil estava injustificadamente ausente do setordo Turismo que mais se expandia no mundo.

Com uma costa de oito mil quilômetros, em 75% dos quais é verão o ano inteiro,nosso País não podia ficar fora desse mercado por três motivos principais:

a) por possuir a maior costa contínua do mundo submetida à mesma legislação;

b) igualmente, por ter oito mil quilômetros de litoral com os mesmos costumes efalando a mesma língua;

c) pela diversidade de atrativos que essa costa oferece aos passageiros.

HistóricoHistóricoHistóricoHistóricoHistórico

2 – Que fator impedia que os cruzeiros marítimos navegassem na costa brasileira?Uma legislação que remontava a 1890, cujos dispositivos restritivos eram reafirmadosa cada Carta Magna. Um intenso lobby dos armadores de transporte de carga sempreatuou com firmeza junto ao Poder Legislativo, para preservar essa “reserva de merca-do” equivocada.

A razão: o temor desses empresários de se defrontarem com uma situação desconhe-cida. A legislação por causa disso, acabou engessada.

3 – Em 1993, o Brasil não tinha em sua frota nenhum navio de passageiros.

4 – Foi realizado, desde então, um trabalho junto ao Congresso Nacional, do qualresultou, em agosto de 1995, a Emenda Constitucional no 7, de 15 de agosto.

5 – Na mesma época foi transformada em Comissão Permanente a Comissão Provi-sória de Turismo da Câmara Federal.

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6 – Estávamos então prontos para nos candidatar à captação do turismo de cruzeiros.

O turismo no mundoO turismo no mundoO turismo no mundoO turismo no mundoO turismo no mundo

7 – É preciso traçar agora um quadro atualizado do que se passa no mundo do turismo.

a) no mundo inteiro, essa atividade representou em 1999 um movimento de US$ 4,5trilhões;

b) gerou 192 milhões de empregos diretos;

c) apresentou um movimento de 660 milhões de viagens;

d) representou o ingresso de US$ 455 bilhões de divisas.

Os cruzeiros no mundoOs cruzeiros no mundoOs cruzeiros no mundoOs cruzeiros no mundoOs cruzeiros no mundo

8 – O total de embarcações construídas, especialmente, para o lazer marítimo nãopassava, há 20 anos, de duas dezenas.

Hoje, o número de transatlânticos chega a 323,que transportam 6,9 milhões de passa-geiros por ano e geram uma receita de US$ 38 bilhões.

O futuro dos cruzeirosO futuro dos cruzeirosO futuro dos cruzeirosO futuro dos cruzeirosO futuro dos cruzeiros

9 – Até o ano de 2004 serão entregues 54 novos navios representando investimentosde US$ 20 bilhões, oferecendo 103.584 leitos.

10 – Estão presentemente (maio de 2001) em fase de negociação mais 46 navios demédio porte, significando a agregação de mais 56.110 leitos.

Saturação de destinos no CaribeSaturação de destinos no CaribeSaturação de destinos no CaribeSaturação de destinos no CaribeSaturação de destinos no Caribe

11 – Os maiores destinos do mundo estão no Caribe, por um motivo muito simples: oCaribe fica na porta do maior emissor de cruzeiros do mundo, a América do Norte.

12 – Mesmo assim, esse mercado se encontra em vias de saturação. Há 20 anos oporto de Miami dava vazão a três saídas semanais de transatlânticos. Hoje o Estado daFlórida possui cinco terminais de cruzeiros: Fort Lauderdale, Cabo Kennedy, Tampa,Key West e Miami.

13 – As empresas que operam o Caribe estão “inventando” portos para atracar seusnavios. A Celebrity Cruises inventou Calica, na costa mexicana, um terminal de calcáreo

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sem sequer trapiche; a Royal Caribean “inventou” uma praia no Haiti, Labadee, ondeconstruiu toda a infra-estrutura, incluindo porto de embarque/desembarque, pavi-lhões de alimentação e venda de artesanato, além de recuperar os modestos equipa-mentos culturais da área. Enquanto isso, em Itajaí, somos obrigados a conviver coma pouca profundidade do porto, que só pode acolher navios menores do que 25 miltoneladas e 150 metros de comprimento.

TTTTTurismo no Brasilurismo no Brasilurismo no Brasilurismo no Brasilurismo no Brasil

14 – O Turismo no Brasil tem melhorado muito seus números. Em 1998, por exem-plo, movimentou mais de US$ 31 bilhões; circularam no País 38 milhões de turistasdomésticos; em 1999 entraram no País 5,1 milhão de turistas estrangeiros, que gera-ram US$ 3,9 bilhões de divisas.

Brasil, o destino alternativoBrasil, o destino alternativoBrasil, o destino alternativoBrasil, o destino alternativoBrasil, o destino alternativo

15 – Para credenciar o Brasil como o grande destino alternativo dos cruzeiros maríti-mos, é preciso “vender” nossas condições. Dizendo, por exemplo, que:

a) em 70% da costa brasileira e verão 365 dias por ano, ao contrário do que ocorre noresto do mundo;

b) o potencial de clientes de cruzeiros no Brasil é de cinco milhões de pessoas. Só natemporada 2000 embarcaram em cruzeiros na costa brasileira 50 mil passageiros;

c) estrutura física pronta;

d) portos (cidades) que constituem atrações universais (Rio, Santos, Salvador)

Cruzeiros em Santa CatarinaCruzeiros em Santa CatarinaCruzeiros em Santa CatarinaCruzeiros em Santa CatarinaCruzeiros em Santa Catarina

16 – Na temporada 2000/2001, Santa Catarina acolheu 2,8 milhões de turistas, dosquais 600 mil estrangeiros, dos quais arrecadou US$ 600 milhões. E prevê investir naárea turística US$ 140 milhões, através do Projeto já apresentado ao Banco Mundial,o Prodetur.

17 – Santa Catarina apresenta-se como rota alternativa do sul do continente para oscruzeiros marítimos por vários motivos.

a) boa qualidade dos seus portos (São Francisco, Itajaí, Porto Belo, Florianópolis eImbituba.)

b) material de divulgação de alto nível;

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c) bons focos de atração na área de influência do porto (Beto Carrero, compras emBlumenau e Brusque, Praia de Camboriú, Fortes na Ilha de Florianópolis etc.);

d) envolvimento de empresas e da comunidade no processo receptivo.

18 – Na temporada de 2000/2001, aconteceram 29 escalas em portos catarinenses,sendo:

Florianópolis ....................... 16

Porto Belo ....................... 10

Itajaí ....................... 01

São Francisco ....................... 01

Imbituba ....................... 01

Com um total de passageiros desembarcados de 14.535 e uma receita gerada de US$2.907.000,00 (US$ 200 por passageiro/dia).

Desafios que se apresentamDesafios que se apresentamDesafios que se apresentamDesafios que se apresentamDesafios que se apresentam

a) precariedade e fragilidade da legislação. Os navios de cruzeiro são encarados pelasleis e regulamentos como navios cargueiros e seus passageiros como carga;

b) as companhias aéreas brasileiras não se movimentaram para a importância e ofuturo dos cruzeiros;

c) o mesmo quanto a hotelaria;

d) os cruzeiros marítimos se desenvolveram no Caribe graças ao programa 7 + 7.E no Brasil?

e) é necessário que o País mergulhe de cabeça na atração dessa qualidade de turismo,preparando seus portos e suas cidades para cumprirem o aspecto “receptivo” da ativi-dade. O primeiro passo a dar é o saneamento de uma legislação ultrapassada – e issodeve ser feito rapidamente pelo Governo federal, com o auxílio até, se for o caso, deuma Medida Provisória.

Maio de 2001

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Mato Grosso no Contexto do Turismo Mundial

Ezequiel José RobertoEzequiel José RobertoEzequiel José RobertoEzequiel José RobertoEzequiel José RobertoSecretário de Estado de Desenvolvimento do Turismo de Mato Grosso

Eu gostaria de saudar Oswaldo Trigueiros, presidente do Conselho de Turismo, o vice-presidente, nosso companheiro Hélio Souza, e o José Maria, que é o secretá-

rio executivo; saudar a todos os demais conselheiros e conselheiras desta respeitávelentidade que é a Confederação Nacional do Comércio, bem como saudar os estudan-tes, acadêmicos, professores da área de Turismo, servidores desta instituição. Dizerque, particularmente, para nós, é um privilégio, uma honra muito grande poder sairdo nosso Mato Grosso, do nosso querido Estado, e vir falar para os senhores, quetiraram um minuto do seu tempo, para que pudessem ouvir um pouco da experiênciado turismo que nós estamos desenvolvendo em nosso Estado. Um Estado bastantenovo, um Estado que está numa fase muito grande de desenvolvimento econômico,atraindo do Brasil e do mundo todo inúmeros investidores e indústrias. Um Estado decaracterística agropecuária. Um Estado que tem um potencial muito grande.

Estamos há um ano e meio na Secretaria de Desenvolvimento do Turismo do Estadode Mato Grosso. Mato Grosso é um dos poucos estados do Brasil que tratam o turismocomo uma atividade estratégica, porque nós temos uma secretaria de primeiro esca-lão – talvez três ou quatro estados no Brasil têm uma secretaria de primeiro escalão –em que trata, diretamente, as coisas, os negócios e as atividades do setor turismo donosso Estado.

O Governador Dante tem uma visão muito larga; é uma pessoa que tem uma referên-cia a nível nacional; ele foi o autor da emenda que restabeleceu a democracia nestePaís, as Diretas já. É um governador que está em seu segundo mandato. Enfim, eletem nos apoiado, nos ajudado muito, para que nós possamos buscar os nossos inúme-ros parceiros, para que possamos desenvolver o potencial que o nosso Estado tem; umpotencial belíssimo, fantástico; temos oportunidade de desenvolver esse trabalho juntocom a nossa equipe.

Aqui, conosco, está o Dr. Lacerda, que é o nosso subsecretário de Turismo. Homem quetem uma larga experiência na área; tem mais de 30 anos na atividade turismo. É um

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dos grandes estrategistas de marketing de turismo do Brasil. É uma pessoa que tem nosajudado muito, trabalhado muito, e tem sido, praticamente, aquele que tem nos dadouma referência nessa atividade tão estratégica, importante para o Brasil e para o mun-do.

A nossa Assessora de Comunicação, Lana Motta, também nos acompanha, assim comoo maestro Abel, que é professor universitário e é mestre nessa cultura mato-grossenseda “viola de cocho”.

Sinto-me muito honrado, é uma satisfação muito grande poder estar aqui com ossenhores. É um privilégio para nós mato-grossenses, de um Estado tão pequeno desseBrasil. Nos sentimos orgulhosos de poder apresentar para vocês uma parte daquiloque nós estamos desenvolvendo em nosso Estado.

O tema da nossa palestra é Mato Grosso no Contexto do Turismo Mundial.

Vamos fazer uma panorâmica do Turismo no mundo, no Brasil, e, depois, na parte deMato Grosso.

Iniciamos com uma frase de um publicitário americano, que disse: “Quando vocêtenta agarrar as estrelas, talvez não consiga agarrar nenhuma delas, mas é certo quenão acabará com um punhado de balas nas mãos”. Então, nós temos que pensar alto,pensar para cima, de uma forma que nós sempre vamos ter um resultado positivo.

Nós estaremos falando aqui dessa indústria mais poderosa do mundo na atualidade. Aindústria que cresce duas vezes mais que o Produto Interno Bruto mundial. Talvez aúnica indústria que tem seis bilhões de consumidores em potencial, é a indústria doTurismo.

Paulo Senise, diretor internacional de hotéis e resorts, diz o seguinte: “Se a indústriado Turismo fosse um país, seria uma das maiores e mais prósperas nações do mundo,com Produto Interno Bruto superior a US$ 4 trilhões, estaria sendo visitada por 700milhões de pessoas e teria um mercado potencial global da ordem de seis bilhões deconsumidores”. Isso é muito significativo.

Turismo vem da palavra francesa tour, que quer dizer volta. O tour, em inglês, tam-bém quer dizer volta, tornare, em latim, e o tour, em hebraico, que é também umaviagem de reconhecimento.

A história do Turismo vem do Século XVIII a.C., na Grécia, com os jogos olímpicos.

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Foram as viagens motivadas pelo diletantismo, pelo comércio, pela cultura e, tam-bém, pela descoberta. No Século II a.C. até o Século IV d.C, no Império Romano, é quesurgiu o primeiro sistema de estradas originadas lá no Império Romano, para o cam-po, o mar, centros termais, templos e festivais, visando, então, a integração do Impé-rio. No século XV surgiram as grandes viagens transoceânicas, lideradas pelos espa-nhóis e portugueses. O Século XVI, com a Renascença, teve a revolução nas artes, nasletras, na ciência e na liberdade do ir e vir. No Século XVII, surgiu o primeiro guiaturístico, criado pelo Francis Bacon em 1612. No Século XVIII, John Palmer fez ainvenção da diligência, em carruagens, foi o primeiro transporte a conferir o caráterromântico às viagens. No Século XIX, tivemos a invenção da máquina a vapor, queinduziu a revolução, especialmente no transporte rodoviário e hidroviário. Então, seintensificam as viagens internacionais através das ferrovias e dos navios. Na primeirametade do Século XX, nós tivemos, então, o advento do automóvel e do avião, quandose criam as condições básicas para a revolução do Turismo. Na segunda metade doSéculo XX, nós temos o Turismo, que, basicamente, é um sistema de atividades eco-nômicas que impacta mais de 52 setores da nossa economia. Basicamente é esse oconceito que nós temos dessa indústria.

Qual é a classificação básica? Nós temos o turismo de massa, dominado pelo turismode sol e praia, que domina quase que a maioria dos turismos em todo o mundo. Nóstemos o turista cosmopolita e urbano, turismo de neve e esqui, turismo de parquestemáticos. Nós temos, também, outra classificação de turismo especializado, ou espe-cífico, ou personalizado, que é o ecoturismo, muito seletivo, o turismo rural, ou tam-bém conhecido como agroturismo e também o turismo de observadores de pássaros.Nós temos na área de esportes radicais, por exemplo, turismo de mergulho, canoagem,rappel, tracking, pára-quedismo, escalada etc.

Segundo dados de 2000, da Organização Mundial do Turismo, a indústria teve US$ 4trilhões de faturamento, US$ 700 bilhões em impostos, que corresponde a cerca de10% do Produto Interno Bruto mundial; 275 milhões de empregos, 10% da forçamundial de trabalho, gerada na indústria de turismo; tivemos 700 milhões de viagensinternacionais e também US$ 500 bilhões em divisas. A taxa média de crescimento aoano de 4%, nesse segmento de 20% ao ano. E nas viagens internacionais, 80% delassão de curta distância. Uma observação: Um estudo científico da Organização Mun-dial do Turismo estima que o turismo interno representa, em média, 10 vezes o turis-mo internacional. Então, é uma coisa fantástica.

Dados da revista Veja sobre aviação mundial registram para o ano de 1997 um bilhão

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de passageiros transportados. Existem no mundo, hoje, 11.000 jatos voando, 5,5% aoano de crescimento no setor da aviação, e 60% desses jatos, são lotados pela indústriade turismo, especialmente os vôos charter.

A projeção da Organização Mundial de Turismo para 2010, é que chegaremos a umbilhão de viagens internacionais, US$ 1,5 trilhão em divisas. São números gigantes-cos. Projeção para 2020, 300% de crescimento das viagens e 500% de crescimento dareceita.

Dados de 1999 indicam chegada de turistas internacionais por região: Europa com59%, as Américas com 19%, a Ásia Oriental e Pacífico com 14%; os demais continen-tes: África com 4%, Ásia 2%, Oriente Médio com 2%.

Na receita gerada pelo turismo internacional por região, a Europa fica com 51%, asAméricas com 27%, a Ásia e Pacífico com 19%. Nós temos os países líderes em 1998, aFrança recebeu 70 milhões de turistas, é o primeiro país no ranking mundial, aEspanha 47 milhões e a Itália 34 milhões.

Os Estados Unidos, apesar de serem o terceiro em receptivo, recebeu 47 milhões deturistas, teve uma receita maior, 74 milhões; Itália, 30 milhões, a França, 29 milhões.Os americanos têm uma grande estratégia, que faz com que a permanência dos turis-tas seja maior, tem inúmeros parques, enfim, é uma estratégia muito aguerrida, e oBrasil, recebendo quase cinco milhões de turistas, ocupando a 29° posição, uma re-ceita cambial ainda muito pouco significativa: US$ 3,6 bilhões.

Quanto ao Produto Interno Bruto, na Espanha o turismo contribui com 16,1%, naBélgica com 15,6%, na Grécia com 14,7%, no México com 13,3%, na França com12%, na Alemanha com 12%, nos Estados Unidos com 9,7%, e aqui no Brasil, segun-do fontes da WTTC, que é o Conselho Mundial de Turismo, com 7,8% do PIB.

Quanto aos dados do turismo nacional registro uma frase, que a maioria dos senho-res já conhece, do Rui Barreto que foi presidente da Associação Comercial do Rio deJaneiro: “Ou crescemos do tamanho do Brasil, ou ele se reduz à nossa dimensão”.

Quais são as nossas potencialidades? Somos o País mais tropical do mundo. Somos,indiscutivelmente, o povo mais alegre e comunicativo do planeta. Somos uma naçãocontinente unida, nós temos uma unidade de língua e étnica incomparável. Temos amaior floresta do planeta, que é a Amazônica. Temos 7.500 quilômetros de praiastropicais. Temos os mais espetaculares saltos do mundo, ali representados pelas Cata-

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ratas do Iguaçu. Nós temos o maior sistema hídrico do planeta. A maior reserva debiodiversidade da terra, que é o Pantanal de Mato Grosso. São potencialidades que onosso Brasil tem e cujo desenvolvimento precisamos estimular.

Não temos terremotos, não temos tufões ou furacões, enfim, temos absoluta tranqüi-lidade.

Uma frase do presidente da Embratur, senhor Caio Luíz de Carvalho: “2000 é definiti-vamente o ano em que a indústria brasileira de turismo atinge a idade da razão”.

Segundo dados de 1999, o Brasil recebeu cerca de cinco milhões de turistas nas prin-cipais entradas no Brasil do turismo receptivo. Janeiro, fevereiro e março são os me-ses em que nós recebemos mais turistas, caindo nos outros meses. Em janeiro, cercade 728 mil turistas foram recebidos no Brasil.

Principais mercados emissores de turismo para o Brasil são Argentina com 15%, aFrança com 3%, os Estados Unidos com 14%, a Itália e o Uruguai com 3%. Os maioresemissores são o mercado europeu e a América.

A entrada de turistas no Brasil dá-se na maior parte via terrestre, 48%; via aérea 49%,principalmente desses países do Cone Sul. Via marítima e fluvial, apenas 2 e 1%,respectivamente.

Os principais portões de entrada de turista estrangeiro no Brasil! São Paulo, o princi-pal, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Mas, basicamente,São Paulo e Rio de Janeiro são os dois principais portões de entrada.

Pelo Paraná entram no mês de janeiro, 122 mil turistas. Nos três primeiros meses,janeiro, fevereiro e março o fluxo é maior, depois vai caindo, chegando a dezembrocom 68 mil turistas.

A entrada de turistas pelo Rio Grande do Sul ocorre preponderantemente nos meses dejaneiro, fevereiro e março, recebendo 280 mil turistas, e, em dezembro, chega a 108mil turistas.

Dado o grande número de eventos que existem, de janeiro a dezembro entra em SãoPaulo uma média de 120 mil turistas, em média mensal. Isso evita a sazonalidade;faz com que os empreendimentos se fortaleçam e tenham um faturamento 12 mesesno ano. O que não acontece no Pantanal, por exemplo, porque você tem o período daseca de seis meses e um período da chuva de seis meses. Você tem uma despesa fixa

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nos seus empreendimentos de 12 meses e, às vezes, só fatura seis meses num ano. Issoé muito complicado. Precisa oxigenar isso e fazer com que o Turismo aconteça 12meses no ano, como é o caso de São Paulo, através, principalmente, do segmento deeventos, que é um segmento muito crescente. O Mato Grosso está partindo para isso.O governador inaugurou no ano passado um grande centro de eventos, chamadoCentro de Eventos do Pantanal, que é do Sebrae nacional, que está entre os melhoresdo Centro/Oeste, muito moderno, e nós vamos poder, agora, captar eventos no Brasile no mundo todo, e levá-los para Mato Grosso, o que vai nos ajudar a atrair turistas.

As principais cidades visitadas pelos estrangeiros são o Rio de Janeiro, seguida deFlorianópolis e São Paulo, depois Salvador. O Rio de Janeiro com quase 30% dosturistas estrangeiros no Brasil.

O gasto médio per capita dos turistas em visita ao Brasil é, segundo dados de 1991 a1999, e num período de nove anos, de 70 dólares/dia.

Com referência ao turismo interno, temos um desembarque nos aeroportos brasilei-ros de 1991 a 1999 muito crescente. Em 1991, 16 milhões, chegando em 1999 a 28milhões. Vinte e oito milhões de desembarque nacional! Mato Grosso tem um desem-barque/ano, dados da Infraero de 1999, de 260 mil passageiros.

Os desembarques dos vôos de turismo internacional, no ano de 1991, atingiram ummilhão, e, em 1999, chegaram a quatro milhões e oitocentos. Hoje, temos cerca decinco milhões de turistas.

Como os senhores vêem, pelos dados apresentados, o Brasil ainda ocupa uma posiçãomuito modesta no turismo mundial. Esses dados por si só falam. Ocupamos hoje o 29o

lugar, e temos muita estrada para percorrer. Recebemos quase o mesmo número deturistas que recebe, por exemplo, a África do Sul, que só teve, no ano de 1999, quatromilhões de turistas.

As perspectivas para 2003 mostram que serão investidos até esse ano, em 300 empreen-dimentos, que são hotéis, resorts, pousadas e 10 parques temáticos, cerca de US$ 8 bi-lhões . Esses dados são da Revista Exame; serão gerados até 2003, cerca de 500 milnovos empregos. A indústria de turismo tem uma facilidade muito grande de geraremprego, porque impacta 52 setores da nossa economia, e cada um milhão investidona área de turismo gera três a quatro empregos a mais, por exemplo, do que qualqueroutra indústria automobilística; tem um resultado fantástico em termo de geração deemprego.

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Os principais empreendimentos previstos são hotéis em Manaus, no Amazonas, oMarriot Manaus – US$ 30 milhões, em Fortaleza, no Ceará, três resorts – cerca deUS$ 150 milhões, em Alquirás; temos um grupo português investindo no Ceará, emParacurú, cerca de US$ 500 milhões; no Ceará, em Cumbuco, é uma outra praiabastante interessante, outro grupo investindo US$ 25 milhões. São investimentos pe-sados nessa área. O Beach Park, também no Ceará, Fortaleza, fazendo um aquário emais um hotel de 4 estrelas, investindo cerca de US$ 30 milhões; a Odebrecht inves-tindo no Rio Grande do Norte, no pólo de Pitangui, US$ 90 milhões; Porto de Gali-nhas; na Praia do Francês, em Alagoas, também o Caeser Park, com US$ 30 milhões,enfim, são números muito grandes. Na Bahia, inúmeros empreendimentos tambémpelo grupo Andrade Gutierrez, Santo André/Bozzano, Multiplan. No Rio de Janeiro,Cabo Frio, Andrade Gutierrez construindo também um resort de US$ 15 milhões. EmAngra dos Reis, outro, Resort Marina. Um grupo italiano está investindo num projetourbanístico de Camboriú, cerca de US$ 250 milhões. Em Mato Grosso, Poconé, MatoGrosso, Curumba e Bonito, a Odebrecht, em parceria com a Andrade Gutierrez, estáinvestindo também em eco resorts, em hotéis, cerca de US$ 30 milhões até 2003.

Em São Paulo estão previstos cinco hotéis de classe mundial, que vão gerar mais1.500 unidades, investimento de US$ 300 milhões. Estão em construção cerca de 125novos flats, com mais de 26 mil unidades, investimento de mais de 300 milhões. OCentro de Exposições Transamérica, 22 mil metros quadrados. O Centro de Conven-ções Anhembi, que está ampliando para 25 mil metros quadrados. O novo CentroInternacional de Guarulhos com 200 mil metros quadrados. São Paulo vai se tornar,como o Rio de Janeiro, uma grande capital do turismo de eventos. O complexo hote-leiro de Anhembi, que estava parado há 30 anos, com 780 apartamentos, foi retomadopelo grupo Hollyday Inn, com investimento da ordem de US$ 100 milhões. Serãocerca de 8 bilhões, que serão investidos nos próximos 10 anos na área.

O Rio de Janeiro estava no quarto lugar no ranking mundial de eventos. Isso é inte-ressantíssimo, ranking mundial; 75% da ocupação hoteleira e sete milhões de turis-tas nacionais e internacionais. Rio de Janeiro tem 130 vôos charter, quase que um acada três dias. Isso é muito significativo; 100 mil turistas de cruzeiros. O Rio de Janei-ro tem 15 novos hotéis inaugurados, e tem investimento na modernização de hotéisde cerca de US$ 132 milhões.

Outros investimentos previstos. Restauração do Hotel Serrador; Consolidação da Bar-ra como um pólo de entretenimento e lazer; Parque da Mônica; Cidade do Rock;Global Park com US$ 200 milhões, a própria restauração do Maracanã, em que foram

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investidos, segundo a Revista Exame, cerca de US$ 25 milhões. Tudo isso são alavancasimportantes para o turismo.

Esses são os dados do Brasil.

Bem, segundo o Jorge Santayana, um filósofo hispano-americano: “É correto preferir anossa terra a todas as outras, porque somos crianças e cidadãos, antes que possamos serviajantes e filósofos”.

Agora, vamos falar da nossa terra, o Mato Grosso.

Nós temos um potencial fantástico,o Pantanal, que, pela Constituição de 1988, é umpatrimônio nacional, e pela Unesco, é um patrimônio, já declarado, certificado,Patrimônio Natural da Humanidade, e também um título de Reserva da Biosfera. Nóstemos o ecossistema do Cerrado, representado pela Chapada dos Guimarães, que é umfantástico ecossistema para o turismo de lazer, para o ecoturismo, turismo de estudo,aventura, esportes radicais, enfim, é um parque nacional, que fica a 60 quilômetrosda nossa capital, muito visitado. Existe um festival muito grande, que é realizadotodos os anos, que é um festival de inverno, geralmente no mês de julho.

O Cerrado é um divisor das bacias Amazônica e Platina, e também é o paraíso do tu-rismo ecológico, místico e esotérico.

Na parte da Amazônia, Mato Grosso tem 550 mil quilômetros quadrados de FlorestaAmazônica. Entre os 10 nomes mais conhecidos do mundo, está a Amazônia.

Temos a região do Araguaia, que é o maior vale de praias fluviais do mundo. Temos oVale do Guaporé do Estado, que é um dos mais ricos vales botânicos do Brasil. Temosum grande e diversificado potencial termal. Somos o Centro Geodésico da América doSul. Somos o portal da Amazônica. E nós somos também o corredor do Pacífico.

Tão logo eleito em 1995, o Governador Dante de Oliveira estabeleceu três diretrizesfun-damentais para o desenvolvimento do Turismo em Mato Grosso.

Organização e integração institucional do setor. Meio ambiente e infra-estrutura etambém um plano estratégico de ação.

A organização e integração institucional do setor, que é a nossa primeira diretriz, sedeu com a criação de uma Secretaria de Estado, que é a SEDTUR, Secretaria de De-senvolvimento do Turismo. Isso é relevante, porque o secretário está na mesa, a nívelde primeiro escalão, conversa com o governador, tem autoridade para estar nas reu-

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niões com outros secretários, permite um relacionamento, uma articulação muitoampla, e isso é significativo. É diferente de muitos estados, em que são empresas,agências, às vezes há uma dificuldade muito grande de decisão política, e atividadeturística é uma coisa muito dinâmica.

Nós criamos a Associação dos Municípios com Potencial Turístico do Estado, chama-se AMPTUR, muito organizada, muito atuante. Também fizemos o Fórum Empresa-rial do Turismo. Todas as entidades empresariais, todos os empreendimentos turísti-cos do Estado, estão representados ali, e tendo um trade totalmente organizado. Te-mos a BEOP, dos organizadores de evento, a Associação Brasileira de Locadores deAutomóveis, ABIH – Associação Brasileira de Hotéis, ABAV – Associação Brasileira deAgentes de Viagens, Sindicato dos Empresários do Turismo do Estado, o Sindicato dosGuias de Turismo, enfim, todo o segmento turístico do Estado está organizado ementidades, e através também do conjunto, através do Fórum Empresarial do Turismo.

Na parte da segunda diretriz, meio ambiente e infra-estrutura, o governo trabalhoudurante cinco anos, com muito afinco, e o Governador Dante de Oliveira esteve on-tem em Brasília, quando foi assinado pelo Presidente Fernando Henrique e pelo mi-nistro do Meio Ambiente, esse grande programa de ecoturismo, talvez, o maior pro-grama de ecoturismo do mundo, o Programa Pantanal. São recursos da ordem deUS$ 400 milhões, para Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, basicamente para infra-estrutura na região, na bacia do Pantanal. Nós vamos ali ter um gerenciamento dasmicrobacias, para evitar erosão e assoreamento dos rios que formam o Pantanal; umprograma de saneamento básico; os projetos de atividades de desenvolvimento sus-tentáveis; vamos ter estradas-parques; pavimentação de algumas rodovias turísticas,enfim, é um programa fantástico. Mato Grosso, ontem, com a presença do governa-dor, assinou esse grande programa, e só este ano já vai ter um desembolso para MatoGrosso de recursos da ordem de US$ 165 milhões para prepararmos essa região doPantanal que nos ajudará a desenvolver o turismo.

Um outro programa de meio ambiente, infra-estrutura também, é um programa quese chama Proecotur. É um programa de ecoturismo da Amazônia Legal. É um progra-ma do BID, Ministério do Meio Ambiente com os órgãos oficiais do turismo nos esta-dos da Amazônia. São 10 estados da Amazônia Legal e Mato Grosso entra, através dopólo da nossa região Amazônica, que nós temos 550 mil quilômetros quadrados deFloresta Amazônica, também para infra-estrutura. É um programa da ordem deUS$ 200 milhões, só que diferente do BID Pantanal, com 200 milhões só para MatoGrosso, e esses 200 milhões são para os 10 estados. Mato Grosso deve ser contemplado

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com US$ 20 milhões para programas de infra-estrutura: manejo do parque cristalino,que hoje é uma reserva de 160 mil hectares, uma reserva pelo Governo do Estado,criação de estradas-parques, desenvolvimento do plano estratégico do ecoturismo,ampliação dos terminais dos aeroportos, enfim, é uma gama de projetos que vão serdesenvolvidos, já está em implantação essa fase de pré-investimento, já na semanapassada estivemos entregando alguns equipamentos. Este ano e no ano que vemvamos investir US$ 1 milhão, nessa fase de pré-investimento, e depois, então, vamospartir para a parte de investimento final. É um outro programa estratégico, foi umaconquista muito grande, e é um programa que já está em execução esse Proecotur daAmazônia, e Mato Grosso está na vanguarda desse programa. Têm muitos estados quenão conseguiram gastar o dinheiro que está na conta desde o ano passado. Algunsdeles perderam recurso por falta de mobilidade em gastar. Mato Grosso está na van-guarda, já estamos investindo, já estamos desenvolvendo também, é um programamuito grande do Ministério do Meio Ambiente em conjunto com o Governo do Estado.

E a terceira diretriz do nosso governo é um Plano Estratégico de Ação. Eu disse aossenhores que nós estamos há um ano e meio na secretaria, estamos, praticamente,implantando toda a secretaria, um sistema de informações para o turismo, que são asinformações econômico-estatísticas, que no Brasil são uma coisa muito séria. Sãopoucos estados que conseguem gerar estatística, e, principalmente, os estados meno-res ainda não têm o conceito de desenvolver, principalmente porque dado é uma coisaque se torna referência até para os investidores. Nós estamos buscando parcerias,através dessa conta satélite da OMT e do Conselho Mundial do Turismo, para viabilizaressas pesquisas econômicas, e ter essas informações econômico-estatísticas.

Temos um Manual do Investidor do Mato Grosso, e ali tem também a área do Turis-mo, onde buscar os recursos, quais são os incentivos que o estado oferece, enfim, sãoinformações básicas disponíveis para os investidores.

Temos um grande portal na Internet, que faz parte da nossa estratégia,www.turismo.mt.gov.br, com muitas informações básicas, e, basicamente, é o conteú-do desse CD-Rom que os senhores receberam. Quando vocês abrirem, será, basica-mente, 90% do mesmo conteúdo que está no nosso site. Isso facilita muito a vida, nósestamos numa economia globalizada, nós estamos numa era virtual, numa era dainformação, e você não pode falar em turismo, que é um mercado que tem só pessoasformadoras de opinião, pessoas tomadoras de decisão, ficar dependendo, às vezes, deum folder, de uma revista, para ter informação do seu Estado. Dois, três anos atrás, sequeria uma informação do Turismo em Mato Grosso, você tinha que ligar para a

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secretaria, passava em 2, 3, ramais, 4, 5 pessoas atendendo, para o último falar quenão tinha nada para enviar. Hoje, você quer ter informação, você liga, nós damos onosso site, e participamos das principais feiras de turismo, divulgamos o nosso site,através de banner, de revista, tudo que for possível nós estamos divulgando, para quea pessoa possa acessar. Você está na sua casa, no seu escritório, na sua operadora, nasua agência, acessa o nosso site, você vai ter um banco de imagem, mais de 200fotografias do potencial turístico de Mato Grosso, vai ter toda a área de serviço, comochegar no Estado, onde ficar, os hotéis, restaurantes, o que fazer, os atrativos naturaisdaquele local, o mapa ecoturístico do estado, enfim, você tem todas as oportunidadesde informações. O nosso calendário de eventos está no site também. Mato Grosso éum Estado que tem muitos eventos, cerca de 300 por ano, e estão disponibilizados aí,com o mês, a data, o local, e as informações que você quer ter. Enfim, muito rico,uma coisa muito dinâmica, muito rápida, muito inteligente, que permite, então, umdos poucos estados do Brasil que tem um portal nesse nível para que as pessoas pos-sam acessar do mundo todo.

A sala do turista, de nossa secretaria, que dá as informações básicas do turista quechega ao nosso Estado, principalmente em nossa capital. E, também, estamos finali-zando uma parceria com uma faculdade, para fazer o receptivo no aeroporto, atravésde informações também lá.

Um outro plano estratégico, sistema de informação, é a nossa Biblioteca Tur. É umcentro de estudo e pesquisa em turismo. Nós temos pouca informação do Brasil. Nóstemos poucos lugares que pode ter uma referência de informação, de bibliografias,que possa, principalmente, atender à nossa comunidade acadêmica. Nós temos qua-tro faculdades, temos cursos de especialização, pós-graduação, e são poucos os esta-dos que oferecem ferramentas para que esses acadêmicos possam pesquisar. E nósestamos montando, já com o projeto definido, estamos buscando um parceiro paramontar, em conjunto, essa Biblioteca Tur, e vamos colocar à disposição de toda acomunidade essas informações básicas dessa atividade que é o Turismo.

Outro programa: Ordenamento e Planejamento Turístico do Estado. Estamos buscan-do recursos também para o desenvolvimento do nosso Plano Estratégico a Longo Pra-zo. O Brasil perdeu a cultura de planejar, você tem que ter planejamento a longoprazo. Atividade do turismo requer isso. Estamos buscando já uma prioridade do go-vernador, e vamos investir pesado nesse Plano Estratégico, tipo esse Plano Maravilhaque o Rio de Janeiro, depois de muito tempo, conseguiu fazer. Isso demanda muito

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dinheiro, consultorias especializadas, e Mato Grosso vai ter o seu plano estratégico. Nóstemos que trabalhar com essa visão estratégica, nós não podemos ser amadores numsetor que é líder da economia mundial. Nós não podemos trabalhar da forma como éfeito hoje.

Estamos buscando, também, através da Assembléia Legislativa, uma lei geral e normativado turismo no nosso Estado. E, também, a exemplo do que existe já na lei de incentivoà cultura, lá no nosso Estado, tipo Lei Federal Rouanet, Lei do Mecenato, o nosso Estadotem a Lei Hermes de Abreu, que é uma lei que destina todos os anos cinco milhões dereais para produções culturais, basicamente incentivo. Estamos buscando uma lei deincentivo e promoção do nosso turismo no Estado. Estamos com consultoria especi-alizada trabalhando isso, para que nós possamos promover o Turismo, que se faz atravésda promoção, de uma maneira geral.

Temos trabalhado bastante em infra-estrutura básica, principalmente articulando coma Secretaria de Obras do Estado, Departamento de Viação e Obras, na manutenção dasrodovias turísticas. Temos que ter um cuidado muito grande, fomentando o turismofora do Estado, vamos lá buscar, divulgar o Estado, para trazer o turista. Nós temosque trabalhar para que o turista chegue e trafegue com tranqüilidade nas nossasrodovias. Para vocês terem uma idéia, a Transpantaneira, onde nós temos inclusiveum empreendimento Sesc, que é o Sesc Pantanal, nós temos uma estrada que sempreteve dificuldade de manutenção, todos os anos. Nós assumimos essa postura, conver-samos com o governador, estamos articulados diretamente com infra-estrutura, paraevitar que essa estrada seja interrompida, principalmente no período da chuva. Paravocês terem uma idéia, um trecho de oito quilômetros, o Sesc Pantanal, nos anosanteriores, teve que fazer e restaurar aquilo lá, por que o Estado não cumpriu o seupapel. Temos trabalhado duro com os outros colegas do governo, no sentido deconscientizá-los de que é importante para o Estado, turisticamente, que seja dadamanutenção às rodovias. Agora, com o BID Pantanal, para vocês terem idéia, umaTranspantaneira, que é a principal via de acesso, talvez a única, do Pantanal, é umtrecho de 135 quilômetros. Nesse trecho nós temos 125 pontes, quase que uma pontepor quilômetro. Agora com o Programa Pantanal, vão ser todas construídas de con-creto; nós vamos evitar, agora, que no período da chuva a água leve essas pontes, poisàs vezes boa parte do ano só se chega de barco ou de avião. Com esse programa, issovai ser resolvido definitivamente, e a Transpantaneira transformada em estrada-par-que, onde vão ser colocados todos os mecanismos de segurança e de restauração ne-cessários para que possamos resolver, definitivamente, esse problema.

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E os programas internacionais, ambientais, estruturais, de que eu já falei anterior-mente, que é o Programa Pantanal com US$ 400 milhões, são 200 milhões para MatoGrosso e o Proecotur com US$ 20 milhões; US$ 200 milhões, hoje, significam R$ 400milhões de investimento em infra-estrutura. Isso é muito significativo, principalmenteno Brasil, onde temos deficiência muito grande para investir.

Na formação de mão-de-obra, nós apoiamos muito, estamos sempre articulados, dandoincentivo e fazendo o que se pode fazer a nível de governo, no apoio ao ensino desegundo e terceiro graus, e pós-graduação. Nós já temos inúmeras faculdades noEstado sendo criadas, e temos estado junto, apoiando, o governo entrando na parteque nos cabe.

Também um outro programa, que é o grande gargalo do Brasil, principalmente nosetor de turismo, é a questão do treinamento da mão-de-obra, precisamos qualificara nossa mão-de-obra. Nós temos o Programa Qualificar, que é da Secretaria de Justiçae Cidadania, no qual foram investidos no ano passado cerca de US$ 700 mil emcapacitação de mão-de-obra e treinamento. Agora, assinamos com o Sebrae do Estadooutro convênio, talvez inédito nessa área de turismo, de um milhão de reais, paracapacitação da mão-de-obra em 11 municípios. Vai atingir cerca de 3.000 pessoas, emcursos, de trilheiro, mateiro, taxista, garçom, todas as especificidades da área de turis-mo. Estamos capacitando essa mão-de-obra, para que possa melhorar mais ainda oatendimento no nosso setor.

Vamos assinar um convênio com a Secretaria de Educação do Estado para um amploprograma, projeto de educação e conscientização turística na rede escolar. Teremosvídeos, cartilhas, posters e ação na comunidade, para que nós possamos transferir omínimo de know-how de turismo, para que as pessoas possam entender o que signi-fica um turista na sua cidade, para que ele possa receber bem esse turista. Um turistabem recebido traz, no mínimo, três turistas. Um turista mal recebido inibe, pelo me-nos, 10, no retorno.

Um outro programa estratégico para nós, é o de municipalização do turismo, cha-mado PNMT, é um programa da Embratur; os estados são coordenados pelos órgãosoficiais do turismo, no nosso caso é a Secretaria; é, basicamente, a descentralizaçãodo turismo. Somos vanguarda nesse programa. Nós já temos dos 100 municípios compotencial turístico, 70 municípios nesse programa. É um programa muito arrojadoda nossa equipe técnica, é basicamente transferência de know-how. São oficinas desensibilização da comunidade, oficinas de capacitação de monitores, onde eles pos-

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sam aprender depois, e formar o seu conselho municipal, fazer o seu plano-diretor doturismo para desenvolver a indústria do turismo no Município. Eu sempre digo que oTurismo não acontece no Estado, turismo acontece no Município, onde está o atrati-vo, onde está o recurso natural, onde está o produto turístico. Esse PNMT é um pro-grama muito arrojado e estamos na vanguarda.

Um programa de agroturismo! Estamos incentivando bastante, capacitando, ajudan-do, articulando, basicamente esse programa consiste no seguinte. São aquelas fazen-das que, às vezes, perderam a sua finalidade, a sua atividade principal. Pantanal, porexemplo. Nós temos muitas fazendas lá em que havia pecuária extensiva, seinviabilizaram e hoje não têm nada. Às vezes têm velhas casas; você pode ali criaruma alternativa para virar uma pousada com cinco ou sete apartamentos, ter umatrilha ecológica, um pesque-e-pague, que possa ser recebido pelo próprio fazendeiro,ter uma comida regional, enfim, você vai criar uma alternativa. São muitas pousadasno nosso Pantanal, e estamos com esse programa bastante encaminhado.

Outro programa da “Melhor Idade”, que é um programa da Embratur, para os brasi-leiros acima de 50 anos, congregados através de clubes, associações, que é um progra-ma que a secretaria coordena no Estado, que visa fazer pacotes com preços diferenci-ados, em baixas temporadas, mobilizando os nossos irmãos brasileiros que têm maistempo livre, e, às vezes, têm uma renda per capita que lhes permite viajar, estimulan-do a sua participação, enfim, é um programa fantástico do Mato Grosso. Agora, nomês de agosto, vamos ter um grande congresso do Centro Oeste, do Clube da MelhorIdade, no nosso Estado, que nós estamos apoiando também através da nossa Secretaria.

Outro projeto, o da sinalização turística municipal. Estamos incentivando, batendomuito duro nos municípios, nas prefeituras, para que o possam desenvolver. É umprojeto muito simples. O turista que vem do exterior, ou de qualquer outro estado, nãotem obrigação de saber onde está o atrativo turístico. Ele é novo ali. Mas nós temosobrigação de informar, de sinalizar, para que ele possa sentir-se seguro de chegaràquele destino. Vários municípios já estão implantando a sua sinalização turísticamunicipal. Temos estimulado bastante e está surtindo muito efeito, muito resultado.

Há, ainda, o programa de qualidade turística. Há dois meses se reuniram na Embratur,em Brasília, 27 estados brasileiros para discutir essa questão dos órgãos descentraliza-dos da Embratur nos estados. Nós somos a Embratur no nosso Estado, através da forçade convênio. A Embratur é descentralizada. E cabe a nós fazermos a fiscalização dosmeios de hospedagem, agentes de viagem, transportadores turísticos, dos organizadores

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de eventos, dos guias e demais serviços. Foram convocados todos os estados a apresenta-rem um projeto, e aquele projeto que fosse avaliado, estudado e votado ali, seria aqueleprojeto de referência para o Brasil. Mato Grosso teve a felicidade de apresentar o melhorprojeto nessa área, o melhor programa nessa área, teve 25 votos dos 27 estados. Constituium grande programa, que nós vamos desenvolver e será uma referência para o Brasil.Nós estamos finalizando o projeto, vamos encaminhar à Embratur, e a Embratur vaifinanciar esse projeto, para que possa ser modelo para o Brasil todo.

A última diretriz do nosso Plano Estratégico de Ação, é uma grande estratégia de divul-gação. Turismo só se faz fomentando, induzindo, promovendo. Você tem que mostrar acara, você tem que se apresentar. Nós segmentamos o Estado em quatro regiões: Regiãodo Pantanal, Região do Cerrado, Região do Araguaia e a Região da Amazônia. Aosegmentar isso nós bolamos toda a nossa estratégia de divulgação. Nós criamos umanova logomarca da nossa secretaria. A nossa logomarca tem o mapa do mundo, o ouro,o tuiuiú, que é nossa ave símbolo do Pantanal em movimento. Essa marca é a nossaassinatura, que utilizamos em todo material impresso e digital. E o slogan: “MatoGrosso quatro regiões, quatro estações, mil emoções”. Nós temos um portifólio de todomaterial promocional nosso. A nossa campanha se compõe de mais de 18 peças. Tudoque sai da secretaria tem que ter essa característica. Agora, estamos estimulando osoutros organismos do Estado para que, quando imprimirem o seu papel ofício, o seucartão de visita, ali, sem nenhum custo a mais, coloquem uma imagem do potencialturístico do Mato Grosso. Quer dizer, é mais imagem que vai estar sendo veiculada, deuma outra forma em que nós vamos estar podendo divulgar o potencial turístico deMato Grosso.

Nós damos um mapa folder, um mapa turístico do nosso Estado, totalmente segmen-tado. É um mapa superinteressante, que o turista quando chega recebe e pode veronde têm os principais aeroportos, as principais regiões, onde têm as reservasambientais, toda a bacia hidrográfica do Estado, toda a parte de estradas pavimenta-das ou não, enfim, um mapa muito ilustrado, muito informativo.

Tem a divulgação do site. Em todos os lugares que vamos divulgamos o nosso site.

Nós temos um vídeo de padrão internacional, de oito minutos, em português e inglês,que mostra as nossas regiões também.

Nós temos o kit básico, com o CD-Rom, a revista, o folder e o vídeo, dentro de umasacola. No ano passado foram distribuídos 17.000 kits desse material, fomentando,assim, o nosso potencial turístico.

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Nós temos a revista de 32 páginas e o folder. Nós temos os cartazes. Temos umacoleção de seis posters.

Em cada poster, embaixo, tem a assinatura do Governo do Estado, da Secretaria deTurismo e da Embratur. E ainda tem um espaço que, quando for realizado um evento,seminário, congresso, geralmente médio e pequenos eventos, você pede na nossa se-cretaria esse material, tanto o cartaz, como o folder, e ali você coloca o seu evento.Com isso nós uniformizamos toda a campanha de turismo no Estado. Fornecemospara inúmeros eventos, e você vai, então, dando uma identidade ao turismo de MatoGrosso. São posters das regiões do Pantanal, do Araguaia e do Cerrado. Por exemplo:Região do Cerrado. Os municípios que compõem o Cerrado: Chapada dos Guimarães,Campo Verde. Para realizar um evento lá, antes solicitavam apoio da secretaria emmaterial de divulgação, cada um fazia de um jeito, sem uma identidade, sem umauniformidade. Então, a secretaria tem o seu material, nós autorizamos, de acordocom o tamanho do evento, a quantidade necessária, e colocam o nome do eventodeles, e com isso vão estar divulgando o Mato Grosso de uma forma por inteiro.

Nós temos uma coleção de 25 banners: esportes radicais, região do Araguaia, queestá disponível na nossa secretaria, para quem realizar o seu evento, trazer gente defora, possa expor lá o potencial de turismo do Mato Grosso no seu evento. Nós sótrouxemos três banners.

O turismo do Mato Grosso é parceiro da Secretaria de Cultura. Aliás, o turismo, emqualquer lugar do mundo, só processa duas matérias-primas. Uma, são os atrativosnaturais, os recursos naturais, e os outros, são os recursos culturais, atrativos cultu-rais. Nós trabalhamos muito em parceria, até para diminuir custo. Mato Grosso temessa visão. O nosso secretário de Cultura é muito parceiro nosso, e isso que os senho-res viram aqui, essa apresentação do nosso maestro Abel, representando a cultura donosso Estado, nós fazemos isso, diariamente, sempre trabalhando, mostrando tam-bém a nossa gastronomia, o nosso folclore, o nosso artesanato, junto com o nossopotencial turístico.

O nosso material é de qualidade. Nós temos uma caixinha vip. Nós íamos trazer, masdeu muito volume. Nós damos para as autoridades que recebemos no Estado e noseventos a que nós vamos, material sempre de qualidade. Se fizer, faça bem-feito. Nãoadianta fazer um material que a pessoa joga no lixo. Com mais um detalhe, nóstrabalhamos com um conceito na secretaria da seguinte forma. O material ruim, depéssima qualidade, custa, às vezes, mais caro do que o material de boa qualidade,precisa só ter o cuidado de ser profissional e fazer um material que, acima de tudo,

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coloque respeito. O turista quando pega um material dessa qualidade, desse pa-drão, se sente respeitado. Ele vê que existe uma estratégia toda cuidando do interes-se dele. Nós damos bonés, camisetas, sempre divulgando alguma coisa do turismodo Estado.

Outra estratégia de divulgação. Quando vocês aportarem no nosso Aeroporto Interna-cional em Cuiabá, vão ter um painel luminoso, vocês vão ser recebidos por esse pai-nel. Welcome, bienvenido e bem-vindo, nas três línguas, para que o turista possa sesentir em casa.

Temos mais sete painéis, na área de desembarque, das quatro regiões, com a assina-tura da Infraero, que é uma parceira, que buscamos também, que nos ajuda a cuidardisso. O aluguel desses painéis no aeroporto custava cinco mil reais. Fomos lá, nego-ciamos, brigamos com a Infraero, e vai ser o nosso parceiro, vamos colocar a suaassinatura aqui, ficou por dois mil por mês. Com mais um detalhe: não preciso nemcolocar um funcionário do Estado para cuidar disso, para ligar, desligar, no momentocerto. Quer dizer, é uma parceria, estimula o parceiro, está junto conosco, se sentepartícipe do processo, e nos ajuda a divulgar Mato Grosso.

Nós estamos também com o segmento de turismo nos principais eventos regionais,são vários, que nós temos lá no Estado, feiras, exposição, festas, Festival Internacionalde Pesca, de caça, que é o maior do mundo, em água doce, está no Guiness Book,recebe cerca de 200 mil pessoas no período, estamos lá presentes, apoiando, comstand, e material de divulgação. Nos principais eventos nacionais, Mato Grosso temestado presente, ABAV, Brite, que se realizou esteve aqui no Rio de Janeiro, enfim, emtodos os eventos nós temos procurado estar presentes, com os nossos empresários,levando a nossa parte institucional, e apoiando-os nossos empresários para que pos-sam trazer os seus produtos, seus roteiros, seus pacotes, os agentes de viagens, osoperadores de turismo, e apoiando eles nesse objetivo. E nos eventos internacionais.Já estamos mostrando a cara no Brasil e no mundo também. Já estivemos em Hanover,em Berlim, enfim, todos os eventos, dos quais participa a indústria do Turismo, quesão os principais no mundo, e alguns deles em que está presente a Embratur com oseu pavilhão, Mato Grosso está também, porque fazer turismo no Mato Grosso é fácil,divulgar Cuiabá em Cuiabá, é mole, isso nós fazemos rapidinho. Agora, quero vervocê peitar o mercado internacional! Ir lá se apresentar com material que nós leva-mos, na língua do país de origem, se é na França é francês, se é no Japão é japonês, seé nos Estados Unidos é inglês, tem que ir lá e falar a língua deles. E peitar as grandesoperadoras, divulgar o Estado, levar às operadoras, e apresentá-lo, como um grandedestino para o mundo e para o Brasil.

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Assumimos em junho de 1999 e, no nosso discurso de posse,anunciamos a orientação doGovernador Dante de Oliveira para o Turismo: “Desenvolvimento de plano estratégico,programas, projetos e ações bem definidos e pragmáticos, esta é a missão da Secretariade Desenvolvimento Turístico”. E é isto que nós temos procurado fazer.

Junho de 2001